Aeração de Grãos1

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RESFRIAMENTO DA

MASSA DE GRÃOS
OU SEMENTES

Termometria e
Manejo da aeração
Profa Solenir
Ruffato

UFMT/ Sinop
Esquema da Aeração
Dutos de Aeração
DIREÇÃO DO FLUXO DE AR
Ventilação Positiva – INSUFLAÇÃO

• Facilita avaliação da temperatura da massa de grãos


• Calor gerado no teto não é incorporado à massa
• Ar ambiente pode ter UR reduzida (elevação da temperatura), quando
passar pelo sistema de aeração antes dos grãos.

Ventilação Negativa – SUCÇÃO

• Menor probabilidade de condensação na superfície da massa de grãos


• Detecção de odores na saída do ventilador
• Calor do ventilador não passa para os grãos
Direção do fluxo de ar
IMPORTANTE SABER...

OS GRÃOS SÃO BONS ISOLANTES


TÉRMICOS

Dependendo do material, o
processo de condução térmica é
mais rápido ou mais lento:

Condutores – mais rápido


(aço, alumínio, cobre, etc.)

Isolantes – mais lento


(borracha, lã, vidro, amianto,
isopor, etc.)
Diagrama de Conservação
PRODUTOS:
TRIGO
CEVADA
AVEIA
CENTEIO
MILHO

A melhor condição
para armazenar os
grãos é estabelecida
pela delimitação da
área no espaço
inferior à linha A e à
esquerda da linha B

Burges e Burrel , Inglaterra.


Variações de temperatura entre Massa de
Grão e Condições do Ambiente Externo

Migração de
Umidade

Ambiente
Externo Frio

CORRENTES CONVECTIVAS
CONDENSAÇÃO EM FUNÇÃO DA
MIGRAÇÃO DE UMIDADE NO SILO

:: À medida que o ar sobe pelo centro do silo, irá sendo


aquecido e terá sua capacidade de absorver umidade
aumentada e retirando água dos grãos. Entretanto, quando o
ar estiver próximo da superfície superior e fria ele resfriará,
perdendo capacidade de absorver umidade e transferindo a
umidade adquirida anteriormente para a camada superior de
grãos. Isto criará uma região de grãos úmidos no topo central
do silo com grande potencial para deterioração.
:: Por ocasião da estação mais quente, ocorrerá um fluxo de ar
oposto por causa das temperaturas ambientais mais altas. A
condensação com um potencial para deteriorarão acontecerá
na região central no fundo do silo.
Variações de temperatura entre Massa de
Grão e Condições do Ambiente Externo

CORRENTES CONVECTIVAS

Migração de
Umidade

Ambiente
Externo
Quente
Aeração

Movimentação de ar ambiente
adequadamente condicionado através da
massa de grãos para melhorar as condições
de armazenamento.
AERAÇÃO
FINALIDADES PRINCIPAIS

:: RESFRIAMENTO DA MASSA DE GRÃOS,


:: aeração de manutenção ou conservação,
:: aeração secante,
:: seca-aeração,
:: remoção de odores e,
:: aplicação de fumigantes.
OBJETIVOS DA AERAÇÃO

a) Inibir a atividade de insetos:

A maioria dos insetos que


atacam os grãos armazenados
é de origem tropical e
subtropical.

As condições ideais para


desenvolvimento dos insetos
são definidas entre 23° e 35° C
e com umidade relativa próxima
de 70%.
OBJETIVOS DA AERAÇÃO
b) Inibir o desenvolvimento da microflora:

- O teor de umidade, a temperatura e a umidade


relativa na massa de grãos influenciam o
desenvolvimento da microflora.

- Grãos com umidade de até 15% (b.u.) podem


ser armazenados, se a temperatura for baixa (8 a
10oC) com umidade relativa inferior a 70%.

- Em regiões de clima tropical e subtropical, é


difícil estabelecer estas condições por meio
de aeração
OBJETIVOS DA AERAÇÃO

c) Preservar a qualidade dos


grãos:

- Grãos cuja viabilidade é reduzida


são mais vulneráveis ao ataque de
fungos e, portanto, mais susceptíveis
ao processo de deterioração.

- Em baixa temperatura modificações


químicas durante a armazenagem
são muito lentas ou insignificantes,
OBJETIVOS DA AERAÇÃO

d) Uniformizar a temperatura:

- Objetivo importante da aeração, principalmente para as regiões


onde existem grandes flutuações de temperatura e quando a
aplicação desta técnica for para prevenir ou evitar a migração de
umidade.

- A aeração é feita para promover a uniformização da


temperatura na massa de grãos, evitando os focos de
aquecimento, sem, necessariamente, cumprir o objetivo de
resfriamento.
OBJETIVOS DA AERAÇÃO

e) Prevenir o aquecimento dos grãos

Este objetivo se aplica freqüentemente à armazenagem, em silo


pulmão ou em moegas, com grãos recém-colhidos, aguardando a
secagem.

1 - Deve-se lembrar que, nessas condições, o produto deve passar por


uma operação de pré-limpeza.
2 - Há limites máximos para o teor de umidade e temperatura do produto
em relação ao tempo de espera para a secagem.
3 - O operador deve estar atento e consultar a tabela sobre o tempo
permissível para a armazenagem do produto
OBJETIVOS DA AERAÇÃO

f) Promover a Secagem

Didaticamente, não se entende a aeração como


processo de secagem, o fluxo de ar mínimo
recomendado para secagem, dependendo das
condições ambientais, é 15 a 25 vezes maior que o
fluxo utilizado para a aeração de resfriamento.
Secagem em Camada Profunda
OBJETIVOS DA AERAÇÃO

g) Remover os odores

- Em função da atividade biológica dos grãos e dos organismos


que constituem o ecossistema da massa, odores não-desejáveis
podem ocorrer.

- A aeração pode ser utilizada para remover, além desses


odores, os gases resultantes do combate às pragas e devolver
aos grãos o cheiro característico.
SISTEMA DE AERAÇÃO

O sistema de aeração consiste de um conjunto de equipamentos


necessários à perfeita conservação do produto armazenado.
Monitoramento: Sistema de termometria

Os dispositivos de monitoramento indicam as


condições do ambiente interno e externo da massa
de grãos e podem acionar o sistema de ventilação
em função desta condições.

:: Instalação feita com fixação de cabos e pontos estratégicos na


massa de grãos.
:: Distância máxima de 6,0 m entre cabos e 2,0 a 2,5 m entre os
pontos com sensores de cada cabo.
:: Cabos de aço para suportar esforços de tração (escoamento de
grãos)
INSTALAÇÃO DA TERMOMETRIA
TERMOMETRIA

De acordo com a IN 29 / 2011

:: O número de pontos de leitura deve ser compatível


com o tipo da estrutura e a capacidade estática da
unidade armazenadora.

:: Deve-se usar, no mínimo, um ponto de leitura a cada


150 m3 de capacidade estática, sendo os pontos
uniformemente distribuídos
Ventilação

Fluxos de ar para AERAÇÃO

Fluxo de ar (m3 min-1 t-1 de grãos)

Tipo de unidade e finalidade Região fria Região quente

Horizontal / grão seco 0,06 a 0,12 0,12 a 0,20

Vertical / grão seco 0,02 a 0,05 0,03 a 0,10

Pulmão / grãos úmidos 0,30 a 0,60 0,30 a 0,60

Seca-aeração 0,50 a 1,00 0,50 a 1,00


Fluxos de ar para aeração

De acordo com a IN 29 / 2011

:: As estruturas de armazenagem do tipo vertical devem ser


dotadas de sistema de aeração com fluxo de ar de, no
mínimo, 0,05 metro cúbico por minuto, para cada tonelada de
capacidade estática.

:: Nas estruturas horizontais a vazão específica mínima deve


ser de 0,1 metro cúbico por minuto, para cada tonelada de
capacidade estática.
Como se realiza o monitoramento do
produto armazenado
Determinar as temperaturas da massa de grãos em
vários pontos do silo.

Especial atenção deve ser dada na obtenção das


temperaturas das últimas partes a serem atingidas pela
frente de aeração.

Silos com grandes dimensões, um sistema de


termometria eficiente é altamente recomendado.
Sistema de Controle
Indicam as condições do ambiente interno e
externo da massa de grãos e, em alguns
casos, podem acionar ou ligar o sistema de
ventilação em função daquelas condições.
Quando Ventilar os Grãos

O produto deve ser aerado o mais rápido possível depois de ter sido
colocado no armazenamento.
Antes da estação fria, a massa de grãos deve ser resfriada para
adequar às condições médias ambientais.
REGRA GERAL - A aeração deve começar sempre que a média da
temperatura do ar ambiente for, pelo menos, 5°C inferior que a camada
de grãos mais quente dentro do silo.
Continuar esfriando até que a diferença entre temperatura da massa e
do ambiente esteja próxima de 0°C.
Indicativo de Aeração
CONSIDERAÇÕES
Diagrama indicativo de aeração
 Para umidade relativa superior a 90%, a aeração é recomendada
quando a diferença de temperatura entre os grãos e o ar for
superior a 5 oC.

 Para umidade relativa inferior a 60%, a aeração só é


recomendada para grãos úmidos ou que estejam aquecidos a
uma temperatura muito superior à do ar - poderá haver
supersecagem.
CONSIDERAÇÕES
Diagrama indicativo de aeração
Resfriamento inferior a 3oC torna a aeração desnecessária.

Resfriamento entre 3 e 5oC torna a aeração recomendável.

Resfriamento com gradiente de temperatura superior a 7oC torna


a aeração possível, porém pode provocar condensação do vapor
d'água na superfície da massa e nas paredes do silo.
UMIDADE DE EQUILÍBRIO
UMIDADE DE EQUILÍBRIO DO MILHO (%b.u.)
Temperatura Umidade Relativa (%)
(ºC) 30 35 40 45 50 55 60 70 6575 80 85 90
10 9,9 10,6 11,2 11,8 12,5 13,1 13,8 14,6 15,4 16,3 17,3 18,6 20,3
12 9,7 10,3 11,0 11,6 12,3 12,9 13,6 14,4 15,2 16,1 17,1 18,4 20,0
14 9,4 10,1 10,7 11,4 12,0 12,7 13,4 14,2 15,0 15,9 16,9 18,2 19,0
16 9,2 9,9 10,5 11,2 11,8 12,5 13,2 14,0 14,8 15,7 16,7 18,0 19,7
18 9,0 9,7 10,3 11,0 11,6 12,3 13,0 13,8 14,6 15,5 16,6 17,9 19,5
20 8,8 9,5 10,1 10,8 11,5 12,1 12,8 13,6 14,4 15,3 16,4 17,7 19,4
22 8,6 9,3 10,0 10,6 11,3 12,0 12,7 13,4 14,3 15,2 16,2 17,5 19,2
24 8,5 9,1 9,8 10,4 11,1 11,8 12,5 13,3 14,1 15,0 16,1 17,4 19,1
26 8,3 8,9 9,6 10,3 10,9 11,6 12,3 13,1 13,9 14,9 15,9 17,2 19,0
28 8,1 8,8 9,4 10,1 10,8 11,5 12,2 12,9 13,8 14,7 15,8 17,1 18,8
30 7,9 8,6 9,3 9,9 10,6 11,3 12,0 12,8 13,6 14,6 15,6 17,0 18,7
32 7,8 8,4 9,1 9,8 10,5 11,1 11,9 12,6 13,5 14,4 15,5 16,8 18,6
UMIDADE DE EQUILÍBRIO

UMIDADE DE EQUILÍBRIO DA SOJA (%b.u.)


Temperatura Umidade Relativa (%)
(ºC) 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
10 6,1 7,0 7,8 8,6 9,5 10,3 11,2 12,2 13,2 14,4 15,7 17,3 19,4
12 6,0 6,9 7,7 8,5 9,4 10,2 11,1 12,1 13,1 14,3 15,6 17,2 19,3
14 5,9 6,7 7,6 8,4 9,3 10,1 11,0 12,0 13,0 14,2 15,5 17,1 19,2
16 5,8 6,6 7,5 8,3 9,2 10,0 10,9 11,9 12,9 14,1 15,4 17,0 19,1
18 5,7 6,5 7,4 8,2 9,1 9,9 10,8 11,8 12,8 14,0 15,3 16,9 19,0
20 5,6 6,4 7,3 8,1 9,0 9,8 10,7 11,7 12,8 13,9 15,2 16,9 19,0
22 5,4 6,3 7,2 8,0 8,9 9,7 10,7 11,6 12,7 13,8 15,2 16,8 18,9
24 5,3 6,2 7,1 7,9 8,8 9,6 10,6 11,5 12,6 13,7 15,1 16,7 18,8
26 5,2 6,1 7,0 7,8 8,7 9,6 10,5 11,4 12,5 13,7 15,0 16,6 18,7
28 5,1 6,0 6,9 7,7 8,6 9,5 10,4 11,3 12,4 13,6 14,9 16,5 18,6
30 5,0 5,9 6,8 7,6 8,5 9,4 10,3 11,3 12,3 13,5 14,8 16,5 18,6
32 4,9 5,8 6,7 7,5 8,4 9,3 10,2 11,2 12,2 13,4 14,8 16,4 18,5
UMIDADE DE EQUILÍBRIO

UMIDADE DE EQUILÍBRIO DO ARROZ (%b.u.)


Temperatura Umidade Relativa (%)
(ºC) 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
10 9,9 10,4 10,9 11,4 11,9 12,4 13,0 13,6 14,2 14,9 15,8 16,8 18,1
12 9,7 10,2 10,7 11,2 11,7 12,3 12,8 13,4 14,1 14,8 15,6 16,6 18,0
14 9,6 10,1 10,6 11,1 11,6 12,1 12,7 13,3 13,9 14,6 15,5 16,5 17,9
16 9,4 9,9 10,4 10,9 11,4 12,0 12,5 13,1 13,8 14,5 15,4 16,4 17,8
18 9,3 9,8 10,3 10,8 11,3 11,8 12,4 13,0 13,7 14,4 15,3 16,3 17,6
20 9,1 9,6 10,2 10,7 11,2 11,7 12,3 12,9 13,5 14,3 15,1 16,1 17,5
22 9,0 9,5 10,0 10,5 11,0 11,6 12,1 12,7 13,4 14,1 15,0 16,0 17,4
24 8,9 9,4 9,9 10,4 10,9 11,5 12,0 12,6 13,3 14,0 14,9 15,9 17,3
26 8,7 9,3 9,8 10,3 10,8 11,3 11,9 12,5 13,2 13,9 14,8 15,8 17,2
28 8,6 9,1 9,6 10,2 10,7 11,2 11,8 12,4 13,1 13,8 14,7 15,7 17,1
30 8,5 9,0 9,5 10,0 10,6 11,1 11,7 12,3 13,0 13,7 14,6 15,6 17,0
32 8,4 8,9 9,4 9,9 10,5 11,0 11,6 12,2 12,8 13,6 14,5 15,5 16,9
Tempo Requerido para a Aeração

Na aeração, a “Frente de aeração" se movimenta para cima ou


para baixo através da massa de grãos segundo a direção do
fluxo de ar.
Tempo de aeração - tempo utilizado para que a “frente de
aeração" atravesse a camada de grãos.
Depende do fluxo de ar por quantidade de grãos e da
quantidade de calor a ser removida ou adicionada para esfriar
ou aquecer o produto
Cálculo – Estimativa do
Tempo Requerido para a Aeração

Ta = Qt / Qh Ta = tempo de aeração, horas


Qt = vazão total de ar, m3 de ar
Th = vazão por hora, m3 h-1
Qt = dose específica x Vg Fluxo ar em m3 h-1 m-3
Vg = volume grão, m3
Dose específica = 1.000 a 1.200 m3 ar / m3 grão
Qh = fluxo ar x Vg
Cálculo – Estimativa do
Tempo Requerido para a Aeração
6,5 m

Ta = tempo de aeração, horas


Ta = Qt / Qh
Vg = volume grão, m3
Qt = vazão total de ar, m3 de ar Qt = dose específica x Vg
Vg = volume Qh = vazão por hora, m3 h-1
cone + volume Fluxo ar = 10 m3 h-1 m-3 Qh = fluxo ar x Vg
18 m

cilindro Dose específica = 1.200 m3 ar / m3 grão

18 m Custo Aeração
Motor = 2 x 60 c.v. = 88,32 kW
Vg = 5.131,79 m3 Preço = 1 kWh = R$ 0,35

Qt = 1200 x 5.131,79 = 6.158.149,92 m3 de ar Por hora = 30,91 reais


Total em 120 horas = 3.709,44
Qh = 10 x 5.131,79 = 51.317,92 m3 h-1

Ta = 6.158.149,92 / 51.317,92 = 120 horas


Preparo do Produto para Aeração

Impurezas afetam negativamente a aeração, especialmente, se


estes materiais estiverem concentrados em um determinado
local da unidade armazenadora.

Considerando que na aeração é usado pequenos fluxos de ar,


qualquer aumento na resistência ao fluxo terá grandes efeitos na
sua trajetória.

Como resultado, será necessário mais tempo para a frente de


aeração (ou de secagem) atravessar a região com concentração
de materiais finos.
Como Resfriar o Produto

O conceito de frente de resfriamento, assim como se entende o


conceito de frente de secagem, é importante para se entender a
técnica da aeração.

O funcionamento do sistema de ventilação por umas poucas horas


não irá resfriar toda a massa de grãos, a não ser que o silo esteja
carregado com uma fina camada do produto.
Como Resfriar o Produto

E necessário continuar a operação de aeração até que a camada


superior tenha sido resfriada e atingido valor igual à temperatura do
ar.

Com a interrupção prematura da aeração, as diferenças de


temperatura entre as camadas resfriadas, a frente de resfriamento e
as camadas superiores (temperatura inicial) são suficientes para
provocar a migração de umidade e acelerar a deterioração do
produto.

Deve-se operar o ventilador sempre que a temperatura externa for


5oC inferior à temperatura dos grãos.
RESFRIAMENTO
ARTIFICIAL
RESFRIAMENTO ARTIFICIAL
RESFRIAMENTO ARTIFICIAL

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