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AULA 00
Aula demonstrativa
Sumário
1 - Apresentação ................................................................................................. 2
2 - Cronograma ................................................................................................... 4
3 - Desenvolvimento ............................................................................................ 5
3.1. Jornada de trabalho ..................................................................................... 5
3.1.1. Tempo à disposição do empregador ........................................................ 6
3.1.2. Tempo in itinere ................................................................................... 8
3.1.3. Prontidão e sobreaviso ........................................................................ 12
3.1.4. Tempo residual à disposição do empregador .......................................... 15
3.2. Modalidades de jornada de trabalho............................................................. 18
3.2.1. Jornada padrão (normal) de trabalho .................................................... 18
3.2.2. Jornadas especiais de trabalho ............................................................. 18
3.2.2.1. Turnos ininterruptos de revezamento ................................18
3.2.2.2. Outras jornadas especiais ................................................23
3.3. Jornada extraordinária ............................................................................... 27
3.3.1. Compensação de jornada ..................................................................... 29
4 – Questões comentadas ................................................................................... 34
5 – Lista das Questões Comentadas ..................................................................... 70
6 – Gabarito ..................................................................................................... 84
7 – Conclusão ................................................................................................... 84
8 – Lista de Legislação, Súmulas e OJ do TST relacionados ao tema ......................... 85
06804918215
Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos
da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras
providências.
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que
elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente
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13.257 e 13.287, ambas de 2016, e a lei dos domésticos (LC 150/2015). Além
disso, a jurisprudência mais recente do TST, incluindo a Resolução 209, de
30/5/2016, e os últimos julgados do STF sobre o tema já se encontram
contemplados neste curso, a exemplo do decidido no Recurso Extraordinário nº
70912.
Antes de explicar como vai funcionar este curso, peço licença para
apresentar-me.
Meu nome é Antonio Daud Jr, sou natural de Uberlândia (MG) e tenho 32
anos. Sou bacharel em Engenharia Elétrica e em Direito.
Comecei minha vida de concurseiro em 2007, conseguindo minha
aprovação no concurso de Analista de Finanças e Controle da Controladoria-
Geral da União/Presidência da República (CGU/PR), em 2008. No mesmo ano,
- Introdução
- Desenvolvimento (parte teórica)
- Questões comentadas de concursos anteriores de TRTs (FCC e
Cespe, basicamente)
- Lista das questões comentadas (para o aluno poder praticar sem
olhar as respostas)
- Gabaritos das questões
- Conclusão, com destaque para aspectos mais relevantes
- Lista de artigos da legislação e Súmulas do TST (relacionados ao
tema da aula)
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2 - Cronograma
O cronograma de nosso curso será o seguinte:
Aula 00 Apresentação do curso.
Trecho teórico demonstrativo sobre Jornada de Trabalho.
Princípios e fontes do Direito do Trabalho.
Aula 01
Direitos Constitucionais dos Trabalhadores.
(20/06)
Renúncia e transação.
Aula 02
Relações de trabalho e emprego; empregado e empregador.
(27/06)
Aula
extra Comentários à lei dos domésticos (LC 150/2015)
(04/07)
Aula 03
Contrato de trabalho.
(11/07)
Término do contrato de trabalho.
Aula 04
Aviso prévio.
(18/07)
Garantias provisórias de emprego.
Aula 05
Jornada de trabalho e descansos.
(25/07)
Aula 06
Remuneração e salário.
(01/08)
Aula 07 Férias.
(08/08) Prescrição e decadência.
Aula 08 Segurança e Medicina do Trabalho.
(15/08) Proteção ao trabalho do menor e da mulher.
Aula 09 Comissões de Conciliação Prévia.
(22/08) Direito Coletivo do Trabalho.
Aula 10
FGTS.
(29/08)
Aula 11 Sindicatos.
(05/09 Greve.
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3 - Desenvolvimento
Veremos nesta aula um dos assuntos mais exigidos em provas, que são
duração do trabalho, jornada de trabalho e descansos.
É um assunto que cai em muitas questões, além de ser extremamente
importante no dia a dia, pois gera inúmeras ações trabalhistas em curso nos
Tribunais do Trabalho.
da CLT:
CLT, art. 74 - O horário do trabalho constará de quadro, organizado
conforme modelo expedido pelo Ministro do Trabalho, Indústria e
Comercio, e afixado em lugar bem visível. Esse quadro será discriminativo
no caso de não ser o horário único para todos os empregados de uma
mesma seção ou turma.
Feitas as distinções, façamos agora uma análise aprofundada das regras
importantes para nossa preparação para concursos públicos.
08h00min 14h00min
Intervalo 2h
12h00min 18h00min
1
CLT, art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é
obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo,
de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder
de 2 (duas) horas.
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Fornecimento da condução
Em face das circunstâncias, quando o empregador fornece a condução pode-se
configurar a jornada in itinere.
Percebam que se o empregador fornece a condução, mas o local de trabalho é
servido por transporte público e não se enquadra como difícil acesso, não será
o caso de horas in itinere!
delas se configure.
Não há definição legal do que seja local de “difícil acesso”. Em geral locais de
trabalho nos centros urbanos não são de difícil acesso, enquanto no meio rural
tendem a ser de difícil acesso. Isto não é uma regra fixa, pois há que se
analisarem as reais condições do local.
Quanto à expressão “não servido por transporte público”, frise-se que se o
transporte regular for incompatível com os horários de início e término da
jornada dos empregados poderá configurar-se a jornada in itinere.
Caso haja transporte público regular, mas este não coincida com a jornada dos
empregados, isso é circunstância que também gera o direito às horas in itinere.
Para fazermos os demais comentários pertinentes sobre tempo in itinere,
vamos utilizar o recurso de perguntas e respostas:
Resposta: Sim.
Conforme entendimento do TST, havendo incompatibilidade entre os horários
de início e término da jornada do empregado e os do transporte público regular
é circunstância que também gera o direito às horas in itinere.
4- Considere a situação de um frigorífico, localizado a 20 km da área
urbana do município, em localidade rural (difícil acesso) servida por
transporte público regular apenas até a metade do caminho. Se o
empregador fornecer a condução, será o caso de horas in itinere?
Resposta: Sim, apenas em relação ao trecho não servido por transporte
público.
Vamos acrescentar essa hipótese no nosso quadro anterior:
2
MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários às Súmulas do TST. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2012, p. 340.
3 CLT, art. 244. As estradas de ferro poderão ter empregados extranumerários, de sobre-aviso e de
prontidão, para executarem serviços imprevistos ou para substituições de outros empregados que faltem à
escala organizada.
(...)
§ 2º Considera-se de "sobre-aviso" o empregado efetivo, que permanecer em sua própria casa, aguardando
a qualquer momento o chamado para o serviço. Cada escala de "sobre-aviso" será, no máximo, de vinte e
quatro horas, As horas de "sobre-aviso", para todos os efeitos, serão contadas à razão de 1/3 (um terço) do
salário normal.
Exemplo: uma empresa possui 100 (cem) empregados e tem apenas 2 (dois)
Registradores Eletrônicos de Ponto (REP) – o chamado “relógio ponto”,
onde os empregados registram as entradas e saídas.
Como não é possível que todos registrem simultaneamente o ponto (e a maioria
chega à empresa no mesmo horário), e considerando a prática jurisprudencial,
foi inserida na CLT regra que permite desconsiderar pequenas variações no
ponto do empregado, qual seja:
CLT, art. 58, § 1º Não serão descontadas nem computadas como jornada
extraordinária as variações de horário no registro de ponto não
excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez
minutos diários.
CARTÃO PONTO
Saída do Retorno do
Dia Entrada Saída
intervalo intervalo
(...)
(...)
pois tal organização do trabalho afeta seu ritmo biológico (os horários de sono
sempre variam) e prejudica sua inserção na sociedade (tem dificuldades para
freqüentar uma faculdade ou realizar cursos, por exemplo, visto que a
alternância de horários não lhe permite acompanhar as turmas).
Caso o empregado laborasse em turno fixo (somente de manhã, somente de
tarde ou somente de noite, sem alternância), não seria o caso de aplicabilidade
das regras atinentes ao turno ininterrupto de revezamento (TIR).
Seguindo adiante no assunto precisamos destacar outro aspecto relevante para
fins de prova: se a empresa parar de funcionar um dia por semana (aos
domingos, por exemplo) isto prejudica a tipificação do TIR?
4 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho.12 Ed. São Paulo: LTr, 2013, p. 930.
Resposta: Não. Parte da doutrina entende que isso seria necessário, mas o
TST já possui entendimento quanto ao fato de as interrupções da atividade
empresarial não descaracterizarem o regime de turno ininterrupto de
revezamento; vejamos o verbete relacionado ao tema:
OJ-SDI1-360 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. DOIS TURNOS.
HORÁRIO DIURNO E NOTURNO. CARACTERIZAÇÃO
Faz jus à jornada especial prevista no art. 7º, XIV, da CF/1988 o
trabalhador que exerce suas atividades em sistema de alternância de
turnos, ainda que em dois turnos de trabalho, que compreendam, no todo
ou em parte, o horário diurno e o noturno, pois submetido à alternância
de horário prejudicial à saúde, sendo irrelevante que a atividade da
empresa se desenvolva de forma ininterrupta.
Outra questão que pode ser exigida em provas: se o empregador concede um
intervalo intrajornada (15 minutos para lanche, por exemplo), isso
descaracteriza o regime de TIR?
Resposta: Não, visto que o termo “ininterrupto” se refere à alternância dos
turnos em si, e não impede que haja intervalo intrajornada (durante o turno)
para descanso dos empregados:
SUM-360 TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO. INTERVALOS
INTRAJORNADA E SEMANAL
A interrupção do trabalho destinada a repouso e alimentação, dentro de
cada turno, ou o intervalo para repouso semanal, não descaracteriza o
turno de revezamento com jornada de 6 (seis) horas previsto no art. 7º,
XIV, da CF/1988.
Corrobora o entendimento a posição do Ministro Godinho 5:
“(...) a ideia de falta de interrupção dos turnos centra-se na circunstância
de que eles se sucedem ao longo das semanas, quinzenas ou meses, de
modo a se encadearem para cobrir todas as fases da noite e do dia – não
tendo relação com o fracionamento interno de cada turno de trabalho.”
Este tema foi exigido no concurso de AFT 2009/2010:
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5
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 915.
Pelo disposto na CF/88 isto é possível, desde que pactuado por meio de
negociação coletiva:
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
Deste modo, é permitido que haja turnos de revezamento com jornadas de até
08 horas.
Caso não haja tal previsão na negociação coletiva as horas excedentes à 6ª
deverão ser remuneradas como extraordinárias.
Entretanto, se houver previsão no acordo ou convenção, as horas excedentes à
6ª (no caso, a 7ª e 8ª) não serão remuneradas como extra:
SUM-423 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. FIXAÇÃO DE
JORNADA DE TRABALHO MEDIANTE NEGOCIAÇÃO COLETIVA. VALIDADE.
Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por
meio de regular negociação coletiva, os empregados submetidos a turnos
ininterruptos de revezamento não tem direito ao pagamento da 7ª e 8ª
horas como extras.
No caso de empregado horista que labore em turnos ininterruptos de
revezamento, do mesmo modo caberá o pagamento da hora e seu respectivo
adicional caso a jornada seja prorrogada para além da sexta hora.
Este é o entendimento da do seguinte verbete do TST:
OJ-SDI1-275 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. HORISTA.
HORAS EXTRAS E ADICIONAL. DEVIDOS
Inexistindo instrumento coletivo fixando jornada diversa, o empregado
horista submetido a turno ininterrupto de revezamento faz jus ao
pagamento das horas extraordinárias laboradas além da 6ª, bem como ao
respectivo adicional. 06804918215
Jornada
Intervalo Descanso Início da jornada às
encerrada às
interjornada de semanal de 24 09h00min de
22h00min de
11 horas horas segunda
sábado
Observando nosso quadro, podemos ver que Jacinto somente poderia ter
iniciado seu labor na segunda-feira às 09h00min, e como começou antes não foi
respeitado o intervalo mínimo.
6
CARRION, Valentim. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. 37ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012,
p. 150-151.
Isto permite concluir que toda hora suplementar será remunerada com o
respectivo adicional?
A resposta é negativa.
No caso de regime de compensação de horas haverá a prestação de labor
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além da jornada padrão mas, como as horas serão compensadas, não será
devido o respectivo adicional.
Nesta linha, segue o ensinamento do Ministro Godinho7, citando Amauri
Mascaro Nascimento:
“A noção de jornada extraordinária não se estabelece em função da
remuneração suplementar à do trabalho normal (isto é, pelo pagamento
do adicional de horas extras). Estabelece-se em face da ultrapassagem da
fronteira normal da jornada. A remuneração do adicional é apenas um
efeito comum da sobrejornada, mas não seu elemento componente
necessário.”
7
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 936.
Compensação de jornada
Acordo de prorrogação de
Banco de horas
jornada
módulo semanal
CARTÃO PONTO
Saída do Retorno do
Dia Entrada Saída
intervalo intervalo
Sábado - - - -
Domingo - - - -
60 da CLT.
Segundo o inciso III, caso tenha sido feito acordo verbal para compensação e o
empregado laborou, por exemplo, 8h48min horas por dia, a descaracterização
da compensação não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à
jornada normal diária.
Isto porque o salário do empregado já inclui todas as horas trabalhadas, e, por
isso, a descaracterização do acordo de compensação implicará no pagamento
apenas do respectivo adicional.
Exemplo: o empregado trabalhou 8h48min de segunda a sexta conforme
acordo verbal. Como é inválido e ele já recebeu o valor das horas trabalhadas,
a descaracterização da compensação implicará no pagamento de adicional de
50% sobre 48 minutos diários.
Banco de horas
Outra possibilidade de compensação de jornada é o banco de horas, na qual a
compensação extrapola o período de uma semana.
Para que haja banco de horas (período máximo de um ano) é necessária
previsão em negociação coletiva de trabalho.
O banco de hora atende ao jus variandi do empregador, que exigirá mais labor
(hora extras) quando haja maior demanda do mercado e, ao revés, quando a
produção ficar em ritmo mais lento, poderá dispensar o empregado de alguns
dias de trabalho para compensar as horas positivas do banco, tudo isso sem
pagamento de horas extraordinárias.
A previsão legal é a seguinte:
CLT, art. 59, § 2º Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por
força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em
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Compensação 12 x 36 horas
Destacamos esta possibilidade em tópico específico tendo em vista a edição da
Súmula 444 em setembro de 2012.
Em algumas profissões é comum se estabelecer organização de escalas de 12
horas de trabalho seguidas de 36 horas de descanso.
4 – Questões comentadas
4.1 – Jornada de trabalho normal
1. FCC/TRT23 – Técnico Judiciário – Área Administrativa –
2016
De acordo com o artigo 58, caput, da Consolidação das Leis do Trabalho
“a duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer
atividade privada, não excederá de oito horas diárias, desde que não seja
fixado expressamente outro limite”. Segundo entendimento Sumulado do
TST, para estes empregados quando sujeitos a 40 horas semanais de
trabalho, para o cálculo do valor do salário-hora aplica-se o divisor
(A) 200.
(B) 220.
(C) 176.
(D) 160.
(E) 170.
Comentários
Gabarito (A), nos termos da SUM-431 do TST:
SUM-431
Para os empregados a que alude o art. 58, caput, da CLT, quando sujeitos
a 40 horas semanais de trabalho, aplica-se o divisor 200 (duzentos)
para o cálculo do valor do salário-hora.
Para quem desejar conhecer a lógica matemática por trás dessa súmula, note o
seguinte: sendo o módulo semanal de 40 horas, respeitado um dia de descanso
semanal, restam 6 dias por semana para o trabalho; dividindo-se 40 por 6,
temos 6,66h/dia.
6,66h/dia = 6h + 0,66h = 6h + 2/3h = 6h + 40min = 6h40min
Multiplicando 6h40min por 30 dias = 200h (este é o divisor do salário).
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Além desse divisor, temos o de 220 (para aqueles que laboram 44 horas
semanais) e os divisores dos bancários (detalhados na súmula 124 do TST).
Compensação de jornada
Acordo de prorrogação de
Banco de horas
jornada
e na SUM-90 do TST.
A alternativa (A) está incorreta, já que não há previsão para redução
unilateral da jornada de trabalho.
A alternativa (B) está incorreta, já que, por exemplo, no caso de jornada de
trabalho noturna, haverá, por força da CF e da CLT, o pagamento de um
adicional. Caso os trabalhadores noturnos tenham a mesma função dos diurnos,
eles irão receber a mais que estes.
A alternativa (C) está incorreta. É possível haver compensação de jornada e
esta extrapolar as 8 horas diárias. É possível, também, no caso dos
empregados citados no art. 62 da CLT (desempenham atividade externa e
gerentes), que a jornada extrapole as 8 horas diárias, mas, como não é
mensurada, nem se registre isto. É possível, em alguns casos, a jornada de 12
Comentários
Gabarito (D), visto que a CLT permite que haja um controle diferenciado para
as microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP):
CLT, art.58, § 3º Poderão ser fixados, para as microempresas e empresas
de pequeno porte, por meio de acordo ou convenção coletiva, em caso de
transporte fornecido pelo empregador, em local de difícil acesso ou não
servido por transporte público, o tempo médio despendido pelo
empregado, bem como a forma e a natureza da remuneração.
A alternativa A está incorreta porque, como não é possível que todos
registrem simultaneamente o ponto (e a maioria chega à empresa no mesmo
horário), e considerando a prática jurisprudencial, foi inserida na CLT regra que
permite desconsiderar pequenas variações no ponto do empregado, qual seja:
CLT, art. 58, § 1º Não serão descontadas nem computadas como jornada
extraordinária as variações de horário no registro de ponto não
excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez
minutos diários.
Portanto, as variações dentro deste limite não são consideradas jornada
extraordinária, ao contrário do que diz a questão.
Por sua vez, a alternativa B está incorreta porque ignorou a exceção prevista
no final do §2º abaixo, que trata justamente do tempo in itinere:
CLT, art. 58, § 2º O tempo despendido pelo empregado até o local de
trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será
computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de
difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador
fornecer a condução.
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8
Além do encargo de gestão a CLT também exige a percepção de gratificação de função não inferior
a 40%, como estudado anteriormente.
minutos:
Por fim, a letra E peca ao citar os limites do horário noturno para o trabalhador
urbano, já que este é, na verdade, das 22 hs às 05 hs do dia seguinte.
(A) A hora do trabalho noturno para o trabalho realizado nas cidades será
computada como de 50 minutos.
(B) As variações de horário no registro de ponto não excedentes de dez
minutos, observado o limite máximo de quinze minutos diários, não serão
descontadas nem computadas como jornada extraordinária.
(C) O intervalo mínimo para refeição e descanso será de dez minutos
quando o trabalho for executado entre duas horas e até seis horas diárias.
(D) O horário noturno para o trabalhador urbano é aquele executado
entre as vinte e quatro horas de um dia e seis horas do dia seguinte.
(E) A duração normal do trabalho é de oito horas diárias e quarenta e
quatro semanais, facultada a compensação e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.
Comentários
Gabarito (E). A alternativa trata da hora ficta noturna, que é de 52º30’, de
acordo com a previsão celetista:
CLT, art. 73, § 1º A hora do trabalho noturno será computada como de
52 minutos e 30 segundos.
O adicional mínimo de hora noturna (para urbanos) é de 20%, sendo esta das
22h00min às 05h00min:
CLT, art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal 9, o
trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse
efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento),
pelo menos, sobre a hora diurna.
9
Restrição não recepcionada pela CF/88.
jornada.
(B) não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária
as variações de horário no registro de ponto não excedentes de dez
minutos, observado o limite máximo de quinze minutos diários.
(C) entre duas jornadas de trabalho diário haverá um período mínimo de
onze horas consecutivas para descanso, além de um descanso semanal
10
CLT, art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda
a vinte e cinco horas semanais.
11
Tal restrição ao alcance do direito ao adicional noturno não foi recepcionada pela Constituição
Federal.
12
Para os rurais o adicional é de 25%, conforme previsto na Lei do Trabalho Rural (Lei 5.889/73).
CLT, art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo [Da
Duração do Trabalho]:
I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a
fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na
Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados;
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão,
aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores
e chefes de departamento ou filial13.
O mencionado capítulo da CLT (Capítulo II - Da Duração do Trabalho) trata da
jornada de trabalho, descanso, intrajornada, descanso interjornadas e trabalho
noturno.
As incorreções das alternativas (D) e (E) são comentadas abaixo.
Na CLT estipulou-se o percentual mínimo de 20% para o adicional noturno, e
para os rurícolas a Lei 5.889/73 (Lei do Trabalho Rural) estipulou o percentual
de 25%.
Quanto aos horários, de fato as regras para o rural também são diferentes.
Abaixo um esquema que consolida as previsões normativas:
13
Além do encargo de gestão a CLT também exige a percepção de gratificação de função não inferior
a 40%, como estudado anteriormente.
in itinere:
Local de trabalho é de difícil acesso ou
não servido por transporte público
e Horas in itinere
A primeira condição não foi atendida, pois o enunciado mencionou que havia
condução do empregador "embora pudesse utilizar transporte público coletivo
para fazer o trajeto, diante da proximidade da empresa e de sua casa do ponto
de ônibus”.
(B) de horas extras equivale a vinte e cinco por cento sobre o valor da
hora normal, de acordo com a Constituição Federal.
(C) de horas extras incorpora-se ao salário após um ano de pagamento
habitual, de acordo com a Constituição Federal.
(D) noturno equivale a cinquenta por cento, pelo menos, sobre o valor da
hora diurna.
(E) noturno equivale a vinte por cento, pelo menos, sobre o valor da hora
diurna.
Comentários
Gabarito (E), sendo este percentual definido pela CLT:
CLT, art. 73. (...), o trabalho noturno terá remuneração superior a do
diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20%
(vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.
A Lei do Trabalho Rural estipulou adicional mínimo de 25% para os rurícolas,
mas a questão não entrou neste mérito.
Não há obrigatoriedade de
Igual ou inferior a 04 horas concessão de intervalo
intrajornada
abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias
correspondentes.
(B) terá direito a 16 dias de férias, sendo que, se tiver mais de sete faltas
injustificadas durante o período aquisitivo, terá o período de férias
reduzido à metade.
(C) poderá prestar no máximo 5 horas extras por semana, em razão do
regime de contratação a tempo parcial.
(D) terá direito ao adicional de periculosidade, em percentual inferior ao
legal e proporcional ao tempo de exposição ao risco, desde que tal
condição conste do acordo coletivo de trabalho que autorizou a
contratação a tempo parcial.
Comentários
Gabarito (D). Questão praticamente idêntica a uma da ESAF, de 2003,
aplicada na prova de AUDITOR FISCAL DO TRABALHO_MTE.
A alternativa D está correta, conforme art. 59 da CLT:
CLT, art. 59 - A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas
suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante
acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato
coletivo de trabalho.
§ 1º - Do acordo ou do contrato coletivo de trabalho deverá constar,
obrigatoriamente, a importância da remuneração da hora suplementar,
que será, pelo menos, 20% (vinte por cento) [50%] superior à da hora
normal.
As alternativas A, B e C estão incorretas, porque as normas de limitação de
jornada e descansos não podem ser alteradas livremente (são normas de
ordem pública): a CF/88 estabeleceu o limite de jornada, que não pode ser
ampliado nem mesmo por negociação coletiva.
CF,88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
A alternativa E está incorreta porque, se a lei estabelece que a hora
extraordinária seja remunerada, não se permite que o empregado renuncie ao
valor (princípio da indisponibilidade).
Acordo de prorrogação de
Banco de horas
jornada
Comentários
Gabarito (A). A questão cobra posicionamentos do TST acerca da realização
de horas extras, intervalos e duração do trabalho.
As horas extras habitualmente prestadas incorporam-se sim à gratificação
natalina (Súmula 45) e ao DSR (Súmula 172). Vejamos:
SUM-172 REPOUSO REMUNERADO. HORAS EXTRAS. CÁLCULO
Computam-se no cálculo do repouso remunerado as horas extras
habitualmente prestadas.
adicional.
Já para a letra (C), devemos lembrar que é considerado tempo à disposição do
empregador a concessão de intervalo não previsto em lei como, por exemplo,
um intervalo para lanche de 15 minutos aos que laboram 8 horas por dia.
Neste período o empregador não trabalha, mas como o intervalo foi concedido
pelo empregador sem previsão em lei, é um tempo considerado à disposição do
empregador. Assim sendo, ele é considerado na jornada e também considerado
como serviço extraordinário, caso a jornada do dia extrapole a jornada legal.
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Lei que institui a Gratificação de Natal para os Trabalhadores.
2013
À luz da jurisprudência do TST a respeito da jornada de trabalho, assinale
a opção correta.
(A) Ao empregado que labore, habitualmente, por seis horas durante o
dia é garantido o direito de gozo de intervalo intrajornada mínimo de uma
hora.
(B) A jornada de trabalho em escala de doze horas de trabalho por trinta
e seis horas de descanso excepcionalmente descrita em norma coletiva é
inválida, devendo ao empregado ser pago adicional de horas extras
relativo à décima primeira e à décima segunda hora de trabalho.
Portanto, como a empregada levava mais do que 10 minutos por dia no trajeto
portaria-posto de trabalho, este tempo deve ser considerado como à disposição
do empregador.
Maria Marta é empregada do hotel fazenda “Vale das Águas Claras”, hotel
este localizado em área urbana. Maria Marta exerce a função de
cozinheira e, sendo assim, todo dia se desloca a pé da portaria do hotel
até a cozinha que fica no final do terreno. Neste trajeto, Maria Marta
demora diariamente cerca de quinze minutos. Neste caso, de acordo com
o entendimento sumulado do Tribunal Superior do Trabalho, o tempo
necessário ao deslocamento de Maria Marta entre a portaria do hotel e o
local de trabalho
(A) só será considerado tempo à disposição do empregador se ultrapassar
trinta minutos.
(B) não se considera à disposição do empregador, em nenhuma hipótese.
(C) só será considerado tempo à disposição do empregador se ultrapassar
vinte minutos.
(D) considera-se à disposição do empregador uma vez que ultrapassou
dez minutos.
(E) considera-se à disposição do empregador em qualquer hipótese.
06804918215
6 – Gabarito
Questão 01 – A Questão 02 – B Questão 03 – C Questão 04 – E
7 – Conclusão
Bem, pessoal,
CLT
Art. 248 - Entre as horas 0 (zero) e 24 (vinte e quatro) de cada dia civil, o
tripulante poderá ser conservado em seu posto durante 8 (oito) horas,
quer de modo contínuo, quer de modo intermitente.
§ 1º - A exigência do serviço contínuo ou intermitente ficará a critério do
comandante e, neste último caso, nunca por período menor que 1 (uma)
hora.
06804918215
06804918215
Legislação específica
Lei 605/1949, art. 1º Todo empregado tem direito ao repouso semanal
remunerado de vinte e quatro horas consecutivas, preferentemente aos
domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos
feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local.
TST
SUM-14 CULPA RECÍPROCA
Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art.
484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinqüenta por cento) do
valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias
proporcionais.
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06804918215
profissional.
OJ-SDC-30 ESTABILIDADE DA GESTANTE. RENÚNCIA OU TRANSAÇÃO DE
DIREITOS CONSTITUCIONAIS. IMPOSSIBILIDADE
Nos termos do art. 10, II, "b", do ADCT, a proteção à maternidade foi
erigida à hierarquia constitucional, pois retirou do âmbito do direito
potestativo do empregador a possibilidade de despedir arbitrariamente a
empregada em estado gravídico. Portanto, a teor do artigo 9º da CLT,
torna-se nula de pleno direito a cláusula que estabelece a possibilidade de
renúncia ou transação, pela gestante, das garantias referentes à
manutenção do emprego e salário.