Sobre Acai
Sobre Acai
Sobre Acai
JULHO – 2006
ii
JULHO – 2006
iii
DEDICATÓRIA
Dedico
vi
AGRADECIMENTOS
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
ABSTRACT
This research was developed in Amapá State areas of natural ocurrence of ‘açaí’ palm trees
(Euterpe oleracea, Mart.) in order to study the relationships between soil physical and
chemical properties and fruit quality-yield. Soil samples were collected in the layers of 0-
10; 10-20; 20-30; 30-40 and 40-50 cm depth in areas of the following municipalities, soil
position and geographic coordinates: Macapá, “Terra Firme”, 00º 07’ 03’’N, 51º 08’ 47’’
W; Mazagão, Lowland, 00º 02’ 33’’ S, 51º 15’ 24’’ W; and Amaparí, Hillslope, 00º 47’
50’’ N, 51º 57’ 38’’ W, with soil textural classes of sandy clay loam, clay, and silty clay
loam, respectively. Soil pH values of Hillslope and “Terra Firme” soils were classified as
slightly acidic while the mean pH of Lowland soils was 5.6. Soil organic matter contents
were higher in “Terra Firme” as compared to Hillslope soils and slightly superior to the
Lowland soils. Sum of bases (SB) values were high in the Lowland due to the high levels
of exchangeable calcium and magnesium, while Terra Firme soils showed high values of
aluminum saturation compared to the other areas. Cation exchange capacity (CEC) values
followed the trend: Lowland > “Terra Firme” > Hillslope. Lowland soils had the highest
‘açaí’ palm tree production with greater number of tillers (8.112 units/ha on average), tree
mean diameter of 15.5 cm, annual average yield of 7.4 kg tree-1, and pulp/fruit yield of 25
%. Pulp pH values in the Lowland soils (5.2) was higher than in the plants growing in the
two other soils: Hillslope (4.8) and “Terra Firme” (4.9), while for pulp ºBrix values the
three sites had similar values (3.0-3.1). Sensorial analysis results indicated acceptance
averages for ‘açaí’ pulp (84 % water diluted) from the three sites: “Terra Firme”, 83.3 %;
Lowland, 87.8 %, and Hillslope, 76.9 %. Organoleptic properties of ‘açaí’ pulp with the
higher acceptance (Lowland areas) had the influence of higher values of the following soil
properties: pH, CTC, SB, and base saturation (V) and lower values of aluminum saturation,
which indicates a better condition in soil fertility, higher soil microporosity and water
retention in Lowland soils.
1
1. INTRODUÇÃO
Pouco Húmico, em cuja função destaca-se a várzea alta, várzea baixa e o igapó, cada um
com suas características próprias e, em todos ocorre a presença de variadas concentrações
do açaizeiro (Euterpe oleracea, Mart.).
A região amazônica é detentora da maior biodiversidade do planeta Terra, e no
aspecto vegetal destaca-se ainda mais pela riqueza de sua flora, com palmáceas altamente
promissoras, entre elas o açaizeiro, que ornamenta a floresta tropical e a polpa de seu fruto
(conhecido por açaí), serve de subsistência aos seus habitantes desde os primórdios.
A área de dispersão natural do açaí faz parte da planície amazônica, a qual
representa um dos mais vastos depósitos aluviais do mundo, originando-se dos sedimentos
que remontam desde o período Pós-Cambriano, até a atualidade. Com o aumento do
consumo de açaí “polpa do fruto do açaizeiro” nas áreas urbanas das cidades da Amazônia
e, particularmente, pelo seu uso, através da regionalização da merenda escolar nos estados
da região, o fruto exigiu especial atenção pelo universo acadêmico de pesquisa, para dar
maior segurança ao consumo e um melhor controle de qualidade do produto
(CALZAVARA, 1972).
Para Magno (1997), existe uma crescente devastação nas áreas exploradas pelos
palmiteiros que de forma indiscriminada, cortam as palmeiras, empobrecendo mais ainda os
habitantes ribeirinhos. Entretanto, o crescente hábito de consumo do suco de açaí sob várias
formas em outras regiões do país, como também a difusão e industrialização do fruto, com
aproveitamento do subproduto, passaram a representar uma forma alternativa para evitar a
agressão aos ecossistemas, valorizando as propriedades com açaizais, estimulando inclusive
sua manutenção, controle e até cultivo, melhorando as condições de vida do homem do
interior.
Por outro lado, existe a necessidade de estudos e pesquisas sobre suas áreas de
ocorrências, considerando-se o relevo, o clima, a vegetação de entorno, os índices
pluviométricos e o solo com suas características físicas e químicas. De acordo com
Calzavara (1987) as diversas áreas de ocorrência dos açaizais na floresta amazônica têm
contribuído para a apresentação de frutos com características organolépticas e rendimentos
diferentes. Nesse sentido busca-se através desta pesquisa avaliar as relações entre as
características físicas e químicas dos solos dos locais de ocorrência, com o rendimento e
qualidade dos frutos do açaizeiro nativo no Estado do Amapá.
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2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Histórico
dispersão, que pode ser semente ou rebento, chegando até 25 perfilhos por touceira, em
diferentes estágios de crescimento, variando em função das condições ambientais. Possui
um caule delgado que pode atingir de 25 a 30 metros de altura, sustentando no ápice um
capitel de 12 a 14 folhas pinadas. As longas bainhas foliares, superpostas formam uma
região colunar de cor verde oliva no extremo do estipe. De acordo com Cavalcante (1988),
a inflorescência, em forma de espádice, originalmente envolvida pela bainha, desenvolve-
se, após a queda da folha, um pouco abaixo da região colunar; possui fruto liso não
escamoso, de cor violácea quando maduro.
O açaizeiro é segundo Calzavara (1972), uma palmeira autóctone do Estuário
Amazônico, sendo deste modo, uma espécie tipicamente tropical encontrada em estado
silvestre e fazendo parte do conjunto florístico das matas de terra firme, várzea e igapó. A
espécie está disseminada pela região do estuário Amazônico. Atinge o Baixo Amazonas, o
Maranhão, o Tocantins, o Pará, o Mato Grosso, o Piauí, o Pernambuco e a Bahia,
prolongando-se pelo Amapá e alcançando as Guianas e Venezuela.
Este fruto é espontâneo e abundante na parte oriental da hiléia do litoral Atlântico a
Óbidos ao norte, e até aos arredores de Parintins, ao sul do grande rio. É vegetação
predominante ao longo dos igarapés, terrenos de baixadas e áreas cuja umidade é
permanente. Para Cavalcante (1988) o açaizeiro pode ser encontrado algumas vezes, em
formações quase puras ocupando, ao lado do buriti (Mauritia flexuosa), o primeiro lugar na
fisionomia da paisagem.
2.3. Variedades
b) Açaí branco é assim denominado por produzir frutos cuja polpa, quando
madura se apresenta de coloração verde escuro brilhante, fornecendo um
suco de cor creme claro. Esta variedade é de consumo limitado, talvez
motivado pela diferença de coloração do suco, como também pela
dificuldade de ser encontrada no mercado, passando a ser de utilização
bastante restrita.
2.4. Clima
que, na região Amazônica situa-se entre os meses de junho a novembro. Desde que não
falte água no solo a radiação solar representa um dos fatores mais importantes na produção
de frutos.
O açaizeiro comporta-se de maneira diferente das outras frutíferas da região, que
florescem após um choque climático, de chuva e seca. Na realidade não existe um fator
determinante conhecido para a frutificação. Cada região no estuário amazônico apresenta
períodos distintos de frutificação no decorrer do ano. Isso se explica pela diversidade dos
ambientes amazônicos. A estação de produção depende das condições ecológicas, das
influências climáticas, em particular da energia luminosa. A produção é mais ligada à
insolação do que com outros fatores. O açaizeiro é heliófilo, assim cada vez que se encontre
em meio aberto, seu crescimento é mais acelerado (POULET, 1997).
2.5. Propagação
pequenos besouros, que brocam o fruto na planta e no solo. O açaizeiro do tipo branco é
mais suscetível ao ataque dessas pragas (NOGUEIRA, 1995).
Com relação a moléstias, constataram-se apenas casos esporádicos do conhecido "mal
das folhas curtas", provocando o enfraquecimento da planta (atrofia) nas folhas novas,
prejudicando o seu crescimento (CALZAVARA, 1987).
2.8. Importância
2.9.1. O fruto
2.9.2. O estipe
2.9.3. A copa
2.9.4. As inflorescências
São utilizadas para a confecção de vassouras. Após sua decomposição podem ser
utilizadas como adubo orgânico juntamente com outras partes da planta. Os detalhes da
floração e frutificação de açaizeiros, apresentando cachos em várias fases de maturação.
2.9.5. Raízes
A colheita dos frutos para o suco e o corte para obtenção do palmito constituem
processos econômicos e socioculturais diferentes. Entre todas as utilizações citadas do
açaí, a bebida convencional ou vinho de açaí e o palmito merecem destaque, pela sua
importância econômica na região ou pelo amplo consumo pela população. Segundo Miller
(1995) citado por Poulet (1997), tradicionalmente as populações rurais das ilhas –
ribeirinhos, colhem as frutas para alimentação, venda ou troca. Inserem-se na economia
regional através desta atividade, visando obter um valor monetário para melhorar a renda e
assegurar as condições de subsistência dentro do ecossistema. No estuário amazônico do
Pará e Amapá o suco do açaí é o segundo alimento mais consumido após a farinha de
mandioca.
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Santos et al. (1996) citado por Poulet (1997), afirma que uma das causas geradoras
da dificuldade para a expansão do consumo do açaí, principalmente no mercado externo, é
o fato de ser um alimento altamente perecível, pois o produto é consumido nas cidades do
Sudeste do Brasil, como Rio de Janeiro e São Paulo, porém exportado sob forma de polpa
ou suco congelado e consumido como sorvete ou como componente de um coquetel de
suco de frutas. As benfeitorias para a saúde deste produto natural oriundo da floresta
amazônica são mostradas para incentivar seu consumo.
16
destacados, uma vez que definem as características de regime estacional de suas áreas, que
são: precipitação anual de chuvas variando de 1.000 a 3.600 mm, tendo a estação chuvosa
a duração de 5 a 6 meses e a duração do período seco sendo os demais meses do ano.
A vegetação que recobre a Amazônia é bastante diversificada, variando de floresta
equatorial perenifólia (úmida) até cerrado e campo. Grande parte da floresta amazônica
(“Hiléia”) apresenta aspecto luxuriante, dando a impressão de que a fertilidade natural do
solo é alta, no entanto, o que ocorre é um equilíbrio biofísico-químico: solo-floresta-solo,
onde as plantas vivem praticamente realizando ciclagem de nutrientes. O ciclo de
nutrientes entre a floresta e o solo é fechado e contínuo, com maior parte dos nutrientes
localizados na própria biomassa (FALESI et al., 1980; DEMATTÊ, 1988).
A Amazônia possui uma unidade fitofisionômica que é representada na realidade
por uma diversidade ambiental, na qual cabe papel importante, as variações climáticas
dessa região. Para melhor compreensão Pires (1973) identificou as diferentes categorias de
microambientes da Amazônia, separadas em: floresta pluvial ou hiléia; campinaranas;
cerrado; floresta de transição; e campos naturais de várzeas. A heterogeneidade de
condições ambientais é um elemento que deve ser levado em conta, especialmente na
pesquisa, uma vez que essa característica vai influir nas possibilidades de extrapolação de
resultados da pesquisa, para áreas de influências climáticas e edáficas diferentes. Um dos
fatores que também caracterizam a heterogeneidade da região é a altimetria.
O açaizeiro desenvolve-se bem em uma variedade de solos, desde o de textura
bastante argilosa encontrado nas várzeas altas do estuário do rio Amazonas até aquela
areno-argilosa das áreas de terra firme. De modo geral, o pH dessas áreas situa-se entre 4,5
e 6,5 e o crescimento da planta são favorecidos pela existência de altos teores de matéria
orgânica. Embora essa espécie ocorra naturalmente em várzeas e igapós do estuário do rio
amazonas, o cultivo econômico do açaí deve evitar as áreas pantanosas, permanentemente
alagadas onde não ocorra a renovação constante da água, assim como as áreas muito
arenosas com baixa capacidade de retenção de água . As áreas ribeirinhas, citadas
anteriormente, são mais apropriadas ao seu cultivo, pois estão sujeitas a um regime de
marés diárias, que renova a água de inundações (NOGUEIRA, 1995).
Os solos de várzeas são formados por sedimentos recentes, pouco acima do nível das
águas, periodicamente inundados, e terraços pleistocênicos, um pouco mais antigos,
formados em períodos nos quais o nível dos rios esteve alguns metros acima do nível atual.
Estes solos são aqueles encontrados nas planícies adjacentes aos rios, onde se
19
DISTRÓFICOS Km2 %
EUTRÓFICOS
LATOSSOLO 6.280 0,12
ARGISSOLO 202.510 3,94
PLINTOSSOLO 17.610 0,34
GLEISSOLO 270.400 5,27
* Os 8,72% restantes são formados por outras classes de solos: ESPODOSSOLO
Distrófico, e, solos Eutróficos como: NITOSSOLO, CAMBISSOLO; ainda NEOSSOLO
LITÓLICO (Distróficos e Eutróficos) e outros. Fonte: IBGE/SUDAM (1990)
manejo desses solos. Em função da baixa fertilidade e acidez elevada, estes solos tornam-se
exigentes em corretivos e adubos químicos e orgânicos.
22
3. MATERIAL E MÉTODOS
O Estado do Amapá fica situado no extremo norte do Brasil, possui uma área de
143.453,7 km² e, é uma das Unidades Federativas mais recentes do País. Faz fronteira ao
norte com a Guiana Francesa e República Independente de Suriname, a leste com o Oceano
Atlântico e ao sul e oeste com o Estado do Pará. Sua população foi estimada no ano de 2005
em 560.000 habitantes.
Geologicamente de acordo com Rodrigues (1996) a maior parte das áreas do Estado
do Amapá tem sua origem no período Arqueano, enquanto seu litoral flúvio-marinho
provém do período Quaternário Holoceno, Pré-cambriano Inferior e Pleistoceno. Em seu
relevo destacam-se as áreas de depressões, seguidas das planícies das regiões litorâneas e
fluviais das margens do rio amazonas e na parte setentrional algumas áreas de planaltos
rebaixados e altos planaltos.
Os solos predominantes do Estado são o LATOSSOLO VERMELHO AMARELO
e ARGISSOLO VERMELHO AMARELO, ambos Distróficos, tendo ainda parte do litoral
que é banhado pelo Oceano Atlântico e foz do rio amazonas solos da classe
PLINTOSSOLOS Distróficos com pequenas áreas de NITOSSOLO VERMELHO
Eutrófico (CALZAVARA, 1972).
As áreas selecionadas para a realização desta pesquisa possuem grandes açaizais
nativos e se localizaram nos municípios de: a) Pedra Branca do Amaparí, coleta do solo de
área de encosta na mata, micro região do rio amaparí com coordenadas de 00º 47’ 50’’ N de
latitude e 51º 57’ 38’’ W de longitude. b) Macapá, área de coleta de amostras de solos de
terra firme, micro região de Ponta dos Gatos (rio matapí), cujas coordenadas geográficas
foram: 00º 07’ 03’’N de latitude e 51º 08’ 47’’ W de longitude. c) Município de Mazagão,
área de coleta das amostras do solo de várzea, localizada na microrregião do rio
anauerapucú, ramal do Totóia, com coordenadas de 00º 02’ 33’’ S de latitude e 51º 15’’
24’’ W de longitude. Os locais onde foram coletadas as amostras para as análises estão
localizados nos pontos identificados como: (a); (b) e (c) no Estado do Amapá, (Figura 5).
23
(a)
(b)
(c)
FONTE: IBGE, 2000.
Figura 5. Localização Geográfica da área no Estado do Amapá, sendo as áreas; (a) Encosta,
(b) Terra firme e (c) Várzea.
Pedra Branca do Amaparí (local de coleta das amostras de encosta) classe “Am”,
caracterizada por clima tropical, com precipitação média anual igual ou superior a
2.000mm, com estação seca de 1 a 2 meses de duração e precipitação pluviométrica inferior
a 60mm.
Estão localizadas nas bases das montanhas dentro das matas virgens, onde se
formam na maioria das vezes as nascentes dos igarapés, conhecido na região como
cabeceiras de grotas. Normalmente, encontra-se na área bastante material em decomposição
retido em suas raízes, assim como, nos troncos de outras espécies que compõem a flora da
área, com árvores de pequeno, médio e grande porte. A grande camada de folhas e outros
materiais em decomposição chegam a variar de 10 a 40 cm de profundidade, antes de
atingir o horizonte A do solo, onde a presença de material Húmico é muito significativa nos
LATOSSOLOS AMARELO. Geralmente nestas áreas, o PLINTOSSOLO está na parte
mais elevada da montanha, afastada da área de onde predominam os açaizais.
Na figura 6 é mostrada a localização geográfica de coleta de solo da área de encosta,
no piemonte da Serra do Curunuri, no município de Pedra Branca do Amaparí.
00º 0’ 0’’
52º
A denominação áreas de terra firme que foi uma das fontes de material para análises,
constitui as superfícies morfologicamente distintas das áreas não inundáveis pelas marés na
região, onde predominam planícies sedimentares do Pleistoceno e Holoceno e são
encontrados com maior expressão pedogenética os grupos de LATOSSOLO AMARELO
seguido pelos solos Concrecionários.
A textura mais encontrada é a franco argilo arenosa, com baixa potencialidade em
elementos químicos, como bases trocáveis, fósforo assimilável e, na maioria das vezes
baixo índice de saturação. Convém destacar que enquanto a área possui a cobertura vegetal
original, vegetação tropical amazônica, identifica-se o horizonte A com teores médios de
carbono e às vezes nitrogênio, dando por conseguintes teores médios e em alguns casos até
alto de matéria orgânica, como os LATOSSOLOS AMARELOS, com ocorrência de
açaizais nativos e preferidos aos apanhadores do fruto açaí, pelo menor risco de animais
peçonhentos e maior facilidade de colheita. As áreas compreendidas entre o rio Matapí e a
BR–156, são áreas de terra firme, (Figura 7).
51º
Matapí
51º30’ 51º
0º0’0’’
Foram definidas 3 áreas, sendo uma área de várzea, uma área de terra firme e uma
área de encosta na mata; medindo 1 ha cada área de amostragem. Em cada local, foram
realizadas as coletas de amostras de solo e realizadas as determinações das plantas em
condições de campo, considerando as mesmas características de solo, relevo e vegetação.
As áreas foram localizadas geograficamente através das coordenadas (latitude e longitude),
determinadas com o uso de GPS (Sistema de Posicionamento Global), marca GARMIN,
modelo 72 “Personal Navigator”.
Nas áreas referidas (várzea, terra firme e encosta), foram definidos 4 pontos, para
coleta de 5 amostras de solo de cada ponto, eqüidistantes aproximadamente 25 metros, num
total de 20 amostras de cada área em estudo, nas profundidades de 0 – 10; 10 – 20; 20 – 30;
30 – 40 e 40 – 50cm, (Figura 9).
1 2 3 4
0cm
11 21 31 41
10cm
12 22 32 42
13 23 33 43 20cm
30cm
14 24 34 44
40cm
15 25 35 45
50cm
Nas áreas selecionadas para a pesquisa, em cada local (encosta, terra firme e várzea),
foi demarcada área de 25 x 25m, onde foram procedidas as seguintes medições: quantidade
de plantas por touceira da palmeira açaí; altura de plantas, diâmetro médio de caule e
frutificação. Após as medições os valores foram extrapolados para 1ha.
Da polpa extraída dos frutos das áreas de pesquisa, após diluição (84% com água
mineral), foram realizadas as determinações de pH, com calibrações feitas com soluções
tampões de pH 7,0 e 4,0 com as respectivas correções de temperatura dos padrões para as
amostras, realizadas em potenciômetro digital Marca DIGIMED Mod DM 2 e o Grau Brix
(sólidos solúveis) em refratômetro Marca Mundi Mod M 18, de acordo com as orientações
e normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz (2005), nos laboratórios do LACEN -
Laboratório Central do Governo do Estado do Amapá.
Nos testes de aceitação da bebida da polpa do açaí, foi utilizada a ficha modelo,
conforme Moraes (1993), adaptada de Amerine et al. (1965) que utiliza escala hedônica de
nove pontos ancorados em seus extremos pelos termos gostei muitíssimo, com peso 9 e
desgostei muitíssimo com peso 1, e nos cálculos da Aceitação foi utilizada a equação:
A = M/9 x 100
onde: A = % de aceitação; M = média das notas e 9 = valor máximo.
TESTE DE ACEITAÇÃO
Nome : Idade :
Produto : Data :
Você está recebendo uma amostra, prove-o e assinale com um (X) a escolha de sua
preferência.
( ) Gostei muitíssimo
( ) Gostei muito
( ) Gostei moderadamente
( ) Gostei pouco
( ) Indiferente
( ) Desgostei pouco
( ) Desgostei moderadamente
( ) Desgostei muito
( ) Desgostei muitíssimo
Os cálculos estatísticos dos resultados das análises físicas e de fertilidade dos solos
das áreas em estudo foram realizados de duas maneiras, pois as amostras coletadas foram
de áreas nativas, sem aplicação de qualquer tipo de produto: a/ Utilizando o Modelo Linear
Generalizado do Ki2, através da correlação canônica para identificar as médias que
diferiram ou não, na probabilidade de 5% tanto nas colunas como nas linhas. b/ Aplicando a
teoria espectral de análise dos componentes principais através da MANOVA. Procedimento
que testa a igualdade de vetores através da médias de mais de duas populações de dados,
fazendo a comparação de variáveis múltiplas de resposta instantânea.
33
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Pelos dados, observa-se que de uma forma geral os solos apresentaram distribuição
de frações texturais diferentes. No solo da área de encosta, a predominância é da fração
areia, com classificação textural em Franco argilo arenosa; já a área de terra firme a
predominância é da fração argila, o que contribuiu para a classificação do solo na classe
34
apresenta os maiores valores, seguido dos valores de encosta e por fim do solo de várzea
com valores médios da relação de 0,680; 0,340 e 0,200, respectivamente.
Quanto a distribuição de macro e microagregados secos e úmidos, verifica-se que
na comparação dos valores, uma redução dos macroagregados e um aumento dos
microagregados, demonstrando que estes agregados secos ao serem umedecidos,
desintegram-se e aumenta a percentagem de microagregados úmidos. Observa-se ainda que
as maiores mudanças de macroagregados secos para microagregados úmidos foi para o
solo de várzea e as menores para o solo de terra firme. Harris et al. (1966) e Baver et al.
(1973) informam que o solo quando seco desenvolve a desidratação de seus colóides e a
desidratação da cimentação orgânica, favorecendo consequentemente a tendência de
maiores valores dos macros agregados secos.
A relação DMPAu/DMPAs é apresentada como uma forma de se avaliar a
estabilidade dos agregados do solo, uma vez que esta reflete os efeitos da cimentação
envolvida nas mudanças estruturais, fato diretamente ligado às condições de ambiente de
ocorrência desses solos. Nessa condição, os valores mais elevados representam alta
resistência à desagregação, fato inverso àqueles valores mais baixos. Silva (1993) informa
que essa relação pode ser considerada um bom índice para expressar a tendência do
comportamento da agregação do solo, pelo fato de envolver todas as variáveis que exercem
influência na formação e estabilização dos agregados do solo, servindo inclusive como
parâmetro de avaliação se um solo apresenta estrutura estável, quando submetido a
diferentes tipos de utilização.
De certa forma estes dados podem representar a estabilidade de um solo em uma
região como é a amazônica, aonde o índice pluviométrico chega a 3.000mm/ano,
provocando uma grande influência abiótica e principalmente sobre os macros e micros
agregados da área, (Tabela 4). Essa maior ou menor resistência tem ligação direta com a
fragilidade ou resistência ao submeterem à ação de agentes externos, como por exemplo;
derrubada de vegetação nativa para a exploração agrícola, onde as ações da chuva e dos
implementos agrícolas podem proporcionar resposta desses solos de formas diferentes.
36
apenas dos teores de cálcio e soma de bases para a área de várzea que aumentaram com a
profundidade analisada. As maiores concentrações de nutrientes na área de várzea, pode
ser conseqüência da acumulação de materiais de outras áreas, uma vez que esses solos
formam-se a partir das deposições provenientes de outras áreas ou locais. De uma maneira
geral os teores de cálcio, magnésio e soma de bases foram classificados como muito baixo
na encosta e na terra firme, e muito alto na área de várzea, considerando que o potássio foi
baixo na encosta e terra firme e alto na várzea, enquanto que a CTC teve a classificação
média na encosta, alta na terra firme e muito alta na várzea.
Os valores de bases (SB) são baixos para as áreas de encosta e terra firme, enquanto
que a várzea apresentou com valores elevados em todas as profundidades avaliadas, face
aos elevados teores de cálcio e magnésio, o que contribui para a elevação da CTC, em
comparação com as outras áreas analisadas. A área de encosta foi aquela com os menores
valores de soma de bases. Já com relação à saturação por bases, os maiores valores foram
encontrados na área de várzea, seguida da área de encosta.
Tabela 6. Valores de pH, acidez potencial, teor de alumínio, de carbono orgânico, matéria
orgânica e saturação por alumínio das áreas e profundidade analisadas.
Determinações
Prof.
pH Al H+Al M.O. Sat.Al (m)
cm 1:2,25 ......cmolc dm-3..... g kg-1 %
Encosta
00 -10 4,60 0,61 5,90 27,06 36,94
10 - 20 4,76 0,69 4,39 15,06 59,01
20 - 30 4,83 0,76 3,90 9,40 72,80
30 - 40 4,92 0,85 3,38 6,66 72,88
40 - 50 4,90 0,75 2,81 4,11 61,26
Terra firme
00 - 10 4,63 1,38 12,23 56,83 49,64
10 - 20 4,37 1,95 12,21 48,96 84,53
20 - 30 4,44 1,95 11,03 40,24 87,69
30 - 40 4,49 1,90 10,58 33,14 89,67
40 - 50 4,52 1,93 9,26 29,48 91,28
Várzea
00 - 10 5,21 0,23 6,31 41,98 2,26
10 - 20 5,56 0,48 5,34 19,87 4,58
20 - 30 5,80 0,70 4,97 12,82 6,94
30 - 40 5,99 0,79 4,33 8,98 7,33
40 - 50 5,96 0,68 4,17 5,50 5,60
39
3.2. Planta
(a) (b)
(c) (d)
Figura 13. Touceira de açaizeiros adultos e copas com inflorescências em suas áreas
C
nativas.
41
Dos resultados (Tabela 9), observa-se que as plantas da várzea foram as mais
produtivas (7,40 kg/ano) seguidas das plantas da terra firme com 5,60kg/ano e de
2,28kg/ano da área de encosta, o que consequentemente rendeu produtividades de frutos
por hectare, na mesma seqüência. Os melhores rendimentos por árvore de açaí
(cachos/árvore, frutos cachos e produção por árvore), seguem a mesma seqüência, várzea,
terra firme e encosta.
Já para os testes de aceitação e qualidade dos frutos dos açaizeiros (Tabela 9),
verifica-se que a maior aceitação determinada pela análise sensorial, ficou com os frutos do
açaí proveniente da área de várzea (87,9%) com menor resultado para os frutos da área de
encosta. O melhor rendimento do fruto, medido pela quantidade de polpa produzida ficou
com os frutos de várzea, fato semelhante ocorreu na avaliação do pH, cujos frutos da
várzea, foram menos ácidos.
42
Tabela 10. Resultados do teste de aceitação aplicado à polpa do açaí, proveniente das
diferentes áreas avaliadas.
Área Provadores Aceitação Média
número % escala 0 – 9
Encosta 30 76,9 6,9
Terra firme 30 83,3 7,5
Várzea 30 87,8 7,9
10
(a)
8
N. de provadores 6
0
3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0
Notas
16
14
(b)
12
N. de provadores
10
0
2,0 6,0 7,0 8,0 9,0
Notas
14
(c)
12
10
N. de Provadores
0
3,0 5,0 7,0 8,0 9,0
Notas
Na figura 15, são apresentados a distribuição dos valores médios dos teores de argila,
silte, estabilidade estrutural, de densidade de solo e porosidade total nas diferentes áreas
avaliadas. Pela figura 15a, verifica-se que o teor de argila dos solos das áreas avaliadas são
diferentes e distintos, o mesmo acontecendo com os teores de silte (Figura 15b). Pelos
resultados da distribuição das frações granulométricas (argila e silte), verifica-se coerência
nos valores apresentados pelos solos quando da determinação dos valores médios da
estabilidade estrutural, medida através da relação DMPAu/DMPAs (Figura 15c), o que
consequentemente, reflete-se nos valores de densidade do solo (Figura 15d).
45
(a) (b)
10
10
Profundidade, cm
20 m
c
, 20
de
da
30 ndi
u
30
of
r
P
40
40
50
50
10
(c) 10
(d)
Profundidade, cm
Encosta
20 m T. Firm e
c
, 20 Várzea
de
da
30 di
un
f 30
o
r
P
40
40
50
50
Figura 15. Distribuição dos valores médios de argila (a), silte (b), estabilidade estrutural
(c), e densidade de solo (d), para as áreas e profundidades avaliadas.
A agregação do solo é resultante da união de partículas que por sua vez, depende de
vários fatores químicos, físicos e biológicos, que são diretamente afetados pela água. As
combinações entre esses fatores através de reações específicas, têm reflexos na estabilidade
estrutural do solo. Na figura 16, pode ser verificada as mudanças dos valores do diâmetro
médio ponderado dos agregados secos das áreas e profundidades avaliadas (Figura 16a),
quando os agregados do solo foram umedecidos e procedida a determinação do diâmetro
médio ponderado de agregados úmidos (Figura 16b).
46
Desses valores, observa-se que na área de terra firme, ocorreu a menor variação nos
valores de DMPAs para DMPAu, e que as maiores mudanças ocorreram nas camadas mais
profundas. Superficialmente os valores de DMPAu (0 – 20cm), permaneceram elevados
em todas as áreas, sofrendo estes grandes mudanças na estabilidade estrutural nas camadas
subsuperficiais.
DMPAs, mm DMPAu, mm
0 0
(a) (b)
10
10
m
c
Profundidade, cm
, 20
20 de
da
ndi
30
30 of
u
r
P
Encosta 40
40 T. Firme
Várzea
50
50
Figura 16. Variações nos valores do diâmetro médio ponderado de agregados dos solos,
separados por peneiragem seca e úmida, das áreas e profundidades avaliadas.
A menor estabilidade estrutural dos agregados nas camadas mais profundas para os
três solos analisados pode estar associada à redução dos conteúdos de matéria orgânica,
conforme pode ser verificado na tabela 6 e figura 15c, e à menor quantidade de raízes
presente no perfil do solo.
De forma geral, as mudanças da agregação do solo seco quando submetido ao
umedecimento, pode ser verificado na tabela 12, onde os valores de macro e
microagregados secos e úmidos, os de DMPAs e de DMPAu, mostram o comportamento
do solo de cada área estudada.
Os valores médios de macroagregados secos, quando submetidos ao umedecimento
decresceram, ocorrendo o inverso com os microagregados, com mudanças maiores para os
agregados da área de várzea seguido dos valores para a área de encosta e os menores
valores para a área de terra firme. Essa mesma tendência pode ser verificada com os
valores de DMPAs e de DMPAu, (Tabela 12).
47
Na figura 17, é mostrado o comportamento dos solos das três áreas analisadas em
termos de porosidade e teor de matéria orgânica, nas diferentes camadas avaliadas. Na
figura 17a, os solos de várzea e de terra firme apresentaram porosidade elevada em
comparação com a área de encosta em todas as camadas analisadas. Com relação ao
conteúdo de matéria orgânica, as áreas de terra firme e várzea apresentam maiores teores
que a área de encosta em todas as camadas avaliadas, porém com maior destaque para a
área de terra firme (Figura 17b).
Metéria orgânica, g kg -1
Porosidade total, mm
0,2 0,4 0,6 0,8 0 10 20 30 40 50 60
0 0
(a) (b)
10 10
m
Profundidade, cm
c
20 , 20
de
da
30
u 30
n
di Encosta
of
r
P T. Firme
40 40
Várzea
50 50
Figura 17. Distribuição da porosidade total do solo (a) e de matéria orgânica (b), para as
áreas e profundidades avaliadas.
48
10 10
Profundidade, cm
Profundidade, cm
20 20
30 30
Encosta
40 40 T. Firme
Várzea
50
50
Figura 18. Avaliação da acidez do solo (a) e conteúdo de alumínio trocável (b) nas
diferentes camadas do solo e profundidades avaliadas.
Os teores médios de nutrientes, soma de bases, CTC e saturação por bases nas áreas
avaliadas, são apresentados na tabela 14. Dos valores, observa-se que a área de várzea
apresenta os maiores valores, enquanto que as áreas de encosta e de terra firme, os menores
valores. Os maiores valores de potássio, cálcio + magnésio, soma de bases e capacidade de
troca de cátions na área de várzea, também ocorre em todas as camadas avaliadas,
conforme pode ser verificado na figura 19.
Tabela 14. Teores médios de nutrientes, de soma de bases, CTC e saturação por bases, nas
três áreas avaliadas.
Determinações
Àrea Potássio Cálcio+Magnésio Soma de bases CTC Sat. de bases
-3
...................................... cmolc dm ................................... %
Encosta 0,05c 0,06b 0,52b 4,60c 10,6c
T. firme 0,07b 0,01b 0,55b 11,62b 4,3b
Várzea 0,22a 0,16a 10,02a 15,05a 66,6a
Médias seguidas de letras diferentes na coluna diferem entre si pelo teste do Qui-quadrado.
50
(a) (b)
10 10
Profundidade, cm
m
20 c
, 20
de
da
30 undi
of 30
r
P
40
40
50
50
(c) (d)
10
10
Profundidade, cm
Profundidade, cm
20 Encosta
T. Firme 20
Várzea
30
30
40
40
50
50
Figura 19. Distribuição dos teores de potássio, cálcio + magnésio, soma de bases e
capacidade de troca de cátions, nas diferentes camadas dos solos analisados.
Das características físicas do solo, verifica-se que o solo da terra firme, é aquela
que se apresenta com as melhores condições em termos de porosidade, densidade e
estruturação. Entretanto, em se tratando das características químicas, o solo de várzea
sobressai em comparação com os solos de encosta e de terra firme, uma vez que os teores
de nutrientes e características como pH, alumínio trocável, soma de bases, capacidade de
troca de cátions e saturação por bases, apresentam-se mais compatíveis à exploração
agrícola.
Assim sendo, talvez a planta do açaí seja muito mais exigente nas características
químicas do que físicas e, razão pela qual tenha apresentado melhor desempenho, em
produtividade, em rendimento de polpa e em aceitação por parte dos provadores na análise
sensorial.
51
Outro aspecto que pode ter contribuído para a melhor resposta do açaí da área de
várzea, diante da avaliação realizada, pode estar associado às condições hídricas dos solos
dessa área, uma vez que, pela posição ocupada na paisagem, dificilmente as plantas
estariam sendo submetidas ao estresse hídrico.
5. CONCLUSÕES
6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALTMAN, F. F. A. O caroço do açaí (Euterpe oleracea, Mart.). IAN – Bol. Tecn. 31.
Pará, 1956.
COSTELL, E. Sensory Analysis Applied to Quality Control of Citrus Fruits. Rev. Esp.
Ciência Tecnologia de Alimentos, v. 32, n. 3, p. 269-281, 1992.
GLASER, B.; WOODS, W. I. Amazonian Dark Earths: explorations in space and time.
Berlim, Springer, 2004. 216p.
54
IFT. Minutes of Sensory Evalution Div. Business meeting at 35th Ann. Meet., Institute
of Food Technologists, Chicago, June 10, 1975.
LEHMANN, J.; KERN, D. C.; GLASER, B.; WOODS, W. I. Amazonian Dark Earths.
Origin, properties and management. Dordrecht, Kluwer Academic Publishers, 2003.
505p.
PETERSEN, J. B.; NEVES, E.; HECKENBERGER, M. J. Gift from the past: terra
Preta and prehistoric ameridian accupation in Amazonia. In: MCEWAN, C.
BARRETO, C. NEVES, E. G. Unknown Amazon. London, The British Museum Press,
2001. p. 86-105.
PLATTING, K. H. The sense of taste. In: SENSORY Analisys of Food. Elsevier Applied
Science, 1988. p. 1-23.
ANEXOS
CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA
BELÉM
Af 70
Am
50
SANTARÉM
40
30
Aw 20
10
MACAPÁ
Á BAC O D E KO EPPEN
Areia total
Local Areia total
1 677,45 a
2 312,8 b
3 78,95 c
Médias seguidas de mesma letra não diferem pelo teste Qui-quadrado.
Silte
Local Silte
59
1 67,75 c
2 172,55 b
3 537,95 a
Médias seguidas de mesma letra não diferem pelo teste Qui-quadrado.
Argila total
Local Argila total
1 254,65 c
2 514,6 b
3 382,75 a
Médias seguidas de mesma letra não diferem pelo teste Qui-quadrado.
Pelas tabelas acima constata-se que na área de várzea houve o menor valor de areia
total, maior de silte e argila total.
Argila natural
Local Argila natural
1 140,65 b
2 72,55 c
3 193,05 a
Profundidade Argila natural
0-10 102,08 b
10-20 126,58 ab
20-30 145,75 a
30-40 157,17 a
40-50 145,50 a
Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste Qui-quadrado.
Grau de floculação
Local
Profundidade
1 2 3
0-10 630,50 a B 823,25 a A 654,75 a B
10-20 468,25 b B 831,00 a A 561,50 ab B
20-30 462,75 b B 860,00 a A 424,25 bc B
30-40 359,75 b B 855,00 a A 405,50 c B
40-50 345,75 b B 878,75 a A 426,50 bc B
Médias seguidas de mesma minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem pelo teste Qui-quadrado.
Observou-se pela tabela que o grau de floculação foi maior na camada de 0-10
principalmente nas áreas encosta e várzea, não havendo diferença estatística quando
coletado no local terra firme. Sendo este o local onde se verificou os maiores percentuais
de floculação.
60
Densidade do solo
Local Densidade do solo
1 1,54 a
2 1,09 c
3 1,18 b
Profundidade Densidade do solo
0-10 1,04 d
10-20 1,20 c
20-30 1,31 b
30-40 1,39 ab
40-50 1,41 a
Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste Qui-quadrado.
Densidade de partícula
Local Densidade de partícula
1 2,62 b
2 2,60 c
3 2,70 a
Profundidade Densidade de partícula
0-10 2,60 d
10-20 2,63 c
20-30 2,64 bc
30-40 2,67 a
40-50 2,66 ab
Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste Qui-quadrado.
DMPAu
Local
Profundidade
1 2 3
0-10 1,27 2,34 1,78
10-20 1,00 2,13 1,06
20-30 0,97 2,38 0,47
30-40 0,76 2,32 0,27
40-50 0,87 1,50 0,23
Médias seguidas de mesma minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem pelo teste Qui-quadrado.
DMPAs
Local DMPAs
1 2,95 c
2 3,18 b
3 3,97 a
Profundidade DMPAs
61
0-10 2,96 b
10-20 3,10 b
20-30 3,59 a
30-40 3,50 a
40-50 3,69 a
Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste Qui-quadrado.
O DMPAs foi mais uma vez superior em solo coletados na área de várzea,
alcançando os maiores valores a partir 20 cm de profundidade.
DMPAs/DMPAu (Estabilidade).
Local
Profundidade
1 2 3
0-10 50,98 b B 70,74 a A 62,94 a A
10-20 67,34 a A 70,66 a A 49,99 b B
20-30 63,69 a B 76,71 a A 39,67 b C
30-40 60,16 a B 76,78 a A 28,94 c C
40-50 53,15 b B 68,64 a A 23,61 c C
Médias seguidas de mesma minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem pelo teste Qui-quadrado.
Macros secos
Local
Profundidade
1 2 3
0-10 82,18 a A 73,52 d B 83,28 b A
10-20 75,38 b B 76,61 cd B 88,38 a A
20-30 81,83 a B 81,15 bc B 90,84 a A
30-40 86,51 a A 83,78 ab A 88,23 a A
40-50 82,85 a B 87,34 a AB 89,36 a A
Médias seguidas de mesma minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem pelo teste Qui-quadrado.
Micros secos
62
Local
Profundidade
1 2 3
0-10 17,82 b B 26,48 a A 16,73 a B
10-20 24,62 a A 20,89 b A 11,63 b B
20-30 18,17 b A 18,85 b A 9,16 b B
30-40 13,49 b A 16,22 bc A 11,77 b A
40-50 17,16 b A 12,66 c AB 10,64 b B
Médias seguidas de mesma minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem pelo teste Qui-quadrado.
pH
Profundidade Local
1 2 3
0-10 4,60 b B 4,63 a B 5,21 c A
10-20 4,76 ab B 4,37 b C 5,56 b A
20-30 4,83 ab B 4,44 ab C 5,80 ab A
30-40 4,92 a B 4,49 ab C 5,99 a A
40-50 4,90 a B 4,52 ab C 5,96 a A
Médias seguidas de mesma minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem pelo teste Qui-quadrado.
Fósforo - P
Local
Profundidade
1 2 3
0-10 2,00 a B 2,73 a B 4,54 a A
10-20 1,64 ab B 1,82 b AB 2,54 b A
20-30 1,19 abc A 1,64 b A 1,64 a A
30-40 1,10 bc A 1,64 b A 1,64 a A
40-50 0,73 c B 1,46 b AB 1,64 a A
Médias seguidas de mesma minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem pelo teste Qui-quadrado.
Potássio - K
Local K
1 19,26 c
2 28,05 b
3 47,76 a
Profundidade K
0-10 57,01 a
10-20 34,08 b
20-30 25,96 c
30-40 22,22 cd
40-50 19,18 d
Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste Qui-quadrado.
Sódio - Na
Local Na
1 0,06 b
2 0,01 b
3 0,16 a
Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste Qui-quadrado.
Cálcio - Ca
Profundidade Local
64
1 2 3
0-10 0,71 a B 0,98 a B 5,21 b A
10-20 0,30 a B 0,14 a B 5,15 b A
20-30 0,14 a B 0,11 a B 5,14 b A
30-40 0,15 a B 0,10 a B 6,14 a A
40-50 0,10 a B 0,09 a B 7,04 a A
Médias seguidas de mesma minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem pelo teste Qui-quadrado.
Magnésio - Mg
Local Teor de Mg2+
1 0,14 b
2 0,19 b
3 4,00 a
Profundidade Teor de Mg2+
0-10 1,73 a
10-20 1,46 b
20-30 1,39 b
30-40 1,28 b
40-50 1,35 b
Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste Qui-quadrado.
A área de várzea diferiu estatisticamente das outras no que diz respeito ao teor de
magnésio quando se constatou os maiores valores para este elemento. E na profundidade
de 0-10 o magnésio foi mais abundante.
Alumínio - Al
Local Teor de Al3+
1 0,73 b
2 1,82 a
3 0,57 b
Profundidade Teor de Al3+
0-10 0,74 b
10-20 1,04 a
20-30 1,14 a
30-40 1,18 a
40-50 1,12 a
Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste Qui-quadrado.
Hidrogênio + Alumínio – H + Al
Local Teor de H+Al
65
1 4,08 c
2 11,06 a
3 5,03 b
Profundidade Teor de H+Al
0-10 8,15 a
10-20 7,32 ab
20-30 6,63 bc
30-40 6,10 cd
40-50 5,41 d
Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste Qui-quadrado.
Os teores de H+Al foram mais elevados em terra firme, sendo os mais baixos na
encosta. Na profundidade de 0-10, encontrou-se maior teor destes elementos.
Carbono - C
Local Teor de C
1 7,28 c
2 24,20 a
3 10,34 b
Profundidade Teor de C
0-10 24,34 a
10-20 16,22 b
20-30 12,08 c
30-40 9,43 cd
40-50 7,65 d
Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste Qui-quadrado.
Semelhantemente a que foi verificado com relação aos teores de H+Al o teor de C
foi mais elevados em terra firme, sendo os mais baixos na encosta. Sendo na profundidade
de 0-10 onde se encontrou maior teor de carbono.
Com o teor matéria orgânica ocorreu o mesmo já verificado para H+Al e C. Onde
se contataram maiores valores destes elementos em terra firme, e na profundidade de 0-10.
Soma de Bases - SB
Profundidade Local
66
1 2 3
0-10 1,14 a B 1,73 a B 9,85 b A
10-20 0,51 ab B 0,36 b B 9,55 b A
20-30 0,31 ab B 0,27 b B 9,35 b A
30-40 0,47 ab B 0,22 b B 10,09 b A
40-50 0,18 b B 0,18 b B 11,28 a A
Médias seguidas de mesma minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem pelo teste Qui-quadrado.
A saturação por base foi, na profundidade de 0-10, mais abundante do que nas
demais profundidades, ocorrendo o inverso na área de várzea quando se constatou maior
percentual de saturação por base exatamente na maior profundidade. Mas em relação ao
local, a maior saturação de base foi identificada na área de várzea.
Eigenvectors
Prin1 Prin2
pH pH 0.244910 0.026376
P P 0.019699 0.218142
K K 0.080209 0.256022
Na Na 0.170775 0.031278
Ca Ca 0.231046 0.127986
Mg Mg 0.222671 0.156847
Al Al -.168975 0.060476
Eigenvectors
Prin1 Prin2
C C -.157364 0.259501
SB SB 0.231621 0.142553
m_ m% -.219944 -.118511
V V 0.241308 0.114989
GF GF -.172960 0.207941
Ds Ds 0.048128 -.327471
Dp Dp 0.219965 -.021955
Curvas Padrões das determinações nas amostras das áreas em estudo, utilizadas
para os cálculos de Fósfoto, Potássio e Sódio.
Absorbância Concentração
0 0
0,14 1
0,27 2
0,42 3
0,55 4
Curva Padrão do P
5
y = 7,243334x + 0,000840
Concentração, mg L-1
4 R2 = 0,999580
3
2
1
0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
Absorbância
70
Absorbância
Concentração
0 0
24 0,1
52 0,2
76 0,3
100 0,4
Curva Padrão de K
0,4 R2 = 0,999245
0,3
0,2
0,1
0
0 20 40 60 80 100 120
Absorbância
Absorbância Concentração
0 0
29 0,1
55 0,2
76 0,3
100 0,4
Curva Padrão do Na
0,3
0,2
0,1
0
-0,1 0 20 40 60 80 100 120
Absorbância
71
Formação de mudas:
O açaizeiro pode ser propagado por plantio de perfilhos (brotos) e por sementes.
O segundo processo é mais adequado para plantios comerciais por apresentar maior
rapidez e eficiência que o sistema de retirada de brotos, que requer período longo de
enviveiramento e exige maior utilização de mão de obra.
Características da semente:
A semente para plantio corresponde ao endocarpo (caroço), que apresenta tamanho
relativamente grande, sendo que 1 Kg contém em média, de novecentas a novecentas e
cinqüenta sementes.
A sensibilidade a baixas temperaturas e a secagem são características importantes das
sementes dessa espécie. Temperaturas abaixo de 15 ºC comprometem o poder de
germinação, o mesmo ocorrendo quando tem o teor de umidade reduzido para níveis
próximos a 20%.
Em decorrência dessas características, as sementes não podem ser conservadas pelos
processos convencionais de armazenamento. O ideal é que sejam semeadas imediatamente
após terem sido extraídas e beneficiadas em ambientes a uma temperatura em ter 25ºC e
30ºC.
Para curtos períodos de armazenamento, ou quando se deseja transportar as sementes
de um local para outro, dois sistemas podem ser usados.
O primeiro consiste em colocar as sementes em camadas, em substrato úmido, que
pode ser serragem, carvão vegetal moído ou vermiculita. Nesse sistema, as sementes são
dispostas em camadas alternadas com o material úmido, acondicionadas em caixas de
madeira, isopor ou sacos plásticos. É conveniente que o volume máximo der cada
recipiente não exceda 20 litros.
No segundo sistema, as sementes são enxugadas para reduzir o teor de umidade para 25
a 30%, tratadas com fungicida (Benomyl) a 0,1% (durante dez minutos) e embaladas em
sacos de plástico com capacidade para 5Kg. Em ambos os casos, o período de
armazenamento não deve ultrapassar vinte dias, pois muitas sementes poderão iniciar a
germinação dentro da embalagem dando origem a plantinhas de conformação anormal.
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Tipos de semeadura:
Semeia-se diretamente em sacos plásticos de 17cm de diâmetro por 27cm de altura ou
em sementeiras (canteiros). No primeiro caso, os saquinhos são previamente enchidos com
uma mistura constituída de 60% de terra preta ou solo, 30% de esterco e 10 de serragem
curtida. Em cada saquinho se coloca de 2 a 3 sementes e, quando mais de uma germinar no
mesmo saquinho, efetua-se o desbaste, deixando apenas a plantinha mais vigorosa.
Para a semeadura em sementeiras, o substrato pode ser constituído de uma mistura de
a) 50% de terra preta ou solo, 30% de areia e 20% de serragem curtida; ou b) areia e
serragem misturadas 1:1.
Na sementeira não é necessário adicionar qualquer tipo de adubo, pois as plantinhas
serão retiradas desse local logo após a germinação, quando grande parte de sua nutrição
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Germinação:
Quando semeadas em condições adequadas de temperatura (25 a 30ºC e umidade, as
sementes germinam rapidamente. As primeiras plantinhas começas a surgir 20 dias após a
semeadura e, normalmente, com 35 dias, mais de 80% germinam.
Uma pequena parcela de sementes demora mais para germinar, exigindo, muitas vezes,
períodos de até 50 dias. O crescimento inicial das plantinhas relativamente lento, e mesmo
as originadas de germinação tardia prestam-se à formação de mudas, desde que bem
cuidadas, podendo ser levadas ao campo na mesma época das que germinaram primeiro.
Quando as plantinhas atingirem 10cm de altura, ocasião em que, normalmente, já
apresentam as 2 primeiras folhinhas abertas, ou mesmo um pouco antes, pode-se efetuar a
repicagem. Essa operação consiste em transplantar as mudinhas da sementeira para
saquinhos de plástico, contendo o mesmo substrato recomendado para o caso de semeadura
direta em saquinhos. As mudinhas estarão prontas para o plantio definitivo no campo após
4 a 5 meses da repicagem para os sacos de plástico, quando terão atingido 30cm,
aproximadamente, de altura.O tempo requerido para formação de mudas é mostrado no
esquema I.
Plantio
Preparo da área:
Para o plantio de açaizeiros em áreas de terra firme ou várzea, deve-se dar preferência
às recém exploradas com cultivos anuais ou que tenham vegetação do tipo capoeira de
pequeno porte.
O preparo do terreno consiste na roçagem da vegetação existente e pode ser feita
manual ou mecanicamente, desde que no período de ausência de chuvas.
Espaçamento: A finalidade de um plantio de açaizeiros deve ser decidida antes do
plantio, pois o espaçamento varia de acordo com a finalidade. Nos plantios destinados à
produção de frutos, o espaçamento entre as covas e entre linhas deve ser de 5 X 5m, no
mínimo (400 touceiras/ha). Tratando-se de plantio para extração de palmito, o
espaçamento deve ser de 2 X 2m (2.500 touceiras/ha).
Durante os primeiros anos após o plantio, é importante intercalar outras culturas nos
espaços entre as linhas de açaizeiros em ambos os tipos de exploração.
Nos cultivos em que se visa a exploração de frutos, podem ser utilizadas culturas
anuais e até mesmo espécies perenes de porte médio, que toleram sombreamento parcial,
sendo necessário, porém, aumentar a distância entre as linhas de plantio. Nas áreas
destinadas à exploração de palmito, de reduzido espaçamento, o consorciamento só é
possível nos dois primeiros anos.
Coveamento:
As mudas devem ser plantadas em covas previamente preparadas, com dimensões de
40 X 40 X 40cm, contendo uma mistura de terra superficial e matéria orgânica. A melhor
época para o plantio é o início do período chuvoso, quando as mudas apresentam melhor
desenvolvimento.
Tratos culturais
Apesar da rusticidade, o açaizeiro necessita de uma série de tratos culturais,
indispensáveis ao seu bom desenvolvimento. Dentre eles, os mais importantes são as
roçagens, o coroamento a cobertura morta e o desbaste dos perfilhos.
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Durante os primeiros anos após o,plantio, são necessárias 3 a 4 roçagens a cada ano,
para evitar a concorrências das plantas daninhas. Essas roçagens podem ser feitas
manualmente ou com máquina, cuidando-se para que as plantas não seja danificadas.
Complementando as roçagens, deve-se efetuar o coroamento ao redor das touceiras,
sempre sincronizado com as adubações químicas. O coroamento pode ser feito com o uso
de herbicidas.
O intervalo entre roçagens tende a ampliar-se à medida que as plantas vão se
desenvolvendo e, conseqüentemente, aumentando o sombreamento do solo.
O açaizeiro é planta que requer muita umidade no solo para seu bom desenvolvimento
e sua melhor produtividade. Nos cultivos de terra firme, principalmente na condução da
cultura, é indispensável a cobertura morta ao redor das touceiras, utilizando-se os restos de
mato das roçagens e as folhas secas desprendidas dos próprios açaizeiros. Esse trato, além
de favorecer a conservação da umidade no solo e evitar seu aquecimento na época de
estiagem, reduz ocorrência de plantas invasoras e incorpora matéria orgânica ao solo.
As touceiras de um açaizal adulto contêm, em média, 13 plantas, podendo-se encontrar
até 25 plantas em uma única touceira. Três anos após o plantio, deve-se iniciar o manejo
das touceiras, pela eliminação de perfilhos.
Nos plantios destinados à produção de frutos, recomenda-se a manutenção de 3 a 4
plantas (as mais vigorosas) por touceira, desbastando os perfilhos excedentes. Quando as
plantas atingem altura que dificulte a colheita dos frutos, deixa-se crescer novos perfilhos
para, em seguida cortar as plantas mais altas.
Nos plantios destinados à extração de palmito, o desbaste deve ser realizado somente
nas touceiras com mais de 8 perfilhos, mantendo-se as plantas em todos os estágios de
crescimento, para se garantir, assim, uma produção permanente de palmitos.
Adubação:
Durante os 2 primeiros anos de implantação da cultura em área de terra firme,
recomenda-se a aplicação, em cobertura, de 100g de KCl (Cloreto de Potássio) por planta,
parcelando em 2 vezes.
A partir do terceiro ano, essas quantidades devem ser dobradas, dividindo-se também a
aplicação em 2 parcelas. A cada 2 anos, é preciso aplicar 5 litros de esterco de curral em
cada planta.
Fonte: EMBRAPA. Coleção Plantar: A Cultura do Açaí. Brasília/DF: EMBRAPA/SPI, 1995. 49 p.
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Margem do rio
Despoupadeira mecanizada
Polpa do Açaí que é consumida “in natura” com peixe assado, camarão, farinha, etc.
Raízes de açaizeiro exposta por efeito da erosão nas encostas, seu sumo é utilizado como
antídodo de picada de alguns peçonhentos e também artidiarreico.
Touceira com perfilhos de açaizeiros