A Comparison of Intensive Behavior Analytic and Eclectic Treatments For Young Children With Autism (Traduzido)
A Comparison of Intensive Behavior Analytic and Eclectic Treatments For Young Children With Autism (Traduzido)
A Comparison of Intensive Behavior Analytic and Eclectic Treatments For Young Children With Autism (Traduzido)
Resumo
0891-4222/$ - see front matter Ⓒ 2005 Elsevier Ltd. Todos os direitos reservados.
doi:10.1016/j.ridd.2004.09.005
360 J.S. Howard et al. / Research in Developmental Disabilities 26 (2005) 359-383
1. Introdução
A intervenção precoce visa às diferenças entre as habilidades das crianças que têm ou
correm o risco de ter atrasos no desenvolvimento e as habilidades de seus colegas com
desenvolvimento normal. Essas discrepâncias podem ser pequenas no início, mas
geralmente se reconhece que aumentam com o passar do tempo (por exemplo, Guralnick,
1998; Ramey & Ramey, 1998). Entretanto, as trajetórias de desenvolvimento não são
fixas, mesmo para crianças com fatores de risco ou deficiências conhecidas. Em vez disso,
o progresso de cada criança pode ser influenciado por muitos fatores, como a
experiência. Como Ramey e Ramey (1998) observaram, ''... uma esperança generalizada
para a intervenção precoce (é) . . . que as crianças possam ser colocadas em uma
trajetória de desenvolvimento normativa e, assim, continuem a apresentar
desenvolvimento ideal após o término da intervenção precoce'' (p. 113). Dessa forma,
eles postularam uma "zona de modificabilidade", um período de tempo durante o qual a
trajetória exata de desenvolvimento das crianças em risco é provavelmente determinada
pelo momento, intensidade e adequação do tratamento. As evidências convergentes que
apóiam essa hipótese são provenientes de diversas fontes. Estudos longitudinais (por
exemplo o Projeto Abecedário da Carolina do Norte, o Programa de Saúde e
Desenvolvimento Infantil) demonstraram que os efeitos da intervenção precoce em
crianças com risco de atraso no desenvolvimento e retardo mental eram evidentes quando
as crianças tinham 3 anos de idade, e alguns ganhos foram mantidos na adolescência e na
idade adulta (Campbell, Pungello, Miller-Johnson, Burchinal e Ramey, 2001; Campbell,
Ramey, Pungello, Sparling e Miller-Johnson, 2002; para uma revisão, consulte Ramey e
Ramey, 1999). A probabilidade de que uma intervenção precoce eficaz possa produzir
mudanças neurobiológicas e comportamentais duradouras foi sugerida por pesquisas que
demonstram que as experiências precoces desempenham um papel fundamental na
formação da arquitetura e da função cerebral (Dawson e Fischer, 1994; Shore, 1997).
Além disso, estudos demonstraram que tipos específicos de interações com o ambiente
físico e social podem remediar alguns tipos de danos ao sistema nervoso central (por
exemplo, Hannigan e Berman, 2000). Em uma série de estudos usando modelos de
camundongos de algumas síndromes de retardo mental e distúrbios neurológicos,
Schroeder, Tessel e seus colegas demonstraram que o treinamento de discriminação
analítico-comportamental reverteu anormalidades nas estruturas cerebrais e nos níveis de
neurotransmissores, bem como na aprendizagem e no comportamento. O treinamento foi
mais eficaz quando começou no início do desenvolvimento (Loupe, Schroeder e Tessel,
1995; Stodgell, Schroeder e Tessel, 1996; Tessel, Schroeder, Loupe e Stodgell, 1995;
VanKeuren, Stodgell, Schroeder e Tessel, 1998).
Os resultados da pesquisa de intervenção precoce indicam que o tratamento intensivo,
de longa duração e oferecido diretamente às crianças (e não apenas aos seus cuidadores)
produz melhores resultados do que o tratamento que não possui esses elementos (Ramey
& Ramey, 1998, 1999). Entretanto, poucas dessas variáveis foram isoladas e investigadas
em estudos controlados. Por exemplo, apesar da aparente relação entre a intensidade da
intervenção precoce e o resultado (por exemplo, Guralnick, 1998), houve poucas
pesquisas experimentais sobre os efeitos da intensidade ou duração do tratamento.
Também não há muitas pesquisas sobre a relação entre o tipo de intervenção precoce e os
resultados. Guralnick (1998) argumentou que a próxima geração de pesquisas sobre
intervenção precoce deve ir além das demonstrações básicas de sua eficácia. Há
necessidade de estudos que delineiem quais aspectos da intervenção precoce são mais
eficazes e para quais populações. Uma melhor compreensão do momento ideal, da
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intensidade, da duração e do tipo de intervenção poderia beneficiar todas as crianças que
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2. Método
2.1. Participantes
idioma principal falado na casa da criança; (d) nenhuma condição médica significativa
além de transtorno autista ou PDD-NOS; e (e) nenhum tratamento anterior de mais de
100 horas.
De acordo com um acordo de financiamento colaborativo existente entre escolas
públicas e centros regionais na região onde o estudo foi realizado, as equipes de plano
educacional individualizado (IEP) e plano de serviço familiar individualizado (IFSP) para
crianças pequenas com transtornos do espectro do autismo consideram rotineiramente
uma série de opções educacionais. Essas opções incluem, mas não se limitam a: tratamento
analítico comportamental intensivo precoce (IBT) de agências não públicas;
programação educacional para autismo (AP) oferecida em salas de aula de educação
especial projetadas especificamente para crianças com transtornos do espectro do
autismo; e programação educacional genérica (GP) para crianças com vários
diagnósticos. Os serviços auxiliares, como a terapia ocupacional e a terapia de fala e
linguagem, também podem ser considerados e recomendados pelas equipes do IEP ou do
IFSP. Embora as decisões sobre a colocação educacional dos participantes deste estudo
tenham sido tomadas pelas equipes do IEP ou do IFSP, as preferências dos pais tiveram
grande peso.
Os critérios de elegibilidade foram atendidos por 37 crianças que receberam
intervenção da IBT de um órgão não público e 41 crianças que estavam matriculadas em
programas de AP ou GP operados por distritos escolares locais e condados de 1996 a
2003. Quatro crianças que começaram no grupo IBT foram excluídas da análise porque
não completaram 7 meses de intervenção. Duas dessas crianças tinham apenas 2 anos de
idade quando a intervenção começou. Elas adquiriram algumas habilidades não verbais,
mas suas habilidades de linguagem receptiva e expressiva não melhoraram, e as
dificuldades comportamentais aumentaram quando o número total de horas de intervenção
foi tentado. Isso levou as equipes do IFSP a recomendar a transição para programas
escolares menos intensivos. A terceira criança deixou o grupo IBT porque seus pais não
conseguiram acomodar um programa de intervenção intensiva em casa, e a quarta criança
mudou-se para fora do estado. Quatro crianças que foram colocadas no PA ou no GP foram
excluídas porque seus pais não puderam ser contatados para marcar o teste de
acompanhamento, apesar das repetidas tentativas (3 crianças), ou porque os pais não
permitiram que a criança fosse testada no acompanhamento (1 criança). Nove outras
crianças (4 no grupo IBT e 5 nos grupos AP e GP) foram excluídas porque mais de 18
meses se passaram entre a admissão e a oportunidade de acompanhamento. Como o teste
de acompanhamento não ocorreu, não foi possível confirmar a colocação no grupo de
tratamento (PA ou GP) para esses cinco participantes. Restaram para análise os dados de
admissão e acompanhamento de 29 crianças que receberam IBT, 16 crianças no PA e 16
crianças no GP.
2.1.2. Características
A Tabela 1 resume o gênero, a etnia, o diagnóstico e o estado civil dos pais dos
participantes. Os três grupos de crianças eram muito semelhantes em todas essas
características no momento da admissão. Embora a porcentagem de crianças com uma
determinada característica tenha variado um pouco de um grupo para outro, nenhuma das
diferenças entre as médias dos grupos foi estatisticamente significativa.
A Tabela 2 resume a gravidade média do autismo (determinada pelo número de
critérios do DSM-IV para o transtorno autista atendidos) e a idade cronológica dos
participantes em cada grupo, bem como os níveis educacionais médios dos pais dos
participantes. As crianças do grupo IBT foram diagnosticadas em uma idade mais jovem
J.S. Howard et al. / Research in Developmental Disabilities 26 (2005) 359-383 369
do que as crianças do programa de autismo, que, por sua vez, foram diagnosticadas em
uma idade mais jovem do que as crianças do programa genérico. As crianças do grupo
IBT também começaram o tratamento mais cedo e fizeram os testes de acompanhamento
mais cedo do que as crianças dos grupos AP e GP. Os pais das crianças do grupo IBT
tinham em média 1 a 2 anos a mais de escolaridade do que os pais das crianças do grupo
AP.
370 J.S. Howard et al. / Research in Developmental Disabilities 26 (2005) 359-383
Tabela 1
Número de participantes com cada característica
Característica Grupo de tratamento
IBT AP GP
Gênero
Masc 25 (86%) 13 (81%) 16 (100%)
ulino
Feminino 4 (14%) 3 (19%) 0 (0%)
Etnia
Ambos os pais são caucasianos 21 (72%) 6 (50%) 8 (57%)
Um ou ambos os pais são hispânicos 4 (14%) 3 (25%) 4 (29%)
Outros 4 (14%) 3 (25%) 2 (14%)
Desconhecido 0 4 2
Diagnósti
co 24 (83%) 12 (75%) 9 (56%)
Autism
o
PDD-NOS 5 (17%) 4 (25%) 7 (44%)
Estado civil dos pais Casado
23 (79%) 12 (80%) 9 (56%)
Não casado, divorciado ou separado 6 (21%) 3 (20%) 7 (44%)
Desconhecido 0 1 0
Observação. As porcentagens estão dentro de cada grupo de tratamento, excluindo participantes com
características desconhecidas.
pais de crianças dos outros dois grupos. Todas essas diferenças foram estatisticamente
significativas e foram controladas nas análises subsequentes.
2.2. Intervenções
Tabela 2
Gravidade média do autismo, idade (meses) e nível de escolaridade dos pais
Medida IBT PA GP IBT AP
média menos média menos
M S.D. M S.D. M S.D. Média Média de GP
AP/GP
Gravidade (número de critérios do 7.55 1.39 7.27 1.56 7.33 2.02 .25 -.06
DSM-IV)
Idade no diagnóstico 30.48 5.96 39.31 5.52 34.94 5.18 -6.65** 4.37*
Idade na admissão 30.86 5.16 37.44 5.68 34.56 6.53 -5.16** 2.84
Idade no acompanhamento 45.66 6.24 50.69 5.64 49.25 6.81 -4.31* 1.44
Meses entre a ingestão e 14.21 2.24 13.25 2.84 14.75 1.88 .21 1.50
acompanhamento
Anos de educação da mãe 14.10 2.34 13.00 1.83 13.00 1.41 1.10* .00
Anos de educação do pai 14.62 2.77 13.13 2.56 13.00 1.81 1.56* .13
Média de anos de escolaridade dos 14.36 2.22 13.06 1.82 12.97 1.36 1.35** .09
pais
Observação. Para o grupo IBT, n = 29, exceto para gravidade (n = 20). Para o grupo AP, n = 16, exceto para
gravidade (n = 11) e anos de escolaridade do pai (n = 15). Para o grupo GP, n = 16, exceto para gravidade (n =
12) e anos de e sJ.S.
c oHoward
l a r i d aetdal.
e /do
Research
pai (n =in15).
Developmental Disabilities 26 (2005) 359-383 371
* A diferença entre as médias é estatisticamente significativa (p < 0,05).
** A diferença entre as médias é estatisticamente significativa (p < 0,01).
372 J.S. Howard et al. / Research in Developmental Disabilities 26 (2005) 359-383
de intervenção por semana para cada criança nos grupos AP e GP. Para esses grupos, as
descrições da sala de aula e da intervenção foram obtidas por meio de observação direta
dos programas, entrevistas com a equipe administrativa e de sala de aula desses
programas e entrevistas com a equipe do centro regional familiarizada com os
programas. Os dois primeiros autores, que dirigiram o programa IBT, forneceram
informações sobre essa intervenção.
Tabela 3
Número de crianças para as quais as medidas dependentes estavam disponíveis na admissão e no acompanhamento
Medida Admissão/acompanhame
nto
IBT AP GP
Escores padrão
Cognitivo 28/26 16/16 16/16
Não verbal 21/24 16/16 13/15
Receptivo 25/26 16/15 13/14
Expressivo 25/26 16/15 13/14
Comunicação 28/25 16/16 15/16
Autoajuda 28/25 16/16 14/16
Social 28/25 16/16 14/16
Motor 28/25 16/16 13/16
Composto 26/25 16/16 13/16
Equivalentes de
idade 25/0 11/0 10/0
Cognitivo
Não verbal 21/24 16/16 12/15
Receptivo 29/26 16/15 15/13
Expressivo 29/26 16/15 15/13
Comunicação 29/25 16/16 15/16
Autoajuda 29/25 16/16 15/16
Social 28/25 16/16 15/16
Motor 28/25 16/16 14/16
Taxa de
aprendizad 21/21 16/16 12/12
o Não
verbal
Receptivo 29/26 16/15 15/12
Expressivo 29/26 16/15 15/12
Comunicação 29/25 16/16 15/15
Autoajuda 29/25 16/16 15/15
Social 28/24 16/16 15/15
Motor 28/24 16/16 14/14
3. Resultados
3.1. Admissão
3.2. Acompanhamento
Tabela 4
Pontuações em testes e índices de aprendizado na admissão
Medida IBT PA GP IBT AP
média menos média menos
M S.D. M S.D. M S.D. Média AP/GP Média de GP
Pontuações
padrão
Cognitivo 58.54 18.15 53.69 13.50 59.88 14.85 1.76 -6.19
Não verbal 80.14 11.86 67.44 16.69 77.69 12.33 8.11 -10.25
Receptivo 52.16 18.44 45.38 14.97 49.00 13.61 5.16 -3.62
Expressivo 51.88 12.91 43.88 6.69 48.77 11.61 5.81 -4.89
Comunicação 66.18 10.02 63.69 9.68 66.20 8.70 1.28 -2.51
Autoajuda 70.71 10.14 68.06 11.61 73.43 10.39 .14 -5.37
Social 72.79 11.26 75.50 14.25 75.07 12.09 -2.51 .43
Motor 95.11 11.70 93.19 10.10 92.08 13.84 2.42 1.11
Compostoa 70.46 11.85 69.81 10.48 71.62 10.47 -.16 -1.81
Equivalentes de idade (meses)
Cognitivoa 17.04 6.07 17.27 4.71 17.10 3.93 -.15 .17
Não verbala 24.43 4.37 24.75 6.01 26.83 6.95 -1.21 -2.08*
Receptivo 14.57 5.82 16.81 5.36 16.60 5.34 -2.14 .21
Expressivoa 14.76 4.72 16.38 2.99 17.87 5.45 -2.34 -1.49
Comunicaçãoa 14.90 4.32 16.19 6.44 16.53 5.25 -1.45 -.34
Autoajudaa 18.24 3.83 21.44 7.78 21.20 6.67 -3.08 .24
Sociala 16.39 4.89 22.06 10.62 19.60 5.68 -4.48 2.46
Motora 28.86 5.86 33.56 7.20 32.00 6.25 -3.97 1.56
Taxas de aprendizado antes da admissão (equivalentes de idade por ano)
Não verbal .79 .14 .67 .17 .78 .12 .08 -.11
Receptivo .48 .21 .45 .15 .48 .12 .02 -.03
Expressivo .49 .16 .44 .06 .53 .17 .01 -.09
Comunicação .49 .15 .43 .15 .49 .15 .04 -.06
Autoajuda .61 .17 .57 .16 .62 .18 .01 -.06
Social .54 .18 .58 .23 .58 .19 -.04 .00
Motor .95 .18 .90 .13 .93 .18 .03 -.04
a A idade no diagnóstico é uma covariável significativa (p < 0,05).
* A diferença é estatisticamente significativa, após o controle da idade do diagnóstico e do nível de
escolaridade dos pais (p < 0,05).
Tabela 5
Pontuações em testes e índices de aprendizado no acompanhamento
Medida IBT PA GP IBT AP
média menos média menos
M S.D. M S.D. M S.D. Média Média de GP
Pontuações AP/GP
padrão
Cognitivo 89.88 20.87 62.13 19.63 68.81 15.32 24.42** -6.68
Não verbala 101.67 19.14 73.56 24.94 82.53 16.76 23.77** -8.97
Receptivo 71.31 22.72 49.93 19.62 49.21 16.08 21.73* .72
Expressivoa 70.46 22.88 47.67 23.39 46.79 12.81 23.21* .88
Comunicação 85.44 14.73 64.13 14.18 68.69 14.18 19.03** -4.56
Autoajuda 76.56 11.59 70.00 11.92 65.19 8.84 8.97** 4.81
Social 82.08 11.73 75.00 18.01 70.56 11.77 9.30** 4.44
Motor 98.16 12.01 88.06 13.43 89.50 10.06 9.38* -1.44
Composto 81.32 11.14 69.25 12.91 68.25 9.86 12.57** 1.00
Equivalentes de idade (meses)
Não verbalb 44.54 8.76 37.38 13.14 40.80 9.97 5.51* -3.42
Receptivo 32.23 10.04 26.27 11.56 25.38 10.00 6.37* .89
Expressivo 31.96 12.00 24.00 12.02 23.31 7.36 8.28* .69
Comunicação 36.60 12.23 23.88 11.82 26.13 8.74 11.60** -2.25
Autoajudab 31.88 8.74 31.75 9.75 27.81 5.75 2.10* 3.94
Social 32.04 10.23 30.06 16.10 24.81 7.23 4.61* 5.25
Motorb 44.16 8.22 43.00 7.28 42.25 6.58 1.54* .75
Taxas de aprendizado entre a admissão e o acompanhamento (equivalentes de idade por ano)
Não verbal 1.44 .52 .87 .74 .90 .39 .56** -.03
Receptivo 1.23 .56 .65 .47 .48 .43 .66** .16
Expressivo 1.22 .73 .49 .78 .33 .45 .80** .16
Comunicação 1.43 .72 .56 .76 .69 .70 .81** -.13
Autoajuda .91 .58 .74 .80 .48 .49 .30* .26
Social 1.04 .74 .60 .94 .40 .67 .54* .20
Motor .99 .45 .69 .49 .83 .59 .24 -.14
a O nível de escolaridade dos pais é uma covariável significativa (p < 0,05).
b A idade no diagnóstico é uma covariável significativa (p < 0,05).
* A diferença é estatisticamente significativa, após o controle da idade do diagnóstico e do nível de
A inspeção dos Gráficos 1 e 2 revela que essas diferenças não se restringiram a apenas
algumas crianças. Antes da intervenção, as crianças dos três grupos apresentavam taxas
semelhantes, abaixo do normal, de aprendizagem de habilidades de linguagem receptiva,
embora duas crianças do grupo IBT estivessem adquirindo habilidades de linguagem
receptiva em uma taxa normal antes da intervenção (Fig. 1). No acompanhamento, todas as
crianças do grupo IBT, com exceção de oito, estavam adquirindo habilidades de
linguagem receptiva em um ritmo normal, sendo que várias alcançaram taxas acima do
normal e duas outras taxas quase normais. Em contrapartida, as taxas de aprendizado no
acompanhamento permaneceram abaixo do normal para a grande maioria das crianças dos
grupos AP e GP. Um pequeno número de crianças em todos os três grupos, no entanto,
pareceu ter índices de aprendizagem mais baixos nesse domínio no acompanhamento do
que na admissão. A Fig. 2 mostra padrões semelhantes para as habilidades de linguagem
expressiva. Na admissão, todas as crianças do grupo IBT apresentaram índices de
aprendizado de linguagem expressiva abaixo do normal; no acompanhamento, todas as
J.S. Howard
crianças do grupo et al. / Researchíndices
IBT apresentaram in Developmental Disabilities
de aprendizado de 26 (2005) 359-383
linguagem 385
expressiva abaixo
do normal.
386 J.S. Howard et al. / Research in Developmental Disabilities 26 (2005) 359-383
Fig. 1. Índices de aprendizado de linguagem receptiva antes da admissão (círculos não preenchidos) e no
acompanhamento, após cerca de 14 meses de intervenção (círculos preenchidos). A linha tracejada indica a taxa
de aprendizado normal (1 ano de desenvolvimento para cada ano de idade).
Fig. 2. Índices de aprendizado de linguagem expressiva antes da admissão (círculos não preenchidos) e no
acompanhamento, após cerca de 14 meses de intervenção (círculos preenchidos). A linha tracejada indica a taxa
de aprendizado normal (1 ano de desenvolvimento para cada ano de idade).
J.S. Howard et al. / Research in Developmental Disabilities 26 (2005) 359-383 387
Tabela 6
Mudanças nas pontuações dos testes e nas taxas de aprendizado
Medida IBT PA GP IBT AP
média menos média menos
M S.D. M S.D. M S.D. Média Média de GP
Escores padrão no acompanhamento menos escores padrão na admissão AP/GP
Cognitivo 29.72 16.29 8.44 15.04 8.94 17.95 21.03** -.50
Não verbala 20.57 16.20 6.13 18.70 2.31 11.61 16.16** 3.82
Receptivo 20.17 19.46 3.87 12.09 -4.82 14.81 19.97** 8.68
Expressivoa 20.08 22.42 3.80 20.66 -4.45 17.25 19.78* 8.25
Comunicação 17.17 13.94 .44 12.47 2.20 14.08 15.88** -1.76
Autoajuda 5.92 13.60 1.94 15.29 -7.43 11.03 8.35* 9.37
Social 8.00 13.54 -.50 14.41 -4.64 15.16 10.43* 4.14
Motor 1.38 13.90 -5.13 14.47 -1.23 19.13 4.75 -3.89
Composto 10.52 14.73 -.56 12.04 -2.77 14.01 12.07** 2.21
Mas nove dessas crianças estavam adquirindo essas habilidades em taxas normais, com
taxas aceleradas para substancialmente acima do normal para várias crianças. Duas
outras crianças desse grupo apresentaram taxas de aprendizado quase normais no
acompanhamento. Todas as crianças dos grupos PA e GP também apresentaram taxas
abaixo do normal de aquisição de habilidades de linguagem expressiva na admissão. No
acompanhamento, embora 1 ou 2 crianças de cada grupo tenham apresentado índices de
aprendizado normais ou acima do normal, o índice de aquisição de habilidades de
linguagem expressiva na verdade diminuiu durante o curso da intervenção para várias
crianças de ambos os grupos. Alguns dos fatores que contribuíram para essas diferenças
individuais e entre grupos serão explorados em um artigo posterior.
Como os escores médios de todos os três grupos de crianças em todas as medidas
dependentes eram semelhantes na admissão, a análise dos escores de mudança produziu
resultados semelhantes aos que surgiram da análise dos escores de acompanhamento
(consulte a Tabela 6). Alguns resultados adicionais interessantes
388 J.S. Howard et al. / Research in Developmental Disabilities 26 (2005) 359-383
informações foram reveladas por essa análise. As crianças do grupo IBT apresentaram
ganhos médios de tratamento estatisticamente maiores em todos os domínios do que as
crianças dos grupos AP e GP combinados, com a possível exceção do domínio de
habilidades motoras (que foi significativo somente quando os escores padrão foram
usados). De fato, o grupo IBT teve ganhos médios nas pontuações padrão em todos os
domínios de habilidades, variando de 1,38 pontos em habilidades motoras (que já
estavam quase normais no início do tratamento) a 29,72 pontos em habilidades
cognitivas. Os escores de mudança do grupo AP variaram de -5,13 pontos no domínio
das habilidades motoras a 8,44 pontos nas habilidades cognitivas. Os escores médios de
mudança desse grupo revelaram, na verdade, perdas nas habilidades sociais e motoras,
bem como na pontuação composta da VABS, e ganhos insignificantes a pequenos nos
outros domínios. Para o grupo GP, as pontuações médias de mudança variaram de -7,43
em habilidades de vida diária a 8,94 em habilidades cognitivas, com perdas em linguagem
receptiva, linguagem expressiva, vida diária, habilidades sociais e motoras, bem como na
pontuação composta da VABS. Padrões semelhantes surgiram quando os equivalentes de
idade foram usados nas análises de mudança de pontuação: o grupo IBT obteve ganhos
em todos os domínios (intervalo = 13,44-20,81 meses), ganhando mais de 14 meses de
desenvolvimento, em média, em habilidades não verbais, de linguagem receptiva, de
linguagem expressiva, de comunicação geral, sociais e motoras durante o período de 14
meses entre a admissão e o acompanhamento. Os ganhos médios equivalentes à idade
para os grupos AP e GP foram muito menores e inferiores a 14 meses em todos os
domínios (intervalos = 7,53-12,63 meses e 4,5-13,17 meses, respectivamente).
4. Discussão
permaneceram bem abaixo do normal. Para que as crianças com autismo tenham alguma
chance de fechar a lacuna entre suas habilidades e as de seus colegas com
desenvolvimento típico, suas trajetórias de desenvolvimento devem ser aumentadas
drasticamente enquanto são jovens, antes que a lacuna aumente ainda mais. Ou seja, suas
taxas de aprendizado precisam exceder a taxa normal por um longo período de tempo.
Das abordagens de intervenção precoce investigadas neste estudo, apenas a IBT teve esse
efeito, produzindo taxas de aprendizado acima da média normal nos domínios não verbal,
linguagem receptiva, linguagem expressiva, comunicação geral e habilidades sociais. É
importante observar, entretanto, que 14 meses de desenvolvimento acelerado não foram
suficientes para que as crianças do grupo IBT compensassem todas as diferenças entre
suas habilidades e as de pré-escolares com desenvolvimento típico. Pesquisas anteriores
sugerem que serão necessários pelo menos um ou dois anos adicionais de IBT para que
algumas dessas crianças tenham os repertórios necessários para aprender de forma eficaz
em salas de aula típicas sem intervenção especializada contínua; algumas precisarão de
mais do que isso, e outras provavelmente não chegarão a esse ponto mesmo com IBT
adicional (ver Green, 1996; Smith, 1999). As projeções baseadas nas trajetórias de
desenvolvimento produzidas pela IBT em nosso estudo sugerem que a maioria das
crianças continuará a progredir para alcançar seus colegas com desenvolvimento típico se
continuarem a receber IBT ministrada com competência.
Nossas descobertas também lançam alguma luz empírica sobre a relação entre o tipo e
a intensidade da intervenção precoce e os benefícios para crianças com autismo. O
tratamento "eclético" (uma combinação de TEACCH, terapia de integração sensorial e
alguns métodos de análise de comportamento aplicada) não se mostrou muito eficaz para o
nosso grupo de comparação de PA, apesar de ter sido fornecido de forma intensiva (ou
seja, por 30 horas por semana com proporções de adulto:criança de 1:1 ou 1:2) em salas
de aula projetadas especificamente para crianças com autismo por uma equipe com
considerável treinamento e experiência com essa população. As pontuações médias de
mudança em todos os domínios de habilidades foram substancialmente mais baixas para
o grupo AP do que para seus colegas que receberam IBT, refletindo, de fato, perdas em
vez de ganhos em algumas áreas ao longo de 14 meses de tratamento (Tabela 6). Essas
descobertas são consistentes com as relatadas por Eikeseth et al. (2002) para um grupo de
crianças com autismo de 4 a 7 anos de idade que receberam tratamento "eclético"
igualmente intensivo em salas de aula de educação especial durante um ano. Assim, a
noção popular de que praticamente qualquer intervenção pode produzir benefícios
significativos para crianças com autismo se for oferecida de forma intensiva não foi
confirmada por dois estudos controlados que abordaram essa hipótese. Em vez disso, a
IBT produziu melhorias substancialmente maiores do que o tratamento "eclético"
intensivo em ambos os estudos. O tratamento "eclético" não intensivo experimentado
pelo nosso grupo de GP (15 horas por semana de atividades "apropriadas ao
desenvolvimento" e experiências sensoriais fornecidas em uma proporção de 1:6
adulto:criança) não foi apenas ineficaz; ele produziu pontuações de mudança média
negativas em vários domínios de habilidades. Em suma, o efeito do tratamento "eclético"
nos grupos PA e GP foi o de achatar ou diminuir, em vez de aumentar, as inclinações das
trajetórias de desenvolvimento da maioria das crianças. Com base nesses resultados,
projetamos que essas crianças perderão mais terreno para seus colegas com
desenvolvimento típico quanto mais tempo permanecerem em tais programas de
intervenção.
A ineficácia da intervenção precoce "eclética" oferecida às crianças dos grupos AP e
GP neste estudo não deve ser surpreendente. A intervenção "eclética" necessariamente
J.S. Howard et al. / Research in Developmental Disabilities 26 (2005) 359-383 391
envolve várias transições por dia de uma atividade ou "terapia" para outra e uma boa
dose de variabilidade na forma como a intervenção é fornecida pelos vários adultos
envolvidos. As crianças com autismo geralmente não respondem bem a mudanças nas
rotinas, têm muitas
392 J.S. Howard et al. / Research in Developmental Disabilities 26 (2005) 359-383
Agradecimentos
J.S. Howard et al. / Research in Developmental Disabilities 26 (2005) 359-383 395
Shannon Brackett, Beth LeBrun, Schelley McDonald, Marie Overmyer e Yasman Dianat
pela assistência na coleta de dados; e às crianças e famílias que participaram do estudo.
Relatórios preliminares desta pesquisa foram apresentados na conferência internacional
da Association for Behavior Analysis, em Veneza, Itália, em novembro de 2001, e na
reunião anual da California Association for Behavior Analysis, em São Francisco, em
fevereiro de 2003.
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