Motivação 1
Motivação 1
Motivação 1
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NOSSA HISTÓRIA
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Sumário
Motivação .......................................................................................................... 3
Conceito......................................................................................................... 4
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Motivação
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encontra-se pessoas desmotivadas, Por que isso ocorre? Como manter as pessoas
motivadas para o trabalho? O que motiva as pessoas? Diferem os indivíduos quanto
à importância dada as diversas necessidades? Essas necessidades são estáveis?
Esse estudo tem a finalidade de responder essas questões tão importantes no âmbito
das relações de trabalho e que tanto influem nos resultados da empresa,
Conceito
Motivação vem da palavra “móbil” que significa mover e “ções” que significa ação.
Segundo o Dicionário Aurélio: Motivação – Ato ou efeito de motivar, exposição de
motivos ou causas, conjunto de fatores, os quais agem entre si, e determinam a
conduta de um individuo (móbil+ções). Motivar – Dar motivo a, causar, despertar o
interesse por (aula, conferencia, atividade, etc.), ou de (alguém), incitar, mover,
estimular. Motivo – causa, razão, Fim, Intuito. Para Michaelis, Motivação mo.ti.va.çãosf
(motivar+ção) Ato de motivar.
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Exposição de motivos.
Psicol Espécie de energia psicológica ou tensão que põe em movimento o organismo
humano, determinando um dado comportamento.
Igualmente, é uma energia que se dissipa, como um comportamento que tem por base
algum motivo ou estímulo, desejo que impulsiona alguém numa dada direção – esta
incitação pode ser biológica ou social. “Com o passar do tempo, a motivação adquiriu
diferentes interpretações, sem que nenhuma delas possa ser considerada como errada,
ou destrua os argumentos da outra” (BERGAMINI, 2008, p. 42). Para Dubrin (apud
BERGAMINI, 2008), a motivação é uma das mais poderosas forças, na medida em que
as pessoas se esforçam para atingiruma meta que trará satisfação de suas
necessidades. Para ele o autointeresse representa uma “força motriz”. Gooch e
McDowell (apud BERGAMINI, 2008, p.106), “é uma força que se encontra no interior de
cada pessoa e que pode estar ligada ao desejo” Segundo Levy-Leboyer (apud
BERGAMINI, 2008, p.
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108), “Por motivação entendese ao mesmo tempo a direção e amplitude das
condutas”. BERGAMINI (2008, p.108), “A motivação pode e deve ser considerada
como uma força propulsora que tem suas fontes freqüentemente escondidas dentro
de cada um”. Para Murray (apud BERGAMINI, 2008, p. 108),
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Motivação: do que se trata?
Como bem esclarece Bergamini (2008, p. 2), “a primeira causa dos problemas
motivacionais do presente tem sido denominar de motivação aquilo que nada tem
a ver com ela. Usou-se, por muito tempo, considerar qualquer problema humano
no trabalho como sendo causado pela falta de motivação dos empregados”. De
acordo com a autora, todo o esforço do conhecimento do homem e da motivação
humana também tem sua história, e o exame das diferentes etapas dessa história,
poderá esclarecer muitas dúvidas e enganos com relação ao assunto. As relações
humanas estão presentes no ambiente organizacional, daí a importância do
investimento cada vez maior por parte dos gestores na busca constante para maior
envolvimento e comprometimento das pessoas com a organização. É de suma
importância que as pessoas se mantêm motivadas. Portanto como em outras áreas
do pensamento administrativo, as idéias sobre motivação evoluíram desde os
primórdios da Ciência da Administração. (REIS1 , 2001).
Teorias Motivacionais
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o trabalho era executado unicamente por recompensas financeiras, assim procurava
motivar os funcionários em troca de incentivos salariais relacionados à produtividade
de cada um, pois a visão que se tinha é que eram preguiçosos e ineficientes, e só
poderiam ser motivados por esses benefícios. Surge aí a concepção do homem
economicus. A preocupação com o fator remuneração ambiente de trabalho,
treinamento, clima organizacional estava longe de se referir ao fator humano, mas
apenas a busca da eficiência na produtividade. O principal objetivo da administração
científica era garantir a máxima prosperidade para o empregador e ao mesmo tempo
para cada empregado e isso traduzia numa revolução mental de ambas as partes;
para Taylor, sem essa revolução mental a administração científica não existe. E ainda,
como Murrell (1977), menciona: “Taylor descreve uma investigação científica sobre o
que chamou de estudo rigoroso dos motivos que influenciam o homem”. Murrell (1977)
também destaca o quanto as idéias de Taylor e seus seguidores provocaram
controvérsia e oposição. Ele foi freqüentemente culpado quando houve aplicações
errôneas de suas idéias, segundo as quais, desumanizaram o trabalhador e ignorava
os conceitos psicológicos da época. Em particular era criticado pela sua crença no
dinheiro como motivador. A esperança de Taylor consistia em tornar possível dar ao
trabalhador uma existência decente através da crescente produtividade no trabalho.
Tendo em vista a necessidade de focar o ser humano, várias teorias foram
desenvolvidas. A Teoria das relações humanas foi o ponto de partida, com ênfase
totalmente nas pessoas pela preocupação em humanizar e democratizar as
organizações. Surge assim uma nova concepção do ser humano com a visão do
homem social através do estudo realizado por Elton Mayo em uma fábrica em
Chicago, conhecida como “A
Experiência de Hawthone”.
O resultado dessa experiência mostrou outra face do indivíduo onde não era
mais visto como parte de um processo movido apenas por estímulos salariais, mas
sim um ser social com personalidade complexa, movido pelas interações sociais,
grupais, motivado por necessidades sociais, psicológicas e expectativas grupais.
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Passando por todas as fases da experiência percebe-se nitidamente que as condições
físicas do ambiente já não eram tão importantes em detrimento às condições sociais
e psicológicas. As pesquisas realizadas na fabrica de Hawthone talvez tenha sido um
dos estudos mais importante do comportamento humano nas organizações e o grade
fator que pode ter contribuído com esse resultado foi a credibilidade adquirida pela
empresa Western Eletric Junto aos seus empregados por sua constante preocupação
com o bem estar dos mesmos. Uma das importantes conclusões da referida pesquisa
resulta no fato de perceber a impossibilidade de considerar apenas um fator diante de
tantas outras variáveis possíveis de influenciar a capacidade produtiva.
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explicar a motivação do comportamento Lewin elaborou, por volta de 1935, à teoria de
campo que partia de duas premissas: • O comportamento é resultado de uma
totalidade de fatos e eventos coexistentes. • A inter-relação ente os fatos e eventos
criam um campo dinâmico chamado ambiente psicológico que corresponde aos
padrões organizados de comportamentos e percepções do indivíduo em relação a seu
ambiente.
Essa teoria explica como cada indivíduo vê de forma diferente as vivências com
o meio ao longo da vida, desta forma cada ser humano tem a sua própria forma e
particularidade em encarar as coisas, as pessoas, as situações. Já no final da década
de 1940 surgem novas proposições sobre motivação humana com o advento da teoria
comportamental (ou teoria Behaviorista). Para explicar o comportamento
organizacional ela fundamenta-se no comportamento individual das pessoas sendo
necessário o estudo da motivação humana. A Teoria Comportamental definiu estilos
de administração caracterizando as organizações como sistemas sociais cooperativos
que tem por base a racionalidade e concebe a organização como sistema de decisões,
pois para ela todo indivíduo é tomador de decisão baseandose nas informações que
recebe do ambiente, absorvendo-as deacordo com suas convicções e assim
assumindo uma postura de acordo com suas opiniões e ponto de vista.
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no estudo do comportamento humano nas organizações”. Uma das mais importantes
e conhecidas teorias que se baseia nessa premissa foi proposta por Abraham Maslow,
é a chamada Hierarquia das necessidades humanas, em que as necessidades são
visualizadas em forma de uma pirâmide em níveis de importância e influencia, onde
cada vez que satisfeita as necessidades de um desses níveis, surge à seguinte para
servir de centro da organização do comportamento.
De acordo com Hersey e Blanchard (1977), a intenção de Malow não foi dizer
que essa hierarquia tem aplicação universal, segundo ele seria um modelo típico que
atua na maior parte do tempo. Compreendeu-se assim que havia numerosas exceções
a essa tendência geral, e ao discutir o predomínio de uma categoria de necessidades
com relação à outra não se desejou dar a impressão de que um nível de necessidade
precisa ser inteiramente satisfeito antes de o nível seguinte surgir como mais
importante, pois, na realidade, todas as pessoas tendem a ser parcialmente satisfeitas
e parcialmente insatisfeitas em cada nível e a maior satisfação tende a ser nos níveis
fisiológico e de segurança. Portanto, a hierarquia das necessidades de Malow não
pretende ser um esquema de tudo ou nada, mas um esquema de predição com grande
ou pequena probabilidade do comportamento. A teoria de Maslow foi recebida com
aprovação por numerosos psicólogos, mas como um ato de fé, uma vez que para
verificá-la poucas pesquisas se fizeram, assim define Murrell (1977, p. 81): “é
comprovadamente fácil interpretar situações com o seu modelo, mas algo mais
espinhoso testar realmente sua validade”. Influenciado por MasloW Frederick
Herzberg desenvolveu a Teoria dos dois fatores para explicar o comportamento das
pessoas em situação de trabalho, conhecido como Teoria Motivação-Higiene.
Segundo Herzberg Existem dois fatores que orientam o comportamento das pessoas:
Os fatores higiênicos ou extrínsecos e os fatores motivacionais ou intrínsecos; o
primeiro está relacionado com o ambiente que rodeia o indivíduo, envolvem as
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condições físicas de trabalho e estão fora do controle das pessoas; eles apenas evitam
a insatisfação no trabalho mas isoladamente não gera motivação, são destinados
simplesmente como forma de Necessidades
Wigdor (apud MURREL, 1977, p. 85) chegaram a conclusão de que: “a teoria bifatorial
é uma supersimplificação das relações muito complexas entre motivação, satisfação
e desempenho do serviço”.
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A implantação do modelo de Herzberg exige que os administradores sigam
algumas práticas gerenciais como enriquecimento de cargo, eliminação de certos
controles de cargo, maior responsabilidade e autoridade para o trabalhador. Assim, de
acordo com Reis (2001) o trabalho de Herzberg é muito mais uma teoria de satisfação
no trabalho do que propriamente uma teoria motivacional, sendo que muitos autores
ainda não conseguiram provar que exista alguma relação entre a satisfação e
motivação no trabalho. Douglas McGregor foi outro estudioso que se interessou pelos
fatores que evolvem a motivação humana buscando compreendêlos na forma como
ocorre no âmbito das organizações. A proposta que liga as necessidades de Maslow
à realidade foi apresentada por ele em 1960 Nas Teorias X e Y. Em suas pesquisas
fez críticas ao modelo das relações humanas no sentido de que se tratava de uma
forma sofisticada de manipular os trabalhadores e também como no modelo tradicional
o conceito de motivação se resumia tão simplesmente ao fator remuneração e
interação social.
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trabalhador motivado é capaz de atingir as metas organizacionais, as pessoas têm
capacidade de imaginação e criatividade na solução de problemas, procuram e
aceitam responsabilidades e desafios, são esforçadas e se o trabalho for realizado em
ambiente agradável e adequado obtêm muita satisfação: “A Teoria Y propõe um estilo
de administração participativo e baseado nos valores humanos e sociais.”
(CHIAVENATO, 2003, p. 339). Diante do exposto Há de se concordar com Murrell
(1977), quer exista ou não validade nessa teoria um fato irrefutável é que o tipo de
gestão “cenoura-e-Chicote” não funciona mais, deverão ser encontradas novas
alternativas, o que estão fazendo algumas empresas tendo a Teoria Y como guia. A
teoria ERC (existência, relacionamento e crescimento) tem suas origens nos estudos
de Clayton Alderfer que partiu da hierarquia das necessidades de Maslow, redefiniu
as cinco necessidades e agrupou em três:
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Os principais vetores da necessidade para que um ser humano pudesse obter
satisfação, eram:
Defende ainda que, cada indivíduo tem nível de necessidade diferente do outro,
mas nunca haverá a inexistência de qualquer uma delas, sempre existirá um traço,
principalmente da realização (motivação pelo êxito) que é aprendida na infância. O
autor estabelece pontos importantes a serem avaliados, tais como o esforço do
indivíduo a buscar Feedbacks, a eleição de modelos a ser seguido, o estabelecimento
de metas com propostas desafiadoras e o maior controle do indivíduo para seus
desejos. A necessidade de realização foi a que recebeu maior atenção de Mcclelland
e foi definida com uma disposição relativamente estável para o êxito.
De acordo com McClelland (apud REIS, 2001, p. 43) “cada indivíduo tem
tendência a desenvolver certas forças motivacionais como produto doambiente no
qual vive, afetando a maneira pela qual as pessoas percebem seu trabalho e encaram
suas vidas”. Baseado em outros estudos ele mostrou o quanto o desenvolvimento
econômico de um país depende da necessidade de realização de seus cidadãos. Um
estudo em Winterbottom (1953) apontou pela primeira vez a possível ligação entre a
motivação de realização e o desenvolvimento econômico, utilizando para tal pesquisa
a comparação com medição do nível de realização “n realização”·. Esse estudo abre
espaço para a hipótese de Max Weber; segundo ele a reforma protestante levou ao
maior desenvolvimento econômico, portanto maior realização.
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o que foi uma razão de sua prosperidade. Então, qual o motivo que os impeliu a tão
prodigiosas façanhas de organização e desenvolvimento mercantil? Weber acha que
esse homem “nada retira para si mesmo de sua riqueza, exceto o sentimento irracional
de ter feito bem o seu trabalho (WEBER apud MCCLELLAND, 1972, p. 74). É
exatamente assim que David Mcclelland define o motivo de realização ao codificá-lo
para sua expressão na fantasia. Foi criado um mecanismo social pelo qual a nova
visão religiosa do mundo pôde afetar, especificamente, a socialização e, por
conseguinte, a motivação da nova geração (MCCLELLAND, 1972, p. 76). A hipótese
levantada por Weber embora razoável e lógica, como qualquer hipótese de uma
pesquisa Científica, passou pela investigação e diversas provas chegando à
convicção de que o motivo de realização é um importante fator que afeta o índice de
desenvolvimento econômico.
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a reagir. O reforço é o elemento chave da teoria de Skinner. A teoria cobre também
reforços negativos. O conceito chave do pensamento de Skinner é o condicionamento
operante que foi somado ao reflexo condicionado formulado pelo cientista Russo Ivan
Pavlov. O reflexo condicionado, chamado condicionamento respondente, é uma
reação a um estímulo casual, “reflexo” ou “involuntário” e o condicionamento operante,
que está relacionado com o comportamento operante é “voluntário”, aquele
mecanismo que premia uma determinada resposta de um indivíduo até que ele fique
condicionado a associar a necessidade a ação. A diferença entre o reflexo
condicionado e o condicionamento operante é que o primeiro é uma resposta a um
estímulo puramente externo; e o segundo, o hábito gerado por uma ação do indivíduo.
No comportamento respondente (de Pavlov), a um estímulo segue-se uma resposta.
No comportamento operante (de Skinner), o ambiente é modificado e produz
consequências que agem de novo sobre ele, alterando a probabilidade de ocorrência
futura semelhante. O condicionamento operante é um mecanismo de aprendizagem
de novo comportamento - um processo que Skinner chamou de modelagem.
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4. CASTIGO: igual ao da extinção funciona para reduzir a conduta.
Segundo Bergamini (2008) a ação empreendida nesses condicionamentos não pode
ser chamada de motivada, pois dentro dessa teoria, a reação representa um
comportamento que foi incorporado num sistema de hábitos.
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• Valencia (valor x recompensa) – é o atrativo de certas recompensas ou
resultados de acordo com determinado desempenho. A valência pode descrever o
nível de um desejo particular, ou o grau de importância do objetivo para o indivíduo.
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tratadas como pessoas imaturas. Argyris seria o primeiro a admitir que poucos se
desenvolvem até a maturidade completa, se é que alguém o faz. Examinando a falta
de esforço e apatia de alguns empregados no trabalho, Argyris procura saber se isso
se deve apenas a preguiça individual. Sugere que não, isso se deve às práticas de
administração utilizadas que impedem os indivíduos de amadurecer, são estimulados
a serem passivos, dependentes e subordinados. A tendência para conservar pessoas
imaturas são características da organização formal onde se preza o poder, a
autoridade, a hierarquia, ordem e o controle. A especialização torna o trabalho
repetitivo, rotineiro, e não apresenta qualquer desafio. A administração cria papéis
infantis para os trabalhos, e tais papéis frustram o desenvolvimento natural. Argyris,
como McGregor, desafia a administração a criar um clima de trabalho em que todos
tenham oportunidade para crescer e amadurecer como indivíduos, como membros de
um grupo, através da satisfação de suas necessidades, ao mesmo tempo em que
trabalham pelo triunfo de sua organização. Aqui está implícita a crença de que o
homem pode ser basicamente motivado e, portanto, a administração baseada na
Teoria Y será mais produtiva para o indivíduo 29 e para a organização.
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forma buscaram-se novas alternativas passando-se a considerar o ser humano no
trabalho como pertencente a um grupo de pessoas motivadas por vários fatores
diferentes procurando determinar assim a identidade pessoal e motivacional. “A
motivação começa a ser concebida como um potencial de força guardado no interior
de cada um, que tem função de energizá-lo” (BERGAMINI, 2008, p. 10).
O ATO DE MOTIVAR
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produzem mais. Tal política pode até proporcionar um ótimo ambiente de trabalho e
um nível considerável de satisfação no ambiente, mas pouca satisfação, senso de
entusiasmo e criatividade.
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desempenhar um bom trabalho. Pessoas desmotivadas demonstram baixo nível de
confiança em si mesmo, e acabam projetando sobre a organização essa descrença a
respeito de si mesma, isso explica o fato dos indivíduos recém-admitidos estarem
plenamente motivados, eles carregam a expectativa de que nessa empresa poderá
encontrar fatores complementares à satisfação destas carências. Portanto, um dos
fatores que deveria ser desenvolvido nas organizações é a capacidade de obter e
manter a auto-estima, melhorando assim a qualidade de vida e consequentemente a
produtividade. De acordo com Bergamini (2008), ninguém pode motivar ninguém, as
pessoas já trazem dentro de si expectativas próprias capaz de ativar a busca de
objetivos já estabelecidos, portanto, como bem mostrou em seu artigo na RAE em
12/1986: A preocupação mais correta não deve ser aquela que busca o que fazer para
motivar pessoas, mas especialmente a que esteja voltada para estratégias que
busquem evitar que elas desmotivem. Parece que só assim, aquele alto nível de
expectativas que impele as pessoas do “menos” para “mais”, rumo aos seus próprios
caminhos, não se desgastará como o decorrer do tempo. E haverá um renascimento
a cada ato motivacional. (BERGAMINI, 1986, p. 8). Inúmeras estratégias foram criadas
para motivar pessoas que acabaram se mostrando ineficazes e representando um tipo
de coerção e controle conforme explica Levy-Leboyer (apud
BERGAMINI, 2008, p. 34) “assim como não se muda uma sociedade por decreto, não
se motivam indivíduos com regulamentos e punições, com cenouras e bastões”. Se o
impulso motivacional é interno e individual preso às características de personalidade,
não se podem procurar fórmulas genéricas para o assunto, mas particularizá-lo em
cada momento e para cada pessoa.
Ciclo motivacional
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impossível, através da satisfação de outra necessidade complementar ou substitutiva
o que irá reduzir ou evitar a frustração, é a chamada compensação das necessidades.
Portanto, a satisfação da necessidade está diretamente proporcional ao estado de
equilíbrio e toda necessidade não satisfeita é motivadora de comportamento.
(CHIAVENATO, 2003).
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setor, embora tenha existido desde os primórdios da vida humana, essa preocupação
científica é relativamente nova. A motivação para o trabalho representa o estado
psicológico de disposição favorável em atingir uma determinada meta, portanto como
diz Maximiano (2000, p.347), precisamos compreender os motivos que influenciam o
desempenho das pessoas, “Uma vez que o desempenho depende da motivação, a
compreensão dos mecanismos da motivação para o trabalho é de extrema
importância no estudo da administração das organizações”. De acordo com Jersey e
Blanchard, ao lado do planejamento e da organização, a motivação desempenha um
grande papel na determinação do nível de realização dos empregados, o que influi na
consecução dos objetivos da organização de forma eficiente. Em sua pesquisa sobre
motivação William James6 concluiu que se a motivação for baixa, a realização dos
empregados será tão reduzida quanto no caso de baixa capacidade, sendo assim a
motivação é uma função extremamente importante da administração.
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Não conseguindo objetivo alternativo que reduza a força da necessidade, continua o
bloqueio da realização do objetivo, onde gera a frustração que pode levar ao
comportamento destrutivo. Existem dois fatores que influem na força da necessidade,
que são expectativa7 e disponibilidade8 . Embora estejam inter- relacionados a
expectativa tende a influir nos motivos ou necessidades e a disponibilidade na
percepção que as pessoas têm dos objetivos. Deve-se acentuar que não é importante
o fato de os objetivos que satisfaçam uma necessidade serem realmente disponíveis,
pois é a percepção, ou interpretação da realidade que influi no comportamento real da
pessoa. A realidade é aquilo que a pessoa percebe e isso influi na expectativa. Se a
expectativa é grande, aumentará a força do motivo (HERSEY & BLANCHARD, 1977).
Segundo Balcão e Cordeiro, conforme já foi provado, um grupo unido e coeso
representa mais em termos de eficiência na consecução dos objetivos das empresas
do que grupos isolados, no entanto embora a administração saiba desta necessidade,
receiam a ameaça que ela representa. Acima desta, encontramos outra necessidade
de extremo valor para a organização e para o indivíduo que são as necessidades do
ego, estão relacionadas com o amor próprio: autoconfiança, competência,
conhecimento, independência; necessidades relacionadas com a própria reputação:
status, reconhecimento, aprovação, respeito. São raramente satisfeitas e a
organização industrial típica oferece poucas oportunidades de satisfação dessas
necessidades egoístas para as pessoas de níveis mais baixos da hierarquia.
(BALCÃO; CORDEIRO, 1979). Por último, chegamos às necessidades de auto-
realização; poucos conseguem atingir esse nível: Está claro que as condições da vida
moderna dão apenas oportunidades limitadas para que essas necessidades,
relativamente fracas, obtenham expressão. A privação que a maioria das pessoas
experimenta com respeito.
26
humanas funciona razoavelmente bem em determinadas circunstâncias, ou seja,
enquanto o indivíduo estiver lutando pela subsistência ele pode facilmente ser
controlado, sendo que, quando o mesmo atingir o nível mais alto, essa teoria não
funciona, pois essa filosofia administrativa de direção e controle é inútil para a
motivação de pessoas cujas necessidades importantes sejam sociais e egoísticas.
Todavia, quando privadas de satisfazer no trabalho as necessidades que consideram
importantes as pessoas se comportam exatamente como especificado na teoria X:
com indolência, passividade, irresponsabilidade, etc. Diante dessa realidade
necessitou de novos conceitos de administração baseados em definições mais
adequadas a respeito da motivação e da natureza humana. Assim McGregor mostrou
que as pessoas não são preguiçosas e indolentes, elas se tornam assim por
experiência vivida e cabe à organização criar condições para que os indivíduos
desenvolvam por si só capacidade de motivação, potencial de desenvolvimento e
capacidade de assumir responsabilidades. Em suas conclusões a respeito das teorias
mencionadas, Balcão e Cordeiro ressaltaram o quanto Há obstáculos a superar para
a criação de uma organização baseada na aplicação integral e efetiva dessa teoria,
tendo em vista o quanto o homem se manteve amarrado às teorias tradicionais
estando acostumados a serem dirigidos e manipulados. Enquanto a teoria X se
baseava no controle extremo do comportamento humano, a teoria Y baseava-se no
autocontrole e na auto direção. Depois de usar o primeiro método por gerações, é
difícil acreditar que a administração esteja preparada para o segundo. No entanto
ideias inovadoras e inteiramente condizentes com a teoria Y estão sendo empregadas
e com sucesso. De acordo com Balcão e Cordeiro,
27
interferindo na organização. Outra característica importante das organizações se
refere ao status, já pelo organograma podemos evidenciar essa hierarquia de poder
que evidencia o status de um sobre o outro. Podemos perceber ainda a diferença de
status entre homens e mulheres, quanto à espécie do trabalho, o prestigio que
acompanha a idade em anos ou tempos de companhia; e às diferenças relacionadas
ao salário, pois se considera até certo ponto, o dinheiro como medida de valor.
28
A satisfação passa a ser considerada oposta a motivação, pois quanto maior a
satisfação, menor a motivação. Assim Bergamini (2008) conclui que quanto mais
satisfeita uma necessidade, menos ela energiza o comportamento. Certas
necessidades que o trabalho satisfaz são instrumentais para realização de outras e há
necessidades que são terminais, isto é, satisfazem em si mesmas.
Portanto, como bem define Bergamini (2008, p.121), “o objetivo motivacional é, então
perseguido a cada momento em particular e a direção da busca será prioritariamente
determinada por um fator interno e individual”.
Satisfação no trabalho
29
satisfação no trabalho, pois vários estudos já comprovaram não haver uma receita
básica, tudo depende das expectativas que o trabalhador desenvolve em relação a ele
e o papel que o trabalho desempenha na vida do indivíduo tem cunho muito individual.
Um grupo defende o argumento de que seres humanos maduros requerem níveis
elevados de satisfação de necessidades egoísticas e auto=realização nos seus
trabalhos; para estes o trabalho tem que oferecer desafios, autonomia e
independência, caso contrário pode sofrer frustrações. O fato de muitos indivíduos
ocuparem cargos aborrecidos, sem sentido, pode levar a problemas sociais graves.
De acordo com Salles e Strauss (1975, p. 41): Moral baixo e motivação insuficiente
podem levar à ineficiência e baixa produtividade. Em resumo, segundo o argumento,
a existência de empregos não compensadores cria uma situação crítica, que é danosa
ao indivíduo, à organização que o emprega e à sociedade em geral. 41 Por outro lado,
o argumento oposto defende que muitas pessoas se ajustam facilmente ao trabalho
grosseiro, concentram sua vida fora dos trabalhos e nada esperam dele, portanto não
se decepcionam caso esse lhe ofereça poucos desafios e senso de criatividade.
Assim, alguns ressaltam que muitas pessoas nem desejariam um alto nível de
desafios e autonomia no trabalho, mesmo que isso fosse possível, provavelmente são
imaturos, isso não devido ao trabalho, mas ao ambiente familiar onde aprenderam
desde criança serem dependentes sem pretensão de mudar. Pesquisas de atitude
sugerem que a maior parte das pessoas espera relativamente pouco do trabalho e,
assim, ajusta-se um tanto facilmente.
30
evidência de que essas necessidades possam ser hierarquizadas, está bem claro que
as várias formas de satisfação de necessidades podem ser substituídas entre si.
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A satisfação no trabalho é dinâmica, uma vez que pode deteriorar-se tão
rapidamente quanto desenvolver-se. Portanto os administradores devem prestar
atenção sempre nas atitudes de seus empregados. A satisfação com o trabalho
representa uma parcela da satisfação com a vida. A natureza do ambiente de alguém
fora do trabalho influencia seus sentimentos no trabalho. Portanto a satisfação está
muito ligada às expectativas individuais do indivíduo como relação à organização.
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comportamento. No último estilo, o chamado laissez-faire passa-se a ausência de
liderança (BERGAMINI, 2008). Os sistemas de organizações, baseados no
autoritarismo força o indivíduo a adaptar-se à organização sem dar espaço para que
esta se adapte ao indivíduo e mata qualquer iniciativa; é aquela do tipo “ordens são
para ser cumpridas e não questionadas”. Nesse modelo, à medida que as
organizações crescem se tornam mais complexas, percebe-se um aumento de
pressão nos níveis mais baixos, restrições de liberdade de ação, decisão, iniciativa e
muitos casos de ritmo acelerado de mudança. Isso pode afetar o equilíbrio das
relações desenvolvendo ansiedades e tensões cada vez maiores. .(BALCÃO &
CORDEIRO, 1979). O líder surge como conseqüência das necessidades de um grupo,
dentro de uma determinada situação que deseja operar. Segundo McGregor, narrado
por Balcão e Cordeiro, para a satisfação de suas necessidades o subordinado
depende do comportamento e das atitudes de seus superiores de forma que o mesmo
deverá se sentir seguro quanto à satisfação dos seus desejos caso execute o que dele
se espera, como conseqüência disso exigirá oportunidades de auto- realização.
Existem três aspectos que influencia os sentimentos de segurança do subordinado em
sua relação de dependência com os superiores: A mais importante “atmosfera criada
pelo superior” demonstra que aos subordinados só é possível a segurança quando
pensam contar com a aprovação integral de seu superior, caso contrário, eles não
confiarão que suas necessidades serão satisfeitas o que quer que faça. Na falta de
aprovação qualquer atitude do superior será vista como suspeita, tendo em vista que
os subordinados se sentem temerosos e inseguros. O segundo requisito para a
segurança é o conhecimento. O subordinado precisa saber o que a organização
espera dele e se ele está respondendo a esta expectativa. De outra forma, através de
erros de comissão ou de omissão poderá impedir a satisfação de suas próprias
necessidades. Conhecer é poder, principalmente porque diminui a dependência no
desconhecido e no imprevisível. O terceiro aspecto que influencia a segurança do
subordinado é a disciplina coerente; cada subordinado precisa ter a segurança de que
pode contar com o apoio e o incentivo de seu superior quando estiver certo e punição
quando estiver errado.
Só que esta disciplina deve ser estabelecida num clima de aprovação para que
não ocorra uma resposta oposta à desejada. Da mesma forma, McGregor apresenta
as condições que permitem ao subordinado realizar seu potencial. A primeira delas é
a oportunidade de expressar suas idéias e de contribuir com sugestões, pois o
subordinado obterá verdadeira satisfação ao saber que se consideram suas opiniões
33
e idéias na procura de soluções. A segunda é a oportunidade de assumir
responsabilidades assim que esteja pronto para elas. O desejo de assumir
responsabilidade é fenômeno genuíno de maturação, portanto conferir
responsabilidade, bem como aceitá-la requer uma relação confiante e segura com
os superiores.
Desse modo uma nova perspectiva vem surgindo dando importância aos
membros do grupo e não apenas o líder. A realidade atual começou a desafiar a
eficiência da liderança altamente diretiva e importância cada vez maior foi dada aos
problemas de motivação e de relações humanas. Segundo Balcão e Cordeiro,antes
de definir como liderar determinado grupo o administrador deverá considerar
determinadas variáveis de personalidade que podem influenciar o comportamento
dele mesmo e de cada indivíduo, assim como o conjunto de expectativas do
subordinado às atitudes de seu chefe com relação a ele. Quanto melhor o
administrador compreende esses fatores, com maior precisão poderá determinar que
tipo de comportamento, de sua parte, permitirá aos subordinados agir com maior
eficiência.
34
da organização. • Se aprenderem a esperar participação nas decisões. Se as
condições acima não existirem, o administrador não terá alternativa a não ser usar
pessoalmente a sua autoridade total, pois em cada situação o indivíduo deverá sentir-
se preparado para enfrentá-la, caso contrário não servirá como estímulo motivacional.
De outra forma, o efeito restritivo dessa forças dependerá do grau de confiança dos
subordinados para seu chefe, pois se o indivíduo aprendeu a confiar nele e a respeitá-
lo ele poderá variar seu comportamento que não será visto como chefe autoritário nas
ocasiões em que tomar pessoalmente uma decisão e quando passar essa decisão ao
grupo não será visto como tentativa de livrar-se da responsabilidade. Num clima de
confiança e respeito mútuos, as pessoas tendem a sentir-se menos ameaçadas por
desvios da prática usual, o que torna possível maior grau de flexibilidade nas relações
(BALCÃO; & CORDEIRO, 1979. p. 185).
Em 1964, Hollander propõe a teoria das trocas onde destaca como importante
fator de eficácia na liderança o equilíbrio que deve ocorrer entre as expectativas do
subordinado e as repostas comportamentais oferecidas por seu líder.
Concomitantemente House e Mitchel propõem a teoria caminho-objetivo, segundo a
qual o líder não só deve conhecer os objetivos dos subordinados, mas tornar um
facilitador na consecução dos mesmos. O papel do líder é de um agente a quem cabe
desbloquear a força motivacional contida no interior do seu seguidor, como explica
Bergamini (2008): a perspectiva mais natural de compreender a motivação humana é
aquela em que leva em consideração a história particular de cada um, o que se chama
de realidade motivacional; assim é imprescindível que o líder conheçabem a cada um
dos seus seguidores, dispensando-lhes uma consideração individualizada.
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chefiadas e não lideradas. No sentido mais amplo, o líder precisa conhecer as
expectativas pessoais dos seguidores, interpretando para eles a realidade, de tal
forma que isso consiga ajudá-los a chegar aos objetivos que almejam. É quase certo
que a crise organizacional está ligada à crise de liderança, e esta, por sua vez, liga-se
necessariamente à crise da motivação pessoal (BERGAMINI, 2008 p. 210). Com os
processos de globalização e as rápidas mudanças tecnológicas enfrentadas pelas
organizações, tornou-se imprescindível preparar os líderes para agirem de forma que
garanta aumentar a motivação dos subordinados, de sorte que não basta ter
habilidade interpessoal, é indispensável também que ele saiba utilizá-la. Outro
aspecto se refere ao medo do Feedback, tanto por parte dos líderes quanto de seus
seguidores, Jackman e Strober (apud BERGAMINI, 2008, p. 195) destaca sua
importância em seu artigo quando afirma “a organização lucra quando seus executivos
buscam feedback e são capazes de lidar com críticas”. “O hábito de pedir feedback
transforma o ambiente tornando-o mais aberto e honesto, o que favorece a motivação
e o envolvimento de cada um e de todos no ambiente organizacional”.
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Os sistemas motivacionais são todos os tipos de incentivos e recompensas
oferecidas aos trabalhadores com o intuito de conseguir o desempenho necessário
à consecução dos objetivos organizacionais como: enriquecimento do trabalho,
autogestão nos grupos de trabalho, remuneração por resultados e os programas de
incentivos. Segundo a concepção dos estruturalistas tanto as recompensas sociais
quanto materiais são importantes para o trabalhador, sendo as primeiras,
determinantes de status e de seu equilíbrio emocional, enquanto a segunda atua no
sentido ascendente de mobilidades social. Porém, diante do novo cenário mundial nos
perguntamos: as recompensas funcionam? Pesquisas indicam que elas apenas
asseguram a submissão temporária, quando se trata de produzir mudanças
duradouras de atitude de comportamento, tanto as recompensas quanto as punições
são ineficazes.
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estímulo pode ser eficaz desde que compatível com as necessidades, interesse e
aptidões da pessoa a quem é oferecido. O que se percebe é que os gerentes estão
criando um ambiente de trabalho no qual as pessoas se sentem controladas e não um
ambiente que leve à investigação, aprendizado e progresso.
Compensação salarial
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considerar o salário alto como forma de compensação parcial pela ausência de outras
formas de satisfação de necessidades. E, segundo, o dinheiro tem valor simbólico. Os
ganhos monetários são tangíveis, os psíquicos não o são. É evidente que poucas
pessoas estão interessadas pelo dinheiro em si, mas apenas como meio para ser
usado na satisfação de outros motivos. Quanto mais um indivíduo se volta para as
necessidades de estima e autorealização, menos importante se torna o dinheiro em
sua obtenção. Segundo Reis (2001), os incentivos financeiros foram duramente
criticados por Herzberg, para ele o salário é um fator higiênico que satisfaz a
necessidade de sobrevivência e ressaltou que nos casos daqueles bem sucedidos se
deve a fatores secundários como o aumento do conteúdo e responsabilidade do
trabalho, desta forma o dinheiro apenas reforçaria a motivação recebida pelo
reconhecimento e conquista pessoal. A prática tem mostrado que as pessoas que
trabalham motivadas apenas por recompensas extrínsecas têm apresentado
desempenho pior do que aquelas intrinsecamente motivadas, isso leva a crer que
as pessoas não estão vendo sentido na tarefa pela qual estão sendo remuneradas.
Por outro lado a preocupação com altos picos de produção levam á baixa
qualidade, visto que, as pessoas se ocupam somente com maiores resultados
financeiros dentro do menor prazo possível e assim o trabalho perde a sua importância
real. Pode-se entender que as recompensas extrínsecas matam a verdadeira
motivação que vem da necessidade interior de cada um. Nesse aspecto, os próprios
pesquisadores eram pegos de surpresa, eles acreditavam que as recompensas
produziriam a melhoria no trabalho, mas descobriram o contrário; as recompensas
compram temporariamente a aceitação, e desta forma parece que os problemas estão
resolvidos. Outro aspecto importante a ser considerado, refere-se à questão da
equidade; as pessoas precisam sentir que as recompensas que estão recebendo são
equivalentes ao seu trabalho e essa mensuração é algo muito delicado. Outro alerta
foi dado por Kohn (apud BERGAMINI, 2008, p. 61), “quanto mais recompensas são
dadas, mais parecem ser necessárias”, por isso engana- se quem pensa que, seja
qual for o prêmio mal não faz; não se pode esquecer que quando se retira algo que foi
anteriormente concedido com um bem, é visto como punição. De acordo com a
Psicologia social, qualquer comportamento provocado por estímulos externos não é
chamado motivado e sim condicionado.
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CLIMA ORGANIZACIONAL E MOTIVAÇÃO
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produtiva 53 poderão custar caro no futuro, podem ser destrutivos tanto para as
pessoas quanto para as organizações (BERGAMINI, 2008). Bergamini (2008, p.
181), evidencia a relação conflito e motivação quando diz “no caso do conflito, o
comportamento motivacional é ativado, visando a redução de tensões intrapsíquicas
que surgem devido ao não-atendimento de uma ou várias necessidades”. Segundo a
autora são várias as situações organizacionais que podem gerar conflito, a primeira é
atribuir a alguém uma atividade sem sentido que pode bloquear o atendimento de sua
auto-realização, não sendo levadas em conta suas expectativas motivacionais
próprias. Outro aspecto importante para o ajustamento é a autonomia, Deci, E. L (apud
BERGAMINI, 2008, p. 182) defende esse fato quando diz que “as pessoas precisam
sentir que o seu comportamento é verdadeiramente escolhido por elas, e não imposto
por alguma força externa”. O clima organizacional está intimamente relacionado com
o grau de motivação de seus participantes. Quando há elevada motivação entre os
membros o clima motivacional se eleva e se traduz em relações de satisfação,
animação, interesse, colaboração etc., todavia, quando há baixa motivação entre os
membros seja por frustração ou barreiras à satisfação das necessidades o clima
organizacional tende a abaixar caracterizando-se por estados de depressão,
desinteresse, apatia, insatisfação etc., podendo, em casos extremos, chegar a
estados de agressividade, tumulto, inconformidade etc., típicos de situações em que
os membros se defrontam abertamente com a organização (como nos casos de
greves, piquetes etc.).
PERSPECTIVAS E DESAFIOS
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o comportamento motivado com objetivo de propiciar maior êxito nas organizações; é
talvez o grande desafio da atualidade, manter uma força de trabalho motivada,
saudável e preparada para a competição acirrada em que vivemos, ainda, a
capacidade das organizações responderem à demanda por parte de seus
empregados com relação à melhor qualidade de vida. As pessoas têm muitas
necessidades; embora existam as diferenças individuais, é possível predizer os
motivos de maior predominância entre os empregados. Algumas pesquisas
interessantes foram realizadas na indústria norte-americana procurando a resposta
referente ao que os empregados esperam de seus empregos.
Essa nova concepção está fazendo com que se ofereça aos administradores
aquilo a que chamou “despotismo psicológico esclarecido”, em vez da “cenoura-e-
chicote”. Afirma Drucker que os psicólogos industriais, a maioria dos quais professa
sua fidelidade à Teoria Y e usa termos tais como
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“criatividade” e "auto realização”, estão procurando controlar a motivação através da
manipulação psicológica, e que a manipulação se baseia nos pressupostos da Teoria
X, na qual o medo da fome ou de perda de emprego ou o incentivo de recompensas
materiais estão sendo substituídos pelo temor da alienação psicológica. Todas as
diferentes técnicas que foram propostas ajudarão a administração a manipular os
empregados, a fim de se conseguir maior produção; e isto, afirma Druker, é
“despotismo psicológico, o qual, seja esclarecido ou não, constitui um emprego
seriamente errado da Psicologia. Isso pode ser um exagero, mas provavelmente existe
alguma verdade nele. O fato é que, cada teoria é apresentada como se fosse a
resposta definitiva do problema. Existe uma nova geração de psicólogos muito
interessados no desenvolvimento de alguma teoria surpreendente e não acreditam
que exista uma solução única para o problema da motivação, mas uma série de
remédios progressivos sem abandonar o que provou ser útil no passado.
O importante é que isso seja visto como um processo em curso e não fixado
nesta ou naquela teoria. Essa nova abordagem está começando a ser chamada
“qualidade da vida de trabalho”. (WILSON apud MURRELL, 1977). Finalmente,
segundo Murrell(1977), existem três importantes áreas a ser consideradas quando se
estuda a motivação no trabalho; a social, organizacional e financeira. É como um
tripé, uma não se sustenta sem a outra. O pé social é o reconhecimento de que a
empresa é uma comunidade social onde as pessoas vêem trabalhar para fazer parte
desta e não apenas para ganhar dinheiro. O organizacional envolve a participação do
trabalhador, o enriquecimento do serviço, etc., o financeiro, significa o quinhão que
cabe a cada um de acordo com seu valor para a empresa. O problema que se verifica
ao longo da história e estudos sobre a motivação, é que em algum momento a atenção
se concentrou apenas num desses pés havendo um total desequilíbrio. O futuro da
motivação no trabalho dependerá de que todos três sejam fortes. Para muitos autores,
o fracasso da maioria das empresas não está na falta de conhecimento técnico e sim
na maneira como lidam com as pessoas. Por mais que tenha feito nessa área no
mundo globalizado de hoje as empresas não têm encontrado estratégias adequadas
que continue atraindo e recompensando sua força de trabalho. Todas as estratégias
motivacionais que desconsiderarem as diferenças individuais estão fadadas à
inoperância.
As pessoas são seres individuais e únicos e não mudam de uma hora para outra
sua personalidade, assim, justifica-se a variedade de hipóteses e teorias ao longo do
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tempo na busca de explicar as variações do comportamento humano, que segundo
Bergamini (2008, p. 25), “jamais se conseguirá esgotar todas as possíveis origens e
causas desse comportamento.” Apesar das dificuldades que as organizações têm
enfrentado com as pessoas elas não podem abrir mão desse desafio de atrair e mantê-
las desempenhando suas atividades com eficácia e satisfação, além do desafio de
buscar o potencial produtivo e criativo existente no interior de cada um transformando-
o em comportamento natural, espontâneo e produtivo (BERGAMINI, 2008). Só mais
recentemente que as empresas têm percebido que elas, mais do que os empregados,
são afetadas pela falta de motivação, pois têm objetivos quantitativos e qualitativos a
serem atingidos que podem ser prejudicados pela falta de motivação de seus
empregados. As pessoas desmotivadas custam caro à organização (BERGAMINI,
2008). Outros autores são unânimes quanto ao direcionamento das pessoas no
mundo globalizado e em constante mudança em que vivemos.
Segundo Bergamini: essa é a condição que permite deixar espaço para uma
atitude mais madura, caso contrário, terá pessoas pouco amadurecidas, portanto,
comportamentalmente improdutivas. [...] Mais que tudo, o autoconhecimento é
importante na vida de cada um [...] naturalmente, as condições características do
ambiente das organizações não parecem muito favoráveis à ânsia de conhecimento e
reafirmação da identidade de seus empregados (BERGAMINI, 2008, p. 203) Sem
dúvida, conhecer e valorizar os dons de cada pessoa torna-as mais criativas,
competitivas e eficazes. As organizações que tem lutado contra o senso de alienação,
isolamento e desconfiança, inspiram em contrapartida o senso de autoconfiança,
satisfação e segurança.
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As pessoas passam grande parte de sua vida dentro das organizações,
portanto o trabalho ocupa uma posição de grande importância em sua vida. Para
alguns é visto como um fardo pesado, algo indesejado que acaba impedindo de viver.
Para outros, algo que dá sentido à vida, eleva seu status, define identidade pessoal e
impulsiona ao seu crescimento como pessoa. Segundo Rodrigues ( 2008, p. 13): O
trabalho é indesejado, justamente porque na atual sociedade, com muita freqüência,
ele se configura de uma forma totalmente fragmentada e sem sentido, burocratizado,
cheio de normas e rotinas, ou então, cheio de exigências e conflitivo com a vida social
ou familiar. [...] “Fala-se de tédio, de alienação e falta de tempo. Muitas pessoas
acabam tendo o trabalho simplesmente como um meio de sobrevivência, não tendo
alternativa de avaliar se ele atende às suas expectativas motivacionais e este acaba
perdendo o sentido como referencial de auto-estima. Como concluíram diversos
autores, a motivação precisa estar sendo sempre positivamente estimulada a fim de
liberar todo o potencial da pessoa, portanto é papel do líder propiciar meios
adequados para o desenvolvimento deste como um todo, daí a importância de lançar
mão da qualidade de vida como uma importante aliada na tentativa de resgatar a
autoestima e a motivação humana fundamentais para criar um ambiente de trabalho
saudável, humano, produtivo e eficaz. A busca pela qualidade de vida vai além de
oferecer para os empregados um alto salário ou a ocupação de um cargo importante.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BERGAMINI, Cecília Whitaker, A difícil Administração das Motivações, RAE
– Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v.38, n.1, p.6-17, Jan/Mar.
1998.
47
JUNIOR, José Tolovi, Por que os planos de qualidade falham? RAE –
Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 34, n.6, p. 6-11, Nov/Dez.
1994.
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