Gestão de Recursos Hídricos

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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED (UNISCED)

CURSO DE LICENCIATURA EM GESTAO AMBIENTAL


DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DE ESTUDOS AMBIENTAIS.

Título do Trabalho

IMPACTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NOS RECURSOS HÍDRICOS

Nome do aluno: Telma Eusebio Canembera

Tete, Setembro de 2023


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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED (UNISCED)
CURSO DE LICENCIATURA EM GA
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DE ESTUDOS AMBIENTAIS.

Título do Trabalho
IMPACTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NOS RECURSOS HÍDRICOS

Trabalho de Campo a ser submetido


na Coordenação do Curso de
Licenciatura Direito UnISCED.
Tutor:

Nome do aluno: Telma Eusebio


Canembera

Tete, Setembro de 2023


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Índice
Introdução ................................................................................................................................... 4
O objetivo geral do presente Trabalho. ...................................................................................... 4
Objetivos específicos .................................................................................................................. 4
Metodologias .............................................................................................................................. 4
Conceitualizarão ......................................................................................................................... 5
Conceitos básicos ....................................................................................................................... 5
Literatura focalizada. .................................................................................................................. 6
Clima do presente e do futuro..................................................................................................... 7
Hidrologia do presente e do futuro ............................................................................................. 8
Conclusao ................................................................................................................................. 10
Bibliografia ............................................................................................................................... 11

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2. Introdução.

A qualidade dos recursos hídricos vem sendo alterada pelos recentesdinamismos


climáticos. Vários estudos foram realizados com o objetivo de verificar as influências das
mudanças climáticas nos recursos hídricos, empregando os resultados dos cenários e modelos de
circulação geral e regional criados pelo IPCC, acoplando esses resultados ao modelo
hidrológico, ou apenas criando cenários hipotéticos de mudanças climáticas.
A partir da utilização de um modelo chuva-vazão e a criação de cenários de mudanças
climáticas com uma série de 60 anos (1990 a 2050) além do trabalho de Arnell (2004) que
avaliou os efeitos relativos das mudanças climáticas e do crescimento da população num futuro
estresse global e regional de recursos hídricos a partir de projeções climáticas feitas usando seis
modelos climáticos dirigidos pelos cenários de emissões de gases de efeito estufa conhecidos
como cenários.

2.1. O objetivo geral do presente Trabalho.


Avaliar o efeito das mudanças climáticas nos regimes de precipitação, vazão e
evapotranspiração na bacia do Rio Descoberto a partir do emprego de modelos gerais de
circulação.
2.1.1. Objetivos específicos
• Comprender o impacto das mudancas clumaticas nos recursos hidricos;
• Identificar os impactos das mudancas clumaticas no ciclo hidrologico;
• Propor medidas com vista a melhorar as mudancas climaticas;
2.2. Metodologias
Para a materializacao do presente trabalho, usar-se a o metodo de pesquisa bibliografica.

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2. Conceitualizacao.

O ciclo da água está diretamente ligado ao clima. Assim, mudanças no clima que alterem
o regime de chuvas podem provocar o aumento da ocorrência de eventos hidrológicos extremos,
como inundações e longos períodos de seca. Esses eventos afetam a oferta de água, ameaçando
o suprimento de recursos hídricos para todos.

2.1. Conceitos básicos

Mudanças climáticas e os recursos hídricos Independente do posicionamento discursivo


entre a gama de pesquisadores que debatem as causas das mudanças climáticas globais seja ela
originada pelas atividades humanas e/ou naturais, uma série de estudos apontam que a
disponibilidade e a qualidade dos recursos, hídricos vêm sendo alterada pelos atuais dinamismos
climáticos. Cunha et al. (2002) destacam que os impactos das mudanças climáticas sobre os
recursos hídricos são sentidos tanto na oferta como na demanda. Segundo os pesquisadores,
modificações no elemento climático (precipitação) provocam uma variação na distribuição
temporal dos recursos hídricos. Esse fator pode proporcionar um aumento na procura por este
recurso em algumas áreas (conflitos) e disponibilidade além da demanda em outras. Em
levantamentos realizados por Milly (2005) e Marengo (2006) a bacia hidrográfica do rio Paraná
e outras da mesma região do continente sul americano, vêm apresentando aumentos entre 3 a
30% nas vazões. Ampliação proporcionada pelo crescimento na tendência de chuvas na região.
Já para a bacia hidrográfica do rio Amazonas e do rio São Francisco não foram observadas
tendências consideráveis em suas vazões. Já Bates et al. (2008) destacam que a gama de estudos
que vem sendo divulgados referentes à relação mudanças climáticas e recursos hídricos
apresentam três resultados.
Em algumas regiões do planeta vem sendo evidenciados aumentos significativos no
escoamento superficial, a exemplo das altas latitudes e boa parte dos Estados Unidos. Em
regiões localizadas na África Ocidental, sul da Europa e parte da América do Sul vem sendo
focalizadas diminuições no escoamento superficial. Há também áreas que não são identificadas
tendências negativas e nem positivas no escoamento superficial.
Indícios também dos reflexos das mudanças climáticas vem sendo detectados no fator
disponibilidade de água em alguns rios da Grã Bretanha. De acordo com Marsh et al. (1994) a
região sul e oriental da Inglaterra experimentou, entre os períodos de 1988 e 1992 e entre 1995 e
1997, um pequeno aumento na temperatura média mensal do ar.
A resposta desse acréscimo na temperatura reflete nos regimes das vazões das bacias
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hidrográficas locais, proporcionando diminuições das mesmas. Conseqüentemente acendeu um
alerta sobre o futuro da disponibilidade de água para os diversos usos nesta ilha, principalmente
frente aos futuros quadros das mudanças climáticas. Tingem et al. (2008) analisaram os efeitos
dos eventos extremos climáticos sobre a produção agrícola do milho em Camarões, país da
África Subsaariana.
De acordo com o estudo, a cada evento extremo, seja caracterizado pelo aumento das chuvas
e/ou principalmente pela ausência considerável desta, há uma perda na produtividade do milho e
gigantescos impactos sociais. Verificou-se também, que nos últimos anos as ocorrências destes
eventos extremos tornaram-se cada vez mais freqüentes, fator que deve ser levado em
consideração para as futuras políticas que envolvam a distribuição dos recursos hídricos neste
país, principalmente a água destinada para irrigação.

2.3. Literatura focalizada.

A disponibilidade de água em Mocambique depende em grande parte do clima. O ciclo


anual das chuvas e de vazões no país varia entre bacias, e de fato a variabilidade interanual do
clima, associada aos fenômenos de El Niño, La Niña, ou à variabilidade na temperatura da
superfície do mar do Atlântico Tropical e Sul podem gerar anomalias climáticas, que produzem
grandes secas, como em 1877, 1983 e 1998 no Nordeste, 2004-2006 no Sul do Brasil, 2001 no
Centro-Oeste e Sudeste, e em 1926, 1983, 1998 e 2005 na Amazônia (Marengo & Silva Dias,
2006; Marengo, 2007; Marengo et al., 2008 a, b). Adicionalmente, os riscos derivados das
mudanças climáticas, sejam naturais sejam de origem antropogênica, têm levantado grande
preocupação entre os círculos científicos, políticos, na mídia e também na população em geral.

Desde a década de 1980, evidências científicas sobre a possibilidade de mudança do


clima em nível mundial vêm despertando interesses crescentes no público e na comunidade
científica em geral. Em 1988, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) e o Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) estabeleceram o Intergovernamental Panel on
Climate Change [Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas] (IPCC). O IPCC ficou
encarregado de apoiar com trabalhos científicos as avaliações do clima e os cenários de
mudanças climáticas para o futuro. Sua missão é "avaliar a informação científica, técnica e
socioeconômica relevante para entender os riscos induzidos pela mudança climática na
população humana". O IPCC foi criado pelos governos em 1988 para fornecer informações
técnicas e científicas sobre as mudanças climáticas.

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O processo utilizado para produzir essas avaliações é criado para assegurar alta
credibilidade tanto na comunidade científica como na política. Avaliações prévias foram
publicadas em 1990, 1996 e 2001. Existem três "grupos de trabalho": O Grupo 1 avalia os
aspectos científicos do sistema climático e de mudança do clima; o Grupo 2 avalia os efeitos das
mudanças climáticas sobre a natureza e a sociedade; e o Grupo 3 discute os métodos de
adaptação e mitigação das mudanças climáticas.

2.3.1. Clima do presente e do futuro.

O continente já experimentou, nos últimos anos, uma sucessão de acontecimentos radicais:


chuvas torrenciais na Venezuela, inundações nos pampas argentinos, secas na Amazônia,
tempestades de granizo na Bolívia e uma temporada recorde de furacões no Caribe. Ao mesmo
tempo, as chuvas diminuem no Chile, no sul do Peru e no sudoeste da Argentina. Com a
elevação de temperaturas já registrada (+1ºC na América Central e na América do Sul em um
século, ante a média mundial de +0,74ºC), os glaciares andinos estão retrocedendo. A
disponibilidade de água destinada ao consumo e à geração de eletricidade já está comprometida
e o problema se agravará no futuro, tornando-se crônico caso medidas não sejam tomadas,
afirma o relatório do IPCC GT2 para a América Latina (Magrin et al., 2007).

Em relação às chuvas, observa-se a tendência já detectada em estudos anteriores do IPCC


AR4 (Trenberth et al., 2007) de aumento de até 30%/década da chuva na bacia do Prata e em
algumas áreas isoladas do Nordeste. Para a Amazônia não se observa uma tendência clara de
aumento ou redução nas chuvas (em razão do desmatamento), apresentando mais uma tendência
de variações interdecadais contrastantes entre a Amazônia do Norte e do Sul (Marengo, 2004).
No Nordeste as tendências observadas também sugerem uma variabilidade interanual associada
ao El Niño e ao gradiente de TSM no Atlântico tropical, assim como uma tendência decadal
associada a mudanças na posição meridional da ZCIT.

Regionalmente, tem sido observado um aumento das chuvas no Sul e partes do Sul do
Brasil, na bacia do Paraná-Prata, desde 1950, consistente com tendências similares em outros
países do Sudeste da América do Sul. No Sudeste o total anual de precipitação parece não ter
sofrido modificação perceptível nos últimos cinqüenta anos.

As projeções de mudança nos regimes e distribuição de chuva, derivadas dos modelos


globais do IPCC AR4, para climas mais quentes no futuro não são conclusivas, e as incertezas
ainda são grandes, pois dependem dos modelos e das regiões consideradas. Na Amazônia e no

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Nordeste, ainda que alguns modelos climáticos globais do IPCCC AR4 apresentem reduções
drásticas de precipitações, outros modelos apresentam aumento. A média de todos os modelos,
por sua vez, é indicativa de maior probabilidade de redução de chuva em regiões como o Leste e
o Nordeste da Amazônia como conseqüência do aquecimento global. O IPCC AR4 (Meehl et
al., 2007) mostra reduções de chuva no Norte e no Nordeste do Brasil durante os meses de
inverno JJA (junho, julho, agosto), o que pode comprometer a chuva na região Leste do
Nordeste, que apresenta o pico da estação chuvosa nessa época do ano.

2.3.2. Hidrologia do presente e do futuro

Em relação a vazões dos rios, as tendências de chuva observadas refletem bem as tendências
na precipitação, com uma clara tendência de aumento nas vazões do Rio Paraná e outros rios no
Sudeste da América do Sul. Na Amazônia, no Pantanal e no Nordeste não foram observadas
tendências sistemáticas em longo prazo em direção a condições mais secas ou chuvosas, sendo
mais importantes variações interanuais e interdecadais, associadas à variabilidade natural do
clima, na mesma escala temporal de variabilidade de fenômenos interdecadais dos oceanos
Pacífico e Atlântico tropical.

As análises de vazões de rios na América do Sul e no Brasil (Milly et al., 2005) apontam
para aumentos entre 2% e 30% na bacia do Rio Paraná e nas regiões vizinhas no Sudeste da
América do Sul, consistente com as análises de tendência de chuva na região. Não foram
observadas tendências importantes nas vazões dos rios da Amazônia e da bacia do Rio São
Francisco. Na costa Oeste do Peru, as tendências positivas de chuva podem ser explicadas pelos
valores extremamente altos de chuvas e vazões durante os anos de El Niño de 1972, 1983, 1986
e 1998 que afetam sensivelmente essas tendências.

Milly et al. (2005) analisaram as componentes de vazões dos rios de vários modelos do
IPCC AR4 para o futuro, comparados com o presente. mostra que os modelos do IPCC AR4
representam bem as tendências crescentes observadas na bacia do Paraná-Prata. Para finais do
século XXI, os modelos do IPCC AR4 sugerem reduções nas vazões dos rios São Francisco,
Parnaíba, Tocantins, Xingu e outros no Leste da Amazônia, assim como no Chile central. Por
sua vez, os modelos também sugerem aumentos nas vazões dos rios do costa Oeste da América
do Sul, próxima ao Peru-Equador e na bacia do Paraná-Prata. Essas projeções são muito
importantes, pois as alterações nas vazões podem mudar a freqüência de enchentes, e isso pode
produzir danos nos ecossistemas, e afetar produção de alimentos, transporte e geração de

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energia. Os aumentos nas vazões são consistentes com os aumentos de chuva no futuro (Meehl
et al., 2007).

No Sudeste e na região Sul tem sido observado um aumento intenso na precipitação, o que
também tem sido observado nos últimos cinqüenta anos, (Marengo et al., 2007). Groisman et
al. (2005) identificaram tendências positivas de aumentos sistemáticos de chuva e de extremos
de chuva na região subtropical, no Sul e no Nordeste do Brasil. Os autores consideraram que o
Sudeste, desde 1940, tem mostrado aumentos sistemáticos na freqüência de chuvas intensas, de
até quase 58%/100 anos. Carvalho et al. (2002) consideram que em São Paulo observam-se mais
eventos extremos de chuvas durante o El Niño, os quais, nesse Estado, são sensíveis à
intensidade Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) (Carvalho et al., 2002, 2004)

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3. Conclusão
As mudanças climáticas são comuns e recorrentes na história do planeta. Atualmente passamos
por um período de aquecimento principalmente devido a ações antrópicas. Esse aquecimento já
se encontra acima de 1oC em média se comparado ao começo do século XX e há tendência de
aumentar entre 1 e 4oC segundo as projeções de modelos climáticos para o final desse século.

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4. Bibliografia

Referências citadas ALVES, M. C. 1998. Os recursos hídricos e a possibilidade de mudança


climática. Congresso da água. Lisboa-Portugal (15-20 outubro).

ANDRÉ, I. R. N. 2006. Algumas considerações sobre mudanças climáticas e eventos


atmosféricos severos recentes no Brasil. Climatologia e estudos da paisagem. 1(1/2): 1-9.

AYOADE, J. O. 2003. Introdução à climatologia para os trópicos. (9ed.) Trad. Maria Juraci
Zani dos Santos. Bertrand Brasil. Rio de Janeiro-Brasil. 332 p.

BATES, B.; ZBIGNIEW W. K.; WU, S. & J. PALUTIKOF. 2008. El cambio climático y el
agua. Secretaría del IPCC. GinebraSuiça. 224 p.

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