Gestão de Recursos Hídricos
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Título do Trabalho
Título do Trabalho
IMPACTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NOS RECURSOS HÍDRICOS
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2. Introdução.
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2. Conceitualizacao.
O ciclo da água está diretamente ligado ao clima. Assim, mudanças no clima que alterem
o regime de chuvas podem provocar o aumento da ocorrência de eventos hidrológicos extremos,
como inundações e longos períodos de seca. Esses eventos afetam a oferta de água, ameaçando
o suprimento de recursos hídricos para todos.
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O processo utilizado para produzir essas avaliações é criado para assegurar alta
credibilidade tanto na comunidade científica como na política. Avaliações prévias foram
publicadas em 1990, 1996 e 2001. Existem três "grupos de trabalho": O Grupo 1 avalia os
aspectos científicos do sistema climático e de mudança do clima; o Grupo 2 avalia os efeitos das
mudanças climáticas sobre a natureza e a sociedade; e o Grupo 3 discute os métodos de
adaptação e mitigação das mudanças climáticas.
Regionalmente, tem sido observado um aumento das chuvas no Sul e partes do Sul do
Brasil, na bacia do Paraná-Prata, desde 1950, consistente com tendências similares em outros
países do Sudeste da América do Sul. No Sudeste o total anual de precipitação parece não ter
sofrido modificação perceptível nos últimos cinqüenta anos.
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Nordeste, ainda que alguns modelos climáticos globais do IPCCC AR4 apresentem reduções
drásticas de precipitações, outros modelos apresentam aumento. A média de todos os modelos,
por sua vez, é indicativa de maior probabilidade de redução de chuva em regiões como o Leste e
o Nordeste da Amazônia como conseqüência do aquecimento global. O IPCC AR4 (Meehl et
al., 2007) mostra reduções de chuva no Norte e no Nordeste do Brasil durante os meses de
inverno JJA (junho, julho, agosto), o que pode comprometer a chuva na região Leste do
Nordeste, que apresenta o pico da estação chuvosa nessa época do ano.
Em relação a vazões dos rios, as tendências de chuva observadas refletem bem as tendências
na precipitação, com uma clara tendência de aumento nas vazões do Rio Paraná e outros rios no
Sudeste da América do Sul. Na Amazônia, no Pantanal e no Nordeste não foram observadas
tendências sistemáticas em longo prazo em direção a condições mais secas ou chuvosas, sendo
mais importantes variações interanuais e interdecadais, associadas à variabilidade natural do
clima, na mesma escala temporal de variabilidade de fenômenos interdecadais dos oceanos
Pacífico e Atlântico tropical.
As análises de vazões de rios na América do Sul e no Brasil (Milly et al., 2005) apontam
para aumentos entre 2% e 30% na bacia do Rio Paraná e nas regiões vizinhas no Sudeste da
América do Sul, consistente com as análises de tendência de chuva na região. Não foram
observadas tendências importantes nas vazões dos rios da Amazônia e da bacia do Rio São
Francisco. Na costa Oeste do Peru, as tendências positivas de chuva podem ser explicadas pelos
valores extremamente altos de chuvas e vazões durante os anos de El Niño de 1972, 1983, 1986
e 1998 que afetam sensivelmente essas tendências.
Milly et al. (2005) analisaram as componentes de vazões dos rios de vários modelos do
IPCC AR4 para o futuro, comparados com o presente. mostra que os modelos do IPCC AR4
representam bem as tendências crescentes observadas na bacia do Paraná-Prata. Para finais do
século XXI, os modelos do IPCC AR4 sugerem reduções nas vazões dos rios São Francisco,
Parnaíba, Tocantins, Xingu e outros no Leste da Amazônia, assim como no Chile central. Por
sua vez, os modelos também sugerem aumentos nas vazões dos rios do costa Oeste da América
do Sul, próxima ao Peru-Equador e na bacia do Paraná-Prata. Essas projeções são muito
importantes, pois as alterações nas vazões podem mudar a freqüência de enchentes, e isso pode
produzir danos nos ecossistemas, e afetar produção de alimentos, transporte e geração de
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energia. Os aumentos nas vazões são consistentes com os aumentos de chuva no futuro (Meehl
et al., 2007).
No Sudeste e na região Sul tem sido observado um aumento intenso na precipitação, o que
também tem sido observado nos últimos cinqüenta anos, (Marengo et al., 2007). Groisman et
al. (2005) identificaram tendências positivas de aumentos sistemáticos de chuva e de extremos
de chuva na região subtropical, no Sul e no Nordeste do Brasil. Os autores consideraram que o
Sudeste, desde 1940, tem mostrado aumentos sistemáticos na freqüência de chuvas intensas, de
até quase 58%/100 anos. Carvalho et al. (2002) consideram que em São Paulo observam-se mais
eventos extremos de chuvas durante o El Niño, os quais, nesse Estado, são sensíveis à
intensidade Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) (Carvalho et al., 2002, 2004)
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3. Conclusão
As mudanças climáticas são comuns e recorrentes na história do planeta. Atualmente passamos
por um período de aquecimento principalmente devido a ações antrópicas. Esse aquecimento já
se encontra acima de 1oC em média se comparado ao começo do século XX e há tendência de
aumentar entre 1 e 4oC segundo as projeções de modelos climáticos para o final desse século.
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4. Bibliografia
AYOADE, J. O. 2003. Introdução à climatologia para os trópicos. (9ed.) Trad. Maria Juraci
Zani dos Santos. Bertrand Brasil. Rio de Janeiro-Brasil. 332 p.
BATES, B.; ZBIGNIEW W. K.; WU, S. & J. PALUTIKOF. 2008. El cambio climático y el
agua. Secretaría del IPCC. GinebraSuiça. 224 p.
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