Apostila

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Conhecimentos básicos

“É melhor você tentar algo,


vê-lo não funcionar e
aprender com isso, do que
não fazer nada.”
Mark Zuckerberg
COACHING PARA CONCURSOS – ESTRATÉGIAS PARA SER APROVADO

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Interpretação De Texto

Como Interpretar Textos

É muito comum, entre os candidatos a um cargo público a preocupação com a interpretação de tex-
tos. Isso acontece porque lhes faltam informações específicas a respeito desta tarefa constante em
provas relacionadas a concursos públicos.

Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento de responder as questões relaci-
onadas a textos.

TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo
capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR).

CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informa-
ção que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do
conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-se que o relacio-
namento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto original e anali-
sada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial.

INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores


através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se INTERTEXTO.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identifica-


ção de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as
argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova.

Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:

1. IDENTIFICAR – é reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo,


de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo).

2. COMPARAR – é descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do tex-


to.

3. COMENTAR - é relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito.

4. RESUMIR – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo.

5. PARAFRASEAR – é reescrever o texto com outras palavras.

EXEMPLO

TÍTULO DO TEXTO PARÁFRASES

"O HOMEM UNIDO ” A INTEGRAÇÃO DO MUNDO


A INTEGRAÇÃO DA HUMANIDADE
A UNIÃO DO HOMEM
HOMEM + HOMEM = MUNDO
A MACACADA SE UNIU (SÁTIRA)

Condições Básicas Para Interpretar

Fazem-se necessários:

a) Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática;

b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico;


OBSERVAÇÃO – na semântica (significado das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, de-
notação e conotação, sinonímia e antonimia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros.

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c) Capacidade de observação e de síntese e

d) Capacidade de raciocínio.

Interpretar X Compreender

INTERPRETAR SIGNIFICA COMPREENDER SIGNIFICA

- EXPLICAR, COMENTAR, JULGAR, TIRAR - INTELECÇÃO, ENTENDIMENTO, ATENÇÃO


CONCLUSÕES, DEDUZIR. AO QUE REALMENTE ESTÁ ESCRITO.
- TIPOS DE ENUNCIADOS - TIPOS DE ENUNCIADOS:
• Através do texto, INFERE-SE que... • O texto DIZ que...
• É possível DEDUZIR que... • É SUGERIDO pelo autor que...
• O autor permite CONCLUIR que... • De acordo com o texto, é CORRETA ou ERRA-
• Qual é a INTENÇÃO do autor ao afirmar DA a afirmação...
que... • O narrador AFIRMA...

Erros de Interpretação

É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais frequentes
são:

a) Extrapolação (viagem)

Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por conhecimen-
to prévio do tema quer pela imaginação.

b) Redução

É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um


conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido.

c) Contradição

Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas
e, consequentemente, errando a questão.

OBSERVAÇÃO - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam,
mas numa prova de concurso qualquer, o que deve ser levado em consideração é o que o AUTOR
DIZ e nada mais.

COESÃO - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam palavras, orações, frases e/ou
parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo,
uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai
dizer e o que já foi dito.

OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia e, entre eles, está o mau uso do pro-
nome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu ante-
cedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor semânti-
co, por isso a necessidade de adequação ao antecedente.

Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz
erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo ade-
quado a cada circunstância, a saber:

que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente. Mas depende das condições da frase.

Qual (neutro) idem ao anterior.

Quem (pessoa)

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cujo (posse) - antes dele, aparece o possuidor e depois, o objeto possuído.

Como (modo)

onde (lugar)

quando (tempo)

quanto (montante)

exemplo:

Falou tudo QUANTO queria (correto)


Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria aparecer o demonstrativo O ).

• VÍCIOS DE LINGUAGEM – há os vícios de linguagem clássicos (BARBARISMO, SOLECIS-


MO,CACOFONIA...); no dia-a-dia, porém , existem expressões que são mal empregadas, e, por força
desse hábito cometem-se erros graves como:

- “ Ele correu risco de vida “, quando a verdade o risco era de morte.


- “ Senhor professor, eu lhe vi ontem “. Neste caso, o pronome correto oblíquo átono correto é O .
- “ No bar: “ME VÊ um café”. Além do erro de posição do pronome, há o mau uso

4 técnicas para virar um especialista em interpretação de texto

Depois de treinar bastante e ler muito, você estará pronto para interpretar os mais diversos tipos de
texto

Quantas vezes você já leu um texto e não entendeu nada do que estava escrito ali? Leu, releu e,
mesmo assim, ainda ficou com um nó na cabeça? Eu mesma já fiquei assim muitas vezes! Pensando
nisso, listamos 4 técnicas para fazer de você um mestre na interpretação! Depois disso, vai ficar fácil
entender até os mais complexos manuais de instrução (ok, talvez nem tanto, mas você vai arrebentar
no vestibular!).

Sabendo disso, aqui vão 4 dicas para fazer com que você consiga atingir essas três etapas! Confira
abaixo:

1) Leia com um dicionário por perto

Não existe mágica para atingir a primeira etapa, a da pré-compreensão. O único jeito é ter um bom
nível de leituras.

Além de ler bastante, você pode potencializar essa leitura se estiver com um dicionário por perto. Viu
uma palavra esquisita, que você não conhece? Pegue um caderninho (vale a pena separar um só pra
isso) e anote-a. Em seguida, vá ao dicionário e marque o significado ao lado da palavra. Com o tem-
po o seu vocabulário irá crescer e não vai ser mais preciso ficar recorrendo ao dicionário toda hora.

2) Faça paráfrases

Para chegar ao nível da compreensão, é recomendável fazer paráfrases, que é uma explicação ou
uma nova apresentação do texto, seguindo as ideias do autor, mas sem copiar fielmente as palavras
dele. Existem diversos tipos de paráfrase, só que as mais interessantes para quem está estudando
para o vestibular são três: a paráfrase-resumo, a paráfrase-resenha e paráfrase-esquema.

– Paráfrase-resumo: comece sublinhando as ideias principais, selecione as palavras-chave que iden-


tificar no texto e parta para o resumo. Atente-se ao fato de que resumir não é copiar partes, mas sim
fazer uma indicação, com suas próprias palavras, das ideias básicas do que estava escrito.

– Paráfrase-resenha: esse outro tipo, além dos passos do resumo, também inclui a sua participação
com um comentário sobre o texto. Você deve pensar sobre as qualidades e defeitos da produção,
justificando o porquê.

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– Paráfrase-esquema: depois de encontrar as ideias ou palavras básicas de um texto, esse tipo de


paráfrase apresenta o esqueleto do texto em tópicos ou em pequenas frases. Você pode usar seti-
nhas, canetas coloridas para diferenciar as palavras do seu esquema… Vai do seu gosto!

3) Leia no Papel

Um estudo feito em 2014 descobriu que leitores de pequenas histórias de mistério em um Kindle, um
tipo de leitor digital, foram significantemente piores na hora de elencar a ordem dos eventos do que
aqueles que leram a mesma história em papel.

Os pesquisadores justificam que a falta de possibilidade de virar as páginas pra frente e pra trás ou
controlar o texto fisicamente (fazendo notas e dobrando as páginas) limita a experiência sensorial e
reduz a memória de longo prazo do texto e, portanto, a sua capacidade de interpretar o que apren-
demos. Ou seja, sempre que possível, estude por livros de papel ou imprima as explicações (claro,
fazendo um uso sábio do papel, sem desperdícios!). Vale fazer notas em cadernos, pois já foi prova-
do também que quem faz anotações à mão consegue lembrar melhor do que estuda.

4) Reserve um tempo do seu dia para ler devagar

Uma das maiores dificuldades de quem precisa ler muito é a falta de concentração. Quem tem dificul-
dades para interpretar textos e fica lendo e relendo sem entender nada pode estar sofrendo de um
mal que vem crescendo na população da era digital. Antes da internet, o nosso cérebro lia de forma
linear, aproveitando a vantagem de detalhes sensoriais (a própria distribuição do desenho da página)
para lembrar de informações chave de um livro.

Conforme nós aumentamos a nossa frequência de leitura em telas, os nossos hábitos de leitura se
adaptaram aos textos resumidos e superficiais (afinal, muitas vezes você tem links em que poderá “ler
mais” – a internet é isso) e essa leitura rasa fez com que a gente tivesse muito mais dificuldade de
entender textos longos.

Os especialistas explicam que essa capacidade de ler longas sentenças (principalmente as sem links
e distrações) é uma capacidade que você perde se você não a usar. Os defensores do “slow-reading”
(em tradução literal, da leitura lenta) dizem que o recomendável é que você reserve de 30 a 45 minu-
tos do seu dia longe de distrações tecnológicas para ler.

Fazendo isso, o seu cérebro poderá recuperar a capacidade de fazer a leitura linear. Os benefícios da
leitura lenta vão bem além. Ajuda a reduzir o estresse e a melhorar a sua concentração!

Antes de tudo, vamos explicar como se dá o processo de interpretação. A Hermenêutica, a área da


filosofia que estuda isso, diz que é preciso seguir três etapas para se obter uma leitura ou uma abor-
dagem eficaz de um texto:

a) Pré-compreensão: toda leitura supõe que o leitor entre no texto já com conhecimentos prévios
sobre o assunto ou área específica. Isso significa dizer, por exemplo, que se você pegar um texto do
3º ano do curso de Direito estando ainda no 1º ano, vai encontrar dificuldades para entender o assun-
to, porque você não tem conhecimentos prévios que possam embasar a leitura.

b) Compreensão: já com a pré-compreensão ao entrar no texto, o leitor vai se deparar com informa-
ções novas ou reconhecer as que já sabia. Por meio da pré-compreensão o leitor “prende” a informa-
ção nova com a dele e “agarra” (compreende) a intencionalidade do texto. É costume dizer: “Eu en-
tendi, mas não compreendi”. Isso significa dizer que quem leu entendeu o significado das palavras, a
explicação, mas não as justificativas ou o alcance social do texto.

c) Interpretação: agora sim. A interpretação é a resposta que você dará ao texto, depois de compre-
endê-lo (sim, é preciso “conversar” com o texto para haver a interpretação de fato). É formada então
o que se chama “fusão de horizontes”: o do texto e o do leitor. A interpretação supõe um novo texto.
Significa abertura, o crescimento e a ampliação para novos sentidos.

5 Dicas Poderosas de Melhorar Suas Chances de Atingir 100% em Interpretação de Texto

Opa, tudo bem? Como vai a vida? Hoje é um dia lindo para aprendermos a estudar interpretação de
textos, não acha? :)

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Você pensa que domina essa matéria e que está tudo bem se ela for deixada de lado, até que PÁ:
tira uma nota RIDÍCULA em português e, justamente, percebe que errou a maioria das questões de
interpretação ou de gramática aplicada ao texto. Ou você realmente é muito ruim interpretando as
coisas mesmo.

Veja o exemplo de um Esquemeiro que me mandou uma dúvida sobre interpretação:

Tenho um grave problema com português, especialmente interpretação de texto. Meu desempenho
nunca é regular, sempre sendo 8 ou 80 ( quando vou bem tenho a sensação que pode ser mais no
chute do que racional).
Minha bronca é especificamente com o CESPE. Então, você teria alguma dica, material ou técnica de
estudo para eu quebrar essa barreira com a Língua Portuguesa?

Agradeço desde já sua atenção, tudo de bom ótima semana.

Alright, then! Tá beleza, então! Vamos aprender interpretação e mandar a banca para o beleléu.

1. Leia mais (eu sei que é clichê, então vou te dar alternativas bacanas)

Algumas pessoas mais espertas do que eu diziam o seguinte sobre leitura:

Quem não lê mal ouve, mal fala, mal vê. (Monteiro Lobato)

O homem que não lê bons livros não tem nenhuma vantagem sobre o homem que não sabe ler.
(Mark Twain)

Ler é beber e comer. O espírito que não lê emagrece como o corpo que não come. (Victor Hugo)

Se você quiser interpretar melhor, você deve ter O QUE INTERPRETAR. Sabe, não adianta ficar
querendo tapar o sol com a peneira e pedir para divindades que tudo dê certo. Querer todo mundo
quer. Você tem que ter seu algo a mais, aqui. Leia.

“Pô, LER MAIS? Odeio ler!”

Não, você não odeia LER. Você odeia ler, sei lá, os livros que as pessoas em geral leem, ou aqueles
livros chatos que os professores da escola indicam/indicavam. Machado de Assis? Blergh! Olavo
Bilac? Parnasiano aguado! Manuel Bandeira? No, no, please!

É claro, então, que você odeia ler o que você odeia ler. Para fugir disso e melhorar sua interpretação
de textos, leia o que você achar delicioso. Vou te mostrar algumas boas opções para fugir do lugar-
comum.

Histórias Em Quadrinhos

Eu aprendi a ler com Turma da Mônica. Consegui interpretar desde cedo que o Cebolinha falava
“elado” porque ele era uma criança ainda aprendendo a falar com mais dificuldades do que as outras
crianças.

Sites de fofocas

Exemplo: Papel Pop: os sites de fofocas colocam duplo sentido em um milhão de textos, e isso é
fantástico para você. Toda vez que você não entender alguma coisa, pergunte-se: o que será que o
autor do texto quis dizer com isso? Você começa entendendo frases simples nesse tipo de site e
acaba conseguindo interpretar textos em provas de concursos. How great is that? Isso é muito legal,
né não? :)

Livros infantojuvenis com personagens maaaais ou menos infantis

Não é por acaso que Stranger Things é uma das séries originais da Netflix mais adoradas da atuali-
dade. Ela tem um ingrediente fascinante para qualquer pessoa de qualquer idade no mundo inteiro:
crianças pré-adolescentes ou adolescentes enfrentando coisas mais fortes do que elas. Come on.
Fala sério. Esse roteiro não é novo: existe em Harry Potter, Percy Jackson, Jogos Vorazes, E.
T., Sexto Sentido, Guerra dos Tronos (sim! Geral se interessou por Guerra dos Tronos por causa do

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Jon, da Dany, da Arya, da Sansa, do Jofrey, do Bran…) todo mundo adora uma creepy child (criança
esquisita), e os livros relacionados a elas são do tipo que você começa pela manhã e só termina
quando chega à última página.

Letras de Músicas

Você está a fim de decorar uma nova música? Pegue a letra dela, não tente decorar somente pela
cantoria da pessoa. Além de treinar sua interpretação, você treinará sua memória (é mais fácil deco-
rar uma letra entendendo o sentido dela).

Esse assunto de música nos leva ao próximo tópico.

2. Veja Se O Sentido Faz Sentido

Eu já ouvi um incontável número de pessoas cantando músicas que não condiziam com a letra origi-
nal, trocando totalmente o sentido da coisa. Isso acontece por dois motivos simples:

1. O som da música não permite que as pessoas entendam direito o que se fala; e

2. Ninguém interpreta o que está cantando.

Quer alguns exemplos?

O texto original fala:

Na madrugada a vitrola rolando um blues Tocando B. B. King sem parar

Não faz sentido, em um contexto comum, rolar um blues na madrugada e trocar de biquíni sem parar
ao mesmo tempo!

Outra:

O texto original fala:

Eu perguntava “Do you wanna dance?” (Você quer dançar?)

Faz sentido você estar em uma festinha belezera, conhecer alguém e perguntar as coisas em Holan-
dês? Só na Holanda, né?

Vou mandar mais um exemplo:

Ahahaha! Só na psicanálise para entender essa!

O texto original fala:

Analisando essa cadeia hereditária


Quero me livrar dessa situação precária

E há vááários outros exemplos! Amar a pé, amar a pé… (amar até, amar até); Ôh Macaco cidadão,
macaco da civilização… (Ôh pacato cidadão); Leste, oeste solidão… (S.O.S. solidão); São tantas
avenidas… (São tantas já vividas); e assim vai hehehe!

A dica que fica é: o que você interpretou não fez sentido? Então procure ENTENDER o que vo-
cê ouviu! Fazendo isso, você conseguirá conectar os fatos muito melhor e até memorizar mais rápido.

Em Interpretação, as palavras não são soltas, então não as trate como se estivessem ali sozinhas.

Eu vou repetir.

Em Interpretação, as palavras não são soltas, então não as trate como se estivessem ali sozinhas.

Você ouve “trocando” “de” “biquíni” “sem” “parar”. Só que, se você junta tudo isso, o troço não vai

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fazer sentido algum! Não trate as palavras como se elas fossem alone in the dark (sozinhas no escu-
ro).

3. Pratique Com Frases de Motivação

Frases de motivação são umas lindas. Além de ensinar tudo sobre mindset(mentalidade de aprova-
dos) elas são ótimas professoras de interpretação. Veja os exemplos que eu trouxe (logo abaixo, há
os significados das frases, caso você ainda esteja com a interpretação em baixa):

Perfeição é uma palavra capciosa. Ela denota algo positivo, mas leva a resultados negativos.

Na busca pela perfeição ao estudarmos para concursos públicos, acabamos por perder tempo de-
mais com assuntos que não nos levarão a nada (aliás, essa é a minha grande lição no Ritmo de Es-
tudos, o meu curso oficial – eu ensino a excluir conteúdo que não interessa).

Perfeição é uma grande inimiga do resultado. Enquanto a maioria entra em concursos públicos pen-
sando que deve estudar todo o edital de uma mesma maneira, sem colocar os devidos pesos, poucos
são os que realmente conseguem grandes notas por terem sido mais espertos.

Não busque a perfeição. Busque os resultados. Seja real.

Essa frase é de George Eliot. O sr. Eliot mal saberia que muitos anos após sua morte, em um pa-
ís far, far away, grupos de concurseiros falariam coisas como:

“Eu tenho filhos.”

“Eu tenho pais.”

“Sou muito magro.”

“Sou muito gordo.”

“Não gosto de português.”

“Nunca me dei bem em matemática.”

Todos os dias eu recebo mensagens de pessoas que têm algum motivo sem noção para desistir (ou
para não entrar em ação). A idade é um dos campeões do desculpismo.

A verdade, entretanto, é só uma: ficar na inércia é que não vai trazer resultados a ninguém.

Colonel Sanders chegou a pensar no suicídio aos 65 anos de idade. Quando começou a escrever sua
carta de adeus, decidiu falar tudo o que faria diferente para que sua vida tivesse seguido o rumo que
ele sempre quis. Ao invés de se matar, Sanders começou a vender sua própria receita de frango frito
de porta em porta. Aos 88 anos, o fundador do Kentucky Fried Chicken (KFC), nos Estados Unidos,
tornou-se um bilionário.

Como fangirl da Apple, eu não poderia deixar de citar uma do Steve Jobs.

Nos concursos públicos, chegará um momento em que você achará que já sabe demais. Até você
passar, você perceberá, entretanto, que precisa sempre de honestidade para entender que não sabe
de tudo, e sempre deve correr atrás de mais e mais conhecimento.

E isso vale para depois que passar, também. Do contrário, você será daquele tipo de concursado
aposentado: morre aos 25 e só é enterrado aos 85.

Napoleon Hill estava no ápice da genialidade quando disso isso. Se você consegue ENTENDER al-
guma coisa, você consegue fazer essa coisa. Se você consegue entender o processo de passar em
concursos públicos, você conseguirá passar muito mais rápido.

Por fim, mas não menos importante: você só aprenderá a interpretar se você aplicar todas as dicas
que eu dei (e darei) neste artigo. Conhecimento só é válido quando se consegue agir sobre ele.

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Basicamente: coloque a mão na massa

Existem milhares de outras frases de motivação por aí. Faça uma por dia. E, claro, interprete cada
uma delas.

4. Interprete as Coisas em sua Vida – E Reflita sobre O Que os Outros Falam

Existe um livro em inglês chamado Happy for No Reason (Feliz sem Ter Motivo), da autora Marci
Shimoff. De acordo com Shimoff, existem as pessoas que não são felizes, existem as pessoas que
são felizes por algum motivo (geralmente por estarem com outras pessoas) e existem as pessoas que
são felizes sem ter motivo.

No primeiro caso, de acordo com a autora, as pessoas estão em um estágio de depressão profunda;
no segundo caso, as pessoas estão felizes, mas, como estão felizes por um MOTIVO, esse motivo
pode ser retirado delas; e no terceiro caso as pessoas são felizes apenas por ser (entretanto, poucas
conseguem chegar lá).

Um dos casos em que as pessoas buscam a felicidade por um motivo (aquela que pode ser tirada
delas) é o da má interpretação. A pessoa se martiriza internamente por uma frase que pegou fora de
contexto, ou cria algum tipo de raiva por algo que ouviu falar por terceiros, e a infelicidade a encontra.

Por isso, interpretar o que ocorre em sua vida dentro de um contexto lógico também te ajudará em
provas de concursos públicos.

Em 90% dos casos, você perceberá que não é pessoal, e isso não será problema seu. Nos outros
10% (se for pessoal), o problema também não é seu.

5. Aprenda Gramática Aplicada ao Texto, e Não Gramática Pura

Querendo ou não, interpretar textos também significa aprender a Língua Portuguesa. Saber qual é o
sujeito, qual é o advérbio, qual é o objeto indireto poderá te salvar de várias situações ruins.

O lance é que a gramática pura (por si só) não te ajudará em basicamente nada se você não conse-
guir aplicá-la. E aprender gramática consiste no seguinte:

6. Dica Extra: Don’t Overthink! Não Pense Demais!

Um erro comum é pensar demais. Depois de muito treino (com todas as outras dicas), você estará
com a preparação em nível avançado na interpretação de textos.

Daí, chega o momento da prova e você começa a querer pensar demais: “e se não for realmente
isso? E se for um peguinha? E se? E se?”.

Para evitar que isso aconteça, só existe um remédio: fazer muitas provas de interpretação de textos,
e de preferência da banca que fará seu certame. Eu não estou falando de fazer duas, três provas. Eu
estou falando de 20, 30 provas, cada uma com 15, 20 questões, cada uma com 3, 4 textos. Lembre-
se: permaneça ignorante. Permaneça com fome.

Dicas Para Uma Boa Interpretação de Texto

Uma boa interpretação de texto é importante para o desenvolvimento pessoal e profissional, por isso
elaboramos algumas dicas preciosas para auxiliar você nos seus estudos.

Você tem dificuldades para interpretar um texto? Se a sua resposta for sim, não se desespere, você
não é o único a sofrer com esse problema que afeta muitos leitores.

Não saber interpretar corretamente um texto pode gerar inúmeros problemas, afetando não só o de-
senvolvimento profissional, mas também o desenvolvimento pessoal. O mundo moderno cobra de
nós inúmeras competências, uma delas é a proficiência na língua, e isso não se refere apenas a uma
boa comunicação verbal, mas também à capacidade de entender aquilo que está sendo lido.

O analfabetismo funcional está relacionado com a dificuldade de decifrar as entrelinhas do código,


pois a leitura mecânica é bem diferente da leitura interpretativa, aquela que fazemos ao estabelecer

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analogias e criar inferências. Para que você não sofra mais com a análise de textos, elaboramos al-
gumas dicas para você seguir e tirar suas dúvidas.

Uma interpretação de texto competente depende de inúmeros fatores, mas nem por isso deixaremos
de contemplar alguns que se fazem essenciais para esse exercício. Muitas vezes, apressados, des-
cuidamo-nos das minúcias presentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufici-
ente, o que não é verdade. Interpretar demanda paciência e, por isso, sempre releia, pois, uma se-
gunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes que não foram observados anteriormente.

Para auxiliar na busca de sentidos do texto, você pode também retirar dele os tópicos frasais presen-
tes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreensão do conteúdo exposto. Lembre-se de
que os parágrafos não estão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleatória, se
estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação hierárquica
do pensamento defendido, retomando ideias supracitadas ou apresentando novos conceitos.

Para finalizar, concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo autor: os textos argumenta-
tivos não costumam conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
entrelinhas. Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você precise ficar preso na
superfície do texto, mas é fundamental que não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e ines-
pecíficas.

Quem lê com cuidado certamente incorre menos no risco de tornar-se um analfabeto funcional e ler
com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de
nós leitores proficientes e sagazes. Agora que você já conhece nossas dicas, desejamos a você uma
boa leitura e bons estudos!

Interpretação de Texto: veja como fazer.

É o que mais cai no Enem.

Interpretação de Texto: veja os principais pontos nos quais você deve focar durante a leitura dos tex-
tos nas provas do Enem, dos vestibulares e do Encceja. Revise como interpretar um texto, e mande
bem nos Exames!

Saber ler e interpretar um texto é o primeiro passo na resolução de qualquer questão do Enem. A
compreensão do enunciado é uma chave essencial para iniciar a resolução dos problemas.

Por isso mesmo o tema da Interpretação de Texto é o que mais cai no Enem e nos Vestibulares. Aqui
vão algumas dicas que podem facilitar a compreensão e tornar o ato de interpretar um texto mais
rápido e eficaz.

A primeira coisa que deve ser feita na Interpretação de texto é decompor o texto em suas “ideias bá-
sicas”. Qual é o foco do texto e quais são os principais conceitos definidos pelo autor. Esta operação
fará com que o significado do texto “salte aos olhos” do leitor. É assim que se estuda interpretação de
texto para o Enem.

Veja neste exemplo:

• “Incalculável é a contribuição do famoso neurologista austríaco no tocante aos estudos sobre a for-
mação da personalidade humana”.

• Sigmund Freud (1859 – 1939) conseguiu acender luzes nas camadas mais profundas da psique
humana: o inconsciente e subconsciente. Começou estudando casos clínicos de comportamentos
anômalos ou patológicos, com a ajuda da hipnose e em colaboração com os colegas Joseph Breuer e
Martin Charcot (Estudos sobre a histeria, 1895).

• Insatisfeito com os resultados obtidos pelo hipnotismo inventou o método que até hoje é usado pela
psicanálise: o das ‘livres associações’ de ideias e de sentimentos, estimuladas pelo terapeuta por
palavras dirigidas ao paciente com o fim de descobrir a fonte das perturbações mentais.

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

• Para este caminho de regresso às origens de um trauma, Freud se utilizou especialmente da lin-
guagem onírica dos pacientes, considerando os sonhos como compensação dos desejos insatisfeitos
na fase de vigília.

• “Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o mundo cultural da época, foi a apresentação
da tese de que toda neurose é de origem sexual.” (Salvatore D’Onofrio). IDEIAS – NÚCLEO. Veja a
seguir o Passo inicial da Interpretação de Texto

O Primeiro Conceito Do Texto:

• * “Incalculável é a contribuição do famoso neurologista austríaco no tocante aos estudos sobre a


formação da personalidade humana. Sigmund Freud (1859 – 1939) conseguiu acender luzes nas
camadas mais profundas da psique humana: o inconsciente e subconsciente”.

• O autor do texto afirma, inicialmente, que Sigmund Freud ajudou a ciência a compreender os níveis
mais profundos da personalidade humana, o inconsciente e subconsciente.

O Segundo Conceito Do Texto:

* “Começou estudando casos clínicos de comportamentos anômalos ou patológicos, com a ajuda da


hipnose e em colaboração com os colegas Joseph Breuer e Martin Charcot (Estudos sobre a histeria,
1895). Insatisfeito com os resultados obtidos pelo hipnotismo inventou o método que até hoje é usado
pela psicanálise: o das ‘livres associações’ de ideias e de sentimentos, estimuladas pelo terapeuta
por palavras dirigidas ao paciente com o fim de descobrir a fonte das perturbações mentais”.

A segunda ideia – núcleo mostra que Freud deu início à sua pesquisa estudando os comportamentos
humanos anormais ou doentios por meio da hipnose. Insatisfeito com esse método criou o das “livres
associações de ideias e de sentimentos”.

O Terceiro Contexto Do Texto:

* “Para este caminho de regresso às origens de um trauma, Freud se utilizou especialmente da língua
gemonírica dos pacientes, considerando os sonhos como compensação dos desejos insatisfeitos na
fase de vigília”.

Aqui, está explicitado que a descoberta das raízes de um trauma se faz por meio da compreensão
dos sonhos, que seriam uma linguagem metafórica dos desejos não realizados ao longo da vida do
dia a dia. É assim, passo a passo, que você faz a interpretação de texto.

Quarto Conceito Do Texto:

* “Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o mundo cultural da época, foi à apresentação
da tese de que toda neurose é de origem sexual.”.

Conclusão: Por fim, o texto afirma que Freud escandalizou a sociedade de seu tempo, afirmando a
novidade de que todo o trauma psicológico é de origem sexual.

A finalidade deste exemplo foi de mostrar como captar o foco central na interpretação do texto e cap-
tar a ideia transmitida pelo autor de forma sagaz. O ideal, na hora de interpretar um texto, é fazer uma
leitura dinâmica, a fim de captar sua ideia principal, para depois ler novamente para que possa ser
feita uma análise mais a fundo do mesmo.

Ler e interpretar um texto parece muito simples, e de fatoé. Mas, existem os segredos da Interpreta-
ção de Texto nas provas do Enem e similares. Foram estes segredos que você aprendeu nesta aula.

11 Dicas Para Fazer Interpretação De Texto

Provavelmente, você já errou algum exercício quando sabia o conteúdo da questão. A decepção
quando a gente erra uma questão por besteira é enorme, né?

A interpretação afeta o nosso relacionamento com amigos, familiares, colegas e professores. E tam-
bém a diversão ao assistir a um filme, ouvir uma música, ver uma série…

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

As próximas dicas tem a intenção de melhorar a sua capacidade interpretativa para as provas e tam-
bém para o dia a dia.

1. Aprenda A Interpretar Gráficos E Tabelas

Gráficos e tabelas caem com muita frequência no Enem, nos vestibulares e concursos públicos. Além
dos processos seletivos, eles também são bastante utilizados por jornais e pelo mercado de trabalho.

Entendê-los pode não ser fácil, mas não desista. Muitas vezes, ao se deparar com esse tipo de dado
em um exercício, a gente coloca barreiras como “não sei, sou de Humanas“. Mas não deve ser assim
Quando você aprender como eles funcionam, vai ser cada vez mais fácil fazer a interpretação desse
tipo de texto.

Com o passar do tempo (e depois de praticar bastante), é possível que você comece a gostar de criar
gráficos e tabelas. Eles são uma maneira prática de resumir um conjunto de informações importantes.

Obs: Você percebeu que recomendei uma aula de Português e outra de Matemática para aprender
gráficos? Esse conteúdo é frequente em questões interdisciplinares, incluindo a redação.

2. Coloque As Orações Na Ordem Direta

A ordem direta é a que organiza as palavras da seguinte forma: sujeito + predicado + complemento

Esse é o jeito objetivo de entender uma oração. Faça o exercício de reorganizar as orações que es-
tão na ordem indireta, principalmente os enunciados das questões.

3. Fique Atento A Todos Os Detalhes

Preste atenção a todos os tipos de texto (como infográficos, gráficos, tabelas, imagens, citações e
poemas).

Circule os nomes dos autores, livro e ano de publicação nas referências do texto. Tais detalhes talvez
revelem o tema da questão e até mesmo a resposta.

Basta olhar as referências para saber que o texto acima é relacionado aos Direitos Humanos, apro-
ximadamente sobre 2016.

Olhando o título, vejo que ele é sobre intolerância religiosa. Depois de analisar o infográfico e o gráfi-
co, tenho uma ideia das principais religiões discriminadas e da evolução da violência de 2013 a 2014.

Talvez eu não saiba que a liberdade para expressar a religião é um dos Direitos Humanos. Mas a
referência me ajuda a saber que existe uma relação entre os direitos humanos e a intolerância religi-
osa no Brasil (título do texto).

4. Pratique a Interpretação Com Posts das Redes Sociais

Provavelmente você já viu memes ou menes nas redes sociais. Para entender o que significam, é
preciso interpretar, no mínimo, a relação entre dois elementos, que podem ou não estar na imagem.

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

No primeiro post, você precisa saber colocação pronominal segundo a norma culta e saber como são
entrevistas de emprego para entender a referência. No segundo post, deve conhecer o que é um
elétron e a marca Ricardo Eletro.

Para praticar, experimente anotar em um papel o que é engraçado no post e quais são os elementos
que causam esse efeito de sentido.

5. Leia Textos Longos Impressos (Como As Provas Do Enem)

Depois de um hora fazendo uma leitura densa, ficamos cansados. Precisamos ter resistência para
não fazer análises equivocadas dos textos. Uma das formas de desenvolver a resistência é se acos-
tumar a compreender textos longos.

Procure fontes relevantes para os assuntos que você estuda no dia a dia. As provas do Enem, além
de serem úteis para praticar e simular a avaliação deste ano, podem ajudar a acostumar com a leitura
desse tipo de texto.

Experimente baixá-las e interpretar os dados na coletânea da redação. Analise também os enuncia-


dos das questões de diferentes áreas do conhecimento.

Vale lembrar que a maneira que a gente lê um texto impresso e na tela do celular ou computador é
diferente. Se você irá fazer provas impressas, prefira ler textos assim.

Dica: lembre de reescrever as orações na ordem direta.

6. Compreenda Músicas

As músicas estão presentes no nosso dia a dia e utilizam muitas figuras de linguagem (a gente expli-
ca as principais neste outro artigo).

Depois de escutar uma música de que você gosta, reflita sobre a letra. O que o autor quis dizer com
ela? Pesquise a letra e tente interpretar o significado de cada estrofe.

7. Leia Tirinhas

O Enem costuma avaliar habilidades importantes na vida prática. Tirinhas são facilmente encontra-
das, são uma leitura leve, divertida e sempre precisam de interpretação.

Muitas vezes elas expõem algum problema social, histórico, ou tem uma crítica implícita.

8. Olhe Para Os Períodos, Versos E Parágrafos Em Conjunto

Escolha uma ou duas palavras que resumam o que você leu nos trechos menores, para se lembrar
depois.

Em seguida, procure relações entre o que você acabou de ler. Por exemplo: de oposição, causa e
consequência, adição.

Fazemos o procedimento acima para classificar orações subordinadas, mas ele também pode ser útil
para a interpretação como um todo.

9. Use Um Dicionário

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Quando estiver lendo em casa, tenha um dicionário por perto e pesquise o que não entender. Só
assim vai ser possível interpretar depois.

Para memorizar, anote as palavras que você descobriu o que significam em um caderninho. Elas
poderão ser úteis para resolver exercícios e também para a redação.

Algumas obras literárias utilizam palavras antigas e de difícil entendimento. Vale lembrar que existem
vestibulares que apresentam pequenos glossários nas questões. Então não dê muita atenção aos
termos arcaicos na hora da leitura.

10. Peça A Ajuda De Vídeo Aulas E Do Google

Todos nós já passamos por alguma situação confusa, que não fez muito sentido. Pode ser na hora de
resolver uma lista de exercícios ou em uma conversa com seus parentes, por exemplo.

Quando isso acontece, pode ser porque você não conseguiu interpretar corretamente. Então é útil
procurar ajuda em um dicionário, videoaula ou no Google.

11. Reescreva Ou Explique Para Você Mesmo

Reescreva o que você acabou de ler de maneira resumida e utilizando sinônimos. Se preferir, escre-
va em tópicos.

O objetivo desta dica é ter certeza de que você interpretou o texto e também consegue explicar de
maneira simples.

Interpretação De Textos

A interpretação de textos é um exercício que requer técnica e dedicação. Existem algumas dicas que
ajudam o leitor a aprimorar a compreensão dos mais variados gêneros textuais.

Letrado não é aquele que decodifica uma mensagem: letrado é o indivíduo que lê e compreende o
que lê.

No Brasil, infelizmente, grande parcela da população sofre com o analfabetismo funcional, que nada
mais é do que a incapacidade que um leitor tem de compreender textos — inclusive os textos mais
simples — de gêneros muito acessados no cotidiano.

O analfabeto funcional não transforma em conhecimento aquilo que lê, pois sua capacidade de inter-
pretação textual é reduzida.

Ao contrário do que muitos pensam, o problema atinge pessoas com os mais variados níveis de esco-
laridade, e não apenas aqueles cuja exposição ao estudo sistematizado foi reduzida.

Para que você possa aprimorar sua capacidade de interpretação, o sítio de Português elaborou al-
gumas dicas que vão te ajudar a alcançar uma leitura proficiente, livre de quaisquer mal-entendidos.
Boa leitura e bons estudos!

Cinco Dicas de Interpretação de Textos

Dica 1: Livre-Se Das Interferências Externas

Sabemos que nem sempre é possível ter a tranquilidade desejada para estudar, ainda mais quando
somos obrigados a conciliar várias atribuições em nossa rotina, mas sempre que possível, fique livre
de interferências externas e escolha ambientes adequados para a leitura.

Um ambiente adequado é aquele que oferece silêncio e algum conforto, afinal de contas, esses fato-
res influenciam de maneira positiva os estudos.

Ruídos e interferências durante a leitura reduzem drasticamente nossa capacidade de concentração


e, consequentemente, de interpretação.

Dica 2: Sempre Recorra A Um Bom Dicionário

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Quem nunca precisou interromper a leitura diante de um vocábulo desconhecido? Essa é uma situa-
ção corriqueira, mesmo porque o léxico da língua portuguesa é extenso. É claro que desconhecer o
significado de algumas palavras pode atrapalhar a interpretação textual, por isso, o ideal é que você,
diante de um entrave linguístico, consulte um bom dicionário.

Na impossibilidade de consultar um dicionário, anote a palavra para uma consulta posterior. É assim
que um bom vocabulário é construído, e acredite: ele sempre estará em construção, pois estamos
constantemente em aprendizado.

Dica 3: Prefira A Leitura No Papel

Sabemos que a tecnologia nos oferece diversos suportes que facilitam e democratizam a leitura e
que os livros digitais são uma realidade. Contudo, sempre que possível, opte por livros ou documen-
tos físicos, isto é, impressos.

O papel oferece a oportunidade de ser rabiscado, nele podemos fazer anotações de maneira rápida e
prática, além de ser a melhor opção para quem tem dificuldades de interpretação textual.

Dica 4: Faça Paráfrases

A paráfrase consiste em uma explicação livre e desenvolvida de um fragmento do texto e também


dele completo. Ao ler um parágrafo mais complexo, você pode fazer uma pausa para tentar explicá-lo
com suas próprias palavras: isso facilitará a compreensão e a assimilação daquilo que está sendo
lido.

Dica 5: Leia Devagar

Ler apressadamente é um exercício que dificilmente transformará informação em conhecimento. O


cérebro precisa de tempo para processar a leitura, por isso, evite ler em situações adversas. Uma
leitura feita com calma permitirá que você retome parágrafos e poucas coisas são mais eficientes
para a interpretação textual do que a releitura, consulte o dicionário e faça paráfrases e anotações, ou
seja, todas as dicas anteriormente citadas dependem, sobretudo, dessa leitura cuidadosa.

Explicações Preliminares

I) Para Interpretar Bem

Todos têm dificuldades com interpretação de textos. Encare isso como algo normal, inevitável. Impor-
tante é enfrentar o problema e, com segurança, progredir. Aliás, progredir muito. Leia com atenção os
itens abaixo.

1) Desenvolva o gosto pela leitura. Leia de tudo: jornais, revistas, livros, textos publicitários, listas
telefônicas, bulas de remédios etc. Enfim, tudo o que estiver ao seu alcance. Mas leia com atenção,
tentando, pacientemente, apreender o sentido. O mal é “ler por ler”, para se livrar.

2) Aumente o seu vocabulário. Os dicionários são amigos que precisamos consultar. Faça exercícios
de sinônimos e antônimos. (Consulte o nosso Redação para Concursos, que tem uma seção dedica-
da a isso.)

3) Não se deixe levar pela primeira impressão. Há textos que metem medo. Na realidade, eles nos
oferecem um mundo de informações que nos fornecerão grande prazer interior. Abra sua mente e
seu coração para o que o texto lhe transmite, na qualidade de um amigo silencioso.

4) Ao fazer uma prova qualquer, leia o texto duas ou três vezes, atentamente, antes de tentar res-
ponder a qualquer pergunta. Primeiro, é preciso captar sua mensagem, entendê- lo como um todo, e
isso não pode ser alcançado com uma simples leitura. Dessa forma, leia-o algumas vezes. A cada
leitura, novas idéias serão assimiladas. Tenha a paciência necessária para agir assim. Só depois
tente resolver as questões propostas.

5) As questões de interpretação podem ser localizadas (por exemplo, voltadas só para um determi-
nado trecho) ou referir-se ao conjunto, às idéias gerais do texto. No primeiro caso, leia não apenas o
trecho (às vezes uma linha) referido, mas todo o parágrafo em que ele se situa. Lembre-se: quanto

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

mais você ler, mais entenderá o texto. Tudo é uma questão de costume, e você vai acostumar-se a
agir dessa forma. Então - acredite nisso - alcançará seu objetivo.

6) Há questões que pedem conhecimento fora do texto. Por exemplo, ele pode aludir a uma determi-
nada personalidade da história ou da atualidade, e ser cobrado do aluno ou candidato o nome dessa
pessoa ou algo que ela tenha feito. Por isso, é importante desenvolver o hábito da leitura, como já foi
dito. Procure estar atualizado, lendo jornais e revistas especializadas.

II) Paráfrase

Chama-se paráfrase a reescritura de um texto sem alteração de sentido. Questões de interpretação


com frequência se baseiam nesse conhecimento, nessa técnica. Vários recursos podem ser utilizados
para parafrasear um texto.

1) Emprego de sinônimos.

Ex.: Embora voltasse cedo, deixava os pais preocupados. Conquanto retornasse cedo, deixava os
genitores preocupados.

2) Emprego de antônimos, com apoio de uma palavra negativa.

Ex.: Ele era fraco. Ele não era forte.

3) Utilização de termos anafóricos, isto é, que remetem a outros já citados no texto.

Ex.: Paulo e Antônio já saíram. Paulo foi ao colégio; Antônio, ao cinema. Paulo e Antônio já saíram.
Aquele foi ao colégio; este, ao cinema. Aquele = Paulo este = Antônio

4) Troca de termo verbal por nominal, e vice-versa.

Ex.: É necessário que todos colaborem. É necessária a colaboração de todos. Quero o respeito do
grupo. Quero que o grupo me respeite.

5) Omissão de termos facilmente subentendidos.

Ex.: Nós desejávamos uma missão mais delicada, mais importante. Desejávamos missão mais deli-
cada e importante.

6) Mudança de ordem dos termos no período.

Ex.: Lendo o jornal, cheguei à conclusão de que tudo aquilo seria esquecido após três ou quatro me-
ses de investigação. Cheguei à conclusão, lendo o jornal, de que tudo aquilo, após três ou quatro
meses de pesquisa, seria esquecido.

7) Mudança de voz verbal

Ex.: A mulher plantou uma roseira em seu jardim. (voz ativa) Uma roseira foi plantada pela mulher em
seu jardim. (voz passiva analítica)

Obs.: Se o sujeito for indeterminado (verbo na 3ª pessoa do plural sem o sujeito expresso na frase),
haverá duas mudanças possíveis.

Ex.: Plantaram uma roseira. (voz ativa) Uma roseira foi plantada. (voz passiva analítica)

Plantou-se uma roseira. (voz passiva sintética)

8) Troca de discurso

Ex.: Naquela tarde, Pedro dirigiu-se ao pai dizendo: - Cortarei a grama sozinho. (discurso direto) Na-
quela tarde, Pedro dirigiu-se ao pai dizendo que cortaria a grama sozinho. (discurso indireto)

9) Troca de palavras por expressões perifrásticas (vide perífrase, no capítulo seguinte) e vice-versa

Ex.: Castro Alves visitou Paris naquele ano. O poeta dos escravos visitou a cidade luz naquele ano.

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

10) Troca de locuções por palavras e vice-versa:

Ex.: O homem da cidade não conhece a linguagem do céu. O homem urbano não conhece a lingua-
gem celeste.

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USO DE PREPOSIÇÕES E CONJUÇÕES

Uso de Preposições e Conjugações

Preposição

• Preposições: ligam palavras e orações, isoladamente NÃO possuem função sintática, possuem na
frase um valor semântico.

• A função da preposição é subordinar um termo ao outro.

Ex: O chefe da nação sentiu-se ameaçado.

Classificação das Preposições

As preposições podem ser:

• Essenciais – a, ante, até, após, com, contra, de desde, em, entre, para, perante, por,sem, sob,
sobre.

• Acidentais – afora, consoante, durante, exceto, fora, mediante, salvo, senão, visto.

• Locuções Prepositivas – ao lado de, antes de, além de, com respeito a (...) *Na LP, a última palavra
sempre é uma preposição.

Exemplos: Lutou contra mim.

Confiava a mim seus segredos.

Todos comeram, salvo tu.

Relações Semânticas da Preposição

• As preposições podem exprimir vários sentidos:

1- Modo – Comeu um bife a cavalo.

2- Preço – A casa foi avaliada em 1 bilhão.

3- Direção – Atirou-se sobre o herói.

4- Companhia – Foram viajar com os amigos.

5- Instrumento – Martelava com o ferro.

6- Procedência – Vim de Paris.

7- Assunto – Falou sobre linguística.

8- Tempo – Por dez anos vivi em Londres.

9- Lugar – Cantava pelos bares da vida.

10- Posição inferior – O livro estava sob a carteira.

11- Posição superior – O livro estava sobre a carteira.

Coesão e Preposição

• Confio em você.

regente + regido

Observe:

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USO DE PREPOSIÇÕES E CONJUÇÕES

• Dá-se chance a garoto com curso primário completo, que saiba conversar com adultos, decuidar de
enfermos em descanso na praia.

(Quando o termo regente está distante do termo regido há problemas de coesão).

Conjunção

A conjunção, além de ligar palavras ou orações, dá uma direção argumentativa ao texto e estabelece
uma relação semântica entre as orações.

As conjunções podem ser:

1- Coordenativas

2- Subordinativas

Conjunções Coordenativas

1- Aditivas: ideia de soma, adição. Ex: Saio feliz e volto cansada. ( e, nem, mas também...)

2- Adversativas: ideia de oposição, contraste. Ex: Estarei em casa, mas não vou atendê-lo. ( mas,
porém, todavia,contudo, no entanto...)

3- Alternativas: ideia de alternância. Ex: Caso ou viajo? (ou...ou, ora...ora, quer...quer)

4- Conclusivas: ideia de conclusão de um pensamento. Ex: Ela é nova, portanto não irá namorar. (
logo, portanto, por isso, pois ( após o verbo) . Ex: Ela é catanduvense, é, pois, boa gente.

5- Explicativas: ideia de explicação, razão, motivo. Ex: Não brinque com fogo, porque é perigoso.
(porque, que, pois (antes do verbo) – Ela passou no vestibular, pois estudou muito.

Conjunções Subordinativas – Classificação

1- Integrantes – fazem parte da regência de um verbo ou nome; integram uma oração substantiva.
EX: Eu disse que ele viria. ( que/ se).

2- Causais – exprimem causa, razão. Toda causa pressupõe uma consequência. Ex: Como ela gritou
não disse nada. ( porque, que, pois, visto que, já que, uma vez que).

3- Comparativa – ideia de comparação. Ex: João teimou como um burro. (como, mais que, pior que,
melhor que...)

4- Concessivas – fato contrário ao que se encontra na oração principal, ainda que não seja suficiente
para anulá-lo. Ex: Vou ao baile, mesmo que chova. (embora, se bem que, mesmo que, ainda que,
conquanto...)

5- Condicionais – ideia de condição, hipótese. Ex: Desde que comesse, eu cozinharia. ( se, caso,
desde que, contanto que...)

6- Conformativas – ideia de concordância, conformidade. Ex: Conforme lhe disse, viajarei amanhã. (
segundo, conforme,como)

7- Consecutivas – consequência, efeito do que foi expresso anteriormente. Ex: Ela comeu tanto
quepassou mal. (que – acompanhado de tão...que, tanto...que, tamanho...que, tal...que)

8- Temporais – ideia de tempo. Ex: Mal o filme começara, ela sentiu-se mal. (quando, mal, logo que,
sempre que, assim que...)

9- Finais – ideia de finalidade. Ex: Estudamos bastante a fim de que passássemos no vestibular.

10- Proporcionais – ideia de proporcionalidade, simultaneidade. Ex: Quanto mais economizava, mais
sentia prazer. (à proporção que, à medida que, quanto mais, quanto menos...)

Polissemia das Conjunções

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USO DE PREPOSIÇÕES E CONJUÇÕES

Polissemia – os vários sentidos, valores semânticos diferentes, dependendo o contexto.

MAS – Terás o dinheiro, mas apenas parte dele. (restrição)

Falou com a professora, mas arrependeu-se. (retificação)

Estava triste, mas disfarçava. (atenuação)

Estudou muito, mas foi reprovada. ( não compensação)

Perdeu o ano, mas conheceu vários países. (compensação)

Mas e o seu pai? Deixou? (situação, assunto)

Polissemia das Conjunções: E / Como/Se

E – Estudou muito e foi reprovado. (oposição).

Estudou muito e passou. (conclusão, consequência.)

Era homem e muito homem! (explicação enfática)

Saiu do escritório e foi para casa. (adição)

E o Palmeiras? Ganha o campeonato? (assunto/ situação)

COMO – Dormia como um anjo. (comparação)

Como era pobre não pode estudar. (causa)

Ensinava os colegas como o mestre o orientou. (conformidade)

SE – Se não foi uma ofensa a todos, ainda assim insultou os jovens. (concessão)

Se não chover irei a sua casa. (condição).

Preposição

Preposição é a palavra que estabelece uma relação entre dois ou mais termos da oração. Essa
relação é do tipo subordinativa, ou seja, entre os elementos ligados pela preposição não há sentido
dissociado, separado, individualizado; ao contrário, o sentido da expressão é dependente da união de
todos os elementos que a preposição vincula.

Exemplos:

Os amigos de João estranharam o seu modo de vestir.

amigos de João / modo de vestir: elementos ligados por preposição

de: preposição

Ela esperou com entusiasmo aquele breve passeio.

esperou com entusiasmo: elementos ligados por preposição

com: preposição

Esse tipo de relação é considerada uma conexão, em que os conectivos cumprem a função de ligar
elementos. A preposição é um desses conectivos e se presta a ligar palavras entre si num processo
de subordinação denominado regência.

Diz-se regência devido ao fato de que, na relação estabelecida pelas preposições, o primeiro
elemento – chamado antecedente – é o termo que rege, que impõe um regime; o segundo elemento,

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USO DE PREPOSIÇÕES E CONJUÇÕES

por sua vez – chamado consequente – é o termo regido, aquele que cumpre o regime estabelecido
pelo antecedente.

Exemplos:

A hora das refeições é sagrada.

hora das refeições: elementos ligados por preposição

de + as = das: preposição

hora: termo antecedente = rege a construção "das refeições"

refeições: termo consequente = é regido pela construção "hora da"

Alguém passou por aqui.

passou por aqui: elementos ligados por preposição

por: preposição

passou: termo antecedente = rege a construção "por aqui"

aqui: termo consequente = é regido pela construção "passou por"

As preposições são palavras invariáveis, pois não sofrem flexão de gênero, número ou variação em
grau como os nomes, nem de pessoa, número, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. No
entanto, em diversas situações as preposições se combinam a outras palavras da língua (fenômeno
da contração) e, assim, estabelecem uma relação de concordância em gênero e número com essas
palavras às quais se ligam. Mesmo assim, não se trata de uma variação própria da preposição, mas
sim da palavra com a qual ela se funde.

Por exemplo:

de + o = do
por + a = pela
em + um = num

As preposições podem introduzir:

a) Complementos Verbais

Por exemplo:

Eu obedeço "aos meus pais".

b) Complementos Nominais

Por exemplo:

Continuo obediente "aos meus pais".

c) Locuções Adjetivas

Por exemplo:

É uma pessoa "de valor".

d) Locuções Adverbiais

Por exemplo:

Tive de agir "com cautela".

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USO DE PREPOSIÇÕES E CONJUÇÕES

e) Orações Reduzidas

Por exemplo:

"Ao chegar", comentou sobre o fato ocorrido.

Conjunção

Além da preposição, há outra palavra que, na frase, é usada como elemento de ligação: a conjunção.

Por exemplo:

A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as amiguinhas.

Deste exemplo podem ser retiradas três informações:

segurou a boneca

a menina mostrou

viu as amiguinhas

Cada informação está estruturada em torno de um verbo: segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa
frase três orações:

1ª oração: A menina segurou a boneca

2ª oração: e mostrou

3ª oração: quando viu as amiguinhas.

A segunda oração liga-se à primeira por meio do "e", e a terceira oração liga-se à segunda por meio
do "quando". As palavras "e" e "quando" ligam, portanto, orações.

Observe:

Gosto De Natação E De Futebol.

Nessa frase as expressões de natação, de futebol são partes ou termos de uma mesma oração.
Logo, a palavra "e" está ligando termos de uma mesma oração.

O uso das preposições está relacionado à nossa competência linguística. Sendo assim, conhecê-las
e utilizá-las corretamente é, sobretudo, papel decisivo na construção de nossos discursos cotidianos.
De tal modo, ocupemo-nos a discorrer acerca de algumas características a elas relacionadas,
principalmente no que diz respeito à transitividade verbal e, consequentemente, à regência de alguns
verbos.

Temos ciência de que alguns verbos, levando em consideração o contexto em que são empregados,
ora se classificam como transitivos diretos, ora como transitivos indiretos e, por essa razão,
provavelmente por algum descuido ou até mesmo por falta de conhecimento por parte do emissor, o
uso das preposições deixa a desejar, tendo em vista o padrão formal que rege a língua. Dessa forma,
de modo a evitarmos alguns erros, vejamos alguns casos relevantes:

* Aqueles São Os Rapazes Que As Garotas Gostam.

Analisando a transitividade do verbo gostar, concluímos que o discurso precisa ser reformulado,
tornando-se assim materializado:

Aqueles São Os Rapazes De Quem As Garotas Gostam.

* Essa é a Amiga que Confio.

Ora, quando confiamos, confiamos em alguém. Portanto, por que não dizermos:

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USO DE PREPOSIÇÕES E CONJUÇÕES

Essa É A Amiga Em Que Confio.

* Este é o Livro que me Refiro.

É simples, sempre quando nos referimos, fazemos referência a algo ou a alguém. Portanto:

Este é o livro a que me refiro.

* Eis a chance que eu precisava.

Acreditem! Quem precisa, precisa de algo ou de alguém. Logo, observemos:

Eis a Chance da Qual eu Precisava.

Não somente tais exemplos, mas também vários outros, ilustram o caso em questão. Por isso,
devemos estar bem atentos quanto à transitividade verbal, para atribuirmos ao verbo a regência
adequada.

As preposições podem ser de dois tipos:

1. Preposição Essencial: sempre funciona como preposição.

Exemplo: a, ante, de, por, com, em, sob, até...

2. Preposição Acidental: palavra que, além de preposição, pode assumir outras funções morfológicas.
Exemplo: consoante, segundo, mediante, tirante, fora, malgrado...

Locução Prepositiva

Chamamos de locução prepositiva o conjunto de duas ou mais palavras que têm o valor de uma
preposição. A última palavra dessas locuções é sempre uma preposição.

Exemplos: por causa de, ao lado de, em virtude de, apesar de, acima de, junto de, a respeito de...

As preposições podem combinar-se com outras classes gramaticais.

Exemplos: do (de + artigo o)


no (em + artigo o)
daqui (de + advérbio aqui)
daquele (de + o pronome demonstrativo aquele)

Emprego das Preposições

- as preposições podem estabelecer variadas relações entre os termos que ligam.

Ex.: Limpou as unhas com o grampo (relação de instrumento)

Estive com José (relação de companhia)

A criança arrebentava de felicidade (relação de causa)

O carro de Paulo é novo (relação de posse)

- as preposições podem vir unidas a outras palavras.

Temos combinação quando na junção da preposição com outra palavra não houver perda de
elemento fonético.

Temos contração quando na junção da preposição com outra palavra houver perda fonética.

Contração Combinação
Do (de + o) Ao (a +o)
Dum (de + um) Aos (a + os)

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USO DE PREPOSIÇÕES E CONJUÇÕES

Desta (de + esta) Aonde (a + onde)


No (em + o)
Neste (em + este)

- a preposição a pode se fundir com outro a. Essa fusão é indicada pelo acento grave ( `) e recebe o
nome de crase.

Ex.: Vou à escola (a+a)

Conjunções

Em se tratando das funções estabelecidas pela diversidade de elementos que compõem as classes
gramaticais, há algumas semelhantes entre si. Estamos referindo-nos ao caso das preposições e
conjunções, visto que ambas têm por finalidade ligar os termos dentre um enunciado linguístico,
conferindo-lhe precisão e clareza.

Para que possamos veementemente compreender acerca desta prerrogativa, analisemos os casos
abaixo relacionados:

Apenas Gostaria Que Tivesse Paciência E Compreensão.

Não Pude Comparecer Ao Trabalho, Mas Apresentei A Devida Justificativa.

Estudaríamos Bastante, Se Tivéssemos Tempo.

Atendo-nos a uma análise discursiva destes, constatamos que no primeiro exemplo o termo
destacado fez a junção entre as palavras “paciência” e “compreensão”. Outro aspecto de notória
relevância é que as orações por ele ligadas possuem por si só um sentido completo, ou seja, são
dotadas de todos os requisitos necessários à compreensão por parte do interlocutor, mesmo que
desdobradas. De forma semelhante temos o segundo exemplo, no qual o “mas” apenas as conectou,
pois também são sintaticamente independentes. Diante de tal ocorrência linguística, deparamo-nos
com as denominadas conjunções coordenativas.

Já no terceiro exemplo, identificamos que a palavra em evidência também fez a conexão entre duas
orações, contudo, dependentes entre si. Identificamos que a segunda necessita da primeira no que
se refere à noção de sentido. Aspecto que lhes confere a condição de subordinadas – dada esta
mútua dependência.

Partindo desses pressupostos, interagir-nos-emos com as respectivas características que norteiam


ambas as modalidades. Vejamo-las:

Conjunções Coordenativas

Conjunções Subordinativas

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USO DE PREPOSIÇÕES E CONJUÇÕES

As orações subordinadas, como já expresso, caracterizam-se pela relação de dependência que a


subordinada estabelece com a oração principal. São classificadas em substantivas, adjetivas e
adverbiais.

As conjunções integrantes introduzem as orações subordinadas substantivas, as quais exercem a


função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, aposto e predicativo.

Ex: Não sabemos se ela realmente virá.

Or. subordinada substantiva objetiva direta (exercendo a função de objeto direto)

As conjunções subordinativas introduzem orações subordinadas adverbiais, exprimindo, portanto,


várias circunstâncias relacionadas ao advérbio. Analisemos, pois, como são classificadas:

Conjunções Subordinativas

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ESTUDO DA SINTAXE

Estudo Da Sintaxe

Você sabe o que é sintaxe?

A sintaxe é a área da gramática que se ocupa do estudo da disposição das palavras na frase e das
frases quando inseridas em um discurso.

Diz-se que um texto está sintaticamente correto quando as frases estabelecem relação lógica entre si,
ou seja, os elementos de uma oração estão dispostos de maneira que nos permita compreender o
conteúdo de determinada mensagem. Mesmo que não saiba ou não soubesse o que é sintaxe, você é
capaz de produzir enunciados que obedeçam às suas regras, já que a finalidade da comunicação é
produzir discursos inteligíveis, cujo significado seja acessível e compreensível. Observe:

Ontem choveu bastante. As ruas ficaram alagadas e o trânsito ficou congestionado em vários pontos
da cidade

Ou

Bastante choveu ontem. Alagadas ficaram ruas o congestionado ficou trânsito e o cidade da em pontos
vários?

Entre as orações acima, qual das duas você seria capaz de produzir? A primeira, não é verdade?
Ambas são compostas pelas mesmas palavras, mas uma delas ficou privada de inteligibilidade (a se-
gunda) porque seus elementos não foram sintaticamente bem-dispostos, tornando-a agramatical. Por
isso a importância da sintaxe: instrumento indispensável para a correta combinação das palavras nas
orações.

Pensando em sintaxe, falemos sobre suas subdivisões: a sintaxe de concordância, regência e coloca-
ção. Você sabe para que serve cada uma delas? Vamos conhecer um pouco mais sobre a língua
portuguesa e sua gramática? Fique atento à explicação e bons estudos!

Conhecer as sintaxes de concordância, regência e colocação é importante para aprimorar a comunica-


ção verbal e escrita

O que é sintaxe de concordância?

A sintaxe de concordância estuda a relação gramatical estabelecida entre dois termos. Ela pode ser
verbal ou nominal. Observe os exemplos:

► Concordância verbal:

Os alunos ficaram entusiasmados com o passeio no museu

ou

Os alunos ficaram entusiasmados com o passeio no museu?

A primeira opção é aquela que estabelece correta combinação entre o verbo e o sujeito. Se o sujeito
(alunos = eles) está no plural, o verbo da oração deverá ser flexionado na terceira pessoa do plural:
eles 'ficaram'.

► Concordância nominal:

Os alunos indisciplinados foram suspensos da escola

Ou

Os alunos indisciplinados foram suspensos da escola?

O segundo exemplo obedecer às regras da concordância nominal porque nele o substantivo – alunos –
concorda com seus determinantes, que podem ser artigo, numeral, pronome ou adjetivo. A concordân-
cia nominal é, portanto, a combinação entre os nomes de uma oração.

O que é sintaxe de regência?

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ESTUDO DA SINTAXE

A sintaxe de regência ocupa-se do estudo dos tipos de ligação existentes entre um verbo (regência
verbal) ou nome e seus complementos (regência nominal). Dessa maneira, haverá os termos regentes,
aqueles que precisam de um complemento, e os termos regidos, aqueles que complementam o sentido
dos termos regentes.

► Regência verbal:

A regência verbal ocupa-se do estudo da relação estabelecida entre os verbos e os termos que os
complementam ou caracterizam. Estudá-la nos permite aprimorar nossa capacidade expressiva, pois
a partir da análise de uma preposição um mesmo verbo pode assumir diferentes significados. Observe:

Os parlamentares implicaram-se em escândalos por causa do desvio de verbas públicas. (implicar =


envolver)

Os alunos implicaram com o novo coordenador. (Implicar = ter implicância, aversão).

► Regência nominal:

A regência nominal estuda a relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os
termos por ele regidos. É a partir da análise da preposição que essa relação será construída. Observe
os exemplos:

A nova tarifa é acessível a todos os cidadãos.


Os atentados contra a embaixada deixaram vários feridos.
Eles preferiram ficar longe de todos.

Na regência nominal é interessante observar que alguns nomes apresentam o mesmo regime dos ver-
bos de que derivam: se você conhece o regime de um verbo, conhecerá também o regime dos nomes
cognatos, ou seja, dos nomes que têm a mesma raiz ou origem etimológica:

As crianças devem obedecer às regras. (Obedecer = verbo)

Eles foram obedientes às regras. (Obediente = nome cognato)

O que é sintaxe de colocação?

A sintaxe de colocação mostra que os pronomes oblíquos átonos, embora possam ser dispostos de
maneira livre, possuem uma posição adequada na oração.

Quando há liberdade de posição desses termos, o enunciado poderá assumir diferentes efeitos expres-
sivos, o que nem sempre é bem-vindo. Existem três possíveis colocações para os pronomes oblíquos
átonos:

► Próclise: o pronome será posicionado antes do verbo. Veja os exemplos:

Não se esqueça de comprar novos livros.


Não me fale novamente sobre esse assunto.
Aqui se vive melhor do que na cidade grande.
Tudo me incomoda quando não estou em casa.
Quem te chamou para a festa?

► Mesóclise: será empregada quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito
do indicativo. O pronome surge intercalado ao verbo. A mesóclise é mais encontrada na linguagem
literária ou na língua culta e, havendo possibilidade de próclise, ela deverá ser eliminada. Observe os
exemplos:

Dizer-lhe-ei sobre tuas queixas (Direi + lhe)

Convidar-me-iam para a formatura, mas viajei para o campo. (convidariam + me)

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ESTUDO DA SINTAXE

► Ênclise: o pronome surgirá depois do verbo, obedecendo à sequência verbo-complemento. Observe


os exemplos:

Diga-me o que você fez nas férias.


Espero encontrá-lo (la) na festa hoje à noite.
Acolheram o filhote abandonado, dando-lhe abrigo e comida.

Colocação Pronominal

É o modo como se dispõem os pronomes pessoais oblíquos átonos (me, te, se, lhe(s), o(s), a(s), nos e
vos) em relação ao verbo. Trata-se de um dos assuntos popularmente "espinhosos" da língua portu-
guesa, os quais somos "forçados" a entender na escola. Mas basicamente, basta lembrar que as posi-
ções dos pronomes pessoais oblíquos átonos em relação ao verbo ao qual se ligam denominam-se:

Ênclise (depois do verbo)

É a posposição do pronome átono ao vocábulo tônico ao que se liga. Ex: Empreste-meo livro de mate-
mática.

Próclise (antes do verbo)

É a colocação do pronome quando antes do verbo há palavras que exercem atração sobre ele, como:

- Não, nunca, jamais, ninguém, nada. Ex: Não o vi hoje.


- Advérbios, locuções adverbiais, pronomes interrogativos ou indefinidos. Ex: Sempre te amarei.
- Pronomes relativos. Ex: Há filmes que nos fazem chorar.
- Orações optativas, aquelas que exprimem desejo. Ex: Deus te ouça!
- Com gerúndio precedido da preposição ‘em’. Ex: Em se tratando desse tema...

Mesóclise (no meio do verbo)

É a colocação do pronome quando o verbo se encontra no futuro do presente ou no futuro do pretérito


desde que não haja palavras que exerçam atração. Ex: Entregar-lhe-ei as informações. Na linguagem
falada brasileira, o uso é quase inexistente.

Crase

Crase é mais um assunto "espinhoso" do português, mas dito de forma simples é o nome que geral-
mente se dá à fusão da preposição 'a" com o artigo "a(s)" ou com os demonstrativos aquele(s),
aquela(s), aquilo. É representada graficamente pelo acento grave (`).

Crase Obrigatória

Para nomes femininos com artigos: Fui à feira.

Aquele (s) / a + aquela (s) / aquilo: Entreguei o livro àquele menino.

Para locuções adverbiais femininas do tipo: Às cegas; À noite; Às pressas.

Com a palavra moda subentendida: Camarão à baiana.

Antes de horas: Sairei às 2h.

Com pronomes possessivos: Irei à minha fazenda ou Irei a minha fazenda.

Com nomes próprios de mulher: Dê o livro à Maria ou Dê o livro a Maria.

Para nomes masculinos: Amor a Deus.

Antes de verbos: Saiu a passear.

Antes de pronomes pessoais: Dirigiu-se a ela.

Antes de pronomes de tratamento: Dei a Vossa Senhoria.

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ESTUDO DA SINTAXE

Entre palavras repetidas: Cara a cara.

Crase Optativa

Com pronomes possessivos: Irei à minha fazenda ou Irei a minha fazenda.

Com nomes próprios de mulher: Dê o livro à Maria ou Dê o livro a Maria.

Crase Proibida

Para nomes masculinos: Amor a Deus.

Antes de verbos: Saiu a passear.

Antes de pronomes pessoais: Dirigiu-se a ela.

Antes de pronomes de tratamento: Dei a Vossa Senhoria.

Entre palavras repetidas: Cara a cara.

Regência Verbal

Há verbos, na língua portuguesa, que exigem a presença de outros termos na oração a que pertencem.
Quando o verbo (termo regente) se relaciona com os seus complementos (termos regidos) acontece
um "fenômeno" ao qual damos o nome de regência verbal. Selecionamos a seguir alguns verbos em
que há diferença de contexto na hora de se "fazer" a regência:

Agradecer

Alguma coisa (sem preposição): O palestrante agradeceu suas intervenções.

A alguém (preposição A): O paciente agradeceu ao médico.

Assistir

Dar assistência (sem preposição): O médico assistiu o doente.

Ver (preposição A): Assisti a um bom filme.

Morar (preposição EM): Aquele homem assiste em São Paulo.

Obedecer (desobedecer)

Sujeitar-se (preposição A): Ele não obedeceu ao regulamento.

Preferir

Ter preferência por (preposição A): Prefiro correr a nadar.

Visar

Visar (preposição A): O comerciante visa ao lucro.

Assinar (sem preposição): O gerente do banco visou o cheque.

Mirar (sem preposição): O atirador visou o alvo e errou.

Regência Nominal

Já a regência nominal é a relação de um nome (substantivo, adjetivo) com outro termo. E a relação
pode vir ou não acompanhada de preposições. Por exemplo:

Horror a

Impaciência com

Atentado contra, a

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ESTUDO DA SINTAXE

Medo de

Idêntico a

Prestes a

Longe de

Benéfico a

Podemos arriscar a dizer que - apesar de todas as "pegadinhas" da língua e apesar de que na fala
praticamos uma coisa e na escrita outra - de certa forma, já estamos um pouquinho acostumados a
utilizar a regência correta (ou pelo menos a mais aceita).

É por essa razão que determinadas pessoas - principalmente aquelas que ao longo da vida escolar
demonstraram um pouco mais de "afinidade" com língua portuguesa - chegam a perceber mais facil-
mente se uma construção está correta ou não.

Vale lembrar, por fim, que "correto" ou "incorreto" para nós não possui a conotação de "certo" ou "er-
rado", mas apenas a de "ser mais aceito socialmente" ou "não ser bem aceito socialmente", do ponto
de vista do chamado "padrão culto da língua portuguesa", utilizado no Brasil (aquela língua defendida
pelos nossos melhores gramáticos).

Sintaxe é a teoria formal das formas linguísticas da linguagem, isto é, trata da relação dos signos com
os outros signos. “É o estudo das relações formais dos signos entre si”, afirma Morris.

É o estudo das “propriedades formais das expressões e das relações entre si abstraindo não só do
falante, como das coisas designadas”, diz-nos Carnap.

Objeto da Sintaxe

Estuda a colocação, a organização das palavras na sentença. Se você amanhã desembarcasse em


terras estrangeiras, na China, por exemplo, além de não saber o que significam as palavras dessa
língua desconhecida, não saberia como elas se organizam em sentenças.

Isto quer dizer que a Sintaxe:

Ensina como usar os signos: como relacioná-los independentemente do seu significado.

Descreve as regras que há que dominar para se poderem fazer/produzir/formar frases gramaticalmente
corretas, coerentes, articuladas, isto é, ligando de certa maneira as palavras com o respectivo sentido.
Quem fala exerce uma atividade ato de fala – que não pode ser considerada como livre em absoluto.

Falar implica selecionar palavras e combiná-las em frases, mas esta escolha é feita tendo em conta o
código partilhado pela comunidade a que pertence o falante. Só assim se pode falar de comunicação
e de função comunicativa da linguagem.

As regras sintáticas evitam a construção agramatical de frases; diminuem as possibilidades de detur-


pação das mensagens; e reduzem a incerteza e a indeterminação da descodificação. A diferença entre
uma frase gramatical e uma frase agramatical depende fundamentalmente da ordem, disposição e
combinação das palavras e das frases. Falar de gramaticalidade de uma frase significa que ela, quando
enunciada, é compreensível para todos os sujeitos falantes que dominam essa língua.

Exemplos:

‘O fez João quadro belo um. ’

‘É uma rica mulher’

‘É uma mulher rica’.

‘Rica mulher! ’

‘O João fez um belo quadro’.

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ESTUDO DA SINTAXE

‘É mulher uma rica’.

Texto:

“A propriedade mais surpreendente de qualquer língua natural é a regularidade, ou seja, o facto de as


palavras e as sequências de palavras usadas pelos falantes da língua com objectivos de comunicação
ou outros estarem sujeitos a regras de boa formação que os falantes dessa língua conhecem de certa
maneira (ainda que possam ser incapazes de as formular explicitamente) e que qualquer indivíduo que
queira falar correctamente tem de interiorizar e respeitar.

É esta regularidade entendida em todos os seus aspectos, e especialmente quando expressa através
de regras explícitas, que constitui a noção de gramática. ”

Sintaxe – Teoria

I. Sintaxe de Concordância

A Sintaxe de Concordância trata das relações de harmonia gramatical entre os termos da frase, rela-
ções essas que envolvem gênero e número. Quando essas relações se estabelecem entre o sujeito e
o verbo, elas se referem à concordância verbal. Já as relações entre nomes (determinado e determi-
nante) dizem respeito à concordância nominal.

Às vezes, a Norma Culta aceita duas opções de concordância. Embora uma pequena minoria social e
politicamente influente dite as regras do bom falar, a pressão da maioria dos falantes da Língua faz
com que, ocasionalmente, essas regras sejam quebradas.

Os escritores modernos também contribuíram no combate à radicalidade da Gramática Normativa, que


agora chama essas transgressões gramaticais de concordância por atração.

II. Sintaxe de Colocação

A Sintaxe de Colocação, também conhecida por Toponímia Pronominal, refere-se ao modo correto,
segundo a Norma Culta, de posicionar as palavras na oração. Essa sintaxe trata mais especificamente
da posição do pronome pessoal oblíquo e do pronome demonstrativo o com relação ao verbo. A defi-
nição tradicional menciona essa sintaxe como a parte da Gramática Normativa que trata da ordem dos
termos na oração, e das orações no período.

III. Sintaxe de Regência

Apresentaremos os casos principais de regência, incluindo o emprego o emprego do acento grave.

Geralmente, as palavras de uma oração são dependentes umas das outras, relacionam-se entre si,
para formar um todo significativo. Essa relação dependência que se estabelece entre duas palavras,
uma das quais serve de complemento à outra, é o que chamamos de regência.

A rigor, somente as preposições que ligam complementos a um verbo ou a um nome estabelecem


relações de regência. A regência, portanto, pode ser verbal ou nominal.

A Regência e o Emprego do Acento Grave

O emprego do acento grave não deveria apresentar dificuldades para o estudante da Língua, mas
professores inexperientes e gramáticos incompetentes deixam de apresentar fundamentos necessários
para o entendimento do assunto…e assim complicam o que é fácil.

Vamos apresentar neste trabalho os casos em que ocorre o uso do acento grave.

Crase é o nome que encontraram para a fusão de duas vogais iguais. Isso é comum na poesia e no
uso oral da Língua. Triste e fatigada da linguagem escrita vira tristefatigada na linguagem
oral. Viu? Duas vogais iguais se fundiram. Na gramática, todavia, o acento grave só acontece em
casos especiais de crase. Nesses casos, sempre que houver crase, essa ocorrência tem de ser assi-
nalada pelo acento grave. Por outro lado, não podemos afirmar que sempre que há acento grave tem
de haver crase. O acento grave nem sempre indica crase.

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ESTUDO DA SINTAXE

Gramáticos e professores, ao lidarem com a crase, costumam incluir casos que nada têm a ver com
esse fenômeno linguístico.

Podemos resumir o emprego do acento grave em três casos: indicação de crase da preposição a com
artigo a, indicação de crase da preposição acom o pronome demonstrativo e indicação de ênfase.

IV. Sintaxe do Infinitivo

O infinitivo pessoal pode ser flexionado ou não, isto é, pode ter ou não uma desinência número-pessoal
após a desinência modo-temporal R.

No verbo cantar, por exemplo, o infinitivo pessoal não-flexionado é cantar: Todos começaram a cantar.

As terminações verbais que vão indicar número e pessoa são: -es, -mos, -des, -em: Eu os desafiei a
cantaarem em inglês

Você sabe a diferença entre o infinitivo pessoal e o impessoal? Se não sabe, pode ter problemas ao
lidar com questões que envolvem o infinitivo. Por que não tratamos dessa diferença, antes de entrar
propriamente na Sintaxe do Infinitivo?

O infinitivo pessoal é uma forma verbal que indica ação, fato ou fenômeno.

Pode ocorrer em locuções verbais: Podemos começar agora.

Pode ocorrer também fora de locução verbal: Eu os vi passarem.

Tem sempre um sujeito, embora o sujeito possa estar indeterminado: Deve-se pensar no próximo.

O infinitivo impessoal não é uma forma verbal, mas uma forma derivada de um verbo. É uma forma
nominal, isto é, numa frase aparece como um nome substantivo. Não indica ação nem fato, apenas
nomeia a ação ou fato.

Em A criança vai dormir, temos um fato se desenrolando. Mas em Dormir é necessário à saúde, nome-
amos um a fato, sem apresentá-lo em andamento. Dormir, nesta frase, não é verbo, mas substantivo
(= sono). Não tem sujeito, pois é o próprio sujeito do verbo ser.

Ademais, quando o infinitivo é impessoal, aceita artigo normalmente, pois é um substantivo: O dormir
é necessário à saúde.

Agora não vá sair por aí flexionando o infinitivo em qualquer situação.

Existem regras que, embora sejam impostas pela Norma Culta, não deixam de atender a uma neces-
sidade da expressão e comunicação:clareza.

Sintaxe – O que é

A palavra sintaxe significa, etimologicamente, ordenação, disposição, organização e tem sido enten-
dida como o conjunto das propriedades das estruturas que estão subjacentes aos enunciados existen-
tes (ou possíveis) numa dada língua particular e a descrição dessas estruturas.

A sintaxe é a relação estabelecida entre os elementos linguísticos q ue atuam na formação dos enun-
ciados.

Assim, a constituição de frases, orações e períodos, co nsiderando-se os diversos contextos em que


se usa a língua, é o objeto de estudo dessa disc iplina. De fato, por constituir-se enquanto fenômeno
que ativa a relação entre os itens linguíst icos, atuando na estruturação e organização dos textos, a
sintaxe assume, entre as diversas correntes teóricas que se preocupam com o estudo da linguagem,
uma grande importância

A Sintaxe compreende estudos dos processos gerativos, combinatórios e formadores das frases nas
diversas línguas naturais. Sua origem, enquanto ramo de estudo da linguagem, remonta aos gregos.
Os reflexos da tradição fundada pelos filósofos Aristóteles podem ser apontados na divisão da frase

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ESTUDO DA SINTAXE

em sujeito e predicado, concepção ainda hoje evidenciada nos estudos veiculados em gramáticas e
livros didáticos de língua portuguesa.

Sintaxe – Concordância

“Cabe dez”… “falta vinte”… “sobrou trinta”… a mina”… “teus cabelo é da hora”… “eu quero vinte pão”…
“isso custa cinco real”…

Não é novidade para ninguém que o brasileiro, quando fala, não dá muita importância à concordância.
A nenhum tipo de concordância! Cometer erros de concordância na fala do cotidiano é muito comum,
mas no texto formal é necessário que a concordância esteja absolutamente rigorosa.

Vamos a um trecho da canção “Música Urbana”, do Capital Inicial:

“Tudo errado, mas tudo bem. Tudo quase sempre como eu sempre quis. Sai da minha frente, que agora
eu quero ver. Não me importam os seus atos, eu não sou mais um desesperado. Se eu ando por ruas
quase escuras, as ruas passam”

Você notou como o letrista fez a concordância: “não me importam os seus atos”. Os atos não têm
importância, portanto eles não importam. A concordância está correta, o que é exigível ao menos na
língua formal. É desejável que a gente acerte a concordância no cotidiano também. Basta concordar
verbo e sujeito.

“Atos” está no plural, então é óbvio que o verbo também deve estar no plural: “importam”. Acerte a
concordância você também.

Casos Delicados de Concordância

Às vezes a concordância verbal nos prega uma peça. Para ilustrar, o “Nossa Língua Portuquesa” foi
até a rua e formulou algumas perguntas ao público.

“Pedro ou Paulo será ou serão o próximo presidente da República?”

A maioria das pessoas acerta. “Pedro ou Paulo será …”. Somente um dos dois será o próximo presi-
dente da República – o ou que aparece na oração é excludente, indica a exclusão de Pedro ou de
Paulo da cadeira de Presidente da República. Logo, o verbo fica no singular.

Contudo, se alguém perguntar sobre sua preferência musical, a resposta poderá ser: Tom ou Caetano
me agradam. O ou presente nesta oração não é excludente, logo o verbo assume o plural.

Outra pergunta:

40% dos eleitores preferiram ou preferiu 40% dos eleitores preferiram. A expressão que vem depois do
percentual está no plural (eleitores) e aí não há outra opção.

40% do eleitorado preferiu ou preferiram. Muita gente acertou. O termo que vem depois do percentual
é singular, logo o verbo também fica no singular. A forma correta é “40% do eleitorado preferiu”.

“40% preferiu ou preferiram”. Nesta frase não há nada depois da expressão percentual. Então vale o
número 40, que é plural. “40% preferiram, 1% preferiu”.

Concordância Com Pronome Relativo e Expressões Expletivas

Você já deve ter ouvido muita gente falar “não foi eu”. Acham que o “foi” vale para qualquer caso. Não
é bem assim. Para ilustrar essa questão o professor Pasquale busca referência na música “Foi Deus
que fez você”, de Luiz Ramalho.

“… Foi Deus que fez o céu… Foi Deus que fez você… Foi Deus…” “Foi Deus que fez”. Porque “foi”?
Porque Deus é 3ª pessoa, Deus é igual a “ele” e “ele foi”. Agora, não é cabível dizer “Eu foi”. Logo, “não
foi eu” está errado. O correto é “não fui eu”, “não fomos nós”. O verbo que vem depois da palavra “que”
também deve concordar com a palavra que vem antes. Portanto, “Fui eu que fiz” ( eu fui, eu fiz),”Fomos
nós que fizemos”, “Foram eles que fizeram”.

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ESTUDO DA SINTAXE

Outra coisa que você não deve confundir é o caso da expressão expletiva “é que”, que é fixa. A cancão
“Só nós dois”, de Joaquim Pimentel, pode ilustrar muito bem.

” Só nós dois é que sabemos o quanto nos queremos bem Só nós dois é que sabemos Só nós dois e
mais ninguém…”

A expressão “é que” é fixa. Nunca diga “São nessas horas que a gente percebe”. O correto é dizer
“Nessas horas é que a gente percebe” ou “É nessas horas que a gente percebe”.

“É que” é uma expressão de realce, fixa e fácil de ser percebida. Pode, também, ser eliminada.

Veja os exemplos:

“Só nós dois é que sabemos” – “Só nós dois sabemos” “É nessas horas que a gente percebe” – Nessas
horas a gente percebe”. A expressão “é que”, expletiva, pode ser perfeitamente eliminada sem prejuízo
da estrutura frasal.

Obrigado (a) / Eu Mesmo (a)

“Eu mesma fiz essa bolsa”, é assim que se fala?

É possível, mas é necessário fazer a concordância.

Quando quem fala é homem deve dizer “eu mesmo”. Se for mulher, “eu mesma”

Você, referindo-se a uma mulher, deve dizer “você mesma”, “ela mesma”.

No plural e havendo pelo menos um homem, “nós mesmos”. Havendo só mulheres “nós mesmas”. A
concordância deve ser feita quando é necessário agradecer.

O homem diz “Obrigado”. A mulher, “obrigada”.

É proibido / É Proibida

Uma pessoa vai a um edifício comercial, a um ambiente mais formal, e vê ali uma tabuleta:

“É proibido a entrada”

Pouco depois, ao entrar no prédio ao lado, a pessoa depara-se com outra tabuleta:

“É proibida a entrada”

Uma confusão, não é?

O programa foi às ruas consultar algumas pessoas e perguntou quais eram as formas corretas:

“Não é permitido a entrada” ou “Não é permitida a entrada” “É proibido a entrada” ou “É proibida a


entrada”

Houve empate no número de respostas certas e erradas, o que mostra que a confusão é mesmo
grande.

Vamos a alguns exemplos para esclarecer essa questão:

A sopa é boa Sopa é bom A cerveja é boa Cerveja é bom

Quando se generaliza, quando não se determina, não se faz a concordância, usa-se o masculino com
valor genérico, com valor neutro.

Portanto:

Sopa é bom / É bom sopa

Cerveja é bom / É bom cerveja

Entrada é proibido / É proibido entrada

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ESTUDO DA SINTAXE

Entrada não é permitido / Não é permitido entrada

Se não existe um artigo ou uma preposição antes de “entrada”, se não há nenhum determinante, o
particípio passado dos verbos “proibir” e permitir” deve ficar no masculino. Mas, se houver algum de-
terminante, o verbo deve, então, concordar com a palavra “entrada”.

Veja as formas corretas:

É proibido entrada é proibida a entrada não é permitido entrada não é permitida a entrada

Concordância Verbal

A Concordância verbal é algo que na linguagem do cotidiano não se costuma fazer. Um jornal escreveu
“Chegou as tabelas do Mundial”, as pessoas dizem “Acabou as fichas”, “Sobrou quinze”, “Falta dez”. A
Música Popular Brasileira está recheada de belíssimos exemplos de como fazer concordâncias verbais
adequadas. Um exemplo está numa canção muito bonita de Paulinho da Viola, “Quando bate uma
saudade”.

“… Vibram acordes surgem imagens soam palavras formam-se frases…”

Nessa canção, Paulinho da Viola canta com muita clareza frases com os verbos colocados antes do
sujeito, todas com a concordância muito bem-feita.

Os substantivos estão no plural, os verbos, também. Isso no nosso dia-a-dia é raro, mas na linguagem
oficial é fundamental estabelecer a concordância.

Não se esqueça: “Acabaram as fichas” ou “Acabaram-se as fichas”, “Sobraram quinze” , “Faltam dez”.

Concordância Verbal

Vamos falar sobre concordância verbal. Vamos tratar de um caso delicado que deixa muita gente atra-
palhada.

O programa foi às ruas para ouvir a população:

Qual a forma correta?

“Vai fazer 5 semanas que ela foi embora. ” Ou “Vão fazer 5 semanas que ela foi embora. ”

De sete pessoas ouvidas, três acertaram.

A forma correta é: “Vai fazer 5 semanas que ela foi embora. ” O verbo “fazer” é um caso específico da
nossa língua. Quando este verbo é usado para indicar tempo transcorrido, não deve ser flexionado….

Verbo “fazer” indicando tempo não é flexionado:

“Faz dez anos…” “Faz vinte dias…” “Faz duas horas…” “Já fazia dois meses…”

Quando usamos o verbo fazer associado a outro verbo, e indicando tempo, este também fica no singu-
lar:

“Vai fazer vinte anos…” “Deve fazer vinte anos…”

Vamos a outro exemplo de concordância, a partir da canção “O Poeta Está Vivo”, com o Barão Verme-
lho: “Se você não pode ser forte, seja pelo menos humana.

Quando o papa e seu rebanho chegar, não tenha pena: todo mundo é parecido quando sente dor”

Se no caso do verbo “fazer” muitas pessoas usam indevidamente o plural, neste exemplo ocorre o
contrário: a letra usa indevidamente o verbo no singular.

“Papa e rebanho” chegam, portanto “quando o papa e seu rebanho chegarem”.

Houve, na letra da música, um escorregão na concordância. Como se trata de uma regra básica da
língua, procure respeitá-la na fala e na escrita.

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ESTUDO DA SINTAXE

Concordância do Verbo Fazer

O brasileiro é resistente ao plural. Esta é a conclusão do professor Pasquale. Ouve-se muito dois real,
dez real…

Para ilustrar o professor propõe à rua a seguinte questão:

“Faz vinte anos que estive aqui ou fazem vinte anos que eu estive aqui”. As opiniões ficam divididas.

O correto é ” Faz vinte anos que estive aqui.”

O verbo fazer indicando tempo não tem sujeito.

Pode-se e deve-se dizer: “passaram dez anos”.

De fato, os anos passam. Mas, nunca falar ” fazem dez anos “.

O mesmo acontece na locução verbal quando o verbo fazer é associado a outro na indicação de tempo:
” Já deve fazer vinte anos que ela foi embora “.

Nunca dizer: “Já devem fazer vinte anos …”. Nesses casos o verbo fazer vem sempre no singular.

Outro caso é levantado: “Quando conheci sua prima, eu morava lá há dez anos” ou “… morava lá havia
dez anos”.

A dica é muito simples. Usando o verbo fazer a forma correta de falar é “…. morava lá fazia dez anos”.
Logo, “… eu morava lá havia dez anos”.

Neste caso, o verbo haver equivale a fazer, indica tempo.

Os tempos verbais também devem se casar: se eu morava…, morava fazia …, morava havia…. É
assim que exige o padrão formal da língua.

Concordância do Verbo Haver

“Haja paciência!” Todos já ouvimos essa expressão. Esse “haja” é o verbo haver no presente do sub-
juntivo. Esse verbo talvez seja o mais desconhecido quanto às suas flexões. Muitas vezes é usado sem
que o usuário tenha consciência de que o está usando.

“Estive aqui há dez anos”. O “há” presente na oração é o verbo haver e pode ser trocado por outro
verbo: “Estive aqui faz dez anos”.

Existem deslizes típicos de quem não conhece as características do verbo haver. Quando se diz “Há
muitas pessoas na sala”, conjuga-se o verbo haver na terceira pessoa do singular do presente do indi-
cativo.

Note que não foi feita a concordância do verbo haver com a palavra pessoas. Não se poderia dizer
“Hão pessoas”.

O verbo haver, quando usado com o sentido de existir, fica no singular.

Se fosse usado o verbo existir, este sim iria para o plural: “Existem muitas pessoas na sala”

A confusão tende a aumentar quando o verbo haver é usado no passado ou no futuro.

Em certo trecho, a versão feita pelo conjunto “Os incríveis” da canção “Era um garoto que como eu
amava os Beatles e os Rolling Stones”, diz:

“… Não era belo mas, mesmo assim, havia mil garotas a fim….” Nesta canção o verbo haver foi em-
pregado com o sentido de existir. Logo, está correta a versão, o verbo no passado e no singular.

No Brasil, fala-se “cabe dez”, “sobrou 30”, “falta 30”. Geralmente não se faz concordância. Mas, quando
não é necessário fazer, erra-se. “Houveram muitos acidentes naquela rodovia”. Errado.

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ESTUDO DA SINTAXE

O correto é “Houve muitos acidentes naquela rodovia”. Haverá acidentes, houve acidentes, há pessoas,
havia pessoas, houve pessoas.

Vale repetir: “O verbo haver quando empregado com o sentido de existir, ocorrer, acontecer, fica no
singular, independentemente do tempo verbal.

Concordância do Verbo Ser

“Volta pra casa… me traz na bagagem: tua viagem sou eu. Novas paisagens, destino passagem: tua
tatuagem sou eu. Casa vazia, luzes acesas (só pra dar impressão), cores e vozes, conversa animada
(é só a televisão) …” “Simples de Coração” (Engenheiros do Hawaii)

Na letra dessa música temos dois trechos interessantes: “tua viagem sou eu” e “tua tatuagem sou eu”.

São interessantes porque é relativamente pouco usual esse emprego do verbo ser. Normalmente,
quando vemos, por exemplo, “tua viagem”, esperamos um verbo na 3ª pessoa do singular, concordando
com o sujeito: “tua viagem é;…” ou “tua viagem foi…”

Mas – por que o letrista utilizou “tua viagem sou eu”? Porque o verbo ser, nesse caso, está ligando o
substantivo “viagem” ao pronome pessoal “eu”. O pronome pessoal prevalece, pelo simples motivo de
que, em termos de concordância verbal, a pessoa prevalece sobre o que não é pessoa, sempre.

Por isso, independentemente da ordem da frase, faz-se a concordância do verbo “ser” com a pessoa,
como fez de forma corretíssima o pessoal dos Engenheiros do Hawaii nas duas passagens:

Eu sou tua viagem. Tua viagem sou eu. Eu sou tua tatuagem. Tua tatuagem sou eu.

Oração Reduzida

Você já deve ter ouvido falar em oração reduzida. Com alguns exemplos muito simples podemos iden-
tificá-la.

“Quando você fizer tal coisa…” “Ao fazer tal coisa…”

No primeiro caso o verbo fazer está no futuro do subjuntivo. Você percebeu. No segundo, eliminamos
a conjunção “quando” e não conjugamos o verbo fazer, deixando-o no infinitivo. Em suma, reduzimos
a oração.

Outro exemplo:

“Precisando, telefone.”

A primeira oração “precisamos” pode ser desdobrada.

“Se precisar, telefone” ou “Quando precisar, telefone”.

Passamos a usar as conjunções “se” ou “quando”.

Quando usamos verbos no gerúndio (falando, bebendo, partindo), no infinitivo (falar, beber, partir) ou
no particípio (falado, bebido, partido), não se usa o elemento (se , quando ) que introduz a oração, ou
seja, a conjunção. A oração começa direto com o verbo. É reduzida.

Veja o fragmento de uma letra de Caetano Veloso e Gilberto Gil:

“No dia em que eu vim m’embora … sentia apenas que a mala de couro que eu carregava embora
estando forrada fedia, cheirava mal…”

“Estando” é gerúndio e o gerúndio estabelece a oração reduzida.

Logo, nessa letra a conjunção embora não poderia ter sido usada com o gerúndio.

Ficaria assim:

“… sentia apenas que a mala de couro que eu carregava, embora forrada, fedia, cheirava mal…”

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ESTUDO DA SINTAXE

No caso, houve uma distração. Não pode ser abonado pela norma culta.

Outro caso:

Muita gente fala “Isso posto, vamos ao que interessa. ” Errado. Em português a oração reduzida co-
meça pelo verbo. O correto é “Posto isso, vamos ao que interessa. ”

Não se diz “A questão discutida, passamos ao item seguinte”. Diz-se “Discutida a questão, passamos
ao item seguinte. ”

Oração reduzida sempre começa com o verbo no gerúndio, no particípio ou no infinitivo.

Uso da Palavra Onde

O professor Pasquale fala de um assunto que é muito comum em abordagens oficiais da língua, o uso
da palavra onde.

É chamada a atenção para dois pontos:

1º- A palavra onde indica lugar, lugar físico e, portanto, não deve ser usada em situações em que a
idéia de lugar não esteja presente.

2º- Não se deve confundir onde com aonde. O a da palavra aonde é a preposição a que se acrescenta
e que indica movimento, destino.

O aonde só pode ser usado quando na expressão existir a idéia de destino. Ex: Ir a algum lugar.

Chegar a algum lugar.

Levar alguém a algum lugar.

Dirigir-se a algum lugar.

Não se pode usar aonde com o verbo morar.

Ex: Aonde você mora? Errado. O certo é “Onde você mora ?”/ “Em que lugar você mora?” Há muita
confusão entre aonde e onde.

Um exemplo é uma letra de Belchior, “Divina Comédia Humana”, na qual ele diz:

“…. viver a Divina Comédia Humana onde nada é eterno….” Em “… viver a Divina Comédia Humana
…” não existe a idéia de lugar.

É, apenas, uma situação que seria vivida. Nela, na Divina Comédia Humana, nada é eterno.

Portanto, o correto seria não usar a palavra onde substituindo-a por “em que” ou “na qual”.

O autor preferiu usar essa forma do dia-a-dia, mas não admissível pela norma culta.

Resumo: Não se pode usar a palavra onde para ligar idéias que não guardem entre si a relação de
lugar.

Diga “A rua onde mora”, “A cidade onde vive”

Onde/Aonde

“Onde” ou “aonde”? Muitas pessoas algum dia tiveram essa dúvida. E nem vale muito a pena tentarmos
esclarecê-la por meio dos textos literários, porque não é incomum que até mesmo os grandes escritores
utilizem as expressões de modo diferente do que é pregado pela gramática normativa.

Preste atenção no trecho desta canção, “Domingo”, gravada pelos Titãs:

“… não é Sexta-Feira Santa, nem um outro feriado, e antes que eu esqueça aonde estou, antes que
eu esqueça aonde estou, aonde estou com a cabeça?”

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ESTUDO DA SINTAXE

“Aonde eu estou” ou “onde estou”? Para esta pergunta, a resposta seria: “Estou em tal lugar”, sem a
preposição “a”. E as gramáticas ensinam que, não havendo a preposição “a”, não há motivo para usar
“aonde”.

Assim, a forma correta na letra da canção seria:

“… e antes que eu esqueça onde estou, antes que eu esqueça onde estou, onde estou com a cabeça?”

Vamos a outro exemplo, a canção “Onde você mora”, gravada pelo grupo Cidade Negra:

“… Você vai chegar em casa, eu quero abrir a porta. Aonde você mora, aonde você foi morar, aonde
foi? Não quero estar de fora… Aonde está você?”

Quem vai, vai a algum lugar. Portanto, a expressão correta nesse caso é “aonde”. Aonde você foi?

Mas quem mora, mora em algum lugar. Quem está, está em algum lugar.

Nesse caso, a expressão correta é “onde”:

Onde você mora? Onde você foi morar? Onde está você?

Veja agora este trecho da canção “Bete Balanço”, gravada pelo Barão Vermelho:

“Pode seguir a tua estrela, o teu brinquedo de star, fantasiando um segredo, o ponto aonde quer che-
gar…”

Ensinam as gramáticas que, na língua culta, o verbo “chegar” rege a preposição “a”. Quem chega,
chega a algum lugar. A preposição é usada quando queremos indicar movimento, deslocamento.

Portanto, a letra da música está correta:

O ponto aonde você quer chegar. Eu chego ao cinema pontualmente. Eu chego a São Paulo à noite.
Eu chego a Brasília amanhã.

Na linguagem coloquial, no entanto, é muito comum vermos construções como “eu cheguei em São
Paulo”, “eu cheguei no cinema”. Não há grandes problemas em trocar “onde” por “aonde” na língua do
dia-a-dia ou em versos de letras musicais populares, dos quais fazem parte o ritmo, a melodia e outros
fatores.

Mas, pela norma culta, num texto formal, use “aonde” sempre que houver a preposição “a” indicando
movimento:

Pontuação – Vírgula

Como usar a vírgula? Seu uso está relacionado à respiração? Não.

A vírgula depende da estrutura sintática da oração.

Às pessoas, na rua, foi sugerida uma questão.

Pediu-se que colocassem vírgulas no seguinte texto: “O diretor de Recursos Humanos da Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos declarou que não haverá demissões neste mês.”

A maioria acertou. Não há vírgula.

“O diretor de Recursos Humanos da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos” é o sujeito do verbo


declarar. Foi ele, o diretor, que declarou.

Entre sujeito e verbo não há vírgula.

Depois, ” …que não haverá demissões neste mês.”

Como a sequência está na ordem direta, não há por que colocar vírgula.

Mas, às vezes, vírgula pode decidir o sentido do texto.

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ESTUDO DA SINTAXE

O professor Pasquale fala da sua participaão no Programa Jô Soares, quando pediu a ele que escre-
vesse um telegrama.

Irás voltarás não morrerás

Dependendo do sentido que se quer dar, ocorre a pontuação.

Irás. Voltarás. Não morrerás.

Irás. Voltarás? Não. Morrerás.

Resumo:

No primeiro caso não há por que usar a vírgula. O texto está na ordem direta e em sequências diretas
não se usa pontuação. No caso do telegrama pontua-se de acordo com aquilo que se quer dizer. A
pontuação decide o sentido.ir a / dirigir-se a / levar a / chegar a

Pronome Relativo Precedido de Preposição

Esse módulo trata do uso do pronome relativo QUE. Em certos casos ele deve ser acompanhado da
preposição EM, como no caso da letra da música ““GOSTAVA TANTO DE VOCÊ” (Edson Trindade).

Tim Maia canta:

“…Pensei até em me mudar, lugar qualquer que não exista o pensamento em você …”.

Leila Pinheiro corrige e canta:

“… lugar qualquer em que não exista o pensamento em você …” Leila Pinheiro tem razão. Afinal, se
esse pensamento existe em algum lugar, o correto seria dizer “lugar qualquer em que não exista o
pensamento em você”. Trata-se do emprego da preposição com o pronome relativo “que”.

Na linguagem do dia-a-dia essa preposição desaparece. É comum as pessoas dizerem “A empresa


que eu trabalho”. Se eu trabalho em algum lugar, deverei dizer “A empresa em que trabalho”.

Há pouco tempo foi exibido na televisão um anúncio cujo texto dizia:“… a marca que o mundo confia.”

Acontece que, “quem confia, confia em”. Logo, o correto seria dizer: “… a marca em que o mundo
confia. ”

As pessoas falam “A rua que eu moro”, “Os países que eu fui”, “A comida que eu mais gosto”. O correto
seria dizer “A rua em que moro”, “Os países a que fui”, “A comida de que mais gosto”.

O problema também está presente em uma letra da dupla Roberto e Erasmo Carlos, “Emoções”.

“… são tantas já vividas são momentos que eu não me esqueci…”

Se eu me esqueci, eu me esqueci de

Quem esquece, esquece algo

Quem se esquece, esquece-se de algo

Logo, o correto seria “são momentos de que não me esqueci. ”

Pode-se, também, eliminar a preposição de e o pronome me.

Ficaria “são momentos que eu não esqueci” Em um jornal de grande circulação o texto de uma cam-
panha afirmava: “A gente nunca esquece do aniversário de um amigo. ”

O correto seria: “A gente nunca esquece o aniversário de um amigo” ou “A gente nunca se esquece do
aniversário de um amigo. ”

Vale o mesmo esquema para o verbo lembrar.

Quem lembra, lembra algo

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ESTUDO DA SINTAXE

Quem se lembra, lembra-se de algo

Ex: Eu não lembro o seu nome.

Eu não me lembro do seu nome.

Como você pode notar, esses erros de regência são muito comuns. É necessário redobrar a atenção
para não os cometer mais.

Regência Verbal

Regência é a relação que se verifica entre as palavras.

Por exemplo: quem gosta, gosta de alguma coisa. Assim, o verbo “gostar” rege a preposição “de”.
Existe, entre o verbo e a preposição, um mecanismo, uma relação.

A regência se ocupa de estudar essa relação entre as palavras. Na língua falada, no entanto, regência
é algo que se aprende intuitivamente. Ninguém precisou ensinar para nós que quem gosta, gosta de
alguém. Ou que quem concorda, concorda com alguma coisa. Ou que quem confia, confia em algo. E
assim por diante.

A língua culta, por seu lado, tem suas regras de regência, que levam em conta o significado do verbo.
Um verbo com mais de um sentido, por exemplo, pode ter duas regências diferentes.

Vamos ver o que acontece na canção “O Nome Dela”, gravada pelo goleiro Ronaldo & Os Impedidos:

“Eu não lembro nem do lugar ela me diz que eu paguei o jantar ela me diz que eu prometi o mundo eu
não me lembro de nenhum segundo…”

As gramáticas dizem que quem lembra, lembra alguma coisa. E que quem se lembra, lembra-se de
alguma coisa.

Quem lembra,

Lembra algo

Quem se lembra,

Lembra-se de algo.

Será que essa regra na língua efetiva vale sempre? Vamos ver o que acontece na canção “Lembra de
Mim”, cantada por Ivan Lins.

A letra é de Vítor Martins:

“Lembra de mim dos beijos que escrevi nos muros a giz Os mais bonitos continuam opor lá documen-
tando que alguém foi feliz Lembra de mim nós dois nas ruas provocando os casais…”

De acordo com a gramática normativa, o título da canção e a letra estariam errados. Deveria ser “Lem-
bra-se de mim…”

Acontece que no dia-a-dia as pessoas não falam assim, com todo esse rigor, com essa consciência do
sistema de regência.

Dessa forma, nós podemos dizer “lembra de mim”, sem problema. A língua falada permite essas licen-
ças, e a poesia musical também, já que não deixa de ser um tipo de língua oral. Mas na hora de escre-
ver, de adotar outro padrão, é conveniente obedecermos àquilo que está nos livros de regência. No
texto formal, lembra-se de mim é o exigível, é o correto.

Regência Verbal II

Regência, em gramática, é o conjunto de relações que existem entre as palavras.

Por exemplo: quem gosta, gosta de alguém. O verbo “gostar” rege a preposição “de”. Nós aprendemos
a regência naturalmente, no dia-a-dia. Só que a gramática, muitas vezes, estabelece formas diferentes

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ESTUDO DA SINTAXE

das que utilizamos na linguagem cotidiana. Costumamos, por exemplo, dizer que chegamos em algum
lugar, quando a norma culta indica que chegamos a algum lugar.

INCORRETO: “A caravana chegou hoje em Brasília. ”

CORRETO: “A caravana chegou hoje a Brasília. ”

Da mesma forma, o correto é dizer “chegou a Manaus”, “chegou ao Brasil”.

Outro exemplo é o verbo “esquecer”.

Vamos ver o trecho da canção “As Canções que você Fez pra mim”, de Roberto e Erasmo Carlos:

“… Esqueceu de tanta coisa que um dia me falou, tanta coisa que somente entre nós dois ficou…”

É muito comum que se fale “esqueceu de tanta coisa”, mas quem esquece, esquece algo. Quem se
esquece, esquece-se de algo.

Portanto, as formas corretas são:

“Esqueceu tanta coisa. ” “Esqueceu-se de tanta coisa. ”

A mesma coisa vale para o verbo “lembrar”.

Vamos ver um trecho da canção “Tempo Perdido”, gravada por Paulo Ricardo:

“…Temos todo o tempo do mundo. Todos os dias, antes de dormir, lembro e esqueço como foi o dia,
sempre em frente, não temos tempo a perder…”

O uso está correto. Poderia ser também “Lembro-me e esqueço-me de como foi…”

Quem lembra, lembra algo.

Quem se lembra, lembra-se de algo.

Colocação Pronominal

Discute-se na letra da música – ” EU SEI QUE VOU TE AMAR “(Tom Jobim e Vivícius de Moraes ) a
melhor colocação do promome TE no trecho:

“Eu sei que vou te amar Por toda minha vida eu vou te amar …”

O correto seria que o pronome viesse após a conjunção integrante que, já que esta conjunção é palavra
atrativa.

Ficaria : Eu sei que te vou amar.

A outra forma é colocar o pronome TE após o verbo.

Ficaria: Eu sei que vou amar-te .

No entanto, o professor Pasquale acha que ficaria estranho Tom Jobim e Vinícius cantarem:

“Eu sei que te vou amar Por toda a minha vida Eu sei que vou amar-te …”

Na colocação do pronome muitas vezes vale a eufonia apesar de a eufonia apesar de a norma culta
nem sempre abonar essas formas.

Colocação Pronominal 2

Este assunto foi tratado mais de uma vez no programa: a colocação dos pronomes oblíquos átonos em
relação aos verbos.

Pronomes oblíquos átonos:

ME – TE – SE – LHE – LHES – O – A – OS – AS – NOS – VOS

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ESTUDO DA SINTAXE

Aqui no Brasil, muitas vezes o professor diz ao aluno: “Não é possível começar a frase com o pronome
me”.

E, se o aluno escreve na redação: “Me disseram que…”, leva uma bronca do professor, que não explica
ao aluno de onde vem essa história.

O que acontece é que a língua portuguesa “oficial”, isto é, o português de Portugal, não aceita o pro-
nome no início da frase. Eles falam “Disseram-me…”. O problema é que essa colocação pronominal
não tem nada a ver com a nossa maneira de falar, a nossa sonoridade. Nós temos a nossa maneira de
usar o pronome, e não há por que lutar contra isso.

É como na canção “Vento Ventania”, do grupo Biquíni Cavadão:

“Vento, ventania, me leve para as bordas do céu, pois vou puxar as barbas de Deus. Vento, ventania,
me leve pra onde nasce a chuva, pra lá de onde o vento faz a curva, me deixe cavalgar nos seus
desatinos, nas revoadas, redemoinhos…”

O mesmo grupo tem outra canção que também é um bom exemplo da nossa maneira de colocar os
pronomes na frase. A canção é “Timidez”.

“Toda vez que te olho, crio um romance. Te persigo mudo todos os instantes. Falo pouco, pois não sou
de dar indiretas. Me arrependo do que digo em frases incertas…”

Em português de Portugal isso não poderia ser assim. Precisaria ser “Leve-me”, “Deixe-me”, “Persigo-
te”, “Arrependo-me” e assim por diante.

É importante lembrar que a nossa forma de usar os pronomes, no começo da frase, está oficialmente
errada. No cotidiano, com os amigos, na vida diária, podemos falar à nossa maneira. Mas numa prova
de português, num vestibular, num concurso, devemos escrever o pronome sempre depois do verbo.

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TIPOLOGIA TEXTUAL

Tipologia Textual

Quando se fala em tipologia textual há apenas 5 tipos: narração, dissertação, descrição, injunção e
exposição.

De maneira geral, podemos definir tipologia textual como a classificação de um texto de acordo com
sua forma, estrutura e conteúdo.

Existe uma variedade enorme de entendimentos sobre a forma correta de definir os tipos de texto.
Embora haja uma discordância entre várias fontes sobre a quantidade exata de tipos textuais, vamos
trabalhar aqui com 4 tipos essenciais:

1. Texto narrativo

2. Texto dissertativo

3. Texto descritivo

4. Texto injuntivo

Além de metodologicamente ficar mais fácil de entender, essa divisão está de acordo com o que os
editais de concurso cobram, e não é resumida, embora pareça. Isso porque esses tipos têm
subdivisões, a depender da forma como forem aplicados.

Aqui vamos aprender ponto a ponto o que são esses tipos textuais e suas características, suas
subdivisões, e exemplos.

Diferença Entre Tipo Textual E Gênero Textual

Antes de começarmos a identificar as peculiaridades de cada tipo, quero lhe alertar para uma
pegadinha bem comum: a confusão entre tipo e gênero textual.

Enquanto o tipo é a classificação do texto de acordo com a sua estrutura, conteúdo e forma, o gênero
se refere mais à classificação cultural e histórica de um texto.

São exemplos de gênero textual: romance, poema, reportagem, artigo, notícia, receita etc. Cada
gênero textual costuma ter mais ou menos as características de determinado tipo.

O gênero romance, por exemplo, frequentemente tem as características do tipo narração. Um artigo
costuma se enquadrar no perfil da dissertação, e por aí vai.

Podemos dizer que os gêneros textuais são como países, e os tipos textuais são como línguas.

Os Estados Unidos e a Inglaterra são países, mas ambos falam inglês. O conto e o romance são

gêneros textuais, mas ambos são narrativas.

O Que É Uma Narração

Agora vamos passar ao estudo de cada tipologia textual propriamente dita. Para começar vamos falar
sobre a narração.

Uma das característica do tipo de texto narrativo é a organização de fatos, ao longo do texto, em
episódios.

Se eu pudesse resumir a narração em uma palavra, eu diria que ela é uma história.

Na narração nós encontramos personagens, reais ou não, que são os referenciais para o desenrolar
da história. Os fenômenos vão ocorrendo no decorrer dos episódios até chegar num desfecho, a
conclusão, ou “final”, da narrativa.

Em uma narração sempre haverá alguém que conta a história. Veja os tipos de narrador existentes:

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TIPOLOGIA TEXTUAL

Narrador Onisciente

É aquele que “sabe de tudo” da história. O narrador onisciente fala sobre os detalhes da narrativa,
dando características de lugares, sentimentos e pensamentos dos personagem. O narrador
onisciente fala até mesmo de mais de um fato ocorrendo simultaneamente em locais diferentes.

O narrador onisciente pode ser neutro, quando não manifesta suas opiniões durante a narração,
ou seletivo, quando opta por defender algum ponto de vista durante a história.

Narrador Observador

O narrador observador é aquele que não tem uma visão de todos os aspectos que ocorrem na
história. Ele visualiza a narrativa de apenas um ângulo, e não tem acesso a pensamentos, emoções e
fenômenos internos aos personagens.

Narrador Personagem

É o caso do narrador que faz parte da história. Também é conhecido como “narrador em primeira
pessoa”. Ele tem uma visão própria dos acontecimentos, de acordo com a sua experiência e visão de
mundo.

É muito utilizado por possibilitar o suspense na história, já que o leitor vai descobrindo junto com o
personagem/narrador todos os detalhes da narrativa.

Narração Dialogal Ou Conversacional

Alguns estudiosos dos tipos textuais consideram o que chamam de tipo dialogal ou conversacional.
Esse texto seria caracterizado pela predominância de diálogos e conversas em sua estrutura.

Mas esse não é um tipo específico, e sim uma subdivisão do tipo narrativo, já que também conta uma
história (de uma conversa).

Então, se você ouvir falar do tipo dialogal ou conversacional, lembre-se que ele é uma narração
construída predominantemente com diálogos.

Narração Preditiva, Ou Predição

Mais uma subdivisão do tipo narrativo é a predição, que nada mais é que uma previsão do que irá
ocorrer. Quando um astrólogo faz uma previsão (ou predição), ele narra os acontecimentos.

Geralmente há personagens, o desencadeamento de episódios e fatos e um fechamento ou


conclusão.

Logo, podemos entender que o tipo textual predição é nada mais, nada menos, que uma narração
preditiva.

Sequência Ou Enredo Da Narração

Toda narração possui um enredo, ou sequência. É uma estratégia de organização da narração para
que ela faça sentido para o leitor. O enredo bem construído deixa o leitor atento a toda a história.

São partes da sequência de uma narração:

• Apresentação: como o próprio nome diz, apresenta os personagens, lugares e tempo em que a
narrativa ocorre.

• Complicação: é quando os conflitos da história começam a ocorrer, trazendo expectativa e


suspense em quem lê.

• Clímax: é o momento de maior tensão da história. É quando é gerada no leitor a ânsia pelo
desfecho.

• Desfecho: é a resolução final da história. O final.

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TIPOLOGIA TEXTUAL

O Que É Uma Dissertação

Passemos agora para o segundo tipo textual do nosso estudo: a dissertação.

A tipologia dissertativa tem-se a intenção de explicar, provar, analisar, expor ideias e/ou discutir
determinado assunto.

Na dissertação, o escritor geralmente defende uma tese ou expõe uma série de fatos e ideias que
levam a uma constatação.

O texto dissertativo é impessoal e utiliza-se de estruturas lógicas para se sustentar. Existem duas
subdivisões na tipologia dissertativa: a dissertação expositiva (exposição) e a dissertação
argumentativa (argumentação).

Dissertação Argumentativa

Na dissertação argumentativa há a intenção deliberada de convencer o leitor sobre um ponto de vista


específico.

Para isso, é apresentada uma tese, que é discutida e sustentada ao longo do texto, até chegar à
conclusão. Nas provas de redação para concurso é o tipo textual mais cobrado.

A Estrutura De Uma Dissertação Argumentativa

Geralmente, as dissertações argumentativas possuem três partes principais: introdução,


desenvolvimento e conclusão.

Veja qual o papel de cada uma delas:

• Introdução – apresenta a tese, o ponto de vista do autor.

• Desenvolvimento – apresenta os argumentos que sustentam logicamente o ponto de vista


defendido na introdução.

• Conclusão – faz referência a tudo que foi discutido no texto e apresenta criticamente possibilidades
de intervenção no problema discutido.

A estrutura sugerida para a construção de uma dissertação argumentativa em provas de concurso é a


seguinte:

• PARÁGRAFO 1 = Introdução

• PARÁGRAFO 2 = Desenvolvimento 1

• PARÁGRAFO 3 = Desenvolvimento 2

• PARÁGRAFO 4 = Conclusão

Dissertação Expositiva (Exposição)

Muita gente considera a dissertação expositiva como uma tipologia textual, a exposição. Mas ela
nada mais é que uma subdivisão da dissertação.

Na exposição são elencados fatos e ideias para conhecimento do leitor, sem, entretanto, a intenção
de convencimento de quem lê.

A intenção principal de uma dissertação expositiva é informar e esclarecer.

O que é uma Descrição

Agora vamos tratar da terceira tipologia textual: a descrição.

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TIPOLOGIA TEXTUAL

Intuitivamente não é muito difícil de compreender as características de um texto descritivo. Ele pode
ser identificado pela forma como aponta as peculiaridades de um objeto, lugar ou evento no decorrer
do texto.

A tipologia descritiva traz detalhes sobre a cor, forma, sensações, sentimentos, dimensões, cheiros e
outras características de algo ou alguém.

Na descrição o autor do texto se dedica a explicar como é alguma coisa. Para fazer uma descrição,
o autor se coloca na condição de observador do que ele pretende descrever.

É como se ele fizesse uma fotografia do objeto, lugar ou pessoa descrita. Para isso ele utiliza
principalmente os cinco sentidos: paladar, tato, olfato, audição e visão.

O Que É Uma Injunção

A quarta, e última, tipologia textual é a injunção, que nada mais é que uma prescrição sobre o que
dever ser feito e/ou como dever ser feito.

O texto injuntivo tenta controlar a ação de quem lê, por isso, muito frequentemente, aparece com a
utilização de imperativos.

Na injunção a linguagem utilizada geralmente é objetiva e direta, pois a intenção é apenas fazer com
que alguém compreenda as instruções dadas.

Algumas práticas comuns nos textos injuntivos: ordens, prescrições, proibições, sugestões e tutoriais.

Exemplos De Narração

Agora que você conhece as principais características de cada tipologia textual, vamos ver alguns
exemplos de cada tipologia, para aprender na prática como elas são construídas.

Para iniciar, um conto do escritor Luís Pimentel, retirada do livro “Grande homem mais ou menos”:

As Chuteiras Do Pai

Do pai, só conheceu a fama. Sabia que tinha sido o maior apoiador que a cidade já vira jogar,
envergando a camisa do Esporte Clube Simpatia e também a da seleção local, nos famosos
campeonatos intermunicipais.

Partiu cedo, o pai, e quase não pôde deixar. Ficaram algumas dívidas para a mãe saldar e um par de
chuteiras para ele. O sonho era vestir a camisa do Simpatia e calçar as chuteiras do pai, tão logo os
pés estivessem no ponto. Quando sentiu finalmente o couro ajustado ao meião, caprichou na graxa e
na flanela pouco antes de entrar no campo do bairro. As chuteiras do pai brilhavam tanto quanto os
olhos do rapaz, cumprimentando os torcedores que se acotovelavam à beira do campo, ouvindo os
comentários:

– É filho do falecido. Estreia hoje no time, jogando na mesma posição e calçando as chuteiras que
foram dele.

So aos vinte anos de jogo encontrou a bola, assim mesmo para dar um passe mal feito. Pouco depois
a sobra na entrada da área, quando descia no apoio. A grande chance na falha do adversário, bola
sobrando na área, oferecida, era só bater de jeito.

Pegou mal com a esquerda e ainda pisou em um buraco com a direita, saindo um chutezinho fraco,
para fora. Caiu meio desengonçado e ouviu as gargalhadas dos torcedores.

Pediu substituição no intervalo e não voltou mais aos treinos. Tirou a poeira das chuteiras e mandou
consertar uma trava amassada. Guardou no armário, onde o pai guardava e de onde jamais deveria
ter saído.

Não daria para ele, era certo. Talvez para o filho dele, um dia, quem sabe.

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TIPOLOGIA TEXTUAL

Outro exemplo interessante de narrativa é o famoso poema “Quadrilha”, de Carlos Drummond de


Andrade. Veja:

João amava Teresa que amava Raimundo


que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi pra os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

OUTROS EXEMPLOS DE NARRAÇÃO: crônicas, novelas e romances.

Exemplos de Dissertação

Agora tratemos do texto dissertativo. Primeiro, um exemplo encontrado no Jornal Folha de São Paulo,
de autoria do colunista Bernardo Mello Franco. Trata-se de um texto dissertativo argumentativo:

A Farra Que Nunca Termina

Os tribunais de contas foram criados para evitar a pilhagem dos cofres públicos. Com frequência,
fazem o contrário. Tapam os olhos para os desvios e embolsam parte do dinheiro roubado.

Em março, a Polícia Federal promoveu uma faxina no Tribunal de Contas do Estado do Rio. Dos sete
conselheiros, cinco foram varridos para a cadeia. Um sexto, que delatou os comparsas, passou a
cumprir prisão domiciliar.

De acordo com as investigações, o grupo participou ativamente da quadrilha de Sérgio Cabral. O


governador armava as negociatas e repassava uma comissão aos fiscais corruptos. O propinoduto
operou em diversas áreas, da reurbanização de favelas à partilha de linhas de ônibus.

Todos os presos chegaram ao tribunal de contas por indicação política. Quatro foram deputados
estaduais. Os outros dois prestaram serviços a governos do PMDB. Ao menos um deles esteve na
memorável farra dos guardanapos em Paris.

A Operação Quinto do Ouro deu ao Rio uma chance de começar de novo. O governador Luiz
Fernando Pezão, herdeiro político de Cabral, preferiu ignorá-la. Na semana passada, ele indicou
outro deputado estadual para uma cadeira no TCE.

O escolhido, Edson Albertassi, é ninguém menos que o líder do governo na Assembleia. Está no
quinto mandato e, nas horas vagas, comanda uma rádio evangélica. Para surpresa de ninguém, é
filiado ao PMDB.

A oposição protestou contra a escolha. Pelo que determina a Constituição estadual, o governador
deveria ter indicado um auditor de carreira. Ele driblou a regra e optou por mais um político aliado.

Nesta segunda, o Tribunal de Justiça suspendeu a nomeação de Albertassi. Com isso, Pezão ganhou
outra oportunidade de nomear um fiscal independente. Ao que tudo indica, ele vai arremessá-la pela
janela. Cabral já foi condenado a 72 anos de prisão, mas a farra do PMDB fluminense não terminou.

Para um texto dissertativo expositivo, podemos considerar uma reportagem jornalística. Veja essa da
Agência Brasil:

Corpo De Baleia Encalhada Atrai Curiosidade De Banhistas Em Praia Do Rio

Os frequentadores da Praia do Arpoador, em Ipanema, na zona sul do Rio, foram surpreendidos esta
manhã com uma baleia morta, encalhada, perto da área de arrebentação da praia. Eles acionaram o
Corpo de Bombeiros, que deslocou uma equipe do Grupamento Marítimo de Copacabana (Gmar),
que está no local fazendo o trabalho de prevenção, isolando a área.

O Corpo de Bombeiros informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que já acionou o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para que mande pessoal

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TIPOLOGIA TEXTUAL

especializado ao local. A assessoria não soube informar qual a espécie de baleia e se ela morreu ao
ficar encalhada ou se já estava morta e foi levada para a área de arrebentação pela correnteza.

Neste momento, a presença do corpo da baleia encalhada atrai a curiosidade de banhistas que se
concentram no Posto 8 da orla da Praia de Ipanema. A Guarda Civil do Rio também ajuda no trabalho
de isolamento. Os bombeiros aguardam a chegada do pessoal do Ibama para saber como o animal
morto será retirado da água.

OUTROS EXEMPLOS DE DISSERTAÇÃO: artigos científicos, reportagens e editoriais.

Exemplo de Descrição

Para a tipologia descritiva, selecionei a descrição de um hotel espanhol, o Condes de Barcelona:

Perfeitamente situado em pleno Paseo de Gracia, principal artéria comercial da cidade e no coração
da parte modernista de Barcelona, em frente a La Pedrera de Gaudí. A escassos minutos
encontram-se a Plaza Catalunya e o centro histórico da cidade, bem como muitos outros pontos de
interesse que fazem de Barcelona uma das cidades mais atractivas e cosmopolitas.

O hotel ocupa um antigo palácio do século XIX – Casa Daurella – ampliado e atualizado com o
máximo rigor arquitectónico para criar um hotel moderno, funcional e de grande categoria no qual
coexistem a arte e a singularidade do passado com o conforto mais actual.

O Hotel é uma referência gastronómica de prestígio a cargo de Martín Berasategui que assessora e
supervisiona toda a Restauração do Hotel.

Exemplo de Injunção

Agora, a tipologia injuntiva, que podemos ter como exemplo uma simples bula de remédio. A seguir,
trechos da bula do Ácido Acetilsalicílico:

O ácido acetilsalicílico é um remédio analgésico e anti-inflamatório, conhecido comercialmente como


Aspirina, que também pode ser usado como antitérmico e antiplaquetário.

O Ácido Acetilsalicílico é indicado como:

• Analgésico e antipirético nos casos de dor de cabeça, nevralgias, pós-operatórios, entorses,


distensões e contusões, cólicas menstruais, dores de dente, resfriados e diversos estados febris;

• Anti-inflamatório na artrite reumática, osteoartrites, entre outras inflamações;

• Anti-agregante plaquetário, tornando o sangue mais fino.

O modo de uso do Ácido Acetilsalicílico pode ser:

Comprimidos de 500 mg:

• Adultos: 1 a 2 comprimidos de 500 mg a cada 4 a 8 horas, não excedendo 8 comprimidos de 500


mg por dia.

• A partir de 12 anos: 1 comprimido de 500 mg, se necessário até 3 vezes por dia a cada 4 a 8 horas.

OUTROS EXEMPLOS DE INJUNÇÃO: manuais, guias, tutoriais, textos publicitários.

Tipologia Textual: Conheça Os 5 Tipos Textuais e as Principais Características e Regras


Gramaticais de Cada Tipo

Sempre cai nas provas o assunto “Tipologia textual” (Tipos textuais) mas muita gente confunde
com “Gêneros Textuais” (gêneros discursivos).

Querem dizer a mesma coisa?

Não.

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TIPOLOGIA TEXTUAL

Estas são duas classificações que recebem os textos que produzimos a longo de nossa vida, seja na
forma oral ou escrita.

Sendo que a primeira leva em consideração estruturas específicas de cada tipo, ou seja, seguem
regras gramaticais, algo mais formal.

Já a segunda preocupa-se não em classificar um texto por regras, mas sim levando em consideração
a finalidade do texto; o papel dos interlocutores; a situação de comunicação. São inúmeros os
gêneros textuais: Piada, conto, romance, texto de opinião, carta do leitor, noticia, biografia, seminário,
palestras, etc.

O Que É Tipologia Textual?

Como dito anteriormente, são as classificações recebidas por um texto de acordo com as regras
gramaticais, dependendo de suas características. São as classificações mais clássicas de um texto:
A narração, a descrição e a dissertação. Hoje já se admite também a exposição e a injunção. Ao
todo são 5 (cinco) tipos textuais.

Narração

Ao longo de nossa vida estamos sempre relatando algo que nos aconteceu ou aconteceu com outros,
pois nosso dia-a-dia é feito de acontecimentos que necessitamos contar/relatar. Seja na forma escrita
ou na oralidade, esta é a mais antiga das tipologias, vem desde os tempos das cavernas quando o
homem registrava seus momentos através dos desenhos nas paredes.

Regra gramatical para este tipo de texto (NARRAÇÃO):

Narrar é contar uma história que envolve personagens e acontecimentos. São apresentadas ações e
personagens: O que aconteceu, com quem, como, onde e quando.

Segue a seguinte estrutura:

NARRAÇÃO/NARRAR Personagens (com quem/ quem vive a história – reais ou imaginários)


(CONTAR) Enredo (o que/ como – fatos reais ou imaginários)
Espaço (onde? /quando? )

Exemplo:

Minha Vida De Menina

Faço hoje quinze anos. Que aniversário triste! Vovó chamou-me cedo, ansiada como está, coitadinha
e disse: "Sei que você vai ser sempre feliz, minha filhinha, e que nunca se esquecerá de sua
avozinha que lhe quer tanto". As lágrimas lhe correram pelo rosto abaixo e eu larguei dos braços dela
e vim desengasgar-me aqui no meu quarto, chorando escondida.

Como eu sofro de ver que mesmo na cama, penando com está, vovó não se esquece de mim e de
meus deveres e que eu não fui o que deveria ter sido para ela! Mas juro por tudo, aqui nesta hora,
que eu serei um anjo para ela e me dedicarei a esta avozinha tão boa e que me quer tanto.

Vou agora entrar no quarto para vê-la e já sei o que ela vai dizer: "Já estudou suas lições? Então vá
se deitar, mas antes procure alguma coisa para comer. Vá com Deus". Helena Morley

DESCRIÇÃO

a intenção deste tipo de texto é que o interlocutor possa criar em sua mente uma imagem do que está
sendo descrito. Podemos utilizar alguns recursos auxiliares da descrição. São eles:

A-) A enumeração:

Pela enumeração podemos fazer um “retrato do que está sendo descrito, pois dá uma ideia de
ausência de ações dentro do texto.

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TIPOLOGIA TEXTUAL

B-) A comparação:

Quando não conseguimos encontrar palavras que descrevam com exatidão o que percebemos,
podemos utilizar a comparação, pois este processo de comparação faz com que o leitor associe a
imagem do que estamos descrevendo, já que desperta referências no leitor. Utilizamos comparações
do tipo: o objeto tem a cor de ..., sua forma é como ..., tem um gosto que lembra ..., o cheiro parece
com ..., etc.

C-) Os cinco sentidos:

Percebemos que até mesmo utilizando a comparação para poder descrever, estamos utilizando
também os cinco sentidos: Audição, Visão, Olfato, Paladar, Tato como auxílio para criação desta
imagem, proporcionando que o interlocutor visualize em sua mente o objeto, o local ou a pessoa
descrita.

Por exemplo: Se você fosse descrever um momento de lazer com seus amigos numa praia. O que
você perceberia na praia utilizando a sua visão (a cor do mar neste dia, a beleza das pessoas à sua
volta, o colorido das roupas dos banhistas) e a sua audição (os sons produzidos pelas pessoas ao
redor, por você e pelos seus amigos, pelos ambulantes). Não somente estes dois, você pode utilizar
também os outros sentidos para caracterizar o objeto que você quer descrever.

Regra Gramatical para este tipo de texto (Descrição):

Descrever é apresentar as características principais de um objeto, lugar ou alguém.

Pode ser:

Objetiva: Predomina a descrição real do objeto, lugar ou pessoa descrita. Neste tipo de descrição
não há a interferência da opinião de quem descreve, há a tendência de se privilegiar o que é visto,
em detrimento do sujeito que vê.

Subjetiva: aparecem, neste tipo de descrição, as opiniões, sensações e sentimentos de quem


descreve pressupondo que haja uma relação emocional de quem descreve com o que foi descrito.

Características do texto descritivo

• - É um retrato verbal

• - Ausência de ação e relação de anterioridade ou posterioridade entre as frases

• - As classes gramaticais mais utilizadas são: substantivos, adjetivos e locuções adjetivas

• - Como na narração há a utilização da enumeração e comparação

• - Presença de verbos de ligação

• - Os verbos são flexionados no presente ou no pretérito (passado)

• - Emprego de orações coordenadas justapostas

A estrutura do texto descritivo

A descrição apresenta três passos básicos:

1. 1- Introdução: apresentação do que se pretende descrever.

2. 2- Desenvolvimento: caracterização subjetiva ou objetiva da descrição.

3. 3- Conclusão: finalização da apresentação e caracterização de algo.

Exemplo:

Alguns dados sobre Rudy Steiner

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TIPOLOGIA TEXTUAL

“Ele era oito meses mais velho do que Liesel e tinha pernas ossudas, dentes afiado, olhos azuis
esbugalhados e cabelos cor de limão. Como um dos seis filhos dos Steiner, estava sempre com
fome. Na rua Himmel, era considerado meio maluco ...”

DISSERTAÇÃO

Podemos dizer que dissertar é falar sobre algo, sobre determinado assunto; é expor; é debater. Este
tipo de texto apresenta a defesa de uma opinião, de um ponto de vista, predomina a apresentação
detalhada de determinados temas e conhecimentos.

Para construção deste tipo de texto há a necessidade de conhecimentos prévios do assunto/tema


tratado.

Regra gramatical para esse tipo de texto (Dissertação):

Dissertar é expor os conhecimentos que se tem sobre um assunto ou defender um ponto de vista
sobre um tema, por meio de argumentos.

Estrutura da dissertação

EXPOSITIVA ARGUMENTATIVA
Predomínio da exposição, Predomínio do uso de argumentos,
explicação visando o convencimento, à adesão do
leitor.

Introdução Apresentação do assunto sobre o Apresentação do assunto sobre o qual se


qual se escreve (Apresentação da escreve (apresentação da tese) e do
tese). ponto de vista assumido em relação a ele.

Desenvolvimento Exposição das informações e A fundamentação do ponto de vista e sua


conhecimentos a respeito do defesa com argumentos. (Defende-se a
assunto (é o momento da tese proposta)
discussão da tese)

Conclusão Finalização do texto, com o Retomada do ponto de vista para fechar o


encerramento do que foi dito texto de modo mais persuasivo

Exemplo:

Redução da maioridade penal, grande falácia

O advogado criminalista Dalio Zippin Filho explica por que é contrário à mudança na maioridade
penal.

Diuturnamente o Brasil é abalado com a notícia de que um crime bárbaro foi praticado por um
adolescente, penalmente irresponsável nos termos do que dispõe os artigos 27 do CP, 104 do ECA e
228 da CF. A sociedade clama por maior segurança. Pede pela redução da maioridade penal, mas
logo descobrirá que a criminalidade continuará a existir, e haverá mais discussão, para reduzir para
14 ou 12 anos. Analisando a legislação de 57 países, constatou-se que apenas 17% adotam idade
menor de 18 anos como definição legal de adulto.

Se aceitarmos punir os adolescentes da mesma forma como fazemos com os adultos, estamos
admitindo que eles devem pagar pela ineficácia do Estado, que não cumpriu a lei e não lhes deu a
proteção constitucional que é seu direito. A prisão é hipócrita, afirmando que retira o indivíduo infrator
da sociedade com a intenção de ressocializá-lo, segregando-o, para depois reintegrá-lo. Com a
redução da menoridade penal, o nosso sistema penitenciário entrará em colapso.

Cerca de 85% dos menores em conflito com a lei praticam delitos contra o patrimônio ou por atuarem
no tráfico de drogas, e somente 15% estão internados por atentarem contra a vida. Afirmar que os
adolescentes não são punidos ou responsabilizados é permitir que a mentira, tantas vezes dita,
transforme-se em verdade, pois não é o ECA que provoca a impunidade, mas a falta de ação do

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TIPOLOGIA TEXTUAL

Estado. Ao contrário do que muitos pensam, hoje em dia os adolescentes infratores são punidos com
muito mais rigor do que os adultos.

Apresentar propostas legislativas visando à redução da menoridade penal com a modificação do


disposto no artigo 228 da Constituição Federal constitui uma grande falácia, pois o artigo 60, § 4º,
inciso IV de nossa Carta Magna não admite que sejam objeto de deliberação de emenda à
Constituição os direitos e garantias individuais, pois se trata de cláusula pétrea.

A prevenção à criminalidade está diretamente associada à existência de políticas sociais básicas e


não à repressão, pois não é a severidade da pena que previne a criminalidade, mas sim a certeza de
sua aplicação e sua capacidade de inclusão social.
Dalio Zippin Filho é advogado criminalista. 10/06/2013
Texto publicado na edição impressa de 10 de junho de 2013

Exposição

Aqueles textos que nos levam a uma explicação sobre determinado assunto, informa e esclarece sem
a emissão de qualquer opinião a respeito, é um texto expositivo.

Regras gramaticas para este tipo textual (Exposição):

Neste tipo de texto são apresentadas informações sobre assuntos e fatos específicos; expõe ideias;
explica; avalia; reflete. Tudo isso sem que haja interferência do autor, sem que haja sua opinião a
respeito. Faz uso de linguagem clara, objetiva e impessoal. A maioria dos verbos está no presente do
indicativo.

Exemplos: Notícias Jornalísticas

Injunção

Os textos injuntivos estão presentes em nossa vida nas mais variadas situações, como por exemplo
quando adquirimos um aparelho eletrônico e temos que verificar manual de instruções para o
funcionamento, ou quando vamos fazer um bolo utilizando uma receita, ou ainda quando lemos a
bula de um remédio ou a receita médica que nos foi prescrita. Os textos injuntivos são aqueles textos
que nos orientam, nos ditam normas, nos instruem.

Regras gramaticais para este tipo de texto (Injunção):

Como são textos que expressão ordem, normas, instruções tem como característica principal a
utilização de verbos no imperativo. Pode ser classificado de duas formas:

-Instrucional: O texto apresenta apenas um conselho, uma indicação e não uma ordem.

-Prescrição: O texto apresenta uma ordem, a orientação dada no texto é uma imposição.

Exemplo:

Bolo De Cenoura

Ingredientes
Massa
3 unidades de cenoura picadas
3 unidades de ovo
1 xícaras (chá) de óleo de soja
3 xícaras (chá) de farinha de trigo
2 xícaras (chá) de açúcar
1 colheres (sopa) de fermento químico em pó
Cobertura
1/2 xícara (chá) de leite
5 colheres (sopa) de achocolatado em pó
4 colheres (sopa) de açúcar
1 colher (sopa) de Margarina

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TIPOLOGIA TEXTUAL

Como fazer
Massa
Coloque os ingredientes no liquidificador, e acrescente aos poucos a farinha.
Leve para assar em uma forma untada.
Depois de assado cubra com a cobertura.
Cobertura
Misture todos os ingredientes e leve ao fogo e deixe ferver até engrossar.

Breve Resumo Para Fixação

Narração: Personagens, Enredo, Espaço...

Descrição: Enumeração, Comparação, Retrato Verbal...

Dissertação: Expositiva, Argumentativa, Debater...

Injunção: Instrucional (Manuais, Receitas, Bulas...)

Exposição: Fatos, Impessoal (Notícias Jornalísticas)

Intertextualidade

A intertextualidade é um recurso realizado entre textos, ou seja, é a influência e relação que um


estabelece sobre o outro. Assim, determina o fenômeno relacionado ao processo de produção de
textos que faz referência (explícita ou implícita) aos elementos existentes em outro texto, seja a nível
de conteúdo, forma ou de ambos: forma e conteúdo.

Grosso modo, a intertextualidade é o diálogo entre textos, de forma que essa relação pode ser
estabelecida entre as produções textuais que apresentem diversas linguagens (visual, auditiva,
escrita), sendo expressa nas artes (literatura, pintura, escultura, música, dança, cinema),
propagandas publicitárias, programas televisivos, provérbios, charges, dentre outros.

Tipos de Intertextualidade

Há muitas maneiras de realizar a intertextualidade sendo que os tipos de intertextualidade mais


comuns são:

• Paródia: perversão do texto anterior que aparece geralmente, em forma de crítica irônica de caráter
humorístico. Do grego (parodès) a palavra “paródia” é formada pelos termos “para” (semelhante) e
“odes” (canto), ou seja, “um canto (poesia) semelhante à outra”. Esse recurso é muito utilizado pelos
programas humorísticos.

• Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a mesma ideia contida no texto original,
entretanto, com a utilização de outras palavras. O vocábulo “paráfrase”, do grego (paraphrasis),
significa a “repetição de uma sentença”.

• Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras, textos científicos, desde artigos, resenhas,
monografias, uma vez que consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma
relação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo “epígrafhe” é formado pelos vocábulos
“epi” (posição superior) e “graphé” (escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre Patrimônio
Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.): "A cultura é o melhor conforto para a
velhice".

• Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa produção textual, de forma que dialoga com
ele; geralmente vem expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro autor.
Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação sem relacionar a fonte utilizada é
considerado “plágio”. Do Latim, o termo “citação” (citare) significa convocar.

• Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros textos. Do Latim, o vocábulo “alusão”
(alludere) é formado por dois termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).

Outras formas de intertextualidade são o pastiche, o sample, a tradução e a bricolagem.

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TIPOLOGIA TEXTUAL

Entenda mais sobre as diferenças entre a Parodia e a Paráfrase.

Exemplos

Segue abaixo alguns exemplos de intertextualidade na literatura e na música:

Intertextualidade na Literatura

Fenômeno recorrente nas produções literárias, segue alguns exemplos de intertextualidade.

O poema de Casimiro de Abreu (1839-1860), “Meus oito anos”, escrito no século XIX, é um dos
textos que gerou inúmeros exemplos de intertextualidade, como é o caso da paródia de Oswald de
Andrade “Meus oito anos”, escrito no século XX:

Texto Original

“Oh! que saudades que tenho


Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!”

(Casimiro de Abreu, “Meus oito anos”)

Paródia

“Oh que saudades que eu tenho


Da aurora de minha vida
Das horas
De minha infância
Que os anos não trazem mais
Naquele quintal de terra!
Da rua de Santo Antônio
Debaixo da bananeira
Sem nenhum laranjais”

(Oswald de Andrade)

Outro exemplo é o poema de Gonçalves Dias (1823-1864) intitulado Canção do Exílio o qual já
rendeu inúmeras versões. Dessa forma, segue um dos exemplos de paródia, o poema de Oswald de
Andrade (1890-1954), e de paráfrase com o poema de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987):

Texto Original

“Minha terra tem palmeiras


Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.”

(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”)

Paródia

“Minha terra tem palmares


onde gorjeia o mar
os passarinhos daqui
não cantam como os de lá.”

(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”)

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TIPOLOGIA TEXTUAL

Paráfrase

“Meus olhos brasileiros se fecham saudosos


Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!”

(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”)

Intertextualidade na Música

Há muitos casos de intertextualidade nas produções musicais, veja alguns exemplos:

A música “Monte Castelo” da banda legião urbana cita os versículos bíblicos 1 e 4, encontrados no
livro de Coríntios, no capítulo 13: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não
tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine” e “O amor é sofredor, é benigno;
o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece”. Além disso, nessa
mesma canção, ele cita os versos do escritor português Luís Vaz de Camões (1524-1580),
encontradas na obra “Sonetos” (soneto 11):

“Amor é um fogo que arde sem se ver;


É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se e contente;
É um cuidar que ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?”

Coesão E Coerência

A Coesão e a Coerência são mecanismos fundamentais na construção textual.

Para que um texto seja eficaz na transmissão da sua mensagem é essencial que faça sentido para o
leitor.

Além disso, deve ser harmonioso, de forma a que a mensagem flua de forma segura, natural e
agradável aos ouvidos.

Coesão Textual

A coesão é resultado da disposição e da correta utilização das palavras que propiciam a ligação entre
frases, períodos e parágrafos de um texto. Ela colabora com sua organização e ocorre por meio de
palavras chamadas de conectivos.

Mecanismos De Coesão

A coesão pode ser obtida através de alguns mecanismos: anáfora e catáfora.

A anáfora e a catáfora se referem à informação expressa no texto e, por esse motivo, são
qualificadas como endofóricas.

Enquanto a anáfora retoma um componente, a catáfora o antecipa, contribuindo com a ligação e a


harmonia textual.

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TIPOLOGIA TEXTUAL

Algumas Regras

Confira abaixo algumas regras que garantem a coesão textual:

Referência

• Pessoal: utilização de pronomes pessoais e possessivos. Exemplo: João e Maria


casaram. Eles são pais de Ana e Beto. (Referência pessoal anafórica)

• Demonstrativa: utilização de pronomes demonstrativos e advérbios. Exemplo: Fiz todas as


tarefas, com exceção desta: arquivar a correspondência. (Referência demonstrativa catafórica)

• Comparativa: utilização de comparações através de semelhanças. Exemplo: Mais um


dia igual aos outros… (Referência comparativa endofórica)

Substituição

Substituir um elemento (nominal, verbal, frasal) por outro é uma forma de evitar as repetições.

Exemplo: Vamos à prefeitura amanhã, eles irão na próxima semana.

Observe que a diferença entre a referência e a substituição está expressa especialmente no fato de
que a substituição acrescenta uma informação nova ao texto.

No caso de “João e Maria casaram. Eles são pais de Ana e Beto”, o pronome pessoal referencia as
pessoas João e Maria, não acrescentando informação adicional ao texto.

Elipse

Um componente textual, quer seja um nome, um verbo ou uma frase, pode ser omitido através da
elipse.

Exemplo: Temos ingressos a mais para o concerto. Você os quer?

(A segunda oração é perceptível mediante o contexto. Assim, sabemos que o que está sendo
oferecido são ingressos para o concerto.)

Conjunção

A conjunção liga orações estabelecendo relação entre elas.

Exemplo: Nós não sabemos quem é o culpado, mas ele sabe. (adversativa)

Coesão Lexical

A coesão lexical consiste na utilização de palavras que possuem sentido aproximado ou que
pertencem a um mesmo campo lexical. São elas: sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos, entre
outros.

Exemplo: Aquela escola não oferece as condições mínimas de trabalho. A instituiçãoestá


literalmente caindo aos pedaços.

Coerência Textual

A Coerência é a relação lógica das ideias de um texto que decorre da sua argumentação - resultado
especialmente dos conhecimentos do transmissor da mensagem.

Um texto contraditório e redundante ou cujas ideias iniciadas não são concluídas, é um texto
incoerente. A incoerência compromete a clareza do discurso, a sua fluência e a eficácia da leitura.

Assim a incoerência não é só uma questão de conhecimento, decorre também do uso de tempos
verbais e da emissão de ideias contrárias.

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TIPOLOGIA TEXTUAL

Exemplos:

• O relatório está pronto, porém o estou finalizando até agora. (processo verbal acabado e inacabado)

• Ele é vegetariano e gosta de um bife muito mal passado. (os vegetarianos são assim classificados
pelo fato de se alimentar apenas de vegetais)

Fatores de Coerência

São inúmeros os fatores que contribuem para a coerência de um texto, tendo em vista a sua
abrangência. Vejamos alguns:

Conhecimento de Mundo

É o conjunto de conhecimento que adquirimos ao longo da vida e que são arquivados na nossa
memória.

São o chamados frames (rótulos), esquemas (planos de funcionamento, como a rotina alimentar: café
da amanhã, almoço e jantar), planos (planejar algo com um objetivo, tal como jogar um
jogo), scripts (roteiros, tal como normas de etiqueta).

Exemplo: Peru, Panetone, frutas e nozes. Tudo a postos para o Carnaval!

Uma questão cultural nos leva a concluir que a oração acima é incoerente. Isso porque “peru,
panetone, frutas e nozes” (frames) são elementos que pertencem à celebração do Natal e não à festa
de carnaval.

Inferências

Através das inferências, as informações podem ser simplificadas se partimos do pressuposto que os
interlocutores partilham do mesmo conhecimento.

Exemplo: Quando os chamar para jantar não esqueça que eles são indianos. (ou seja, em princípio,
esses convidados não comem carne de vaca)

Fatores De Contextualização

Há fatores que inserem o interlocutor na mensagem providenciando a sua clareza, como os títulos de
uma notícia ou a data de uma mensagem.

Exemplo:
— Está marcado para às 10h.
— O que está marcado para às 10h? Não sei sobre o que está falando.

Informatividade

Quanto maior informação não previsível um texto tiver, mais rico e interessante ele será. Assim, dizer
o que é óbvio ou insistir numa informação e não desenvolvê-la, com certeza desvaloriza o texto.

Exemplo: O Brasil foi colonizado por Portugal.

Princípios Básicos

Após termos visto os fatores acima, é essencial ter em atenção os seguintes princípios para se obter
um texto coerente:

• Princípio da Não Contradição - ideias contraditórias

• Princípio da Não Tautologia - ideias redundantes

• Princípio da Relevância - ideias que se relacionam

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TIPOLOGIA TEXTUAL

Diferença Entre Coesão E Coerência

Coesão e coerência são coisas diferentes, de modo que um texto coeso pode ser incoerente. Ambas
têm em comum o fato de estarem relacionadas com as regras essenciais para uma boa produção
textual.

A coesão textual tem como foco a articulação interna, ou seja, as questões gramaticais. Já a
coerência textual trata da articulação externa e mais profunda da mensagem.

Análise Linguística E Produção De Textos: Reflexão Em Busca De Autoria

O processo de elaboração de qualquer texto, seja ele escrito, seja oral ou multimodal, envolve mais
que criação, mais que inspiração. Envolve essencialmente trabalho sobre e com a linguagem. Esse
trabalho se traduz em atividade analítica e reflexiva dos sujeitos, nas múltiplas refações do texto.

Do ponto de vista da mediação pedagógica, tal trabalho se materializa nas práticas de análise
linguística. Diferentemente do trabalho das aulas convencionais de gramática, que privilegiam as
classificações e a correção linguística, a análise linguística se preocupa em auxiliar os alunos a
dominar recursos linguísticos e a refletir sobre em que medida certas palavras, expressões,
construções e estratégias discursivas podem ser mais ou menos adequadas ao seu projeto de dizer,
auxiliando na ampliação das capacidades de leitura e na produção textual dos alunos.

Assim, a reflexão sobre a linguagem tomando como objeto o próprio texto que se está elaborando
exige que o aluno analise possíveis (in)adequações das escolhas linguísticas – ao gênero, ao tema
em foco, à formalidade esperada etc. –, sua força expressiva ou eficácia argumentativa. Trata-se,
portanto, de uma atividade linguageira essencial nas diversas etapas da produção.

A prática de análise linguística pode se converter numa ferramenta importante para auxiliar os alunos
na percepção dos pontos Análise linguística e produção de textos: refl exão em busca de autoria
Márcia Mendonça em que podem melhorar seu texto e na mobilização dos conhecimentos que lhes
permitam fazer as mudanças devidas. Muito comumente, a ação dos alunos se dirige para os
aspectos mais “visíveis” dos textos escritos, para os ajustes mais salientes a serem feitos, quanto a
convenções da escrita e atendimento à norma linguística de prestígio, por exemplo, ortografia,
indicação gráfica de parágrafos, uso de letras maiúsculas, concordância e regência. Sem esquecer a
importância desses cuidados formais, é necessário também que os alunos saibam observar questões
de outra natureza, mais complexas, seja porque se estendem para unidades maiores – parágrafo ou
texto –, seja porque envolvem aspectos do discurso, ultrapassando o domínio daquele texto em
especial.

Uma das capacidades necessárias a quem produz um texto é avaliar a pertinência dos registros de
linguagem para determinado gênero. Por exemplo, o uso do verbo ordenar para fazer uma solicitação
em uma carta formal, dirigida a uma autoridade, parece inadequado. Embora a reflexão se dirija a
uma palavra (ordenar), a avaliação quanto ao seu uso remete à situação comunicativa como um todo:
o gênero Carta de solicitação formal, o interlocutor a quem se dirige, a finalidade dessa carta.

O investimento na ampliação das capacidades reflexivas dos alunos pode se dar antes do momento
de produção, durante ou depois dele, de forma mais ou menos integrada aos momentos de
escrita/elaboração de textos.

Antes da produção, em aulas dedicadas à leitura ou aos conhecimentos linguísticos, ainda que o alvo
imediato não sejam os textos dos alunos, estes ganham ao se apropriarem de recursos e estratégias
discursivas que passam a compor o seu rol de conhecimentos linguísticos e habilidades. Quando o
professor explora, na aula de leitura, os efeitos da ironia para a construção da argumentação, com
análise de exemplos, comparação de ocorrências, pesquisa de outros exemplos em fontes diversas,
criação de paráfrases irônicas, entre outras possíveis atividades, permite aos alunos perceber a
eficácia e os limites desse recurso, os diversos modos como se constroem enunciados irônicos,
conhecimentos que poderão ser estrategicamente usados nas suas produções. Investe-se
em atividades metalinguísticas – sobre a linguagem e seu funcionamento – para auxiliar as atividades
epilinguísticas, aquelas nas quais o aluno reflete sobre os usos que fez ou pretende fazer no texto
que está elaborando.

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TIPOLOGIA TEXTUAL

Benefício semelhante pode trazer um trabalho reflexivo com a constituição morfológica de palavras –
radical e afixos – que saliente a semelhança ortográfica e semântica de palavras, de acordo com a
permanência do radical (as denominadas “palavras da mesma família”, como lesão, lesionar,
lesionado) ou dos afixos (prefixos, sufixos e infixos). Por exemplo, os substantivos abstratos chatice,
meninice e velhice trazem o sufixo ICE, que se escreve com C. Na produção, caso o aluno tenha
dúvida sobre a escrita de gulodice, por exemplo, poderá lembrar do que estudou nas outras aulas
(claro, desde que tenha sido uma abordagem que privilegie o percurso de percepção da regularidade
até a construção mediada da regra). No caso, a regularidade morfológica é a grafia do sufixo ICE,
usado em substantivos abstratos que designam qualidade ou estado de algo.

Durante a produção, espera-se que o aluno seja positivamente tensionado, pondo em xeque
possíveis (in)adequações dos recursos linguísticos e estratégias discursivas que pretende mobilizar,
diante do quadro mais geral da situação comunicativa. Isso significa avaliar se determinado uso
linguístico é mais ou menos adequado e estratégico e que efeitos de sentido pode produzir, tendo em
vista um conjunto de fatores interligados:

1. aquilo que pretende dizer;

2. gênero escolhido/solicitado;

3. os interlocutores, seus papéis sociais e a rede de relações de poder aí envolvidas;

4. as finalidades dessa interação verbal específica;

5. tom que deseja imprimir ao seu discurso (enfático, conciliador, irônico etc.);

6. o investimento estético com a linguagem, entre outros aspectos da produção discursiva.

Para produzir um artigo de divulgação científica, destinado a crianças, o aluno pode se deparar com
dúvidas do tipo qual o grau de aprofundamento do tema a ser tratado? Como “traduzir” para esses
leitores os conceitos mais complexos? Que estratégias de envolvimento do leitor usar? E isso envolve
escolhas linguísticas bem específicas. Um exemplo é o uso das explicações de conceitos. O que
explicaria melhor na situação comunicativa específica: paráfrases, analogias, exemplos, desenhos
esquemáticos etc.? E como inserir essas explicações no texto: entre parênteses, após dois pontos,
em boxes, em citações de falas de especialistas, quando for o caso? Decidir a respeito de o que
explicar, o quanto explicar, como explicar, quando explicar e como textualizar essa explicação no
texto envolve pôr na balança os ganhos e perdas de tais escolhas, tendo em vista os fatores já
mencionados.

A análise linguística pode ter ainda um papel muito importante nas devolutivas dos textos, já lidos e
comentados pelo professor ou por outros avaliadores/revisores (alunos, grupos de alunos, outras
pessoas). Nesse momento, chegam aos estudantes indicações de aspectos para aprimorar seu texto
que lhe escaparam anteriormente por serem, provavelmente, mais opacos, menos perceptíveis a
esses autores. Assim, indicações qualificadas dos pontos a serem ajustados podem detonar
processos reflexivos poderosos e fundamentais na ampliação das capacidades discursivas dos
alunos, desde que contem com a mediação docente adequada.

O ato de tornar saliente para o aluno um problema textual é muito distinto de apenas indicar que há
um problema em determinado trecho. Em se tratando de coesão, por exemplo, mais que destacar um
período e escrever “problema de coesão” na margem da folha (ou da tela), é preciso delimitar
especificamente a sua natureza – por exemplo, uso indevido de pontuação, conjunção, modo/ tempo
verbal, ou falta de paralelismo. Dessa forma, a revisão e a refação do texto podem ser preciosas
oportunidades para aprender, não apenas para higienizar o que foi escrito.

As atividades de análise linguística, seja em caráter prospectivo, quando ocorrem antes da produção;
seja em caráter retrospectivo, após o texto ter sido elaborado e avaliado ou durante a produção,
podem ser de grande importância para ampliar a apropriação, por parte dos alunos, das habilidades e
dos conhecimentos necessários para rever e aprimorar as suas produções, movimento que mesmo
os mais proficientes autores fazem ao longo de toda a vida. Os impactos das práticas de análise
linguística sobre a qualidade dos textos produzidos na escola são proporcionais à natureza reflexiva
de tais atividades: ao induzir os alunos a perceberem os efeitos e/ou as regularidades dos usos
linguísticos, contribui-se para que sintam a sua língua, cada vez mais sua.

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TEXTO LITERÁRIO E NÃO LITERÁRIO

Texto Literário e Não Literário

A forma de linguagem e a apresentação da informação estão entre as diferenças do texto literário do


não literário.

O texto literário é aprestado em uma linguagem pessoal, envolta em emoção, emprego de lirismo e
valores do autor ou do ser (ou objeto) retratado.

Já o texto não-literário tem como marca a linguagem referencial e, por isso, também é chamado de
texto utilitário.

Em resumo, o texto literário é destinado à expressão, com a realidade demonstrada de maneira poética,
podendo haver subjetividade.

O texto não literário, contudo, é marcado pelo retrato da realidade desnuda e crua. É possível tratar
sobre o mesmo assunto nas duas formas de texto e apontar o tema ao receptor sem prejuízo a infor-
mação.

Diferenças

Exemplos de Texto Não Literário

Texto 1:

História - Seca, fenômeno secular na vida dos nordestinos

A história das secas na região Nordeste é uma prova de fogo para quem lê ou escuta os relatos que
vêm desde o século 16.

As duras consequências da falta de água acentuaram um quadro que em diversos momentos da bio-
grafia do semiárido chega a ser assustador: migração desenfreada, epidemias, fome, sede, miséria.

Os relatos de pesquisadores e historiadores datam da época da colonização portuguesa na região.

Até a primeira metade do século 17, quem ocupava as áreas mais interioranas do semiárido brasileiro
era a população indígena. Uma das primeiras secas que se tem notícia aconteceu entre 1580 e 1583.

(Revista Ipea, Ano 6. Edição 48 - 10/03/2009, por Pedro Henrique Barreto).

Texto 2:

O golpe de 1964 e a instauração do regime militar

Na madrugada do dia 31 de março de 1964, um golpe militar foi deflagrado contra o governo legalmente
constituído de João Goulart.

A falta de reação do governo e dos grupos que lhe davam apoio foi notável. Não se conseguiu articular
os militares legalistas.

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TEXTO LITERÁRIO E NÃO LITERÁRIO

Também fracassou uma greve geral proposta pelo Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) em apoio
ao governo. (CPDOC - FVG - O Golpe de 1964)

Exemplos de Texto Literário

Texto 1:

Asa Branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira - 1947)

Quando olhei a terra ardendo


Qual fogueira de São João
Eu perguntei, ai
Meu Deus do céu, ai
Por que tamanha
Judiação

Que braseiro, Que fornalha, Nenhum pé de plantação


Por falta d'água
Perdi meu gado
Morreu de sede
Meu alazão

Até mesmo a asa branca


Bateu asas do sertão
Então eu disse:
Adeus, Rozinha
Guarda contigo
Meu coração

E hoje longe muitas léguas


Numa triste solidão
Espero a chuva
Cair de novo
Pra eu voltar
Pro meu sertão

Quando o verde dos teus olhos


Se espalhar na plantação
Eu te asseguro
Não chores não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração

Eu te asseguro
Eu te asseguro
Meu coração
Eu te asseguro
Eu voltarei
Pro meu sertão

Texto 2:

Meu Caro Amigo (Chico Buarque - 1976)

Meu caro amigo me perdoe, por favor


Se eu não lhe faço uma visita
Mas como agora apareceu um portador
Mando notícias nessa fita

Aqui na terra tão jogando futebol


Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol

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TEXTO LITERÁRIO E NÃO LITERÁRIO

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

Textos literários e textos não literários

(Texto 3) Descuidar do lixo é sujeira

Diariamente, duas horas antes da chegada do caminhão da prefeitura, a gerência de uma das filiais do
McDonald’s deposita na calçada dezenas de sacos plásticos recheados de papelão, isopor, restos de
sanduíches. Isso acaba propiciando um lamentável banquete de mendigos. Dezenas deles vão ali re-
virar o material e acabam deixando os restos espalhados pelo calçadão. (Veja São Paulo, 23-29/12/92)

O primeiro texto – "Descuidar do lixo é sujeira" – se propõe a dar uma informação sobre o lixo despejado
nas calçadas, bem como o que acontece com ele antes de o caminhão do lixo passar para recolhê-lo.
É um texto informativo e, portanto, não literário.

O texto não literário apresenta linguagem objetiva, clara, concisa, e pretende informar o leitor de deter-
minado assunto. Para isso, quanto mais simples for o vocabulário e mais objetiva for a informação,
mais fácil se dará a compreensão do conteúdo: foco do texto não literário.

São exemplos de textos não literários: as notícias, os artigos jornalísticos, os textos didáticos, os ver-
betes de dicionários e enciclopédias, as propagandas publicitárias, os textos científicos, as receitas
culinárias, os manuais, etc.

(Texto 4) O bicho

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,


Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,


Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

(Manuel Bandeira. Em Seleta em prosa e verso. Rio de Janeiro: J. Olympio/MEC, 1971, p.145)

O segundo texto – “O bicho” – é um poema. Sabemos disso principalmente por sua forma. O poema é
construído em versos e estrofes e apresenta uma linguagem carregada de significados, ao que chama-
mos de plurissignificação. Cada palavra pode apresentar um sentido diferente daquele que lhe é co-
mum.

No texto literário, a expressividade é o mais importante. O conteúdo, nesse caso, fica em segundo
plano. O vocabulário bem selecionado transmite sensibilidade ao leitor. O texto é rico de simbologia e
de beleza artística.

Podemos citar como exemplos de textos literários o conto, o poema, o romance, peças de teatro, no-
velas e crônicas.

Análise Dos Textos

Os dois textos apresentam temática semelhante: pessoas que reviram o lixo em busca de comida. No
entanto, o primeiro texto procura ressaltar o transtorno que causam os mendigos por deixarem o lixo
esparramado pelo chão. A notícia procura denunciar dois fatos: o restaurante que deixa seu lixo na
calçada com antecedência de duas horas, e a sujeira espalhada nas calçadas pelos mendigos que
reviram o lixo.

A única palavra nesse texto que pode denotar algum tipo de sentimentalismo do autor é “lamentável”.
No entanto, ela perde sua carga significativa ao acompanhar a palavra “banquete”, revelando que o

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TEXTO LITERÁRIO E NÃO LITERÁRIO

autor da notícia, na verdade, não está preocupado com as pessoas que se alimentam do lixo, mas com
a sujeira causada pelo tal banquete.

O título do texto também nos faz pensar: “Descuidar do lixo é sujeira”. Sujeira, no sentido de os men-
digos deixarem tudo espalhado pela calçada, dificultando a limpeza das ruas; sujeira, no sentido de
não ser uma atitude correta a falta de preocupação com o tempo que o lixo ficará na rua à espera do
caminhão que irá recolhê-lo. De qualquer forma, o autor só demonstra preocupação com o lixo e a
sujeira e não com a fome dos mendigos.

Já o segundo texto apresenta preocupação com a forma: é um poema. A escolha das palavras e o
suspense que causa no leitor levam a uma progressão de sentido que culmina com a revelação de que
o bicho é um homem. O poema retrata a condição degradante a que um homem pode chegar quando
atinge o ápice da miséria.

O poeta mostra sua indignação com o fato de um homem se assemelhar a um bicho por buscar comida
no lixo. Compara-o aos animais que têm por hábito revirar latas de lixo: cachorro, gato e rato. No último
verso, declara sua inconformidade com o vocativo “meu Deus”, demonstrando sua emoção com a re-
velação de que o bicho era um homem, ou seja, o poeta não admite que um homem possa se comportar
como um bicho.

Ao lermos o poema, a carga emotiva das palavras escolhidas pelo poeta é transmitida para nós. Aí está
a diferença fundamental entre um texto literário e um texto não literário: a expressividade.

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FRASE E ORAÇÃO

Frase – Oração – Período

Frase, oração e período são fatores constituintes de qualquer texto escrito em prosa, pois o mesmo
compõe-se de uma sequencia lógica de ideias, todas organizadas e dispostas em parágrafos
minuciosamente construídos.
Por isso, é importante saber o conceito de cada um deles. Então vamos lá!

Frase – É todo enunciado linguistico dotado de significado, ou seja, é uma comunicação clara,
precisa e de fácil entendimento entre os interlocutores, seja na língua falada ou escrita.

Neste caso, temos a frase nominal e verbal. A frase nominal não é constituída por verbo.

Ex: Que dia lindo!

Já na frase verbal há a presença do verbo.

Ex: Preciso de sua ajuda.

Oração - É todo enunciado linguístico dotado de sentido, porém há, necessariamente, a presença do
verbo ou de uma locução verbal. Este verbo, por sua vez, pode estar explícito ou subentendido.

Ex: Os garotos adoram ir ao cinema e depois ao clube.

Podemos perceber a presença do sujeito e do predicado.

Período – É um enunciado linguístico que se constitui de uma ou mais orações. Este se classifica
em:

- Período simples - formado por apenas uma oração, também denominada de oração absoluta.

Ex: Os professores entregaram as provas.

-Composto - formado por duas ou mais orações

Ex: Hoje o dia está lindo, por isso os garotos irão ao cinema, ao clube e depois voltarão para casa
felizes.

Para treinarmos um pouco mais sobre o assunto, façamos alguns exercícios completando as lacunas,
atribuindo a nomenclatura de frase, período simples ou composto:

a) Pedro chegou estressado em casa. ________________________


b) Nossa! Pare com tantos comentários indesejáveis. ______________________
c) Razão e emoção... as duas vértices da vida. __________________________
d) Caso você venha amanhã, traga-me aquele seu vestido vermelho. __________
e) Não concordo com suas atitudes, pois elas vão de encontro aos meus princípios.
________________

Gabarito:

A) período simples;
B) período simples;
C) período simples (formado por apenas uma oração, tendo em vista que o verbo se encontra
implícito - "são");
D) período composto (formado por duas orações);
E) período composto.

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PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO

Paralelismo Sintático e Paralelismo Semântico

Notadamente, a construção textual é concebida como um procedimento dotado de grande complexi-


dade, haja vista que o fato de as ideias emergirem com uma certa facilidade não significa transpô-las
para o papel sem a devida ordenação. Tal complexidade nos remete à noção das competências ine-
rentes ao emissor diante da elaboração do discurso, dada a necessidade de este se perfazer pela
clareza e precisão.

Infere-se, portanto, que as competências estão relacionadas aos conhecimentos que o usuário tem dos
fatos linguísticos, aplicando-os de acordo com o objetivo pretendido pela enunciação. De modo mais
claro, ressaltamos a importância da estrutura discursiva se pautar pela pontuação, concordância, coe-
rência, coesão e demais requisitos necessários à objetividade retratada pela mensagem.

Atendo-nos de forma específica aos inúmeros aspectos que norteiam os já citados fatos linguísticos,
ressaltamos determinados recursos cuja função se atribui por conferirem estilo à construção textual –
o paralelismo sintático e semântico. Caracterizam-se pelas relações de semelhança existente entre
palavras e expressões que se efetivam tanto de ordem morfológica (quando pertencem à mesma classe
gramatical), sintática (quando há semelhança entre frases ou orações) e semântica (quando há corres-
pondência de sentido entre os termos).

Casos recorrentes se manifestam no momento da escrita indicando que houve a quebra destes recur-
sos, tornando-se imperceptíveis aos olhos de quem a produz, interferindo de forma negativa na textu-
alidade como um todo. Como podemos conferir por meio dos seguintes casos:

Durante as Quartas-De-Final, o Time do Brasil vai Enfrentar a Holanda.

Constatamos a falta de paralelismo semântico, ao analisarmos que o time brasileiro não enfrentará o
país, e sim a seleção que o representa. Reestruturando a oração, obteríamos:

Durante as Quartas-De-Final, o Time do Brasil vai Enfrentar a Seleção da Holanda.

Se eles comparecessem à reunião, ficaremos muito agradecidos.

Eis que estamos diante de um corriqueiro procedimento linguístico, embora considerado incorreto, so-
bretudo, pela incoerência conferida pelos tempos verbais (comparecessem/ficaremos). O contrário
acontece se disséssemos:

Se eles comparecessem à reunião, ficaríamos muito agradecidos.


Ambos relacionados à mesma ideia, denotando uma incerteza quanto à ação.

Ampliando a noção sobre a correta utilização destes recursos, analisemos alguns casos em que eles
se aplicam:

Não Só... Mas (Como) Também:

A Violência não só Aumentou nos Grandes Centros Urbanos, mas Também no Interior.

Percebemos que tal construção confere-nos a ideia de adição em comparar ambas as situações em
que a violência se manifesta.

Quanto Mais... (Tanto) Mais:

Atualmente, Quanto Mais se Aperfeiçoa o Profissionalismo, Mais Chances Tem de se Progredir.

Ao nos atermos à noção de progressão, podemos identificar a construção paralelística.


Seja... Seja; Quer... Quer; Ora... Ora:

A Cordialidade é Uma Virtude Aplicável em Quaisquer Circunstâncias, Seja no Ambiente Familiar, Seja
no Trabalho.

Confere-se a aplicabilidade do recurso mediante a ideia de alternância.

Tanto... Quanto:

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PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO

As Exigências Burocráticas são as Mesmas, Tanto Para os Veteranos, Quanto Para os Calouros.

Mediante a ideia de adição, acrescida àquela de equivalência, constata-se a estrutura paralelística.

Não... E não/nem:

Não Poderemos Contar com o Auxílio de Ninguém, nem dos Alunos, Nem dos Funcionários da Secre-
taria.

Recurso este empregado quando se quer atribuir uma sequência negativa.

Por um lado... Por outro:

Se por Um Lado, a Desistência da Viagem Implicou Economia, por Outro, Desagradou aos Filhos Que
Estavam no Período de Férias.

O paralelismo efetivou-se em virtude da referência a aspectos negativos e positivos relacionados a um


determinado fato.

Tempos verbais:

Se a Maioria Colaborasse, Haveria mais Organização.

Como dito anteriormente, houve a concordância de sentido proferida pelos verbos e seus respectivos
tempos.

Paralelismo Gramatical

1. Paralelismo Gramatical Sentencial e Paralelismo Gramatical Textual

Na fala ou na escrita, a ocorrência de paralelismo dá-se pela retomada de estruturas nos níveis fono-
lógico, lexical, morfossintático e semântico. O princípio de paralelismo gramatical, objeto de estudo
deste trabalho, consiste na repetição de estruturas morfossintáticas numa sentença ou num texto, ou
seja, o princípio de paralelismo gramatical induz haver relações de equivalência entre pontos de uma
sequência verbal (ADAM, 2008). Vejamos:

Ele acordou, desceu as escadas, comeu rapidamente e varreu a casa.

Ele deseja um doce, mas ela quer uma fruta.

Na oração (1), há uma breve narrativa de atividades que um indivíduo realizou durante determinado
tempo. Como essas atividades ocorreram sucessivamente, ou seja, há uma equivalência entre as
ações realizadas pelo indivíduo, os verbos foram todos conjugados no mesmo tempo-modo: pretérito
perfeito do modo indicativo. Na oração (2), temos idêntica estrutura sintática para ambos os períodos:
Sintagma Nominal Sujeito (SN1) + Sintagma Verbal (SV) + Sintagma Nominal Complemento (SN2), ou
seja, há um argumento experienciador (SN1) e um tema (SN2) para cada SV, conjugados no mesmo
tempo-modo – presente do indicativo.

Em ambas as orações, o paralelismo gramatical ocorre a partir de sentenças compostas por dois ou
mais períodos, sendo (1) um caso de paralelismo morfológico e (2) um caso de paralelismo sintático.
Diferentemente, na oração (3), abaixo, o paralelismo é gerado apenas pelo sintagma nominal, ou seja,
pelo sujeito composto da sentença formado por entre pares correlatos tanto a filha quanto o pai, sendo
esse sujeito predicado pelo verbo sofreram – sintagma verbal que, ainda, contém um adjunto causal
(com o divórcio).

Tanto a Filha Quanto o Pai Sofreram com o Divórcio.

Os exemplos (1), (2) e (3) abordaram apenas a presença de paralelismo gramatical em sentenças
complexas – duas coordenadas e uma correlata. Entretanto, como já dito, o paralelismo gramatical
acontece, também, no texto, conforme o exemplo extraído de Cunha e Cintra (2008, p. 621): O cha-
mado é tão longo, não comporta lágrimas / O caminho é tão longo, não chegarias nunca. Os versos,
de Emílio Moura, são constituídos por duas orações subordinadas adverbiais consecutivas cuja con-
junção que está elidida. Nesse caso, o paralelismo gramatical advém da repetição da oração o caminho

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PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO

é tão longo e, sobretudo, pela repetição da estrutura sintática da oração que funciona como adjunto
adverbial, sendo seus constituintes, com exceção da partícula negativa, preenchidos por diferentes
itens lexicais: partícula negativa (não) + verbo + complemento verbal.

Para fins didáticos, em alguns momentos deste trabalho, utilizaremos o termo paralelismo gramatical
sentencial para nos referirmos ao paralelismo nos constituintes de sentenças coordenadas, correlatas
e/ou subordinadas e o termo paralelismo gramatical textual para nos referirmos ao paralelismo num
sistema mais amplo de organização de sentenças, o texto.

1.1 Paralelismo Gramatical Sentencial, a Tradição Gramatical e as Gramáticas do Português Brasileiro

Em Comunicação em Prosa Moderna, Othon Moacir Garcia (2010), ao tratar dos processos sintáticos
de coordenação e de subordinação, sem esquecer-se de mencionar a correlação e a justaposição, traz
para a tradição gramatical e para a linguística brasileira uma abordagem diferenciada no que diz res-
peito ao estudo das sentenças coordenadas e correlatas. Em sua abordagem inicial sobre a coordena-
ção, Garcia (2010) já evidencia sua inquietação quanto ao acionamento de paralelismo gramatical e de
simetria de ideias (paralelismo semântico) na estrutura dessas sentenças:

Na coordenação (...), que é um paralelismo de funções ou valores sintáticos idênticos, as orações se


dizem da mesma natureza (ou categoria) e função, devem ter a mesma estrutura sintático-gramatical
e se interligam por meio de conectivos chamados conjunções coordenativas. É, em essência, um pro-
cesso de encadeamento de ideias. (op. Cit., p. 42)

Após tratar da função dos conectivos na construção de paralelismos nas sentenças coordenadas e
afirmar que não há paralelismos gramaticais, mas, sim, uma desigualdade de funções e valores sintá-
ticos na subordinação, Garcia (2010) retoma sua análise sobre paralelismo, dessa vez, tanto nas sen-
tenças coordenadas quanto nas sentenças correlatas, acrescentando, ainda, os conceitos de parale-
lismo rítmico ou similicadência e de paralelismo semântico (sem restringir-se às sentenças coordena-
das e correlatas, nesses casos), além de mencionar implicações didáticas e estilísticas para a ausência
ou a ocorrência de paralelismos sintáticos no texto.3 Todavia, é nas sentenças coordenadas que Garcia
(2010) busca força argumentativa para sua abordagem sobre paralelismo gramatical:

Se coordenação é, como vimos, um processo de encadeamento de valores sintáticos idênticos, é justo


presumir que quaisquer elementos da frase – sejam orações, sejam termos dela–, coordenados entre
si, devam – em princípio, pelo menos – apresentar estrutura gramatical idêntica, pois (...) Não se podem
coordenar frases que não comportem constituintes do mesmo tipo. Em outras palavras: a ideias simi-
lares devem corresponder forma verbal similar. Isso é o que se costuma chamar paralelismo ou simetria
de construção. (op. Cit., p. 52-53)

A tradição gramatical, em geral, e os linguistas aptos a descrever o português brasileiro não apresentam
as mesmas preocupações de Othon M. Garcia ao abordar as sentenças coordenadas e as sentenças
correlatas. Em sua gramática, por exemplo, Cunha e Cintra (2008) abordam a coordenação do ponto
de vista da sua constituição (apresentam conectivos (coordenadas sindéticas) ou não (coordenadas
assindéticas)) e da sua classificação (aditivas, alternativas, adversativas, conclusivas, explicativas),
porém nada citam a respeito de paralelismos gramaticais. Contudo, nota-se que os exemplos de sen-
tenças coordenadas apresentados pelos autores apresentam paralelismo gramatical (e semântico) es-
tritos, conforme os exemplos: 1) A Grécia seduzia-o, mas Roma dominava-o (p. 610); 2) Insisti no ofe-
recimento da madeira, e ele estremeceu. Nessa gramática, ainda, não é dado enfoque às orações
correlatas.

Por outra parte, gramáticas que descrevem o português brasileiro, tais como a de Ataliba de Castilho
(2010) e de Mário Perini (2010), não versam explicitamente sobre o princípio de paralelismo gramatical
nas sentenças coordenadas e correlatas.4 Castilho (2010) discute as relações simétricas das termina-
ções flexionais dos sintagmas nominais (substantivo e adjetivo) e do verbo com o substantivo-sujeito
nas sentenças coordenadas a partir da ideia de Apolônio Díscolo, que enquadra a concordância na
tipologia das sentenças: orações coordenadas concordam, oração subordinadas não concordam.5
Nesse caso, extrapola-se o conceito de concordância gramatical, restrito aos verbos e aos nomes, para
as sentenças.

Quanto à correlação, Castilho (2010) debate a relação de simultaneidade e de gramaticalidade estabe-


lecida pelos pares correlatos com os demais elementos da sentença, como os sintagmas nominais e

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PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO

verbais, conforme os exemplos: 1) Você ou estuda ou trabalha (...) *Você estuda trabalha; 2) Seja o
aluno, seja a aluna, ambos dão duro na universidade,

*O aluno a a aluna, ambos dão duro na universidade (p. 386).

Perini (2010), apesar de não mencionar a questão do paralelismo, presenteia-nos com exemplos em
que o paralelismo gramatical incide não só na repetição de estruturas entre sentenças coordenadas,
mas também entre sintagmas adjetivais e entre sintagmas preposicionais, exemplos ainda não forne-
cidos neste trabalho. São eles, respectivamente: O Camilo é pobre mas muito esforçado; Esse ônibus
passa em Vitória e em Guarapari e Eu vou fazer o serviço com ou sem a sua ajuda (p. 160).

Para Garcia (2010), a ausência de paralelismo gramatical nos constituintes da sentença ou na formação
de sentenças complexas, como a coordenação, pode não figurar um erro gramatical, pois, afinal, em
nada afeta a concordância (verbal ou nominal), a regência e a colocação, além disso, alega que a
índole da língua, muitas vezes, faz com que o paralelismo não seja necessário na sentença. Por outro
lado, no texto, segundo autores da linguística textual, como Koch (2010) e Fávero (2009), a ausência
de paralelismo gramatical prejudica a progressão textual, afetando os processos de coesão e de coe-
rência textuais. Daí, podemos justificar: 1) a presença do paralelismo gramatical como uma norma fle-
xível e, por isso, pouco abordada pela tradição gramatical e pelas gramáticas em geral (acostumadas
a versarem, sobretudo, a sentença) e 2) a maior relevância dada pela linguística textual a esse fenô-
meno linguístico.

1.2. Paralelismo Gramatical Textual e a Linguística Textual

O princípio de paralelismo gramatical está inserido na linguística textual através do estudo dos proces-
sos coesivos de construção do texto, notadamente em Koch (2010) e Fávero (2009).6 Em ambas auto-
ras, o paralelismo gramatical, além de superficialmente abordado, é posto em uma das modalidades
de coesão textual (distintas para cada autora): para Koch (2010), o paralelismo gramatical insere-se na
modalidade sequencial de coesão textual, enquanto, para Fávero (2008), o paralelismo gramatical in-
sere-se na modalidade recorrencial de coesão textual.

Koch (2010) divide a coesão sequencial em dois processos: sequenciação frástica e sequenciação
parafrástica. O primeiro processo acontece quando não há recorrência estrita de termos e o segundo
processo, por outro lado, acontece quando há recorrência de termos. Como exemplos de sequenciação
parafrástica, Koch (2010) trata, entre outros, da recorrência de termos em nível lexical (E o trem corria,
corria, corria... (p.55)), da recorrência de conteúdos semânticos, denominada paráfrase, que consiste
em ajustamento, reformulação, desenvolvimento, síntese ou previsão maior do sentido primeiro através
da inserção de certas expressões linguísticas (isto é, ou seja, quer dizer, ou melhor, em outras palavras,
em síntese, em resumo (p. 56)) e a recorrência de estruturas sintáticas, ou seja, o paralelismo grama-
tical.

Koch (2010) adota, portanto, a definição canônica de que o paralelismo gramatical ocorre por meio da
recorrência de estruturas em um texto com o preenchimento de itens lexicais distintos, dando como
exemplo o poema de Gonçalves Dias (p. 56):

Nosso céu tem mais estrelas Nossas várzeas têm mais flores Nossos bosques têm mais vida Nossa
vida mais amores.

Por seu turno, para Fávero (2009), a coesão recorrencial advém da retomada de estruturas no texto,
na qual se insere o paralelismo gramatical. Fávero (2009) distingue a coesão recorrencial da reiteração,
a qual se integra na perspectiva de coesão referencial proposta pela autora, afirmando que a primeira
retoma estruturas no intuito de informar que o texto progride e a segunda faz saber que a informação
ali exposta já é conhecida. Conforme Fávero (2009), a reiteração dá-se, por exemplo, por repetição de
item lexical (O fogo acabou com tudo. A casa estava destruída. Da casa não sobrara nada (p.23)) e por
sinonímia (A criança caiu e chorou. Também o menino não fica quieto (p.24)).

Quanto ao paralelismo gramatical, Fávero (2009) baseia-se, também, na concepção canônica de que
ele surge com a reutilização de estruturas, mas com conteúdos distintos. Entretanto, Fávero (2009) não
descarta a recorrência de termos do mesmo campo lexical para a construção de paralelismo no texto
e utiliza o poema “Ode triunfal”, de Fernando Pessoa, como exemplo (p. 28):

Eia! Eia! Eia!

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PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO

Eia eletricidade, nervos doentes da Matéria!

Eia telegrafia sem fios, simpatia metálica do Inconsciente!

Eia túneis, eia canais, Panamá, Kiel, Suez! Eia todo o passado dentro do presente! Eia todo o futuro já
dentro de nós! Eia!

Eia! Eia! Eia!

Frutos de ferro e útil da árvore-fábrica cosmopolita!

Eia! Eia! Eia-hô-ô-ô!

Nem sei que existo para dentro. Giro rodeio, engenho-me!

Em suma, é evidente que, para as autoras, Koch (2010) e Fávero (2009), o paralelismo gramatical diz
respeito a um efeito de estilo empregado pelo autor de um texto que, a partir da repetição de estruturas
fonêmicas, morfológicas e sintáticas com itens lexicais distintos (ou não), fornece ao seu leitor subsídios
para melhor compreendê-lo, bem como obedece a exigências de construções textuais referentes à
coesão e, consequentemente, à coerência.

Ressalta-se que a coesão textual é canonicamente conhecida por estabelecer nexos entre as diversas
partes de um texto a partir de unidades linguísticas referenciais, sequenciais e recorrenciais. Por sua
vez, a coerência textual é a unidade de sentido resultante da conexão entre as diversas partes de um
texto. Apesar de não apresentar linearidade estrita, devido à ausência de unidades linguísticas referen-
ciais, sequenciais e recorrenciais, a coerência integra a linearidade do texto ao dar a ele uma unidade
de sentido (cf. BECHARA, 2004a; KOCH & TRAVAGLIA, 2011).

Algumas pesquisas linguísticas sobre paralelismo gramatical na fala e na escrita

Os trabalhos de linguistas que investigam (ou investigaram) o paralelismo gramatical encontrados em


nossa pesquisa bibliográfica dividem-se entre aqueles que abordam o tema a partir da linguística textual
(Silva, 1999; Marcuschi, 2002), orientados por uma visão funcionalista da linguagem, e aqueles que
versam a partir de uma visão da norma gramatical (Cunha & Brito, 2002). Vejamos uma breve síntese
do que cada um desses autores realizou.

Paralelismo Gramatical: da Fala Para a Escrita

Em seu trabalho, Silva (1999) discorre, numa perspectiva textual, sobre a ocorrência de paralelismos
gramaticais em narrativas de estudantes de ensino médio na cidade de Brasília. Silva (1999) considera
o fenômeno de paralelismo gramatical um processo discursivo que pode advir dos processos linguísti-
cos de gramaticalização e trata desse fenômeno de acordo com a teoria funcionalista, ou seja, aborda
os paralelismos gramaticais como formas e estruturas que emergem do uso espontâneo da língua.

A partir do corpus apresentado, Silva (1999) assevera que certos paralelismos gramaticais indicam um
processo de transformação, cujo foco de direção tende a evoluir no sentido do menos específico para
o mais específico e do emotivo e interpessoal para o textual (p. 72). Assim, vejamos dois exemplos do
corpus da autora:

Cantarei a história de uma bomba, uma mísera bomba que se tornou, ou quase se tornou uma catás-
trofe: de pouco em pouco, de grão em grão, ou melhor: de pólvora em pólvora. (p. 72)

Primeiro permanece a dúvida se estamos namorando ou não. Depois vêm as dúvidas “do mundo”

- Será que ele gosta de mim? Será gosto dele?

Será que ele vai me chifrar?... (p. 73)

No trecho da narrativa (1), a autora considera a gradação nos paralelismos sintático e lexical das ex-
pressões “de pouco em pouco”, “de grão em grão”, “de pólvora em pólvora”, como sendo responsável
pela proeminência do último elemento (pólvora) na construção textual da narrativa. Isso sustenta sua
argumentação de que o paralelismo gramatical no texto tende a evoluir no sentido do menos específico
para o mais específico. Quanto ao trecho (2), a autora menciona o fato de ele apresentar características

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PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO

da fala coloquial e em contrapartida elementos, como o travessão, da produção escrita. Isso quer dizer,
o paralelismo gramatical nessa narrativa transporta o foco do plano emotivo e interpessoal para o plano
textual.

Esses exemplos corroboram a conclusão de Silva (1999) em seu artigo: o paralelismo gramatical é um
dado que evidencia que o discurso oral e as práticas sociais de linguagem escrita têm uma interpene-
trabilidade. Portanto, para a autora, as repetições de termos e estruturas, como se vê nas narrativas
acima, devem ser estudadas e aceitas como recursos de textualização.

Repetição e Paralelismo Gramatical na Fala: Organização Textual-Interativa

Marcuschi (2002), em artigo do sexto volume da Gramática do Português Brasileiro do Projeto Gramá-
tica do Português Falado, discute o paralelismo gramatical no português culto falado no Brasil a partir
de alguns dos aspectos funcionais da repetição na organização textual-interativa – coesividade, com-
preensão, continuidade tópica, argumentatividade e interatividade:

No plano da textualização, a repetição atua com as funções básicas de coesividade (seqüenciação,


referenciação, correção, expansão, parentetização, enquadramento). No plano discursivo, a repetição
tem um número mais expressivo de funções e colabora para: compreensão (intensificação, esclareci-
mento); continuidade tópica (amarração, introdução, reintrodução, delimitação); argumentatividade (re-
afirmação, contraste, contestação); interatividade (monitoração da tomada de turno, ratificação do pa-
pel do ouvinte, incorporação). (p. 117)

Antes, entretanto, de discutir tais aspectos, Marcuschi (2002) assinala duas concepções de repetição
e suas diferenças: a repetição de conteúdo e a repetição de elementos linguísticos. Para Marcuschi
(2002), a repetição de conteúdo, sempre acompanhada de marcadores tais como repetindo, já disse,
quer dizer, em suma (p. 106), diz respeito à paráfrase, enquanto a repetição de elementos linguísticos
é uma estratégia de composição do texto

De acordo com Marcuschi (2002), os dois diferentes tipos de repetições morfológicas referentes ao
tempo verbal no texto acima (calculava, dava e desenhava; calculei, foi, processei e utilizei), por exem-
plo, operam com a função de temporalização na composição da narrativa oral, estabelecendo, ainda,
relações discursivas interessantes ao aspectualizarem a argumentação situada em tempos contrastan-
tes, que diferenciam a natureza das ações praticadas (p. 111). É importante ressaltar que a repetição,
conforme trata Marcuschi (2002), não é em si um paralelismo gramatical textual, entretanto, todo para-
lelismo gramatical textual pode ser inserido no processo de repetição.

Tipos de Ausência de Paralelismo Gramatical na Escrita

Diferentemente dos autores acima, Cunha & Brito (2002), estudando os desvios da norma gramatical
em redações escritas por vestibulandos, abordam o paralelismo gramatical a partir de sua ausência,
isto é, a partir da assimetria de construções. O trabalho desses autores consiste em apontar os erros
de paralelismo gramatical nas redações de vestibulandos e apresentar a correção devida para tais
erros. Além disso, propõem categorizações para os tipos de ausência de paralelismo gramatical
(p.163), conforme o quadro a seguir:7

Quadro 1 - Categorização de tipos de ausência de paralelismo sintático e exemplos, conforme proposta


de Cunha & Brito (2002)

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PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO

Nota-se que, com exceção do tipo 4, todos os tipos de ausência de paralelismo sintático apontados
pelos autores dizem respeito à sentença, sobretudo sentenças coordenadas e correlatas. Por outro
lado, é possível resumirmos em quatro os fatores que impulsionaram a ausência de paralelismo sintá-
tico nas construções acima exemplificadas:

Os dois primeiros tipos de ausência de paralelismo gramatical dizem respeito à má construção de sen-
tenças com pares correlatos, sendo a não similaridade (de natureza semântica), a omissão e a inade-
quação dos pares correlatos (de natureza sintática) os fatores que levaram aos desvios dessas sen-
tenças;

Os tipos 3 e 7 já dizem respeito à ausência de paralelismo morfológico, ou seja, a ausência de equiva-


lência na flexão de adjetivos e na flexão de verbos, respectivamente;

O tipo 4 – que na perspectiva dessa monografia diz respeito ao texto e não à sentença – é de natureza
sintática e advém da não similaridade na justaposição de duas sentenças coordenadas, conforme bem
explicitam os autores;

Os tipos 5 e 6 dizem respeito à elipse de item lexical (omissão de um verbo e de uma preposição,
respectivamente) e, por fim, o tipo 8 diz respeito à ausência de paralelismo devido colocação pronomi-
nal (visto que na fala utiliza-se a próclise, mas na escrita exige-se a ênclise). Ou seja, todos esses tipos
de ausência de paralelismo gramatical dizem respeito à manifestação da fala na escrita.

Segundo Koch (2006), a fala apresenta a seguintes características: é contextualizada, implícita, redun-
dante, não planejada, fragmentada, incompleta, apresenta predominância do modus pragmático e de
frases curtas, simples e coordenadas, é pouco elaborada, tem pouca densidade informacional, frequên-
cia de passivas e nominalizações. Diferentemente da fala, a escrita baseia-se nas regras impostas pela
gramática normativa e, portanto, conforme salienta Bechara (2004b), fundamenta-se em fatos reco-
mendados como modelares da exemplaridade idiomática, ou seja, a gramática normativa recomenda
como se deve (...) Escrever segundo o uso e a autoridade dos escritores corretos e dos gramáticos e
dicionaristas esclarecidos (p. 52).

Sentenças Coordenadas e Correlatas e o Princípio de Paralelismo Gramatical

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PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO

Sentença: Uma Breve Abordagem

Como unidade da sintaxe, a sentença é estruturada por um verbo que se relaciona com o sujeito e seus
complementos (Castilho, 2011). Em outras palavras, a sentença tem como núcleo o verbo e seus ar-
gumentos – externo (sujeito) e interno (complementos). Vale ressaltar que os adjuntos, também, inte-
gram a sentença, mas não são selecionados pelo verbo. Aqui, o termo sentença equivale aos termos
frase, oração e período postulados pela Gramática Tradicional (doravante, GT).

Bechara (2004b), por exemplo, define a sentença a partir da ideia de enunciado, isto é: a sentença é
uma entonação com pausa inicial, sequência de unidades linguísticas sonoras e pausa final formadora
de sentido completo, podendo ser tanto uma frase nominal como um período simples ou composto.

Na escrita, a sentença, então, é marcada pelo emprego de letra inicial maiúscula, por uma sequência
de unidades linguísticas gráficas e pelos sinais de pontuação, conforme a sentença: O galo-da-campina
ergue a pouca escarlate fora do ninho (Bechara, 2004b, p. 406). Nessa abordagem sobre a sentença,
notadamente, o verbo pode ou não estar presente.

Quanto aos elementos constituintes da sentença, a GT, em geral e com algumas variáveis terminoló-
gicas, costuma afirmar que a sentença é constituída pelos seguintes termos sintáticos: os termos es-
senciais (sujeito e predicado (verbo e complemento)), os termos integrantes (complemento verbal (ob-
jeto direito e objeto indireto), complemento nominal e agente da passiva) e os termos acessórios (ad-
junto adverbial, adjunto adnominal e aposto). Ainda, segundo a GT, as sentenças interligam-se, em
geral, em dois arranjos sintáticos universais: a coordenação e a subordinação.

De um lado, para a GT, a independência de sentido e o desempenho das mesmas funções sintáticas
de certa combinação de sentenças ou de constituintes de uma sentença é o que constitui a coordena-
ção, podendo ser sindética (com a presença de conectivos) ou assindética (devido à ausência de co-
nectivos), como, respectivamente, nos exemplos de Cunha & Cintra (2008): “Grécia seduzia-o, mas
Roma dominava-o” (p. 610) e “As horas passam, os homens caem, a poesia fica.” (p. 607). Por outro
lado, a dependência de uma sentença com outra para formar sentido completo e o fato de uma sen-
tença exercer uma função sintática (sujeito, objeto, complemento nominal, etc.) Diante de outra é o que
caracteriza as sentenças subordinadas, conforme o exemplo de Cunha & Cintra (2008, p. 608): Mole-
que Nicanor arregalou os olhos e eu pensei que ia ouvir as pancadas do seu coração – as duas primei-
ras sentenças são coordenadas e a sentença subordinada que ia ouvir as pancadas do seu coração
funciona como objeto direto da sentença anterior.

A Coordenação:
Características Principais

Numa abordagem linguística sobre a coordenação, Mateus et al. (2003) dizem que a coordenação
caracteriza-se, principalmente, por apresentar núcleos ou constituintes plenamente expandidos, sintag-
mas ou frases exercendo as mesmas funções sintáticas e semânticas (p. 551), ou seja, pela presença
de paralelismos gramatical e semântico.

Para diferenciar a coordenação da subordinação, Mateus et al. (2003) acrescentam que, além da fun-
ção sintática, as sentenças subordinadas apresentam função temática (tema, adjunto de fim, de causa,
de tempo, etc.), o que não ocorre com os elementos da coordenação. Ainda, os elementos da coorde-
nação apresentam outra diferença quanto à subordinação: ausência de mobilidade frásica e não frá-
sica, conforme os exemplos extraídos de Mateus et al. (2003, p. 553):

Como se pode ver, as duas primeiras sentenças tornam-se agramaticais quando a segunda estrutura
frásica (aa) ou não frásica (bb) é posta em posição anterior à primeira, o que não ocorre com a sentença

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PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO

subordinada nos exemplos (c) e (cc). Mateus et al. (2003) alegam que os estudos da GT costumam
manipular os dados e não considerar a conjunção da sentença coordenada como parte integrante do
elemento ou da sentença que ele introduz na coordenação. Assim, em (aa) e (bb), pela GT, teríamos,
respectivamente: Não foram de férias, mas partiram para Algarve e Muitos alunos, mas poucos profes-
sores foram à reunião. Ou seja, sentenças gramaticais.

Apesar de considerar a mobilidade frásica e não frásica como estatuto da coordenação, Mateus et al.
(2003, p. 561) consideram a sentença a seguir como coordenada: O Luís anda cansado: deita-se tarde,
levanta-se cedo, trabalha demasiado! Entretanto, essa sentença coordenada apresenta bastante mo-
bilidade entre si, apesar da alteração semântica, como em: O Luís anda cansado: trabalha demasiado,
levanta-se cedo, deita-se tarde! Diferentemente ocorreria se a conjunção e fosse utilizada nessa sen-
tença e se fizermos o teste de mobilidade sintática aplicado nas sentenças (a), (b) e (c), como em “O
Luís anda cansado: deita-se tarde, levanta-se cedo e trabalha demasiado” para “O Luís anda cansado:
e trabalha demasiado, levanta-se cedo, deita-se tarde”.

Segundo Mateus et al. (2003), as conjunções são o núcleo das sentenças coordenadas. Assim, de
acordo com o valor semântico que expressam as conjunções, classificam as sentenças coordenadas
em três classes tidas como principais: copulativas ou aditivas, disjuntivas ou alternativas e contrajunti-
vas ou adversativas. Para Mateus et al. (2003), as conjunções copulativas ou aditivas sujeitam o valor
semântico de adição, são elas: as conjunções e e nem e os pares correlatos não só... Mas também,
não só... Como, tanto... Como. Já as conjunções disjuntivas ou alternativas sugerem uma escolha entre
os elementos da coordenação, tendo a conjunção ou por excelência. Ademais, integram essa classe
as conjunções correlativas ou... Ou, nem... Nem, ora... Ora, quer... Quer. Por fim, as conjunções con-
trajuntivas ou adversativas contrapõem semanticamente os elementos coordenados, são elas: mas,
senão, porém, todavia, contudo.

Ainda, Mateus et al. (2003) classificam os nexos de coordenação de sentenças a partir de três classes
de conectores: contrastivos, explicativos, conclusivos. Os conectores contrastivos caracterizam-se por
contrastar dois constituintes da coordenação, são eles: porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto.
Já os conectores explicativos e conclusivos apresentam uma relação de efeito-causa e de causa-efeito,
respectivamente, sendo que o primeiro constituinte produz o sentido de efeito e o segundo, de causa,
quando a sentença for constituída por conectores explicativos, tais como: pois, que, porque, porquanto.
Por outro lado, quando a sentença for constituída por conectores conclusivos, o sentido de causa é
produzido pelo primeiro constituinte da coordenação, enquanto o segundo constituinte produz o sentido
de efeito. São os conectores conclusivos: logo, pois (posposto)¸ assim, portanto, por isso, por conse-
guinte, por consequência.

Neste trabalho, só consideramos como sentenças coordenadas aquelas que apresentam conjunções.
As sentenças complexas coordenadas que não apresentam conjunções são consideradas sentenças
justapostas. Ainda, contrariando a perspectiva teórica de Mateus et al. (2003), não trataremos como
sentenças coordenadas aquelas que apresentam pares correlatos introduzindo sintagmas ou verbos
nas sentenças, conforme o exemplo a seguir: Tanto a Ana quanto o Miguel compraram alguns quadros
desse pintor. Tal sentença será denominada de sentença correlata.

Por que Justaposição e Correlação?

Contestando grande parte dos estudos da tradição gramatical, Garcia (2010) reconhece, apesar de
pouco discutir sobre elas, o estatuto das sentenças justapostas e correlatas, alegando que os estudos
normativos brasileiros costumam tratar esses dois processos sintáticos como variantes dos outros dois,
a coordenação e a subordinação, respectivamente. Sendo assim, vejamos:

As horas passam, os homens caem, a poesia fica (Cunha & Cintra, 2008, p. 607).

Tem mais samba no encontro que na espera (Chico Buarque).

Para a GT, as sentenças acima seriam assim classificadas como: (1) coordenação assindética, pois as
sentenças estão empregadas uma ao lado da outra sem a utilização de conectivos, e (2) subordinação
adverbial comparativa, pois considera o termo que na espera como adjunto adverbial da sentença que
o precede Tem mais samba no encontro, além disso, a conjunção que estabelece um elo comparativo
do termo que o sucede com termo que o antecede. Entretanto, numa perspectiva teórica que abarque
os quatros mecanismos sintáticos citados acima, isto é, a coordenação, a correlação, a justaposição e

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PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO

a subordinação, tais sentenças seriam assim classificadas: (1) sentença justaposta e (2) sentença cor-
relata comparativa.

A ausência de conectivos na justaposição de sentenças em (1) permite que a mobilidade dos verbos e
seus argumentos nessa sentença seja maior do que nas sentenças coordenadas propriamente ditas,
como, por exemplo: (1a) Os homens caem, a poesia fica, as horas passam ou (1b) Passam as horas,
caem os homens, fica a poesia, mas não em *Mas Roma dominava-o, Grécia seduzia-o. Vale ressaltar
que o valor semântico do texto poético em (1) é alterado quando movimentados os seus constituintes
em (1a) e em (1b), entretanto, essas sentenças não se tornam agramaticais como em *Mas Roma
dominava-o, Grécia seduzia-o.

A sentença (2), retirada de uma letra de música de Chico Buarque, é classificada pela GT como sen-
tença subordinada adverbial comparativa, pois segundo a lógica gramatical o conectivo que estabelece
uma comparação da sentença elidida que o sucede (tem mais samba na espera) com a sentença que
o precede (Tem mais samba no encontro). Entretanto, essa explicação deixa a desejar, pois, entre
outros fatores, não abarca a função do vocábulo mais no processo de construção da comparação pre-
sente na sentença. Para Castilho (2010), a sentença (2) seria classificada como sentença correlata
comparativa. Correlata porque os conectivos mais e que são indissociáveis, estabelecendo um relaci-
onamento simultâneo na construção semântica e sintática da sentença.

Em suma, essa monografia trabalha com a perspectiva teórica de que há quatro mecanismos de cone-
xão frásica que se caracterizam por apresentar: na coordenação, relação de equivalência gramatical e
semântica entre as sentenças coordenadas, o que implica em paralelismo gramatical e semântico, e a
presença de conectivos impossibilitando a mobilidade frásica; na correlação, relação de simultaneidade
entre os pares correlatos que influi sobre a sintaxe e a semântica da sentença e que implica em para-
lelismo gramatical e semântico; na justaposição, aposição de sentenças sem a presença de conectivos,
o que possibilita mobilidade frásica com alteração semântica, evidentemente; e, na subordinação, re-
lação de dependência entre sentenças.

Por fim, ressaltamos que esses mecanismos não se caracterizam apenas pelo que foi acima traçado,
porém, apenas esses traços são suficientes para os objetivos e o aporte teórico a que se propõe este
estudo

Paralelismo Gramatical, Coordenação e Correlação – Uma Análise

Retomando o nosso item de estudo, analisaremos a construção de sentenças coordenadas e de sen-


tenças correlatas a partir do princípio de paralelismo gramatical em produções textuais de estudantes
de ensino médio na cidade de Brasília. A modalidade do gênero textual produzido pelos jovens será
levada em consideração em nossa análise. Faz-se saber que nosso corpus é constituído de oito cartas
formais escritas por jovens distintos, sendo que as cartas foram endereçadas à coordenação de um
curso de redação para estudantes de ensino médio. Ademais, utilizaremos parte do arcabouço teórico
já defendido nas páginas anteriores deste estudo, principalmente, o que se refere às questões que
provocam a ausência de paralelismo gramatical mencionadas em nossa conclusão a respeito do tra-
balho desenvolvido por Cunha & Brito (2002), especificamente a ausência de paralelismo morfológico,
a manifestação da fala na escrita e a má formação de sentenças com pares correlatos.

A carta formal apresentada pelos estudantes de ensino médio à coordenação de um curso de leitura e
produção de textos é constituída de cabeçalho, corpo e fecho, conforme os padrões tradicionais. Po-
rém, o que se pretende analisar nas cartas é como a construção sintática favorece a argumentação
dos adolescentes que se candidatavam a vaga no curso, ou seja, analisar como e se o princípio de
paralelismo gramatical foi utilizado nas sentenças em que o estudante argumenta sobre o porquê da
sua participação no curso. Sobre a argumentação, Garcia (2009) afirma: é, em última análise, conven-
cer ou tentar A carta formal apresentada pelos estudantes de ensino médio à coordenação de um curso
de leitura e produção de textos é constituída de cabeçalho, corpo e fecho, conforme os padrões tradi-
cionais. Porém, o que se pretende analisar nas cartas é como a construção sintática favorece a argu-
mentação dos adolescentes que se candidatavam a vaga no curso, ou seja, analisar como e se o
princípio de paralelismo gramatical foi utilizado nas sentenças em que o estudante argumenta sobre o
porquê da sua participação no curso. Sobre a argumentação, Garcia (2009) afirma: é, em última análise,
convencer ou tentar convencer mediante a apresentação de razões, em face da evidência das provas
e a luz de um raciocínio coerente e consistente (p.380). Dito isso, começamos.

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PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO

4.1 Uma Análise a Partir do Gênero Carta Formal

As cartas analisadas apresentaram um grande número de sentenças coordenadas, bem como de ter-
mos gramaticais coordenados. Os desvios estritos de paralelismo gramatical nessas sentenças são
oriundos da não padronização morfológica nas sentenças, ou seja, originam-se da ausência de para-
lelismo morfológico, conforme os exemplos:

Tal curso será de grande valia profissional, creditando-me maiores conhecimentos redacionais e literá-
rios e possibilitar-me-á uma maior probabilidade de ingresso na Universidade de Brasília.

O objetivo do curso é melhorar a escrita e aprimorar produções de texto entre adolescentes (...).

O caso (1) apresenta ausência de paralelismo morfológico na flexão verbal: o primeiro verbo, no ge-
rúndio, apresenta uma ênclise, ou seja, o pronome oblíquo átono vem após o verbo. Já o segundo
verbo, no futuro, apresenta uma mesóclise, ou seja, o pronome oblíquo átono aparece dentro do verbo.
Mantendo o paralelismo gramatical sentencial e textual, o texto pode assim ser reescrito: Tal curso será
de grande valia, creditando-me maiores conhecimentos redacionais e literários e possibilitando-me in-
gressar na Universidade de Brasília.

No caso (2) há ausência de paralelismo gramatical sentencial devido a uma não assimilação semântica
dos termos escrita e produção de textos, o que fez a autora do texto tratar esses termos como fenôme-
nos distintos, quebrando, assim, o paralelismo sintático entre os verbos melhorar e aprimorar da sen-
tença. Além disso, não há paralelismo morfológico entre os termos a escrita e produções de textos. A
sentença (2) pode assim ser reescrita: o objetivo do curso é melhorar e aprimorar a escrita entre ado-
lescentes ou o objetivo do curso é melhorar e aprimorar a produção de textos entre adolescentes.

Quanto aos termos gramaticais, houve um problema generalizado de paralelismo gramatical causado
pela elipse de item lexical (oriunda da manifestação da fala na escrita), conforme os exemplos: (a) ter
um novo ou melhor conhecimento e (b) uma importante ferramenta para a interpretação e construção
de textos. Uma reescrita adequada para essas sentenças pode ser: um novo ou um melhor conheci-
mento e uma importante ferramenta para a interpretação e a construção de textos.

Por outro lado, percebemos que os problemas de paralelismo gramatical apresentado por algumas
cartas não é fruto de uma deficiência linguística dos estudantes para a construção de sentenças coor-
denadas em si, mas sim de problemas que dizem respeito à lógica, à semântica e à precisão vocabular,
ou seja, dizem respeito a mecanismos intelectuais e linguísticos que estão em desenvolvimento/ama-
durecimento na adolescência.10 Vejamos isso a partir da carta (Carta 1) de uma estudante. A Carta 1
apresentou apenas um parágrafo composto de uma coordenada explicativa com a conjunção pois e
uma oração simples (em que agradece a disposição da organização do curso em ofertá-lo gratuita-
mente). Vejamos a sentença coordenada: O motivo pelo qual venho inserir minha solicitação de uma
vaga no curso (...) É de suma importância, pois é sempre bom ter um novo ou melhor conhecimento
sobre o que mais nos implica no futuro.

Nota-se que a estudante optou por introduzir a coordenada explicativa com a conjunção pois, o que
corrobora a argumentação de Mateus et al. (2003) quando alegam que a conjunção pois introduz o
sentido de causa, ou seja, a causa pela qual se solicita a participação no curso é a de que o curso trata
de um conhecimento que tem efeitos positivos em toda a vida (presente e futura) da requerente. Entre-
tanto, a desnecessária locução verbal (venho inserir), a elipse de um artigo indefinido antes do vocábulo
melhor e o trecho mal elaborado conhecimento sobre o que mais nos implica no futuro revelam a ima-
turidade da estudante em organizar linguisticamente suas ideias e sua argumentação. Uma reescrita
adequada da sentença acima, mantendo os padrões de escrita e de pensamento da estudante, pode
ser: O motivo pelo qual solicito uma vaga no curso (...) É de suma importância, pois é sempre bom ter
um novo ou um melhor conhecimento sobre algo que tanto influencia em nosso futuro.

Outro exemplo de que a ausência de paralelismo gramatical (e semântico) causada pela imaturidade
intelectual e linguística dos estudantes está nessa sentença em que há coordenação entre sintagmas
preposicionais: Os motivos que me levam a pedir-lhe isso advêm dos resultados de minha auto-avalia-
ção e daquela feita por meus amigos e parentes sobre minhas habilidades em redação. Uma reescrita
menos confusa dessa sentença pode ser: Os motivos da minha solicitação advêm dos resultados de
avaliações feitas por mim e por meus amigos e parentes sobre minhas habilidades em redação.

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PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO

As cartas, em sua maioria, apresentaram apenas duas variantes da coordenação: a coordenação adi-
tiva e a coordenação explicativa, o que é plausível, pois apenas esses tipos de coordenação, além,
talvez, da coordenação conclusiva, poderiam auxiliar os estudantes na argumentação da carta. Res-
salta-se que nos dois tipos de coordenação (aditiva e explicativa) foram utilizadas apenas as conjun-
ções e e pois, respectivamente.

Garcia (2009) alega que a conclusão dos textos argumentativos devem ser com partículas típicas de
uma conclusão, como as conjunções conclusivas logo e, portanto, Entretanto, devido o pequeno tama-
nho das cartas formais e o fato de elas exigirem uma justificativa (e não uma conclusão especifica-
mente) para a concessão de uma vaga no curso, torna-se pouco necessário a utilização de coordena-
das conclusivas, pois não há a necessidade de expor evidências (dados, exemplos, testemunhos e
ilustrações) para, por fim, concluir-se algo sobre o que foi evidenciado, conforme explica Garcia (2009).

Inusitadamente, um estudante utilizou uma coordenada conclusiva em seu texto. Vejamos trechos que
elucidam o feito do aluno: O neoliberalismo, nova ideologia adotada pelo mundo, exige cada vez mais
mão de obra altamente qualificada (...) Antigamente se uma pessoa tinha um diploma de nível superior
(...) A possibilidade de entrar no mercado de trabalho era grande, hoje (...) É necessário (...) Uma pós-
graduação, um mestrado (...) Portanto, solicito uma vaga (...).

É fato que o autor da carta acima equivocou-se em sua exposição de evidências para argumentar a
favor de seu ingresso no curso pretendido. Entretanto, esse exemplo serve-nos para mostrar que a
maioria dos estudantes preferiu ser mais direta em suas cartas, apresentando, inicialmente, coordena-
das aditivas (para adicionar informações, ideais e opiniões) e, por fim, coordenadas explicativas (para
justificar os motivos para obter uma vaga no curso), conforme a carta de um estudante: Fui aconselhado
por eles a exercitar-me nesta faculdade (da escrita), buscando produzir mais textos e estando mais
atento aos meus erros de escrita. (...) Serei grandemente ajudado se obter uma vaga, pois preciso
saber produzir bons textos tanto para o vestibular quanto para a carreira que pretendo seguir (...).

Por seu turno, a correlação apareceu, principalmente, nas formas com o par correlato tanto... Quanto
e com o par correlato tanto... Como. Essas duas formas apresentaram o mesmo valor semântico e
sintático, bem como concorreram entre si, o que pode ser observado em uma das cartas em que o
aluno risca o correlato como e o substitui pelo correlato quanto: (...) Me providenciará tanto um ambiente
propício para a prática da escrita de textos como quanto os devidos conhecimentos e ferramentas de
que poderei dispor para tal. Ademais, houve correlação apenas com os pares ou... Ou, utilizado para a
alternância de sintagmas e de ideias. Diferentemente do que apontaram Cunha & Brito (2002), apesar
de poucas, as sentenças com pares correlatos presentes no corpus deste trabalho não apresentaram
erro devido à ausência de assimilação dos pares nem devido à omissão ou inadequação desses.

A quebra de paralelismo gramatical apresentada em um dos termos correlatos foi causada pela desne-
cessária utilização de uma vírgula para separar os pares correlatos e os sintagmas nominais que eles
introduzem: (...) Grande importância da escrita em nossa vida, tanto cotidiana como profissional, (...).
Assim, podemos, também, alegar que o desconhecimento das regras de pontuação da língua portu-
guesa gera a quebra de paralelismo gramatical tanto na correlação como na coordenação, de acordo
com o exemplo: Pretendo desenvolver o máximo possível, dentro do que for empregado aos alunos. A
fim de agregar e otimizar o conteúdo passado.

Em suma, os problemas apontados neste capítulo quanto à ausência de paralelismo gramatical e, con-
sequentemente, desvios na construção de sentenças coordenadas e de sentenças correlatas pelos
estudantes de ensino médio são:

A ausência de paralelismo (morfológico) nas terminações flexionais dos sintagmas nominais (substan-
tivos e adjetivos) e dos sintagmas verbais;

A manifestação de aspectos da fala, como a omissão e a elipse de certos termos gramaticais (artigos
e preposições, principalmente), na escrita;

A imaturidade intelectual e linguística dos alunos na expressão do pensamento;

E, finalizando, o desconhecimento das regras de pontuação da língua portuguesa.

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PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO

A ausência de paralelismo morfológico (por exemplo, na conjugação dos verbos), também, pode ser
inserida na questão da manifestação da fala na escrita, pois na fala não atentamos em realizar cons-
truções paralelísticas. Entretanto, optamos por expressar como manifestação da fala na escrita apenas
as omissões ou elipses de item lexical. Acreditamos que o ensino e o aprendizado de construções com
paralelismo morfológico para estudantes de ensino médio devem diferir daquele que o ensina a eliminar
certos traços da oralidade da sua escrita, como a elipse de termos (por considerá-los implícitos) e a
colocação pronominal, apontadas por Cunha & Brito (2002).

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PONTUAÇÃO

Pontuação

Os sinais de pontuação são recursos de linguagem empregados na língua escrita edesempenham a


função de demarcadores de unidades e de sinalizadores de limitesde estruturas sintáticas nos tex-
tos escritos. Assim, os sinais de pontuação cumprem o papel dos recursos prosódicos, utilizados na
fala para darmos ritmo, entoação e pausas e indicarmos os limites sintáticos e unidades de sentido.

Como na fala temos o contato direto com nossos interlocutores, contamos também com nossos ges-
tos para tentar deixar claro aquilo que queremos dizer. Na escrita, porém, são os sinais de pontuação
que garantem a coesão e a coerência interna dos textos, bem como os efeitos de sentidos dos enun-
ciados.

Vejamos, a seguir, quais são os sinais de pontuação que nos auxiliam nos processos de escrita:

Ponto ( . )

Indicar o final de uma frase declarativa:

Gosto de sorvete de goiaba.

b) Separar períodos:

Fica mais um tempo. Ainda é cedo.

c) Abreviar palavras:

Av. (Avenida)

V. Ex.ª (Vossa Excelência)

p. (página)

Dr. (doutor)

Dois-pontos ( : )

Iniciar fala de personagens:

O aluno respondeu:

– Parta agora!

b) Antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que explicam


e/ou resumem ideias anteriores.

Esse é o problema dos caixas eletrônicos: não tem ninguém para auxiliar os mais idosos.

Anote o número do protocolo: 4254654258.

c) Antes de citação direta:

Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja
infinito enquanto dure.”

Reticências ( ... )

Indicar dúvidas ou hesitação:

Sabe... andei pensando em uma coisa... mas não é nada demais.

b) Interromper uma frase incompleta sintaticamente:

Quem sabe se tentar mais tarde...

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PONTUAÇÃO

c) Concluir uma frase gramaticalmente incompleta com a intenção de estender a reflexão:

“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecí-
lia - José de Alencar)

d) Suprimir palavras em uma transcrição:

“Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros - Raimundo Fagner)

Parênteses ( )

Isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo, datas e também podem substituir a vírgula
ou o travessão:

Manuel Bandeira não pôde comparecer à Semana de Arte Moderna (1922).

"Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois duma
grande tormenta no fim do verão.” (O milagre das chuvas no Nordeste- Graça Aranha)

Ponto de Exclamação ( ! )

Após vocativo

Ana, boa tarde!

b) Final de frases imperativas:

Cale-se!

c) Após interjeição:

Ufa! Que alívio!

d) Após palavras ou frases de caráter emotivo, expressivo:

Que pena!

Ponto de Interrogação ( ? )

Em perguntas diretas:

Quantos anos você tem?

b) Às vezes, aparece com o ponto de exclamação para enfatizar o enunciado:

Não brinca, é sério?!

Vírgula ( , )

De todos os sinais de pontuação, a vírgula é aquele que desempenha o maior número de fun-
ções. Ela é utilizada para marcar uma pausa do enunciado e tem a finalidade de nos indicar que os
termos por ela separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam uma uni-
dade sintática. Por outro lado, quando há umarelação sintática entre termos da oração, não se pode
separá-los por meio de vírgula.

Antes de explicarmos quais são os casos em que devemos utilizar a vírgula, vamos explicar primeiro
os casos em que NÃO devemos usar a vírgula para separar os seguintes termos:

Sujeito de Predicado;

Objeto de Verbo;

Adjunto adnominal de nome;

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PONTUAÇÃO

Complemento nominal de nome;

Predicativo do objeto do objeto;

Oração principal da Subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na
ordem inversa).

Casos em que devemos utilizar a vírgula:

A vírgula no interior da oração

Utilizada com o objetivo de separar o vocativo:

Ana, traga os relatórios.

O tempo, meus amigos, é o que nos confortará.

b) Utilizada com o objetivo de separar apostos:

Valdirene, minha prima de Natal, ligou para mim ontem.

Caio, o aluno do terceiro ano B, faltou à aula.

c) Utilizada com o objetivo de separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado:

Quando chegar do trabalho, procurarei por você.

Os políticos, muitas vezes, são mentirosos.

d) Utilizada com o objetivo de separar elementos de uma enumeração:

Estamos contratando assistentes, analistas, estagiários.

Traga picolé de uva, groselha, morango, coco.

e) Utilizada com o objetivo de isolar expressões explicativas:

Quero o meu suco com gelo e açúcar, ou melhor, somente gelo.

f) Utilizada com o objetivo de separar conjunções intercaladas:

Não explicaram, porém, o porquê de tantas faltas.

g) Utilizada com o objetivo de separar o complemento pleonástico antecipado:

A ele, nada mais abala.

h) Utilizada com o objetivo de isolar o nome do lugar na indicação de datas:

Goiânia, 01 de novembro de 2016.

Utilizada com o objetivo de separar termos coordenados assindéticos:

É pau, é pedra, é o fim do caminho.

Utilizada com o objetivo de marcar a omissão de um termo:

Ele gosta de fazer academia, e eu, de comer. (omissão do verbo gostar)

Casos em que se usa a vírgula antes da conjunção e:

Utilizamos a vírgula quando as orações coordenadas possuem sujeitos diferentes:

Os banqueiros estão cada vez mais ricos, e o povo, cada vez mais pobre.

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PONTUAÇÃO

2) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” repete-se com o objetivo de enfatizaralguma ideia
(polissíndeto):

E eu canto, e eu danço, e bebo, e me jogo nos blocos de carnaval.

3) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” assume valores distintos que não retratam sentido de
adição (adversidade, consequência, por exemplo):

Chorou muito, e ainda não conseguiu superar a distância.

A vírgula entre orações

A vírgula é utilizada entre orações nas seguintes situações:

Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas:

Meu filho, de quem só guardo boas lembranças, deixou-nos em fevereiro de 2000.

b) Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das orações inicia-
das pela conjunção “e”:

Cheguei em casa, tomei um banho, fiz um sanduíche e fui direto ao supermercado.

Estudei muito, mas não consegui ser aprovada.

c) Para separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se


estiverem antepostas à oração principal:

"No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o
gancho." (O selvagem - José de Alencar)

d) Para separar as orações intercaladas:

"– Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em estar plantando-a...”

e) Para separar as orações substantivas antepostas à principal:

Quando sai o resultado, ainda não sei.

Ponto e vírgula ( ; )

Utilizamos ponto e vírgula para separar os itens de uma sequência de outros itens:

Antes de iniciar a escrita de um texto, o autor deve fazer-se as seguintes perguntas:

O que dizer;

A quem dizer;

Como dizer;

Por que dizer;

Quais objetivos pretendo alcançar com este texto?

Utilizamos ponto e vírgula para separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordena-
das nas quais já se tenha utilizado a vírgula:

“O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente
vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde
moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso."
(O Visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay)

Travessão ( — )

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PONTUAÇÃO

Utilizamos o travessão para iniciar a fala de um personagem no discurso direto:

A mãe perguntou ao filho:

— Já lavou o rosto e escovou os dentes?

b) Utilizamos o travessão para indicar mudança do interlocutor nos diálogos:

— Filho, você já fez a sua lição de casa?

— Não se preocupe, mãe, já está tudo pronto.

c) Utilizamos o travessão para unir grupos de palavras que indicam itinerários:

Disseram-me que não existe mais asfalto na rodovia Belém—Brasília.

d) Utilizamos o travessão também para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:

Pelé — o rei do futebol — anunciou sua aposentadoria.

Aspas ( “ ” )

As aspas são utilizadas com as seguintes finalidades:

Isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões,
neologismos, arcaísmos e expressões populares:

A aula do professor foi “irada”.

Ele me pediu um “feedback” da resposta do cliente.

b) Indicar uma citação direta:

“Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz
a mala”. (O prazer de viajar - Eça de Queirós)

FIQUE ATENTO!

Caso haja necessidade de destacar um termo que já está inserido em uma sentença destacada por
aspas, esse termo deve ser destacado com marcação simples ('), não dupla (").

Veja agora algumas observações relevantes:

Dispensam o uso da vírgula os termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem.

Observe:

Preferiram os sorvetes de creme, uva e morango.

Não gosto nem desgosto.

Não sei se prefiro Minas Gerais ou Goiás.

Caso os termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem aparecerem repetidos, com a fina-
lidade de enfatizar a expressão, o uso da vírgula é, nesse caso, obrigatório.

Observe:

Não gosto nem do pai, nem do filho, nem do cachorro, nem do gato dele.

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TERMOS DE ORAÇÃO

Termos Essenciais Da Oração

Os termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado. É em torno desses dois elementos que
as orações são estruturadas.

O elemento a quem se declara algo é denominado sujeito. Na estrutura da oração, o sujeito é o


elemento que estabelece a concordância com o verbo. Por sua vez, o predicado é tudo aquilo que se
diz sobre o sujeito.

Para fixar!

Sujeito = o ser sobre o qual se declara alguma coisa.


Predicado = o que se declara sobre o sujeito.

Na oração, sujeito e predicado funcionam assim:

Exemplo 1:

 As ruas são intransitáveis.

 Sujeito: as ruas

 Verbo: são

 Predicado: são intransitáveis (este é um predicado nominal e abaixo você vai entender o porquê!)

Exemplo 2:

 Os alunos chegaram atrasados novamente.

 Sujeito: os alunos

 Verbo: chegaram

 Predicado: chegaram atrasados novamente

Sujeito

Núcleo Do Sujeito

Núcleo do sujeito é a palavra com carga mais significativa em torno do sujeito. Quando o sujeito é
formado por mais de uma palavra, há sempre uma com maior importância semântica.

Exemplo:

 O garoto logo percebeu a festa que o esperava.

 Sujeito: O garoto

 Núcleo do sujeito: garoto

 Predicado: logo percebeu a festa que o esperava

O núcleo do sujeito pode ser expresso por substantivo, pronome substantivo, numeral substantivo ou
qualquer palavra substantivada.

Exemplo de substantivo:

A casa foi fechada para reforma.


Sujeito: A casa
Núcleo do sujeito: casa
Predicado: foi fechada para reforma.

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TERMOS DE ORAÇÃO

Exemplo de pronome substantivo:

Eles não gostam de carne vermelha.


Sujeito: Eles
Núcleo do sujeito: Eles
Predicado: não gostam de carne vermelha.

Exemplo de numeral substantivo:

Três excede.
Sujeito: Três
Núcleo do sujeito: Três
Predicado: excede.

Exemplo de palavra substantivada:

Um oi foi expresso rapidamente.


Sujeito: Um oi
Núcleo do sujeito: oi
Predicado: foi expresso rapidamente.

Tipos De Sujeito

O sujeito pode ser determinado (simples, composto, oculto), indeterminado ou inexistente.

Sujeito simples

Quando possui um só núcleo. Ocorre quando o verbo se refere a um só substantivo ou um só


pronome, ou um só numeral, ou a uma só palavra substantivada.

Exemplo:

O desenho em nanquim será sempre uma expressão admirada.


Sujeito: O desenho em nanquim
Núcleo: desenho
Predicado: será sempre uma expressão admirada.

Sujeito Composto

Com mais de um núcleo. As orações com sujeito composto são compostas por mais de um pronome,
mais de um numeral, mais de uma palavra ou expressão substantivada ou mais de uma oração
substantivada.

Exemplo:

Cristina, Marina e Bianca fazem balé no Teatro Municipal.


Sujeito: Cristina, Marina e Bianca
Núcleo: Cristina, Marina, Bianca
Predicado: fazem balé no Teatro Municipal.

Sujeito Oculto

Ocorre quando o sujeito não está materialmente expresso na oração, mas pode ser identificado pela
desinência verbal ou pelo período contíguo.

Também é chamado de sujeito elíptico, desinencial ou implícito.

Exemplo:

Estávamos à espera do ônibus.


Sujeito oculto: nós
Desinência verbal: estávamos

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TERMOS DE ORAÇÃO

Sujeito Indeterminado

O sujeito indeterminado ocorre quando não se refere a um elemento identificado de maneira clara. É
observado em três casos:

 quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, sem que o contexto permita identificar o sujeito;

 quando um verbo está na 3.ª pessoa do singular acompanhado do pronome (se);

 quando o verbo está no infinitivo pessoal.

Sujeito Inexistente

A oração sem sujeito ocorre quando a informação veiculada pelo predicado está centrada em um
verbo impessoal. Por isso, não há relação entre sujeito e verbo.

Exemplo:

Choveu muito em Manaus.


Predicado: Choveu muito em Manaus

Predicado

O predicado pode ser verbal, nominal ou verbo-nominal.

Predicado Verbal

O predicado verbal ocorre quando o núcleo da informação veiculada pelo predicado está contido em
um verbo significativo que pode ser transitivo ou intransitivo. Nesse caso, a informação sobre o
sujeito está contida nos verbos.

Exemplo:

O entregador chegou.
Predicado verbal: chegou.

Predicado Nominal

O predicado nominal é formado por um verbo de ligação + predicativo do sujeito.

Exemplo:

O entregador está atrasado.


Predicado nominal: está atrasado.

Predicado Verbo-Nominal

O predicado verbo-nominal apresenta dois núcleos: o verbo transitivo ou intransitivo + o predicativo


do sujeito ou predicativo do objeto.

Exemplo:

A menina chegou ofegante à ginástica.


Sujeito: A menina
Predicado verbo-nominal: chegou ofegante à ginástica.

Complemente sua pesquisa com a leitura dos artigos:

 Termos Constituintes da Oração

 Termos Integrantes da Oração

 Termos Acessórios da Oração

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TERMOS DE ORAÇÃO

 Função Sintática

 Análise Sintática

Exercícios

1. (EMM) Há predicado verbo-nominal em:

a) Ela descansava em casa.


b) Todos cumpriram o juramento
c) Ele vinha preocupado.
d) Ele está abatido
e) Ela marchava alegremente.

Alternativa c: Ele vinha preocupado.

2. (EMM) A única oração com sujeito simples é:

a) Existem algumas dúvidas.


b) Compraram-se livros e revistas.
c) Precisa-se de ajuda.
d) Faz muito frio.
e) Há alguns problemas.

Alternativa a: Existem algumas dúvidas.

3. (PUC-SP) – O verbo ser, na oração:

“Eram cinco horas da manhã...”, é:

a) pessoal e concorda com o sujeito indeterminado.


b) impessoal e concorda com o objeto direto.
c) impessoal e concorda com o sujeito indeterminado.
d) Impessoal e concorda com a expressão numérica.
e) Pessoal e concorda com a expressão numérica.

Alternativa d: Impessoal e concorda com a expressão numérica.

4. (PUC-PR) Sobre o exemplo: "A lua brilhou alegre no céu", afirmamos que:

I. O verbo brilhar é intransitivo.


II. O verbo brilhar é transitivo direto.
III. O verbo brilhar é transitivo indireto.
IV. O predicado é nominal.
V. O predicado é verbal.
VI. O predicado é verbo-nominal.

a) Estão corretas I e VI.


b) Estão corretas I e V.
c) Estão corretas II e V.
d) Está correta apenas IV.
e) Estão corretas III e VI.

Alternativa a: Estão corretas I e VI.

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GÊNEROS DISCURSIVOS

Gêneros Discursivos

Um exercício com gêneros discursivos que desenvolva um trabalho no interior do texto, levando em
consideração as suas condições de produção, será capaz de proporcionar posicionamento na discur-
sividade em que o aluno se inclui, partindo, evidentemente, da ação individual para a ação social — de
uma interpretação até uma mobilização.

Chegando a tais proporções, a língua transposta, apesar de ainda sofrer ressonâncias de sua origem,
torna-se uma espécie de imagem da língua estrangeira, com existência e materialidade. A presença
efetiva dessa língua-imagem no ambiente escolar pode alterar mais do que a relação do sujeito com a
língua, porque, da nossa posição, o que há não é o relacionamento sujeito—língua e sim a pertença
destes entes. Perturbar ou até cindir a própria língua seria então, atuar diretamente com estes sujeitos
aprendizes. Ainda que redundante, cita-se aqui a presença do termo com hífen em alguns trabalhos
“sujeito-falante” para designar essa inerência.

A partir da frase “La lengua no pertenece”, de Jacques Derrida, Cassin (2014, p. 15) reflete:

[…] cuando ustedes la hablan (la lengua), pertenecen a ella tanto como ella les pertenece a ustedes.
Dentro de ella, siempre es posible inventar, pero en el fondo, a través de ustedes, gracias a ustedes,
es ella la que no deja de inventarse. No son ustedes los que la poseen, es ella la que los obliga y los
hace a ustedes.

Aqui, permite-se fazer uma alusão dessa explicação didática de Cassin (2014) com as duas ilusões
que se originaram nas formulações que Pêcheux (2002) havia feito no principiar da teoria da Análise
do Discurso de linha francesa, das quais este trabalho traz interpretadas por Eni Orlandi— a primeira:
“a ilusão de o sujeito ser fonte de seu discurso”; e a segunda: “a ilusão da realidade do seu pensa-
mento”, isto é, “o que eu disse só pode significar X” (ORLANDI, 1988 apud CELADA, 2002, p. 39).

Cotejando essas duas observações, tem-se que uma falsa aparência de posse e criatividade na língua,
a que todos são assujeitados, repercute nos ideais de que alguém é sempre fonte de discursos, num
sentido que seria sempre do individual para o coletivo, quando na verdade ocorre o contrário — a
sociedade, ideológica e historicamente, constrói a língua, que constrói, por sua vez, os sujeitos que a
usam.

Voltando ao texto de Cassin (2014), a autora começa a organizá-lo para uma crítica ao ensino de
línguas que acredita “possuir a língua”, métodos comunicativos que criam enunciados e se deixam
criar, sem buscar a língua em sua natureza, em sua autenticidade8: “rara vez se enseña a escuchar la
lengua en sus textos y en sus poemas. Entonces, de alguna manera, no la van a tener en el oído, o en
el cuerpo, o no van a disfrutar de ella de manera auténtica.” (CASSIN, 2014, p. 16)

Da perspectiva lacaniana, segundo Nasio (1995, p. 101 apud BERTOLDO, 2003, p. 92), essa não per-
tença da língua pelo sujeito que nela se inscreve, representa uma inversão no processo da aprendiza-
gem. O movimento cujo causador era esse sujeito, passa a ser o outro. Aqui, é o estrangeiro quem
transformará o aprendiz. Examinando, como exemplo desta contraversão, a relação de um sujeito com
o discurso do outro, vê-se que, ao ouvir ou ler um discurso, o sujeito não é apenas agente de interpre-
tação, injetor de sentidos; ele é tocado em sua sensibilidade, o discurso também lhe impõe sentidos.
Por isso, discurso é “efeito de sentidos entre locutores” (ORLANDI, 2005, p. 21).

Nesse sentido, a linguística aplicada procura orientações para um ensino que se fundamente nestes
materiais autênticos e isso se reflete nos materiais didáticos, que trazem sempre propostas a partir de
textos, em sua maioria, produzidos em situação real. Uma proposta para trabalhar com gêneros textuais
e discursivos não deve ser encarada como um simples pretexto para apresentar outro fim; como, em
concordância às afirmações acima, diz Bruno (2014, p. 11), o gênero por si próprio é um todo significa-
tivo, de formas e conteúdo, a materialização do percurso histórico de grupos sociais.

Um Panorama Das Teorias Dos Gêneros Discursivos

O que Bakhtin (1999, p. 43) chamava em seu “Marxismo e filosofia da linguagem” (1929), de "gêneros
linguísticos” e definia por “respeito ou adaptação às formas de discurso a que cada época produz”,
mais tarde em sua “Estética da criação verbal” (1979), seria o mote para um estudo em particular. Em
um dos capítulos desta última obra, cujo próprio título é “Os gêneros do discurso” (1979), a definição

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GÊNEROS DISCURSIVOS

mais própria para gênero discursivo é “tipos relativamente estáveis de enunciados”, subjazidos pelas
“práticas sociais” (2003, p. 262).

A princípio, Bakhtin (2003) traz uma reflexão a respeito da generalidade da linguagem na extensão dos
mais diversos campos da atividade humana. Com essa extensão, Bakhtin (2003) lança luzes ao para-
doxo linguístico do poder sobre a linguagem: quem cria e quem altera a língua, o indivíduo ou a totali-
dade social? Ele responde que todo enunciado é fundamentado por modelos que são determinados
sempre da criação às mudanças por cada campo de utilização; ou seja, o social precede o individual.

Dada a pretensão de formar uma teoria sobre os gêneros discursivos, logo, inicia-se um processo de
decomposição, que pretende organizar e compreender elementos composicionais, entendidos nas
suas especificidades pelo contraste entre parcelas do objeto original. Bakhtin (2003) propõe a primeira
divisão de gêneros primários e secundários.

Os primeiros são os simples, criados, sobretudo, nos diálogos cotidianos; seu caráter imediato provoca
muitas variações na forma, um inconsciente desvio dos gêneros discursivos. Os secundários, por sua
vez, são os complexos, criados por reelaboração e apropriação dos gêneros primários; pertencem, em
sua maior parcela, à modalidade escrita.

Em progressão a este raciocínio, o autor reconhece a situação em que se produz um gênero discursivo
como fator constitutivo do mesmo. A relação feita entre forma e “Direcionamento”, “endereçamento” e
“destinatário” (BAKHTIN, 2003, p. 305) é o que revela esse aprofundamento do filósofo russo. Um
estudo que teria dado início ao que a Análise do Discurso de linha francesa pormenorizaria nas forma-
ções imaginárias.

Para terminar sua discussão, Bakhtin (2003) chama a atenção aos estudos da linguagem, que devem
sempre partir do texto, e ademais, deixa implícita a necessidade de se trabalhar com objetos autênticos,
quando diz que um texto é “irreprodutível” (Ibidem, p. 335).

No domínio acadêmico, Bakhtin aparece como peça central na teoria dos gêneros discursivos, por ter
sido tanto o precursor em seus estudos para além do campo literário, como também, o que mais pro-
fundamente a detalhou. Mas o que fica bastante claro de sua obra é a fecundidade do campo em que
se começava a trabalhar, e isto será demonstrado pelos seus sucessores.

A teoria mais próxima do presente trabalho (nos sentidos temporal e espacial) é a que Marcuschi ela-
bora na Linguística de Texto. Bastante preocupado com o ensino-aprendizagem de línguas, Marcuschi
(2008) continua didaticamente a decompor o que Bakhtin havia começado. Por exemplo, enquanto que
Bakhtin (2003, p. 262-263) desenvolve o conceito de “esferas ou campos da atividade humana” tra-
zendo três exemplos: os “literários”, “do cotidiano” e “publicísticos”, Marcuschi (2008, p. 158) sistema-
tiza doze campos diferentes, aos quais (devido sua vertente teórica), define por “domínios discursivos”.

Desta forma, pensando na complexa constituição dos gêneros, Marcuschi (2008) propõe a organização
de três categorias: o suporte, os tipos textuais (ou sequências tipológicas) e o domínio discursivo. O
suporte é o espaço em que um gênero se realiza e pode, muitas vezes, alterar a funcionalidade de um
gênero, isto é, a essência de sua identidade (MARCUSCHI, 2008, p. 179).

O suporte de uma notícia, por exemplo, pode ser uma página online ou a página de um jornal impresso,
alcançando diferentes públicos e produzindo sentidos distintos. Portanto, para Marcuschi (2008), a de-
finição de um gênero tem por princípio sua função social e não sua forma (abstração). Os tipos textuais,
por sua vez, são organizações estritamente linguísticas, eles são “definidos por suas funções retóricas”
(Ibidem, p. 154-155). Faz parte desta categoria uma pequena porção de subcategorias: a narração, a
argumentação, a exposição, a descrição e a injunção. Quanto ao domínio discursivo, categoria focada
para a análise neste trabalho:

[...] não lidamos propriamente com textos e sim com formações históricas e sociais que originam os
discursos. Eles ainda não se acham bem definidos e oferecem alguma resistência, mas seguramente,
sua definição deveria ser na base de critérios etnográficos, antropológicos e sociológicos e históricos
(MARCUSHI, 2008, p. 158).

O que chamou a atenção para a escolha deste critério foi a possibilidade de relacioná-lo com as “for-
mações históricas e sociais” trazida por Bakhtin (1999) e que a Análise do Discurso conceituaria nas
“formações ideológicas”, conjunto (até mesmo contraditório) de ideologias que todo sujeito carrega no

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GÊNEROS DISCURSIVOS

curso da História em que está inserido. Relacionam-se ambos os estudos, por meio da observação que
Weber (2001) fizera sobre as “esferas sociais” (ou domínios discursivos), de que cada uma surge do
conflito social no interior mesmo de uma dessas esferas.

Uma investigação da presença desses domínios discursivos pode dar luz à consciência das ideologias
presentes em um campo social; objetivo que se tem com a análise do discurso escolar. Os domínios
discursivos que Marcuschi traz são: instrucional (científico, acadêmico e educacional), jornalístico, reli-
gioso, da saúde, comercial, industrial, jurídico, publicitário, do lazer, interpessoal, militar e ficcional.

Gêneros Discursivos no PNLD 2015

Será observada neste item, a presença do tema gêneros discursivos: i. no Guia do PNLD de língua
espanhola, documento oficial que expõe o processo de avaliação dos livros didáticos da disciplina; ii.
nas duas obras aprovadas pelo Programa para o período de 2015 a 2017.

A princípio, o Guia do PNLD (BRASIL, 2014, p. 10-11) coloca os critérios de eliminação das obras de
espanhol que foram inscritas para participar do Programa. Neste espaço, dá-se uma forte relevância
ao trabalho com gêneros discursivos, mas em um discurso pouco explicativo e que aborda mais aspec-
tos quantitativos que qualitativos: “Contempla variedade de gêneros do discurso, concretizados por
meio de linguagem verbal, não verbal ou verbo-visual, caracterizadora de diferentes formas de expres-
são na língua estrangeira e na língua nacional” (BRASIL, 2014c, p. 12. grifo nosso).

E mais adiante: “apresenta atividades complementares para o desenvolvimento tanto da compreensão


como da produção em língua estrangeira, mantendo-se os critérios de diversidade de gêneros de dis-
curso, suportes, contextos de circulação” (BRASIL, 2014c, p. 14. grifo nosso).

Os termos variedade e diversidade, grifados nos excertos, poderiam ser um reflexo de uma preocupa-
ção em abordar pluralidades e multiplicidades da cultura de um povo, mas por outro lado, podem estar
representando uma vinculação a um sistema produtivista que visa à quantidade. Uma forma de res-
ponder a esta questão é observando nas obras aprovadas por este edital. Os dois livros que serão
analisados são: Enlaces e Cercanía Joven. Dedicam-se as próximas seções deste item, a uma descri-
ção dos seus volumes.

Enlaces

A coleção Enlaces é composta por três volumes com oito unidades em cada um. A cada duas unidades,
há uma autoavaliação e revisão dos temas com questões em uma ou duas páginas. No final de cada
volume, uma seção com exercícios para aprofundamento dos conteúdos, exercícios de vestibulares,
propostas de práticas orais, glossário espanhol-português e tabela de verbos.

No tocante aos domínios discursivos, o gráfico abaixo (figura 1), fixa os domínios dos gêneros presen-
tes nos três volumes da obra. Por ora, ainda não se distinguem exercícios de compreensão dos de
produção. O critério que embasou nossa coleta foi o potencial de cada gênero em produzir discursivi-
dades.

Figura 1: Gráfico da presença dos domínios discursivos

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GÊNEROS DISCURSIVOS

No primeiro capítulo do volume 1 do LD Enlaces, aparece o aproveitamento que o livro faz de conversas
em ambiente escolar para que se apresentem aos alunos maneiras de se posicionarem diante do gê-
nero Aula de língua estrangeira. Da forte presença dos gêneros no domínio instrucional, pode-se relatar
que há em grande medida, uma organização das ideias trabalhadas. São muitas as tabelas que auxi-
liam o aluno a separar temas diferentes, a relacionar discursos com seus efeitos de sentido, entre outras
organizações preocupadas com a prática de ensino. Um exemplo é uma tarefa na qual o aluno deve
marcar distinções entre dois artistas e deve fazê-lo assinalando em uma tabela, a quem se atribui cada
característica.

Um questionamento bastante complexo, o qual não se tem a pretensão de resolver aqui, senão apenas
lançá-lo, é sobre os gêneros produzidos pelos avanços tecnológicos. O livro Enlaces, publicado em
2010 (ano de sua 1ª edição), traz conversas no programa Messenger (de maneira adequada, com a
apresentação do contexto — condições de produção — e a transposição da tela — representação do
suporte). No entanto, nesta mesma época, este gênero começaria a passar pelo processo de substitui-
ção do seu suporte com a nova tecnologia do Facebook; levando em consequência a alteração também
dos gêneros. Visto que estes produtos do avanço tecnológico são bastante instáveis — seja, como no
exemplo dado, pela mudança de suporte, seja pelas novas práticas sociais, como isso deveria ser
trabalhado?

Para tratar de um livro didático, primeiramente, dever-se-ia procurar saber se os gêneros propostos já
fazem parte ou não dos saberes do público-alvo. No caso das tecnologias, acredita- se que sim, porque,
segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD) 2005, os jovens entre 15 e
17 anos são os que mais acessam a internet e para aquele momento, já havia 35% desses que tinham
um aparelho celular (BRASIL, 2005). Talvez fosse um dever, apenas, a preocupação com o uso crítico
destes suportes e as possibilidades de usarem ali, espaços que ainda não estão ocupando.

Foi interessante perceber como o processamento de uma prática passa por: gêneros, domínios e mo-
dalidades diferentes, fato que caracteriza uma transposição de gêneros. Isso ocorre, por exemplo, em
uma atividade da página 24 do volume 1, na qual os alunos devem criar uma conversa entre um secre-
tário de uma agência de turismos e um cliente — modalidade oral, domínio comercial — e, na sequên-
cia, preencher um formulário pessoal com os dados do cliente, modalidade escrita, domínio interpes-
soal.

A partir desta análise, observou-se um ponto negativo que consiste na frequente ocorrência de gêneros
no domínio interpessoal que, em sua maioria, são apresentações pessoais. Tal reiteração pode fazer
com que os alunos criem uma relação dessa prática social com o uso da língua espanhola, o que
certamente, produzirá falhas na inscrição destes em comunidades hispânicas.

Por outro ângulo, apoiados no conceito de memória da Análise do discurso de linha francesa, quando
se olha para a história do ensino de línguas estrangeiras vê-se que a abordagem comunicativa fazia
um grande esforço para colocar os aprendizes em situação de comunicação, sendo as apresentações
pessoais sempre o ponto inicial e, consequentemente, o mais presente nos livros didáticos deste perí-
odo.

Como se sabe, toda produção na linguagem é feita a partir dos produtos que já existem; é o que se
nota na teoria dos gêneros discursivos: o gênero é uma espécie de paradigma historicamente constru-
ído, que segue estável, tanto na forma como no conteúdo, por períodos mais ou menos extensos
(BAKHTIN, 2003). O que pode estar acontecendo nas produções destes autores é, portanto, a mani-
festação de uma memória de discursividades no domínio interpessoal herdada da teoria comunicativa.

Como foi dito ao apresentar esta obra, ao final de cada volume desta coleção, são trazidos alguns
exercícios de vestibulares. No entanto, o que chama atenção é a assiduidade de textos do domínio
jornalístico nestas sessões. Mais que uma coincidência, esta ocorrência revela uma tendenciosa valo-
rização de prestígio deste domínio com relação aos outros no que trata da competência dos conheci-
mentos, ou de outra perspectiva, do controle da verdade. Todavia, somente a análise de provas de
vestibular em maior escala poderia confirmar este indício.

Em cima de uma análise mais detalhada, seria possível, por exemplo, questionar suas implicaturas
sociais verificando hipóteses como: ao sobrepor o domínio jornalístico nos vestibulares está-se pro-
pondo uma correlação entre o discurso midiático e o conhecimento; o acesso às universidades tem
relação diretamente proporcional com acesso aos textos circulados pela imprensa internacional; há

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GÊNEROS DISCURSIVOS

investimento privado de alguma imprensa para órgãos que produzem vestibulares. No entanto, estas
são meras provocações para alguém que queira realizar tal investigação. Para o momento, pode-se
apenas afirmar que há formações ideológicas por detrás dessa materialidade discursiva com valoriza-
ção do domínio jornalístico e tendenciosa associação deste com as avaliações; e ao trazer isso para o
livro didático, a coleção corrobora com tal problemática.

No volume 2 desta coleção, apareceu algo interessante quanto ao que na teoria se nomeia como ‘des-
generização’ (FANJUL, 2012, p. 58). Para fins didáticos, observa-se que na página 12, foram utilizadas
apresentações pessoais de profissionais com o objetivo de instruir os alunos sobre cada profissão.
Com isto, o relato que normalmente seria classificado no domínio interpessoal, aqui, cumpre a função
de orientação e, portanto, passa a ser classificado no domínio instrucional.

Uma questão que se mostrou importante foi a possibilidade de relações entre gêneros que ocorre no
interior de uma categoria, como pode ser observado na página 167 do volume 2 desta coleção, na qual
uma definição terminológica de um dicionário é contrastada com a de um especialista em entrevista de
campo.

Dois gêneros discursivos do domínio instrucional, que deveriam significar verdades absolutas (segundo
um pensamento positivista, ao qual este trabalho está em discordância), neste contexto, se apresentam
em contraste. Um fator de potencial para a construção do conhecimento destes sujeitos-alunos e que
poderia ser mais abordado.

O Enlaces (OSMAN et al., 2013, p. 169) apresenta um acontecimento discursivo de muito interesse
para as teorias dos gêneros que, no entanto, deixa de ser aproveitado. Trata-se de uma discursividade
escrita no suporte de uma receita culinária, porém, com materialidade linguística figurativa, funcionali-
dade própria do estilo literário. O suporte nesse caso é mais um jogo artístico de chamariz para a
recepção. Faltou ao livro um trabalho sobre isto, uma vez que ele somente usa esse texto para um
exercício de fixação das conjugações do modo imperativo.

Distanciando um pouco da análise puramente conteudista, volta-se a observar, mais uma vez, dados
de princípio numérico. Os gráficos que serão apresentados abaixo (figura 2 e figura 3) foram elaborados
com a finalidade de visualizar a particularidade do contraste entre atividades na modalidade escrita e
na modalidade oral em gêneros discursivos e contraste entre atividades de produção e compreensão
que a coleção apresenta.

Antes de analisar os gráficos, destaca-se que para esta análise foi tomado como objeto de observação
o volume 3 desta coleção, porque este surge com uma proposta maior de produções orais com relação
aos dois outros volumes.

Porém, quase todas as propostas acontecem no domínio instrucional e, além disso, sem apresentação
das características dos gêneros. Utiliza-se uma ou duas linhas para solicitar a produção oral, ficando

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GÊNEROS DISCURSIVOS

também materializada a despreocupação com essa modalidade. Não se pode esperar um bom desen-
volvimento da produção oral quando simplesmente se enuncia “discuta com seu colega”, ou então,
“pergunte ao seu amigo sobre o que ele achou da atividade”.

Nos gráficos das figuras 2 e 3, nota-se esse grande apagamento das atividades na modalidade oral,
bem como das atividades de produção, respectivamente. A hipótese para estes fatos recai novamente
na instrumentalização da Escola para o sucesso nos exames vestibulares. Isso porque, além da reda-
ção “em português”, na maioria dos vestibulares, não há outro evento em que se peça uma produção
escrita para os sujeitos. Quanto aos gêneros orais, a presença destes ainda parece utópica ao sistema
de vestibulares atual.

Cercanía Joven

Na segunda coleção que se analisou neste trabalho, Cercanía Joven, uma primeira diferença em rela-
ção à coleção Enlaces refere-se à organização estrutural.

Composta por três unidades em cada volume, e dois capítulos em cada unidade, ao final de cada
volume, são apresentados temas gramaticais, cifras de músicas para violão, um glossário e referências
webs para aprofundamento nos conteúdos.

Seguindo o modelo usado no subitem anterior, apresentam-se agora as classificações gráficas das:
recorrências em domínios discursivos (figura 4); atividades de compreensão e produção (figura 5); ati-
vidades na modalidade oral e escrita (figura 6) presentes na coleção Cercanía Joven.

Para não se prolongar no texto, pede-se para que os leitores façam extensão das conclusões relacio-
nadas às sobreposições de um dado ao outro como foi feita também no subitem anterior.

Em sua proposta, a coleção parece levar em conta o conceito de interdiscurso. Com o princípio de que
um texto é sempre subsequente a outros já produzidos, e pressupõe a antecedência de outros textos,
a coleção se orienta para uma habilitação dos sujeitos às compreensões e produções de gêneros.

Como modelo, vê-se já no capítulo 1, gêneros instrucionais como verbete, biografia e tabela antecipa-
rem um gênero artístico.

O conhecimento adquirido nos gêneros iniciais exerce correlação ao conhecimento do gênero em que
termina a atividade; os primeiros auxiliam na interpretação do último.

A sequência proposta organiza um caminho proveitoso quando salienta a importância de um gênero


artístico dentro de um trabalho com linguagem.

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GÊNEROS DISCURSIVOS

Outro dado observado nesta coleção é a valorização do gênero rascunho. Por ser uma discursividade
produzida e destinada ao mesmo sujeito, há na formação imaginária do interlocutor, o que pode produ-
zir um descomprometimento na produção deste gênero. No entanto, dentro do discurso, este é um
gênero que certamente antecede outro, e sua reflexão interfere na reflexão deste outro. Observa-se,
na página 22 do volume 1, o pedido da produção de um rascunho, no qual o sujeito deve preparar-se
para escrever um endereço em um postal. Há relevância nesta produção quando se pensa que um
endereço é sempre uma informação bastante precisa e um dígito errado em um objeto emitido, muitas
vezes, causa total confusão no processamento deste.

Conforme Bakhtin (1999), a ideia de que uma ideologia é sempre a base de um discurso, em muitos
gêneros, ocorrem situações nas quais a força da função ideológica desloca o seu domínio, e isto parece
ser percebido quando se atenta para as condições de produção do evento social. Nesta coleção, tem-
se um exemplo na página 47 do volume 1, quando informações sobre o trabalho de diferentes profissi-
onais poderiam ser classificadas, objetivamente, como definições do domínio instrucional, mas, como
foi visto, a função pensada a partir da situação escolar remete mais propriamente ao domínio industrial:
são instruções sim, mas para a formação de um sujeito profissional. Algo bastante parecido com o que
ocorreu na análise do relato que servia de instrução na coleção Enlaces.

Um trabalho que chama atenção nesta coleção ocorre nas atividades em que o ambiente da produção
em gênero discursivo está relacionado ao ambiente de vida dos sujeitos-alunos. Trata-se da ação social
a partir de produções em gêneros discursivos. De toda a simulação que existe no processo da trans-
posição didática (MELO et al., 2004, p. 59), com a principal finalidade de ensino, o livro mostra que é
possível também que os jovens já ajam sócio-politicamente nos seus entornos comunitários. Em uma

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GÊNEROS DISCURSIVOS

das tarefas, por exemplo, os alunos divulgam, com folhetos produzidos por eles, possibilidades de tu-
rismo em sua cidade.

Na página 83 do volume 1 desta coleção, notou-se um problema com a explicitação de um estereótipo


que os autores do livro têm sobre os alunos brasileiros. A cultura do futebol faz parte do gosto de muitas
pessoas neste país — inferência esta possível de ser feita por meio da valorização que a mídia dá ao
esporte — e ela acaba por ser um ponto de estereotipização do brasileiro. Com isso, nas formações
imaginárias que se destinam a interlocutores brasileiros, muitas vezes, tem-se a ideia de que são eles
amantes do futebol. O que é uma rotulação que precisaria ser desnaturalizada. Outo esteriótipo apre-
sentado é com relação a um modelo de família, colocado com o exemplo de uma árvore genealógica
na página 141 do volume 1 desta coleção.

Quanto ao trabalho com a oralidade, o livro traz, raras vezes, algumas produções em gêneros discur-
sivos nesta modalidade, porém, sistematizadas. No entanto, as produções estão muito mais próximas
ao que já fazem esses sujeitos, como um convite a um amigo para irem a um evento, não visando,
portanto, ao deslocamento para novos lugares e novas posições sociais.

Como bem observou Marcuschi, da distinção entre gênero e suporte (2008, p. 180), uma revista se
classifica nos parâmetros deste último, por ser um espaço em que se encontram diversos gêneros
discursivos. O volume 2 da presente coleção apresenta nas páginas 62 e 63, a proposta da produção
de uma revista, com capa, índice, apresentação, e sinopses de obras artísticas, mas a chama de catá-
logo. Ainda que o próprio Marcuschi (2008) tenha dito que há divergências entre autores quanto às
definições de suportes, parece mesmo o livro Cercanía Joven neste ponto traz um equívoco, quando
chama esta tarefa de produção de um catálogo, porque diferente do que propõe o livro didático, um
catálogo se classifica como um gênero discursivo, sendo uma lista ou relação de uma ou mais espécies
quaisquer de coisas com a finalidade de consulta.

O domínio publicitário todo o tempo serve de mote para muitas polêmicas por estar relacionado a qual-
quer campo social, e com peso expressivo no âmbito educacional. De fato, acredita-se que a presença
de publicidades nos livros didáticos suscitaria repercussões prejudiciais para o fortalecimento de uma
indústria do consumo.

Relembrando o que já foi dito da não-relação entre qualidade e quantidade, o fato desse livro apresentar
uma quantidade expressiva de gêneros discursivos do domínio publicitário não revela uma exaltação
do consumo, porque a publicidade não é apenas comercial, é também de conscientização e manifes-
tação social. Todos os volumes das duas coleções didáticas apresentaram uma maior presença de
gêneros discursivos neste contexto positivo.

Dos gêneros discursivos do domínio ficcional, chamam atenção os trabalhos com a produção oral.
Gêneros como lenda e poema são abordados de forma oral, tal como surgiram. Em um projeto de
produção em gêneros discursivos, por exemplo, é pedida a realização de um sarau na escola, no qual
os alunos recitarão poemas de suas próprias autorias. Um evento como o sarau acrescenta valores à
oralidade e, consequentemente, dá nova dimensão a esta modalidade de uso da língua.

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GÊNEROS DISCURSIVOS

Todos os volumes dessa coleção didática apresentam uma mais forte manifestação de gêneros no
domínio instrucional com relação ao que se esperaria de um livro didático, e isso teria acontecido devido
aos momentos forçosos de sistematizações metalinguísticas, sobretudo com tabelas. Por um lado, de
fato, os autores devem ter percebido o equívoco e decidido por colocarem uma boa parte destas “ins-
truções” em uma divisão no fim de cada volume a que chamaram chuleta linguística (o que mais se
aproxima da tradução em português seria cola linguística).

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SEMÂNTICA

Semântica

A semântica é o estudo do significado e de fenômenos gramaticais relacionados a esse tópico. Qual é


a diferença entre palavras sinônimas e antônimas ou entre conotação e denotação? O que são parôni-
mos? Quando ocorre ambiguidade? São essas questões que o estudo da semântica ajuda a entender.

A semântica é a área da linguística que estuda o significado e a sua relação com o significante. O
significado está associado ao sentido e, portanto, ao conteúdo e ao contexto; o significante está asso-
ciado à forma (de palavras ou de sinais, de grafia ou de som).

Dentro da semântica, há conceitos relacionando o uso e a estrutura do significado dentro de determi-


nados contextos, bem como alguns fenômenos gramaticais a respeito do significado na língua. Vamos
aprender melhor sobre esses conceitos a seguir.

Sinonímia X Antonímia

A sinonímia refere-se a vocabulários diferentes com carga semântica (significado) semelhante, po-
dendo ser usados um no lugar do outro dependendo do contexto. São os sinônimos.

Sinônimo de espaço: ambiente.

Sinônimo de carinhoso: afetuoso.

Sinônimo de apoiar: sustentar.

A antonímia, por outro lado, refere-se a vocabulários diferentes com carga semântica (significado)
com relação de oposição/contradição entre si. São os antônimos.

Antônimo de bonito: feio.

Antônimo de limpo: sujo.

Antônimo de bom: mau.

Hiponímia X hiperonímia

Hiponímia e hiperonímia referem-se à relação de significado entre palavras. Hiperônimos são palavras
com significado mais abrangente, que, por vezes, refere-se a uma “categoria” que engloba diversos
outros termos mais específicos. Esses termos são conhecidos como hipônimos, pois têm significado
mais específico dentro de outro mais abrangente.

“Minha namorada adora ver esportes na televisão: futebol, vôlei, basquete, ela não perde nenhuma
transmissão!”

A palavra “esportes” é um hiperônimo por ter significado mais abrangente, englobando outros termos
hipônimos, como “futebol”, “vôlei” e “basquete”.

Paronímia

A paronímia refere-se a palavras com significados diferentes, mas significantes (estrutura) parecidos.
Os parônimos muitas vezes geram confusão nos falantes, que trocam o seu uso por conta da seme-
lhança escrita e sonora entre essas palavras. Como exemplos de parônimos, temos:

comprimento e cumprimento,

soar e suar,

mandado e mandato,

cavaleiro e cavalheiro,

absolver e absorver,

eminente e iminente.

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SEMÂNTICA

Polissemia Ou Homonímia

A homonímia é a relação entre diferentes palavras (ou expressões) que têm significantes iguais (forma
igual na escrita, no som ou em ambos), mas significados distintos.

São (do verbo “ser”); são (santo); são (saudável).

Em cima (locução); encima (do verbo “encimar”).

Gosto (substantivo sinônimo de “sabor”); gosto (do verbo “gostar”).

A polissemia é a propriedade de um mesmo significante ter mais de um significado, que pode ser en-
tendido pelo contexto.

Pregar (um sermão); pregar (um botão na camiseta); pregar (um prego na parede).

Manga (fruta); manga (da camiseta).

Conotação E Denotação

As palavras e os discursos podem ter sentido conotativo ou denotativo. A denotação refere-se ao uso
de palavras ou de expressões com significado literal, real e dicionarizado. Já a conotação, ao contrário,
refere-se ao uso dessas palavras ou expressões no sentido figurado, podendo ser metafórico, irô-
nico ou para passar um significado que vai além (ou que é diferente) do literal.

Uma gota fez o copo transbordar.

Com sentido denotativo, “gota” tem o significado real de gota de algum líquido. No sentido conotativo,
“gota” pode representar um evento ou uma ação que desencadeou uma série de consequências.

Ambiguidade

A ambiguidade ocorre quando um enunciado tem mais de uma interpretação possível devido à sua
estrutura, muitas vezes gerando problemas de comunicação. Pode também ser usada como recurso
estilístico para gerar humor ou na licença poética. Ele reencontrou a mãe em sua casa.

A casa era de quem? Do filho ou da mãe? Esse é um exemplo comum de ambiguidade. Para saber
mais sobre esse fenômeno linguístico, leia o texto: ambiguidade.

A semântica é uma área da linguística voltada ao estudo do significado em diversos níveis, analisando
inclusive o conteúdo e o contexto. Dessa forma, estuda-se a relação do significado com o significante,
que tem a ver com a forma das palavras, seja essa forma a sua grafia, seja o seu som.

Já reparou como uma mesma palavra pode ter significados diferentes dependendo do contexto? Ou
como a estrutura de um enunciado pode levar à compreensão de formas diferentes? São tópicos como
esses que a semântica analisa.

Sinonímia E Antonímia

A sinonímia refere-se a palavras diferentes com significado parecido, ou seja, palavras que são sinôni-
mas. Palavras sinônimas costumam ter um significado muito semelhante, mas que não necessaria-
mente é igual. Assim, palavras sinônimas podem ser substituídas uma pela outra dependendo do con-
texto.

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SEMÂNTICA

A antonímia trata de palavras cujos significados estabelecem relação de oposição ou de contradição


entre si, ou seja, palavras que são antônimas.

O contexto é muito importante para entender quais vocábulos podem ser sinônimos e antônimos, já
que muitas palavras têm mais de um sentido para cada situação. Veja as diferentes possibilidades para
a palavra “caro”:

Paronímia E Homonímia

Paronímia é o fenômeno que ocorre em palavras com significados diferentes, mas significantes (estru-
tura) parecidos, ou seja, são palavras escritas e/ou faladas quase do mesmo jeito, mas que têm signi-
ficados muito diferentes. Veja algumas palavras parônimas:

Homonímia é o fenômeno que ocorre em palavras que têm significantes iguais e significados diferen-
tes, ou seja, palavras homônimas são aquelas com mesma forma, mas significado diferente.

Homônimos perfeitos são aqueles com grafia e som exatamente iguais e significados distintos. Veja
um homônimo perfeito:

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SEMÂNTICA

Quando essas palavras têm a mesma pronúncia, mas não a mesma grafia, são chamadas de pala-
vras homófonas. Quando elas têm a mesma grafia, mas não a mesma pronúncia, são chamadas de
palavras homógrafas. Veja nos exemplos:

Hiponímia E Hiperonímia

Algumas palavras têm relação semântica (isto é, de significado) mais ou menos abrangente em um
contexto. A hiponímia está relacionada às palavras com significado mais estrito (o morfema “hipo” sig-
nifica “pouco”), enquanto a hiperonímia se relaciona às palavras com significado mais abrangente (o
morfema “hiper” significa “muito”). Veja o exemplo do enunciado:

Sou apaixonado por danças. Já aprendi várias: samba, tango, balé, forró, já aprendi de tudo!

O vocábulo “danças” funciona como hiperônimo porque engloba vários termos em sua categoria.

Os demais vocabulários grifados, como “samba”, “tango”, “balé”, “forró”, funcionam como hipônimos por
se tratar de termos mais específicos dentro da categoria “danças”.

Polissemia

A polissemia diz respeito à propriedade de um mesmo significante ter mais de um significado, ou seja,
quando uma mesma palavra pode assumir diferentes significados dependendo do contexto. Veja:

A denotação se caracteriza pelo uso de palavras e expressões em seu sentido literal, ou seja, aquele
que se refere de maneira exatamente igual ao da realidade.

A conotação se caracteriza pelo uso de palavras e expressões em seu sentido figurado, ou seja, aquele
que se expressa por meio de metáforas, ironias, entre outras figuras que não expressam o sentido
literal do vocabulário utilizado.

Veja a diferença de um discurso em seu sentido conotativo e denotativo:

Essa casa está pegando fogo!

Se usado no sentido denotativo, o enunciado indica que uma casa está, de fato, sendo tomada por um
incêndio.

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SEMÂNTICA

Se usado no sentido conotativo, por outro lado, o enunciado indica que uma casa está muito agitada,
com acontecimentos intensos. Para saber mais sobre essas formas de expressão linguística, leia o
texto: Denotação e conotação.

Ambiguidade

Quando há ambiguidade em um enunciado, isto é, quando um enunciado é ambíguo, significa que ele
pode ser interpretado de mais de uma maneira. Isso costuma acontecer devido à estrutura do enunci-
ado, podendo ser um efeito de estilo (para gerar humor ou por licença poética) ou, ainda, um problema
no enunciado, que gera ruídos na comunicação. Vejamos um exemplo:

Desisti de sair com você porque vi que estava cansado.

Quem estava cansado? Quem desistiu de sair ou quem ia ser chamado para sair? Essa é uma dúvida
gerada pela ambiguidade no enunciado.

Semântica é um ramo da linguística que estuda o significado das palavras, frases e textos de uma lín-
gua. A semântica está dividida em: descritiva ou sincrônica – a que estuda o sentido atual das palavras
e em histórica ou diacrônica - a que estuda as mudanças que as palavras sofreram no tempo e no
espaço.

A semântica descritiva estuda o significado das palavras e também as figuras de linguagem.

O estudo do significado das palavras pode ser dividido em: sinonímia, antonímia, homonímia e paroní-
mia:

Sinonímia – é o estudo da relação de duas ou mais palavras que possuem significados iguais ou se-
melhantes, ou seja, os sinônimos: Ex.: cara/rosto, quarto/dormitório, casa/lar/morada.

Antonímia – é o estudo da relação de duas ou mais palavra que possuem significados diferentes, ou
seja, antônimos: Ex.: amor/ódio, dia/noite, calor/frio.

Homonímia – é o estudo da relação de duas ou mais palavras que possuem significados diferentes,
porém, possuem a mesma forma e som, ou seja, os homônimos. Estas se dividem em: Homófonas –
acento/assento, conserto/conserto; Homógrafas – pode/pode, olho/olho; Perfeitas – rio/rio,
são/são/são.

Paronímia – é o estudo da particularidade de duas palavras que apresentam semelhança na grafia e


na pronúncia, mas têm significados diferentes: eminente/iminente, absolver/absorver.

A semântica estuda também a denotação e a conotação das palavras:

Denotação – é a propriedade que possui uma palavra de limitar-se a seu próprio conceito, de trazer
apenas o significado original. Ex.: As estrelas do céu. Vesti-me de vermelho. O fogo do isqueiro.

Conotação – é a propriedade que possui uma palavra de ampliar-se no seu campo semântico, dentro
de um contexto, podendo causar várias interpretações. Ex.: As estrelas do cinema. O jardim vestiu-se
de flores. O fogo da paixão.

A semântica também analisa as transformações de significados que acontecem nas formas linguísticas
devido a fatores como o tempo. Isto é, parte de duas vertentes:

• Semântica Sincrônica é aquela que estuda o significado das palavras no momento atual. É a semân-
tica descritiva que tem relação com a evolução da língua.

• Semântica Diacrônica é aquela que estuda o significado das palavras em um determinado espaço. É
a semântica histórica que tem relação com um tempo passado.

No campo de estudo da semântica há alguns conceitos que são básicos para o entendimento dos
significados das palavras. São elas:

• Denotação

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SEMÂNTICA

• Conotação

• Sinonímia

• Antonímia

• Hiperônimo

• Hipônimo

• Homonímia

• Paronímia

• Polissemia

• Ambiguidade

Semântica: Denotação e Conotação

Conotação Ou Conotativo

Conotação é quando as palavras são aplicadas em um sentido figurado. Além de depender do contexto
em que estão inseridas.

Denotação Ou Denotativo

Denotação é o sentido real da palavra ou frase. Exatamente o contrário da função conotativa. É o sig-
nificado literal e original presente no dicionário.

Exemplos:

• Eduardo partiu o coração de Marcelo. (Conotativo)

• Marcelo partiu o pé da cadeira. (Denotativo)

Semântica: Sinonímia e Antonímia

Sinonímia

No estudo semântico, sinonímia acontece quando duas palavras com significados diferentes são colo-
cadas em um contexto em que passam a ser sinônimas. Isto quer dizer que não são palavras sinôni-
mas, mas dentro daquela determinada oração assume significados iguais.

Cuidado! Essas expressões não são sinônimas, apenas estabelecem uma relação de sinonímia dentro
de um contexto.

Exemplos:

• A paz e a tranquilidade reinavam na casa de Marcelo.

• A ponte da esquina quebrou porque era frágil e fraca.

Entenda: Os substantivos "paz", "tranquilidade", "frágil e "fraca" quando separados do contexto não são
sinônimos. Contudo, dentro do contexto de cada sentença, elas possuem o mesmo significado, ou seja,
estão estabelecendo uma relação de sinonímia.

Antonímia

Antonímia é a relação que ocorre quando duas ou mais palavras não são necessariamente contrárias,
mas ao serem colocadas dentro de um contexto assumem sentido de antônimos.

Exemplos:

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SEMÂNTICA

• Mônica é uma pessoa caridosa, já seu irmão Marcos é agressivo.

• Marcos é um homem mau, já Mônica é uma pessoa boa.

Entenda: “caridosa” e “agressivo” não são antônimos, mas transmitem esse sentido dentro desse con-
texto. Já as palavras “mau” e “boa” estão estabelecendo uma relação de antonímia, no entanto, tam-
bém são palavras antônimas, pois o contrário de mau é bom e vice e versa.

Semântica: Hiperônimo E Hiponímia

Hiperônimo

São palavras que tem um sentido mais abrangente, ou seja, englobam um conjunto de palavras relaci-
onadas a ela e que estão dentro do mesmo grupo semântico.

Exemplos:

• Profissão: é um hiperônimo, pois dentro desse grupo há várias outras palavras. Como médico, jorna-
lista, cozinheiro, entre outros.

• Inseto: hiperônimo de barata, mosquito, mosca, etc.

• Mamíferos: hiperônimo de ser humano, baleia, vaca, etc.

Hipônimo

Ao contrário do “hiper” que é algo mais amplo, “hipo” é mais restrito. Isto é, está relacionado a elemen-
tos mais específicos dentro do conjunto dos hiperônimos.

Exemplos:

• Escritor e Jornalista são hipônimos de profissão.

• Mosquito e mosca são hipônimos de inseto.

• Gato e cachorro são hipônimos de mamíferos.

Semântica: Paronímia e Homonímia

Paronímia

São palavras parônimas aquelas que têm a escrita e a pronúncia semelhantes, mas possuem diferentes
significados. A relação parônima acontece quando duas ou mais expressões possuem significados dis-
tintos, mas são parecidas na sonoridade e ortografia.

Exemplos:

• Absolver (perdoar, inocentar) e absorve (aspirar, sorver).

• Recrear (divertir) e recriar (criar novamente).

• Eminência (elevado) iminência (qualidade do que está iminente).

Homonímia

É a relação presente entre duas ou mais palavras que possuem a mesma pronúncia ou escrita, mas
diferentes significados.

A homônima é subdivida em:

• Palavras homógrafas: expressões com sentidos diferentes, mas a mesma escrita. Exemplo: sede
(vontade de beber) e sede (matriz).

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SEMÂNTICA

• Palavras homófonas: expressões que têm a escrita diferente, mas a pronúncia é igual. Exem-
plos: Sessão, secção, seção ou cessão e acerto (ato de acertar) e asserto (afirmação).

• Perfeitas: são palavras homógrafas e homófonas ao mesmo tempo, ou seja, tem a escrita e a pronún-
cia iguais, mas diferentes significados. Exemplo: Gosto (substantivo) e gosto (forma do verbo gostar na
1ª pessoa do sing. do tempo presente do modo indicativo).

Semântica: Polissemia e Ambiguidade

Polissemia

A polissemia acontece quando uma mesma palavra pode ser interpretada em diversos significados,
proporciona mais de um leitura.

Exemplos: palavras polissêmicas

• Cabo: pode ser cabo de vassoura, da faca ou o policial militar.

• Banco: pode ser a instituição comercial financeira ou o local de sentar.

• Manga: pode ser a fruta ou parte da roupa.

• Pé: pode ser pé de moleque (doce), parte do corpo humano ou o pé da cadeira.

Entenda: as palavras mostradas acima podem ter vários significados. Os sentidos mudam apenas no
contexto em que forem inseridas.

Ambiguidade

Ambiguidade anda ao lado da polissemia, porém a ambiguidade não está atrelada a vários significa-
dos, mas sim as possíveis interpretações em uma frase. Isto é, ambiguidade está relacionada ao duplo
sentindo de uma sentença ou palavra, enquanto que a polissemia caracteriza-se pelos vários signifi-
cados de uma única palavra.

Então, ambiguidade é a abertura que uma palavra ou oração pode deixar para interpretações, a possi-
bilidade de olhar por vários ângulos uma mesma coisa.

Exemplos:

• Daniela comeu um chocolate e sua irmã também. (Daniela e a irmã dela comeram um doce ou Daniela
comeu o doce e a irmã?).

• O policial prendeu o suspeito em sua casa. (Na casa de quem? Do suspeito ou do policial?).

• A estudante falou para a professora que era soteropolitana. (Quem era soteropolitana? A estudante
ou a professora?).

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ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

Elementos da Comunicação

No processo de vendas, torna-se fundamental o conhecimento dos elementos que perpassam a co-
municação entre o vendedor e o comprador. É através da comunicação que se amplia ou se limita in-
formações referentes ao produto, facilita ou dificulta o desenvolvimento de criatividade e de habilida-
des pertinentes para o fechamento da venda.

É por meio da comunicação que, profissionais de venda e compradores, explicitam objetivos, revelam
poderes, valores e culturas que norteiam as relações profissionais e interpessoais no ambiente de
vendas. Deve-se, portanto, administrar o processo global de comunicação, que necessariamente
abrange os seguintes elementos:

Fonte: é o emissor, a pessoa que está tentando enviar uma mensagem (falada, escrita, por meio de
sinais ou não-verbal) a uma pessoa ou pessoas, por meio da codificação do pensamento;

Codificação: é a tradução dos símbolos escolhidos pela fonte para que a mensagem possa ser ade-
quadamente transmitida pelo canal;

Mensagem: é o produto físico codificado pelo emissor, e pode ser a fala, o texto escrito, um quadro,
uma música, os movimentos de nossos braços e expressões faciais;

Canal: é o meio que existe fora do emissor pelo qual é escolhido para conduzir a mensagem. Esse
veículo pode ser o discurso oral (audição), a documentação escrita (visão e tato) e a comunicação
não-verbal (sentidos básicos);

Decodificação: é a tradução da mensagem, para que a mesma possa ser compreendida pelo recep-
tor;

Receptor: é o sujeito a quem a mensagem se dirige, o destino final da comunicação. Também é cha-
mado de destinatário;

Feedback: é o elo final no processo de comunicação. O feedback – ou retorno – determina se a com-


preensão foi alcançada ou não e, Ruídos: perturbação indesejável que tende a deturpar, distorcer ou
alterar, de maneira imprevisível, a mensagem transmitida.

Barreiras À Comunicação Eficaz – Ruídos

Observa-se que as barreiras ou ruídos existem em todas as fases do processo de comunicação, mas
é mais provável que ocorram quando a mensagem é complexa, provoca emoções ou se choca com o
estado mental do receptor.

São listadas abaixo algumas dessas barreiras:

Filtragem: refere-se à manipulação da informação de um emissor para Mnque seja vista mais favora-
velmente pelo receptor;

Percepção seletiva: tanto o emissor como o receptor veem e escutam seletivamente, com base em
suas próprias necessidades, motivações, experiências e características pessoais;

Semântica: tanto as palavras como o comportamento não-verbal, usados na comunicação, podem ter
diferentes significados para diferentes pessoas;

Sobrecarga de informação: ocorre quando o volume ou a quantidade de comunicação é muito grande


e ultrapassa a capacidade pessoal do destinatário de processar as informações, o que faz com que
ele perca grande parte delas ou distorça seu conteúdo;

Credibilidade do transmissor: quanto mais confiável for a fonte de uma mensagem, maior será a pro-
babilidade de que ela será entendida corretamente e, julgamento de valor: normalmente acontece an-
tes de se receber a mensagem completa. Julgamento de valor é uma opinião geral sobre algo, base-
ada em uma rápida percepção de seu mérito.

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ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

Aspectos De Maior Impacto Na Comunicação Do Representante Comercial

Emissor e transmissor são papéis assumidos tanto pelo representante comercial, quanto pelo com-
prador, em uma verdadeira interação dos três tipos de comunicação:

• A verbal (por meio da escrita e da fala);

• A não verbal (as fisionomias, os gestos);

• E a factual (quando se considera a prática, a habilidade, a experiência passada, o exemplo dado,


que levam o profissional a ter fama positiva ou negativa).

Dessa forma, para se obter o significado da comunicação, deve-se observar a reação obtida com os
sinais que se emite, pois quando se comunicamos não é somente o que se fala que está em jogo,
mas a maneira como se fala também é muito representativa e significativa no processo de comunica-
ção.

Estudos mostram que do que se aprende apenas 20% é da mensagem verbal, o resto é não verbal e
factual. Esse dado torna-se importantíssimo no processo de vendas, através da linguagem que o re-
presentante comercial estabelece com o cliente.

Segundo O´Connor e Seymour, “as palavras são o conteúdo da mensagem, e a postura, os gestos, a
expressão e o tom de voz são o contexto no qual a mensagem está embutida. Juntos eles formam o
significado da comunicação” (p. 35, 1995).

Ainda para estes autores, a comunicação corporal corresponde a 55% do total das formas como nos
comunicamos, as palavras correspondem a 7% e o tom de voz 38%.

Comunicação Verbal, Não Verbal E Factual

Na comunicação verbal o profissional de vendas deve levar em conta os seguintes pontos:

• grau de domínio do assunto;


• vocabulário ao nível do interlocutor; • pontuação clara e variação;
• articulação de ideias;
• fluência e ritmo (altos e baixos);
• uso de audiovisuais.

Na comunicação não verbal alguns cuidados a serem observados:

• mobilidade da cabeça e rosto;


• olhar (direcionado a todos, ou a alguns);
• gestos enriquecedores;
• voz graduada ao ambiente;
• respiração e desinibição;
• postura corporal;
• andar; roupas;
• cores;
• penteados;
• adornos.

Na comunicação factual existem alguns pontos a considerar pelo profissional de vendas:

• coordenação e domínio das atividades pedagógicas;


• uso do espaço e administração do tempo;
• administração de conflitos em sala de aula;
• ser exemplo de ação (coerência entre teoria e prática);
• ser decidido e prático nas propostas de ação;
• saber usar os recursos instrucionais.

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ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

O processo de comunicação é um elemento fundamental no cotidiano do Representante Comercial.


Sugere-se que este esteja em constante aperfeiçoamento e a partir daí, estratégias possam ser obti-
das constantemente, no intuito de sempre estabelecer um processo de empatia junto do cliente.

A comunicação está associada à linguagem e interação, de forma que representa a transmissão de


mensagens entre um emissor e um receptor.

Derivada do latim, o termo comunicação (“communicare”) significa “partilhar, participar de algo, tornar
comum”, sendo, portanto, um elemento essencial da interação social humana.

Os elementos que compõem a comunicação são:

Emissor: chamado também de locutor ou falante, o emissor é aquele que emite a mensagem para um
ou mais receptores, por exemplo, uma pessoa, um grupo de indivíduos, uma empresa, dentre outros.

Receptor: denominado de interlocutor ou ouvinte, o receptor é quem recebe a mensagem emitida


pelo emissor.

Mensagem: é o objeto utilizado na comunicação, de forma que representa o conteúdo, o conjunto de


informações transmitidas pelo locutor, por isso.

Código: representa o conjunto de signos que serão utilizados na mensagem

Canal de Comunicação: corresponde ao local (meio) onde a mensagem será transmitida, por exem-
plo, jornal, livro, revista, televisão, telefone, dentre outros.

Contexto: Também chamado de referente, trata-se da situação comunicativa em que estão inseridos
o emissor e receptor.

Ruído na Comunicação: ele ocorre quando a mensagem não é decodificada de forma correta pelo in-
terlocutor, por exemplo, o código utilizado pelo locutor, desconhecido pelo interlocutor; barulho do lo-
cal; voz baixa; dentre outros.

Fique Atento!!!

A comunicação somente será efetivada se o receptor decodificar a mensagem transmitida pelo emis-
sor.

Em outras palavras, a comunicação ocorre a partir do momento que o interlocutor atinge o entendi-
mento da mensagem transmitida.

Nesse caso, podemos pensar em duas pessoas de países diferentes e que não conhecem a língua
utilizada por elas (russo e mandarim).

Sendo assim, o código utilizado por elas é desconhecido e, portanto, a mensagem não será inteligível
para ambas, impossibilitando o processo comunicacional.

Importância da Comunicação

O ato de comunicar-se é essencial tanto para os seres humanos e os animais, uma vez que através
da comunicação partilhamos informações e adquirimos conhecimentos.

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ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

Note que somos seres sociais e culturais. Ou seja, vivemos em sociedade e criamos culturas as quais
são construídas através do conjunto de conhecimentos que adquirimos por meio da linguagem, explo-
rada nos atos de comunicação.

Quando pensamos nos seres humanos e nos animais, fica claro que algo essencial nos distingue de-
les: a linguagem verbal.

A criação da linguagem verbal entre os seres humanos foi essencial para o desenvolvimento das so-
ciedades, bem como para a criação de culturas.

Os animais, por sua vez, agem por extinto e não pelas mensagens verbais que são transmitidas du-
rante a vida. Isso porque eles não desenvolveram uma língua (código) e por isso, não criaram uma
cultura.

Linguagem Verbal e Não Verbal

Importante lembrar que existem duas modalidades básicas de linguagem, ou seja, a linguagem verbal
e a linguagem não verbal.

A primeira é desenvolvida pela linguagem escrita ou oral, enquanto a outra pode ocorrer por meio de
gestos, desenhos, fotografias, dentre outros.

Meios de Comunicação

Os meios de comunicação representam um conjunto de veículos destinados à comunicação, e, por-


tanto, se aproximam do chamado “Canal de Comunicação”.

Eles são classificados em dois tipos: individual ou de massa (comunicação social). Ambos são muito
importantes para difusão de conhecimento entre os seres humanos na atualidade, por exemplo: a te-
levisão, o rádio, a internet, o cinema, o telefone, dentre outros.

Tipos de Comunicação

De acordo com a mensagem transmitida a comunicação é classificada de duas maneiras:

Comunicação verbal: uso da palavra, por exemplo na linguagem oral ou escrita.

Comunicação não verbal: não utiliza a palavra, por exemplo, a comunicação corporal, gestual, de si-
nais, dentre outras.

Funções da Linguagem

Os elementos presentes na comunicação estão intimamente relacionados com as funções da lingua-


gem. Elas determinam o objetivo e/ou finalidade dos atos comunicativos, sendo classificadas em:

Função Referencial: fundamentada no “contexto da comunicação”, a função referencial objetiva infor-


mar, referenciar sobre algo.

Função Emotiva: relacionada com o “emissor da mensagem”, a linguagem emotiva, apresentada em


primeira pessoa, objetiva transmitir emoções, sentimentos.

Função Poética: associada à “mensagem da comunicação”, a linguagem poética objetiva preocupa-


se com a escolha das palavras para transmitir emoções, por exemplo, na linguagem literária.

Função Fática: relacionada com o “contato da comunicação”, uma vez que a função fática objetiva
estabelecer ou interromper a comunicação.

Função Conativa: relacionada com o “receptor da comunicação”, a linguagem conativa, apresentada


em segunda ou terceira pessoa objetiva sobretudo, persuadir o locutor.

Função Metalinguística: relacionada ao “código da comunicação”, uma vez que a função metalinguís-
tica objetiva explicar o código (linguagem), através dele mesmo.

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ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

Num sistema de comunicação encontramos presentes os seguintes componentes: emissor ou fonte,


mensagem, canal, receptor, feedback ou reação. Iremos seguidamente debruçarmo-nos sobre cada
um deles e analisar a sua inter-relação.

Emissor Ou Fonte

É o indivíduo, ou grupo de pessoas, ou organização com ideias, intenções, necessidades, informa-


ções, enfim, com uma razão para se empenhar na comunicação.

Mensagem

Na comunicação humana a mensagem existe em forma física: há a tradução de ideias, intenções e


objetivos num código. O emissor utiliza uma combinação de signos e símbolos para expressar a sua
intenção comunicativa.

Canal

É o condutor da mensagem, o meio que permite a circulação da informação enviada pelo emissor.

Receptor

É o alvo da comunicação. É o indivíduo ou audiência que recebe e descodifica a mensagem. Consti-


tui o elo mais importante do processo, pois se a mensagem não atingir o receptor, de nada serviu en-
viá-la.

Fidelidade da Comunicação

Tanto no emissor como no receptor existem alguns fatores capazes de aumentar ou prejudicar a fide-
lidade da comunicação: Habilidades comunicativas Para traduzir as suas intenções comunicativas o
emissor tem que utilizar capacidades codificadoras que Ihe permitam, por exemplo, dispor as pala-
vras de forma a expressar ideias com clareza, usar corretamente as regras gramaticais, pronunciar
claramente, conseguir utilizar os vários canais à sua disposição, organizar o pensamento e as ideias
claramente, etc., etc.

Atitudes

A predisposição ou tendência do indivíduo para se aproximar ou associar a um objeto ou para se


afastar, dissociar do objeto, reflete-se de igual modo, na comunicação. A atitude que se tem para con-
sigo próprio pode afetar a forma da comunicação e a sua qualidade.

Se o formador não se sente à vontade na matéria, ou pensa que não vai conseguir impressionar favo-
ravelmente o grupo de formandos mais velhos do que ele, ao dirigir-se ao grupo poderá fazê-lo de
modo confuso, "atrapalhando-se" na linha de raciocínio. Esta forma de comunicar certamente causará
uma impressão negativa junto dos receptores.

A retenção da nova informação por parte do Formando que confia nas suas capacidades, ou que
acredita ter experiências interessantes para partilhar, é, muito possivelmente, facilitada pela sua ati-
tude. A atitude perante o tema da comunicação é outro condicionamento a ter em conta. A simpatia
ou aversão aos conteúdos pode afetar tanto a sua expressão, por parte do emissor, como a sua cap-
tação e assimilação, por parte do receptor. Se o tema se enquadrar no campo dos interesses e moti-
vações de ambos, a qualidade de comunicação será mais conseguida.

Regra geral, quando os temas são do agrado do grupo de participantes, a motivação e a receptivi-
dade são beneficiadas à partida. Do mesmo modo, o entusiasmo do formador ao falar de algo que Ihe
agrada tem um efeito contagiante junto dos formandos. A atitude do emissor ou do receptor, para
com o outro interlocutor, sendo positiva ou negativa, afeta, também, a transmissão da mensagem ou
a forma como o receptor a irá receber.

Todos nós tendemos a avaliar a fonte de informação. Se um formador ao apresentar-se no curso, diz
ter uma formação académica em matemática, e que vai conduzir as sessões do modulo motivação

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ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

humana, imediatamente a atitude avaliativa dos formandos penderá para o pólo negativo no que res-
peita à preparação teórica do formador. Este aspecto da influência das atitudes será desenvolvido
mais tarde, nas distorções comunicativas.

Nível De Conhecimentos

É difícil comunicar o que não se conhece. Por outro lado, se o emissor for ultra-especializado e em-
pregar fórmulas comunicativas demasiado técnicas pode acontecer que o nível de conhecimentos do
receptor Ihe bloqueie o sucesso da intenção comunicativa. O conhecimento que o emissor possui so-
bre o próprio processo de comunicação influencia o seu comportamento comunicativo. Conhecendo
as características do receptor, os meios pelos quais poderá produzir ou tratar as mensagens, os ca-
nais a utilizar, as suas próprias atitudes, etc., o emissor determina em parte, o curso da comunicação,
podendo contribuir para uma maior fidelidade.

Sistemas Socio-Culturais

Para além dos fatores pessoais, o meio social e cultural em que o emissor e o receptor se movem
constitui um poderoso determinante do processo comunicativo. O papel social de cada um, o estatuto
e prestígio respectivos, as crenças e valores culturais por eles interiorizados, os comportamentos
aceitáveis ou não aceitáveis na sua cultura, tudo determina o tipo de comportamento comunicativo
adoptado. O sistema social e cultural dirige, em parte, a escolha dos objetivos que se tem a comuni-
car, a escolha das palavras, os canais que se usam para expressar as palavras. O emissor percepci-
ona a posição social do receptor e molda o seu comportamento de acordo com ela. O formador co-
munica muito diferentemente com um grupo de gestores de vendas ou quadros superiores de uma
empresa, com um grupo de jovens em formação pedagógica, com os seus amigos, com a sua es-
posa, etc.

Mensagem

Existem três aspectos básicos a considerar na transmissão de informação: o código, o conteúdo e o


tratamento e apresentação da mensagem.

Código

O código é um grupo de símbolos ou sinais capaz de ser estruturado de modo a ter significado para
alguém. A língua possui um conjunto de elementos - o vocabulário - e um conjunto de métodos que
permitem combinar esses elementos de forma significativa - a sintaxe. Quando codificamos uma men-
sagem (função do Emissor) cabe-nos decidir quais os elementos a utilizar e como é possível com-
biná-los (antecipando o seu impacto no Receptor).

Conteúdo

Equivale ao material da mensagem escolhido pelo Emissor para exprimir o seu objetivo de comunica-
ção. Por exemplo, num livro, o conteúdo da mensagem abrange as afirmações do autor, as informa-
ções que apresenta, as conclusões que tira, os pontos de vista que propõe.

Tratamento E Apresentação

As decisões do Emissor quanto à forma, apresentação e conteúdo das mensagens cabem neste
ponto. Para temas semelhantes, é possível usar de alguma flexibilidade e transformar os conteúdos,
estilo de linguagem, canais e meios de comunicação, de acordo com as características da população
a que se destinam. Não perdendo de vista as necessidades reais dos participantes, o Formador po-
derá enfatizar este ou aquele aspecto, tentando relacioná-lo com a experiência profissional, interes-
ses e motivações dos seus formandos.

A formalidade de postura e da linguagem utilizada deve variar consoante o padrão socio-cultural mé-
dio do grupo. Para grupos cuja escolaridade é baixa, os termos técnicos e teóricos deverão ser cuida-
dosamente empregues; em grupos de profissionais aos quais é exigida uma apresentação formal e
um relacionamento mais rígido na sua área de atividade, é prudente não descurar esta característica
no modo como nos dirigimos aos formandos.

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ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

A apresentação da mensagem deverá ser "brilhante"! Como?

Criativa!

Sintética!

Objetiva!

Multi-variada: utilização de transparências, visionamento de vídeos, gravações áudio, revistas, escrita


no quadro, recortes de jornais, magazines.

Atraente: cuidada ao nível da composição gráfica, da variedade e conjunção de cores, do tempo de


duração dos vídeos e do próprio tratamento dos conteúdos, conter entusiasmo, a comunicação oral
deve ser estruturada e bem sequenciada, etc...

Ao estruturar a mensagem que pretende transmitir aos Formandos, o Formador fornece um contexto
geral, de introdução ao tema e que Ihe confere um sentido, o situa num todo mais vasto. Após o de-
senvolvimento e análise dos principais aspectos, o tema obriga a uma conclusão.

concluir é:

- Fazer uma síntese global;

- Acentuar os pontos essenciais;

- Evitar incluir novos assuntos;

- Avaliar os resultados alcançados, ao nível dos formandos e a nível do formador;

- Enfatizar os aspectos positivos, não esquecendo os objetivos menos conseguidos;

- Relacionar o que foi dito e feito com trabalho futuro.

A importância da síntese final, enfatizando as principais conclusões e pontos desenvolvidos, é tanto


maior se pensarmos na estrutura da Memória Humana. A receptividade e a retenção são maiores
para as informações transmitidas em primeiro e último lugar. Os políticos estão bem cientes deste
facto, deixando para o meio do seu discurso aquilo que menos importa que os seus eleitores fixem...
A repetição dos pontos essenciais e a síntese final ficarão muito mais sólidos na memória dos For-
mandos do que o desenvolvimento ao longo da sessão.

O Feedback

O feedback é a reação do receptor ao comportamento do emissor. Fornece informação ao emissor


sobre o impacto da sua ação sobre o receptor, sobre o sucesso na realização do seu objetivo comuni-
cativo. Ao responder, o receptor exerce controle sobre as futuras mensagens que o emissor venha a
codificar, promovendo a continuidade da comunicação. O feedback é, assim, um poderoso instru-
mento de influência ao nível de quem envia informação.

Se o feedback for compensador, o emissor mantém o seu comportamento; se não for, este modifica-
o, a fim de aumentar as suas probabilidades de êxito. Se na comunicação frente-a-frente o feedback
é máximo, no caso de canais como a televisão, o rádio, os jornais e revistas essa possibilidade é mí-
nima. Neste caso, é o comportamento de compra dos consumidores que tem valor como feedback. O
conhecimento e o uso do feedback aumentam a eficácia da comunicação interpessoal. As pessoas
que são consideradas "boas comunicadoras" normalmente estão atentas aos sinais comunicativos do
interlocutor, são boas observadoras de reações. “O comportamento dos formandos, a sua postura,
expressões, humor, brincadeiras ou sarcasmos, questões, dúvidas, afirmações e opiniões, enfim,
toda a riqueza da situação face-a-face em termos de feedback, é extremamente útil para o formador
regular e corrigir a sua forma de comunicar com o grupo”.

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SISTEMA ORTOGRÁFICO VIGENTE

Sistema Ortográfico Vigente

O novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa foi feito com o objetivo de unificar a grafia de países
que tem como língua oficial a língua portuguesa. Entrou em vigor em 1º de janeiro de 2006.

Esse acordo foi feito entre os países: Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Moçambique e Timor Leste que compõem a Comunidade dos Países de Língua Portu-
guesa (CPLP).

Através do novo acordo ortográfico da língua portuguesa, a comunicação entre esses países passou a
ser mais fluida, mais fácil.

Como o novo acordo ortográfico da língua portuguesa, a ortografia da língua passou por mudanças que
envolvem:

• O alfabeto

• Acentuação

• Consoantes mudas

• Uso das letras maiúsculas e minúsculas

O alfabeto no novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa

A Língua Portuguesa era composta por 23 letras antes do novo acordo. Após as mudanças, o alfabeto
passou a ter 26 letras.

Antes: A B C D E F G H I J L M N O P Q R S T U V X Z

Depois: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z

Isso porque foram incorporadas ao alfabeto três letras que eram consideradas estrangeiras: K, W e Y.
Assim, essas letras podem ser usadas em nomes próprios estrangeiros de pessoas, lugares e seus
derivados.

O K, W e Y também podem ser usados em siglas, símbolos, unidades de medida e monetárias e es-
trangeirismos que são usados frequentemente como: darwinismo, download, software, playground e
km.

Após as mudanças do novo acordo, os estudantes tiveram que reaprender a língua. Foto: Freepik)

Novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa e acentuação

Uso do trema

No novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa, o uso do trema não é mais empregado: nem em
palavras portuguesas nem em palavras aportuguesadas.

• Pinguim

• Linguiça

• Consequência

• Cinquenta

Atenção: em palavras como mülleriano (de Müller) e hübneriano (de Hübner) o uso do trema ainda deve
ser feito, pois se trata de nomes próprios estrangeiros.

Acento diferencial

O acento diferencial em palavras homógrafas não é mais empregado. Exceto das palavras pôr e por,
pôde e pode.

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SISTEMA ORTOGRÁFICO VIGENTE

Palavras homógrafas são aquelas que possuem a mesma grafia e pronúncia semelhantes, mas com
significados diferentes. Exemplo: "para: verbo" e "para: preposição".

O acento diferencial é empregado em situações em que há a distinção de tempo verbal e singular e


plural de verbos.

• Ele mantém / eles mantêm

• Ele convém / eles convêm

• Ele tem / eles têm

• Ele contém / eles contêm

Ele é facultativo entre a 1² pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo e a 1² pessoa do plural
do presente do indicativo.

• Estudamos e estudámos

• Demos e dêmos

• Cantamos e cantámos

Além disso, há algumas diferenças entre a acentuação gráfica de algumas palavras do português bra-
sileiro para o de Portugal. Nesses casos, ambos foram considerados corretos.

• Antônimo e antónimos

• Gênero e género

• Sinônimo e sinónimo

• Purê e puré

• Bebê e bebé

Da mesma forma com palavras que são acentuadas no Brasil e em Portugal, não.

• Averígue e averigue

• Apazígua e apazigua

• Enxágue e enxague

• Delínquo e delinquo

Acento circunflexo

No novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa, o acento circunflexo não é mais empregado em pa-
lavras paroxítonas que terminam em êem e palavras com o hiato oo.

• Voo

• Povoo

• Leem

• Enjoo

• Abençoo

Hífen

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SISTEMA ORTOGRÁFICO VIGENTE

O emprego do hífen foi o que mais sofreu mudanças com o novo acordo ortográfico da Língua Portu-
guesa. Isso porque palavras que antes não tinham passaram a ter, enquanto outras deixaram de ter.

Passa a ter hífen palavras que terminam com a mesma letra da segunda palavra, ou quando a segunda
palavra começar com a letra h.

• Micro-ondas

• Sobre-humano

• Supra-hepático

• Anti-inflamatório

Não tem hífen palavras que terminam com vogal e a segunda palavra começam com r ou s, sendo
essas consoantes duplicadas.

• Antissocial

• Antirrugas

Também não tem hífen palavras que terminam com vogal e a seguinte começa com vogal diferente.

• Antiaéreo

• Extraescolar

• Semianalfabeto

• Infraestrutura

• Semiaberto

O hífen é mantido em palavras compostas por justaposição que não tem elementos de ligação e juntas
formam um único significado.

• Guarda-chuva

• Meio-dia

• Segunda-feira

• Decreto-lei

Já em palavras compostas por justaposição que não tem a noção de composição de significado o hífen
não é empregado.

• Paraquedismo

• Paraquedas

• Paraquedista

Não tem hífen palavras que terminam com re e a seguinte palavra começa com e.

• Reeleição

• Reeducação

• Reeditar

Também não tem hífen as palavras que com começam com co e se a seguinte palavra começa com a
letra h.

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SISTEMA ORTOGRÁFICO VIGENTE

• Coabitante: antes co-habitante

• Coautor

Ditongos

No novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa, o acento não é mais empregado em palavra paro-
xítonas com i e u depois de ditongo.

• Assembleia

• Ideia

• Feiura

• Bocaiuva

Já palavras paroxítonas com ditongo aberto ei e oi, o acento passa a ser empregado.

• Androide

• Alcateia

Continuam com acentos as palavras oxítonas com ditongo aberto eu, ei e ou. Exemplo: chapéu, pa-
péis e heróis.

• Chapéu

• Papéis

• Heróis

Consoantes mudas

Palavras que possuem os encontros consonantais do tipo cc, cç, pc, pç e pt foram abolidas as le-
tras c e p se forem mudas. Atenção: são mantidas na pronúncia.

Palavras com consoantes pronunciadas

• Aptidão

• Compacto

• Ficção

• Adepto

• Pacto

• Núpcias

Palavras com consoantes não pronunciadas

• Afectivo: afetivo

• Adopção: adoção

• Actividade: atividade

• Direcção: direção

• Exacto: exato

• Acção: ação

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SISTEMA ORTOGRÁFICO VIGENTE

Palavras com consoantes com dupla grafia

• Amígdala e amídala

• Súbdito e súdito

• Concepção e conceção

• Recepção e receção

• Fato e facto

• Subtil e sutil

• Suntuoso e sumptuoso

• Amnistia e anistia

Letras maiúsculas e minúsculas

De acordo com o novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa, as letras maiúsculas são usadas em
nomes próprios de pessoas, animais, lugares (cidades, países, continentes...), acidentes geográficos,
rios, instituições e entidades.

Além de em nomes de festas e festividades, em nomes astronômicos, em títulos de periódicos e em


siglas, símbolos ou abreviaturas.

Exemplos:

• Marta

• FIFA

• França

• Marte

• Amazonas

• Cruz Vermelha

• Copa do Mundo

• O Estado do São Paulo

As letras minúsculas podem ser usadas nos dias da semana, meses e estações do ano. Exemplo:
terça-feira, novembro, outono. E nos pontos cardeais, caso sejam usados para indicar direção.

O uso da letra maiúscula ou minúscula é facultativo em títulos de livros (totalmente em maiúsculas ou


apenas com maiúscula inicial), palavras de categorizações (rio, rua, igreja…), nomes de áreas do saber,
matérias e disciplinas, versos que não iniciam o período e palavras ligadas a uma religião.

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CLASSES DE PALAVRAS

Classes De Palavras

Bom, a língua portuguesa é um rico objeto de estudo – você certamente já percebeu isso. Por apre-
sentar tantas especificidades, é natural que ela fosse dividida em diferentes áreas, o que facilita sua
análise. Entre essas áreas, está a Morfologia, que é o estudo da estrutura, da formação e da classifi-
cação das palavras. Na Morfologia, as palavras são estudadas isoladamente, desconsiderando-se a
função que exercem dentro da frase ou do período, estudo realizado pela Sintaxe. Nos estudos morfo-
lógicos, as palavras estão agrupadas em dez classes, que podem ser chamadas de classes de palavras
ou classes gramaticais. São elas:

Substantivo: palavra que dá nome aos seres em geral, podendo nomear também ações, conceitos
físicos, afetivos e socioculturais, entre outros que não podem ser considerados “seres” no sentido literal
da palavra;

Artigo: palavra que se coloca antes do substantivo para determiná-lo de modo particular (definido) ou
geral (indefinido);

Adjetivo: palavra que tem por função expressar características, qualidades ou estados dos seres;

Numeral: palavra que exprime uma quantidade definida, exata de seres (pessoas, coisas etc.), ou a
posição que um ser ocupa em determinada sequência;

Pronome: palavra que substitui ou acompanha um substantivo (nome), definindo-lhe os limites de sig-
nificação;

Verbo: palavra que, por si só, exprime um fato (em geral, ação, estado ou fenômeno) e localiza-o no
tempo;

Advérbio: palavra invariável que se relaciona com o verbo para indicar as circunstâncias (de tempo, de
lugar, de modo etc.) em que ocorre o fato verbal;

Preposição: palavra invariável que liga duas outras palavras, estabelecendo entre elas determinadas
relações de sentido e dependência;

Conjunção: palavra invariável que liga duas orações ou duas palavras de mesma função em uma ora-
ção;

Interjeição: palavra (ou conjunto de palavras) que, de forma intensa e instantânea, exprime sentimen-
tos, emoções e reações psicológicas.

A classificação das palavras sofreu alterações ao longo do tempo, o que é normal, haja vista que a
língua é mutável, isto é, sofre alterações e adaptações de acordo com as necessidades dos falantes.
Classificar uma palavra não é tarefa fácil, porém, possível, prova disso é que na língua portuguesa
todos os vocábulos estão incluídos dentro de uma das dez classes de palavras. Conhecer a gramática
que rege nosso idioma é fundamental para aprimorarmos a comunicação. Foi por essa razão que o
Brasil Escola preparou uma seção voltada ao estudo das classes gramaticais. Nela você encontrará
diversos artigos que explicarão a morfologia da língua de maneira simples e direta por meio de textos
e variados exemplos.

A primeira gramática do ocidente foi de autoria de Dionísio de Trácia, que identificava oito partes do
discurso: nome, verbo, particípio, artigo, preposição, pronome, advérbio e conjunção. Atualmente, são
reconhecidas dez classes gramaticais pela maioria dos gramáticos: substantivo, adjetivo, advérbio,
verbo, conjunção, interjeição, preposição, artigo, numeral e pronome.

Como podemos observar, houve alterações ao longo do tempo quanto às classes de palavras. Isso
acontece porque a nossa língua é viva, e portanto vem sendo alterada pelos seus falantes o tempo
todo, ou seja, nós somos os responsáveis por estas mudanças que já ocorreram e pelas que ainda vão
ocorrer. Classificar uma palavra não é fácil, mas atualmente todas as palavras da língua portuguesa
estão incluídas dentro de uma das dez classes gramaticais dependendo das suas características. A
parte da gramática que estuda as classes de palavras é a MORFOLOGIA (morfo = forma, logia = es-
tudo), ou seja, o estudo da forma.

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CLASSES DE PALAVRAS

Na morfologia, portanto, não estudamos as relações entre as palavras, o contexto em que são empre-
gadas, ou outros fatores que podem influenciá-la, mas somente a forma da palavra.

Há discordância entre os gramáticos quanto a algumas definições ou características das classes gra-
maticais, mas podemos destacar as principais características de cada classe de palavras:

SUBSTANTIVO – é dita a classe que dá nome aos seres, mas não nomeia somente seres, como tam-
bém sentimentos, estados de espírito, sensações, conceitos filosóficos ou políticos, etc.

Exemplo: Democracia, Andréia, Deus, cadeira, amor, sabor, carinho, etc.

ARTIGO – classe que abriga palavras que servem para determinar ou indeterminar os substantivos,
antecedendo-os.

Exemplo: o, a, os, as, um, uma, uns, umas.

ADJETIVO – classe das características, qualidades. Os adjetivos servem para dar características aos
substantivos.

Exemplo: querido, limpo, horroroso, quente, sábio, triste, amarelo, etc.

PRONOME – Palavra que pode acompanhar ou substituir um nome (substantivo) e que determina a
pessoa do discurso.

Exemplo: eu, nossa, aquilo, esta, nós, mim, te, eles, etc.

VERBO – palavras que expressam ações ou estados se encontram nesta classe gramatical.

Exemplo: fazer, ser, andar, partir, impor, etc.

ADVÉRBIO – palavras que se associam a verbos, adjetivos ou outros advérbios, modificando-os.

Exemplo: não, muito, constantemente, sempre, etc.

NUMERAL – como o nome diz, expressam quantidades, frações, múltiplos, ordem.

Exemplo: primeiro, vinte, metade, triplo, etc.

PREPOSIÇÃO – Servem para ligar uma palavra à outra, estabelecendo relações entre elas.

Exemplo: em, de, para, por, etc.

CONJUNÇÃO – São palavras que ligam orações, estabelecendo entre elas relações de coordenação
ou subordinação.

Exemplo: porém, e, contudo, portanto, mas, que, etc.

INTERJEIÇÃO – Contesta-se que esta seja uma classe gramatical como as demais, pois algumas de
suas palavras podem ter valor de uma frase. Mesmo assim, podemos definir as interjeições como pa-
lavras ou expressões que evocam emoções, estados de espírito.

Exemplo: Nossa! Ave Maria! Uau! Que pena! Oh!

Segundo um estudo morfológico da língua portuguesa, as palavras podem ser analisadas e cataloga-
das em dez classes de palavras ou classes gramaticais distintas, sendo elas: substantivo, artigo, adje-
tivo, pronome, numeral, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição.

Substantivo

Substantivos são palavras que nomeiam seres, lugares, qualidades, sentimentos, noções, entre outros.
Podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (diminutivo,
normal, aumentativo). Exercem sempre a função de núcleo das funções sintáticas onde estão inseridos
(sujeito, objeto direto, objeto indireto e agente da passiva).

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CLASSES DE PALAVRAS

Substantivos simples

• Casa;

• Amor;

• Roupa;

• Livro;

• Felicidade.

Substantivos compostos

• Passatempo;

• Arco-íris;

• Beija-flor;

• Segunda-feira;

• Malmequer.

Substantivos primitivos

• Folha;

• Chuva;

• Algodão;

• Pedra;

• Quilo.

Substantivos derivados

• Território;

• Chuvada;

• Jardinagem;

• Açucareiro;

• Livraria.

Substantivos próprios

• Flávia;

• Brasil;

• Carnaval;

• Nilo;

• Serra da Mantiqueira.

Substantivos comuns

• Mãe;

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CLASSES DE PALAVRAS

• Computador;

• Papagaio;

• Uva;

• Planeta.

Substantivos coletivos

• Rebanho;

• Cardume;

• Pomar;

• Arquipélago;

• Constelação.

Substantivos concretos

• Mesa;

• Cachorro;

• Samambaia;

• Chuva;

• Felipe.

Substantivos abstratos

• Beleza;

• Pobreza;

• Crescimento;

• Amor;

• Calor.

Substantivos comuns de dois gêneros

• O estudante / a estudante;

• O jovem / a jovem;

• O artista / a artista.

Substantivos sobrecomuns

• A vítima;

• a pessoa;

• a criança;

• o gênio;

• o indivíduo.

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CLASSES DE PALAVRAS

Substantivos Epicenos

• a formiga;

• o crocodilo;

• a mosca;

• a baleia;

• o besouro.

Substantivos De Dois Números

• o lápis / os lápis;

• o tórax / os tórax;

• a práxis / as práxis.

Artigo

Artigos são palavras que antecedem os substantivos, determinando a definição ou a indefinição dos
mesmos. Sendo flexionados em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural), indicam
também o gênero e o número dos substantivos que determinam.

Artigos Definidos

• o;

• a;

• os;

• as.

Artigos Indefinidos

• um;

• uma;

• uns;

• umas.

Adjetivo

Adjetivos são palavras que caracterizam um substantivo, conferindo-lhe uma qualidade, característica,
aspecto ou estado. Podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural)
e grau (normal, comparativo, superlativo).

Adjetivos Simples

• vermelha;

• lindo;

• zangada;

• branco.

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CLASSES DE PALAVRAS

Adjetivos Compostos

• verde-escuro;

• amarelo-canário;

• franco-brasileiro;

• mal-educado.

Adjetivo primitivo

• feliz;

• bom;

• azul;

• triste;

• grande.

Adjetivo Derivado

• magrelo;

• avermelhado;

• apaixonado.

Adjetivos Biformes

• bonito;

• alta;

• rápido;

• amarelas;

• simpática.

Adjetivos Uniformes

• competente;

• fácil;

• verdes;

• veloz;

• comum.

Adjetivos Pátrios

• paulista;

• cearense;

• brasileiro;

• italiano;

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CLASSES DE PALAVRAS

• romeno.

Pronome

Pronomes são palavras que substituem o substantivo numa frase (pronomes substantivos) ou que
acompanham, determinam e modificam os substantivos, atribuindo particularidades e características
aos mesmos (pronomes adjetivos). Podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino), número
(singular e plural) e pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa do discurso).

Pronomes Pessoais Retos

• eu;

• tu;

• ele;

• nós;

• vós;

• eles.

Pronomes Pessoais Oblíquos

• me;

• mim;

• comigo;

• o;

• a;

• se;

• conosco;

• vos.

Pronomes Pessoais De Tratamento

• você;

• senhor;

• Vossa Excelência;

• Vossa Eminência.

Pronomes Possessivos

• meu;

• tua;

• seus;

• nossas;

• vosso;

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CLASSES DE PALAVRAS

• sua.

Pronomes Demonstrativos

• este;

• essa;

• aquilo;

• o;

• a;

• tal.

Pronomes Interrogativos

• que;

• quem;

• qual;

• quanto.

Pronomes Relativos

• que;

• quem;

• onde;

• a qual;

• cujo;

• quantas.

Pronomes Indefinidos

• algum;

• nenhuma;

• todos;

• muitas;

• nada;

• algo.

Numeral

Numerais são palavras que indicam quantidades de pessoas ou coisas, bem como a ordenação de
elementos numa série. Alguns numerais podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino) e
número (singular e plural), outros são invariáveis.

Numerais Cardinais

• um;

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CLASSES DE PALAVRAS

• sete;

• vinte e oito;

• cento e noventa;

• mil.

Numerais Ordinais

• primeiro;

• vigésimo segundo;

• nonagésimo;

• milésimo.

Numerais Multiplicativo

• duplo;

• triplo;

• quádruplo;

• quíntuplo.

Numerais Fracionários

• um meio;

• um terço;

• três décimos.

Numerais Coletivos

• dúzia;

• cento;

• dezena;

• quinzena.

Verbo

Verbos são palavras que indicam, principalmente, uma ação. Podem indicar também uma ocorrência,
um estado ou um fenômeno. Podem ser flexionados em número (singular e plural), pessoa (1.ª, 2.ª ou
3.ª pessoa do discurso), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo), tempo (passado, presente e futuro),
aspecto (incoativo, cursivo e conclusivo) e voz (ativa, passiva e reflexiva).

Verbos Regulares

• cantar;

• amar;

• vender;

• prender;

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CLASSES DE PALAVRAS

• partir;

• abrir.

Verbos Irregulares

• medir;

• fazer;

• ouvir;

• haver;

• poder;

• crer.

Verbos Anômalos

• ser;

• ir.

Verbos Principais

• comer;

• dançar;

• saltar;

• escorregar;

• sorrir;

• rir.

Verbos Auxiliares

• ser;

• estar;

• ter;

• haver;

• ir.

Verbos de Ligação

• ser;

• estar;

• parecer;

• ficar;

• tornar-se;

• continuar;

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CLASSES DE PALAVRAS

• andar;

• permanecer.

Verbos Defectivos

• falir;

• banir;

• reaver;

• colorir;

• demolir;

• adequar.

Verbos Impessoais

• haver;

• fazer;

• chover;

• nevar;

• ventar;

• anoitecer;

• escurecer.

Verbos Unipessoais

• latir;

• miar;

• cacarejar;

• mugir;

• convir;

• custar;

• acontecer.

Verbos Abundantes

• aceitado / aceito;

• ganhado / ganho;

• pagado / pago.

Verbos Pronominais Essenciais

• arrepender-se;

• suicidar-se;

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CLASSES DE PALAVRAS

• zangar-se;

• queixar-se;

• abster-se;

• dignar-se.

Verbos Pronominais Acidentais

• pentear / pentear-se;

• sentar / sentar-se;

• enganar / enganar-se

• debater / debater-se.

Advérbio

Advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um advérbio, indicando uma circuns-
tância (tempo, lugar, modo, intensidade, …). São invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e nú-
mero. Contudo, alguns advérbios podem ser flexionados em grau.

Advérbio de lugar

• aqui;

• ali;

• atrás;

• longe;

• perto;

• embaixo.

Advérbio de Tempo

• hoje;

• amanhã;

• nunca;

• cedo;

• tarde;

• antes.

Advérbio De Modo

• bem;

• mal;

• rapidamente;

• devagar;

• calmamente;

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CLASSES DE PALAVRAS

• pior.

Advérbio De Afirmação

• sim;

• certamente;

• certo;

• decididamente.

Advérbio De Negação

• não;

• nunca;

• jamais;

• nem;

• tampouco.

Advérbio De Dúvida

• talvez;

• quiçá;

• possivelmente;

• provavelmente;

• porventura.

Advérbio de Intensidade

• muito;

• pouco;

• tão;

• bastante;

• menos;

• quanto.

Advérbio de Exclusão

• salvo;

• senão;

• somente;

• só;

• unicamente;

• apenas.

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CLASSES DE PALAVRAS

Advérbio de Inclusão

• inclusivamente;

• também;

• mesmo;

• ainda.

Advérbio de Ordem

• primeiramente;

• ultimamente;

• depois.

Preposição

Preposições são palavras que estabelecem conexões com vários sentidos entre dois termos da oração.
Através de preposições, o segundo termo (termo consequente) explica o sentido do primeiro termo
(termo antecedente). São invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e número.

Preposições Simples Essenciais

• a;

• após;

• até;

• com;

• de;

• em;

• entre;

• para;

• sobre.

Preposições Simples Acidentais

• como;

• conforme;

• consoante;

• durante;

• exceto;

• fora;

• mediante;

• salvo;

• segundo;

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CLASSES DE PALAVRAS

• senão.

Preposições Compostas ou Locuções Prepositivas

• acima de;

• a fim de;

• apesar de;

• através de;

• de acordo com;

• depois de;

• em vez de;

• graças a;

• perto de;

• por causa de.

Conjunção

Conjunções são palavras utilizadas como elementos de ligação entre duas orações ou entre termos de
uma mesma oração, estabelecendo relações de coordenação ou de subordinação. São invariáveis, não
sendo flexionadas em gênero e número.

Conjunções Coordenativas Aditivas

• e;

• nem;

• também;

• bem como;

• não só...mas também.

Conjunções Coordenativas Adversativas

• mas;

• porém;

• contudo;

• todavia;

• entretanto;

• no entanto;

• não obstante.

Conjunções Coordenativas Alternativas

• ou;

• ou...ou;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 15
CLASSES DE PALAVRAS

• já…já;

• ora...ora;

• quer...quer;

• seja...seja.

Conjunções Coordenativas Conclusivas

• logo;

• pois;

• portanto;

• assim;

• por isso;

• por consequência;

• por conseguinte.

Conjunções Coordenativas Explicativas

• que;

• porque;

• porquanto;

• pois;

• isto é.

Conjunções Subordinativas Integrantes

• que;

• se.

Conjunções Subordinativas Adverbiais Causais

• porque;

• que;

• porquanto;

• visto que;

• uma vez que;

• já que;

• pois que;

• como.

Conjunções Subordinativas Adverbiais Concessivas

• embora;

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CLASSES DE PALAVRAS

• conquanto;

• ainda que;

• mesmo que;

• se bem que;

• posto que.

Conjunções Subordinativas Adverbiais Condicionais

• se;

• caso;

• desde;

• salvo se;

• desde que;

• exceto se;

• contando que.

Conjunções Subordinativas Adverbiais Conformativas

• conforme;

• como;

• consoante;

• segundo.

Conjunções Subordinativas Adverbiais Finais

• a fim de que;

• para que;

• que.

Conjunções Subordinativas Adverbiais Proporcionais

• à proporção que;

• à medida que;

• ao passo que;

• quanto mais… mais,…

Conjunções Subordinativas Adverbiais Temporais

• quando;

• enquanto;

• agora que;

• logo que;

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CLASSES DE PALAVRAS

• desde que;

• assim que;

• tanto que;

• apenas.

Conjunções subordinativas adverbiais comparativas

• como;

• assim como;

• tal;

• qual;

• tanto como.

Conjunções subordinativas adverbiais consecutivas

• que;

• tanto que;

• tão que;

• tal que;

• tamanho que;

• de forma que;

• de modo que;

• de sorte que;

• de tal forma que.

Interjeição

Interjeições são palavras que exprimem emoções, sensações, estados de espírito. São invariáveis e
seu significado fica dependente da forma como as mesmas são pronunciadas pelos interlocutores.

Interjeições de alegria

• Oh!;

• Ah!;

• Oba!;

• Viva!;

• Opa!.

Interjeições de Estímulo

• Vamos!;

• Força!;

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CLASSES DE PALAVRAS

• Coragem!;

• Ânimo!;

• Adiante!.

Interjeições de Aprovação

• Apoiado!;

• Boa!;

• Bravo!.

Interjeições de desejo

• Oh!;

• Tomara!;

• Oxalá!.

Interjeições De Dor

• Ai!;

• Ui!;

• Ah!;

• Oh!.

Interjeições de Surpresa

• Nossa!;

• Cruz!;

• Caramba!;

• Opa!;

• Virgem!;

• Vixe!.

Interjeições de Impaciência

• Diabo!;

• Puxa!;

• Pô!;

• Raios!;

• Ora!.

Interjeições de Silêncio

• Psiu!;

• Silêncio!.

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CLASSES DE PALAVRAS

Interjeições de Alívio

• Uf!;

• Ufa!;

• Ah!.

Interjeições de Medo

• Credo!;

• Cruzes!;

• Uh!;

• Ui!.

Interjeições de Advertência

• Cuidado!;

• Atenção!;

• Olha!;

• Alerta!;

• Sentido!.

Interjeições de Concordância

• Claro!;

• Tá!;

• Hã-hã!.

Interjeições de Desaprovação

• Credo!;

• Francamente!;

• Xi!;

• Chega!;

• Basta!;

• Ora!.

Interjeições de Incredulidade

• Hum!;

• Epa!;

• Ora!;

• Qual!.

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CLASSES DE PALAVRAS

Interjeições de Socorro

• Socorro!;

• Aqui!;

• Piedade!;

• Ajuda!.

Interjeições de Cumprimentos

• Olá!;

• Alô!;

• Ei!;

• Tchau!;

• Adeus!.

Interjeições de Afastamento

• Rua!;

• Xô!;

• Fora!;

• Passa!.

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SEMÂNTICA

Semântica

Em linguística, Semântica estuda o significado e a interpretação do significado de uma palavra, de um


signo, de uma frase ou de uma expressão em um determinado contexto. Nesse campo de estudo se
analisa, também, as mudanças de sentido que ocorrem nas formas linguísticas devido a alguns
fatores, tais como tempo e espaço geográfico.

As Atribuições Da Semântica

Na Língua Portuguesa, o significado das palavras leva em consideração os conceitos descritos a


seguir:

Sinonímia

Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que apresentam significados iguais ou
semelhantes, ou seja, os sinônimos. Exemplos: bondoso – caridoso; distante – afastado; cômico –
engraçado.

Antonímia

Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que apresentam significados diferentes, contrários,
ou seja, os antônimos. Exemplos: bondoso – maldoso; bom – ruim; economizar – gastar.

Homonímia

Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que, embora possuam significados diferentes,
apresentam a mesma estrutura fonológica, ou seja, os homônimos. Os homônimos subdividem-se em
palavras homógrafas, homófonas e perfeitas:

Homógrafas: São as palavras iguais na escrita, porém diferentes na pronúncia. Exemplos: gosto
(substantivo) – gosto (1ª pessoa do singular do presente indicativo) / conserto (substantivo) –
conserto (1ª pessoa do singular do presente indicativo);

Homófonas – São as palavras iguais na pronúncia, porém diferentes na escrita.

Exemplos: cela (substantivo) – sela (verbo) / cessão (substantivo) – sessão (substantivo);

Perfeitas: São as palavras iguais tanto na pronúncia como na escrita.

Exemplos: cura (verbo) – cura (substantivo); cedo (verbo) – cedo (advérbio).

Paronímia

Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, porém são
muito semelhantes na pronúncia e na escrita, ou seja, os parônimos. Exemplos: emigrar – imigrar;
cavaleiro – cavalheiro; comprimento – cumprimento.

Polissemia

A polissemia caracteriza-se pela propriedade que uma mesma palavra possui de apresentar vários
significados. Exemplos: Hidrate as suas mãos (parte do corpo humano) – Ele abriu mão dos seus
direitos (desistir).

Hiperônimo

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SEMÂNTICA

É uma palavra pertencente ao mesmo campo semântico de outra, mas com o sentido mais
abrangente. Exemplo: A palavra “flor”, que está associada aos diversos tipos de flores, como rosa,
violeta etc.

Hipônimo

O hipônimo é um vocábulo mais específico, possui o sentido mais restrito que os hiperônimos.
Exemplo: “Observar”, “olhar”, “enxergar” são hipônimos de “ver”.

Conotação E Denotação

Na conotação, a palavra é empregada com um significado diferente do original, criado pelo contexto,
diferente do que está no dicionário da língua, utilizado no sentido figurado. Exemplo: Ela tem um
coração de pedra! Já na denotação, a palavra é empregada em seu sentido original, com o
significado que encontramos quando consultamos o dicionário, o sentido literal. Exemplo: O voo dos
pássaros é admirável.

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SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS

Sinônimos e Antônimos

A Semântica é a parte da linguística que estuda o significado das palavras, a parte significativa do
discurso. Cada palavra tem seu significado específico, porém podemos estabelecer relações entre os
significados das palavras, assemelhando-as umas às outras ou diferenciando-as segundo seus
significados.

SINONÍMIA: Sinonímia é a divisão na Semântica que estuda as palavras sinônimas, ou aquelas que
possuem significado ou sentido semelhante.

Algumas palavras mantêm relação de significado entre si e representam praticamente a mesma ideia.
Estas palavras são chamadas de sinônimos.

Ex: certo, correto, verdadeiro, exato.

Sendo assim, SINÔNIMOS são palavras que possuem significados semelhantes.

A contribuição greco-latina é responsável pela existência de numerosos pares de sinônimos:

 adversário e antagonista;

 translúcido e diáfano;

 semicírculo e hemiciclo;

 contraveneno e antídoto;

 moral e ética;

 colóquio e diálogo;

 transformação e metamorfose;

 oposição e antítese.

ANTONÍMIA: É a relação entre palavras de significado oposto

Outras palavras, ainda, possuem significados completamente divergentes, de forma que um se opõe
ao outro, ou nega-lhe o significado. Estas palavras são chamadas de antônimos.

Ex: direita / esquerda, preto / branco, alto / baixo, gordo / magro.

Desta forma, ANTÔNIMOS são palavras que opõem-se no seu significado.

Observação: A antonímia pode originar-se de um prefixo de sentido oposto ou negativo:

 bendizer e maldizer;

 simpático e antipático;

 progredir e regredir;

 concórdia e discórdia;

 ativo e inativo;

 esperar e desesperar;

 comunista e anticomunista;

 simétrico e assimétrico.

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VOZES DO VERBO

Vozes Do Verbo

Os verbos apresentam flexão em voz. As vozes do verbo indicam se o sujeito gramatical é o agente ou
o paciente da ação verbal, ou seja, se pratica ou se sofre a ação.

Existem três vozes verbais no português: ativa, passiva e reflexiva.

Voz ativa: Eu vi o menino no parque.


Voz passiva: O menino foi visto por mim.
Voz reflexiva: Eu vi-me ao espelho.

Voz Ativa

A voz ativa é usada quando o sujeito gramatical pratica a ação verbal. Indica, assim, que o sujeito
gramatical é o agente da ação.

Frases na voz ativa

Eu comi o bolo.

Meu filho comprou o chapéu.

Os alunos leram os livros.

Voz Passiva

A voz passiva é usada quando o sujeito gramatical sofre a ação verbal. Indica, assim, que o sujeito
gramatical é o paciente de uma ação que é praticada pelo agente da passiva.

Conforme o seu processo de formação, a voz passiva pode ser classificada em voz passiva analítica e
voz passiva sintética.

Voz Passiva Analítica

Na voz passiva analítica, as frases apresentam a seguinte estrutura:


sujeito paciente + verbo auxiliar + particípio + preposição + agente da passiva

Frases na voz passiva analítica:

O bolo foi comido por mim.

O chapéu foi comprado pelo meu filho.

Os livros foram lidos pelos alunos.

Voz passiva sintética

Na voz passiva sintética, as frases apresentam a seguinte estrutura:


verbo transitivo + pronome se + sujeito paciente

Frases na voz passiva sintética:

Comeu-se o bolo.

Comprou-se o chapéu.

Leram-se os livros.

Voz reflexiva

A voz reflexiva é usada quando o sujeito gramatical pratica e sofre a ação verbal. Indica assim que o
sujeito gramatical é ao mesmo tempo o agente e o paciente da ação. Apresenta, obrigatoriamente, um
pronome oblíquo reflexivo (me, te, se, nos, vos, se) que atua como objeto de um verbo na voz ativa.

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VOZES DO VERBO

A voz reflexiva é considerada recíproca quando estão presentes dois sujeitos que praticam e sofrem a
ação um do outro.

Frases na voz reflexiva

Ele se feriu com a tesoura.

Alimento-me sempre de forma saudável.

Eles olharam-se longamente.

Conversão da voz ativa na voz passiva

Na passagem da voz ativa para a voz passiva ocorrem algumas mudanças.

Conversão da voz ativa na voz passiva analítica

O sujeito se transforma em agente da passiva.

O objeto direto se transforma no sujeito da passiva.

O verbo transitivo se transforma em locução verbal.

Exemplo de conversão da voz ativa na voz passiva analítica:

Voz ativa: O diretor alterou o horário de funcionamento da empresa.

O sujeito (o diretor) passa para agente da passiva (pelo diretor).


O objeto direto passa para sujeito da passiva (o horário de funcionamento da empresa).
O verbo transitivo (alterou) passa para locução verbal (foi alterado).

Voz passiva analítica: O horário de funcionamento da empresa foi alterado pelo diretor.

Conversão da voz ativa na voz passiva sintética

O objeto direto se transforma no sujeito da passiva.

O sujeito se transforma na partícula apassivadora se.

Não há agente da passiva e o verbo transitivo mantém-se.

Exemplo de conversão da voz ativa na voz passiva sintética:

Voz ativa: O diretor alterou o horário de funcionamento da empresa.

O objeto direto passa para sujeito da passiva (o horário de funcionamento da empresa).


O sujeito (o diretor) passa para partícula apassivadora (se).
Não há agente da passiva e o verbo transitivo mantém-se.

Verbo é a classe gramatical com maior necessidade de flexões. Elas acontecem de acordo com pes-
soa, número, tempo, modo e voz. Define-se a voz levando-se em consideração a situação do sujeito da
frase, verificando-se se este é agente ou paciente da ação. Existem três vozes verbais: ativa, passiva
e reflexiva.

Voz ativa

A voz ativa ocorre quando o sujeito pratica a ação expressa pelo verbo.

Confira exemplos:

a) Eu escrevi este poema.

b) Nós visitamos o museu.

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VOZES DO VERBO

c) Nós plantaremos gerânios.

d) Eles farão um mutirão para limpar a praça amanhã.

e) Nadir terminará os preparativos para o casamento ainda hoje.

f) Vasconcelos enviou o memorando e saiu para o almoço.

Voz passiva

A voz passiva ocorre quando o sujeito recebe a ação expressa pelo verbo.

Exemplos:

a) O poema foi escrito por mim.

b) O museu foi visitado por nós.

c) Os gerânios serão plantados por nós.

d) A festa será encerrada porque a vizinhança está reclamando do barulho.

e) O dente precisou ser extraído, pois já apresentava um quadro de infecção.

f) Ela foi impedida de participar do concurso, pois chegou muito atrasada.

A formação da voz passiva pode dar-se através de dois processos: analítico e sintético.

Voz passiva analítica

É formada pelo verbo auxiliar (ser) + particípio do verbo principal.

a) A igreja será reformada.

b) O hambúrguer é feito por mim.

É possível também que o agente da passiva não esteja explícito, tal como exemplificado na seguinte
oração:

A estrada será interditada amanhã.

Como o particípio é invariável, a variação temporal se expressa através do verbo auxiliar:

Exemplos:

a) Rosa fez a lasanha. (pretérito perfeito do indicativo)

b) A lasanha foi feita por Rosa. (pretérito perfeito do indicativo)

c) Rosa faz a lasanha. (presente do indicativo)

d) A lasanha é feita por Rosa. (presente do indicativo)

e) Rosa fará a lasanha. (futuro do presente)

f) A lasanha será feita por Rosa. (futuro do presente)

O verbo auxiliar assume o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa quando presentes em
orações que possuam locuções verbais. Confira:

a) A moça ia levando as compras. (gerúndio)

b) As compras iam sendo levadas pela moça. (gerúndio)

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VOZES DO VERBO

Voz passiva sintética

Também conhecida como pronominal, a voz passiva sintética nasce a partir do uso do verbo na 3ª
pessoa + pronome apassivador (SE). Veja o exemplo para compreender melhor:

a) Concluiu-se, através de pesquisa, que a taxa de natalidade vem diminuindo no Brasil.

b) Abandonou-se aquele antigo conceito por não ser justo.

Voz reflexiva

A voz reflexiva ocorre quando o sujeito recebe e pratica a ação expressa pelo verbo.

Exemplos:

a) Bruno machucou-se ao cair do balanço.

b) Maria arrumou-se para a festa

c) Helena penteou-se para tirar a foto.

d) Roberto mudou-se para uma casa mais ampla.

e) Cristina cortou-se com a faca.

f) Suzana molhou-se inteira tentando dar banho no cachorro.

Como já é do nosso conhecimento, a classe gramatical ora denominada de “verbo” é aquela que mais
apresenta flexões. Tais flexões referem-se ao tempo, modo, pessoa, número e voz. Dando ênfase
às vozes do verbo, torna-se importante ressaltar que elas estão diretamente ligadas à maneira como
se apresenta a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito. Acompanhe:

Voz Ativa

Nesse caso, o sujeito é o agente da ação verbal, ou seja, é ele quem a pratica. Observemos o exemplo:

O repórter leu a notícia.

repórter: sujeito agente


leu: verbo na voz ativa

Voz passiva

Nela, a situação inverte-se, pois o sujeito torna-se paciente, isto é, ele sofre a ação expressa pelo fato
verbal. Vejamos:

A notícia foi lida pelo repórter.

notícia: sujeito agente


foi lida: verbo na voz ativa

Podemos perceber que o agente, nesse caso, foi o repórter, que praticou a ação de ler a notícia.

A voz passiva apresenta-se em dois aspectos:

⇒ Voz passiva sintética: formada por um verbo transitivo direto (ou direto e indireto) na terceira pes-
soa (do singular ou plural) mais o pronome “se” (apassivador).

Exemplo:

Praticaram-se ações solidárias.

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VOZES DO VERBO

Praticaram-se: voz passiva sintética


Ações solidárias: sujeito paciente

⇒ Voz passiva analítica: formada pelo verbo auxiliar (ser ou estar) mais o particípio de um verbo tran-
sitivo direto (ou direto e indireto).

Exemplo:

Ações solidárias foram praticadas.

Foram praticadas: voz passiva analítica (verbo ser [foram] + particípio [praticadas])
Ações solidárias: sujeito paciente

Voz Reflexiva

Ocorre quando o sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo, ou seja, ele tanto pratica quanto recebe
a ação expressa pelo verbo. Conforme demonstrado a seguir:

A garota penteou-se diante do espelho.

garota: sujeito agente


penteou-se: verbo na voz reflexiva

É importante entendermos que dessa forma a garota praticou a ação de pentear-se e recebeu a ação
de ser penteada.

As vozes verbais indicam a relação entre o sujeito e a ação expressa pelo verbo. Em português, o
verbo se distribui em três vozes:

- Voz ativa: quando o sujeito pratica a ação, é um sujeito agente.


Ex.: A criança alimentou o animal.

No exemplo dado, a criança (sujeito) pratica a ação.

- Voz passiva: quando o sujeito sofre a ação verbal, é um sujeito paciente.


Ex.: O animal foi alimentado pela criança.

No exemplo dado, o animal (sujeito) recebe a ação.

Há dois tipos de voz passiva:

a) Voz passiva sintética: formada por verbo transitivo na terceira pessoa mais o pronome apassivador
se.
Ex.: Vende-se computador.

b) Voz passiva analítica: formada pelo verbo auxiliar (ser ou estar) mais o particípio de um verbo tran-
sitivo.
Ex.: O menino foi penteado pelo pai.

- Voz reflexiva: quando o sujeito pratica e ao mesmo tempo recebe a ação. A voz reflexiva apresenta
a seguinte estrutura: verbo na voz ativa + pronome oblíquo exercendo a função de objeto.
Ex.: A menina penteou -se (a si mesma).

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ORTOGRAFIA

Ortografia

Ortografia é a parte da gramática normativa que ensina a escrever corretamente as palavras de


uma língua. A ortografia deriva das palavras gregas ortho (ορθο no alfabeto grego) que significa
"correto" e graphos (γραφος) que significa "escrita". Definindo, nomeadamente, o conjunto de
símbolos (letras e sinais diacríticos), a forma como devem ser usados, a pontuação, o uso de
maiúsculas, etc. É o conjunto de regras estabelecidas pela gramática normativa.

Apesar de oficialmente sancionada, a ortografia não é mais do que uma tentativa de transcrever os
sons de uma determinada língua em símbolos escritos. Esta transcrição costuma se dar sempre por
aproximação e raramente está isenta de ambiguidades.

Um dos sistemas ortográficos mais complexos é o da língua japonesa, que usa uma combinação de
várias centenas de caracteres ideográficos, o kanji, de origem chinesa, dois
silabários, katakana e hiragana, e ainda o alfabeto latino (não se trata de alfabeto latino, mas sim a
forma fonética de representar os silabários) , a que dão o nome romaji. Todas as palavras
em japonês podem ser escritas em katakana, hiragana ou romaji. E a maioria delas também pode ser
identificada por caracteres kanji. A escolha de um tipo de escrita depende de vários fatores,
nomeadamente o uso mais habitual, a facilidade de leitura ou até as opções estilísticas de quem
escreve.

Tipos

Analisando as línguas europeias podem identificar-se duas ortografias diferentes:

Ortografia fonética

Cada som corresponde a uma letra ou grupo de letras únicos e cada letra ou grupo de letras
corresponde a um único som.

Ortografia etimológica

Um mesmo som pode corresponder a diversas letras e cada letra ou grupo de letras pode
corresponder a diversos sons, dependendo da história, da gramática e dos usos tradicionais.

Exceto o Alfabeto Fonético Internacional, que consegue fazer a transcrição para caracteres
alfabéticos de todos os sons, não há sistemas ortográficos pura e exclusivamente fonéticos. No
entanto, podemos dizer que são eminentemente fonéticas as ortografias das
línguas búlgara, finlandesa, italiana, russa, turca, alemã e, até certo ponto, a da língua espanhola. No
caso particular do espanhol, podemos admitir que se trata de uma ortografia fonética em relação ao
espanhol padrão falado na Espanha, mas não tanto em relação aos falares latino-americanos, em
especial aos da Argentina e Cuba, nos quais nem sempre se verifica que cada som corresponde a
uma letra ou grupo de letras.

A ortografia atual do português é, também, mais fonética do que etimológica. No entanto, antes
da Reforma Ortográfica de 1911 em Portugal, a escrita oficialmente usada era marcadamente
etimológica. Escrevia-se, por
exemplo, pharmacia, lyrio, orthographia, phleugma, diccionario, caravella, estylo e prompto em vez
dos actuais farmácia, lírio, ortografia, fleuma, dicionário, caravela, estilo e pronto. A ortografia
tradicional etimológica perdurou no Brasil até a década de 1930.

Um exemplo típico de ortografia etimológica é a escrita do inglês. Em inglês um grupo de letras (por
exemplo: ough) pode ter mais de quatro sons diferentes, dependendo da palavra onde está inserido.
É também a etimologia que rege a escrita da grande maioria das palavras no francês, onde um
mesmo som pode ter até nove formas de escrita diferentes, caso das palavras
homófonas au, aux, haut, hauts, os, aulx, oh, eau, eaux.

Erros ortográficos

Paragrama

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ORTOGRAFIA

Um paragrama é um erro ortográfico que resulta da troca de uma letra por outra,
como previlégio (privilégio), visinho (vizinho), vizita (visita), meza (mesa) e outras.

Ortografia

A Ortografia estuda a correta forma de escrita das palavras de uma língua. Do grego "Ortho", que
quer dizer correto e "grafo", por sua vez, que significa escrita.

A ortografia se insere na Fonologia (estudo dos fonemas) e junto com a Morfologia e a Sintaxe são as
partes que compõem a gramática.

A ortografia é influenciada pela etimologia e fonologia das palavras. Além disso, são feitas
convenções entre os falantes de uma mesma língua que visam unificar a sua ortografia oficial. Trata-
se dos acordos ortográficos. O mais recente, data de 1990 e deve estar implementado no Brasil e em
Portugal no final de 2015.

Saiba mais sobre esse tema em: Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

O Alfabeto

A escrita é possível graças a sinais gráficos ordenados que transcrevem os sons da linguagem. Na
nossa cultura, esses sinais são as letras, cujo conjunto é chamado de alfabeto. A língua portuguesa
tem 26 letras, três das quais são usadas em casos especiais - K, W e Y.

Emprego das letras K, W e Y

• Siglas e símbolos: kg (quilograma), km (quilômetro), K (potássio)

• Antropônimos (e respetivas palavras derivadas) originários de línguas estrangeiras: Kelly, Darwin,


darwinismo

• Topônimos (e respetivas palavras derivadas) originários de línguas estrangeiras: Kosovo, Kuwait,


kuwaitiano

• Palavras estrangeiras não adaptadas para o português: feedback, hardware, hobby

Orientações Ortográficas

Uso do h

O h é utilizado nas seguintes situações:

• No final de algumas interjeições: Ah!, Oh!, Uh!

• Por força da etimologia: habilidade, hoje, homem

• Nos dígrafos ch, lh, nh: flecha, vermelho, manha

• Nas palavras compostas: mini-hotel, sobre-humano, super-homem

Exceção: A palavra Bahia quando se refere ao estado é uma exceção. O acidente geográfico baía é
grafado sem h.

Uso do x/ch

O x é utilizado nas seguintes situações:

• Geralmente, depois dos ditongos: caixa, deixa, peixe

• Depois da sílaba -me: mexer, mexido, mexicano

• Palavras com origem indígena ou africana: xará, xavante, xingar

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ORTOGRAFIA

• Depois da sílaba inicial -en: enxofre, enxada, enxame

Exceção: O verbo encher escreve-se com ch. O mesmo acontece com as palavras que dele derivem:
enchente, encharcar, enchido.

Escreve-se com x Escreve-se com ch

bexiga bochecha

bruxa boliche

caxumba broche

elixir cachaça

faxina chuchu

graxa colcha

lagartixa fachada

mexerico mochila

xerife salsicha

xícara tocha

Uso do s/z

O s é utilizado nas seguintes situações:

• Nos adjetivos terminados pelos sufixos -oso/-osa que indicam grande quantidade, estado ou
circunstância: bondoso, feiosa, oleoso

• Nos sufixo -ês, -esa, - isa que indicam origem, título ou profissão: marquês, francesa, poetisa.

• Depois de ditongos: coisa, maisena, lousa

• Na conjugação dos verbos pôr e querer: pôs, quis, quiseram

O z, por sua vez, é utilizado nas seguintes situações:

• Nos sufixos -ez/-eza que formam substantivos a partir de adjetivos: magro - magreza, belo - beleza,
grande - grandeza

• No sufixo - izar, que forma verbo: atualizar, batizar, hospitalizar

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ORTOGRAFIA

Escreve-se com s Escreve-se com z

alisar amizade

análise aprazível

atrás azar

através azia

aviso desprezo

gás giz

groselha prazer

invés rodízio

jus talvez

uso verniz

Uso do g/j

O g é utilizado nas seguintes situações:

• Nas palavras que terminem em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: presságio, régio, litígio, relógio,
refúgio

• Nos substantivos que terminem em -gem: alavancagem, vagem, viagem

O j, por sua vez, é utilizado nas seguintes situações:

• Palavras com origem indígena: pajé, jerimum, canjica

• Palavras com origem africana: jabá, jiló, jagunço

Observações:

1. A conjugação do verbo viajar no Presente do Subjuntivo escreve-se com j: (Que ) eles/elas viajem.

2. Nos verbos que, no infinitivo, contenham g antes de e ou i, o g é substituído para jantes do a ou


do o de forma que seja mantido o mesmo som. Assim: afligir - aflija, aflijo; eleger - elejam, elejo; agir -
ajam, ajo.

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ORTOGRAFIA

Escreve-se com g Escreve-se com j

angélico anjinho

estrangeiro berinjela

gengibre cafajeste

geringonça gorjeta

gim jeito

gíria jiboia

ligeiro jiló

sargento laje

tangerina sarjeta

tigela traje

Para mais algumas orientações ortográficas veja também o artigo: Uso do Ç - Cedilha.

Parônimos e Homônimos

Há diferentes formas de escrita que existem, ou seja, são aceitas, mas cujo significado é diferente.
Assim, estamos diante de palavras parônimas quando as palavras são parecidas na grafia ou na
pronúncia, mas têm significados diferentes.

Exemplos:

cavaleiro (de cavalos) cavalheiro (educado)

comprimento (tamanho) cumprimento (de cumprir ou cumprimentar)

descrição (descrever) discrição (de discreto)

descriminar (absolver) discriminar (distinguir)

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ORTOGRAFIA

emigrar (deixar o país) imigrar (entrar no país)

Por outro lado, podemos estar diante de palavras homônimas quando as palavras têm a mesma
pronúncia, mas significados diferentes.

Exemplos:

cela (cômodo pequeno) sela (de cavalos)

cheque (meio de pagamento) xeque (do xadrez)

esperto (perspicaz) experto (experiente)

ruço (pardo claro) russo (da Rússia)

tachar (censurar) taxar (fixar taxa)

Para saber mais leia também o artigo: Homônimos e Parônimos.

Palavras e Expressões que Oferecem Dificuldades

Além das situações mencionadas acima e os casos de acentuação e pontuação - temas que se
enquadram na Ortografia - há uma série de palavras e expressões que oferecem dificuldade: A baixo
/ Abaixo, Onde / Aonde, Mas / Mais, entre tantas outras.

Exemplos:

Abaixo / A baixo

Leia mais sobre esse assunto abaixo. (em posição inferior)

Olhou-me de cima a baixo com olhar de desaprovação. (relação com a expressão "de cima" ou "de
alto")

Onde / Aonde

Não sei onde deixei meus livros. (não sugere movimento)

Aonde deixaremos os livros? (sugere movimento)

Saiba mais em Uso do Onde e Aonde.

Mas / Mais

Eu falo, mas ele nunca me ouve. (porém)

Isto é o que mais gosto de fazer! (aumento de quantidade)

Para saber mais leia também o artigo: Uso do Por que, Porquê, Por quê e Porque.

Para dirimir dificuldades com a ortografia, é preciso estar atento e se familiarizar com ela. Isso é
possível somente através da leitura, da prática e mediante a consulta de um bom dicionário.

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ORTOGRAFIA

Ortografia Oficial: como acertar qualquer questão no seu concurso!

Ortografia Oficial é um assunto muito presente em conteúdos programáticos de diversos concursos


Brasil afora. Por isso resolvi trazer um artigo completo sobre o tema, que gera muitas dúvidas e
curiosidades entre os candidatos que estudam Português no conteúdo programático de um Concurso.

Veja alguns dos concursos em que Ortografia Oficial está presente:

• Concurso do INSS

• Concurso da PRF e PF

• Concursos Jurídicos (TJ, TRE, TRT, TRF)

• Concursos policiais (Guardas Municipais, Polícias Militares e Civis)

• Concursos de Prefeitura

• Outros

É isso mesmo… Praticamente não importa qual concurso você faça, conhecer a Ortografia Oficial é
uma necessidade urgente!

Costumo dizer o seguinte: aprenda Língua Portuguesa, depois comece a estudar para concurso. E
para aprender a Língua Portuguesa, aprender a Ortografia Oficial é uma prioridade. É isso que vamos
fazer agora, juntos, aqui no Segredos de Concurso.

O que é Ortografia Oficial

Ortografia Oficial, ou simplesmente Ortografia, é a parte da nossa gramática que se dedica a estudar
a escrita correta das palavras.

Vamos para a origem dos componentes do termo “Ortografia”:

• Orthos – palavra grega que exprime a idéia de direito, reto, exato.

• Graphia – palavra latina que significa “escrever”.

Sendo assim, praticar Ortografia é escrever corretamente, conhecer as regras gramaticais que tornam
a escrita de acordo com as regras da Língua Portuguesa, em nosso caso.

Quando falamos de “Ortografia Oficial” estamos nos referindo à Ortografia definida oficialmente no
Brasil como a correta.

Alfabeto, Consoantes e Vogais

Essa é uma parte bem simples, mas gostaria de falar um pouco.

Lembre-se que uma das bases de qualquer língua, inclusive a Língua Portuguesa, é o alfabeto, onde
estão definidos quais os sinais gráficos e quais os sons que cada sinal representa.

O alfabeto é formado pelas vogais (A, E, I, O, U) e pelas consoantes (B, C, D, F, G…).

Uma curiosidade sobre a classificação de vogais e consoantes se refere ao uso das letras Y, K e W.

Quando utilizá-las no Português? Vejo muito concurseiro errando questões com pegadinhas desse
tipo. Mas a partir de agora você não erra mais. Veja as duas possibilidades para a utilização dessas
letras:

1. Na transcrição de nomes próprios estrangeiros e de seus derivados portugueses: Katy Perry,


Nova York, Disney World, etc.

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ORTOGRAFIA

2. Nas abreviaturas e símbolos de uso internacional: Kg (quilograma), W (Watt), Km (quilômetro),


etc.

Se na parte de Ortografia Oficial do seu concurso for perguntado se qualquer substantivo comum
(iogurte, ilha, vale, cabelo, cansaço) pode ser escrito com Y, K ou W não faça a besteira de escrever
que sim.

Y, K e W só para abreviaturas e nomes próprios!

Os Acentos

Quem nunca teve dúvida se uma palavra admite ou não acento? Esse é um dos principais erros nas
questões de Ortografia Oficial dos diversos concursos. Para entendermos melhor sobre acentuação,
é melhor saber para que serve a acentuação.

De maneira geral, a acentuação serve para modificar o som de alguma letra, fazendo com que
palavras de escrita semelhante tenham leituras diferentes e, portanto, significados diferentes. Assim,
o acento é utilizado para diferenciar SECRETÁRIA de SECRETARIA. BABA e BABÁ. MAGOA e
MÁGOA.

Sem os acentos, essas diferenciações não poderiam ser feitas.

De maneira geral, podemos definir os acentos da seguinte forma:

• ACENTO AGUDO: é representado por um traço voltado para a direita. É colocado sobre as vogais
indicando que a sílaba onde ele está é tônica (tem o som mais forte). O acento agudo faz com que a
vogal seja pronunciada de forma aberta. Exemplos: maré, jacaré, tórax, célebre.

• TIL: o til é representado por um traço sinuoso (um “S” deitado). Ele torna nasal o som das letras A e
O. Exemplos: canhão, interpõe, barão, constituição, leões.

• ACENTO CIRCUNFLEXO: é representado pelo famoso “chapéu” em cima das vogais A, O e E. O


acento circunflexo indica que a vogal deve ser pronunciada de forma fechada. Exemplos: judô, bônus,
ângulo, acadêmico.

• ACENTO GRAVE: o acento grave é semelhante ao agudo, só que virado para o lado esquerdo. Ele
indica a ocorrência de crase. Mas sobre isso vamos falar mais adiante, de maneira mais aprofundada.
Por enquanto, basta saber que o acento existe.

Você sabe utilizar os acentos adequadamente? Uma dica é falar a palavra mentalmente e tentar
verificar se o som está de acordo com o significado e com o que está escrito.

Recapitulando: o acento agudo deixa o som da vogal mais aberto. O til faz com que o som fique
anasalado. O circunflexo faz com que o som fique fechado.

Esse é outro tópico frequentemente cobrado no conteúdo de ortografia oficial.

Palavras homônimas e parônimas: fique atento a estas pegadinhas!

É importante você estar atento dois conceitos importantíssimo, que tem feito muita gente boa cair em
cascas de banana nas questões de Ortografia Oficial. Você já ouviu falar em palavras parônimas e
homônimas? Entenda:

• PARÔNIMAS são palavras com pronúncia e grafia semelhantes mas significado diferente.
Exemplos: deferir (acatar) e diferir (adiar); tráfico (comércio) e tráfego (trânsito); flagrante (evidente) e
fragrante (aromático).

• HOMÔNIMAS são palavras que possuem a mesma pronúncia, mas significado diferente. Exemplos:
conserto (correção) e concerto (apresentação); são (do verbo ser e sadio); ser (verbo e substantivo).

Como gera muita confusão, esse é um tema bastante cobrado em questões de concurso. Fique
atento a ele.

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ORTOGRAFIA

A partir de agora vou abordar diretamente dúvidas comuns entre candidatos que têm dificuldade em
Ortografia Oficial. É hora de aprender, na prática, como escrever corretamente.

Antes disso, quero lhe pedir para deixar um comentário dizendo o que está achando deste artigo. Sua
opinião é fundamental para continuar publicando aqui.

Mal e Mau

Essa é uma das grandes dúvidas de quem escreve: devemos escrever “MAU” ou “MAL”?

Acho essa uma questão bem fácil de entender. “Mal” é o oposto de bem, e “mau” é o oposto de bom.

“Mal” será substantivo, quando estiver acompanhado de artigo ou pronome.

Exemplo: Preciso me curar desse mal.

“Mal” será advérbio quando modificar um verbo ou um adjetivo.

Exemplo: Mal me olhou e foi embora.

Já a palavra “mau” exerce sempre a função de adjetivo.

Exemplo: Você é um homem mau.

Para não errar, basta substituir “mau” ou “mal” por “bom” ou “bem”, e assim confirmar o correto uso
gramatical da palavra.

Uso dos Porquês

Esse é outro grande dilema entre os candidatos a concurso público: como saber o correto uso dos
porquês?

Aqui vai o esclarecimento definitivo dessa questão.

• Porque (junto e sem acento) – o “porque” é uma conjunção explicativa. É um substituto da palavra
“pois”. Então, quando couber essa substituição pode errar sem medo o “porque” junto e sem acento.
Exemplo: eu estou gripado porque tomei suco gelado.

• Por que (separado e sem acento) – o “por que” é utilizado no início de perguntas, ou como
substituto de “o motivo pelo qual”. Exemplo (pergunta): por que você foi para o bar?. Outro exemplo
(motivo pelo qual): ninguém explicou por que nós brigamos.

• Porquê (junto e com acento) – “porquê” nada mais é que um substantivo. Ele vem acompanhado
de artigo, numeral, adjetivo ou pronome. Exemplo: ainda me pergunto o porquê desta multa.

• Por quê (separado e com acento) – É usado no final de frases interrogativas. Exemplo: você
deixou o livro no armário por quê?

Simplificando:

PORQUE – substitui por pois.

POR QUE – início de pergunta ou substitui por motivo pelo qual.

PORQUÊ – substantivo.

POR QUÊ – final de pergunta.

E aí, alguma dúvida?

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ORTOGRAFIA

Uso do X e CH

Uma das dificuldades no aprendizado da Língua Portuguesa diz respeito à quantidade de excessões
existentes em relação a determinadas regras. O uso do “x” e do “ch”, por exemplo, traz essa
dificuldade para os candidatos.

Mas podemos, de maneira geral, apontar as seguintes circunstâncias para o uso ou não uso dessas
estruturas na ortografia oficial:

• Costuma-se utilizar o “X” depois da sílaba inicial “me”. Exemplo: mexendo e mexicano.

• Costuma-se utilizar o “X” depois da sílaba inicial “en”. Exemplo: enxergar e enxugar.

• Costuma-se utilizar o “X” depois de ditongos. Exemplo: caixa, abaixar.

• Costuma-se utilizar o “X” em palavras de origem indígena e africana. Exemplo: orixá e abacaxi.

Esses são os casos básicos onde você deverá usar o “x” no lugar do “ch”. Mas minha sugestão é que
você leia muito e assimile a grafia das palavras independentemente das regras. Vai lhe ajudar muito
mais na sua prova.

Uso da Crase

Quem nunca se viu em dúvida na utilização da crase em um texto? Vamos sanar agora as dúvidas
que você tem em relação a isso.

Antes de qualquer coisa você precisa saber que crase é a junção da preposição “a” com o artigo “a”.
Ela é marcada com o uso do acento grave (`) na letra “a”.

Para saber se devemos ou não usar a crase devemos analisar a palavra que vem antes e a palavra
que vem depois do “a”. Veja a frase:

Eu Fui à Escola

Nesse caso, o verbo “fui” exige uma preposição “a”. Já o substantivo “escola” exige um artigo “a”.

Para tirar a prova, basta substituir por uma palavra masculina. Se a frase fosse “Eu fui ao teatro”
teríamos a preposição “a” mais o artigo “o”. Como não existe a palavra “aa”, usa-se a crase para
designar essa junção entre a preposição e o artigo.

A crase também pode ser utilizada como a fusão das preposições “aquele” ou “aquela” com o artigo
“a”. Exemplo: devemos tudo àqueles homens.

O professor Pasquale, um dos grandes mestres da Língua Portuguesa, deu uma entrevista
interessante à BBC Brasil dizendo como identificarmos o correto uso da crase:

Pasquale dá o exemplo da clássica canção “Você já foi à Bahia?”, de Dorival Caymmi.

“Se você foi, você foi a algum lugar. O verbo ‘ir’ – ‘você foi’, verbo ‘ir’ -, no português tradicional, rege
a preposição “a”. Ir a algum lugar”, explica.

E que lugar é esse? No exemplo dado, é a Bahia.

“Bahia é um substantivo que dá nome a lugar e pede artigo”, disse Pasquale.

Ele mostra formas simples de perceber isso: “’Eu moro na Bahia’ – o que é ‘na’? Não é ‘em’ mais ‘a’?
‘Eu acabei de chegar da Bahia’. O que é ‘da’? ‘De’ mais ‘a’. É fácil perceber que Bahia pede artigo.”

Neste caso, ocorre a crase – a fusão – entre duas vogais: a preposição “a”, que sucede o verbo ir, se
junta com artigo “a”, que antecede o substantivo feminino Bahia, ocorrendo o acento grave.

O resultado é: “Você já foi à Bahia?” – o significa a mesma coisa que “Você já foi para a Bahia?”.

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ORTOGRAFIA

Mas se a pergunta fosse sobre Santa Catarina – “Você já foi a Santa Catarina?” -, não haveria fusão,
já que Santa Catarina não pede artigo – diz-se “Eu moro em Santa Catarina” e não “Eu moro na
Santa Catarina”.

“Moral da história, esse ‘a’ de ‘Você já foi a Santa Catarina?’ não passa de uma preposição que não
se fundiu com nada”, explica Pasquale. “Esse ‘a’ não receberá acento por uma razão muito simples:
não houve fusão.”

Pasquale Cipro Neto

Uso de S ou Z

Outra pedra no sapato é a confusão que muitos de nós fazemos quando vamos utilizar as letras “s” e
“z”.

Aqui vão algumas regrinhas:

• Utiliza-se o “s” nas palavras derivadas de outras que já apresentam “s” no radical. Exemplo:
análise/analisar, casa/casinha/casarão.

• Utiliza-se o “s” nos sufixos “ês” e “esa”, ao indicarem nacionalidade, título ou origem. Exemplo:
portuguesa, milanesa, burguesia.

• Utiliza-se o “s” nos sufixos formadores de adjetivos “ense”, “oso” e “osa”. Exemplo: gostoso,
catarinense, populoso, amorosa.

• Utiliza-se o “s” nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”. Exemplo: catequese, glicose, poetisa.

A dúvida em torno do emprego do “s” ou do “z” novamente pode ser melhor compreendido a partir de
uma boa dose de leitura. Existem muitas regras, com muitas excessões, inviabilizando um
conhecimento sistemático e seguro.

Uso de C, Ç, S ou SS

Aqui vai uma dica genial para quando você estiver no dilema de escrever “s” ou “ss”: nas palavras em
que empregamos apenas um “s”, ele aparece entre uma vogal e uma consoante. Exemplo: diversão,
ofensa.

Quando estamos falando de dois “ss”, eles vêm entre duas vogais. Exemplo: processo, passivo.

Uso de J e G

Vamos a outro ponto bem difícil de definir todas as regras, mas que podemos facilitar um pouco: o
uso de “j” e “g”.

• Usa-se “j” nas palavras de origem árabe, indígena, africana ou exótica. Exemplo: jiboia e acarajé.

• Usa-se “j” nos verbos terminados em “jar” ou “jear”. Exemplo: sujar e gorjear.

• Usa-se “j” na terminação “aje”. Exemplo: laje, traje.

Aqui reafirmo o que disse antes: a leitura irá lhe ajudar a avançar no reconhecimento da correta
escrita da maioria das palavras.

A melhor forma de aprender Ortografia Oficial

Por mais que você tente, dificilmente irá memorizar as centenas de regras da Língua Portuguesa
(uma das mais difíceis do mundo).

A melhor forma de aprender a Ortografia Oficial é, realmente, cultivar o hábito da leitura. Assim você
vai assimilando a escrita das palavras no automático, nos contextos em que elas são empregadas.

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ORTOGRAFIA

Ter um vocabulário amplo irá lhe ajudar muito a acertar questões que lhe perguntem sobre o
verdadeiro uso das palavras na prova do seu concurso.

Não importa o que você leia, o importante é ler! Mas se você quer dicas de leituras “fortes”, ou seja,
que irão lhe desafiar e tornar você um craque em ortografia, tenho as dicas a seguir – livros
completamente gratuitos de literatura brasileira:

• A obra completa de Machado de Assis

• A obra completa de José de Alencar

Esses são clássicos da Língua Portuguesa, que farão toda a diferença para você! Se quiser ficar fora
da média, vale a pena enfrentar esses clássicos!

Como saber a escrita correta de uma palavra?

Mesmo sendo um bom leitor sempre bate aquela dúvida sobre a correta escrita de uma palavra.
Como saber exatamente se a ortografia de uma palavra está de acordo com as normas?

Existe uma ferramenta pouco conhecida chamada “Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa”, o
VOLP, da Academia Brasileira de Letras, que resolverá seu problema de conferência sobre a escrita
de qualquer palavra.

O VOLP contém 381.000 verbetes, as respectivas classificações gramaticais e outras informações


conforme descrito no Acordo Ortográfico.

Basta escrever a palavra e ele descreve a estrutura da escrita.

Quer mais notícias boas? Primeiro: o VOLP está disponível em aplicativo para celular –
Android e iOS. Segundo: também é possível mandar sua dúvida para a Academia Brasileira de
Letras.

Qualquer pergunta sobre ortografia ou outra área da língua portuguesa pode ser respondida por
eles. Veja aqui ABL Responde!

Fantástico!

O Novo Acordo Ortográfico

Embora já esteja em vigor desde 2016, ainda tem muita gente sem saber direito o que significa e o
que mudou com o mais recente Acordo Ortográfico, que mudou regras da nossa Ortografia Oficial.
Veja aqui as regras de maneira objetiva e simples:

Mudança no alfabeto

• Antes: A B C D E F G H I J L M N O P Q R S T U V X Z

• Depois: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z

Na prática, as letras “k”, “w” e “y” são usadas em várias situações, como na escrita de símbolos de
unidades de medida (Ex.: km, kg) e de palavras e nomes estrangeiros (Ex.: show, William).

Uso do trema

Não se usa mais o trema, exceto em nomes próprios estrangeiros ou derivados, como por exemplo:
Muller, mulleriano, Hubner, huberiano etc.

• Antes: cinquenta, frequente

• Depois: cinquenta, frequente

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ORTOGRAFIA

Acentuação

Perdem o acento os ditongos abertos “éi” e “ói” das palavras paroxítonas (palavras que têm acento
tônico na penúltima sílaba).

• Antes: assembléia, jóia

• Depois: assembleia, joia

Perdem o acento o “i” e o “u” tônicos nas palavras paroxítonas, quando eles vierem depois de
ditongo.

• Antes: feiúra, Bocaiúva

• Depois: feiura, Bocaiuva

Perdem o acento as palavras terminadas em êem e ôo(s).

• Antes: abençôo, lêem

• Depois: abençoo, leem

Perdem o acento diferencial as duplas: pára/para, péla(s)/ pela(s), pólo(s)/polo(s), pêlo(s)/pelo(s),


pêra/pera.

• Antes: Ele foi ao Pólo Norte.

• Depois: Ele foi ao Polo Norte.

Atenção: Permanece o acento diferencial:

1. Nas duplas: – pôde/pode Ex.: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode. – pôr/por
Ex.: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.

2. No plural dos verbos ter e vir, assim como das correspondentes formas compostas (manter, deter,
reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Ex.: Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.

Obs: É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Ex.: Qual é a
forma da fôrma do bolo? O circunflexo sai da palavra côa (do verbo coar).

Perde o acento o u tônico das formas verbais rizotônicas (com acento na raiz) nos grupos que e
qui/gue e gui.

• Antes: ele argúi

• Depois: ele argui

Hífen

Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com as letras r
ou s, que serão duplicadas.

• Antes: auto-retrato e anti-social

• Depois: antissocial e autorretrato

Atenção: Mantém-se o hífen quando os prefixos hiper, inter e super se ligam a elementos iniciados
por r. Ex.: hiper-requisitado; inter-regional; super-resistente.

Usa-se o hífen quando o prefixo termina com a mesma vogal que inicia o segundo elemento.

• Antes: antiinflamatório

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ORTOGRAFIA

• Depois: anti-inflamatório

Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da que inicia o segundo elemento.

• Antes: auto-escola

• Depois: autoescola

Atenção: Não se usa o hífen com o prefixo co, ainda que o segundo elemento comece pela vogal o.
Ex.: coocupante, cooptar.

Não se usa hífen em palavras compostas que, pelo uso, passaram a formar uma unidade.

• Antes: manda-chuva

• Depois: mandachuva

5 questões de Ortografia Oficial

Sempre que possível trago aqui no Segredos de Concurso questões de concursos para que você
possa treinar à vontade e perceber como os concursos cobram determinados assuntos. É o que
vamos fazer agora com o conteúdo de Ortografia Oficial.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Figuras de Linguagem

As figuras de linguagem são recursos linguísticos a que os autores recorrem para tornar a linguagem
mais rica e expressiva. Esses recursos revelam a sensibilidade de quem os utiliza, traduzindo particula-
ridades estilísticas do emissor da linguagem.

As figuras de linguagem exprimem também o pensamento de modo original e criativo, exploram o sen-
tido não literal das palavras, realçam sonoridade de vocábulos e frases e até mesmo, organizam ora-
ções, afastando-a, de algum modo, de uma estrutura gramatical padrão, a fim de dar destaque a algum
de seus elementos. As figuras de linguagem costumam ser classificadas em figuras de som, figuras de
construção e figuras de palavras ou semânticas.

Figuras de Linguagem

As figuras de linguagem são recursos estilísticos da linguagem utilizados para dar maior ênfase às
palavras ou expressões da língua, sendo classificadas de acordo com as características que querem
expressar, a saber:

Figuras de Pensamento: estas figuras de linguagem estão relacionadas ao significado (campo semân-
tico) das palavras, por exemplo: ironia, antítese, paradoxo, eufemismo, litote, hipérbole, gradação, pro-
sopopeia e apóstrofe.

Figuras de Palavras: semelhantes às figuras de pensamento, elas também alteram o nível semântico
(significado das palavras), por exemplo: metáfora, metonímia, comparação, catacrese, sinestesia e
antonomásia.

Figuras de Som: nesse caso, as figuras estão intimamente relacionada com a sonoridade, por exemplo:
aliteração, assonância, onomatopeia e paranomásia.

Figuras de Sintaxe: também chamadas de “Figuras de construção”, estão relacionadas com a estrutura
gramatical da frase, as quais modificam o período, por exemplo: elipse, zeugma, hipérbato, anacoluto,
anáfora, elipse, silepse, pleonasmo, assíndeto e polissíndeto.

Figuras de Linguagem são recursos estilísticos usados para dar maior ênfase à comunicação e torná-la
mais bonita.

Elas são classificadas em

Figuras de palavras ou semânticas

Figuras de pensamento

Figuras de sintaxe ou construção

Figuras de som ou harmonia

Figuras de Palavras

Metáfora

Comparação de palavras com significados diferentes e cujo termo comparativo fica subentendido na
frase.

Exemplo: A vida é uma nuvem que voa. (A vida é como uma nuvem que voa.)

Na semântica, a metáfora representa uma das figuras de linguagem, ou seja, recursos linguísticos-
semânticos utilizados em diversos contextos a fim de dar mais ênfase aos enunciados.

Assim, a metáfora, considerada uma figura de palavra, utiliza os termos no sentido denotativo e os
transforma no modo figurado (conotativo), afim de estabelecer uma analogia (comparação metafórica),
tendo em vista a relação de semelhança entre eles.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Do grego, a palavra “metáfora” (metáfora) é formada pelos termos “metá” (entre), e “pherō” (carregar)
que significa transporte, transferência, mudança.

Da língua latina a palavra metáfora, representa a união dos termos “meta” (algo) e “phora” (sem senti-
do), no sentido literal é "algo sem sentido".

De acordo com estudos linguísticos, a metáfora é uma das figuras de linguagem mais utilizadas cotidi-
anamente.

Comparação

Comparação explícita. Ao contrário da metáfora, neste caso são utilizados conectivos de comparação
(como, assim, tal qual).

Exemplo: Seus olhos são como jabuticabas.

A comparação (ou símile) é uma figura de linguagem que está na categoria de figuras de palavras.

Ela é determinada por meio da relação de similaridade, ou seja, pela comparação de dois termos ou
ideias num enunciado.

Geralmente, é acompanhada de elementos comparativos (conectivos): com, como, tal qual, tal como,
assim, tão, quanto, parece, etc.

É muito comum o emprego da comparação na linguagem informal (coloquial) e nos textos artísticos,
por exemplo, na música, na literatura e no teatro.

Além da comparação, temos as figuras de palavras:

metáfora, metonímia, catacrese, perífrase (ou antonomásia) e sinestesia.

Exemplos

Para compreender melhor a figura de linguagem comparação, confira abaixo alguns exemplos na litera-
tura e na música:

“É que teu riso penetra n'alma/Como a harmonia de uma orquestra santa.” (Castro Alves)

“Meu amor me ensinou a ser simples como um largo de igreja.” (Oswald de Andrade)

“Meu coração tombou na vida/tal qual uma estrela ferida/pela flecha de um caçador”. (Cecília Meireles)

“Eu faço versos como quem chora/De desalento... de desencanto...” (Manuel Bandeira)

“A vida vem em ondas,/como um mar/Num indo e vindo/infinito.” (Música “Como uma onda” de Lulu
Santos)

“Avião parece passarinho/Que não sabe bater asa/Passarinho voando longe/Pareceborboleta que fugiu
de casa.” (Música “Sonho de uma flauta” de Teatro Mágico)

Comparação e Metáfora

É muito comum haver confusão entre as figuras de palavras: comparação e metáfora. Apesar de am-
bas utilizarem uma analogia entre termos, elas são diferentes.

Enquanto na metáfora ocorre uma comparação entre dois termos de forma implícita, na comparação
ela acontece de maneira explícita.

Importante ressaltar que a metáfora não utiliza um elemento comparativo, o qual surge na comparação.

Exemplos:

Nossa vida tem sido um mar de rosas. (metáfora ou comparação implícita)


Nossa vida tem sido como um mar de rosas. (comparação ou comparação explícita)

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Metonímia

Transposição de significados considerando parte pelo todo, autor pela obra.

Exemplo: Costumava ler Shakespeare. (Costumava ler as obras de Shakespeare.)

Na semântica, a metonímia é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figura de palavra, as
quais são largamente utilizadas para dar ênfase aos discursos.

Dessa maneira, a metonímia é um recurso linguístico-semântico que substitui outro termo segundo a
relação de contiguidade e/ou afinidade estabelecida entre duas palavras, conceitos, ideias, por exem-
plo:

Aquele homem é um sem-teto (nesse caso, a expressão “sem-teto”, representa a substituição de um


conceito referente às pessoas que não possuem casa.

Do grego, a palavra "metonímia" (metonymía) é constituída pelos termos “meta” (mudança) e “onoma”
(nome) que literalmente significa “mudança de nome”.

Exemplos de Metonímia

A metonímia pode ocorrer de inúmeras maneiras sendo as mais comum os casos abaixo:

Parte pelo todo: Ele possuía inúmeras cabeças de gado. (bois)

Causa pelo efeito: Consegui comprar a televisão com meu suor. (trabalho)

Autor pela obra: Li muitas vezes Camões. (obra literária do autor)

Inventor pelo Invento: Meu pai me presenteou com um Ford. (inventor da marca Ford: Henri Ford)

Marca pelo produto: Meu pai adora tomar Nescau com leite. (chocolate em pó)

Matéria pelo objeto: Passou a vida atrás do vil metal. (dinheiro)

Singular pelo plural: O cidadão foi às ruas lutar pelos seus direitos. (vários cidadãos)

Concreto pelo abstrato: Natália, a melhor aluna da classe, tem ótima cabeça. (inteligência)

Continente pelo conteúdo: Quero um copo d’água. (copo com água)

Gênero pela espécie: Os homens cometeram barbaridades. (humanidade)

Catacrese

Emprego impróprio de uma palavra por não existir outra mais específica.

Exemplo: Embarcou há pouco no avião.

Embarcar é colocar-se a bordo de um barco, mas como não há um termo específico para o avião, em-
barcar é o utilizado.

A catacrese é uma figura de linguagem que representa um tipo de metáfora de uso comum que, com o
passar do tempo, foi desgastada e se cristalizou.

Isso porque ao utilizarmos tanto determinada palavra, não notamos mais o sentido figurado expresso
nela. Por exemplo: O pé da cadeiraestá quebrado.

O exemplo acima nos leva a pensar no sentido denotativo e conotativo das palavras. Ou seja, a cadeira
não possui um “pé”, que no sentido denotativo é uma extremidade do membro inferior encontrada nos
animais terrestres.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Lembre-se que o sentido denotativo é aquele encontrado nos dicionários, o qual representa o conceito
“real” da palavra. No exemplo acima, o pé da cadeira está no sentido conotativo (ou figurado) da pala-
vra.

Sendo assim, a catacrese é um tipo especial de metáfora que já foi incorporada por todos os falantes
da língua.

Mas, por ser uma expressão muito utilizada e, portanto, desgastada, estereotipada, viciada e pouco
original, ela é considerada uma catacrese.

Nesse sentido, utilizamos essa figura de linguagem por meio da aproximação ou semelhança da forma
de tal objeto.

Assim, a catacrese faz uma comparação e usa um determinado termo por não ter outro que designe
algo específico. De tal modo, a palavra perde seu sentido original.

Entenda mais sobre os conceitos de:

Conotação e Denotação

Metáfora

A catacrese está na categoria de figuras de palavras, ao lado da metáfora, metonímia, comparação,


antonomásia e sinestesia.

Exemplos de Catacrese

A catacrese é muito utilizada na linguagem coloquial (informal) e também em textos poéticos e músi-
cas. Pode ser considerada uma gíria, uma vez que facilita o processo comunicativo pelo uso de outras
palavras.

Confira abaixo alguns exemplos muito comuns de catacrese:

Árvore genealógica

Fio de óleo

Céu da boca

Boca do túnel

Boca da garrafa

Pele do tomate

Braço do sofá

Braço da cadeira

Braço de rio

Corpo do texto

Pé da página

Pé da cama

Pé da montanha

Pé de limão

Perna da mesa

Maçã do rosto

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Coroa do abacaxi

Asa da xícara

Asa do avião

Dentes do serrote

Dentes de alho

Cabeça do alho

Cabeça do prego

Cabeça do alfinete

Batata da perna

Exemplo de Catacrese na Literatura

“Dobrando o cotovelo da estrada, Fabiano sentia distanciar-se um pouco dos lugares onde tinha vivido
alguns anos.” (Graciliano Ramos em Vidas Secas.)

A expressão “cotovelo da estrada” é um tipo de catacrese, utilizada nos textos poéticos para oferecer
maior expressividade ao texto.

Exemplo de Catacrese na Música

“Usei a cara da lua/As asas do vento/Os braços do mar/O pé da montanha” (MPB-4 em “Composição
Estranha”)

As expressões “os braços do mar” e “o pé da montanha” são exemplos de catacrese.

Já as expressões “cara da lua” e “asas do vento” são exemplos de metáfora que ocorrem por meio de
uma relação de similaridade.

Curiosidades sobre Catacrese

Segundo a origem etimológica, a palavra catacrese vem do latim “catachresis” e do grego “katakhresis”
e significa “mau uso”.

Originalmente, o termo “embarcar” era utilizado para expressar a entrada num barco. Mas de tanto que
foi utilizada pelos falantes para entrar em outros meios de transporte, hoje a utilizamos sem notar seu
sentido original. Assim, a palavra “embarcar” trata-se de uma catacrese.

Da mesma forma, a palavra “azulejo” era utilizada para determinar ladrilhos azuis. Atualmente, a utili-
zamos para determinar qualquer cor de ladrilho. E, portanto, também se trata de uma catacrese.

Ainda temos a palavra “encaixar” que no sentido original significava “colocar em caixas”. O termo foi
tão utilizado pelos falantes da língua que hoje determina a colocação de algo num local que cabe per-
feitamente.

Sinestesia

Associação de sensações por órgãos de sentidos diferentes.

Exemplo: Com aquele olhos frios, disse que não gostava mais da namorada.

A frieza está associada ao tato e não à visão.

A sinestesia é uma figura de linguagem que faz parte das figuras de palavras. Ela está associada com
a mistura de sensações relacionadas aos sentidos: tato, audição, olfato, paladar e visão.

Sendo assim, essa figura de linguagem estabelece uma relação entre planos sensoriais diferentes.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Ela é muito utilizada como recurso estilístico e, portanto, surge em diversos textos poéticos e musicais.
No movimento simbolista, a sinestesia foi muito empregada pelos escritores.

Além da sinestesia, outras figuras de palavras são: a metáfora, a metonímia, a comparação, a catacre-
se e a perífrase (ou antonomásia).

Exemplos

Confira abaixo alguns exemplos de sinestesia na literatura:

“E um doce vento, que se erguera, punha nas folhas alagadas e lustrosas um frêmito alegre e doce.”
(Eça De Queiros)

“Por uma única janela envidraçada, (…) entravam claridades cinzentas e surdas, sem sombras.” (Clari-
ce Lispector)

“Insônia roxa. A luz a virgular-se em medo. / O aroma endoideceu, upou-se em cor, quebrou / Gritam-
me sons de cor e de perfumes.” (Mário de Sá-Carneiro)

“As falas sentidas, que os olhos falavam/ Não quero, não posso, não devo contar.” (Casimiro de Abreu)

“Esta chuvinha de água viva esperneando luz e ainda com gosto de mato longe, meio baunilha, meio
manacá, meio alfazema.” (Mário de Andrade)

“O céu ia envolvendo-a até comunicar-lhe a sensação do azul, acariciando-a como um esposo, deixan-
do-lhe o odor e a delícia da tarde.” (Gabriel Miró)

“Que tristeza de odor a jasmim!” (Juan Ramón Jiménez)

Sinestesia na Medicina

A sinestesia é um termo utilizado também na área da medicina. Trata-se de uma condição neurológica
(não é considerada doença), geralmente de causa genética (hereditária).

Ela faz com que um estímulo neurológico cognitivo ou sensorial provoque uma resposta numa outra via
cognitiva ou sensorial. Trata-se, portanto, de uma confusão mental.

Assim, um estímulo num determinado sentido provoca reações em outro, criando uma combinação
entre visão, audição, olfato, paladar e tato.

Pessoas que tem essa condição neurológica, por exemplo, ouvem cores e sentem sons.

Curiosidades

Do grego, o termo “synaísthesis” é formado pelos vocábulos “syn” (união) e “esthesia” (sensação). As-
sim, a palavra está relacionada com a união de sensações.

O termo “cinestesia” (com c) está relacionado com a percepção corporal por meio da ação dos múscu-
los e da sustentação do corpo.

Perífrase

Substituição de uma ou mais palavras por outra que a identifique.

Exemplo: O rugido do rei das selvas é ouvido a uma distância de 8 quilômetros. (O rugido do leão é
ouvido a uma distância de 8 quilômetros.)

A perífrase é uma figura de linguagem que está relacionada com as palavras. Por esse motivo, ela está
na categoria de figuras de palavras.

A perífrase ocorre pela substituição de uma ou mais palavras por outra expressão. Essa substituição é
feita mediante uma característica ou atributo marcante sobre determinado termo (ser, objeto ou lugar).

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Além de ser usada na linguagem coloquial (informal), é comum a utilização da perífrase como recurso
estilístico em textos poéticos e musicais.

Ainda que a perífrase e a antonomásia sejam consideradas a mesma figura de linguagem, a antono-
másia trata-se de um tipo de perífrase. Assim, a antonomásia é quando se refere a uma pessoa (no-
mes próprios).

Note que a perífrase é também chamada de circunlóquio uma vez que apresenta um pensamento de
modo indireto, com rodeios. Do grego, a palavra “períphrasis” significa o ato de falar em círculos.

Outras figuras de palavras são: metáfora, metonímia, comparação, catacrese e sinestesia.

Para saber mais sobre essa figura de linguagem, confira abaixo alguns exemplos.

Exemplos de Perífrase

A cidade luz foi atingida por terroristas nessa tarde. (Paris)

A terra da garoa está cada vez mais perigosa. (São Paulo)

Sampa é o grande centro financeiro do país. (São Paulo)

O país do futebol conquistou mais uma medalha nas olimpíadas. (Brasil)

O país do carnaval celebrou mais uma conquista política. (Brasil)

A cidade maravilhosa foi palco das olimpíadas 2016. (Rio de Janeiro)

O Timão venceu mais um campeonato. (Corinthians)

Mais ouro negro foi descoberto no Brasil. (Petróleo)

O Velho Chico vem sofrendo com problemas ambientais. (Rio São Francisco)

O pulmão do mundo está sofrendo com o desmatamento desenfreado. (Amazônia)

Exemplos de Antonomásia

O poeta dos escravos escreveu diversos poemas abolicionistas. (Castro Alves)

O rei do reggae recebeu em 1976 o prêmio de "Banda do Ano". (Bob Marley)

A dama do teatro brasileiro foi indicada ao Oscar de melhor atriz. (Fernanda Montenegro)

O divino mestre partilhou diversos ensinamentos. (Jesus)

O pai da aviação foi um grande inventor brasileiro. (Santos Dumont)

O poeta da vila é considerado um dos mais importantes músicos do Brasil. (Noel Rosa)

O show do Rei estava lotado. (Roberto Carlos)

O rei do pop faleceu em Los Angeles no ano de 2009. (Michael Jackson)

A rainha dos baixinhos nasceu na cidade de Santa Rosa, no Rio Grande do Sul. (Xuxa)

O rei do futebol é considerado um dos maiores futebolistas da história mundial. (Pelé)

Perífrase Verbal

No âmbito da gramática, a perífrase verbal é uma locução verbal que substitui um verbo simples, por
exemplo:

Ele deve trabalhar essa noite. (verbo auxiliar e verbo principal)

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Hipérbole

Exagero intencional na expressão.

Exemplo: Quase morri de estudar.

Na língua portuguesa, a Hipérbole ou Auxese é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figu-
ra de pensamento, a qual indica o exagero intencional do enunciador.

Em outras palavras, a hipérbole é um recurso muito utilizado, inclusive na linguagem do dia-a-dia, a


qual expressa uma ideia exagerada ou intensificada de algo ou alguém, por exemplo: "Estou morrend
de sede".

Note que o "contrário" da hipérbole, é a figura de pensamento denominada eufemismo, posto que ele
suaviza ou ameniza as expressões, enquanto a hipérbole as intensifica.

Figuras de Pensamento

Hipérbole

Exagero intencional na expressão.

Exemplo: Quase morri de estudar.

Na língua portuguesa, a Hipérbole ou Auxese é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figu-
ra de pensamento, a qual indica o exagero intencional do enunciador.

Em outras palavras, a hipérbole é um recurso muito utilizado, inclusive na linguagem do dia-a-dia, a


qual expressa uma ideia exagerada ou intensificada de algo ou alguém, por exemplo: "Estou morrendo
de sede".

Note que o "contrário" da hipérbole, é a figura de pensamento denominada eufemismo, posto que ele
suaviza ou ameniza as expressões, enquanto a hipérbole as intensifica.

Eufemismo

Forma de suavizar o discurso.

Exemplo: Entregou a alma a Deus.

Acima, a frase informa a morte de alguém.

O Eufemismo é uma figura de pensamento, que corresponde a um dos subgrupos das figuras de lin-
guagem, a qual está intimamente relacionada ao significado das palavras. Do grego, a palavra
“euphémein” é formada pelo termo “pheme” (palavra) e o prefixo "eu-" (bom, agradável), que significa
“pronunciar palavras agradáveis”.

Sendo assim, o eufemismo é um recurso estilístico muito utilizado na linguagem coloquial bem como
nos textos literários com o intuito de atenuar ou suavizar o sentido das palavras, substituindo assim, os
termos contidos no discurso, embora o sentido essencial permanece, por exemplo: Ele deixou esse
mundo. (nesse caso, a expressão “deixou esse mundo”, ameniza o discurso real: ele morreu.)

Dessa forma, esse recurso é utilizado muitas vezes pelo emissor do discurso, para que o receptor não
se ofenda com a mensagem triste ou desagradável que será enunciada. No entanto, há expressões em
que notamos a presença do eufemismo, com um tom irônico, por exemplo: Ela vestiu o paletó de ma-
deira, frase indicando a morte da pessoa, de forma que a expressão “paletó de madeira” faz referência
ao objeto “caixão, ataúde, urna funerária”.

Note que o eufemismo se opõe a figura de pensamento denominada hipérbole, visto que ela é baseada
no exagero intencional do enunciador do discurso. Em outras palavras, enquanto o eufemismo suaviza
as expressões, a principal função da hipérbole é intensificar ou aumentar o sentido das palavras.

Litote

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Forma de suavizar uma ideia. Neste sentido, assemelha-se ao eufemismo, bem como é a oposição da
hipérbole.

Exemplo: — Não é que sejam más companhias… — disse o filho à mãe.

Pelo discurso, percebemos que apesar de as suas companhias não serem más, também não são boas.

Litote é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figura de pensamento. Ele é usado para
abrandar uma expressão por meio da negação do contrário. Ele permite afirmar algo por meio da ne-
gação, por exemplo:

Eu não estou feliz com a notícia da prefeitura. Nesse exemplo, a expressão “não estou feliz” atenua a
ideia de “ficar triste”.

Lembre-se que essas palavras de significados opostos são chamadas de antônimos, por exemplo: bom
e mau, feliz e triste, caro e barato, bonito e feio, rico e pobre, etc.

O litote é muito utilizado na linguagem coloquial (informal) e geralmente o locutor tem o intuito de não
dizer diretamente o que se pretende. Além disso, ele é empregado nos textos literários.

Isso porque algumas vezes a expressão pode soar desagradável ou mesmo ter um tom agressivo para
o ouvinte.

Exemplos

Joana pode não ser das melhores alunas da classe. (é ruim, ou seja, não é boa)

Luíza não é das mais bonitas. (é feia, ou seja, não é bonita)

Essa camisa não é cara. (é barata, ou seja, não é cara)

Seus conselhos não são maus. (são bons, ou seja, não são maus)

Rafael não está certo sobre o crime. (está errado, ou seja, não está certo)

Essa bebida não está quente. (está fria, ou seja, não está quente)

Sofia não é nada boba. (é esperta, ou seja, não é boba)

Samuel não é pobre pois tem uma grande casa na praia. (é rico, ou seja, não é pobre)

Manuela não dançou bem na apresentação da escola. (dançou mal, ou seja, não dançou bem)

O supervisor Marcos não está limpo. (está sujo, ou seja, não está limpo)

Litote e Eufemismo

O litote e o eufemismo são duas figuras que pensamento que podem causar confusão. Isso porque o
eufemismo também é usado para atenuar uma ideia, por exemplo: Salvador não está mais entre nós
(ele morreu).

Da mesma maneira, o litote suaviza um enunciado, mas lembre-se que ele ocorre mediante a negação
do contrário.

Sendo assim, o litote se opõe à figura de pensamento chamada hipérbole, uma vez que ela marca um
exagero intencional do enunciador.

Ironia

Representação do contrário daquilo que se afirma.

Exemplo: É tão inteligente que não acerta nada.

Sarcasmo e Ironia

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FIGURAS DE LINGUAGEM

O sarcasmo e a ironia são recursos estilísticos empregados pelos emissores dos textos (sejam os tex-
tos orais ou escritos) com o intuito de oferecer maior expressividade ao discurso enunciado.

Em outras palavras, o sarcasmo e a ironia são utilizadas quando o autor do texto pretende oferecer
uma maior dramaticidade ao discurso, utilizando, dessa maneira, as palavras em seu sentido conotati-
vo (figurado), em detrimento de seu sentido real, chamado de denotativo.

Diferença entre Sarcasmo e Ironia

Embora sejam termos que se aproximem e muitas vezes são empregados como sinônimos, o sarcas-
mo e a ironia possuem suas peculiaridades. Destarte, o sarcasmo é um recurso expressivo utilizado
sobretudo, com um sentido provocativo, malicioso e de crítica, enquanto a ironia é a uma figura de
linguagem que expressa o oposto do que o autor pretende afirmar.

Sarcasmo e Ironia

O sarcasmo e a ironia são recursos estilísticos empregados pelos emissores dos textos (sejam os tex-
tos orais ou escritos) com o intuito de oferecer maior expressividade ao discurso enunciado.

Em outras palavras, o sarcasmo e a ironia são utilizadas quando o autor do texto pretende oferecer
uma maior dramaticidade ao discurso, utilizando, dessa maneira, as palavras em seu sentido conotati-
vo (figurado), em detrimento de seu sentido real, chamado de denotativo.

Diferença entre Sarcasmo e Ironia

Embora sejam termos que se aproximem e muitas vezes são empregados como sinônimos, o sarcas-
mo e a ironia possuem suas peculiaridades. Destarte, o sarcasmo é um recurso expressivo utilizado
sobretudo, com um sentido provocativo, malicioso e de crítica, enquanto a ironia é a uma figura de
linguagem que expressa o oposto do que o autor pretende afirmar.

Em resumo, o sarcasmo e a ironia estão intimamente ligados, entretanto, diferem na intenção estabe-
lecida pelo escritor, ou seja, o sarcasmo sempre apresenta um tom provocador, mordaz e de zombaria,
que apela ao humor ou ao riso, todavia, a ironia apresenta um tom menos áspero, de forma que se
trata de uma contradição do sentido literal das palavras, sendo utilizada de forma mais amena, sutil.

Não obstante, para alguns estudiosos do tema, o sarcasmo corresponde a um tipo de ironia com um
teor provocativo, e por sua vez, a ironia pode ser classificada de três maneiras, a saber: a ironia oral,
que expressa a diferença entre o discurso e a intenção; a ironia dramática ou satírica, diferença entre a
expressão e a compreensão; e a ironia de situação que corresponde a diferença existente entre a in-
tenção e o resultado da ação.

Ambos termos são provenientes da língua grega: a palavra sarcasmo (sarkasmós) significa zombaria,
escárnio, enquanto a palavra ironia (euroneia) significa dissimular, fingir. Para o escritor contemporâ-
neo brasileiro Gabito Nunes: “Quando uso o humor como escudo, é ironia. Quando uso o humor como
arma, é sarcasmo”.

Exemplos

Para estabelecer melhor essa distinção entre o sarcasmo e a ironia, vejamos os exemplos abaixo:

Ela é tão inteligente que errou todas as questões da prova. (Ironia)

Sua maquiagem está linda, mas seu rosto é bem mais. (Sarcasmo)

Personificação

Atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres irracionais.

Exemplo: O jardim olhava as crianças sem dizer nada.

Na língua portuguesa, a personificação (também chamada de prosopopeia ou animismo) é uma figura


de linguagem, mais precisamente, uma figura de pensamento muito utilizada nos textos literários.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Ela está diretamente relacionada com o significado (campo semântico) das palavras e corresponde ao
efeito de “personificar”, ou seja, dar vida aos seres inanimados.

Desse modo, a personificação é utilizada para atribuir sensações, sentimentos, comportamentos, ca-
racterísticas e/ou qualidades essencialmente humanas (seres animados) aos objetos inanimados ou
seres irracionais, por exemplo: O dia acordou feliz.

Segundo o exemplo, a característica de “acordar feliz” é uma característica humana, que, nesse caso,
está atribuída ao dia (substantivo inanimado).

Note que a personificação pode também atribuir qualidades de seres animados a outros seres anima-
dos, por exemplo, os animais: A cachorro sorriu para o dono.

A palavra personificação, derivada do verbo personificar, possui origem latina, sendo formada pelos
termos “persona” (pessoa, face, máscara) e o sufixo "–ção", que denota ação, ou seja, significa, ao pé
da letra, uma pessoa mascarada.

Da mesma maneira, a palavra prosopopeia, derivada do grego, é formada pelos termos “prosopon”
(pessoa, face, máscara) e “poeio” (finjo), ou seja, significa pessoa que finge.

Figuras de Linguagem

As figuras de linguagem são recursos estilísticos muito utilizadas nos textos literários, de modo que o
enunciador (emissor, autor) pretende dar mais ênfase ao seu discurso. Assim, ele emprega as palavras
no sentido conotativo, ou seja, no sentido figurado, em detrimento do sentido real atribuído à palavra, o
sentido denotativo.

As figuras de linguagem são classificadas em:

Figuras de Palavras: metáfora, metonímia, comparação, catacrese, sinestesia e antonomásia.

Figuras de Pensamento: ironia, antítese, paradoxo, eufemismo, litote, hipérbole, gradação, personifica-
ção e apóstrofe.

Figuras de Sintaxe: elipse, zeugma, silepse, assíndeto, polissíndeto, anáfora, pleonasmo, anacoluto e
hipérbato.

Figuras de Som: aliteração, assonância, onomatopeia e paranomásia.

Exemplos de Personificação

Segue abaixo alguns exemplos em que a personificação é empregada:

O dia acordou feliz e o sol sorria para mim.


O vento assobiava esta manhã em que o céu chorava.
Naquela noite, a lua beijava o céu.
Após a erupção do vulcão, o fogo dançava por entre as casas.

Nos exemplos acima, nota-se a utilização da personificação, na medida em que características de se-
res animados (que possuem alma, vida) são atribuídas aos seres inanimados (sem vida).

Note que os verbos ligados os substantivos inanimados (dia, sol, vento, fogo e lua) são características
dos seres humanos: acordar, sorrir, assobiar, chorar e beijar.

Antítese

Uso de termos que têm sentidos opostos.

Exemplo: Toda guerra finaliza por onde devia ter começado: a paz.

A Antítese representa uma figura de pensamento, pertencente a um dos subgrupos que compõem as
figuras de linguagem, que por sua vez, são recursos estilísticos que buscam proporcionar maior ênfa-
se, destaque ou expressividade ao discurso proferido.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

De tal modo, a antítese corresponde a aproximação de palavras com sentidos opostos, por exemplo: o
ódio e a amor andam de mãos dadas. (nesse caso, o termo “ódio” está posicionada ao lado de seu
termo contrário, o "amor")

Na história literatura, a linguagem do período barroco (1580-1756), escola literária baseada nos con-
trastes, conflitos, dualidades e excessos, utilizou a antítese como um dos principais recursos estilísti-
cos. Do grego, a palavra “antithèsis” é formada pelos termos “anti” (contra) e thèsis (ideia), que significa
literalmente ideia contra.

Diferença entre Antítese e Paradoxo

Muito comum haver confusão entre as figuras de pensamento denominadas antítese e paradoxo, uma
vez que ambas estão pautadas na oposição.

No entanto, a antítese apresenta palavras ou expressões que contenham significados contrários, en-
quanto o paradoxo (também chamado de oximoro) emprega ideias opostas e absurdas entre o mesmo
referente no discurso.

Para entender melhor essa diferença, observe os exemplos abaixo:

Durante a vida, acreditamos em muitas verdades e mentiras (antítese)

Para mim, a melhor companhia é a solidão. (paradoxo)

Ambos exemplos estão pautados na oposição, no entanto, o primeiro buscou expor palavras contrárias,
ou seja, "verdade" e "mentira", enquanto no segundo, a oposição ocorre no mesmo referente, por meio
da ideia absurda de que a solidão é boa companhia, o que contraria o conceito ruim associado à condi-
ção da solidão: não ter amigos ou companheiros, ser um dos principais motivos da depressão, suicí-
dios, dentre outros.

Exemplos de Antítese

Segue abaixo alguns exemplos em que a antítese é empregada. Note que os termos em destaque
apontam para seus opostos:

A relação deles era de amor e ódio.

O dia está frio e meu corpo está quente.

A vida e a morte: duas figuras de uma mesma moeda.

A tristeza e a felicidade fazem parte da vida.

Bonito para alguns, feio para outros.

Vivemos num paraíso ou num inferno?

Faça sol ou faça chuva, estarei no teatro.

O céu e a terra se fundem tal qual uma pintura.

A luz e a escuridão estavam presentes em sua obra.

Não sei dizer qual verdade reside na mentira.

Paradoxo

Uso de ideias que têm sentidos opostos, não apenas de termos (tal como no caso da antítese).

Exemplo: Estou cego de amor e vejo o quanto isso é bom.

Como é possível alguém estar cego e ver?

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Na literatura, o paradoxo (também chamado de oximoro) é uma figura de pensamento baseada na


contradição.

Muitas vezes pode apresentar uma expressão absurda e aparentemente sem nexo, entretanto, expõem
uma ideia fundamentada na verdade.

Esse conceito é também utilizado em outras áreas do conhecimento, tal qual a filosofia, psicologia,
retórica, matemática e física.

Do latim, o termo paradoxo (paradoxum) é formado pelo prefixo “para” (contrário ou oposto) e o sufixo
“doxa” (opinião), que literalmente significa opinião contrária.

Exemplo de Paradoxo

Para entender melhor o conceito de paradoxo, vejamos a seguir, o soneto do português Luís Vaz de
Camões (1524-1580).

O escritor utiliza o paradoxo como principal figura de linguagem, ao unir ideais contraditórias que, por
sua vez, apresentam uma coerência:

Amor é fogo que arde sem se ver,


é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;


é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;


é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor


nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Gradação

Apresentação de ideias que progridem de forma crescente (clímax) ou decrescente (anticlímax).

Exemplo: Inicialmente calma, depois apenas controlada, até o ponto de total nervosismo.

No exemplo acima acompanhamos a progressão da tranquilidade até o nervosismo.

A gradação (ou clímax) é uma figura de linguagem que está na categoria de figura de pensamento. Ela
ocorre mediante uma hierarquia dos termos que compõem a frase.

A gradação é empregada por meio da enumeração de elementos frasais. Tem o intuito de enfatizar as
ideias numa sentença de ritmo crescente, até atingir o clímax (grau máximo).

Ou seja, ela oferece maior expressividade ao texto utilizando uma sequência de palavras que intensifi-
cam uma ideia de maneira gradativa, e por isso recebe esse nome.

Essa figura de estilo é utilizada na linguagem artística, seja em textos poéticos ou musicais.

Classificação

Na gradação, essa hierarquia pode ocorrer na forma crescente ou decrescente. Quando ela ocorre de
maneira crescente é chamada de clímax ou gradação ascendente.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Por sua vez, se ocorre de maneira decrescente é chamada de anticlímax ou gradação descendente.
Para compreender melhor, confira abaixo os exemplos:

No restaurante, sentei, pedi, comi, paguei. (clímax)

Ana estava pelo mundo e chegou no país, no estado, na cidade, no bairro. (anticlímax)

Exemplos de Gradação

Veja abaixo exemplos de gradação na literatura e na música:

“Por mais que me procure, antes de tudo ser feito,/eu era amor. Só isso encontro./Caminho, navego,
voo,/- sempre amor.” (Cecília Meireles)

“Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilião, uns cingidos de luz, outros ensangüentados (...).” (Ma-
chado de Assis)

“Em cada porta um freqüentado olheiro,/que a vida do vizinho, e da vizinha/pesquisa, escuta, espreita,
e esquadrinha,/para a levar à Praça, e ao Terreiro.” (Gregório de Matos)

“Oh, não aguardes, que a madura idade/Te converta em flor, essa beleza/Em terra, em cinza, em pó,
em sobra, em nada.” (Gregório de Matos)

“O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu-se.” (Padre Antônio Vieira)

“Ninguém deve aproximar-se da jaula, o felino poderá enfurecer-se, quebrar as grades, despedaçar
meio mundo.” (Murilo Mendes)

“Eu era pobre. Era subalterno. Era nada.” (Monteiro Lobato)

“Carregando flores/E a se desmanchar/E foram virando peixes/Virando conchas/Virando seixos/Virando


areia.” (Música “Mar e Lua” de Chico Buarque)

“E o meu jardim da vida/Ressecou, morreu/Do pé que brotou Maria/Nem margarida nasceu.” (Música
“Flor de Lis de Djavan)

Apóstrofe

Interpelação feita com ênfase.

Exemplo: Ó céus, é preciso chover mais?

Apóstrofe é uma figura de linguagem que está na categoria de figuras de pensamento.

É caracterizada pelas expressões que envolvem invocações, chamamentos e interpelações de um


interlocutor (seres reais ou não).

Por esse motivo, a apóstrofe exerce a função sintática de vocativo, sendo, portanto, uma característica
dos discursos diretos.

De tal maneira, ela interrompe a narração com o intuito de invocar alguém ou algo que esteja presente
ou ausente no momento da fala.

A apóstrofe é um recurso estilístico muito utilizado na linguagem informal (cotidiana), nos textos religio-
sos, políticos e poéticos.

Além da apóstrofe, as figuras de pensamento são: gradação (ou clímax), personificação(ou prosopo-
peia), eufemismo, hipérbole (ou auxese), litote, antítese, paradoxo (ou oxímoro) e ironia.

Exemplos

Ó Deus! Ó Céus! Porque não me ligou?

Senhor, tende piedade de nós.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Padre, posso me confessar?

Povo de São Paulo! Vamos vencer juntos.

Liberdade, Liberdade! É isso que pretendemos nessa luta.

Nossa! Como você conseguiu?

Minha Filha! Que linda você está!

Exemplos na Literatura

“Ó mar salgado, quanto do teu sal/São lágrimas de Portugal.” (Fernando Pessoa)

“Olha Marília, as flautas dos pastores,/Que bem que soam, como são cadentes!” (Bocage)

“Criança! não verás país nenhum como este:/Imita na grandeza a terra em que nasceste!” (Olavo Bilac)

“Tende piedade de mim, Senhor, de todas as mulheres.” (Vinícius de Moraes)

“Deus, ó Deus! Onde estás, que não me respondes?” (Castro Alves).

“Supremo Senhor e Governador do universo, que às sagradas quinas de Portugal, e às armas e cha-
gas de Cristo, sucedam as heréticas listas de Holanda, rebeldes a seu rei e a Deus?...” (Padre Antônio
Vieira)

Atenção!

Não confunda apóstrofe com apóstrofo. Enquanto o primeiro é uma figura de pensamento, o segundo é
um sinal gráfico (’) que indica a supressão de letras e sons, por exemplo: copo d’água.

A apóstrofe e o apóstrofo são palavras parônimas. Ou seja, termos que se assemelham na grafia e na
pronúncia, mas diferem no sentido.

Figuras de Sintaxe

Elipse

Omissão de uma palavra que se identifica de forma fácil.

Exemplo: Tomara você me entenda (Tomara que você me entenda).

A elipse é uma figura de linguagem que está na categoria de figuras de sintaxe (ou de construção).
Isso porque ela está relacionada com a construção sintática dos enunciados.

Ela é utilizada para omitir termos numa sentença que não forem mencionados anteriormente. No entan-
to, esses termos são facilmente identificáveis pelo interlocutor.

Exemplo: Comi no restaurante da minha avó na semana passada.

No exemplo acima, sabemos que pela conjugação do verbo (primeira pessoa do singular), o termo
omitido foi o pronome pessoal (eu). Esse caso é chamado de “elipse de sujeito”. Além da omissão do
sujeito, a elipse pode ocorrer com outros termos da frase: verbos, advérbios e conjunções.

Utilizamos essa figura de linguagem (ou estilo) cotidianamente nos discursos informais (linguagem
oral).

Ela é também muito empregada nos textos de modo a oferecer maior fluidez textual, evitando, por
exemplo, a repetição de alguns termos nas frases. Importante notar que a ausência desses termos não
interfere na compreensão textual. Além da elipse, outras figuras de sintaxe são:

Zeugma, hipérbato, silepse, assíndeto, polissíndeto, anáfora, anacoluto e pleonasmo.

Exemplos

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Confira abaixo alguns exemplos de elipse na música e na literatura:

“Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (Machado de Assis) – omissão do verbo “haver”. (Na
sala havia apenas quatro ou cinco convidados)

“A tarde talvez fosse azul, não houvesse tantos desejos.” (Carlos Drummond de Andrade) – omissão
da conjunção “se”. (A tarde talvez fosse azul se não houvesse tantos desejos)

“Onde se esconde a minha bem-amada?/Onde a minha namorada...” (música “Canto triste” Edu Lobo)
– omissão do verbo “está”. (Onde está a minha namorada...)

“Quando olhaste bem nos olhos meus/E o teu olhar era de adeus, juro que não acreditei.” (música
“Atrás da porta”) –omissão dos pronomes “tu” e “eu” (Quando tu olhaste bem nos olhos meus/E o teu
olhar era de adeus, eu juro que não acreditei)

Elipse e Zeugma

A zeugma, tal qual a elipse, é figura de sintaxe. Ela é considerada um tipo de elipse.

A diferença entre elas consiste na identificação do termo na frase. Ou seja, na elipse, o termo pode ser
identificado pelo contexto, ou mesmo, pela gramática. Mas, na elipse esses termos não foram mencio-
nados anteriormente.

Já na zeugma, os termos que foram omitidos já foram mencionados. Para compreender melhor, veja
abaixo os exemplos:

Elipse: Andei por todo o parque. (Eu)

Zeugma: Anne comprou banana, eu, maçã. (Comprei)

Atenção!

Quando a zeugma é empregada, o uso da vírgula, do ponto e vírgula ou do ponto final é obrigatório.

Exemplos:

Na casa de Alfredo tinha jacuzzi; na minha, uma piscina. (omissão de “tinha”)

Na casa de Maria havia laranjeira. Na minha, limoeiro. (omissão de “havia”)

Mariana prefere artes plásticas, eu, cinema. (omissão de “prefiro”)

Curiosidades

Do grego, o termo “élleipsis” significa “omissão” ou “falta”.

Na matemática, o termo elipse define um tipo de forma ou de gráfico.

Na astronomia, as elipses designam órbitas planetárias.

Zeugma

Omissão de uma palavra pelo fato de ela já ter sido usada antes.

Exemplo: Fiz a introdução, ele a conclusão. (Fiz a introdução, ele fez a conclusão.)

A Zeugma é uma figura de linguagem que está na categoria de figuras de sintaxe ou de construção.
Isso porque ela interfere na construção sintática das frases.

Ela é usada para omitir termos na oração com o intuito de evitar a repetição desnecessária de alguns
termos, como o verbo ou o substantivo.

Sendo assim, ela torna a linguagem do texto mais fluida. Quando é utilizada, o uso da vírgula torna-se
necessário.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

A zeugma é utilizada na linguagem informal, e também é empregada em diversos textos poéticos e


musicais.

Exemplos

Confira exemplos de frases literárias e musicais em que a zeugma foi utilizada:

“O colégio compareceu fardado; a diretoria, de casaca.” (Raul Pompeia)

“Um deles queria saber dos meus estudos; outro, se trazia coleção de selos.” (José Lins do Rego).

“A vida é um grande jogo e o destino, um parceiro temível.” (Érico Veríssimo)

“Pensaremos em cada menina/que vivia naquela janela;/uma que se chamava Arabela,/outra que se
chamou Carolina.” (Cecília Meireles)

“O meu pai era paulista/Meu avô, pernambucano/O meu bisavô, mineiro/Meu tataravô, baiano.” (Chico
Buarque)

Zeugma e Elipse: Diferenças

É muito comum haver confusão entre as duas figuras de sintaxe: zeugma e elipse. No entanto, elas
apresentam diferenças.

Para muito estudiosos do tema, a zeugma é considerada um tipo de elipse, visto que também é em-
pregada por meio da omissão de um ou mais termos na oração.

A elipse é a omissão de um ou mais termos do discurso que não foram expressos anteriormente. Mas
estes são facilmente identificáveis pelo interlocutor (receptor). Já na zeugma, os termos já foram men-
cionados antes no discurso.

Confira abaixo os exemplos:

Ficamos ansiosos com o resultado. (pelo conjugação verbal podemos identificar a omissão do pronome
“nós”.) – elipse

Joaquim comprou duas calças, eu uma. (omissão do verbo no segundo período: comprei). – zeugma

Curiosidade

Do grego, o termo “zeygma” significa “ligação”.

Hipérbato

Alteração da ordem direta da oração.

Exemplo: São como uns anjos os seus alunos. (Os seus alunos são como uns anjos.)

O hipérbato ou inversão é uma figura de sintaxe que faz parte das figuras de linguagem. Ele é caracte-
rizado pela inversão brusca da ordem direta dos termos de uma oração ou período.

Na construção usual da língua, a ordem natural dos termos da oração vem posicionada dessa maneira:
sujeito + predicado + complemento.

Sendo assim, o hipérbato interfere na estrutura gramatical, invertendo a ordem natural dos termos da
frase. Por exemplo: Feliz ele estava. Na ordem direta a frase ficaria: Ele estava feliz.

Note que o uso do hipérbato pode comprometer muitas vezes o entendimento, ou mesmo gerar ambi-
guidade.

Anástrofe e Sínquise

Outras figuras de sintaxe que invertem os termos da frase são: a anástrofe e a sínquise.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

A anástrofe é uma inversão suave dos termos frasais. Já a sínquise é uma inversão mais acentuada e
que pode prejudicar o entendimento do período.

Por esse motivo, a anástrofe e a sínquise são consideradas por diversos estudiosos como tipos de
hipérbato.

Hipérbato e Anacoluto

Muitas vezes o hipérbato é confundido com o anacoluto, no entanto eles são diferentes. O anacoluto
apresenta uma irregularidade gramatical na estrutura gramatical do período, mudando de maneira re-
pentina a estrutura da frase.

Exemplo: Ele, parece que está passando mal.

Dessa maneira, temos a impressão de que o pronome “ele” não exerce sua função sintática correta-
mente visto a pausa do período. E de fato, ele não possui relação sintática com os outros termos da
frase.

O anacoluto altera, portanto, a sequência lógica do plano sintático dos termos da frase, o que não ocor-
re no hipérbato.

Já o hipérbato não é marcado por uma pausa, e sim pela inversão sintática dos termos da frase.

Exemplos de Hipérbato

Tanto na literatura, como na música, o hipérbato é usado muitas vezes para auxiliar na rima e sonori-
dade dos versos.

Mas lembre-se que também utilizamos essa figura de linguagem no cotidiano, por exemplo:

Está pronta a comida. (na ordem direta: a comida está pronta)

Morreu meu vizinho (na ordem direta: meu vizinho morreu)

Hipérbato na Música

O hino nacional brasileiro é um exemplo notório em que o hipérbato foi utilizado muitas vezes. Analise
abaixo os trechos:

“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heroico o brado retumbante”

“E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, /Brilhou no céu da Pátria nesse instante.”

Ordem direta do primeiro trecho: As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um
povo heroico.

Ordem direta do segundo trecho: O sol da Liberdade brilhou em raios fúlgidos no céu da Pátria nesse
instante.

Hipérbato na Literatura

O hipérbato é utilizado com fins estilísticos para dar maior ênfase ou expressividade à linguagem literá-
ria.

“Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada/E triste, e triste e fatigado eu vinha. /Tinhas a alma de sonhos
povoada, /E alma de sonhos povoada eu tinha...” (Olavo Bilac)

Na ordem direta, o poema de Olavo Bilac ficaria: E eu vinha triste, e triste e fatigado/ Tinhas a alma
povoada de sonhos/ E eu tinha a alma povoada de sonhos.

“Aquela triste e leda madrugada, /cheia toda de mágoa e de piedade, /enquanto houver no mundo sau-
dade, /quero que seja sempre celebrada.” (Luís de Camões)

Na ordem direta o primeiro verso do soneto de Camões ficaria: aquela madrugada triste e leda.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Polissíndeto

Uso repetido de conectivos.

Exemplo: As crianças falavam e cantavam e riam felizes.

O polissíndeto é uma figura de linguagem que está na categoria de figuras de sintaxe.

Ele é caracterizado pelo uso de síndetos, ou seja, de elementos conectivos (conjunções) nos períodos
compostos.

o polissíndeto forma as orações coordenadas sindéticas sendo que os elementos mais utilizados são:
e, ou, nem.

Essa figura de sintaxe é muito utilizada como recurso estilístico, sobretudo nos textos poéticos e musi-
cais.

Esse uso repetitivo das conjunções dá uma ideia de acréscimo, sucessão e continuidade, oferecendo
mais expressividade ao texto.

Exemplos

Confira abaixo alguns exemplos de frases com polissíndeto na música e na poesia:

“As ondas vão e vem/ E vão e são como o tempo.” (Música “Sereia” de Lulu Santos)

“Enquanto os homens exercem seus podres poderes/ índios e padres e bichas, negros e mulheres/E
adolescentes fazem o carnaval.” (Música “Podre Poderes” de Caetano veloso)

“Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro,/Porque o presente é todo o passado e todo
o futuro.” (Ode Triunfal de Fernando Pessoa)

“Do claustro, na paciência e no sossego,/Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!” (“A um poeta” de
Olavo Bilac)

Polissíndeto e Anáfora

A anáfora é uma figura de sintaxe que também está relacionada com a repetição.

O que a difere do polissíndeto é que essa repetição pode ser de palavras ou expressões, e não somen-
te de elementos conectivos. Geralmente, a anáfora aparece no início das frases.

Para compreender melhor, veja abaixo um exemplo de anáfora e polissíndeto:

"E o olhar estaria ansioso esperando


E a cabeça ao sabor da mágoa balançando
E o coração fugindo e o coração voltando
E os minutos passando e os minutos passando..."

("O olhar para trás", Vinícius de Moraes)

Acima, temos um exemplo em que as duas figuras de linguagem estão presentes por meio da repeti-
ção da conjunção "e".

Curiosidade: Você Sabia?

Do grego, o termo “polysýndeton” é formado pelo vocábulo “polýs” (muitos) e pelo verbo “syndéo” (unir,
ligar). Sendo assim, a palavra polissíndeto significa “muitas ligações”.

Assíndeto

Omissão de conectivos. É o contrário do polissíndeto.

Exemplo: Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

O assíndeto é uma figura de linguagem, mais precisamente umafigura de sintaxe. Ela é caracterizada
pela ausência de síndeto.

O síndeto, nesse caso, é uma conjunção coordenativa utilizada para unir termos nas orações coorde-
nadas.

Logo, o assíndeto corresponde a uma figura de sintaxe marcada pela omissão de conjunções (conecti-
vos) nos períodos compostos.

Geralmente, no lugar dos conectivos são colocados vírgula ou ponto e vírgula, criando assim orações
coordenadas assindéticas.

Além de ser utilizada na linguagem oral, o assíndeto é empregado como recurso estilístico nos textos
poéticos e musicais com o intuito de aumentar a expressividade, bem como enfatizar alguns termos da
oração.

Exemplos de Assíndeto

“Tem que ser selado, registrado, carimbado, avaliado, rotulado, se quiser voar. Pra lua, a taxa é alta.
Pro sol: identidade.” (música “Carimbador Maluco” de Raul Seixas)

“Por você eu largo tudo. Vou mendigar, roubar, matar./ Que por você eu largo tudo. Carreira, dinheiro,
canudo.” (música “Exagerado” de Cazuza)

“Nascendo, rompendo, rasgando, E tomando meu corpo e então...Eu... chorando, sofrendo, gostando,
adorando.” (música “Não Dá Mais Pra Segurar (Explode Coração)” de Gonzaguinha)

“A tua raça de aventura quis ter a terra, o céu, o mar/A tua raça quer partir, guerrear, sofrer, vencer,
voltar.” (“Epigrama nº 7” de Cecília Meireles)

“Tive ouro, tive gado, tive fazendas.” (“Confidência do Itabirano” de Carlos Drummond de Andrade)

“Era impossível saber onde se fixava o olho de padre Inácio, duro, de vidro, imóvel na órbita escura.
Ninguém me viu. Fiquei num canto, roendo as unhas, olhando os pés do finado, compridos, chatos,
amarelos.” (“Angústia” de Graciliano Ramos)

Assíndeto e Polissíndeto: Diferenças

Enquanto o assíndeto é determinado pela omissão de uma conjunção (síndeto), o polissíndeto é mar-
cado pela repetição da conjunção coordenativa (conectivo).

Exemplos:

Maria correu, pegou o ônibus, foi para o trabalho. (Assíndeto)

Maria correu e pegou o ônibus e foi para o trabalho. (Polissíndeto)

Saiba mais sobre os Conectivos.

Curiosidade: Você sabia?

Do grego, o vocábulo “asýndetos” é composto pelo “a”, que indica uma negação, e pelo verbo “syn-
déo”, que significa “unir”, “ligar”. Portanto, o termo assíndeto significa a ausência de ligação.

Anacoluto

Mudança repentina na estrutura da frase.

Exemplo: Eu, parece que estou ficando zonzo. (Parece que eu estou ficando zonzo.)

O anacoluto é uma figura de linguagem que está relacionada com a sintaxe das frases. Por esse moti-
vo, é chamada de figura de sintaxe.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Ele é caracterizado por alterar a sequência lógica da estrutura da frase por meio de uma pausa no dis-
curso. Assim, o anacoluto realiza uma “interrupção” na estrutura sintática da frase.

Note que as figuras de linguagem são muito utilizadas nos textos poéticos. Isso porque elas oferecem
maior expressividade ao texto.

No caso do anacoluto, na maioria das vezes, ele enfatiza uma ideia ou mesmo uma pessoa do discur-
so.

Normalmente, o termo inicial fica “solto” na frase sem apresentar uma relação sintática com os outros
termos. Por exemplo: Meu vizinho, soube que ele está no hospital.

A expressão "meu vizinho" parece ser o sujeito da oração, mas quando terminamos a frase podemos
constatar que ele não possui essa função sintática estabelecida.

Além de ser usado na linguagem literária e musical, o anacoluto é utilizado na linguagem coloquial
(informal). Na linguagem cotidiana ele é empregado pela espontaneidade típica desses tipos de discur-
sos.

Para compreender melhor essa figura de sintaxe, veja abaixo alguns exemplos:

Exemplos

Anacoluto na Linguagem Oral

Eu, acho que estou passando mal.

Nora, lembro dela sempre que chego aqui.

A vida, não sei como será sem ele.

Crianças, como são difíceis de lidar.

Lúcia, ouvi dizer que está viajando.

Portugal, quantas lembranças tenho.

Anacoluto na Literatura

“Eu, que era branca e linda, eis-me medonha e escura.” (Manuel Bandeira)

“Eu, porque sou mole, você fica abusando.” (Rubem Braga)

“O relógio da parede eu estou acostumado com ele, mas você precisa mais de relógio do que eu”. (Ru-
bem Braga)

“Umas carabinas que guardavam atrás do guarda-roupa, a gente brincava com elas, de tão imprestá-
veis.” (José Lins do Rego)

“A velha hipocrisia, recordo-me dela com vergonha.” (Camilo Castelo Branco)

“E o desgraçado tremiam-lhe as pernas, sufocando-o a tosse.” (Almeida Garret)

Figuras de Sintaxe

Além do anacoluto, outras figuras de sintaxe (ou de construção) que interferem na estrutura gramatical
das frases são:

Elipse

Zeugma

Hipérbato

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Silepse

Assíndeto

Polissíndeto

Anáfora

Pleonasmo

Pleonasmo

Repetição da palavra ou da ideia contida nela para intensificar o significado.

Exemplo: A mim me parece que isso está errado. (Parece-me que isto está errado.)

O pleonasmo é uma figura ou um vício de linguagem que acrescenta uma informação desnecessária
ao discurso, seja de maneira intencional ou não.

Do Latim, o termo “pleonasmo” significa superabundância.

Classificação

O pleonasmo é classificado de duas maneiras segundo a intenção do enunciador do discurso:

Pleonasmo Vicioso

Também chamado de redundância, o pleonasmo vicioso é utilizado como vício de linguagem.

Nesse caso, ele é um erro sintático não intencional que a pessoa comete por desconhecimento das
normas gramaticais.

Trata-se de um desvio gramatical que passa despercebido pelos falantes da língua. Note que ele é
muito utilizado no cotidiano e na linguagem coloquial.

Exemplos:

subir para cima: o verbo “subir” já indica ir para cima, elevar-se.

descer para baixo: o verbo “descer” já denota mover de cima para baixo, declinar.

entrar para dentro: o verbo “entrar” já indica passar para dentro.

sair para fora: o verbo “sair” é sempre passar de dentro para fora, afastar-se.

encarar de frente: o verbo “encarar” significa olhar de frente, de cara. Ou seja, quando encaramos, já
estamos posicionados de frente.

ver com os olhos: o verbo “ver” (perceber pela vista) está intimamente relacionado com os olhos, uma
vez que enxergamos com esse órgão

hemorragia de sangue: a “hemorragia” é um termo que indica derramamento de sangue. Quando utili-
zamos essa palavra, não é necessário utilizar o vocábulo sangue.

multidão de pessoas: a palavra “multidão” já determina um grande agrupamento de pessoas.

surpresa inesperada: a palavra “surpresa” já indica algo inesperado.

outra alternativa: a palavra “alternativa” denota outra escolha dentre duas ou mais opções.

Pleonasmo Literário

Já o pleonasmo literário (ou intencional) é usado com intenção poética de oferecer maior expressivida-
de ao texto. Assim, nesse caso ele é considerado uma figura de linguagem.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Em outras palavras, o pleonasmo literário é utilizado intencionalmente como recurso estilístico e se-
mântico para reforçar o discurso de seu enunciador. Observe que nesse viés, o escritor tem 'licença
poética' para fazer essa ligação.

Exemplos:

“E rir meu riso e derramar meu pranto” (Vinicius de Moraes)

“E ali dançaram tanta dança” (Chico Buarque e Vinicius de Moraes)

“Me sorri um sorriso pontual e me beija com a boca de hortelã” (Chico Buarque)

“Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal” (Fernando Pessoa)

“Morrerás morte vil na mão de um forte” (Gonçalves Dias)

“Quando com os olhos eu quis ver de perto” (Alberto de Oliveira)

“Chovia uma triste chuva de resignação” (Manuel Bandeira)

Vícios de Linguagem

Os Vícios de Linguagem são desvios das normas gramaticais que podem ocorrer por descuido do fa-
lante ou por desconhecimento das regras da língua.

Tratam-se de irregularidades que ocorrem no dia-a-dia, das quais se destacam: pleonasmo, barbaris-
mo, ambiguidade, solecismo, estrangeirismo, plebeísmo, cacofonia, hiato, eco e colisão.

Silepse

Concordância com o que se entende e não com o que está implícito. Há silepse de gênero, de número
e de pessoa.

Exemplos:

Vivemos na bonita e agitada São Paulo. (silepse de gênero: Vivemos na bonita e agitada cidade
de São Paulo.)

A maioria dos clientes ficaram insatisfeitas com o produto. (silepse de número: A maioriados clien-
tes ficou insatisfeita com o produto.)

Todos terminamos os exercícios. (silepse de pessoa: neste caso concordância com nós, em vez de
eles: Todos terminaram os exercícios)

A silepse é uma figura de linguagem que está na categoria de figura de sintaxe (ou de construção).
Isso porque ela está intimamente relacionada com a construção sintática das frases.

A silepse é empregada mediante a concordância da ideia e não do termo utilizado na frase. Dessa
forma, ela não obedece às regras de concordância gramatical e sim por meio de uma concordância
ideológica.

Classificação

Dependendo do campo gramatical que ela atua, a silepse é classificada em:

Silepse de Gênero: quando há discordância entre os gêneros (feminino e masculino);

Silepse de Número: quando há discordância entre o singular e o plural;

Silepse de Pessoa: quando há discordância entre o sujeito, que aparece na terceira pessoa, e o verbo,
que surge na primeira pessoa do plural.

Exemplos

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Para compreender melhor, confira abaixo exemplos de silepse:

Silepse de Gênero: A velha São Paulo cresce a cada dia.

Silepse de Número: O povo se uniu e gritavam muito alto nas ruas.

Silepse de Pessoa: Todos os pesquisadores estamos ansiosos com o congresso.

No primeiro exemplo, notamos a união dos gêneros masculino (São Paulo) e feminino (velha).

No segundo exemplo, o uso do singular e plural denota o uso da silepse de número: povo (singular) e
gritavam (plural).

No terceiro exemplo, o verbo não concorda com o sujeito, e sim com a pessoa gramatical: pesquisado-
res (terceira pessoa); estamos (primeira pessoa do plural)..

Anáfora

Repetição de uma ou mais palavras de forma regular.

Exemplo: Se você sair, se você ficar, se você quiser esperar. Se você “qualquer coisa”, eu estarei aqui
sempre para você.

A anáfora é uma figura de linguagem que está intimamente relacionada com a construção sintática do
texto. Por esse motivo, ela é chamada de figura de sintaxe.

A anáfora ocorre por meio da repetição de termos no começo das frases (ou dos versos). É um recurso
estilístico muito utilizado pelos escritores na construção dos versos com o intuito de intensificar uma
expressão.

Exemplos

A anáfora é muito utilizada na poesia, na música e nas propagandas publicitárias. Veja abaixo alguns
exemplos:

Anáfora na Música

"É o pau, é a pedra, é o fim do caminho


É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba no campo, é o nó da madeira"

(Trecho da música “Águas de Março” de Tom Jobim)

Anáfora na Literatura

"É preciso casar João,


é preciso suportar, Antônio,
é preciso odiar Melquíades
é preciso substituir nós todos.

É preciso salvar o país,


é preciso crer em Deus,
é preciso pagar as dívidas,
é preciso comprar um rádio,
é preciso esquecer fulana.

É preciso estudar volapuque,


é preciso estar sempre bêbado,
é preciso ler Baudelaire,
é preciso colher as flores
de que rezam velhos autores.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

É preciso viver com os homens


é preciso não assassiná-los,
é preciso ter mãos pálidas
e anunciar O FIM DO MUNDO."

(“Poema da Necessidade” de Carlos Drummond de Andrade)

Anáfora na Publicidade

"Tá na moda. Tá na mão, tá na C&A." (Publicidade da C&A - loja de vestuário)

Anáfora e Catáfora: Diferenças

Além da figura de linguagem anáfora, temos também a anáfora como mecanismo de coesão textual.

Nesse caso, ela retoma um componente textual, ou seja, faz referência a uma informação que já fora
mencionada no texto. Ela pode ser chamada de elemento anafórico.

Por sua vez, a catáfora antecipa um componente textual, sendo chamada de elemento catafórico.

Figuras de Som

Aliteração

Repetição de sons consonantais.

Exemplo: O rato roeu a roupa do rei de Roma.

A aliteração é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figura de som (ou de harmonia).

É definida pela repetição de fonemas consonantais num enunciado. Isso significa que esses sons po-
dem ser parecidos ou iguais e, geralmente, estão localizados no início ou no meio da palavra.

A aliteração produz um efeito sonoro interessante, marcando o ritmo e sugerindo alguns sons seme-
lhantes às palavras que compõem o texto.

Sendo assim, a aliteração é um recurso linguístico muito utilizado nos textos poéticos para enfatizar
determinado som oferecendo maior expressividade ao texto.

Exemplos de Aliteração

Confira abaixo alguns trechos que utilizam a aliteração.

“Vozes veladas, veludosas vozes,/Volúpias dos violões, vozes veladas/Vagam nos velhos vórtices
velozes/Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.” (Cruz e Souza) – repetição da consoante “v”.

“Leva-lhe o vento a voz, que ao vento deita.” (Luís de Camões) – repetição da consoante “v”.

“O rato roeu a roupa do rei de Roma.” (provérbio popular) – repetição da consoante “r”.

“Quem com ferro fere com ferro será ferido.” (provérbio popular) – repetição da consoante “f”.

“O sabiá não sabia que o sábio sabia que o sabiá não sabia assobiar.” (provérbio popular) – repetição
da consoante “s”.

Paronomásia

Repetição de palavras cujos sons são parecidos.

Exemplo: O cavaleiro, muito cavalheiro, conquistou a donzela. (cavaleiro = homem que anda a cavalo,
cavalheiro = homem gentil)

A paronomásia é uma figura de linguagem que está definida na categoria de figuras de som.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Isso porque ela está relacionada com a sonoridade das palavras. Dessa forma, ela utiliza os parônimos
para enfatizar uma ideia e por isso recebe esse nome.

Lembre-se que as palavras parônimas apresentam sonoridade e são escritas de forma semelhante.
Mas o significado delas é muito diferente.

Geralmente a paronomásia é utilizada em textos literários, mas também pode ser usada na linguagem
oral e popular.

Palavras Parônimas

As palavras parônimas se assemelham no som e escrita. Mas fique atento, pois um erro pode causar
grande confusão. Veja abaixo algumas palavras parônimas:

Absolver (perdoar) e absorver (aspirar)

Apóstrofe (figura de linguagem) e apóstrofo (sinal gráfico)

Aprender (tomar conhecimento) e apreender (capturar)

Cavaleiro (que cavalga) e cavalheiro (homem gentil)

Delatar (denunciar) e dilatar (alargar)

Docente (relativo a professores) e discente (relativo a alunos)

Peão (aquele que anda a pé, domador de cavalos) e pião (brinquedo)

Exemplos de Frases com Paronomásia

Eu vou te delatar se você não dilatar a pupila.

Aprendeu nas aulas por meio da apreensão dos conhecimentos.

José é um cavaleiro da fazenda muito cavalheiro.

O docente aplicou a prova essa tarde para os discentes.

Durante seu descanso o peão jogava pião com seus colegas.

Obs: O trava-línguas é um tipo de parlenda que faz parte da literatura popular. Um dos recursos estilís-
tico utilizado para dificultar o falante na recitação da frase é a paronomásia, por exemplo: "Fia, fio a fio,
fino fio, frio a frio".

Nesse caso, além da aproximação de palavras semelhantes, temos também a repetição da consoante
"f" e da vogal "o". Portanto, o uso das figuras de som: aliteração e assonância.

Assonância

Repetição de sons vocálicos.

Exemplo:

"O que o vago e incógnito desejo


de ser eu mesmo de meu ser me deu." (Fernando Pessoa)

A assonância é um tipo de figura de linguagem, chamada de figura de som ou harmonia. Ela é caracte-
rizada pela repetição harmônica de sons vocálicos (vogais) numa frase.

É um recurso estilístico muito utilizado na literatura, na música e nos provérbios populares. Ela oferece
maior expressividade ao texto por meio da intensificação da musicalidade e do ritmo.

Além da assonância, as figuras de som mais importantes são: aliteração, paronomásia, onomatopeia.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Exemplos

Confira abaixo dois exemplos de assonância na música:

“Juro que não acreditei, eu te estranhei/Me debrucei sobre teu corpo e duvidei/E me arrastei e te arra-
nhei/E me agarrei nos teus cabelos” (Atrás da Porta – Chico Buarque) – repetição das vogais “ei”.

“Meu amor/O que você faria/Se só te restasse esse dia?/Se o mundo fosse acabar/Me diz o que você
faria” (O que você faria – Lenine) – repetição das vogais “ia”.

Aliteração e Assonância

Quanto às figuras de som, há duas que geram maior confusão. São elas a aliteração e a assonância.

Enquanto a assonância é a repetição de vogais, a aliteração é a repetição de consoantes. Para clarifi-


car melhor, veja abaixo os exemplos:

Aliteração: “O pato pateta pintou o caneco” (Vinícius de Moraes) – repetição das consoantes “p” e “t”.

Assonância: “Minha foz do Iguaçu/Pólo sul, meu azul/Luz do sentimento nu(Djavan) – repetição da
vogal “u”.

Há muitos casos em que elas são utilizadas num mesmo verso ou frase, por exemplo:

“Na messe, que enlourece, estremece a quermesse…/O sol, celestial girassol, esmorece…/E as canti-
lenas de serenos sons amenos/Fogem fluidas, fluindo a fina flor dos fenos…” (Eugênio de Castro)

No exemplo acima notamos o uso de ambas figuras de som. A aliteração dos fonemas “ss” e “c”, além
da repetição das consoantes “f”. Já a assonância é marcada pela repetição das vogais tônicas “e”.

Onomatopeia

Inserção de palavras que imitam sons.

Exemplo: Não aguento o tic-tac desse relógio.

A Onomatopeia é uma figura de linguagem que reproduz fonemas ou palavras que imitam os sons
naturais, quer sejam de objetos, de pessoas ou de animais.

Esse recurso aumenta a expressividade do discurso, motivo pelo qual é muito utilizado na literatura e
nas histórias em quadrinhos.

Exemplo de onomatopeia nos quadrinhos

Também é muito empregada nos textos enviados pela internet. São exemplos os fonemas que expres-
sam, por exemplo, o som do riso: “hahahaha, kkkkkk, rsrsrs”.

Do grego o termo “onomatopeia” (onomatopoiía) é formado pelos vocábulos “onoma” (nome) e “poiein”
(fazer”) o qual significa “criar ou fazer um nome”.

Exemplos

Segue abaixo lista das principais onomatopeias:

Ratimbum: som de instrumentos musicais (Ra = caixa, tim = pratos, bum = bombo)

Tic-tac: som do relógio

Toc-toc: som de bater na porta

Sniff sniff: som de pessoa triste, chorando

Buááá: ruído de choro

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Atchim: barulho de espirro

Uhuuu: grito de felicidade ou adrenalina

Aaai: grito de dor

Cof-cof: som de tosse

Urgh: referente ao nojo

Nhac: ruído de mordida

Aff: som que expressa tédio e raiva

Grrr: som de raiva

Zzzz: som de homem ou animal dormindo

Tchibum: som de mergulho

Tum-tum: batidas do coração

Plaft: som de queda

Bum: ruído de explosão

Crash: som de batida

Smack: som de beijo

Au Au: som do cachorro

Miau: som do gato

Cocóricó: som do galo cantando

Piu-piu: som do passarinho

Vrum-vrum: som de motor (moto, carro, etc.)

Bang-bang: som de tiro

Bi-bi: som de buzina

Din-don: som da campainha

Blém-blém: badalar dos sinos

Trrrim-trrrim: ruído de telefone tocando

Confira na tabela abaixo o que diferencia cada uma das figuras de linguagem, bem como cada um dos
seus tipos.

Figuras de Palavras Figuras de Pensamento Figuras de Sintaxe ou cons- Figuras de Som


ou semânticas trução ou harmonia
Produzem maior Produzem maior expres- Produzem maior expressivi- Produzem maior
expressividade à sividade à comunicação dade à comunicação atra- expressividade à
comunicação atra- através da combinação vés da inversão, repetição comunicação
vés das palavras. de ideias e pensamentos. ou omissão dos termos na através da sono-
construção das frases. ridade.
metáfora hipérbole elipse aliteração
comparação eufemismo pleonasmo paronomásia
metonímia litote zeugma assonância
catacrese ironia hipérbato onomatopeia

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FIGURAS DE LINGUAGEM

sinestesia personificação ou proso- silepse


perífrase ou anto- popeia polissíndeto
nomásia antítese assíndeto
paradoxo ou oxímoro anacoluto
gradação ou clímax anáfora
apóstrofe

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CLASSES DE PALAVRAS

Classes De Palavras

Bom, a língua portuguesa é um rico objeto de estudo – você certamente já percebeu isso. Por apre-
sentar tantas especificidades, é natural que ela fosse dividida em diferentes áreas, o que facilita sua
análise. Entre essas áreas, está a Morfologia, que é o estudo da estrutura, da formação e da classifi-
cação das palavras. Na Morfologia, as palavras são estudadas isoladamente, desconsiderando-se a
função que exercem dentro da frase ou do período, estudo realizado pela Sintaxe. Nos estudos morfo-
lógicos, as palavras estão agrupadas em dez classes, que podem ser chamadas de classes de palavras
ou classes gramaticais. São elas:

Substantivo: palavra que dá nome aos seres em geral, podendo nomear também ações, conceitos
físicos, afetivos e socioculturais, entre outros que não podem ser considerados “seres” no sentido literal
da palavra;

Artigo: palavra que se coloca antes do substantivo para determiná-lo de modo particular (definido) ou
geral (indefinido);

Adjetivo: palavra que tem por função expressar características, qualidades ou estados dos seres;

Numeral: palavra que exprime uma quantidade definida, exata de seres (pessoas, coisas etc.), ou a
posição que um ser ocupa em determinada sequência;

Pronome: palavra que substitui ou acompanha um substantivo (nome), definindo-lhe os limites de sig-
nificação;

Verbo: palavra que, por si só, exprime um fato (em geral, ação, estado ou fenômeno) e localiza-o no
tempo;

Advérbio: palavra invariável que se relaciona com o verbo para indicar as circunstâncias (de tempo, de
lugar, de modo etc.) em que ocorre o fato verbal;

Preposição: palavra invariável que liga duas outras palavras, estabelecendo entre elas determinadas
relações de sentido e dependência;

Conjunção: palavra invariável que liga duas orações ou duas palavras de mesma função em uma ora-
ção;

Interjeição: palavra (ou conjunto de palavras) que, de forma intensa e instantânea, exprime sentimen-
tos, emoções e reações psicológicas.

A classificação das palavras sofreu alterações ao longo do tempo, o que é normal, haja vista que a
língua é mutável, isto é, sofre alterações e adaptações de acordo com as necessidades dos falantes.
Classificar uma palavra não é tarefa fácil, porém, possível, prova disso é que na língua portuguesa
todos os vocábulos estão incluídos dentro de uma das dez classes de palavras. Conhecer a gramática
que rege nosso idioma é fundamental para aprimorarmos a comunicação. Foi por essa razão que o
Brasil Escola preparou uma seção voltada ao estudo das classes gramaticais. Nela você encontrará
diversos artigos que explicarão a morfologia da língua de maneira simples e direta por meio de textos
e variados exemplos.

A primeira gramática do ocidente foi de autoria de Dionísio de Trácia, que identificava oito partes do
discurso: nome, verbo, particípio, artigo, preposição, pronome, advérbio e conjunção. Atualmente, são
reconhecidas dez classes gramaticais pela maioria dos gramáticos: substantivo, adjetivo, advérbio,
verbo, conjunção, interjeição, preposição, artigo, numeral e pronome.

Como podemos observar, houve alterações ao longo do tempo quanto às classes de palavras. Isso
acontece porque a nossa língua é viva, e portanto vem sendo alterada pelos seus falantes o tempo
todo, ou seja, nós somos os responsáveis por estas mudanças que já ocorreram e pelas que ainda vão
ocorrer. Classificar uma palavra não é fácil, mas atualmente todas as palavras da língua portuguesa
estão incluídas dentro de uma das dez classes gramaticais dependendo das suas características. A
parte da gramática que estuda as classes de palavras é a MORFOLOGIA (morfo = forma, logia = es-
tudo), ou seja, o estudo da forma.

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CLASSES DE PALAVRAS

Na morfologia, portanto, não estudamos as relações entre as palavras, o contexto em que são empre-
gadas, ou outros fatores que podem influenciá-la, mas somente a forma da palavra.

Há discordância entre os gramáticos quanto a algumas definições ou características das classes gra-
maticais, mas podemos destacar as principais características de cada classe de palavras:

SUBSTANTIVO – é dita a classe que dá nome aos seres, mas não nomeia somente seres, como tam-
bém sentimentos, estados de espírito, sensações, conceitos filosóficos ou políticos, etc.

Exemplo: Democracia, Andréia, Deus, cadeira, amor, sabor, carinho, etc.

ARTIGO – classe que abriga palavras que servem para determinar ou indeterminar os substantivos,
antecedendo-os.

Exemplo: o, a, os, as, um, uma, uns, umas.

ADJETIVO – classe das características, qualidades. Os adjetivos servem para dar características aos
substantivos.

Exemplo: querido, limpo, horroroso, quente, sábio, triste, amarelo, etc.

PRONOME – Palavra que pode acompanhar ou substituir um nome (substantivo) e que determina a
pessoa do discurso.

Exemplo: eu, nossa, aquilo, esta, nós, mim, te, eles, etc.

VERBO – palavras que expressam ações ou estados se encontram nesta classe gramatical.

Exemplo: fazer, ser, andar, partir, impor, etc.

ADVÉRBIO – palavras que se associam a verbos, adjetivos ou outros advérbios, modificando-os.

Exemplo: não, muito, constantemente, sempre, etc.

NUMERAL – como o nome diz, expressam quantidades, frações, múltiplos, ordem.

Exemplo: primeiro, vinte, metade, triplo, etc.

PREPOSIÇÃO – Servem para ligar uma palavra à outra, estabelecendo relações entre elas.

Exemplo: em, de, para, por, etc.

CONJUNÇÃO – São palavras que ligam orações, estabelecendo entre elas relações de coordenação
ou subordinação.

Exemplo: porém, e, contudo, portanto, mas, que, etc.

INTERJEIÇÃO – Contesta-se que esta seja uma classe gramatical como as demais, pois algumas de
suas palavras podem ter valor de uma frase. Mesmo assim, podemos definir as interjeições como pa-
lavras ou expressões que evocam emoções, estados de espírito.

Exemplo: Nossa! Ave Maria! Uau! Que pena! Oh!

Segundo um estudo morfológico da língua portuguesa, as palavras podem ser analisadas e cataloga-
das em dez classes de palavras ou classes gramaticais distintas, sendo elas: substantivo, artigo, adje-
tivo, pronome, numeral, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição.

Substantivo

Substantivos são palavras que nomeiam seres, lugares, qualidades, sentimentos, noções, entre outros.
Podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (diminutivo,
normal, aumentativo). Exercem sempre a função de núcleo das funções sintáticas onde estão inseridos
(sujeito, objeto direto, objeto indireto e agente da passiva).

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CLASSES DE PALAVRAS

Substantivos simples

• Casa;

• Amor;

• Roupa;

• Livro;

• Felicidade.

Substantivos compostos

• Passatempo;

• Arco-íris;

• Beija-flor;

• Segunda-feira;

• Malmequer.

Substantivos primitivos

• Folha;

• Chuva;

• Algodão;

• Pedra;

• Quilo.

Substantivos derivados

• Território;

• Chuvada;

• Jardinagem;

• Açucareiro;

• Livraria.

Substantivos próprios

• Flávia;

• Brasil;

• Carnaval;

• Nilo;

• Serra da Mantiqueira.

Substantivos comuns

• Mãe;

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CLASSES DE PALAVRAS

• Computador;

• Papagaio;

• Uva;

• Planeta.

Substantivos coletivos

• Rebanho;

• Cardume;

• Pomar;

• Arquipélago;

• Constelação.

Substantivos concretos

• Mesa;

• Cachorro;

• Samambaia;

• Chuva;

• Felipe.

Substantivos abstratos

• Beleza;

• Pobreza;

• Crescimento;

• Amor;

• Calor.

Substantivos comuns de dois gêneros

• O estudante / a estudante;

• O jovem / a jovem;

• O artista / a artista.

Substantivos sobrecomuns

• A vítima;

• a pessoa;

• a criança;

• o gênio;

• o indivíduo.

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CLASSES DE PALAVRAS

Substantivos Epicenos

• a formiga;

• o crocodilo;

• a mosca;

• a baleia;

• o besouro.

Substantivos De Dois Números

• o lápis / os lápis;

• o tórax / os tórax;

• a práxis / as práxis.

Artigo

Artigos são palavras que antecedem os substantivos, determinando a definição ou a indefinição dos
mesmos. Sendo flexionados em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural), indicam
também o gênero e o número dos substantivos que determinam.

Artigos Definidos

• o;

• a;

• os;

• as.

Artigos Indefinidos

• um;

• uma;

• uns;

• umas.

Adjetivo

Adjetivos são palavras que caracterizam um substantivo, conferindo-lhe uma qualidade, característica,
aspecto ou estado. Podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural)
e grau (normal, comparativo, superlativo).

Adjetivos Simples

• vermelha;

• lindo;

• zangada;

• branco.

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CLASSES DE PALAVRAS

Adjetivos Compostos

• verde-escuro;

• amarelo-canário;

• franco-brasileiro;

• mal-educado.

Adjetivo primitivo

• feliz;

• bom;

• azul;

• triste;

• grande.

Adjetivo Derivado

• magrelo;

• avermelhado;

• apaixonado.

Adjetivos Biformes

• bonito;

• alta;

• rápido;

• amarelas;

• simpática.

Adjetivos Uniformes

• competente;

• fácil;

• verdes;

• veloz;

• comum.

Adjetivos Pátrios

• paulista;

• cearense;

• brasileiro;

• italiano;

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CLASSES DE PALAVRAS

• romeno.

Pronome

Pronomes são palavras que substituem o substantivo numa frase (pronomes substantivos) ou que
acompanham, determinam e modificam os substantivos, atribuindo particularidades e características
aos mesmos (pronomes adjetivos). Podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino), número
(singular e plural) e pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa do discurso).

Pronomes Pessoais Retos

• eu;

• tu;

• ele;

• nós;

• vós;

• eles.

Pronomes Pessoais Oblíquos

• me;

• mim;

• comigo;

• o;

• a;

• se;

• conosco;

• vos.

Pronomes Pessoais De Tratamento

• você;

• senhor;

• Vossa Excelência;

• Vossa Eminência.

Pronomes Possessivos

• meu;

• tua;

• seus;

• nossas;

• vosso;

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CLASSES DE PALAVRAS

• sua.

Pronomes Demonstrativos

• este;

• essa;

• aquilo;

• o;

• a;

• tal.

Pronomes Interrogativos

• que;

• quem;

• qual;

• quanto.

Pronomes Relativos

• que;

• quem;

• onde;

• a qual;

• cujo;

• quantas.

Pronomes Indefinidos

• algum;

• nenhuma;

• todos;

• muitas;

• nada;

• algo.

Numeral

Numerais são palavras que indicam quantidades de pessoas ou coisas, bem como a ordenação de
elementos numa série. Alguns numerais podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino) e
número (singular e plural), outros são invariáveis.

Numerais Cardinais

• um;

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CLASSES DE PALAVRAS

• sete;

• vinte e oito;

• cento e noventa;

• mil.

Numerais Ordinais

• primeiro;

• vigésimo segundo;

• nonagésimo;

• milésimo.

Numerais Multiplicativo

• duplo;

• triplo;

• quádruplo;

• quíntuplo.

Numerais Fracionários

• um meio;

• um terço;

• três décimos.

Numerais Coletivos

• dúzia;

• cento;

• dezena;

• quinzena.

Verbo

Verbos são palavras que indicam, principalmente, uma ação. Podem indicar também uma ocorrência,
um estado ou um fenômeno. Podem ser flexionados em número (singular e plural), pessoa (1.ª, 2.ª ou
3.ª pessoa do discurso), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo), tempo (passado, presente e futuro),
aspecto (incoativo, cursivo e conclusivo) e voz (ativa, passiva e reflexiva).

Verbos Regulares

• cantar;

• amar;

• vender;

• prender;

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CLASSES DE PALAVRAS

• partir;

• abrir.

Verbos Irregulares

• medir;

• fazer;

• ouvir;

• haver;

• poder;

• crer.

Verbos Anômalos

• ser;

• ir.

Verbos Principais

• comer;

• dançar;

• saltar;

• escorregar;

• sorrir;

• rir.

Verbos Auxiliares

• ser;

• estar;

• ter;

• haver;

• ir.

Verbos de Ligação

• ser;

• estar;

• parecer;

• ficar;

• tornar-se;

• continuar;

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CLASSES DE PALAVRAS

• andar;

• permanecer.

Verbos Defectivos

• falir;

• banir;

• reaver;

• colorir;

• demolir;

• adequar.

Verbos Impessoais

• haver;

• fazer;

• chover;

• nevar;

• ventar;

• anoitecer;

• escurecer.

Verbos Unipessoais

• latir;

• miar;

• cacarejar;

• mugir;

• convir;

• custar;

• acontecer.

Verbos Abundantes

• aceitado / aceito;

• ganhado / ganho;

• pagado / pago.

Verbos Pronominais Essenciais

• arrepender-se;

• suicidar-se;

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CLASSES DE PALAVRAS

• zangar-se;

• queixar-se;

• abster-se;

• dignar-se.

Verbos Pronominais Acidentais

• pentear / pentear-se;

• sentar / sentar-se;

• enganar / enganar-se

• debater / debater-se.

Advérbio

Advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um advérbio, indicando uma circuns-
tância (tempo, lugar, modo, intensidade, …). São invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e nú-
mero. Contudo, alguns advérbios podem ser flexionados em grau.

Advérbio de lugar

• aqui;

• ali;

• atrás;

• longe;

• perto;

• embaixo.

Advérbio de Tempo

• hoje;

• amanhã;

• nunca;

• cedo;

• tarde;

• antes.

Advérbio De Modo

• bem;

• mal;

• rapidamente;

• devagar;

• calmamente;

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CLASSES DE PALAVRAS

• pior.

Advérbio De Afirmação

• sim;

• certamente;

• certo;

• decididamente.

Advérbio De Negação

• não;

• nunca;

• jamais;

• nem;

• tampouco.

Advérbio De Dúvida

• talvez;

• quiçá;

• possivelmente;

• provavelmente;

• porventura.

Advérbio de Intensidade

• muito;

• pouco;

• tão;

• bastante;

• menos;

• quanto.

Advérbio de Exclusão

• salvo;

• senão;

• somente;

• só;

• unicamente;

• apenas.

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CLASSES DE PALAVRAS

Advérbio de Inclusão

• inclusivamente;

• também;

• mesmo;

• ainda.

Advérbio de Ordem

• primeiramente;

• ultimamente;

• depois.

Preposição

Preposições são palavras que estabelecem conexões com vários sentidos entre dois termos da oração.
Através de preposições, o segundo termo (termo consequente) explica o sentido do primeiro termo
(termo antecedente). São invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e número.

Preposições Simples Essenciais

• a;

• após;

• até;

• com;

• de;

• em;

• entre;

• para;

• sobre.

Preposições Simples Acidentais

• como;

• conforme;

• consoante;

• durante;

• exceto;

• fora;

• mediante;

• salvo;

• segundo;

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CLASSES DE PALAVRAS

• senão.

Preposições Compostas ou Locuções Prepositivas

• acima de;

• a fim de;

• apesar de;

• através de;

• de acordo com;

• depois de;

• em vez de;

• graças a;

• perto de;

• por causa de.

Conjunção

Conjunções são palavras utilizadas como elementos de ligação entre duas orações ou entre termos de
uma mesma oração, estabelecendo relações de coordenação ou de subordinação. São invariáveis, não
sendo flexionadas em gênero e número.

Conjunções Coordenativas Aditivas

• e;

• nem;

• também;

• bem como;

• não só...mas também.

Conjunções Coordenativas Adversativas

• mas;

• porém;

• contudo;

• todavia;

• entretanto;

• no entanto;

• não obstante.

Conjunções Coordenativas Alternativas

• ou;

• ou...ou;

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CLASSES DE PALAVRAS

• já…já;

• ora...ora;

• quer...quer;

• seja...seja.

Conjunções Coordenativas Conclusivas

• logo;

• pois;

• portanto;

• assim;

• por isso;

• por consequência;

• por conseguinte.

Conjunções Coordenativas Explicativas

• que;

• porque;

• porquanto;

• pois;

• isto é.

Conjunções Subordinativas Integrantes

• que;

• se.

Conjunções Subordinativas Adverbiais Causais

• porque;

• que;

• porquanto;

• visto que;

• uma vez que;

• já que;

• pois que;

• como.

Conjunções Subordinativas Adverbiais Concessivas

• embora;

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CLASSES DE PALAVRAS

• conquanto;

• ainda que;

• mesmo que;

• se bem que;

• posto que.

Conjunções Subordinativas Adverbiais Condicionais

• se;

• caso;

• desde;

• salvo se;

• desde que;

• exceto se;

• contando que.

Conjunções Subordinativas Adverbiais Conformativas

• conforme;

• como;

• consoante;

• segundo.

Conjunções Subordinativas Adverbiais Finais

• a fim de que;

• para que;

• que.

Conjunções Subordinativas Adverbiais Proporcionais

• à proporção que;

• à medida que;

• ao passo que;

• quanto mais… mais,…

Conjunções Subordinativas Adverbiais Temporais

• quando;

• enquanto;

• agora que;

• logo que;

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CLASSES DE PALAVRAS

• desde que;

• assim que;

• tanto que;

• apenas.

Conjunções subordinativas adverbiais comparativas

• como;

• assim como;

• tal;

• qual;

• tanto como.

Conjunções subordinativas adverbiais consecutivas

• que;

• tanto que;

• tão que;

• tal que;

• tamanho que;

• de forma que;

• de modo que;

• de sorte que;

• de tal forma que.

Interjeição

Interjeições são palavras que exprimem emoções, sensações, estados de espírito. São invariáveis e
seu significado fica dependente da forma como as mesmas são pronunciadas pelos interlocutores.

Interjeições de alegria

• Oh!;

• Ah!;

• Oba!;

• Viva!;

• Opa!.

Interjeições de Estímulo

• Vamos!;

• Força!;

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CLASSES DE PALAVRAS

• Coragem!;

• Ânimo!;

• Adiante!.

Interjeições de Aprovação

• Apoiado!;

• Boa!;

• Bravo!.

Interjeições de desejo

• Oh!;

• Tomara!;

• Oxalá!.

Interjeições De Dor

• Ai!;

• Ui!;

• Ah!;

• Oh!.

Interjeições de Surpresa

• Nossa!;

• Cruz!;

• Caramba!;

• Opa!;

• Virgem!;

• Vixe!.

Interjeições de Impaciência

• Diabo!;

• Puxa!;

• Pô!;

• Raios!;

• Ora!.

Interjeições de Silêncio

• Psiu!;

• Silêncio!.

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CLASSES DE PALAVRAS

Interjeições de Alívio

• Uf!;

• Ufa!;

• Ah!.

Interjeições de Medo

• Credo!;

• Cruzes!;

• Uh!;

• Ui!.

Interjeições de Advertência

• Cuidado!;

• Atenção!;

• Olha!;

• Alerta!;

• Sentido!.

Interjeições de Concordância

• Claro!;

• Tá!;

• Hã-hã!.

Interjeições de Desaprovação

• Credo!;

• Francamente!;

• Xi!;

• Chega!;

• Basta!;

• Ora!.

Interjeições de Incredulidade

• Hum!;

• Epa!;

• Ora!;

• Qual!.

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CLASSES DE PALAVRAS

Interjeições de Socorro

• Socorro!;

• Aqui!;

• Piedade!;

• Ajuda!.

Interjeições de Cumprimentos

• Olá!;

• Alô!;

• Ei!;

• Tchau!;

• Adeus!.

Interjeições de Afastamento

• Rua!;

• Xô!;

• Fora!;

• Passa!.

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RACIOCÍNIO
LÓGICOE
MATEMÁTICO

www.
domi
nac
onc
urs
os.
com.
br
CONJUNTOS NUMÉRICOS

Conjuntos Numéricos

Os Números Naturais N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12...}


são números inteirospositivos (não-negativos) que se agrupam num conjunto chamado
de N, composto de um número ilimitado de elementos.

Quando o zero não faz parte do conjunto, é representado com um asterisco ao lado da letra N e,
nesse caso, esse conjunto é denominado de Conjunto dos Números Naturais Não-Nulos: N* = {1, 2,
3, 4, 5, 6, 7, 8, 9...}.

• Conjunto dos Números Naturais Pares = {0, 2, 4, 6, 8...}

• Conjunto dos Números Naturais Ímpares = {1, 3, 5, 7, 9...}

O conjunto de números naturais é infinito. Todos possuem um antecessor (número anterior) e um


sucessor (número posterior), exceto o número zero (0). Assim:

• o antecessor de 1 é 0 e seu sucessor é o 2;

• o antecessor de 2 é 1 e seu sucessor é o 3;

• o antecessor de 3 é 2 e seu sucessor é o 4;

• o antecessor de 4 é 3 e seu sucessor é o 5.

Cada elemento é igual ao número antecessor mais um, exceptuando-se o zero. Assim, podemos
notar que:

• o número 1 é igual ao anterior (0) + 1 = 1;

• o número 2 é igual ao anterior (1) + 1 = 2;

• o número 3 é igual ao anterior (2) + 1 = 3;

• o número 4 é igual ao anterior (3) + 1 = 4.

A função dos números naturais é contar e ordenar. Nesse sentido, vale lembrar que os homens,
antes de inventarem os números, tinham muita dificuldade em realizar a contagem e ordenação das
coisas.

O conjunto dos números naturais é formado por todos os números inteiros não negativos. Em
outras palavras, todo número que é inteiro e positivo é natural, além disso, como o zero é inteiro,
mas não é negativo, ele também é um número natural.

Assim, a lista dos números naturais é a seguinte:

0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, …

E assim por diante, seguindo esse mesmo padrão de formação.

Note que essa sequência numérica é a que usamos para contar. Cada um desses símbolos
representa uma quantidade, portanto, partindo do nada, uma unidade, duas unidades etc. Uma outra
maneira de representar esse conjunto é usando a notação específica para conjuntos, na qual as
reticências significam que a sequência continua nessa mesma ordem e padrão de formação:

N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, …}

Nessa notação, N é o símbolo que representa o conjunto dos números naturais.

A ideia de sucessor

O conjunto dos números naturais é formado apenas por números inteiros e não contém números
repetidos, por isso, é possível escolher, entre dois números naturais distintos, aquele que é maior e

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CONJUNTOS NUMÉRICOS

aquele que é menor. Quando um número natural x é maior do que um número natural y em uma
unidade, dizemos que x é sucessor de y. Assim:

x é sucessor de y se x + 1 = y

Se olharmos na lista dos números naturais, colocada em ordem crescente, o sucessor de um


número natural n é sempre o próximo número à sua direita. Logo:

O sucessor de 7 = 8

O sucessor de 20 = 21

etc.

Perceba também que todo número natural possui sucessor, assim, o sucessor do zero é 1, o
sucessor de 1 é 2 …

Essa característica garante que, independentemente do número natural escolhido, e por maior que
ele seja, sempre existirá um número natural uma unidade maior que ele. Portanto, o conjunto dos
números naturais é infinito.

A ideia de antecessor

Quando um número natural x é menor que um número natural y em uma unidade, dizemos que x é
o antecessor de y. Assim:

x é antecessor de y se x – 1 = y

Olhando a lista de números naturais em ordem crescente, verificamos que o antecessor de um


número natural n é o número à sua esquerda. Logo:

O antecessor de 7 = 6

O antecessor de 20 = 19

etc.

Nem todo número natural possui antecessor. Na realidade, apenas o zero não possui, pois ele é o
primeiro número natural e também porque 0 – 1 = – 1, que não é um número natural. Assim sendo,
concluímos que o conjunto dos números naturais é limitado.

Sim, é possível que um conjunto seja limitado e infinito ao mesmo tempo. O conjunto
dos números naturais é limitado inferiormente pelo zero, mas ilimitado superiormente e, por isso, é
infinito.

Subconjuntos dos números naturais

O conjunto dos números naturais possui alguns subconjuntos muito conhecidos:

1 – Conjunto dos números primos (P): é formado por todos os números que são divisíveis apenas
por 1 e por si mesmo.

P = {2, 3, 5, 7, 11, 13, …}

2 – Conjunto dos números compostos (C): é formado por todos os números que não são primos.

C = {4, 6, 8, 10, 12, 14, 15, 16, …}

3 – Conjunto dos quadrados perfeitos (Q): é formado por todos os números que são resultados de
uma potência em que o expoente é 2.

Q = (1, 4, 9, 16, 25, 36, …)

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CONJUNTOS NUMÉRICOS

Números Inteiros

Os números inteiros são os números reais, positivos e negativos, representados no conjunto da


seguinte maneira:

Z = {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3,...}

Os pontos significam a infinidade dos números anteriores e posteriores existentes.

O conjunto dos números inteiros é representado pela letra Z (maiúscula).

Os números inteiros negativos são sempre acompanhados pelo sinal (-), enquanto os números
inteiros positivos podem vir ou não acompanhados de sinal (+).

O zero é um número neutro, ou seja, não é um número nem positivo e nem negativo.

Assim, a relação de inclusão no conjunto dos inteiros envolve o conjunto dos números naturais (N)
junto com os números negativos.

Classificação dos Números Inteiros (Z)

• Inteiros não-nulos: todos os números inteiros, com exceção do zero.

• São representados pelo acréscimo do '*' ao lado do Z: Z* = {-3,-2,-1, 1, 2, 3, 4, ...}

• Inteiros não-negativos: todos os números inteiros, com exceção dos negativos.

• São representados pelo acréscimo do '+' ao lado do Z: Z+ = {0, 1, 2, 3, 4, ...}.

• Inteiros não-positivos : todos os números inteiros, com exceção dos positivos.

• São representados pelo acréscimo do '-' ao lado do Z: Z_= {..., -4,-3,-2,-1, 0}

• Inteiros positivos: todos os números inteiros, com exceção dos negativos e do zero.

• São representados pelo acréscimo de '*' e '+' ao lado do Z: Z*+ = {1,2,3,4, 5...}

• Inteiros negativos: todos os números inteiros, com exceção dos positivos e do zero.

• São representados pelo acréscimo de '*' e '-' ao lado do Z: Z*_= {..., -4,-3,-2,-1}

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CONJUNTOS NUMÉRICOS

Operações entre Números Inteiros

O conjunto dos números inteiros é formado pelos algarismos inteiros positivos e negativos e o zero.
Eles são importantes para o cotidiano, principalmente nas situações envolvendo valores negativos,
como escalas de temperatura, saldos bancários, indicações de altitude em relação ao nível do mar,
entre outras situações. As adições e subtrações envolvendo estes números, requerem a utilização de
regras matemáticas envolvendo os sinais positivos (+) e negativos (–). Devemos também dar ênfase
ao estudo do módulo de um número, que significa trabalhar o valor absoluto de um algarismo,
observe:

Vamos determinar o módulo dos números a seguir:

Módulo de + 4 = |+4| = 4
Módulo de –6 = |–6| = 6
Módulo de –10 = |–10| = 10
Módulo de +20 = |+20|=20

Adição e subtração de números inteiros sem a presença de parênteses.

1ª propriedade → sinais iguais: soma e conserva o sinal.

2ª propriedade → sinais diferentes: subtrai e conserva o sinal do número de maior módulo.

+ 5 + 6 = + 11 →1ª propriedade
+ 9 + 10 = +19 → 1ª propriedade
– 6 + 2 = – 4 → 2ª propriedade
+ 9 – 7 = +2 → 2ª propriedade
– 3 – 5 = –8 →1ª propriedade
–18 – 12 = –30 → 1ª propriedade

Adição e subtração de números inteiros com a presença de parênteses.

Para eliminarmos os parênteses devemos realizar um jogo de sinal, observe:

+(+)=+
+(–)=–
–(+)=–
–(–)=+

Após a eliminação dos parênteses, basta aplicarmos a 1ª ou a 2ª propriedade.

+ (+9) + (–6) → + 9 – 6 → + 3

– (– 8) – (+6) → +8 – 6 → +2
+ (– 14) – (– 8) → –14 + 8 → – 6

– (+ 22) − (– 7) → –22 + 7 → –15

– ( + 9 ) + (– 12) → – 9 – 12 → – 21

O conjunto dos Números Naturais N

O conjunto dos números naturais, inicialmente composto por 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9... O primeiro povo
a fazer a representação do zero, os babilônios, a fizeram há mais de dois milênios antes de Cristo.
Hoje, temos este conjunto formado da seguinte maneira: N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9...}. A partir
destes elementos podemos formar infinitas quantidades, apenas agrupando-os de maneira que cada
um represente determinado valor de acordo com a sua posição.

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CONJUNTOS NUMÉRICOS

É importante destacar, que o nosso sistema de numeração é decimal, isto é, a cada dez unidades
formaremos uma dezena, a cada dez dezenas formaremos uma centena, a cada dez centenas
formaremos um milhar, e assim sucessivamente.

Ancorando-se nos valores posicionais, podemos escrever números astronômicos e saber o que cada
um dos seus algarismos de composição representa naquele contexto. Vejamos um exemplo de
análise dos valores dos algarismos componentes de certo número.

Observem detalhadamente, que no número 2568, o algarismo 2 tem valor 2000, o 5 vale 500, o 6
vale 60 e 8 vale 8. Tudo isso se dá de acordo com a posição ocupada por cada um: o 8 ocupa a casa
das unidades simples, por isso vale apenas 8 unidades; o 6 ocupa a casa das dezenas, valendo 6
dezenas (6 x 10), 60 unidades; o 5 ocupa a casa das centenas, valendo 5 centenas (5 x 100), 500
unidades; e, por fim, o 2 ocupa a casa das unidades de milhar, valendo 2 milhares (2 x 1000), 2000
unidades.

Uma conclusão imediata deste fato é uma curiosidade que intriga a cabeça dos que com ela se
depara. Imagine se alguém lhe perguntasse “quem é maior: 1 ou 3?” Os apressados responderiam “3,
é claro”. Mas até que ponto isso está correto? Bem, a melhor resposta, ou pelos menos a mais
cautelosa, seria responder que para saber se 1 é maior ou menor que 3 seriamos obrigados a saber
do contexto no qual eles estão inseridos, por exemplo: no número 321, o 3 é maior que o 1, pois
enquanto o três representa 3 centenas, o 1 representa apenas uma unidade simples; já no caso do
número123, enquanto o 1 representa uma centena, o 3 representa apenas 3 unidades simples,
sendo, portanto, 1 maior que 3. Veja a resposta ideal:

- Marcos, quem é maior, o 3 ou o 1?

- Isso depende, Paulo. Antes que eu responda, preciso saber em qual número eles estão inseridos.

Podemos ainda representar um subconjunto dos Números Naturais utilizando a linguagem moderna
dos conjuntos. Este seria o conjunto dos Números Naturais Não-Nulos: N* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8,
9...}. Neste novo conjunto, apenas omitimos a presença do zero.

Destaco também algumas características do conjunto dos Números Naturais, dentre elas temos: a
multiplicação é sempre permitida neste conjunto – toda multiplicação ou adição entre números
naturais resulta sempre outro número natural; a divisão nem sempre é permitida dentro deste
conjunto – nem toda divisão entre naturais resulta em outro número natural (1/2, 3/5, 5/9 etc.); a
subtração nem sempre é permitida em N – nem toda subtração entre naturais resulta em um número
natural (1 - 2, 6 - 9, 5 - 8).

Muitas representações já foram feitas dos Números Naturais. Cada povo os representava de acordo
com os seus sistemas de escrita, suas interpretações das quantidades e dos recursos disponíveis à
época. A forma como escrevemos esses números hoje foi criada na Índia e difundida na Arábia,
sendo, por isso, chamados de Números Indo-Arábicos.

Últimas Considerações

Dá pra ver que a matemática sempre esteve, assim como qualquer outra ciência, a favor do homem
em suas tomadas de decisões e nas resoluções de problemas. Os artifícios matemáticos que
conhecemos hoje, e que achamos tão simples de compreender, foram criados numa época em que
as estruturas basilares do conhecimento, que nos levam a profundas interpretações, eram muito
escassas, mas nem por isso o homem deixou de criar, de inventar.

Somos uma espécie dotada de tanta sabedoria e inteligência, porém nem mesmo somos capazes de
medir essas características estampadas em nós mesmos. O fato é que raciocinamos, refletimos,
comparamos e relacionamos. Tudo isso em campos reais ou fictícios, através de um poder de

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CONJUNTOS NUMÉRICOS

conversão do abstrato a ideias palpáveis, facilmente compreendidas sem muito esforço por leitores
secundários.

Através da matemática, e do raciocínio aguçado que o seu estudo nos traz, podemos desenvolver
ainda mais as percepções desse mundo de complexidades e realidades ainda pouco exploradas.
Podemos nos fortalecer como intelectuais, autoridades naquilo que nos propusermos a defender,
proprietários de um vasto conhecimento e compartilhadores dos saberes adquiridos ao longo das
várias jornadas acadêmicas.

Relação de Ordem

Sejam a e b dois números reais quaisquer. Dizemos que a é menor que b e escrevemos ,

quando é positivo. Geometricamente, isto significa que o número a está à esquerda do


número b na reta numerada. Equivalentemente, dizemos que b é maior que a e escrevemos b > a .

Logo, somente três casos podem acontecer: ou , ou ou .Neste sentido

dizemos que o conjunto dos números reais é ordenado. O símbolo , lê-se a é menor ou
igual a b , (ou b a, lê-se b é maior ou igual a a ) significa que ou a < b ou a = b ( b > a ou b = a ).

Se a , b e c são números reais, podemos demonstrar que:

( i ) Se a < b e b < c então a < c .

( ii ) Se a < b então .

( iii ) Se e então .

( iv ) Se e c > 0 então .

( v ) Se a < b e c < 0 então a c > b c .

( vi ) Se 0 < a < b então .

Regras de Divisibilidade

Dentre as propriedades operatórias existentes na Matemática, podemos ressaltar a divisão, que


consiste em representar o número em partes menores e iguais. Para que o processo da divisão
ocorra normalmente, sem que o resultado seja um número não inteiro, precisamos estabelecer
situações envolvendo algumas regras de divisibilidade. Lembrando que um número é considerado
divisível por outro quando o resto da divisão entre eles é igual a zero.

Regras de divisibilidade

Divisibilidade por 1
Todo número é divisível por 1.

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CONJUNTOS NUMÉRICOS

Divisibilidade por 2
Todo número par é divisível por 2, para isto basta terminar em 0, 2, 4, 6 ou 8. Exemplo:

24 : 2 = 12
132 : 2 = 66
108 : 2 = 54
1024 : 2 = 512

Divisibilidade por 3
Um número é divisível por 3 quando a soma de seus algarismos constitui um número múltiplo de 3.
Exemplo:

33 : 3 = 11, pois 3 + 3 = 6
45 : 3 = 15, pois 4 + 5 = 9
156 : 3 = 52, pois 1 + 5 + 6 = 12
558 : 3 = 186, pois 5 + 5 + 8 = 18

Divisibilidade por 4
Um número é divisível por 4 quando for par e a metade do último algarismo adicionado ao penúltimo
for um número par ou terminar com zero nas duas últimas casas. Exemplo:

48 : 4 = 12, pois 8/2 + 4 = 8


288 : 4 = 72, pois 8/2 + 8 = 12
144 : 4 = 36, pois 4/2 + 4 = 6
100 : 4 = 25, pois possui na última e antepenúltima casa o algarismo 0.

Divisibilidade por 5
É todo número terminado em 0 ou 5.

25 : 5 = 5
100 : 5 = 20
555 : 5 = 111
75 : 5 = 15

Divisibilidade por 6
São todos os números divisíveis por 2 e 3 no mesmo instante.

24 : 6 = 4, pois 24 : 2 = 12 e 24 : 3 = 8
36 : 6 = 6, pois 36 : 2 = 18 e 36 : 3 = 12
132 : 6 = 22, pois 132 : 2 = 66 e 132 : 3 = 44
564: 6 = 94, pois 564 : 2 = 282 e 546 : 3 = 188

Divisibilidade por 7
Um número é divisível por 7 quando estabelecida a diferença entre o dobro do último e os demais
algarismos, constituindo um número divisível por 7. Exemplo:

161 : 7 = 23, pois 16 – 2*1 = 16 – 2 = 14


203 : 7 = 29, pois 20 – 2*3 = 20 – 6 = 14
294 : 7 = 42, pois 29 – 2*4 = 29 – 8 = 21
840 : 7 = 120, pois 84 – 2*0 = 84

Divisibilidade por 8
Um número é divisível por 8 quando termina em 000 ou os últimos três números são divisíveis por 8.
Exemplo:

1000 : 8 = 125, pois termina em 000


208 : 8 = 26, pois os três últimos são divisíveis por 8

Divisibilidade por 9

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CONJUNTOS NUMÉRICOS

Será divisível por 9 todo número em que a soma de seus algarismos constitui um número múltiplo de
9. Exemplo:

81 : 9 = 9, pois 8 + 1 = 9
1107 : 9 = 123, pois 1 + 1 + 0 + 7 = 9
4788 : 9 = 532, pois 4 + 7 + 8 + 8 = 27

Divisibilidade por 10
Todo número terminado em 0 é divisível por 10.

100 : 10 = 10
500 : 10 = 50
500 000 : 10 = 50 000
2000 : 10 = 200

Divisibilidade por 11
Um número é divisível por 11 nas situações em que a diferença entre o último algarismo e o número
formado pelos demais algarismos, de forma sucessiva até que reste um número com 2 algarismos,
resultar em um múltiplo de 11. Como regra mais imediata, todas as dezenas duplas (11, 22, 33, 5555,
etc.) são múltiplas de 11.

1342 : 11 = 122, pois 134 – 2 = 132 → 132 – 2 = 11


2783 : 11 = 253, pois 278 – 3 = 275 → 27 – 5 = 22
7150: 11 = 650, pois 715 – 0 = 715 → 71 – 5 = 66

Divisibilidade por 12
Se um número é divisível por 3 e 4, também será divisível por 12.

192 : 12 = 16, pois 192 : 3 = 64 e 192 : 4 = 48


672 : 12 = 56, pois 672 : 3 = 224 e 672 : 4 = 168

Divisibilidade por 15
Todo número divisível por 3 e 5 também é divisível por 15.

1470 é divisível por 15, pois 1470:3 = 490 e 1470:5 = 294.


1800 é divisível por 15, pois 1800:3 = 600 e 1800:5 = 360.

Máximo divisor comum (mdc)

O máximo divisor comum é o maior divisor entre dois números, para identificar esse máximo
divisor é necessário realizar um processo de fatoração.

Para estudarmos o máximo divisor comum entre dois termos, precisamos saber o que é divisor de um
número. Todo número natural possui divisores, isto é, se ao dividirmos um número A pelo número B e
obtermos resto zero podemos afirmar que B é divisor de A. Por exemplo:

16 : 2 é igual a 8 e resto 0.
25 : 5 é igual a 5 e resto 0.

Podemos concluir que 2 e 5 são divisores de 16 e 25 respectivamente.

Exemplos de divisores de um número:

Divisores de:
32 = 1, 2, 4, 8, 16, 32
15 = 1, 3, 5, 15
45 = 1, 3, 5, 9, 15, 45

O MDC entre dois ou mais números é o maior divisor comum a eles.

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CONJUNTOS NUMÉRICOS

Exemplos:

MDC(12,36)
Divisores de 12 = 1, 2, 3, 4, 6, 12
Divisores de 36 = 1, 2, 3, 4, 6, 9, 12, 18, 36
Podemos verificar que o maior divisor comum entre 12 e 36 é o próprio 12.

MDC(18,24,54)
Divisores de 18 = 1, 2, 3, 6, 9, 18
Divisores de 24 = 1, 2, 3, 4, 6, 8, 12, 24
Divisores de 54 = 1, 2, 3, 6, 18, 27, 54
O maior divisor comum a 12, 24 e 54 é o 6.

Processo prático para a obtenção do máximo divisor comum

MDC(12,36)

Os números destacados na fatoração estão dividindo os dois números ao mesmo tempo, então
devemos realizar uma multiplicação entre eles para descobrirmos o máximo divisor comum.
2 x 2 x 3 = 12
MDC(12,36) = 12

MDC(70,90,120)

O máximo divisor comum a 70, 90 e 120 = 2 x 5 = 10

Mínimo Múltiplo Comum

Para entendemos o que é mínimo múltiplo comum, temos que saber achar os múltiplos de um
número.

Por exemplo, quais são os múltiplos de 2?


São todos os números que resultam da multiplicação de um número natural por 2. Veja:

2 x 1 = 2 → 2 é múltiplo de 2.
2 x 5 = 10 → 10 é múltiplo de 2.
2 x 12 = 24 → 24 é múltiplo de 2.
2 x 30 = 60 → 60 é múltiplo de 2


Natural

E quando é dado um número como iremos fazer pra saber se esse número será múltiplo de 2,3,4,5,6,
e assim por diante?
Basta fazer a operação inversa à multiplicação: divisão. Veja:

• 1232 será múltiplo de 2?


Neste caso podemos usar a operação de divisão pra descobrir ou usar a regra seguinte:

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CONJUNTOS NUMÉRICOS

Todo número múltiplo de 2 tem que terminar em número par. Então 1232 termina em par, ele será
múltiplo de 2.

• 1232 será múltiplo de 3?


Como no múltiplo de 2 podemos utilizar a operação da divisão pra descobrir ou usar a seguinte
regra: todo número múltiplo de 3, a soma de seus algarismos resulta em um número múltiplo de 3.
Se somarmos os algarismos do número 1232 teremos 1+2+3+2 = 8. 8 não é múltiplo de 3, então
1232 também não vai ser.

• 1232 é múltiplo de 5?
Para descobrir se um número é múltiplo de 5 além de usar a operação da divisão, também podemos
utilizar uma regra: todo número múltiplo de 5 termina em 0 ou 5. Então 1232 termina em 2, assim não
é múltiplo de 5.

Para descobrir se 1232 é múltiplo de outros números devermos utilizar a divisão se essa operação
der exata (resto igual a zero) é por que ele será múltiplo.

Agora o que é mmc? Calculamos o mmc de 2 ou mais números. Consistem em achar o menor
múltiplo comum (tirando o zero) entre esses números. Por exemplo:

MMC(15, 20) = ?
Devemos em primeiro lugar acharmos os múltiplos de 15 e depois de 20.

M(15) = 15, 30, 45, 60, 75, 90, ...


M(20) = 20, 40, 60, 80, 100, ...

Observando os seus múltiplos vemos que o menor múltiplo comum é o 60, portanto:

MMC(15, 20) = 60.

Existe outro método para acharmos o mmc de números. Ele consiste em dividir os números por
números primos, veja como funciona.

Número primo é aquele número que é divisível apenas por um e por ele mesmo. Como
2,3,5,7,11,13,17,19,23, e assim por diante. É interessante ressaltar que o único número par primo é o
2, os outro são todos ímpares.

Para calcularmos o mmc(15,20) utilizando esse método ficará assim:

Dividimos o 15 e 20 apenas por números primos em seqüência. Pegamos os números primos 2, 2,3
,5 é multiplicamos: 2 x 2 x 3 x 5 = 60 então o mmc(15,20) = 60.

Decomposição em fatores primos

A fatoração está diretamente relacionada com a multiplicação, haja vista que os fatores são os
termos que multiplicamos para gerar o produto. Veja:

2 → fator 26 → fator
x 3 → fator x 7 → fator
6 → Produto 182 → Produto

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CONJUNTOS NUMÉRICOS

Os fatores primos da decomposição são obtidos por meio de divisões sucessivas. Recorde-se de
que, para um número ser primo, ele deve ser divisível somente por 1 e ele mesmo, logo, os números
2, 3, 5, 7 e 11 são primos. O número primo é considerado um fator quando ele for o divisor no
algoritmo da divisão. A estrutura do algoritmo da divisão é a seguinte:

Dividendo | Divisor
Resto Quociente

Realizando a divisão de 4 por 2, temos a seguinte situação:

Utilizando as divisões sucessivas, obtemos a fatoração completa, que representa a decomposição de


um número em fatores primos. Veja um exemplo de divisões sucessivas do número 112 e, em
seguida, a fatoração completa.

Exemplo: Decomponha o número 112 em fatores primos:

112| 2
0 56 | 2
0 28 | 2
0 14 | 2
0 7|7
0 1

Toda vez que for realizar a decomposição de um número em fatores primos, lembre-se de que o
divisor sempre será um número primo e a ordem de sucessão desses divisores, que são fatores, é
crescente. Mudamos o número primo do divisor somente quando não é mais possível utilizá-lo na
divisão. No exemplo acima, houve a mudança do divisor de número 2 para sete, uma vez que o
dividendo passou a ser o sete e o único divisor para 7 é o próprio 7.

Ainda sobre o exemplo acima, a fatoração completa de 121 é:

112 = 2 . 2 . 2 . 2 . 7 = 24 . 7

Além da estrutura do algoritmo da divisão, existe outra que pode ser utilizada para fatorar um número.
Veja os três exemplos a seguir:

Exemplo: Encontre a forma fatorada completa dos números 234, 180 e 1620:

234|2
117|3
39|3
13|13
1|

A forma fatorada completa do número 234 é: 2 . 3 . 3 . 13 = 2 . 32 . 13

Observe que todos os fatores são números primos e que a sucessão dos fatores acontece de forma
crescente.

180|2
90|2
45|3
15|3
5|5
1|

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CONJUNTOS NUMÉRICOS

A forma fatorada completa do número 180 é: 2 . 2 . 3 . 3 . 5 = 22 . 32 . 5

Todos os termos que compõem a fatoração são números primos.

1620|2
810|2
405|3
135|3
45|3
15|3
5|5
1|

A forma fatorada completa do número 1620 é: 2 . 2 . 3 . 3 . 3 . 3 . 5 = 22 . 34 . 5

Todos os números que compõem a fatoração são primos.

Números racionais

O conjunto Q dos números racionais é formado por todos aqueles números que podem ser
expressos na forma de fração a/b, em que o e b são números inteiros e b é diferente de 0.

Ao calcular a expressão decimal de um número racional, dividindo o numerador pelo denominador,


obtêm-se números inteiros ou decimais.

Os números decimais podem ter:

• Um número finito de algarismos, número decimal exato, se os únicos divisores do denominador


forem 2 ou 5.

• Um número infinito de algarismos, que se repetem de forma periódica.

o a partir da vírgula, decimal periódico simples, se 2 ou 5 forem divisores do denominador;

o a partir do algarismo dos décimos, centésimos…, decimal periódico composto, se entre os


divisores do denominador estiver o 2 ou o 5 e houver, além desses, outros divisores.

Reciprocamente, qualquer número decimal exato ou periódico pode ser expresso na forma de fração.

Exemplo:

Expressar na forma de fração os seguintes números decimais:

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CONJUNTOS NUMÉRICOS

Representação canônica de um número racional

Dada uma fração, existem infinitas frações equivalentes a ela.

é o conjunto das frações equivalentes à fração irredutível .

Um conjunto de frações equivalentes representa um único número racional.

Cada fração do conjunto é um representante do número racional, e a fração irredutível com


denominador positivo é o representante canônico.

Assim, o número racional é formado pela fração e todas as suas equivalentes:

Todas elas são representantes do número racional .

Portanto, e o representante canônico.

Números irracionais

O conjunto I dos números irracionais é formado pelos números que não podem ser expressos em
forma de fração. São números cuja expressão decimal tem um número infinito de algarismos que não
se repetem de forma periódica.

Existem infinitos números irracionais: é irracional e, em geral, é irracional qualquer raiz não-
exata, como

também é irracional e podem-se gerar números irracionais combinando seus algarismos decimais;
por exemplo, o = 0,010010001… ou b = 0,020020002…

Com esses números, podem-se calcular soluções em equações do segundo grau (x2 = 2 —> x
= que não é racional), o comprimento de uma circunferência (C = 2 r, em que não é
racional) etc.

Teorema de Pitágoras

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CONJUNTOS NUMÉRICOS

Os números irracionais do tipo , sendo o um número natural, podem ser representados de


maneira exata na reta numérica utilizando-se o Teorema de Pitágoras; para os demais, calcula-se
sua expressão decimal e representa-se uma aproximação.

Exemplo:

Verificar se cada um dos seguintes números é racional ou irracional.

a) ; portanto, é um numero racional.

b) é um número irracional; se fosse um número racional poderia ser representado na forma de

uma fração irredutível: , em que a e b não têm fatores comuns.

que significa que a2 é divisível por b2, ou seja, têm divisores comuns,

contradizendo o fato de que a fração seja irredutível. Demonstra-se essa afirmação por absurdo.

Números complexos

Os números complexos formam um conjunto numérico que é mais abrangente que os números
reais. Eles surgiram após inúmeros estudos, sobretudo após tentativas de se resolver equações do
segundo e do terceiro grau. Nessa época, os matemáticos se depararam raízes quadradas de
números negativos, que não podem ser expressas no conjunto dos números reais. Assim, os
matemáticos passaram a denotar essas raízes usando a letra “i”. A base principal foi
adotar i=−1−−−√.

Definição

Quando vamos solucionar equações do tipo x2+1=0, nos deparamos com x=±−1−−−√. Como não
existe raiz quadrada de número negativo no conjunto dos números reais, convencionou-se utilizar a
notação i2=−1 para representar esse número negativo. Com isso, o resultado da equação anterior
seria x=±i. Esse número “i” é conhecido como unidade imaginária.

Assim, um número complexo, que chamamos de Z, tem a forma

z=a+bi, a,b∈R

Chamamos o número a de parte real, Re(Z) = a, e b de parte imaginária, Im(Z) = b. Esta notação é
chamada de forma algébrica.

Adição de números complexos

A adição de números complexos é realizada através da adição dos termos semelhantes, ou seja,
somamos as partes reais de cada número e depois as partes imaginárias. Sejam z1 e z2 dois
números complexos, tais que: z1=a+bi e z2=c+di.

Definiremos a adição de z1 e z2 da seguinte forma:

z1+z2=(a+bi)+(c+di)

z1+z2=(a+c)+(b+d)i

Exemplo:

Se z1=3+2i e z2=5−3i a soma será:

z1+z2=(3+5)+(2−3)i

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CONJUNTOS NUMÉRICOS

z1+z2=8−i

Subtração de números complexos

A subtração de números complexos é análoga à adição. Calculamos a diferença entre as partes reais
de cada número e depois as partes imaginárias.

Sejam z1 e z2 dois números complexos, tais que: z1=a+bi e z2=c+di.

Definiremos a subtração de z1 e z2 da seguinte forma:

z1−z2=(a+bi)−(c+di)

z1−z2=(a−c)+(b−d)i

Exemplo:

Se z1=7+10i e z2=3+6i a diferença será:

z1−z2=(7−3)+(10−6)i

z1−z2=4−4i

Multiplicação de números complexos

Para multiplicar números complexos utilizamos o mesmo método adotado na expansão de um


produto notável, multiplicando cada termo do primeiro fator por todos os membros do segundo fator.
Assim:

Sejam z1 e z2 dois números complexos, tais que: z1=a+bi e z2=c+di.

Definiremos a multiplicação de z1 e z2 da seguinte forma:

z1⋅z2=(a+bi)⋅(c+di)

z1⋅z2=(ac−bd)+(ad+bc)i

Exemplo:

Se z1=2+5i e z2=1+3i o produto será:

z1⋅z2=(2+5i)+(1+3i)

z1⋅z2=2⋅1+2⋅3i+5i⋅1+5i⋅3i

z1⋅z2=2+6i+5i+15i2

z1⋅z2=2+6i+5i+15⋅(−1)

z1⋅z2=2+6i+5i−15

z1⋅z2=(2−15)+(6+5)i

z1⋅z2=−13+11i

Divisão de números complexos

Para dividir números complexos multiplicamos o dividendo e o divisor pelo conjugado do divisor. O
conjugado de um número complexo z1=a+bi será z1=a−bi.

Sempre que multiplicamos um número complexo pelo seu conjugado, o denominador será um
número real.

Sejam z1 e z2 dois números complexos, tais que: z1=a+bi e z2=c+di

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CONJUNTOS NUMÉRICOS

Definiremos a divisão de z1 e z2 da seguinte forma:

z1z2=a+bic+di⋅c−dic−di

z1z2=(a+bi)⋅(c−di)c2−(di)2

z1z2=(ac−bd)+(ad+bc)ic2+d2=ac−bdc2+d2+ad+bcc2+d2i

Exemplo

Se z1=1+2i e z2=2+3i a divisão será:

z1z2=1+2i2+3i⋅2−3i2−3i

z1z2=(1+2i)⋅(2−3i)22−(3i)2

z1z2=8−i4+9=8−i13=813−113i

Argumento e módulo de um número complexo

Podemos representar um número complexo em um sistema de coordenadas. Esse sistema de


coordenadas é chamado de Plano de Argand-Gauss. É composto por dois segmentos de reta
perpendiculares. O segmento horizontal comporta as partes reais dos números complexos e o
segmento vertical, as partes imaginárias. Como exemplo, observe como será representado o número
complexo z=a+bi no Plano de Argand-Gauss:

O segmento de reta OZ é chamado de módulo do número complexo, representado por |z|. Na figura
abaixo, o ângulo entre o eixo Ox e o segmento OZ é chamado de argumento de Z, representado
por θ.

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CONJUNTOS NUMÉRICOS

Argumento de Z

No Triângulo retângulo formado pelos vértices OâZ, temos que:

sen(θ)=b|z|

cos(θ)=a|z|

Sendo θ o argumento de Z.

Para encontrar o argumento de Z, podemos utilizar θ=arcsen(b|z|) ou θ=arcos(a|z|).

Módulo de Z

Aplicando o teorema de Pitágoras teremos:

(|z|)2=a2+b2

Então:

|z|=a2+b2−−−−−−√

Forma trigonométrica de um número complexo

Cada número complexo pode ser expresso em função do seu módulo e argumento. Quando isso
acontece dizemos que o número complexo está na forma trigonométrica ou polar.

Considere o número complexo z=a+bi, em que z ≠ 0,

Como vimos anteriormente:

sen(θ)=b|z|⟹b=|z|⋅sen(θ)

cos(θ)=a|z|⟹a=|z|⋅cos(θ)

Substituindo os valores de a e b no complexo z=a+bi.

z=a+bi

z=|z|⋅cos(θ)+|z|⋅sen(θ)i

z=|z|⋅(cos(θ)+i⋅sen(θ))

Produto de números complexos na forma polar

Considere dois números complexos na forma polar:

z1=|z1|⋅(cos(θ1)+i⋅sen(θ1))

z2=|z2|⋅(cos(θ2)+i⋅sen(θ2))

O produto entre será:

z1⋅z2=[|z1|⋅(cos(θ1)+i⋅sen(θ1))]⋅[|z2|⋅(cos(θ2)+i⋅sen(θ2))]

z1⋅z2=|z1|⋅|z2|⋅(cos(θ1)+i⋅sen(θ1))⋅(cos(θ2)+i⋅sen(θ2))

z1⋅z2=|z1|⋅|z2|⋅(cos(θ1)⋅cos(θ2)+cos(θ1)⋅i⋅sen(θ2)+i⋅sen(θ1)⋅cos(θ2)+i⋅sen(θ1)⋅i⋅sen(θ2))

z1⋅z2=|z1|⋅|z2|⋅(cos(θ1)⋅cos(θ2)+i⋅cos(θ1)⋅sen(θ2)+i⋅sen(θ0)⋅cos(θ2)+i2⋅sen(θ1)⋅sen(θ2))

z1⋅z2=|z1|⋅|z2|⋅(cos(θ1)⋅cos(θ2)−sen(θ1)⋅sen(θ2)+i(sen(θ1)⋅cos(θ2)+sen(θ2)⋅cos(θ1)))

z1⋅z2=|z1|⋅|z2|⋅(cos(θ1+θ2)+i⋅sen(θ1+θ2))

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CONJUNTOS NUMÉRICOS

Assim, para multiplicar dois números complexos na forma polar, basta multiplicar seus módulos e
somar seus argumentos.

Exemplo:

Se z1=2(cos(π6)+i⋅sen(π6)) e z2=3(cos(π3)+i⋅sen(π3)):

z1⋅z2=2⋅3(cos(π6+π3)+i⋅sen(π6+π3))

z1⋅z2=6(cos(π2)+i⋅sen(π2))

Potência de um número complexo

Como vimos anteriormente, para multiplicar números complexos, basta multiplicar seus módulos e
somar seus argumentos.

Se multiplicarmos um número complexo Z por ele mesmo n vezes, teremos:

|z|⋅|z|⋅|z|⋅|z|⋅…⋅|z|=(|z|)n

θ+θ+θ+…+θ=n⋅θ

Assim, elevando Z a uma potência n, teremos que:

zn=(|z|)n⋅(cos(nθ)+i⋅sen(nθ))

Exemplo:

Calcular z3, sendo z=2(cos(π4)+i⋅sen(π4)).

z3=23(cos(3⋅π4)+i⋅sen(3⋅π4))

z3=8(cos(3π4)+i⋅sen(3π4))

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MÚLTIPLOS E DIVISORES

Múltiplos e Divisores

Dizemos que um número é múltiplo de outro quando o primeiro é resultado da multiplicação entre o
segundo e algum número natural. Nesse mesmo caso, também é possível dizer que o segundo é divi-
sor do primeiro.

Em outras palavras, dados os números x e y, dizemos que x é múltiplo de y se existir algum número
natural n tal que:

x = y·n

Se esse número existir, podemos dizer que y é um divisor de x e podemos escrever:

x=n
y

Dessa maneira, um bom teste para descobrir se um número qualquer y é divisor de outro número x é
observar o resultado da divisão de x por y. Se o resultado for exato, y é divisor de x.

Por exemplo: 70 é múltiplo de 2, pois o número natural 35 multiplicado por 2 tem 70 como resultado.
Em outras palavras:

70 = 2·35

Também podemos afirmar que 10 é divisor de 70, pois

70 = 7
10

Múltiplos de Um Número Natural

O conjunto que contém os múltiplos de um número natural é um subconjunto infinito do conjunto dos
números naturais. Isso acontece porque os múltiplos são obtidos ao multiplicar o número em questão
por todos os números naturais. Assim, o conjunto dos múltiplos do número 2 pode ser obtido da se-
guinte maneira:

2·0 = 0

2·1 = 2

2·2 = 4

2·3 = 6

Esses resultados podem ser escritos na notação de conjuntos:

P = {0, 2, 4, 6, 8, …}

Esses resultados são conhecidos como conjunto dos números pares.

Observe que é possível listar os múltiplos de um número qualquer realizando um procedimento exata-
mente igual ao de construir a tabuada daquele número.

Divisores de Um Número Natural

Já o conjunto dos divisores de um número natural é um subconjunto finito dos números naturais. Isso
acontece em virtude de alguns resultados diretos da definição de divisores:

a) O número 1 sempre é o menor divisor de qualquer número natural;

b) O próprio número sempre é o seu maior divisor;

c) Zero não é divisor de nenhum número.

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MÚLTIPLOS E DIVISORES

Como existe um “maior elemento” no conjunto dos divisores de um número natural qualquer, esse con-
junto é finito.

Para encontrar os divisores de um número natural, é necessário dividir esse número por todos os na-
turais menores que ele. Assim, os divisores do número 48, por exemplo, são:

1, 2, 3, 4, 6, 8, 12, 16, 24 e 48

Dizemos que o número 48 é divisível por qualquer elemento da lista acima.

Muitas vezes não é necessário realizar a divisão para saber se um número é divisível (ou divisor de)
por outro. Basta consultar os critérios de divisibilidade, que podem ser encontrados aqui.

Números Primos

São números primos aqueles que não são divisíveis por nenhum número natural, exceto 1 e o próprio
número. Lembre-se de que qualquer número é divisível por 1 e por ele mesmo, mas nem sempre existe
outro divisor para esse número. Por exemplo: o número 2 é divisível apenas por 1 e pelo próprio 2.

2=2
1

2=1
2

O conjunto dos números primos também é infinito. Contudo, quanto maior o número natural, menor a
probabilidade de ele ser primo.

O procedimento usado para garantir que um número é primo é tentativa e erro. É necessário dividir um
número por todos os naturais menores que ele para comprovar que ele é primo.

Mínimo Múltiplo Comum

Ao analisar dois ou mais números, é possível identificar o menor múltiplo comum que eles possuem,
ou seja, escrevendo a lista de múltiplos de ambos, destacar o menor dos múltiplos que aparecem em
ambas as listas simultaneamente. Por exemplo: O mínimo múltiplo comum (também chamado de MMC
ou apenas mínimo) entre 6 e 20 é:

Múltiplos do 6: 0, 6, 12, 18, 24, 30, 36, 42, 48, 54, 60, 66, …

Múltiplos do 20: 0, 20, 40, 60, 80, …

Observe que o primeiro número que aparece nas duas listas ao mesmo tempo é 60. Logo, o MMC entre
6 e 20 é 60.

Um método prático para fazer esses cálculos pode ser encontrado aqui.

Máximo divisor comum

Segue a mesma ideia do mínimo múltiplo comum, porém, procurando o maior divisor nas duas listas.
Por exemplo: o máximo divisor comum (também chamado de MDC) entre 6 e 20 é:

Divisores do 6: 1, 2, 3 e 6

Divisores do 20: 1, 2, 4, 5, 10 e 20

O número 2 é o maior dos divisores comuns entre os números 6 e 20 (e o único).

Máximo Divisor Comum

MDC significa máximo divisor comum. O máximo divisor comum entre dois ou mais números naturais é
o maior de seus divisores. Dois números naturais sempre tem divisores em comum.

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MÚLTIPLOS E DIVISORES

Os divisores de um número natural podem ser encontrados dividindo este número pelos números natu-
rais maiores que zero. Quando a divisão for exata, ou seja, com resto zero, então tal número é divisor
do número dado.

Como Calcular o MDC de Dois ou Mais Números?

Para calcular o MDC devemos fazer o seguinte: decomposição em fatores primos ou decomposição
simultânea.

Decomposição em fatores primos

Para encontrar o MDC pela decomposição em fatores primos devemos seguir as seguintes regras:

• Decompor os números dados em fatores primos.

• Pegar os fatores primos comuns com seus expoentes menores.

• Fazer o produtos desses fatores.

Exemplo: Vamos encontrar o máximo divisor comum para os números 16 e 24.

16 = 2 x 2 x 2 x 2 = 24

24 = 2 x 2 x 2 x 3 = 2³ x 3

Os fatores primos comuns aos dois números dados 24 e 2³. Desses dois temos 2³ com o menor expo-
ente. Logo, 2³ = 8.

Portanto, o MDC (16; 24) = 8, que é o maior número natural que divide ambos os números dados.

Vamos ver mais um exemplo?

Considere os números 30, 50 e 20, o MDC deles é?

30 = 2 x 3 x 5

50 = 2 x 5 x 5 = 2 x 5²

20 = 2 x 2 x 5 = 2² x 5

Os únicos fatores que divide ambos ao mesmo tempo são 2 e 5, veja acima na multiplicação dos núme-
ros primos. Dessa forma pegamos os fatores com menores expoente e fazemos a multiplicação.

Logo, 2 x 5 = 10

Portanto, o MDC (30; 50; 20) = 10

Curiosidade: dois números são primos entre si quando o maior divisor comum (MDC) a eles é 1.

Exemplo: 13 e 5, o único número que divide ambos ao mesmo tempo é o número 1.

Decomposição Simultânea

A decomposição simultânea ou fatoração simultânea consiste em dividir várias vezes os números dados
pelo menor fator primo, se o número não for divisível pelo menor fator ele deve ser repetido.

O MDC é obtido pela multiplicação dos fatores primos comuns, ou seja, os fatores que dividem os nú-
meros dados ao mesmo tempo.

Exemplo: Encontre o máximo divisor comum dos números 180, 240 e 270.

Pela decomposição simultânea devemos dividir simultaneamente os três números dados começando
pelo menor número primo possível até chegar ao resto 1.

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MÚLTIPLOS E DIVISORES

Fatoração Simultânea

O que fizemos foi dividir os números dados pelo menor primo, o número 2. Dividimos o três números.
Depois verificamos se ainda é possível continuar dividindo pelo 2, sim. Os números que não puderem
ser divididos devem ser repetidos, como o 135.

Seguimos dividindo pelo 2. Quando não for mais possível dividi-los pelo 2, procuramos o menor número
primo possível que possamos dividir pelo menos um deles, neste caso o número primo 3 pode dividir
45, 15 e 135.

Seguimos dividindo pelo 3 quando possível e conservando aqueles que não podem. Por fim, somente o
número 5, que também é primo, podem dividir o número 5, resto das divisões anteriores.

Esse processo acaba quando encontramos resto 1 para todos os números dados. O MDC é a multipli-
cação dos números primos que puderam dividir todos os números dados ao mesmo tempo.

Portanto, o MDC (180; 240; 270) = 2 x 3 x 5 = 30.

O números 2 dividiu todos os números na primeira vez, o 3 e o 5 também.

Veja mais um exemplo para destruir qualquer dúvida.

Exemplo: calcular o MDC para 20, 50.

Decomposição Simultânea

Propriedades Básicas

• Dados dois ou mais números, se um deles é divisor de todos os outros, então ele é o MDC dos
números dados;

• Exemplo: MDC (3; 6; 12) = 3. 3 é divisor de 6 e 12, então ele é o máximo divisor comum.

• Dois números consecutivos são sempre primos entre si.

• Exemplo: MDC (25, 26) = 1. O maior número que divide 25 e 26 é 1. Então, ele é o máximo divisor
entre 25 e 26.

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MÚLTIPLOS E DIVISORES

Divisibilidade

Para alguns números como o dois, o três, o cinco e outros, existem regras que permitem verificar a
divisibilidade sem se efetuar a divisão. Essas regras são chamadas de critérios de divisibilidade.

Divisibilidade Por 2

Um número natural é divisível por 2 quando ele termina em 0, ou 2, ou 4, ou 6, ou 8, ou seja, quando


ele é par.

Exemplos:

1) 5040 é divisível por 2, pois termina em 0.

2) 237 não é divisível por 2, pois não é um número par.

Divisibilidade Por 3

Um número é divisível por 3 quando a soma dos valores absolutos dos seus algarismos for divisível
por 3.

Exemplo:

234 é divisível por 3, pois a soma de seus algarismos é igual a 2+3+4=9, e como 9 é divisível por 3,
então 234 é divisível por 3.

Divisibilidade Por 4

Um número é divisível por 4 quando termina em 00 ou quando o número formado pelos dois últimos
algarismos da direita for divisível por 4.

Exemplo:

1800 é divisível por 4, pois termina em 00.

4116 é divisível por 4, pois 16 é divisível por 4.

1324 é divisível por 4, pois 24 é divisível por 4.

3850 não é divisível por 4, pois não termina em 00 e 50 não é divisível por 4.

Divisibilidade Por 5

Um número natural é divisível por 5 quando ele termina em 0 ou 5.

Exemplos:
1) 55 é divisível por 5, pois termina em 5.

2) 90 é divisível por 5, pois termina em 0.

3) 87 não é divisível por 5, pois não termina em 0 nem em 5.

Divisibilidade Por 6

Um número é divisível por 6 quando é divisível por 2 e por 3.

Exemplos:

1) 312 é divisível por 6, porque é divisível por 2 (par) e por 3 (soma: 6).

2) 5214 é divisível por 6, porque é divisível por 2 (par) e por 3 (soma: 12).

3) 716 não é divisível por 6, (é divisível por 2, mas não é divisível por 3).

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MÚLTIPLOS E DIVISORES

4) 3405 não é divisível por 6 (é divisível por 3, mas não é divisível por 2).

Divisibilidade Por 8

Um número é divisível por 8 quando termina em 000, ou quando o número formado pelos três últimos
algarismos da direita for divisível por 8.

Exemplos:

1) 7000 é divisível por 8, pois termina em 000.

2) 56104 é divisível por 8, pois 104 é divisível por 8.

3) 61112 é divisível por 8, pois 112 é divisível por 8.

4) 78164 não é divisível por 8, pois 164 não é divisível por 8.

Divisibilidade Por 9

Um número é divisível por 9 quando a soma dos valores absolutos dos seus algarismos for divisível
por 9.

Exemplo:

2871 é divisível por 9, pois a soma de seus algarismos é igual a 2+8+7+1=18, e como 18 é divisível por
9, então 2871 é divisível por 9.

Divisibilidade Por 10

Um número natural é divisível por 10 quando ele termina em 0.

Exemplos:

1) 4150 é divisível por 10, pois termina em 0.

2) 2106 não é divisível por 10, pois não termina em 0.

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Divisibilidade Por 11

Um número é divisível por 11 quando a diferença entre as somas dos valores absolutos dos algarismos
de ordem ímpar e a dos de ordem par é divisível por 11.

O algarismo das unidades é de 1ª ordem, o das dezenas de 2ª ordem, o das centenas de 3ª ordem, e
assim sucessivamente.

Exemplos:

1) 87549

Si (soma das ordens ímpares) = 9+5+8 = 22

Sp (soma das ordens pares) = 4+7 = 11

Si-Sp = 22-11 = 11

Como 11 é divisível por 11, então o número 87549 é divisível por 11.

2) 439087

Si (soma das ordens ímpares) = 7+0+3 = 10

Sp (soma das ordens pares) = 8+9+4 = 21

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MÚLTIPLOS E DIVISORES

Si-Sp = 10-21

Como a subtração não pode ser realizada, acrescenta-se o menor múltiplo de 11 (diferente de zero) ao
minuendo, para que a subtração possa ser realizada: 10+11 = 21. Então temos a subtração 21-21 = 0.

Como zero é divisível por 11, o número 439087 é divisível por 11.

Divisibilidade Por 12

Um número é divisível por 12 quando é divisível por 3 e por 4.

Exemplos:

1) 720 é divisível por 12, porque é divisível por 3 (soma=9) e por 4 (dois últimos algarismos, 20).

2) 870 não é divisível por 12 (é divisível por 3, mas não é divisível por 4).

3) 340 não é divisível por 12 (é divisível por 4, mas não é divisível por 3).

Divisibilidade Por 15

Um número é divisível por 15 quando é divisível por 3 e por 5.

Exemplos:

1) 105 é divisível por 15, porque é divisível por 3 (soma=6) e por 5 (termina em 5).

2) 324 não é divisível por 15 (é divisível por 3, mas não é divisível por 5).

3) 530 não é divisível por 15 (é divisível por 5, mas não é divisível por 3).

Divisibilidade Por 25

Um número é divisível por 25 quando os dois algarismos finais forem 00, 25, 50 ou 75.

Exemplos:

200, 525, 850 e 975 são divisíveis por 25.

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POTENCIAÇÃO

Potenciação

A potenciação ou exponenciação é a operação matemática que representa a multiplicação de fato-


res iguais. Ou seja, usamos a potenciação quando um número é multiplicado por ele mesmo várias
vezes.

Para escrever um número na forma de potenciação usamos a seguinte notação:

Sendo a ≠ 0, temos:

a: Base (número que está sendo multiplicado por ele mesmo)


n: Expoente (número de vezes que o número é multiplicado)

Para melhor entender a potenciação, no caso do número 23 (dois elevado a terceira potência ou dois
elevado ao cubo), tem-se:

23 = 2 x 2 x 2 = 4 x 2 = 8

Sendo,

2: Base
3: Expoente
8: Potência (resultado do produto)

Exemplos de Potenciação

52: lê-se 5 elevado à segunda potência ou 5 ao quadrado, donde:

5 x 5 = 25

Logo,

A expressão 52 equivale a 25.

33: lê-se 3 elevado à terceira potência ou 3 ao cubo, donde:

3 x 3 x 3 = 27

Logo,

A expressão 33 equivale a 27.

Propriedades da Potenciação

 Toda potência com expoente igual a zero, o resultado será 1, por exemplo: 50=1

 Toda potência com expoente igual 1, o resultado será a própria base, por exemplo: 81 = 8

 Quando a base for negativa e o expoente um número ímpar, o resultado será negativo, por
exemplo: (- 3)3 = (- 3) x (- 3) x (- 3) = - 27.

 Quando a base for negativa e o expoente um número par, o resultado será positivo, por
exemplo: (- 2)2 = (- 2) x (- 2) = +4

 Quando o expoente for negativo, inverte-se a base e muda-se o sinal do expoente para posi-
tivo, por exemplo: (2)- 4 = (1/2)4 = 1/16

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POTENCIAÇÃO

 Nas frações, tanto o numerador quanto o denominador ficam elevados ao expoente, por
exemplo: (2/3)3 = (23 / 33) = 8/27

Multiplicação e Divisão de Potências

Na multiplicação das potências de bases iguais, mantém-se a base e soma-se os expoentes:

ax . ay = ax+y
52.53= 52+3= 55

Na Divisão das potências de bases iguais, mantém-se a base e subtrai-se os expoentes:

(ax) / (ay) = ax-y

(53) / (52) = 53-2 = 51

Quando a base está entre parênteses e há outro expoente fora (potência de potência), mantém-se a
base e multiplica-se os expoentes:

(ax)y = ax.y
(32)5= 32.5 = 310

Potenciação: Propriedades e Exemplos

Potenciação ou exponenciação é a forma de abreviar a multiplicação de uma sequência de fatores


iguais.

Dessa forma, quando multiplicamos um número sucessivas vezes, podemos abreviar elevando-o a
quantidade de vezes que o número é multiplicado.

Definição de potenciação

Seja um número real a e um número natural n, com n > 1, chamamos de potência de base a e expo-
ente n o número an, isto é, o produto de n fatores iguais a a.

Exemplo:

 a² = a.a, com n = 2;

 a³ = a.a.a, com n = 3;

 a5 = a.a.a.a.a, com n = 5;

Chamamos a de base e n de expoente, e a multiplicação sucessiva após a igualdade chamamos de


potência.

A base nesse caso é o número que se repete, o expoente é a quantidade de vezes que esse número
se repetiu e a potência é o resultado.

Potência com expoente negativo

Seja a um número real diferente de zero, e n um número natural, chamamos de potência de base a e
expoente -n o número a-n, que é o número inverso de an.

Exemplo:

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POTENCIAÇÃO

Seja a multiplicação 3 x 3 x 3 x 3, temos uma sequência do número 3 multiplicado 4 vezes. Assim, po-
demos simplificar da seguinte forma:

Leia-se: três elevado a quatro é igual a oitenta e um

onde, 3 é o número multiplicado e 4 a quantidade de vezes que ele foi multiplicado.

Agora com expoente negativo.

Outros tipos de potência

Expoente inteiro maior que 1.

Neste caso é o produto de vários fatores iguais à base de acordo com quantas forem as unidades do
expoente.

Exemplo:

 4³ = 4 x 4 x 4 = 64

 5² = 5 x 5 = 25

Expoente igual a 1.

Neste caso, todas as potências com expoente 1 é igual a base. Logo:

 a¹ = a

Exemplo:

 2¹ = 2;

 25¹ = 25

Expoente igual a zero.

Neste caso, todas as potências com expoente igual a zero é igual a 1. Logo:

 a0 = 1

Exemplo:

 30 = 1

 80 = 1

Casos particulares de potenciação:

Sendo n um número inteiro, podemos ter:

 a = 0 e n > 0 ⇒ an = 0

 a = 0 e n < 0 ⇒ não existe an ∈ R

 a > 0 ⇒ an > 0

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POTENCIAÇÃO

 a < 0 e n par ⇒ an > 0

 a < 0 e n ímpar ⇒ an < 0

Propriedades da potenciação

Considerando as bases a e b números reais, e os números naturais para m e n. Temos as seguintes


propriedades:

Qualquer número real elevado ao expoente natural 1 é igual ao próprio número.

Exemplo: 5¹ = 5

Qualquer número real não-nulo elevado ao expoente natural 0 é igual a 1.

Exemplo: 30 = 1

Qualquer potência que possui na base o número 1 é igual a 1.

Exemplo: 1100 = 1

Qualquer potência que tem na base o número 10, o resultado é o número 1 seguido da quantidade de
zeros, de acordo com o valor do expoente.

Exemplo: 105 = 100000

Veja que a quantidade de zeros foi definida pelo expoente 5.

Um potência com expoente negativo indica que temos uma inversão entre o numerador com o denomi-
nador.

Veja que a potência foi para o denominador sem o sinal, e o numerador é representado pelo número 1
(oculto) do denominador.

Uma potência negativa no denominador é equivalente ao numerador vezes o denominador com o sinal
da potência trocado.

Exemplo:

No primeiro caso o 1 (um) pode ser omitido porque não altera o valor do produto, 1 x 5² = 5² = 25.

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POTENCIAÇÃO

Propriedades operatórias da potenciação

É importante conhecer as propriedades operatórias para auxiliar e simplificar os cálculos envolvendo


potenciação.

Produto de potências de mesma base

Ao multiplicar duas ou mais potências de mesma base, devemos proceder da seguinte forma: conser-
var a base e somar os expoentes.

 am.an = am + n

Exemplo: 52.53 = 52 + 3

Divisão de potências de mesma base

Ao dividirmos potências não-nulas de mesma base, devemos proceder da seguinte forma: conservar a
base e subtrair os expoentes.

Exemplo:

Base negativa e expoente ímpar

Quando a base é negativa e o expoente é ímpar o resultado será negativo, veja o jogo de sinais
em subtração.

Exemplo: (-2)3 = -8

Base negativa e expoente par

Quando a base é negativa e o expoente é par o resultado é positivo, veja o jogo de sinais em subtração.

Exemplo: (-5)2 = 25

Potência de potência

Neste caso, devemos conservar a base e multiplicar os expoentes.

Exemplo:

Potência de um produto

Devemos atribuir o expoente aos fatores do produto.

 (a . b)n = (an . bn)

 Exemplo: (2 . 3)2 = (22 . 32) = 2 . 2 . 3 . 3 = 36

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POTENCIAÇÃO

Divisão de potências de mesmo expoente

Numa divisão com expoente devemos elevar tanto o numerador quanto o denominador ao expoente.

Exemplo:

Multiplicação de potências com o mesmo expoente

Quando multiplicarmos uma potência com o mesmo expoente podemos conservar o expoente e multi-
plicar as bases.

 (an . bn) = (a . b)n

 Exemplo: (32 . 22) = (3 . 2)2

Observação:

As propriedades que foram apresentadas acima também servem para os expoentes m e n inteiros.

Exemplos:

23 . 2-2 = 23 + (-2) = 2¹

5-3 . 2-3 = (5 . 2)-3 = 10-3

Casos especiais de potências

1. (-a)n e -an

Essas potências (-a)n e -an geralmente apresentam resultados diferentes, pois:

(-a)n = (-a) . (-a) . (-a) . … . (-a) (n vezes)

-an = – (a . a . a . … . a) (n vezes)

Exemplos:

o (-2)² = (-2) . (-2) = 4

o -2² = – (2 . 2) = – 4

o (-2)³ = (-2) . (-2) . (-2) = -8

o -2³ = – (2 . 2 . 2) = -8

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POTENCIAÇÃO

O uso dos parênteses indica que o sinal pertence ao número e deve ser multiplicado junto.

2. (am)n e amn

Essas potências (am)n e amn geralmente apresentam resultados diferentes, pois:

(am)n = (am) . (am) . … . (am) (n vezes)

am . m . … . m (n vezes)

Exemplos:

o (5²)³ = (5²) . (5²) . (5²) = 52.3 = 56

o 523 = 52 . 2 . 2 = 58

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RADICIAÇÃO

Radiciação

A radiciação é uma operação matemática que possui várias aplicações, dominá-la é importante para
resolver-se problemas envolvendo potenciação, já que essas operações são inversas.

Calcular a raiz enésima de um número x é encontrar qual número que, elevado a n, é igual a x. A
radiciação possui propriedades importantes que servem para facilitar as contas e realizar simplificações
de radicais. Para realizar operações com radiciação, é importante o domínio de cada uma das suas
propriedades e compreender o significado de cada um dos seus termos.

Representação de uma radiciação

Para representar a raiz de um número, utilizamos um símbolo conhecido como radical (√ ), a raiz de
um número qualquer é representada pela seguinte operação:

Observação: quando n = 2, chamamos de raiz quadrada, e, nesse caso, escrever o número 2 no índice
torna-se opcional.

Radiciação e potenciação

Para calcular-se a raiz de um número, é fundamental entender que a radiciação é a operação inversa
da potenciação, então dominar potenciação é essencial para calcular-se a raiz de um número.

Ao escrever a raiz enésima de a e afirmar que ela é igual a b, ou seja:

estamos dizendo que, quando calculamos bn, encontramos o número representado pela letra a. Por-
tanto é essencial entender que quando se fala que um número é raiz enésima de um outro número,
isso significa que a raiz elevada ao índice é igual ao radicando.

Exemplos:

Propriedades da radiciação

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RADICIAÇÃO

As propriedades da radiciação são meios para facilitar-se o cálculo de problemas que envolvem tal
operação. Existe um total de sete propriedades, e dominar cada uma delas é de grande importância
para resolução de problemas sobre o tema.

1ª propriedade

A raiz enésima de um número a elevado a n é igual ao próprio número a, ou seja, calculando a raiz de
um número cujo o índice da raiz é igual ao expoente do radicando, encontraremos como resposta o
próprio radicando.

2ª propriedade

A raiz enésima do produto é igual ao produto de duas raízes enésimas. Se o radicando for o produto
entre dois números, podemos separar como a multiplicação da raízes enésimas de cada uma de suas
parcelas.

3ª propriedade

A raiz enésima de uma divisão é igual ao quociente entre duas raízes enésimas. Se o radicando for
uma divisão entre dois números, podemos separar como a raiz enésima do dividendo, dividido pela raiz
enésima do divisor.

4ª propriedade

Podemos multiplicar ou dividir (simplificar) o índice da raiz, desde que a mesma operação seja feita
com o expoente do radicando.

5ª propriedade

Quando encontramos a raiz de uma raiz, podemos multiplicar seus índices e representar essa operação
com um único radical.

6ª propriedade

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RADICIAÇÃO

A potência de uma raiz enésima pode ser reescrita como a raiz enésima do radicando elevada a essa
potência.

7ª propriedade

A raiz enésima pode ser transformada em uma potência com expoente racional. O índice da raiz cor-
responde ao denominador, e o expoente da base corresponde ao numerador:

Simplificação de radicais

Quando estamos trabalhando com um valor que não possui uma raiz exata, podemos fazer a simplifi-
cação desse radical. Para isso, é necessário algum método para decompor o número em fatores pri-
mos.

Exemplo:

Escreva na forma simplificada a raiz quadrada de 360.

Vamos realizar a fatoração de 360 utilizando o método das divisões sucessivas.

360|2→ 2 é o menor número primo que divide 360;


180|2→ 2 é o menor número primo que divide 180;
90|2 → 2 é o menor número primo que divide 90;
45|3 → 3 é o menor número primo que divide 45;
15|3 → 3 é o menor número primo que divide 15;
5|5 → 5 é o menor número primo que divide 5.
1|

Sendo assim, temos que 360= 2 · 2 · 2 · 3 · 3 · 5.

Como o nosso objetivo é simplificar uma raiz quadrada, vamos agrupar esses fatores de 2 em 2, logo,
podemos reescrever 360 como:

Assim, podemos reescrever a raiz de 360, utilizaremos a primeira propriedade para simplificar a raiz
quadrada, o que significa que os termos que estão elevados ao quadrado sairão do radical, e os que
não estão permanecem dentro do radical:

Operações com radicais

Adição e subtração

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RADICIAÇÃO

A adição e a subtração de dois radicais são operações que, muitas vezes, são feitas de forma errada.
Acontece que não podemos somar ou subtrair o radical de uma raiz com o radical de outra, ainda que
o índice seja o mesmo:

Na busca por não cometer esse erro, o que deve ser feito é deixar representada a adição como no
primeiro membro da equação. Vale lembrar que se trata de raízes. Realizar a soma ou a subtração de
duas raízes e representá-las de forma mais simples só é possível se estivermos falando da mesma
raiz, por exemplo:

Nesse caso sempre somaremos os coeficientes, ou seja, o número que acompanha a raiz, lembrando
que não se pode somar o radicando de cada uma delas.

Quando necessário, podemos simplificar as raízes para que elas tenham os mesmos radicandos, e aí
sim realizar a operação:

Sabemos que:

e também podemos reescrever o 40 como:

Então teremos:

Multiplicação e divisão

Para realizar a multiplicação, é necessário que o índice seja o mesmo para todas as raízes. Quando
isso ocorre, acabamos recorrendo à 2ª e à 3ª propriedade. Somente nesses casos é possível realizar-
se a operação.

Exemplo:

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NÚMEROS DECIMAIS

Números Decimais

Existem duas formas de ler os números decimais. Numa delas dizemos a parte inteira, depois a virgula
e em seguida os dígitos da parte decimal, um a um. Por exemplo, o número é lido assim: "Sessenta e
três virgula sete dois nove cinco".

Também é comum agrupar os números na parte decimal da forma que for mais adequada. Se eles
estiverem em grupos de dois, são lidos assim: "sessenta e três vírgula setenta e dois noventa e cinco".

Ler os números decimais usando valores posicionais

Também é possível usar os nomes dos valores posicionais para ler os decimais. Para isto é necessário
conhecer os nomes das posições que estão depois da virgula, observe:

As três primeiras posições são chamadas décimos, centésimos e milésimos. Estas partes são o resul-
tado de dividir as unidades em dez, cem e mil partes iguais, respectivamente.

Se você dividir um milésimo por dez, obtém décimo de milésimo, isto porque no total são dez mil destas
partes em uma unidade.

Se cada décimo de milésimo for dividido por dez, a unidade será dividida em cem mil. Por esta razão,
cada uma destas pequenas partes é chamada de centésimo de milésimo.

Observe que o nome dessas posições indica claramente a quantidade delas que há em uma unidade.

Se cada cem milésimos for dividido por dez, serão obtidos milionésimos. E se dividirmos cada milioné-
simo por dez, décimos de milionésimos. Da mesma forma podemos continuar com os outros.

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NÚMEROS DECIMAIS

Quando lemos um número decimal usando os valores posicionais, devemos mencionar primeiro a parte
inteira e, em seguida, a parte decimal na sua totalidade, dizendo as menores partes contidas no nú-
mero. Por exemplo, o número é lido assim: "Quinhentos e sessenta e nove e seis milésimos". Ou o
número assim: "Vinte sete e cinco mil e setecentos e oitenta e três décimos de milésimos".

Também é comum dizer a palavra inteiros para diferenciar mais claramente a parte inteira da decimal.
O número é lido assim: "Cento e trinta e quatro inteiros, nove mil oitocentos e vinte e três milionési-
mos". Ou o número assim:"Nove mil oitocentos e quarenta e seis inteiros, dois milhões duzentos e
dois mil quinhentos e vinte e quatro centésimos de milionésimos".

Os números decimais na reta numérica

Você se lembra de como no sistema posicional cada digito que está à esquerda representa dez vezes
o que o anterior representa? Por exemplo, no número 55 , o cinco da direita, que está na casa das
unidades, representa apenas cinco unidades. Já o cinco que está na casa das dezenas, do lado es-
querdo, representa 50 unidades (5 X 10).

Isto quer dizer que os dígitos da direita representam partes dez vezes menores que aquelas que estão
à sua esquerda.

O que acontece quando chegamos nos números depois da vírgula? Exatamente a mesma coisa, eles
representam partes dez vezes menores. Observe como o número 1,376 é representado na reta numé-
rica:

Passo 1:

Primeiro são posicionadas as unidades que estão no lado esquerdo da vírgula. Neste caso é ape-
nas um, vamos para o lugar do um na reta numérica:

A posição do um é marcada com uma pequena linha vertical laranja.

Passo 2:

O três, que está na parte decimal, não representa três unidades, mas três partes dez vezes menores
que a unidade.

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NÚMEROS DECIMAIS

A próxima unidade é dividida em dez partes iguais e três destas divisões são separadas. Observe que
na imagem anterior o intervalo do 1 ao 2 foi destacado com roxo. Na imagem abaixo você pode ver
este mesmo segmento ampliado para poder visualizar facilmente as dez divisões:

Passo 3:

O sete representa partes dez vezes menores que as que representava o três. Assim o próximo décimo
é dividido em dez partes e sete são separadas. Veja como foi ampliado o décimo de 1.3 para 1.4 des-
tacado com verde na imagem acima:

Passo 4:

O seis representa partes dez vezes menores que os centésimos. Por esta razão, o centésimo é dividido
de 1,37 para 1,38 destacado em fucsia, em dez partes e seis delas são separadas:

Como não há mais números na parte decimal, o processo está concluído. Ao nos distanciarmos da
imagem, é possível ver o resultado final:

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NUMEROS NATURAIS

Operação Com Números Naturais

Nas operações com números inteiros, fazemos cálculos que envolvem adição, subtração, divisão e
multiplicação.

Antes de tratarmos das operações com números inteiros, devemos recordar quais elementos fazem
parte desse conjunto. Pertencem ao conjunto dos números inteiros todos os números positivos,
negativos e o zero. Sendo assim:

Z = {… - 3, - 4, - 3, - 2, - 1, 0, + 1, + 2, + 3, + 4...}

As operações com números inteiros estão relacionadas com a soma, subtração, divisão e
multiplicação. Ao realizar alguma das quatro operações com esses números, devemos também
operar o sinal que os acompanha.

Números Naturais

Quando contamos uma quantidade de qualquer coisa (objetos, animais,estrelas,pessoas,etc)


empregamos os números 0,1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13,14,15,..........
Esses números são chamados de números naturais.
Existem infinitos números naturais os números que aparecem juntos, como na sequencia acima são
chamados números consecutivos. Por exemplo 12 e 13 são consecutivos 13 é o sucessor (vem
depois ) de 12 e 12 é o antecessor (vem antes) de 13

Observações:

1) todo número natural tem um sucessor (é o que vem depois)

2) todo número natural tem um antecessor (é o que vem antes), com exeção do zero

3) Um número natural e o seu sucessor são chamados números consecutivos.

par ou impar

Um número natural é par quando termina em 0,2,4,6 ou 8


Os números pares são: 0,2,4,6,8,10,12,14,16......
Um número é ímpar quando termina em 1,3,5,7, ou 9.
Os números ímpares são: 1,3,5,7,9,11,13,15.......

Propriedades Da Adição De Números Naturais

Vamos observar a seguinte situações:

1º) consideremos os números naturais 40 e 24 e vamos determinar a sua soma ?


(R: 40 + 24 = 64)
trocando a ordem dos números, vamos determinar a sua soma
24 + 40 = 64
De acordo com as situações apresentadas, podemos escrever
40 + 24 = 24 + 40
Esse fato sempre vai ocorrer quando consideremos dois números naturais
Daí concluímos

Numa adição de dois números naturais, a ordem das parcelas não altera a soma.
Essa propriedade é chamada PROPRIEDADE COMUTATIVA DA ADIÇÃO

2º) Consideremos os números naturais 16,20 e 35 e vamos determinar a sua soma:

16 + 20 + 35
=36 + 35
=71

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NUMEROS NATURAIS

16 + 20 + 35
= 16 + 55=
=71
De acordo com as situações apresentadas, temos

(16 + 20) + 35 = 16 + (20 + 35)

Esse fato se repete quando consideramos três números naturais quaísquer

Então:

Numa adição de três ou mais números naturais quaisquer, podemos associar as parcelas de modo
diferentes.
Essa propriedade é chamada PROPRIEDADE ASSOCIATIVA DA ADIÇÃO

3º) Consideremos os números naturais 15 e 0 e vamos determinar a sua soma, independentemente


da ordem dos números:

15 + 0 = 15

0 + 15 = 15

Você nota que o número o não influi no resultado da adição. Então

Numa adição de um número natural com zero a soma é sempre igual a esse número natural.
Nessas condições, o numero zero é chamado elemento neutro da adição.

Subtração

Na matemática, a operação da subtração é empregada quando devemos tirar uma quantidade de


outrea quantidade.
veja o exemplo

O estádio do Pacaembu, na cidade de São Paulo, tem capacidade para 40.000 pessoas. È também
na cidade de São Paulo que se encontra o estádio do Morumbi que tem capacidade para 138.000
pessoas.
Para se ter uma idéia do tamanho do Morumbi, se colocarmos nele 40.000 ainda sobrarão muitos
lugares. Quanto sobrarão? Dos 138.000 lugares devemos tirar os 40.000 assim

138.000 - 40.000 = 98.000

sobrarão 98.000 lugares.

Subtrair significa tirar,diminuir.

Na subtração anterior, o número 138.000 é chamado minuendo e 40.000 é o subtraendo, o resultado,


98.000, é chamado diferença ou resto.

Multiplicação

A multiplicação é uma adição de parcelas iguais.

veja

3+3+3+3 = 12

Podemos representar a mesma igualdade por

4 x 3 = 12 ou 4 . 3 = 12

Essa operação chama-se multiplicação e é indicada pelo sinal . ou x

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NUMEROS NATURAIS

Na multiplicação 4 x 3 = 12

dizemos que;

4 e 3 são os fatores
12 é o produto

1º exemplo
Um edifício de apartamentos tem 6 andares. Em cada andar a 4 apartamentos. Quantos
apartamentos tem o edificio todo?

Resolução

Para resolver esse problema, podemos fazer

4 + 4 + 4 + 4 + 4 + 4 = 24

Essa mesma igualdade pode ser representada por:

6 x 4 = 24

Logo podemos dizer que o edificio tem 24 apartamentos

2° Exemplo

A fase final do torneio de voleibol da liga nacional é disputado por 4 equipes. Cada equipe pode
inscrever 12 jogadores. Quantos jogadores serão inscritos para disputar a fase final desse torneio?

resolução
Para resolver esse problema podemos fazer 12 + 12 + 12 + 12 = 48

Essa mesma igualdade pode ser representada por:

4 x 12 = 48

Divisão

Consideremos dois números naturais, dados numa certa ordem, 10 é o primeiro deles e 2 é o
segundo.
Por meio deles determina-se um terceiro número natural que, multiplicado pelo segundo dá como
resultado o primeiro. Essa operação chama-se divisão e é indicada pelo sinal: Assim.

10:2 = 5 porque 5x2 = 10

Na divisão 10:2=5

dizemos que
10 é o dividendo
2 é o divisor
5 é o resultado ou quociente

Exemplo

Um cólegio levou 72 alunos numa excursão ao jardim zoológico e para isso repartiu igualmente os
alunos em 4 ônibus. Quantos alunos o colégio colocou em cada ônibus?

Para resolver esse problema, devemos fazer uma divisão 72 : 4 = 18 , sendo assim cada ônibus tinha
18 alunos.

Grandezas E Medidas

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NUMEROS NATURAIS

As grandezas e as medidas estão presentes em nossa sociedade desde a antiguidade. Graças ao


Sistema Internacional de Unidades (SI) sua padronização foi possível.

A matemática pode ser considerada uma grande invenção que foi sendo estruturada ao longo dos
séculos. Suas formulações e conjecturas surgiram para suprir as demandas sociais e científicas da
nossa sociedade, um exemplo disso são as grandezas e as medidas.

Em algum momento, ao logo da história, o homem sentiu a necessidade de determinar padrões


referentes a grandezas e medidas e foi da comparação entre as grandezas de mesma origem que
surgiu as ideias relacionadas à medida. Começamos a medir utilizando as partes do corpo, como
palmos, pés, dedos. Em determinadas civilizações, as medidas referentes ao corpo do rei eram
adotadas como padrão para as medições.

Por muito tempo a relação entre as civilizações foi muito difícil, pois cada nação adotava um padrão
para medir. Foi com o passar do tempo que obtivemos a padronizarão das medidas, que ocorreu por
meio do Sistema Internacional de Unidades (SI), sendo regulamentada na década de sessenta.

O sistema metro - quilograma – segundo foi utilizado como base e o SI reconhecido por diversas
nações. Todas as modificações nesse sistema são feitas por meio de acordos e é utilizado por
praticamente todo o mundo, exceto pelos países: Estados Unidos, Libéria e Myanmar.

No SI temos as medidas básicas e as derivadas, que recebem esse nome por utilizar como origem as
básicas. Devemos entender como grandeza aquilo que pode ser quantificado, como comprimento,
temperatura, massa, tempo, volume, força etc. Já medidas é o que mensura as grandezas, cada
medida possui o seu próprio símbolo.

Podemos então enumerar o que a área do conhecimento matemático estuda referente a grandezas e
medidas:

• Medida do comprimento

• Transformação das unidades da medida de comprimento

• Perímetro de polígonos

• Unidades de medidas das superfícies

• Área das figuras planas

• Medida do espaço

• Volume

• Unidade de medida do volume

• Transformações das unidades de medida de volume

• Unidade de medida para capacidade

• Unidade de medida de massa

• Transformações das unidades de medida para massa

• Ângulos

• Medidas de ângulos

• Operações com medidas de ângulos

• Estudo do Tempo

Conjuntos

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NUMEROS NATURAIS

Conjuntos, na matemática é uma coleção de elementos.

• O conjunto de todos os alunos de uma sala (A);

• O conjunto musical (M);

• O conjunto dos números inteiros (Ζ);

• O conjunto dos números naturais (Ν).

Por definição, qualquer conjunto é representado por uma letra do alfabeto em maiúsculo: A, B, C, ...,
Z.

Elemento de um conjunto é qualquer coisa que pertença a um determinado conjunto.

• 5 é um elemento do conjunto dos números inteiros (Ζ);

• 11 é um elemento do conjunto dos números primos (P);

• João é um elemento do conjunto dos alunos da sala (A);

• 0,6 é um elemento do conjunto dos números reais (R).

Por definição, um elemento é representado por uma letra minúscula d alfabeto: a, b, c, ..., z.

Pertinência é característica associada a um elemento ao qual faz parte de um conjunto. Símbolo:

• 1 pertence ao conjunto dos números naturais (N): 1 ∈ N;

• João pertence ao conjunto dos alunos da sala: João ∈ A;

• 0,5 pertence ao conjunto dos números reais: 0,5 ∈ R;

• 13 pertence ao conjunto dos números primos: 13 ∈ P.

Representação de conjuntos na matemática

A representação, na matemática, é bastante simples e é representado entre chaves ou, também,


pode ser representado pela forma geométrica.

1. A = {João, Paulo, Ana, Carla, …}

2. N = {1, 2, 3, 4, 5, …}

3. P = {2, 3, 5, 7, 11, 13, …}

V = {a, e, i, o, u}

Um conjunto A também pode ser definido quando temos uma regra na qual podems verificar se um
dado elemento pertence ou não a A.

1. {x | x é uma vogal}

2. {x : x é um número inteiro}
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PESOS E MEDIDAS

Pesos e Medidas

O Sistema Internacional de Unidades (SI) é o sistema exclusivo e obrigatório adotado pelo Brasil em
1962 e ratificado pela Resolução nº 12 de 1988 do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial - CONMETRO, tornando-se de uso obrigatório em todo o Território Nacional.

Por outro lado, o sistema métrico decimal é o sistema oficial da United States Pharmacopeia e do Na-
tional Formulary, sendo adotado na prática farmacêutica. Ambos têm em comum unidades de massa
(kilograma - kg) e de comprimento (metro –m). A medida de volume do sistema métrico é o litro (l ou
L) enquanto o SI reconhece o metro cúbico (m3). Porém, dentre as unidades de outros sistemas utili-
zadas concomitantemente com o SI, encontra-se a medida de volume em litros, que é aceita no Brasil
também.

Adota-se como medida de massa e volume:

Volume = Litro = l ou L

Massa = kilo = kg

Os prefixos utilizados para os sistemas de medida são dados a seguir:

• Deci- (d) = 0,1

• Centi- (c) = 0,01

• Mili- (m) = 0,001

• Micro- (? ou mc) = 1 x 10-6

• Nano- (n) = 1 x 10-9

• Pico- (p) = 1 x 10-12

Os equivalentes mais empregados na prática farmacêutica são os seguintes:

• 1 litro (L) = 1.000 mililitros (mL)

• 1 grama (g) = 1.000 miligramas (mg)

• 1 miligrama (mg) = 1.000 microgramas (?g ou mcg)

• 1 g = 1.000.000 ?g

• 1 kilograma (kg) = 1.000 g = 1 x 106 mg = 1 x 109 ?g

Para evitarmos erros decorrentes da má colocação da vírgula, que pode aumentar ou diminuir a
quantidade a ser medida ou pesada em até 10 vezes, utilizaremos os equivalentes de volume e
massa com frequência. Por exemplo: 500 gramas em vez de 0,5 kg; 1.500 gramas em vez de 1,5 kg;
e 250 mL no lugar de 0,25 L. Ainda, para adição ou subtração de quantidades, devemos nos assegu-
rar de que todas estejam expressas em uma mesma unidade.

Unidades de medida existem diferentes coisas que podem ser medidas. Tudo o que pode ser medido
é matematicamente chamado de grandeza. Mas o que é medir? Medir é comparar uma determinada
grandeza com outra grandeza, a qual foi escolhida como unidade de medida.

O ser humano sentiu necessidade de padronizar as unidades de medida para poder comparar as di-
ferentes quantidades, mesmo que esteja à distância, de modo a fazer trocas (compra e venda) justas,
ou ainda para poder simular situações e fazer cálculos. Trabalhamos sempre com os múltiplos ou
submúltiplos das unidades de medida.

Para as medidas de massa utilizamos como unidade o grama.

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PESOS E MEDIDAS

Para as medidas de área, utilizamos unidades quadráticas (como metros quadrados). Por exemplo, o
quadradinho abaixo seria o modelo do padrão de medida de área. Esse quadradinho tem 1 cm2 de
área total. Seu comprimento ou base mede 1 cm e sua altura 1cm. Como a área é igual à base multi-
plicada pela altura, então: 1 cm x 1 cm = 1 cm2).

Com essa unidade padrão, você é capaz de medir a área de uma folha de papel sulfite, calculando
quantos quadradinhos cabem na folha. Já as medidas de volume podem ser feitas em litros ou em
metros cúbicos.

O cubinho acima tem 1 cm3 de volume total. Base = 1cm, altura = 1cm e profundidade = 1cm. Como
o volume é igual a base x altura x profundidade, então temos (1cm x 1cm x 1cm = 1 cm3). Com essa
unidade padrão você é capaz de medir o volume de uma caixa, calculando quantos cubinhos cabem
dentro da caixa.

O litro, que também é uma unidade de medida utilizada para medir volume, também possui múltiplos
e submúltiplos.

Formas Farmacêuticas

A farmacotécnica é a área de responsabilidade dos farmacêuticos, que tem compreende a manipu-


lação dos princípios ativos e outras substâncias necessárias para a fabricação de medicamentos. A
seleção da forma farmacêutica ideal é um parâmetro de grande relevância para a qualidade farmaco-
técnica de um medicamento.

A manipulação de medicamentos tem como objetivos o uso racional, evitando perdas e desperdícios,
o ajuste de dose, de acordo com as necessidades clínicas dos pacientes, como também promover
maior facilidade na administração de medicamentos, para atender as especificidades de cada paci-
ente.

Por esses motivos, as formas farmacêuticas são selecionadas com base na via de administração re-
querida, bem como em critérios como estabilidade físico-química do princípio ativo, entre outros.

Conceitualmente, a forma farmacêutica é a forma final em que se apresenta o medicamento ao paci-


ente, depois de uma série de operações farmacêuticas realizadas com o princípio ativo e os excipien-
tes adequados, ou sem os excipientes também, com o objetivo de atingir o sucesso terapêutico de
acordo com a via de administração mais adequada.

Aqui, vamos levá-lo através dO universo das formas farmacêuticas, olhando para suas principais van-
tagens e desvantagens, bem como suas especificidades.

Mas antes para entender melhor, vamos dividi-las em três grandes grupos:

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PESOS E MEDIDAS

Dentre as preparações líquidas destacamos as soluções que são compostas por uma ou mais subs-
tâncias dissolvidas em um determinado solvente ou mistura de solventes miscíveis entre si que seja
adequada. As soluções podem ser ainda classificadas como xaropes e elixires.

Xaropes - São preparações aquosas com altas concentrações de açúcar ou algum adoçante substi-
tuto, podem conter flavorizantes, que são agentes que confere um aroma característico à formulação
e o princípio ativo. Os xaropes podem ser simples, flavorizados e sem açúcar.

• Elixires – São preparações hidroalcoolicas, que são mistura contendo de 20% a 50% de álcool. São
edulcorados e flavorizados, além disso quase sempre contém propilenoglicol, glicerina e xaropes nas
formulações. São menos viscosos e doces que os xaropes. Os elixires podem ser medicamentosos
ou não.

As principais vantagens das preparações líquidas são a facilidade na administração, a rápida absor-
ção e a facilidade para o ajuste de dose. Como desvantagens destacamos a maior susceptibilidade à
contaminação e alterações físico-químicas, devido ao maior teor de umidade entre outros fatores,
além disso há maior dificuldade para suavizar ou mascarar odor e sabor indesejáveis.

As Suspensões são preparações líquidas que contém o princípio ativo em partículas finamente divi-
didas e distribuídas uniformemente em um veículo onde o fármaco apresenta uma mínima solubili-
dade.

As suspensões podem ser administradas pelas vias oral, parenteral e tópica.

As principais vantagens das suspensões são a possibilidade de empregar princípios ativos insolúveis
em veículos mais comuns, além da maior estabilidade se comparadas às soluções, bem como melhor
odor e sabor.

As emulsões são dispersões de duas fases de uma mistura não miscíveis entre si, que com o auxí-
lio de um agente tensoativo, um emulsionante, são capazes de formar um sistema homogêneo.
As emulsões podem ser administradas pelas vias oral, parenteral, intramuscular, intravenosa e tópica.

As emulsões podem ser de quatro tipos:

• Óleo/água – Formulação de óleo disperso em água, esse é o tipo de emulsão mais utilizada.

• Água/óleo – Formulação de água dispersa em óleo, é comumente empregada em produtos cosmé-


ticos devido à sua maior espalhabilidade.

• Emulsões múltiplas – Formulações com propriedades mistas, tanto óleo/água quanto água/óleo,
por isso formam sistemas óleo/água/óleo e água/óleo/água.

• Microemulsões – Formulações compostas por partículas finamente divididas elaboradas com altas
concentrações de emulsionantes, o que garante uma propriedade de alta permeabilidade cutânea.

As formas farmacêuticas sólidas podem ser classificadas em cápsulas, drágeas, comprimidos, grânu-
los, supositórios e pós.

As cápsulas são formas compostas por um envoltório comestível, que normalmente é à base de ge-
latina. Dentro desse envoltório, está princípio ativo. As cápsulas são administradas por via oral.

As principais vantagens são a facilidade na liberação e administração do fármaco, melhor conserva-


ção e apresentação, além de permitir a prescrição personalizada e maior velocidade na execução da
formulação.

Já entre as desvantagens, destaca-se que não pode ser cortado/partido, além de ser inviável para
fármacos muito solúveis, como também a limitação de uso para crianças e idosos devido ao tamanho
da cápsula. Deve ser armazenada em condições de temperatura e umidade adequadas.

Podem ser classificadas em cápsulas moles, duras, gastrorresistentes e de liberação controlada.

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PESOS E MEDIDAS

As drágeas são formas farmacêuticas em que o princípio ativo está em um invólucro constituído por
diversas substâncias, como resinas, gelatinas, gomas, açúcares, ceras. São chamados também de
comprimidos revestidos.

As principais vantagens são a estabilidade físico-química, facilidade na administração, a possibilidade


de proteger princípios ativos facilmente oxidáveis além de viabilizar a desintegração entérica. Como
desvantagens temos a dificuldade na preparação, o alto custo, e a impossibilidade de ajuste de dose.

Os comprimidos são preparações sólidas obtidas pela compressão de princípios ativos secos. Po-
dem apresentar vários formatos, como ovais, cilíndricos, redondos, entre outros.

As principais vantagens são a facilidade na execução da preparação, o baixo custo, melhor estabili-
dade físico-química, além da facilidade na administração, a precisão na dosagem. E entre as desvan-
tagens tem-se a impossibilidade de ajustar a dose no produto final.
Podem ser de vários tipos: revestidos por películas, com revestimento entérico, de liberação contro-
lada, efervescentes, sublinguais, mastigáveis, entre outros.

Os grânulos são preparações que apresentam formato de grãos ou grânulos irregulares. Podem ser
administrados diretamente ou de serem utilizados em formulações.

Os supositórios e os óvulos possuem formato cônicos ou ogivais, para aplicação retal e vaginal, res-
pectivamente. São usados em substituição à via oral, no caso de lesão na mucosa do trato gastroin-
testinal ou quando o paciente apresenta quadro de vômito ou dificuldade de deglutição.

Os pós são preparações para uso externo e interno. São compostos por uma mistura de fármacos
finamente divididos e secos. Podem ser classificados em simples, quando derivados de uma droga ou
em compostos quando derivados de uma mistura de duas ou mais drogas.

As principais vantagens são a facilidade na absorção devido à maior superfície de contato, a ausên-
cia de umidade que melhora a conservação, facilidade no transporte e armazenamento. Já entre as
desvantagens destacamos o sabor que pode ser desagradável, a dificuldade na deglutição, a impos-
sibilidade de usar outras vias de administração além da oral e da tópica.

As formas farmacêuticas semissólidas incluem as pomadas, os cremes e as pastas.


As pomadas são preparações de consistência pegajosa e macia, monofásica, empregadas para uso
externo.

Os cremes são formulações com excipientes emulsivos (óleo/água ou água/óleo), para uso externo,
podendo conter um ou mais princípios ativos. São chamados também de emulsões de alta viscosi-
dade.

As pastas são preparações compostas por pós finamente dispersos numa proporção que varia de
20% e 60%, sendo mais firmes e espessos que as pomadas e menos gordurosas também. As pastas
são aplicáveis para uso externo.

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SISTEMA DE PESOS E MEDIDAS

Sistema De Pesos E Medidas

A palavra peso provém do termo latim pensum (pesar) e abarca diferentes acepções. Pode referir-se,
por exemplo, à força com que a Terra atrai um corpo e à magnitude dessa força.

Num sentido similar, um peso é um objeto pesado que permite equilibrar uma carga ou uma balança.
Também se utiliza o termo peso para classificar os atletas de determinadas atividades (como o “peso
mosca” no boxe, que corresponde a pessoas com peso inferior a 52 quilos).

Convém distinguir peso de massa, que é a quantidade de matéria de um corpo. Significa que a massa
não depende da força da gravidade nem da posição do corpo no espaço. O quilograma é a unidade
de massa no Sistema Internacional de Unidades. O peso, no que lhe diz respeito, mede-se em
newton.

O conceito de peso pode adquirir um significado moral ou abstrato. Diz-se peso para fazer alusão à
relevância de algo, à força das coisas não materiais, àquilo que é difícil de suportar, à
responsabilidade (ou ao fardo) que compete a alguém, à dor ou à preocupação em relação a algo, ao
prestígio e à influência de alguém sobre outrem:

“As tuas palavras não têm qualquer peso para mim”, “Tenho o peso de sustentar este lar”, “O facto
de terem perdoado a minha dívida foi um grande peso que tiraram de mim “A Maria ainda não se
recompôs do peso da morte do seu noivo”.

Por outro lado, o peso é a unidade monetária de vários países da América Latina. Ainda que tenham
o mesmo nome, cada divisa tem o seu próprio valor. O peso argentino não tem o mesmo valor que o
peso uruguaio, o qual, por sua vez, também não vale o mesmo que o peso chileno.

As informações aqui apresentadas irão ajudar você a compreender melhor e a escrever corretamente
as unidades de medida adotadas no Brasil.

A necessidade de medir é muito antiga e remete à origem das civilizações. Por longo tempo, cada
povo teve o seu próprio sistema de medidas, a partir de unidades arbitrárias e imprecisas como, por
exemplo, aquelas baseadas no corpo humano: palmo, pé, polegada, braça, côvado.

Isso criava muitos problemas para o comércio, porque as pessoas de uma região não estavam
familiarizadas com o sistema de medidas das outras regiões. Imagine a dificuldade em comprar ou
vender produtos cujas quantidades eram expressas em unidades de medida diferentes e que não
tinham correspondência entre si.

A civilização ocidental testemunhou, com a crise do feudalismo, transformações políticas e


econômicas que criaram a necessidade de conciliar os interesses da nobreza aos da crescente
burguesia mercantil.

A formação dos Estados Nacionais tinha por características marcantes a criação de unidades
monetárias; de um idioma nacional; e a padronização de pesos e medidas, para facilitar as trocas
comerciais. A Revolução Científica do Séc. XVII consolidaria mudanças no cenário intelectual,
promovendo o estudo da Natureza e seus fenômenos à luz de novos conhecimentos.

A partir de 1790, no agitado período da Revolução Francesa, propostas para uma nova legislação
metrológica foram enviadas à Assembleia Nacional.

Aprovada no ano seguinte, o novo sistema teria por base de comprimento a décima-milionésima parte
do quadrante de meridiano terrestre, baseado nas medições do arco de meridiano compreendido
entre Dunquerque e Barcelona. A Academia de Ciências da França conduziu o projeto, apresentando,
em 1799, o Sistema Métrico Decimal.

Posteriormente, muitos outros países adotaram o sistema, inclusive o Brasil, aderindo à Convenção
do Metro, de 20 de maio de 1875.

O Sistema Métrico Decimal adotou, inicialmente, três unidades básicas de medida: o metro, o
quilograma e o segundo. Entretanto, o desenvolvimento científico e tecnológico passou a exigir
medições cada vez mais precisas e diversificadas.

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SISTEMA DE PESOS E MEDIDAS

Variadas modificações ocorreram até que, em 1960, o Sistema Internacional de Unidades (SI), mais
complexo e sofisticado, foi consolidado pela 11ª Conferência Geral de Pesos e Medidas.

O SI foi adotado também pelo Brasil em 1962, e ratificado pela Resolução nº 12 (de 1988) do
Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - Conmetro, tornando-se de
uso obrigatório em todo o Território Nacional.

Paris, 25 de junho de 1792. Por ordem da Academia Francesa de Ciências, uma equipe de
respeitáveis físicos, astrônomos e agrimensores deu início a uma tarefa nascida do mesmo espírito
racionalista que iluminara a Revolução de 1789.

Naquela manhã de verão, eles se puseram em campo para medir a distância entre Barcelona, no
nordeste da Espanha, e Dunquerque, noroeste da França, correspondente a um arco do meridiano
que passava por Paris. O que se pretendia era encontrar uma base objetiva para definir
cientificamente uma unidade a partir da qual fosse possível estabelecer um conjunto de medidas
aceito por todos.

O novo sistema, fundamentado no metro surgiu para pôr fim à colossal confusão de pesos e medidas
fixados com mais do que razoável margem de arbítrio e que representavam um estorvo de
proporções crescentes para a vida de toda gente na Europa em expansão econômica.

Essa confusão vinha de muito longe e a História do Ocidente registra mais de uma tentativa de pôr
ordem na casa das dimensões utilizadas pelo homem para funcionar no mundo. O imperador Carlos
Magno, no século VIII, e o rei inglês João Sem Terra, no século XIII, foram duas cabeças coroadas
que se preocuparam com o assunto, baixaram decretos e instituíram medidas, cuja imprecisão, vista
pelos olhos atuais, chegava a ser cômica.

De fato, de tal maneira o homem incorporou à vida diária as unidades (de comprimento, massa,
volume, principalmente), como parâmetros constantes e portanto confiáveis, que parece impossível
conceber a civilização, e quem sabe a própria existência humana, dissociada do ato de medir e pesar.

Quando as primeiras comunidades começaram a dispor de excedentes alimentares, nasceu o


comércio primitivo, o sistema de trocas. Este exigia que se fizessem comparações – a forma básica
de avaliar grandezas.

Ora, para realizar essas comparações, era necessário naturalmente um ponto de referência
estabelecido de comum acordo. O homem primitivo logo deve ter-se dado conta de que dispunha de
uma referência capaz de ser aceita sem resmungos por seus semelhantes – o próprio corpo.

Assim, a mão e o pé foram adotados como as unidades inaugurais de comprimento. Há 25 séculos,


um filósofo grego de nome Protágoras afirmou que “o homem é a medida de todas as coisas”,
querendo com isso coroar a importância absoluta que conferia aos humanos na ordem universal. A
expressão, pelo visto, também ilustraria o antiquíssimo costume humano de buscar em si mesmo os
padrões para cotejar grandezas.

A criação do sistema métrico consistiu precisamente em atirar essa tradição à lata do lixo da História,
não porque os cientistas e filósofos franceses dos séculos XVII e XVIII repudiassem o humanismo –
muito ao contrário -, mas porque se deram conta de que o humanismo seria melhor servido por um
sistema de pesos e medidas que pudesse ser aceito com naturalidade por todos os homens, sem
distinção.

Não só as primeiríssimas unidades de comprimento, mas também as de peso fundamentaram-se no


corpo humano. No caso do peso, supõe-se que o homem comparava o que ele mesmo conseguia
carregar com a capacidade de carga de um animal.

Como o sistema não primava exatamente pelo conforto, foi descartado no devido tempo em favor de
uma referência mais racional – um recipiente.

O desdobramento lógico foi a balança, cuja invenção, 5 mil anos antes de Cristo, parece ter
antecedido em dois milênios a das unidades de peso, originárias do Egito e da Mesopotâmia (parte
do atual Iraque).

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SISTEMA DE PESOS E MEDIDAS

O mais antigo padrão de medida linear – que originou medidas de área e volume – também foi
concebido no Egito, por volta de 3000 a.C. Era o côvado, baseado no comprimento do braço, desde o
cotovelo até a ponta do dedo médio. O submúltiplo básico era o dígito, como o nome sugere, da
largura de um dedo. O côvado que os egípcios usavam como padrão era um bloco de granito negro
de 52,4 centímetros de comprimento, subdividido em 28 dígitos.

Estes, por sua vez, eram divididos em até dezesseis partes – cada uma dedicada a uma divindade.
Conforme hieróglifos da época, a padronização do côvado se deve ao faraó Anemenés I, que reinou
entre 1991 e 1962 a.C. A precisão das barras de um côvado como unidade de medida pode ser
atestada até hoje: após 4 500 anos de sua construção, os lados da pirâmide de Quéops variam
apenas 0,05 por cento da largura média de 230 metros.

Devido à inundação anual do rio Nilo, os agricultores egípcios desenvolveram métodos e


instrumentos específicos para medir suas terras, baseados nas cheias. Eram feitas marcas nas
margens dos rios, provavelmente com pedras. Quando as águas recuavam, os limites das
propriedades podiam ser prontamente restabelecidos.

As medidas agrárias originaram também uma atividade curiosa: a dos esticadores de corda. Esses
agrimensores primitivos mediam as plantações com cordas graduadas com nós, cada nó valendo 2
côvados. A Babilônia, que ficava no sul do atual Iraque, e cuja civilização alcançou o apogeu entre os
séculos VI e VII a.C., também gerou um rol de medidas. A mais antiga unidade babilônica era a mina,
padrão de peso, que variava entre 500 e 600 gramas.

Um milênio havia transcorrido quando Carlos Magno, além de unificar as terras cristãs da Europa
Ocidental, tentou uniformizar as medidas. Instituiu, entre outras coisas, a libra esterlina (350 gramas)
para distingui-la dos padrões não-oficiais. A palavra esterlina vem do inglês medieval steorra, estrela.
Por isso, a libra padrão de Carlos Magno trazia a gravura de uma estrela em alto-relevo.

Não consta, porém, que tais padrões gozassem de popularidade comparável a uma medida da
Antiguidade, campeã absoluta a seu tempo – por motivos óbvios. Era o velho pé, pous em grego. O
matemático Pitágoras, que viveu no século VI a.C., observou que os estádios de várias cidades da
Grécia eram todos divididos em 600 pés. Dai surgiu outra medida – o estádio, equivalente a 600 pés,
como se os brasileiros adotassem o Maracanã, igual a 110 metros.

Os romanos, que conquistaram a Grécia em 146 a.C., dividiram o pé grego em 12 onças (unciae) ou
polegadas (polex), usando a mesma subdivisão para o peso – cuja unidade era a libra (cerca de 325
gramas).

Depois dos ensaios unificadores de Carlos Magno com sua libra estelar, quatro séculos se passaram
até que um monarca europeu fizesse algo para disciplinar a balbúrdia das dimensões utilizadas pelos
mortais comuns. O rei inglês João Sem Terra, o mesmo que em 1215 assinou a Magna Carta – a
primeira declaração de direitos e deveres surgida na Europa -, anos mais tarde baixou um decreto
chamado Padrão de Pesos e Medidas.

O decreto foi tão bem aceito que vigorou quase seiscentos anos; seu problema era a imprecisão das
medidas. A jarda real, por exemplo, unidade de comprimento, media três pés, “nem mais nem
menos”, como dizia o decreto. Interpretar a lei devia ser uma dor de cabeça, pois, é óbvio, os pés
variam de pessoa para pessoa. Naqueles tempos, o pé real era, evidentemente, o pé do rei. Assim, a
cada novo soberano, mudava o pé padrão e, consequentemente, todas as outras unidades derivadas.

No século XVII, cientistas europeus tentaram desenvolver um sistema racional e uniforme de pesos e
medidas, para acabar com a desordem medieval – que atrapalhava, entre outras coisas, a incipiente
comunicação científica.

Em 1670, Gabriel Mouton (1618-1694), matemático e vigário da paróquia de São Paulo,em Lyon, na
França, propôs um sistema baseado num padrão universal e invariável: a própria Terra. Era a
primeira vez que alguém deixava de lado o homem no mundo das medições.

A idéia era simples: medir a distância do equador ao pólo norte, através do meridiano que passa por
Paris; um décimo de milionésimo daquela distância seria o metro (do grego metron, medida), com
múltiplos e submúltiplos decimais. Esses múltiplos seriam criados a partir dos prefixos numéricos
gregos, como kilo, mil, e centi, cem.

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SISTEMA DE PESOS E MEDIDAS

A proposta de Mouton, embora revolucionária, serviu apenas para mais de um século de discussões
acadêmicas, porque o absolutismo político reinante na Europa não acolhia de bom grado novas
idéias. Somente a Revolução Francesa de 1789 possibilitaria o ambiente político propício para um
modelo que rompesse com os padrões da Idade Média. Em 1790, o influente pensador Charles-
Maurice de Talleyrand (1754-1838) recomendou que a Academia Francesa de Ciências reformulasse
os padrões de medida vigentes no país.

Para tanto, a Academia criou um comitê com as melhores cabeças da época, entre as quais o pai da
Química moderna, Antoine-Laurent Lavoisier (SI nº 8, ano 3). Ele foi incumbido de calcular o peso de
um volume conhecido de água, para determinar a unidade de massa. Em 1792, a Academia
ressuscitou as idéias de Gabriel Mouton e mandou medir o meridiano de Paris. Nesse mesmo ano,
uma equipe de físicos, astrônomos e geodesistas iniciou os trabalhos.

Eles mediram a distância entre Barcelona e Dunquerque. Isso porque, para medir o segmento de
meridiano era preciso escolher um arco, ou seja, um pedaço do quadrante. O arco entre Dunquerque
e Barcelona ocupa 9,5 graus do quadrante. Como um quarto de circunferência tem 90 graus, calcula-
se por extrapolação astronômica o comprimento total. Os pontos extremos desse arco básico não
foram escolhidos ao acaso: Dunquerque e Barcelona ficam ao nível do mar, o que facilitou a medição.

Além disso, como a Terra não é perfeitamente esférica, os meridianos têm forma de elipse. A maior
curvatura encontra-se no equador; a menor, nos pólos. Por essa razão, os graus da subdivisão dos
meridianos aumentam do equador para os pólos.

Escolhendo-se uma parte da Europa, entre a França e a Espanha, próxima ao paralelo 45 – que
indica a distância ao equador -, fica-se num meio termo. Dessa forma, tornava-se mais fácil calcular o
valor médio de um dos noventa graus que dividem o quadrante todo.

Com esse método, os cientistas chegaram a 5 130 740 toesas, unidade dos tempos de Carlos
Magno, ou aproximadamente 10 mil quilômetros – com uma margem de erro de 0,023 por cento,
segundo medições recentes. Dividindo esse valor por 10 milhões, como sugerira o bom vigário
Mouton, chegou-se ao metro, um padrão constante como o tamanho do planeta que lhe deu origem.

Em junho de 1799, finalmente, o metro padrão, uma barra de platina, foi apresentado à Assembléia
Nacional, que oficializou o chamado sistema métrico na França. Os outros padrões foram calculados
a partir do metro. O grama, unidade básica de massa, era igual à massa de 1 decímetro cúbico de
água pura, à temperatura de sua maior densidade (4º C).

Depois, um cilindro de platina, conhecido como Quilograma dos Arquivos, foi declarado padrão para
1000 gramas. O litro foi definido como o volume equivalente ao de um cubo com 10 centímetros de
lado – um decímetro cúbico. Também foi definida a unidade de área, o are, igual a um quadrado com
10 metros de comprimento.

O sistema métrico acabou conquistando toda a Europa, não só por ser mais prático e lógico, mas na
esteira das vitórias militares de Napoleão Bonaparte. Napoleão ainda permitiu o uso do sistema
antigo na França.

Mas as vantagens do sistema métrico prevaleceram e, em 1840, ele foi declarado o único sistema
legal do país – o que de novo ajudou a espalhar o metro pelo mundo. Trinta e cinco anos depois,
tornou-se oficial também no Brasil.

Os países anglo-saxões resistiram muito mais à inovação gaulesa. A Inglaterra só em 1963 decidiu
abandonar legalmente o sistema antigo de polegadas, libras e galões – mas ainda hoje a libra-
moeda, decimalizada, compra não 1 quilo de carne, mas 2,2 libras-peso.

A unificação da Europa, prevista para 1992, deverá apressar o fim dessa dualidade. Em
consequência, até os renitentes americanos terão de aceitara hegemonia do metro, em última
análise, para não perder dinheiro.

O engenheiro José Carlos de Castro Waeny, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo,
vai mais longe:”Todo progresso científico e tecnológico está amarrado ao progresso dos sistemas de
medidas”.

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SISTEMA DE PESOS E MEDIDAS

Metro, quilo e segundo, hoje

Os padrões de medidas criados no século XVIII não tinham a precisão exigida pela ciência atual. Por
isso, uma convenção formulou, em 1960, o novo Sistema Internacional de Medidas, conhecido como
SI. (Mais tarde, em 1983, a 17ª Conferência Geral de Pesos e Medidas alterou a definição do metro
padrão internacional.) Suas unidades básicas são:

Comprimento: metro. Definido como o comprimento do trajeto percorrido pela luz, no vácuo, durante
um intervalo de tempo de 1/299 792 458 de segundo.

Massa: quilograma. O padrão é um cilindro de platina iridiada, depositado no Escritório Internacional


de Pesos e Medidas, em Sèvres, na França.

Tempo: segundo. A duração de 9 192 631 770 ciclos de uma determinada radiação de transição
(mudança de nível energético) do átomo de césio.

No Brasil varas, onças e jeiras.

O Brasil, no tempo da colônia e mesmo no Império, tinha um sistema de medidas muito confuso e
diversificado. O comprimento, por exemplo, era medido em palmos, côvados, varas, braças e léguas;
o peso (ou a massa) em libras, onças e quintais; a área, em jeiras e alqueires.

Em 1862, dom Pedro II determinou a adoção do sistema métrico decimal. Em 1875, o Brasil foi um
dos vinte países que assinaram, em Paris, o Tratado do Metro, ratificando o uso oficial do novo
sistema. Apesar do pioneirismo, o sistema métrico não é absoluto no país até hoje.

Tintas e solventes industriais, por exemplo, são geralmente vendidos não em litros, mas em latas de 1
galão (4,54 litros, padrão inglês, ou 3,78 litros, padrão americano); barras de ferro e tubulações para a
construção civil são comercializados não em centímetros, mas em polegadas (2,54 cm); e, como
todos sabem, os calibradores de pneus dos postos de gasolina expressam a pressão em libras-força
por polegada quadrada – normalmente conhecida apenas por libras, quando a unidade oficial de
pressão é o pascal.

Se ela fosse usada, em vez de pedir ao frentista que deixasse os pneus com 26 libras, o motorista
falaria em 169 quilopascals (kPa).

Sérgio Ballerini, diretor do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial


(Inmetro), nota que “o problema está na estrutura educacional brasileira, pois até mesmo nas
faculdades se ensina a medir em polegadas”.

Embora o Inmetro possa aplicar pesadas multas aos que não usam o sistema métrico, Ballerini
prefere, pessoalmente, investir na conscientização. Assim,diante de recentes anúncios de
refrigerantes; que apregoavam as vantagens de seus “litrões” e “superlitros”, o Inmetro limitou-se a
mandar cartas de advertência aos fabricantes.

A conversão de medidas é importante para resolver questões de matemática, assim como de física.
Quando um problema apresenta diferentes unidades de medida, a conversão é necessária para
solucionar a questão.

As unidades de medidas estão presentes no nosso cotidiano. Repare que muitas vezes vemos escrito
nas caçambas espalhadas pelas ruas “5 m³” ou, no final dos rótulos de xampus, “100 ml”. E até
mesmo o bonito piso que gostaríamos de ter em nossas casas é vendido pelo “metro quadrado”. Mas,
afinal, o que significam essas medidas?

Para facilitar, iremos tomar como base a unidade de comprimento: metro. Depois, veremos os demais
casos que completam o sistema métrico.

Unidades De Comprimento

Ao medirmos a altura de uma pessoa, usamos a unidade conhecida como “metro”: 1,60m, 1,83m etc.
Mas seria muito difícil se usássemos a mesma unidade para calcular a distância entre cidades ou
países, pois são longas distâncias, ou seja, números que podem ser muito grandes.

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SISTEMA DE PESOS E MEDIDAS

Teríamos dificuldade também ao escrever a espessura de um fio de cabelo ou a tampa de uma


caneta: pequenas distâncias, pequenos números. Logo, para resolver esse problema, criou-se uma
convenção para as unidades de comprimento.

Do maior ao menor: quilômetro, hectômetro, decâmetro, metro, decímetro, centímetro e milímetro.


Seus símbolos são respectivamente: km, hm, dam, dam, m, dm, cm, mm.

Tomando o metro como referência, temos:

Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro

km hm dam m dm cm mm

1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m


Exemplos: Helena quis usar uma fita em seu embrulho de Natal. Após uma rápida medição notou que
bastavam 45cm (quarenta e cinto centímetros). No entanto, a papelaria aonde foi só vendia a fita por
3,50 reais a cada metro. Quanto Helena teve que pagar para comprar o tamanho necessário de fita?

Assim, com a ajuda da tabela acima, temos que: 1cm = 0,01m, portanto 45cm = 0,45m. Daí, Helena
necessita de 0,45m, mas se a cada metro temos 4,00 reais, basta multiplicar 3,50 por 0,45 e temos
1,80 real.

Conversão: 57,83 hectômetros em centímetros:

km hm dam m dm cm mm

5 7, 8 3 0 0

Veja, deixamos a vírgula no hm, completamos o número normalmente e acrescentamos zeros até
chegar à unidade desejada. Então 57,83hm = 578300cm.

Unidades De Área

Mas e para medir o piso que gostaria de colocar na minha casa? Ou o terreno da minha casa?
Lembre-se de que para calcular a área de um quadrado, basta multiplicar comprimento de seu lado
duas vezes (o que chamamos de elevar ao quadrado). Então a unidade de área é basicamente elevar
ao quadrado a unidade de comprimento. Portanto temos:

Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro


Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
km² hm² dam² m² dm² cm² mm²
1000m x 100m x 10m x 10m 1m x 1m 0,1m x 0,01m x 0,001m x
1000m = 100m = 100m² = 1m² 0,1m = 0,01m = 0,001m
1.000.000m² =10.000m² 0,01m² 0,0001m² =0,000001m²

Exemplos: Uma loja de construção vende um determinado tipo de ladrilho por 0,04 reais o cm².
Roberto mediu os lados da parede de seu banheiro - de forma retangular - e achou comprimento 2m
por 3m.

Quanto Roberto deverá desembolsar para comprar o ladrilho? Se a parede tem forma retangular,
basta multiplicar os lados para descobrir sua área, portanto 6m². Temos que transformar 6m² em cm².
Se, pela tabela, 0,00001m² = 1cm² então 1m² = 10.000cm² , portanto, 6m² = 60.000cm². Como cada
cm² custa 0,04 reais, então 0,04 x 60.000 = 2.400. Ou seja, Pedro irá gastar 2400,00 reais.

km² hm² dam² m² dm² cm² mm²

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SISTEMA DE PESOS E MEDIDAS

0 0 0 0 7 8 4 5 6, 3

Note que nesse caso dividimos as casas em duas, pois temos a unidade ao quadrado. Repare
também que o caso é bem parecido com a unidade de comprimento. Portanto, 78456,3dm² =
0,000784563km².

Unidades De Volume

Repare que, para descrever as unidades de área, multiplicamos as unidades duas vezes. O caso do
volume será muito parecido.

Basta lembrar que para calcular o volume de um cubo, devemos fazer a multiplicação do
comprimento de suas arestas três vezes (elevar ao cubo), portanto, basta multiplicar essa quantidade
de vezes a unidade de comprimento.

Quilômetro Hectômetro Decâmetr Metr Decímetr Centímetr Milímetro


Cúbico Cúbico o Cúbico o o Cúbico o Cúbico Cúbico
Cúbic
o

km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³

1000m x 100m x 10m x 1m x 0,1m x 0,01m x 0,001m x


1000m x 100m x 100 10m x 1m x 0,1m x 0,01m x 0,001m x
1000m = =1.000.000 10m = 1m = 0,1m = 0,01m = 0,001m =
1.000.000.000 m³ 1000m³ 0,001m³ 0,000001 0,000000001
m³ 1m³ m³ m³

Exemplos: Uma viagem de caminhão recolhe uma caçamba de lixo de 5m³ por vez. Se após a obra
de um edifício o entulho foi calculado em 0,015hm³, quantas viagens serão necessárias para remover
o lixo?

Com auxílio da tabela, temos 1hm³ = 1.000.000m³, daí temos um entulho de 0,0152 x 1.000.000 =
15200m³. Se uma viagem retira 5m³, obtemos 15200 ÷ 5 = 3040 viagens.

Conversão: 89.123.539mm³ em dam³

km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³


0 0 0 0 0 8 9 1 2 3 5 3 9
,

Mais uma vez, tomemos de exemplo a unidade de comprimento. Lembrando que dessa vez dividimos
cada casa em três, pois elevamos ao cubo. daí, 89.123.539mm³ = 0,000089123539dam³.

Outras Unidades De Medida

Unidades de Massa

Grama (g). Deve ser tratado de maneira semelhante ao da unidade de comprimento. Daí, temos:
quilograma (kg), hectograma (hg), decagrama (dag), grama, decigrama, centigrama e miligrama.
Acrescentando a tonelada (ton). Onde, 1ton = 1.000kg.

Unidades de Capacidade

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SISTEMA DE PESOS E MEDIDAS

Litro (l). Também deve ser tratado da mesma maneira que o metro. Então existem: quilolitro (kl),
hectolitro (hl), decalitro (dal), litro (l), decilitro (dl), centilitro (cl), mililitro (ml). E suas conversões serão
da mesma forma do metro.

Lembrando que existe uma relação direta entre a unidade do litro e a unidade de volume m³: 1l =
1dm³.

Unidades de Tempo

Juntamente com o metro, as unidades de medição do tempo são, talvez, as mais comuns. Segundo
(s). E as demais: minuto, hora, dia, ano, década, século e milênio.

1 milênio = 1000 anos ; 1 ano = 365 dias ; 1 dia = 24horas ; 1 hora = 60 min ; 1 minuto = 60
segundos.

Para podermos comparar um valor com outro, utilizamos uma grandeza predefinida como referência,
grandeza esta chamada de unidade padrão.

As unidades de medida padrão que nós brasileiros utilizamos com maior frequencia são o grama,
o litro e o metro, assim como o metro quadrado e o metro cúbico.

Além destas também fazemos uso de outras unidades de medida para realizarmos, por exemplo a
medição de tempo, de temperatura ou de ângulo.

Dependendo da unidade de medida que estamos utilizando, a unidade em si ou é muito grande ou


muito pequena, neste caso então utilizamos os seus múltiplos ou submúltiplos.

O grama geralmente é uma unidade muito pequena para o uso cotidiano, por isto em geral utilizamos
o quilograma, assim como em geral utilizamos o mililitro ao invés da própria unidade litro, quando o
assunto é bebidas por exemplo.

Múltiplos e Submúltiplos

Os múltiplos e submúltiplos mais frequentemente utilizados estão expostos na tabela a seguir:

Tabela de Múltiplos e Submúltiplos mais Utilizados das Unidades de Medida

Múltiplos Submúltiplos
múltiplo sigla relação com a unidade submúltiplo sigla relação com a unidade
quilo k mil vezes a unidade deci d décima parte da unidade
hecto h cem vezes a unidade centi c centésima parte da
unidade
deca da dez vezes a unidade mili m milésima parte da unidade

Abaixo temos a tabela completa com todos os múltiplos e submúltiplos definidos:

Tabela Completa de Múltiplos e Submúltiplos das Unidades de Medida

Múltiplos Submúltiplos
múltiplo sigla fator multiplicador submúltiplo sigla fator multiplicador
yotta y 1 000 000 000 000 000 000 deci d 0,01
000 000
zetta Z 1 000 000 000 000 000 000 centi c 0,01
000
exa E 1 000 000 000 000 000 000 mili m 0,001
peta P 1 000 000 000 000 000 micro µ 0,000 001
tera T 1 000 000 000 000 nano n 0,000 000 001
giga G 1 000 000 000 pico p 0,000 000 000 001
mega M 1 000 000 femto f 0,000 000 000 000 001
quilo k 1 000 atto a 0,000 000 000 000 000
001
hecto h 100 zepto z 0,000 000 000 000 000

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000 001
deca da 10 yocto y 0,000 000 000 000 000
000 000 001

Utilização das Unidades de Medida

Quando estamos interessados em saber a quantidade de líquido que cabe em um recipiente, na


verdade estamos interessados em saber a sua capacidade.

O volume interno de um recipiente é chamado de capacidade. A unidade de medida utilizada na


medição de capacidades é o litro.

Se estivéssemos interessados em saber o volume do recipiente em si, a unidade de medida utilizada


nesta medição seria o metro cúbico.

Para ladrilharmos um cômodo de uma casa, é necessário que saibamos a área deste cômodo. Áreas
são medidas em metros quadrados.

Para sabermos o comprimento de uma corda, é necessário que a meçamos. Nesta medição a
unidade de medida utilizada será o metro ou metro linear.

Se você for fazer uma saborosa torta de chocolate, precisará comprar cacau e o mesmo será pesado
para medirmos a massadesejada. A unidade de medida de massa é o grama.

Veja a tabela a seguir na qual agrupamos estas principais unidades de medida, seus múltiplos e
submúltiplos do Sistema Métrico Decimal, segundo o Sistema Internacional de Unidades - SI:

Subconjunto de Unidades de Medida do Sistema Métrico Decimal

Medida de Grande Fato Múltiplos Unidad Submúltiplos


za r e
Capacidad Litro 10 kl hl dal l dl cl m
e l
Volume Metro 100 km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 m
Cúbico 0 m
3

Área Metro 100 km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 m


Quadra m
do 2

Comprime Metro 10 km hm dam m dm cm m


nto m
Massa Grama 10 kg hg dag g dg cg m
g

Observe que as setas que apontam para a direita indicam uma multiplicação pelo fator multiplicador
(10, 100 ou 1000 dependendo da unidade de medida), assim como as setas que apontam para a
esquerda indicam uma divisão também pelo fator.

A conversão de uma unidade para outra unidade dentro da mesma grandeza é realizada
multiplicando-se ou dividindo-se o seu valor pelo fator de conversão, dependendo da unidade original
estar à esquerda ou à direita da unidade a que se pretende chegar, tantas vezes quantos forem o
número de níveis de uma unidade a outra.

Exemplos de Conversão entre Unidades de Medida

Converta 2,5 metros em centímetros

Para convertermos 2,5 metros em centímetros, devemos multiplicar (porque na tabela metro está à
esquerda de centímetro) 2,5 por 10 duas vezes, pois para passarmos de metros para centímetros
saltamos dois níveis à direita.

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SISTEMA DE PESOS E MEDIDAS

Primeiro passamos de metros para decímetros e depois de decímetros para centímetros:

Isto equivale a passar a vírgula duas casas para a direita.

Portanto:

2,5 m é igual a 250 cm

Passe 5.200 gramas para quilogramas

Para passarmos 5.200 gramas para quilogramas, devemos dividir (porque na tabela grama está à
direita de quilograma) 5.200 por 10 três vezes, pois para passarmos de gramas para quilogramas
saltamos três níveis à esquerda.

Primeiro passamos de grama para decagrama, depois de decagrama para hectograma e finalmente
de hectograma para quilograma:

Isto equivale a passar a vírgula três casas para a esquerda.

Portanto:

5.200 g é igual a 5,2 kg

Quantos centilitros equivalem a 15 hl?

Para irmos de hectolitros a centilitros, passaremos quatro níveis à direita. Multiplicaremos então 15
por 10 quatro vezes:

Isto equivale a passar a vírgula quatro casas para a direita.

Portanto:

150.000 cl equivalem a 15 hl.

Quantos quilômetros cúbicos equivalem a 14 mm3?

Para passarmos de milímetros cúbicos para quilômetros cúbicos, passaremos seis níveis à esquerda.
Dividiremos então 14 por 1000 seis vezes:

Portanto:

0,000000000000000014 km3, ou a 1,4 x 10-17 km3 se expresso em notação científica equivalem


a 14 mm3.

Passe 50 dm2 para hectometros quadrados

Para passarmos de decímetros quadrados para hectometros quadrados, passaremos três níveis à
esquerda. Dividiremos então por 100 três vezes:

Isto equivale a passar a vírgula seis casas para a esquerda.

Portanto:

50 dm2 é igual a 0,00005 hm2

Equivalência entre medidas de volume e medidas de capacidade

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SISTEMA DE PESOS E MEDIDAS

Um cubo com aresta de 10 cm terá um volume de 1.000 cm3, medida esta equivalente a 1 l.

Como 1.000 cm3 equivalem a 1 dm3, temos que 1 dm3 equivale a 1 l.

Como um litro equivale a 1.000 ml, podemos afirmar que 1 cm3 equivale a 1 ml.

1.000 dm3 equivalem a 1 m3, portanto 1 m3 é equivalente a 1.000 l, que equivalem a 1 kl.

Exemplos de Conversão entre Medidas de Volume e Medidas de Capacidade

Quantos decalitros equivalem a 1 m3?

Sabemos que 1 m3 equivale a 1.000 l, portanto para convertermos de litros a decalitros, passaremos
um nível à esquerda. Dividiremos então 1.000 por 10 apenas uma vez:

Isto equivale a passar a vírgula uma casa para a esquerda.

Poderíamos também raciocinar da seguinte forma:

Como 1 m3 equivale a 1 kl, basta fazermos a conversão de 1 kl para decalitros, quando então
passaremos dois níveis à direita. Multiplicaremos então 1 por 10 duas vezes:

Portanto:

100 dal equivalem a 1 m3.

348 mm3 equivalem a quantos decilitros?

Como 1 cm3 equivale a 1 ml, é melhor dividirmos 348 mm3 por mil, para obtermos o seu equivalente
em centimetros cúbicos: 0,348 cm3. Logo 348 mm3 equivale a 0,348 ml, já que cm3 e ml se
equivalem.

Neste ponto já convertemos de uma unidade de medida de volume, para uma unidade de medida de
capacidade.

Falta-nos passarmos de mililitros para decilitros, quando então passaremos dois níveis à esquerda.
Dividiremos então por 10 duas vezes:

Logo:

348 mm3 equivalem a 0,00348 dl.

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RAZÃO E PROPORÇÃO

Razão e Proporção

Na matemática, a razão estabelece uma comparação entre duas grandezas, sendo o coeficiente entre
dois números.

Já a proporção é determinada pela igualdade entre duas razões, ou ainda, quando duas razões pos-
suem o mesmo resultado.

Note que a razão está relacionada com a operação da divisão. Vale lembrar que duas grandezas são
proporcionais quando formam uma proporção.

Ainda que não tenhamos consciência disso, utilizamos cotidianamente os conceitos de razão e propor-
ção. Para preparar uma receita, por exemplo, utilizamos certas medidas proporcionais entre os ingre-
dientes.

Atenção!

Para você encontrar a razão entre duas grandezas, as unidades de medida terão de ser as mesmas.

Exemplos

A partir das grandezas A e B temos:

Razão: ou A : B, onde b≠0

Proporção: , onde todos os coeficientes são ≠0

Exemplo 1

Qual a razão entre 40 e 20?

Lembre-se que numa fração, o numerador é o número acima e o denominador, o de baixo.

Se o denominador for igual a 100, temos uma razão do tipo porcentagem, também chamada de razão
centesimal.

Além disso, nas razões, o coeficiente que está localizado acima é chamado de antecedente (A), en-
quanto o de baixo é chamado de consequente (B).

Exemplo 2

Qual o valor de x na proporção abaixo?

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RAZÃO E PROPORÇÃO

3 . 12 = x
x = 36

Assim, quando temos três valores conhecidos, podemos descobrir o quarto, também chamado de
“quarta proporcional”.

Na proporção, os elementos são denominados de termos. A primeira fração é formada pelos primeiros
termos (A/B), enquanto a segunda são os segundos termos (C/D).

Nos problemas onde a resolução é feita através da regra de três, utilizamos o cálculo da proporção
para encontrar o valor procurado.

Propriedades da Proporção

O produto dos meios é igual ao produto dos extremos, por exemplo:

Logo:

A·D = B·C

Essa propriedade é denominada de multiplicação cruzada.

É possível trocar os extremos e os meios de lugar, por exemplo:

é equivalente

Logo,

D. A = C . B

O que é razão?

A razão é a forma mais comum e prática de se fazer a comparação relativa entre duas grandezas. Para
isto, é necessário que ambas estejam na mesma unidade de medida.

Por exemplo: só poderemos obter a razão entre o comprimento de duas ruas, se as duas estiverem em
quilômetros, mas não poderemos obtê-la caso uma esteja em metros e a outra em quilômetros, ou
qualquer outra unidade de medida diferente. Neste caso, é preciso escolher uma unidade de medida e
converter uma das grandezas para a escolhida.

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RAZÃO E PROPORÇÃO

Para obtermos a razão entre dois números a e b, por exemplo, dividimos a por b. Vale ressaltar que b
deve ser diferente de zero. Ou seja, chamamos de razão entre a e b o quociente a/b=k. (Lê-se “a está
para b”).

O numerador a recebe o nome de antecedente, e o denominador b é denominado consequente dessa


razão.

Veja o exemplo a seguir:

Exemplo: Uma loja tem 1200m² de área construída e 3000m² de área livre. Qual é a razão da área
construída para a área livre?

Para resolvermos o problema, aplicamos a razão = área construída/área livre = 1200/3000 = 2/5.

Ou seja, isto significa que a área construída representa 2/5 = 0,4 ou 40% da área livre.

O conceito de razão é ainda aplicado para calcularmos escala, velocidade média e densidade.

O que é proporção?

A proporção é a expressão que indica uma igualdade entre duas ou mais razões. Dados quatro núme-
ros racionais A, B, C e D diferentes de zero, a proporção pode ser expressa da seguinte forma: A/B =
C/D.

O antecedente da primeira razão (A) e o consequente da segunda (D) são chamados de extremos,
enquanto o consequente da primeira razão (B) e o antecedente da segunda razão (C) são chamados
de meios.

A Propriedade Fundamental da Proporção

Uma proporção também pode ser escrita como a igualdade entre os produtos, da seguinte maneira:
A.D = B.C. Esta é a propriedade fundamental da proporção, em que o produto dos meios é igual ao
produto dos extremos.

Exemplo: Na sala A de uma determinada escola, temos 3 meninas para cada 4 meninos, ou seja, temos
a razão de 3 para 4, cuja divisão é igual a 0,75.

Na sala B da mesma escola, temos 6 meninas para cada 8 meninos, ou seja, a razão é de 6 para 8,
que é igual a 0,75. Ambas as razões são iguais a 0,75 e, por isso, são chamadas de proporção.

Usamos razão para fazer comparação entre duas grandezas. Assim, quando dividimos uma grandeza
pela outra estamos comparando a primeira com a segunda.

Definição: Sabendo que existe duas grandezas a e b, a razão entre a e b, com b diferente de zero, é o
quociente entre a e b: a:bou

Exemplo:

Seja a = 18 e b = 12, qual a razão entre a e b?

mas

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RAZÃO E PROPORÇÃO

que são todas razões equivalentes. Primeiro, dividimos por 2, o menor número possível (com exceção
do 0 e 1), o numerador e o denominador, e depois dividimos por 3 o resultado da divisão anterior, que
era o mínimo possível que podíamos dividir tanto o numerador quanto o denominador.

Assim, podemos dizer que a:b = 3:2 ou

Proporção

Proporção é a igualdade entre duas razões (equivalências entre razões). Ou seja, se dissermos que as
razões

São iguais é o mesmo que dizer que elas formam uma proporção.

Propriedade Fundamental da Proporção

O produto dos meios é igual ao produtos dos extremos.

Então, ao escrevermos

Dizemos que a e d são os extremos da proporção e b e c são os meios da proporção.

Levando em conta o conjunto dos números reais, podemos concluir algumas equivalências entre as
proporções. Portanto, para

com a, b, c, d ∈ R*, temos que:

Esta teoria será discutida por meio da resolução dos exercícios a seguir apresentados de Razão e
Proporção, e de aulas gratuitas dos professores do Curso Enem Gratuito. No final, tem um simulado
para você testar seu nível.

Exemplos de Regra de Três:

Exemplo 01 – Uma máquina varredeira limpa uma área de 5.100 m2 em 3 horas de trabalho. Esta é a
descrição da situação. Agora, vamos à pergunta que temos de resolver: Nas mesmas condições, em
quanto tempo limpará uma área de 11.900 m2?

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RAZÃO E PROPORÇÃO

Vamos ao raciocínio para a a resolução: Há aqui duas grandezas: a área e o tempo. Dobrando a área
também se dobra o tempo; triplicando a área também se triplica o tempo, e assim por diante.

Desse modo, são grandezas diretamente proporcionais e, assim, têm o quociente constante. Veja
abaixo como representar com flechas as grandezas para facilitar o raciocínio de Razão e Proporção.

Grandezas Diretamente Proporcionais

Apenas como recurso didático, utilizam-se duas flechas de mesmo sentido para identificar que as gran-
dezas são diretamente proporcionais. É um fundamento para você praticar bem Razão e Proporção.
No exemplo deste exercício temos duas grandezas ( área e tempo) que são diretamente proporcionais.

Veja como utilizar as flechas: Assim, com esta representação que utiliza as
flexas para ‘montar o problema’, fica mais fácil também para trabalhar o cérebro e seguir adiante.

Veja o próximo passo, e a solução do problema:

A solução clássica você já sabe: Você faz a multiplicação cruzada, montando (x . 5100) = (3 . 11900).
Em seguida você verifica que 5100.x = 35700 e, ao isolar o x, você fica com 35700 dividido por 5100
para chegar ao resultado final: x é igual a 7 horas.

Exemplo 02 de Razão e Proporção

Um muro foi construído por 8 operários em 30 dias.

Quantos dias seriam necessários para a construção deste mesmo muro, se fossem utilizados 12 ope-
rários?

Acompanhe a Resolução: Novamente estamos diante de duas grandezas: operários e dias. Mas, aqui,
ao tempo em que uma aumenta (operários) a outra diminui (dias). Pensando em Razão e Proporção,
você poderia escrever que elas têm uma relação inversa neste caso: são grandezas inversamente
proporcionais, e por isso as setas invertidas.

Veja: Uma maneira de resolver é utilizando o conceito de grandezas, que são


inversamente proporcionais: produto constante.

Pode ser assim:

Dica de resolução > Outra forma é usar o recurso didático das flechas, como indicado acima. Se são
inversamente proporcionais, as flechas são colocadas em sentido contrário.

A seguir criou-se uma proporção, mantendo-se a fração onde se encontra a incógnita e invertendo-se
a outra.

Regra de Três Composta

Agora vamos mudar de patamar um pouco, e aprender (ou revisar) Regra de Três Composta. Uma
regra de três é considerada composta quando envolver três ou mais grandezas para que se estabele-
çam entre elas a Razão e a Proporção.

Exemplos para você não esquecer Razão e Proporção

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RAZÃO E PROPORÇÃO

Exemplo 01 – Uma casa é construída por 40 operários trabalhando 9 horas por dia durante 6 dias. Em
quantos dias 24 operários poderiam construir a mesma casa, trabalhando 5 horas por dia?

Resolução: Perceba que ao contrário do exemplo 01 agora nós temos 3 (tres) grandezas para trabalhar:
operários, as horas trabalhadas por dia, e os dias (duração da obra):

Inicia-se colocando uma flecha para baixo na grandeza que possui a incógnita (dias) e a seguir com-
para-se com as outras duas. Operários e dias são grandezas inversamente proporcionais e horas por
dia e dias também são inversamente proporcionais.

Portanto, as flechas nessas grandezas devem ter sentido contrário:

Para finalizar esse dispositivo prático, iguala-se a fração que contém a incógnita ao produto das demais,
respeitando o sentido das flechas.

Veja como “armar a conta” bem certinho, observando o sentido das flechas:

Em seguida, Resolva o Simulado Enem de Regra de Três

Gostou da aula? Agora é ir para o desafio do Simulado de Regra de Três!

Simulado Enem Gratuito de Regra de Três

Resolva os 10 exercícios do Simulado Enem de Regra de Três para se qualificar para a Matemática do
Enem. O Gabarito sai na hora, e você tem aulas de reforço quando não acerta a questão.

Há muitas situações cotidianas, seja na vida cotidiana, na ciência ou negócios que requerem o uso de
razões e proporções. Por exemplo, na cozinha, se há a intenção de acrescentar ou diminuir algum
ingrediente, as razões e proporções são usadas para determinar isso – “3 ovos para cada suas duas
colheres de farinha”.

Pode-se verificar outro uso quando farmacêuticos ministram medicamentos, eles devem ter muita aten-
ção às proporções dos fármacos.

Razão

A etimologia latina de razão, ratio, não possui ralação com a ideia de faculdade que permite a distinguir
a relação entre as coisas da realidade ou juízo, mas sim a ideia de quociente, divisão, a noção que a
matemática assimilou. Por isso, razão é o quociente entre dois números A e B, com B ≠ 0. Assim, a
razão entre os números A e B pode ser dita “razão de A para B” e representada como:

Uma razão também pode identificada pela representação A : B. É importante saber que, em uma razão,
A sempre será chamado de antecedente, enquanto B será sempre chamado de consequente.

Exemplo:

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RAZÃO E PROPORÇÃO

Se uma bicicleta possui 54 dentes em uma coroa dianteira e 27 dentes na coroa traseira, a razão da
marcha da bicicleta será 54 : 27 ou 2 : 1. Isso significa que a roda traseira gira duas vezes cada vez
que o pedal gira uma vez. Então, se a razão for de 54 : 11, por exemplo, a roda traseira vai girar
aproximadamente cinco vezes para cada vez que o pedal girar.

Proporção

Dados quatro números racionais A, B, C e D diferentes de zero, proporção é a expressão que indica
uma igualdade entre duas ou mais razões e pode ser expressa da seguinte forma:

Uma proporção também pode ser expressa como a igualdade entre os produtos (A . D) e (B . C), da
seguinte forma: A.D = B.C.

É importante saber que os números A, B, C e D são denominados termos, sendo que os números A e
B são os dois primeiros termos e os números C e D são os dois últimos termos da relação de proporção.
Os números A e C são os antecedentes de cada razão, enquanto os números B e D são os consequen-
tes de cada razão que compõem a relação de proporção. Em uma relação de proporção A e D são os
extremos B e Csão os meios. Além disso, a divisão entre A e B e a divisão entre C e D, é uma constante
K, denominada constante de proporcionalidade K da razão.

Quarta Proporcional

Dados três números A, B e C, nesta ordem, é um número X para completar com os outros três uma
relação de proporção, obtém-se:

Observando a relação acima é possível concluir que a Quarta Proporcional é, simplesmente a chamada
Regra de Três.

Proporção Contínua

É aquela que tem os termos meios iguais: A.D = B.C, com B = C. O valor comum dos meios é chamado
média proporcional (ou média geométrica) dos extremos, pois, por exemplo:

Sendo assim, é possível perceber que a média proporcional entre 2 e 8 é 4, já que:

8.2 = 4.4

Grandezas Diretamente Proporcionais

É um tipo de proporção que envolve duas grandezas e quando uma delas é aumentada a outra também
aumenta na mesma proporção ou diminuindo uma delas a outra também diminui na mesma proporção.
Sendo duas grandezas A e B diretamente proporcionais, então, a relação estabelecida entre elas é:
A/B = K ou A = B.K.

Grandezas Inversamente Proporcionais

É o tipo de proporção que envolve duas grandezas e quando uma delas aumenta a outra diminui na
mesma proporção ou diminuindo uma delas a outra aumenta na mesma proporção. Sendo duas gran-
dezas A e B inversamente proporcionais, então, a relação estabelecida entre elas é: A.B = K ou A =
K/B.

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REGRA DE TRÊS

Regra de Três

Um Pouco De História

Estuda-se em proporção a relação entre grandezas. Em alguns casos vemos que as grandezas são
diretamente proporcionais, ou seja, o aumento de uma implica o aumento da outra, em outros, inver-
samente proporcionais, isto é, o aumento de uma implica a redução da outra. Seja em quaisquer dos
casos anteriores, podemos resolver grande parte dos problemas relacionados às grandezas proporci-
onais utilizando regra de três simples ou composta.

O conhecimento e a utilização de conceitos semelhantes à regra de três são muito antigos, tendo sua
provável origem na China antiga, podendo ser observados em tempos muito distantes. Vários pro-
blemas envolvendo manipulações muito próximas do que hoje conhecemos como regra de três po-
dem ser vistos no Papiro Rhind, documento confeccionado no Egito há cerca de 3000 anos. Mais
recente que o Papiro Rhind, o livro Liber Abaci do matemático italiano Leonardo Fibonacci (1175-
1250) revela vários problemas envolvendo a regra de três.

Apesar de sua criação ser tão remota, as aplicações relativas à regra de três são as mais variadas.
Tratando da matemática utilitária, podemos dizer que a regra de três é primordial a nossa vida, pois
soluciona questões corriqueiras com muita simplicidade e economia de tempo.

Vejam abaixo alguns problemas envolvendo regra de três simples e composta, direta e inversamente
proporcionais.

1. Um quilo (usarei “quilo” simplificadamente para representar quilograma (Kg)) de farinha de trigo é
suficiente para fazer 12 pães. De quanta farinha necessito para fazer 18 pães?

2. Quatro pedreiros constrói uma pequena casa em 90 dias. Dois pedreiros construirá a mesma casa
em quanto tempo?

3. Se 8 homens levam 12 dias montando 16 máquinas, então, nas mesmas condições, 15 homens
levarão quantos dias para montar 50 máquinas?

4. Trabalhando 6 dias, 5 operários produzem 400 peças. Quantas peças desse mesmo tipo serão
produzidas por 7 operários em 9 dias de trabalho?

Grandezas Diretamente Proporcionais

Dizemos que duas grandezas são diretamente proporcionais quando o aumento de uma implica o
aumento da outra. Ao dobrarmos uma grandeza, a outra também será dobrada, ao triplicarmos uma,
a outra também será triplicada. Em outras palavras, grandezas diretamente proporcionais variam
sempre na mesma razão.

Vejam o exemplo

NÚMERO DE PESSOAS DE CERTA DESPESA SEMANAL COM ALI- RAZÃO


FAMÍLIA MENTAÇÃO (R$)

4 200 1/50

5 250 1/50

Observação: A tabela acima é meramente ilustrativa e supõe que com o ingresso de mais um mem-
bro nesta família aumentará proporcionalmente sua despesa semanal.

Grandezas Inversamente Proporcionais

Duas grandezas são inversamente proporcionais quando o aumento de uma implica na redução da
outra, ou seja, quando dobramos uma delas, a outra se reduz a metade; quando triplicamos uma
delas, a outra fica reduzida a terça parte, etc.

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REGRA DE TRÊS

Os números racionais x, y e z são inversamente proporcionais aos números racionais a, b e c, res-


pectivamente, quando se tem: x . a = y . b = z . c

Veja o exemplo:

NÚMERO DE OPERÁRIOS DE CER- DIAS GASTOS PARA CONCLUI-LA RELAÇÃO x.a = y.b
TA OBRA (DIAS)

12 60 12 . 60 = 720

6 120 6 . 120 = 720

Razão:

12/6 = 2/1

60/120 = 1/2

Note que 12/6 e 60/120 possuem razões inversas, isto é, 2/1 é o inverso de 1/2.

Regra de três simples

Quando, em uma relação entre duas grandezas, conhecemos três valores de um problema e desco-
nhecemos apenas um, poderemos chegar a sua solução utilizando os princípios da regra de três sim-
ples. Para isso, basta que multipliquemos os meios entre si e os extremos também entre si. Acompa-
nhem:

Exemplo: os números 6 e 10 são diretamente proporcionais a 12 e x respectivamente. Nessas condi-


ções, vamos encontrar o valor de x que torne essa afirmação verdadeira.

Vamos à solução dos problemas (1) e (2) propostos no início deste trabalho.

(1) Um quilo de farinha de trigo é suficiente para fazer 12 pães. De quanta farinha necessito para
fazer 18 pães?

● Vamos chamar o valor desconhecido de x emontar uma tabela contendo os valores.

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REGRA DE TRÊS

Inicialmente teremos que analisar se as grandezas quantidade de farinha de trigo e número de pães-
são inversa ou diretamente proporcionais.

 Se duplicarmos a quantidade de farinha de trigo, a quantidade de pães também duplicará. Se tripli-


carmos a farinha, os pães também serão triplicados, e assim por diante. Sendo assim, somos levados
a concluir que essas duas grandezas são diretamente proporcionais;

 Sabendo dessa informação, basta escrevermos a proporção de acordo com o quadro acima e partir
para sua solução;

 As flechas no mesmo sentido indicam que as grandezas são diretamente proporcionais.

Conclusão: para fazer 18 pães precisaremos de 1,5 kg de farinha de trigo.

(2) Quatro pedreiros constroem uma pequena casa em 90 dias. Dois pedreiros construirão a mesma
casa em quanto tempo?

● Vamos chamar o valor desconhecido de x emontar uma tabela contendo os valores.

Como no caso anterior, teremos que analisar se as grandezas quantidade de pedreiros e dias gastos
na construção são inversa ou diretamente proporcionais.

 Se aumentarmos o número de pedreiros, a duração da obra será reduzida, portanto, essas grande-
zas são inversamente proporcionais;

 Sabendo dessa informação, basta escrevermos a proporção de acordo com o quadro acima e partir
para sua solução;

 Como as grandezas são inversamente proporcionais, devemos inverter uma das frações;

 As setas contrárias indicam que as grandezas são inversamente proporcionais.

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REGRA DE TRÊS

Conclusão: se reduzirmos o número de pedreiro a dois, teremos a obra concluída em 180 dias.

Regra de Três Composta

Quando trabalhamos com três grandezas, direta ou inversamente proporcionais e, num determinado
problema, existem seis valores, dos quais cinco são conhecidos e apenas um desconhecido, pode-se
encontrar o valor da incógnita através da regra de três composta.

Vamos à solução dos problemas (3) e (4) propostos no início deste trabalho.

(3) Se 8 homens levam 12 dias montando 16 máquinas, então, nas mesmas condições, 15 homens
levarão quantos dias para montar 50 máquinas?

● Vamos chamar o valor desconhecido de x e montar uma tabela contendo os valores:

Analisemos as grandezas a fim de saber se são direta ou inversamente proporcionais entre si.

 Fixando a grandeza quantidade de homens, vamos relacionar as grandezas tempo de monta-


gem com número de máquinas. Se dobrarmos o tempo de montagem, dobraremos o número de má-
quinas. Logo, essas duas grandezas são diretamente proporcionais.

 Fixando a grandeza número de máquinas, vamos relacionar as grandezas quantidade de ho-


mens com tempo de montagem. Se dobrarmos o número de homens, teremos reduzido à metade o
tempo de montagem. Logo, essas duas grandezas são inversamente proporcionais.

 Sabendo dessas informações, basta escrevermos a proporção de acordo com a tabela acima;

 Como temos grandezas inversamente proporcionais, devemos inverter uma das frações;

Conclusão: Com 15 homens, serão construídas 50 máquinas em 20 dias.

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REGRA DE TRÊS

(4) Trabalhando 6 dias, 5 operários produzem 400 peças. Quantas peças desse mesmo tipo serão
produzidas por 7 operários em 9 dias de trabalho?

● Chamaremos o valor desconhecido de x:

Vamos fazer a análise dos dados contidos na tabela acima.

 Fixando a grandeza dias de trabalho, vamos relacionar as grandezas número de operá-


rios com quantidade de peças. Ao dobrarmos o número de operários, dobraremos também o número
de peças fabricadas. Dessa forma, essas duas grandezas são diretamente proporcionais;

 Fixando a grandeza número de operários e relacionando as grandezas dias de traba-


lho com quantidade de peças, temos: ao dobrarmos o número de dias de trabalho, dobraremos tam-
bém a quantidade de peças produzidas, ou seja, estas grandezas também são diretamente proporci-
onais;

 Portando esses dados, deveremos escrever a devida proporção de acordo com a tabela acima;

 Como temos grandezas diretamente proporcionais, manteremos as frações em suas formas origi-
nais.

Conclusão: com 7 operários, em 9 dias serão produzidas 840 peças.

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PORCENTAGEM

Porcentagem

A porcentagem é uma das áreas da matemática mais conhecidas. Praticamente é utilizada em todas
as áreas, quando queremos comparar grandezas, estimar o crescimento de algo, expressar uma
quantidade de aumento ou desconto do preço de alguma mercadoria. Vemos porcentagem a todo
momento e, mesmo quando não percebemos, estamos fazendo uso dela.

A porcentagem é uma razão cujo o denominador é igual a 100.

k100

Porcentagens são chamadas, também de razão centesimal ou de percentual.

As porcentagens costumam ser indicadas pelo símbolo “%”, lê-se “por cento”.

Podemos representar uma fração na forma fracionária, decimal, ou acompanhada do símbolo %.


Veja:

4%=4100=0,04

As porcentagens podem ser utilizadas quando queremos expressar que uma quantidade é uma parte
de outra, por exemplo, imagine que umq produto que custava R$ 80,00 foi vendido a vista, com 5%
de desconto. Esse desconto de 5% de R$ 80,00 significa 5 partes das 100 em que 80 foi dividido, ou
seja, R$ 80,00 será dividido em 100 partes, e o desconto será igual a 5 partes dessa divisão. Assim,

5% de R$ 80,00 = 5⋅80100=5⋅0,8=4

Portanto, 5% de R$ 80,00 será R$ 4,00. E esse será o valor a ser descontado.

Poderíamos, também, calcular de outra forma:

5% de R$ 80,00 = 5⋅80100=5100⋅80=0,05⋅80=4

Daí, concluímos que calcular a% de x, corresponde a fazer:

a100⋅x

Podemos usar, também, a seguinte proporção:

{100%5%⟶80⟶x

100x=80⋅5

100x=400

x=400100

x=4%

Percentagem ou Porcentagem (do latim per centum, significando "por cento", "a cada centena") é
uma medida de razão com base 100 (cem). É um modo de expressar uma proporção ou uma relação
entre 2 (dois) valores (um é a parte e o outro é o inteiro) a partir de uma fração cujo denominador é
100 (cem), ou seja, é dividir um número por 100 (cem).

Ponto percentual (pp) é o nome da unidade na qual pode ser expressa o valor absoluto da diferença
entre quaisquer pares de porcentagens.

Por exemplo: se uma determinada taxa de juros cair de 24% ao ano para 12% ao ano, pode-se dizer
que houve redução de 50% (valor inicial-valor final):valor inicial, mas não que houve redução de 12%.
Dizer que houve uma redução de 12% implica que o valor final seja de 12% menor que o valor inicial,
no nosso exemplo, a taxa final seria 21,12% ao invés de 12%.

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PORCENTAGEM

O ponto percentual é uma unidade que pode expressar essa diferença; voltando ao nosso exemplo, é
correto dizer que houve redução de 12 pp na tal taxa de juros.

Como Calcular Porcentagens

Existem muitas formas de se calcular porcentagem. Podemos utilizar Regra de 3 ou multiplicando.


Por exemplo:

Qual é o valor de 25% de 50?

100% representa o total, ou seja, 50. E 25% representa X. Fazendo a regra de três, temos:

X/25 = 50/100

100X = 50 . 25

100X = 1250

X = 1250/100

X = 12,5

Portanto, 25% de 50 é 12,5.

A questão da porcentagem é muito utilizada no mercado financeiro, seja na hora de obter um descon-
to, calcular o lucro na venda de um produto ou medir as taxas de juros. Na Engenharia, por exemplo,
a porcentagem pode ser utilizada para definir o quanto já foi construído de um prédio. Em Administra-
ção, pode ser usada para medir as quotas de participação dos sócios em um negócio e por aí vai.

O cálculo percentual nada mais é que a multiplicação de um valor qualquer pelo percentual deseja-
do.

Exemplo 1:

Carlos jogou fora 20% das 10 laranjas que ele tinha. Quantas laranjas foram pro lixo?

10 x 20/100 (vinte por cento) = 2 laranjas

Portanto, 2 laranjas foram jogadas fora por Carlos.

Uma boa dica para entender melhor porcentagem é saber utilizar o Fator de multiplicação.

Fator de multiplicação pode ser um acréscimo ou um decréscimo no valor do produto.

Se um produto aumentou 10% então seu fator de multiplicação é de 1 + taxa de acréscimo, sendo
essa taxa de 0,1. Portanto, seu fator de multiplicação é de 1,1.

Se um produto teve um desconto de 10% então seu fator de multiplicação é de 1 - taxa de decrésci-
mo, sendo essa taxa de 0,1. Portanto, seu fator de multiplicaçao é de 0,9.

Continuou com dúvidas? Segue abaixo uma tabela com fatores de multiplicação:

Fator de Multiplicação
Acréscimo

10% 1,1

15% 1,15

18% 1,18

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PORCENTAGEM

Fator de Multiplicação
Acréscimo

20% 1,2

63% 1,63

86% 1,86

100% 2

Vendendo um ingresso que custou R$40,00 com um acréscimo de 20% temos:


40 * 1,2 = R$48,00

Decréscimo Fator de Multiplicação

10% 0,9

15% 0,85

18% 0,82

20% 0,8

63% 0,37

86% 0,14

100% 0

Descontando 10% no valor de R$30,00 temos:


30 * 0,90 = R$27,00

Porcentagem é um substantivo feminino que indica uma taxa ou proporção calculada em relação ao
número 100 (por cem). A porcentagem consiste em uma fração em que o denominador é 100 e é
representada pelo símbolo %.

Por exemplo, se num grupo de 100 pessoas existem 55 mulheres e 45 homens, podemos dizer que a
porcentagem de mulheres é 55%, enquanto a porcentagem de homens é 45%. No âmbito
da matemática, o cálculo de uma percentagem é feito através da regra de 3 simples.

Porcentagem também pode querer dizer uma comissão, ou seja, uma quantidade de dinheiro que é
recebida ou paga por algum produto ou serviço. É uma palavra frequentemente usada no contexto
dos negócios, porque é a base do cálculo de lucros, prejuízos e descontos.

Ex: Neste ano, os lucros da empresa aumentaram 15% em relação ao ano anterior.

Uma porcentagem também pode estar relacionada com uma taxa de juros. No caso de juros simples,
se uma pessoa pede um empréstimo de 1000 R$ com uma taxa de 10% de juros ao mês, e consegue
pagar o empréstimo depois de um mês, terá que pagar 1100 R$, ou seja 1000 R$ do dinheiro recebi-
do, mais 100 R$ dos juros (100 é 10% de 1000).

Porcentagem ou Percentagem

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PORCENTAGEM

Muitas pessoas têm dúvidas entre porcentagem e percentagem. As duas formas estão corretas, sen-
do que percentagem é mais comum no português de Portugal, enquanto porcentagem é mais usada
no Brasil.

A operação matemática do cálculo da porcentagem é conhecida há vários séculos, mas o que pouca
gente sabe é que o símbolo de porcentagem como o conhecemos hoje “%” é uma criação relativa-
mente recente.

A origem da palavra Porcentagem vem da expressão latina por centum, e posteriormente do Italia-
no per cento, ao qual se remonta a origem de percentagem, que no Brasil acabou sendo adaptado
para porcentagem.

Sabe-se que em 1425, não havia qualquer símbolo para expressar a porcentagem. Frequentemente,
os índices de porcentagem eram referidos com as palavras “p 100” ou mesmo “p cento” em tratados
matemáticos arcaicos.

Alguns historiadores acreditam que a origem do símbolo moderno “%” esteja relacionada com a ex-
pressão X/100, como uma espécie de simplificação da expressão através dos séculos, por outro lado,
é possível verificar diferentes maneiras de expressar o índice através dos tratados matemáticos, e ao
que parece, o símbolo simplesmente surgiu como uma maneira de simbolizar o índice. A partir do
século XVIII ele passa a ser usado se uma maneira semelhante a conhecida hoje, exceto que a barra
ao invés de transversal, ainda é horizontal.

Diferentes versões do Símbolo de Porcentagem

Porcentagem como era expressa em 1425

Expressão da porcentagem em meados de 1650

Símbolo de porcentagem a partir do século XVIII

Símbolo de porcentagem moderno, padronizado em 1925 por D.E. Smith

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PORCENTAGEM

A porcentagem é de grande utilidade no mercado financeiro, pois é utilizada para capitalizar emprés-
timos e aplicações, expressar índices inflacionários e deflacionários, descontos, aumentos, taxas de
juros, entre outros. No campo da Estatística, possui participação ativa na apresentação de dados
comparativos e organizacionais.

Os números percentuais possuem representações na forma de fração centesimal (denominador igual


a 100) e, quando escritos de maneira formal, devem aparecer na presença do símbolo de porcenta-
gem (%). Também podem ser escritos na forma de número decimal. Observe os números a seguir,
que serão demonstrados por meio das três formas possíveis:

A melhor forma de assimilar os conteúdos inerentes à porcentagem é com a utilização de exemplos


que envolvem situações cotidianas. Acompanhe os exemplos a seguir:

Exemplos de aplicação da Porcentagem

1º) Uma mercadoria é vendida em, no máximo, três prestações mensais e iguais, totalizando o valor
de R$ 900,00. Caso seja adquirida à vista, a loja oferece um desconto de 12% sobre o valor a prazo.
Qual é o preço da mercadoria na compra à vista?

Solução:

Podemos utilizar a razão centesimal ou o número decimal correspondente:

12% = 12/100 = 0,12

• Razão centesimal

12/100 x 900 = 12x900/100 = 1080/100 = 10800/100 = 108 reais


900 – 108 = 792 reais

• Número decimal

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PORCENTAGEM

0,12 x 900 = 108 reais

900 – 108 = 792 reais

A utilização de qualquer procedimento fica a critério próprio, pois os dois métodos chegam ao resulta-
do de forma satisfatória e exata. No caso do exemplo 1, o desconto no pagamento à vista é de R$
108,00, portanto, o preço é de R$ 792,00.

2º) O FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) é um direito do trabalhador com carteira as-
sinada, no qual o empregador é obrigado por lei a depositar em uma conta na Caixa Econômica Fe-
deral o valor de 8% do salário bruto do funcionário. Esse dinheiro deverá ser sacado pelo funcionário
na ocorrência de demissão sem justa causa. Determine o valor do depósito efetuado pelo emprega-
dor sabendo que o salário bruto do funcionário era R$ 1.200,00.

Solução:

8% = 8/100 = 0,08

• Razão centesimal

8/100 x 1200 = 8x1200 / 100 = 9600 / 100 = 96 reais

• Número decimal

0,08 x 1200 = 96 reais

O depósito efetuado foi de R$ 96,00.

3º) Em uma sala de aula com 52 alunos, 13 utilizam bicicletas como transporte. Expresse em porcen-
tagem a quantidade de alunos que utilizam bicicleta.

Solução:

Podemos utilizar uma regra de três simples.

Alunos → 13 ---------- 52
Porcentagem → x ----------- 100%

52*x = 13*100
52x = 1300
x= 1300/52
x = 25%

Portanto, 25% dos alunos utilizam bicicletas.

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JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Juros Simples e Composto

Ao longo dos tempos constatou-se que o problema econômico dos governos; das instituições; das
organizações e dos indivíduos, decorria da escassez de produtos e/ou serviços, pelo fato de que as
necessidades das pessoas eram satisfeitas por bens e serviços cuja oferta era limitada. Ao longo do
processo de desenvolvimento das sociedades, o problema de satisfazer as necessidades foi solucio-
nado através da especialização e do processo de troca de um bem pelo outro, conhecido como es-
cambo.

Mais tarde surgiu um bem intermediário, para este processo de trocas que foi a moeda. Assim, o valor
monetário ou preço propriamente dito, passou a ser o denominador comum de medida para o valori-
zar os bens e os serviços e a moeda um meio de acúmulo deste valor constituindo assim a riqueza ou
capital.

Constatou-se assim, que os bens e os serviços poderiam ser consumidos ou guardados para o con-
sumo futuro. Caso o bem fosse consumido ele desapareceria e, caso houvesse o acúmulo, surgiria
decorrente deste processo o estoque que poderia servir para gerar novos bens e/ou riqueza através
do processo produtivo.

E começou a perceber que os estoques eram feitos não somente de produtos, mas de valores mone-
tários também, que se bem administrado poderiam aumentar gradativamente conforme a utilidade
temporal. Surge-se daí a preocupação e a importância do acúmulo das riquezas em valores monetá-
rios como forma de investimento futuro e aumento do mesmo conforme o surgimento das necessida-
des.

Com o passar dos tempos essa técnica foi sendo melhorada e aperfeiçoada conforme as necessida-
des de produção e tão quanto à necessidade mercantis que aflorava cada vez mais tornando os pro-
dutores mais competitivos quanto ao aumento de oferta de suas produções.

Atualmente a técnica utilizada para compreensão de como o capital se comporta em uma aplicação
ao longo do tempo é realizado pela Matemática Financeira. De uma forma simplificada, podemos
dizer que a Matemática Financeira é o ramo da Matemática Aplicada e/ou Elementar, que estuda o
comportamento do dinheiro no tempo. A Matemática Financeira busca quantificar as transações que
ocorrem no universo financeiro levando em conta, a variável tempo, quer dizer, o valor monetário no
tempo (time value money).

As principais variáveis envolvidas no processo de quantificação financeira são: o capital, a taxa de


juros e o tempo.

Capital

Capital é todo o acúmulo de valores monetários em um determinado período de tempo constituindo


assim a riqueza como expresso anteriormente. Normalmente o valor do capital é conhecido como
principal (P). A taxa de juro (i), é a relação entre os Juros e o Principal, expressa em relação a uma
unidade de tempo. (n)

Juros

Deve ser entendido como Juros, a remuneração de um capital (P), aplicado a uma certa taxa (i), du-
rante um determinado período (n), ou seja, é o dinheiro pago pelo uso de dinheiro emprestado. Por-
tanto, Juros (J) = preço do crédito.

A existência de Juros decorre de vários fatores, entre os quais destacam-se:

a)inflação: a diminuição do poder aquisitivo da moeda num determinado período de tempo;


b) risco: os juros produzidos de uma certa forma compensam os possíveis riscos do investimento.
c)aspectos intrínsecos da natureza humana: quando ocorre de aquisição ou oferta de empréstimos a
terceiros.

Costuma-se especificar taxas de juros anuais, trimestrais, semestrais, mensais, entre outros, motivo
pelo qual deve-se especificar sempre o período de tempo considerado.

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JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Quando a taxa de juros incide no decorrer do tempo, sempre sobre o capital inicial, dizemos que te-
mos um sistema de capitalização simples (Juros simples).

Quando a taxa de juros incide sobre o capital atualizado com os juros do período (montante), dizemos
que temos um sistema de capitalização composta (Juros compostos).

Na prática, o mercado financeiro utiliza apenas os juros compostos, de crescimento mais rápido (ve-
remos adiante, que enquanto os juros simples crescem segundo uma função do 1º grau – crescimen-
to linear, os juros compostos crescem muito mais rapidamente – segundo uma função exponencial).

Juros Simples

O regime de juros simples é aquele no qual os juros incidem sempre sobre o capital inicial. Este sis-
tema não é utilizado na prática nas operações comerciais, mas, a análise desse tema, como introdu-
ção à Matemática Financeira, é de uma certa forma, importante.

Considere o capital inicial P aplicado a juros simples de taxa i por período, durante n

períodos.

Lembrando que os juros simples incidem sempre sobre o capital inicial, podemos escrever a seguinte
fórmula, facilmente demonstrável:

J = juros produzidos depois de n períodos, do capital P aplicado a uma taxa de juros por período igual
a i.

No final de n períodos, é claro que o capital será igual ao capital inicial adicionado aos juros produzi-
dos no período. O capital inicial adicionado aos juros do período é denominado MONTANTE (M).
Logo, teríamos:

Exemplo:

A quantia de R$ 3.000,00 é aplicada a juros simples de 5% ao mês, durante cinco anos. Calcule o
montante ao final dos cinco anos.

Solução:

Temos: P = 3000,

i = 5% = 5/100 = 0,05 e

n = 5 anos = 5 x 12 = 60 meses.

Portanto, M = 3.000,00 x (1 + 0,05 x 60) = 3.000,00 x (1+3) = R$ 12.000,00.

A fórmula J = Pin, onde P e i são conhecidos, nos leva a concluir pela linearidade da função juros
simples, senão vejamos:

Façamos P.i = k.

Teremos, J = k.n, onde k é uma constante positiva. (Observe que P . i > 0)

Ora, J = k.n é uma função linear, cujo gráfico é uma semi-reta passando pela origem. (Porque usei o
termo semi-reta ao invés de reta?). Portanto, J/n = k, o que significa que os juros simples J e o núme-
ro de períodos n são grandezas diretamente proporcionais.

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JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Daí infere-se que o crescimento dos juros simples obedece a uma função linear, cujo crescimento
depende do produto P.i = k, que é o coeficiente angular da semi-reta J = kn.

M = P + J = P + P.i.n = P(1 + i.n)

0 mese
s
1º 2º 3º 4º
mês mês mês mês

É comum nas operações de curto prazo onde predominam as aplicações com taxas referenciadas em
juros simples, ter-se o prazo definido em número de dias. Nestes casos o número de dias pode ser
calculado de duas maneiras:

• Pelo tempo exato , pois o juro apurado desta maneira denomina-se juro exato, que é aquele que é
obtido quando o período (n) está expresso em dias e quando o período é adotada a conversão de
ano civil (365 dias)
• Pelo ano comercial, pois o juro apurado desta maneira denomina-se juro comercial que é aquele
calculado quando se adota como base o ano comercial (360 dias)

Exercício Proposto 01:

Calcule o montante ao final de dez anos de um capital R$ 10.000,00 aplicado à taxa de juros simples
de 18% ao semestre (18% a.s).

Resposta: R$ (?)

Vimos anteriormente, que se o capital (P) for aplicado por (n) períodos, a uma taxa de juros simples
(i), ao final dos n períodos, teremos que os juros produzidos serão iguais a J = Pin e que o montante
(capital inicial adicionado aos juros do período) será igual a M = P(1 + in).

O segredo para o bom uso destas fórmulas é lembrar sempre que a taxa de juros i e o período n têm
de ser referidos à mesma unidade de tempo.

Assim, por exemplo, se num problema, a taxa de juros for i =12% ao ano = 12/100 = 0,12 e o período
n = 36 meses, antes de usar as fórmulas deveremos colocá-las referidas à mesma unidade de tempo,
ou seja:

a) 12% ao ano, aplicado durante 36/12 = 3 anos , ou


b) 1% ao mês = 12%/12, aplicado durante 36 meses, etc.
Exemplos:

01 – Quais os juros produzidos pelo capital R$ 12.000,00 aplicados a uma taxa de juros simples de
10% ao bimestre durante 5 anos?

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JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Solução 01:

Temos que expressar i e nem relação à mesma unidade de tempo.

Vamos inicialmente trabalhar com BIMESTRE (dois meses):

i = 10% a.b. = 10/100 = 0,10

n = 5 anos = 5 x 6 = 30 bimestres (pois um ano possui 6 bimestres) Então: J = R$ 12.000,00 x 0,10 x


30 = R$ 36.000,00
Solução 02:

Para confirmar, vamos refazer as contas, expressando o tempo em meses.

Teríamos:

i = 10% a x b = 10/2 = 5% ao mês = 5/100 = 0,05 n = 5 anos = 5 x 12 = 60 meses

Então: J = R$ 12.000,00 x 0,05 x 60 = R$ 36.000,00

02 – Um certo capital é aplicado em regime de juros simples, a uma taxa mensal de 5%. Depois de
quanto tempo este capital estará duplicado?

Solução 01:

Temos: M = P(1 + in). Logo, o capital estará duplicado quando M = 2P. Logo, vem:

2P = P(1 + 0,05n); (observe que i = 5% a.m. = 5/100 = 0,05). Simplificando, fica:

2 = 1 + 0,05n 1 = 0,05n, de onde conclui-se n = 20 meses ou 1 ano e oito meses.

Exercício Proposto 02:

Um certo capital é aplicado em regime de juros simples, a uma taxa anual de 10%. Depois de quanto
tempo este capital estará triplicado?

Resposta: (?) anos.

Juros Compostos

O capital inicial (principal) pode crescer, como já sabemos, devido aos juros, segundo duas modali-
dades, a saber:

a) Juros simples – ao longo do tempo, somente o principal rende juros;

b) Juros compostos - após cada período, os juros são incorporados ao principal e passam, por sua
vez, a render juros. Também conhecido como "juros sobre juros".

O regime de juros compostos considera que os juros formados em cada período são acrescidos ao
capital formando um montante, capital mais juros, do período.

Este montante, por sua vez, passará a render juros no período seguinte formando um novo montante
e assim sucessivamente. Pode-se dizer então, que cada montante formado é constituído do capital
inicial, juros acumulados e dos juros sobre juros formados em períodos anteriores.

Este processo de formação de juros compostos é diferente daquele descrito para os juros simples,
onde somente o capital rende juros, não ocorrendo remuneração sobre os juros formados em perío-
dos anteriores.

Vamos ilustrar a diferença entre os crescimentos de um capital através juros simples e juros compos-
tos, com um exemplo:

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JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Suponha que R$ 1.000,00 são empregados a uma taxa de 20% a.a.,por um período de 4 anos a juros
simples e compostos Teremos:

P= R$ 1.000,00 i= 20% a.a n= 4 anos

n Juros Simples Juros Compostos

Juros por periodo Montante Juros por periodo Montante

1 1.000,00 x 0,2 = 200 1.200,00 1.000,00 x 0,2 = 200 1.200,00

2 1.000,00 x 0,2 = 200 1.400,00 1.200,00 x 0,2 = 240 1.440,00

3 1.000,00 x 0,2 = 200 1.600,00 1.440,00 x 0,2 = 288 1.728,00

4 1.000,00 x 0,2 = 200 1.800,00 1.728,00 x 0,2 = 346 2.074,00

O gráfico a seguir permite uma comparação visual entre os montantes no regime de juros simples e
de juros compostos. Verificamos que a formação do montante em juros simples é linear e em juros
compostos é exponencial:

Fonte: Elaborado pelo autor

Observe que o crescimento do principal segundo juros simples é LINEAR enquanto que o crescimen-
to segundo juros compostos é EXPONENCIAL, portanto tem um crescimento muito mais "rápido".

Exemplo 2:

Um empresário faz uma aplicação de R$ 1.000,00 a taxa composta de 10% ao mês por um prazo de
dois meses.

1º Mês:

O capital de R$ 1.000,00 produz um juros de R$ 100,00 (10% de R$ 1.000,00), pela fórmula dos juros
simples já estudada anteriormente, ficaria assim:

M = C x (1 + i) M = 1.000,00 x (1 + 0,10) M = 1.100,00

2º Mês:

O montante do mês anterior (R$ 1.100,00) é o capital deste 2º mês servindo de base para o cálculo
dos juros deste período. Assim:

M = 1.100,00 x (1 + 0,10) M = 1.210,00

Tomando-se como base a fórmula dos juros simples o montante do 2º mês pode ser assim decom-

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JUROS SIMPLES E COMPOSTO

posto:

M = C x (1 + i ) x (1 + i ) M = 1.000,00 x (1 + 0,10 ) x (1 + 0,10 )

M = 1.000,00 x (1 + 0,10)2 M = 1.210,00

Exemplo 3:

A loja São João financia a venda de uma mercadoria no valor de R$ 16.00,00, sem entrada, pelo
prazo de 8 meses a uma taxa de 1,422. Qual o valor do montante pago pelo cliente.

M = C x (1 + i) n M = 16.000,00 x (1 + 1,422)8 M = 22.753,61

Na prática, as empresas, órgãos governamentais e investidores particulares costumam reinvestir as


quantias geradas pelas aplicações financeiras, o que justifica o emprego mais comum de juros com-
postos na Economia. Na verdade, o uso de juros simples não se justifica em estudos econômicos.

Fórmula para o cálculo de Juros compostos

Considere o capital inicial (P) R$ 1.000,00 aplicado a uma taxa mensal de juros compostos (i) de 10%
(i = 10% a.m.). Vamos calcular os montantes (principal + juros), mês a mês:

• Após o 1º mês, teremos: M1 = 1000 x 1,1 = 1100 = 1000(1+0,1)


• Após o 2º mês, teremos: M2 = 1100 x 1,1 = 1210 = 1000(1+0,1)2
• Após o 3º mês, teremos: M3 = 1210 x 1,1 = 1331 = 1000(1 + 0,1)3
Dando continuidade ao raciocínio dos juros compostos, a evolução dos juros que incide a um capital
para cada um dos meses subseqüentes Após o nº (enésimo) mês o montante acumulado ao final do
período atingiria :

S = 1000 (1 + 0,1) n

De uma forma genérica, teremos para um principal P, aplicado a uma taxa de juros compostos i du-
rante o período n :

Ou

Onde:

S / M = montante;

P / C = principal ou capital inicial ; i = taxa de juros e

n = número de períodos que o principal P (capital inicial) foi aplicado.

NOTA: Na fórmula acima, as unidades de tempo referentes à taxa de juros (i) e do período (n), tem
de ser necessariamente iguais. Este é um detalhe importantíssimo, que não pode ser esquecido!
Assim, por exemplo, se a taxa for 2% ao mês e o período 3 anos, deveremos considerar 2% ao mês
durante 3 x 12=36 meses.

Taxa Nominal e Taxa Real

Taxa nominal

A taxa nominal de juros relativa a uma operação financeira, pode ser calculada pela expressão:

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JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Taxa nominal = Juros pagos / Valor nominal do empréstimo

Assim, por exemplo, se um empréstimo de $100.000,00, deve ser quitado ao final de um ano, pelo
valor monetário de $150.000,00, a taxa de juros nominal será dada por:

Juros pagos = Jp = $150.000 – $100.000 = $50.000,00 Taxa nominal = in = $50.000 / $100.000 =


0,50 = 50%
Taxa Real

A taxa real expurga o efeito da inflação.

Um aspecto interessante sobre as taxas reais de juros é que, elas podem ser inclusive, negativas!

Vamos encontrar uma relação entre as taxas de juros nominal e real. Para isto, vamos supor que um
determinado capital P é aplicado por um período de tempo unitário, a uma certa taxa nominal in .

O montante S1 ao final do período será dado por S1 = P(1 + in).Consideremos agora que durante o
mesmo período, a taxa de inflação (desvalorização da moeda) foi igual a j. O capital corrigido por esta
taxa acarretaria um montante S2 = P (1 + j).

A taxa real de juros, indicada por r, será aquela que aplicada ao montante S2, produzirá o montante
S1. Poderemos então escrever:

S1 = S2 (1 + r)

Substituindo S1 e S2 , vem: P(1 + in) = (1+r). P (1 + j)

Daí então, vem que:

(1 + in) = (1+r). (1 + j), onde:

in = taxa de juros nominal

j = taxa de inflação no período r = taxa real de juros

Observe que se a taxa de inflação for nula no período, isto é, j = 0, teremos que as taxas nominal e
real são coincidentes.

Veja o exemplo a seguir:

Numa operação financeira com taxas pré-fixadas, um banco empresta $120.000,00 para ser pago em
um ano com $150.000,00. Sendo a inflação durante o período do empréstimo igual a 10%, pede-se
calcular as taxas nominal e real deste empréstimo.

Teremos que a taxa nominal será igual a:

in = (150.000 – 120.000)/120.000 = 30.000/120.000 = 0,25 =


25%

Portanto in = 25%

Como a taxa de inflação no período é igual a j = 10% = 0,10, substituindo na fórmula anterior, vem:

(1 + in) = (1+r). (1 + j)

(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,10)

1,25 = (1 + r).1,10

1 + r = 1,25/1,10 = 1,1364

Portanto, r = 1,1364 – 1 = 0,1364 = 13,64%

Se a taxa de inflação no período fosse igual a 30%, teríamos para a taxa real de juros: (1 + 0,25) = (1

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JUROS SIMPLES E COMPOSTO

+ r).(1 + 0,30)

1,25 = (1 + r).1,30

1 + r = 1,25/1,30 = 0,9615

Portanto, r = 0,9615 – 1 = -,0385 = -3,85% e, portanto teríamos uma taxa real de juros negativa!

Valor Presente e Valor Futur

Deve ser acrescentado ao estudo dos juros compostos que o capital é também chamado de valor
presente (PV) e que este não se refere necessariamente ao momento zero. Em verdade, o valor pre-
sente pode ser apurado em qualquer data anterior ao montante também chamado de valor futuro
(FV).

As fórmulas do valor presente (PV) e do valor futuro (FV) são iguais já vistas anteriormente, basta
trocarmos seus correspondentes nas referidas fórmulas, assim temos:

ou

Onde (1 + i) n é chamado de fator de capitalização do capital, FCC (i,n) a juros compostos, e 1 / (1 +


i) n é chamado de fator de atualização do capital, FAC (i,n) a juros compostos.

A movimentação de um capital ao longo de uma escala de tempo em juros compostos se processa


mediante a aplicação destes fatores, conforme pode ser visualizado na ilustração abaixo:

Observe que FV no período n é equivalente a PV no período zero, se levarmos em conta a taxa de


juros i. Esta interpretação é muito importante, como veremos no decorrer do curso. É conveniente
registrar que existe a seguinte convenção: seta para cima, sinal positivo (dinheiro recebido) e seta
para baixo, sinal negativo (dinheiro pago).

Esta convenção é muito importante, inclusive quando se usa a calculadora HP 12C. Normalmente, ao
entrar com o valor presente VP numa calculadora financeira, o fazemos seguindo esta convenção,
mudando o sinal da quantia considerada como PV para negativo, usando a tecla CHS, que significa
uma abreviação de "change signal", ou seja, "mudar o sinal".

É conveniente ressaltar que se entrarmos com o PV positivo, a calculadora expressará o FV como um


valor negativo e vice versa, já que as calculadoras financeiras, e aí se inclui a HP 12C, foram projeta-
das,

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JUROS SIMPLES E COMPOSTO

considerando esta convenção de sinais. Usaremos sempre a convenção de sinal negativo para VP e
em conseqüência, sinal positivo para FV. Veremos com detalhes este aspecto, no desenvolvimento
do curso.

Exemplos Práticos:

Qual o valor de resgate de uma aplicação de R$ 12.000,00 em um título pelo prazo de 8 meses à
taxa de juros composta de 3,5% a .m.?

Solução:

PV = R$ 12.000,00

n = 8 meses

i = 3,5 % a . m. FV = ?

FV= PV (1 + i) n FV= 12.000,00 (1+0,035)8

FV= 12.000,00 X 1,316 FV= R$ 15.801,71

Se uma pessoa deseja obter R$ 27.500,00 dentro de um ano, quanto deverá ela depositar hoje numa
poupança que rende 1.7% de juros compostos ao mês?

Solução:

FV = R$ 27.500,00

n = 1 ano (12 meses) i = 1.7% a . m.

PV = ?

PV = FV.

PV = 27.500,00.

PV = 27.500,00 (1 + i) n(1 + 0,017) 12 1,224

PV = 22.463,70

Exercícios Propostos 03:

Aplicando-se R$ 1.000,00 por um prazo de dois anos a uma taxa de 5% ao semestre, qual será o
montante no fim do período?

Resposta: R$ (?)

Exercícios Propostos 04:

Um capital de R$ 2.000.000,00 é aplicado durante um ano e três meses à taxa de 2% a.m. Quais os
juros gerados no período?

Resposta: R$ (?)

Exercícios Propostos 05:

Determinado capital aplicado a juros compostos durante 12 meses, rende uma quantia de juros igual
ao valor aplicado. Qual a taxa mensal dessa aplicação?

Resposta: R$ (?)

Exercícios Propostos 06:

Calcule o montante de R$1.000,00 aplicados a 10% a.a. durante 50 dias.

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JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Resposta: R$ (?)

Equivalência Financeira

Diz-se que dois capitais são equivalentes a uma determinada taxa de juros, se os seus valores em
um determinado período n, calculados com essa mesma taxa, forem iguais.

Exemplo 01:

1º Conjunto 2º Conjunto

Capital (R$) Vencimento Capital (R$) Vencimento

1.100,00 1 º a.a 2.200,00 1 º a.a

2.420,00 2 º a.a 1.210,00 2 º a.a

1.996,50 3 º a.a 665,5 3 º a.a

732,05 4 º a.a 2.196,15 4 º a.a

Verificar se os conjuntos de valores nominais, referidos à data zero, são equivalentes à taxa de juros
de 10% a.a.

Para o 1.º conjunto:

P0 = 1.100 x FAC (10%; 1) + 2.420 x FAC (10%; 2) +

+ 1.996,50 x FAC (10%; 3) + 732,05 x FAC (10%; 4)

P0 = 1.000 + 2.000 + 1.500 + 500

P0 = 5.000,00

Para o 2.º conjunto:

P0 = 2.200 x FAC (10%; 1) + 1.210 x FAC (10%; 2) +

+ 665,50 x FAC (10%; 3) + 2.196,15 x FAC (10%; 4)

P0 = 2.000 + 1.000 + 500 + 1.500

P0 = 5.000,00

Logo os dois conjuntos de capitais são equivalentes, pois P0 de um é igual ao P0 de

outro.

Exemplo 02 :

Seja um capital de R$ 10.000,00, que pode ser aplicado alternativamente à taxa de 2%

a.m ou de 24% a.a. Supondo um prazo de aplicação de 2 anos, verificar se as taxas são equivalen-
tes:

Solução:

Aplicando o principal à taxa de 2% a.m. e pelo prazo de 2 anos teremos:

J1 = R$ 10.000,00 x 0,02 x 24 = R$ 4.800,00

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JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Agora se aplicarmos o principal à taxa de 24% a.a. e pelo prazo de 2 anos teremos:

J2 = R$ 10.000,00 x 24 x 2 = R$ 4.800,00

OBS: Na utilização das fórmulas o prazo de aplicação (n) e a taxa (i) devem estar expressos na
mesma unidade de tempo. Caso não estejam, é necessário ajustar o prazo ou a taxa.

Descontos Simples

Existem dois tipos básicos de descontos simples nas operações financeiras: o desconto comercial e o
desconto racional. Considerando-se que no regime de capitalização simples, na prática, usa-se sem-
pre o desconto comercial, este será o tipo de desconto a ser abordado a seguir.

• Desconto Racional: Nesta modalidade de desconto a “recompensa pela liquidação do título antes de
seu vencimento é calculada sobre o valor a ser liberado (Valor Atual).Incorpora os conceitos e rela-
ções básicas de juros simples. Veja”:

J = P . i . n => D = VD . d . n

• Desconto Comercial: Nesta modalidade de desconto a “recompensa pela liquidação do título antes
de seu vencimento é calculada sobre o Valor Nominal do título. Incorpora os conceitos de juros ban-
cários que veremos detalhadamente a seguir”:

J = P . i . n => D = VN . d . n

Vamos considerar a seguinte simbologia:

N = valor nominal de um título. V = valor líquido, após o desconto.

Dc = desconto comercial. d = taxa de descontos simples. n = número de períodos.

Teremos:

V = N - Dc

No desconto comercial, a taxa de desconto incide sobre o valor nominal N do título.

Logo:

Dc = Ndn Substituindo, vem: V = N(1 - dn)

Exemplo:

Considere um título cujo valor nominal seja R$10.000,00. Calcule o desconto comercial a ser conce-
dido para um resgate do título 3 meses antes da data de vencimento, a uma taxa de desconto de 5%
a.m.

Solução:

V = 10000 . (1 - 0,05 . 3) = 8500

Dc = 10000 - 8500 = 1500

Resp: valor descontado = R$ 8.500,00; desconto = R$1.500,00

Desconto Bancário

Nos bancos, as operações de desconto comercial são realizadas de forma a contemplar as despesas
administrativas (um percentual cobrado sobre o valor nominal do título) e o IOF - imposto sobre ope-
rações financeiras. É óbvio que o desconto concedido pelo banco, para o resgate de um título antes
do vencimento, através desta técnica, faz com que o valor descontado seja maior, resultando num
resgate de menor valor para o proprietário do título.

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JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Exemplo:

Um título de R$ 100.000,00 é descontado em um banco, seis meses antes do vencimento, à taxa de


desconto comercial de 5% a.m. O banco cobra uma taxa de 2% sobre o valor nominal do título como
despesas administrativas e 1,5% a.a. de IOF. Calcule o valor líquido a ser recebido pelo proprietário
do título e a taxa de juros efetiva da operação

Solução:

Desconto comercial: Dc = 100000 . 0,05 . 6 = 30000

Despesas administrativas: da = 100000 . 0,02 = 2000

IOF = 100000 . (0,015/360) . 180 = 750

Desconto total = 30000 + 2000 + 750 = 32750

Daí, o valor líquido do título será: 100000 - 32750 = 67250 Logo, V = R$ 67.250,00

A taxa efetiva de juros da operação será: i = [(100000/67250) - 1].100 = 8,12% a. m.

Observe que a taxa de juros efetiva da operação, é muito superior à taxa de desconto, o que é am-
plamente favorável ao banco.

Duplicatas

Recorrendo a um dicionário encontramos a seguinte definição de duplicata: Título de crédito formal,


nominativo, emitido por negociante com a mesma data, valor global e vencimento da fatura, e repre-
sentativo e comprobatório de crédito preexistente (venda de mercadoria a prazo), destinado a aceite
e pagamento por parte do comprador, circulável por meio de endosso, e sujeito à disciplina do direito
cambiário.

Observação:

a) A duplicata deve ser emitida em impressos padronizados aprovados por Resolução do Banco
Central.

b) Uma só duplicata não pode corresponder a mais de uma fatura.


Considere que uma empresa disponha de faturas a receber e que, para gerar capital de giro, ela diri-
ja-se a um banco para trocá-las por dinheiro vivo, antecipando as receitas. Entende-se como duplica-
tas, essas faturas a receber negociadas a uma determinada taxa de descontos com as instituições
bancárias.

Exemplo:

Uma empresa oferece uma duplicata de R$ 50000,00 com vencimento para 90 dias, a um determina-
do banco. Supondo que a taxa de desconto acertada seja de 4% a. m. e que o banco, além do IOF de
1,5% a.a. , cobra 2% relativo às despesas administrativas, determine o valor líquido a ser resgatado
pela empresa e o valor da taxa efetiva da operação.

Solução:

Desconto comercial = Dc = 50000 . 0,04 . 3 = 6000

Despesas administrativas = Da = 0,02 . 50000 = 1000 IOF = 50000(0,015/360).[90] = 187,50

Teremos então:

Valor líquido = V = 50000 - (6000 + 1000 + 187,50) = 42812,50

Taxa efetiva de juros = i = [(50000/42812,50) - 1].100 = 16,79 % a.t. = 5,60% a.m. Resp: V = R$
42812,50 e i = 5,60 % a.m.

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JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Exercícios Propostos 07:

Um título de R$ 5.000,00 vai ser descontado 60 dias antes do vencimento. Sabendo-se que a taxa de
juros é de 3% a.m., pede-se calcular o desconto comercial e o valor descontado.

Resposta: R$ (?)

Exercícios Propostos 08:

Um banco realiza operações de desconto de duplicatas a uma taxa de desconto comercial de 12% a .
a., mais IOF de 1,5% a . a. e 2% de taxa relativa a despesas administrativas. Além disto, a título de
reciprocidade, o banco exige um saldo médio de 10% do valor da operação. Nestas condições, para
uma duplicata de valor nominal R$ 50000,00 que vai ser descontada 3 meses antes do vencimento,
pede-se calcular a taxa efetiva de juros da operação. Resposta: R$ (?)

Fluxo de Caixa

Conjunto de entradas e saídas de dinheiro (caixa) ao longo do tempo. Um diagrama de fluxo de caixa,
é simplesmente a representação gráfica numa reta, dos períodos e dos valores monetários envolvi-
dos em cada período, considerando-se uma certa taxa de juros i.

Traça-se uma reta horizontal que é denominada eixo dos tempos, na qual são representados os valo-
res monetários, considerando-se a seguinte convenção:

• dinheiro recebido seta para cima


• dinheiro pago seta para baixo.
Exemplo:

Veja o diagrama de fluxo de caixa a seguir:

O diagrama da figura acima, por exemplo, representa um projeto que envolve investimento inicial de
800, pagamento de 200 no terceiro ano, e que produz receitas de 500 no primeiro ano, 200 no se-
gundo, 700 no quarto e 200 no quinto ano.

Convenção: dinheiro recebido flecha para cima valor positivo

dinheiro pago flecha para baixo valor negativo

Vamos agora considerar o seguinte fluxo de caixa, onde C0, C1, C2, C3, ..., Cn são capitais referidos
às datas, 0, 1, 2, 3, ..., n para o qual desejamos determinar o valor presente (PV).

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JUROS SIMPLES E COMPOSTO

O problema consiste em trazer todos os capitais futuros para uma mesma data de referencia. Neste
caso, vamos trazer todos os capitais para a data zero. Pela fórmula de Valor Presente vista acima,
concluímos que o valor presente resultante - NPV - do fluxo de caixa, também conhecido como Valor
Presente Líquido (VPL), dado será:

Esta fórmula pode ser utilizada como critério de escolha de alternativas, como veremos nos exercí-
cios a seguir.

Exercícios:

1 - Numa loja de veículos usados são apresentados ao cliente dois planos para pagamento de um
carro:

Plano A: dois pagamentos, um de $ 1.500,00 no final do sexto mês e outro de $ 2.000,00 no final do
décimo segundo mês.

Plano B: três pagamentos iguais de $ 1.106,00 de dois em dois meses, com início no final do segun-
do mês.

Sabendo-se que a taxa de juros do mercado é de 4% a.m., qual o melhor plano de pagamento?

Solução:

Inicialmente, devemos desenhar os fluxos de caixa correspondentes:

Plano A:

Plano B:

Teremos para o plano A:

Para o plano B, teremos:

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JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Como o plano A nos levou a um menor valor atual (ou valor presente), concluímos que este plano A é
mais atraente do ponto de vista do consumidor.

Exercício:

1 - Um certo equipamento é vendido à vista por $ 50.000,00 ou a prazo, com entrada de $ 17.000,00
mais três prestações mensais iguais a $ 12.000,00 cada uma, vencendo a primeira

um mês após a entrada. Qual a melhor alternativa para o comprador, se a taxa mínima de atrativida-
de é de 5% a.m.?

Solução:

Vamos desenhar os fluxos de caixa:

À vista:

A prazo:

Vamos calcular o valor atual para esta alternativa:

Como o valor atual da alternativa a prazo é menor, a compra a prazo neste caso é a melhor alternati-
va, do ponto de vista do consumidor.

Exercício:

1 - Um equipamento pode ser adquirido pelo preço de $ 50.000,00 à vista ou, a prazo conforme o
seguinte plano:

Entrada de 30% do valor à vista, mais duas parcelas, sendo a segunda 50% superior à primeira, ven-
cíveis em quatro e oito meses, respectivamente. Sendo 3% a.m. a taxa de juros do mercado, calcule
o valor da última parcela.

Solução

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JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Teremos:

Resolvendo a equação acima, obtemos x = 19013,00

Portanto, o valor da prestação é $19013,00.

Exercício Proposto 09:

Uma loja vende determinado tipo de televisor nas seguintes condições: R$ 400,00 de entrada, mais
duas parcelas mensais de R$ 400,00, no final de 30 e 60 dias respectivamente. Qual o valor à vista
do televisor se a taxa de juros mensal é de 3% ?

Resposta: R$ (?)

Noção Elementar de Inflação e Saldo Médio Bancário

Outro conceito importante no estudo da Matemática Financeira é o de inflação.

Entenderemos como INFLAÇÃO num determinado período de tempo, como sendo o aumento médio
de preços, ocorrido no período considerado, usualmente medido por um índice expresso como uma
taxa percentual relativa a este mesmo período.

Para ilustrar uma forma simples o conceito elementar de inflação apresentamos acima, vamos consi-
derar a tabela abaixo, onde está indicado o consumo médio mensal de uma determinada família em
dois meses distintos e os custos decorrentes associados:

Indicadores Mês 01 Mês 02

Produto Quantidade Preço ($) Subtotal Preço ($) Subtotal

Arroz 5 kg 1,20 6,00 1,30 6,50

Carne 15 kg 4,50 67,50 4,80 72,00

Feijão 4 kg 1,69 6,76 1,80 7,20

Óleo 2 latas 2,40 4,80 2,45 4,90

Leite 20 litros 1,00 20,00 1,10 22,00

Café 1 kg 7,60 7,60 8,00 8,00

Açúcar 10 kg 0,50 5,00 0,65 6,50

Passagens 120 0,65 78,00 0,75 90,00

TOTAL ********** 195,66 ********** 217,10

A variação percentual do preço total desta cesta de produtos, no período considerado é igual a:

V = [(217,10 / 195,66) - 1] x 100 = 0,1096 = 10,96 %

Diremos então que a inflação no período foi igual a 10,96 %.

Notas:

a) Para o cálculo de índices reais de inflação, o número de itens considerado é bastante superior e

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JUROS SIMPLES E COMPOSTO

são obtidos através de levantamento de dados em determinadas amostras da população, para se


determinar através de métodos estatísticos, a "cesta de mercado", que subsidiará os cálculos;
b) A metodologia sugerida no exemplo acima é conhecida como método de Laspeyres ;
c) Podemos entender agora os motivos que determinam as diferenças entre os índices de inflação
calculados entre instituições distintas tais como FIPE, FGV, DIEESE, entre outras.

Juros e Saldo Médio em Contas Correntes

Vamos considerar o caso de uma conta corrente, da qual o cliente saca e deposita recursos ao longo
do tempo. Vamos ver nesta seção, a metodologia de cálculo do saldo médio e dos juros mensais
decorrentes da movimentação dessa conta.

As contas correntes associadas aos "cheques especiais" são exemplos corriqueiros da aplicação
prática da metodologia a ser apresentada.

Juros em contas correntes (cheques especiais)

Considere os capitais C1, C2, C3, ... , Ck aplicados pelos prazos n1, n2, n3, ... , nk, à taxa de juros
simples i. A fórmula abaixo, permite o cálculo dos juros totais J produzidos no período considerado:

J = i.(C1.n1 + C2.n2 + C3.n3 + ... + Ck.nk)

O cálculo dos juros pelo método acima (conhecido como "Método Hamburguês") é utilizado para a
determinação dos juros sobre os saldos devedores dos "cheques especiais".

Serie de Pagamentos

Série de pagamentos - é um conjunto de pagamentos de valores R1, R2, R3, ... Rn,

distribuídos ao longo do tempo correspondente a n períodos, podendo esses pagamentos

serem de valores constantes ou de valores distintos. O conjunto de pagamentos (ou recebimentos) ao


longo dos n períodos, constitui - se num fluxo de caixa. Vamos resolver a seguir, os problemas nos
quais R1 = R2 = R3 = ... Rn = R, ou seja: pagamentos (ou recebimentos) iguais.

Quando a série de pagamentos (ou recebimentos) se inicia um período após a data

zero, o fluxo recebe o nome de POSTECIPADO. Quando o início dos pagamentos ou recebimentos
ocorre na data zero, o fluxo recebe o nome de ANTECIPADO.

Exemplos:

1 - Pagamentos no início dos períodos: Fluxo ANTECIPADO

2 - Pagamentos no final dos períodos: Fluxo POSTECIPADO

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JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Fator de acumulação de capital – FAC

O problema a resolver é o seguinte:

Determinar a quantia S acumulada a partir de uma série uniforme de pagamentos iguais a R, sendo i
a taxa de juros por período

Vamos considerar dois casos: fluxo postecipado e fluxo antecipado.

NOTA: na calculadora HP12C, R é expressa pela tecla PMT (pagamentos periódicos).

Portanto R e PMT possuem o mesmo sentido, ou seja, a mesma interpretação. Da mesma forma, S
corresponde a FV na calculadora HP 12C.

A) Fluxo postecipado

Considere o fluxo de caixa postecipado a seguir, ou seja: os pagamentos são feitos nos finais dos
períodos.

Vamos transportar cada valor R para o tempo n, supondo que a taxa de juros é igual a i, lembrando
que se trata de um fluxo de caixa POSTECIPADO, ou seja, os pagamentos são realizados no final de
cada período.

Teremos:

S = R(1+i)n-1 + R(1+i)n-2 + R(1+i)n-3 + ... + R(1+i) + R

Colocando R em evidencia, teremos:

S = R[(1+i)n-1 + (1+i)n-2 + (1+i)n-3 + ... + (1+i) + 1]

Observe que a expressão entre colchetes é a soma dos n primeiros termos de uma progressão geo-
métrica de primeiro termo (1+i)n-1, último termo 1 e razão 1/(1+i).

Aplicando a fórmula da soma dos n primeiros termos de uma progressão geométrica, teremos:

Nota: em caso de dúvida, consulte sobre Progressão Geométrica (1+i)n-1 + (1+i)n-2 + (1+i)n-3 + ... +
(1+i) + 1 =

Substituindo o valor encontrado acima, vem finalmente que:

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JUROS SIMPLES E COMPOSTO

• o fator entre colchetes é denominado Fator de acumulação de capital – FAC(i,n).


• assim, teremos: S = R . FAC(i,n). Os valores de FAC(i,n) são tabelados. Na prática, utilizam-se as
calculadoras científicas ou financeiras, ao invés das tabelas.

Usando-se a simbologia adotada na calculadora HP 12C, onde R = PMT e S = FV, teremos a fórmula
a seguir:

Fator de valor atual – FVA

Considere o seguinte problema:

Determinar o principal P que deve ser aplicado a uma taxa i para que se possa retirar o valor R em
cada um dos n períodos subseqüentes.

Este problema também poderia ser enunciado assim: qual o valor P que financiado à taxa i por perío-
do, pode ser amortizado em n pagamentos iguais a R?

Fluxo postecipado (pagamentos ao final de cada período, conforme figura a seguir):

Trazendo os valores R para o tempo zero, vem:

O fator entre colchetes representa a soma dos n primeiros termos de uma progressão geométrica de
primeiro termo 1/(1+i), razão 1/(1+i) e último termo 1/(1+i)n.

Teremos então, usando a fórmula da soma dos n primeiros termos de uma progressão geométrica.

O fato r entre colchetes será então igual a:

Substituindo, vem finalmente:

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JUROS SIMPLES E COMPOSTO

• o fator entre colchetes é denominado Fator de valor atual – FVA(i,n);


• assim, teremos: P = R . FVA(i,n). Os valores de FVA(i,n) são tabelados;
• observe que P corresponde a PV e R corresponde a PMT na calculadora HP 12C.
Usando a simbologia da calculadora HP 12C, a fórmula acima ficaria:

Sistema De Amortização De Empréstimos

Sistema De Amortização Constante – (SAC)

Nesse sistema as parcelas de amortização são iguais entre si. Os juros são calculados a cada perío-
do multiplicando-se a taxa de juros contratada pelo saldo devedor existente no período.

• Amortização numa data genérica t


Os valores são sempre iguais e obtidos por A= P/n onde A1 = A2 = A3 = ... An = A = cte e n = prazo
total

Isso implica que a soma das n amortizações iguais seja:

• Saldo Devedor numa data genérica t


No sistema SAC o saldo devedor decresce linearmente em um valor igual à amortização A = P/n .
Assim, o saldo devedor, logo após o pagamento da prestação (AMORTIZAÇÃO + JUROS ) corres-
pondente, será:

Assim, o valor dos juros pagos na referida data será:

ou então:

Jt = Ai (n – t + 1)

Onde: n = prazo total

t = o momento desejado

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JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Somatório Dos Juros

Como a variação de juros no Sistema SAC se trata de uma progressão aritmética, o somatório dos
juros de um determinado período se faz utilizando a fórmula do somatório dos n termos de uma P.A.

Com isso:

Prestação Numa Data Genérica T

Soma-se a amortização do momento desejado (que é constante em todos os momentos) como os


juros referentes a este momento.

R1 A + J1

R2 A + J2

R3 A + J3

Rt A + Jt

Assim , o pagamento de um financiamento pelo sistema SAC, num prazo de n períodos e à uma taxa
i por período seria como o diagrama e a tabela abaixo:

DATA S aldo Devedor Juros Amortização P res tação

T P t = P t- 1 - A Jt = P t- 1 . i At = A = P / n Rt = A + Jt

0 P0=P - - -

1 P1=P–A J1 = P . i A1 = A R1 = A + J1

2 P2=P1–A J2 = P 1 . i A2 = A R2 = A + J2

3 P3=P2–A J3 = P 2 . i A3 = A R3 = A + J3

4 P t = P t- 1 – A Jt = P t- 1 . i At = A R4 = A + J4

n P n = P n- 1 – A Jn = P n- 1 . i An = A Rn = A + Jn

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JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Orde m de
Obte nção
2.º 3.º 1.º 4.º
das Parc e las

Vejamos agora um exemplo numérico:

P = $ 1.000,00

n = 4 prestações i = 2% a.p.

t Saldo Devedor Amortização Juros P res tação

0 1.000,00 - - -

1 750,00 250,00 20,00 270,00

2 500,00 250,00 15,00 265,00

3 250,00 250,00 10.00 260,00

4 0,00 250,00 5,00 255,00

Sistema De Prestações Constantes - (PRICE) Prestação Numa Data Genérica T

No sistema PRICE a prestação é constante e em qualquer data t o seu valor é dado por:

Rt = R1 = R2 = ... = Rn = cte.

Rt = R = P x FPR(i,n) = constante

Juros Numa Data Genérica T

Os juros de um determinado período são calculados sobre o saldo devedor do período anterior.

Ou Jt = Rt - At Rt = R = cte.

Jt = R - At

Ou Jt = R - At = R - A1(1 + i)t-1 A1 = R – J1 = R – P.i

Assim: Jt = R – ( R – P.i ) ( 1 + i )t-1

Amortização numa data genérica t

No sistema PRICE o crescimento das amortizações é exponencial ao longo do tempo.

Dado que At=R – Jt e J= P.i, então:

DATA 1 – final do 1.º período

Juros = J1 = P.i

Amortização = A1 = R – J1 = ( R - P.i)

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JUROS SIMPLES E COMPOSTO

DATA 2 – final do 2.º período

Juros = J2 = P1.i = [ P (1 + i) – R ].i = [ P (1 + i).i – R.i ]

Amortização = A2 = R – J2 = R - P.( 1 + i).i + R = R.(1 + i ) – P.(1 + i).i

= (R – P.i) . (1 + i) = A2 = A1 (1 + i)

DATA 3 – final do 3.º período

Juros = J3 = P2.i = P.i – A1.i – A1 (1 + i).i

Amortização = A3 = R – J3 = R - [P.i – A1.i - A1 (1 + i).i] A3 = (R - P.i) + A1.i + A1 (1 + i).i

= A1 + A1.i + A1 (1 + i).i

= A1 (1 + i) + A1 (1 + i).i

= A1 (1 + i).(1 + i)

A3 = A1 (1 + i)2

Então teríamos:

A2 = A1 ( 1 + i ) A3 = A1 ( 1 + i )2 A4 = A1 ( 1 + i )3

... ..... ... An = A1 ( 1 + i )n-1

O que comprovaria a expressão:

At = A1.(1 + i)t-1 ; para uma data genérica t ou At = A1. FPS(i%, ( t - 1))

Para testar a consistência da fórmula acima:

A1 = 22.192 t=3

i = 8% a.a. A3 = ?

At = A1.(1 + i)t-1 A3 = 22.192.(1 + 0,08)2 A3 = 22.192 x 1,1664 = 25.884,75

Ou

At = A1 x FPS [ i , (t-1) ] pois (1 + i)t-1 = FPS [ i , (t-1) ] desse modo, no exemplo

anterior teríamos:

A3 = 22.192 x FPS( 8%,2) = 22.192 x 1,1664 = 25.884,75

Saldo Devedor numa data genérica t

O Saldo devedor de um determinado período é dado pela diferença entre o saldo devedor do período
anterior e a amortização do período.

Assim para um empréstimo P ;a taxa de juros i por período com um prazo de N períodos ; podería-
mos elaborar seguinte

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JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Saldo Devedor Juros P res taçõ es Cons Amortização


tantes
Datas

(t ) P t = P t- 1 - At Jt = P t- 1 . i Rt = R At = R – Jt

0 Po=P - - -

1 P 1 = P – A1 J1 = P .i R A1 = R – J1

2 P 2 = P 1 – A2 J2 = P 1.i R A2 = R – J2

3 P 3 = P 2 – A3 J3 = P 2.i R A3 = R – J3

T P t = P t- 1 – At Jt = P t- 1.i R At = R – Jt

. .... .... .... ....

N P n = P n- 1 – An Jn = P n- 1.i R An = R – Jn

n R n.R t n

TOTAIS Jt n.R P At P

1 t 1

Ordem de
obtenção
4.º 2 .º 1.º 3 .º
de parcelas

Vejamos agora um exemplo numérico:

P = 1.000,00

i = 2% a.p.

n = 4 prestações

t Saldo Devedor Amortização Juros P res tação

0 1.000,00 - - -

1 757,38 242,62 20,00 262,62

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JUROS SIMPLES E COMPOSTO

2 509,91 247,47 15,15 262,62

3 257,49 252,42 10,20 262,62

4 - 257,49 5,15 262,62

Um financiamento pelo Sistema Price pode ser calculado utilizando-se máquinas financeiras, pois
suas prestações são constantes.

Sistema De Amortização Mista – (SAM)

Aqui o valor da prestação é obtido através da média aritmética das prestações obtido através do sis-
tema PRICE e SAC.

Ex.:

P = 1.000,00 i = 8 % a.a. n = 4 anos

S IS T. P RICE

ANO Juros P res tação Amotização S aldo Final

S A LDO
DEVEDOR

1.000,00

1 1.000,00 80,00 301,92 221,92 778,08

2 778.08 62,25 301,92 239,67 538,41

3 538,41 43,07 301,92 258,85 279,56

4 270,56 22,36 301,92 279,56

S IS T. SAC

ANO Juro s P res tação Amotização S aldo Final

S A LDO
DEVEDOR

1.000,00

1 100,00 80,00 330,00 250,00 750,00

2 750,00 60,00 310,00 250,00 500,00

3 500,00 40,00 290,00 250,00 250,00

4 250,00 20,00 270,00 250,00

SIST. SAM

Ano P res t . P RICE P REST. SAC S OMA P REST. S AM

1 301,92 330,00 631,92 315,96

2 301,92 310,00 611,92 305,96

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JUROS SIMPLES E COMPOSTO

3 301,92 290,00 591,92 295,96

4 301,92 270,00 571,92 285,96

Essa modalidade de pagamento é conhecida como Sistema de Amortização Mista

(SAM) e vem sendo utilizada na liquidação de financiamento imobiliário.

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OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

Operações com Mercadorias

Mercadoria representa o objeto comercializado pelas empresas. A natureza comercial de cada empresa
deve estar relacionada no estatuto social, respeitando a sua atividade fim. Normalmente estas merca-
dorias representam o estoque para a revenda e são denominadas de “bens de venda”.

A lei 6.404/76 estabelece que o estoque de mercadoria deva ser avaliado pelo custo de aquisição ou
pelo valor de mercado, dos dois o menor valor. Quando o valor de mercado é menor que o custo de
aquisição, a empresa, prudentemente, deverá registrar uma provisão para ajuste do estoque ao valor
de mercado; esta conta é redutora do ativo circulante estoque.

Segundo as normas contábeis existem dois métodos que podem ser adotados pelas empresas para o
registro das operações envolvendo mercadorias. São os seguintes:

Conta Mista: consiste na adoção de uma só conta, que exerce a função de uma conta patrimonial, por
que a conta registra o valor do estoque inicial e estoque final, figurando no balanço patrimonial como
as demais contas do ativo. Cria-se a conta mercadorias que ao mesmo tempo exercerá a função de
conta de resultado, pois nela também são registradas as compras, devolução de compras, vendas,
devolução de vendas, etc. Permitindo assim apurar-se por meio dela o resultado bruto ou o resultado
com mercadorias no exercício.

Estoque Inicial

Representa o saldo da conta Mercadorias em estoque no encerramento do exercício anterior que é o


mesmo do início do exercício atual. No início do exercício é reconhecida contabilmente a transferência
do estoque inicial para a conta mercadorias:

D – Mercadorias

C – Estoque Inicial

Compras de Mercadorias

Representa as entradas de mercadoria no estoque, pelo seu valor líquido. Todas as compras serão
lançadas a débito da conta Mercadorias, pois estão aumentando o seu saldo tendo como contrapartida
lançamentos a crédito da forma de pagamento que pode ser: “Caixa, Banco, ou Contas a Pagar, etc”

D – Mercadorias

C – Caixa / Banco / Contas a Pagar / fornecedor

Estoque Final

Representa o valor final no estoque da empresa no encerramento do período social, é levantado o valor
por meio de um inventário físico da existência dos bens que se encontram em estoque e o valor será
lançado a débito da conta patrimonial Estoque Final, e em contrapartida a crédito da conta Mercadorias.

D – Estoque Final

C – Mercadorias

Venda de Mercadorias

Representa a saída de mercadoria do estoque lançada a crédito da conta Mercadorias Mista, tendo
como contrapartida lançamentos a débito da forma da venda, a vista ou a prazo, podendo ser as contas
Caixa, Bancos, Contas a Receber, clientes etc.

D – Caixa / Bancos / Contas a Receber

C – Mercadorias

Exemplo prático:

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OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

Uma empresa possuía um estoque inicial de $ 100, e efetuou $ 400 de compras de mercadorias a
prazo, teve vendas a vista de $ 700, restando ao final do período social um estoque de $ 300.

Pelo método da conta mista, somente pela conta “mercadoria” poderemos apurar o Resultado com
mercadoria ao final do período.

1 – transferir o saldo do estoque inicial para a conta mercadorias:

Mercadorias

“a” Estoque inicial 100,

2 – registrar a entrada das mercadorias compradas a prazo:

Mercadoria

“a” fornecedores 400,

3 – registrar a venda a vista de mercadoria por $ 700:

Caixa

“a” Mercadoria 700,

4 – registrar o registro do inventário final do estoque:

Estoque final

“a” Mercadoria 300,

Mercadorias

DÉBITO CRÉDITO
100, (1) 700, (3)
400, (2) 300, (4)
500,00 lucro
Neste exemplo teremos um estoque final de $300, no balanço patrimonial e um resultado como merca-
dorias ou um lucro bruto de $500, credor, ou seja, a empresa teve um lucro com as vendas de $500.

As operações que reduzem as vendas como, por exemplo, devoluções de venda, descontos incondici-
onais concedidos, entrarão na conta mercadoria com saldo devedor, diminuindo o valor da caixa; en-
quanto que as operações que reduzem as compras entrarão com saldo credor tendo como contrapar-
tida a conta “fornecedor”.

Conta Desdobrada: consiste em desdobrar a conta de mercadoria em tantas contas forem necessárias,
para a contabilização isolada de cada tipo de fato que envolva as operações com mercadorias.

Exemplo prático:

Uma empresa possuía um estoque inicial de $ 100, e efetuou $ 400 de compras de mercadorias a
prazo, teve vendas a vista de $ 700, restando ao final do período social um estoque de $ 300.

Registro da compra a prazo:

D – Compra de mercadorias 400,

C – Contas a pagar 400,

2) Registro da venda a vista:

D – Caixa 700

C – Receita de Vendas com mercadoria 700

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OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

3) Cálculo do CMV:

CMV = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final

CMV = 100 + 400 – 300

CMV = 200

4) Atualização do estoque:

D – CMV 200,

C – Estoque 200,

5) Apuração do Resultado Com Mercadorias

5.1 – Transferência da receita com vendas para o RCM

D – Receitas com vendas 700,

C – RCM 700,

5.2 – Transferência do CMV para o Resultado

D – RCM 200,

C – CMV 200,

RESULTADO COM MERCADORIAS

DÉBITO CRÉDITO
200, (5.2) 700 (5.1)
500,00 lucro
Observações:

Quando a empresa calcular o CMV, deve ser feito o registro contábil do fato da seguinte forma:

Transferência do estoque inicial para o CMV:

D – CMV 100,

C – Estoque inicial 100,

Transferência das compras para o CMV:

D – CMV 400,

C – Compras 400,

Registro do estoque final inventariado para o CMV:

D – Estoque final 300,

C – CMV 300,

(O estoque final é inventariado por meio de contagem física ou apurado mediante fichas de controle).

Inventário

O inventário é a ferramenta que a empresa possui para atualizar o valor do seu estoque em uma de-
terminada data e verificar a existência física de um bem; pode ser efetuado de duas maneiras:

Inventário Periódico – Ocorre quando a empresa efetua uma venda sem um controle do estoque per-
manente e, portanto, sem registrar o Custo das Mercadorias Vendidas no momento da venda. Quando

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OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

é necessário apurar o Resultado obtido com a venda das Mercadorias (RCM), é feito um levantamento
físico para avaliação do estoque de mercadorias existente naquela data; e pela diferença entre o total
das mercadorias (que a empresa possuía e que comprou no período) e esse estoque final obtemos o
custo das mercadorias vendidas (CMV) nesse período.

Com esse sistema a empresa passa a elaborar o inventário físico somente no final de um período,
normalmente um ano, com o término do exercício social. O valor encontrado será representado no
Balanço Patrimonial, na conta estoque de mercadorias. O CMV é calculado pela seguinte fórmula:

CMV = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final

Exemplo:

“Uma empresa possuía em 01/01/2004, estoque inicial no valor de R$ 300.000, Durante o ano, realizou
compras que totalizaram de R$ 1.000.000. O estoque final em 31/12/04 foi avaliado em R$ 200.000.
As vendas foram de R$ 1.200.000”.

CMV = EI + C – EF

CMV = 300.000 + 1.000.000 – 200.000

CMV = R$ 1.100.000

RCM = Vendas – CMV

RCM = 1.200.000 – 1.100.000

RCM = R$ 100.000

RCM = resultado com mercadorias

CVM = custo da mercadoria vendida

Inventário Permanente – Ocorre quando a empresa controla de forma contínua o estoque de mercado-
rias, dando-lhe baixa, em cada venda, pelo custo dessas Mercadorias Vendidas (CMV). Esse controle
é efetuado sobre as mercadorias vendidas (CMV) e sobre as mercadorias que não foram vendidas
(estoque final). Pela Soma dos Custos de todas as Vendas, teremos o Custo das Mercadorias Vendidas
(CMV) total do período.

Ao utilizar esse sistema de controle de estoque, a empresa passa a controlar permanentemente o seu
estoque de mercadorias, fazendo uma nova avaliação a cada operação que modifique o saldo de uma
conta; existe um acompanhamento contínuo dos bens em estoque.

Este método de controle de estoque é conhecido como método das fichas, pois cada bem deverá ter
uma ficha e esta será atualizada após cada transação, apresentando tempestivamente a evolução da
conta.

No método de inventário permanente são efetuados dois lançamentos no momento da venda, um para
reconhecer a receita e outro para baixar o estoque, conforme se segue:

Lançamento para reconhecer a receita – venda a vista

D – Caixa (BP)

C – Vendas de Mercadorias (DRE)

Lançamento para atualizar o estoque

D – Custo da Mercadoria Vendida (DRE)

C – Estoque de Mercadoria (BP)

Resultado com Mercadorias

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OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

O resultado da negociação com as mercadorias, pode ser apurado na DRE, onde é chamado resultado
bruto com mercadorias é encontrado pela equação:

RCM = Vendas líquidas – Custo das Mercadorias Vendidas (CMV)

O resultado com mercadorias somente considera as receitas e as despesas, custos e deduções relaci-
onadas com a mercadoria negociada pela empresa; no seu cálculo não entram as demais receitas ou
despesas operacionais ou não.

Vendas Líquidas:

Venda líquida representa o resultado das vendas brutas menos as deduções sobre as vendas. Entende-
se por dedução os impostos incidentes sobre as vendas, as vendas canceladas, os descontos incondi-
cionais concedidos e as devoluções de vendas. A venda líquida é calculada pela seguinte equação:

Vendas líquidas =

Vendas brutas

(-) devolução de vendas

(-) vendas canceladas

(-) Icms sobre vendas

(-) Pis/Cofins sobre venda

(-) descontos comerciais concedidos

(-) descontos incondicionais concedidos

(-) abatimentos sobre vendas

Exemplo:

Uma empresa vendeu R$ 200.000,00 em mercadorias a vista, com incidência de Icms de R$ 20.000,00,
PIS de R$ 10.000,00. Devido a um defeito na mercadoria a empresa deu um abatimento de R$
30.000,00 no momento da venda. Calcule o valor da Receita Líquida de Vendas.

Receita bruta = 200.000

(-) Icms sobre vendas = (20.000)

(-) Pis sobre faturamento = (10.000)

(-) Abatimento concedido = (30.000)

= Receita Líquida de Venda = 140.000

b) Custo da mercadoria Vendida:

Representa quanto custou para a empresa a mercadoria que foi vendida no período. É importante
ressaltar que para o cálculo do CMV não é necessário saber o preço de venda.

Na prática a empresa analisa quanto tinha de mercadoria no estoque, soma a este saldo quanto com-
prou no período e retira quanto ainda tem no estoque, o saldo final representa o total do custo de
mercadoria vendida.

O CMV é uma despesa e na apuração do resultado será deduzido da receita líquida de vendas. É
calculado pela seguinte fórmula:

CMV = ESTOQUE INICIAL + COMPRAS LÍQUIDAS – ESTOQUE FINAL

c) Compras líquidas:

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OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

A empresa para praticar os seus atos comerciais deve primeiramente comprar as mercadorias objeto
da negociação. Esta compra pode ser a vista tendo como contrapartida um saque no disponível ou a
prazo criando assim uma obrigação.

O valor líquido das compras deverá ser calculado a partir das compras brutas adicionando as despesas
que geralmente constam da nota fiscal, (frete, seguro e impostos não recuperáveis) e diminuindo os
impostos recuperáveis, os descontos obtidos, as devoluções de compras as compras canceladas.

Para calcular o valor das compras líquidas deve-se aplicar a seguinte equação:

Compras líquidas = compras brutas

(+) frete sobre compras

(+) seguro sobre compras

(+) carga e descarga de mercadorias compradas

(-) descontos e abatimentos obtidos na compra

(-) desconto comercial obtido

(-) devolução de compras

(-) compras canceladas

(-) impostos recuperáveis (Icms sobre compras)

O valor apurado como compra líquida entrará no cálculo do CMV – Custo das Mercadorias Vendidas.

d) Terminologia aplicada às operações com mercadorias:

Descontos Comerciais Obtidos

São descontos obtidos junto ao fornecedor no ato da negociação das compras, representam uma re-
ceita para a empresa, e estará incluído na nota fiscal, também conhecido como desconto incondicional
obtido.

Descontos Comerciais Concedidos

São os descontos que a empresa dá ao seu cliente, serão incluídos na nota fiscal e representam uma
dedução da receita bruta. Também e chamado de desconto incondicional concedido.

Devoluções de Compras

Mercadoria que a empresa comprou e posteriormente devolveu por algum motivo específico ao seu
fornecedor, normalmente será necessário efetuar um lançamento cancelando a compra.

Devoluções de Vendas

Esta conta representa a parcela das vendas efetuadas pela empresa que o cliente devolveu por algum
motivo. Será apresentada na DRE como dedução da receita bruta.

Gastos com Transportes e Seguro na Compra

Representa os fretes, seguros, e outros custos adicionais que são incorporados ao custo das merca-
dorias adquiridas, no ato das compras, e que são de responsabilidade do comprador, o frete e o seguro
na venda serão considerados uma despesa operacional.

Gastos com Fretes e Seguros na Venda

Representam uma despesa operacional para a empresa, não estão relacionados com a receita líquida
de venda, pois são benefícios que a empresa vendedora concede aos seus clientes.

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OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

Impostos e Taxas Sobre Vendas

Os impostos que incidem sobre as vendas têm uma conotação de representarem uma despesa para
empresa, pois os valores estão incluídos na receita bruta, entretanto a empresa deverá repassar ao
poder público. São apresentados na DRE como dedução da receita bruta, a sua contrapartida é uma
obrigação no Passivo.

Impostos e Taxas Sobre Compras

Os impostos que incidem sobre as compras em regra são ICMS, PIS, Cofins, IPI, e quando não cumu-
lativos são recuperáveis, se tornando um direito, pois a empresa compradora poderá abater o valor
pago na compra do valor que será recolhido aos cofres público no momento da venda.

Quando o imposto não é recuperável ele é um custo para a empresa, pois estará compondo o valor da
mercadoria comprada. Não existindo neste caso o direito de recuperar o imposto.

Impostos que Afetam as Mercadorias

Além dos fatos administrativos como frete, seguro etc. que alteram os valores das mercadorias existem
ainda os impostos e as contribuições que incidem sobre as mesmas.

Os impostos mais comuns são: ICMS, IPI, ISS, PIS sobre faturamento e COFINS.

ICMS - Imposto sobre Operações Relativas a Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Ser-
viços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação.

É um imposto de esfera estadual, considerado imposto por dentro, pois seu valor já está embutido no
preço de compra ou venda e é um imposto não cumulativo, isto é, o imposto incidente de uma operação
(Compra) será compensado do imposto incidente da operação subsequente (venda).

O ICMS incide sobre a circulação de mercadorias e determinados serviços, como o de transporte, ener-
gia e telecomunicações. Sua regulamentação constitucional está prevista na Lei Complementar
87/1996 (a chamada “Lei Kandir”), alterada posteriormente pelas Leis Complementares 92/97, 99/99 e
102/2000.

Na compra o ICMS representa um direito da empresa (ativo) e na venda uma obrigação (passivo) junto
ao governo. Deverá ser calculado mensalmente e recolhida a diferença nos primeiros dias do mês
subsequente. Ao final do exercício social serão contabilizado todos os recolhimentos e fechado saldo
da conta.

O ICMS é calculado mediante a aplicação de um percentual sobre o valor da mercadoria ou do serviço,


podendo variar de acordo com a mercadoria e o Estado. A legislação fiscal determina que o ICMS deva
ser contabilizado separadamente do valor da mercadoria, normalmente com as contas: ICMS a reco-
lher, ICMS a recuperar, ICMS sobre vendas e ICMS sobre compras.

Exemplo:

Uma empresa comprou R$ 100.000,00 em mercadorias com ICMS de R$ 20.000,00. Posteriormente


vendeu toda mercadoria comprada por R$ 250.000,00 com ICMS de R$ 50.000,00.

registro da compra

D – estoque = 80.000

D – ICMS a recuperar = 20.000

C – Banco = 100.000

b) registro da venda

D – caixa = 250.000

D – CMV = 80.000

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OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

D – ICMS sobre vendas = 50.000

C – ICMS a recolher = 50.000

C – estoque = 80.000

C – vendas de mercadorias = 250.000

De acordo com o exemplo esta empresa teve como despesa com o ICMS na operação um valor de R$
50.000,00, contudo como havia pagado R$ 20.000,00 no 0momento da compra somente deverá reco-
lher aos cofres públicos a diferença de R$ 30.000,00. Este direito é caracterizado pela não cumulativi-
dade do imposto.

ICMS –

Imposto por dentro;

Recuperável ou não cumulativo;

Na compra gera um direito – Icms a recuperar;

Na venda gera uma dedução de receita e uma obrigação – Icms sobre vendas e Icms a recolher;

Tributo de incidência estadual.

IPI - Imposto Sobre Produtos Industrializados

É um imposto de competência Federal exigido das empresas industriais. O seu valor não está embutido
no valor de venda, devendo ser incluído no valor final da nota fiscal da operação, aumentando o valor
a pagar pelo comprador, assim como o ICMS é um imposto não cumulativo para as indústrias, isto é, o
imposto incidente de uma operação (Compra) será compensado com o valor do imposto incidente da
operação subsequente (venda).

Nas operações de compra de mercadoria por parte das empresas comerciais, em geral o IPI é um
imposto cumulativo, ou seja, quando uma empresa compra uma mercadoria para revendê-la o IPI será
considerado um custo não sendo recuperável no momento da venda. O IPI é considerado um imposto
por fora, ele não está incluído no valor nominal da operação, entretanto estará apresentado na nota
fiscal da negociação.

Exemplo:

Uma empresa comercial adquire R$ 200.000,00 em mercadorias de uma indústria, com IPI incluso na
nota fiscal de RS 20.000,00. A mercadoria foi vendida por R$ 400.000,00

registro da compra

D – estoque = 220.000

C – banco = 220.000

Obs: neste caso o IPI é por fora do valor da mercadoria e não é recuperável, sendo tratado como custo
da mercadoria comprada.

b) registro da venda

D – caixa = 400.000

D – CMV = 220.000

C – estoque = 220.000

C – venda de mercadoria = 400.000

IPI – Imposto por fora;

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OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

Geralmente é não recuperável ou cumulativo;

Na compra é um custo, quando não recuperável;

Se recuperável, na compra gera um direito IPI a recuperar;

Na venda é uma dedução do faturamento que gera uma obrigação – IPI sobre faturamento e IPI a
recolher;

Tributo de incidência federal.

ISS - Imposto sobre serviço de qualquer natureza.

É um imposto de competência Municipal, cobrado sobre prestadores de serviços, pode ter sua alíquota
diferenciada de um Município para outro. Representa uma dedução do preço total da Receita de Ser-
viços Prestados.

Esse imposto é específico das empresas prestadoras de serviços; entretanto, algumas empresas co-
merciais, além de vender mercadorias, também pode prestar algum tipo de serviço pagando ISS sobre
a receita desse serviço.

A alíquota e a base de cálculo do Imposto sobre Serviços podem ser diferentes em cada cidade do
país, pois dependem da legislação municipal. Entretanto a Emenda Constitucional 37/2002 determina
a aplicação da alíquota mínima do ISS em de 2% (dois por cento), e a Lei Complementar 116/2003 es-
tabelece a alíquota máxima de incidência do ISS foi em 5%, ou seja, a alíquota mínima é de 2% e a
máxima é de 5%.

O ISS será apresentado na DRE como dedução das receitas brutas e terá como contrapartida uma
obrigação no passivo circulante.

Exemplo:

Uma empresa prestou um serviço e recebeu a vista R$ 70.000,00 com incidência de ISS de 5%.

D – caixa = 70.000

D – Imposto Sobre Serviço = 3.500

C – ISS a recolher = 3.500

C – Venda de serviço = 70.000

PIS/COFINS sobre faturamento - Plano de Integração Social / Contribuição para Financiamento da Se-
guridade Social

A base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins é o faturamento mensal, que corresponde
à receita bruta, assim entendida a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrele-
vante o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas.

Para fins de determinação da base de cálculo, podem ser excluídos do faturamento, quando o tenham
integrado, os valores:

Das receitas isentas ou não alcançadas pela incidência da contribuição ou sujeitas à alíquota 0 (zero);

Das vendas canceladas;

Dos descontos incondicionais concedidos;

Do IPI;

Do ICMS, quando destacado em nota fiscal e cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos servi-
ços na condição de substituto tributário;

Das reversões de provisões;

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OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

Das recuperações de créditos baixados como perdas, que não representem ingresso de novas receitas;

Dos resultados positivos da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido;

Dos lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham
sido computados como receita;

Das receitas não-operacionais, decorrentes da venda de bens do ativo permanente.

Segundo a legislação especifica o PIS/COFINS pode ter um regime de incidência cumulativa (não re-
cuperável) ou não cumulativa (recuperável), com alíquotas diferenciadas de acordo com o regime ado-
tado.

As alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, no regime de incidência cumulativa, ou


seja, não recuperável são, respectivamente, de sessenta e cinco centésimos por cento (0,65%) e de
três por cento (3%).

As alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, com a incidência não-cumulativa, ou seja,


recuperável, são, respectivamente, de um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento (1,65%) e
de sete inteiros e seis décimos por cento (7,6%).

A apuração e o pagamento da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins serão efetuados mensal-


mente, de forma centralizada, pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica. O pagamento deverá
ser efetuado até o último dia útil do 2º (segundo) decêndio subsequente ao mês de ocorrência dos fatos
geradores.

No registro da apuração do PIS/COFINS sobre faturamento as contas serão apresentadas na DRE


como dedução das receitas e terão como contrapartida uma obrigação no passivo circulante.

Exemplo:

Uma empresa faturou no mês R$ 5.000.000,00 e terá que recolher como PIS/COFINS 3,65%.

D – Pis/Cofins sobre faturamento = 182.500

C – Pis/Cofins a recolher = 182.500

PIS/COFINS – Podem ser recuperáveis ou não;

Se recuperáveis na compra geram um direito – Pis/Cofins a recuperar;

Se não recuperáveis serão considerados custo na compra;

Na venda são deduções das receitas e geram uma obrigação – Pis/cofins sobre vendas e Pis/Cofins a
recolher;

Tributos de incidência federal.

Classificação das Contas que Representam Tributos:

Icms sobre compras = direito – ativo circulante

Icms a recuperar = direito – ativo circulante

Icms sobre vendas = dedução das receitas – DRE

Icms a recolher = obrigação – passivo circulante

Pis/Cofins sobre compras = em regra é um direito – ativo circulante

Pis/cofins a recuperar = é um direito – ativo circulante

Pis/Cofins sobre vendas = dedução das receitas – DRE

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OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

Pis/Cofins a recolher = obrigação – passivo circulante

IPI sobre compras = em regra é um custo – CMV

IPI a recuperar = é um direito – ativo circulante

IPI sobre faturamento = dedução do faturamento bruto – DRE

IPI a recolher = obrigação – passivo circulante

ISS sobre compras de serviços = custo – despesas

ISS sobre vendas de serviço = dedução das receitas – DRE

ISS a recolher = obrigação – passivo circulante

ICMS conta corrente = pode ser tanto do ativo como do passivo, neste caso deve-se atentar para o
saldo final da conta:

- ICMS conta corrente saldo credor = passivo circulante

- ICMS conta corrente saldo devedor = ativo circulante

Critérios de Avaliação do Estoque

Uma empresa pode adquirir os mesmos tipos de mercadorias em datas diferentes, pagando por elas
preços variados. Assim, para determinar o custo dessas mercadorias estocadas e das mercadorias que
foram vendidas, precisamos adotar algum critério. Os critérios mais conhecidos para avaliação de es-
toque são: Preço Específico, PEPS, UEPS e Preço Médio Ponderado.

Na avaliação do estoque (quanto a empresa tem financeiramente no estoque), não é necessário levar
em consideração o preço de venda, e sim somente quanto é que custaram as mercadorias vendidas

Tipos de avaliação do estoque:

Preço Específico – Este critério é utilizado quando é possível fazer a determinação do preço específico
de cada unidade em estoque pelo seu valor de compra, e neste caso pode-se dar baixa em cada venda
pelo valor de custo da unidade, com isto, o valor do estoque final será a soma de todos os custos
específicos de cada unidade ainda existente.

Tal tipo de apropriação de custo, entretanto, somente é possível em alguns casos, onde a quantidade,
ou o valor, ou a própria característica da mercadoria o permite (comércio de carros usados, imóveis).
Na maioria das vezes não é possível ou economicamente conveniente a identificação do custo especí-
fico de cada unidade, principalmente no caso onde existe uma movimenta grande no estoque.

Por exemplo:

Uma empresa compra 4 imóveis para revender, sendo o custo unitário, de acordo com a data da com-
pra, o seguinte:

Apto 1 – R$ 300.000

Apto 2 – R$ 500.000

Apto 3 – R$ 180.000

Apto 4 – R$ 600.000

Neste caso a empresa não pode trabalhar com um valor médio e nem estipular um valor de entrada,
ela deve computar o custo pelo valor específico de cada imóvel.

Caso a empresa venda o apartamento 2 por R$ 700.000,00, ela irá apurar um lucro bruto de R$
200.000,00. Se vender o apartamento 1 por R$ 280.000,00 irá apurar um resultado bruto negativo de
R$ 20.000,00. O preço específico é o valor pago pela mercadoria.

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OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

Ao apurar a DRE após as vendas, a empresa apresentaria, sem incidência de tributos, o seguinte re-
sultado com mercadorias:

Receita bruta de vendas = 980.000

(-) Custo da mercadoria vendida = 800.000

(=) Resultado com mercadorias = lucro bruto = 180.000

b) PEPS – Com base nesse critério, a empresa baixa do seu estoque custo da mercadoria vendida da
seguinte maneira: a primeira mercadoria que entra é a primeira que sai. Assim, à medida que ocorrerem
as vendas, a empresa vai dando baixa no estoque a partir das primeiras compras, o que equivaleria ao
raciocínio de que vendemos primeiro as primeiras unidades compradas. Em Inglês é conhecido com
FIFO.

c) UEPS – A Última mercadoria a entrar é a primeira a sair, este método não é aceito pela Receita
Federal. O uso deste método apresenta um resultado operacional menor, pois o custo da mercadoria
sempre será o valor pago pela última compra, que tende, em período inflacionário, ser maior que o
valor das primeiras compras; também é conhecido como FIFO.

d) Média ponderada móvel ou Custo Médio – Chama-se Ponderada Móvel, pois o valor médio de
cada unidade em estoque altera-se pela compra de outras unidades por um preço diferente. Assim, ele
será calculado dividindo-se o custo total do estoque pelas unidades existentes. É aceito pela Receita
federal em casos específicos de fabricação nas indústrias, normalmente para uma linha de produção
que não ultrapasse o exercício social.

Exemplo de controle de estoque: Uma empresa apresentouas seguintes movimentações na conta es-
toque de mercadoria, em determinado mês:

Dia 5: compra de 10 unidades por R$ 25,00 cada;

Dia 10: venda de 4 unidades pelo preço de R$ 35,00 cada;

Dia 15: venda de mais 5 unidades por R$ 40,00 cada;

Dia 20: compra de 5 unidades por R$30,00 cada unidade;

Dia 25: venda de 10 unidades por R$ 40,00 cada.

A seguir será exemplificado como é feito o controle do estoque, nas fichas permanentes da empresa,
pelos três métodos de controle.

Utilizando o Custo Médio:

Data transação Compras ven- Sal-


das dos
Qde Unit Total Qde Unit Total Qde Unit Total
Saldo inicial 10 20,00 200,00
5 Compra 10 25,00 250,00 20 22,50 450,00
10 Venda 4 22,5 90 16 22,50 360,00
15 Venda 5 22,5 112,5 11 22,50 247,50
20 Compra 5 30 150 16 24,80 397,50
25 Venda 10 24,8 248 6 24,80 149,50
15 400,00 19 450,50 6 149,50
CMV = R$ 450,50 (90,00 + 112,50 + 248,00) Não entra o preço de venda.

Utilizando a fórmula do CVM =

CMV = EI + CO – EF = 200,00 + 400,00 – 149,50 = R$ 450,50

Vendas líquidas: 140,00 + 200,00 + 400,00 = R$ 740,00

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OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

4 x 35,00 = 140,00 5 x 40,00 = 200,00 10 x 40,00 = 400,00

RCM = Vendas – CMV = 740,00 – 450,50 = R$ 289,50

EF= R$ 149,50

Utilizando o método PEPS:

Data Transação Compra Venda Saldo


Qde Unit Total Qde Unit Total Qde Unit Total
Saldo inicial 10 20,00 200,00
5 Compra 10 25,00 250,00 10 25,00 250,00
20 - 450,00
10 Venda 4 20,00 80,00 6 20,00 120,00
10 25,00 250,00
16 - 370,00
15 Venda 5 20,00 100,00 1 20,00 20,00
10 25,00 250,00
11 - 270,00
20 Compra 5 30,00 150,00 1 20,00 20,00
10 25,00 250,00
5 30,00 150,00
16 - 420,00
25 Venda 1 20,00 20,00 1 25,00 25,00
9 25,00 225,00 5 30,00 150,00
10 - 245,00 6 - 175,00
15 400,00 19 425,00 6 175,00
CMV = R$ 425,00 (80,00 + 100,00 + 245,00)

Utilizando a fórmula do CMV =

CMV = EI + Compra – Estoque final = 200,00 + 400,00 – 175,00 = R$ 425,00

Vendas líquidas: 140,00 + 200,00 + 400,00 = R$ 740,00

4 x 35,00 = 140,00 5 x 40,00 = 200,00 10 x 40,00 = 400,00

RCM = Vendas Líquidas – CMV = 740,00 – 425,00 = R$ 315,00

EF= R$ 175,00

Utilizando o método UEPS:

Data Transação Compra Venda Saldo


Qde Unit Total Qde Unit Total Qde Unit Total
Saldo inicial 10 20,00 200,00
5 Compra 10 25,00 250,00 10 25,00 250,00
20 - 450,00
10 Venda 4 25,00 100,00 10 20,00 200,00
6 25,00 150,00
16 - 350,00
15 Venda 5 25,00 125,00 10 20,00 200,00
1 25,00 25,00
11 - 225,00
20 Compra 5 30,00 150,00 10 20,00 200,00
1 25,00 25,00
5 30,00 150,00
16 - 420,00
25 Venda 5 30,00 150,00 6 20,00 120,00
1 25,00 25,00 - -

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OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

4 20,00 80,00 - - -
10 - 255,00 6 - 120,00
15 400,00 19 480,00 6 120,00
CMV = R$ 480,00 (150,00 + 125,00 + 255,00)

Utilizando a fórmula do CMV =

CMV = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final = 200,00 + 400,00 – 120,00 = R$ 480

Vendas líquidas: 140,00 + 200,00 + 400,00 = R$ 740,00

4 x 35,00 = 140,00 5 x 40,00 = 200,00 10 x 40,00 = 400,00

RCM= Vendas líquidas - CMV = 740,00 – 480,00 = R$ 260,00

EF= R$ 120,00

Quadro Comparativo Dos Métodos

MÉTODO ESTOQUE ESTOQUE CUSTO MERCADO- RESULTADO COM MERCA-


UTILIZADO INICIAL FINAL RIA VENDIDA DORIAS
CUSTO MÉ- 200,00 149,50 450,50 289,50
DIO
UEPS 200,00 120,00 480,00 260,00
PEPS 200,00 175,00 425,00 315,00
Informações :

O método aceito pela Receita Federal é o PEPS; este modelo é o que apresenta o maior resultado,
quanto maior o resultado mais a Receita Federal arrecada.

O método de custo médio, em período inflacionário, sempre será um valor intermediário entre os demais
métodos.

Quando for calculado o valor do CMV, não interessa o preço de venda e sim o preço de compra (custo
de aquisição).

Os métodos somente apresentam resultados diferentes em períodos inflacionários ou deflacionários,


pois a base do cálculo é preço de compra do produto.

Tomando como base um período inflacionário podemos verificar que no método PEPS o lucro bruto é
maior, o CMV é menor e o Estoque final é maior, em relação ao método UEPS.

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GEOMETRIA PLANA

Geometria Plana

A geometria plana ou euclidiana é a parte da matemática que estuda as figuras que não possuem
volume.

A geometria plana também é chamada de euclidiana, uma vez que seu nome representa uma home-
nagem ao geômetra Euclides de Alexandria, considerado o “pai da geometria”.

Curioso notar que o termo geometria é a união das palavras “geo” (terra) e “metria” (medida); assim, a
palavra geometria significa a "medida de terra".

Conceitos De Geometria Plana

Alguns conceitos são de suma importância para o entendimento da geometria plana, a saber:

Ponto

Conceito adimensional, uma vez que não possui dimensão. Os pontos determinam uma localização e
são indicados com letras maiúsculas.

Reta

A reta, representada por letra minúscula, é uma linha ilimitada unidimensional (possui o comprimento
como dimensão) e pode se apresentar em três posições:

horizontal

vertical

inclinada

Dependendo da posição das retas, quando elas se cruzam, ou seja, possuem um ponto em comum,
são chamadas de retas concorrentes.

Por outro lado, as que não possuem ponto em comum, são classificadas como retas paralelas.

Segmento de Reta

Diferente da reta, o segmento de reta é limitado pois corresponde a parte entre dois pontos distintos.

A semirreta é limitada somente num sentido, visto que possui início e não possui fim.

Plano

Corresponde a uma superfície plana bidimensional, ou seja, possui duas dimensões: comprimento e
largura. Nessa superfície que se formam as figuras geométricas.

Ângulos

Os ângulos são formados pela união de dois segmentos de reta, a partir de um ponto comum, chamado
de vértice do ângulo. São classificados em:

ângulo reto (Â = 90º)

ângulo agudo (0º < Â < 90º)

ângulo obtuso (90º < Â < 180º)

Área

A área de uma figura geométrica expressa o tamanho de uma superfície. Assim, quanto maior a super-
fície da figura, maior será sua área.

Perímetro

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GEOMETRIA PLANA

O perímetro corresponde a soma de todos os lados de uma figura geométrica.

Figuras Da Geometria Plana

Triângulo

Matemática › Geometria

Geometria Plana

A geometria plana ou euclidiana é a parte da matemática que estuda as figuras que não possuem
volume.

A geometria plana também é chamada de euclidiana, uma vez que seu nome representa uma home-
nagem ao geômetra Euclides de Alexandria, considerado o “pai da geometria”.

Curioso notar que o termo geometria é a união das palavras “geo” (terra) e “metria” (medida); assim, a
palavra geometria significa a "medida de terra".

Conceitos De Geometria Plana

Alguns conceitos são de suma importância para o entendimento da geometria plana, a saber:

Ponto

Conceito adimensional, uma vez que não possui dimensão. Os pontos determinam uma localização e
são indicados com letras maiúsculas.

Reta

A reta, representada por letra minúscula, é uma linha ilimitada unidimensional (possui o comprimento
como dimensão) e pode se apresentar em três posições:

horizontal

vertical

inclinada

Dependendo da posição das retas, quando elas se cruzam, ou seja, possuem um ponto em comum,
são chamadas de retas concorrentes.

Por outro lado, as que não possuem ponto em comum, são classificadas como retas paralelas.

Segmento De Reta

Diferente da reta, o segmento de reta é limitado pois corresponde a parte entre dois pontos distintos.

A semirreta é limitada somente num sentido, visto que possui início e não possui fim.

Plano

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GEOMETRIA PLANA

Corresponde a uma superfície plana bidimensional, ou seja, possui duas dimensões: comprimento e
largura. Nessa superfície que se formam as figuras geométricas.

Ângulos

Os ângulos são formados pela união de dois segmentos de reta, a partir de um ponto comum, chamado
de vértice do ângulo. São classificados em:

ângulo reto (Â = 90º)

ângulo agudo (0º < Â < 90º)

ângulo obtuso (90º < Â < 180º)

Área

A área de uma figura geométrica expressa o tamanho de uma superfície. Assim, quanto maior a super-
fície da figura, maior será sua área.

Perímetro

O perímetro corresponde a soma de todos os lados de uma figura geométrica.

Polígono (figura plana fechada) de três lados, o triângulo é uma figura geométrica plana formada por
três segmentos de reta.

Segundo a forma dos triângulos, eles são classificados em:

Triângulo equilátero: possui todos os lados e ângulos internos iguais (60°);

Triângulo isósceles: possui dois lados e dois ângulos internos congruentes;

Triângulo escaleno: possui todos os lados e ângulos internos diferentes.

No tocante aos ângulos que formam os triângulos, eles são classificados em:

triângulo retângulo: possui um ângulo interno de 90°;

triângulo obtusângulo: possui dois ângulos agudos internos, ou seja, menor que 90°, e um ângulo ob-
tuso interno, maior que 90°;

triângulo acutângulo: possui três ângulos internos menores que 90°.

Quadrado

Polígono de quatro lados iguais, o quadrado ou quadrilátero é uma figura geométrica plana que pos-
suem os quatro ângulos congruentes: retos (90°).

Retângulo

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GEOMETRIA PLANA

Figura geométrica plana marcada por dois lados paralelos no sentido vertical e os outros dois paralelos,
no horizontal. Assim, todos os lados do retângulo formam ângulos reto (90°).

Círculo

Figura geométrica plana caracterizada pelo conjunto de todos os pontos de um plano. O raio (r) do
círculo corresponde a medida da distância entre o centro da figura até sua extremidade.

Trapézio

Chamado de quadrilátero notável, pois a soma dos seus ângulos internos corresponde a 360º, o trapé-
zio é uma figura geométrica plana.

Ele possui dois lados e bases paralelas, donde uma é maior e outra menor. São classificados em:

Trapézio retângulo: possui dois ângulos de 90º;

Trapézio isósceles ou simétrico: os lados não paralelos possuem a mesma medida;

Trapézio escaleno: todos os lados de medidas diferentes.

Losango

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GEOMETRIA PLANA

Quadrilátero equilátero, ou seja, formado por quatro lados iguais, o losango, junto com o quadrado e o
retângulo, é considerado um paralelogramo.

Ou seja, é um polígono de quatro lados os quais possuem lados e ângulos opostos congruentes e
paralelos.

Geometria Espacial

A Geometria Espacial é a área da matemática que estuda as figuras que possuem mais de duas di-
mensões.

Assim, o que a difere da geometria plana (que apresenta objetos bidimensionais) é o volume que essas
figuras apresentam, ocupando um lugar no espaço.

Polígonos

Polígonos são figuras geométricas planas que são formadas por segmentos de reta a partir de uma
sequência de pontos de um plano, todos distintos e não colineares, onde cada extremidade de qualquer
um desses segmentos é comum a apenas um outro.

Eles podem ser côncavos ou convexos. Dados dois pontos A e B, interiores ao polígono, ele será
convexo se, e somente se, o segmento de reta AB¯¯¯¯¯¯¯¯ estiver contido inteiramente no polígono.
Caso contrário, ele será côncavo.

Polígono Convexo.

A reta AB¯¯¯¯¯¯¯¯ está inteiramente contida no polígono.

Polígono côncavo ou não convexo.

A reta CD¯¯¯¯¯¯¯¯ não está inteiramente contida no polígono.

Polígonos Simples

Dizemos que um polígono é simples quando quaisquer dois lados não consecutivos não se interceptam.
Quando o polígono não é simples, dizemos que ele é complexo.

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GEOMETRIA PLANA

Os polígonos A1A2A3A4A5 e B1B2B3B4B5 são polígonos simples.

Os polígonos C1C2C3C4C5 e D1D2D3D4D5 são polígonos complexos.

Polígonos Regulares E Irregulares

Um polígono que possui os lados congruentes é chamado de equilátero. Quando possui os ângulos
congruentes, é chamado de equiângulo.

Um polígono convexo é regular se for equilátero e equiângulo, ou seja, quando seus lados são todos
iguais (possuem a mesma medida) e seus ângulos internos também são iguais.

Nome Dos Polígonos

Podemos dar nomes aos polígonos de acordo com a quantidade de lados que ele possui. Abaixo, uma
tabela apresentando o nome de cada polígono considerando seus lados.

# de Lados Nome
3 Triângulo ou trilátero
4 Quadrângulo ou quadrilátero

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GEOMETRIA PLANA

5 Pentágono
6 Hexágono
7 Heptágono
8 Octógono
9 Eneágono
10 Decágono
11 Hendecágono ou Undecágono
12 Dodecágono
15 Pentadecágono
20 Icoságono
n n-látero

Geralmente, para polígonos com lados maiores que 20, nos referimos a ele apenas explicitando o seu
número de lados. Por exemplo, um polígono de 27 lados.

Círculo E Circunferência

que, dado um ponto fixo C, possuem a mesma distância até o ponto C. Em outras palavras, dada a
distância “r” e o ponto fixo C, qualquer ponto A que possui a distância de A até C igual a r é um ponto
pertencente à circunferência. Matematicamente, podemos representar essa última relação da seguinte
maneira:

dAC = r

Tendo em vista a distância entre dois pontos obtida na Geometria Analítica e considerando as coorde-
nadas de A (x,y) e de C (a,b), a relação acima pode ser reescrita da seguinte maneira:

dAC = r

√[(a – x)2 + (b – y)2] = r

(a – x)2 + (b – y)2 = r2

Na Geometria Analítica, essa equação é chamada de equação da circunferência com centro C (a,b) e
raio r.

O ponto C é conhecido como centro da circunferência e a distância r é chamada de raio. A figura geo-
métrica formada por um conjunto de pontos desse tipo é a seguinte:

Circunferência de centro C e raio r

O ponto C não pertence à circunferência, pois a circunferência é apenas o círculo verde. O ponto A,
por sua vez, pertence à circunferência.

Definição de Círculo

O círculo, por sua vez, é uma figura geométrica plana que é definida da seguinte maneira:

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GEOMETRIA PLANA

Círculo é o conjunto de pontos resultantes da união entre uma circunferência e seus pontos internos.
Em outras palavras, o círculo é a área cuja fronteira é uma circunferência.

Círculo: área colorida

Tomando novamente os conhecimentos vindos da Geometria Analítica, a equação do círculo é pratica-


mente igual à equação da circunferência. A diferença encontra-se no fato de o círculo ser um conjunto
de pontos menor ou igual ao raio. A partir disso, temos a seguinte equação:

dAC ≤ r

√[(a – x)2 + (b – y)2] ≤ r

(a – x)2 + (b – y)2 ≤ r2

Dessa maneira, a diferença fundamental entre círculo e circunferência é que o círculo é toda a área
interna de uma circunferência. Já essa última é apenas o contorno de um círculo.

Propriedades Básicas Do Círculo E Da Circunferência

O ponto C, centro da circunferência, não pertence a ela, mas pertence ao círculo. Dessa maneira, dado
um ponto A qualquer (lembrando que dAC é a distância entre A e C), as posições relativas entre A e
uma circunferência são:

1 – A é ponto da circunferência, se dAC = r;


2 – A é ponto externo à circunferência, se dAC > r;
3 – A é ponto interno à circunferência, se dAC < r;

As posições relativas entre A e o círculo são:

1 – A é ponto do círculo, se dAC ≤ r


2 – A é ponto externo ao círculo, se dAC > r

Qualquer segmento que liga dois pontos pertencentes a uma circunferência é chamado de corda.
Quando uma corda contém o centro da circunferência, ela também é chamada de diâmetro. Desse
modo, o diâmetro tem o comprimento igual ao comprimento de dois raios e, além disso, é a maior corda
encontrada em qualquer circunferência.

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GEOMETRIA PLANA

Circunferência contendo um exemplo de corda e um exemplo de diâmetro

Dividindo o comprimento de uma circunferência pelo comprimento de seu raio, o número encontrado
sempre será, aproximadamente, 6,28. Dessa maneira, pode-se escrever a seguinte relação:

C = 6,28
r

Dividindo ambos os membros por 2, obtemos o seguinte resultado:

C = 3,14
2r

Esse resultado é o mesmo da divisão anterior, mas realizado com o diâmetro da circunferência no lugar
do raio. Dessa maneira, é possível encontrar o comprimento de uma circunferência tendo em mãos
apenas o comprimento de seu raio (ou diâmetro). Assim, é possível definir a fórmula para o compri-
mento da circunferência:

C = 2πr, em que π é aproximadamente 3,14

O mesmo se aplica ao cálculo do comprimento ou perímetro de um círculo. Contudo, não é possível


calcular a área de uma circunferência. A área que é calculada, na realidade, é a área do círculo, e a
fórmula utilizada para isso é a seguinte:

A = π.r2

Elementos Do Círculo E Da Circunferência

O compasso é um objeto usado para desenhar círculos e circunferências

Para um dado ponto C, chamado centro, uma circunferência é o conjunto de todos os pontos que pos-
suem uma distância fixa até C. Essa distância geralmente é representada pela letra r. Os círculos, por
sua vez, são compostos por todos os pontos de uma circunferência e por seus pontos interiores. A
imagem a seguir ilustra uma circunferência e um círculo.

Destacamos a seguir os elementos dessas duas figuras, que possuem grande importância para a Ge-
ometria:

1 – Raio

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GEOMETRIA PLANA

O raio é a distância entre um ponto de uma circunferência e seu centro. O raio do círculo é a distância
entre a borda do círculo e seu centro.

Dizemos que um ponto é interior a uma circunferência quando a sua distância até o centro é menor que
o raio; o ponto é externo quando a distância entre o centro e ele é maior que o raio; e, por fim, dizemos
que um ponto pertence a uma circunferência quando sua distância até o centro é igual ao raio.

O raio da circunferência (e/ou do círculo) é indispensável em cálculos, como comprimento, área etc.

O comprimento da circunferência é dado pela seguinte fórmula:

C = 2πr

E a área do círculo é obtida pela fórmula a seguir:

A = πr2

Em ambos os casos, r é o raio da circunferência (ou do círculo) e π é uma constante de aproximada-


mente 3,1415.

2 – Cordas

Em uma circunferência, a corda é qualquer segmento de reta que liga dois de seus pontos. Atenção: o
centro não é ponto da circunferência!

Dessa maneira, as cordas, em um círculo, podem ser compreendidas como segmentos de reta que
ligam dois pontos distintos de sua borda.

3 – Diâmetro

O diâmetro é uma corda da circunferência que contém o centro. Dessa maneira, o diâmetro é a maior
corda possível em uma circunferência e sua medida é igual a duas vezes o raio.

d = 2·r

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GEOMETRIA PLANA

O resultado da divisão entre o comprimento de uma circunferência e o seu diâmetro sempre será igual
a uma constante, representada pela letra grega π, que é aproximadamente 3,14. Isso independe do
tamanho da circunferência, pois seu comprimento e seu diâmetro são proporcionais e a razão de pro-
porcionalidade é igual a π.

4 – Comprimento

O comprimento de uma circunferência é a medida da própria circunferência em alguma unidade de


medida conhecida. Esse comprimento pode ser obtido pela fórmula:

C = 2πr

Nessa fórmula, π é uma constante (aproximadamente 3,14) e r é a medida do raio da circunferência.

5 – Arco

Considere os pontos A e B sobre uma circunferência. As duas partes formadas que vão de A até B são
chamadas de arcos da circunferência, como demonstrado na figura a seguir:

Em outras palavras, o arco é uma parte de uma circunferência limitada por dois pontos.

6 – Setor Circular

É o equivalente ao arco, porém para o círculo. Em dados dois raios distintos de um círculo, o setor cir-
cular é a parte limitada por eles.

O setor circular é algo que se parece com uma fatia de pizza. A parte restante também é chamada de
setor circular.

7 – Ângulo Central

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GEOMETRIA PLANA

É um ângulo cujo vértice está no centro de um círculo e os lados são seus raios. Um ângulo cen-
tral está ligado a um arco no círculo onde foi definido. A imagem seguinte mostra um exemplo de ângulo
central.

8 – Coroa Circular

A coroa circular é uma figura geométrica limitada por dois círculos que possuem o mesmo centro (con-
cêntricos) de raios diferentes. Essa figura é a que mais se assemelha a um anel, como mostra a ima-
gem abaixo.

Congruência De Figuras Geométricas

Figuras congruentes são aquelas que possuem lados e ângulos correspondentes com medidas iguais.
As medidas são iguais, mas os lados e ângulos não são. É como comparar paredes e ângulos de duas
casas distintas. As medidas podem ser iguais, mas isso não quer dizer que as paredes da primeira
casa sejam iguais às paredes da segunda. Imagine que a primeira casa é verde e a segunda é branca!

Do mesmo modo, não é possível afirmar que duas figuras congruentes são iguais. A igualdade entre
elas é apenas entre as medidas de seus lados e de seus ângulos. Por isso, dizer que duas figuras são
iguais significa dizer que a primeira figura é exatamente igual à segunda figura. Afirmar que duas figuras
são congruentes é equivalente a dizer que a primeira figura possui medidas de ângulos e lados corres-
pondentes de igual valor.

As duas figuras acima são congruentes por serem polígonos regulares de lado 1 cm e por possuírem
todos os ângulos iguais a 120 graus, entretanto, a imagem seguinte torna a correspondência entre
lados e ângulos mais óbvia.

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GEOMETRIA PLANA

Imagine que o pentágono da direita é uma versão do pentágono da esquerda de cabeça para baixo.
Observe que:

1- O lado AB é correspondente ao lado FG e que AB = FG = 2 cm.

2- O lado BC é correspondente ao lado GH e BC = GH = 1,41 cm.

3- Seguindo esse raciocínio, podemos escrever outros pares de lados congruentes: CD = IH, DE = IJ e
EA = JF.

Com relação aos ângulos, observe que os ângulos correspondentes seguem o mesmo padrão dos
lados. Por exemplo, o ângulo “a”, localizado no vértice A, é de 135 graus e é correspondente ao ângulo
“f”, localizado no vértice F. Representando os ângulos pelos vértices correspondentes em letras minús-
culas, teremos as correspondências: a = f, b = g, c = h, d = i, e = j.

Existem figuras congruentes cujas medidas correspondentes não são tão óbvias. Repare na figura a
seguir:

Observe que os ângulos correspondentes agora ocupam posições não tão óbvias quanto anterior-
mente. Observe as relações de congruência: a = i, d = j, c = k e b = l.

As relações de congruência entre os lados agora são as seguintes: AB = IL, BC = LK, CD = KJ e DA =


IJ.

Portanto, duas figuras geométricas são congruentes quando as medidas de seus lados corresponden-
tes são congruentes e, além disso, quando as medidas dos ângulos correspondentes são congruentes.

Congruência E Semelhança De Triângulos

Temos que dois triângulos são congruentes:


Quando seus elementos (lados e ângulos) determinam a congruência entre os triângulos.
Quando dois triângulos determinam a congruência entre seus elementos.

Casos de congruência:

1º LAL (lado, ângulo, lado): dois lados congruentes e ângulos formados também congruentes.

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2º LLL (lado, lado, lado): três lados congruentes.

3º ALA (ângulo, lado, ângulo): dois ângulos congruentes e lado entre os ângulos congruente.

4º LAA (lado, ângulo, ângulo): congruência do ângulo adjacente ao lado, e congruência do ângulo
oposto ao lado.

Através das definições de congruência de triângulos podemos chegar às propriedades geométricas


sem a necessidade de efetuar medidas. A esse método damos o nome de demonstração.

Dizemos que, em todo triângulo isósceles, os ângulos opostos aos lados congruentes são congruentes.
Os ângulos da base de um triângulo isósceles são congruentes.

Relações Métricas No Triângulo Retângulo

As relações métricas relacionam as medidas dos elementos de um triângulo retângulo (triângulo com
um ângulo de 90º).

Os elementos de um triângulo retângulo estão apresentados abaixo:

Sendo:

a: medida da hipotenusa (lado oposto ao ângulo de 90º)


b: cateto
c: cateto
h: altura relativa à hipotenusa
m: projeção do cateto c sobre a hipotenusa
n: projeção do cateto b sobre a hipotenusa

Semelhança E Relações Métricas

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Para encontrar as relações métricas, utilizaremos semelhança de triângulos. Considere os triângulos


semelhantes ABC, HBA e HAC, representados nas imagens:

Como os triângulos ABC e HBA são semelhantes ( ), temos as seguintes proporções:

Usando que encontramos a pro-


porção:

Da semelhança entre os triângulos HBA e HAC encontramos a proporção:

Temos ainda que a soma das projeções m e n é igual a hipotenusa, ou seja:

Teorema de Pitágoras

A mais importante das relações métricas é o Teorema de Pitágoras. Podemos demonstrar o teorema
usando a soma de duas relações encontradas anteriormente.

Vamos somar a relação b2 = a . n com c2 = a . m, conforme mostrado abaixo:

Como a = m + n, substituindo na expressão anterior, temos:

Assim, o Teorema de Pitágoras pode ser enunciado como:

A hipotenusa ao quadrado é igual a soma dos quadrados dos catetos.

Exemplos

1) Encontre o valor de x e de y na figura abaixo:

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Primeiro calcularemos o valor da hipotenusa, que na figura está representado por y.

Usando a relação: a = m + n

y=9+3
y = 12

Para encontrar o valor de x, usaremos a relação b2 = a.n, assim:

x2 = 12 . 3 = 36

2) A medida da altura relativa à hipotenusa de um triângulo retângulo é 12 cm e uma das projeções


mede 9 cm. Calcular a medida dos catetos desse triângulo.

Primeiro vamos encontrar o valor da outra projeção usando a relação: h2 = m . n

Vamos encontrar o valor da hipotenusa, usando a relação a = m + n


a = 16 + 9 = 25

Agora é possível calcular o valor dos catetos usando as relações b2 = a . n e c2 = a . m

Fórmulas

Na tabela abaixo, reunimos as relações métricas no triângulo retângulo.

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Relações Métricas Nos Polígonos Regulares

Polígono inscrito e polígono circunscrito em uma circunferência

Quando os vértices de um polígono estão sobre uma circunferência (figura 1), dizemos que:

• o polígono está inscrito na circunferência;

• a circunferência está circunscrita ao polígono.

Quando os lados do polígono são tangentes a uma circunferência (figura 2), dizemos que:

• o polígono está circunscrito à circunferência;

• a circunferência está inscrita no polígono

2. Polígonos regulares

Um polígono é chamado de equiângulo quando possui todos os ângulos internos congruentes, e equi-
látero quando possui todos os lados congruentes.

Exemplos:

a) O retângulo tem todos os ângulos internos congruentes. Logo, o retângulo é equiângulo.

Propriedade Dos Polígonos Regulares

• Se uma circunferência for dividida em três ou mais arcos congruentes, então as cordas consecutivas
formam um polígono regular inscrito na circunferência.

• Se uma circunferência for dividida em três ou mais arcos congruentes, então as tangentes aos pontos
consecutivos de divisão formam um polígono regular circunscrito à circunferência.

Na circunferência ao lado, traçamos dois diâmetros perpendiculares entre si. A circunferência ficou
dividida em quatro arcos congruentes.

As cordas consecutivas formam um quadrado inscrito na circunferência.

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As tangentes pelos pontos de divisão formam um quadrado circunscrito à circunferência.

Desse modo, podemos dizer que, se um polígono é regular, então existe um circunferência que passa
por todos os seus vértices e uma outra que tangencia todos os seus lados.

• Todo polígono regular é inscritível numa circunferência.

•Todo polígono regular é circunscritível a uma circunferência.

Elementos De Um Polígono Regular

Se um polígono é regular, consideramos:

•Centro do polígono é o centro da circunferência circunscrita a ele (ponto O).


•Raio do polígono é o raio da circunferência circunscrita a ele (OC).
• Apótema do polígono é o segmento que une o centro do polígono ao ponto médio de um de seus
lados (OM)
•Ângulo central é aquele cujo vértice é o centro do
polígono e cujo lados são semi-retas que contêm
dois raios consecutivos (CÔD)

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Relações Métricas No Círculo

Conceitos básicos:

Uma CORDA é todo segmento de reta cujas extremidades pertencem à circunferência.

Uma reta que tenha um único ponto em comum com uma circunferência é uma reta TANGENTE a essa
circunferência.

Uma reta que tenha dois pontos em comum com uma circunferência é uma SECANTE a essa circun-
ferência.

Relações Métricas No Círculo

A circunferência possui algumas importantes relações métricas envolvendo segmentos internos, se-
cantes e tangentes. Através dessas relações obtemos as medidas procuradas.

Cruzamento Entre Duas Cordas

O cruzamento de duas cordas na circunferência gera segmentos proporcionais, e a multiplicação entre


as medidas das duas partes de uma corda é igual à multiplicação das medidas das duas partes da
outra corda. Observe:

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Relações Métricas Na Circunferência: Relação Entre Cordas

Relações métricas são propriedades que possibilitam o cálculo de medidas de comprimento de algu-
mas figuras geométricas e de seus elementos. Assim, a partir da relação entre cordas de uma circun-
ferência, é possível encontrar algumas medidas do comprimento dessas cordas por meio de uma pro-
priedade bem definida com cálculo simples.

Para facilitar a compreensão dos cálculos, relembraremos, primeiro, as definições básicas de circunfe-
rência e corda.

Definição De Circunferência E De Corda

Para dado ponto O, chamado centro, a circunferência de raio r é o conjunto de pontos cuja distância até
o ponto O é igual a r. Um de seus elementos é a corda, definida como segmento de reta que liga dois

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pontos pertencentes a uma circunferência. Assim, um diâmetro fica definido como a maior corda que
uma circunferência possui, ou como a corda que passa pelo centro dela.

Cordas no interior de uma circunferência

Relação Entre Cordas

Na imagem a seguir, observe a circunferência c, de raio r e centro O. Nessa figura, construímos duas
cordas, o segmento AB e o segmento CD, que se encontram no ponto P.

Nessas circunstâncias, os segmentos formados pelas cordas são proporcionais conforme a igualdade:

AP = CP
DP BP

Usando a propriedade fundamental das proporções, temos:

AP·BP = CP·DP

Essas igualdades podem ser usadas para encontrar a medida de um dos quatro segmentos de reta
definidos pelas cordas da circunferência quando as medidas dos outros três são conhecidas.

Exemplo: Determine o valor de x na imagem abaixo:

Solução: Basta usar uma das igualdades dadas acima para descobrir o valor de x.

AP·BP = CP·DP

8·3 = x·4

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24 = x
4

x=6

Demonstração Da Proporcionalidade Das Cordas

Dada a circunferência c, cortada pelas cordas AB e CD que se cruzam no ponto P, temos a formação
de alguns ângulos, como mostra a seguinte imagem:

Observe que construímos também os segmentos AC e BD para formar dois triângulos dentro da cir-
cunferência: ACP e BDP. Os ângulos formados no ponto P em destaque na figura são opostos pelo
vértice, por isso, suas medidas são iguais.

Os ângulos α e β também são congruentes. Isso acontece porque eles são ângulos inscritos da circun-
ferência e relacionam-se ao mesmo arco.

Como os dois triângulos possuem dois ângulos congruentes, então, essas figuras são semelhantes
pelo caso de semelhança ângulo-ângulo. É por esse motivo que os lados desses triângulos são pro-
porcionais.

Área De Polígonos Regulares

são figuras geométricas planas que são formadas por segmentos de reta a partir de uma sequência de
pontos de um plano, todos distintos e não colineares, onde cada extremidade de qualquer um desses
segmentos é comum a apenas um outro.

Um polígono convexo é regular quando seus lados são todos iguais (possuem a mesma medida) e
seus ângulos internos também são iguais.

Na geometria plana, existem diferentes tipos de polígonos e, para muitos deles, há uma fórmula mate-
mática para se calcular sua área.

Área De Um Triângulo Regular

Um triângulo regular é também chamado de triângulo equilátero. Obtemos a sua área através da se-
guinte fórmula matemática: A=a23√4.

Onde a é a medida do lado do triângulo. Obtemos essa fórmula da seguinte maneira:

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Considere o triângulo regular ABC, de lado a:

Vamos nos concentrar em um dos triângulos retângulos que foram formados, ABD e aplicar o Teorema
de Pitágoras.

a2=h2+(a2)2

a2=h2+a24

h2=a2−a24

h2=3a24

h=3a24−−−√

h=a3√2

Agora, como a área de um triângulo qualquer é: A=b⋅h2, teremos:

A=a⋅(a3√2)2=a33√2⋅12=a33√4

Assim, em todo triângulo regular encontramos a sua área utilizando a fórmula A=a33√4.

Área De Um Quadrado

Um quadrado, por si só, já é regular pois, por definição, é um quadrilátero cujos lados são sempre
iguais.

Calculamos a sua área multiplicando a sua base pela sua altura:

A=b⋅h

Área De Um Hexágono Regular

Vamos considerar um hexágono regular de lado L e apótema a.

O hexágono é o único polígono regular onde todos os seus 6 triângulos são também regulares (equilá-
teros).

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Assim, para calcular a área de um dos triângulos basta utilizar a fórmula: A=a23√4.

Como temos 6 triângulos que formam o hexágono, a sua área será, então:

A=6⋅a23√4=3⋅a23√2

A=3a23√2

Fórmula Geral Para Cálculo Da Área De Qualquer Polígono Regular

Existe uma fórmula que nos dá a área de qualquer polígono regular. A fórmula é a seguinte:

A=n⋅L⋅a2

Onde n é a quantidade de lados do polígono, L é a medida do lado desse polígono e a é a medida do


apótema, quase sempre dado.

Para chegarmos à fórmula, vamos considerar o hexágono abaixo e suponhamos que não sabemos da
existência de uma fórmula específica pra ele (como vimos anteriormente).

Um hexágono é um polígono regular de 6 lados. Podemos dividir esse polígono em 6 triângulos idênti-
cos. Assim, para determinar a área desse hexágono, basta determinar a área de um dos triângulos e,
em seguida, multiplicar o resultado por 6.

A área de um triângulo qualquer é calculada multiplicando-se a sua base pela sua altura e dividindo
esse resultado pela metade, ou seja, A=b⋅h2.

No caso desse hexágono, a base do triângulo em destaque será L e a altura será a, que é o apótema
do hexágono.

O apótema é a medida do segmento que parte do centro do polígono e forma ângulo de 90° com um
de seus lados. Nesse caso, o apótema a desse polígono tem a mesma medida que a altura do triângulo
em destaque.

Assim, a área será: A=L⋅a2.

Como o hexágono é composto por 6 triângulos iguais ao destacado, para encontrar a área do hexá-
gono, devemos multiplicar a área do triângulo por 6: A=6⋅L⋅a2.

Veja que, se fosse um polígono de 5 lados, teríamos 5 triângulos e, por isso, multiplicaríamos a área
do triângulo por 5. O mesmo aconteceria com um polígono regular de 10 lados: teríamos 10 triângulos
e a área seria multiplicada por 10.

Considerando, então, um polígono de n lados, teríamos n triângulos iguais e a área deveria ser multi-
plicada por n. Assim, A=n⋅L⋅a2.

Observe que, ajeitando a fórmula para A=n⋅L⋅a2, temos que n⋅L é, na verdade, o perímetro do polí-
gono. Como o perímetro é a soma de todos os lados e temos n lados iguais a L, o perímetro será P=n⋅L.
Assim, também podemos expressar essa fórmula como:

A=P⋅a2

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Se a medida do apótema não for dada, teremos que o encontrá-la.

Apótema

Para calcular o apótema vamos considerar um polígono regular de 6 lados, um hexágono, cujo lado
mede 3 cm.

360o6=60o

60o2=30o

Primeiro precisamos saber qual será o ângulo no ponto de onde sai o apótema. Para isso, pasta dividir
360° pela quantidade de lados do polígono, no nosso caso, 6 lados. Assim, teremos 60°.

O apótema sempre divide o ângulo em dois outros ângulos de mesma medida, no nosso caso, 30°.
Agora, podemos usar algumas relações trigonométricas para encontrar o valor do apótema:

tg(30o)=cateto opostocateto adjacente

tg(30o)=L2a

a⋅tg(30o)=L2

a=L2⋅tg(30o)

a=32⋅3√3=3⋅32⋅3√=92⋅3√

a=923√⋅sqrt33√=93√2⋅3=33√2

Generalizando para o caso onde temos um polígono de lado n lados de medida L:

O ângulo do apótema será dado por 360on. Como temos que dividir esse ângulo por 2, teremos:
360on2=360on⋅12=180on.

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Aplicando trigonometria para encontrar o apótema:

tg(180on)=L2a

a⋅tg(180on)=L2

a=L2⋅tg(180on)

Com essa fórmula do valor do apótema, a nossa fórmula A=n⋅L⋅a2 pode ser escrita como:

A=n⋅L⋅(L2⋅tg(180on))2=n⋅L⋅L2⋅tg(180on)2=nL22tg(180on)⋅12

A=nL24tg(180on)

Essa é a fórmula geral para se calcular a área de qualquer polígono regular.

Exemplos

1. Qual a área de um polígono regular de 12 lados, onde cada lado mede 4 cm?

Aplicando a fórmula obtida teremos:

A=nL24tg(180on)

A=12⋅424tg(180o12)

A=12⋅164tg(15o)

A=1924⋅(2−3√)

A=482−3√

A=179,13cm2

2. Qual a área de um polígono regular de 4 lados, que tem 6 como medida de cada lado?

Temos um quadrado de lado 6, cuja área pode ser calculada por:

A=L2=62=36cm2

Mas vamos calcular utilizando a fórmula obtida anteriormente:

A=nL24tg(180on)

A=4⋅624tg(180o4)

A=4⋅364tg(45o)

A=361=36cm2

Cálculo Do Perímetro E Área De Polígonos

Superfícies como uma mesa e sólidos geométricos como o dado, estão presentes no espaço que nos
cerca. Realizar a medição dessas regiões pode ser necessário, para isso utilizamos o cálculo do perí-
metro e da área.

Perímetro

Definimos perímetro como sendo a soma das medidas dos lados de um polígono. Considere polígono
como sendo uma figura fechada plana constituída por segmento de reta. Veja um exemplo:

Calcule o perímetro do polígono:

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Pontos: A, B, C, D, E, F, G

Segmentos de reta: AB, BC, CD, DE, EF, FG, GA.

Perímetro do polígono ABCDEFG:

P = 5 cm + 8 cm + 6 cm + 7 cm + 10 cm + 8 cm + 8 cm

P = 52 cm

Área De Polígonos

Utilizamos o cálculo de área para dimensionar as superfícies planas. Para cado polígono é utilizado
uma fórmula, a unidade de medida resultante do cálculo da área é sempre elevada ao quadrado. As
figuras geométricas planas que apresentam fórmula definida para o cálculo de área são: Retângulo,
quadrado, paralelogramo, triângulo, trapézio, losangolo e círculo. Observe como calculamos a área do:
retângulo, quadrado, paralelogramo e triângulo:

Retângulo

Área do retângulo = medida da base x medida da altura

Ar=b⋅h

Exemplo:

Elementos do retângulo:

Pontos: A, B, C, D

Segmentos de reta: AB, BC, CD, CA

Segmentos paralelos: AB\\CD e AC\\BD


Obs. Segmentos paralelos são congruentes, possuindo a mesma medida

Base do retângulo: BD = 10 cm

Altura do retângulo: CD = 5 cm

Área do retângulo = medida da base x medida da altura

Ar=b⋅h

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Ar=10cm⋅5cm

Ar=50cm2

Quadrado

Área do quadrado = medida do lado x medida do lado

Aq=l⋅l

Aq=l2

Exemplo

Elementos do quadrado

Pontos: A, B, C, B

Segmentos de reta: AB, BC, CD, CA

Segmentos paralelos: AB\\CD e AC\\BD

Lados do quadrado: AB = 5 cm, BC = 5 cm, CD = 5 cm, CA = 5 cm

Área do quadrado = medida do lado x medida do lado

Aq=l⋅l

Aq=l2

Aq=(5cm)2

Aq=25cm2

Paralelogramo

Área do paralelogramo = medida da base x medida da altura

Ap=b⋅h

Exemplo

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Elementos do paralelogramo

Pontos: B, C, D, E, F

Segmentos paralelos: BC\\DE e CD\\BE

Base do paralelogramo: BE = 6 cm

Altura do paralelogramo: EF = 7 cm

Área do paralelogramo = medida da base x medida da altura

Ap=b⋅h

Ap=6cm⋅7cm

Ap=42cm2

Triângulo

Área do triângulo = base⋅altura2

At=b⋅h2

Exemplo

Elementos do triângulo

Pontos: A, B, C, D

Base do triângulo: BC = 8 cm

Altura do triângulo: AD = 5 cm

Área do triângulo = At=b⋅h2

At=8cm⋅5cm2

At=40cm22

At=20cm2

Área do Polígono Regular

Polígonos regulares são aqueles que possuem lados e ângulos internos congruentes. Para calcular a
área desse tipo de polígono, é possível usar uma fórmula que relaciona a medida de seu apótema e
lado com a medida da área. A demonstração dessa fórmula é uma alternativa para esse cálculo, uma
vez que se pode obter também a área de um polígonoregular qualquer por meio dela.

A seguir, demonstraremos a fórmula para calcular a área do polígono regular e apresentaremos um


exemplo resolvido desse cálculo.

Área Do Polígono Regular

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A área de um polígono regular pode ser obtida pela seguinte fórmula:

A = P·a
2

Na qual, A é a área do polígono, P é o perímetro e a é o apótema desse polígono. Se essa fórmula for
reorganizada, podemos dizer que a área do polígono regular é igual à metade do perímetro – também
chamada semiperímetro – multiplicada pelo apótema. Assim, essa fórmula pode ser interpretada da
seguinte maneira:

A área do polígono regular é igual ao produto do semiperímetro

desse polígono pela medida de seu apótema.

Demonstração Da Fórmula

Dado um polígono regular de lado l e que possui n lados, encontre seu centro P e construa os segmen-
tos que ligam cada um de seus vértices a esse ponto. Para tanto, basta construir as mediatrizes de dois
lados quaisquer. Essas retas encontrar-se-ão no centro do polígono.

A imagem a seguir representa uma parte de um polígono que possui n lados e que cada um desses
lados tem medida representada pela letra l.

Nesse polígono, foram formados n triângulos e todos eles são isósceles e congruentes. Para ter certeza
disso, basta construir a circunferência que circunscreve esse polígonoe notar que todos os segmentos
construídos são raios dela e, por isso, possuem a mesma medida. Além disso, todos os ângulos cen-
trais formados são congruentes e medem 360°/n.

Como os triângulos são congruentes, para calcular a área do polígono, basta calcular a área de um dos
triângulos e multiplicar esse resultado por n, que é tanto o número de lados do polígono como o número
de triângulos obtidos. Portanto, calcularemos a área do triângulo ABP.

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O apótema é um segmento de reta que liga o centro de um polígono ao ponto médio de um de seus
lados. Como o triângulo ABP é isósceles, o apótema também é altura e bissetriz nesse triângulo. Sendo
assim, base e altura desse triângulo já são conhecidos: respectivamente, lado do polígono e apótema
do triângulo.

A área do triângulo ABP, portanto, é:

At = l·a
2

E, como dito anteriormente, a área do polígono é igual a n vezes a área do triângulo ABP:

A = n·At = n·l·a
2

Note apenas que o número de lados multiplicado pelo comprimento dos lados é igual ao perímetro P
do polígono. Assim, podemos substituir n·l por P:

A = P·a
2

Exemplo:

Um eneágono regular tem lado igual a 6 centímetros. Qual a medida de sua área?

Solução: O perímetro desse polígono é igual a 6·9 = 54 cm. Em seguida, será necessário encontrar a
medida do apótema desse polígono. Para isso, faremos a mesma construção anterior em um eneá-
gono:

Construindo o apótema que divide o lado AB em duas partes iguais e que também é altura e bissetriz,
teremos o triângulo retângulo OKB. Observe que o ângulo AÔB é igual a 360°/9, pois o eneágono
é regular.

360° = 40°
9

Observe também que o apótema é bissetriz desse ângulo. Assim, β = 20°. Para descobrir o compri-
mento do apótema a, basta calcular a tangente de β nesse triângulo.

tg β = 3
a

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tg 20° = 3
a

No texto Tabelas de razões trigonométricas, há uma aproximação de tg 20° = 0,364. Substituindo esse
valor na fórmula, teremos:

0,364 = 3
a

a= 3
0,364

a = 8,24 cm, aproximadamente.

Usando a fórmula para área do polígono regular, teremos:

A = P·a
2

A = 54·8,24
2

A = 444,96
2

A = 222,48 cm2

Observe que o maior trabalho desse exercício foi encontrar a medida do apótema. Caso essa medida
fosse dada, todo o cálculo deveria resumir-se a essa última parte.

Áreas Das Figuras Planas – Geometria Básica

Área ou superfície de uma figura plana tem a ver com o conceito (primitivo) de sua extensão (bidimen-
sional).

Usamos a área do quadrado de lado unitário como referência de unidade de área, chamando de metro
quadrado (m²) sua unidade de medida principal.

Área do Quadrado

Área do Retângulo

Área do Paralelogramo

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Área do Losango

Área do Trapézio

Triângulos Quaisquer

Triângulo Retângulo

Triângulo Equilátero

Fórmula de Heron

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GEOMETRIA PLANA

Área do Círculo

Área da Coroa Circular

Área Setor Circular

Área Segmento Circular

Dica! Muitos exercícios de áreas cobram conhecimen-tos de tópicos anteriores, principalmente rela-
ções métricas e semelhança; portanto fique atento.

Área do Setor Circular

A área total de um círculo é proporcional ao tamanho do raio e pode ser calculada pela expressão π *
r², na qual π equivale a 3,14 e r é a medida do raio do círculo. O círculo pode ser dividido em infinitas

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partes, as quais recebem o nome de arcos (partes de um círculo). Os arcos de uma região circular são
determinados de acordo com a medida do ângulo central, e é com base nessa informação que calcu-
laremos a área de um segmento circular.

Uma volta completa no círculo corresponde a 360º, valor que podemos associar à expressão do cálculo
da área do círculo, π * r². Partindo dessa associação podemos determinar a área de qualquer arco com
a medida do raio e do ângulo central, através de uma simples regra de três. Observe:

360º ------------- π * r²
θº ------------------ x

Onde:
π = 3,14
r = raio do círculo
θº = medida do ângulo central
x = área do arco

Exemplo 1

Determine a área de um segmento circular com ângulo central de 32º e raio medindo 2 m.
Resolução:

360º ------------- π * r²
32º ------------------ x

360x = 32 * π * r²
x = 32 * π * r² / 360
x = 32 * 3,14 * 2² / 360
x = 32 * 3,14 * 4 / 360
x = 401,92 / 360
x = 1,12

A área do segmento circular possui aproximadamente 1,12 m².

Exemplo 2

Qual a área de um setor circular com ângulo central medindo 120º e comprimento do raio igual a 12
metros.

360º ------------- π * r²
120º ------------------ x

360x = 120 * π * r²
x = 120 * π * r² / 360
x = 120 * 3,14 * 12² / 360
x = 120 * 3,14 * 144 / 360
x = 54259,2 / 360
x = 150,7

A área do setor circular citado corresponde, aproximadamente, a 150,7 m².

Área da Coroa do Círculo

Quando duas ou mais circunferências possuem o mesmo centro, são denominadas concêntricas.
Nesse caso elas podem ter raio de tamanhos diferentes. Observe:

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Ao unirmos duas circunferências de mesmo centro com raios R e r, considerando R > r, temos que a
diferença entre as áreas é denominada coroa circular. Observe:

A área da coroa circular representada pode ser calculada através da diferença entre as áreas totais
das duas circunferências, isto é, área do círculo maior menos a área do círculo menor.

Área da coroa = Área do círculo maior – Área do círculo menor

Área da coroa = (π * R²) – (π * r²)

Área da coroa = π * (R² – r²)

Observação: Os resultados podem ser dados em função de π, caso seja necessário substitua π por
seu valor aproximado, 3,14.

Exemplo 1

Determine a área da coroa circular da figura a seguir, considerando o raio da circunferência maior igual
a 10 metros e raio da circunferência menor igual a 8 metros.

A = π * (R² – r²)
A = π * (10² – 8²)
A = π * (100 – 64)
A = π * 36
A = 36π m²
ou
A = 36 * 3,14
A = 113,04 m²

Exemplo 2

Um cavalo está amarrado em uma árvore através de uma corda de 20 metros de comprimento. A área
total da pastagem possui raio de 50 metros de comprimento. Considerando a área de pastagem máxima
do cavalo, determine a área não utilizada na alimentação do cavalo.

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GEOMETRIA PLANA

A = π * (50² – 20²)
A = π * (2500 – 400)
A = π * (2100)
A = π * 2100
A = 2100π m²
ou
A = 2100 * 3,14
A = 6594 cm²

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GRÁFICOS E TABELAS

Gráficos e Tabelas

Os gráficos são recursos utilizados para representar um fenômeno que possa ser mensurado,
quantificado ou ilustrado de forma mais ou menos lógica. Assim como os mapas indicam uma
representação espacial de um determinado acontecimento ou lugar, os gráficos apontam uma
dimensão estatística sobre um determinado fato.

Por esse motivo, interpretar corretamente os gráficos disponibilizados em textos, notícias, entre
outras situações, é de suma importância para compreender determinados fenômenos. Eles,
geralmente, comparam informações qualitativas e quantitativas, podendo envolver também o tempo e
o espaço.

Existe uma grande variedade de tipos de gráficos, dentre os quais podemos destacar os de coluna,
em barras, pizza, área, linha e rede.

Gráficos De Coluna

Juntamente aos gráficos em barra, são os mais utilizados. Indicam, geralmente, um dado quantitativo
sobre diferentes variáveis, lugares ou setores e não dependem de proporções. Os dados são
indicados na posição vertical, enquanto as divisões qualitativas apresentam-se na posição horizontal.

Gráfico em colunas apontando as maiores populações do mundo por país

Gráficos em barra

Possuem basicamente a mesma função dos gráficos em colunas, com os dados na posição
horizontal e as informações e divisões na posição vertical.

Gráfico em barras indicando a taxa de mortalidade infantil no Brasil

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GRÁFICOS E TABELAS

Gráficos Em Pizza

É um tipo de gráfico, também muito utilizado, indicado para expressar uma relação de
proporcionalidade, em que todos os dados somados compõem o todo de um dado aspecto da
realidade.

Gráfico em pizza com a distribuição da água e da água doce no mundo

Semelhantes aos gráficos de pizza, existem os gráficos circulares. A lógica é a mesma, a divisão de
uma esfera em várias partes para indicar as diferentes partes de um todo em termos proporcionais.

Gráficos Em Linhas

O gráfico de linha é utilizado para demonstrar uma sequência numérica de um certo dado ao longo do
tempo. É indicado para demonstrar evoluções (ou regressões) que ocorrem em sequência para que o
comportamento dos fenômenos e suas transformações seja observado.

Distribuição residencial da população brasileira em um exemplo de gráfico em linhas

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GRÁFICOS E TABELAS

Gráfico De Áreas

É semelhante ao gráfico em linhas, diferenciando-se apenas por evidenciar uma noção de proporção
sobre o todo. É também usado para apontar a relação dos diferentes dados entre si.

Gráfico ilustrativo sobre as taxas populacionais em casos de transição demográfica

Gráfico Em Rede

Esse tipo de gráfico não é tão comum na disciplina geográfica, sendo mais frequentemente utilizado
para medição de termos especificamente estatísticos e até em jogos de videogames, on-line ou do
tipo RPG. Sua utilidade é comparar valores distintos de uma mesma variável.

Gráfico em rede sobre a distribuição das atividades no meio rural em um país fictício

Além desses tipos acima apresentados, existem outras várias formas de representar dados e
informações sobre a realidade. O mais importante, além de conhecer cada tipo de gráfico, é procurar
observar com calma todos os dados fornecidos para uma correta leitura das informações disponíveis.

Evolução Do Número De Alunos Da Escola

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GRÁFICOS E TABELAS

Esse exemplo revela claramente que para cada informação que se quer comunicar há uma
linguagem mais adequada- aí se incluem textos, gráficos e tabelas. "Eles são usados para facilitar a
leitura do conteúdo, já que apresentam as informações de maneira mais visual", explica Cleusa
Capelossi Reis, formadora de Matemática da Secretaria Municipal de Educação de São Caetano do
Sul, na Grande São Paulo.

Logo no início do Ensino Fundamental, as crianças precisam aprender a ler e interpretar esses tipos
de recurso com o qual elas se deparam no dia a dia. Além disso, esse é um conteúdo importante da
Matemática que vai acompanhá-las durante toda a escolaridade no estudo de diversas disciplinas.

Um Gráfico Mais Adequado Para Cada Tipo De Informação

Barras

Usado para comparar dados quantitativos e formado por barras de mesma largura e comprimento
variável, pois dependem do montante que representam. A barra mais longa indica a maior quantidade
e, com base nela, é possível analisar como certo dado está em relação aos demais.

Os Prédios Mais Altos Do Mundo

As espécies animais ameaçadas de extinção na mata Atlântica

Setor

Útil para agrupar ou organizar quantitativamente dados considerando um total. A circunferência


representa o todo e é dividida de acordo os números relacionados ao tema abordado.

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GRÁFICOS E TABELAS

Evolução do desmatamento na região da Amazônia

Linhas

Apresenta a evolução de um dado. Eixos na vertical e na horizontal indicam as informações a que se


refere e a linha traçada entre eles, ascendente, descendente constante ou com vários altos e baixos
mostra o percurso de um fenômeno específico.

Regularidades Ajudam a Compreender Os Fenômenos

Existem vários tipos de gráficos (como os de barras, de setor e de linha) e tabelas (simples e de
dupla entrada). O uso de cada um deles depende da natureza das informações. É importante que os
alunos sejam apresentados a todos eles e estimulados a interpretá-los. "Aqui tem mais quantidade
porque esta torre (barra) é maior que a outra" e "a pizza está dividida em três partes. Então são três
coisas representadas" são falas comuns e que revelam o quanto a turma já sabe a respeito.

Na EMEB Donald Savazoni, na capital paulista, Cláudia de Oliveira pediu que os estudantes do 3º
ano pesquisassem gráficos e tabelas em diversos portadores de texto, como os jornais, e analisou o
material com eles. Além dos diferentes visuais, ela trabalhou elementos imprescindíveis, como o título
(que indica o que está sendo representado), a fonte (que revela a origem das informações) e, no caso
dos gráficos, especificamente, a legenda (que decodifica as cores, por exemplo).

De que assunto trata o gráfico? Quantos dados são apresentados? Como eles aparecem? Esses são
questionamentos pertinentes para fazer aos alunos. Essas intervenções, apoiadas em exemplos, são
uma forma de encaminhar a turma a notar que há certas regularidades que permitem a interpretação
independentemente do conteúdo.

Por exemplo: num gráfico de barras verticais, é a altura que mostra a variação de quantidade e não a
largura das barras. No caso dos eixos, presentes no gráfico de barras e no de linhas, os intervalos
entre as marcações são sempre do mesmo tamanho. Isso serve para garantir a proporcionalidade
das informações apresentadas.

Quanto às tabelas, há diversas formas de usá-las para organizar as informações. Elas podem
aparecer em ordem crescente ou decrescente, no caso de números, ou em ordem alfabética, quando
são compostas de nomes, por exemplo.

Ao selecionar o material para trabalhar em sala, lembre-se de atentar para a complexidade de cada
um. "Quanto mais informações reunirem, mais complicados são. Para essa faixa etária, melhor usar
material com poucos dados, dando preferência aos números absolutos", explica Leika Watabe,
assessora técnica educacional da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.

Escolher temas e assuntos que fazem parte do universo da garotada também é importante. Para as
crianças do 3º ano, Cláudia organizou um estudo do tempo de vida de uma série de animais e
organizou os dados em uma tabela e um gráfico de barras. Na tabela, elas tinham de identificar o

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GRÁFICOS E TABELAS

assunto tratado e verificar as informações sobre os bichos, relacionando os dados. Depois,


compararam no gráfico as diferenças entre a expectativa de vida de cada um deles. Por fim, a
educadora propôs alguns problemas para que todos calculassem a diferença de idade entre dois
animais. Os alunos confrontaram os resultados com o gráfico e concluíram que os valores eram
proporcionais ao intervalo entre as barras que representavam os bichos.

Importante: gráficos e tabelas podem ser explorados com muitos conteúdos, de diversas disciplinas -
desde que o material não seja simplesmente exposto em um cartaz na sala. Trabalhar a interpretação
é fundamental. Somente com essa estratégia em jogo, o grupo vai criar familiaridade com esse tipo
de representação, se apropriar dele com segurança e seguir em frente, construindo seus próprios
gráficos e tabelas.

Simples

Usada para apresentar a relação entre uma informação e outra (como produto e preço). É formada
por duas colunas e deve ser lida horizontalmente.

De Dupla Entrada

Útil para mostrar dois ou mais tipos de dado (como altura e peso) sobre um item (nome). Deve ser
lida na vertical e na horizontal simultaneamente para que as linhas e as colunas sejam relacionadas.

De Dupla Entrada

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IDENTIFICAÇÃO, LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS, GRÁFI-
COS, PERFIS, PLANTAS, CARTAS E MAPAS

Análise E Interpretação De Tabelas E Gráficos

Gráficos são representações de dados por meio de recursos visuais, com o objetivo de destacar infor-
mações para que fique mais fácil a sua compreensão. Normalmente, o gráfico é usado para cruzar
informações e demonstrar desempenhos, como crescimento ou queda, por exemplo.

Os gráficos mais frequentes no vestibular são: tipo pizza, com barras, de linhas e colunas.

Muitas vezes esquecemos de nos atentar a essa parte e seguimos direto para o gráfico. O enunciado
pode ter informações complementares que vão facilitar muito a resolução da questão. Portanto, leia
sempre e circule as informações principais. Entenda qual tipo de informação está destacada no eixo
vertical e qual está no eixo horizontal

Antes de analisar alguma informação, precisamos entender o gráfico como um todo. Veja o exemplo
abaixo:

Esse gráfico foi usado numa questão de matemática do ENEM de 2015. Ela está falando sobre a des-
valorização de veículos após a sua compra.

No eixo vertical, temos a informação do preço que cada automóvel foi comprado. Já no eixo horizontal,
temos a quantidade de anos que determinada pessoa ficou com o carro.

Só de observar as informações de cada eixo, já conseguimos identificar que a perda do carro Y foi
muito maior, pois foi comprado a 55 mil reais e foi vendido a 10 mil, depois de 14 anos. Já o carro X,
foi comprado a 30 mil reais e vendido a 15 mil.

No enunciado, a questão não fala o preço que ela comprou e vendeu o carro, mas a informação está
explicita no gráfico.

Interprete com calma, pois geralmente as questões são contextualizadas

Se antes mesmo de você ler o gráfico, você já se assustou: relaxe! Normalmente, esse recurso é abor-
dado de forma contextualizada, o que facilita sua resolução.

É muito comum conter dados estatísticos de pesquisas para eleições e outros temas presentes na vida
dos cidadãos. Então, lembre-se que nem sempre será matemática pura. Nessas horas, é mais impor-
tante você pensar de forma lógica e resolver com calma a questão.

Gráfico de Colunas

Um dos mais utilizados. O valor de cada coluna é proporcional a sua altura, onde as categorias são
indicadas no eixo x (eixo horizontal) e os valores para cada categoria, no eixo y (eixo vertical).

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IDENTIFICAÇÃO, LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS, GRÁFI-
COS, PERFIS, PLANTAS, CARTAS E MAPAS

Gráficos em barra

Apresentam basicamente a mesma função dos gráficos de colunas, com os valores para cada categoria
na posição horizontal e as categorias na posição vertical.

Gráfico De Linhas

O gráfico de linha é usado para apresentar uma sequência de valores de um elemento (eixo y) ao longo
do tempo (eixo x). São muito úteis para representar a evolução de um certo dado. A seguir, veja:

As tabelas são usadas para estruturar informações ou dados. Assim como os gráficos, elas facilitam o
entendimento, através de linhas e colunas que separam as informações e cabe a você relacioná-las.

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IDENTIFICAÇÃO, LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS, GRÁFI-
COS, PERFIS, PLANTAS, CARTAS E MAPAS

É importante conhecer alguns elementos desse tipo de representação, pois será fundamental para que
a análise seja bem sucedida.

Título – indica o assunto e também tem a função de chamar a atenção do leitor.

Subtítulo – detalha o tema da tabela e contextualiza a situação.

Cabeçalho – corresponde ao título dos conteúdos das colunas e linhas.

Corpo – os dados da tabela.

Fonte –possui a mesma função que nos gráficos e que usualmente aparece no rodapé da tabela.

Tabela simples

Usada para apresentar a relação entre uma informação e outra (como produto e preço). É formada por
duas colunas e deve ser lida horizontalmente.

Tabela Dupla Entrada

Útil para mostrar dois ou mais tipos de dado sobre um item. Deve ser lida na vertical e na horizontal
simultaneamente para que as linhas e as colunas sejam relacionadas.

A Tabela relaciona os investimentos, em milhões de dólares, feitos pelo Brasil na França e pela França
no Brasil desde o ano de 2003 até o ano de 2007.

Com esses dados, podemor tirar várias conclusões, como por exemplo:

– 2007 foi o ano que o Brasil menos investiu na França, totalizando 280 milhões de dólares.

– 2005 foi o ano que a França mais investiu no Brasil, totalizando 1458 milhões de dólares.

→ De 2003 até 2007 o Brasil nunca investiu mais na França do que a França no Brasil.

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IDENTIFICAÇÃO, LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS, GRÁFI-
COS, PERFIS, PLANTAS, CARTAS E MAPAS

Até os menos fluentes nas áreas matemáticas precisam admitir que as leis e grandezas das quais ela
trata fazem parte do nosso cotidiano.

Essas informações podem estar organizadas e podem ser mais facilmente entendidas por meio da in-
terpretação de gráficos e tabelas, que apesar de muito presentes em nosso dia a dia, às vezes, passam
despercebidas.

Alguns deles são os calendários, as informações nutricionais dos rótulos de alimentos, bulas de remé-
dios, nos meios de comunicação (jornais, revistas, internet) etc. Portanto, saber construir, ler e inter-
pretar gráficos e tabelas é uma habilidade fundamental para compreender o mundo de forma crítica, a
fim de conseguir tirar conclusões próprias e até mesmo fazer previsões sobre determinados assuntos
e informações.

É bem provável que os primeiros gráficos e tabelas foram criados pela primeira pessoa que disse “con-
seguiu entender ou quer que eu desenhe?” (isso é uma falácia caros leitores, não um fato).

Porque de fato alguns dados são tão numerosos e os assuntos podem se tornar tão complexos que
entendê-los na sua forma abstrata, só pela leitura de um texto ou explicação oral, pode ser uma tarefa
difícil. A fim de conseguir visualizar as grandezas do que aquele assunto ou os dados estão tratando
as representações gráficas são mais práticas.

A interpretação de gráficos e tabelas não trata apenas de questões matemáticas puras, como vetores
físicos e equações. Mas também para entender assuntos diversos, como situações sociais, fatos
econômicos, políticos, fenômenos naturais, geográficos, entre outros, as possibilidades são pratica-
mente ilimitadas.

Por meio da interpretação do gráfico acima podemos dimensionar a proporção do impacto e dos nú-
meros a respeito da qualidade do ar em Paris (França). O que provavelmente não seria tão bem repre-
sentado e dimensionado por meio de um texto simples.

Esse exemplo mostra as possibilidades de abordar o mesmo assunto e apresentar dados sobre ele de
forma simplificada e completa por meio de gráficos e tabelas. Temos aqui um gráfico de barras e colu-
nas, com legendas em cor de acordo com o grau de poluição.

Agora, vamos apresentar a especificidade de cada um e mostrar a melhor forma de fazer a interpreta-
ção de gráficos e tabelas, a fim de que os leitores, vestibulando e concurseiros consigam retirar deles
as informações precisas para entender o assunto e chegar à resposta dos problemas propostos.

O primeiro ponto a ser considerado na análise, independentemente do tipo gráfico em questão, é


que sempre vamos trabalhar com pelo menos duas grandezas.

A fim de fazer uma interpretação de gráficos e tabelas de forma completa é necessário prestar atenção
em alguns elementos importantes que estão incluídos nos gráficos, são eles:

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IDENTIFICAÇÃO, LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS, GRÁFI-
COS, PERFIS, PLANTAS, CARTAS E MAPAS

Título: geralmente eles possuem um título, assim como os textos, indicando a que informação ele se
refere. Dependendo eles podem vir acompanhado de um subtítulo, que, na maioria das vezes, vai cha-
mar a atenção para um dado específico do gráfico ou tabela;

Fonte: a maioria dos gráficos têm uma fonte, que diz a origem das informações tratadas junto com o
ano em que foram publicadas, essa informação geralmente é posicionada no canto inferior direito dos
gráficos e tabelas;

Números: são o elemento mais importante, uma vez que é por meio deles que fazemos as comparações
entre as informações dadas pelos gráficos. Eles podem representar quantidade ou tempo (mês, ano,
período);

Legendas: elas auxiliam na leitura das informações apresentadas. Comumente são usadas cores, a fim
de destacar informações diferentes.

Gráfico De Colunas

Este é um dos tipos mais utilizados. Os valores para cada categoria são indicados pelo eixo y (eixo
vertical) e cada coluna é proporcional à sua altura, nas quais as categorias são indicadas no eixo x
(eixo horizontal).

O gráfico de colunas é utilizado quando as legendas forem curtas para que não haja muitos espaços
em branco, como pode acontecer no gráfico de barras, que apresentaremos mais a diante.

A fim de entender o processo de interpretação de gráficos de coluna, usaremos este exemplo a seguir:

A primeira informação a considerar no momento da interpretação do gráfico: o título, ele vai informar o
tema que o gráfico está abordando. A partir disso já é possível fazer inferências sobre os dados, a partir
de conhecimentos anteriores sobre o assunto, facilitando a leitura.

Note que o eixo y (vertical) é composto pelo número de espécies, que representa a quantidade de
espécies marinhas conhecidas e catalogadas. E o eixo x (horizontal) é composto por uma linha temporal
que considera os anos antes de 1900 e vai até 2000.

A partir dessas duas grandezas podemos ler o gráfico da seguinte forma: estamos observando o au-
mento no número de seres marinhos conhecidos e catalogados ao longo do século 20, algo que tam-
bém já está objetivamente destacado pelo título.

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IDENTIFICAÇÃO, LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS, GRÁFI-
COS, PERFIS, PLANTAS, CARTAS E MAPAS

Além desses dados, esse gráfico de colunas nos dá mais uma informação por meio da legenda de
cores, que define o tipo de seres marítimos que cada intervalo da coluna representa. Sendo amarelo:
Fitoplâncton, vermelho: Zooplâncton, azul claro: peixes, azul escuro: Fitobentos e verde: Zoobentos.

Gráfico De Barras

Em essência, os gráficos de barras têm a mesma função dos gráficos de colunas, com os valores para
cada categoria apresentados na posição horizontal (eixo x) e outras informações na posição vertical
(eixo y), às vezes pode acontecer deste eixo não apresentar uma informação específica, ou “estar em
branco”.

Este é utilizado para fazer comparação de dados quantitativos e é formado por barras de mesma lar-
gura e comprimento (ou altura) variável, que dependem dos valores que representam.

Quão mais longa (ou alta) a barra for maior quantidade ou a frequência do dado apresentado. Com
base na variação da barra é que o leitor analisa como determinado dado está em relação aos demais.

Como dissemos anteriormente, deve-se fazer primeiro a leitura do título, se inteire do assunto do grá-
fico, para então começar a destacar cada uma das informações e dados que ele apresenta.

Na interpretação do gráfico apresentado podemos considerar no eixo vertical os tipos Compostos vo-
láteis orgânicos (VOCs) ou simplesmente gases poluentes, classificada em ordem decrescente (lendo
de cima para baixo), do mais ao menos encontrado no ar.

Na linha horizontal nos é dado variações da quantidade de massa desses gases. Neste caso, o preen-
chimento em cores do gráfico não indica uma informação sobre o assunto que está sendo tratado, as
barras foram coloridas para fins meramente decorativos.

Gráfico De Linha

O gráfico de linha é usado para apresentar a evolução de um dado ao longo do tempo, sendo muito
comum o uso dele em análises financeiras. O cardiograma é um outro exemplo de gráfico de linha
muito conhecido.

Além de poder ser usada em todas as áreas do conhecimento, uma das vantagens deste modelo é a
viabilidade de fazer análise de mais de uma tabela.

Este tipo de gráfico apresenta uma série como um conjunto de pontos conectados por uma única linha,
que pode variar entre ascendentes (crescimento), descentes (diminuição) ou constantes de determi-
nado fenômeno.

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IDENTIFICAÇÃO, LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS, GRÁFI-
COS, PERFIS, PLANTAS, CARTAS E MAPAS

No eixo das ordenadas (eixo y) temos a sequência de valores de um elemento e, geralmente, nas
abscissas (eixo x) temos a variação ou intervalo de tempo (anos, meses, dias, horas etc.) de determi-
nado assunto ou fenômeno.

A fim de fazer a interpretação do gráfico de linhas apresentado, primeiro precisaremos considerar cada
uma separadamente para em seguida considerá-los em conjunto.

Neste caso temos uma legenda de cor a ser considerada e ela é determinante para diferenciarmos uma
linha da outra. As cores representam intervalos de tempo em anos (ou cada temporada da série).

Assim como fizemos nos outros gráficos e este é um método que pode ser aplicado para todos os
gráficos que trabalham com um eixo y e x é observá-los nessa ordem de leitura: vertical – horizontal.

Aplicando esta lógica para ler este gráfico temos que o eixo das ordenadas (vertical), que apresenta
variações de número de espectadores estado-unidenses em milhões, enquanto as abscissas (horizon-
tal) nos dá intervalos de tempo em meses.

E por meio dessas duas grandezas podemos compreender as variações na audiência da série The
O.C a cada mês, e vemos como esse fator oscila em cada intervalo de dois anos por meio de cada
linha separadamente.

Uma variante do gráfico de linha são os gráficos de área. Este tipo de gráfico de linhas conectadas por
pontos, preenche os espaços abaixo das linhas concluídas. Os gráficos de área são ideais para apre-
sentar tendências e evolução de dados sobrepostos.

Temos três variações desse tipo de gráfico: área empilhada, gráfico de fluxo e gráfico de área escalo-
nada.

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IDENTIFICAÇÃO, LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS, GRÁFI-
COS, PERFIS, PLANTAS, CARTAS E MAPAS

Gráfico De Pontos

O gráfico de pontos também é conhecido como Dotplot. Ele é usado quando temos uma tabela de dis-
tribuição de frequência, que pode ser absoluta ou relativa. Este tipo de gráfico tem a finalidade de exibir
os dados das tabelas de forma resumida, permitindo a análise das distribuições desses dados.

O gráfico acima trata da variação do uso diário de energia, que são apresentados no eixo vertical.
Enquanto o eixo horizontal traz a temperatura ambiente, em Celcius (°C), que varia entre 0 e 25 graus.

Na interpretação do gráfico de pontos observamos a distribuição de frequência, neste caso, a dispersão


a distância entre a variação do consumo de energia no período de um dia e a relação desse consumo
com a temperatura ambiente. Outra possibilidade de uso do gráfico de pontos é a seguinte:

Neste caso, para a análise dos dados consideramos o tamanho dos pontos. Dado que eles aumentam
proporcionalmente à quantidade de pontos sobrepostos, ou seja, quanto determinado dado ou fenô-
meno se repete. Estes são chamados de gráficos de contagens ou gráfico de bolha.

Gráfico DE SETOR

Este tipo de gráfico, que também pode ser chamado de “Gráfico de Pizza”, é muito utilizado, sobretudo,
para observação de números percentuais (estatísticos). Com ela é possível agrupar ou organizar quan-
titativamente dados considerados como um total.

Ele consiste em um círculo, no qual são representadas as partes de um todo (assunto, característica,
fenômeno etc.). A circunferência é dividida em setores, geralmente coloridas, que correspondem às
partes, números ou frequência dos dados do tema abordado, ou seja, quanto maior a frequência, maior
a área do setor circular.

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IDENTIFICAÇÃO, LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS, GRÁFI-
COS, PERFIS, PLANTAS, CARTAS E MAPAS

Primeiramente, na interpretação do gráfico de setores precisamos procurar saber do que o círculo se


trata, ou seja, qual o fenômeno ou dado geral está sendo representado pela circunferência toda.

A partir disso, entendemos que cada setor (pedaço ou parte) do círculo representa uma porcentagem
deste total, que neste caso está representando o número de falantes de determinado idioma.

Além do número de casos, outra grandeza (informação) que nos é apresentada são as cores dos se-
tores, que representam cada idioma falado no mundo. Desse modo, conseguimos perceber com mais
precisão o volume dos dados e a diferença entre as proporções do assunto.

Este gráfico pode ser usado em atividades de matemática, nas quais é exigido que seja descoberto o
valor de uma porcentagem a partir do valor total. Mas, na maioria das vezes, não lidaremos com peda-
ções de pizza iguais, este é o desafio.

Então lembre-se, na interpretação do gráfico de pizza, o círculo representa um valor total, que vamos
chamar de “z” e cada “pedaço” uma porcentagem, que chamaremos de “1/z”. Ou seja, a soma de todos
os pedaços vai tem que ser igual ao valor total.

Contudo desenvolver as equações a partir do entendimento dessas porções e igualá-las ao valor total
pode facilitar o seu trabalho.

Uma variante do gráfico de setores é o gráfico de rosca ou circulares. Assim como o gráfico de pizza,
este tipo de gráfico é usado para representar as partes com um todo. O diferencial dos gráficos circu-
lares está na possibilidade de apresentar mais de uma série de dados.

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IDENTIFICAÇÃO, LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS, GRÁFI-
COS, PERFIS, PLANTAS, CARTAS E MAPAS

Os infográficos são um método moderno de apresentar um conjunto de dados. Eles têm esse nome
devido a junção das palavras info (informação) e gráfico (desenho, imagem, representação visual).

Em outras palavras, este tipo de gráfico usa um desenho ou imagem que, com o apoio de um texto,
comunica a respeito de um assunto que não seria muito bem compreendido caso fosse utilizado apenas
o texto, facilitando o entendimento de quem lê.

A interpretação do infográfico e seus dados requer uma leitura detalhista e atenta, dado que são nos
detalhes da imagem (título, tema, componentes, cores, tamanhos etc.) que estão as inferências e os
dados dos quais o assunto trata.

Como podemos observar com este exemplo, apesar de ser um modelo que demanda um olhar atento
do leitor, a interpretação do gráfico, no geral, é facilitada pela quantidade de recursos visuais aliados a
pequenas porções de texto (ou até mesmo frases) que explicam a imagem apresentada.

E a forma de ler este tipo de gráfico, seja em linhas (da esquerda para direita) ou colunas (de cima para
baixo), é algo que o criador do infográfico determina da criação dele por meio de como os recursos
visuais estão dispostos.

Isso é feito de acordo com mecanismos naturais (biológicos) da nossa visão que são aplicados pelos
artistas (designers). No exemplo usado, devido à disposição dos retângulos a parte de cima no infográ-
fico nos leva a ler em linhas, já na porção de baixo somos levados a realizar uma leitura em colunas.

Ela é usada para mostrar a relação entre duas grandezas, informações ou dados, como produto e
preço. A tabela simples é formada por duas colunas e são lidas horizontalmente, ou seja, em linhas
(sentido esquerda para direita).

Período* Salário mínimo necessário

2021 R$ 5.495,52,

2020 R$ 4.347,61

2019 R$ 3.928,73

2018 R$ 3.752,65

2017 R$ 3.811,29

2016 R$ 3.795,24

2015 R$ 3.118,62

2014 R$ 2.748,22

2013 R$ 2.674,88

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IDENTIFICAÇÃO, LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS, GRÁFI-
COS, PERFIS, PLANTAS, CARTAS E MAPAS

Período* Salário mínimo necessário

2012 R$ 2.398,82

2011 R$ 2.194,76

2010 R$ 1.987,26

A fim de interpretar este gráfico é necessário, primeiramente, considerar as duas categorias apresen-
tadas no topo da tabela, que determinam as duas grandezas (ou dados relacionados) dos quais esta-
mos tratando.

A partir disso, fazemos uma relação de dependência ou de proporção entre as duas. Na tabela apre-
sentada anteriormente, percebemos a relação entre cada ano e o valor estimado pelo departamento
para o valor necessário do salário mínimo de acordo com cada ano.

Tabela Dupla Entrada

Ela é usada a fim de apresentar dois ou mais tipos de dado, informações ou grandezas, como altura e
peso, a respeito de um item. Para fazer a leitura de uma tabela de dupla entrada, o eixo vertical e
horizontal é considerado simultaneamente, para que as linhas e as colunas possam ser entendidos e
relacionados de forma adequada.

Por meio do exemplo vemos como a tabela de dupla entrada é parte do nosso cotidiano, dado que a
maioria dos alimentos que compramos no mercado vem com esta tabela com as informações nutricio-
nais no verso.

Para interpretação deste tipo de tabela, temos primeiro a referência dada pelo título e subtítulo. Então
iremos considerar essas quantidades de acordo com a porção de 200ml (1 unidade do produto).

A partir disso, a primeira coluna dispõe cada um dos nutrientes que compõe o alimento, a segunda da
quantidade, em gramas (g), miligramas (mg) e microgramas (mcg), de cada um destes nutrientes e a
última a porcentagem deles para o valor diário (VD).

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IDENTIFICAÇÃO, LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS, GRÁFI-
COS, PERFIS, PLANTAS, CARTAS E MAPAS

Para ler e entender cada um desses item, fazemos a leitura deles em linhas. Relacionamos um nutri-
ente, com sua quantidade em gramas e valor diário. E repetimos isso para todas as demais.

No final da tabela, nos é dado uma informação extra, que podemos relacionar aos elementos da última
coluna dados pelo valor diário. E conseguimos fazer outra inferência de todas essas informações com
uma nova grandeza, que é o valor médio de calorias da dieta de uma pessoa média adulta.

Mapa, Carta e Planta

A palavra MAPA é usada genérica e indiscriminadamente como sinônimo das palavras CARTA e
PLANTA – essa confusão ocorre muito no Brasil e tem origem no uso popular de documentos carto-
gráficos. Por comodidade, os usuários passaram a designar todo documento cartográfico por mapa.

Existem alguns parâmetros que nos permite realizar a distinção entre esses três termos:

Escala de Representação

Como bem sabemos a escala é uma relação entre a dimensão do terreno na Superfície Física da Terra
(D) e sua correspondente na imagem ou documento cartográfico (d). Para conseguirmos representar
qualquer feição ou área da superfície terrestre em um produto cartográfico, é necessário inserir uma
escala para fornecer a proporção ao usuário.

Não existe nenhuma convenção cartográfica que classifica mapa, carta ou planta de acordo com sua
escala, entretanto por análises quantitativas podemos defini-los conforme a tabela abaixo:

Usualmente, podemos utilizar a tabela abaixo como parâmetro para classificar o produto cartográfico
pelo denominador da escala (D):

Desta forma, conseguimos ter uma noção sobre qual escala é considerada pequena, média ou grande.
Lembrando que quanto maior for a área representada, menor será a escala do produto cartográfico e
vice-versa.

Relação entre Documento Cartográfico e Território

Existe um parâmetro que deriva da relação entre o documento cartográfico e o território. Se o território
for completamente coberto por uma única folha, pode-se denominar de mapa. Se o território for coberto
por diversas folhas, cada folha é uma carta e o conjunto articulado das cartas forma o mapa.

Assim, tecnicamente, no Brasil, emprega-se MAPA quando se trata de documento em escala pequena,
que abrange a totalidade de um determinado território (Nação, Estado, Região ou Município).

Parte inferior do formulário

O mapa possui algumas características que podem ser identificadas:

Representação plana;

Geralmente possui escala pequena (grandes áreas);

Área delimitada por acidentes naturais (bacias, planaltos, chapadas, etc) e divisa político-administrati-
vas;

Destinado a fins educativos, culturais, ilustrativos, planejamento e tomada de decisão.

A partir destas características podemos generalizar o conceito de MAPA como:

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IDENTIFICAÇÃO, LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS, GRÁFI-
COS, PERFIS, PLANTAS, CARTAS E MAPAS

“Mapa é a representação do plano, normalmente em escala pequena, dos aspectos geográficos, natu-
rais, culturais e artificiais de uma área tomada na superfície de um corpo celeste, delimitada por ele-
mentos físicos ou culturais, destinada aos mais variados usos”.

O Mapa a seguir representa o Brasil, suas unidades federativas e seus principais municípios. Podemos
observar que é um produto pouco detalhado, pois representa uma área grande e possui escala pe-
quena.

Um documento mais complexo ou mais detalhado, geralmente nas escalas médias e grandes, é deno-
minado CARTA.

As principais características das cartas são:

Representação plana;

Geralmente escala média ou grande;

Limites das folhas constituídos por linhas convencionais;

Avaliação precisa de direções, distâncias e localização de pontos, áreas e detalhes;

Geralmente, faz parte de um mapa.

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IDENTIFICAÇÃO, LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS, GRÁFI-
COS, PERFIS, PLANTAS, CARTAS E MAPAS

Desta forma, podemos generalizar o conceito de CARTA como:

“Carta é a representação no plano, em escala média ou grande, dos aspectos artificiais e naturais de
uma área tomada da superfície de um corpo celeste, subdividida em folhas delimitadas por linhas con-
vencionais – paralelos e meridianos – com a finalidade de possibilitar a avaliação de pormenores, com
grau de precisão compatível com a escala.”

O IBGE fornece para download cartas (folhas topográficas) disponibilizadas de acordo com o recorte
geográfico do Mapeamento Topográfico Sistemático Terrestre do Brasil nas escalas 1:1.000.000,
1:250.000, 1:100.000, 1:50.000 e 1:25.000.

Na imagem a seguir podemos ver uma carta da cidade de Presidente Prudente (SP), na escala de
1:50.000 Folha SF-22-Y-B-III-1, obtida através do IBGE:

A PLANTA é um caso PARTICULAR da carta. É uma representação em escala grande de uma área
muito limitada, portanto, com maior quantidade de detalhes.

Portanto, definimos a PLANTA como:

“Planta é a representação em escala grande de áreas suficientemente pequenas que podem ser toma-
das por planas (a curvatura da Terra pode ser desconsiderada), sem erro sensível.”

Um exemplo é a planta de situação, utilizada em obras de engenharia e atualização cadastral. Podemos


observar que a quantidade de detalhes apresentados na planta pelas feições é maior do que compa-
rada com as cartas e mapas, devido a escala deste produto ser grande e representar uma região menor.

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Produto Cartográfico Gerado Através de um Ortomosaico / Mosaico de Ortofoto

O ortofotomosaico ou mosaico de ortofoto, é um produto gerado a partir do processamento de imagens


aéreas que podem ser adquiridas por drones. Este produto é muito utilizado para a produção de bases
cartográficas, como mapas, cartas e plantas, devido a possibilidade de realizar medidas diretas de
distâncias, áreas e ângulos, além de permitir fácil interpretação das feições e objetos representados.

A imagem a seguir representa um ortomosaico com GSD (Ground Sample Distance) de 4cm produzido
pela empresa Mapear com Drones.

A principal utilidade do ortomosaico para a produção de uma base cartográfica, é servir como modelo
para a vetorização das feições e objetos, uma vez que as feições representadas estão georreferencia-
das e corrigidas de distorções planimétricas. A vetorização é a extração de informações cartográficas
em formas de pontos, linhas e polígonos a partir de bases de dados como cartas topográficas, mapas,
imagens de satélite e fotografias aéreas. Essas informações são desenhos em computadores (CAD)
de informações de uma imagem raster para vetor, contornando apenas as informações necessárias ao
produto cartográfico (arquivo digital de desenho).

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IDENTIFICAÇÃO, LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS, GRÁFI-
COS, PERFIS, PLANTAS, CARTAS E MAPAS

Os drones proporcionam a geração de ortomosaicos com GSDs pequenos de até 3 cm. Essa precisão
é fundamental para a identificação dos objetos a serem vetorizados de acordo com a finalidade do
mapa, carta ou planta. Quanto menor o GSD mais detalhado estarão os objetivos no ortomosaico, e
mais fácil será para identificar os limites e detalhes do terreno.

A partir da vetorização do ortomosaico em algum software de CAD (ex.: AutoCAD), é possível gerar
uma planta, inserindo os elementos necessários, como: quadricula, indicação do norte, legenda, escala,
entre outros.

Espero que tenha ficado um pouco mais claro estes conceitos sobre os produtos cartográficos e como
pode ser feita a geração de uma planta através do mapeamento aéreo com drones.

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EQUAÇÕES DE 1 GRAU

Equações De 1 Grau

Quatro passos para resolver equações do primeiro grau

Para facilitar seu aprendizado, apresentamos quatro passos para resolver equações do primeiro
grau.

Neste texto ensinaremos um método para resolver equações do primeiro grau em quatro passos.
Antes de apresentarmos o passo a passo, é importante abordarmos algumas definições básicas das
equações.

 Definições básicas das equações

Toda equação possui igualdade e incógnita. A incógnita é um número desconhecido representado por
uma letra (geralmente x). Resolver uma equação é encontrar o valor de x que torna essa igualdade
verdadeira.

Dada uma equação do primeiro grau qualquer, o conjunto de números, incógnitas e operações disposto
à esquerda da igualdade é conhecido como primeiro membro da equação; e o que está à direita da
igualdade é chamado de segundo membro da equação. Por exemplo, dada a equação:

7x + 80 = 4x – 7

O primeiro membro é composto por 7x + 80, e o segundo membro, por 4x – 7. Além disso, cada
parcela que é somada ou subtraída em uma equação é chamada de termo. Logo, tomando o mesmo
exemplo acima, os termos dessa equação são: 7x, 80, 4x e 7.

De posse dessas definições, seguem os quatro passos para resolver uma equação do primeiro grau.

 Os quatro passos da resolução de equações do primeiro grau

Passo 1 – Colocar no primeiro membro todos os termos que possuem incógnita.

Reescreva a equação colocando todos os termos que possuem incógnita no primeiro membro. Para
tanto, utilize a seguinte regra: Trocou de membro, trocou de sinal. Observe o exemplo:

7x + 80 = 4x – 7

O termo 4x está no segundo membro e deve ser colocado no primeiro. Assim, troque 4x de membro
trocando também seu sinal:

7x + 80 = 4x – 7

7x – 4x + 80 = – 7

Passo 2 – Colocar no segundo membro todos os termos que não possuem incógnita.

Repita o procedimento do passo anterior para transferir termos que não possuem incógnita do primeiro
para o segundo membro. No exemplo abaixo (continuação do exemplo anterior), observe que + 80 é
um termo que não possui incógnita. Portanto, deve ser colocado no segundo membro. Ao fazer isso,
lembre-se da regra: Trocou de membro, trocou de sinal.

7x – 4x + 80 = – 7

7x – 4x = – 7 – 80

Passo 3 – Simplificar as expressões em cada membro.

Para esse passo, basta realizar as operações indicadas na equação. Para tanto, lembre-se de como
devem ser realizadas as somas de números inteiros.

7x – 4x = – 7 – 80

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EQUAÇÕES DE 1 GRAU

3x = – 87

Passo 4 – Isolar a incógnita no primeiro membro.

Em alguns casos, como no exemplo acima, a incógnita aparece sendo multiplicada (ou dividida) por um
número qualquer. Para isolar a incógnita no primeiro membro da equação, deve-se considerar a
seguinte regra: Caso o número esteja multiplicando a incógnita, passá-lo para o segundo membro
dividindo. Caso o número esteja dividindo a incógnita, passá-lo para o segundo membro multiplicando.
Por exemplo:

3x = – 87

Observe que a incógnita x está sendo multiplicada por 3. Portanto, 3 deve passar para o segundo
membro dividindo. Logo, o quarto passo terá o seguinte resultado:

3x = – 87

x = – 87
3

x = – 29

Exemplo:

Qual é o valor de x da equação seguinte?

2x + 9 = 4x – 18
4 4

Primeiro passo:

2x – 4x + 9 = – 18
4 4

Segundo passo:

2x – 4x = – 18 – 9
4 4

Terceiro passo (Clique aqui para saber como somar frações):

– 2x = – 27
4

Quarto passo: deve ser feito duas vezes, uma para o 4 que está dividindo e outra para o 2 que está
multiplicando.

– 2x = – 27
4

– 2x = – 27·4

– 2x = – 108

x = – 108
–2

x = 54

Equação Do 1º Grau Com Uma Incógnita

Exemplo de equação do primeiro grau com duas incógnitas e seus coeficientes

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EQUAÇÕES DE 1 GRAU

Utilizamos uma equação para calcular o valor de um termo desconhecido, que geralmente é
representado por uma letra. As equações possuem sinais operatórios como adição, subtração,
multiplicação, divisão, radiciação e igualdade. O sinal de igualdade divide a equação em dois
membros, os quais são compostos de elementos de dois tipos:

Elemento de valor constante: representado por valores numéricos;


Elemento de valor variável: representado pela união de números e letras.

Exemplos De Equações Do Primeiro Grau

Observe exemplos de equações do 1º grau com uma incógnita:

a) x + 1 = 6

b) 2x + 7 = 18

c) 4x + 1 = 3x – 9

d) 10x + 60 = 12x + 52

Solução De Equações Do Primeiro Grau

Para resolver uma equação, precisamos conhecer algumas técnicas matemáticas. Vamos, por meio de
resoluções comentadas, demonstrar essas técnicas.

Exemplo 1:

4x + 2 = 8 – 2x

Em uma equação, devemos separar os elementos variáveis dos elementos constantes. Para isso,
vamos colocar os elementos semelhantes em lados diferentes do sinal de igualdade, invertendo o sinal
dos termos que mudarem de lado. Veja:

4x + 2x = 8 – 2

Agora aplicamos as operações indicadas entre os termos semelhantes.

6X = 6

O coeficiente numérico da letra x do 1º membro deve passar para o outro lado, dividindo o elemento
pertencente ao 2º membro da equação. Observe:

x=6
6
x=1

Portanto, o valor de x que satisfaz a equação é igual a 1. A verificação pode ser feita pela substituição
do valor de x na equação. Observe:

4x + 2 = 8 – 2x
4*1+2=8–2*1
4+2=8–2
6 = 6 → sentença verdadeira

Todas as equações, de uma forma geral, podem ser resolvidas dessa maneira.

Exemplo 2:

10x – 9 = 21 + 2x + 3x
10x – 2x – 3x = 21 + 9
10x – 5x = 30
5x = 30
x = 30

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EQUAÇÕES DE 1 GRAU

5
x=6

Verificando:

10x – 9 = 21 + 2x + 3x
10 * 6 – 9 = 21 + 2 * 6 + 3 * 6
60 – 9 = 21 + 12 + 18
51 = 51 → sentença verdadeira

O valor numérico de x que satisfaz à equação é 6.

Exemplo 3:

3x – 2x + 10 = 10 + 5x – 40
3x – 2x – 5x = 10 – 40 – 10
3x – 7x = –40
– 4x = – 40

Nos casos em que a parte da variável é negativa, precisamos multiplicar os membros por –1.

– 4x = – 40 * (–1)
4x = 40
x = 40
4
x = 10

Verificando:

3x – 2x + 10 = 10 + 5x – 40
3 * 10 – 2 * 10 + 10 = 10 + 5 * 10 – 40
30 – 20 + 10 = 10 + 50 – 40
20 = 20 → sentença verdadeira

Exemplo 4:

10 – (8x – 2) = 5x + 2(– 4x + 1) → aplicar a propriedade distributiva da multiplicação:

10 – 8x + 2 = 5x – 8x + 2
– 8x – 5x + 8x = + 2 – 10 – 2
– 13x + 8x = – 10
– 5x = – 10 * (–1)
5x = 10
x = 10
5
x=2

Verificando:

10 – (8x – 2) = 5x + 2(– 4x + 1)
10 – (8 * 2 – 2) = 5 * 2 + 2(– 4 * 2 + 1)
10 – (16 – 2) = 10 + 2(–8 + 1)
10 – (14) = 10 + 2(–7)
10 – 14 = 10 – 14
– 4 = – 4 → sentença verdadeira

Equações Do 1º Grau Com Uma Variável

Introduçao

Equação é toda sentença matemática aberta que exprime uma relação de igualdade. A palavra
equação tem o prefixo equa, que em latim quer dizer "igual". Exemplos:

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EQUAÇÕES DE 1 GRAU

2x + 8 = 0

5x - 4 = 6x + 8

3a - b - c = 0

Não são equações:

4 + 8 = 7 + 5 (Não é uma sentença aberta)

x - 5 < 3 (Não é igualdade)

(não é sentença aberta, nem igualdade)

A equação geral do primeiro grau:

ax+b = 0

onde a e b são números conhecidos e a diferente de 0, se resolve de maneira simples:


subtraindo b dos dois lados, obtemos:

ax = -b

dividindo agora por a (dos dois lados), temos:

Por exemplo, considere a equação 2x - 8 = 3x -10.

A letra é a incógnita da equação. A palavra incógnita significa "desconhecida". Na equação acima, a


incógnita é x; tudo que antecede o sinal da igualdade denomina-se 1º membro, e o que sucede,
2º membro.

Qualquer parcela, do 1º ou do 2º membro, é um termo da equação.

Equação do 1º grau na incógnita x é toda equação que pode ser escrita na forma ax=b,
sendo a e b números racionais, com a diferente de zero.

Equação Do Primeiro Grau

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EQUAÇÕES DE 1 GRAU

As equações de primeiro grau são equações matemáticas que estabelecem relações de igualdade
entre termos, representadas sob a forma:

ax+b = 0

Donde a e b são números racionais, sendo a um valor diferente de zero (a ≠ 0).

Note que a incógnita ou o termo variável designa o valor desconhecido. Assim, as equações de
primeiro grau podem apresentar mais de uma incógnita.

Os termos variáveis são expressos por uma letra qualquer, sendo que as mais utilizadas são x, y, z,
como observamos abaixo:

2x=4, nesse caso, a incógnita é o x:

2x=4
x=4/2
x=2

Como Resolver A Equação De Primeiro Grau

Para resolver a equação de primeiro grau é importante observar que seu objetivo principal é o de
descobrir o valor da incógnita na relação de igualdade estabelecida. É por isso que é utilizado o sinal
de igual.

Para encontrar o valor da incógnita, deve-se isolar o x, ou seja, separar os elementos


variáveis dos elementos constantes.

Sendo a e b as chamadas "constantes reais", (a diferente de 0) e o x, o elemento variável. Entretanto,


alguns conceitos matemáticos são primordiais para a resolução das equações.

Primeiramente, a expressão situada à esquerda da igualdade denomina-se 1º membro da equação.


Por outro lado, a expressão da direita do sinal de igual chama-se 2º membro da equação.

Assim, ao isolar o x (incógnita), situada no primeiro membro da equação, para que os elementos
semelhantes fiquem juntos, inverte-se o sinal do termo.

Isso quer dizer que ao mudar os elementos para antes e depois do sinal de igual, devemos alterar o
sinal do termo (soma e subtração, multiplicação e divisão). Por exemplo:

8x-3=5
8x=5+3
8x=8
x=8/8
x=1

Observe que ao isolar o x de um lado, o número 3 mudou de sinal. O 8 que estava multiplicado pelo x
(8 * x) passou para o 2º membro da equação dividindo o termo.

Outra regra básica para o desenvolvimento das equações de primeiro grau determina o seguinte:

Se a parte da variável ou a incógnita da equação for negativa, devemos multiplicar todos os membros
da equação por –1. Por exemplo:

– 9x = – 90 (-1)
9x=90
X=10

Leia também Inequação.

Exercícios Resolvidos

Exercício 1

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EQUAÇÕES DE 1 GRAU

Ana nasceu 8 anos depois de sua irmã, Natália. Em determinado momento da vida, Natália possuía o
triplo da idade de Ana. Calcule a idade das duas nesse momento.

Para resolver esse tipo de problema, utiliza-se uma incógnita para estabelecer a relação de igualdade.

Assim, denominemos a idade de Ana como o elemento x; sendo que se ela possui oito anos a mais
que Natália, logo: x+8

Por conseguinte, a idade de Natália vezes 3 será igual à idade de Ana: 3x=x+8

Estabelecida essas relações, ao subtrair o x dos dois lados, tem-se:

3x - x = x + 8 – x
2x=8
x=8/2
x=4

Portanto, como x é a idade de Ana, naquele momento ela terá 4 anos. Enquanto isso, Natália terá 12
anos, o triplo da idade de Ana (8 anos a mais).

Exercício 2

Resolva as equações abaixo:

a) x-3=9
x=9+3
x=12

b) 4x – 9=1 – 2x
4x+2x=1+9
6x=10
x=10/6

c) x + 5=20-4x
x+4x = 20-5
5x=15
x=15/5
x=3

d) 9x-4x+10 =7x–30
9x-4x-7x=-10-30
-20x=-40 (-1) multiplica-se os termos por -1
20x=40
x=40/20
x=20

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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

Equações Polinomiais do 2 Grau

Equação polinomial ou algébrica é toda equação da forma p(x) = 0, em que p(x) é um polinômio:
p(x) = anxn + an-1xn-1 + ... + a1x + a0 de grau n, com n ≥ 1. Veja alguns exemplos:

x4 + 9x2 – 10x + 3 = 0

10x6 – 2x5 + 6x4 + 12x3 – x2 + x + 7 = 0


x8 – x6 – 6x + 2 = 0
x10 – 6x2 + 9 = 0

As raízes de uma equação polinomial constituem o conjunto solução da equação. Para as equações
em que o grau é 1 ou 2, o método de resolução é simples e prático. Nos casos em que o grau dos
polinômios é 3 ou 4, existem expressões para a obtenção da solução.

Teorema Fundamental da Álgebra (TFA)

Toda equação polinomial p(x) = 0, de grau n onde n ≥ 1, admite pelo menos uma raiz complexa.

Exemplo 1

Determine o valor do coeficiente K, sabendo que 2 é a raiz da equação:

2x4 + kx3 – 5x2 + x – 15 = 0

Se 2 é raiz da equação, então temos:

2(2)4 + k(2)3 – 5(2)2 + 2 – 15 = 0


2*16 + k*8 – 5*4 + 2 – 15 = 0
32 + 8k – 20 + 2 – 15 = 0
8k + 34 – 35 = 0
8k – 1 = 0
8k = 1
k = 1/8

Temos que o valor do coeficiente k é 1/8.

Exemplo 2

Determine o valor de m, sabendo que –3 é raiz da equação: mx3 + (m + 2)x2 – 3x – m – 8 = 0.

Temos que:

m(–3)3 + (m + 2)( –3)2 – 3(–3) – m – 8 = 0


m(–27) + (m + 2)(9) + 9 – m – 8 = 0
–27m + 9m + 18 + 9 – m – 8 = 0
–27m + 9m – m = 8 – 18 – 9
– 19m = –19
m=1

O valor de m é 1.

A equação do segundo grau recebe esse nome porque é uma equação polinomial de grau dois, cujo
termo de maior grau está elevado ao quadrado.

É representada sob a forma:

ax2 + bx + c = 0

Donde x é a incógnita (termo variável), a, b e c são números reais e coeficientes da equação, sendo
“a” um valor diferente de 0 (a ≠ 0).

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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

A equação de 2º grau também recebe o nome de equação quadrática.

Fórmula de Bhaskara

Observe que a equação de 2º Grau busca encontrar valores reais, denominados de raiz da equação.

A Fórmula de Bhaskara é a fórmula geral para resolução da equação do segundo grau, uma vez que
determina as raízes (valores) de uma equação quadrática:

O discriminante da equação designa a letra grega delta (Δ) que equivale à expressão valor b2 – 4ac.

Importante ressaltar que se o valor de Δ for maior que zero (Δ > 0), a equação terá duas raízes reais e
distintas.

Se Δ for igual a zero (Δ = 0), a equação apresentará somente uma raiz.

E se Δ for menor que zero (Δ < 0), a equação não apresentará raízes reais.

Equações do Segundo Grau Completas e Incompletas

Na equação de segundo grau completa utiliza-se a fórmula de Bhaskara.

Os coeficientes a, b e c são diferentes de zero (a, b, c ≠ 0). Por exemplo:

5 x2 + 2x + 2 = 0

a=5
b=2
c=2

Uma equação é incompleta do segundo grau quando b = 0 ou c = 0 ou b = c = 0. Para resolver uma


equação deste tipo pode-se ou não utilizar a fórmula de Bhaskara.

Por exemplo:

2 x2 = 0
a=2
b=0
c=0

Leia também Inequação .

Expressões Algébricas

Expressões algébricas são expressões matemáticas que apresentam números, letras e operações.

As expressões desse tipo são usadas com frequência em fórmulas e equações.

As letras que aparecem em uma expressão algébrica são chamadas de variáveis e representam um
valor desconhecido.

Os números escritos na frente das letras são chamados de coeficientes e deverão ser multiplicados
pelos valores atribuídos as letras.

Exemplos

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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

a) x + 5
b) b2 – 4ac

Cálculo de uma Expressão Algébrica

O valor de uma expressão algébrica depende do valor que será atribuído às letras.

Para calcular o valor de uma expressão algébrica devemos substituir os valores das letras e efetuar as
operações indicadas. Lembrando que entre o coeficiente e a letras, a operação é de multiplicação.

Exemplo

O perímetro de um retângulo é calculado usando a fórmula:

P = 2b + 2h

Substituindo as letras com os valores indicados, encontre o perímetro dos seguintes retângulos

Simplificação de Expressões Algébricas

Podemos escrever as expressões algébricas de forma mais simples somando seus termos semelhan-
tes (mesma parte literal).

Para simplificar iremos somar ou subtrair os coeficientes dos termos semelhantes e repetir a parte
literal.

Exemplos

a) 3xy + 7xy4 - 6x3y + 2xy - 10xy4 = (3xy + 2xy) + (7xy4 - 10xy4) - 6x3y = 5xy - 3xy4 - 6x3y
b) ab - 3cd + 2ab - ab + 3cd + 5ab = (ab + 2ab - ab + 5ab) + (- 3cd + 3cd) = 7ab

Fatoração de Expressões Algébricas

Fatorar significa escrever uma expressão como produto de termos.

Transformar uma expressão algébrica em uma multiplicação de termos, frequentemente nos permite
simplificar a expressão.

Para fatorar uma expressão algébrica podemos usar os seguintes casos:

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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

Fator comum em evidência: ax + bx = x (a.b)

Agrupamento: ax + bx + ay + by = x . (a + b) + y . (a + b) = (x + y) . (a.b)

Trinômio Quadrado Perfeito (Adição): a2 + 2ab + b2 = (a + b)2

Trinômio Quadrado Perfeito (Diferença): a2 – 2ab + b2 = (a – b)2

Diferença de dois quadrados: (a + b) . (a – b) = a2 – b2

Cubo Perfeito (Soma): a3 + 3a2b + 3ab2 + b3 = (a + b)3

Cubo Perfeito (Diferença): a3 - 3a2b + 3ab2 - b3 = (a - b)3

Monômios

Quando uma expressão algébrica apresenta apenas multiplicações entre o coeficiente e as letras (parte
literal), ela é chamada de monômio.

Exemplos

a) 3ab
b) 10xy2z3
c) bh (quando não aparece nenhum número no coeficiente, seu valor é igual a 1)

Os monômios semelhantes são os que apresentam a mesma parte literal (mesmas letras com mesmos
expoentes).

Os monômios 4xy e 30xy são semelhantes. Já os monômios 4xy e 30x 2y3 não são semelhantes, pois
as letras correspondentes não possuem o mesmo expoente.

Polinômios

Quando uma expressão algébrica possui somas e subtrações de monômios não semelhantes é cha-
mada de polinômio.

Exemplos

a) 2xy + 3 x2y - xy3


b) a + b
c) 3abc + ab + ac + 5 bc

Operações Algébricas

Soma e subtração

A soma ou a subtração algébrica é feita somando-se ou subtraindo-se os coeficientes dos termos se-
melhantes e repetindo a parte literal.

Exemplo

a) Somar (2x2 + 3xy + y2) com (7x2 - 5xy - y2)

(2x2 + 3xy + y2) + (7x2 - 5xy - y2) = (2 + 7) x2 + (3 - 5) xy + (1 - 1) y2 = 9x2 - 2xy

b) Subtrair (5ab - 3bc + a2) de (ab + 9bc - a3)

É importante observar que o sinal de menos na frente dos parênteses inverte todos os sinais de dentro
dos parênteses.

(5ab - 3bc + a2) - (ab + 9bc - a3) = 5ab - 3bc + a2 - ab - 9bc + a3 =


(5 - 1) ab + (- 3 - 9)bc + a2 + a3 = 4ab -12bc + a2 + a3

Multiplicação

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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

A multiplicação algébrica é feita multiplicando-se termo a termo.

Para multiplicar a parte literal, usamos a propriedade da potenciação para multiplicação de mesma
base: "repete-se a base e soma-se os expoentes".

Exemplo

Multiplicar (3x2 + 4xy) com (2x + 3)

(3x2 + 4xy) . (2x + 3) = 3x2 . 2x + 3x2 . 3 + 4xy . 2x + 4xy . 3 = 6x3 + 9x2 + 8x2y + 12xy

Divisão de um polinômio por um monômio

A divisão de um polinômio por um monômio é feita dividindo os coeficientes do polinômio pelo coefici-
ente do monômio. Na parte literal, usa-se a propriedade da divisão de potência de mesma base (repete-
se a base e subtrai os expoentes).

Exemplo

Para saber mais, leia também:

Expressões Numéricas

Produtos Notáveis

Função Polinomial

A função determina uma relação entre os elementos de dois conjuntos. Podemos defini-la utilizando
uma lei de formação, em que, para cada valor de x, temos um valor de f(x). Chamamos x de domínio e
f(x) ou y de imagem da função.

A formalização matemática para a definição de função é dada por: Seja X um conjunto com elementos
de x e Y um conjunto dos elementos de y, temos que:

f: x → y

Assim sendo, cada elemento do conjunto x é levado a um único elemento do conjunto y. Essa ocorrên-
cia é determinada por uma lei de formação.

A partir dessa definição, é possível constatar que x é a variável independente e que y é a variável
dependente. Isso porque, em toda função, para encontrar o valor de y, devemos ter inicialmente o valor
de x.

Tipos de Funções

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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

As funções podem ser classificadas em três tipos, a saber:

Função Injetora ou Injetiva

Nessa função, cada elemento do domínio (x) associa-se a um único elemento da imagem f(x). Todavia,
podem existir elementos do contradomínio que não são imagem. Quando isso acontece, dizemos que
o contradomínio e imagem são diferentes. Veja um exemplo:

Conjunto dos elementos do domínio da função: D(f) = {-1,5, +2, +8}

Conjunto dos elementos da imagem da função: Im(f) = {A, C, D}

Conjunto dos elementos do contradomínio da função: CD(f) = {A, B, C, D}

Função Sobrejetora ou sobrejetiva

Na função sobrejetiva, todos os elementos do domínio possue um elemento na imagem. Pode aconte-
cer de dois elementos do domínio possuírem a mesma imagem. Nesse caso, imagem e contradomínio
possuem a mesma quantidade de elementos.

Conjunto dos elementos do domínio da função: D(f) = {-10, 2, 8, 25}

Conjunto dos elementos da imagem da função: Im (f) = {A, B, C}

Conjunto dos elementos do contradomínio da função: CD (f) = {A, B, C}

Função bijetora ou bijetiva

Essa função é ao mesmo tempo injetora e sobrejetora, pois, cada elemento de x relaciona-se a um
único elemento de f(x). Nessa função, não acontece de dois números distintos possuírem a mesma
imagem, e o contradomínio e a imagem possuem a mesma quantidade de elementos.

Conjunto dos elementos do domínio da função: D(f) = {-12, 0, 1, 5}


2

Conjunto dos elementos da imagem da função: Im (f) = {A, B, C, D}

Conjunto dos elementos do contradomínio da função: CD (f) = {A, B, C, D}

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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

As funções podem ser representadas graficamente. Para que isso seja feito, utilizamos duas coorde-
nadas, que são x e y. O plano desenhado é bidimensional. A coordenada x é chamada de abscissa e
a y, de ordenada. Juntas em funções, elas formam leis de formação. Veja a imagem do gráfico do eixo
x e y:

Do último ano do Fundamental e ao longo do Ensino Médio, geralmente estudamos doze funções, que
são:

1 – Função constante;

2 – Função par;

3 – Função ímpar;

4 – Função afim ou polinomial do primeiro grau;

5 – Função Linear;

6 – Função crescente;

7 – Função decrescente;

8 – Função quadrática ou polinomial do segundo grau;

9 – Função modular;

10 – Função exponencial;

11 – Função logarítmica;

12 – Funções trigonométricas;

13 – Função raiz.

Mostraremos agora o gráfico e a fórmula geral de cada uma das funções listadas acima:

1 - Função constante

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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

Na função constante, todo valor do domínio (x) tem a mesma imagem (y).

Fórmula geral da função constante:

f(x) = c

x = Domínio

f(x) = Imagem

c = constante, que pode ser qualquer número do conjunto dos reais.

Exemplo de gráfico da função constante: f(x) = 2

2 – Função Par

A função par é simétrica em relação ao eixo vertical, ou seja, à ordenada y. Entenda simetria como
sendo uma figura/gráfico que, ao dividi-la em partes iguais e sobrepô-las, as partes coincidem-se per-
feitamente.

Fórmula geral da função par:

f(x) = f(- x)

x = domínio

f(x) = imagem

- x = simétrico do domínio

Exemplo de gráfico da função par: f(x) = x2

3 – Função ímpar

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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

A função ímpar é simétrica (figura/gráfico que, ao dividi-la em partes iguais e sobrepô-las, as partes
coincidem-se perfeitamente) em relação ao eixo horizontal, ou seja, à abscissa x.

Fórmula geral da função ímpar

f(– x) = – f(x)

– x = domínio

f(– x) = imagem

- f(x) = simétrico da imagem

Exemplo de gráfico da função ímpar: f(x) = 3x

4 – Função afim ou polinomial do primeiro grau

Para saber se uma função é polinomial do primeiro grau, devemos observar o maior grau da variável x
(termo desconhecido), que sempre deve ser igual a 1. Nessa função, o gráfico é uma reta. Além disso,
ela possui: domínio x, imagem f(x) e coeficientes a e b.

Fórmula geral da função afim ou polinomial do primeiro grau

f(x) = ax + b

x = domínio

f(x) = imagem

a = coeficiente

b = coeficiente

Exemplo de gráfico da função polinomial do primeiro grau: f(x) = 4x + 1

5 – Função Linear

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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

A função linear tem sua origem na função do primeiro grau (f(x) = ax + b). Trata-se de um caso particu-
lar, pois b sempre será igual a zero.

Fórmula geral da função linear

f(x) = ax

x = domínio

f(x) = imagem

a = coeficiente

Exemplo de gráfico da função linear: f(x) = -x/3

6 – Função crescente

A função polinomial do primeiro grau será crescente quando o coeficiente a for diferente de zero e
maior que um (a > 1).

Fórmula geral da função crescente

f(x) = + ax + b

x = domínio

f(x) = imagem

a = coeficiente sempre positivo

b = coeficiente

Exemplo de gráfico da função crescente: f(x) = 5x

7 – Função decrescente

Na função decrescente, o coeficiente a da função do primeiro grau (f(x) = ax + b) é sempre negativo.

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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

Fórmula geral da função decrescente

f(x) = - ax + b

x= domínio/ incógnita

f(x) = imagem

- a = coeficiente sempre negativo

b = coeficiente

Exemplo de gráfico da função decrescente: f(x) = - 5x

8 – Função quadrática ou polinomial do segundo grau

Identificamos que uma função é do segundo grau quando o maior expoente que acompanha a variável
x (termo desconhecido) é 2. O gráfico da função polinomial do segundo grau sempre será uma pará-
bola. A sua concavidade muda de acordo com o valor do coeficiente a. Sendo assim, se a é posi-
tivo, a concavidade é para cima e, se for negativo, é para baixo.

Fórmula geral da função quadrática ou polinomial do segundo grau

f(x) = ax2 + bx + c

x = domínio

f(x) = imagem

a = coeficiente que determina a concavidade da parábola.

b = coeficiente.

c = coeficiente.

Exemplo de gráfico da função polinomial do segundo grau: f(x) = x2 – 6x + 5

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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

9 – Função modular

A função modular apresenta o módulo, que é considerado o valor absoluto de um número e é caracte-
rizado por (| |). Como o módulo sempre é positivo, esse valor pode ser obtido tanto negativo quanto
positivo. Exemplo: |x| = + x ou |x| = - x.

Fórmula geral da função modular

f(x) = x, se x≥ 0

ou

f(x) = – x, se x < 0

x = domínio

f(x) = imagem

- x = simétrico do domínio

Exemplo de gráfico da função modular: f(x) =

10 – Função exponencial

Uma função será considerada exponencial quando a variável x estiver no expoente em relação à base
de um termo numérico ou algébrico. Caso esse termo seja maior que 1, o gráfico da função exponen-
cial é crescente. Mas se o termo for um número entre 0 e 1, o gráfico da função exponencial é decres-
cente.

Fórmula geral da função exponencial

f(x) = ax

a > 1 ou 0 < a < 1

x = domínio

f(x) = imagem

a = Termo numérico ou algébrico

Exemplo de gráfico da função exponencial crescente: f(x) = (2)x, para a = 2

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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

Exemplo de gráfico da função exponencial decrescente: f(x) = (1/2)x para a = ½

11 - Função logarítmica

Na função logarítmica, o domínio é o conjunto dos números reais maiores que zero e o contradomínio
é o conjunto dos elementos dependentes da função, sendo todos números reais.

Fórmula geral da função logarítmica

f(x) = loga x

a= base do logaritmo
f(x) = Imagem/ logaritmando
x = Domínio/ logaritmo

Exemplo de gráfico da função logarítmica: f(x) = log10 (5x - 6)

12 – Funções trigonométricas

As funções trigonométricas são consideradas funções angulares e são utilizadas para o estudo dos
triângulos e em fenômenos periódicos. Podem ser caracterizadas como razão de coordenadas dos
pontos de um círculo unitário. As funções consideradas elementares são:

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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

- Seno: f(x) = sen x

- Cosseno: f(x) = cos x

- Tangente: f(x) = tg x

Exemplo de gráfico da função trigonométrica seno: f(x) = sen (x + 2)

Exemplo de gráfico da função trigonométrica cosseno: f(x) = cos (x + 2)

Exemplo de gráfico da função tangente: f(x) = tg (x + 2)

13 – Função raiz

O que determina o domínio da função raiz é o termo n que faz parte do expoente. Se n for ímpar, o
domínio (x) será o conjunto dos números reais; se n for par, o domínio (x) será somente os números
reais positivos. Isso porque, quando o índice é par, o radicando (termo que fica dentro da raiz) não
pode ser negativo.

Fórmula geral da função raiz

f(x) = x 1/n

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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

f(x) = Imagem

x = domínio/ base

1/n = expoente

Exemplo de gráfico da função raiz: f(x) = (x)1/2

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SISTEMA DE EQUAÇÕES

Sistema De Equações

Sistema De Equação Do 1º Grau

Como calcular uma equação de 1º grau.

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Os sistemas de equação são ferramentas muito comuns na resolução de problemas em várias áreas
(matemática, química, física, engenharia…) e aparecem sempre em concursos e exames, como é o
caso do vestibular. Os sistemas, geralmente, são resolvidos com uma certa facilidade o que causa
muitas vezes uma desatenção, por parte do aluno, já que ele não tem dificuldade para encontrar a
solução do sistema. Mas ele esquece que a dificuldade está na armação e principalmente na solução
final da questão. Os sistemas são ferramentas que mesmo funcionando necessitam de alguém que
saiba o construir com elas.

Métodos De Resolução De Sistemas De Equações Do 1º Grau

Além de saber armar o sistema é bom saber fazer a escolha pelo método mais rápido de resolução.
Vou apresentar três métodos sendo que o mais utilizado é o método da adição.

1º Método Da Adição

Este método consiste em deixar os coeficientes de uma incógnita opostos. Desta forma, somando-se
membro a membro as duas equações recai-se em um equação com uma única incógnita.

Exemplo:

1º passo: vamos multiplicar a primeira linha por -1 para podermos cortar –2x com 2x

2º passo: Substituir y = – 2, em qualquer um das equações acima e encontrar o valor de x.

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SISTEMA DE EQUAÇÕES

3º passo: dar a solução do sistema.

S = { (4, -2) }

2º Método Da Substituição

Este método consiste em isolar uma incógnita numa equação e substituí-la na outra equação do
sistema dado, recaindo-se numa equação do 1º grau com uma única incógnita.

EXEMPLO:

1º passo: vamos isolar o y na primeira equação para podermos substituir na Segunda equação.

2º passo: Substituir y = 6 – 2x, na segunda equação para encontrar o valor de x.

3º passo: Substituir x = 4 em y = 6 – 2x, para encontrar o valor de y.

y = 6 – 2x
y = 6 – 2.4
y=6–8
y = -2

4º passo: dar a solução do sistema.

S = { (4, -2) }

Sistema De Equações Do 2º Grau

Os sistemas a seguir envolverão equações do 1º e do 2º grau, lembrando de que suas


representações gráficas constituem uma reta e uma parábola, respectivamente. Resolver um sistema
envolvendo equações desse modelo requer conhecimentos do método da substituição de termos.
Observe as resoluções comentadas a seguir:

Exemplo 1

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SISTEMA DE EQUAÇÕES

Isolando x ou y na 2ª equação do sistema:


x+y=6
x=6–y

Substituindo o valor de x na 1ª equação:

x² + y² = 20
(6 – y)² + y² = 20
(6)² – 2 * 6 * y + (y)² + y² = 20
36 – 12y + y² + y² – 20 = 0
16 – 12y + 2y² = 0
2y² – 12y + 16 = 0 (dividir todos os membros da equação por 2)

y² – 6y + 8 = 0

∆ = b² – 4ac
∆ = (–6)² – 4 * 1 * 8
∆ = 36 – 32
∆=4

a = 1, b = –6 e c = 8

Determinando os valores de x em relação aos valores de y obtidos:

Para y = 4, temos:
x=6–y
x=6–4
x=2

Par ordenado (2; 4)

Para y = 2, temos:
x=6–y
x=6–2
x=4

Par ordenado (4; 2)

S = {(2: 4) e (4; 2)}

Exemplo 2

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SISTEMA DE EQUAÇÕES

Isolando x ou y na 2ª equação:
x – y = –3
x=y–3

Substituindo o valor de x na 1ª equação:

x² + 2y² = 18
(y – 3)² + 2y² = 18
y² – 6y + 9 + 2y² – 18 = 0
3y² – 6y – 9 = 0 (dividir todos os membros da equação por 3)

y² – 2y – 3 = 0

∆ = b² – 4ac
∆ = (–2)² – 4 * 1 * (–3)
∆ = 4 + 12
∆ = 16

a = 1, b = –2 e c = –3

Determinando os valores de x em relação aos valores de y obtidos:

Para y = 3, temos:
x=y–3
x=3–3
x=0

Par ordenado (0; 3)

Para y = –1, temos:


x=y–3
x = –1 –3
x = –4

Par ordenado (–4; –1)

S = {(0; 3) e (–4; –1)}

Representação de equações com duas incógnitas no plano

Equação com duas incógnitas

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SISTEMA DE EQUAÇÕES

“ É toda equação do tipo ax + by = C , onde; { a e b Є R / a ≠ 0 e b ≠ 0}”

Retas Concorrentes

Observe as equações: x + y = 7 e x + 2y = 1 x + y = 7 x = 1 y = 6 S (1 , 6 ) x = 2 y = 5 S (2 , 5 ) x = 3 y
= 4 S (3 , 4 ) x = 4 y = 3 S (4 , 3 ) x = 5 y = 2 S (5 , 2 ) x = 6 y = 1 S (6 , 1 ) x = 1 y = 5 S (1 , 5 ) x + 2y
=1

Resultados que tornam as equações verdadeiras x = 1 y = 5 S (1 , 5 ) x = 3 y = 4 S (3 , 4 ) x = 1 y = 5


S (1 , 5 ) x = 3 y = 4 S (3 , 4 )

Representação no gráfico dessas funções no plano

x + y = 7e x + 2y = 1

•Gráfico das Equações Desenhe o gráfico no GeoGebra

Exercício

Pedro tem um sítio, entre galinha e cachorros ele tem um total de 23.

Somando o numero de pés e patas deu um total de 80. Quantas galinhas e quantos cachorros Pedro
tem? x + y = 23 2x +4y = 80

Retas Perpendiculares

•Duas retas são perpendiculares se, e somente se, o produto de seus coeficientes angulares é -1.

•Dessa forma, se o coeficiente angulares de uma das retas é m, o coeficiente da outra é o inverso
oposto -1/m.

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SISTEMA DE EQUAÇÕES

•Seja b uma reta que intercepta uma reta d. Para provar o teorema acima, desenhe uma reta c,
paralela a d, e que passe na origem, assim como criar uma reta a, paralela a b, e que também passe
pela origem.

•Depois, crie uma reta perpendicular à abscissa no ponto 1, que originará um triângulo cujos vértices
são os pontos

(0;0), (1;m1) e (1;m2). Repare que m1 e m2 são os coeficientes angulares das retas c e a,
respectivamente.

•Esse triângulo é retângulo e, como tal, é possível utilizar o Teorema de Pitágoras. Disso resulta:

Retas Paralelas Coincidentes

São retas com o mesmo coeficiente angular e com um coeficiente de proporcionalidade igual e os
pares ordenados iguais.

Dadas as retas:

Elas serão retas paralelas coincidente se:

Dada as equações

2x + y = 5 (I) 6x +3y = 15 (I)

Note que:

2/6 =1/3 = 5/151/3 = 1/3 = 1/3

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SISTEMA DE EQUAÇÕES

m1 = 1/2 m2 = 1/2

Representação Gráfica Representação Gráfica

Um sistema que é composto de equações de retas coincidentes, qualquer que seja os valores de
(x,y), será satisfatório para o sistema, já que todos os pares ordenados estarão representados sobre
as duas retas.

Retas Paralelas Distintas Dadas as seguintes retas :

Elas serão retas paralelas distintas se:

Dada duas retas com as seguintes equações:

y=2x+2 (a) e y=2x-1 (b)

Pela equação da reta y = mx + q, onde m é o coeficiente angular e q o ponto onde essa reta
intercepta o eixo y.

Representação Gráfica Representação Gráfica

Exemplo x + 2y = 1 3x + 6y = k

Conclusão

A resolução de equações com duas incógnitas podem ser representados em um plano cartesiano
sendo representadas respectivamente suas retas projetadas através de seus pares ordenados, assim
sendo pode não haver nenhum ponto em comum ou único ponto em comum.

• nenhuma solução • infinitas soluções.

O Gráfico De Um Sistema

Quando um sistema de equações do 1º grau com duas incógnitas é representado graficamente,


por meio do plano cartesiano, cada uma das equações desse sistema, representam no gráfico
uma reta. Quando essas retas se interceptam, o ponto de intersecção representa a solução da
equação.

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SISTEMA DE EQUAÇÕES

Mas, antes de visualizarmos a representação gráfica de um sistema de equações do 1º grau


com duas incógnitas, vejamos como representar graficamente cada uma das equações do
sistema.

Por exemplo, dada a equação x + y = 2, para representá-la por meio de um gráfico, vamos
organizar uma tabela e nela atribuir valores para as variáveis x e y.

x y x+y=2 Par ordenado

0 2 0+2=2 ( 0,2)

2 0 2+0=2 (2,0)

Atribuindo apenas dois valores para as variáveis, já é suficiente para traçar a equação no
gráfico. Agora, é hora de utilizar o plano cartesiano. Dado o plano, vamos localizar os pontos
(0,2) e (2,0).

Por esses dois pontos, vamos traçar a reta que representa a equação x + y = 2.

Esse mesmo processo será realizado com a equação x – y = 0

Vamos novamente organizar uma tabela e atribuir valores para as variáveis x e y.

x y x-y=0 Par ordenado

0 0 0-0=0 ( 0,0)

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SISTEMA DE EQUAÇÕES

2 2 2-2=0 (2,2)

Atribuindo apenas dois valores para as variáveis, já é suficiente para traçar a equação no
gráfico. Agora, é hora de utilizar o plano cartesiano. Dado o plano, vamos localizar os pontos
(0,0) e (2,2).

Por esses dois pontos, vamos traçar a reta que representa a equação x - y = 0.

Vejamos agora como ficará o gráfico quando nele representamos o sistema

Acompanhe a resolução e a representação gráfica de um sistema de equações do 1º grau com duas


incógnitas.

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SISTEMA DE EQUAÇÕES

Resolvendo o sistema por um dos métodos discutidos, obteremos como solução o par ordenado
(1,1), graficamente esse par ordenado representa a interseção entre as duas retas.

Acompanhe a resolução do sistema

Substituindo o valor de x na equação x + y = 2, temos:

x+y=2 1+y=2 y=2–1 y=1

Ao resolver o sistema pelo método da adição, comprovamos o que graficamente foi


visualizado, ou seja, a solução do sistema é o par ordenado (1,1).

Veja agora a representação gráfica de um outro sistema

Para discutir a representação gráfica desse sistema, vamos resolvê-lo pelo método da substituição.

1º - Na equação x + y = 3, vamos determinar o valor da incógnita y.

x+y=3y=3–x

2º - Na equação x + y = 6, vamos substituir o valor de y. x


+y=6

x+3–x
=6x–x
=6–30
=3

Veja que o resultado encontrado é falso, pois 0 ≠ 3. Logo, não há solução para o sistema, ele é
identificado como impossível. E, em casos como esse, o sistema é representado graficamente
por duas retas que não se interceptam.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Raciocínio Lógico

Em lógica, pode-se distinguir três tipos de raciocínio lógico: dedução, indução e abdução. Dada
uma premissa, uma conclusão, e uma regra segundo a qual a premissa implica a conclusão, eles po-
dem ser explicados da seguinte forma:

Dedução corresponde a determinar a conclusão. Utiliza-se a regra e a sua premissa para chegar a
uma conclusão, por exemplo: "Quando chove, a relva fica molhada. Hoje choveu, portanto, a relva está
molhada." É comum associar-se os matemáticos a este tipo de raciocínio.

Indução é determinar a regra. É aprender a regra a partir de diversos exemplos de como a conclu-
são segue da premissa. Exemplo: "A relva ficou molhada em todas as vezes que choveu. Então, se
chover amanhã, a relva ficará molhada." É comum associar os cientistas a este estilo de raciocínio.

Abdução significa determinar a premissa. Usa-se a conclusão e a regra para defender que a pre-
missa poderia explicar a conclusão. Exemplo: "Quando chove, a relva fica molhada. A relva está mo-
lhada, então deve ter chovido." Associa-se este tipo de raciocínio aos médicos e detetives etc.

Método dedutivo

Método dedutivo o raciocínio dedutivo é a maneira de tirar inferências dedutivas. Uma inferência é de-
dutivamente válida se sua conclusão segue logicamente de suas premissas, ou seja, se é impossível
que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa. Por exemplo, a inferência das premissas
"todos os homens são mortais" e "Sócrates é um homem" para a conclusão "Sócrates é mortal" é
dedutivamente válida. Um argumento é sólido se é válido e todas as suas premissas são verdadeiras.
Alguns teóricos definem a dedução em termos das intenções do autor: tem que ter a intenção de que
as premissas ofereçam apoio dedutivo à conclusão. Com a ajuda desta modificação, é possível distin-
guir o raciocínio dedutivo válido do inválido: é inválido se a crença do autor sobre o apoio dedutivo é
falsa, mas mesmo o raciocínio dedutivo inválido é uma forma de raciocínio dedutivo.

A psicologia está interessada no raciocínio dedutivo como um processo psicológico, ou seja, como as
pessoas realmente tiram inferências. A lógica, por outro lado, concentra-se na relação dedutiva de con-
sequência lógica entre as premissas e a conclusão ou como as pessoas devem tirar inferências. Exis-
tem diferentes maneiras de conceituar esta relação. De acordo com a abordagem semântica, um argu-
mento é dedutivamente válido se e somente se não há uma interpretação possível deste argumento
em que suas premissas são verdadeiras e sua conclusão falsa.

A abordagem sintática, por outro lado, sustenta que um argumento é dedutivamente válido se e so-
mente se sua conclusão pode ser deduzida de suas premissas usando uma regra de inferência válida.
Uma regra de inferência é um esquema de tirar uma conclusão de um conjunto de premissas com base
apenas em sua forma lógica. Há várias regras de inferência, como o modus ponens e o modus tollens.
Os argumentos dedutivos inválidos, que não seguem uma regra de inferência, são chamados de falá-
cias formais.

As regras de inferência são regras definitórias e contrastam com as regras estratégicas, que especifi-
cam quais inferências se precisa tirar para chegar a uma conclusão pretendida. O raciocínio dedutivo
contrasta com o raciocínio não dedutivo ou ampliativo. Para argumentos ampliativos, como argumen-
tos indutivos ou abdutivos, as premissas oferecem um apoio mais fraco para sua conclusão: elas a
tornam mais provável, mas não garantem sua verdade. Eles compensam essa desvantagem ao serem
capazes de fornecer informações genuinamente novas ainda não encontradas nas premissas, ao con-
trário dos argumentos dedutivos.

A psicologia cognitiva investiga os processos mentais responsáveis pelo raciocínio dedutivo. Um de


seus tópicos diz respeito aos fatores que determinam se as pessoas tiram inferências dedutivas válidas
ou inválidas. Um fator é a forma do argumento: por exemplo, as pessoas têm mais sucesso com argu-
mentos da forma modus ponens do que com o modus tollens. Outro é o conteúdo dos argumentos: as
pessoas são mais propensas a acreditar que um argumento é válido se a afirmação feita em sua con-
clusão é plausível. Uma descoberta geral é que as pessoas tendem a obter melhor resultados em casos
realistas e concretos do que em casos abstratos. As teorias psicológicas do raciocínio dedutivo visam
explicar essas descobertas fornecendo uma explicação dos processos psicológicos subjacentes.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

As teorias da lógica mental sustentam que o raciocínio dedutivo é um processo semelhante à lingua-
gem que acontece através da manipulação de representações utilizando regras de inferência. As teo-
rias dos modelos mentais, por outro lado, afirmam que o raciocínio dedutivo envolve modelos de pos-
síveis estados do mundo sem o meio da linguagem ou das regras de inferência. De acordo com as te-
orias do processo dual do raciocínio, há dois sistemas cognitivos qualitativamente diferentes responsá-
veis pelo raciocínio.

O problema do raciocínio dedutivo é relevante para vários campos e questões. A epistemologia tenta
entender como a justificação é transferida da crença nas premissas para a crença na conclusão no
processo de raciocínio dedutivo. A lógica probabilística estuda como a probabilidade das premissas de
uma inferência afeta a probabilidade de sua conclusão. A controversa tese do dedutivismo nega que
existem outras formas corretas de inferência além da dedução.

A dedução natural é um tipo de sistema de prova baseado em regras de inferência simples e evidentes.
Em filosofia, o método geométrico é uma forma de filosofar que parte de um pequeno conjunto de
axiomas evidentes e tenta construir um sistema lógico abrangente utilizando o raciocínio dedutivo.

O raciocínio dedutivo, também chamado de método dedutivo, é o processo psicológico de tirar inferên-
cias dedutivas. Uma inferência é um conjunto de premissas juntamente com uma conclusão. Este pro-
cesso psicológico começa a partir das premissas e raciocina para uma conclusão baseada e apoiada
por essas premissas. Se o raciocínio foi feito corretamente, resulta em uma dedução válida: a verdade
das premissas garante a verdade da conclusão.

Por exemplo, no argumento silogístico "todas as rãs são répteis; nenhum gato é réptil; portanto, ne-
nhum gato é rã", a conclusão é verdadeira porque suas duas premissas são verdadeiras. Mas mesmo
argumentos com premissas erradas podem ser dedutivamente válidos se obedecerem a este princípio,
como em "todas as rãs são mamíferas; nenhum gato é mamífero; portanto, nenhum gato é rã". Se as
premissas de um argumento válido são verdadeiras, então é chamado de argumento sólido.

A relação entre as premissas e a conclusão de um argumento dedutivo é geralmente chamada de


"consequência lógica". Segundo Alfred Tarski, a consequência lógica tem 3 características essenciais:
é necessária, formal e cognoscível a priori. É necessária no sentido de que as premissas de argumen-
tos dedutivos válidos tornam necessária a conclusão: é impossível que as premissas sejam verdadeiras
e a conclusão falsa, independentemente de quaisquer outras circunstâncias.

A consequência lógica é formal no sentido de que depende apenas da forma ou da sintaxe das premis-
sas e da conclusão. Isto significa que a validade de um argumento em particular não depende do con-
teúdo específico deste argumento. Se for válido, então qualquer argumento com a mesma forma lógica
também é válido, não importa quão diferente seja no nível de seu conteúdo.

A consequência lógica é cognoscível a priori no sentido de que nenhum conhecimento empírico do


mundo é necessário para determinar se uma dedução é válida. Portanto, não é necessário envolver-se
em qualquer forma de investigação empírica.

Alguns lógicos definem a dedução em termos de mundos possíveis: uma inferência dedutiva é válida
se e somente se, não há um mundo possível no qual sua conclusão seja falsa enquanto suas premissas
forem verdadeiras. Isto significa que não há contra-exemplos: a conclusão é verdadeira em todos esses
casos, não apenas na maioria dos casos.

Tem sido argumentado contra esta e outras definições semelhantes que eles não conseguem distinguir
entre raciocínio dedutivo válido e inválido, ou seja, deixam em aberto se há inferências dedutivas invá-
lidas e como defini-las. Alguns autores definem o raciocínio dedutivo em termos psicológicos para evitar
esse problema.

De acordo com Mark Vorobey, se um argumento é dedutivo depende do estado psicológico da pessoa
que faz o argumento: "Um argumento é dedutivo se, e somente se, o autor do argumento acredita que
a verdade das premissas faz necessária (garante) a verdade da conclusão". Uma formulação seme-
lhante sustenta que o falante afirma ou pretende que as premissas ofereçam apoio dedutivo para sua
conclusão. Isto é às vezes categorizado como uma definição de dedução determinada pelo falante
(speaker-determined definition), pois depende também do falante se o argumento em questão é dedu-
tivo ou não.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Para as definições sem falante (speakerless definitions), por outro lado, apenas o argumento em si
importa independentemente do falante. Uma vantagem deste tipo de formulação é que permite distin-
guir entre argumentos dedutivos bons ou válidos e maus ou inválidos: o argumento é bom se
a crença do autor sobre a relação entre as premissas e a conclusão é verdadeira, caso contrário é
mau. Uma consequência dessa abordagem é que os argumentos dedutivos não podem ser identifica-
dos pela lei de inferência que utilizam.

Por exemplo, um argumento da forma modus ponens pode ser não dedutivo se as crenças do autor
são suficientemente confusas. Isso traz consigo uma importante desvantagem desta definição: é difícil
de aplicar a casos concretos, já que as intenções do autor geralmente não são declaradas explicita-
mente.

O raciocínio dedutivo é estudado na lógica, na psicologia e nas ciências cognitivas. Alguns teóricos
enfatizam em sua definição a diferença entre estes campos. Nesta visão, a psicologia estuda o racio-
cínio dedutivo como um processo mental empírico, ou seja, o que acontece quando os seres humanos
se envolvem no raciocínio. Mas a questão descritiva de como o raciocínio real acontece difere da ques-
tão normativa de como deve acontecer ou o que constitui o raciocínio dedutivo correto, que é estudado
pela lógica.

Isto é às vezes expresso ao afirmar que, estritamente falando, a lógica não estuda o raciocínio dedutivo,
mas a relação dedutiva entre as premissas e uma conclusão conhecida como consequência lógica.
Mas esta distinção nem sempre é observada com precisão na literatura acadêmica. Um aspecto impor-
tante desta diferença é que a lógica não está interessada em saber se a conclusão de um argumento
é sensata.

Assim, da premissa "a impressora tem tinta" pode-se tirar a conclusão inútil "a impressora tem tinta e a
impressora tem tinta e a impressora tem tinta", que tem pouca relevância do ponto de vista psicológico.
Em vez disso, os raciocinadores reais geralmente tentam remover informações redundantes ou irrele-
vantes e tornar as informações relevantes mais explícitas.

O estudo psicológico do raciocínio dedutivo também se ocupa de quão boas as pessoas são para tirar
inferências dedutivas e dos fatores que determinam seu desempenho. As inferências dedutivas são
encontradas tanto na linguagem natural quanto em sistemas lógicos formais, como a lógica proposici-
onal.

Concepções de dedução

Os argumentos dedutivos diferem dos argumentos não dedutivos pois a verdade de suas premissas
assegura a verdade de sua conclusão. Há duas concepções importantes do que isto significa exata-
mente. Elas são chamadas de abordagem sintática e semântica. De acordo com a abordagem sintá-
tica, se um argumento é dedutivamente válido depende apenas de sua forma, sintaxe ou estrutura.
Dois argumentos têm a mesma forma se utilizam o mesmo vocabulário lógico na mesma ordem, não
importa se seu conteúdo é diferente. Por exemplo, os argumentos "se chove, então a rua estará mo-
lhada; chove; portanto, a rua estará molhada" e "se a carne não é resfriada, então apodrecerá; a carne
não é resfriada; portanto, apodrecerá" têm a mesma forma lógica: seguem o modus ponens. Sua forma
pode ser expressa mais abstratamente como "se A então B; A; portanto B" para tornar explícita a sin-
taxe comum. Existem várias outras formas lógicas válidas ou regras de inferência, como o modus tol-
lens ou a eliminação da disjunção.

A abordagem sintática sustenta que um argumento é dedutivamente válido se e somente se sua con-
clusão pode ser deduzida de suas premissas usando uma regra de inferência válida. Uma dificuldade
para a abordagem sintática é que geralmente é necessário expressar o argumento em uma linguagem
formal para avaliar se é válido.

Mas como o problema da dedução também é relevante para as linguagens naturais, isto muitas vezes
traz consigo a dificuldade de traduzir o argumento da linguagem natural para uma linguagem formal,
um processo que vem com vários problemas próprios. Outra dificuldade se deve ao fato de que a abor-
dagem sintática depende da distinção entre características formais e não formais. Embora exista um
amplo acordo sobre os casos paradigmáticos, há também vários casos controversos em que não está
claro como esta distinção deve ser feita.

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A abordagem semântica sugere uma definição alternativa de validade dedutiva. Baseia-se na ideia de
que as sentenças que constituem as premissas e conclusões devem ser interpretadas para determinar
se o argumento é válido. Isto significa que se atribui valores semânticos às expressões utilizadas nas
sentenças, como a referência a um objeto para termos singulares ou um valor de verdade para senten-
ças atômicas. A abordagem semântica também é chamada de abordagem teórica dos modelos, já que
o ramo da matemática conhecido como teoria dos modelos é frequentemente usado para interpretar
essas sentenças.

Normalmente, muitas interpretações diferentes são possíveis, como se um termo singular se refere a
um objeto ou a outro. De acordo com a abordagem semântica, um argumento é dedutivamente válido
se e somente se não houver interpretação possível onde suas premissas são verdadeiras e sua con-
clusão é falsa.

Algumas objeções à abordagem semântica são baseadas na afirmação de que a semântica de uma
linguagem não pode ser expressa na mesma linguagem, ou seja, que uma metalinguagem mais rica é
necessária. Isto implicaria que a abordagem semântica não pode fornecer um relato universal de de-
dução para a linguagem como um meio abrangente.

Um exemplo de um argumento dedutivo:

Todos os homens são mortais.

Sócrates é um homem.

Portanto, Sócrates é mortal.

A primeira premissa afirma que todos os objetos classificados como "homens" têm o atributo "mortal".
A segunda premissa afirma que "Sócrates" é classificado como um "homem" - um membro do conjunto
de "homens". A conclusão afirma então que "Sócrates" tem de ser "mortal" porque ele herda esse
atributo de sua classificação como um "homem".

Regras de inferência

O raciocínio dedutivo geralmente acontece aplicando regras de inferência. Uma regra de inferência é
uma forma ou esquema de tirar uma conclusão a partir de um conjunto de premissas. Isto acontece
normalmente com base apenas na forma lógica das premissas. Uma regra de inferência é válida se,
quando aplicada a premissas verdadeiras, a conclusão não pode ser falsa. Um argumento particular é
válido se segue uma regra de inferência válida. Argumentos dedutivos que não seguem uma regra de
inferência válida são chamados de falácias formais: a verdade de suas premissas não garante a ver-
dade de sua conclusão.

Em alguns casos, se uma regra de inferência é válida depende do sistema lógico que se está utilizando.
O sistema lógico dominante é a lógica clássica e as regras de inferência listadas aqui são todas válidas
na lógica clássica. Mas as chamadas lógicas desviantes fornecem uma abordagem diferente de quais
inferências são válidas. Por exemplo, a regra da inferência conhecida como eliminação da dupla nega-
ção é aceita na lógica clássica, mas rejeitada na lógica intuicionista. Esta regra estabelece que se uma
proposição não é não verdadeira, então ela é verdadeira.

Falácias

Várias falácias formais foram descritas. São formas inválidas de raciocínio dedutivo. Um aspecto adici-
onal delas é que parecem ser válidas em algumas ocasiões ou na primeira impressão. Assim, elas
podem seduzir as pessoas a aceitá-las e cometê-las. Um tipo de falácia formal é afirmar o consequente,
como em "se João é solteiro, então é homem; João é homem; portanto, João é solteiro".Isso é seme-
lhante à regra de inferência válida chamada modus ponens, mas a segunda premissa e a conclusão
são trocadas, razão pela qual é inválida.

Uma falácia formal semelhante é negar o antecedente, como em "se Otelo é solteiro, então é homem;
Otelo não é solteiro; portanto, Otelo não é homem". Isto é semelhante à regra de inferência válida
chamada modus tollens, com a diferença de que a segunda premissa e a conclusão são trocadas.
Outras falácias formais incluem afirmar uma disjunção, negar uma conjunção e a falácia do meio não
distribuído. Todas elas têm em comum que a verdade de suas premissas não garante a verdade de

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sua conclusão. Mas ainda pode acontecer por coincidência que tanto as premissas quanto a conclusão
das falácias formais sejam verdadeiras.

Regras definitórias e estratégicas

As regras de inferência são regras definitórias: determinam se um argumento é dedutivamente válido


ou não. Mas os raciocinadores geralmente não estão apenas interessados em fazer qualquer tipo de
argumento válido. Em vez disso, eles geralmente têm um ponto ou uma conclusão específica que de-
sejam provar ou refutar. Assim, dado um conjunto de premissas, eles são confrontados com o problema
de escolher as regras de inferência relevantes para que sua dedução chegue à conclusão preten-
dida. Esta questão pertence ao campo das regras estratégicas: a questão de quais inferências se deve
tirar para apoiar a própria conclusão. A distinção entre regras definitórias e estratégicas não é exclusiva
da lógica: também é encontrada em vários jogos.

No xadrez, por exemplo, as regras definitórias estabelecem que os bispos só podem se mover diago-
nalmente, enquanto as regras estratégicas recomendam que se deve controlar o centro e proteger
o rei se a pessoa pretende ganhar. Neste sentido, as regras definitórias determinam se alguém joga
xadrez ou outra coisa, enquanto as regras estratégicas determinam se a pessoa é boa ou má como
jogador de xadrez. O mesmo se aplica ao raciocínio dedutivo: ser um raciocinador eficaz envolve do-
minar tanto as regras definitórias quanto as estratégicas.

Formas importantes

Modus ponens

O modus ponens (também conhecido como lei do destacamento) é a primeira forma de raciocínio de-
dutivo. Uma única instrução condicional é feita, e uma hipótese (P) é indicado. A conclusão (Q) é então
deduzida da premissa. A forma mais básica é listada abaixo:

P → Q (instrução condicional)

P (hipótese prevista)

Q (conclusão deduzida)

No raciocínio dedutivo, podemos concluir Q a partir de P usando a lei do destacamento. No entanto, se


a conclusão (Q) é dada em vez de a hipótese de (P), então não há nenhuma conclusão definitiva.

O seguinte é um exemplo de um argumento que utiliza o modus ponens:

Se está chovendo, então há nuvens no céu.

Está chovendo.

Portanto, há nuvens no céu.

Modus tollens

O modus tollens tem forma seguinte: se a conclusão de uma sentença condicional é falsa, então a
hipótese deve ser falsa também. A forma geral é:

P → Q.

~ Q.

Portanto, podemos concluir ~ P (~Q→~P).

Por exemplo:

Se estiver chovendo, então há nuvens no céu.

Não há nuvens no céu.

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Assim, não está chovendo.

Lei do silogismo

A lei do silogismo leva duas premissas condicionais e forma uma conclusão, combinando a hipótese
(premissas) com a conclusão. Assim:

P→Q

Q→R

Por isso, P→ R.

Por exemplo:

Se Larry está doente, então ele vai estar ausente.

Se Larry está ausente, então ele vai perder a sua escola.

Portanto, se Larry está doente, então ele vai perder a sua escola.

Deduzimos a conclusão, combinando a hipótese da primeira premissa com a segunda premissa.

Método indutivo

Na lógica, método indutivo ou indução é o raciocínio que, após considerar um número suficiente de
casos particulares, conclui uma verdade geral. A indução, ao contrário da dedução, parte de dados
particulares da experiência sensível.

De acordo com o indutivista, a ciência começa com a observação. A observação, por sua vez, fornece
uma base segura sobre a qual o conhecimento científico pode ser construído, e o conhecimento cien-
tífico é obtido a partir de proposições de observação por indução. Afirmações a respeito da construção
do conhecimento rigorosas como esta sofrem de dificuldades quanto a sua validade, como demonstra
o problema da indução.

Próprio das ciências naturais também aparece na Matemática através da Estatística. Utilizando como
exemplo a enumeração, trata-se de um raciocínio indutivo baseado na contagem.

É importante que a enumeração de dados (que correspondem às experiências feitas) seja suficiente
para permitir a passagem do particular para o geral. Entretanto, a indução também pressupõe a proba-
bilidade, isto é, já que tantos se comportam de tal forma, é muito provável que todos se comportem
assim.

Em função desse "salto", há maior possibilidade de erro nos raciocínios indutivos, uma vez que basta
encontrarmos uma exceção para invalidar a regra geral. Por outro lado, é esse mesmo "salto" em dire-
ção ao provável que torna possível a descoberta, a proposta de novos modos de compreender o
mundo. Por isso, a indução é o tipo de raciocínio mais usado em ciências experimentais.

Dedução e indução

A lógica diferencia duas classes fundamentais de argumentos: os dedutivos e os indutivos. Os argu-


mentos dedutivos são aqueles em que as premissas fornecem um fundamento definitivo da conclusão,
enquanto nos indutivos as premissas proporcionam somente alguma fundamentação da conclusão,
mas não uma fundamentação conclusiva, identificando dessa maneira os conceitos de dedução e raci-
ocínio válido.

Uma outra maneira de expressar essa diferença é dizer que numa dedução é impossível que as pre-
missas sejam verdadeiras e a conclusão falsa, mas no raciocínio indutivo no sentido forte isso é possí-
vel, mas pouco provável. Num raciocínio dedutivo a informação da conclusão já está contida nas pre-
missas, de modo que se toda a informação das premissas é verdadeira, a informação da conclusão
também deverá ser verdadeira. No raciocínio indutivo a conclusão contém alguma informação que não
está contida nas premissas, ficando em aberto a possibilidade de que essa informação a mais cause a
falsidade da conclusão apesar das premissas verdadeiras.

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Indução e método científico

Raciocinar indutivamente é partir de premissas particulares, na busca de uma lei geral, universal, por
exemplo:

O ferro conduz eletricidade

O ferro é metal

O ouro conduz eletricidade

O ouro é metal

O cobre conduz eletricidade

O cobre é metal

Logo os metais conduzem eletricidade.

Os indutivistas acreditam que as explicações para os fenômenos advêm unicamente da observação


dos fatos.

O princípio de indução não pode ser uma verdade lógica pura, tal como uma tautologia ou um enunci-
ado analítico, pois se houvesse um princípio puramente lógico de indução, simplesmente não haveria
problema de indução, uma vez que, neste caso, todas as inferências indutivas teriam de ser tomadas
como transformações lógicas ou tautológicas, exatamente como as inferências no campo da Lógica
Dedutiva.

Outro exemplo:

Todo cão é mortal.

Todo gato é mortal.

Todo peixe é mortal.

Todo pássaro é mortal.

Cães, gatos, peixes e pássaros são animais.

Logo, todo animal é mortal.

Esse é um exemplo de indução completa.

Abdução

A abdução é uma das três formas canônicas de inferência para estabelecer hipóteses científicas. As
outras duas são a indução e a dedução. A abdução foi a noção que Charles Sanders Peirce adaptou,
usando-a no suposto sentido aristotélico, e contemporaneamente é utilizada em pesquisas acadêmi-
cas, principalmente na Semiótica e nas Ciências da Comunicação.

A forma lógica é a seguinte: Tem-se observado B (um conjunto de dados ou factos) e A podendo ex-
plicar B. É provável que A esteja certo. Assim, a abdução é a inferência a favor da melhor explicação.
A hipótese A, ao ser verdadeira, explica B. nenhuma outra hipótese pode explicar tão bem B como A.
Logo, A é provavelmente verdadeira.

Na abdução utilizam-se certos dados para se chegar a uma conclusão mais ampla, como acontece nas
inferências da melhor explicação.

Na abdução, o que está implicado não é uma função de verdade, mas antes uma relação de causali-
dade. A abdução estabelece a probabilidade da conclusão da inferência e não necessariamente a sua
verdade. O facto de um conjunto de dados B poder ser o efeito da causa A, pode não permitir inferir

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categoricamente uma ilação de A sobre B, dado ser uma causa possível entre muitas outras. O mesmo
efeito pode ser consequência de diferentes causas.

Mesmo naqueles casos em que a massa de dados disponível a favor de uma dada hipótese seja tão
grande quanto possamos desejar, é sempre possível imaginar consistentemente que outra causa ori-
ginou o conjunto de efeitos conhecido. A seleção de uma dada hipótese causal tem de depender de
outros critérios de escolha, como por exemplo a simplicidade da explicação.

Assim, o objetivo de um processo abdutivo é o de alcançar uma explicação para um determinado acon-
tecimento ou conjunto de acontecimentos. Um exemplo poderia ser ao se deparar com pegadas de um
equino, estando num país não africano, a abdução mais provável seria de que esta marca pertencesse
a espécie Equus ferus caballus, ou seja, um simples cavalo, do que uma zebra.

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