TCC - Dimensionamento de Reservatório em Concreto Armado - Robot
TCC - Dimensionamento de Reservatório em Concreto Armado - Robot
TCC - Dimensionamento de Reservatório em Concreto Armado - Robot
Joinville
2022
LEONARDO VERONA MASCHIO
Joinville
2022
LEONARDO VERONA MASCHIO
Banca Examinadora:
________________________
Dra.
Anelize Borges Monteiro
Orientadora/Presidente
________________________
Dra.
Valéria Bennack
Universidade Federal de Santa Catarina
________________________
Dr.
Julián Asdrubal Buriticá García
Universidade Federal de Santa Catarina
RESUMO
Reinforced concrete is one of the most used materials in the execution of reservoirs
for the storage and treatment of liquids. The high incidence of pathological
manifestations in reinforced concrete reservoirs in the country, caused mainly by
misconceptions of sizing and control of cracks, motivated the development of this
work. In this context, the analysis of such structures becomes fundamental for the
formation of a civil engineer and the present work aims at a case study of the design
of the circular walls of the reservoirs for treatment of domestic effluent of the
Jarivatuba Sewage Treatment Plant in Joinville/SC, under the control of the
Companhia Águas de Joinville. The reservoirs, after the completion of the works in
2017, presented numerous cracks, which led to a reduction in approximately 30% of
their treatment capacity. For the analyses developed here, the Autodesk Robot
Structural Analysis software was used, in which the efforts resulting from hydrostatic
loadings and uniform temperature variations were calculated and, later, the areas of
reinforcement necessary to support such efforts were obtained. As a result, it was
possible to observe differences between the considerations used for the execution of
the project and the considerations prescribed by the Brazilian Standards,
concomitantly with a large discrepancy between the values obtained for the efforts
and areas of reinforcements and the project values. The verification of the design
and the dimensioning of reinforcements were based on Brazilian regulations and
technical collections that govern the sizing of reservoirs. As a result, longitudinal
circumferential reinforcement rates were obtained, necessary to resist the efforts
found, 315% higher and set-up reinforcements 95% higher than those adopted in the
project, together with misconceptions in the adoption of the minimum cover and crack
openings much higher than the maximum allowed.
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12
1.1. OBJETIVOS ....................................................................................................... 14
1.1.1. Objetivo Geral ................................................................................................ 14
1.1.2. Objetivos Específicos ................................................................................... 14
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 15
2.1 ESTRUTURAS EM CONCRETO ARMADO........................................................ 15
2.1.1. Concreto......................................................................................................... 15
2.1.1.1. Classes de resistências ................................................................................ 16
2.1.1.2. Módulo de elasticidade ................................................................................. 16
2.1.1.3. Massa específica .......................................................................................... 17
2.1.1.4. Coeficiente de dilatação térmica .................................................................. 17
2.1.1.5. Coeficiente de Poisson ................................................................................. 17
2.1.2. Aço.................................................................................................................. 18
2.1.2.1. Classes de resistências ................................................................................ 18
2.1.2.2. Módulo de elasticidade ................................................................................. 18
2.1.2.3. Massa específica e coeficiente de dilatação térmica .................................... 19
2.1.3. Coeficientes de Ponderação das Resistências dos materiais .................. 19
2.1.4. Classe de agressividade ambiental ............................................................. 20
2.1.4.1. Cobrimento de armadura.............................................................................. 20
2.1.4.2. Relação água/cimento .................................................................................. 22
2.1.5. Controle de fissuração.................................................................................. 23
2.2. AÇÕES EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO ................................... 25
2.2.1. Estados-limites .............................................................................................. 26
2.2.2. Combinações de ações................................................................................. 27
2.2.2.1. Coeficientes de ponderação ......................................................................... 27
2.2.2.2. Combinações últimas ................................................................................... 29
2.2.2.3. Combinações de serviço .............................................................................. 31
2.3. PATOLOGIAS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO......................... 32
2.4. RESERVATÓRIOS ............................................................................................ 35
2.4.1 Classificações dos reservatórios ................................................................. 35
2.4.1.1. Classificação quanto à posição do reservatório em relação ao solo ............ 36
2.4.1.2. Classificação quanto ao formato da cuba e do fechamento ......................... 38
2.4.1.3. Classificação segundo o uso e natureza do líquido conservado .................. 40
2.4.1.4. Classificação em relação ao volume armazenado ....................................... 40
2.4.2. Métodos de cálculo de parede circular de reservatórios ........................... 40
2.4.2.1. Método Analítico de Guerrin e Lavaur (2003) ............................................... 41
2.4.2.2. Método dos Elementos Finitos ..................................................................... 49
2.5. SOFTWARE AUTODESK ROBOT STRUCTURAL ANALYSIS ......................... 51
3. METODOLOGIA ................................................................................................... 53
3.1. LOCALIZAÇÃO .................................................................................................. 53
3.2. CARACTERÍSTICAS DOS RESERVATÓRIOS DA ETE JARIVATUBA ............ 56
3.2.1. Dimensões e classificações dos reservatórios .......................................... 56
3.2.2. Estrutura ........................................................................................................ 61
3.2.3. Patologias nos reatores ................................................................................ 63
3.3. PARÂMETROS E CRITÉRIOS ADOTADOS ..................................................... 65
3.3.1. Materiais ......................................................................................................... 66
3.3.2. Fissuras.......................................................................................................... 68
3.4. CARREGAMENTOS CONSIDERADOS ............................................................ 69
3.5. CONFIGURAÇÕES DO SOFTWARE E MODELAGEM DOS REATORES ....... 70
3.5.1. Configurações das cargas no software....................................................... 78
4. RESULTADOS ...................................................................................................... 84
4.1. ESFORÇOS CALCULADOS .............................................................................. 84
4.2. DIMENSIONAMENTO DE ARMADURAS .......................................................... 97
4.2.1. Armadura circunferencial ............................................................................. 98
4.2.2. Armadura vertical ........................................................................................ 100
4.2.3. Armadura de engastamento ....................................................................... 104
4.3. COMPARATIVO ENTRE ARMADURAS .......................................................... 105
4.4. VERIFICAÇÃO DAS FISSURAS ...................................................................... 106
4.4.1. Tensão de tração para armadura no Estádio II ......................................... 107
4.4.2. Cálculo da abertura de fissuras da parede circular ................................. 109
4.4.2.1. Abertura de fissuras para tração ................................................................ 110
4.4.2.2. Abertura de fissuras para flexão ................................................................. 110
4.5. VERIFICAÇÃO DAS DEFORMAÇÕES MÁXIMAS .......................................... 110
5. CONCLUSÕES ................................................................................................... 114
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 117
12
1. INTRODUÇÃO
funcionam como reatores biológicos e atualmente estão passando por uma obra de
reforço estrutural. Souza e Ripper (1998) discorrem que o crescimento acelerado da
construção civil provocou a necessidade de inovações que trouxeram, em si, a
aceitação implícita de maiores riscos. Ademais, afirmam que dentre os principais
motivos pelos quais são necessários reforços estruturais estão: a correção de falhas
de projeto e execução, e o aumento da capacidade portante da estrutura, para
permitir modificações em seu uso.
Segundo Favale (2020), responsável pelo projeto de reforço estrutural dos
reservatórios da ETE Jarivatuba, esses reatores biológicos portam deficiências
estruturais nas paredes circulares, constatadas nos relatórios de verificação da
estrutura. Vistorias técnicas indicaram intensa fissuração nos quatro reservatórios
com consequente vazamento de efluente tanto pelas paredes verticais quanto na
junção entre as paredes e a laje de fundo, que acabaram por impedir a total
utilização da capacidade de tratamento da estação. Com isso, o reforço estrutural foi
projetado de maneira a adequar a armadura aos esforços solicitantes.
Além do reforço estrutural, para assegurar a estanqueidade e durabilidade
da estrutura, foi proposto pela Petra Consultoria (2020) um projeto de
impermeabilização externa e interna das paredes, juntamente com injeção de gel e
espuma em poliuretano para tratamento das fissuras presentes nas paredes e
reparos em patologias presentes na estrutura. Segundo a NBR 9575 (ABNT, 2010),
impermeabilização é o conjunto de operações e técnicas construtivas (serviços),
composto por uma ou mais camadas, que tem por finalidade proteger as
construções contra a ação deletéria de fluidos, de vapores e da umidade.
Os reservatórios, objetos deste estudo, foram construídos em concreto
armado moldado in loco, com diâmetro interno de 58,4 m e paredes com 6,0 m de
altura, e com base circular cuja espessura varia entre 0,30 e 0,40 m (FAVALE,
2020). Com a execução do reforço estrutural, as espessuras das paredes dos
reatores passaram de 0,40 m para 0,50 m e na sua base foi executada uma mísula
de 0,67 m de altura, resultando em uma espessura final de 1,40 m no encontro entre
a parede e a base do reator.
Embasado em normativas nacionais, foram calculados os esforços para três
casos de combinações de ações, visando a obtenção das tensões e momentos
imprescindíveis ao dimensionamento das taxas de armaduras necessárias para
suportar tais solicitações. Posteriormente foram verificados os esforços resultantes
14
1.1. OBJETIVOS
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1.1. Concreto
6118 (ABNT, 2014) admite para estruturas de placas ou métodos baseados na teoria
da elasticidade um valor de 0,2 para o coeficiente de Poisson.
2.1.2. Aço
O aço para concreto armado são ligas de ferro que, para melhorar suas
propriedades, são adicionados elementos químicos, como o carbono, que aumenta a
resistência do aço com a elevação do teor de carbono, que varia entre 0,08% e
0,50% para estruturas de concreto armado. As normas que regulamentam e
caracterizam o aço para utilização em armaduras de concreto armado é a NBR 7480
(ABNT, 2007) e a NBR 6118 (ABNT, 2014). As principais características do aço para
o dimensionamento dessas estruturas serão apresentadas a seguir.
Para massa específica, a NBR 6118 (ABNT, 2014) apresenta em seus itens
8.3.3 e 8.4.2 os valores da massa especifica do aço para armaduras passivas e
ativas respectivamente, ambas com valor igual a 7850 kg/m³. Para o coeficiente de
dilatação térmica, a norma fornece para ambos o mesmo valor do coeficiente de
dilatação térmica do concreto de 10−5 /ºC.
𝑓𝑘
𝑓𝑑 = (1)
𝛾𝑚
em que:
𝑓𝑘 é a resistência característica;
𝛾𝑚 é o coeficiente de minoração das resistências, apresentado a seguir.
2.2.1. Estados-limites
Conforme o item 11.7 da NBR 6118 (ABNT, 2014), para a determinação das
combinações, as ações devem ser majoradas pelo coeficiente 𝛾𝑓 que é o resultado
da multiplicação dos valores de 𝛾𝑓1, 𝛾𝑓2 e 𝛾𝑓3 (equação 2). O coeficiente 𝛾𝑓1 leva em
consideração a variabilidade das ações, já o 𝛾𝑓3 leva em conta possíveis erros de
28
avaliação dos efeitos causados por cada ação e o 𝛾𝑓2 é a parte do coeficiente 𝛾𝑓 que
considera a simultaneidade da atuação das ações na estrutura.
Conforme a NBR 6118 (ABNT, 2014), uma combinação última pode ser
classificada como:
Normal: combinação em que devem estar inclusas as ações
permanentes e a ação variável principal, com seus valores
característicos e as demais ações variáveis consideradas
secundárias, com seus valores de combinação reduzidos;
Especial ou de construção: combinação que deve conter as ações
permanentes e, quando existir, a ação variável especial com seus
valores característicos e as demais variáveis com seus valores
reduzidos de combinação;
30
2.4. RESERVATÓRIOS
sobre edifícios (Figura 20): podendo esta ser uma maneira econômica
de utilizar uma estrutura existente para alimentar não somente o
edifício onde consta o reservatório, como os próximos de nível
inferior.
Lavaur (2003) classificam como fechado, como caixas d´água e não fechado, como
no caso das piscinas. Já para o formato da cuba, os autores dividem os
reservatórios em quatro campos:
reservatório circular;
reservatório quadrado;
reservatório retangular;
reservatório de qualquer formato.
De acordo com Hanai (1977), um dos critérios principais que leva à distinção
dos reservatórios é quanto ao seu volume, classificando como pequenos
reservatórios os com menos de 500 𝑚³, médios aqueles com capacidade entre
500 𝑚³ e 5000 𝑚³ e grandes aqueles com volumes superiores a 5000 𝑚³. Cabe
observar, dadas suas características, que os reservatórios elevados com mais de
1000 𝑚³ já são considerados grandes.
Scheffer (2010) menciona que existem diferentes métodos que podem ser
utilizados para o cálculo das solicitações atuantes em reservatórios de concreto
armado e por consequência seu dimensionamento. O autor afirma que estes
métodos variam entre os mais complexos e simplificados, podendo ser adequados a
vários tipos de estrutura, dependendo das condições de contorno, no caso as
particularidades da edificação.
Nos itens a seguir são sintetizados um método analítico de cálculo de
parede circular de reservatórios, proposto por Hangan-Soare (1959) e aprimorado
41
e
(3)
e′
β .h (4)
em que:
e é a espessura da parede circular;
e′ é a espessura da laje de fundo;
h é a altura da coluna d´água.
42
1
[3(1 − ν2 )]4 (5)
β=
√Re
em que:
ν é o coeficiente de Poisson;
Re é o raio efetivo do reservatório.
A Figura 23 representa as paredes dos reservatórios e como se dá o
carregamento hidrostático pelo método de Hangan-Soare (1959) adaptado por
Guerrin e Lavaur (2003).
M₀ = K . 𝛶 . h3 (6)
em que:
M₀ é o momento característico do engastamento inferior;
K é o coeficiente retirado do ábaco ilustrado na Figura 24;
𝛶 é o peso específico do líquido;
h é a altura da lâmina do líquido.
X0 = K 0 . h (7)
em que:
X0 é a posição do momento fletor nulo;
K 0 é o coeficiente retirado do ábaco de Guerrin e Lavaur (2003) ilustrado na
Figura 25 a seguir.
X1 = K 1 . h (8)
45
em que:
X1 é a posição do máximo momento fletor negativo;
K1 é o coeficiente retirado do ábaco de Guerrin e Lavaur (2003), ilustrado na
Figura 26.
3
M′ = −K′. 𝛶 . h (9)
46
em que:
M ′ é o momento característico do engastamento inferior;
K′ é o coeficiente retirado do ábaco de Guerrin e Lavaur (2003) ilustrado na
Figura 27.
Tração máxima:
Nφ, máx = K′′. 𝛶 . R . h (10)
47
X2 = K 2 . h (11)
em que:
Nφ, máx é o valor da tensão de tração máxima na parede do reservatório;
K′′ é o coeficiente retirado do ábaco de Guerrin e Lavaur (2003), ilustrado na
Figura 28 a seguir;
X2 é a posição do ponto de maior tração;
K 2 é o coeficiente retirado do ábaco de Guerrin e Lavaur (2003), ilustrado na
Figura 29.
em que:
X0,máx é o valor limite para a posição do momento fletor nulo;
X1,máx é o valor limite para a posição do máximo momento fletor negativo;
X2,máx é o valor limite para a posição de máxima tração.
O Método dos Elementos Finitos (MEF) tem por objetivo principal a obtenção
do estado de tensão e deformação de um sólido de geometria definida quando
solicitado por ações exteriores, podendo ser aplicado para a resolução de problemas
de engenharia, dentre os quais se destacam os campos da Mecânica Estrutural,
Mecânica dos Solos, Hidrodinâmica e Transferência de Calor (AZEVEDO, 2003).
Com uma extensa aplicação na análise de estruturas como reservatórios,
barragens e edifícios, o MEF é descrito por uma ideia de inicialmente subdividir o
domínio do problema em subdomínios de dimensões finitas, tais que os subdomínios
formem um conjunto igual ao domínio original. Posteriormente, sobre cada
subdomínio, de forma isolada, adota-se um comportamento aproximado, local, para
as incógnitas do problema. Estes subdomínios, denominados elementos, ligam-se
entre si em pontos chamados nós (ALVES, 2007).
Alves Filho (2003) afirma que a análise de uma estrutura utilizando o MEF é
composta por três etapas:
1) Pré-processamento: é a etapa em que ocorre a especificação da
geometria modelo, juntamente com a definição das propriedades do material que a
compõe. Após a criação do elemento, é preciso realizar a sua descrição, gerando
sua malha de subdivisões;
2) Processamento: é a etapa que contempla os cálculos matriciais para a
determinação dos deslocamentos, reações de apoios, forças internas dos
elementos, dentre outros;
3) Pós-processamento: o objetivo desta etapa é fornecer a visualização da
solução obtida, através de resultados numéricos, gráficos, isofaixas, dentre outros, e
sua compatibilidade com o problema físico decorrente do carregamento indicado.
O MEF pressupõe a divisão do domínio de integração em um número finito
de diversas áreas denominadas elementos finitos, o que transforma o elemento
50
3. METODOLOGIA
3.1. LOCALIZAÇÃO
Medida Dimensão(m)
Altura das paredes 6,0
Comprimento da secante 49,0
Espessura da parede circular 0,4
Espessura da secante 0,4
Comprimento da secante 49,0
Largura da passarela 1,3
área) e uma zona de reação (maior área), conforme apresentado na Figura 38.
Apesar da aparente separação, essas zonas são comunicadas por vãos abaixo da
parede secante.
3.2.2. Estrutura
3.3.1. Materiais
Parâmetros do concreto
Classe de agressividade IV
Classe C40
Resistência característica à compressão – fck (MPa) 40,0
Módulo de elasticidade secante – Ecs (GPa) 32,0
Coeficiente de dilatação térmica 10−5/ºC
Coeficiente de Poisson 0,2
Massa específica (kg/m³) 25,0
Cobrimento (mm) 50
Fonte: Autor (2022).
Parâmetros do aço
Classe CA-50
Resistência característica de escoamento – fyk (MPa) 500,0
Massa específica (kg/m³) 7850,0
Coeficiente de dilatação térmica 10−5/ºC
Módulo de elasticidade (GPa) 210,0
3.3.2. Fissuras
Fonte: European Committee for Standardization - Eurocode 2 (2006), adaptado pelo autor.
69
Figura 47 - RSA: Caixa de diálogo com características do aço conforme a NBR 6118
(ABNT, 2014)
4. RESULTADOS
Ainda no CASO 2, o menor valor de momento fletor vertical calculado foi de -20,59
tfm/m na região do engastamento da parede circular com a base do reservatório e o
maior valor de momento vertical foi de 7,79 tfm/m na faixa horizontal central em
relação à altura da parede circular. A Figura 70 apresenta o mapa de momentos
𝑀𝑦𝑦 para este caso de combinação.
92
A maior força normal vertical para este caso foi de 66,16 tf/m na região
inferior do engastamento entre as paredes e a menor de -30,88 tf/m na região
inferior da parede secante próximo aos extremos horizontais, como ilustrado na
Figura 72.
94
𝑁𝑑, 𝑚á𝑥
𝐴𝑠 = (16)
𝜎𝑠𝑑
em que:
𝐴𝑠 é área de armadura circunferencial da parede;
𝑁𝑑, 𝑚á𝑥 é o esforço normal de tração na parede;
𝜎𝑠𝑑 é a máxima tensão de tração permitida na armadura de cálculo,
imediatamente após a ocorrência da fissuração.
A NBR 8800 (ABNT, 2008) em seu Anexo O, item 5.2.4, define que o valor
de máxima tensão de tração é limitado pela equação 17:
2
𝑓𝑐𝑘 3
𝜎𝑠𝑡 = 810 . √𝑤𝑘. √ ≤ 𝑓𝑦𝑠 (17)
ф
em que:
99
2
403
𝜎𝑠𝑡 = 810 . √0,15 . √ = 339,27 𝑀𝑃𝑎 = 33,93 𝑘𝑁/𝑐𝑚2 (18)
10
33,93 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝜎𝑠𝑑 = = 29,50 𝑘𝑁/𝑐𝑚 (19)
1,15
1920,04 𝑘𝑁/𝑚
𝐴𝑠 = = 65,09 𝑐𝑚2 /𝑚
29,50 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
A NBR 6118 (ABNT, 2014, p. 131) define que: “Em elementos estruturais
onde o controle da fissuração seja imprescindível por razões de estanqueidade [...] a
armadura mínima de tração para controle de fissuração pode ser calculada pela
relação:” (equação 20).
𝑘 . 𝑘𝑐 . 𝑓𝑐𝑡, 𝑒𝑓 . 𝐴𝑐𝑡
𝐴𝑠, 𝑚í𝑛 = (20)
𝜎𝑠
em que:
100
𝐴𝑠 65,09 𝑐𝑚2 /𝑚
𝐴𝑠, 𝑓𝑎𝑐𝑒 = = 32,55 𝑐𝑚2 /𝑚 (22)
𝑛º 𝑑𝑒 𝑓𝑎𝑐𝑒𝑠 2
𝑑 = ℎ − 𝑑´ (23)
em que:
𝑑 é altura útil em centímetros;
ℎ é a espessura da parede, igual a 40 cm;
𝑑´ é a distância entre o eixo da armadura de compressão e a face mais
próxima do elemento em centímetros, dada pela equação 24:
ф𝑙
𝑑´ = 𝑐 + ф𝑡 + (24)
2
em que:
ф𝑙 é o diâmetro da barra longitudinal, neste caso a de projeto de 10,0 cm;
ф𝑡 é o diâmetro dos estribos, adotado neste caso de 0,5 cm;
𝑐 é o cobrimento obtido na seção 3.1.1 de 5 cm;
1,0
𝑑´ = 5 + 0,5 + = 6,0 𝑐𝑚
2
𝑑 = 40 − 6,0 = 34,00 𝑐𝑚
102
𝑀𝑑
𝜇= (25)
𝐴𝑐 . 𝑓𝑐𝑑 . ℎ
𝑁𝑑
𝜈= (26)
𝐴𝑐 . 𝑓𝑐𝑑
em que:
𝑓𝑐𝑑 é a resistência característica a compressão do concreto minorada pelo
coeficiente apresentado na seção 2.1.3.
78,06 𝑘𝑁𝑚
𝜇= = 0,017
40000
0,4 𝑚 . 1,0 𝑚 . 𝑘𝑁/𝑚2 . 0,4 𝑚
1,4
648,81 𝑘𝑁
𝜈= = 0,057
40000
0,4 𝑚 . 1,0 𝑚 . 𝑘𝑁/𝑚2
1,4
𝑑 ′ 6,0
= = 0,15 (27)
ℎ 40
0,179
𝐴𝑠 𝑣𝑒𝑟𝑡. , 𝑚í𝑛 = 𝐴𝑠 𝑣𝑒𝑟𝑡. = . 40 𝑐𝑚 . 100 𝑐𝑚 = 7,16 𝑐𝑚2 /𝑚 (29)
100
𝑏 . 𝑑2
𝐾𝑐 = (30)
𝑀𝑑
𝐴𝑠 . 𝑑
𝐾𝑠 = (31)
𝑀𝑑
𝑁𝑑, 𝑓𝑟𝑒𝑞
𝜎𝑠, 𝑡𝑟𝑎çã𝑜 = (34)
𝐴𝑠
em que:
108
𝐸𝑠 210 𝐺𝑃𝑎
𝛼𝑒 = = = 6,56 (36)
𝐸𝑐𝑠 32 𝐺𝑃𝑎
𝐴𝑠 . 𝛼𝑒 2 . 𝑏𝑤 . 𝑑
𝑥, 𝐼𝐼 = . ( −1 + √1 + ) (37)
𝑏𝑤 𝐴𝑠 . 𝛼𝑒
𝑏𝑤 . 𝑥, 𝐼𝐼³
𝐼, 𝐼𝐼 = + 𝐴𝑠 . 𝛼𝑒 (𝑑 − 𝑥, 𝐼𝐼 2 ) (38)
3
𝐼, 𝐼𝐼 = 11.368 𝑐𝑚4
943,20 𝑘𝑁 𝑘𝑁
𝜎𝑠, 𝑡𝑟𝑎çã𝑜 = = 60,04 = 600,4 𝑀𝑃𝑎
15,71 𝑐𝑚² 𝑐𝑚2
= 3562,9 𝑀𝑃𝑎
ф𝑖 𝜎𝑠𝑖 3𝜎𝑠𝑖
𝑤𝑘1 = . . (39)
12,5 . 𝜂1 𝐸𝑠𝑖 𝑓𝑐𝑡𝑚
ф𝑖 𝜎𝑠𝑖 4
𝑤𝑘2 = . . ( + 45) (40)
12,5 . 𝜂1 𝐸𝑠𝑖 𝜌𝑟
em que:
𝑤𝑘1 e 𝑤𝑘2 são valores característicos das aberturas de fissuras (máximo de
0,15 mm);
ф𝑖 é o diâmetro das barras da armadura utilizada, igual a 10 mm;
𝜂𝑖 é o coeficiente de conformação superficial da armadura considerada,
obtido da Tabela 8.3 da NBR 6118 (ABNT, 2014), de 2,25 para barras nervuradas;
𝜎𝑠𝑖 é a tensão de tração no centro de gravidade da armadura considerada;
𝑓𝑐𝑡𝑚 é a resistência à tração média do concreto, dada pela equação 41:
2 2
𝑓𝑐𝑡𝑚 = 0,3 . 𝑓𝑐𝑘 3 = 0,3 . 40 3 = 3,51 𝑀𝑃𝑎 (41)
em que:
𝜌𝑟 é a taxa de armadura passiva ou ativa aderente em relação à área da
região de envolvimento 𝐴𝑐𝑟𝑖, descrito no item 17.3.3.2 da NBR 6118 (ABNT, 2014) e
calculado através da equação 42:
em que:
𝐴𝑐𝑟𝑖 área da região de envolvimento da armadura considerada.
110
10 𝑚𝑚 600,4 𝑀𝑃𝑎 4
𝑤𝑘2 = . .( + 45) = 0,86 𝑚𝑚
12,5 . 2,25 210000 𝑀𝑃𝑎 0,005
Observa-se que o menor valor encontrado foi de 0,52 mm, acima do limite
aceitável de 0,15 mm, apresentando um valor que torna a estrutura suscetível a não
estanqueidade e exposição das armaduras à corrosão.
10 𝑚𝑚 3562,9 𝑀𝑝𝑎 4
𝑤𝑘2 = . .( + 45) = 5,09 𝑚𝑚
12,5 . 2,25 210000 𝑀𝑝𝑎 0,005
Observa-se que o menor valor encontrado foi de 5,09 mm, muito superior ao
limite aceitável de 0,15 mm, apresentando uma grande suscetibilidade ao colapso da
estrutura, como mencionado por Cunha (2011), provocando a diminuição da rigidez
da estrutura podendo levar a tal fato.
5. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
PRADO, L. P. Saneamento básico uma visão geral com ênfase nos elementos
para construção, operação e manutenção dos sistemas de abastecimento de
água e esgotamento sanitário. 2015. Monografia (Especialização em Construção
Civil) – Escola de engenharia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, MG, 2015.
SOUZA, M.F. Patologias ocasionadas pela umidade nas edificações. 2008. 64f.
Monografia (Especialista em construção civil) - Universidade Federal de Minas
Gerais, Belo Horizonte, MG, 2008.