Sinais Do Autismo em Meninas
Sinais Do Autismo em Meninas
Sinais Do Autismo em Meninas
Identificar?
As taxas de prevalência de autismo sugerem que o autismo em meninas, é um quinto
menor que em meninos.
Além disso, é bastante comum que as garotas com o TEA sejam subdiagnosticadas, ou
seja, não recebam o diagnóstico correto.
Elas podem não apresentar sintomas evidentes como dificuldades de fala e linguagem
(atraso de linguagem e fala), problemas de comunicação social ou desafios cognitivos
significativos.
Outro fator que dificulta o diagnóstico é que a sociedade espera que as meninas sejam
mais caladas ou tímidas do que os meninos.
Por isso, o autismo pode ficar mais evidente na adolescência, quando elas precisam se
relacionar socialmente nas escolas ou em grupos sociais e encontram dificuldades.
As meninas com autismo podem parecer mais inocentes do que as outras garotas da
mesma idade.
Além disso, o autismo em, meninas faz com que elas não entendem duplo sentido ou
piadas e evitam se expor.
Além disso, podem gostar mais de rotina do que as outras garotas e sentem dificuldades
de aceitar mudanças.
Outro fato interessante é que as meninas tendem a disfarçar mais suas limitações
sociais, pois conseguem imitar comportamentos de outras meninas da mesma idade.
Isso ocorre devido à estrutura cerebral, que é diferente entre meninos e meninas e por
causa dos aspectos hormonais.
O cérebro feminino tem uma inteligência social maior do que a dos meninos, por isso, o
TEA pode ser mais facilmente camuflado.
Isso ocorre porque são frequentemente isoladas ou têm menos amigos do que as outras
colegas e sentem dificuldade de interagir.
Elas podem sentir que não se encaixam no padrão estabelecido pela sociedade, o que
prejudica a autoestima.
Sabe-se que as meninas com autismo são mais propensas a ter altas taxas de depressão,
ansiedade e até mesmo distúrbios alimentares.
É importante destacar que a criança tímida sabe o que deve fazer e como reagir ao
estado emocional das pessoas, mas não consegue.
O diagnóstico também costuma ser mais difícil porque as meninas autistas apresentam
menos raiva, agressividade e comportamentos estereotipados.
Por isso, existem poucos estudos que falem especificamente de autismo em meninas.
Como o autismo em meninas é mais difícil de ser identificado, as avaliações clínicas
devem ser mais rigorosas para as meninas, e os pais devem prestar muita atenção aos
possíveis indicadores de TEA.
Lembrando que quando o TEA demora a ser identificado, as meninas podem perder a
chance de desenvolver suas habilidades mais rapidamente, o que prejudica a sua
qualidade de vida.
Dessa forma, espera-se que elas possam ter uma intervenção precoce e ganhem mais
qualidade de vida.
Referências:
https://med.stanford.edu/news/all-news/2015/09/girls-and-boys-with-autism-differ-in-
behavior-brain-structure.html
https://www.autismawareness.com.au/could-it-be-autism/autism-and-girls/
https://neuroconecta.com.br/sinais-do-autismo-em-meninas-como-identificar/
DIAGNÓSTICO DE AUTISMO EM
MULHERES ADULTAS
O transtorno do espectro do autismo – TEA é uma condição que afeta a maneira como
as pessoas se comportam, socializam e se comunicam com os outros. Este distúrbio é
comumente referido simplesmente como autismo.
Entre as crianças, o autismo é sobre quatro vezes mais comum em meninos do que em
meninas. As meninas na infância dificilmente, são agressivas e ou disruptivas,
costumam ficar mais introspectivas e quietas. Geralmente a crise de desadaptação
afetiva, social, sexual, de valores e de orientação vocacional será na adolescência e
idade adulta.
No entanto, um Estudo de 2013 envolvendo quase 2.500 crianças com autismo sugere
que muitas vezes não é diagnosticado em meninas. Isso poderia explicar por que o
autismo parece ser mais comum em meninos.
As mulheres com TEA demonstram interesses muito intensos, mas, embora possam se
concentrar em objetos, é mais provável que o foco esteja nas pessoas. Apresentam
comportamentos introspectivos, infantilizados e inocentes. As meninas que crescem
com TEA podem ficar obcecadas por uma celebridade ou banda na medida em que
precisam conhecer todos os fatos sobre elas. Algumas mulheres que estão em
relacionamentos afetivos ficam tão focadas em seus parceiros que podem perdem de
vista suas próprias necessidades e acabam entrando em graves sofrimentos psíquicos e
isolamento social.
Como o foco em celebridades, filmes, bandas e pessoas é visto como mais “normal” do
que em coletar modelos de carros, dinossauros, ficarem jogando vídeo games e
desmontando coisas, isso contribui para o fato de que meninas e mulheres podem deixar
de ser diagnosticadas com TEA precocemente.
2. Ansiedade e depressão
Muitas mulheres podem ser diagnosticas com ansiedade e depressão. Ter TEA e tentar
se encaixar em um mundo neurotípico é difícil, e as mulheres podem ficar deprimidas e
ansiosas como resultado de constantemente lutar para lidar com coisas que muitas
pessoas acham mais fáceis. Sem um diagnóstico de TEA, é fácil julgar a si mesmo com
severidade e é fácil para outras pessoas entenderem você mal, o que pode levar a
sentimentos de baixa autoestima, ansiedade e depressão.
Muitas crianças com autismo têm problemas sensoriais relacionados à roupa, incluindo
sensibilidade a tecidos, texturas, etiquetas e conforto. Mulheres adultas com TEA
podem continuar sendo sensíveis quando se trata de usar roupas desconfortáveis e
podem escolher conforto e do que em função em vez de estilo.
Meninas com TEA podem apresentar sintomas menos graves do que meninos. Isso pode
ser o resultado de vários fatores, incluindo um desejo mais forte de aprender maneiras
socialmente aceitáveis de agir e reprimir certos comportamentos de TEA. As meninas
com TEA também podem simplesmente ser vistas como mais “caladas” – uma
qualidade que é considerada em si mesma como mais socialmente aceitável.
6.Confusão
Muitas mulheres com TEA podem se sentirem confusas, ingênuas e encarar as pessoas
com medo, insegurança e afastamento social. Muitas pensam que foram rudes, egoístas
ou inapropriadas, quando estavam tentando fazer seu melhor, mas foram mal
compreendidas e não souberam dialogar sobre os equívocos sociais e de como se
sentiram.
Também podem ser comuns, o que resulta em confusão regular quando pessoas que são
completamente desconhecidas para iniciar uma conversa. Por consequência, podem se
afastar de pessoas amigas honestas e solidárias – mas como uma mulher mais jovem, a
confusão social, em particular, significava que pode estar mais vulnerável à
manipulação e ficar muito magoada com as ações dos outros, pois não consegue
entender o que está por trás das relações sociais.
Devido à diferença nos sintomas de TEA das mulheres e porque as mulheres podem
aprender a mascará-los sob um verniz de comportamentos neurotípicos copiados, as
mulheres com TEA são algumas vezes chamadas de “camufladas” , “mascaram seus
comportamentos”. Isso contribui para o fato de tantas mulheres passarem a vida sem
diagnóstico. Esperançosamente, à medida que a compreensão do TEA em mulheres
pode aumentar, e os critérios de diagnóstico se tornarão mais abrangentes, mas não
menos complexo.
https://institutoinclusaobrasil.com.br/diagnostico-de-autismo-em-mulheres-adultas/
– São retraídas;
– Tendem a ser aficcionadas em temas específicos (mas que não estão ligados à
tecnologia ou ao ramos das exatas);
Estudo feito no Reino Unido indica que 23% das mulheres hospitalizadas com quadro
de anorexia se encaixavam nos critérios diagnósticos para o Transtorno do Espectro
Autista.
É interessante notar que a situação de mulheres com autismo tende a ser particularmente
diferente do que é notado nos homens. Estudo divulgado pelo PROGENE, grupo
vinculado ao Centro de Pesquisas sobre o genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-
CELL), do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), revela que
sucessivos levantamentos realizados por especialistas constataram que as meninas
tendem a ‘camuflar’ os seus sinais de autismo.
Referências
ZANON, Regina Basso et al. Identificação dos primeiros sintomas do autismo pelos
pais. Psicologia: teoria e pesquisa, Porto Alegre, v. 30, n. 1, p. 25-33, jan./mar. 2014.
https://institutoneurosaber.com.br/tea-em-meninas-e-mulheres-sintomas/
A síndrome de Asperger faz parte do espectro autista e, portanto deve ser observada desde a
infância. Mas já que estamos falando da fase adulta, seria importante o acompanhamento de
um profissional para que a mesma não seja confundida com outras patologias como a fobia
social, ou algum transtorno de personalidade.
À medida que as mulheres com síndrome de Asperger se tornam adultas, elas podem se sentir
isoladas porque reagem de forma diferente a certas situações “estressantes”. Seus
comentários podem parecer insensíveis e indiferentes, quando, na realidade, elas
simplesmente não podem entender completamente o conceito de empatia. Essas mulheres
muitas vezes procuram companhia com outras mulheres adultas que têm padrões de
comportamento e perspectivas similares.
As mulheres com síndrome de Asperger geralmente não são agressivas quando ficam
frustradas. Em vez disso, elas tendem a ser mais tímidas e podem facilmente “se desligar do
ambiente e ou ficar devaneando em sonhos” numa sala de aula e ou em outros ambientes
sociais. Essas mulheres também são capazes de expressar suas emoções de uma forma mais
calma do que suas contrapartes masculinas.
As jovens com síndrome de Asperger são muitas vezes protegidas e nutridas por seus amigos
normotípicos, que as ajudam a lidar com situações sociais difíceis. A aceitação de colegas pode
às vezes mascarar as questões afetivas e adaptativas destas jovens, e não são reconhecidas por
educadores e pais, como resultado, elas são menos propensas a buscar ajuda psicoterápica e
ou avaliações psicológicas e sociais.
Existem certos traços de personalidade e sintomas que mães e pais, educadores e profissionais
podem procurar se suspeitarem que uma jovem ou mulher tenha síndrome de Asperger. Nas
mulheres a síndrome de Asperger geralmente apresentam tendências obsessivas em relação a
animais, bonecos e outros interesses femininos. Enquanto as jovens normotípicas não desejam
mais brincar de bonecas e inauguram outros centros de interesses abrangentes e voltados ao
desenvolvimento da sexualidade, enquanto as garotas com síndrome de Asperger esquivam-se
da sexualidade e podem colecionar bonecas e não as usar para se envolver socialmente com
outras amigas, mas ser apenas uma forma de defesa da realidade social e infantilização da
personalidade. Outra característica de garotas com síndrome de Asperger é o fascínio por
certos assuntos que podem levar a atrasos em relação aos seus pares em termos de
maturidade e comportamentos adequados à idade. Por exemplo, uma pré-adolescente com
síndrome de Asperger pode estar fascinada por animais de pelúcia, colecionar miniaturas,
colecionar cartoons, interessar por filmes de ficção/infantis/séries, decorar listas de nomes de
atores e atrizes famosas, etc.
Garotas com síndrome de Asperger podem ser erroneamente assumidas como tendo um
transtorno de personalidade porque imitam crianças típicas, mas comportam-se de forma
inadequada. Elas tendem a ficar aborrecidas, irritadas com os amigos e amigas da sua idade
por não aceitarem seus interesses restritos e ou obsessivos, por consequência apresentam
dificuldades em ter empatia com as preocupações ou problemas de seus pares.
Embora seus comportamentos sejam mais passivos do que os típicos dos homens com
síndrome de Asperger, as pessoas que prestam muita atenção às crianças do sexo feminino
com atrasos sociais e emocionais podem garantir um diagnóstico e tratamento adequados.
Quanto mais jovem uma criança com síndrome de Asperger receber atendimentos
psicológicos, o prognóstico social e adaptativo melhora sua forma de expressão da linguagem,
elaboração afetiva, pensamentos mais flexíveis aumentando a probabilidade de viver uma vida
adulta independente e funcional.
A Síndrome de Asperger hoje, de acordo com o DSM-5, se encontra incluída nos Transtornos
do Espectro do Autismo (TEA) e seu diagnóstico é clínico. Os sintomas que irão compor este
diagnóstico devem ter estado presentes desde o início da infância. Dessa forma é necessário
que se busque auxílio com profissionais que possam avaliar, e fechar ou não um diagnóstico.
Importante lembrar que mais do que um diagnóstico, deve ser trabalhado os comportamentos
que estão comprometendo a qualidade de vida do paciente. Um bom diagnóstico deverá ser
feito por uma equipe multidisciplinar composta por neurologista, psiquiatra, psicólogo,
neuropsicólogo, fonoaudiólogo, psicopedagogo e terapeuta ocupacional. No caso do adulto,
para que não se confunda com outras patologias deverá inicialmente buscar o neurologista e o
psicólogo para que eles possam fazer os outros encaminhamentos necessários.
https://www.doctoralia.com.br/perguntas-respostas/como-diagnosticar-corretamente-a-
sindrome-de-asperger-em-mulheres-adultas
Enquanto pessoas com Asperger podem compartilhar uma certa androginia, isso aparece em
homens com Asperger como gentileza, docilidade; já as mulheres com Asperger têm tendência
a serem independentes e apresentarem um estilo mais desafiador.
Muitas meninas escondem seu autismo, algumas vezes evadindo-se bem do diagnóstico
até a fase adulta. Esses esforços podem ajudar as mulheres do espectro autista nas áreas
social e profissional, mas também podem causar sofrimento intenso.
Nos últimos anos, cientistas verificaram que muitas mulheres do espectro autista
“camuflam” os seus sinais de autismo. Esse mascaramento pode explicar, pelo menos
em parte, porque 3 a 4 vezes mais meninos do que meninas são diagnosticados. Isso
também pode explicar porque meninas diagnosticadas jovens tendem a apresentar traços
graves, e meninas altamente inteligentes são frequentemente diagnosticadas
tardiamente. (Pesquisadores também descobriram que homens do espectro autista
também camuflam, mas não tão comumente quanto mulheres).
Quase todo mundo faz pequenos ajustes para se adequar melhor ou estar em
conformidade com as normas sociais, mas a camuflagem implica em esforço constante e
elaborado. Isso pode ajudar as mulheres com autismo a manterem seus relacionamentos
e suas carreiras, mas esses ganhos geralmente têm um custo alto, incluindo exaustão
física e ansiedade extrema.
Nem todas as mulheres que camuflam dizem que gostariam de ter conhecimento sobre
seu autismo anteriormente, e os pesquisadores reconhecem que a questão apresenta
muitas complexidades. Receber um diagnóstico formal geralmente auxilia as mulheres a
se entenderem melhor e a obter maior apoio, mas algumas mulheres afirmam que isso
vem com seus próprios ônus, como um rótulo que estigmatiza e expectativas mais
baixas de realização.
As meninas misturam-se
Como muito mais meninos são diagnosticados com autismo do que as meninas, os
clínicos nem sempre pensam em autismo quando vêem meninas quietas ou que parecem
estar lutando socialmente. William Mandy, um psicólogo clínico de Londres, diz que
ele e seus colegas rotineiramente costumavam ver garotas que foram levadas de uma
clínica para a outra, muitas vezes diagnosticadas incorretamente com outras condições.
“Inicialmente, não tínhamos idéia de que elas precisavam de ajuda ou apoio quanto ao
autismo”, diz ele.
No ano de 2017, uma equipe de pesquisadores dos Estados Unidos ampliou esse estudo.
Eles visitaram vários pátios de escolas durante o recreio e observaram as interações
entre 48 meninos e 48 meninas com idades entre 7 e 8 anos, dentre os quais metade de
cada grupo foi diagnosticada com autismo. Verificaram que as meninas com autismo
tendem a ficar perto das outras meninas, entrando e saindo de suas atividades. Em
contraste, meninos com autismo tendem a brincar sozinhos. Médicos e professores
buscam o comportamento de isolamento social, entre outras coisas, para identificar
crianças no espectro autista. Mas este estudo revelou que, usando apenas esse critério,
eles não reconheceriam muitas meninas com autismo.
“Esses testes padrão podem não identificar muitas meninas com autismo, porque foram
projetados para detectar essa condição em meninos”, diz o pesquisador principal Allison
Ratto, professor assistente do Center for Autism Spectrum Disorders at Children’s –
National Health System em Washington, D.C. Por exemplo, os testes fazem triagem
para interesses restritos, mas os médicos podem não reconhecer os interesses restritos
apresentados pelas meninas com autismo. Elas geralmente são atraídas por animais,
bonecas ou celebridades – interesses que se assemelham aos de seus pares típicos e,
assim, colocam-nas fora do radar. “Talvez precisemos repensar nossas medidas”, diz
Ratto, “e talvez usá-las em combinação com outras medidas”.
Antes que os cientistas possam criar ferramentas melhores para triagem do autismo,
precisam caracterizar a camuflagem com maior precisão. Um estudo de 2017
estabeleceu uma definição com finalidade de pesquisa: “camuflar” é a diferença entre
como as pessoas parecem em contextos sociais e o que está acontecendo com elas em
seu interior. “Se, por exemplo, alguém tem traços intensos de autismo, mas tende a não
demonstrá-los em seu comportamento, a disparidade indica que está se camuflando”,
diz Meng-Chuan Lai, professor assistente de psiquiatria da Universidade de Toronto,
Canadá, que trabalhou no estudo. A definição é necessariamente ampla, incluindo
qualquer esforço para mascarar uma característica de autismo, desde evitar
comportamentos repetitivos ou falar sobre interesses obsessivos, até fingir seguir uma
conversa ou imitar o comportamento neurotípico.
Para avaliar alguns desses métodos, Mandy, Lai e seus colaboradores, no Reino Unido,
pesquisaram 55 mulheres, 30 homens e 7 indivíduos transgêneros ou identificados com
gênero “outro”, todos diagnosticados com autismo. Os pesquisadores perguntaram o que
motiva esses indivíduos a mascarar seus traços de autismo e quais técnicas usam para
atingir seu objetivo. Alguns participantes relataram que camuflaram para se relacionar
com amigos, conseguir um bom emprego ou encontrar um par romântico.
Os custos da camuflagem
Todas essas estratégias exigem um esforço considerável. O esgotamento foi uma
resposta quase universal na pesquisa britânica de 2017: os adultos entrevistados
descreveram sentir-se completamente esgotados – mentalmente, fisicamente e
emocionalmente. Uma mulher, diz Mandy, explicou que após camuflar por qualquer
período de tempo, precisa enrolar-se em posição fetal para se recuperar. Outras disseram
que sentem que suas amizades não são reais porque são baseadas em uma mentira,
aumentando sua sensação de solidão. Muitas disseram que desempenharam tantos
papéis para se disfarçar ao longo dos anos, que perderam de vista sua verdadeira
identidade.
A grande maioria das mulheres diagnosticadas tardiamente diz que não ter sabido
anteriormente sobre seu autismo provoca sofrimento. Em um pequeno estudo de 2016,
Mandy e seus colaboradores entrevistaram 14 mulheres jovens não diagnosticadas com
autismo até o final da adolescência ou a idade adulta. Muitas descreveram experiências
de abuso sexual. Também disseram que, se sua condição fosse conhecida, teriam sido
menos incompreendidas e alienadas na escola. Também poderiam ter recebido o suporte
necessário mais cedo.
É somente após um diagnóstico que uma mulher pode perguntar: “Quais partes de mim
são um ato e quais partes de mim estão escondidas? O que eu tenho de valor dentro de
mim mesma que não pode ser expresso porque estou constantemente e automaticamente
camuflando minhas características autistas? Para Igelström, “Nenhuma dessas perguntas
pode ser processada sem primeiro receber o diagnóstico, ou pelo menos identificar-se, e
depois reviver o passado com esse novo insight. E para muitas mulheres, isso acontece
tardiamente em sua vida, após anos de camuflagem de um modo muito descontrolado,
destrutivo e subconsciente, com muitos problemas de saúde mental como consequência
”.
Outras aprendem a fazer a camuflagem trabalhar para elas, suavizando seus efeitos
negativos. Elas podem usar técnicas de mascaramento quando estabelecem um novo
relacionamento, mas com o tempo tornam-se mais autênticas. Aquelas que sentem que a
camuflagem está sob seu controle podem planejar uma pausa, desde ir ao banheiro por
alguns minutos até deixar um evento mais cedo ou desistir completamente do mesmo.
“Eu aprendi a cuidar de mim melhor”, diz Delaine Swearman, 38. “A estratégia é a
autoconsciência”.
https://progene.ib.usp.br/autismo-em-mulheres-os-custos-da-camuflagem-do-autismo/