Desertacao Final Ginja Corrigida e Formatada
Desertacao Final Ginja Corrigida e Formatada
Desertacao Final Ginja Corrigida e Formatada
Dissertação
Tete
Moçambique
2019
I
MARCOS AFONSO JINJA CUSSAIA
Tete 2019
II
Mestrado Profissional em Engenharia Mineral
________________________________________________________
Dr. Bernardo Bene
Presidente - Instituto Superior Politécnico de Tete (ISPT, Moçambique)
________________________________________________________
Dr. Vidal Félix Navarro Torres
Orientador - Instituto Tecnológico Vale (ITV)
________________________________________________________
Dr. Milene Sabino Lana
Membro externo – Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP, Brasil)
________________________________________________________
Dr. Ildefonso Gusmão Dutra
Membro externo Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG, Brasil)
- Instituição (SIGLA)
___________________________________________________________
Dr. Adilson Curi,
Membro externo - Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP, Brasil)
III
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha família pela força que me deu para poder elaborar este
trabalho e pelo encorajamento nos momentos difíceis.
IV
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter-me dado força e coragem para desafiar este curso e também ter
colocado pessoas que quando pensasse em desistir estivessem ao lado para animar.
Os meus agradecimentos vão, de seguida ao meu Orientador Pr.Dr. Vidal Félix Navarro
Torres, que me transmitiu os primeiros passos para elaboração deste trabalho, pela
paciência e ideias sabias que ajudaram a tornar numa realidade a minha dissertação.
Os meus agradecimentos são extensivos aos meus Docentes do mestrado, e vão a eles o
meu reconhecimento e gratidão pela paciência ao longo do tempo que durou o curso.
Os meus agradecimentos vão ao Mestre Leandro Silveira, pelo apoio que deu em campo
e carinho, na teoria e na pratica.
Aos colegas da Vale Bernardino Magasso que me acompanhou em campo na recolha de
dados, um homem incansável.
Aos meus colegas do mestrado na turma de lavra, estendo o meu obrigado pela
confiança, força e encorajamento durante a caminhada desta realidade.
Agradecer a Vale Moçambique por me ceder o espaço para desenvolver meu trabalho
de pesquisa, na pessoa de Leonardo Xirinda Gerente do Planejamento, ao Fidel Ataide
com os planos de perfuração e desmonte, Sérgio Fernando que nos deu todo apoio
logístico durante o estágio.
Finalmente agradeço a todos os que direta ou indiretamente deram confiança necessária
para realização deste trabalho.
V
EPÍGRAFE
VI
RESUMO
O presente trabalho com a lavra sustentável no contexto das vibrações causadas por
desmonte de rocha com explosivos em áreas próximas a comunidades – estudo de caso
- mina de carvão de Moatize- vale Moçambique. Tem como objetivo Garantir a
sustentabilidade ambiental no contexto das vibrações e pressão acústica provocado por
desmonte de rocha com explosivos, gerando impacto aceitáveis sobre o
empreendimento bem como a vizinhança da mina de carvão Moatize, o trabalho trata
da aplicação de um processo matemático inovador, para a quantificação da
sustentabilidade ambiental em lavra de minas a céu aberto mediante o índice de
sustentabilidade ambiental baseado nos diversos parâmetros das quatro componentes
ambientais (atmosfera, litosfera, hidrosfera e biosfera), a sua admissibilidade e
permanência ao longo do tempo. O modelo matemático foi aplicado para os parâmetros
vibração e pressão acústica para uma mina de carvão da VALE- Moçambique, na qual
foram realizados trabalhos de monitoramento sismográfico em campo e posterior
processamento de dados. Tal processo permite avaliar quantitativamente a
sustentabilidade das operações desta mina e pode ser aplicado a qualquer mina a céu
aberto
VII
ABSTRACT
The present entitled Sustainable mining in the response of vibrations caused by rock
blasting in areas near to the communities - case study Vale Mozambique - Moatize Coal
Mine, aims to control the vibration caused by the rock blasting operation and to
minimize the negative impacts to the population around the mine. In this study, it will
be the monitored vibrations generated by explosives at the Moatize Coal Mine, in Tete
province operated by Vale Mozambique, and it deals with the application of an
innovative mathematical process for the quantification of environmental sustainability
in mining of open pit mines through the environmental sustainability index based on the
various parameters of the four environmental components (atmosphere, lithosphere,
hydrosphere and biosphere), their admissibility and permanence over time. The
mathematical model was applied at the vibration and acoustic pressure parameters at the
Moatize Coal Mine, in which seismographic monitoring was carried out in the field in
order to gather data for subsequent data processing phases. That process allows a
quantitative evaluation of the sustainability of the operations at this mine and can be
applied to any open pit mine worldwide operating in the same conditions.
VIII
LISTA DE TABELAS
Tabela 15: Limites de vibração de partícula de pico por faixa de frequência, segundo
ABNT-NBR 9653:2005...................................................................................................52
IX
Tabela 22: Tabela 2 Dados dos pontos monitorados para o desmonte 1.........................92
X
Tabela 49: Dados dos pontos monitorados para o desmonte 15.....................................99
XI
LISTA DE FIGURAS
Figura 9 Mapa de iso-linhas de níveis de ruído estimados para período diurno e noturno
para implantação mineira................................................................................................18
Figura 18: Padrões de fratura com diferentes formas de onda de pressão num modelo de
uma face livre..................................................................................................................27
XII
Figura 21: Gráfico –Distribuição da energia de detonação.............................................33
Figura 24:Zonas distintas definidas na rocha ao redor de uma carga explosiva, após a
detonação.........................................................................................................................37
XIII
Figura 38 Terceiro critério...............................................................................................56
Figura 40: Imagem de satélite mostrando a localização da cidade de Tete, Moatize, o rio
Zambezi e a mina de Moatize..........................................................................................59
Figura 54 Gráfico da velocidade de vibração das partículas, carga máxima por espera e
distância obtido pelo LabFit® para a campanha de monitoramento Mina carvão em
Moatze Moçambique.......................................................................................................71
XIV
Figura 56 Mapa de isovelocidades segundo a lei de propagação das vibrações para o
conjunto de todas detonações na Mina Vale Moatize.....................................................73
Figura 59: Mapa de iso-valores de pressão acústica segundo a lei de propagação para o
conjunto de todas detonações na Mina da Vale Mocambique........................................76
Figura 62: Carga máxima admissível por espera em função da distância do ponto de
desmonte para o ponto de monitoramento, para as velocidades de vibração limite........81
XV
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
∅ f – diâmetro do furo
C p – velocidade de propagação de ondas P no terreno
H f – altura da carga de fundo no furo
K i – constantes empíricas de Ash
Pf – pressão de detonação
ρe – massa volúmica da substância explosiva
ρi – pressão de detonação
ρr – massa volúmica da rocha
ρt – resistência à tracção dinâmica
ANZEC - Australia New Zeeland Explorers Club
CETESB- Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
CMRI- Central Mining Research Institute
DIN: Deutsches Institut für Normung – Instituto Alemão para Normatização
NBR: Norma Brasileira elaborada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
PPV: Peak Particle Velocity
PVS: Peak Vector Sum – Soma vetorial-da velocidade pico das partículas
Q – peso da carga explosiva detonada por retardo R – raio do furo RQD – rock quality
designation
RMR: Rock Mass Ratio
S – espaçamento
T – atacamento
t – tempo de retardo unitário entre fiadas
UNE: Una Norma Española.
USBM: United States Bureau of Mining
v – velocidade vibratória de pico da partícula – também referida como PVS realv –
velocidade vibratória de pico da partícula obtida em campo estimadav – velocidade
vibratória de pico da partícula estimada
α – ângulo de inclinação do furo
A – afastamento
D – distância entre os pontos de solicitação e monitorização
G – furação abaixo do piso
XVI
H – altura da bancada
H – altura da carga de coluna no furo
ISPT – Instituto Superior Politécnico de Tete
ITV – Instituto Tecnológico Vale
MI q– consumo específico de explosivo
Q – peso da carga explosiva detonada por retardo
R – raio do furo
RQD – rock quality designation
S – Espaçamento
T – Atacamento
V – Velocidade limite de vibração de pico da partícula
VOD – velocidade de detonação
W – Energia
f – perfuração específica
q – consumo específico de explosivo
t – tempo de retardo unitário entre fiadas
ρc – impedância do meio
σ −¿tensão dinâmica
τ – tempo de retardo
WCED, 1987-
XVII
Sumário:
DEDICATÓRIA................................................................................................................I
AGRADECIMENTOS.....................................................................................................II
EPÍGRAFE......................................................................................................................III
RESUMO........................................................................................................................IV
ABSTRACT.....................................................................................................................V
LISTA DE FIGURAS.....................................................................................................VI
LISTA DE TABELAS...................................................................................................VII
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................3
1.1. Justificativa.............................................................................................................5
1.2. OBJETIVOS...........................................................................................................5
Pergunta de partida............................................................................................................7
1.4. Hipóteses....................................................................................................................7
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES................................................................85
5.1. CONCLUSÕES................................................................................................85
5.2. RECOMENDAÇÕES.......................................................................................86
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................87
APENDICE 1..................................................................................................................94
1
1. INTRODUÇÃO
2
Segundo A IFC - International Finance Corporation (2007) a mineração é uma
atividade que altera o ambiente mediante as operações de lavra, geração de poeira,
ruído, vibração, emissão de gases poluentes na atmosfera disposição de pilhas de estéril,
barragens de rejeitos, modificação de taludes naturais, alteração das águas superficiais e
subterrâneas. Existem riscos dos impactos na biodiversidade e na saúde humana
quando estes impactos ambientais não são controlados.
O (WCED, 1987) define o desenvolvimento sustentável como aquele que atenda às
necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das gerações
futuras de suprirem suas próprias necessidades. E para (UN, 2010) o desenvolvimento
sustentável deve reconhecer a interdependência dos três pilares da sustentabilidade:
ambiental, social e econômico,.
Segundo (NAVARRO TORRES, V. F.; GAMA, C. D., 2006) a sustentabilidade é um
conceito derivado do desenvolvimento sustentável e pode ser definido como as ações e
atividades humanas que visam suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem
comprometer o futuro das próximas gerações. Ou seja, a sustentabilidade está
diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico e material agrediindo em
níveis toleraveis o meio ambiente, usando os recursos naturais de forma inteligente
para que eles se mantenham no futuro .
Dessa forma, resulta de grande importância um processo de quantificação da
sustentabilidade em especial na lavra de minas a céu aberto, uma vez que tal aspecto é
maioritariamente tratado de forma subjetiva e qualitativa
Navarro Torres, V. F., et al. (2015) desenvolveram um modelo matemático baseado nos
diversos parâmetros das quatro componentes ambientais (atmosfera, litosfera,
hidrosfera e biosfera), capaz de quantificar a sustentabilidade ambiental em lavra de
minas a céu aberto. Tal modelo foi validado para minas de pequeno porte do estado de
São Paulo, mas não em minas de ferro da Vale.
para validação do modelo matemático desenvolvido nos trabalhos anteriores, Navarro
Torres,et al. (2016) aplicaram em lavra de uma mina a céu aberto da Vale mina de
Fazendão pertencente ao Complexo Mariana.
O mesmo modelo será aplicado neste projeto na mina da carvão de Moatize.
3
1.1. Justificativa
1.2. OBJETIVOS
4
Determinar a carga explosiva máxima por retardo para proteger estruturas e
5
quantidade de energia a ser liberada pelas cargas?
Pergunta de partida
Como controlar as vibrações do desmonte de rocha com uso de explosivo?
1.4. Hipóteses
Evitar o excesso de carga nos furos
Controlar a iniciação dos furos
Evitar malha com muitos furos próximo
6
Material de tamponamento;
Controlar a quantidade de furos que saem em simultâneo;
7
Tabela 1: Critérios de Escavabilidade,
Os critérios para a escolha do método de desmonte devem ter em conta o propósito para
o qual vão ser executados, bem como a escavabilidade do maciço. A aplicação de
explosivos em desmontes é o método mais eficiente quando o maciço é bastante
competente, ou seja, quando o recurso a meios mecânicos não é exequível em tempo útil
e a um custo aceitável. Como contrapartida, é o método que acarreta mais impactos
durante e imediatamente após a sua execução. Para a execução de um desmonte, é
necessário estudar as condicionantes, com o intuito de calibrar as variáveis, como se
pode analisar na Figura 2: (González de Vallejo, et al., 2002).
8
Figura 2: Fluxograma da Execução de um Desmonte com Recurso a Explosivos
9
A Figura 3 expõe os parâmetros associados à geometria do desmonte:
2.2.1. EXPLOSIVOS.
,Elsemen (2000) para análise das vibrações do solo e da pressão acústica na Pedreira de
Calcário da Egyptian Cement Company ,analisou o efeito do método de iniciação do
explosivo na intensidade das vibrações e pressão acústica. Foram monitoradas 15
detonações, usando diferentes cargas por espera e números de furo total, utilizando um
sismógrafo SSU-2000DK, e dez microssismógrafos SSU. As leituras foram feitas em
10
todas as faces da pedreira e em todos bancos, para obter melhores dados de propagação
das vibrações e seus efeitos nos empreendimentos mais próximos.
Elseman (2000) nos seus resultados concluiu que maior parte das frequências estavam
nas fachas de 5HZ e 30 HZ, nos edifícios mais próximos a pedreira e com frequências
baixas de 71,4 % inferiores a 10HZ, quanto ao nível de vibração seguro, no mesmo
estudo chegou-se à conclusão de que a iniciação elétrica produzia menor nível de
vibração e maior taxa de atenuação comparativamente ao cordel detonante.
Kamali & Ataei (2000), realizaram estudos com objetivos de prever a velocidade de
pico das partículas (PPV), nas operações de detonações na escavação das usina de
barragem Karoun III no Irão, usando sismógrafos modelo UVS5500 da Nitro Nobel que
foram fixados em 11 pontos obtendo 28 eventos.
11
que o modelo fuzzy têm alta precisão de previsão nos resultados e pode ser usado como
indicador de confiança na previsão das vibrações nas minas.
Para determinar a quantidade máxima de explosivos por espera a ser utilizado nas minas
monitoradas Wu & You(2011),combinaram a fórmula de Sadaovsk (Equação 1), com a
estabilidade das galerias de pontos monitorados usando o Coeficiente Global C (
Comprehensive Coefficiente Method),Seu objetivo foi determinar a quantidade máxima
de explosivos a ser utilizado nas detonações a fim de diminuir vibrações nos pontos
monitorados conforme tabela 3.
1 /3 b
Q
VPP=k ( ) (1)
R
Onde:
VPP = velocidade de pico das partículas (mm/s)
K e b = coeficientes do local (adimensionais)
Q = Carga máxima por espera (kg)
R = distância do ponto de captação ao ponto central da detonação.
C = Coeficiente Global
12
Tabela 3: Quantidade máxima de explosivos por espera em cada detonação
Muitos outros autores como Alvares-Vigital (2012), Haibo et al. (2012), Rao (2012),
França et al. (2012), Hamidi; Niraz e Vraksin (2011), Adetoyinbo et al.(2010), Arora e
DEy (2010), Elevli e Arpaz (2010), kujur (2010), Pal e Brahma (2010),Afeni e Osasan
(2009), Castilo e Vizcarra (2009), Koppe et al (2009), Dollora Neto; Ferreira e Dourado
(2008), Alcudia et al.(2007), Khaled; Rahman e Makarem (2007) , Ribeiro e Ferreira
(2007), Valencia (2007), Araujo Neto (2006), Dallora Neto e Ferrreira (2006), Murthy e
Day (2004), Dollora Neto (2004), Rai e Singh (2004), Murthy et al (2003), Tariq
(2003), Egan et al (2001), Armstrong (2001). Realizaram o monitoramento sismográfico
com o fim de prever os valores de PPV utilizando apenas o modelo empírico nas
diferentes minas subterrâneas e a céu aberto.
A Geosonic Inc, uma empresa que fabrica sismógrafos, para medir o efeito das
vibrações do solo provocadas por detonação com explosivos nas edificações próximas
da mina desenvolveu um sistema chamado “Isso-seismic map”, figura 5. Foram
distribuídas grandes quantidades de sismógrafos por toda mina, o que permitiu maior
precisão nas medidas e ter melhor informação da contribuição da Geologia nos danos
das estruturas.
13
Figura 5:Mapa de iso-velocidades elaborados pela Geosonics
Fonte: Reil,(1998)
Os mapas Geosonics foram adaptados para adequar as condições reais de uma pedreira
em São Paulo por Iramina (2002),onde usou 9 sismógrafos sendo 8 de
Para Iramina (2002) as interações das ondas de choque são complexas e dependentes
aos factores como topografia, características geomecânicas da rocha e litologia, no
campo próximo, enquanto que para campo distante, o amortecimento da onda pode ser
simulado pela equação carga-distancia.
Para Iramina (2002) os gráficos da distância-carga podem criar gráficos semelhantes aos
do Isso-seismic. Para cada tipo de rocha pode se estabelecer leis de propagação
específica a partir dos valores de vibração resultantes dos desmontes, correlacionado
14
com a distância, a equação da carga máxima por espera e resultado tantos pontos
monitorados e ajustados na curva de um gráfico.
Mapas obtidos por Iramina (2002), figura 6 e 7, criados por valores reais dos
monitoramentos e simulação ideal de distribuição para as 8 diferentes direções , todos
Sistema de coordenadas UTM(Universal Transverse Mercator).
Fonte: Iramina,(2002)
15
Figura 7 Mapa de iso-velocidade simulando modelo de distribuição ideal dos pontos
Giselle (Canedo 2013), para ruído ambiental aplicou mapa de iso-linhas, criando mapas
de curvas de isso-ruídos, com cores representando cada faixa de nível de pressão
acústica, para uma boa interpretação espacial. O estudo foi realizado no Rio de Janeiro,
(Brasil), numa área onde se pretendia instalar um empreendimento mineiro figura 9.
16
Figura 8 Mapa de iso-linhas de níveis de ruído estimados para período diurno e noturno para implantação
mineira
17
monitoramentos na tal pedreira para avaliar o nível das vibrações nas circundantes da
caverna. Figura(10)
18
Figura 10 contornos de PPV da bancada superior da pedreira do Tourah (m)
Figura 11. Mapa de contorno de PPV da bancada inferior da pedreira do Tourah (m)
Neste subcapitulo serão abordado alguns conceitos da Dinâmica das Rochas, que tem a
ver com ação das explosivos nos maciços rochosos, em função nos seus mecanismos de
rotura e propriedades geomecânicas .
19
A dinâmica das rochas é uma parte da mecânica de rochas que se dedica com o
carregamento dinâmico, deformação e fraturação da rocha com o tempo. Variando da
iniciação de cargas dinâmicas, transmissão e atenuação de carregamentos dinâmicos,
fraturamento e dano sob carregamento dinâmico para suportar a rocha sob condições
dinâmicas (ZHAO, 2011). O desmonte de rocha começa por libertar um pico de energia
que decresce rapidamente com o tempo, figura (12), é importante o no estudo da
propagação de ondas geradas pelo desmonte de rochas com explosivos para perceber o
fenômeno.
As ondas de choque devido a sua elevada velocidade causam roturas bruscas nos
maciços rochosos, mais o fenómeno dessipativo é negativo devido às elevadas
velocidades essas ondas devem ser levado com maior relevância na análise de
detonações em maciços rochosos, (Bernardo, 2009).
20
Figura 13 Gráfico de tensão deformação
Fonte:(Bernardo, 2004)
A atenuação das ondas sísmicas pode ser explicada por diversos mecanismos, como por
exemplo as características dos materiais rochosos, elasticidade, atrito nas
descontinuidades. Estes mecanismos implicam uma diminuição da tensão associada à
amplitude das ondas emitidas que é independente da atenuação devida simplesmente ao
aumento da distância de propagação da onda sísmica (Dinis da Gama, 2007).
21
Existem dois tipos de ondas sísmicas: as volumétricas (ondas P e S) e as de superfície
(ondas L e R), Estas ondas sísmicas apresentam várias particularidades (Tabela 4) e seus
respectivos efeitos no terreno podem ser representados esquematicamente segundo a
Figura 15.cuja representação pode ser observada na Figura , onde se ilustra a direção de
propagação das ondas, bem como o movimento de vibração das partículas.
22
Figura 14 Tipos de ondas sísmicas
Mais ainda, conhecer a velocidade das ondas compressionais para os vários tipos de
rochas (Tabela 5) para a posterior comparação com dados de campo é de extrema
importância no caso do desmonte de rochas com explosivos, uma vez que a partir delas
23
e das de corte pode-se estimar o módulo dinâmico de Young do maciço em questão e
assim prever a deformação de tal maciço sob um dado carregamento dinâmico
Segundo Barton (2007) o módulo dinâmico de Poisson pode ser calculado mediante a
equação (2).
2
2 3(V p /V s) −4
Edin =V s xρx 2 (2)
(V p /V s ) −1
Onde:
V s : é a velocidade de ondas S
V p: é a velocidade de ondas P
24
Fonte: Ai; Ahrens (2004)
25
A análise do processo de fratura dinâmica é baseada no conceito de mecânica da fratura
fractal, que apoia o processo hierárquico de fratura na rocha. Consequentemente, o
método de análise proposto torna possível explicar processos de faturamento sob várias
condições de carga.
σ =ρcv (3)
em que, σ representa a tensão dinâmica, ρc representa a impedância do meio e v a
velocidade vibratória das partículas no maciço. A impedância característica de um meio
( ρc ) é definida pelo produto da sua massa volúmica pela velocidade de propagação
ondulatória característica desse meio.
26
permitiu pela primeira vez aceder ao cálculo rigoroso de pressões de detonação,
temperaturas, velocidades de reação, etc..
Muitas teorias têm sido propostas sobre o mecanismo de fragmentação das rochas
devido à ação das substâncias explosivas. Tal como foi referido anteriormente, segundo
Konya e Walter, dois mecanismos distintos têm lugar neste processo: em primeiro lugar,
uma onda de choque, do tipo compressiva, desenvolve-se em torno da carga explosiva;
em segundo lugar, após a passagem da onda de compressão ao longo da rocha, a pressão
do gás no furo submete novamente a rocha a tensões de compressão.
Sendo assim, a detonação das cargas explosivas nos furos, ocorre em duas fases
distintas (Bernardo, 2009):
fase dinâmica – o maciço é sujeito a uma perturbação dinâmica violenta,
aplicada num curto espaço de tempo, que é produzida por uma onda de choque
que se desloca a uma velocidade que é essencialmente dependente do tipo de
rocha, mas também do tipo de explosivo. A onda, propagando-se radialmente a
partir do furo, é gradualmente atenuada com a distância, o que dá lugar a um
regime de propagação duma onda de tensão compressiva, do tipo sónico;
Fase quase-estática – é caracterizada pela expansão dos gases resultantes da
detonação da carga explosiva, originando a aplicação de tensões elevadas, em
regime quase estacionário. A designação atribuída (quase-estática) deve-se à
ordem de grandeza dos tempos associados a esta fase, visto que, enquanto que a
propagação das ondas de tensão ocorre na ordem de grandeza das dezenas de
microssegundos, a pressurização dos gases ocorre por vários milissegundos.
Assim, a fase dinâmica corresponderá à ação das ondas de choque no maciço rochoso,
e a fase quase-estática é aquela devida ao trabalho mecânico realizado pelos gases
provenientes da reação química de decomposição do explosivo, ou seja, corresponde ao
deslocamento dos blocos do maciço rochoso.
27
não havendo qualquer participação da energia contida nos gases da explosão (Dinis da
Gama, 2003).
A onda originada pela pressão de detonação é compressiva e ao encontrar uma face livre
de rocha, sofre reflexões e refracções sobre a interface rocha/ar. O impulso de
compressão é refletido sob a forma de impulso de tração que, ao propagar-se para o
interior da rocha, ocasiona com facilidade roturas por tração, uma vez que a resistência
da rocha à tracção é da ordem de 1/10 da resistência à compressão.
Logo após a detonação, tem lugar a deformação da zona fragmentada em torno do furo,
seguindo-se a iniciação e propagação de fraturas radiais por acção da tensão de tracção,
na direcção tangencial, associada à onda emitida. Quando esta última atinge a superfície
de separação rocha-ar, passa a transportar tracções na direcção radial, que originam a
escamação periférica, a qual se vai desenvolvendo até maior ou menor distância para o
interior do maciço rochoso, simultaneamente com o prolongamento das fracturas radiais
previamente formadas. Finalmente, os gases da explosão passam a desenvolver o
processo de expansão, do qual resultam a abertura das fendas radiais, a definição da
forma geométrica final da cratera e ainda a projecção dos fragmentos de rocha
arrancados (Dinis da Gama, 2007). Para a propagação de fracturas radiais contribui
também a existência de micro-fracturas naturais e outras fissuras, sobretudo as causadas
pelas operações de perfuração, que precedem o arranque com explosivos (Bernardo,
2004). A sequência dos eventos encontra-se esquematizada na Figura 3.4.
28
Figura 17:sequencias de detonação em rochas situadas próximo a face livre
29
2.4. IMPACTOS AMBIENTAIS EM LAVRA DE MINAS A CÉU ABERTO
30
Cada um dos índices de sustentabilidade está suportado por diversos indicadores
ambientais e este a sua vez por diversos parâmetros ambientais (Tabela 6).
2.5.2.1. VIBRAÇÕES
31
ruído ondas áreas são as principais causas dos conflitos entre o empreendimento mineiro
e a população vizinha.
32
Figura 20 : Diagrama de distribuição da energia de detonação
33
II. Carga máxima por espera
A carga máxima por espera (Q) é a variável mais importante na intensidade das
vibrações e é do tipo potencial, onde para a velocidade (Vp) tem-se:
a
V pαQ (4)
1
V pα b
D
(5)
E o valor de b segundo o U.S.Bureau of Mine e aproximadamente 1,6 Jimeno,C.L.;
Jimeno,E.L. e Carcedo (1995),
A prática, nos mostra que nem sempre as ondas se atenuam com a distância. Por
exemplo, em meios estratificados e se a sua geometria o favorecer, as ondas podem
concentrar-se ou sobrepor-se a outras refletidas, chegando a medir-se valores de
vibração maiores em pontos mais afastados da detonação (AZEVEDO; PATRÍCIO,
2003).
Para (CORREIA, 2003) a atenuação das vibrações não depende só da distância mais
depende também de outros fatores como a litologia dos materiais da fundação.
34
Figura 21: Modificações das vibrações ao se propagarem por terrenos de diferentes estruturas e
características
Fonte:JIMENO,C.L.;JIMENO,E.L.e CARCEDO,1995
35
Após a detonação de uma carga explosiva, formam-se zonas distintas na rocha ao redor
do furo carregado (Figura 24).
Figura 22:Zonas distintas definidas na rocha ao redor de uma carga explosiva, após a detonação
Onde:
36
estruturas e transmissão de ondas elásticas e a deformação são diretamente
proporcionais à velocidade de vibração das partículas.
A avaliação do efeito das vibrações no corpo humano é feita segundo diferentes eixos:
x (das costas para o peito), y (da direita para esquerda), z (dos pés para a cabeça)
(Figura 16).
37
Figura 23 Efeito vibratório no corpo humano segundo diferentes eixos
Existem vários estudos realizados para definir padrões de referência como Goldman
(1984) e Oriard (Figura 17) referenciados por López Jimeno C, et al. (2003).
Figura 24: Resposta humana as vibrações segundo Goldamn (esquerda) e segundo Oriard (direita),
38
2.5.4. EFEITOS DA PRESSÃO ACÚSTICA
A energia compreendida numa faixa de frequência abaixo de 20 Hz e acima de 20 kHz é
imperceptível ao ouvido humano, no entanto pode ser presenciada na forma de abalos,
principalmente nos telhados, paredes e janelas de construções (Tabela 8). Já a faixa
acima de 20 Hz A 20 kHz capta o ouvido humano na forma de ruído. A pressão acústica
é comumente medida em decibéis (dB) ou em pascais (Pa).
39
2.5.5. PARÂMETROS OPERACIONAIS IMPORTANTES PARA O CONTROLE
DAS VIBRAÇÕES E PRESSÃO ACÚSTICA
Com o objetivo de minimizar os efeitos das vibrações e pressão produzidos pelo
desmonte de rochas, o controle e o dimensionamento adequado de determinados
parâmetros do plano de fogo têm suma importância, ao passo que alguns não são tão
significativos (Tabela 9).
b c
v=a Q D (6)
40
Da equação (6) obtém-se ferramentas de gestão ambiental muito importantes que são a
previsibilidade das cargas máximas admissíveis por retardo e a determinação com rigor
dos mapas de iso-velocidades, conforme equação (7).
1/ b
Qmáx =(V ¿ ¿ lim ∗a−1∗D1 ) ¿ (7)
Através de uma metodologia proposta por Navarro Torres VF; Bernardo (2004),
dispondo de um banco de dados com registros sismográficos devido a desmontes de
rocha com explosivos contendo registros de velocidade de vibração de partículas, carga
máxima por espera e distância do local de detonação aos pontos de monitoramento,
pode-se determinar as constantes empíricas a,b,c, através de técnicas estatísticas de
regressão linear múltipla e assim prever os mecanismos de propagação de velocidades
no terreno através de um mapa de isovalores de velocidade de vibração através da
interpolação de pontos conhecidos e a carga máxima admissível por espera segundo
normas de velocidade máxima de vibração vigentes.
Ainda que a genealogia do conceito de sustentabilidade não esteja clara, entre os autores
e pesquisadores voltados à temática ambiental, alguns deles ainda assim se voltaram à
sua historiografia e sugeriram algumas datas prováveis para o seu surgimento. Para Boff
(2012), o conceito de sustentabilidade teve origem em épocas ainda mais remotas, entre
os séculos XVI e XVII. O autor defende que o conceito de “sustentabilidade” seja
proveniente da “silvicultura” (manejo de florestas) saxônica, mais precisamente do
conceito alemão de Nachhaltigkeit, o qual entende que seja correspondente ao que hoje
chamamos de sustentabilidade. Entretanto, essa visão não é consensual, uma vez que
outros autores afirmam que os povos indígenas das mais diversas etnias ao redor do
41
mundo sempre praticaram o que, tempos depois, convencionou-se a chamar de
“cosmovisão” ou “sustentabilidade”. de acordo com Lima (2003)
(BOFF, 2012). foi somente século XVIII, novamente na Saxônia, por meio do Capitão
Hans Carl von Carlowitz, que a palavra “sustentabilidade” se transformou num conceito
estratégico. E, em 1795, Carl Georg Ludwig Hartig escreveu em seu livro:
Anweisungzur Taxationund Beschreibung der Forst, ou em português “Indicações para
a avaliação e a descrição das florestas” é uma sábia medida avaliar de forma a mais
exata possível o desflorestamento e usar as florestas de tal maneira que as futuras
gerações tenham as mesmas vantagens que a atual” (HARTING apud BOFF, 2012).
42
Segundo (PRESCOTT-ALLEN, 2001) existem à escala global iniciativas na
quantificação da sustentabilidade, que são calculados através de medidas tais como:
renda, saúde, igualdade entre gêneros, qualidade de águas, qualidade do ar atmosférico,
uso do solo e depois comparados com padrões de referência e usando a escala de 0 a
100.
43
os critérios adotados e os índices de sustentabilidade (valores entre 0 e 1),
respectivamente
44
Figura 27 Critérios e pontuação avaliados na quantificação da sustentabilidade de equipamentos
geradores de eletricidade
Com base em relatórios e banco de dados das quatro maiores empresas da China, Long,
et al. (2016) criaram um sistema inovador para a avaliação quantitativa da
sustentabilidade das operações de empresas chinesas do mercado de ferro e aço.O tal
45
sistema também teve em conta os três pilares da sustentabilidade: o aspecto ambiental,
social e econômico, investigando aspectos tais como: emissões de gases estufa, índices
de segurança dentro da empresa e renda per capita dos fucionários.
Vidal Torres (NAVARRO TORRES.V.F. et al. 2009, NAVARRO T.V.F., et al. 2014).
Estudaram a quantificação da sustentabilidade ambiental para lavra de minas
subterrânea, ainda Navarro Torres, V.F., et al. (2015). e Navarro Torres, V.F., et al.
(2016) desenvolveu dois trabalhos intitulados ,“Quantificação da sustentabilidade
ambiental em lavra de minas a céu aberto”na mina de FAZENDÃO em Ouro Preto.
46
Gasification and CO2 Storage” (GAMA, C. D.; NAVARRO TORRES, V. F;
VERÍSSIMO, A. C., 2013). Os primeiros projectos de quantificação da sustentabilidade
ambiental em lavra de minas a céu aberto, foram utilizadas bases de dados de minas de
pequeno porte do estado de São Paulo para a validação do modelo matemático e
posterior geração de mapas de isovalores de sustentabilidade ambiental (Figuras 30 e
31) .
Figura 30 Mapa de isovalores de sustentabilidade global para a pedreira Juruaçu no estado de São Paulo
47
Figura 31 Mapa de isovalores de sustentabilidade global para a pedreira Riúma no estado de São Paulo.
48
Tabela 11 Velocidade máxima admissível de vibração de partículas em mm/s segundo a Norma NP 2074-
2015-Portugal.
Fonte: NP 2074-2015-Portugal.
49
Annoyance due to Blasting Overpressure and Ground Vibration’, 1990 (Nova
Zelândia), Environmental Protection Act Section 440ZB (Austrália) , EHP EcoAccess
‘Noise and Vibration from Blasting’, 2006(Austrália).
Tabela 13 Limites máximos de vibração para conforto humano, segundo Transport Noise Management
Tabela 14 Limites máximos de pressão acústica para conforto humano, segundo Transport Noise
50
Tabela 15: Limites de vibração de partícula de pico por faixa de frequência, segundo ABNT-NBR
9653:2005.
Nota: para valores abaixo de 4 Hz deve ser usado como limite o critério de
deslocamento de partícula de pico de no máximo 0,06 mm (de zero a pico).
Norma elaborada pela CETESB, no uso de suas atribuições legais para o controle da
poluição no estado de São Paulo. Estabelece valores limite de velocidade de vibração de
partículas e pressão acústica afim de mitigar os incômodos humanos causados pelo
desmonte de rocha com explosivo e seus acessórios.
51
2.7.2. Normas ou Padrões Nacionais
Em Moçambique ainda não existem normas que regulam as vibrações e ruídos por isso
neste projectos iremos usar diferentes Normas internacionais a cima citadas.
Onde:
52
(𝐼𝑆𝑏), podem ser expressados mediante uma equação geral (8) com a denominação
IS a , g ,w , b.
l1 l2
1
∑ a 1( i ) ∑ a2 ( i ) l
n
(9)
−…−∑ an (i)
i=1 i=1
IS a , g ,w , b= {n− −
n l 1 P1 l 2 P2 i=1
Onde:
P1 , P2 , … , P n os padrões admissíveis
Uma cuidadosa análise dos diversos parâmetros ambientais na lavra de minas a céu
aberto permitiu caracterizar três grupos considerando os seus efeitos ambientais e os
padrões de admissibilidade.
Primeiro critério: Quando xi ≤ X; neste caso, com valores baixos de xi, o Índice de
Sustentabilidade (IS1) resulta alto (Figura 36), como mostra a equação (9).
x1
IS 1=1−¿ ∨¿ (10)
X
Condições:
a) Se x i = X ou x i > X, então IS 1= 0;
b) Se x i = 0, então IS 1 =1
53
Figura 33. Primeiro critério de sustentabilidade
Segundo critério: Quando xi ≥ Y; neste caso para valores altos de xi se obtém índices de
sustentabilidade (IS2) com valores altos (Figura 37), como mostra a equação (11).
IS 2= ||x1
y
(11)
Condições:
a) Se x i = Y ou x i > Y, então IS 2 = 1;
b) Se x i = 0, então IS 2 = 0
Terceiro critério: Quando Y ≤ xi ≤ X, neste caso tem-se uma equação para cada situação
(Figura 38).
x i−X
IS 3=1− (12)
x i−X
Condições:
a) Se Y < x i < X e x i = X, IS 3 = 1;
b) Se x i = X 1 , IS 3=0.
54
Y −x i
IS 3=1− (13)
Y − y1
Condições:
a) Se Y <𝑥𝑖< X e 𝑥𝑖 = 𝑌, IS3 = 1;
b) Se 𝑥𝑖 = 𝑌1, IS3 = 0.
Fonte: autor
55
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Figura 37.Metodologia para controle de vibrações devido a desmonte de rochas com explosivos.
56
Os dados foram aquiridos por uma campanha de monitoramento que durou 60 dias,na
secção 4 da mina de carvão ,utilizando 6 sismógrafos da engenharia e monitorados 16
detonações,obtendo 96 eventos ,utilizando metodos estatísticos removeu-se os os
valores anômalos ,obtendo um R2 92,23 e 76 para vibracao e pressao acustica
respeitivamente,
Pós-procesamnto dos dados e recorrendo o software LABit para obtenção da lei de
propação de velocidade e pressão acústica, nos termos da carga Q maxima por retardo
(Kg) e distância (D), segundo a equação (6).
Para conhecer o efeito de propagação das vibrações e pressão acústica gerou-se mapas
de isovalores de vibração da particula,e pressao acustica,com os valores calculados pela
de propagação atraves da interpolação,usando a krigagem de pontos com valores
conhecidos,e cada curva mostra seu respeitivo numero.
57
um modelo de elevação digital mostrando a posição de cada uma das seções da mina em
relação à posição da comunidade de Moatize e os limites da propriedade.
Figura 38: Imagem de satélite mostrando a localização da cidade de Tete, Moatize, o rio Zambezi e a
mina de Moatize
58
Figura 39 Modelo de elevação digital mostrando as diferentes seções da mina, a posição da comunidade
59
a ocorrência de interesse está composta pela série produtiva que contém a formação
hospedeira dos depósitos de carvão (conglomerados, arenitos, xistos e carvão).
60
Figura 41: Posições das seções transversais da seção 4 da mina de Moatize
61
Figura 43 Seção transversal 2 da seção 4 da mina de Moatize
Tabela 17: Parâmetros utilizados no modelo geomecânico do maciço rochoso por grupamento geológico
62
3.5. CAMPANHA DE MONITORAMENTO
63
Figura 45– Fotografia da campanha de monitoramento na comunidade de Moatize
64
Figura 46 Pontos de desmonte e monitoramento com os respectivos valores medidos de PVS
65
ID: número de identificação do desmonte, A: afastamento, E: espaçamento, Q: carga
total de explosivos,
Qmáx: carga máxima por espera, D: diâmetro do furo, q: razão de carga. L:
comprimento do furo
Os desmontes monitorados utilizaram, como carga explosiva, uma mistura de emulsão e
ANFO na proporção 70/30 respectivamente, cuja energia é de 1108kcal/kg (FEM,
2018).
Fonte: Autor
66
Figura 48: Histograma de frequências de vibração medidas na direção transversal
Fonte: Autor
Fonte: Autor
67
1. Cálculo da média dos dados e seu respectivo desvio padrão (S);
2. Cálculo do valor absoluto de desvio δi para cada dado;
3. O valor do número τ modificado de Thompson é calculado a partir do valor t
para a distribuição de densidade de probabilidade de t-student:
t α /2∗(n−10)
τ= (14)
√n∗√ n−2+ t2α /2
α=0.05
e df=n-2
Regra de decisão:
Se δ i> τ S,rejeita-se o dado é um outlier.
Se δ i < τS ,mantem se o dado .O dado não é um outilier
Feito isso, retirou-se os outliers indicados pelo método, mas ainda assim verificava-se
valores anômalos no conjunto dados.No final do processo, restaram 60 medições de
velocidade de vibração e 72 de pressão acústica.
velocidade distancia
45.00
f(x) = 1923592.56111438 x^-2.01043764517181
40.00 R² = 0.922482905808258
35.00
30.00
25.00
20.00
15.00
10.00
5.00
0.00
0.00 200.00 400.00 600.00 800.00 1000.00 1200.00 1400.00 1600.00 1800.00 2000.00
68
Figura 51:Dispersão geral de dados pressão acústica x distância
Pressão Acústica-Distancia
140
80
60
40
20
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Fonte: Autor
0.667 −1.39
v=1050∗Q ∗D (15)
69
Figura 52 Gráfico da velocidade de vibração das partículas, carga máxima por espera e distância obtido
pelo LabFit® para a campanha de monitoramento Mina carvão em Moatize Moçambique
Fonte: Autor
Como esperado, observa-se que quanto maior a carga máxima por espera, maior
é a vibração de partículas do terreno. A relação inversa ocorre para a distância, quanto
maior a distância, menor é a vibração de partículas do terreno. Na literatura são
encontrados valores de referências para os parâmetros (a, b e c) procurados. Navarro e
Bernardo (2004) elencam alguns desses valores, mostrados na Tabela 19.
70
Comparando-se os valores de a, b e c obtidos pela regressão com os valores da Tabela
15 e visto que a rocha predominante no terreno em questão é cedimentar compacto, os
valores encontrados apresentam boa semelhança com a literatura.
Finalmente a lei de propagação obtida pode ser representada para diferentes valores de
velocidade de vibração de partículas admissível, para variações das cargas máximas de
explosivo por espera em função das distâncias dos locais de detonação a serem
consideradas. Tomou-se como base os limites propostos pela NP 2074, uma vez que
esta norma foi atualizada no ano de 2015, considera o tipo de estrutura e a frequência
para definição dos valores máximos admissíveis de vibração e ainda é rigorosa. (Figura
39).
Figura 53:Variação de cargas máxima por espera em Kg em relação as distâncias para diferentes
velocidades de vibração admissíveis
71
3.4.2. Mapa de isovalores de vibração
Figura 54 Mapa de isovelocidades segundo a lei de propagação das vibrações para o conjunto de todas
detonações na Mina Vale Moatize.
72
admissibilidade. No entanto, vale ressaltar que tais valores foram recalculados a
partir dos valores resultantes de detonações na mina.
3 0.5187 −1.144
p=0.9271∗10 ∗Q ∗D (16)
Figura 55 Gráfico da pressão acústica, carga máxima por espera e distância obtido pelo LabFit® para a
campanha de monitoramento em Mina de carvão Moatize Moçambique
73
Como esperado, observa-se que quanto maior a carga máxima por espera, maior é a
pressão acústica. A relação inversa ocorre para a distância, quanto maior a distância,
menor é a pressão acústica.
3 0.5187 −1.144
p=0.9271∗10 ∗Q ∗D (17)
74
3.4.1. Mapa de isovalores de pressão acústica
Figura 57: Mapa de iso-valores de pressão acústica segundo a lei de propagação para o conjunto de todas
detonações na Mina da Vale Moçambique
75
3.5. Índice de sustentabilidade geotécnica
Aplicando a equação (18) para um limite máximo admissível de 2 mm/s para o uso de
terras sensíveis (comunidade próximo à mina) proposto pela Transport Noise
Management – Código de Prática do estado de Queensland-Austrália para avaliação do
incômodo humano, a equação correspondente resulta:
IS v =1−0.5 v r (18)
Onde:
A escolha de tal padrão de admissibilidade se deve ao fato de tal norma ser rigorosa e
levar em consideração vários padrões e normas internacionais conceituadas na definição
de seus padrões de admissibilidade.
76
Figura 58 Mapa de isovalores de sustentabilidade em relação a vibrações para a Mina de carvão Moatize
Moçambique
Aplicando a equação (18) e sendo que o valor da pressão acústica é medido em decibéis
a equação resulta a expressão (19) e para um valor limite de 120 dBL Transport Noise
Management – Código de Prática do estado de Queensland-Austrália considerado pelo
quanto ao incômodo humano a equação particular para calcular o índice de
sustentabilidade ambiental resulta a equação (19)
x i −X
20
IS ap=1−10
p
−6
IS ap=1−10 20
77
(19)
Figura 59 Mapa de isovalores de sustentabilidade em relação a pressão acústica para a Mina de carvão
Moatize Tete
78
3.6. Carga máxima admissível e planos de fogo para desmontes
controlados
Pode-se observar que a faixa de vibrações admissíveis para estruturas está dentro da
faixa de admissibilidade de incomodidade humana, sendo que para este estudo foi
utilizado mínimo de 5 mm/s e máximo de 10mm/s e para pressão acústica 115 a 120dB.
1
VL 0.667
Qmax −v =( −1.387
) (20)
1050∗D
1
PA L 0.519
Q max −Pa=( −1.144
) (21)
927.1∗D
79
a distância, segundo as equações 13 e 14, para determinação da carga máxima
admissível por espera para respeitar os limites estipulados para velocidade de vibração e
pressão acústica.
Figura 60: Carga máxima admissível por espera em função da distância do ponto de desmonte para o
ponto de monitoramento, para as velocidades de vibração limite
Fonte: Autor
Nas figuras 46 e 47 é possível observar que a carga explosiva máxima admissível para a
mesma distância sempre é menor para a velocidade de vibração de partículas do que
para a pressão acústica. Assim, o desmonte controlado com plano de fogo que considere
a carga explosiva máxima admissível para a velocidade de vibração de partículas
protege as estruturas e consequentemente a incomodidade humana devido à pressão
acústica.
80
Figura 61 Carga máxima admissível por espera em função da distância do ponto de desmonte para o
ponto de monitoramento, para as pressões acústicas limite
Fonte: Autor
Considerando que a cava final na superfície exterior deve estar localizada a 150m do
limite urbano de Moatize, e baseado no comportamento da carga máxima admissível
com a distância do local de desmonte para os limites da comunidade, é possível
determinar área de proteção e três áreas críticas (Tabela 21).
81
4. ANÁLISE DE RESULTADOS
Para efeitos de avaliar melhor os possíveis danos e incômodo humano na para a vila de
Moatize foi adotada a Transport Noise Management -Código de Prática do estado de
Queensland.
82
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1. CONCLUSÕES
Na situação atual da cava a mina de carvão da Vale opera com alto nível de
sustentabilidade segundo o modelo de quantificação da sustentabilidade no que tange as
vibrações e pressão acústica relacionadas ao desmonte de rochas com explosivos,
No entanto até a cava final é preciso implementar um plano de fogo com carga máxima
admissível de 124,4 kg/espera e usar detonadores eletrônicos.
83
Os valores de A, B,C,para a vibração no terreno em Moaize são 1050,0.667 e -1.39, já
para a pressão acústica são A=0.9271∗103,B=0.5187 e C=−1.144
84
5.2. RECOMENDAÇÕES
As metodologias de desmonte controlado para as zonas críticas A1, A2 e A3 permitem
realizar lavra de carvão com desmonte controlado na Seção 4 e evitar os possíveis danos
às estruturas e incomodidade humana na zona urbana de Moatize.
Como as vibrações não se propagam no vazio, a empresa pode criar um corte entre a
mina e a população.(criar uma vala em 10m de profundidade )
85
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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APENDICE 1
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Tabela 25 Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 2
94
Tabela 29: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 4
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Tabela 32 : Dados dos pontos monitorados para o desmonte 6
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Tabela 36: Dados dos pontos monitorados para o desmonte 8
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Tabela 40: Dados dos pontos monitorados para o desmonte 10
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Tabela 44: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 12
99
Tabela 48: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 14
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Tabela 51: Dados dos pontos monitorados para o desmonte 16
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