(144936) Nota Tecnica 013-22 Antipsicoticos Atipicos e Seus Efeitos Extrapiramidais
(144936) Nota Tecnica 013-22 Antipsicoticos Atipicos e Seus Efeitos Extrapiramidais
(144936) Nota Tecnica 013-22 Antipsicoticos Atipicos e Seus Efeitos Extrapiramidais
Os antipsicóticos são fármacos utilizados há algum tempo para tratamentos de controle de sintomas
psicóticos que podem estar presentes em vários transtornos mentais.
Os antipsicóticos típicos ou de primeira geração como a clorpromazina que foi introduzida na clínica
em 1952, tem capacidade para causar efeitos colaterais extrapiramidais. Mas já os fármacos de segunda
geração, são reconhecidos como antipsicóticos atípicos, e apresentam menos efeitos colaterais
extrapiramidais em relação aos antipsicóticos típicos (SANARMED, 2021).
Dessa forma, alguns dos antipsicóticos de primeira geração são: clorpromazina, haloperidol,
levomepromazina, trifluoperazina, zuclopentixol. E, os antipsicóticos de segunda geração: aripiprazol,
asenapina, clozapina, lurasidona, quetiapina, olanzapina, paliperidona, risperidona, ziprasidona (SANARMED,
2021).
Efeitos extrapiramidais
Sintomas extrapiramidais (SEP) incluem distonias agudas, acatisia, parkinsonismo e discinesia tardia
(DT). Estes são efeitos adversos graves, às vezes debilitantes e estigmatizantes, e requerem farmacoterapia
adicional. Sintomas extrapiramidais desenvolvem-se em duas fases. Os SEP geralmente se desenvolvem no
início do tratamento com antipsicóticos ou quando a dose é aumentada. Os SEP de início tardio geralmente
ocorrem após tratamento prolongado e apresentam-se como discinesia tardia (DT). As manifestações
motoras incluem acatisia (inquietação e estimulação), distonia aguda (posturas anormais sustentadas e
espasmos musculares, especialmente da cabeça ou pescoço) e parkinsonismo (tremor, rigidez muscular
esquelética e/ou bradicinesia) (DIVAC et al. 2014).
Os antipsicóticos de segunda geração ou atípicos tem uma menor chance de causar alguns efeitos
colaterais extrapiramidais do que os de primeira geração ou típicos (MELLO et al, 2021).
A clozapina causa poucos efeitos extrapiramidais e é incapaz de provocar discinesia tardia e aumento
da prolactina. Já a olanzapina não causa SEP não somente em doses moderadas, mas também em doses mais
altas. A risperidona é um atípico que pode se tornar convencional em doses altas, podendo ocorrer SEP. A
paliperidona quando comparada à risperidona causa menos SEP e sedação. Quetiapina é considerada um
fármaco muito atípico, ou seja, não causa SEP em qualquer dose; talvez por sua dissociação rápida dos
receptores D2. A loxapina causa SEP. O aripiprazol pode causar sintomas leves de SEP pelo menos no início do
tratamento e em pacientes sem exposição prévia a antagonistas D2 totais (STAHL, 2010).
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Na tabela pode-se verificar que tanto o haloperidol, a trifluoperazina e a pimozida são os fármacos
com maior potencial para causa SEP.
Na tabela abaixo, pode-se verificar que a clozapina, por exemplo, é o fármaco que possui efeito
praticamente nulo em relação ao SEP.
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Eficácia
Os antipsicóticos típicos e atípicos realizam o bloqueio pós-sináptico dos receptores cerebrais D2 da
dopamina. Esse bloqueio atinge tratos dopaminérgicos, como o mesolímbico, mesocortical, nigroestriatal e
túbero infundibular, causando ações terapêuticas e reações adversas (SANARMED, 2021).
A eficácia dos antipsicóticos atípicos é semelhante aos típicos, porém com menos efeitos
extrapiramidais facilitando a adesão pelo paciente. Além disso, são mais efetivos no tratamento dos sintomas
“negativos” da esquizofrenia (SOARES, 2018). A afinidade pelos receptores D2 é necessária para o efeito
antipsicótico, mas uma afinidade menor pelos receptores D2 e uma afinidade maior pelos receptores
serotoninérgicos, noradrenérgicos, histaminérgicos e colinérgicos, onde atuam como antagonistas, conferem
a um antipsicótico o caráter de atípico, esse mecanismo colabora para a menor probabilidade da ocorrência
de sintomas extrapiramidais que são comuns aos antipsicóticos típicos (SCHMITZ, 2015), pois estes fármacos
se ligam de maneira mais transitória aos receptores D2 de dopamina do que os antipsicóticos típicos
(SOARES, 2018).
Já os antipsicóticos típicos, os efeitos adversos mais frequentes são os efeitos extrapiramidais (SEP)
que são caracterizados por inquietação motora, ansiedade e dificuldade para relaxar ou ficar imóvel (JORNAL
USP, 2019). Ademais, laringoespasmo, confusão, delirium, agitação, hipertermia, sudorese, taquicardia,
pressão arterial instável, taquipneia, hipertermia, rigidez muscular generalizada e Síndrome Neuroléptica
maligna (SNM), podem ser observadas com o uso dos medicamentos de primeira geração
(FERRIN;GOSNEY;MARCONi;REY, 2016).
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Bibliografia
JORNAL USP.Conheça quais são os principais efeitos colaterais dos antipsicóticos. 2019. Disponível em:
https://jornal.usp.br/atualidades/conheca-quais-sao-os-principais-efeitos-colaterais-dos-antipsicoticos/
Alves, Cilene Rejane Ramos e Silva, Maria Teresa AraujoA esquizofrenia e seu tratamento farmacológico.
Estudos de Psicologia (Campinas) [online]. 2001, v. 18, n. 1 [Acessado 18 Junho 2022], pp. 12-22. Disponível
em: <https://doi.org/10.1590/S0103-166X2001000100002>. Epub 18 Jul 2014. ISSN 1982-0275.
https://doi.org/10.1590/S0103-166X2001000100002.
Mello BC, Maia TF, Borba NG, Baldaçara LR. (2021) Abordagem dos principais efeitos colaterais dos
antipsicóticos atípicos. Uma revisão narrativa. Revista de Patologia do Tocantins, 8(2).Disponível em :
https://doi.org/10.20873/uft.2446-6492.2021v8n3p3. Acesso em: 10 de maio de 2022
SCHMITZ, Ana Paula. Antipsicóticos atípicos versus efeito obesogênico sob a óptica da química farmacêutica.
Eletronic Journal of Pharmacy, vol. XII, n. 3, p. 23-35, 2015.
SOARES, Windson Hebert Araújo. Uso de antipsicóticos atípicos em um centro de atenção psicossocial. 2018.
60 f. Monografia (Graduação em Farmácia) – Escola de farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro
Preto, 2018. Disponível em: http://www.monografias.ufop.br/handle/35400000/1098. Acesso em: 10 de
maio de 2022.
STAHL, Stephen M. Psicofarmacologia: base neurocientífica e aplicações práticas. In: Psicofarmacologia: base
neurocientífica e aplicações práticas. 2010. 698 p.
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