Praticas Educativas em Bibliotecas Escolares Reflexoes e Propostas
Praticas Educativas em Bibliotecas Escolares Reflexoes e Propostas
Praticas Educativas em Bibliotecas Escolares Reflexoes e Propostas
Educativas
em Bibliotecas
Escolares:
Reflexões e
Propostas
João Paulo Borges da Silveira
Simone Côrte Real Barbieri
Claudio Marcondes de Castro Filho
(Organizadores)
Fundação Universidade de Caxias Do Sul
Presidente:
José Quadros dos Santos
Vice-Reitor:
Asdrubal Falavigna
Pró-Reitora Acadêmica:
Flávia Fernanda Costa
Chefe de Gabinete:
Marcelo Faoro de Abreu
Coordenadora da Educs:
Simone Côrte Real Barbieri
Alberto Barausse
Universitá degli Studi del Molise/Itália
Alexandra Aragão
Universidade de Coimbra/Portugal
Joaquim Pintassilgo
Universidade de Lisboa/Portugal
Juan Emmerich
Universidad Nacional de La Plata/Argentina
Margarita Sgró
Universidad Nacional del Centro/Argentina
Tristan McCowan
University of London/Inglaterra
© dos organizadores
ISBN 978-65-5807-155-6
Apresenta bibliografia.
Vários autores.
Modo de acesso: World Wide Web.
Direitos reservados a:
Boa leitura!
João, Simone e Claudio
Bibliotecas no contexto da educação
básica brasileira: níveis, modalidades e 15
possibilidades
Introdução
As bibliotecas são instrumentos poderosos na for-
mação crítica e reflexiva dos/as indivíduos/as. Quando
atreladas a instituições de ensino, elas auxiliam no
processo de formação dos/as sujeitos/as, trazendo uma
diversidade de fontes informacionais, experiências cultu-
rais e ambientes propícias para a leitura e a produção de
conhecimento.
As bibliotecas escolares, por exemplo, acompanham
toda a formação dos/as estudantes, desde quando são
bebês no Ensino Infantil, até chegar quase à maioridade
no Ensino Médio. Formando acervos específicos para cada
idade, com estratégias de mediação da informação, da lei-
tura e da cultura também específicos para cada idade, as
bibliotecas podem fornecer o acompanhamento necessá-
rio para que os/as sujeitos/as desenvolvam ao crescer seu
pensamento crítico e sua capacidade de produzir novos
conhecimentos.
Com a Lei n. 12.244, de 2010, a possibilidade de que
cada escola pudesse possuir uma biblioteca e cada biblio-
teca um/a bibliotecário/a se tornou cada vez mais real.
Entretanto, apesar da previsão de seu cumprimento de
dez anos (ou seja, 2020), a sua realização não ocorreu da
forma esperada.
Acredita-se aqui, porém, que ainda há muito a per-
correr, seja no campo político, seja no campo teórico e
no campo educacional, em prol de se estabelecer a pre-
sença das bibliotecas escolares nas instituições de Ensino
16 Básico. O presente trabalho tem como objetivo discutir
biblioteca escolar, sua importância e os caminhos que ela
pode seguir, no contexto da educação básica brasileira, de
seus níveis, suas etapas, seus itinerários, suas modalidades
e seus atendimentos específicos.
Considerações finais
As bibliotecas escolares são ambientes extremamen-
te importantes na formação dos/as estudantes. Apesar de
não efetivada totalmente, a Lei n. 12.244/2010 aponta para
a necessidade de sua presença em todas as instituições
de ensino. Mas, estar presente em todas as instituições
de Ensino Básico deve ser também estar atenta/o a cada
uma das modalidades, itinerários, níveis e etapas que as
compõem.
As bibliotecas devem se preparar para que possam
realizar sua missão de mediar a informação, a cultura e a
leitura e auxiliar no processo formativo dos(as) estudantes
tanto em termos de acervos, como de ações, como de
organização do espaço. Uma biblioteca que pode se adequar
a cada realidade é uma biblioteca relevante.
O presente artigo apresentou um panorama da
Educação Básica brasileira e traz discussões sobre o papel
da biblioteca escolar para atendê-la em sua plenitude.
Convida-se aqui que sejam realizados estudos mais especí-
ficos para cada uma dessas possibilidades, em momentos
posteriores.
Referências
24 BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.
Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/
BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 20 dez. 2021.
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais da
Educação Básica. Brasília: MEC, 2013. Disponível
em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_
docman&view=download&alias=13448-diretrizes-curiculares-
nacionais-2013-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 19 dez. 2021.
BRASIL. Lei n. 12.244, de 24 de maio de 2010. Dispõe sobre
a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do
País. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2007-2010/2010/lei/l12244.htm. Acesso em: 19 dez. 2021.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece
as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso
em: 19 dez. 2021.
Semana da Biblioteca na Escola:
momento lúdico e criativo 25
Introdução
Ouço o riso solto, a conversa sem medo e cheia de
curiosidade, e minha alma se enche de alegria, porque isso
tudo acontece na biblioteca. Essas memórias servirão de
base para o relato produzido a partir das reflexões e apro-
fundamentos feitos no curso de Especialização em Práticas
Educativas em Bibliotecas Escolares, da Universidade de
Caxias do Sul (UCS). Os estudos e as leituras contribuíram
para que novas impressões e perspectivas fossem atribu-
ídas à prática realizada, ressignificando e sustentando as
atividades desenvolvidas.
A experiência relatada aconteceu em uma Escola
Municipal de Ensino Fundamental de Caxias do Sul. A ins-
tituição fica no bairro Presidente Vargas e atende crianças
da Educação Infantil ao nono ano do Ensino Fundamental.
A atividade foi desenvolvida no turno da tarde com os es-
tudantes da Educação Infantil ao 4º ano, totalizando nove
turmas, ao longo de uma semana, no mês de abril de 2017.
A biblioteca fica no andar térreo da escola e tem um
espaço físico bastante limitado, pois consiste em uma sala
de aula com estantes em todas as paredes e cinco mesas
redondas com quatro cadeiras em cada uma e mais algu-
mas cadeiras avulsas. O material disponível é diversificado,
compreendendo livros literários, livros didáticos e paradi-
dáticos, CDs e DVDs, dentre outros.
A biblioteca era um setor bastante movimentado, pois
no espaço desenvolviam-se diferentes atividades, tanto as
propostas por mim, quanto atividades organizadas pelos
professores das turmas ou pelas demandas da escola, como
os reagrupamentos e progressões oferecidos aos estudan-
26 tes que apresentavam dificuldades de aprendizagem. Eu
trabalhava sozinha e, além dos serviços básicos realizados
em uma biblioteca escolar, ainda auxiliava na substituição
de professores, no cuidado das crianças durante o recreio,
na organização dos murais e das atividades festivas (festa
junina, Semana Farroupilha, festa de Natal). As atividades
organizadas pela biblioteca eram a hora do conto, o
empréstimo de livros aos estudantes e aos professores, a
separação de materiais de apoio ao professor (livros didá-
ticos e paradidáticos, enciclopédias, dicionários, mapas,
entre outros), a organização de materiais para leitura, que
ficavam nas salas de aula, a Hora Cívica (execução do Hino
Nacional) e o Clube do Gibi.
A hora do conto e o empréstimo de livros literários
aconteciam, semanalmente, em um período agendado com
o professor de cada turma. A seleção da obra trabalhada
baseava-se em critérios literários. Algumas vezes, os pro-
fessores solicitavam assuntos específicos de acordo com
os conteúdos que estavam trabalhando, mas eu buscava
sempre que o livro tivesse qualidades literárias, tanto a
linguagem verbal, quanto a não verbal, conversando com
o que o professor trabalhava em sala de aula.
Outra atividade proporcionada pela biblioteca era o
Clube do Gibi, que ocorria uma vez na semana, durante o
recreio. Era uma atividade livre, ou seja, o estudante esco-
lhia participar. Para isso, era necessário fazer a doação de
dois gibis em bom estado, recebendo, então, a carteirinha
do clube que dava direito ao empréstimo de um gibi por
uma semana. Muitos aproveitavam este dia para ficar na
biblioteca lendo seu gibi ao longo do intervalo.
O que eu observava era uma biblioteca ainda vista em
muitos momentos como o espaço do silêncio, às vezes até
do castigo. Para que essa imagem mudasse, as vivências
precisavam ser ressignificadas, criando momentos de
interação dentro da unidade, por isso surgiu a ideia de
realizar a Semana da Biblioteca.
Biblioteca escolar também é lugar de
brincadeira 27
Mas, por que brincar na biblioteca? A iniciativa para
o desenvolvimento da Semana da Biblioteca, ação aqui re-
latada, foi a observação de que a unidade era vista, muitas
vezes, como um lugar de castigo ou de silêncio. Por isso,
a minha proposta foi oferecer um ambiente lúdico e dinâ-
mico, favorecendo que a biblioteca fosse percebida como
um local de deleite, de criação e de trocas, chamando os
estudantes a utilizarem a unidade numa nova perspectiva.
Se pensamos a biblioteca como um espaço que precisa
contribuir com toda a comunidade escolar, é necessário
que ela seja percebida como um ambiente acolhedor.
Segundo Duarte e Spudeit (2018, p. 110), a biblioteca
“[...] deve ser um organismo vivo dentro da escola, um
local recreativo, educativo e descontraído, ambiente de
silêncio, estudo e também de conversas, histórias e deba-
tes”, ou seja, a biblioteca precisa de dinamicidade; precisa
desenvolver atividades que respondam aos anseios dos
usuários, tanto em momentos de estudo e leitura quanto
em momentos lúdicos.
Assim, organizei as atividades para acontecerem no
horário do recreio, pois uma das atribuições que eu tinha
na escola era cuidar das turmas no pátio, durante o intervalo de
20 minutos, mantendo a biblioteca fechada nesse período.
O que eu percebia era que as crianças se interessavam
pela leitura e pelo ambiente da biblioteca, e que esse
espaço poderia ser aproveitado durante o intervalo,
disponibilizando a interação das crianças por livre escolha.
Por isso, eu propus à direção da escola a Semana da
Biblioteca, mantendo o espaço aberto para o atendimen-
to dos estudantes.
Em cada dia da semana, foi proposta uma atividade
lúdica, diferente, que permitisse às crianças utilizar o
espaço da biblioteca para vivências que fossem além da
leitura do livro. Além disso, os/as estudantes ficavam livres
para escolher em qual /quais dia/s gostariam de participar,
manusear, interagir e ler os materiais disponíveis na biblioteca.
Primeiramente, passei em todas as turmas e expliquei
como aconteceria a Semana da Biblioteca, quais ativida-
28 des seriam oferecidas e de que forma eles/as poderiam
participar. Disponibilizei um cartaz que ficava no mural
ao lado da porta de entrada da biblioteca, divulgando o
cronograma da Semana da Biblioteca.
Na segunda-feira, foi o dia dos fantoches. A biblioteca
possuía duas caixas com variados fantoches (personagens,
como vovó, princesa, rei e animais, como jacaré, cachorro
e gato) disponibilizados livremente para que as crianças
pudessem brincar. Já neste primeiro dia, a presença
dos/as alunos/as foi massiva, surpreendendo-me que
eles/as tenham deixado de brincar no pátio para ir à bi-
blioteca. Foi necessário fazer um rodízio com os fantoches,
permitindo que o maior número de crianças brincasse.
Observei que eles/as criaram histórias juntos, interagi-
ram individualmente, lendo histórias para os fantoches e
usaram os fantoches para recriar histórias conhecidas.
Na terça-feira, foi o dia do gibi. Esses gibis eram com-
prados pela escola e arrecadados por meio do Clube do
Gibi, que acontecia também no horário do recreio, uma
vez por semana, e atendia as crianças que se inscreviam
no clube. Existiam títulos variados, novos e usados, como
a Turma da Mônica e da Disney. Durante a Semana da
Biblioteca, todos os estudantes puderam escolher os gibis
para ler tanto na biblioteca quanto na área verde, que é
um espaço com árvores e mesas/bancos de concreto que
ficam na parte de trás da escola. Foi possível observar que,
depois dessa experiência, algumas crianças resolveram
participar do Clube do Gibi, pois ficaram animados com a
leitura durante o recreio.
Quarta-feira foi o dia do origami. Na segunda-feira eu
lancei uma votação com quatro possibilidades de origami.
As duas mais votadas foram confeccionadas na biblioteca
(cachorro e barco). Eu disponibilizei folhas de desenho e
folhas A4 coloridas. Nos primeiros 10 minutos do recreio,
ensinei as dobraduras escolhidas e eles foram fazendo e
ajudando os colegas menores, inclusive alguns já sabiam
fazer, por isso auxiliaram aqueles que não sabiam. Após,
eles/as puderam enfeitar, pintar, criar paisagens e histórias
com suas próprias dobraduras. O momento foi bastante
divertido, pois, apesar de as dobraduras serem simples, 29
eles sentiram-se felizes por interagir, se ajudar, e puderam
colocar a criatividade em prática, criando cenários e per-
sonagens com suas dobraduras.
Na quinta-feira, a atividade foi de desenho e pintura.
Escolhi ilustrações do folclore, dos filmes e desenhos ani-
mados, como Saci, Boitatá, Iara, os personagens da Disney,
os heróis da Marvel e da DC e fiz cópias, disponibilizando
aos/às estudantes. As crianças foram convidadas a trazer
materiais de pintura e desenho e escolheram se queriam
pintar as cópias prontas ou se queriam produzir seu próprio
desenho. Neste dia foi interessante, porque o movimento
de estudantes no início do recreio foi menor, mas, à medida
que as crianças voltavam ao pátio com os desenhos
que haviam pintado, o movimento começou a aumentar,
porque eles/as queriam também pintar os desenhos dos
personagens.
O último dia foi de leitura livre, deixei um dia sem ati-
vidades dirigidas, para que as crianças interagissem com
os materiais disponíveis na biblioteca e buscassem repetir
atividades das quais mais gostaram. O que chamou a aten-
ção foi o fato de que eles/as tinham curiosidades de ver
os livros didáticos, as antigas enciclopédias, os dicionários
ilustrados; muitos ficaram fascinados com as imagens,
perguntavam a respeito de palavras e de termos que não
conheciam e queriam saber se era possível emprestar
aqueles livros. Alguns quiseram brincar com os fantoches
que ficaram disponíveis, e outros preferiram pintar os de-
senhos dos personagens infantis, como o Homem-Aranha,
o Capitão América e as princesas da Disney.
Promover a Semana da Biblioteca foi uma proposta
simples, porém, ao mesmo tempo, uma possibilidade de
aproximar o espaço dos/as estudantes e ampliar o uso da
unidade, como forma de desenvolver habilidades que vão
além dos aspetos da informação, já que
a biblioteca escolar ideal deveria funcio-
nar em harmonia com os diversos setores
da instituição, tendo como função social
não apenas promover e incentivar a leitura
30 e oferecer suporte bibliográfico aos assun-
tos abordados em sala de aula, mas também
como recurso imprescindível no processo de
ensino e aprendizagem (PAJEÚ; ALMEIDA,
2020, p. 3-4).
Assim, a atividade teve como principal objetivo es-
timular o uso criativo e lúdico da biblioteca, permitindo
que os/as estudantes circulassem pela biblioteca, manuse-
assem o acervo e tivessem opções de atividades diferentes,
durante o recreio. E, diante da participação intensa dos/as
estudantes, acredito que o objetivo foi alcançado, pois as
crianças ficaram felizes, conversaram, brincaram, pude-
ram falar sobre seus sentimentos, seus gostos pessoais e
preferências, puderam observar e ver o acervo, analisando
materiais que normalmente eles não manuseiam ao longo
do ano, instigando a curiosidade e a autonomia.
Considerações finais
Abrir a biblioteca para a participação dos/as estudan-
tes é compreender que ela “[...] possibilitará não apenas
estimular, respeitar, reconhecer a expressão cultural da
infância, como instigar, provocar, alimentar de várias
formas as relações de crianças e jovens com o conheci-
mento, a cultura, a leitura, o mundo” (SANTANA FILHO,
2010), ou seja, perceber a biblioteca escolar como um
ambiente de interação, não só com o conhecimento, mas
também com os diferentes atores que circulam no lugar,
proporcionando momentos de escuta e de lazer.
Outro aspecto que precisa ser destacado é o fato de
que a gestão escolar apoiou a atividade. A direção da
escola permitiu que a Semana da Biblioteca fosse realizada,
liberando-me da tarefa de cuidar do recreio no pátio, para
que eu pudesse estar na biblioteca, assim como compre-
endeu que a circulação das crianças no corredor da escola
não era bagunça ou desordem, mas um aspecto natural de
que elas estavam interagindo com o espaço e experimen-
tando uma nova possibilidade de atividade, no período do
intervalo. O sucesso desse projeto permitiu que ele se
repetisse no segundo semestre, com a participação intensa
das crianças.
31
Portanto, acredito que essa experiência me ajudou na
consolidação da biblioteca como um ambiente vivo e di-
nâmico, espaço de educação formal e espaço de vivências
lúdicas, em que tanto professores/as quanto bibliotecá-
rios/as têm a função de educadores/as, aproximando
os/as estudantes da informação e da cultura e permitindo
que a biblioteca se torne um lugar democrático e livre
para o pensar.
E, assim como o poeta, ouço o riso, percebo a curio-
sidade, sinto o entusiasmo e rememoro a minha própria
infância de construções e descobertas, seja por meio dos
livros, seja por meio das brincadeiras. Sendo professora
e bibliotecária, sinto em meu coração a alegria de ter
proporcionado estes momentos felizes, dentro da biblio-
teca, aos nossos estudantes.
Referências
DUARTE, T.; SPUDEIT, D. F. A. O. Práticas inovadoras em
bibliotecas escolares em Florianópolis: empreendedorismo
cultural em foco. Perspectivas em Ciência da Informação,
v. 23, n. 3, p. 104-123, 2018. Disponível em: http://hdl.handle.
net/20.500.11959/brapci/99229. Acesso em: 11 dez. 2021.
PAJEÚ, H. M.; ALMEIDA, A. H. F. de. A mediação cultural
na biblioteca escolar e o bibliotecário infoeducador. RDBCI:
Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação,
Campinas, SP, v. 18, n. 00, p. e020025, 2020. Disponível em:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/
view/8660541. Acesso em: 10 dez. 2021.
SANTANA FILHO, Severino Farias de. O papel da biblioteca
escolar na formação do leitor. Disponível em: http://alb.
com.br/arquivomorto/edicoes_anteriores/anais15/Sem02/
severinofarias.htm. Acesso em: 10 dez. 2021.
Orientação à pesquisa escolar: oficinas
de metodologia do trabalho científico 33
para o Ensino Médio
Introdução
Este trabalho apresenta o projeto denominado
Orientação à pesquisa escolar: oficinas de metodologia do
trabalho científico para o Ensino Médio, que foi realizado na
biblioteca escolar do Grupo Drummond, escola particular
localizada na cidade de São Paulo/SP.
O principal objetivo deste projeto foi inserir os/as
estudantes do Ensino Médio na iniciação científica, orien-
tando-os ao longo do trabalho de pesquisa e ensinando-lhes
habilidades de uso da biblioteca e informação de forma
contextualizada para que, quando cheguem na graduação,
já tenham domínio do processo de pesquisa.
O projeto foi criado e desenvolvido pensando, pri-
meiramente, em atrair o público desta série escolar para
a biblioteca, pois, de acordo com as estatísticas, os/as
alunos/as do Ensino Médio são os/as que menos frequen-
tam a biblioteca e não conhecem de fato o espaço e o que
nele é oferecido, além de prepará-los para viverem uma
vida produtiva na sociedade da informação.
[...] Habilidades essenciais para lidar com in-
formações são desenvolvidas quando os es-
tudantes se envolvem na busca de soluções
para problemas interessantes, exploram uma
perspectiva focalizada, reúnem informações
para definir e ampliar o foco e apresentam
seu ponto de vista para uma audiência inte-
ressada (KUHLTHAU, 2010, p. 25).
Este projeto, que inicia os/as estudantes na pesquisa
científica, facilitando o entendimento das metodologias
34 para quando cursarem a graduação já as conhecerem, foi
baseado nas práticas de competências informacionais
Big6, desenvolvido por Michael B. Eisenberg e Robert E.
Berkowitz (1987 apud CAMPELLO, 2006), pois, durante
seu processo, os/as alunos/as desenvolveram habilidades
em:
1. definir os problemas da informação (identificar o
tema a ser pesquisado e desenvolvido);
2. criar estratégias de busca da informação (conhecer
todas as fontes e determinar a que será utilizada);
3. localizar e acessar (a fonte necessária e ter acesso à
informação necessária com ela);
4. usar a informação e extrair o que irá precisar, deli-
mitando ao tema escolhido;
5. organizar as informações e apresentá-las com o
desenvolvimento do trabalho;
6. avaliar o resultado das informações coletadas,
verificar se está de acordo com o objetivo inicial
do projeto.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) referen-
te ao Ensino Médio foi homologada em 2018 e apresenta
modificações nas diretrizes para a construção dos novos
currículos. Essas mudanças buscam adequar o ensino às
necessidades atuais de uma formação integral, que con-
temple as competências do século XXI. Espera-se maior
protagonismo por parte dos/as estudantes, autonomia e
engajamento com todo o processo de ensino e aprendi-
zagem. A BNCC para o Ensino Médio orienta, enquanto
Educação Básica:
[...] que as escolas que acolhem as juventudes
têm de explicitar seu compromisso com os
fundamentos científico-tecnológicos da pro-
dução dos saberes, promovendo, por meio
da articulação entre diferentes áreas do
conhecimento:
– a compreensão e a utilização dos conceitos
e teorias que compõem a base do conheci-
mento científico, e dos procedimentos me- 35
todológicos e suas lógicas;
– o reconhecimento da necessidade de con-
tinuar aprendendo e aprimorando seus pró-
prios conhecimentos;
– A apropriação das linguagens das tecnolo-
gias digitais e a fluência em sua utilização;
– a apropriação das linguagens científicas
e sua utilização na comunicação e na dis-
seminação desses conhecimentos (BRASIL,
2018, p. 466).
Assim sendo, o projeto foi oferecido com a proposta
de complementar os Itinerários, atendendo o eixo estru-
turante Investigação Científica,que compreende investigar a
realidade, por meio da produção e de práticas científicas,
e foi idealizado acima da realidade com a qual muitos/as
alunos/as iniciam a vida acadêmica, sabendo apenas rea-
lizar pesquisas em buscadores de internet (como o Google),
levando essa responsabilidade toda para os/as professo-
res/as dos semestres iniciais do curso acadêmico.
Com um conhecimento prévio metodológico, o/a
aluno/a, ao ingressar na universidade, terá melhor capaci-
dade de realizar uma pesquisa e desenvolver um trabalho
com mais qualidade, além de, a partir do momento em que
tem o conhecimento sobre análise de informações (que é
um dos primeiros módulos da oficina), ele/a já desenvol-
vem um pensamento e uma postura mais crítica sobre as
informações escolhidas e compartilhadas, evitando assim
as fake news.
Considerações finais
Por ter sido o primeiro ano de realização das ofi-
cinas, a professora e eu (bibliotecária) não sabíamos ao
certo se chegaríamos até o final, por vários motivos: pan-
demia e formato das aulas, a escola ainda se adequando ao
novo formato do Ensino Médio, o interesse dos/as alunos/
as, se conseguiriam concluir o projeto e chegar ao objetivo 39
que era apresentá-los/as e iniciá-los/as na pesquisa acadê-
mica e científica, dentre outras angústias. A ideia inicial
era fazer as oficinas totalmente presenciais, mas tiveram
que ser híbridas em razão de a escola estar recebendo os/
as alunos/as de forma fracionada, e esse foi o único ponto
que saiu do planejamento inicial.
Como era um projeto-teste, e essa professora foi a
parceira que aceitou a ideia, as oficinas aconteceram du-
rante o horário de aula, então tivemos que lidar com os/as
alunos/as que participavam tanto presencial quanto remo-
tamente, e isso dificultou um pouco para mim que não
tinha muito essa didática... a professora auxiliou quem
estava em casa, e eu quem estava presencial na biblioteca.
Outro ponto a ser destacado foi a atenção e o interesse
dos/as alunos/as: por serem assuntos não tão fáceis de ser
tratados e, na oficina referente às normas ABNT, foi muito
difícil prender a atenção e o interesse deles/as, precisando
a todo momento lembrá-los/as da importância de obter
esse conhecimento e o quanto isso vai ajudá-los/asquando
ingressarem na universidade.
De maneira geral, as oficinas foram um sucesso, e
a biblioteca foi convidada a continuar com o projeto. A
coordenação pedagógica vai organizar de maneira que
as oficinas aconteçam de modo interdisciplinar e, talvez,
apenas remotamente para que a participação seja de livre
escolha dos/as alunos/as, assim fazendo parte das discipli-
nas eletivas.
Essa prática foi muito satisfatória para mim, tanto
profissional quanto pessoalmente, pois, para realizar o
projeto eu retomei áreas da Biblioteconomia com as quais
eu não tinha muita facilidade; precisei estudar para mi-
nistrar as oficinas e, agora, estou mais segura e até mesmo
preparada para ministrar as mesmas oficinas para o
Ensino Superior, que também é oferecido na Instituição,
além de conseguir ver o desenvolvimento dos/as alunos/
as, durante o ano em relação a estudos, à seriedade na
pesquisa, ao desenvolvimento do trabalho, etc.
40
Tenho certeza de que, ao ingressarem na univer-
sidade, já estarão iniciados/as na pesquisa científica,
sentir-se-ão mais preparados/as e com um passo à frente
nos estudos. Finalizo o relato do projeto muito satisfeita
com o resultado e ansiosa para aplicá-lo nos próximos
anos, em outras turmas.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum
Curricular para o Ensino Médio.Brasília, 2018. Disponível
em:http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/historico/
BNCC_EnsinoMedio_e mbaixa_site_110518.pdf. Acesso em: 17
dez. 2021.
CAMPELLO, Bernadete. A escolarização da competência
informacional. Revista Brasileira de Biblioteconomia e
Documentação,São Paulo, v. 2, n. 2, jul. 2006. Disponível em:
https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/18. Acesso em: 17
dez.2021.
KUHLTHAU, Carol Collier. Como orientar a pesquisa escolar:
estratégiaspara o processo de aprendizagem. Belo Horizonte:
Autêntica, 2010.
A biblioteca atuante no ambiente
escolar: proposta de prática sobre 41
cyberbullying
Lucinara Betti
Introdução
Os avanços tecnológicos e a explosão informacional
trouxeram progressos significativos e inquestionáveis
para nossa sociedade. O ser humano, para acompanhar,
processar e filtrar essa enxurrada de informações que
chegam por diversos canais de comunicação, precisa estar
familiarizado e dominar competências informacionais e
digitais. A sociedade da aprendizagem requer um processo
educacional que contemple, em seu currículo, atividades
que desenvolvam a criticidade e a reflexão informacional,
diante do arcabouço sociocultural.
Para Gasque e Cunha (2010, p. 139), “[...] a educação
é o processo que deve preparar os indivíduos para lidarem
com o aumento exponencial da informação, transfor-
mando-a em conhecimento necessário a uma vida digna”.
De acordo com Gasque (2012), o letramento informacional
é a capacidade de os/as estudantes buscarem e usarem
informação, utilizando ferramentas informacionais, elaboran-
do referências, citando autores/as e sabendo estruturar
pesquisas. É muito importante que se invista em ações
de localizar e selecionar fontes, ter condições de orga-
nizar as informações, para resolver problemas e gerar
conhecimento.
Considerando os desafios postos no campo educa-
cional, a biblioteca escolar tem muito a proporcionar
para o desenvolvimento de habilidades e conhecimentos
possíveis de contribuir para os avanços educacionais
requeridos. É por meio dela que muitos/as estudantes
terão seu primeiro contato com livros e periódicos, com a
42 literatura e com a pesquisa. A biblioteca, além de propor-
cionar apoio aos/às professores/as e à equipe pedagógica,
pode ser também um espaço de reflexão, de discussão, de
incentivo à leitura, ao aprendizado e de leituras críticas da
realidade social.
Porém, conforme observei em relatos e em artigos
lidos, no decorrer desta especialização, as atividades e
ações promovidas pela biblioteca escolar vão diminuin-
do, proporcionalmente, ao crescimento e avanço dos/as
estudantes. Tendo em vista esta preocupação é que, além
da abordagem da importância da biblioteca escolar para
todos/as os/as discentes também proponho, no final deste
artigo, um projeto para ser desenvolvido com estudantes
do 9º ano do Ensino Fundamental. Atuar em uma biblio-
teca escolar significa estar em contato com indivíduos que
estão em formação, na sociedade da aprendizagem, não
só de conhecimento, mas também de caráter, e todas as
ações devem ser pensadas tendo em vista o ser humano
em sua totalidade, por isso a importância de atividades
que partam da realidade e do dia a dia dos/as estudantes.
Considerações finais
Ao final deste estudo, reafirmo o que anteriormente
pensava sobre a importância das bibliotecas escolares
para o desenvolvimento escolar dos/as estudantes. Quando
atuante e motivadora de diversas aprendizagens, a biblioteca
escolar proporciona melhor desenvolvimento e ganhos
em conhecimento na vida estudantil, além de propiciar
maior envolvimento e passando a ser espaço diferencial
para toda a comunidade escolar.
Essa mudança de pensamento e o fortalecimento das
relações com a comunidade escolar são conseguidos
graças à dedicação do/a bibliotecário/a que desenvolve
projetos e atividades e realizam integração com os demais
componentes curriculares, criando com isso uma identifi-
cação do espaço com seus/suas usuários/as. É importante
que todo o empenho e comprometimento do/a biblio-
tecário/a e dos/as demais agentes educacionais esteja
voltado também para o público dos Anos Finais do Ensino
Fundamental, que, como constatamos, vai perdendo gra-
dativamente o interesse pela biblioteca.
É imperativo que se pense em atividades e projetos
para os Anos Finais do Ensino Fundamental, nas biblio-
54 tecas escolares. Como a atividade aqui exemplificada,
procurar desenvolver projetos que abordem assuntos que
sejam do interesse desse público e voltado a a ele; fechar
parcerias sobre temas que envolvam uma área específica
de conhecimento; mobilizar os componentes curricu-
lares para todos trilharem o mesmo caminho, criando
assim vínculos com a biblioteca e permitindo que os/as
estudantes se tornem protagonistas em seus processos de
aprendizagem e busca de conhecimentos.
Referências
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da leitura em biblioteca escolar. Em Questão, v. 27, online,
n. 1, p. 388-402, 2021. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/
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o público adolescente: um estudo sobre os best-sellers infanto-
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55
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pedagógico: em estudo de caso. 2017. Dissertação (Mestrado)
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repositorio.unesp.br/handle/11449/150624. Acesso em: 9 nov. 2021.
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caminhos históricos e possibilidades no ensino. Informação
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PAJEÚ, H. M.; ALMEIDA, A. H. F. Quando as questões
de gênero invadem a biblioteca escolar: proposta de
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handle/1843/31679. Acesso em: 9 nov. 2021.
Sarau literário “Ventando Poesia em
Santa Luzia”: a experiência do IFPB – 57
Campus Santa Luzia
Introdução
A biblioteca é um espaço democrático e acessível,
cujas funções sociais são possibilitar o acesso à informa-
ção, a livros e à literatura a todas as pessoas, respeitando
suas singularidades e pluralidades. A biblioteca escolar
tem sua missão intrinsecamente ligada à escola, de cujos
objetivos é uma representação e fará todo o possível para
atingi-los.
É a biblioteca escolar quem intermediará o grande
volume de informação produzida além dos muros da
escola, o conhecimento gerado na escola e a comunidade
escolar, em especial os docentes e discentes. Côrte (2011)
define a biblioteca escolar como um ambiente de estudo
e construção do conhecimento, que contribui com a di-
nâmica escolar, estimula o interesse intelectual, beneficia
o engrandecimento cultural e fomenta a formação do/a
leitor/a e a fruição literária.
A biblioteca e a leitura estão intrinsecamente conec-
tadas, desde os primórdios das bibliotecas na Antiguidade,
perpassando por suas variadas tipologias através dos sécu-
los. Com isso, um dos objetivos principais da biblioteca é a
formação de leitores/as, independentemente da idade, já
que ele/a mesmo/a se constrói ao longo da vida.
Desse modo, a mediação de leitura é uma prática
educativa primordial e precisa de destaque nas atividades
e ações realizadas pela biblioteca. Visto que, ao efetuar o
fomento à leitura e a fruição literária, a biblioteca auxilia
na preparação de uma relação entre o texto (verbal e não
58 verbal) e o/a leitor/a, como também colabora na demo-
cratização do acesso à informação e ao conhecimento. Ao
planejar a elaboração de um Sarau, como prática educa-
tiva, é preciso refletir que a poesia é um gênero literário,
utilizado como forma de comunicação e expressão
popular, cujo público é formado por pessoas distintas,
com gostos literários variados. Para Sant’anna (2009, p.
157) o/a mediador/a de leitura precisa estar ciente de três
características ao realizar projeto que aborde a poesia:
◉ há pessoas que têm afinidade com a poesia;
◉ há pessoas, cuja sensibilidade poética é despertada
através de cursos, oficinas, saraus;
◉ há pessoas que não apreciarão à poesia.
Não é todo mundo que possui afinidade para a poesia
escrita ou oral. Mas será que a poesia se manifesta somen-
te pela palavra, seja ela escrita ou oral? Ou há poesia no
desenho, na pintura, na fotografia, no teatro, na música.
A poesia feita com palavras é literatura, com versos e es-
trofes, rimas, com palavras preparadas de modo criativo.
Acreditamos que as pessoas podem não gostar de poesia,
mas para isso é preciso conhecê-la. A Base Nacional
Comum Curricular (BNCC) trata o incentivo à leitura,
no Ensino Médio, como umas das missões da disciplina
de Língua Portuguesa. E, nas competências específicas de
linguagens e suas tecnologias para o Ensino Médio, desta-
ca que
[...] compreender os processos identitários,
conflitos e relações de poder que permeiam
as práticas sociais de linguagem, respeitar as
diversidades, a pluralidade de ideias e posi-
ções e atuar socialmente com base em prin-
cípios e valores assentados na democracia,
na igualdade e nos direitos humanos, exer-
citando a empatia, o diálogo, a resolução de
conflitos e a cooperação, e combatendo pre-
conceitos de qualquer natureza (BRASIL,
2018, p. 481).
Nossa proposta de Sarau Literário visou impulsionar
nos/as jovens o conhecimento sobre seus sentimentos, inte-
resses, capacidades intelectuais e expressivas. Provocando 59
reflexões, indagações e causando a união de culturas e
saberes, viabilizando aos interagentes do Sarau o acesso e
a interação com as distintas manifestações culturais popu-
lares, presentes na sua comunidade.
Mas, afinal, o que é um Sarau? Muitas pessoas nunca
ouviram falar de um Sarau, não imaginam nem o que
significa. De acordo com a PUCRS (2010, não paginado),
“Sarau é uma atividade realizada à noite, caracterizando-
-se por serem eventos musicais ou literários[…]”.?? São
eventos de leituras de autores conhecidos ou até mesmo
de produções desconhecidas dos leitores. O Sarau
possibilitará aos participantes a condição de protagonistas
como apreciadores/as e artistas, criadores/as de poesia
autorial, assim como outros gêneros literários.
A proposta do nosso relato foi um Sarau Literário,
tendo a poesia como protagonista, todavia estimulan-
do os participantes a compartilharem e vivenciarem
outros gêneros literários e a manifestarem-se artistica-
mente. No Sarau, todos/as eram protagonistas; não foi
uma apresentação unilateral, em que o/a mediador/a
apresentou poesias e os/as participantes só assistiram,
sem participar ativamente. Foi um evento, no qual todos/
as interagiram e apresentaram seus textos.
Relato de experiência
Ao propor uma prática de mediação de leitura na bi-
blioteca, precisa-se ter em consideração o público, na qual
a instituição está inserida. E, neste caso, a proposta, como
abordado anteriormente, foi a realização de um Sarau
Literário com a comunidade escolar do Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) –
Campus Santa Luzia, que está localizado na Cidade de
Santa Luzia, Paraíba, há 260 km da Capital João Pessoa.
O IFPB tem atualmente 21 campis na Paraíba, sendo o
Campus Santa Luzia o mais novo da Instituição, inau-
gurado em 2017. Além da comunidade escolar, também
participaram do Sarau pessoas da comunidade externa:
alunos/as de outras escolas e o público em geral, pessoas
60 da cidade de Santa Luzia e região circunvizinha.
Atualmente, o Campus Santa Luzia oferta um curso
Técnico Integrado ao Ensino Médio em Informática e
dois cursos subsequentes: em Informática em Sistemas de
Energia Renovável, ambos com duração de 2 anos.
O Sarau Literário, “Ventando Poesia em Santa Luzia”,
nasceu inicialmente como Projeto de Extensão do IFPB
– Campus Santa Luzia, através do edital PROBEXC\IFPB
(Projeto, n. 13/2020), idealizado e coordenado pela biblio-
tecária do Campus, como uma prática educativa ofertada
e desenvolvida pela biblioteca. O Projeto de Extensão foi
executado no período de cinco meses, de setembro de
2020 a janeiro de 2021, com periodicidade quinzenal.
O Projeto teve a colaboração de servidores/as do
Campus, além de duas bolsistas, alunas do Curso Técnico
de Informática, Integrado ao Ensino Médio. A metodolo-
gia para a execução do Sarau consistiu, inicialmente, de
reuniões mensais entre os colaboradores do projeto, cuja
primeira reunião ocorreu em meados de setembro de
2020, para planejar como realizar a divulgação do Sarau, a
inscrição para o evento e outras questões que julgássemos
necessárias.
Em decorrência da Pandemia Covid-19, o Sarau foi
elaborado em formato online, através do Google Meet, um
serviço de comunicação por vídeo do Google. Para partici-
par do Sarau, elaboramos um formulário de inscrição no
Google Documentos, que foi disponibilizado no Instagram
do Sarau, @ventadopoesiasl e por e-mail com a comunida-
de escolar do Campus, e amplamente publicizado em um
programa de rádio da cidade de Santa Luzia e nas redes
sociais parceiras da biblioteca, sendo que as inscrições
foram realizadas de 15 de setembro a 15 de outubro de
2020.
A partir da lista de inscritos, criamos um grupo de
WhatsApp, para que os/as participantes pudessem interagir
entre si, além de divulgar as datas dos saraus e promover a
divulgação de eventos culturais e literários. É importante
enfatizar que, além dos participantes inscritos, o sarau
sempre foi aberto à comunidade em geral, tendo sido o
link dos encontros divulgados no perfil do Instagram do 61
Sarau e nos grupos de WhatsApp da comunidade escolar
do Campus.
O primeiro sarau aconteceu em 30 de setembro de
2020, tendo como proposta o evento ser quinzenal. Até
a finalização do projeto de extensão em janeiro de 2021,
realizamos nove saraus. O projeto foi tão exitoso, que
os/as participantes escolheram continuar com o sarau,
mesmo após a finalização do projeto de extensão. Então, a
partir de fevereiro de 2021, o sarau passou a ser um evento
mensal, geralmente às quintas-feiras, às 19h30min, com
duração média de 1h30min, de forma online.
Realizar um evento online foi um desafio por vários
motivos: a conexão de internet dos/as participantes, os
equipamentos que precisavam utilizar para acessar o
evento, a timidez e resistência de algumas pessoas em
abrir as câmeras e, sobretudo, o próprio formato online,
que torna a dinâmica diferente de um sarau presencial.
Felizmente, nunca sofremos nenhum ataque hacker virtu-
al. O link da sala no Google Meet sempre foi disponibilizado
no dia anterior ao sarau, no grupo de WhatsApp do sarau e
da comunidade escolar e no Instagram.
Para recepcionar os/as participantes do Sarau,
sempre escolhemos poesias, textos poéticos, músicas e
vídeos do YouTube, para que as pessoas, ao entrarem na
sala virtual, pudessem se sentir acolhidas e recebidas com
música e animação. Nosso lema, ao convidar as pessoas
para participarem do Sarau é: Venha participar, o microfone
é aberto!
Os/as participantes sentiram-se à vontade para recitar
poesias, ou realizar a leitura de outros gêneros literários,
cantar ou tocar algum instrumento musical. Assim como,
havia pessoas que preferiram somente escutar, sem parti-
cipar de forma direta do Sarau. Não foi fácil comparecer
em evento online e abrir a câmera para compartilhar um
texto. Desse modo, acolhíamos a todos/as, de modo a es-
tarem à vontade e, posteriormente, compartilharem suas
experiências no sarau.
62
Convidamos poetas e poetisas, cordelistas e músicos/
as para participarem dos nossos encontros, para possibi-
litar troca de experiência entre o/a convidado/a e os/as
participantes do sarau, além de divulgar suas produções
musicais e obras literárias. Para estimular e incentivar
a leitura, realizamos o sorteio de livros, como também
elaboramos um kit literário, composto por uma caneca
de cerâmica personalizada, duas canetas, um bloco de
notas e dois marca-páginas. O kit literário foi produzido
com a verba possibilitada pelo projeto de extensão e os
livros doados pela coordenadora do projeto. Realizamos
as entregas dos kits literários em dezembro/2020 e janei-
ro/2021. Os participantes do Sarau que se encontravam
em outras cidades da Paraíba e/ou em outros estados do
Brasil, receberam através dos Correios.
O sarau teve em média a participação de quinze
pessoas por edição, entre estudantes, servidores/as do
Campus Santa Luzia, pessoas de outros campi do IFPB,
além de pessoas de outras cidades e estados do Brasil. No
período de setembro de 2020 a setembro de 2021, os/as in-
teragentes sempre compareceram aos encontros. Alguns
participantes declararam que o Sarau foi uma atividade de
lazer, possibilitando relaxar da rotina de trabalho e estudo
e de outros compromissos.
Figura 1 – Instagram Sarau.
63
Considerações finais
O Sarau Literário, como prática educativa de me-
diação de leitura, foi idealizado por acreditarmos que
projetos como este incentivam o fomento à leitura e a for-
mação de leitores/as conscientes e crítico/as. Além disso,
de consideramos
a literatura um direito universal das pessoas. O
incentivo à leitura e a literatura é preceito que auxilia a
promover uma educação inclusiva e com qualidade.
Apresentamos o relato de experiência um ano do Sarau
Literário “Ventando Poesia em Santa Luzia”. Salientando
que o Sarau continua a acontecer, mensalmente, e nosso
último sarau, o de 2021, realizou-se no sábado, dia
18 de dezembro de 2021, às 20h, com a participação de
doze pessoas. Consideramos um bom número, tendo
em vista o mês de dezembro ser um período de festas e
confraternizações.
O Instituto Federal de Ciência, Tecnologia e Educação
da Paraíba é formado pela tríade: ensino, pesquisa e ex-
tensão, que possibilitam grande enriquecimento na vida 65
acadêmica dos estudantes e contribui para o da comu-
nidade, com diversos projetos de extensão, em variados
temas, propostos por docentes e técnicos administrativos
do IFPB, além da participação fundamental de discentes
na extensão. Sou servidora do IFPB há quase sete anos e,
ao ingressar no Campus Santa Luzia, em Janeiro de 2020,
pude ter uma participação mais ativa em projetos de ex-
tensão, culminando com a experiência de coordenar pela
primeira vez um projeto, que, no caso, foi o “Ventando
Poesia em Santa Luzia”.
O sarau teve (e tem) aceitação, engajamento e partici-
pação da direção do Campus Santa Luzia, como também
de diversos servidores do Campus. A coordenadora de
Pesquisa e Extensão do Campus, a Professora Alexsandra
Chaves sempre esteve presente, tanto na orientação e no
auxílio do projeto, como em sua participação nos encon-
tros. Como Bibliotecária do Campus, sou grata a todos
que, de alguma forma, ajudaram a promover o Sarau,
possibilitando visibilidade à comunidade da Cidade de
Santa Luzia e região circunvizinha. Nos nossos encon-
tros, sempre falo que são os participantes do Sarau que o
tornam um evento especial, sem eles não existiria o pro-
jeto. A Biblioteca Escolar é um organismo vivo, que existe
para além dos muros da escola. Poderemos continuar a
nos reunir virtualmente, ou de forma híbrida como é meu
desejo para o futuro, para que, dessa forma, as pessoas
se conectem com outras vivências e leituras de mundos
diferentes das suas.
A mediação de leitura realizada através do sarau lite-
rário tem por efeito promover a aproximação do/a leitor/a
aos textos literários, para fruição, sem, necessariamente,
fins didáticos. E possibilitará o contato direto das pessoas
com o livro e os textos literários. Esta experiência não
acabará com o término do projeto, incorporando-se na
vida dos participantes, promovendo a construção de um/a
leitor/a crítico/a.
Referências
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2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
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um sarau?. [S.l.]: [PUCRS], [2010]. Disponível em: https://
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SANT’ANNA, Affonso Romano de. A poesia e os mediadores
de leitura. In: SANTOS, Fabiano (org.). Mediação de leitura:
discussões e alternativas para a formação de leitores. São
Paulo: Editora Global, 2009. p. 157-170.
Semana da Literatura Amazonense:
invenções e reinvenções ao longo de 67
uma década de atuação na biblioteca
escolar para a valorização da cultura
amazonense
Introdução
A “Semana da Literatura Amazonense” ocorre
anualmente na primeira semana do mês de abril, em
cumprimento à Lei Municipal n. 882, de 19 de setembro
de 2005. O relato de experiência a ser apresentado pre-
tende mostrar as atividades desenvolvidas ao longo de
uma década (2012-2021), em duas escolas da rede pública
municipal de Manaus/AM, através de tentativas e erros na
produção das atividades e o aprimoramento profissional
adquirido. As práticas educativas tinham como objetivo
proporcionar a interação entre discentes do Ensino
Fundamental, com idade entre 7 a 15 anos, e a produção
literária amazonense – autores/as, obras e movimentos
literários regionais.
A realização da “Semana da Literatura Amazonense”
pretende ajudar na divulgação da cultura amazonense.
Apesar da produção regional de programas de televisão,
ainda é comum encontrar jovens amazonenses que não
conseguem citar um cantor/a, pintor/a e/ou escritor/a na-
tural do estado. A cultura amazonense é pouco difundida
entre a população. O consumo de produtos do eixo Rio-
São Paulo ou estrangeiros é comum. E isso não é ruim. O
problema está em não conhecer o que é da terra.
Talentos como Márcio Souza ou Milton Hatoum,
que tiveram suas obras transformadas em séries exibidas
68 em rede nacional, não alcançam estudantes do Ensino
Fundamental. Em parte, pela falta de divulgação nas
escolas, em parte, pela falta do sentimento de pertenci-
mento que os/as alunos/as têm pela cultura amazonense.
Como afirma Pereira (2018, p. 15), “[...] apesar de morar
no Amazonas desconhece o próprio ambiente e a própria
cultura, por falta de divulgação do que é produzido por
escritores de nossa região”.
Para mudar essa perspectiva dos/as alunos/as com os
quais convivi nessa última década, realizei ações de inte-
ração escritor/a-leitor/a, além de atividades dinâmicas e
lúdicas que tornam o aprendizado divertido.
O relato demonstra o papel de bibliotecária-educa-
dora que assumi perante a sociedade.
O ato de se reconhecer educador é vital para
que o bibliotecário possa estimular o papel
pedagógico da biblioteca escolar, pois é a sua
atuação na educação que de fato o legitima
como educador (CAVALCANTI; BORBA,
2011). Dessa forma, a biblioteca escolar se
configura como um importante instrumen-
to de ensino-aprendizagem e o bibliotecário,
em parceria com os docentes da instituição,
é responsável por garantir o funcionamento
desse espaço (PAJEÚ; ALMEIDA, 2020, p. 9).
Considerações finais
Produzindo este relato, pude perceber a quantida-
de de vezes que precisei me reinventar para alcançar o
objetivo de proporcionar a interação entre discentes e
a produção literária amazonense. Durante as aulas da
disciplina Inovação da Biblioteca Escolar, no curso de
Especialização em Práticas Educativas em Bibliotecas
Escolares, foi questionado qual habilidade é considerada
necessária para a atuação de um/a bibliotecário/a escolar.
Pela minha história, eu respondo que é a resiliência e a
renovação. Apesar de todos os obstáculos (falta de acervo,
problema estrutural, pandemia), foi possível realizar ao
menos uma atividade anual.
Quanto ao alcance das práticas educativas, é difícil
mensurar. As atividades realizadas pela biblioteca não
têm o mesmo peso de uma avaliação em sala de aula.
Não é possível dar uma nota. Nem todos/as alunos/as
vão participar da mesma forma, uns vão interagir, outros
vão apenas ouvir. O que não quer dizer que a atividade
não impactou na vida dele. Alguns deles/as paravam nos
corredores para ver a exposição, outros faziam perguntas
aos/às escritores/as ou buscavam os livros indicados na
biblioteca.
É preciso se apegar aos pontos positivos das ativi-
dades, as interações humanas, para continuar a realizar
ações na biblioteca escolar. Um aprendizado básico de
todo/a bibliotecário/a escolar é que o foco principal é o
público. As necessidades do usuário real ou potencial irão
guiar as atividades da biblioteca.
76
Esse relato teve como foco as práticas educativas reali-
zadas na “Semana da Literatura Amazonense”. Considerando
que a biblioteca é um ambiente transformador, decidi
mostrar como pequenas ações podem dar valor à história
e cultura de um povo por vezes subestimado, apresentando
aos/às jovens em formação uma nova perspectiva de vida.
Referências
MANAUS/AM. Lei n. 882, de 19 de setembro de 2005. Institui,
no município de Manaus, a Semana da Literatura Amazonense.
Disponível em: http://leismunicipa.is/rcfho. Acesso em: 12 dez.
2021.
PAJEÚ, H. M.; ALMEIDA, A. H. F. de. A mediação cultural
na biblioteca escolar e o bibliotecário infoeducador. RDBCI:
Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação,
Campinas, SP, v. 18, n. 00, 2020. Disponível em: https://
periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/
view/8660541. Acesso em: 19 dez. 2021.
PEREIRA, T. O. A literatura infantojuvenil amazonense: a
ilustração como ferramenta de produção textual. 2018. 27f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Letras) –
Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Disponível em:
http://repositorioinstitucional.uea.edu.br//handle/riuea/1439.
Acesso em: 19 dez. 2021.
Formação literária para professores/as
na biblioteca escolar 77
Considerações finais
Sobre a motivação para todas as mudanças que vêm
ocorrendo na Biblioteca Mundo Mágico, além do incentivo
à leitura e a possibilidade de oportunizar aos/às usuários/
as vivências fora do seu cotidiano habitual, acredita-se na
busca de caminhos para facilitar o acesso (com equidade)
ao mundo literário, independentemente da faixa etária.
Por fim, quebrando protocolos de escrita acadê-
mica, gostaria de refletir (sim, em primeira pessoa) que
há sempre um questionamento, por parte de alguns pe- 97
dagogos, sobre: “O que faz um profissional de Letras na
Educação Infantil e na alfabetização?”; posso dizer com
orgulho que nós lemos e propiciamos viagens inesquecí-
veis aos/às nossos/as pequenos/as!
Sobre nossas práticas futuras, esperamos refletir
sobre nossas práticas, qualificando os fazeres da Biblioteca
e propondo atividades que impactem, positivamente, na
formação de cidadãos/ãs críticos/as e capazes de sobrevi-
verem neste mundo tão estranho em que vivemos.
Ainda, para o porvir, nossa próxima meta é informa-
tizar a Biblioteca Mundo Mágico, acolhendo os “Nativos
Digitais”, expressão sugerida por Palfrey e Gasser (2011)
para denominar: “Aqueles que têm acesso às tecnologias
digitais e possuem habilidades para lidar com tais tec-
nologias; indivíduos que passam boa parte de suas vidas
conectados e não distinguem sua vida online de sua vivên-
cia off-line” (PALFREY; GASSER, 2011).
Assim, a chegada das tecnologias digitais nas biblio-
tecas escolares, ainda mais após o advento da pandemia
Covid-19, vem acompanhar as inovações e fomentar as
competências informacionais, cativando novos usuários.
Afinal, conforme argumenta Ramos,
[...] vivemos hoje um momento híbrido em
que a leitura tradicional de um texto literário
ou de outro material impresso convive com a
leitura em suportes e formatos diferentes [...]
A biblioteca escolar, como eixo de inovação
pedagógica nas instituições educativas capaz
de contribuir para a formação de leitores há-
beis, cosmopolitas e curiosos, não pode alhe-
ar-se desta realidade (RAMOS, 2015, p. 1).
Ao ponderar sobre isso e na busca por novos desafios,
pretende-se dar início ao projeto da “Biblioteca Digital
EMEF Castro Alves”, visando a ampliação e inovação dos
recursos oferecidos por ela.
Por fim, e tendo-se a difusão cultural com preceito,
reflete-se sobre a biblioteca escolar como aquela que trata
98 a leitura como um meio e não como um fim, uma vez que
este é um processo em movimento contínuo. Mas, antes
disso, no nosso processo de escrita desse relato de expe-
riência, percebeu-se a necessidade de ampliar as ofertas
da Biblioteca Mundo Mágico, uma vez que se pretende
desvincular a visão desta sobre um local onde “se guardam
livros”. Mais que isso, almejamos ser, para a nossa comuni-
dade escolar, o local onde se compartilha conhecimento.
Referências
ANDRADE, D.; LOURENÇO, K. C. Modelo de projeto para
as bibliotecas das escolas municipais de São Leopoldo.
Secretaria Municipal de Educação. São Leopoldo, 2016.
BAMBERGER, R. Como incentivar o hábito de leitura. 7. ed.
São Paulo: Ática; Unesco, 2007.
BRASIL. Ministério Da Educação. Biblioteca escolar. 2007.
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/
profunc/biblio_esc.pdf. Acesso em: 4 nov. 2018.
FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se
completam. 51. ed. São Paulo: Cortez.
MANGUEL, A. Uma história da leitura. Lisboa: Presença, 1998.
PALFREY, J.; GASSER, U. Nascidos na era digital: entendendo a
primeira geração de nativos digitais. Porto Alegre: Artmed, 2011.
RAMOS, R. Fazer leitores na era digital: o contributo da
biblioteca escolar. Portal RBE: fazer leitores na era digital: o
contributo da biblioteca escolar [Em linha]. Lisboa: RBE, atual.
26-3-2015. Disponível em: http://www.rbe.mec.pt/np4/1490.
html. Acesso em: 20 out. 2018.
VOLMER, L.; KUNZ, M. A. Biblioteca, que espaço é esse? Prâksis:
revista do ICHLA – Instituto de Ciências Humanas, Letras e Artes;
Novo Hamburgo, RS: Feevale, ano 6, v. 2, p. 29-34, ago. 2009.
Prática em biblioteca escolar: relato de
atividades de leituraem língua 99
espanhola com a plataforma
Árvore de Livros
Rubiane Guerra
Introdução
Este relato de prática tem como objetivo apresentar o
trabalho desenvolvido pela biblioteca da Escola Estadual
de Ensino Médio Maranhão, com foco no componente
curricular Língua Espanhola. A escola escolhida para a
prática fica localizada no Município de São Marcos, no
Rio Grande do Sul. A cidade possui aproximadamente 25
mil habitantes e contempla cinco escolas estaduais e cinco
escolas municipais.
A escola Maranhão possui aproximadamente 500
alunos/as e contempla os níveis Fundamental e Médio e
está localizada no centro da cidade, possui salas com ar-
-condicionado, televisão e acesso à internet para alunos/
as e professores/as.
Este trabalho tem como foco a interação entre a biblio-
teca escolar e o componente curricular Língua Espanhola.
Entende-se por biblioteca escolar o espaço destinado à
utilização de acervo para alunos/as e comunidade escolar
de uma instituição de ensino. De acordo com a Federação
Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias
(Ifla), em documento redigido para as bibliotecas escola-
res, em 1994; a biblioteca escolar propicia informações e
ideias fundamentais para o funcionamento da sociedade
atual, baseando-se na informação e no conhecimento e
tem teve como objetivos:
1) apoiar e intensificar a consecução dos
objetivos educacionais definidos na missão e
100 no currículo da escola;
2) desenvolver e manter nas crianças o hábi-
to e o prazer da leitura e da aprendizagem,
bem como o uso dos recursos da biblioteca
ao longo da vida;
3) oferecer oportunidades de vivências des-
tinadas à produção e uso da informação
voltada ao conhecimento, à compreensão,
imaginação e ao entretenimento;
4) apoiar todos os estudantes na aprendiza-
gem e prática de habilidades para avaliar e
usar a informação, em suas variadas formas,
suportes ou meios, incluindo sensibilidade
para utilizar adequadamente as formas de
comunicação com a comunidade onde estão
inseridos;
5) prover acesso em nível local, regional, na-
cional e global aos recursos existentes e às
oportunidades que expõem os aprendizes a
diversas idéias, experiências e opiniões;
6) organizar atividades que incentivem a to-
mada de consciência cultural e social, bem
como de sensibilidade;
7) trabalhar em conjunto com estudantes,
professores, administradores e pais, para o
alcance final da missão e objetivos da escola;
8) proclamar o conceito de que a liberdade
intelectual e o acesso à informação são pon-
tos fundamentais à formação de cidadania
responsável e ao exercício da democracia;
9) promover leitura, recursos e serviços da
biblioteca escolarjunto à comunidade esco-
lar e ao seu derredor (IFLA, 2000, p. 2).
Observa-se quão importante é a biblioteca no âmbito
escolar para o desenvolvimento do/a educando/a inseri-
do/a na instituição. Analisa-se então a biblioteca da escola
Maranhão, que está localizada no centro da instituição e
possui acervo amplo e diversificado, com algumas lacu-
nas, como de Línguas Estrangeiras e literatura moderna.
O nome da biblioteca é Castro Alves, em homenagem ao
poeta romântico com este nome nascido na Bahia em 1871.
Boa parte do acervo da escola é enviado pelo PNDE
que é o Programa Nacional do Livro e Material Didático
e que compreende um conjunto de ações voltadas para 101
a destruição de obras didáticas, pedagógicas e literárias,
com foco na prática educativa, destinado a professores/
as e alunos/as de escolas públicas (Portal PNDE, 2021). Os
livros enviados pelo programa não são periódicos e não
possuem programação. Em 2021 alguns livros de literatura
juvenil foram enviados para a biblioteca para trabalho no
Ensino Fundamental II (6o ao 9o ano), com vários exempla-
res e títulos. A escola atribui uma renda para compra de
livros de literatura. Esta verba depende de como a escola
está financeiramente, e provém de fontes extras da escola,
como rifas, eventos e também de multas de atrasos de
livros por parte dos/as alunos/as.
De acordo com Bezerra (2008), o acervo da biblioteca
escolar deverá conter materiais bibliográficos e de multi-
meios de autores/as diversificados/as, em uma quantidade
que dê suporte ao seu corpo discente e docente. Em re-
lação ao/à bibliotecário/a da escola, não há profissional
formado/a trabalhando nas bibliotecas.Aliás, nenhuma
das cinco escolas estaduais do município possui. Quem
gerencia o espaço é sempre uma professora que escolhe
suas horas neste ambiente, porém não é exigido nenhum
critério para escolha, o que dificulta o trabalho na bibliote-
ca já que, de acordo com Corrêa (2002): “o conhecimento
técnico do bibliotecário precisa ser sólido, uma vez que as
obras disponíveis na biblioteca escolar são direcionadas
ao estudo e pesquisa dos estudantes e do corpo docente.
Além disso, deve contar também com uma organização
técnica e prática”.
Apesar das dificuldades encontradas pelo/a pro-
fessor/a que está na biblioteca, o trabalho foi realizado
dentro das possibilidades apresentadas, com o auxílio da
professora de Língua Espanhola da escola. A professora
do componente atua em outra escola, também com a dis-
ciplina de Língua Espanhola.
O componente curricular Espanhol está inserido
na grade curricular do Ensino Fundamental há dois anos
e segue as habilidades e competências da Base Comum
Curricular para língua estrangeira (não possui habilidades
102 e competências específicas para Língua Espanhola). A
escola atribui habilidades e competências gerais organi-
zadas pelos/as professores/as do município para a língua.
A Lei n. 11.161, de 5 e agosto de 2005, institui o ensino
da Língua Espanhola obrigatória no Ensino Médio, o que
fez com que as escolas recebessem, a partir de 2006, livros
didáticos da língua. Como o ensino da língua foi imple-
mentado apenas em 2020 no Ensino Fundamental, ainda
não há acervo didático para os/as alunos/as nas escolas
públicas estaduais do Município de São Marcos. Já para
o Ensino Médio, a aplicabilidade da disciplina iniciou em
2010, porém só foram enviados livros didáticos específicos
para estas turmas.
Em pesquisa realizada nas cinco escolas estaduais do
Município, notou-se a mesma situação referente ao acervo
físico da biblioteca escolar relacionado ao componente
curricular da Língua Espanhola. As duas escolas de Ensino
Médio possuem livros didáticos para este público, porém
nada para alunos/as do Ensino Fundamental. Todas as
escolas possuem Espanhol na sua grade curricular e pro-
fessores/as formados/as nesta disciplina. Em uma escola
de Ensino Fundamental foram encontrados dois Gibis da
Turma da Mônica em espanhol.
Tendo em vista este problema, a professora de Língua
Espanhola e a professora responsável pela biblioteca esco-
lar da Escola Maranhão resolveram realizar uma prática
com foco em materiais online. Para sanar esta defasagem,
optaram por realizar uma prática com outros recursos
midiáticos: a plataforma Árvore de Livros.
A plataforma Árvore de Livros é uma plataforma
online, cujo objetivo é dispor à rede estadual de ensino
materiais relacionados à literatura de vários gêneros, com
foco nas habilidades e competências referentes à leitura,
interpretação e produção textual. A plataforma dispõe
de vários gêneros textuais, tais como narrativas, revistas,
gibis, jornais onlines diários atualizados. O site é www.
arvoredelivros.com.br.
Figura 1 – Plataforma Árvore de Livros.
103
Considerações finais
A motivação que levou à realização desta prática foi
pessoal, de trabalhar algo distinto nas aulas de Língua
Espanhola, já que a biblioteca não possui materiais, além
de incentivar a leitura de outras obras, também em Língua
Portuguesa, e a pesquisa de informações. Escolheu-se esta
prática para relato, já que pode auxiliar muitos/as profes-
sores/as nesta área e é uma ferramenta nova no governo
do RS que é interativa e busca o incentivo de obras com-
pletas e de boa qualidade.
Através da plataforma, os/as alunos/as podem acessar
de sua casa e buscar outras informações que considera-
rem necessárias. Sabe-se que nem tudo é tão lindo como 109
parece, já que a plataforma requer acesso à internet, mas já
se deparou com tantas práticas diferenciadas nestes anos
de pandemia, que esta é uma forma de buscar diminuir
a diferença de acesso em informações. Acredita-se que o
trabalho mediado em sala de aula pode ser realizado, sim,
já que, no Município de São Marcos, mais de 90% dos/
as alunos/as participam de aulas presenciais e online nas
escolas.
Foi um trabalho que trouxe muitas alegrias e pôde-se
acreditar que, com as novas tecnologias e boas ideias,
podemos fazer a diferença, sim, nas escolas. Também ana-
lisa-se o quão importante é a biblioteca escolar ter acervo
diferenciado e de acordo com cada etapa escolar, visando
sempre os componentes curriculares. A mediação foi de
extrema importância nesta prática, já que o livro escolhido
era todo em espanhol e necessitou ajuda da professora
da área, mas nota-se que, por si só, os/as alunos/as não
têm capacidade de entender todo o conteúdo das obras.
Outro ponto importante a ser destacado é a integra-
ção entre biblioteca e componentes curriculares, o que
pode fortalecer as experiências e práticas na escola. Esta
integração faz com que redes sejam feitas e contribuam
para a aprendizagem em outros componentes também.
Outros/as educadores/as da escola também ficaram in-
teressados na plataforma, já que o acervo é bem variado,
contendo revistas com diversos assuntos de países.
Embora os/as alunos já sejam considerados nati-
vos digitais (expressão utilizada para os indivíduos que
nascem na geração que é mais tecnológica), não possuem
muito contato com informações confiáveis, escolhendo,
normalmente, redes sociais para acesso à informação. A
plataforma auxilia na busca de informações confiáveis e
seguras para trabalhos escolares.
Entende-se também, aqui, que nem todos/as os/as
alunos/as possuem internet e aparelhos eletrônicos para
pesquisa, porém tem sido uma ferramenta muito útil
nas escolas, mas que, em hipótese alguma, substitui um
acervo físico de biblioteca. Este sim deveria ser equipa-
110 da, adequadamente, às exigências e necessidades dos/as
usuários/as.
Com esta prática, analisou-se acima de tudo como
professores/as e bibliotecários/as podem fazer atividades
inovadoras nas escolas sem muitos recursos, basta ter
criatividade e disposição para alterar sua realidade.
Referências
BEZERRA, Maria Aparecida da Costa. O papel da
biblioteca escolar: importância do setor no contexto
educacional. Revista CRB-8 Digital, São Paulo, v. 1, n. 2,
p. 4-10, out. 2008. Disponível em: https://www.brapci.inf.
br/_repositorio/2018/08/pdf_6a9bcb0519_0000030705.pdf.
Acesso em: 8 dez. 2021.
BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE). Programas do livro.
Disponível em: https://www.fnde.gov.br/programas/programas-
do-livro. Acesso em: 8 dez. 2021.
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Língua Espanhola nas escolas. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11161.
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IFLA. Manifesto para Bibliotecas Escolares. Disponível em:
https://archive.ifla.org/VII/s11/pubs/portuguese-brazil.pdf.
Acesso em: 8 dez. 2021.
CORREA, Elisa Cristina Defini; OLIVEIRA, Karina Costa
de; BOURSCHEID, Laura da Rosa; SILVA, Lucélia Naside;
OLIVEIRA, Salete de. Bibliotecário escolar: um educador?
Revista ACB, Florianópolis, v. 7, n. 1, 2002. Disponível em:
https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/379/458. Acesso
em: 8 dez. 2021.
Autoras e autor
111
Andressa Cardoso Corrêa
Bibliotecária escolar da Secretaria Municipal de
Educação de Manaus/AM. Graduada em Biblioteconomia
pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e
Especialista em Práticas Educativas em Bibliotecas
Escolares pela Universidade de Caxias do Sul (UCS).
E-mail: [email protected].
Carlos Robson Souza da Silva
Bibliotecário do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). Graduado em
Biblioteconomia pela Universidade Federal do Ceará
(UFC) e Mestre em Ciência da Informação pela mesma
Instituição. Especialista em Práticas Educativas em
Bibliotecas Escolares pela Universidade de Caxias do
Sul (UCS) e doutorando em Ciência da Informação
pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). E-mail:
[email protected].
Edgreyce Bezerra dos Santos
Bibliotecária no Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB). Graduada em
Biblioteconomia pela Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE). Especialista em Práticas Educativas em Bibliotecas
Escolares pela Universidade de Caxias do Sul (UCS) e em
Gestão da Informação em Arquivos pela Faculdade de
Ciências Humanas Esuda. E-mail: [email protected].
Lucinara Betti
Professora na Rede Estadual de Educação Rio Grande do
Sul. Graduada em Educação Artística pela Universidade
de Passo Fundo (UPF) e em Biblioteconomia pela
Universidade de Caxias do Sul (UCS). Especialista em
Práticas Educativas em Bibliotecas Escolares pela mesma
Instituição. Também é Especialista em Práticas Pedagógicas
Interdisciplinares pela Portal Faculdades e em Arteterapia
pela UPF. E-mail: [email protected].
112
Maraísa Mendes da Costa
Professora na rede Municipal de Educação de Caxias
do Sul/RS. Graduada em Letras e em Biblioteconomia
pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Especialista em
Práticas Educativas em Bibliotecas Escolares pela mesma
Instituição. E-mail: [email protected].
Rubiane Guerra
Professora na rede Estadual de Educação Rio Grande
do Sul. Graduada em Letras e em Biblioteconomia pela
Universidade de Caxias do Sul (UCS). Especialista em
Práticas Educativas em Bibliotecas Escolares pela mesma
Instituição. E-mail: [email protected].
Simone Kniphoff dos Santos
Bibliotecária no Colégio La Salle Canoas. Graduada
em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul (PUCRS) e em Biblioteconomia pela
Universidade de Caxias do Sul (UCS). Especialista em
Teoria e Prática da Formação do Leitor pela Universidade
Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), em A Moderna
Educação: metodologias, tendências e foco no aluno pela
PUCRS e Práticas Educativas em Bibliotecas Escolares
pela UCS. E-mail: [email protected].
Thais Fernanda de Paula Cabral
Bibliotecária na rede particular de ensino, na cidade
de São Paulo/SP. Graduação em Biblioteconomia pelo
Centro Universitário Assunção (Unifai) e Especialista
em Práticas Educativas em Bibliotecas Escolares pela
Universidade de Caxias do Sul (UCS). E-mail: tcabralsp@
yahoo.com.br.
Vanessa Fernandes Mendes
Professora na rede Municipal de Educação de São 113
Leopoldo/RS. Graduada em Letras pela Universidade
Luterana do Brasil (Ulbra). Especialista em Mídias na
Educação pela Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM) e em Práticas Educativas em Bibliotecas
Escolares pela Universidade de Caxias do Sul (UCS).
E-mail: [email protected].
Organizadora e organizadores
115
João Paulo Borges da Silveira
Professor e coordenador no curso de Especialização
em Práticas Educativas em Bibliotecas Escolares, na
Universidade de Caxias do Sul (UCS) e Bibliotecário na
Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Doutor
em Educação (UCS). Mestre em Memória Social e
Patrimônio Cultural pela Universidade Federal de Pelotas
(UFPEL). Especialista em Gestão em Arquivos pela
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e em
Educação e Sociedade pelo Centro Universitário Barão
de Mauá (CBM). Graduado em Biblioteconomia (FURG)
e em Sociologia pelo Centro Universitário Internacional
(Uninter). E-mail: [email protected].
Simone Côrte Real Barbieri
Professora, coordenadora no curso de Especialização
em Práticas Educativas em Bibliotecas Escolares da
Universidade de Caxias do Sul (UCS) e coordenadora da
Editora da Instituição (EDUCS). Pós-Doutora e Doutora
em Educação (UCS). Mestra em Filosofia pela Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
Graduada em Filosofia (PUCRS). E-mail: [email protected].
Claudio Marcondes de Castro Filho
Professor na Universidade de São Paulo (USP) e no
Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual
Paulista (Unesp). Livre-Docente em Políticas Públicas e
Formação Profissional da Informação (USP). Pós-Doutor
em Biblioteca Escolar na Universidade Aberta de Lisboa
(UAB). Doutor e Mestre em Ciência da Informação
(USP). Graduado em Comunicação Social pela Faculdade
Anhembi Morumbi (FAM) e em Biblioteconomia pela
Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo
(FESPSP). E-mail: [email protected].