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Abstract Sickle cell disease (SCD) is an emblem- Resumo A doença falciforme (DF) é um caso
atic case of historical health neglect in Brazil and emblemático de negligência histórica em saúde
reflects how institutional racism produces health no Brasil e reflete como o racismo institucional
inequalities. This article engaged in a historical produz iniquidades em saúde. Este artigo fez
journey of this disease, showing the delayed im- um percurso histórico até os dias atuais e mostra
plementation of health policies for people with atraso na implementação de políticas de saúde
sickle cell disease, often concealed in Public Pow- voltadas para as pessoas com DF, tantas vezes
er’s (in)actions and omissions. The lack of com- encoberto em (in)ações e omissões do poder pú-
mitment to implement the recommendations of blico. O descompromisso para a efetivação das re-
the Brazilian Ministry of Health, such as neona- comendações do Ministério da Saúde, a exemplo
tal screening, and the difficulty in incorporating da triagem neonatal, e a dificuldade de incorpo-
technologies for health care result from this mo- rar as tecnologias para a assistência à saúde re-
dus operandi. The advances and setbacks in pro- sultam desse modus nada operandi. Os avanços
grammatic actions and the constant pressure on e retrocessos nas ações programáticas, bem como
several governmental entities have characterized a pressão constante sobre os diversos entes gover-
1
Instituto de Saúde the reported saga in the last twenty years. The namentais, caracterizaram a saga dos últimos 20
Coletiva, Universidade present text discusses the policies for people with anos. O texto disserta sobre as políticas voltadas
Federal da Bahia. R.
SCD, appropriating the Sankofa symbol, mean- para as pessoas com DF, apropriando-se da sim-
Basílio da Gama s/n,
Canela. 40110-040 ing that building the present is only possible by re- bologia Sankofa, já que só é possível construir o
Salvador BA Brasil. membering past mistakes. Thus, we recognize this presente pelo aprendizado dos erros do passado.
[email protected]
trajectory and this historical moment in which Assim, reconhecemos essa trajetória e esse mo-
2
GT Racismo e Saúde,
Associação Brasileira de there is a concrete possibility of moving forward mento histórico em que há possibilidade concreta
Saúde Coletiva (Abrasco). and achieving the longed-for comprehensive care de avançar e concretizar o tão almejado cuidado
Rio de Janeiro RJ Brasil.
for people with SCD. There is an invitation to integral para pessoas com DF. Concluiu-se que há
3
Secretaria de Estado de
Saúde da Bahia. Salvador glance at a new perspective, one in which hope is um convite para um novo olhar, em que esperan-
BA Brasil. the trigger for the movements needed to guaran- çar seja o disparador das movimentações neces-
4
Secretaria Municipal de
tee the rights of people with SCD. sárias para a garantia do direito para as pessoas
Saúde de Salvador. Salvador
BA Brasil. Key words Anemia, Sickle cell, Black population, com DF.
5
Faculdade de Odontologia, Systemic racism, Health policy Palavras-chave Anemia falciforme, População
Universidade Federal do Rio
negra, Racismo Sistêmico, Política de saúde
de Janeiro. Rio de Janeiro
RJ Brasil.
Cien Saude Colet 2024; 29:e06772023
2
Mota CS et al.
Entretanto, embora a Portaria que estabelece a saúde durante o Segundo Seminário Nacional de
inclusão tenha sido assinada em 2001 (Portaria Saúde da População Negra, citando a doença fal-
nº 822, de 6 de junho de 2001), ela só se efetiva ciforme como caso emblemático.
em 14 estados. Os demais foram aderindo pau- Os dez anos subsequentes à publicação da re-
latinamente até 2010. Tal atraso repercute muito ferida portaria revelam que as políticas de saúde,
negativamente na detecção precoce da doença, ao almejarem responder às necessidades de uma
no atraso para iniciar o acompanhamento, no população, percorrem quase sempre um cami-
planejamento de políticas públicas e na própria nho de idas e vindas. Não se configura como um
qualidade de vida das pessoas nascidas acometi- percurso linear, visto que são muitas as batalhas
das. As conquistas que vieram após a inclusão da para romper com a inércia tantas vezes impos-
DF na triagem neonatal foram frutos de intensa ta pelo próprio sistema. Observa-se que mesmo
mobilização de pessoas com DF e seus familiares. conquistas já legitimadas através de portarias e
O ano de 2001 marca também a criação da documentos oficiais sofrem contínuos ataques,
Federação Nacional das Associações de Pessoas demandando ações de mobilização e pressão por
com Doença Falciforme (FENAFAL), com des- parte dos movimentos sociais.
dobramentos nos estados, que passaram tam- O desconhecimento dos profissionais de saú-
bém a constituir associações estaduais. Na Bahia, de em relação à DF, tanto no diagnóstico quanto
a Associação de Pessoas com DF no Estado da no tratamento, era tão alarmante que resultava
Bahia (ABADFAL) também começa sua atuação em uma grande quantidade de diagnósticos tar-
naquele ano. dios, uma vida de internações e peregrinação por
Até 2004, o tratamento de hemoglobinopatias longos anos em serviços de saúde, muitas vezes
foi uma das atividades da Agência Nacional de sem o diagnóstico, ainda que os primeiros estu-
Vigilância Sanitária (Anvisa), o que representava dos sobre anemia falciforme no Brasil datam da
uma barreira pois, a Anvisa não é responsável pe- década de 1940. Um incremento desses estudos
las ações diretas de cuidado com a saúde. ocorreu na década de 1950, dada a inclusão dos
Em 2005, a Portaria nº 1.391 instituiu a Polí- achados da genética de populações, dos estudos
tica Nacional de Atenção Integral a Pessoas com sobre a seleção natural e da biologia molecular.
Doença Falciforme18, que passou a ser gerida pela Havia, portanto, uma intensa produção de arti-
Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados gos científicos publicados em revistas de grande
(CGSH), na Secretaria de Atenção Especializada circulação nacional, além de apresentações em
à Saúde (SAES). Isso representou uma grande congressos anuais de hematologia. A DF é incor-
conquista, pois, pela primeira vez, o Plano Orça- porada em quase todos os livros didáticos como
mentário Plurianual 2004-2007 destinou recur- exemplo do modelo mendeliano de herança ge-
sos para a política. nética. Isso permite refletir sobre o abismo entre
A saída do Programa de DF da Anvisa e a a produção intelectual e a formação nos diferen-
criação da Coordenação da PNAIPDF foi de ex- tes espaços, seja nas escolas ou nos cursos de saú-
trema importância para ganhar respaldo político de das universidades.
no Ministério da Saúde e começar a construir Dar visibilidade à doença torna-se uma das
uma política de atenção no SUS. Nesse mesmo bandeiras da luta e o diagnóstico precoce uma
período, o termo “anemia falciforme” foi subs- medida extremamente importante para reverter
tituído por “doença falciforme”, abrangendo de o quadro da invisibilidade da DF, com a possi-
maneira mais ampla as demais hemoglobinopa- bilidade de ter dados consistentes, capazes de
tias, marcadamente caracterizadas pela presença apoiar no planejamento das ações. Dados de in-
majoritária da mutação Hb S. A publicação de cidência produzidos pela triagem neonatal, que
protocolos clínicos, portarias e resoluções mar- pode ser considerada a melhor fonte de dados
caram um período de intensa atuação da gestão sobre a relevância da DF no Brasil, especialmen-
nacional, sob a coordenação de Joice Aragão de te nas regiões Nordeste e Sudeste, onde há maior
Jesus, em um contexto político que era favorável concentração da população negra. Entretanto, a
às políticas de ações afirmativas na saúde. triagem neonatal ainda não tem cobertura total
Em 2005, após dez anos, houve outra Marcha em alguns municípios, sendo ainda mais precária
Zumbi em Brasília, na qual o Movimento Negro em municípios de pequeno porte. Além disso, a
reivindicou o cumprimento das promessas em subnotificação da DF ainda é recorrente e decor-
favor da população com DF. re da falta de preparo/interesse dos profissionais
Em 2006, o ministro da Saúde Agenor Ál- de saúde para o preenchimento de prontuários
vares reconhece o racismo como problema de médicos. Frequentemente os prontuários de saú-
5
co de Saúde (SUS) para o ano de 2023, já que, para o conhecimento científico mais importan-
quando comparado ao orçamento de 2022, que te sobre a bioquímica, físico-química, genética e
foi equivalente a R$ 172,60 bilhões, o orçamento biologia molecular das proteínas. Apesar de todo
previsto para o MS em 2023 sofreu redução de R$ o progresso conseguido até o presente, os negros
22,7 bilhões. O CNS ainda denunciou que essas de todo o mundo, em especial, os negros brasi-
perdas alcançariam R$ 60 bilhões se considera- leiros, não puderam se beneficiar das conquistas
dos os recursos sequestrados pelo “teto de gas- científicas e tecnológicas obtidas com seu pró-
tos”24, que se apresentou como outro desafio ao prio sangue...’”
terceiro mandato do governo do presidente Luís De forma cíclica, o racismo pode ser consi-
Inácio Lula da Silva. derado o início, a causa e o desfecho que explica
o fato de que a população negra tenha os piores
2) Negligências históricas atualizadas indicadores de saúde. Nesse sentido, a história da
e os impactos do racismo na história da DF DF se confunde com a história de muitos outros
no Brasil agravos que, por acometerem uma parcela des-
favorecida da população, não ocupam um lugar
O racismo no Brasil é estrutural e sistêmico, de priorização. Um agravo é considerado negli-
engendrado nas instituições e nas subjetividades. genciado quando não é priorizado pelas políticas
Trata-se de um “processo em que condições de de saúde apesar da relevância social dele, seja
subalternidade e de privilégio se distribuem entre pelo número de pessoas acometidas, seja pela le-
grupos raciais e se reproduzem nos âmbitos da talidade ou pelo grau de sofrimento que causa.
política, da economia e das relações cotidianas”25. Não raro são agravos que evocam o “discurso de
O caso da doença falciforme ilustra a relação segregação, periferia e esquecimento, seja pela
entre racismo e negligência de forma cabal. Pre- indústria farmacêutica, pelos governos ou pelos
valente na população negra, tem o seu primeiro sistemas de saúde” 29, contribuindo para um ciclo
relato científico com ampla divulgação em 1910, de negligências.
através do médico J.B. Herricks, que, na revista A negligência pode resultar da invisibilidade
Archives of Internal Medice, descreveu o caso de social por não ser reconhecida como um proble-
um estudante negro de 20 anos nascido na Ja- ma de saúde; pode resultar também da apatia,
maica que exibia quadro clínico e hematológico quando há o reconhecimento mas não é dada a
até então desconhecido: episódios de icterícia, devida importância ao agravo; ou pode resultar
palpitações, dificuldade de execução de exercí- da inação ou ausência de ações para responder
cios físicos e que a análise de sangue revelou um ou agir diante do agravo, que por sua vez pode
quadro de anemia e várias células alongadas “pa- decorrer da incompetência para planejar e exe-
recidas com uma foice”26. Ao mesmo tempo em cutar ações30. Seja por um ou mais motivos com-
que esse fato apresenta a DF ao mundo científico binados, a produção da negligência está intima-
e da pesquisa, traça um roteiro da não-assistência mente ligada à baixa priorização de problemas e
que perdura no Brasil até 2005, quando é lançada ao desinteresse político.
a Política Nacional de Atenção Integral às Pesso- É preciso lembrar que, embora as causas
as com Doença Falciforme por meio da Portaria sejam estruturais, a negligência em saúde não
GM 13/95/2005. apenas acontece, ela é causada, seja por invisibi-
Esse hiato de quase um século entre a “desco- lidade, apatia, inação ou incompetência30. Há um
berta” e a primeira política pública expressa um processo de produção da negligência, que abran-
importante componente de invisibilidade social, ge tanto as dimensões estruturais como o papel
pois em meio a um incessante desenvolvimento da agência, da omissão como ação social, do não
da pesquisa científica sobre o tema, ocorria uma reconhecimento como projeto político. Não são
letargia no campo da assistência, o que nos leva somente doenças negligenciadas, mas pessoas
a imaginar como um saber científico pode vir a negligenciadas. Populações, territórios, comuni-
não ser utilizado como política pública de saú- dades negligenciadas através de processos histó-
de27. “Esta condição sine qua non nos foi apre- ricos e sociais complexos.
sentada através de Naoum, que no prefácio de Prevalente em população não-branca, a DF
seu livro Doença das células falciforme28 nos faz está presente em todo o mundo, com maior con-
refletir: ‘Foi justamente o negro africano que ao centração em alguns países africanos (África
padecer de uma enfermidade crônica e dolorosa, Subsaariana) e na Índia. Estima-se o nascimento
como a doença falciforme, contribuiu com sua de 300 mil crianças com a doença anualmente31.
dor, com seu sangue e com sua morte precoce Entretanto, a sobrevida e a qualidade de vida
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de sangue e hemoderivados, e com ela toda uma qual nós, autoras e autor, também fazemos parte
coletividade de profissionais de saúde, controle uma rede de mobilização e luta, seja como pes-
social, gestores e pesquisadores, com a esperança quisador, profissional de saúde, gestor, familiares
de avanços na implementação da PNAIPDF. de pessoas com doença falciforme. À guisa de
conclusão, ao refletir sobre os caminhos a seguir,
aponta-se para que as frentes de trabalho sejam
Considerações finais assumidas por gestores, profissionais de saúde,
universidades e pesquisadores que prezem pelo
Sankofa é o princípio orientador da nossa aná- diálogo permanente com as pessoas com DF e
lise. Àgô, pedimos licença para acessar as di- seus familiares.
ficuldades, erros e acertos de uma trajetória na
Colaboradores
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