Pontos Chaves Executivo
Pontos Chaves Executivo
Pontos Chaves Executivo
Embargos de terceiro
Ex.: penhoraram um bem em relação ao qual eu tenho um direito subjetivo x, que não
pode ser desconsiderado nessa execução.
Art. 824º/2 CC = todos os DR de garantia caducam após a venda executiva, mesmo com
registro anterior a penhora.
Ex.: agente de execução quando faz a penhora de um prédio, vê nos registros prediais os
titulares dos direitos de crédito, titulares de hipoteca. Tem o dever de citar todos esses
credores para reclamarem seus créditos. Não há embargos de terceiro para DR garantia,
por isso só podem reclamar nessa hora. Não há também para direitos pessoais de gozo
como comodato, deposito, etc.
Arrendamento não sofre com a venda executiva, o inquilino não vai ser prejudicado,
vamos vender o bem com o arrendamento, só vai mudar de senhorio.
O possuidor pode embargar de terceiro, o possuidor não é proprietário, mas tem a posse
da coisa. Meio de tutela possessória, enquanto não perder a posse tem uma presunção de
titularidade de direito, então o possuidor pode embargar. Locatário, depositário, parceiro
pensador também – pecuária – A tem 10 porcos, entrega a B para cuidar, esse outro é o
penso, alimento pecuário, tem tutela possessória, e pode defender a posse, direito de
gozo na verdade, mas tem a tutela, pode embargar de terceiro.
Vamos aos embargos do cônjuge do executado, Maria quer proteger um bem seu que
foi penhorado erroneamente – art. 343º CPC – modalidade especial de embargos de
terceiro. Para a defesa dos seus bens próprios e bens relativos aos bens comuns que
indevidamente tenham sido atingidos pela penhora.
Caso do terceiro para efeitos de registro. Situação em que o executado vende um
prédio a B que não registra e logo a seguir esse bem é penhorado e faz-se o registro da
penhora. O terceiro deduz embargos de 3º, vai ganhar ou perder? De acordo com o art.
5º/4 registro predial, consolida a aquisição aquele que levar a registro primeiro, aquele
que primeiro registrar. Nosso sistema é de título e não de título e modo. A propriedade
se transfere por mero efeito do contrato.
Não vamos aplicar o art. 5º/4 registro predial, pois não derivam do mesmo autor comum
direitos parcialmente incompatíveis. Toda doutrina é contra essa orientação. Temos
duas concepções sobre esse assunto: restrita e ampla.
O registro não dá nem tira direitos, mas consolida as situações jurídicas. Esse efeito de
oponibilidade dos direitos reais, quem registra deve poder beneficiar-se dos efeitos da
oponibilidade que o registro confere.
*DR garantia caducam todos com a venda executiva, logo, não há embargos de terceiros
para ninguém aqui.
*Direitos pessoais de gozo como comodato, parceiros pensadores, etc., não são
oponíveis a terceiro, logo, não pode embargar de terceiro. O direito caduca com a venda
executiva – 824º/2 CC. Contrato de arrendamento não caduca, locatário tem estatuto
misto.
*DR aquisição – pacto de preferência, contrato promessa, tem que intentar ação de
execução especifica antes da penhora e depois deduzir embargos. Se tiver eficácia real
pode já é oponível.
*DR gozo: propriedade, usufruto, uso e habitação, superfície, etc. Todos com registro
anterior a penhora não caducam. Logo, podem embargar de terceiro.
Embargos do executado
O juiz vai indicar bem a bem sobre os quais existem DR garantia e quem é que vai
receber primeiro, por ordem, o preço da venda executiva dos bens sobre os quais foram
reclamados os créditos.
Ex.: penhorar pensão de alimentos – é impenhorável. Ou, temos uma dívida que segue o
regime de dívidas próprias de um dos cônjuges e o agente de execução penhora bens
comuns dos cônjuges. Essa penhora é ilegal, só subsidiariamente se penhoram os bens
comuns. Violação da norma de penhorabilidade subsidiaria.
- Impenhorabilidade parcial (tem a ver com quantidades, só pode penhorar uma parte
desses bens e não a sua totalidade): salários, pensões, aposentadorias, subsídios,
gratificações, rendas vitalícias, etc. Todos os direitos de crédito e não as coisas
corpóreas.
Tribunal competente
Tudo vai depender do título executivo. Se for título judicial – olhar para art. 85º/1 CPC.
Mas essa regra tem exceções – art. 85º/2. Havendo juízo de execução naquela comarca,
é naquele juízo que será tramitada a AE. O normal é que quem julga, executa, mas
temos juízos especializados para as ações executivas.
Dentro da comarca, vamos ver qual dos juízos é competente, juízo central cível, local
cível, de execução, família e menores, trabalho, etc. Se existir juízo de execução, então
é competência exclusiva – art. 129º/1 LOSJ. Mas não é regra, não é garantido, se for
uma execução de trabalho ou de família, é melhor ir para o juízo que proferiu a decisão
– 129º/2 LOSJ.
Concluindo:
Se não existe juízo de execução e for título judicial – é onde proferiu a decisão pelo
85º/1.
Se não tem juízo de execução e for título extrajudicial – olhar para o valor. Até 50 mil
euros vai para o juízo local cível, mais que 50 mil vai para o central.
Legitimidade processual
Art. 53º CPC. Vamos olhar sempre para o título executivo, sentença, cheque, etc., e tirar
daí quem é credor e devedor. A resposta da legitimidade está sempre no título. A AE é
mais simples que a declarativa, mas há alguns desvios a regra geral – art. 54º.
No caso de ter sentença mencionando os dois cônjuges como devedores (os dois tem
legitimidade processual passiva), o exequente é livre para apenas executar um deles.
Não há litisconsórcio necessário na posição do curso.
Patrocínio judiciário
Se for obrigatória constituição de advogado e isso não se cumprir, então temos uma
exceção dilatória de conhecimento oficioso – art. 578º CPC – contudo, essa falha é
sanável, o juiz concede um prazo para que seja suprida.
Distinções
1. Obrigação exequenda inexigível e obrigação exequenda incerta
Já uma obrigação inexigível é uma obrigação que ainda não pode ser executada, seja
porque ainda não estão vencidas ou porque seu vencimento depende de uma
interpelação do credor que ainda não ocorreu. Por ex., as obrigações condicionais, art.
715º CPC, obrigação depende de uma condição suspensiva ou de uma prestação por
parte do credor.
A entregada de coisa certa está prevista no art. 859º CPC. A entrega de coisa certa pode
envolver o uso de força se necessário. Se estiver em causa um pagamento em moeda
fora de curso legal no país, não é execução para pagamento de quantia certa, e sim
entrega de coisa certa.
5. Arresto e penhora
Arresto é um procedimento cautelar que pode dar lugar a providencia cautelar no arresto
de bens do devedor. O credor tem que demonstrar justificado receio de perda de
garantia patrimonial, motivos que convençam o tribunal que há receio de perda. É uma
tutela cautelar que pode existir na fase inicial da ação executiva. Na pratica, ocorre que
o exequente sabe que o devedor está a desfazer-se do seu patrimônio e tem receio de
que no momento da penhora o executado já não tenha patrimônio. Não há citação prévia
do executado no arresto, assim como pode ocorrer com a penhora no processo sumario
– 727º. A diferença é que no arresto não tem AE.
A penhora é a apreensão de bens que tem lugar na execução para pagamento de quantia
certa, é um mero instrumento de uma finalidade maior. A penhora não se esgota em si,
estando os bens penhorados, o fim último é transferir para terceiros os efeitos que
incidem esses bens. Os terceiros vão pagar um preço e esse preço, obtido através da
venda executiva ou adjudicação, vai ser transferido para o agente de execução a fim de
satisfazer o exequente. Pode ser ainda que o fim último da penhora é a transferência do
produto das vendas dos bens para outros credores que não o exequente. Quem promove
a penhora é o agente de execução e não o juiz.
Efeitos da penhora
a) Indisponibilidade material dos bens penhorados: a pessoa perde a
disponibilidade dos bens, não pode gozar dos bens, passa para o tribunal os
poderes de gozo.
b) Indisponibilidade jurídica dos bens penhorados: ineficácia relativa dos atos
dispositivos ou de oneração dos direitos subsequentes. Ex.: se vender um bem
penhorado. Pode vender, mas essa venda é ineficaz. A pessoa que compra a casa
só vai adquiri-la efetivamente se o executado pagar a dívida e a penhora acabar.
c) Confere ao exequente um DR garantia sobre os bens penhorados: o exequente
passa a ter um DR garantia com preferência – não é direito de preferência.
Para alegar comunicabilidade da dívida, tem que estar em causa título diverso
de sentença.
Quando a ação for julgada por tribunal de competência territorial alargada como
propriedade intelectual, concorrência, regulação e supervisão e tribunal
marítimo, é este o tribunal competente para julgar a AE.
Incompetência em razão da matéria = incompetência absoluta – art. 96º.
Processos sumários não há despacho liminar, logo, é o agente de execução
quem deve suscitar a intervenção do juiz – art. 855º e remete para o 726º.
Executado sempre tem que ficar com no mínimo um salário mínimo, logo, 705
euros. Se penhorando 1/3 sobrar menos que um salário mínimo, então não se
pode penhorar esse valor, tem que ser menos.
Art. 703º/c. Títulos de crédito: letras, livranças, cheques. São títulos executivos.
“Mero quirógrafo” = aquilo que já foi. Morreu e reencarnou. Esse documento,
esse cheque que perdeu o prazo, não vale como título de crédito para pagar a
obrigação, mas vale como título executivo, vale para fazer cumprir
coercitivamente a obrigação. Todavia, o credor que consta no documento tem
que alegar os fatos constitutivos da obrigação para que esse título de crédito
valesse como documento particular assinado, quirógrafo, pelo devedor no qual
consta uma obrigação. Se não alegar esses fatos constitutivos, então o
executado pode alegar o motivo do art. 729º/a.