09034318082016morfologia e Anatomia Vegetal Aula 5

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Aula

TECIDOS VASCULARES 5
META
Apresentar os tecidos condutores xilema e floema, sua constituição,
classificação de suas células e peculiaridades de organização nos
grupos vegetais.

OBJETIVOS
Ao final desta aula, o aluno deverá:
reconhecer os elementos do xilema e floema, incluindo semelhanças e
diferenças entre suas células e localização dos tecidos de acordo com o
órgão da planta.

PRÉ-REQUISITOS
O aluno deverá revisar o conteúdo sobre tecidos fundamentais (aula 4).

Xilema.
(Fonte: http://www.passeiweb.com).
Morfologia e Anatomia Vegetal

INTRODUÇÃO

Uma das principais modificações anatômicas que permitiram a con-


quista do ambiente terrestre pelas plantas foi o desenvolvimento de um
sistema eficiente de distribuição de seiva bruta e elaborada para todas as
partes do corpo vegetal. Esse sistema vascular é composto por elementos
de vasos, o xilema e o floema.
O xilema é considerado o principal tecido de condução de água e
solutos inorgânicos (seiva bruta) da plantas vasculares. Está envolvido
também na condução dos nutrientes inorgânicos, no armazenamento de
substâncias e na sustentação do corpo vegetal. O xilema pode ter origem
primária (procâmbio) ou secundária (câmbio vascular).
O floema é o principal tecido de condução de substâncias orgânicas
(seiva elaborada) das plantas vasculares. Assim como o xilema, pode ter
origem primária ou secundária, sendo estes floemas originados de forma
semelhante aos tecidos floemáticos.
Mas que tipos de células compõem esses vasos? Como eles se desen-
volvem? A presença e o padrão de distribuição desses elementos de va-
sos são semelhantes entre os grupos vegetais? Vejamos...

Plantas vasculares.
(Fonte: http://www.jornallivre.com.br).

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Tecidos vasculares Aula

TECIDOS CONDUTORES OU VASCULARES 5


Quanto maior é o corpo da planta e mais numerosas são as partes que
sobressaem da água ou do solo, maior é a necessidade de substituir a água
que evapora dos tecidos e de transportar rapidamente materiais de cons-
trução e consumo de um órgão a outro. No curso da filogenia apareceram
os tecidos vasculares formados por células muito especializadas que reú-
nem as seguintes características comuns:

- Forma geralmente alongada, na direção do transporte.


- Paredes terminais geralmente oblíquas para aumentar a superfície de
contato e facilitar a passagem de substâncias.
- Freqüentemente estão fusionadas, formando verdadeiros tubos condutores.
Estes tecidos especializados no transporte de seiva (bruta e elabora-
da) são o xilema e o floema. Esses tecidos constituem um sistema contí-
nuo ao longo de todas as partes da planta, o sistema vascular, que por sua
importância, fisiológica e filogenética, foi utilizado para denominar um
amplo grupo de plantas: as traqueófitas ou plantas vasculares que com-
preendem as pteridófitas.

Figura 1- Secção transversal de um feixe vascular do caule da aboboreira (Cucurbita


maxima). O floema ocorre em ambos os lados e foi instalado um câmbio vascular
entre o floema externo e o xilema. FONTE: Raven et al.(2001)

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Morfologia e Anatomia Vegetal

A expressão plantas vasculares foi utilizada pela primeira vez por


Jeffrey em 1917. Depois surgiu o termo traqueófitas, derivado de xilema
por ser um tecido firme e duradouro. Os elementos traqueais com pare-
des espessadas e duras se distinguem prontamente, se conservam nos
fósseis e são identificados com facilidade.

XILEMA

O xilema geralmente está associado com o floema, tecido condutor


de substâncias elaboradas na fotossíntese. Seu nome deriva do grego xylon,
que significa madeira. O termo lenho designa o xilema secundário. O
xilema é o tecido condutor de água e solutos desde a região de absorção a
de evaporação e possui fluxo interno unidirecional.

ORIGEM

O xilema do corpo primário da planta, também chamado xilema pri-


mário, se forma pela diferenciação contínua de novos elementos a partir
do procâmbio. Este se diferencia já no embrião, e se produz continua-
mente a partir dos meristemas apicais.
O xilema primário consta geralmente de uma parte que se diferencia
primeiro, nas partes primárias do corpo da planta que não completou seu
desenvolvimento, o protoxilema (do grego protos: antes), e o metaxilema
(do grego meta: depois), que amadurece logo que se completou o
espessamento do corpo primário.
Em muitas plantas, depois de produzido o crescimento primário, são
desenvolvidos tecidos secundários. O xilema secundário se desenvolve a
partir do câmbio vascular.

TIPOS DE CÉLULAS QUE COMPÕEM O XILEMA

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Tecidos vasculares Aula

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ELEMENTOS TRAQUEAIS

Os elementos traqueais apresentam paredes espessadas, conservam-


se nos fósseis, devido a sua lignificação, e distinguem-se facilmente no
corte transversal. São células mais ou menos espessadas, mortas, com
paredes secundárias lignificadas. Nos elementos do xilema primário, a
parede secundária se deposita sobre regiões limitadas. Nos elementos do
xilema secundário se deposita sobre quase toda a superfície da célula. Os
espessamentos dos elementos traqueais podem ser:
- Anelares - depositados como anéis de espessura variável. Estão firme-
mente unidos a parede primária, às vezes apenas por uma estreita banda.
- Helicoidais ou espirais - em forma de hélice, variando em espessura e
distância.
- Escalariformes - as bandas helicoidais se interconectam em certas áreas
determinando em corte uma estrutura similar a uma escada.
- Reticular - em forma de rede pelo aumento das interconexões.
- Quase total - parede só interrompida ao nível das pontuações

Figura 2 – Porções de elementos traqueais do primeiro xilema primário formado da


mamona (Ricinus comunis). (a) espessamentos anelares, à direita, e helicoidais, à esquerda;
(b) espessamento helicoidal e duplamente helicoidal. FONTE: RAVEN et al. 2001.

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Morfologia e Anatomia Vegetal

Os elementos celulares do xilema secundário têm pontuações sim-


ples e, ou areoladas. As pontuações simples ocorrem nas fibras libriformes
e nas células do parênquima axial e radial. As areoladas são encontradas
nos elementos de vaso, traqueídes e fibrotraqueídes.

TRAQUEÍDES

As traqueídes são células alongadas cujas extremidades são afiladas.


Ao chegar a sua diferenciação completa, o protoplasto morre. Suas pare-
des estão lignificadas, no entanto não são muito grossas. Como conseqü-
ência, o lúmen é relativamente grande. Cumprem ao mesmo tempo fun-
ções de condução e sustentação. Entre os elementos traqueais, as
traqueídes são as menos especializadas. São elementos imperfurados e a
seiva bruta circula atravessando a parede delgada das pontuações, cuja
membrana desapareceu na fase amorfa. O comprimento médio das
traqueídes é cerca de 5 mm e vai aumentando com a idade da planta ao
longo das traqueídes que formam o câmbio.
O lenho da maioria das Pteridophyta e de quase todas as
Gimnospermae é constituído exclusivamente por traqueídes.

CLASIFICAÇÃO DAS TRAQUEÍDES

De acordo com os espessamentos das paredes, as traqueídes podem ser:

- Aneladas e espiraladas. São encontradas nos feixes vasculares das fo-


lhas. São as primeiras a diferenciar-se em todos os órgãos, se estiram rapi-
damente durante o crescimento, são de pequeno calibre.
- Escalariformes. São encontradas tipicamente em Pteridophyta.
- Com pontuações areoladas circulares. São os elementos de condução
típicos de Gimnospermae. As pontuações são numerosas nos extremos, e
geralmente encontram-se apenas nas paredes radiais.
- Com pontuações escalariformes. São encontradas nas Eudicotiledôneas
que não possuem vasos: Winteraceae e Monimiaceae.

ELEMENTOS DE VASOS

Se diferenciam das traqueídes pela presença de perfurações ou áreas


sem parede primária nem secundária. Unem-se entre si formando grandes
tubos chamados vasos, onde a seiva circula livremente através das perfu-
rações. Os vasos podem ter comprimento variável: desde 0,6-4,5 m de
comprimento e em outros casos, podem ter a altura da árvore.
Os elementos de vasos comunicam-se lateralmente com outros va-
sos ou com outros componentes do xilema por meio de pontuações. Se

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Tecidos vasculares Aula

um vaso está em contato com elementos diversos, apresenta em cada


face pares de pontuações diferentes: com outros vasos, pontuações
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areoladas que também podem ser ornamentadas; com células
parenquimáticas, pontuações semiareoladas ou simples; com as fibras,
pontuações simples ou nenhuma.

PERFURAÇÕES

As perfurações encontram-se geralmente nos extremos, nas paredes


terminais. A parte da parede com perfurações constitui a placa de perfu-
ração, que pode ser:

- Escalariforme, com muitas perfurações alongadas dispostas em séries


paralelas. Estas placas podem ser muito estendidas.
- Reticulada, muitas perfurações dispostas em um retículo.
- Foraminada, perfurações mais o menos circulares, como em Ephedra
(Gimnospermae), Coprosma (Rubiaceae).
- Simples, uma única perfuração, às vezes tão grande como o diâmetro do
elemento.

GRUPOS DE PLANTAS QUE POSSUEM VASOS

Pteridophyta: Pteridium, Selaginella, Equisetum, raízes de algumas es-


pécies de Marsilea.
Gimnospermae: Gnetales.
Eudicotiledoneae exceto dez gêneros que pertencem às seguintes fa-
mílias: Amborellaceae, Clorantaceae, Monimiaceae, Tetracentraceae,
Trochodendraceae e Winteraceae.
Monocotiledoneae exceto hidrófitas, ou seja, famílias que possuem
somente espécies aquáticas: Lemnaceae, Potamogetonaceae,
Hydrocharitaceae

CÉLULAS PARENQUIMÁTICAS

Encontram-se no xilema primário e no secundário. Suas paredes são


secundárias lignificadas ou primárias. Quando secundárias, os pares de
pontuações podem ser simples ou semi-areolados com os elementos
traqueais, ou simples com outras células parenquimáticas.
Conservam o citoplasma vivo, e, portanto o núcleo. Possui um con-
teúdo variado incluindo amido e ceras, taninos, cristais entre outros. O
amido se acumula quando cessa o desenvolvimento estacional da planta

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Morfologia e Anatomia Vegetal

e só desaparece durante a atividade da seguinte estação. Em plantas her-


báceas e caules jovens podem ter cloroplastos.
O parênquima do xilema secundário pode ser axial (vertical) ou radi-
al (horizontal). O parênquima axial é originado pelas células iniciais
fusiformes do câmbio, junto com as fibras e os elementos traqueais. Po-
dem ser células fusiformes, alongadas, ou um cordão de células curtas
formado por divisões transversais. Pode faltar em algumas coníferas. O
parênquima radial é originado pelas células iniciais radiais do câmbio. Há
dois tipos de células pela sua disposição e forma: células procumbentes e
células verticais.

FIBRAS XILEMÁTICAS

Já foram vistas ao estudar esclerênquima: fibrotraqueídes, fibras


libriformes, fibras septadas e fibras mucilaginosas. Filogeneticamente se
originaram a partir das traqueídes.

Figura 3 – Tipos de célula do xilema secundário. (a) e (b) elementos de vaso largos,(c)
elementos de vaso estreitos,(d) traqueíde,(e) fibrotraqueíde,(f)fibra libriforme.

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Tecidos vasculares Aula

As fibras libriformes são ausentes em lenhos formados apenas por


traqueídes (Gimnospermae) ou por vasos semelhantes às traqueídes
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(Gnetales). No lenho de Angiospermae, que apresenta vasos, são muito
especializadas como elementos de sustentação. Podem ter também fun-
ções de armazenamento, e neste caso conservam o protoplasma vivo.

FLOEMA

O floema está intimamente associado ao xilema, formando o sistema


vascular da planta. É o tecido condutor encarregado do transporte de
nutrientes orgânicos, especialmente açucares, produzidos pela parte aé-
rea fotossintética e autótrofa, até as partes basais subterrâneas, no
fotossintéticas, heterótrofas das plantas vasculares.
O termo floema foi designado por Nageli em 1858; deriva do grego
“phloios” que significa cortiça.

ORIGEM

São reconhecidos dois tipos de floema: o primário e o secundário. O


floema primário, igual ao xilema primário, se origina a partir do procâmbio.
Diferencia-se em protofloema e metafloema. O primeiro amadurece nas
partes da planta que ainda estão crescendo em extensão, e seus elementos
crivados logo ficam inativos. O metafloema se diferencia mais tarde, com-
pleta sua maturação depois que o órgão terminou seu crescimento em
comprimento. Nas plantas que não possuem crescimento secundário, cons-
titui o floema funcional dos órgãos adultos.
O floema secundário, da mesma forma que o xilema secundário, se ori-
gina no câmbio, localizado na periferia do caule ou raiz. Possui um sistema
axial e um sistema radial, que se continua como o do xilema secundário
através do câmbio.

TIPOS DE CELULAS QUE COMPÕEM O FLOEMA

O floema, da mesma forma que o xilema, é um tecido complexo, hete-


rogêneo, formado por diferentes tipos de células: elementos de condução
(elementos crivados), elementos de sustentação (células esclerenquimáticas),
elementos parenquimáticos e elementos glandulares.

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Morfologia e Anatomia Vegetal

Figura 4 – Vista longitudinal do teixo (Taxu canadensis), mostrando células criva-


das, cordões de células parenquimáticas e fibras dispostas verticalmente. FONTE:
Raven et al.2001

ELEMENTOS CRIVADOS

São os elementos mais especializados. Caracterizam-se pelos seus


protoplastos modificados e suas conexões celulares especiais. Foram des-
cobertos por Hartig em 1837. Há dos tipos: células crivadas e elementos
de tubos crivados. Suas características comuns são:
- Parede celular

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Tecidos vasculares Aula

Celulósica e primária. Sua espessura é variável, algumas famílias pri-


mitivas de Angiospermas (Magnolia, Persea) apresentam paredes laterais
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com espessamentos nacarados. Estes espessamentos estão compostos por
muitas capas de microfibrilas de celulose densamente dispostas, e pectinas.
Em algumas espécies o espessamento é tão marcado que quase esconde o
lúmen. Aparentemente a função destas paredes seria a de facilitar o trans-
porte radial por apoplasto.

- Comunicações intercelulares

Os elementos crivados se comunicam entre si através de áreas cri-


vadas. São áreas deprimidas da parede providas de poros através dos
quais se conectam os protoplastos de elementos vizinhos por meio de
cordões citoplasmáticos. Diferenciam-se dos campos primários de pontu-
ações pelas seguintes características: 1) o tamanho dos poros, geralmente
muito maior que o dos plasmodesmos, podem ser observados com o mi-
croscópio óptico, e 2) a presença de um cilindro visível de calose, que
rodeia o cordão citoplasmático e pode aparecer também na superfície

- Longevidade

Na maioria das Eudicotiledôneas, os elementos crivados são funcio-


nais apenas durante uma estação vegetativa, às vezes apenas dias ou se-
manas, sendo substituídos por outros novos. Em algumas plantas lenhosas
podem durar vários anos. Nas palmeiras os elementos do metafloema duram
toda a vida da planta.

Células e Tubos crivados

CÉLULAS CRIVADAS

São encontradas em Pteridófitas e Gimnospermas. Comunicam-se


entre si através de áreas crivadas, que estão dispersas em toda a superfí-
cie da célula. Nas Pteridófitas as células crivadas são alongadas e
anucleadas, com áreas crivosas pobremente diferenciadas. Geralmente
possuem corpos protéicos limitados por uma membrana.
As células crivadas das Gimnospermas são elementos longos e delga-
dos, com extremos afilados. Em Sequoia as áreas crivadas encontram-se
sobre as paredes radiais.

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Morfologia e Anatomia Vegetal

ELEMENTOS DE TUBOS CRIVADOS

São encontrados em Angiospermas. São séries longitudinais de célu-


las chamadas “elementos de tubos crivados” conectadas entre si por meio
de placas crivadas simples ou compostas. Nas paredes laterais tem áreas
crivadas mais ou menos especializadas, geralmente difíceis de ver.
Cyathea gigantea e várias espécies de Equisetum constituem uma exce-
ção entre as pteridófitas, já que possuem tubos crivados com placas
crivosas.

DIFERENÇAS ENTRE CÉLULAS CRIVADAS E


ELEMENTOS DE TUBOS CRIVADOS

PARÊNQUIMA ASSOCIADO AO FLOEMA

CÉLULAS COMPANHEIRAS

São células parenquimáticas muito especializadas, associadas


ontogeneticamente com os elementos de tubos crivados no metafloema e
floema secundário de Angiospermas. Algumas estão diferenciadas como
células de transferência.
Possuem parede primária com campos primários de pontuações com
plasmodesmas ramificados. As conexões entre o elemento de tubo criva-
do e as células companheiras consistem de poros no lado do elemento de
tudo crivado e de plasmodesmos ramificados no lado da célula compa-

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Tecidos vasculares Aula

nheira. Durante a ontogenia, ocorre o deposito de calose no lado do ele-


mento crivoso, mas não do lado da célula companheira, onde permane-
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cem os campos primários de pontuações.
Seu protoplasto é o característico das células metabolicamente ati-
vas: com núcleo grande freqüentemente poliplóide, nucléolos grandes,
vacúolos pequenos. O retículo endoplasmático é bem desenvolvido, pos-
sui grandes mitocôndrias, dictiossomos e abundantes ribossomos. Podem
ter cloroplastos e leucoplastos, no entanto não formam amido. Assumem
as funções nucleares dos elementos crivados e morrem quando eles dei-
xam de ser funcionais. Cumprem a função de carga e descarga dos ele-
mentos crivados, transportando lateralmente os elementos fotossintéticos.

- Localização

Pode não haver células companheiras no protofloema de Angiospermas


(Esaú, 1977). Nas Gramineae há uma disposição muito regular de tubos
crivados e células companheiras. Foi comprovado que esta disposição
está correlacionada com tipos de feixes vasculares avançados, enquanto
que a disposição irregular ocorre em tipos mais primitivos de feixes.

- Ontogenia

Formam-se a partir da mesma célula meristemática que os elementos de


tubos crivados. Esta se divide longitudinalmente uma ou mais vezes, origi-
nando células de diferentes tamanhos. A célula maior se diferenciará em ele-
mento de tubo crivado, e célula restante formará as células companheiras.
Em resumo, um elemento de tubo crivado pode ter associado um número
variável de células companheiras, dispostas em séries longitudinais.

CÉLULAS PARÊNQUIMATICAS

Existem em quantidade variável, e são menos especializadas que as cé-


lulas companheiras ou as células albuminosas. No floema primário são
alongadas paralelamente aos tubos. No floema secundário apresentam-se no
sistema vertical e no horizontal. No vertical estão em duas formas básicas:
células fusiformes e fileiras de células. No horizontal constituem os raios do
floema, integrados por dois tipos de células: procumbentes, alongadas em
direção radial e eretas, geralmente marginais, alongadas no sentido vertical.

- Funções

Participam na carga e descarga dos elementos crivados transportan-


do açucares. Podem armazenr amido, ceras, taninos e cristais.

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Morfologia e Anatomia Vegetal

- Células intermediárias

São células parenquimáticas e células companheiras, no floema das


nervuras menores das folhas, que servem como conexão entre o tecido
fotossintético e o sistema de elementos crivados. Freqüentemente estão
diferenciadas em células de transferência nas Angiospermas.

Elementos esclerenquimáticos do Floema

- Fibras - No floema primário podem ser muito compridas e se dispõem


externamente. No floema secundário possuem distribuição variável, em
bandas ou dispersas, e são mais curtas. Depositam paredes secundárias, e
especialmente as do floema secundário, se lignificam. Também há fibras
septadas .
- Esclereídes - As esclereides do floema secundário aparecem geralmente
por esclerificação de células parenquimáticas. Podem apresentar-se sozi-
nhas ou estar combinadas com fibras.

COMPARAÇÃO COM OS ELEMENTOS


TRAQUEAIS DO XILEMA

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Tecidos vasculares Aula

CONCLUSÃO 5
O xilema e o floema são os tecidos vasculares formados por células
muito especializadas responsáveis pela condução de água e sais minerais
no corpo da planta. Ontogeneticamente podemos distinguir tanto para o
xilema como para o floema, sistema vascular primário (formado a partir
do procâmbio) e sistema vascular secundário, (formado a partir do câm-
bio). Quanto maior é o corpo da planta e mais numerosas são as partes
que sobressaem da água ou do solo, maior é a necessidade de substituir a
água que evapora e de transportar rapidamente materiais de construção e
consumo de um órgão a outro. O sistema vascular constitui um sistema
contínuo ao longo de todas as partes da planta, e pela sua importância
fisiológica e filogenética foi utilizado para denominar um amplo grupo de
plantas: as traqueófitas ou plantas vasculares que compreendem as
pteridófitas. Apesar da denominação, um grupo dentro das Gimnospermas
(Gnetales) também possui vasos. O fato das plantas apresentarem consti-
tuições diferentes, este aspecto irá subsidiar a formação de grupos botâ-
nicos que irão apresentar células condutoras mais primitivas em relação a
outros, como é o caso das traqueídes que são as menos especializadas
dentre os elementos traqueais. As traqueídes no lenho das Angiospermas,
que apresenta vasos, estão muito especializadas como elementos de sus-
tentação. Podem ter também funções de armazenamento, e neste caso
conservam o protoplasma vivo. Diferenças entre células crivadas e ele-
mentos de tubos crivados são verificadas e estas características podem
ajudar no reconhecimento de grupos.

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Morfologia e Anatomia Vegetal

RESUMO

Xilema e floema constituem um sistema contínuo ao longo de todas


as partes da planta, o sistema vascular, que por sua importância fisiológi-
ca e filogenética foi utilizado para denominar um amplo grupo de plantas:
as traqueófitas ou plantas vasculares. O xilema é o tecido responsável
pelo transporte de água e solutos à longa distância. Ontogeneticamente,
podemos distinguir tanto para o xilema como para o floema o sistema
vascular primário e o sistema vascular secundário. O xilema é composto
pelos elementos condutores ou traqueais (traqueídes e elementos de vaso),
células parenquimáticas e fibras, além de outros tipos celulares. Os ele-
mentos traqueais possuem a função de condução e sustentação e podem
possuir espessamentos variados. As fibras (fibrotraqueídes, fibras
libriformes, fibras septadas, fibras mucilaginosas) possuem as funções de
sustentação e armazenamento. As traqueídes são os elementos traqueais
menos especializados. O lenho da maioria das pteridófitas e de quase
todas as Gimnospermae está constituído exclusivamente por traqueídes.
Os elementos de vasos se comunicam lateralmente com outros vasos ou
com outros componentes do xilema por meio de pontuações. As células
parenquimáticas encontram-se no xilema primário e no secundário. O
floema está intimamente associado ao xilema, formando o sistema vascular
da planta. É o tecido condutor encarregado do transporte de nutrientes
orgânicos, especialmente açúcares, produzidos pela parte aérea
fotossintética e autótrofa, até as partes basais subterrâneas, não
fotossintéticas, heterótrofas das plantas vasculares. São reconhecidos dois
tipos de floema: o primário e o secundário. O floema é um tecido comple-
xo, constituído por células especializadas em condução (elementos criva-
dos), células parenquimáticas, células esclerenquimáticas, elementos glan-
dulares e idioblastos.

ATIVIDADES

1. Cite como estão organizados xilema e floema no caule e raiz de


Monocotiledôneas e Eudicotiledôneas, respectivamente.
2. Quem são as traqueófitas?
3. Fazer uma tabela com os tipos celulares dos xilemas primário e secun-
dário, sua origem e função
4. Como são organizadas as células do xilema primário e secundário?
5. O que pontoações simples e areoladas?
6. Características ou organizações nas pontoações podem ajudar na clas-
sificação de alguma família botânica?

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Tecidos vasculares Aula

PRÓXIMA AULA 5
Iremos estudar o primeiro órgão vegetativo da planta: A raiz

REFERÊNCIAS

APPEZZATO-DA-GLÓRIA, B.; CARMELO-GUERREIRO, S.M.


2006.Anatomia Vegetal. 2 ed. Viçosa: Editora UFV
MAUSETH, J.D. 1991. Botany. An Introduction to Plant Biology.
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ESAU, K.1977. Anatomy of Seeds Plants. 2 nd. Ed. John Wiley and
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RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. 2001. Biologia vege-
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