Artigo 8053

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O ARRANJO PRODUTIVO LOCAL DO SISAL NA BAHIA:

SUAS INTER-RELAÇÕES COM O TERRITÓRIO

Tatiana de Andrade Spinola


Doutoranda em Análise Regional – Programa de Pós-Graduação em
Desenvolvimento Regional e Urbano – PPDRU. [email protected]

Maria Gorete Borges Figueiredo


Mestranda em Análise Regional – Programa de Pós-Graduação em
Desenvolvimento Regional e Urbano – PPDRU. [email protected]

1 INTRODUÇÃO

Constitui objeto deste artigo abordar o processo de transformação que o semiárido


da Bahia vem sofrendo nas últimas décadas, pontuando a importância do Arranjo Produtivo
Local (APL) do Sisal da Bahia enquanto principal atividade agrícola da e suas inter-relações
com o território no qual está inserido. O território do sisal, objeto deste estudo, está localizado
na região do semiárido baiano, congregando municípios caracterizados por uma economia de
bases agrícolas, com a maioria da população estabelecida na zona rural e detentores de
indicadores sociais bastante fragilizados.
Os dados serão avaliados de forma comparativa, abrangendo informações
referentes ao Brasil, Bahia e ao território de identidade do sisal, onde está inserido o arranjo
produtivo local do sisal. Os territórios de identidade, integram o conceito da nova divisão
regional utilizada pelo Estado a partir de 2007. Essa regionalização foi “adaptada” a partir do
modelo dos “Territórios Rurais”, adotado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário
(MDA) e sua implantação segue uma diretriz do governo federal, objetivando uma maior
articulação no relacionamento entre o Estado e a Federação.
Ao se falar de território deve-se destacar que o seu conceito “é inseparável de
cultura e contém os elementos de conflitos de interesses entre classes e estamentos da
sociedade (...) o poder econômico gera o território...” (Pedrão 2009, p.27-28). Neste sentido
tem-se que uma divisão territorial deve levar em consideração as relações de poder praticadas
em todos os níveis da estrutura social. É resultado das relações sociais exercidas pelos
indivíduos, pelos grupos e pelas sociedades através de múltiplas formas de expressão, de
gestão, de domínio, de apropriação, de identidade, de pertencimento (Raffestin; 1993).
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Comparando-se os modelos de regionalização anteriormente adotados pelo Estado
da Bahia, em Regiões Administrativas ou Regiões Econômicas, percebe-se que os limite dos
territórios de identidade atuais são muito próximos dos limites adotados pelos modelos
predecessores. Em alguns territórios como nos casos de Irecê, Extremo Sul (que permanece
com o mesmo nome) e Velho Chico os limites são praticamente os mesmos. Em outros as
regiões foram apenas divididas, como no caso da região Oeste, que na nova regionalização
passa a ser Oeste Baiano e Médio Rio de Contas. Adicionalmente, alguns territórios levam o
nome do município “pólo”, ou seja, a região e sua identidade são denominadas em função do
papel de centralidade que de certos municípios no contexto regional. Assim pode-se
questionar até que ponto a nova regionalização tem como principio o critério de território e de
identidade aqui apresentado.
Apesar de controversa, a regionalização por territórios de identidade vem sendo
adotada em diversos trabalhos e sendo usada como elemento gerador de base de dados para o
estado. Diante disso, sua delimitação será adotada neste texto para a análise dos dados no que
se refere á distribuição espacial do arranjo produtivo do sisal e, com isso, facilitar a
comparação de dados em relação ao restante do Estado. O território de identidade do sisal
compreende 17 municípios do Nordeste Baiano: Monte Santo, Itiúba, Nordestina, Queimadas,
Quijingue, Tucano, Araci, Teofilândia, Biritinga, Ichú, Serrinha, Barrocas, Conceição do
Coité, Retirolândia, Valente, Santaluz e São Domingos.
O sisal trazido para o Brasil, cientificamente classificado como agave sisalana, é
uma planta originária do México e sua fibra após o beneficiamento apresenta usos diversos
desde a indústria de cordoaria e até como matéria-prima para a fabricação de celulose, e
insumo na indústria farmacêutica. A polpa da folha pode ser usada como forragem ou adubo
(BAHIA, 2007).
Apesar da relevância econômica e social para o semiárido nordestino, a
exploração do sisal ainda é realizada com baixo índice de modernização e capitalização,
apresenta altos custos e baixa produtividade. O cultivo do sisal é desenvolvido em pequenas
propriedades, a extração da fibra é feita de modo semi-artesanal, sem condições adequadas de
segurança. A atividade desenvolvida no âmbito familiar agrega também o trabalho de
crianças e adolescentes, em condições precárias e inadequadas (BRASIL, 2011)
A cultura de sisal foi introduzida na Bahia no início do século XX, mas a
produção ganha importância a partir da década de 1930 quando o governo do Estado
incentivou a cultura objetivando torná-la uma alternativa de desenvolvimento para a região
(Silva e Silva, 2001). O desenvolvimento de substitutos sintéticos para o sisal, como o
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polipropileno, ocasionou uma retração no mercado global da fibra. No entanto, o
desenvolvimento da consciência ecológica e a demanda de consumidores de países
desenvolvidos por produtos ecologicamente corretos a partir da última década do século XX,
impulsiona novamente o mercado. Na primeira década do século XXI, surgem novas
aplicações para as fibras naturais em substituição ás fibras sintéticas. (Passos, Dias e Cruz
2005)
De acordo com a RedeSist (2013) o apoio institucional aos APL no Estado da
Bahia iniciou-se em 2003, com a criação da (extinta) Rede de Apoio aos Arranjos Produtivos
Locais do Estado da Bahia (RedeAPL), sob coordenação da Secretaria de Ciência, Tecnologia
e Inovação (SECTI). A RedeAPL tinha entre seus objetivos identificar potencias
oportunidades para desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais, promover articulações
alavancar maior volume de recursos contribuindo para a implantação e consolidação dos
APLs baianos. Neste sentido foi firmada uma parceria entre a SECTI o Banco Interamericano
de Desenvolvimento (BID) e o SEBRAE, sendo instituído o Programa de Fortalecimento da
Atividade Empresarial (Projeto PROGREDIR). Em 2007, a Secretaria da Indústria, Comércio
e Mineração do Estado da Bahia (SICM) passou a ser a instituição coordenadora das políticas
de fomento aos Arranjos Produtivos Locais e instituiu-se o Núcleo Estadual de Apoio ao
Desenvolvimento dos Arranjos Produtivos Locais da Bahia (NEAPLs/BA), novo responsável
pela formulação, coordenação, articulação e suporte à execução das políticas do Estado
voltadas ao apoio dos APLs.
O arranjo do sisal tem um grande potencial econômico e social para o Estado
da Bahia no sentido de promover oportunidades de geração de emprego e renda por meio de
uma cadeia de serviços que absorve desde a mão de obra familiar na manutenção das
lavouras, extração, processamento e beneficiamento da fibra expandindo-se para atividades
industrialização de produtos derivados. Neste aspecto, considerando-se as restrições
climáticas, a cultura sisaleira se apresenta como uma das melhores e principais alternativas de
desenvolvimento para o semiárido baiano. A cultura do sisal é em algumas áreas do semiárido
baiano a única possibilidade agrícola viável e o estudo de sua cadeia, particularmente no que
se refere a produtividade, permitirá a agregação de valor ao produto contribuindo para o
desenvolvimento desta região.
O arranjo produtivo do sisal, por sua vez, está inserido em um território, com
características não apenas climáticas como também de composição social e econômica
próprios. A análise da atividade produtiva, deste modo, deve perpassar pelas suas relações
com o espaço que ocupa e modifica, e com os agentes que a compõem. Assim, diante da sua
3
importância para o semiárido vamos abordar neste trabalho aspectos relativos ao arranjo
produtivo local do sisal e suas inter-relações com o território, com o objetivo de avaliar o
desempenho da atividade, possibilitando comparações e permitindo proposições de melhorias.

2 Arranjos produtivos locais


Conceitualmente, há várias definições para o termo APL - Arranjo Produtivo
Local. As vantagens geradas pelas externalidades resultantes das aglomerações produtivas
são citadas em vários trabalhos e abordagens sobre o tema. As origens do termo Arranjo
Produtivo remontam ao final do século XIX (Casaroto e Amato Neto, 2007) quando Alfred
Marshal em seus estudos sobre os distritos industriais ingleses de Sheffield e Lancashire já
destacava a importância das economias externas de escala promovidas pela aglomeração
espacial de firmas. Para Marshall (1982) o surgimento de indústrias subsidiárias em torno de
uma indústria-chave proporcionaria externalidades promovidas pela aglomeração,
especializando-se, uma a uma, parte do processo de produção, favorecendo o aparecimento de
fornecedores e trabalhadores especializados. Além disso, a aglomeração favoreceria o
acumulo e difusão de conhecimento e informação entre as empresas do distrito, devido à
proximidade dos agentes.
Myrdal (1960) e Hirschman (1961) também destacaram as sinergias entre a
localização industrial e o crescimento econômico, a partir da ação de economias externas nas
relações interindustriais e inter-regionais. Krugman (1991), por sua vez, numa abordagem que
reúne os modelos da nova teoria do crescimento e comércio internacional, também chamada
de Nova Geografia Econômica, baseando-se nas contribuições pioneiras de Marshall, defende
que as aglomerações produtivas são resultado da causação cumulativa induzida pela presença
de economias externas locais.
Do ponto de vista de Porter (1986) destacam-se as economias externas
geograficamente restritas e representadas pelas concentrações de habilidade e especialização,
instituições rivais, existência de atividades correlacionadas e de consumidores sofisticados.
As estratégias locacionais são então parte das estratégias gerais definidas para os negócios. As
forças de mercado determinam o desempenho dos produtores aglomerados.
Destaca-se também, nas referencias sobre o tema, as vantagens advindas da
geração de conhecimento proveniente da proximidade entre empresas e entre estas e centros
de pesquisa. Autores como Nelson e Winter (1985), descreveram os Sistemas Nacionais de
Inovação e Cassiolato e Lastres (2001) os sistemas de inovação regionais e locais destacando
a importância dos processos de aprendizado interativo. A proximidade entre as empresas e
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universidades, centros de pesquisa, instituições de ensino e de prestação de serviços aos
produtores geram vantagens competitivas para conjunto dos produtores aglomerados.
O papel central das firmas líderes na dinamização dos mecanismos de relações
econômicas em dados territórios é abordado nas contribuições de Perroux (1995). Os estudos
sobre os distritos industriais se desenvolvem destacando a importância das pequenas e médias
empresas, inspirados em especial na experiência da Itália. Nessa abordagem, evidenciaram-se
também os trabalhos de Scott (1998), que reconhece a importância da coordenação extra-
mercado e das políticas públicas, como elementos essenciais na construção de vantagens
competitivas localizadas.
Ao se trabalhar com o conceito de arranjo produtivo local há que se fazer, no
entanto, algumas considerações conceituais. Clusters e arranjos produtivos locais são dois
conceitos muito próximos como pode ser observado pela comparação da definição de clusters
proposta por Porter (1999) e a definição de APLs propostas pela RedeSist (2013):

“Clusters são grupos de empresas interconectadas e instituições associadas em um


ramo específico, aproximados geograficamente, ligados pelas similaridades e
complementaridades... Os cluster podem ter várias formas dependendo de sua
profundidade e sofisticação, mas a maioria inclui empresas de produtos finais, ou
serviços; fornecedores de insumos especializados, componentes, maquinário e
serviços; instituições financeiras; e empresas de indústrias relacionadas.”(PORTER;
1999)

“APLs são aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos, e sociais –


com foco em um conjunto específico de atividades econômicas – que apresentam
vínculos mesmo que incipientes, geralmente envolvem a participação e a interação
de empresas – que podem ser desde produtoras de bens e serviços finais até
fornecedoras de insumos e equipamentos, prestadoras de consultorias e serviços,
comercializadores, clientes, entre outros.”(REDESIST; 2013)

Todavia, a abordagem dos APLs costuma envolver atividades tradicionais e apresentar


um maior envolvimento de outros setores, além do produtivo, com grande importância para as
contribuições da sociedade civil e do governo.
É importante citar também que segundo Erber (2008) a formação dos clusters
acontece normalmente de forma espontânea, ou seja, algumas empresas decidem se instalar na
região por motivos próprios, e depois disso é que começa a ser criado o sentimento de
coletividade. Mas apesar dos estágios iniciais do cluster serem totalmente espontâneos e
individuais, com o passar do tempo é fundamental que exista um direcionador deste grupo.
Já no caso dos APLs, a presença do governo e de entidades de apoio do terceiro
setor é fundamental neste momento inicial. Estes entes assumem uma função catalítica,

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facilitando aos pequenos empresários e cooperativas o conhecimento gerencial e tecnológico
necessário para que o APL consiga otimizar seu desenvolvimento.
No caso da Bahia, a base do conceito originalmente utilizado pela RedeAPL
fundamentava-se na definição adotada pela RedeSist, porém, com algumas diferenças. Ao
contrário da RedeSist que define um APL como aglomerações territoriais de agentes
econômicos, políticos e sociais, que apresentam vínculos mesmo que incipientes (Cassiolato e
Lastres, 2001) a RedeAPL, por sua vez, considerava também que os atores do aglomerado
deveriam atuar em regime de estreita cooperação.
Na teoria, estas aglomerações estimulam processos interativos de aprendizado em
nível local, viabilizando o aumento da eficiência produtiva, melhoria de processos, redução de
custos e aumento da produtividade, criando um ambiente propício à elevação da
competitividade dos agentes atuantes na região. Além disso, as interações entre empresas e
destas com o arcabouço institucional presente nas aglomerações costumam ter impactos
significativos em termos das capacitações dos gestores das empresas e da mão-de-obra de
forma geral, contribuindo para dinamização desses espaços econômicos. (Santos, Diniz e
Barbosa; 2004). Suzigan (2006, p. 12) afirma que “a proximidade geográfica facilita a
transmissão de novos conhecimentos caracterizados como complexos, tácitos e específicos
para determinados sistemas de produção e inovação”.
De maneira geral é possível perceber que as empresas que se agrupam formando
clusters e APLs conseguem atingir níveis de eficiência, que não conseguiriam caso
permanecessem atuando isoladamente (Erber, 2008). A aglomeração de empresas é um
elemento positivo, permitindo vantagens de escala, de difusão de conhecimento, de oferta de
mão de obra como também infraestrutura e serviços.
Deste modo em função da imprecisão conceitual para denominar as formas de
aglomeração de atividades produtivas será utilizado neste trabalho o conceito de Arranjo
Produtivo Local da RedeSist.

3. O território do sisal

Compreende-se como o Território do Sisal, de acordo com o Conselho de


Desenvolvimento Rural Sustentável da Região Sisaleira (CODES – Sisal), à região composta
por 20 municípios do Nordeste Baiano: Monte Santo, Itiúba, Cansanção, Nordestina,
Queimadas, Quijingue, Tucano, Araci, Teofilândia, Biritinga, Ichú, Lamarão, Serrinha,
Barrocas, Candeal, Conceição do Coité, Retirolândia, Valente, Santaluz e São Domingos. O
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território de identidade do sisal, (de acordo com o novo sistema de regionalização adotado
pelo Estado da Bahia em 2007), por sua vez, compreende quase os mesmos municípios
definidos anteriormente, exceto Cansanção, Lamarão e Candeal. Para efeito de análise de
dados neste trabalho será utilizado a delimitação referente aos territórios de identidade.
O Território de identidade Sisal está situado no semiárido baiano, abrangendo
dezessete municípios: Araci, Barrocas, Biritinga, Conceição do Coité, Ichu, Itiúba, Monte
Santo, Queimadas, Retirolândia, São Domingos, Quijingue, Nordestina, Santaluz, Serrinha,
Teofilândia, Tucano e Valente. No total, o Território do Sisal possui uma extensão territorial
de 18.414 km² ou seja 3,3% da área total do Estado da Bahia, que é de 564.692 km². Dos 17
municípios, oito possuem área superior a 1.000 km², seis municípios estão entre 300 km² a
1.000 km², e três possuem área menor a 300 km², ou seja, o território é caracterizado por
municípios geograficamente grandes.
Apesar da extensão territorial, muitos municípios que compõem o território
possuem população abaixo dos 10.000 habitantes e apenas Araci, Conceição do Coité, Monte
Santo, Serrinha e Tucano possuíam mais de 50.000 habitantes Com uma população total de
614.009 habitantes em 2010, o território representa 4,4% da população do Estado.
O IDH dos municípios varia de 0,50 a 0,64, sendo o município de São Domingos
o que apresenta o melhor indicador, seguido de Valente, Serrinha e Retirolândia. Os
municípios com pior IDH são, na ordem: Monte Santo, Araci e Biritinga. Todos os
municípios apresentaram evolução deste indicador nos últimos 20 anos, passando da faixa
média de 0.20 para os valores atuais. Apesar do crescimento, no entanto, este indicador fica
abaixo da média para o Estado no período (0,660), indicando a situação desfavorável e de
fragilidade social dos municípios da região.
Estes dados se refletem em outros indicadores. Ao se avaliar a escolaridade da
população com mais de 10 anos do território, observa-se que 71% declararam não possuir
instrução ou ter apenas o ensino fundamental incompleto enquanto que no Estado da Bahia
este indicador correspondia a 59% segundo os dados do censo de 2010. Apenas 16,3% da
população declarou ter ensino médio completo, superior incompleto ou superior no território,
contra um total de 26% relativo á media do estado no mesmo censo (tabela 1). Comparando-
se estes dados com os indicadores referentes ao total do estado observa-se que o território está
aquém da média estadual no quesito educação.

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Tabela 1 - Território de identidade do sisal - Escolaridade da população
residente com mais de 10 anos - 2010
Grau de escolaridade Pessoas %
Sem instrução e fundamental incompleto 314314 71,8
Fundamental completo e médio incompleto 51785 11,8
Médio completo e superior incompleto 63577 14,5
Superior completo 7990 1,8
Não determinado 1594 0,4
Total 437666 100
Fonte: Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010

O grau de escolaridade, por sua vez, reflete-se nas questões relacionadas à renda,
tipo de ocupação e qualificação do trabalhador. Para avaliar estas questões no que se refere
ao território de identidade do sisal e aos municípios que compõem o APL vamos utilizar
dados provenientes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados- CAGED
inicialmente consolidados em informações anuais, que permitirão avaliar o saldo de
empregos a cada ano da série, permitindo identificar períodos com aumento do contingente
de trabalhadores com carteira assinada. Neste quesito observa-se que o saldo de empregos
gerado pelo território no período é pouco representativo em relação ao total gerado pelo
Estado. O território teve uma participação relativa significativa apenas nos anos em que o
saldo de empregos em termos absolutos no Estado diminuiu (2001 e 2003). Na média o
território do sisal foi responsável, na década, apenas pela geração de 2,6% do saldo de
empregos formais do Estado.
A faixa etária com resultados mais significativos em termos de geração de
empregos formais no território é a de 18 a 24 anos, seguida pela de 25 a 29 e 30 a 39. Após
os 40 anos observam-se saldos negativos, indicando um número maior de demissões que
admissões. Este perfil, no entanto, acompanha o comportamento do saldo de empregos
gerados para o estado como um todo (tabela 2).

Tabela 2 - Evolução do saldo de empregos celetistas, segundo a faixa etária território do sisal e Bahia
2000-2010
Faixa Etária 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
18 a 24 438 666 595 996 1.023 754 550 229 610 742 951
25 a 29 142 371 299 690 375 314 9 10 117 173 267
30 a 39 153 272 169 653 464 328 -88 -130 207 225 90
40 a 49 -2 16 40 180 211 172 -62 -52 -20 12 -64
50 a 64 -16 4 17 15 38 85 -49 -30 -16 -65 -20
8
65 e mais -4 -8 -8 -6 -11 -3 -13 -4 -3 -5 -5
Total 711 1.321 1.112 2.528 2.100 1.650 347 23 895 1.082 1.219
Bahia 28.760 11.719 34.925 24.395 50.029 61.488 22.750 55.984 38.124 71.176 91.402
Fonte: TEM-CAGED, 2001-2010

Utilizando-se dados do Censo Demográfico de 2000 e 2010, observa-se que a


evolução da taxa de desemprego na década no território de identidade do sisal sofreu uma
significativa redução. Comparando-se o comportamento com o restante do estado este dado
assume uma característica mais relevante, pois sua redução é superior á que ocorreu no Estado
(tabela 3).

Tabela 3 - Taxa de desemprego - Território de Identidade, Bahia -


2000/2010
Taxa de desemprego 2000 2010
Território do Sisal 20,6 7,2
Bahia 18,4 10,9
Brasil 15,3 7,6
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - Censo
Demográfico, 2000/2010.

Analisando-se a taxa de desemprego por faixa etária, observa-se uma redução da


mesma em todas as faixas entre 2000 e 2010. Esta redução, no entanto, não deve ser entendida
como um aumento do contingente de ocupados em todas as faixas. Cruzando-se esses
resultados com a tabela 2 - saldo de empregos por faixa etária, observa-se que o saldo nas
faixas etárias acima de 40 anos é negativo, ou seja, houve mais demissão que admissão no
período. Deste modo, a redução da taxa de desemprego para estas faixas provavelmente
expressa a desistência em continuar buscando emprego ou a migração dos ocupados para
atividades informais.

Tabela 4 - Taxa de desemprego, segundo faixa etária - Território de Identidade, Bahia -


2000/2010
Território De 10 a De 20 a De 30 a De 40 a De 50 a 65 anos
de 19 anos 29 anos 39 anos 49 anos 59 anos ou mais
Identidade 2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010
Sisal 34,8 8,5 32,3 13,4 24,9 13,7 18,8 11,2 7,3 1,6 0,0 0,0
Bahia 32,6 19,2 29,4 24,0 22,0 19,8 17,5 15,5 7,4 4,4 2,1 1,0
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - Censo Demográfico, 2000-2010.

Analisando-se a ocupação no território observa-se que no período 2000-2010


(tabela 5) há o aumento da ocupação com carteira assinada que passa de 11,2% para 20,5%.
9
Porém, numa tendência contrária ao comportamento do estado, há um aumento da ocupação
sem carteira (de 37% para 42,1%) e do trabalhador por conta própria (23,25 para 28,1%),
permitindo a suposição de que parte dos trabalhadores formais dispensados nas faixas etárias
superiores a 30 anos (tabela 2) migrou para ocupações precarizadas ou informais.
Ao se analisar o rendimento dos ocupados no território do sisal, por faixa de
salários mínimos, observa-se entre os anos de 2000 e 2010 um aumento significativo dos
ocupados que auferiram renda nas faixas de até 1 salário (passou de 38,6% em 2000 para
69,8% em 2010), e redução nas demais faixas (tabela 6). Destaca-se, no entanto, uma forte
redução nos que se declaravam sem rendimentos que passou de 27,1% em 2000 para 5,5% em
2010. Este movimento reflete o resultado das políticas de renda mínima do Governo Federal,
em que um grande contingente de pessoas que não possuíam rendimentos, passa a ocupar as
faixas de até um salário mínimo. Ressalte-se, porém, que mesmo havendo melhoria de renda
da população o território apresenta quase 70% da sua população sobrevivendo com até um
salário mínimo, percentual superior á media do estado para esta faixa (53,7%).

Tabela 5 - Distribuição percentual, segundo a posição na ocupação - Território de Identidade,


Bahia - 2000/2010
Sem Conta- Não
Território de Com Carteira Carteira Empregador Própria Remunerado Outros
Identidade
2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010
Sisal 11,2 20,5 37,0 42,1 1,1 1,2 23,2 28,1 9,5 4,2 18,0 4,0
Bahia 25,5 36,0 34,6 30,3 2,1 1,5 25,0 25,0 5,8 2,7 7,0 4,6
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - Censo Demográfico, 2000/2010.

Tabela 6 - Distribuição percentual dos ocupados, segundo a faixa salarial em salários mínimos –
Território de Identidade, Bahia - 2000/2010.
Mais de 1
Até 1 a2 Mais de 2 a Mais 3 a 5 Mais de 5 a Mais de 10 a Mais de Sem
Ocupados salário salários 3 salários salários 10 salários 20 salários 20 salários rend.
2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010
Sisal 38,6 69,8 19,0 18,1 6,0 3,3 5,2 2,2 3,1 0,9 0,7 0,2 0,2 0,0 27.1 5,5
Bahia 34,8 53,7 19,6 25,6 6,6 6,8 6,2 5,2 4,6 3,8 1,9 1,4 1,0 0,7 25,3 2,9
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - Censo Demográfico, 2000/2010.

4. O arranjo produtivo do sisal

O sisal (Agave Sisalana) foi introduzido na Bahia, no município de Santa Luz, no


início do século XX, por volta de 1910, tendo se adaptado bem ás condições edafoclimáticas
da região semiárida. A espécie mais comum no semiárido da Bahia é a Sisalana que gera por
10
ciclo produtivo cerca de 150 a 200 folhas, leva três anos para a planta nova atingir o tamanho
de poda. Após o período de inicio de poda esse processo ocorre sempre que a folha atinge um
tamanho adequado ao corte, sendo que a planta tem uma vida útil em média de 10 anos. E
todo esse processo é suscetível a problemas agrícolas como foi o caso de praga do sisal, um
fungo que matava a planta do sisal pela base (miolo) e contaminava outras plantas impedindo
seu crescimento e consequente corte - isso ocorreu no inicio dos anos 2000.
Foi a presença desse fungo no Território do Sisal na Bahia que fez com que a
EMBRAPA– Ba (Conceição do Coité) desenvolvesse uma planta hibrida que além de
resistente, consegue produzir até 600 folhas. Essa espécie híbrida hoje está fortemente
difundida e presente em todo o território do sisal e apresenta também, mais resistência à seca,
permitindo colheitas praticamente durante todo o ano, aumentando a produtividade da
matéria-prima local.
A produção de fibra de sisal se dá a partir da extração das folhas ou palmas da
planta de sisal. Após o corte das folhas é feito o desfibramento das mesmas de forma manual
passando folha a folha num equipamento rudimentar, comumente chamado “motor”. A perda
neste processo é de 5% em média do peso da folha para a fibra.
Após o desfibramento as fibras passam por uma primeira lavagem para eliminar o
suco clorofílico e a mucilagem péctica da polpa. Em seguida a fibra é levada para os “varais”,
geralmente feitos de arame, no próprio campo de plantio, para secagem e posterior venda
desse produto para as Batedeiras – empresas de beneficiamento da fibra que revendem para
indústria têxtil ou exportadores, ambos localizados em território baiano.
O batimento ou escovamento é a limpeza da fibra seca e é realizado por empresas
intermediárias, também conhecidas como “batedeiras”, que possuem máquinas com um
cilindro de metal central que é acionado em alta rotatividade o que permite abrir a fibra seca
quando colocada no orifício de penteamento. Nessa fase há uma perda de aproximadamente
1% do peso do produto, devido a limpeza (BAHIA; 2007).
Os pequenos produtores geralmente não realizam a operação de batimento, feita
pelos intermediários e, após o desfibramento, eles comercializam a fibra na forma bruta e é
nesse estágio onde se dá o maior ganho sobre a fibra. Outros, no entanto, utilizam as
batedeiras comunitárias, existentes em algumas associações de produtores de sisal local a
exemplo das batedeiras da APAEB.
O proprietário da terra onde é feita a plantação do sisal geralmente arrenda para o
plantio e fica com o percentual de até 40% do valor recebido pela venda da fibra seca (ainda
não batida), ficando para o dono do equipamento de desfibramento (motor) 60% do valor da
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venda. Esse arrendamento pode ser visto também como a utilização da figura de
intermediários (pode ser o “dono do motor”) que se responsabilizam pela contratação dos
trabalhadores. Com isto o proprietário busca evitar os compromissos trabalhistas, barateando
o custo da mão de obra. (BAHIA; 2007).
O território do sisal representa 95% da produção de fibra de sisal no Brasil,
tornando o Estado da Bahia o maior produtor (2010). Esta atividade é fortemente
impulsionada pela demanda externa por sisal e manufaturados, já que em torno de 85% da
produção interna é destina à exportação.

FIGURA 01 Fluxo de produção do sisal

Fonte: Elaboração própria

Neste processo deve-se abordar a importância da estrutura de governança para o


funcionamento do APL e dos organismos de articulação cabendo destaque para a Associação
dos Pequenos Agricultores do Estado da Bahia (APAEB). Criada na década de 1980, em
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função da preocupação de um grupo de pequenos agricultores com a ação dos atravessadores
na comercialização de seus produtos, inicialmente o movimento resultou na criação da
APAEB, hoje com cinco unidades na região sisaleira, instaladas nos municípios de Valente,
Serrinha, Feira de Santana, Araci e Ichu. Destas, apenas a APAEB-Valente continua atuando
fortemente com os agricultores hoje com nova denominação – Associação de
Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira. Destaca-se também a criação
em 2002 do CODES Sisal (Conselho Regional de Desenvolvimento Rural Sustentável da
Região Sisaleira), criado a partir da demanda da sociedade com o objetivo de discutir as
políticas públicas com os gestores locais.
As ações adotadas e desenvolvidas pela APAEB tinham como ponto focal garantir
a permanência da família sertaneja no território do sisal através da transformação da
exploração excludente da lavoura do sisal em uma prática agrícola com base na
sustentabilidade socioambiental.
Por ser essa atividade a principal alternativa econômica da região do semiárido, a
inovação tecnológica da cadeia produtiva e a busca de qualificação do capital humano são
demandas que surgem e ratificam a necessidade de políticas públicas que atendam ás
especificidades regionais emergentes do semiárido. A estrutura produtiva do APL do sisal
caracteriza-se por apresentar baixa remuneração para os trabalhadores; tecnologia rudimentar
(cultivo/colheita/desfibramento); predominância de mão de obra familiar; contratos verbais,
precariedade das condições de trabalho, segurança, saúde e saneamento básico aliada à
fragilidade de organização dos trabalhadores e ao descompasso entre as ações governamentais
e as demandas sociais existentes
Para algumas funções no setor de produção, como: alimentadores, embaladores,
balanceiros, transportadores de fardos etc., os níveis de qualificação são baixos, não se
exigem habilidades e conhecimentos anteriormente comprovados. Esta característica da
atividade produtiva do APL se relaciona e com a informação de que mais de 70% da
população do território de mais de 10 anos não possuía o nível fundamental completo em
2010. Em paralelo, essas funções são as que possuem as mais baixas remunerações em
relação às outras categorias profissionais, contribuindo assim para acentuar o quadro de
rotatividade desta atividade econômica e a baixa faixa de rendimentos da maioria da
população do território.
No que tange as condições de segurança do trabalhador, a atividade registra um
grande número de acidentes com mutilação de membros superiores no trabalho com o
desfibramento/descorticamento de folha do sisal realizada na máquina denominada
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"paraibana". Do mesmo modo, a presença de crianças no auxilio ás famílias na execução das
suas atividades é uma realidade. Algumas ações têm sido tomadas por órgãos e instituições e
sindicatos no levantamento dos riscos ocupacionais decorrentes do cultivo e beneficiamento
do sisal, tendo como fato mais preocupante os acidentes com mutilações. Representantes dos
sindicatos no âmbito da Comissão Interinstitucional de Prevenção e Erradicação do Trabalho
Infantil na Região Sisaleira - COMPETI tem realizado inspeção nos campos de sisal e nas
batedeiras (unidades de beneficiamento da fibra) em alguns municípios, com participação de
profissionais da área se saúde, movimentos comunitários e sindicalistas rurais.

5. Conclusão

A seca é resultante de períodos intensos e constantes de estiagem com tempo


prolongado que transforma a convivência no semiárido e suas relações sócio produtivas. O
sisal se mostrou uma cultura adaptada ao território promovendo oportunidades, sendo
considerada como cultura símbolo de resistência à seca.
A eficiência produtiva de determinadas localidades é parte do processo de
desenvolvimento a partir das APL’s, e desperta a compreensão e o entendimento do fenômeno
da concentração de algumas atividades econômicas em uma certa região, e os benefícios que
decorrem dessa modificação da estrutura física e econômica da mesma. No APL do sisal
percebe-se a influência do conceito de aglomeração na presença de algumas iniciativas dos
atores locais buscando adquirir conhecimento, gerando inovações tecnológicas e formas
diversas do uso do sisal na região de Serrinha, Valente, Conceição do Coité até Santaluz.
Essas nossas formas de uso se deram através de diversificação de produtos como carpetes,
artesanatos e outros que foram destinados ao mercado externo. Estas iniciativas propiciaram
crescimento local e regional, mas não o desenvolvimento.
Deste modo, analisando-se do ponto de vista da definição apresentada para arranjo
produtivo local neste trabalho, tem–se que, no caso do território do sisal, a estrutura existente
para a atividade não se reverteu em melhorias dos indicadores sociais apresentados. Embora
tenham ocorrido iniciativas pontuais fruto das vantagens da aglomeração e a criação de
associações para reunir os pequenos produtores de fibra de sisal devido ao baixo valor pago e
aos altos ganhos absorvidos pelos atravessadores, não há significativas modificações na
realidade de mercado e na cadeia produtiva do sisal na última década.
A ausência de políticas públicas adequadas e comprometidas no enfrentamento
das condições adversas da região como: escassez de água, baixa escolaridade, aridez no clima,

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falta de infraestrutura seja social ou física e a renda insuficiente agrava o pleno
desenvolvimento da cadeia produtiva do sisal. Esta ausência, por sua vez, permite o
surgimento de ONGs – Organizações Não Governamentais objetivando preencher, de algum
modo, o espaço não ocupado pelo estado no que diz respeito ao atendimento das demandas
sociais emergentes, fazendo então aliança com os movimentos populares da região.
O semiárido precisa de uma política regional construída a partir da sua realidade
atual, que traduza as necessidades reais locais e reflita os interesses da região. Compreender a
realidade contemporânea, transformada pela ampliação do mercado e das relações a partir do
advento da globalização, e identificar os obstáculos que se apresentam na relação produtiva da
cadeia do sisal, assim como ações estratégicas que possam ser respostas para os entraves que
hoje se apresentam é essencial para o planejamento do desenvolvimento regional do
semiárido baiano, e desse modo assegurar a sobrevivência da cultura sisaleira no Estado.
A realidade social deve ser não só percebida, mas levada em conta, pois só a partir
delas é que politicas públicas efetivas serão construídas, pois o desenvolvimento da produção
acontece mediante transformações e mudanças na forma de ocupação do espaço e nas suas
condições próprias de funcionamento, hoje abertas a um mercado globalizado. As
experiências vividas nos últimos anos devem ser objeto de análise e instrumento de
elaboração para novas estratégias assim como favorecer uma interface efetiva entre a vivência
das organizações sociais e as políticas públicas aplicadas expressas nos programas e/ou
projetos do governo para que se obtenha efetividade na continuidade da cadeia produtiva do
sisal no semiárido baiano.
Deste modo, conclui-se afirmando que é fundamental analisar a questão do
emprego, da ocupação e renda do trabalhador, correlacionando-os com a qualidade de vida,
sendo esta uma forma concreta, numa sociedade de troca como a nossa, de inserção social.
Sob este enfoque, tem-se que, em função dos dados apresentados, e apesar de alguns avanços
no que concerne a inovações e diversificação de produtos, o arranjo produtivo do sisal não
evoluiu dentro do conceito de aglomeração produtiva e não contribuiu significativamente para
a melhoria dos indicadores sociais referentes ao território no qual está inserido.

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