O Culto Da Igreja em Missão
O Culto Da Igreja em Missão
O Culto Da Igreja em Missão
O Culto na Igreja em
Missão
Coordenação editorial
Adipe Miguel Júnior
Sylvia Regina de Mattos Miguel
Revisão
Wilson André M. Coutinho Jr.
www. editoracedro. com.br Capa
Produzido pela
Tathiana Alves
QuU
c Inocêncio Editoração
sob licença Associada à CBL
Introdução................................................................................ 7
Conclusão .............................................................................. 25
Notas ..................................................................................... 39
APRESENTAÇÃO
O Colégio Episcopal publicou os “Rituais da Igreja
Metodista”. Quando decidiu lançar a sua 2a edição, aprovou
também a publicação da pastoral “O Culto na Igreja em
Missão” e do “Calendário Litúrgico”, que é o calendário
cristão como assumido pelo povo chamado metodista. Na
presente Pastoral, publicamos esses dois documentos, em cuja
elaboração o Colégio Episcopal contou com a asses- soria de
muitos irmãos e irmãs. Destacamos o Rev. Dr. Rui de Souza
losgrilberg, Rev. Prof. Luiz Carlos Ramos, Rev. Ronan
Boechat Amorim, Rev. Dr. Messias Valverde, Rev. Luciano
losé de Lima e Revda. Suely Xavier dos Santos. O Colégio
Episcopal registra aqui o reconhecimento pelo trabalho que
esses irmãos e irmã realizaram.
É com alegria e gratidão a Deus que encaminhamos esta
publicação à Igreja, esperançosos de que ela ajude a vida e o
ministério de vocês, como tem ajudado o nosso. Que o Senhor
presida a utilização desta Carta e deste Calendário e aja sobre
nós no culto que a Ele prestamos como Igreja em Missão.
Fraternalmente, em Cristo,
Bispo João Alves de O. Filho - Presidente do Colégio Episcopal
Bispo João Carlos Lopes - Vice-Presidente do Colégio Episcopal
Bispo Josué Adam Lazier - Secretário do Colégio Episcopal
Bispo Adolfo Evaristo de Souza
Bispo Adriel de Souza Maia
Bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa
Bispa Marisa de Freitas Coutinho
Bispo Paulo Tarso de Oliveira Lockmann
São Paulo, 07 de fevereiro de 2006.
Pastorais
INTRODUÇÃO
O que nos move para o culto, no culto e na
missão
O culto é a fonte e o ápice da missão. Como Igreja, entra-
mos no culto para adorar e saímos para servir. Não há Igreja
se não houver adoração e serviço. A importância do culto na
vida da Igreja é inquestionável ao nos darmos conta de que
passa por ele tudo de importante que, de uma forma ou de
outra, o povo de Deus faz.
O culto tem um caráter tão amplo quanto a própria vida da
comunidade de fé. Sua expressão está longe de ser simplista.
No culto, a Igreja adora a Deus, ora, lê, medita e ouve a pre-
gação da Palavra, rende graças pelos frutos do seu trabalho,
celebra o nascimento, o crescimento e a união dos seus filhos
e filhas, participa da comunhão eucarística, intercede pelos
que sofrem, chora os seus mortos e também se prepara para a
missão. Assim, no culto, a igreja se expressa por meio de
orações, afirmações de fé, antífonas, litanias e responsos, e
também por hinos e música instrumental, por meio do silêncio
e da contemplação, e, ainda, por meio de atos e gestos
simbólicos e sacramentais. Enfim, as maneiras e formas de
expressão são tão variadas quanto é diversa e rica a experi-
ência de fé do povo de Deus.
Na sociedade atual, grandemente influenciada pela mídia,
há uma tendência para a simplificação e a superficialização de
tudo. Por essa razão, entre outras, tem havido um empobre-
cimento de vários aspectos do culto. A mais notória dessas
simplificações é a redução da ordem do culto a uma seqüência
de cânticos, intercalada por testemunhos de tom
individualista, com forte ênfase em certos aspectos do Antigo
Testamento, em detrimento do Novo, e baseados numa
teologia da retribuição que desconsidera o mais importante
princípio teológico da fé protestante: a Graça.
Afinal de contas, por que vamos ao culto? Enquanto os
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Adoração
A adoração é o reconhecimento de Deus e de Sua
presença. Ao adorar, a igreja expressa esse reconhecimento,
não para satisfazer uma necessidade divina, mas como
expressão da necessidade que temos da Sua presença.
A adoração marca o momento do encontro do povo de
Deus com seu Senhor. Um encontro espontâneo e cheio de
significado. Adoração tem a conotação de “curvar-se”, de
“reverência”, de “proteção”, etc. Os homens e mulheres
aproximam-se de Deus de formahumilde diante da majestade
divina (Gn 24.52; 2Cr 7.3). Portanto, adorar significa atribuir
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Confissão
Uma decorrência natural da adoração - que é o encontro
com a santidade, a perfeição e a luz de Deus - é o fato de
ficarem evidentes as falhas e imperfeições dos adoradores.
Diante do que Deus é, percebemos o que deixamos de ser.
Isso conduz a um momento de exame de consciência,
orientado pela leitura da Palavra de Deus.
Esse momento não deve ser suprimido da ordem do culto,
pois, quanto mais atingidos formos pela Graça, e plenos da
presença do Espírito Santo, mais convencidos ficamos dos
nossos pecados, da justiça e do juízo (cf. Io 16.8).
Há uma dupla dimensão na confissão: o reconhecimento
do pecado individual e o reconhecimento do pecado
comunitário (Cf. Is 6.5: “Sou homem de lábios impuros,
habito no meio dum povo de impuros lábios”). Cabe, portanto,
um momento de confissão individual, silenciosa, e uma outra
expressão pública de confissão coletiva. Esse momento é
acompanhado de uma declaração de perdão, preparando,
assim, a congregação para exultar em louvor. Na confissão, o
povo fala a Deus sobre seus pecados e ouve a voz amorosa e
compassiva do Pai, que, pela mediação de Cristo, nos purifica
de toda a iniqüidade e de toda a injustiça (cf. lio 1.9).
Louvor
A boa-nova de salvação e do perdão em Cristo motiva o
momento do louvor. Se a adoração é a glorificação a Deus por
aquilo que Ele é, no louvor a igreja glorifica a Deus por aquilo
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Dedicação
O povo de Deus, depois da adoração, confissão, louvor,
pregação e Ceia, responde ao Senhor, consagrando-se e
dispondo-se à missão e ao serviço. A dedicação ou consagra-
ção é o momento da resposta à Palavra desafiadora de Deus.
Todo culto culmina com o momento do apelo ou do convite
ao compromisso com o Reino de Deus.
Cabem, no momento da dedicação, o apelo e o convite.
Por meio do apelo, as pessoas são desafiadas a responder ao
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para que a tivéssemos de forma plena e abundante. Que esta
mensagem nos impulsione a “dar” de nós mesmos, do nosso
talento, dos nossos dons, da nossa fé, da nossa esperança e da
nossa confiança no poder de Deus e nos valores do Evangelho
ao nosso rebanho, para que cada uma das ovelhas cresça
fortalecida pelo nosso pastoreio.
CONCLUSÃO
O Colégio Episcopal exorta a Igreja a estudar esta Pastoral
sobre o culto na Igreja em missão. Este não é o ponto de che-
Igreja Metodista
misericórdia como marcas da nossa identidade metodista.
O CALENDÁRIO LITÚRGICO
O Calendário Litúrgico, ou Ano Litúrgico, não é uma
idéia, mas uma pessoa: Jesus Cristo e o Seu mistério realizado
no tempo, que hoje a Igreja celebra sacramentalmente como
memória, presença e profecia (cf. Dicionário de Liturgia. São
Paulo: Paulinas, 1992, p. 58). O Ano Litúrgico se baseia,
portanto, na história da salvação, cujo centro irradiador é o
mistério pascal e a união em Cristo. Esse evento histórico é
celebrado como memorial litúrgico, que atualiza a mensagem
da salvação e desafia a comunidade de fé na direção da
consumação do Reino de Deus. Ao longo dos séculos,
convencionou-se uma estrutura para o Ano Cristão que se
organiza em quatro grandes ciclos: Natal, Tempo Comum,
Páscoa e, novamente, Tempo Comum. Esses ciclos
subdividem-se, por sua vez, em tempos específicos conforme
explicados a seguir:
CICLO DO NATAL
O Ciclo do Natal corresponde a quatro tempos litúrgicos
do calendário cristão, a saber: Advento, Natal, Epifania e
Batismo do Senhor. Este ciclo tem início quatro domingos
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Advento
O Advento é o tempo que marca o início do calendário
litúrgico cristão. Sua origem é documentada a partir do século
IV a.C. Semelhante à preparação da Páscoa, expiação de
Cristo, o Advento surge como preparação para o nascimento
de Jesus, o Natal. Advento, do latim adventus, significa
“vinda”, “espera”. Trata-se de uma celebração cujo foco é a
expectativa da vinda do Messias, o Cristo prometido. Nesse
período, celebra-se a espera do Messias, e pode ser dividido
em duas partes: os dois primeiros domingos enfatizam o
Advento Es- catológico; o terceiro e o quarto domingos, a
Preparação do Natal de Cristo. Dessa forma, o Advento tem a
dimensão da expectativa da segunda vinda de Cristo, bem
como a expectativa da chegada do Messias que concretiza o
Reino, o “já” e o “ainda não”, que significa viver à espera do
cumprimento das promessas e renovar a esperança no reino
que virá.
A espiritualidade do Advento é marcada pela esperança e
pelo aguardo do Messias prometido; a fé na concretização da
promessa; o amor que se demonstra com a chegada do
Messias e a paz por Ele anunciada e plenificada.
Natal
O segundo tempo litúrgico desse ciclo é o Natal. Esta
celebração teve sua origem em meados do século IV d.C.,
entretanto, sua aceitação como festa cristã ocorreu no século
VI d.C. O Natal surgiu com a finalidade de afastar os fiéis da
festa pagã do natale solis invictus (“deus sol invencível”) e
passou a significar a chegada do Messias, o “sol da justiça”
(cf. Ml 4.2), já anunciado e aguardado no Advento. Natal, na
acepção da palavra, significa “nascimento”, entretanto, para
as/os cristãs/aos, a partir do século IV d.C., esse significado é
ainda mais profundo, pois, com o nascimento de Cristo,
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Batismo do Senhor
O Batismo do Senhor é celebrado no primeiro domingo
após a Epifania e representa o início da missão de Jesus no
mundo. Esse tempo é parte da manifestação de Jesus aos seres
humanos, por isso, trata-se de uma continuidade da Epifania.
Diferenciando-se pelo fato de que, na Epifania, é o ser
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Símbolos
Sugerimos os seguintes símbolos para ambientação litúr-
gica no período do Advento:
• Coroa do Advento: simbolizando a realeza de Cristo;
• Velas: simbolizando a chegada de Cristo como luz do
mundo;
• Luzes: símbolo da luz que ilumina as trevas, o próprio
Cristo.
Para o Natal:
• Anjos: simbolizam aqueles que anunciam o nascimento
de Jesus;
• Crianças: simbolizando a festa da chegada do menino
Jesus;
• Sinos: simbolizando o anúncio festivo da chegada do
Messias;
• Presépio: simbolizando o local do nascimento de Cristo.
E para a Epifania e o Batismo do Senhor:
• Coroa dos Magos: simbolizando a procura pelo Cristo
prometido;
• Estrela: simboliza a luz que aparece no horizonte para a
chegada de um novo tempo;
• Mãos: símbolo da força de Deus e Sua providência a
toda a criação;
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Cores
No Advento, usa-se o roxo, o lilás e o rosa. O roxo signi-
fica contrição, daí a matização das cores no sentido de ir
clareando conforme a chegada do Natal. O rosa, geralmente, é
usado no quarto domingo do Advento, que simboliza a
alegria.
Para o Natal, utilizam-se as cores: branco e/ou amarelo,
símbolos da divindade, da luz, da glória, da alegria e da
vitória que o nascimento de Cristo representa para a
humanidade.
Na Epifania, usa-se o branco por oito dias e, após, o
amarelo até o domingo do Batismo do Senhor.
TEMPO COMUM
Além dos dois ciclos festivos, o “Ano do Senhor” também
contempla 33 ou 34 semanas, situadas entre o Natal e a Pás-
coa. Esse período recebeu a designação Tempo Comum por
contrapor-se ã época festiva do Ano Cristão.
O fato de haver um Tempo Comum ressalta o significado
de que Deus não é Senhor somente das coisas extraordinárias,
mas também o é do cotidiano. Enfatiza a presença constante e
amorosa do Pai na caminhada do povo rumo à plenitude do
Reino. A cada celebração, antecipamos a eterna liturgia do
céu, para o qual nos preparamos, dia a dia, tanto no tempo
festivo como no tempo comum.
Ao longo da história, várias iniciativas foram tomadas no
sentido de oferecer alternativas à liturgia do tempo não-
festivo. Para exemplificar com algumas das mais recentes e
próximas, citamos a formalização, na década de 1930, nos
Estados Unidos, de uma proposta que sugeria a criação de um
novo período, o “Kingdomtide” (Ciclo ou Tempo do Reino).
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Símbolos
Sugerimos como material simbólico para a ambientação
litúrgica do primeiro período do Tempo Comum:
• A Bíblia (sinalizando o anúncio da Palavra do Reino);
• Os cinco pães e os dois peixes (sinalizando os milagres
de Jesus e a solidariedade cristã);
• Sementes / semeadura (sinalizando o anúncio do Reino).
E para o segundo período do Tempo Comum:
• Flores (sinalizando a Criação e a Nova Criação - cons-
ciência ecológica);
• Feixe de trigo (sinalizando a colheita e os frutos da
terra);
• A pesca / rede com peixes (sinalizando a missão do Rei-
no);
• A mesa (representando a fartura e a comunhão);
• O triângulo (representando o equilíbrio e a constância
necessários ao cotidiano cristão);
• A coroa (sinalizando a consumação plena do Reino de
Deus).
Cor: verde
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CICLO PASCAL
Origem
O ciclo pascal, composto por Quaresma, Semana Santa,
Período da Páscoa e, encerrando, Pentecostes formou-se a
partir de um processo de reflexão e sistematização do
cristianismo, que durou do primeiro ao quarto século da era
Cristã. A partir desse ciclo se constituiu todo o calendário
litúrgico.
Nas comunidades primitivas, era comum a reunião no pri-
meiro dia de cada semana, quando se celebrava a memória de
Jesus. A origem do culto cristão está em torno dessa “Páscoa
Semanal”, que ocorria no chamado “Dia do Senhor”.
Em boa parte por influência do judaísmo cristão, desen-
volveu-se uma celebração anual da Páscoa como um “grande
dia do Senhor”, cuja festa se prolongava por 50 dias, sendo o
último o dia de chegada do Espírito, o Pentecostes Cristão;
isso já no século II.
No século IV, desenvolveu-se a tradição de reviver e refle-
tir de um modo mais sistematizado os momentos da paixão.
Isso deu origem às celebrações da Semana Santa. Desde o
século III, as vésperas da Páscoa já eram dias de reflexão. Os
catecúmenos, que por dois anos eram preparados, eram, agora,
acompanhados por toda a comunidade. Inspirando-se nos 40
dias de preparo de Jesus para Seu ministério, nasceu o período
da quaresma. Assim, em torno da celebração da morte e
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Quaresma
Da Quarta-feira de cinzas ao Domingo de Ramos, este
período enfatiza a importância da contrição, do preparo e da
conversão. Inicia-se no 40° dia antes da Páscoa, sem contar os
domingos. O início, na Quarta-feira de cinzas, retorna à
tradição bíblica do arrependimento com cinzas e vestes de
saco (Jn 3.5-6). É um momento oportuno para refletir sobre a
confissão e o valor do perdão de Deus.
Sua espiritualidade enfatiza momentos de preparo na
história bíblica geral e da vida de Jesus:
• Quarenta dias de Jesus no deserto (Mt 4.2; Lc 4.1ss)
• Quarenta anos do povo no deserto (Êx 16.35)
• Elias em direção ao Horeb (lRs 19.8)
Cores: roxo ou lilás
Essas cores enfatizam a preparação, a expectativa, a
saudade, a contrição e o arrependimento. Notemos que o roxo
é a mistura de uma cor quente - o vermelho - e uma cor fria -
o azul. Isso é representativo da tensão própria de um período
como esse, quando é central a expectativa do “ já” e do “ainda
não” do Reino.
Símbolos
• Cinzas, referindo-se ao arrependimento;
• Ramos, lembrando a entrada triunfal;
• Coroa de espinhos e os cravos, rememorando o sofri-
mento de Cristo.
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Semana Santa
Inicia-se no domingo de Ramos. Celebração de Cristo
como o Messias, salvador dos pobres, o rei dos humildes.
Reflete, passo a passo, os últimos momentos até o ápice da
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paixão, passando pela instituição da Eucaristia, pelo lava-pés,
pela traição, prisão e crucificação do Senhor. Este é o
momento da vigília de preparo para a ressurreição.
Sua espiritualidade chama-nos a atenção para os
momentos finais de Jesus, até o ápice de Sua paixão:
• A Santa Ceia (Mt 26.17-30);
• O Lava-pés (Jo 13.1-17);
• Jesus no Getsêmani (Mt 26.36-46; Mc 14.26-31);
• O julgamento e a crucificação (Mt 27; Mc 15; Lc 23; Jo
19).
Símbolos
A coroa e os cravos podem ser conservados; também te-
mos o pelicano, que, na falta de alimento para seus filhotes,
fere-se para alimentá-los com seu próprio sangue.
Cor: roxo
Particularmente, na sexta-feira, usa-se preto. Essa cor
denota a morte e o luto.
Páscoa
É a festa da ressurreição e da libertação. Um novo Êxodo
ocorre e a humanidade passa do cativeiro da morte para a
vida. Sua solenidade pode iniciar-se já na Quinta-feira
(instituição da ceia). Contudo, a celebração da ressurreição
começa com uma vigília na noite de sábado, encontrando sua
plenitude no romper da aurora, quando Cristo é lembrado
como o Sol da justiça, que traz a luz da nova vida na
ressurreição.
A espiritualidade norteadora aponta para a ressurreição nos
mais variados relatos das comunidades do século I d.C.
• A ressurreição (Mt 28.1-20; Mc 16.1-8; Lc 24.1-12; Jo
20.1-18; At 1.14);
• Cânticos Pascais (SI 113 ao 118 e Êx 12). Igreja Metodista
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Símbolos
Cruz vazia, túmulo vazio, borboleta (sinal de transforma-
ção).
Pentecostes
Entre os hebreus, era comum a celebração da chamada
“festa das semanas”; isso porque ela se dava sete semanas
após a Páscoa. Nela, o povo dava graças ao Senhor pela co-
lheita. Mais tarde, adquiriu mais uma dimensão celebrativa, a
da proclamação da Lei (instrução) no Sinai, 50 dias após a
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libertação do Egito.
Na era cristã, o Pentecostes tomou-se o último dia do
ciclo pascal, quando se celebra a chegada do Espírito Santo
como Aquele que atualiza a presença do ressuscitado entre
nós, dando força para que as comunidades sejam testemunhas
de Jesus na história.
A espiritualidade que nos orienta nesse período fala da
presença consoladora do Espírito, que semeia nos corações a
esperança do Reino de Deus e nos impulsiona para a missão.
• Festa das semanas (Êx 34.22; Lv 23.15);
• Jesus promete o Consolador (Jo 16.7);
• Jesus ressuscitado sopra Seu Espírito (Jo 20.22);
• A chegada do Espírito Santo no dia de Pentecostes (At
2).
Símbolos
Pomba, fogo, vento, água (sinais da presença do Espírito
Santo).
Cor: vermelho
Essa cor simboliza o fogo e o sangue dos mártires, é a cor
das celebrações do Espírito Santo e da Igreja: Pentecostes.
INDICAÇÕES DE LEITURAS
ANUÁRIO LITÚRGICO 2006. São Bernardo do Campo:
Editeo, 2006.
LIMA, Marcos Rodrigues. O Ministério de Música na Igreja
Local. Belo Horizonte: Instituto Teológico João Ramos
Jr„ 2005.
MOSAICO APOIO PASTORAL: Culto hoje, v. 12, n. 31,
junho-agosto 2004. São Bernardo do Campo: Editeo,
2004.
Igreja Metodista
WHITE, James F. Introdução ao culto cristão. São Leopoldo:
Sinodal, 1997.
NOTAS
1
Liturgia é o serviço comunitário celebrado pelo povo de Deus por
meio da adoração à Trindade e da solidariedade aos da família da fé e a toda
a comunidade humana. É um diálogo interativo entre Deus e os seres
humanos e destes entre si, no contexto celebrativo da fé. É, portanto, um
serviço comunal - comunitário e comunicacional -, porque é prestado por
todos e para todos.” (RAMOS, Luiz Carlos. “Liturgia é comunicação”.
Mosaico Apoio Pastoral: Culto hoje, v. 12, n. 31, junho-agosto 2004).
2
“Culto é adoração e serviço’’— um entrar para adorar e um sair para
servir” (JARDILINO, José Rubens. “O sermão e seu espaço na liturgia
protestante”. Contexto Pastoral, v. 5, n. 20, maio-junho 1995, p. 7).
3
RAMOS, Luiz Carlos. “Liturgia: diálogo interativo entre Deus e o seu
povo”. In: Anuário litúrgico 2006. São Bernardo do Campo: Editeo, 2006, p.
8-12.
4
“No Antigo Testamento, uma das palavras hebraicas traduzidas por
adoração é htf (shachah), que significa inclinar-se, curvar-se, abaixar- se, e
é usada no sentido de prostrar-se, adorar, fazer reverência. No Novo
Testamento, é usada com o mesmo sentido a palavra proskunew (proskinéo),
que significa prostrar-se e adorar, reverenciar, respeitar (Mt 4.10; Jo 4.20s,
23s; 12.20; At 24.11; 1Co 14.25; Hb 11.21; Ap 4.10; 14.7; 19.4). Assim
sendo, nas línguas bíblicas, um dos sentidos para adorar é lançar-se com o
rosto no chão (prostrar-se), prestar homenagem, reverenciar ou respeitar.
Alguns textos a respeito do gesto de prostrar-se: Nm 20,6; 1Rs 18,42; 2Cr
20,18; Sl 86.9; 95.6; Mt 26,39; Lc 5.8; 8.47; Ap 5.14”. LIMA, Marcos
Rodrigues. O Ministério de Música na Igreja Local. Belo Horizonte:
instituto teológico João Ramos Jr., 2005, p.11.
5
Cf. JUNKER, Tércio Bretanha. “A estrutura bíblico-teológica do
culto”. Mosaico Apoio Pastoral: Culto hoje, v.12, n.31, junho-agosto
Pastorais 35