Introdução A Sociologia
Introdução A Sociologia
Introdução A Sociologia
CURSO: Sociologia
DISCENTES:
DOCENTE: Nharucue
Creio que não é novo afirmar que a nossa história é construída a partir dos vários
relacionamentos que experimentamos. No cotidiano da nossa vida, somos atravessados por
ações, sentimentos e palavras, que vão tecendo avanços e retrocessos fundamentais em nossa
construção.
Talvez em um dia da sua vida você já tenha ficado sem trocar uma palavra ou mensagen com
alguém , em um dia que você estava muito “deprimido", cansado ou com muita preguiça. Mas
você já parou para pensar o quanto interagimos o tempo todo com as pessoas ao nosso redor?
Vamos supor que você vá à padaria comprar pães. A primeira coisa é pedir e dizer a quantidade
que deseja. Depois, geralmente agradecemos à pessoa do caixa ao pagar. Se, no caminho,
encontramos um vizinho ou conhecido, o cumprimentamos nem que seja com um simples
cumprimento. Até mesmo para pegar um chapa, precisamos que o motorista saiba que ele
precisa parar na paragem em que estamos, certo?
O que quero dizer com isso tudo? Que estamos o tempo todo nos comunicando uns com os
outros. O mais curioso disso tudo é que precisamos, ou pelo menos esperamos, que o outro
nos responda. Sabe por que? Simplesmente porque precisamos do outro para viver.
D. W. Winnicott, um dos mais famosos teóricos da psicologia, diz em sua teoria (e ele não é o
único) que, desde bebês, nós nos baseamos e reagimos de acordo com o olhar do outro.
Quando bebezinhos, o primeiro e o mais valioso olhar é o da mãe. Já repararam como o bebê
parece hipnotizado quando está a ser amamentado? Podem até dizer que ele ainda não
percebe nem sabe de nada, mas podem ter certeza que ele conhece e reconhece o olhar da sua
própria mãe e espera toda ação e reação vinda através deste rosto. É o olhar que aprova ou
reprova todos os seus movimentos.
Quando crianças, o olhar bravo ou carinhoso do pai, o gesto protetor ou “acusador” dos
cuidadores pode fazer grande diferença na forma como nos relacionamos com as pessoas em
nossas vidas. Somos criados a partir do outro e precisamos deles para continuar. Por exemplo,
se o nosso amigo ri da nossa piada, indiretamente ele está nos encorajando a contá-la para
mais três, quatro ou dez amigos. Mas, se essa mesma piada não gerar efeito nenhum nesse seu
amigo, talvez você pense se vale a pena ou não contá-la aos demais do grupo. Estamos o tempo
todo nos baseando nas ações e reações das outras pessoas e esse é
o exato ponto em que devemos tomar muito cuidado. A importância do outro nas ações que
você toma na sua vida não deve extrapolar os limites. Ou seja, o olhar do outro não deve ser
limitante o ponto de você não ser você mesmo, ok? Andar com as próprias pernas, nós
aprendemos lá atrás. Porém sustentar e equilibrar esse andar dependerá muito mais de nós
mesmos e da nossa própria habilidade e treinamento do que das demais pessoas ao nosso
redor. Relacionar-se é fundamental para todo ser humano. Precisamos uns dos outros para
aprender, vivenciar e, principalmente, experienciar a vida, cada qual respeitando a sua própria
jornada e sua busca pelos caminhos da felicidade.
Quando Deus fez o ser humano segundo a sua imagem e semelhança, conferindo-lhe atributos,
como espiritualidade, racionalidade e sociabilidade, instituiu-se no cenário histórico do Éden
uma relação unilateral entre o Criador e as pessoas, as quais foram criadas para amá-lo sobre
todas as coisas e se amarem mutuamente. Na perspectiva cristã, a relação alteritária, que hoje
tem sido um valioso objeto de estudo para educadores, sociólogos, psicólogos e tantos outros
cientistas sociais, teve início no ser de Deus, que sempre subsistiu num relacionamento Triúno,
criando-nos para a relação mútua com tudo aquilo que nos cerca.
Nesse sentido, é importante que estejamos sempre conscientes de que somos seres sociais e
precisamos nos envolver com o outro, e constatar que, apesar dos sentimentos egoístas que
conduzem as filosofias de um século materialista e hedonista, as pessoas podem experimentar
de maneira limitada, a partir da graça comum, mudanças imperceptíveis e necessárias que
acontecem no universo das relações humanas, produzindo, ainda que imperfeitamente,
sombras da sensibilidade, solidariedade, acessibilidade, diálogo e respeito mútuo.