Denotação e Conotação 01

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Denotação e Conotação

A conotação e a denotação são as formas como usamos as palavras e os


sentidos que elas têm.

Quando usamos uma palavra no sentido literal, ou seja, de acordo com o


significado do dicionário, ela é chamada de denotativa. Mas, quando usamos
uma palavra no sentido figurado, dizemos que ela é conotativa.

Assim:

 Denotação - emprego do sentido real, literal das palavras e expressões, por


exemplo: Depois de jogar bola, nós comemos um churrasco.
 Conotação - emprego do sentido subjetivo, figurado das palavras e
expressões, por exemplo: Ele comeu bola na prova de matemática.

Na primeira frase, o termo “bola” está empregado em sentido denotativo, que se


refere ao objeto esférico utilizado para jogar futebol, basquete e vôlei.

Já na segunda frase, a expressão “comer bola” está em sentido conotativo, que


significa: cometer um erro. Note que não poderíamos utilizar essa expressão no
sentido real, uma vez que “comer bola” é algo impensável.

O que é denotação
A denotação é o uso das palavras no sentido próprio, ou seja, no sentido do
dicionário, que chamamos de literal.

Ela é objetiva e precisa. A sua intenção é transmitir uma mensagem que não
deixe espaço para outras interpretações.

A linguagem denotativa é a que se manifesta com palavras no sentido


denotativo. Assim, é a linguagem usada em notícias e reportagens, bulas de
remédios, manuais de instrução e textos científicos.

Exemplos de denotação

 O homem foi picado por uma cobra.


 Piolin foi um palhaço muito famoso.
 Alguém atirou uma pedra na janela.
 O meu animal preferido é o gato.
 Acende o fogo!

O que é conotação?
A conotação é o uso das palavras no sentido figurado.

Ela é subjetiva. A sua intenção é transmitir uma mensagem que deixa espaço
para interpretações diferentes, que vão além do sentido que têm no dicionário.

A linguagem conotativa é a que se manifesta com palavras no sentido


conotativo. Assim, é a linguagem usada em textos literários (poemas, crônicas,
novelas), mensagens publicitárias, charges e tirinhas, história em quadrinhos.

Exemplos de conotação

 Dizem que aquela mulher é uma cobra.


 Ele não deixa ninguém ficar triste. É um verdadeiro palhaço.
 Você tem um coração de pedra!
 Aquele ator é um gato.
 Essa matéria é fogo.

Sentido denotativo e sentido conotativo


O sentido denotativo é o sentido original, que também chamamos de sentido
próprio ou literal, que as palavras têm. Muitas vezes, ele é caracterizado pelo
sentido do dicionário, ou seja, a primeira acepção da palavra.

O sentido conotativo é o sentido figurado, que é um sentido subjetivo, porque


depende do contexto em que é empregado. É muito utilizado na literatura, por
exemplo, quando muitas palavras têm forte carga de sensações e sentimentos.

Nos dicionários, depois do sentido denotativo (real) da palavra há o sentido


conotativo (figurado), que é apresentado entre parênteses ou colchetes,

Vejamos abaixo o significado da palavra "cachorro" no Dicionário Online de


Português:
Cachorro
Substantivo masculino
Cão novo; qualquer cão.
[Figurado] Homem desaforado, de mau-caráter ou mau gênio; indivíduo
desprezível; canalha.

Exemplos de frases com a palavra cachorro no sentido denotativo e


conotativo:

 O cachorro da vizinha fugiu essa manhã. (sentido denotativo)


 Aquele homem é um cachorro. (sentido conotativo)

Nas orações acima, a palavra “cachorro” é utilizada em dois sentidos diferentes:


denotativo e conotativo.

Na primeira frase, a palavra “cachorro” está empregado de forma denotativa, ou


seja, no sentido real e original do termo: animal.

Já na segunda frase, o termo está no sentido conotativo, uma vez que se refere
ao caráter do homem.
C. E. DR. OTÁVIO VIEIRA PASSOS
ALUNO(A): ______________________________________________

TURMA: __________TURNO: _________DATA: ____/_____/2023

DISCIPLINA: Língua Portuguesa PROFESSORA: Mª de Jesus

Exercícios sobre denotação e conotação


Questão 1 (Enem-2005)

O termo (ou expressão) destacado que está empregado em seu sentido próprio,
denotativo, ocorre em

a) “(....)
É de laço e de nó
De gibeira o jiló
Dessa vida, cumprida a sol (....)”
(Renato Teixeira. Romaria. Kuarup Discos. setembro de 1992.)

b) “Protegendo os inocentes
é que Deus, sábio demais,
põe cenários diferentes
nas impressões digitais.”
(Maria N. S. Carvalho. Evangelho da Trova. /s.n.b.)

c) “O dicionário-padrão da língua e os dicionários unilíngues são os tipos mais


comuns de dicionários. Em nossos dias, eles se tornaram um objeto de consumo
obrigatório para as nações civilizadas e desenvolvidas.”
(Maria T. Camargo Biderman. O dicionário-padrão da língua. Alfa (28), 2743,
1974 Supl.)

d)
e) “Humorismo é a arte de fazer cócegas no raciocínio dos outros. Há duas
espécies de humorismo: o trágico e o cômico. O trágico é o que não consegue
fazer rir; o cômico é o que é verdadeiramente trágico para se fazer.”
(Leon Eliachar. www.mercadolivre.com.br . acessado em julho de 2005.)

Questão 2 (Fuvest)

O filme Cazuza - O tempo não para me deixou numa espécie de felicidade


pensativa. Tento explicar por quê. Cazuza mordeu a vida com todos os dentes.
A doença e a morte parecem ter-se vingado de sua paixão exagerada de viver.
É impossível sair da sala de cinema sem se perguntar mais uma vez: o que vale
mais, a preservação de nossas forças, que garantiria uma vida mais longa, ou a
livre procura da máxima intensidade e variedade de experiências? Digo que a
pergunta se apresenta “mais uma vez” porque a questão é hoje trivial e, ao
mesmo tempo, persecutória. (...) Obedecemos a uma proliferação de regras que
são ditadas pelos progressos da prevenção. Ninguém imagina que comer, fumar,
tomar pinga, transar sem camisinha e combinar, sei lá, nitratos com Viagra seja
uma boa ideia. De fato não é. À primeira vista, parece lógico que concordemos
sem hesitação sobre o seguinte: não há ou não deveria haver prazeres que
valham um risco de vida ou, simplesmente, que valham o risco de encurtar a
vida. De que adiantaria um prazer que, por assim dizer, cortasse o galho sobre
o qual estou sentado? Os jovens têm uma razão básica para desconfiar de uma
moral prudente e um pouco avara que sugere que escolhamos sempre os
tempos suplementares. É que a morte lhes parece distante, uma coisa com a
qual a gente se preocupará mais tarde, muito mais tarde. Mas sua vontade de
caminhar na corda bamba e sem rede não é apenas a inconsciência de quem
pode esquecer que “o tempo não para”. É também (e talvez sobretudo) um
questionamento que nos desafia: para disciplinar a experiência, será que temos
outras razões que não sejam só a decisão de durar um pouco mais?

(Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo)

Considere as seguintes afirmações:

I. Os trechos “mordeu a vida com todos os dentes” e “caminhar na corda bamba


e sem rede” podem ser compreendidos tanto no sentido figurado quanto no
sentido literal.

II. Na frase “De que adiantaria um prazer que (...) cortasse o galho sobre o qual
estou sentado”, o sentido da expressão sublinhada corresponde ao de “se está
sentado”.

III. Em “mais uma vez”, no início do terceiro parágrafo, o autor empregou aspas
para indicar a precisa retomada de uma expressão do texto.

Está correto o que se afirma em:

a) I, somente
b) I e II, somente
c) II, somente
d) II e III, somente
e) I, II e III

Questão 3 (FGV-2001)

“Minha memória não se desgrudava daquela cena e meu olhar apagava a


paisagem ao meu redor.” Escreva a seguir as palavras dessa frase que têm
sentido conotativo. Explique.

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