Teoria Geral Dos Impostos
Teoria Geral Dos Impostos
Teoria Geral Dos Impostos
1. Introdução .............................................................................................................. 1
1.1. Objectivo Geral .............................................................................................. 2
1.2. Objectivos especificos .................................................................................... 2
2. TEORIA GERAL DO IMPOSTO ......................................................................... 3
2.1. Impostos ......................................................................................................... 3
2.2. Noção de Imposto........................................................................................... 3
2.3. Classificação dos Impostos ............................................................................ 7
3. Taxas.................................................................................................................... 10
3.1. Distinção entre Imposto e Taxa .................................................................... 10
3.2. Facto Gerador do Imposto ............................................................................ 11
3.3. Momentos da Obrigação de Imposto ........................................................... 12
3.4. Distinção dos impostos com outras figuras afins ......................................... 13
4. Elementos dos impostos ...................................................................................... 15
5. Conclusão ............................................................................................................ 16
6. Referencias Bibliográficas ................................................................................... 17
1. Introdução
1
1.1. Objectivo Geral
2
2. TEORIA GERAL DO IMPOSTO
2.1. Impostos
Podemos dizer, de acordo com Martins (2009: 31) que a primeira forma de imposto
remonta à antiguidade. As comunidades derrotadas nas guerras ficavam sujeitas ao
pagamento de uma contribuição à comunidade triunfadora, marcando, assim, signo da
servidão, do domínio ou da dependência. Essa contribuição era imposta unilateralmente
pela comunidade vencedora com o fundamento que pelo seu pagamento a derrotada
podia continuar a usufruir dos seus bens e terras.
O Estado com os impostos visa, para além dos objectivos de arrecadação de receita, a
redistribuição e a estabilização económica. Os impostos são um elemento estruturante
da noção de Estado democrático, de uma sociedade de direito, bem como um imperativo
de cidadania.
Sanches (2007: 22) refere que definir imposto não é tarefa fácil como vem
demonstrando a doutrina. O imposto é uma das espécies tributárias criadas por lei e está
sujeito ao princípio da legalidade.
Nabais (2008: 11) define o imposto com base em três elementos, “um elemento
objectivo, um elemento subjectivo e um elemento teológico (ou finalista) ”.
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Neste contexto, será objectivo porque a imposta é uma prestação pecuniária, unilateral,
definitiva e coerciva. Enquanto elemento subjectivo, o imposto é uma prestação, com as
características objectivas acima mencionadas, exigida a (ou devida por) detentores
(individuais ou colectivos) de capacidade contributiva (ability to pay) a favor de
entidades que exerçam funções ou tarefas públicas. O elemento teológico (ou finalista)
reside no facto do imposto ser exigido pelas entidades que exercem funções públicas,
para a realização dessas funções, sem carácter sancionatório.
Portanto, o imposto tem como conteúdo um dever de prestar que surge pela simples
verificação de um facto previsto na lei, dando origem a uma relação jurídica tributária.
Partindo da definição apresentada por Teixeira, atrás referida, vamos analisar cada um
dos elementos caracterizadores.
Significa apenas que, uma vez determinado o montante de imposto a pagar, não
interessa quem cumpre efectivamente a obrigação fiscal. Para o sujeito activo tudo o
que releva é a efectiva arrecadação dos valores em dívida.
O facto de o imposto ser uma prestação coerciva não indica que o cumprimento da
obrigação fiscal seja obrigatório. Segundo Pereira (2009: 14) “visa-se com ela significar
que a obrigação de imposto é estabelecida na lei ou por força da lei”.
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Assim, verificado o pressuposto de cuja ocorrência a lei faz depender o nascimento da
obrigação de imposto, este passa a ser exigido independentemente da vontade do
contribuinte. Necessário é, também, o cumprimento das obrigações a que as pessoas
voluntariamente estão vinculadas.
O imposto é uma prestação coerciva, porque na sua génese não está um acto de vontade.
A ocorrência do facto gerador pode depender da vontade privada, mas a obrigação do
imposto não. A obrigação de imposto tem a sua fonte na lei e o seu nascimento
prescinde da vontade de quem está vinculado ao seu cumprimento. A obrigação de
imposto “impõe-se” ao sujeito passivo, mesmo contra a sua vontade.
Esta característica traduz-se no facto do imposto não dar direito a qualquer restituição
ou reembolso futuro a cargo do ente a quem é feita essa prestação, quando é devida.
Segundo Pereira (2009: 15) o imposto é uma prestação unilateral, porque não lhe
corresponde qualquer contraprestação por parte da entidade beneficiária. Esta
característica permite distinguir o imposto de outras figuras afins, tais como a taxa e o
empréstimo forçado.
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e) O imposto como prestação devida ao Estado ou outros entes públicos
É a lei que confere ao Estado o poder de tributar. Há lugar a imposto quando surge uma
norma legal que confere ao Estado a faculdade de exigir ao indivíduo o dever de prestar,
como já dissemos anteriormente. Assim, a criação e extinção do imposto, bem como
todos os seus elementos, são definidos por lei. Os elementos essenciais incidência, taxa,
benefícios fiscais e garantias dos contribuintes são estabelecidos, obrigatoriamente, por
Lei da Assembleia da República ou Decreto-Lei do governo autorizado por esta. A
obrigação do imposto é uma imposição derivada da lei, de acordo com Pereira et al.
(2000: 30).
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h) O imposto como prestação sem carácter de sanção
O imposto não tem carácter sancionatório, não sendo uma pena ou uma contrapartida
pela prática de um facto ilícito. De acordo com Pereira (2009: 16), esta característica
tem apenas como objectivo “distinguir a respectiva prestação das sanções patrimoniais,
como o confisco, a multa” e a coima, “que têm origem num facto ilícito e que visam um
fim preventivo e impeditivo, o que não acontece com o imposto”. Para este autor “um
imposto directamente sancionatório, por corresponder a uma punição automática por via
legislativa, seria inconstitucional”.
Assim, a distinção entre impostos directos e indirectos que vamos efectuar é com
base no critério da repercussão económica. Neste âmbito os impostos directos são os
que tributam as manifestações directas ou medidas de riqueza. Nestes termos são
considerados os que incidem directamente sobre o rendimento, capital ou
património de uma pessoa singular ou pessoa colectiva e têm como referência um
período de tempo delimitado, normalmente um ano.
Deste facto resulta que, o pagamento dos impostos indirectos seja efectuado no
momento da operação de consumo que lhe dá origem.
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Deste modo, podemos dizer que os impostos directos não são repercutidos, porém
os impostos indirectos são repercutidos. A principal diferença entre estes é o seu
objecto de tributação.
O Estado pode exigir uma fracção crescente da matéria colectável, mas baixando a
taxa do imposto à medida que esta aumenta, ou seja, a taxa média decresce quando o
rendimento aumenta. Neste contexto, estamos perante um imposto regressivo. No
entanto, actualmente não existe este tipo de imposto.
Em relação aos impostos progressivos, importa salientar que não há impostos que
sejam indefinidamente progressivos, pois em dado momento, atingia-se uma taxa de
cem por cento e o imposto consumia toda a matéria colectável. Deste modo, as taxas
do imposto progressivo são crescentes até determinado limite, a partir do qual a taxa
passa a ser única.
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É o da progressividade por escalões, pois o sistema da progressividade global
comporta, injustiça.
O sistema da progressividade por escalões é mais justo, uma vez que, a matéria
colectável concretamente apurada é dividida por um determinado número de partes,
as necessárias para corresponder ao leque de taxas a que pertence. Em seguida
aplica-se a taxa mais elevada, não à totalidade da matéria colectável, mas apenas
àquela parte que excede o limite máximo do escalão anterior.
Com o dinheiro a valer menos para quem tem muito será necessário que o imposto
cresça de forma mais do que proporcional em relação ao rendimento colectável, para
que o sacrifício feito com o seu pagamento seja igual ao de quem aufere um
rendimento menor.
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Enquanto, que os impostos gerais estão previstos na lei de forma a aplicarem-se a
uma determinada categoria de situações análogas, os impostos especiais, não
obstante dizerem respeito a factos ou situações abrangidos nos impostos gerais, são
objecto de uma disciplina jurídica especial.
De acordo com Martins (2008: 10) “os impostos especiais de consumo apresentam
características comuns, ou seja, são todos impostos monofásicos, sujeitos ao
princípio da equivalência ou beneficio, em que o facto gerador se verifica, como
regra, na data de introdução no consumo”. Contudo, no contexto da União Europeia
tem-se assistido a um reforço financeiro destas como seguimento do compromisso,
assumido quando se implementou o Mercado Interno.
Num período inicial, o rendimento era definido como o produto imputável de modo
regular e obtido durante um certo período através da participação na actividade
produtiva, ou seja, o produto periódico da exploração de uma fonte económica
durável. É a denominada de teoria da fonte ou do rendimento-produto que teve
grande utilização legislativa através dos chamados impostos parcelares ou cedulares
sobre o rendimento.
3. Taxas
Assim, estes impostos só podem ser criados pela Assembleia da República ou pelo
Governo, desde que munido da indispensável autorização daquela. Em relação às
taxas, a reserva relativa de competência à Assembleia da República abrange apenas
o seu regime geral.
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Assim, a criação de cada taxa específica não tem que ser aprovada pela Assembleia
da República ou pelo Governo, com autorização prévia daquela. No entanto, não
pode ser criada sem qualquer exigência, pois tem de ser observado o princípio da
proporcionalidade em relação ou ao benefício específico facultado pelo serviço
prestado ou ao custo suportado pela comunidade quando utiliza um bem de domínio
público. Porém, a relação entre o valor que é pago e a contrapartida recebida, não
tem que ser exactamente igual em termos económicos.
Nesta relação apenas tem de existir uma equivalência jurídica pela utilização desse
bem e nunca em função da capacidade contributiva revelada por quem a paga. Para
além da forma de criação descrita atrás, e em termos fundamentais, pode dizer se
que o imposto se distingue da taxa, porque o imposto é unilateral e a taxa é bilateral.
Com efeito, ao contrário do imposto, que não confere a quem o paga o direito a
contrapartida directa e imediata, a taxa é sempre a contrapartida individualizada de
algo que se recebe em troca. A taxa não tem que ter carácter voluntário, porque o
serviço prestado que está na sua origem pode não ser o desejado e até ser recusado.
Mas, se há um serviço individualmente prestado, o que se paga por esse serviço é
uma taxa. De facto, a taxa não se distingue do imposto por ser voluntária, mas sim
pelo facto de ser bilateral, como já dissemos atrás.
Como refere Pereira (2009: 27) “um imposto pressupõe a existência de um facto
tributário24, definido como tal na lei e que uma vez verificado faz nascer a
respectiva obrigação”. Sem facto tributário não há obrigação de imposto. Esse facto
essencial da obrigação de imposto é designado, normalmente, por facto gerador do
imposto. E é tão importante que, se não houver facto tributário é suficiente, para que
o acto de liquidação de imposto seja anulado, num caso de impugnação.
O facto tributário comporta, por um lado, um elemento subjectivo, que é quem fica
abrangido pela obrigação do imposto, por outro, um elemento objectivo, que é o
facto tributário em si mesmo. No elemento objectivo do facto gerador do imposto,
temos que distinguir três aspectos, como o aspecto material, o aspecto espacial, o
aspecto temporal e o aspecto quantitativo.
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O aspecto temporal está relacionado com a duração no tempo do facto tributário,
isto é, o decurso de tempo em que se verifica. Há alguns que são duradouros
prolongando-se no tempo de uma forma continuada e ininterrupta, e outros
imediatos, que são delimitados a um curto espaço de tempo, sendo para tal
necessário dividir esses factos em períodos de tempo, os períodos de tributação.
No entanto, é necessário para “qualquer dos casos precisar na lei” de que forma se
consubstancia no tempo o facto tributário, como refere Pereira (2009: 29). O aspecto
quantitativo do elemento objectivo do facto tributário é o que lhe atribui uma
expressão quantitativa, ou seja, permite fazer a mensuração do aspecto material.
1 - A incidência
2 - O lançamento
3 - A liquidação
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Naqueles impostos em que a lei prevê a possibilidade de deduções à colecta, a
liquidação abrange também os cálculos decorrentes destas deduções. Actualmente
generaliza-se a tendência para agrupar sob a designação “liquidação”, quer as operações
de liquidação propriamente ditas quer as operações de lançamento mencionadas no
ponto anterior.
4 - A cobrança (pagamento)
O pagamento coercivo verifica-se nos casos de incumprimento total ou parcial por parte
do devedor. Neste caso abre-se um processo de execução fiscal, com a finalidade de
garantir o pagamento do imposto em falta.
1. Impostos:
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- São compulsórios e não estão diretamente vinculados a um serviço específico
prestado pelo governo.
2. Taxas:
3. Multas:
- Geralmente, as multas são aplicadas como uma forma de punição ou dissuasão para
desencorajar comportamentos indesejados.
4. Coimas:
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- A distinção entre multas e coimas pode variar de acordo com a legislação local, mas,
em essência, referem-se ao mesmo conceito de penalidade financeira.
1. Base de Tributação: Refere-se ao objeto sobre o qual o imposto incide. Pode ser a
renda, o consumo, a propriedade, a transação financeira, entre outros. A base de
tributação determina quem ou o quê está sujeito ao imposto.
4. Fato Gerador: É o evento que faz surgir a obrigação tributária. Pode ser a realização
de uma atividade econômica (como a venda de um produto), a obtenção de renda, a
posse de um bem, entre outros.
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5. Conclusão
Ao refletirmos sobre os debates e desafios discutidos neste trabalho, fica claro que a
tributação não é apenas uma questão técnica, mas também uma questão de justiça
social, distribuição de recursos e incentivos econômicos. Portanto, é essencial que os
formuladores de políticas, os acadêmicos e a sociedade em geral continuem a buscar
uma compreensão aprofundada dos fundamentos da teoria geral dos impostos, a fim de
informar decisões informadas e promover um debate construtivo sobre o papel dos
impostos na construção de um futuro mais próspero e equitativo para todos.
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6. Referencias Bibliográficas
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