ETICA
ETICA
ETICA
Desenvolvimento
Na filosofia clássica, a ética não se resumia apenas aos hábitos ou costumes socialmente
definidos e comuns, mas buscava a fundamentação teórica para encontrar o melhor modo
de viver e conviver, isto é, a busca do melhor estilo de vida, tanto na vida privada quanto
em público. A ética incluía a maioria dos campos de conhecimento que não eram
abrangidos na física, metafísica, estética, na lógica, na dialética e nem na retórica. Assim,
a ética abrangia os campos que atualmente são
denominados antropologia, psicologia, sociologia, economia, pedagogia, às vezes política,
e até mesmo educação física e dietética,[carece de fontes] em suma, campos direta ou
indiretamente ligados ao que influi na maneira de viver ou estilo de vida. Um exemplo
desta visão clássica da ética pode ser encontrado na obra Ética, de Spinoza. Os filósofos
tendem a dividir teorias éticas em três áreas: metaética, ética normativa e ética aplicada.
Porém, com a crescente profissionalização e especialização do conhecimento que se
seguiu à revolução industrial, a maioria dos campos que eram objeto de estudo da
filosofia, particularmente da ética, foram estabelecidos como disciplinas científicas
independentes. Assim, é comum que atualmente a ética seja definida como "a área da
filosofia que se ocupa do estudo das normas morais nas sociedades humanas"[7] e busca
explicar e justificar os costumes de um determinado agrupamento humano, bem como
fornecer subsídios para a solução de seus dilemas mais comuns. Neste sentido, ética
pode ser definida como a ciência que estuda a conduta humana e a moral é a qualidade
desta conduta, quando julga-se do ponto de vista do Bem e do Mal.
A ética é intrinsecamente relacionada à definição da moralidade, ao questionamento e
julgamento sobre quais são os bons e maus valores no relacionamento humano
(axiologia), pois seu campo de estudo é esclarecer o que pode ou deve ser
uma normatividade de conduta, se há alguma possível de se definir. Apesar da conotação
negativa de moral como vinculada à obediência a costumes e hábitos recebidos, sua
definição essencial é a mesma de ética e, ao contrário, busca fundamentar as ações
morais de forma racional.[8][9][10] A ética também não deve ser confundida com a lei, embora
com certa frequência a lei tenha como base princípios éticos. Ao contrário do que ocorre
com a lei, nenhum indivíduo pode ser compelido, pelo Estado ou por outros indivíduos, a
cumprir as normas éticas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a estas; por
outro lado, a lei pode ser omissa quanto a questões abrangidas no escopo da ética.
Podemos citar vários pensadores, que em distintas épocas refletiram sobre a ética. Os
pré-socráticos, os sofistas, Platão, Sócrates, os Estóicos, os pensadores Cristãos,
Spinoza, Nietzsche, dentre outros dedicaram-se vivamente ao tema.
Destes pensadores, destacamos Aristóteles, Maquiavel e Kant, por cada uma representar
um momento de virada em relação à produção do tema.
1. Aristóteles
Com a passagem da filosofia naturalista do período pré-socrático para a filosofia
antropológica marcada por Sócrates, o conhecimento volta-se para a compreensão das
relações humanas.
Assim, Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.) traz avanços para o desenvolvimento da ética
como uma área própria do conhecimento.
O filósofo buscou investigar sobre os princípios que orientam as ações e o que seria
uma vida virtuosa.
Em sua obra Ética a Nicômaco, Aristóteles escreve sobre sua compreensão acerca da
virtude e da finalidade da vida, a felicidade.
Aristóteles compreende que a ética pode ser ensinada e exercitada e dela depende a
construção de um caminho que conduza ao bem maior, identificado como a felicidade.
Para isso, as ações devem estar fundamentada na maior das virtudes e base para todas as
outras, a prudência.
2. Maquiavel
Nicolau Maquiavel (1469-1527), em sua obra O Príncipe, foi responsável pela
dissociação da ética dos indivíduos da ética do Estado.
Para Maquiavel, o estado é organizado e opera a partir de uma lógica própria. Assim, o
autor cria uma distinção entre a virtude moral e a virtude política.
3. Kant
Immanuel Kant buscou elaborar um modelo ético em que a razão é o fundamento
primordial. Com isso, o autor contrariou a tradição que compreendia a religião e a figura
de Deus, como o princípio supremo da moralidade.
Para o filósofo, a razão é responsável por governar a vontade e orientar as ações, sem
ferir a ideia de liberdade e autonomia, própria dos seres humanos.
Age de tal maneira que a máxima de sua ação possa ser tomada como máxima
universal.
O termo "Virtude" (do latim "virtus" que significa força viril) designa o poder de
uma coisa para produzir determinados efeitos. Em termos filosóficos, e
segundo Platão e também segundo o epicurismo e o estoicismo, a virtude
designa um conjunto de características que contribuem para que o indivíduo
tenha uma vida boa, nomeadamente a sabedoria, a coragem, a temperança e a
justiça (as chamadas "virtudes cardeais"). Quanto a Aristóteles, este define a
virtude como aquilo que completa de forma excelente a natureza de um ser:
enquanto para um pássaro a virtude pode ser o voar depressa, para o Homem a
virtude será agir conforme a razão.
Existe uma ligação íntima entre virtude e ventura. Apesar da virtude não ser uma
condição suficiente para uma vida boa, pois esta depende também de uma vida
feliz, existe uma relação de dependência: enquanto os estoicos defendem que a
ventura resulta da virtude, Epicuro afirma que a virtude é uma condição para a
ventura; pelo contrário, Kant defende que a virtude não é aquilo que nos torna
mais felizes, mas aquilo que nos torna dignos de ser felizes.
Virtude é um conceito que remete para a conduta do ser humano, quando existe
uma adaptação perfeita entre os princípios morais e a vontade humana.
Virtude foi um tema bastante abordado pelo filósofo Aristóteles, que fez a
diferenciação entre virtudes intelectuais e virtudes éticas, sendo que o estado
ideal é a moderação, o que se encontra no meio do defeito e do excesso.
Segundo Platão, cada segmento da alma deve atuar de acordo com a virtude que
lhe corresponde. Desta forma, a ação do homem é determinada.
Fonte: http://www.significados.com.br/virtude/
As virtudes humanas
Desapego. É uma virtude que capacita o indivíduo a ver os fatos e situações com
imparcialidade, com isenção de ânimo. A pessoa que consegue desapegar-se de
suas próprias ideias e opiniões, livre de preconceitos, é capaz de agir com
justiça. O desapego em relação a pessoas, bens materiais e imateriais, é outra
faceta desta valiosa virtude, que possibilita uma vida mais rica e feliz.
Disciplina. Consiste em uma força magnética que atrai a todos. A vida torna-se
mais encantadora quando as pessoas agem com docilidade, bom humor e
gentileza.
Paciência. Ser paciente significa ser calmo, sereno e equilibrado. Denota controle
sobre desejos e emoções. Afasta o desespero e a aflição. Possibilita
pensamentos e julgamentos imparciais e objetivos.
Pureza. Significa ausência de vícios de toda ordem. Presença de uma mente sã,
plena de amor e justiça, isenta de máculas, livre de preconceitos e superstições.
Fonte: livro "A Arte de Viver" - Ramiro Sápiras - Publicado no Recanto das
Letras em 14/12/2005 - Código do texto: T85744
Tolerância. [A tolerância não foi citada no artigo de Ramiro Sápiras.] Tolerância é
um termo que vem do latim tolerare que significa "suportar" ou "aceitar". A
tolerância é o ato de agir com condescendência e aceitação perante algo que
não se quer ou que não se pode impedir. A tolerância é uma atitude fundamental
para quem vive em sociedade. Uma pessoa tolerante normalmente aceita
opiniões ou comportamentos diferentes daqueles estabelecidos pelo seu meio
social. Este tipo de tolerância é denominada "tolerância social".
René Descartes
Para o filósofo racionalista René Descartes, a virtude consiste no raciocínio correto que
deve nortear as nossas ações. Os homens deveriam buscar o soberano bem que
Descartes, seguindo Zenão, identifica com a virtude, pois isso produz uma bem-
aventurança ou prazer sólidos. Para Epicuro o bem soberano bem era o prazer, e
Descartes diz que na verdade isso não está em contradição com o ensinamento de Zenão,
porque a virtude produz um prazer espiritual, que é melhor que o prazer corporal. No que
diz respeito à opinião de Aristóteles de que a felicidade depende dos bens da fortuna,
Descartes não nega que estes bens contribuem para a felicidade, mas observa que estão
em grande proporção fora do nosso próprio controlo, enquanto que a nossa mente está
sob o nosso completo controlo.[34]
Immanuel Kant
Immanuel Kant, nasa suas Observações sobre o Sentimento do Belo e do Sublime, diz
que a verdadeira virtude é diferente daquilo que comummente se acredita sobre ela. Na
opinião de Kant, ser bondoso, benevolente e solidário não é a verdadeira virtude. O que
torna uma pessoa verdadeiramente virtuosa é comportar-se de acordo com princípios
morais.[carece de fontes]
Kant apresenta um exemplo: suponha que você se depara com uma pessoa necessitada
na rua; se a sua simpatia o leva a ajudar essa pessoa, a sua resposta não ilustra a sua
virtude. Neste exemplo, como você não tem condições de ajudar todos os necessitados,
você comportou-se injustamente e isso está fora do domínio dos princípios e da verdadeira
virtude. Kant aplica a abordagem dos quatro temperamentos para distinguir pessoas
verdadeiramente virtuosas. Segundo Kant, entre todas as pessoas com temperamentos
diversos, uma pessoa com um estado de espírito melancólico é a mais virtuosa, cujos
pensamentos, palavras e ações são baseados em princípios.
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A sagrada família: ou a crítica da
Crítica contra Bruno Bauer e consortes. Trad. Marcelo Backes. São
Paulo: Boitempo, 2003, p. 130
** SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. São Paulo:
Abril Cultural, 1978, p. 09
*** MARX, Karl; O 18 Brumário de Luís Bonaparte, p. 329
Fachin, Luiz Edson (2003). Teoria Crítica do Direito Civil. Rio de Janeiro: Editora Renovar, pág. 304
Rawls, John (1972). A Theory of Justice. Cambridge, Massachusetts. Harvard University Press.
34
Rawls, ib. pág. 520~
arr, D. (1988). «The cardinal virtues and Plato's moral psychology». The Philosophical
Quarterly. 38 (151): 186–200. JSTOR 2219923. doi:10.2307/2219923
Vlastos, Gregory (março de 1972). «The Unity of the Virtues in the Protagoras». The Review of
Metaphysics. 25 (3): 415–458.