Instalações Elétricas

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ELÉTRICA

índice

1- Introdução às instalações elétricas.............................................................................................3

2- Projeto de Instalações Elétricas.................................................................................................13

3- Fator de Utilização..........................................................................................................................20

4- Previsão das cargas de iluminação e pontos de tomada................................................26

5- Divisão das Instalações.................................................................................................................32

6- Dimensionamento de Condutores...........................................................................................35

7- Capacidade de Condução de Corrente...................................................................................38


INTRODUÇÃO ÀS INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS
Para que um engenheiro possa realizar ou analisar projetos de instalações
elétricas, é essencial que ele compreenda como essas "instalações" se encaixam no
nosso sistema elétrico, desde as unidades geradoras até os consumidores de baixa
tensão.

Através deste capítulo, teremos uma visão abrangente de um sistema composto


por geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, destacando como as
instalações de baixa tensão estão inseridas dentro desse sistema.

Geração, Transmissão e Distribuição


Para começarmos, é fundamental realizar uma introdução sobre a constituição
do sistema elétrico nesta aula.

Essa abordagem é crucial para que você adquira uma compreensão abrangente
sobre como a energia elétrica é gerada, transmitida e como se dá o fornecimento de
energia elétrica para unidades consumidoras, tais como residências, edifícios e
indústrias.

Iniciaremos discutindo sobre energia...

A energia pode ser definida como qualquer entidade com capacidade para realizar
ou gerar trabalho.

Existem diversas formas ou tipos de energia, e exemplos incluem:

➢ Energia Elétrica;

➢ Energia Mecânica;

➢ Energia Térmica;

➢ Energia Química;

Focando especificamente na energia elétrica, podemos afirmar que ela se


tornou uma parte essencial e inseparável do nosso cotidiano. Geralmente, percebemos
sua importância somente quando ela falta!

A característica notável da energia elétrica é sua capacidade de ser transportada


por longas distâncias e de ser facilmente convertida em outros tipos de energia. Por
exemplo, pode ser transformada em energia mecânica por meio de um motor elétrico
ou em energia térmica por meio de secadores ou chuveiros.
É comum que a energia elétrica não seja utilizada no mesmo local onde é
gerada. Portanto, é necessário transportá-la por longas distâncias, desde as unidades
de geração até os centros de consumo.

Podemos afirmar que a energia elétrica passa por três fases fundamentais:

➢ Geração;

➢ Transmissão;

➢ Distribuição;

Dessa forma, vamos abordar os aspectos gerais dessas três fases cruciais que
compõem o sistema elétrico brasileiro.

Geração
Entretanto, de que maneira a energia elétrica é gerada?

Para acionar as turbinas, diversas fontes podem ser empregadas, como a


variação de água (hidráulica), a propulsão a vapor (térmica), a combustão de materiais
(diesel, carvão) e a fissão de elementos radioativos (urânio). Assim, existem várias
formas de gerar energia.

O sistema elétrico brasileiro destaca-se por ser majoritariamente hidrotérmico,


composto principalmente por usinas hidrelétricas e termoelétricas. No Brasil, a
produção de energia elétrica é predominantemente proveniente de usinas
hidrelétricas, uma fonte renovável, o que nos coloca em uma posição privilegiada.

As energias solar e eólica também são exploradas como fontes alternativas e


renováveis. Embora ainda não representem grande parte de nossa matriz elétrica, o
uso dessas fontes tem crescido consideravelmente, contribuindo para manter a
predominância de fontes renováveis em nossa matriz elétrica.

É relevante salientar que a matriz elétrica do Brasil se diferencia


significativamente da matriz global, pois temos uma maior participação de fontes
renováveis em comparação com o restante do mundo. O Brasil possui um vasto
potencial hidrelétrico, que, mesmo sendo explorado, ainda oferece oportunidades de
aproveitamento.

Nas usinas hidrelétricas, a energia potencial da água é convertida em energia


mecânica por turbinas hidráulicas, e esta, por sua vez, é transformada em energia
elétrica pelos geradores elétricos. Os geradores necessitam de energia mecânica para
acionar os rotores das turbinas, aos quais estão conectados.
Para a exploração hidrelétrica, duas condições são essenciais:

➢ Abundância de água;

➢ Movimento da água (por meio de diferença de altura entre a barragem e a


casa de máquinas da usina ou por desníveis de relevo em usinas a fio d'água).

A escolha do tipo de usina para um local específico requer a análise de


indicadores econômicos, técnicos, ecológicos e sociais.

Mediante um decreto governamental, ficou estabelecido que a energia gerada


para utilização no território brasileiro deve ser trifásica, com uma frequência de 60
hertz.

Devido ao fato de os geradores operarem em potências elevadas (MW) e a


tensão comercial ser relativamente baixa (KV), a corrente elétrica gerada pelos
geradores atinge alta intensidade. Dessa forma, é imperativo elevar a tensão para
viabilizar a transmissão eficiente da energia elétrica por longas distâncias, utilizando
condutores mais delgados, a fim de minimizar as perdas por dissipação de calor nas
linhas elétricas.

Assim, adentramos na segunda etapa do sistema elétrico, que é a fase de transmissão.

Transmissão
Para garantir a viabilidade econômica, a tensão gerada nos geradores trifásicos
precisa ser elevada a valores padronizados, levando em consideração a potência a ser
transmitida e as distâncias até os centros consumidores. Desse modo, é essencial
construir uma subestação elevadora o mais próximo possível da unidade geradora.

As subestações elevadoras, por meio de transformadores,


possibilitam a transmissão da energia elétrica em tensões
mais econômicas, onde as perdas são minimizadas.

As extensas redes de transmissão de energia elétrica caracterizam-se por altas


tensões, justamente para reduzir as perdas por dissipação de potência nas linhas.

Quanto maior a tensão, menor será a corrente na linha de


transmissão necessária para transmitir uma determinada
potência ao consumidor.
Vale ressaltar que os transformadores foram previamente abordados, e se
necessário, é recomendado revisitar essa aula para relembrar os aspectos essenciais
sobre essa máquina elétrica.

Os transformadores possibilitam o ajuste da tensão em trechos específicos


do sistema, permitindo também a utilização da energia elétrica na voltagem mais
adequada para um dispositivo específico. As tensões mais comuns em corrente
alternada nas linhas de transmissão incluem 69 kV, 138 kV, 230 kV, 400 kV e 500 kV.

Acima de 500 kV, é possível empregar a tensão contínua, como


ocorre na linha de transmissão de Itaipu. Contudo, a decisão sobre
qual tipo de tensão deve ser adotado dependerá de um estudo
de viabilidade específico.

Na linha de transmissão de Itaipu. Contudo, a decisão sobre qual tipo de tensão


deve ser adotado dependerá de um estudo de viabilidade específico.

A energia é conduzida pelos suportes de transmissão até os centros de


consumo. Em essência, a energia alcança uma subestação designada como
abaixadora, onde os transformadores reduzem as tensões para os valores de "tensão
de distribuição". Essas tensões são então encaminhadas para a subestação de
distribuição.

Neste estágio, ingressamos na fase de distribuição do sistema.

Distribuição
A distribuição é a seção do sistema elétrico que engloba as cargas do sistema,
ou seja, abrange os centros de consumo, como residências, edifícios e indústrias. O
processo de distribuição tem início na subestação abaixadora, onde a tensão da linha
de transmissão é reduzida para valores padronizados na rede de distribuição
primária, como 13,8 kV e 34,5 kV, por exemplo.

A partir das subestações de distribuição, partem as redes de distribuição


secundária ou de baixa tensão. Desse modo, os condutores seguem em direção à
distribuição urbana em 13,8 kV. Nas vias públicas, de acordo com o consumo e o
número de consumidores, são instalados transformadores nos postes de energia. Esses
transformadores reduzem a tensão de 13,8 kV para a baixa tensão, geralmente em
127 V e 220 V, para utilização em ambientes residenciais e industriais.

As redes de distribuição primárias podem ser construídas seguindo três formas.


Eles são:
➢ Sistema radial;

➢ Sistema em anel;

➢ Sistema radial seletivo.

A parte final do sistema é a subestação abaixadora para a baixa tensão, onde a


tensão é abaixada para a tensão de utilização. As tensões de 380/220 V e de
220/127 V são utilizadas no sistema trifásicos. E a tensão de 220/110 V é a tensão de
utilização de sistemas monofásicos.
No Brasil, existem cidades onde a tensão de fase-neutro é de 220 V (Brasília) e
cidades onde essa tensão é de 127 V (Rio de Janeiro).

A entrada de energia dos consumidores finais é denominada ramal de entrada.


As redes de distribuição primária e secundária normalmente são trifásicas e as ligações
podem ser monofásicas, bifásicas ou trifásicas dependendo da potência solicitada.

➢ Até 4kW-monofásica (2 condutores)

➢ Entre 4 e 8 kW- bifásica (3 condutores)

➢ Maior que 8 kW- trifásica (3 ou 4 condutores)

Segundo o módulo 1 do PRODIST (Procedimentos de Distribuição de Energia


Elétrica), os níveis de tensão de distribuição são classificados como se segue:

➢ Alta tensão de distribuição (AT): tensão entre fases cujo valor eficaz é
igual ou superior a 69kV e inferior a 230kV.

➢ Média tensão de distribuição (MT): tensão entre fases cujo valor eficaz é
superior a 1kV e inferior a 69kV.

➢ Baixa tensão de distribuição (BT): tensão entre fases cujo valor eficaz é
igual ou inferior a 1kV.

Sistemas, Instalações e Componentes


Conforme Cotrim (2009), um circuito elétrico é um conjunto de corpos,
componentes ou meios nos quais é possível a passagem de corrente elétrica. O autor
também define um sistema elétrico como um circuito ou conjunto de circuitos
elétricos que se relacionam para um propósito comum determinado.

Essencialmente, os componentes elétricos de um sistema conduzem


corrente para desempenhar funções específicas dentro do sistema. Ainda segundo
o autor, uma instalação elétrica inclui componentes elétricos que não conduzem
corrente elétrica. No entanto, eles são indispensáveis para o funcionamento e bom
desempenho de uma instalação, como por exemplo, eletrodutos, caixas, suportes. De
acordo com a NBR IEC 60050(826):1997.
Uma instalação elétrica representa o sistema
elétrico físico composto pelo conjunto de componentes
elétricos associados e coordenados para uma finalidade
específica.

É possível afirmar que as plantas, simbologias e diagramas de um projeto


elétrico são representações da instalação, enquanto os circuitos elétricos constituem
o sistema.

Muitos autores e projetistas utilizam os termos "instalações


elétricas" e "sistemas elétricos" como: componentes de uma
instalação" refere-se a itens
da instalação que podem ser materiais, acessórios,
instrumentos, equipamentos, máquinas ou até mesmo segmentos ou
partes de uma instalação, como linhas elétricas.

Como mencionei anteriormente, os componentes da instalação são como peças


que se inter-relacionam e desempenham funções específicas em uma determinada
instalação. De acordo com a NBR 5410:2004, o termo.

Outro termo frequentemente utilizado nas aulas de instalações elétricas é


"equipamentos elétricos". Conforme a NBR IEC 50 (826):199, um equipamento
elétrico pode ser definido como:

Uma unidade funcional completa e distinta,


exercendo uma ou mais funções elétricas relacionadas com a
geração, a transmissão, a distribuição ou a utilização de energia
elétrica. Exemplos incluem transformadores, máquinas elétricas
e aparelhos de medição.

Citamos, como exemplos, os transformadores, as máquinas elétricas e os


aparelhos de medição. Em algumas situações, também organizamos os
equipamentos elétricos em grupos de acordo com suas funções específicas, incluindo:

➢ Equipamentos principais;
➢ Equipamentos de manobra;

➢ Equipamentos de medição, proteção, comando e controle


(MPCC);

➢ Equipamentos de utilização.

Os equipamentos de utilização são destinados a converter energia elétrica


em formas úteis, como energia térmica (em um secador de cabelo) ou energia
mecânica (no motor elétrico de um liquidificador). Esses equipamentos podem ser
classificados em três grandes categorias: aparelhos de iluminação, equipamentos
industriais e equipamentos não industriais.

➢ Aparelhos de iluminação;

➢ Equipamentos industriais;

➢ Equipamentos não industriais.


O conceito de aparelho elétrico é


frequentemente empregado para se referir a
equipamentos de utilização, como os dispositivos

Os equipamentos principais, de manobra, de medição, de proteção, de comando


e de controle integram as instalações elétricas, desempenhando um papel crucial para
garantir que o processo de fornecimento de energia transcorra com qualidade,
segurança e eficiência.

Instalações de Baixa Tensão


Os aspectos essenciais das instalações de baixa tensão, conforme
regulamentado pela norma NBR 5410:2004. Portanto, exploraremos (o necessário)
nosso entendimento sobre a distribuição de energia em baixa tensão.
O fornecimento de energia elétrica em baixa tensão será realizado em corrente
alternada, com uma frequência de 60 Hz. as tensões nominais padronizadas em baixa
tensão, tanto para o sistema trifásico quanto para o monofásico, estão especificadas
na tabela abaixo.

Sistema Tensão nominal (v)


Trifásico 220/127
380/220
254/127
Monofásico
440/220

Diferentes tensões podem ser admitidas nos sistemas de distribuição em


operação, desde que estejam em conformidade com a legislação aplicável.
As instalações de baixa tensão pode ser alimentadas de várias maneiras. Em
situações comuns, como residências, comércios ou indústrias de pequeno porte, a
alimentação ocorre diretamente por meio de uma rede de distribuição de baixa tensão,
utilizando um ramal de ligação.
No entanto, a alimentação de energia também pode ser realizada através de
uma rede de distribuição de alta tensão, especialmente quando há uma subestação ou
um transformador exclusivo de propriedade da concessionária de energia elétrica. Este
é o caso típico para alimentar edifícios prediais e comerciais de grande porte.
Para edificações industriais de grande porte, o fornecimento de energia pode
ocorrer por meio de uma subestação de propriedade do consumidor.
A alimentação direta em baixa tensão é exemplificada na Figura (1), na qual é
possível visualizar esquematicamente os componentes da entrada de serviço. Observe
a disposição desses componentes e equipamentos, que serão detalhados a seguir.
Não precisa se preocupar, pois as definições serão fornecidas apenas para
auxiliar seu entendimento e contextualização do assunto. Não foram identificadas
questões cobrando essas definições.

Rede secundária
Quadro de
Ponto de proteção e medição
Ponto de entrega
Ramal derivação
De ligação QP QM
Ramal de entrada

Entrada consumidora

Entrada de serviço
A Entrada de Serviço é o conjunto de equipamentos, condutores e acessórios
instalados entre o ponto de derivação da rede concessionária e o quadro de medição
ou proteção estando ele incluído.
O Ponto de Entrega (NBR 5460:1992) é o ponto no qual a energia elétrica
(entregue a um consumidor pela concessionária de energia) é medida para fins de
faturamento. Logo, ele é o ponto de conexão da empresa distribuidora de eletricidade
com a instalação elétrica da unidade consumidora, delimitando as responsabilidades
da distribuidora (NBR 5410:2004). O ponto de entrega é o ponto a partir do qual se
aplica a NBR 5410:2004.
A Entrada Consumidora é o conjunto de equipamentos, condutores e
acessórios instalados entre o ponto de entrega e o quadro de proteção e medição
estando este incluído.
O Ramal de Ligação (NBR 5460:1992) é o ramal derivado de uma rede de
distribuição para alimentar um consumidor ou unidade consumidora. Ele é constituído
pelo conjunto de condutores e acessórios instalados pela distribuidora de energia
entre o ponto de derivação da rede concessionária e o ponto de entrega (REN ANEEL
414/2010)
O Ramal de Entrada (NBR 546:01992) é a parte do ramal de ligação
compreendida entre o limite da propriedade do consumidor e do ponto de medição.
Assim, é o conjunto de condutores e acessórios instalados pelo consumidor entre o
ponto de entrega e o quadro de proteção e medição da instalação (RENANEEL
414/2010)
A Unidade Consumidora é o conjunto composto pelas instalações, ramal de
entrada, equipamentos elétricos, condutores e acessórios caracterizada pelo
recebimento de energia elétrica em apenas um ponto de entrega, com medição
individualizada, correspondente a um único consumidor e localizado em uma mesma
propriedade ou em propriedades contíguas (REN ANEEL 414/2010).

É importante ressaltar que, em moradias de uso coletivo, cada unidade


consumidora corresponde a uma instalação elétrica diferente.

As instalações elétricas de baixa tensão seguem as regulamentações da


norma NBR 5410:2004, estabelecida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT). A seção seguinte deste capítulo trará as considerações gerais sobre a norma
NBR 5410:2004, que servirão como fundamento e referência para os tópicos
abordados nesta aula.
Norma NBR-5410 e normas complementares
A NBR 5410- Instalações Elétricas de Baixa Tensão de 2004 é a norma aplicada
a todas as instalações elétricas em que a tensão nominal é igual ou inferior a 1000 V
em corrente alternada ou 1500 V em corrente contínua. Ou seja,

A norma NBR 5410:2004 estabelece a tensão máxima de


1000 volts como limite para a baixa tensão em corrente
alternada e de 1500 volts em corrente contínua.

A NBR 5410 estabelece as condições que as instalações elétricas de baixa


tensão devem satisfazer para que a segurança de pessoas e animais, o funcionamento
adequado e a conservação dos bens sejam garantidos.
Os procedimentos e as recomendações têm como objetivo principal evitar a
ocorrência de sobrecarga, curtos-circuitos e choques elétricos!

Um tema frequentemente abordado em questões sobre a norma NBR


5410:2004 diz respeito à sua aplicação. Portanto, é crucial compreender em quais
contextos ou tipos de edificações ela pode ser utilizada.
Essa norma é destinada principalmente a instalações elétricas recém-criadas e a
instalações elétricas já existentes que passarão por reformas. Isso inclui diversas
categorias de edificações, tais como:

➢Residenciais;
➢Comerciais;
➢Públicas;
➢Industriais;
➢Agropecuárias;
➢Pré-fabricadas.

É relevante destacar que essa norma abrange também trailers, campings, áreas
externas das propriedades (fora das edificações) e instalações temporárias, como
canteiros de obras, feiras e exposições.

As instalações elétricas de média tensão, com uma tensão nominal entre 1000
V e 36200 V, são regulamentadas pela norma NBR 14039:2003.

Além disso, a NBR 5410 também é aplicada em diversos contextos, tais como:
As instalações elétricas de média tensão, com uma
tensão nominal entre 1000 V e 36200 V, são
regulamentadas pela norma NBR 14039:2003.

➢Circuitos elétricos alimentados com tensão nominal igual ou inferior a 1.000 V em


corrente alternada, com frequências inferiores a 400 Hz, ou a 1.500 V em corrente
contínua;
➢Circuitos elétricos (exceto os internos aos equipamentos) operando com tensão
superior a 1.000 V e alimentados por uma instalação com tensão igual ou inferior a
1.000 V em corrente alternada, como, por exemplo, circuitos de lâmpadas a descarga,
precipitadores eletrostáticos, etc.;
➢Fiação e toda linha elétrica não abrangida por normas relativas aos equipamentos
de utilização;
➢Linhas elétricas fixas de sinal (com exceção dos circuitos internos dos equipamentos)
relacionadas exclusivamente à segurança e à compatibilidade eletromagnética.

Entretanto, a norma NBR 5410 não se aplica a:

➢Instalações de tração elétrica;


➢Instalações elétricas de veículos automotores;
➢Instalações elétricas de embarcações e aeronaves;
➢Equipamentos para supressão de perturbações radioelétricas, desde que não
comprometam a segurança das instalações;
➢Instalações de iluminação pública;
➢Redes públicas de distribuição de energia elétrica;
➢Instalações de proteção contra quedas diretas de raios;
➢Instalações em minas;
➢Instalações de cercas eletrificadas.
A NBR 5410 é complementada pela norma
NBR 13570 (Instalações Elétricas em Locais de
Afluência de Público) e pela norma NBR
‘ 13534 (Instalações Elétricas em Estabelecimentos
Assistenciais de Saúde). Respectivamente, a
primeira é aplicada às instalações elétricas de
locais como, estádios, cinemas, restaurantes, etc.
A segunda é aplicada a locais da área de saúde
como hospitais, clínicas médicas, ambulatórios,
entre outros

A norma NBR 5410 será a nossa principal fonte e guia para explorar
as diretrizes, detalhes, requisitos e procedimentos relativos às
condições que as instalações elétricas de baixa tensão precisam
atender. Portanto, a sua leitura é essencial

No contexto da NBR 5410, a terminologia relacionada às instalações elétricas


de baixa tensão, conforme abordada na norma NBR IEC 60050, também será adotada.
Todas as definições apresentadas neste material estão alinhadas com essa norma,
mencionando outras referências quando necessário. Fique tranquilo, pois irei
especificar a norma de referência para evitar qualquer confusão.

O foco principal é compreender cada definição para entender sua aplicação e


utilidade.

Projeto de Instalações Elétricas


É importante destacar desde já que a NBR 5460:1902 (Sistemas Elétricos de
Potência) tem como propósito definir termos pertinentes ao sistema elétrico de
potência, abrangendo os aspectos de geração, transmissão e distribuição. Neste
contexto, faremos uso de algumas definições presentes nessa norma para esclarecer
certos termos abordados ao longo deste capítulo.

Etapas de Projeto
O desenvolvimento de um projeto elétrico para qualquer tipo de instalação
requer a observância de procedimentos específicos, assegurando a entrega segura e
eficaz de energia elétrica à unidade consumidora.
O desenvolvimento de um projeto elétrico para qualquer tipo de
instalação requer a observância de procedimentos específicos,
assegurando a entrega
segura e eficaz de energia elétrica à unidade consumidora.

O planejamento da instalação elétrica representa o ponto inicial para


organizar os passos necessários na elaboração do projeto elétrico.

A elaboração de um projeto elétrico possibilita antecipar, selecionar,


dimensionar e posicionar os equipamentos e componentes essenciais para compor
a instalação elétrica de maneira segura, eficiente e adequada. Nesse sentido, os
projetistas de instalações elétricas podem seguir diversas etapas durante a criação do
projeto.

Vale ressaltar que as etapas mencionadas podem ser sujeitas a alterações ou


exclusões, uma vez que variam de acordo com os procedimentos específicos
adotados por projetistas ou empresas de engenharia como padrão. No contexto
de nosso foco principal, que é a resolução de questões de concurso, abordarei
superficialmente as etapas para proporcionar uma compreensão de como o conteúdo
desta aula se relaciona com um projeto elétrico. Estamos alinhados com essa
abordagem?

Dentre as diversas etapas envolvidas na elaboração de um projeto elétrico,


podemos considerar as seguintes como exemplo:

➢A análise inicial é a fase inicial que envolve a coleta de dados fundamentais para
orientar o projeto. Durante essa etapa, é realizada uma estimativa preliminar da
potência instalada, com base em fatores de demanda e carga apropriados. Aqui, são
determinados os tipos de linhas elétricas e a localização da entrada de energia.

➢O fornecimento de energia abrange a definição das condições nas quais a unidade


consumidora será alimentada. Durante essa etapa, são estabelecidos o tipo de sistema
de distribuição e o tipo de aterramento.

➢A quantificação das instalações compreende a determinação da potência instalada


para todos os setores e subsetores considerados no projeto, levando em conta todos
os pontos de utilização conhecidos. Isso inclui a identificação de pontos de luz,
tomadas e equipamentos de utilização a etapa de quantificação das instalações, os
pontos de luz, tomadas e equipamentos de utilização que não foram considerados
na análise inicial são identificados, caracterizados e marcados em uma planta. Para
os equipamentos de utilização desconhecidos, previsões adicionais baseadas em
instalações semelhantes são utilizadas como dados de projeto. Durante essa fase,
ocorre a divisão da instalação em setores ou subsetores.
➢O esquema básico da instalação é elaborado na próxima etapa, representando um
esquema unifilar inicial. Nesse esquema, os componentes principais e as
interligações elétricas são indicados.

➢Na etapa de escolha e dimensionamento dos componentes, todos os


componentes de todas as partes da instalação são selecionados e dimensionados.
Aqui, ocorre a complementação dos desenhos que estavam sendo elaborados.

➢A especificação e contagem dos componentes constituem a seguinte etapa, na


qual todos os componentes da instalação são especificados e contados. Durante esse
processo, são descritas e citadas as normas às quais um componente específico deve
atender.

Portanto, podemos concluir que o projeto elétrico é a representação escrita da


instalação, incluindo todos os detalhes como a localização de pontos de utilização,
comandos, trajetos de condutores, divisão de circuitos, seção dos condutores,
dispositivos, entre outras informações.

Conforme a NBR 5410, a instalação deve ser executada a partir de um projeto


específico, que deve conter, no mínimo:

➢Plantas;

➢Esquemas unifilares e outros, quando aplicáveis;

➢Detalhes de montagem, quando necessários;

➢Memorial descritivo da instalação;

➢Especificação dos componentes (descrição, características nominais e normas que


devem atender);

➢Parâmetros de projeto (correntes de curto-circuito, queda de tensão, fatores de


demanda considerados, temperatura ambiente, etc.).

Na fase inicial do projeto, é crucial determinar a potência instalada da unidade


consumidora com base em fatores de projeto. As próximas seções deste capítulo
abordarão especificamente os conteúdos relacionados a esse tema.

Demanda e Curva de carga


A quantidade de energia elétrica consumida em uma instalação depende do
número de equipamentos e dispositivos (cargas) que estão em funcionamento
naquele momento. Nesse sentido, a potência elétrica utilizada em um determinado
instante é determinada pela soma das potências consumidas por cada carga
individual.

Para a elaboração de um projeto elétrico e o dimensionamento adequado de


seus componentes, é essencial estimar a potência total instalada da unidade
consumidora. Em outras palavras, é necessário realizar um levantamento de todas as
cargas presentes na instalação elétrica que demandarão potência ativa.

Embora não seja viável antecipar e determinar com precisão os


equipamentos de utilização em uma instalação, é possível realizar uma
estimativa preliminar da potência instalada. Isso pode ser feito por
meio de tabelas que representam as densidades de potência típicas
de instalações semelhantes.

A curva de carga de uma instalação representa a demanda de potência


ativa da unidade consumidora ao longo do tempo. Geralmente, essa curva é
elaborada considerando um período de 24 horas para representar a demanda diária
da instalação. Vale ressaltar que o conceito de curva de carga não se limita à
instalação como um todo; pode também representar a demanda de um setor
específico da instalação.

A curva de carga diária possibilita o estudo e a análise do desempenho de


diversas instalações, sejam industriais, prediais, residenciais ou comerciais. Cada
tipo de instalação apresentará uma forma característica em sua curva de carga,
resultando em perfis distintos de demanda diária para diferentes unidades
consumidoras.

É importante observar que as concessionárias de energia têm interesse em


modelar as curvas de carga para realizar previsões mais realistas e, assim, oferecer
um melhor atendimento aos seus consumidores. Portanto, caracterizar a carga do
sistema é uma maneira de as concessionárias compreenderem como seus diversos
clientes utilizam a energia.

A carga do sistema pode variar ao longo do tempo,


sendo influenciada por diversos fatores como eventos
televisivos, econômicos, políticos, entre outros.
O estudo e modelagem das curvas de carga são de extrema importância para
possibilitar um planejamento eficaz, tanto por parte da concessionária de energia
quanto pelos projetistas.

Compreendendo a importância dos conceitos de demanda e da curva de carga,


vamos explorar esses temas de maneira mais detalhada!

Para fins de projeto, é conveniente trabalhar com valores médios de potência.


Segundo a NBR 5460.

A demanda é a média das potências elétricas


instantâneas solicitadas ao sistema elétrico por
consumidor ou concessionário, durante um intervalo de
tempo especificado

Dessa forma, a demanda D é o valor médio da potência ativa P em um intervalo


de tempo Δt e é dada por:

1 𝑡+∆𝑡
𝐷= ∫ 𝑃(𝑡)𝑑𝑡
∆𝑡 𝑡

A demanda é medida em unidades de potência ativa (W).

A Figura (2) representa a potência elétrica instantânea consumida P(t), bem


como a demanda D e a energia consumida (área roxa) em um determinado período
∆𝑡, podendo ser calcula
Curva de Carga

A região sob a curva P(t) (Fig. 2) representa a energia consumida pela instalação
no intervalo considerado. Portanto, a energia E consumida durante Δt pode ser
calculada da seguinte forma:

𝑡+∆𝑡
𝐸 = 𝐷 ∙ ∆𝑡 − ∫𝑡 𝑃(𝑡)𝑑𝑡

A curva de carga é a representação gráfica que mostra a demanda em função


do tempo D(t) para período T. Assim como NBR5460.

A representação gráfica da variação da carga, seja observada ou esperada,


em função do tempo é conhecida como curva de carga.

Para um período T, a ordenada máxima da curva define a demanda máxima


Dmax. A energia total consumida ET (área formada pela curva D(t) é dada por:

𝑡
𝐸𝑡 = ∫ 𝐷(𝑡)𝑑𝑡
0

A representação gráfica da curva de carga, conforme a NBR 5460, mostra a


demanda ao longo do tempo, representada por D(t), durante um período T. Isso é
essencial para compreender o consumo de energia ao longo do tempo e identificar a
demanda máxima, conhecida como Dmax. A Figura (3) ilustra essa curva, destacando a
variação da demanda em diferentes momentos.
D(t)
D max

D(t)

0 T t
∆𝑡

De acordo com a NBR 5460, ainda podemos definir a demanda média Dm, pelo
período desse intervalo.

A média da demanda é calculada dividindo a


quantidade de energia elétrica consumida durante um
intervalo de tempo específico

𝐸𝑇
𝐷𝑚 =
𝑇

Logo, a demanda média é considerada a altura de um retângulo de base T, cuja


área é a energia total ET.

A demanda média é interpretada como a demanda constante que uma


instalação elétrica deve apresentar para consumir a energia total em um determinado
período.
Fatores de Projeto
Os fatores de projeto são elementos empregados durante a elaboração do
projeto de uma instalação elétrica. No contexto das fases mencionadas
anteriormente, esses fatores desempenham um papel crucial na etapa de
quantificação, onde são determinadas as demandas máximas das instalações.

As definições e características dos fatores de carga, de utilização, de


demanda e de diversidade serão apresentadas para proporcionar uma compreensão
abrangente de como são aplicados no desenvolvimento de projetos de
instalações elétricas. Ao final desta seção, uma questão comentada será apresentada
como exemplo de como esses fatores são abordados em questões de concursos.

Fator de Carga
Segundo a NBR 5460:

O fator de carga é conceituado como a relação entre a


demanda média e a demanda máxima, ambas ocorrendo
no mesmo intervalo de tempo especificado

Assim podendo ser Calculado:

𝐷𝑚𝑎𝑥
𝑓𝑑𝑒𝑚 =
𝑃𝑖𝑛𝑠𝑡

Veja que substituímos somente a potência de alimentação pela demanda


máxima presumida.

O coeficiente de demanda será sempre menor que um, pois a demanda máxima
representa a potência real utilizada na instalação. Dado que é raro o uso simultâneo
de todos os pontos de luz ou tomadas de corrente, a potência efetivamente utilizada
será menor que a potência total instalada na unidade consumidora.

A magnitude do fator de carga está associada ao tipo de instalação e ao período


considerado. Geralmente, o período de 24 horas é o mais comum, resultando em um
fator de carga diário para a instalação.
Além disso, é possível inferir que o fator de carga fornece insights sobre o uso
racional da energia, pois quanto menor for a demanda máxima da instalação, maior
será o fator de carga no período analisado.

Fator de Utilização
O fator de utilização, como o próprio nome sugere, é aplicado aos
equipamentos de utilização e indica, essencialmente, a porcentagem da capacidade
do equipamento que está sendo efetivamente utilizada.

Em equipamentos de utilização, a potência efetivamente absorvida pode ser


menor do que a sua potência nominal. Nesse contexto, o fator de utilização expressa
o quanto de potência efetiva o equipamento está demandando em relação à sua
potência nominal.

Matematicamente, o fator de utilização é definido como a razão entre a


potência máxima absorvida (Pabs) em um intervalo de tempo específico e a potência
nominal (PN) do equipamento.

Calculada como:

𝑃𝑎𝑏𝑠
𝑓𝑢𝑡𝑖 =
𝑃𝑛

Em instalações industriais, é comum que motores


elétricos operem abaixo de sua carga plena

O que significa que a potência efetivamente absorvida pode ser inferior à


potência nominal. Nesse contexto, o fator de utilização é uma ferramenta valiosa, mas
seu uso adequado depende do pleno conhecimento do equipamento e de seu
comportamento.

Caso o fator de utilização seja aplicado de maneira inadequada, há o risco de


subdimensionamento dos circuitos, o que pode comprometer a segurança e o
funcionamento adequado da instalação elétrica. Portanto, é crucial ter um
entendimento preciso do comportamento dos equipamentos para garantir a correta
aplicação do fator de utilização.
Fator de Demanda
Segundo a NBR IEC 60050 (826), o fator de demanda é definido como a razão
entre a soma das potências nominais de uma série de equipamentos, que podem
operar simultaneamente em um determinado momento, e a potência instalada da
instalação ou parte dela. Nesse contexto, o instante considerado é aquele
correspondente à demanda máxima da instalação que abastece a referida parte
ou o conjunto de equipamentos.

Em resumo, o fator de demanda avalia a eficiência na utilização simultânea


dos equipamentos, comparando a soma de suas potências nominais com a potência
total instalada no conjunto ou na instalação. Essa análise é fundamental para
dimensionar adequadamente os circuitos e garantir a eficiência energética da
instalação elétrica.

De acordo com a norma, ao se referir a uma instalação ou parte dela, o fator de


demanda é definido como a razão entre a potência de alimentação (ou parte
considerada da instalação) e a respectiva potência instalada.

Nesse contexto:

A potência de alimentação é a soma das potências nominais de todos os


equipamentos de utilização existentes ou previstos na instalação, ou na parte
considerada da instalação, suscetíveis de funcionar simultaneamente.

A potência instalada é definida como a soma das potências nominais dos


equipamentos elétricos, existentes ou previstos, em uma instalação elétrica, apenas.

Essas definições são essenciais para avaliar como a potência é distribuída e


utilizada em uma instalação elétrica, sendo fundamentais para o dimensionamento
adequado dos componentes do sistema.

A norma especifica que a potência de alimentação deve corresponder à


demanda máxima presumida de uma instalação em um período de 24 horas. Assim,
o fator de demanda de uma instalação pode ser calculado como a razão entre a
demanda máxima Dmax e a potência instalada Pinst por meio da seguinte equação:

Essa relação é crucial para entender a eficiência do uso da potência instalada


em uma instalação elétrica, auxiliando no projeto e dimensionamento adequados dos
componentes.

𝐷𝑚𝑎𝑥
𝑓𝑑𝑒𝑚 =
𝑃𝑖𝑛𝑠𝑡
Apenas substituímos a potência de alimentação pela demanda máxima
presumida!

O fator de demanda é sempre inferior a unidade, pois reflete a razão entre a


demanda máxima efetivamente utilizada e a potência instalada. Como mencionado, é
pouco provável que todos os pontos de luz ou tomadas de corrente sejam
utilizados simultaneamente, resultando em uma demanda máxima inferior à potência
instalada.

No entanto, em casos específicos, onde a carga é utilizada simultaneamente


devido à natureza da atividade, o fator de demanda pode ser igual a 1. Isso ocorre
quando a totalidade da potência instalada é demandada de forma simultânea,
indicando uma utilização plena da capacidade da instalação.

O fator de demanda é crucial no


dimensionamento dos circuitos de uma
instalação elétrica, considerando a provável
não simultaneidade de utilização dos
equipamentos.

Sua escolha é influenciada por diversos fatores, como: :


➢ As atividades previstas em diferentes locais da unidade,

➢ O funcionamento esperado dos equipamentos de utilização

➢ Possibilidade de alteração na disposição desses equipamentos dentro da


instalação.

Manter um fator de demanda adequado é essencial para evitar


subdimensionamento dos circuitos. Um baixo fator de demanda pode resultar em
correntes maiores do que as projetadas, colocando em risco a capacidade dos
condutores.

Tabelas com fatores de demanda típicos para diferentes tipos de cargas, como
residências, auditórios, escolas, hospitais, são ferramentas valiosas para os projetistas
ao planejar e dimensionar instalações elétricas. Esses fatores são geralmente baseados
na experiência das concessionárias de energia e dos próprios projetistas de instalações.

Vamos explorar o cálculo do fator de demanda para diferentes conjuntos de


equipamentos, considerando três setores distintos de uma instalação (motores,
iluminação e tomadas).
Para cada conjunto (setor), o fator de demanda pode ser determinado
separadamente. Cada conjunto tem sua própria potência instalada e sua demanda
máxima diária associada.

Se cada conjunto possui sua própria potência instalada e sua demanda máxima
diária (que correm ta, tb e tc.). Sendo assim os fatores de demanda de cada setor será
dado por:

𝐷𝑚𝑎𝑥,𝐴 𝐷𝑚𝑎𝑥,𝐵 𝐷𝑚𝑎𝑥,𝐶


𝑓𝑑𝑒𝑚,𝐴 = ; 𝑓𝑑𝑒𝑚,𝐵 = 𝑒 𝑓𝑑𝑒𝑚,𝐶 =
𝑃𝑖𝑛𝑠𝑡,𝐴 𝑃𝑖𝑛𝑠𝑡,𝐵 𝑃𝑖𝑛𝑠𝑡,𝐶

Este cálculo é aplicado individualmente a cada conjunto de equipamentos na


instalação, proporcionando uma visão mais precisa da demanda e permitindo ajustes
específicos conforme necessário.

Se formos calcular o fator da demanda total da instalação considerando que as


demandas máximas setoriais podem não ocorres ao mesmo tempo? Como vimos
anteriormente elas ocorrem ta, tb e tc).
Assim podendo calcular o fator de demanda total pela seguinte questão

𝐷 (𝑚𝑎𝑥,𝑇)
𝑓𝑑𝑒𝑚,𝑇 =
𝑃𝑖𝑛𝑠𝑡,𝑇

Considerando que a potência instalada total será igual a soma das potências
individuais de cada setor.

𝑓𝑖𝑛𝑠𝑡,𝑇 = 𝑃𝑖𝑛𝑠𝑡,𝐴 + 𝑃𝑖𝑛𝑠𝑡,𝐵 + 𝑃𝑖𝑛𝑠𝑡,𝐶

Entretanto, a demanda total máxima da instalação não pode ser


simplesmente a soma das demandas máximas de cada setor, uma vez que as
demandas máximas individuais podem ocorrer em momentos distintos. Em outras
palavras, é necessário levar em conta a demanda máxima total (composta pela
contribuição de cada setor) que ocorre simultaneamente, quando o conjunto de cargas
está consumindo potência. Assim, a demanda máxima total será equivalente a:
𝐷𝑚𝑎𝑥,𝑇 = 𝐷𝐴 + 𝐷𝐵 + 𝐷𝐶

Assim sendo, o fator de demanda total da instalação será igual a:

𝐷𝐴 + 𝐷𝐵 + 𝐷𝐶
𝑓𝑑𝑒𝑚,𝑇 =
𝑃𝑖𝑛𝑠𝑡,𝐴 + 𝑃𝑖𝑛𝑠,𝐵 + 𝑃𝑖𝑛𝑠𝑡,𝐶

Para uma compreensão mais clara, vou exemplificar...

Imagine uma instalação composta por diversos setores, que atinge a


demanda máxima total (considerando todos os setores!) às 22 horas.

Suponha que o setor A tenha uma demanda máxima de 100 W (Dmax,A) às 8


horas da manhã e de 30 W (DA) às 22 horas da noite (momento da demanda máxima
da instalação).

Fator de diversidade
Conforme com NBR 5460,

O coeficiente de diversidade é determinado como a relação entre a soma das


demandas máximas individuais de um conjunto de equipamentos (ou instalações
elétricas) e a demanda máxima simultânea (ocorrida no mesmo intervalo de tempo
especificado).

As demandas máximas dos setores de uma instalação podem ocorrer em


momentos distintos, devido à diversidade no consumo de energia entre cada trecho
ou setor da instalação. Para os três setores mencionados anteriormente, podemos
calcular o fator de diversidade usando a seguinte equação.

𝐷𝑚𝑎𝑥,𝐴 + 𝐷𝑚𝑎𝑥,𝐵 + 𝐷𝑚𝑎𝑥,𝐶


𝑓𝑑𝑖𝑣 =
𝐷𝑚𝑎𝑥,𝐵
Observe que a demanda máxima de toda a instalação (considerando todos os
setores) ocorre às 22 horas da noite, momento em que o setor A está consumindo
apenas 30 W de potência.

Assim, não devemos incluir a demanda máxima do setor A (100 W) no cálculo


do fator de demanda total; em vez disso, utilizamos o valor de 30 W que representa a
carga do setor A quando toda a instalação consome potência máxima
simultaneamente!

Potência de Alimentação e Corrente de Projeto


A potência de alimentação compreende a soma das potências nominais de
todos os equipamentos de utilização presentes ou planejados na instalação, ou na
parte específica da instalação, que podem operar simultaneamente.

De acordo com a norma NBR 5460. É especificado que a potência de


alimentação deve corresponder à demanda máxima presumida de uma instalação ao
longo de um período de 24 horas.

Conforme estabelecido pela NBR 5410, a determinação da potência de


alimentação é crucial para o desenvolvimento econômico e seguro de uma instalação.

Além disso, segundo esta norma, os equipamentos de utilização, juntamente


com suas potências nominais, devem ser computados, levando em consideração a
possibilidade de não simultaneidade de operação, ou seja, considerando o fator de
demanda!

A avaliação da potência de alimentação da instalação, tanto como um todo


quanto em cada ponto de distribuição, é de suma importância, uma vez que ela orienta
o dimensionamento dos condutores e dispositivos de proteção para os diversos
circuitos da instalação. Segundo a NBR IEC 60050 (826).

A corrente de projeto é caracterizada como a corrente prevista para ser


conduzida por um circuito durante seu funcionamento normal.

Considerando um ponto de distribuição em uma instalação, ao qual está


conectado um conjunto de carga, a corrente de projeto do circuito de distribuição que
alimenta o ponto de carga pode ser calculada como

𝑆𝐴
⃓𝐵 =
𝑈𝑁

Onde SA é a potência aparente de alimentação e UN é a tensão nominal do


circuito.

A relação entre a potência de alimentação aparente e a potência de


alimentação ativa deste ponto é dada pelo fator de potência:
𝑃𝐴
𝑓𝑝 = cos ∅ =
𝑆𝐴

Onde PA é a potência ativa de alimentação. Isolando SA,

𝑃𝐴
𝑆𝐴 =
cos ∅

Dessa forma, levando em conta o fator de potência de um ponto de


distribuição nas condições de demanda máxima (potência de alimentação) e
substituindo SA em termos da potência ativa e do fator de potência, a corrente de
projeto pode ser expressa como:
𝑃𝐴
⃓𝐵 =
𝑈𝑛.cos ∅

Onde PA representa a potência ativa de alimentação do ponto de


distribuição correspondente. Quando lidamos com circuitos terminais que alimentam
várias cargas do mesmo tipo, a corrente de projeto é expressa em termos das
potências nominais das cargas alimentadas. Assim, se 𝑷𝒏,𝒊 é a potência nominal de
cada carga, n é o número de cargas, e cos∅ é o fator de potência, a corrente de projeto
para um circuito terminal é calculada por:

∑𝑛
𝑖=1 𝑃𝑛,𝑖
⃓𝐵 =
𝑈𝑛.cos ∅

Já para um circuito terminal que alimenta uma única carga de potência nominal PN:

𝑃𝑁
⃓𝐵 =
𝑈𝑛.cos ∅

Não esqueça, em um sistema trifásico, devemos calcular a potência trifásica


considerando o fator √𝟑 nas equações acima, conforme estudamos em circuitos
trifásicos.
Assim, ao lidar com sistemas trifásicos, é crucial incluir o fator √𝟑 no
denominador dessas equações durante o cálculo da corrente de projeto!

Instalações Elétricas de Baixa Tensão


Esse segmento do estudo abordará as diretrizes da norma NBR 5410:2004
relacionadas à previsão de cargas, à subdivisão de instalações, à escolha e
implementação de linhas elétricas e ao cálculo de dimensões de condutores.

Embora existam práticas comuns na projeção de instalações elétricas, nosso


foco será exclusivamente no que é estipulado pela norma NBR 5410:2004, já que isso
é o que realmente é cobrado nas provas.

Como adentramos na parte do conteúdo que faz uso mais intenso das
prescrições e recomendações, tenha a norma NBR 5410:2004 à disposição para
consultas quando necessário.

É essencial enfatizar que a leitura direta da norma é imprescindível, pois


muitas questões de prova apresentam o texto literal da norma. Portanto, é crucial que
você se familiarize com a maneira como a norma formula cada instrução.

Previsão Das Cargas De Iluminação E


Pontos De Tomada
Cada dispositivo de utilização requer uma quantidade específica de potência para
operar de maneira eficaz, obtida a partir da rede elétrica da concessionária.

O processo de previsão de cargas tem como objetivo determinar todos os locais


de consumo de energia elétrica na instalação, indicando sua quantidade,
posicionamento e potência.

Ao calcular a potência de alimentação de uma instalação, é necessário levar em


consideração a potência nominal de todos os pontos de utilização previstos para a
instalação, tais como:

➢ Pontos de iluminação (carga de iluminação);

➢ Tomadas de uso geral;

➢ Tomadas de uso específico (para equipamentos fixos).


Assim que as potências nominais dos pontos de utilização são
determinadas, torna-se viável calcular a potência instalada da instalação como
um todo.

Sempre tenha em mente que, uma vez determinada a potência instalada com
base nas potências nominais dos equipamentos existentes ou projetados, é possível
calcular a potência de alimentação usando fatores de demanda práticos apropriados
(considerando a possibilidade de não simultaneidade na utilização dos
equipamentos).

Conforme a NBR 5410, a carga a ser considerada para os equipamentos de


utilização é a potência nominal absorvida por eles (fornecida pelo fabricante ou
calculada a partir da tensão nominal, corrente nominal e fator de potência). Se a
potência nominal fornecida pelo equipamento for a potência de saída (e não a
absorvida), o rendimento e o fator de potência também devem ser levados em
consideração.

A determinação da potência instalada e da potência de alimentação para locais


destinados à habitação segue as orientações da norma NBR 5410, que serão
apresentadas nas subseções a seguir. Locais destinados à habitação compreendem
unidades residenciais (casas e apartamentos) e acomodações em hotéis, flats, motéis
e estabelecimentos similares.

A estimativa de carga, tanto para iluminação quanto para tomadas, é realizada


levando em consideração a quantidade e a potência designada para os pontos,
conforme as diretrizes estabelecidas pela norma.

Carga de iluminação
A determinação das cargas de iluminação pode ser realizada utilizando o critério que
estabelece a potência mínima de iluminação de um espaço com base na sua área.

➢Em cada cômodo ou dependência, deve ser instalado pelo menos um ponto de luz
fixo no teto, controlado por interruptor, com potência mínima de 100 VA;

➢Para cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6 m2, a carga mínima
deve ser de pelo menos 100 VA;

➢Nos cômodos ou dependências com área superior a 6 m2, a carga mínima deve ser
de 100 VA para os primeiros 6 m2, acrescida de 60 VA para cada aumento de 42
inteiros.
1
Seção 9.5.2.1 da NBR 5410: 2004
Cômodos ou
dependências com área -Carga mínima de 100 VA.
igual ou inferior a 6 m2

Cômodos ou -Carga mínima de 100 VA para os


dependências com primeiros 6m2 acrescida de 60 Va
área superior a 6 m2 para cada aumento de 4m2 inteiros.

Os valores obtidos conforme essas diretrizes representam a potência


designada para a iluminação no dimensionamento dos circuitos. Isso significa que
não necessariamente corresponde à potência nominal das lâmpadas. A norma
estipula que, para dispositivos fixos de iluminação à descarga, a potência a ser
considerada deve englobar a potência das lâmpadas, as perdas e o fator de potência
dos dispositivos auxiliares.

Devido à maior eficiência das lâmpadas fluorescentes em comparação com as


incandescentes, os valores de potência indicados na norma podem ser reduzidos.
Portanto, é viável dividir esses valores por 4, levando em consideração a eficiência
entre as lâmpadas incandescentes e fluorescentes. Também permite a substituição do
ponto de luz fixo no teto por um ponto na parede em espaços como escadas,
depósitos, despensas, lavabos e varandas, desde que sejam pequenos e a fixação no
teto seja inviável. É importante notar que a norma não estabelece critérios para a
iluminação de áreas externas.

Pontos de tomada uso geral


A NBR 5410 define um ponto de tomada como um ponto de utilização no qual
a conexão do equipamento ou conjunto de equipamentos é feita por meio de uma
tomada de corrente.

2
Seção 9.5.2.1.1 – Nota 2 da NBR5410:2004

O número de pontos de tomada deve ser estabelecido considerando o espaço


e os equipamentos elétricos que podem ser conectados. As tomadas de uso geral
(TUGs) são projetadas para a conexão de equipamentos móveis ou portáteis, como
ferro elétrico e secador de cabelo.
Nas áreas residenciais, a distribuição de pontos de tomada deve seguir critérios
específicos para cada tipo de ambiente:

➢Banheiros: Pelo menos um ponto de tomada próximo ao lavatório é obrigatório,


atendendo às restrições para locais com banheira e chuveiros, devido ao maior risco
de choques elétricos nestes locais.

➢Cozinhas, copas e áreas de serviço: Deve-se prever um ponto de tomada para cada
3,5 metros ou fração de perímetro. No mínimo, duas tomadas de corrente devem ser
previstas acima da bancada da pia, seja no mesmo ponto ou em pontos separados.

➢Varandas: Pelo menos um ponto de tomada deve ser previsto, preferencialmente


próximo ao acesso, caso a varanda não comporte o ponto de tomada (por exemplo,
quando sua área for inferior a 2 m2 ou sua profundidade for inferior a 0,80 m).

➢Salas e dormitórios: Pelo menos um ponto de tomada a cada 5 metros ou fração


de perímetro, espaçados de forma uniforme. Nas salas de estar, recomenda-se equipar
o ponto de tomada com a quantidade de tomadas necessárias, pois um único ponto
pode alimentar mais de um equipamento neste cômodo.

➢Outros cômodos ou dependências de habitação: Se a área for inferior a 6 m2,


pelo menos um ponto de tomada é necessário. Se a área for maior que 6 m2, devesse
prever pelo menos um ponto de tomada para cada 5 metros ou fração de perímetro,
espaçados uniformemente. Essas diretrizes visam garantir uma distribuição adequada
dos pontos de tomada em diferentes ambientes residenciais.

Comparando com salas e dormitórios, cozinhas, copas e áreas de serviço


geralmente demandam mais pontos de tomada devido à presença de diversos
eletrodomésticos. Reduzir o espaçamento entre os pontos de tomada nesses
ambientes é sensato para atender às suas necessidades específicas.

A potência atribuída aos pontos de tomada deve ser determinada da seguinte


maneira:

➢Banheiros, cozinhas, copas, copa-cozinha, áreas de serviço, lavanderias e


ambientes similares: Pelo menos 600 VA por ponto de tomada, até três pontos, e
100 VA por ponto adicional, a partir do quarto ponto, considerando cada um desses
ambientes separadamente.

➢Nos demais cômodos ou dependências: No mínimo, 100 VA por ponto de


tomada. Essas orientações visam garantir que a potência atribuída aos pontos de
tomada seja adequada para suprir as demandas específicas de cada ambiente
residencial.
3
Seção 9.5.2.2 da NBR 5410: 2004.
4
Seção 9.5.2.2.2 da NBR 5419: 2004.
Banheiros,
cozinhas, copas, -Até 3 pontos: 600 VA por ponto de
copas-cozinhas, área tomada
de serviço, lavanderias -Ponto excedente: 100 VA por ponto
e locais análogos.

Demais -Carga mínima de 100 VA por


Cômodos ou
ponto de tomada
Dependências

Em halls de serviço5, salas de manutenção e salas de equipamentos, como


casas de máquinas, salas de bombas, barriletes e locais similares, é necessário
prever pelo menos um ponto de tomada de uso geral. Aos circuitos terminais
correspondentes, deve ser atribuída uma potência mínima de 1000 VA. Isso visa
garantir uma adequada capacidade elétrica para atender às necessidades específicas
desses ambientes.

Pontos de tomada de uso específico


A quantidade de tomada6 de uso específico e estabelecida conforme o número
de aparelhos de utilização com corrente nominal superior 10 A.

➢A potência atribuída aos pontos de tomadas de uso específico deve ser igual à
potência nominal do equipamento a ser alimentado. Quando a potência do
equipamento não for especificada, deve-se atribuir uma potência equivalente à do
equipamento mais potente que pode ser conectado àquela tomada.
Alternativamente, é possível determinar essa potência com base na corrente nominal
da tomada e na tensão do circuito.

➢Os pontos de tomadas de uso específico devem ser instalados a uma distância
máxima de 1,5 m do local onde o equipamento será alimentado.

➢Os pontos de tomadas destinados a alimentar mais de um equipamento devem ser


equipados com a quantidade adequada de tomadas para atender às necessidades dos
dispositivos conectados.
5
Seção 4.2.1.2.3 da NBR 5410:2004
6
Seção 9.5.3.1 da NBR 5410:2004

È importante lembrar:

Tomadas de uso específico (TUE’s) são tomadas destinadas à conexão de


equipamentos fixo. Exemplos: Chuveiro e máquina de lavar.

A norma ainda faz uma prescrição com relação ao aquecimento elétrico de água...

A ligação de um aquecedor elétrico de água ao seu ponto de utilização


deve ser feita diretamente, sem o uso de tomadas. Isso se deve à potência elétrica
elevada desse aparelho, que demandaria uma corrente elétrica muito alta.

O uso de tomadas específicas poderia resultar em danos, como derretimento,


representando riscos tanto para a instalação elétrica quanto para as pessoas
envolvidas.

Esquema Previsão de Cargas

Carga de Iluminação Área de Cômodo

Quantidade de Pontos
Carga de Tomada Àrea do Cômodo Valor
do Perímetro

A maioria das questões sobre previsão de cargas em instalações prediais requer


a determinação da potência mínima de iluminação e tomadas conforme a NBR 5410.
Portanto, é crucial prestar atenção a alguns procedimentos ao distribuir os pontos de
iluminação e tomada.

Para os pontos de iluminação, o primeiro passo é calcular a área do cômodo


ou dependência, pois a distribuição seguirá critérios distintos com base nesse valor. Se
a área for menor ou igual a 6 m2, considere uma carga mínima de 100 VA. Se a área
for maior que 6 m2, adote uma carga de 100 VA para os primeiros 6 m2 e mais 60 VA
para cada aumento de 4 m2 inteiros.

Em outras palavras, acrescente 60 VA apenas quando houver 4 m2 inteiros


disponíveis de área para o cômodo ou dependência em questão, após adicionar os
100 VA referentes aos primeiros 6 m2.

No caso dos pontos de tomada, a norma já se refere ao perímetro do


cômodo. Assim, para cada valor de perímetro (ou fração dele), é necessário prever
um ponto de tomada, dependendo do local (por exemplo, a cada 3,5 m em cozinhas
e a cada 5 m em salas). Portanto, não é preciso ter um valor "X" inteiro de perímetro
para adicionar mais um ponto de tomada, pois apenas uma fração dele já é suficiente.

Essa "fração" significa que não devemos ignorar o restante que sobrou do
perímetro, como faríamos nos pontos de iluminação, que exigem valores inteiros.

Divisão das instalações


Segundo a norma NBR 5410:20047,

Cada instalação deve ser subdividida em um número adequado de circuitos,


garantindo que possam ser desligados sem o risco de realimentação acidental por
meio de outro circuito.

Essa subdivisão dos circuitos8 deve atender a requisitos funcionais, de


segurança, conservação de energia, produção e manutenção.

Em linhas gerais, o objetivo da subdivisão dos circuitos é limitar as


consequências de falhas, facilitar verificações, testes e manutenções, além de
permitir o uso de condutores mais finos.

Para uma melhor compreensão, podemos consultar a definição de circuito


elétrico na norma NBR IEC 60050 (826).

Nessa norma, um circuito elétrico é descrito como um conjunto de


componentes da instalação que recebem alimentação de uma mesma fonte e são
protegidos contra sobrecorrentes pelos mesmos dispositivos de proteção.
Adicionalmente, um circuito de distribuição alimenta um ou mais quadros de
distribuição, enquanto um circuito terminal está diretamente conectado a
equipamentos de utilização e/ou tomadas.
7
Seção 4.2.5.1 da NBR 5410:2004.
8
Seção 4.2.5.2 da NBR 5410:2004.
A NBR 5410 recomenda que os circuitos terminais sejam individualizados
com base na função dos equipamentos de utilização que alimentam. Dessa forma:

➢Deve-se prever circuitos terminais distintos para pontos de iluminação e de


tomada.

➢Em alimentação polifásica, as cargas devem ser distribuídas entre as fases para obter
o maior equilíbrio possível entre as cargas.

A norma também apresenta recomendações quando a instalação possui mais


de uma fonte de alimentação, como rede pública e geração local. A distribuição
associada a cada uma das alimentações deve ser separada e diferenciada. Além
disso, circuitos distintos devem ser previstos para partes da instalação que
necessitem de controle específico, de forma a não serem afetados por falhas em outros
circuitos.

Ao dividir os circuitos, é necessário considerar as necessidades futuras11, como


possíveis ampliações da edificação.

Além disso, para os locais de habitação, alguns critérios mais específicos devem
ser observados:

➢Todo ponto de utilização previsto para alimentar, de modo exclusivo ou


virtualmente dedicado, equipamento com corrente nominal superior a 10 A deve
constituir um circuito independente.

➢Os pontos de tomada de cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço,


lavanderias e locais análogos devem ser alimentados por circuitos exclusivos
destinados às tomadas desses locais.

➢Cada ponto de tomada de uso específico deve ser previsto em um circuito


exclusivo.

Em locais de habitação, os pontos de tomada e iluminação podem ser


alimentados por circuitos comuns, exceto para os pontos de tomada de cozinha,
copas, copas-cozinhas.

9
Seção 4.2.5.5 da NRB 5410:2004.
10
Seção 4.2.5.7 da NBR 5410:200
11
Seção 4.2.5.4 da NBR 5410:2004.

Nas áreas de serviço, lavanderias e locais análogos, é recomendável que os


pontos de tomada devem constituir circuitos independentes.
No entanto, é importante atender simultaneamente a algumas condições:

A corrente de projeto do circuito (iluminação + tomadas) deve ser inferior ou


igual a 16 A.

Os pontos de iluminação não devem ser alimentados, em sua totalidade, por um


único circuito, por uma questão prática, inclusive para facilitar a manutenção e teste
de cada circuito.

Os pontos de tomadas não devem ser alimentados em sua totalidade por um


único circuito, especialmente se esse circuito for comum (iluminação + tomada). Essa
separação é importante para garantir a eficiência e segurança do sistema elétrico.

A separação incisiva dos pontos das cozinhas, copas-cozinhas, etc, é


essencial, não apenas por questões práticas, mas também por medidas de segurança.
Em locais suscetíveis a ficarem molhados e sujeitos a lavagens, são necessários
cuidados especiais para prevenir choques elétricos.

É crucial atribuir a devida importância ao balanceamento de cargas entre as


fases da instalação elétrica, conforme descrito na seção 4.2.5.6 da NBR 5410. O
balanceamento de fases refere-se à distribuição equilibrada das cargas entre as fases
do sistema de alimentação. A principal finalidade desse processo é equalizar as
correntes elétricas em cada fase, evitando sobrecargas desproporcionais que
poderiam resultar em danos aos condutores devido ao aquecimento.

Quando uma fase é sobrecarregada, a corrente elétrica aumenta, levando a


um maior desgaste do condutor. Isso não apenas compromete a segurança e a
eficiência do sistema, mas também pode afetar a viabilidade econômica do projeto,
uma vez que seriam necessários condutores de maior seção para lidar com as cargas
excessivas. Portanto, o balanceamento de fases é uma prática fundamental na
concepção e operação segura de instalações elétricas.

O balanceamento das fases possibilita a ligação de um chuveiro elétrico


sem a ocorrência de variação da intensidade luminosa das lâmpadas, pois a fase
destinada ao chuveiro não seria a mesma fase do circuito de iluminação.

O conceito de balanceamento de cargas é aplicado somente a sistemas


bifásicos ou trifásicos. Em sistemas monofásicos, onde há apenas uma fase, não é
possível realizar o balanceamento de cargas, uma vez que todas as cargas estão
vinculadas exclusivamente a essa única fase. Portanto, a ideia de equilibrar cargas
entre diferentes fases não se aplica em sistemas monofásicos, já que não há
múltiplas fases para serem balanceadas.

O balanceamento de cargas em uma instalação elétrica é de extrema


importância, sendo frequentemente abordado em questões de concursos devido à sua
relevância. Esse procedimento visa minimizar as discrepâncias entre as correntes em
cada fase do sistema. Embora seja difícil alcançar um balanceamento perfeito, é
possível obter uma diferença mínima (geralmente de 100 a 300 W).

Nos questionamentos, é comum que solicitem a escolha da melhor forma de


balanceamento entre as fases, seja por meio das potências ou das correntes de cada
circuito. A abordagem escolhida deve visar a otimização do tempo de resolução,
priorizando métodos que demandem menos procedimentos algébricos.

Importante ressaltar que a perfeição no balanceamento raramente é atingida,


mas a capacidade de determinar a melhor opção entre as alternativas fornecidas é
essencial, considerando a natureza subjetiva desse procedimento.

Dimensionamento de Condutores
Em um projeto elétrico, a escolha da seção adequada de um condutor é
essencial para assegurar a segurança e o desempenho eficiente dos componentes
elétricos da instalação. A passagem de corrente elétrica pelo condutor deve ser
gerenciada de maneira a não exceder limites seguros de temperatura e queda de
tensão.

O dimensionamento de um condutor considera o aumento de temperatura


provocado pela corrente elétrica que o percorre e a queda de tensão ao longo do
percurso até alcançar o ponto de utilização. Nesse contexto, o dimensionamento dos
condutores elétricos utiliza os critérios da capacidade de condução de corrente e da
queda de tensão admissível, que se complementam para determinar a seção mais
apropriada do condutor.

De acordo com a International Electrotechnical Commission (IEC), as seções


nominais são expressas em milímetros quadrados (mm²).

Segundo a NBR 5410:2012, a determinação da seção dos condutores deve


considerar os seguintes critérios:

➢A capacidade de condução de corrente deve ser igual ou superior à corrente de


projeto calculada.

➢A proteção contra sobrecarga.

➢A proteção contra choques elétricos.

➢Os valores máximos permitidos para a queda de tensão.

➢As seções mínimas estabelecidas pela norma.


O dimensionamento dos condutores deve ser realizado com base no critério da
capacidade de corrente, conforme descrito na seção 6.2.5 da NBR 5410, e no limite
de queda de tensão, como especificado na seção 6.2.7 da mesma norma. É
responsável por apresentar os aspectos mais importantes correlacionados ao
dimensionamento dos condutores prescritos na norma NBR 5410:2004

12
Seção 6.2.6.1.2 da NBR 5410:2004

Seção mínima dos condutores


Vamos iniciar determinando a seção mínima que os condutores devem ter para
circuitos específicos nas instalações elétricas.

A norma NBR 5410 estabelece a seção mínima para os condutores de fase e


o condutor neutro. No caso dos condutores de fase, a seção mínima é determinada
com base no tipo de linha e na finalidade do circuito (circuitos de sinalização,
iluminação, etc.).

No que diz respeito aos condutores de fase em circuitos CA e condutores vivos


em circuitos CC, a seção não deve ser inferior aos valores indicados na Tabela 47 da
NBR 5410:2004. Aqui, farei um resumo dos valores para instalações fixas em geral.

Instalações Utilização do circuito Seção mínima do condutor


em mm2
fixas

1,5 Cu

Condutores Circuitos de iluminação 16 Al

E Cabos Circuitos de força 2,5 Cu


Isolados 16 Al

Circuitos de sinalização e 0,5 Cu


circuitos de controle

10 Cu

Condutores 254/127 16 Al

Nus/ 440/220 4 Cu
De acordo com as orientações, os agrupamentos de pontos de tomada são
classificados como circuitos de energia.

A determinação da seção dos fios deve ser realizada considerando os seguintes


critérios:

➢A capacidade de condução de corrente dos fios deve ser equivalente ou superior à


corrente de projeto do circuito, englobando as componentes harmônicas e aplicando
os fatores de correção apropriados (ver 6.2.5).

➢Além disso, é fundamental assegurar a proteção contra sobrecargas (conforme


5.3.4 e 6.3.4.2), a proteção contra curtos-circuitos e demandas térmicas (de acordo
com 5.3.5 e 6.3.4.3), e a proteção contra choques elétricos por meio do
seccionamento automático da alimentação em esquemas TN e IT, quando relevante
(5.1.2.2.4).

➢Deve-se também atender aos limites de queda de tensão (ver 6.2.7)

➢ as seções mínimas indicadas em 6.2.6.1

Condutor Neutro
O condutor neutro13, a noma exige que:

O condutor neutro deve ser dedicado a um único circuito;

➢ Em sistemas monofásicos, a seção do condutor neutro deve ser idêntica à do


condutor de fase.

➢ Em sistemas trifásicos com neutro, a seção do condutor neutro dependerá


das condições de desequilíbrio que o circuito possa apresentar. A norma NBR 5410
estabelece que, quando a taxa de terceira harmônica ultrapassar 15%, a seção do
condutor neutro não deve ser menor que a seção dos condutores de fase (podendo
ser igual se essa taxa não ultrapassar 33%). Se a taxa for superior a 33%, pode ser
necessário um condutor neutro com seção maior que a seção dos condutores de fase.

➢ Se a seção dos condutores de fase for superior a 25mm2 em um sistema


trifásico com neutro, a seção do condutor neutro pode ser menor que a seção dos
condutores de fase, respeitando os valores mínimos indicados na tabela 48 da norma
NBR 5410. No entanto, algumas condições precisam ser atendidas simultaneamente.
Essa orientação é válida apenas se:

-Para garantir que a orientação sobre a seção do condutor neutro seja aplicada de
maneira eficaz, é fundamental considerar algumas condições específicas.

-Essas condições incluem a presunção de equilíbrio no serviço normal do circuito, a


restrição da taxa de terceira harmônica das correntes de fase a 15%, e a proteção
adequada do condutor neutro contra sobrecorrente.
Mesmo que essas diretrizes não sejam detalhadas explicitamente, compreender
o contexto em que estão inseridas é crucial.

A Tabela 48 da norma oferece exemplos específicos de seções para o condutor


neutro em relação ao condutor de fase, apresentando orientações práticas para
atender a essas condições e garantir um desempenho seguro e eficiente do sistema
elétrico.

Seção dos Seção reduzida do


2
Conduto Neutro mm2
Condutores de fase mm
S≤ 25 S

35 25

50 25

70 35

Capacidade de Condução de Corrente


Ao percorrer um condutor elétrico, a corrente gera calor por meio do efeito
Joule, resultando no aumento da temperatura do condutor. Se essa elevação térmica
for excessiva, tanto o condutor quanto sua isolação podem sofrer danos,
comprometendo a segurança e a funcionalidade da instalação.
13
Seção6.2.6.2 da NBR 5410:2004.

A norma NBR 5410 estabelece considerações sobre a capacidade de


condução de corrente de um condutor, visando assegurar uma vida útil
satisfatória para os condutores e sua isolação diante dos efeitos térmicos gerados
pela corrente ao longo de um serviço prolongado.

Os métodos de referência, apresentados na Tabela 33, correspondem a


métodos de instalação, conforme indicado na IEC 60364-5-52, nos quais a capacidade
de condução de corrente foi determinada por ensaios experimentais ou cálculos. A
norma NBR 5410 contempla os seguintes métodos:

➢A1: condutores isolados em eletroduto de seção circular embutido em parede


termicamente isolante;

➢A2: cabo multipolar em eletroduto de seção circular embutido em parede


termicamente isolante;
➢B1: condutores isolados em eletroduto de seção circular sobre parede de madeira;

➢B2: cabo multipolar em eletroduto de seção circular sobre parede de madeira;

➢C: cabos unipolares ou cabo multipolar sobre parede de madeira;

➢D: cabo multipolar em eletroduto enterrado no solo;

➢E: cabo multipolar ao ar livre;

➢F: cabos unipolares justapostos (na horizontal, na vertical ou em trifólio) ao ar livre;

➢G: cabos unipolares espaçados ao ar livre.

A corrente conduzida por um condutor deve respeitar um valor limite para evitar
que as temperaturas máximas para serviço contínuo, apresentadas na Tabela 35 da
NBR 5410, sejam ultrapassadas.

O critério da capacidade de condução é atendido quando a corrente nos


condutores não excede as capacidades de condução de corrente obtidas
adequadamente por meio de ensaios ou cálculos, considerando os métodos de
referência mencionados anteriormente.

Assim, a corrente real em um circuito deve ser inferior à capacidade de


condução de corrente, a qual depende de diversos fatores, como:

➢ a seção nominal do condutor,

➢o número de condutores carregados,

➢o método de referência utilizado,

➢o tipo de material condutor (cobre e alumínio),

➢o tipo de isolação e a temperatura no condutor.

As Tabelas 36 a 39 da norma fornecem as capacidades de condução em


ampères para os diferentes métodos aplicáveis aos vários tipos de linha.

Quando distintas condições de dissipação de calor são identificadas, a


determinação da capacidade de condução de corrente deve levar em conta as
condições mais desfavoráveis.

No dimensionamento de circuitos, é imperativo considerar possíveis correções


para ajustar cada caso específico às condições de instalação dos condutores.

O uso de fatores de correção é crucial para ampliar o alcance da norma,


englobando diversas situações às quais os condutores podem estar sujeitos.
Fator de Correção de Temperatura
Como a capacidade de condução de corrente é dependente da temperatura, a
norma incorpora fatores de correção (Tabela 40) quando a temperatura ambiente sob
a qual o condutor está exposto não é igual a 30°C ou para linhas enterradas,
considerando a temperatura ambiente do solo como 20°C.

Fator de Correção de Resistividade Térmica


do Solo
Além do fator de correção da temperatura ambiente e no solo, são empregados
fatores de correção para situações relacionadas à resistividade térmica do solo, ao
agrupamento de circuitos e ao número de condutores efetivamente carregados.
Para a resistividade térmica do solo, os valores da capacidade de condução de corrente
(para linhas subterrâneas) são aplicáveis a uma resistividade térmica do solo de 2,5
K.m/W. Contudo, se a resistividade térmica do solo ultrapassar esse valor (solos
secos), os valores da tabela deverão ser reduzidos usando os fatores de correção
(Tabela 41 da NBR 5410).

Fator de Agrupamento de Circuitos:


Quanto ao agrupamento de circuitos, os dados de capacidade de condução de
corrente fornecidos nas tabelas 36 a 39 da norma são aplicáveis ao número
especificado de condutores carregados. No caso de um número maior de condutores
agrupados, é necessário aplicar os fatores de correção correspondentes. Esses fatores
específicos para agrupamento são encontrados nas tabelas 42 a 45, proporcionando
ajustes adequados para garantir a eficiência e a segurança da condução de corrente
em instalações elétrica.

Portanto, é fundamental aplicar o fator de agrupamento apropriado à


capacidade de condução de corrente para, posteriormente, verificar qual seção é mais
adequada para o condutor em questão. Importante ressaltar que os fatores indicados
nas tabelas 42 a 45 são válidos para grupos de condutores semelhantes, igualmente
carregados os aplicáveis aos vários tipos de linha.

Dessa forma, condutores semelhantes são aqueles cuja capacidade de condução


de corrente é determinada pela mesma temperatura máxima para serviço contínuo e
cujas seções nominais estão dentro do intervalo de três seções normalizadas
sucessivas. Quando os condutores do grupo não atendem a essa condição, os fatores
de agrupamento aplicáveis devem ser obtidos usando a norma ABNT NBR
11301:1990 ou aplicando a seguinte equação:

𝟏
𝑭=
√𝒏
Assim sendo F é o fator de correção e n é o número de circuitos
ou caos multipolares.

Conforme a seção 6.2.5.5.5 da norma, se os cabos cujas seções


estiverem contidas no intervalo de três seções normalizadas
sucessivas (por exemplo, 6 mm², 10 mm² e 16 mm²), o fator
utilizado será o correspondente às tabelas 42 a 45.
No entanto, se a seção nominal dos condutores de um dos
circuitos estiver fora dessa faixa (por exemplo, 4 mm² ou 25
mm²), o fator deverá ser calculado usando a equação acima. Ou
seja, é necessário conhecer a capacidade de condução de
corrente de todos os condutores

Fator de correção devido ao carregamento do


neutro
O número de condutores carregados a ser considerado, com base no tipo de
circuito, é indicado na tabela 46 da NBR 5410:2004, conforme o esquema de
condutores vivos do circuito. Condutores usados exclusivamente como condutores de
proteção (PE) não são contabilizados, enquanto os condutores PEN, que
desempenham simultaneamente as funções de condutor de proteção e condutor
neutro, são considerados como condutores neutros para determinar a quantidade de
condutores carregados.

De acordo com a norma, em circuitos trifásicos com neutro, se a corrente no


neutro não for acompanhada por uma redução correspondente na carga dos
condutores de fase, o neutro deve ser contabilizado como um condutor carregado.
Isso acontece quando a corrente nos condutores de fase contém componentes
harmônicas de ordem três e seus múltiplos, numa taxa superior a 15%.

Assim, o circuito trifásico com neutro é considerado composto por quatro


condutores carregados, e a determinação da capacidade de condução de corrente
dos condutores é afetada pelo "fator de correção devido ao carregamento do
neutro".

Geralmente estabelecido em 0,86, independentemente do método de


instalação, é aplicável à capacidade de condução de corrente destinada a três
condutores carregados.

Nesse contexto, com relação ao número de condutores carregados, a


capacidade de condução de corrente (tabela 36 a 39) deve ser ajustada, aplicandose
o fator de 0,86 aos valores relacionados a 3 condutores, levando em consideração o
caso específico em que o circuito trifásico com neutro é considerado um sistema com
quatro condutores carregados.

Portanto, o fator de correção devido ao carregamento no condutor neutro


contempla a possibilidade de circulação de corrente nesse condutor. Em resumo, é
importante destacar que o fator de correção devido ao carregamento do neutro é
relevante apenas para circuitos trifásicos com neutro. Sintetizando, os fatores de
correção recomendados pela norma abrangem:

➢O fator de correção de temperatura;

➢O fator de correção da resistividade térmica do solo;

➢O fator de correção de agrupamento;

➢O fator de correção devido ao carregamento no neutro (aplicável a circuitos


trifásicos com neutro).

FATORES DE
CORREÇÃO

Resistividade Agrupamento Carregamento


Temperatura
térmica do solo no neutro

Fator de Serviço
É importante destacar alguns aspectos específicos relacionados ao
dimensionamento de circuitos de motores, considerando a capacidade de condução
de corrente, uma vez que esses temas estão interligados na norma...

No projeto dos condutores do circuito terminal dedicado a alimentar


exclusivamente um motor, é crucial considerar uma corrente de projeto (IB) pelo
menos igual à corrente nominal do motor nas condições de uso. Segundo a NBR
5410:

➢Se o motor possuir um fator de serviço declarado pelo fabricante e se planeja utilizar
o motor explorando esse fator, a corrente de projeto deve ser, no mínimo, igual à
corrente nominal do motor nas condições de uso, multiplicada pelo fator de serviço,
que é sempre superior a um.
➢Para motores com várias potências e/ou velocidades nominais, a corrente nominal
do motor a ser considerada é aquela correspondente à maior potência e/ou
velocidade.

Roteiro para dimensionamento (capacidade de


condução de corrente)
Apresento um guia para compreender como proceder ao determinar a seção
dos condutores de fase usando o critério da capacidade de condução de corrente. De
acordo com o abordado, é essencial consultar as tabelas 36 a 39 da NBR 5410 para
verificar a capacidade de condução de corrente dos condutores.
1-Determinar o tipo de isolação: para identificar em qual tabela verificar a capacidade
de condução de corrente do condutor;
2-Determinar o método de instalação (ou de referência): para saber em qual coluna
dá tabela verificar a capacidade de condução do condutor;

3-Calcular a corrente de projeto: para determinar a corrente efetiva que percorrerá o


condutor;
4-Determinar o número de condutores carregados: para saber, conforme o método
de instalação, qual coluna verificar na tabela de capacidade de condução do condutor.
5-Consultar a seção nominal: para determinar a seção do condutor capaz de conduzir
a corrente de projeto calculada. Ao analisar a tabela com base nos parâmetros
definidos anteriormente, escolher o valor imediatamente superior à corrente de projeto
calculada.
6-Aplicar os fatores de correção: se necessário, corrigir a capacidade de condução
de corrente considerando as condições específicas de instalação dos condutores.
7-Escolha do condutor: selecionar o condutor com a seção nominal mais apropriada
para conduzir a corrente de projeto calculada, consultando as tabelas;
8-Seções mínimas: garantir que a seção escolhida atenda às seções mínimas definidas
pela norma;
9-Verificar se o condutor escolhido atende aos requisitos relacionados à queda de
tensão admissível;
10-Selecionar o condutor de maior seção!

14Seção 6.5.1.3.1 da NBR 5410:2004.


Perceba que as etapas nove e dez dependerão do critério relacionado à queda
de tensão admissível, que será abordado na próxima seção. Seguir esses passos de
maneira procedural pode automatizar a resolução das questões, economizando tempo
e esforço. Ressalto que, se necessário, o enunciado da questão fornecerá os valores
dos fatores de projeto e da capacidade de condução de corrente para as condições
específicas. Não é necessário memorizar as tabelas.
Referências
CREDER, Hélio. Instalações elétricas. 17ª Edição. LTC, 2021.

Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5410. 2ª Edição. Rio de Janeiro, 2004.
Disponível em: https://docente.ifrn.edu.br/jeangaldino/disciplinas/2015.1/instalacoes-
eletricas/nbr-5410. Acesso em: 14 de fev. 2024.

Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5460. 1ª Edição. Rio de Janeiro, 1992.
Disponível em: https://universidadeniltonlins.com.br/wp-
content/uploads/2019/04/nbr-5460.pdf. Acesso em: 14 de fev. 2024.

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