Política Brasileira No Século Xxi

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ProfSocio / FUNDAJ

POLÍTICA BRASILEIRA NO SÉCULO XXI:


MOVIMENTOS SOCIAIS, CONFLITOS
E CIDADANIA

DISCENTES:
DANYELLE PATRÍCIA
KLEVER ALBERTO

DOCENTE: JOANILDO BURITY


MOVIMENTO SOCIAL

Na sociologia, um movimento social é um grupo organizado que busca promover


mudanças sociais, muitas vezes em resposta a injustiças ou desafios sociais
específicos. Eles se unem em torno de uma causa comum e empregam uma
variedade de estratégias, incluindo manifestações públicas e esforços de influência
junto às autoridades, para afetar a sociedade e atingir seus objetivos.
Movimentos sociais e Institucionalização
políticas sociais, raça e gênero no Brasil pós-transição

Antirracismo, movimentos sociais e Estado(1985-2016)


Flávia Rios

Após a ditadura o movimento negro ressurgiu e


cresceu através do relacionamento entre seus agentes
e o Estado e outras instituições e organizações
políticas, religiosas e filantrópicas, especialmente o
movimento feminista

O texto consiste numa reconstrução desse processo


de institucionalização do movimento negro brasileiro,
considerando alguns contextos políticos relevantes tais
como a redemocratização, o processo constituinte e a
campanha pelas ações afirmativas.

Três estruturas de mediação socioestatal:


Conselho de Participação e Desenvolvimento da
comunidade Negra do Estado de São Paulo (CPDCN)
Fundação Cultural Palmares
Secretaria de Promoção à Igualdade Racial (Seppir).
Movimentos sociais e Institucionalização
políticas sociais, raça e gênero no Brasil pós-transição

Antirracismo, movimentos sociais e Estado(1985-2016)


Flávia Rios

Pesquisa qualitativa = coleta e análise documental nos acervos públicos brasileiros Entrevistas estruturadas
realizadas com ativistas, além de consulta à bibliografia.

Trabalho sustenta o argumento de que a institucionalização da agenda da igualdade racial no Brasil, no


bojo da institucionalização do movimento negro e da construçãode encaixes institucionais, está menos
relacionada à representação eleitoralmente autorizada na esfera legislativa e mais diretamente associada à
dinâmica de interação entre o ativismo político e as esferas executiva, participativa e burocrática do estado

A institucionalização do movimento negro se deu através da ligação entre lideranças negras e a ala
progressista do Movimento Democrático Brasileiro(MDB)- ali foi aberto um espaço de mediação destinado à
agenda da igualdade racial na esfera pública estatal.

12 de maio de 1984(São Paulo)- decreto que instituía o Conselho Estadual de Participação e


Desenvolvimento da Comunidade Negra, foi fruto da pressão política de grupo minoritário, mas que impunha
bandeiras de um movimento social expressivo no processo de transição democrática.
Movimentos sociais e Institucionalização
políticas sociais, raça e gênero no Brasil pós-transição

Antirracismo, movimentos sociais e Estado(1985-2016)


Flávia Rios

1988- primeiro órgão executivo de cunho federal, restrito a esfera da cultura: Fundação Cultural Palmares-
espaço institucionalizado, de interação socioestatal, em que atores coletivos civis e estatais negociam
interesses da população negra rural e urbana.

CF 1988 - a prática do racismo tornou-se crime inafiançável e imprescritível (artigo 5, XLII), esse dispositivo
constitucional impulsionou um conjunto de normas e regulamentações jurídicas que foram adotadas nas
legislações estaduais e municipais.
Reforma constitucional trouxe a concessão de direitos territoriais e culturais aos quilombolas

O tema da injustiça racial inseriu-se na agenda nacional. As demandas se voltaram para a implementação
de politicas e projetos direcionados a população negra rural e urbana.

A reorganização do ativismo trouxe e se deu com a profissionalização das lideranças,especialização de suas


associações e, sobretudo, a intensificação das fundações e dos organismos multilaterais, além da
capacidade em negociar com outros atores da sociedade civil
Movimentos sociais e Institucionalização
políticas sociais, raça e gênero no Brasil pós-transição

Antirracismo, movimentos sociais e Estado(1985-2016)


Flávia Rios

Durante o governo de Fernando Collor de Melo as lideranças negras fizeram oposição ao governo diante da
frustação em não ver os direitos constitucionais serem implementados. A fundação Cultural Palmares foi
extinta com a desculpa de controle de gastos.

A partir daí trataram-se de fortalecer seus vínculos com suas bases na sociedade civil, ao mesmo tempo em
que fizeram presença na esfera municipal e estadual em administrações que estavam abertos as demandas
dos movimentos sociais.

Por a população negra ser maioria, utilizou-se dessa premissa para o senador Renam Pinto MG para exigir a
volta da Fundação, nessa época surgiu o movimento Palmarino.

Pode-se notar neste momento o binômio minoria versus maioria nos discursos políticos.

Neste contexto proliferaram as chamadas parcerias com os organismos internacionais. E os atores e


lideranças enxergavam mais vantagens em atuar nas organizações da sociedade civil do que em permanecer
na estrutura do Estado

1990 campanha censitária “ Não deixe sua cor passar em branco” com o intuito de rejeitar a ideia de que o
Brasil fosse ou viesse a ser um pais branco ou mestiço
Movimentos sociais e Institucionalização
políticas sociais, raça e gênero no Brasil pós-transição

Antirracismo, movimentos sociais e Estado(1985-2016)


Flávia Rios

Iniciativas voltadas para o “combate ao racismo” - Rosa Heringer(2001) direitos humanos e advocacy,
trabalho e geração de renda, além da educação.

Os caminhos em direção a institucionalização não foram unívocos. Vários fatores influenciaram:

Nível de organização do movimento social

Complexidade e densidade das redes sociais e políticas

Relação com partidos políticos

Articulações internacionais

Encaixes institucionais potencialmente produtores de domínios de agência

Abertura governamental para interesses e valores da sociedade civil

Capacidade do ativismo de converter as demandas particulares em reinvindicações de interesse público


Responsabilidades, Cuidado e Democracia

Flávia Biroli

Não tem como separar cuidado e democracia, caso


pensemos na possibilidade de construir relações e
formas de participação.

As relações de cuidado são determinantes da posição


social relativa das pessoas.

Teoria Feminina = mulheres como responsáveis pelo


cuidado= mais afetada pela desvalorização social do
trabalho de cuidar. Crítica à dualidade entre esfera
pública x privada

Entender o cuidado como trabalho

CUIDADO COMO CENTRO DOS PROBLEMAS DA


DEMOCRACIA
Responsabilidades, Cuidado e Democracia

Flávia Biroli

O artigo traz 3 discussões :


Mostra a diferença entre abordar a responsabilidade individual e tratar da responsabilização como
problema político

Divisão sexual do trabalho como formas diferenciadas e desiguais de responsabilização

Cuidado como questão de primeira ordem para a democracia

O funcionamento do mercado não é neutro. A estrutura de autoridade nas relações de trabalho e na vida
doméstica tem impacto na participação dos indivíduos em outras esferas.

Domesticidade e feminilidade → naturalização da divisão sexual do trabalho →Não é exclusão, mas formas
iguais de inclusão → Acesso desigual a ocupação, renda e tempo

Tempo e posição no mundo do trabalho = acesso desigual de mulheres e homens à participação política

A vulnerabilidade no casamento reforça a divisão sexual do trabalho

A invisibilidade das tarefas está relacionada a quem a exerce


Responsabilidades, Cuidado e Democracia

Flávia Biroli

A invisibilidade das tarefas está relacionada a quem a exerce

Indivíduos que exercem atividade de cuidado são justamente aqueles que têm menor acesso aos espaços
onde ocorrem decisões políticas e consequentemente têm menores condições de fazer valer suas
experiências como temas e demandas de caráter político.

Quem participa da construção dos problemas da democracia tem mais chances de estar entre os que
recebem cuidado

Formas atuais da organização da vida tem como fator primordial da socialização e da valorização do
indivíduo: o trabalho remunerado

A idealização da esfera doméstica serve mal as classes menos privilegiadas.

A lógica do mercado exige que os individuos sejam “independentes”, assumam responsabilidade e formas de
cuidado com os outro.

Ser cuidador de alguém tem muitas desvantagens, pois ao cuidador não é dado o devido valor e relevância ,
pois não se define como trabalho.
Religião, Política e Cultura

Joanildo Burity

Metareflexão sobre a construção de uma interrogação


quanto ao vínculo entre religião e política

Posição intelectual ou depoimento para interessados na


história ou sociologia dos estudos científicos-sociais da
religião

O que vemos entre religião e política na


contemporaneidade? Como nos posicionamos para ver e
em face de que vemos? Que lugar é este, do/no qual
vemos?

Atores Políticos = sua linguagem / seu ethos/ suas


demandas.)

Secularização não é uniforme e linear


Parte pequena do mundo poderia ser compreendida
à luz dessa representação da estrutura e dos
efeitos da modernidade

A secularização avança em várias esferas assim


como a adesão ou práticas religiosas, mas também
rivalizam e reforçam-se entre si

Nos países centrais movimentos com atores


religiosos tiveram uma crescente “avanço”, na
verdade são atores sociais e políticos onde sua
identidade religiosa foi relevante

Aos poucos atores laicos e religiosos surgem


dialogando e se reconhecendo como tal. A sociedade
civil global vai abrindo conversações com atores
religiosos.

A impossibilidade de agrupar de forma indiferenciada


os “atores religiosos” num único com campo, soma-
se ao quadro de ser necessário diferenciação,
qualificação e contextualização importante
Questão do islã e da violência religiosa

Debates sobre questões biopolíticas

Participação política e nas políticas públicas

Acesso e uso da mídia e Popularidade de temática religiosa


Religião, Política e Cultura

Joanildo Burity

A atuação de grupos e organizações religiosas mostrou que a articulação entre redes, culturas e religião não é artificial, e as
interfaces entre temas de ação social e as práticas governamentais com ênfase nas parcerias, na pluralidade e na
“participação da sociedade” fazem parte do cenário nacional

Sensibilização para questões e demandas culturais → políticas e projetos sociais → campo religioso (afeta e é afetado)

Realidades que não se separam da religião: Políticas de identidade, multiculturalismo, ações afirmativas, diversidade cultural e
pluralismo, novos movimentos sociais

Autor delimita a visão ao tema da religião na contemporaneidade ao discutir questões como:

Rediscussão do caráter e do lugar do político e as repercussões disso para a religião

Recepção do debate sobre pluralismo como referencial político, social e cultural

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