A Dimensão Pessoal e Social Da Ética

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A DIMENSÃO PESSOAL

E SOCIAL DA ÉTICA
 Vasta e complexa área da Filosofia que nasceu na Grécia
com Sócrates e com os sofistas (Séc. V a.c.)

 É a investigação sistemática sobre os temas da moral e


enfrenta o problema de saber como devemos viver e
porquê.

 Averigua certos conceitos envolvidos no raciocínio prático.


O bem, a ação correta, o dever, a virtude, a liberdade…

 Tenta prescrever como as pessoas devem pensar e


comportar-se.

ÉTICA
 Área de estudo da ética
 Problema filosófico sobre a natureza dos
juízos morais
 Procura descobrir a origem, natureza e o
significado dos princípios éticos.
 Estuda os conceitos e juízos morais

Metaética
 Juízo= formulação de uma opinião, de
uma constatação ou afirmação/negação
sobre uma dada situação ou realidade.

Ex.
A música de Mozart é bela
A cidade de Santarém é capital de distrito

Juízos
JUÍZO DE FACTO JUÍZO DE VALOR

Descreve objetivamente a É uma expressão, apreciação


realidade, teoricamente ou manifestação de uma
suscetivel de ser verificado. preferência ou escolha.
Fornecem informação, dizem- Expressam preferências
nos como as coisas são ou valorativas, avaliações sobre
como acreditamos ser. Podem diferentes aspectos da
ser verdadeiros ou falsos. A realidade. Projetamos o nosso
sua verdade é independente juízo de valor naquilo que
da nossa opinião. apreciamos e na conduta
humana.
Ex. Ex.
A Terra é o maior planeta do É mais agradável ler um livro
sistema solar em papel do que através de
um ecrã.

Juízos de Facto e de Valor


Mas haverá
verdade nos
juízos morais?

Se as apreciações que
fazemos expressam
preferência valorativas,
isto é, avaliações sobre
diferentes aspetos da
realidade, podem ser estas
apreciações verificadas, à
semelhança do que
acontece com os juízos de
facto?
Não-cognitivista Cognitivista

Não é possível atribuir um Subjetivismo


valor de verdade ao juízo Objetivismo
moral Relativismo

O juízo moral tem valor de


verdade

Perspetiva cognitivista e não-


cognitivista
SUBJETIVISMO MORAL
 A verdade depende exclusivamente da
perspectiva do sujeito que avalia,
depende dos seus sentimentos, das suas
crenças, desejos e vivências.

 São preferências individuais.

 O juízo moral tem valor de verdade mas


esta não é universal nem objetiva.

Subjetivismo moral
Ex. “A pena de morte é cruel e injusta”

Subjetivismo moral
Ex.
“Os filmes do Tim Burton são magníficos”

Subjetivismo moral
A verdade dos juízos de valor é subjetiva e,
por conseguintes, relativa a cada um dos
sujeitos que avalia.

“O queijo é um alimento
delicioso”

Subjetivismo moral
Os valores morais são subjetivos, a sua
verdade apenas diz respeito ao sujeito que
a expressa.

“As touradas ofendem princípios


éticos fundamentais”

Subjetivismo moral
 O sujeito é o fundamento de todos os
princípios e normas morais que escolhe
para si próprio.
 Não há verdades morais objetivas e
universais.

Subjetivismo moral
 Impossibilidade de se discutirem questões ou problemas
morais (ninguém estará certo ou errado) podendo levar a
consequências indesejáveis do ponto de vista moral
(inviabiliza a moralidade)

 Dificuldade em explicar
acordos éticos

 O sujeito torna-se infalível


(os seus juízos seriam
sempre verdadeiros)

 Intolerância (como convencer


Alguém intolerante a abandonar
A sua posição?)
Objeções ao subjetivismo moral
OBJETIVISMO MORAL
 Alguns juízos de valor são objetivos

 Os pensadores objetivistas afirmam que a verdade


dos juízos de valor é independente dos estados
mentais ou sentimentos do sujeito e da sua cultura.

 São afirmações objetivas e absolutas sobre a


realidade, podendo, assim, justificar a sua verdade
ou falsidade.

 Têm valor de verdade, universal e objetiva.

OBJETIVISMO MORAL
 Os objetivistas defendem que alguns juízos
morais são objetivos, pois há provas a favor
desses juízos.

 Ex. é imoral torturar crianças – este juízo é


objectivo pois há provas da sua verdade.

OBJETIVISMO MORAL
 O juízo moral é objetivo pois não depende do
que as pessoas pensam.

 Ex. teorema de Pitágoras


É objetivo porque é verdadeiro
independentemente do que
cada um pensa.
Alguns até podem pensar que é
falso mas isso é irrelevante, o
teorema continua a ser
verdadeiro.

OBJETIVISMO MORAL
 A posição objetivista baseia-se na tese do
quadrado da oposição:

A negação de “os juízos morais são todos


subjetivos” não é “ nenhum juízo moral é
subjetivo” mas sim “alguns juízos morais não
são subjetivos”

OBJETIVISMO MORAL
 Devem existir boas provas a favor dos juízos
morais.

 Ex. Mesmo que muitas pessoas não concordem


que é imoral discriminar homossexuais, isso é
irrelevante quanto à objetividade desse juízo. O
que conta é se há provas ou não.

OBJETIVISMO MORAL
Se quem discorda não tem boas provas e se quem
concorda tem boas provas, isso significa que se
trata de um juízo objetivo.
Algumas dessas provas:

a) Discriminar pessoas devido à sua oientação


sexual provoca-lhes dificuldades desnecessárias
b) As suas opções sexuais em nada afetam
negativamente as outras pessoas.
c) Os homossexuais são capazes de dar
importantes contributos para a sociedade como
qualquer outra pessoa.

OBJETIVISMO MORAL
 Quanto melhor justificarmos os juízos morais,
mais razões temos para os considerar
objetivamente verdadeiros.

Ex. “comer carne causa sofrimento animal”


podemos apresentar este facto como razão para
defender que “comer carne é errado”

OBJETIVISMO MORAL
 Os juízos morais só seriam objetivos se captassem
alguma característica real das ações, quando alguém
tortura uma criança, vê-se o sofrimento dela mas não
se vê onde está o suposto erro moral de a torturar.

 Se num ato terrível de torturar uma criança, mesmo


que acabe na sua morte, mesmo fazendo um exame
cuidadoso na sequências das ações nunca se
encontra o suposto facto de isso ter sido moralmente
errado. Se fosse objetivamente verdadeiro que é
imoral torturar crianças, conseguir-se-ia detetar o
mal depois de uma observação cuidadosa.

Objetivismo moral - objeções


RELATIVISMO MORAL
 Os valores/juízos morais são relativos às diferentes
sociedades ou comunidades.

 São encarados como costumes culturais que se


impõem como critério de moralidade.

 Só são verdadeiros ou falsos relativamente a


determinada cultura – argumento da diversidade
cultural

 Nenhuma cultura deve ter um estatuto especial em


relação a outra, não se pode dizer que os valores
morais da nossa sociedade sejam melhor do que de
outra – argumento da tolerância.

Relativismo moral
 Ex. Infanticídio

Ver vídeo

https://app.escolavirtual.pt/lms/playerteacher/
resource/1563843/L?se=4025&seType=&coId=
162511?_url=/lms/playerteacher/resource/156
3843/L&se=4025&seType=&coId=162511

Relativismo moral
 O desacordo entre as crenças morais de
diferentes sociedades não implica que não
exista uma verdade moral objetiva.

 Podem existir valores morais comuns entre


diferentes culturas.
 A aceitação de certo valor por maior parte
dos elementos dessa comunidade não basta
para o considerar justo.

 A coesão social pode levar ao conformismo.

Relativismo moral - objeções


DESAFIO SOCIEDADES
MULTICULTURAIS
Uma sociedade multicultural inclui pessoas oriundas de
sociedades diferentes, com diferentes costumes. Mas há
sempre pessoas que não querem aceitar os costumes
diferentes dos seus, ainda que não as prejudiquem.
É de prever que se aparecessem em Portugal pessoas que
comessem os seus entes queridos depois de mortos, seriam
presas.
Mas seria imoral prendê-las?
Segundo o relativismo: não,
pois os juízos morais são
relativos às sociedades, e na
sociedade portuguesa condena-se
a antropofagia.

DESAFIO SOCIEDADES
MULTICULTURAIS
Intolerância… o que é?

DESAFIO SOCIEDADES
MULTICULTURAIS
Intolerância… o que é?

Pode relevar-se na forma de etnocentrismo


– comportamento que rejeita o estranho,
sobrevaloriza as normas e valores vigentes
na sua cultura e avalia as outras culturas a
partir dos seus próprios critérios e escalas
de valores.

DESAFIO SOCIEDADES
MULTICULTURAIS
Para os relativistas quem vive numa
sociedade que defende a intolerância e a
discriminação das mulheres, dos judeus,
etc..está obrigado a concordar que nada há
moralmente errado com estas práticas, pois
são as práticas da sua sociedade.

DESAFIO SOCIEDADES
MULTICULTURAIS
Por outro lado, o interculturalismo é um modelo de
compreensão da realidade multicultural que
pretende superar o etnocentrismo.

O contacto e diálogo entre diferentes culturas são


a chaves para a sobrevivência da própria
humanidade.

DESAFIO SOCIEDADES
MULTICULTURAIS
Debate pp.154 – A crise dos refugiados.

DESAFIO SOCIEDADES
MULTICULTURAIS

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