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Limitacões


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ISSN 1517-2201
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Documentos 211

Limitações e Potencialidades do
Capim-braquiarão (Brachiaria
brizantha cv. Marandu (A. Rich)
Stapf. ) para a Amazônia

Ari Pinheiro Camarão


Antônio Pedro da Silva Souza Filho

Belém, PA
2005
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1! edição
1! impressão (2005): 300 exemplares

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violação dos direitos autorais (Lei no 9.610).

Camarão, Ari Pinheiro.

Limitações e potencialidades do capim- braquiarão (Brachiaria


brizantha cv. Marandu (A. Rich Staf.) para a Amazônia / por Ari Pinheiro
Camarão e Antonio Pedro da Silva Souza Filho. - Belém: Embrapa
Amazônia Oriental. 2005.
52p. : il. (Embrapa Amazônia Oriental. Documentos, 211).

ISSN 1517 -2201

1. Capim-brachiarão. 2. Gramínea forrageira - Amazônia - Brasil.


I. Souza Filho, Antônio Pedra da Silva. 11. Série. 111. Título.

CDD 633.2

© Embrapa 2005
Autores

Ari Pinheiro Camarão


Eng. Agrôn., D.Se., Pesquisador da Embrapa Amazônia
Oriental, Caixa Postal 48, CEP 66017-970, Belém, PA.
E-mail:[email protected]

Antônio Pedro da Silva Souza Filho


Eng. Agrôn., D.Se., Pesquisador da Embrapa Amazônia
Oriental, Caixa Postal 48, CEP 66017-970, Belém, PA.
E-mail:[email protected]
Apresentação

No início de sua exploração na Região Amazônica, a pecuária lançou mão de


tecnologia testadas e utilizadas, com certo sucesso, em região com peculiaridades
bem diferentes, especialmente em relação aos fatores solo e clima. Entre as princi-
pais tradições 'importadas para a região, estava à utilização de espécies de
gramíneas forrageiras de alto potencial produtivo, mas de pouca capacidade de
adaptação' aos sistemas de uso da terra da região. Em razão disso, a gránde maioria
dos empreendimentos agrícolas instalados a partir dos anos de 1960, em solos de
florestas de terra firme, caminhou para o mais completo insucesso. Esse fatorlevou
a crença de que as áreas de solos de terra firme da Amazônia apresentavam baixo
potencial para a produção de carne e leite e que a degradação das pastagens era
questão de tempo.

A partir do início dos anos de 1970, a Embrapa passou a desenvolver projetos


específicos visando tanto o entendimento dos fatores que levam à degradação das
pastagens como o de selecionar espécies de plantas forrageiras que se adaptassem
bem às diferentes condições da região. Em meados dos anos de 1970, teve início
o Projeto de Melhoramento das Pastagens da Amazônia Legal - PROPASTO, o
qual distribuiu, ao longo dos Estados da região, campos de pesquisas integrados,
abordando diferentes linhas de pesquisa, entre elas aquela de selecionar espécies
de gramíneas e leguminosas forrageiras com potencial produtivo compatível com
as peculiaridades de cada local da região. Em final dos anos de 1970, início dos
anos de 1980, o Centro Internacional de Agricultura Tropical - CIAT, com sede
em Cali (Colômbia), se juntou a esses esforços, desenvolvendo, em conjunto com
a Embrapa Amazônia Oriental, projetos de pesquisa que possibilitavam a identifica-
ção de peculiaridades específicas de cada região produtora da Amazônia, ao mes-
mo tempo, em que identificava soluções não mais globais, mas apropriadas à cada
situação.

Como resultado da ação conjunta de todas essas ações, várias gramíneas


forrageiras foram identificadas como apropriadas para cada condição amazônica.
Entre as muitas opções identificadas, merecem destaque as gramíneas denomina-
das de braquiárias, com destaque para a 8rachiaria brizantha cv. Marandu, conhe-
cida regionalmente pelos nomes de braquiarão e capim-marandu. Foi graças a essa
gramínea, hoje a mais cultivada na região, que a Região Amazônica pode, finalmen-
te, manifestar todo o seu potencial para o desenvolvimento da pecuária com
índices de produtividades que não deixam nada a desejar em relação àquelas
tradicionais no cenário brasileiro.

Ao lançar a presente publicação, a Embrapa Amazônia Oriental consolida seu


compromisso com o desenvolvimento sustentável da pecuária na Amazônia, ao
mesmo tempo em que resgata os resultados de pesquisa desenvolvidos nas últi-
mas décadas, tanto por ela como por outras Instituições engajadas com soluções
pertinentes à problemática da exploração agrícola da Amazônia, garantindo a
produção com equilíbrio social e ambiental.

Jorge A/berto Gaze/ Yared


Chefe Geral da Embrapa Amazônia Oriental
Sumário

Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão


(Brachiaria brizantha cv. Marandu (A. Rich) Staf.) para
a Amazônia 9
Introdução 9
A Planta 10
Origem 11
Clima e parâmetros fisiológicos 11
Solos e exigências nutricionais 15
Estabelecimento 19
Custos de implantação da pastagem 22
Pragas e doenças 22
Síndrome da morte do capim-braquiarão 24
Produção e disponibilidade de forragem 25
Valor Nutritivo 27
Desempenho Animal 29
Toxidez ..............•................................................................... 36
Consorciação 37
Atividade Aleopática 37
Considerações Gerais 39
Referências Bibliográficas 40
Limitacões e Potencialidades do
I

Capim-braquiarão (Brachiaria
brizantha CVoMarandu (Ao Rich)
Staf o)para a Amazônia
"P'~(i ~,lffl~~~

Ari Pinheiro Camarão


Ant6nio Pedro da Silva Souza Filho

Introdução

Historicamente, as pastagens têm se constituído, se ,não na única, mas na principal


fonte de alimentação para bovinos e bubalinos na Região Amazônica. Em razão
dessa especificidade, o sucesso da exploração da pecuária, tanto de corte como
leiteira, tem estado atrelado à produtividade e à estabilidade das pastagens. Nesse
contexto, a espécie forrageira empregada na formação da pastagem merece especi-
al atenção, principalmente quando se consideram os insucessos verificados no
início da atividade na Região Amazônica.

Fatores relacionados à exigência nutricional, susceptibilidade a agentes bióticos e


plasticidade adaptativa ao tipo de manejo empregados pelos produtores têm sido
apontados como determinantes para o insucesso de muitos empreendimentos
pecuários. Nas últimas décadas, os institutos de pesquisas espalhados pela Ama-
zônia, em muitos casos em parcerias com organismos internacionais, como é o
caso do Centro Internacional de Agricultura Tropical - CIAT, desenvolveram inten-
so trabalho com vista a identificar espécies forrageiras que se adaptassem bem às
condições de solo e clima Amazônico. Entre 1976 e 1980, a Embrapa (aí incluídas
todos as Unidades da Amazônia) desenvolveu o Projeto de Melhoramento de
Pastagens da Amazônia Legal - PROPASTO, tendo com agente financiador o
Banco da Amazônia - BASA. resultado de todo esse esforço mostrou o gênero
8rachiaria como aquele de maior potencial para a região.
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c. v.
10 Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia

Os problemas verificados, inicialmente, com Brachiaria decumbens e mais tarde


com a Brachiaria humidicola (conhecido regionalmente por quicuio-da-arnazônial,
notada mente relacionados à susceptibilidade às cigarrinhas-das-pastagens (Deois
incompleta) e baixo valor nutritivo (Lascano & Euclides, 1996) fizeram com que
essas duas espécies passassem a sofrer restrições em relação às suas indicações
para formação de pastagens, conquanto se adaptassem bem às condições de solo
e clima predominantes na Amazônia.

Após essa fase, os trabalhos desenvolvidos permitiram selecionar a espécie


Brachiaria brizantha cv. Maradu, conhecida regionalmente por braquiarão ou sim-
plesmente capim-marandu, como sendo opção viável para as condições ambientais
e de manejo imposto pelos produtores. Os fatos que se seguiram, confirmaram
essa indicação, e hoje essa planta forrageira ocupa posição de destaque tanto na
pecuária de grande escala como na de agricultura familiar (Ludovino et aI. 2000).
Segundo Teixeira Neto et aI. (2000), existem, no Brasil, cerca de 60 milhões de
hectares dessa gramínea, alimentando 40% do rebanho nacional.

Na década de 1990, foram observadas mortes em pequenas áreas de pastagens


de B. brizantha cv.Marandu, nos Estados do Acre e Rondônia. O problema se
agravou com extensas áreas mortas de pastagens de B. brizantha no Centro -
Oeste e Amazônia (Teixeira Neto et aI. 2000). Todavia, já existem alternativas
tecnológicas para contornar o problema (Valentim et aI. 2004; Valentin &
Andrade 2004).

Neste trabalho são abordadas as limitações e as potencialidades que a gramínea


forrageira Brachiaria brizantha cv. Marandu apresenta para as condições da Amazô-
nia.

A Planta
Existem mais de 100 espécies dentro de gênero Brachiaria (Renvoize et ai. 1998).
São utilizadas sete espécies na América tropical (B. arrecta, B.brizantha, B.
decumbens, B. dictyoneura, B. humidicola, B. mutica e B. ruziziensis) (Argel &
Keller-Grein 1998; Pizarro et aI. 1998). A B. brizantha é classificada como:
Divisão: Magnoliophyta; Classe: Liliopsida; Subclasse: Commelinidae; Ordem:
Cyperales; Família: Poaceae; Subfamilia: Panicoideae; Tribo: Paniceae; e Gênero:
Brachiaria (Cronquist, 1981).
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c.v.
Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia 11

o Capim-marandu é uma planta do ciclo fotossintético do tipo C4 (Oliveira et aI.


1973), de hábito de crescimento cespitoso, muito robusta, podendo atingir de 1,5
a 2,5 m de altura. Os colmas iniciais são prostrados, produzindo, entretanto,
perfilhos predominantemente eretos. Rizomas muitos curtos e encurvados. Colmas
floríferos eretos freqüentemente com afilhamento nos nós superiores, que levam à
proliferação de inflorescências, especialmente sob o regime de corte ou pastejo.
Bainhas pilosas e com cflios nas margens, geralmente mais longas que os
entrenós, escondendo os nós, o que confere a impressão de haver densa
piJosidade nos colmas vegetativos. lâminas foliares lineares lanceoladas,
espacadamente pilosas nas faces ventral e glabra na face dorsal, Inflorescências de
até 40 cmde comprimento, geralmente com 4 a 6 rácemos, bastante eqüidistantes
ao longo do eixo, medindo de 7 a 10 cm de comprimindo, mas podendo alcançar
20 cm nas plantas muito vigorosas. Espiguetas unisseriadas ao longo da raque,
oblongas e elíptico-oblongas, com 5 a 5,5 mm de comprimento por 2 a 2,5 mm de
largura, esparsamente pilosas no ápice (Valls & Sendulsky, 1984 citados por
Nunes et aI. 1984).

Origem

A B. brizantha foi introduzida no Brasil em 1967 (Alcântara, 1987). Em 1984 B.


brizantha. cv. Marandu (IRI 822; BRA 000591), germoplasma originário do
Zimbabwe Grassland Station, foi liberada pela Embrapa para o plantio em regiões
do Brasil (Nunes et aI. 1984). No Pará, B. brizantha cv. Marandu recebeu o
número de CPATU 20 e entre os anos de 1981 a 1988 foi considerada como uma
forrageira promissora para diferentes regiões pastoris da Amazônia (Dias-Filho,
1986).

Clima e parâmetros fisiológicos

Para a Amazônia, a utilização de forrageiras com ampla plasticidade adaptativa em


relação às variações de chuvas é de fundamental importância. Isso, principalmente
quando se considera que na Amazônia há amplitude relativamente grande de
variações de clima, ocorrendo os tipo Ami, Afi e Awi. Ou seja, regiões sem
períodos definidos de estiagem e ambientes sujeitos à estiagem de até 6 meses,
como é o caso do sul do Pará. Por ser uma espécie originária de região vulcânica,
na África, cujo clima apresenta precipitação pluvial anual média de 700 mm e onec
ocorre, no inverno, oito meses de seca, o braquiarão se adaptou, muito bem ,às
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c.v.
12 Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia

variações climáticas da Amazônia Brasileira, encontrando-se bons resultados, com


essa forrageira, tanto no Amapá, onde predomina o clima do tipo Ami, como em
Santana do Araguaia, com o clima do tipo Awi (Gonçalves & Teixeira Neto,
2002). No entanto, o capim-marandu vegeta bem em altitudes que variam desde
o nível do mar até 1.800 m, principalmente em regiões onde a precipitação oscila
entre 1.000 a 3,500 mm/ano (Costa, 2001).

Como toda gramínea do gênero 8rachiaría, é afetada por temperaturas inferiores a


reduzindo as suas taxas de crescimento, sendo que as temperaturas para o
crescimento ótimo estão em torno de (Zimmer et aI. 1995). Todavia, segun-
do Rodrigues et aI. (1993). o braquiarão é tolerante a geadas, embora essa seja
uma característica de pouco interesse para a Amazônia, onde as temperaturas
raramente se situam abaixo dos 20 C.

o potencial de uma gramínea forrageira é determinado por uma série de caracterís-


ticas da espécie, e para melhor utilização das forrageiras é necessário conhecer
aspectos relativos à morfologia e à fisiologia. Gerdes et aI. (1998) determinaram
algumas características morfológicas de capim-braquiarão (Tabela 1). O aumento
da idade é proporcional à produção de Matéria seca (MS), altura da planta e do
meristema apical e inversamente proporcional à porcentagem de folhas. O capim-
braquiarão apresenta meristema quase rente ao solo, aos 14 dias, e a porcentagem
de folhas fica acima de 70%, aos 28 dias. Na Amazônia, Costa & Paulino (1998)
mostraram que o corte a 20 cm de altura, aos 14, 21, 28, 35 e 42 dias, removeu
os meristemas apicais, respectivamente, em 0%; 8,9%; 17,00%; 22,3% e
34,7%.

Tabela 1. Produção de MS, altura da planta e altura do meristema apical do capim-


braquiarão.

Produção de MS Altura da planta Altura do meristema apieal Folhas


Idade (dias)
(tlha) (em) (em) (%)

14 0,87 31,2 3,7

28 1,58 37,6 8,4 76

35 2,23 48,6 9,3 73

Fonte: Gerdes et aI. (1998).


Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (8rachiaria brizantha c.v.
Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia 13

Características como vigor e profundidade do sistema radicular são importantes


para o bom crescimento da planta. Em experimento desenvolvido em área de cerrado
de Planaltina, DF, envolvendo diferentes acessos de 8rachiaria spp., em duas áreas
distintas: uma com maior fertilidade e lençol freático mais superficial e a outra com
menor fertilidade e lençol freático mais profundo (Tabela 2), verificou-se que 60% do
sistema radicular das gramíneas ocorre nos 30 em iniciais do solo, atingindo profundi-
dade de 2,0 m. 8. brizantha apresentou melhor distribuição de raízes e seu sistema
radicular atingiu profundidades maiores que 8. decumbens, nas duas áreas. O sistema
radicular é mais desenvolvido na área 1, chegando a atingir profundidades superiores
a 2,0 m, enquanto na área 2, não ultrapassou 1 m. Na área 1, os capins controles
8. brizantha cv. Marandu e 8. decumbens cv. Basilisk apresentaram melhor distribui-
ção ao longo do perfil, que os demais acessos, comparando-se dentro de espécies. Na
área 2, os acessos apresentaram melhor distribuição ao longo do perfil, que os
controles, comparando-se dentro de espécies (Carvalho et aI. 1992).

O desenvolvimento do sistema radicular de uma planta, ao longo do perfil do solo,


confere características agronômicas desejáveis a essa planta. Ao mesmo tempo em que
tal característica possibilita a absorção de nutrientes localizados em profundidades
maiores, possibilita, também, à planta, absorver água em maiores profundidades. Os
dados da Tabela 2, demonstram que o sistema radicular da gramínea 8rachiaria
brizantha cv. Marandu pode atingir profundidades de até 195 em, oque pode conferir
a essa cultivar habilidade para tolerar períodos de estiagem relativamente longos.

Experimentos realizados por Mattos et aI. (2000) para verificar a eficiência no uso
da água (massa seca produzida por unidade de água absorvida) com as gramíneas
8. decumbens cv. Brasilisk., 8. brizantha cv. Marandu, 8. brizantha (B - 132),8.
humidicola e 8. dictyoneura revelaram que a 8. brizantha cv. Marandu apresentou
maior eficiência no uso da água e maior produção de biomassa.

O braquiarão se presta para associ=ção de pastagens com árvores, visto que tolera
sombreamento médio (Shelton et aI. 1987; Rodrigues et aI. 1993). Tal peculiari-
dade é importante quando se considera os sistemas agrossilvipastoris como alter-
nativa para a implantação de sistemas de exploração mais viáveis sob o ponto de
vista econômico e mais sustentável ambientalmente ao longo do tempo. Este fato
foi confirmado em experimento realizado em Coronel Pacheco, MG. 8. brizantha
juntamente com Panicum maximum e 8. decumbens foram as mais tolerantes à
sombra (cerca de 30% a 40% de incidência de luz comparada com áreas sem
árvores), alcançando 98,77% e 63,0%, respectivamente, do crescimento relativo
comparado com áreas sem árvores (Carvalho, 1997). Estudos de mesma natureza,
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Srachiaria brizantha c.v.
14 Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia

Tabela 2. Distribuição de raízes de Brachiaría spp. ao longo do perfil do solo.

BB Marandu BB 16467 BD Basilisk BB16488


Perfil(em)
Área 1 Área 2 Área 1 Área 2 Área 1 Área 2 Área 1 Área 2

0-15 46,6 60,6 53,4 43,9 59,3 72,6 79,0 70,7


15-30 11,1 14,5 14,6 18,3 12,1 12,1 8,9 14,6
30-45 5,6 3,0 3,6 9,3 7,8 3,4 3,5 4,7
45-60 4,0 2,8 2,5 5,4 3,6 2,0 2,4 2,8
60-75 5,5 4,2 2,1 6,2 2,5 1,8 1,6 2,6
75-90 3,8 4,4 1,7 5,9 3,7 2,1 1,0 1,9
90-105 4,3 4,4 3,6 4,3 2,1 2,3 0,8 1,8
105-120 2,6 4,3 1,7 6,4 4,5 2,9 1,2 0,6
120-135 5,0 1,8 2,6 2,4 2,5 0,6 0,5 0,2
135-150 2,2 3,5 2,1 0,8
150-165 2,3 3,3 0,3
165-189 2,6 2,9
180-195 2,2 4,3

ss = Brachiaria brizanfha; SD = Brachiaria decumbens.


Ivea 1= Maior fertilidade do solo e lençol freãlico mais superficial.
Ivea 2= Menor fertilidade do solo e lençol freático mais profundo.

Fonte: Carvalho et aI. (1992).

desenvolvido em Porto Velho, RO, ressaltam a capacidade do braquiarão em


produzir forragem em condições de sombreamento (Costa et aI. 1999). Todavia, a
B. brizantha é menos tolerante a ambiente sujeito à redução temporária de luz
quando comparada com a B. humidicola (Dias-Filho, 2002).

As pastagens cultivadas estão sujeitas a alagamentos periódicos do solo. Isso é,


especialmente, importante na Amazônia, onde considerável área de solo está
sujeita a algum tipo de inundação, notadamente aquelas às margens dos rios.
Estudo desenvolvido com as gramíneas B. brizenthe, B. decumbens e B.
humidicola cultivadas em vasos, em ambiente controlado, sob condições de alaga-
mento do solo, por período de 14 dias, demonstrou que o teor de clorofila total de
folhas de B. brízantha foi significativamente diminuído sob o alagamento, enquanto que
a B. decumbens e a B. humidicola não foram afetadas. B. brízantha e B. decumbens
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (8rachiaria brizantha c.v.
Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia 15

tiveram suas capacidades fotossintéticas diminuídas pelo alagamento, já a B. humídícola


não sofreu alteração. Sob alagamento, o teor de P da folhas de B. humídícola foi
significativamente aumentado. Em B. Brizantha e B. decumbens não foram detectadas
diferenças significativas entre tratamentos, concluindo que a B. brizantha é altamente
susceptível à umidade excessiva do solo ( Dias-Filho & Carvalho, 2000).

Existe variação entre os acessos de B. brizantha em relação à tolerância ao alagamento


do solo. Experimento com cinco acessos de B. brizantha realizado por Dias -Filho
(2002) revelou que o acesso BRA 004391 foi o mais tolerante. O acesso BRA
003441 foi o menos tolerante, seguindo do BRA 0022844 e o acesso BRA 004308
foi considerado como intermediário em relação à tolerância ao alagamento do solo.

Solos e exigências nutricionais

A B. brizantha se adapta a solos ondulados a fortemente ondulados, profundos


com boa drenagem do perfil e fertilidade mediana (Alcântara et aI. 1993). Apresen-
ta boa adaptação às condições de solos ácidos, com altos níveis de alumínio e
manganês (Tabela 3). Juntamente com outras gramíneas forrageiras tropicais não
responde, de forma expressiva, à aplicação de calcário. Logo, as recomendações,
quanto à aplicação de calcário , estão mais relacionadas ao suprimento de cálcio e
magnésio do que ao aumento do pH do solo ou mesmo à neutralização de fatores
tóxicos como o alumínio e o manganês (Nunes et aI. 1984). Este fato foi confirma-
do por Pereira (1987), quando foram feitas pequenas aplicações de calcá rio e as
braquiárias atingiram rendimentos máximos de matéria seca (Tabela 4). Werner
(1984), entretanto, sugere que as quantidades de calcário para as braquiárias
sejam àquelas necessárias para elevar a saturação de base a 40%.

A formação e a utilização de pastagens cultivadas na Amazônia, em áreas de floresta


primária, consistem na derrubada e queima da biomassa, quando grandes quantidades de
nutrientes são adicionados pela incorporação das cinzas, aumentando, conseqüentemen-
te, a fertilidade e o pH, neutralizando o alumínio trocável. Nesse sistema, condições
favoráveis para o crescimento e mantença da produtividade são mantidas por período de 4
a 5 anos de utilização da pastagem. Nutrientes como cálcio e potássio se mantêm em
níveis elevados, sem comprometimento do desempenho da pastagem. O nitrogênio e a
matéria orgânica permanecem também em níveis aceitáveis. Todavia, os níveis de fósforo,
a partir desse período, atingem níveis baixíssimos (Falesi, 1976; Serrão et aI. 1979),
havendo necessidade de reposição. Por isso mesmo, as gramíneas forrageiras, aí incluídas
as braquiárias, respondem satisfatoriamente à aplicação de adubos fosfatados (Dias - Filho
& Simão Neto, 1992).
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão IBrachiaria brizantha c. v.
16 Marandu IA. Rich) Stapf.) para a Amazônia

Tabela 3. Produção de matéria seca e tolerância, de gramíneas tropicais, a toxidez


de manganês sob condições de campo.

Produção de matéria seca


(Vha/ano) Indice
Espécie Ecotipo relativo
Nível baíxo de Mn Nível alto de Mn (Alto Mn/Baixo Mn)
10ppm 86 ppm

Brachiaria ruziziensis 654 2,88 3,00 1,04


655 4,86 3,10 0,64
Brachiaria decumbens 606 5,52 6,69 1,21
6130 3,37 3,19 0,95
Brachiaria humidicola 675 2,66 2,63 0,98
679 5,73 2,78 0,48
Brachiaria brizanlha 665 5,74 6,05 1,05
667 5,44 3,29 0,60
Andropogon gayanus 621 3,70 4,01 1,08
6200 6,07 4,39 0,72
Panicum maximum 661 3,14 4,45 1,42
684 2,28 1,95 0,85
Pennisetum purpureum 658 10,00 8,73 0,87

Fonle: Ayarza (1988) adaptada pelo autor.

Tabela 4. Produção de matéria seca de seis gramíneas em latossolo roxo em três


diferentes níveis de calcário.

Nível de CaC03 (kg/ha)


Espécie g/vaso
o 500 1000

B. brizantha 3,92 5,13 5,41

P maximum CV. Comum 8,18 8,11 8,96


P maximum K 187 -8 6,74 8,17 9,94
B. decumbens CV. Australiana 5,48 6,19 6,10
B. ruziziensis 7,24 7,83 8,39
A. gayanus 1,83 1,66 2,16

Fonte: Pereira (1987).


Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c.v.
Marandu (A. Richl Stapt.) para a Amazônia 17

A mantença da produtividade das pastagens implica no monitoramento constante e


na correção das deficiências nutricionais. Um bom indicativo para o fósforo seria o
teor de 10 ppm de fósforo disponível. Sempre que o teor estiver abaixo desse
valor seria recomendado a reposição.

Em experimentos realizados em casa de vegetação, cultivou-se a B. brizantha cv.


Marandu em solução nutritiva, tendo como tratamentos a solução completa e as
omissões individuais de N, P, K, Ca, Mg e S. Verificou-se que o N e P, seguido
pelo Mg e S foram os nutrientes que mais limitaram a produção de MS, tanto da
parte aérea como das raízes. Além dessas características, a omissão de N e P
diminuíram o número de perfilhos e altura das plantas (Monteiroet aI. 1995).

Experimentos realizados em Terra Alta, PA, revelaram que o nível de 50 kg de PP5


lha foi o que proporcionou melhor produção de forragem de B. brizantha e o
fosfato reativo Carolina do Norte pode substituir, com vantagem econômica, o
superfosfato triplo no estabelecimento da gramínea (Couto et aI. 1997).

Estudos desenvolvidos em pastagem de braquiarão, envolvendo a análise da


eficiência agronômica do fosfato de rocha parcialmente acidulado (FPA) em relação
ao superfosfatosimples (SFSl, em doses de 50 e 100 kg de P20/ha, indicaram
que o FPA foi menos econômico que o SFS, para se obter idênticas produções
(Dias-Filho et aI. 1989; Dias Filho & Simão Neto, 1992).

Experimentos realizados em Rondônia, revelaram que o N e o K foram os nutrientes


com maior efeito sob a produção de matéria seca de B. brizantha, seguido de P e S
(Townsend et aI. 2000). A aplicação conjunta de 50 kg de N/ha e de 100 kg de
P20/ha foi suficiente para assegurar a recuperação da pastagem degradada de
braquiarão (Costa et al: 2000).

Experimentos realizados pelo CIAT (Ayarza, 1988) determinaram os requerimentos


internos e externos de P, Ca e K de gramíneas forrageiras (Tabelas 5 e 6) para os
Oxissolos de Carimagua, Colômbia. Os requerimentos externos de P das braquiárias
foram 20 kg, com exceção da B. humidicola que foi de 10 kg de P/ha. Todavia, esses
níveis podem ser maiores dependendo da fixação de P nos solos, como, por exemplo,
nos Oxissolos do Brasil. Os requerimentos de fertilização de Ca, nas braquiárias junta-
mente com A. gayanus, são mais baixos que as espécies de forrageiras de gramíneas
tradicionais, como P. maximum. Os níveis de requerimento de fertilização de K das
gramíneas são semelhantes, com exceção de B. humidicola. Esses níveis foram estabe-
lecidos para s?los com baixos níveis de K disponíveis no solo (0,10 meq/1 00 g).
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c.v.
18 Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia

Informações sobre adubação e recuperação de pastagens de 8 brizantha e de


outras espécies do gênero 8rachiaria sob pastejo podem ser encontradas em
Teixeira & Simão Neto (2000).

Tabela 5. Requerimentos de fertilização de P, Ca e K para o estabelecimento de


gramíneas em Oxissolos de Carimagua, Colômbia.

p Ca K
Espécie
kg/ha

Brachiaria decumbens CIAT 606 20 100 20


Brachiaria humidicola CIAT 679 10 50 10
Brachiaria brizanlha CIAT665 20 100 20
Brachiaria dictyoneura 20
Andropogon gayanus CIAT 621 20 100 20
Panicum maximum 600

Fonte: Ayarza (1988) adaptada pelo autor.

Na Tabela 6, são apresentados os níveis críticos internos de P, C, K e S. Os


requerimentos dos nutrientes das braquiárias foram menores que os das gramíneas
tropicais tradicionais (M. minutiflora, H. rufa e P. maximum). Entre as braquiárias,
8. brizantha foi uma das mais exigentes em P, K e Ca.

Tabela 6. Níveis críticos internos (% da MS) de P, Ca, K e S de algumas gramíneas


tropicais para o estabelecimento nas épocas chuvosa (C) e seca (S) em Oxissolos
de Carimagua, Colômbia.

Fósforo Cálcio Potássio Enxofre


Espécie
C 5 C 5 C 5 C 5

Brachiaria decumbens CIAT 606 0,08 0,05 0,38 0,37 0,83 0,38 0,12 0,13
Braçhiaria humidicola CIAT 679 0,08 0,05 0,22 0,25 p,74 0,39 0,11 0,12
Brachiaria brizanlha CIAT 665 0,09 0,05 0,37 0,32 0,82 0,44 0,12 0,12
Andropogon gayanus CIAT 621 0,10 0,04 0,23 0,21 0,95 0,53 0,13 0,10
Hyparrhenia rufa 0,16 0,06 0,34 0,25 1,06 0,70 0,14 0,10
Melinis minuliflora 0,18 0,06 0,32 0,35 0,90 0,60 0,15 0,12
Panicum maximum CIAT 604 0,17 0,10 0,60 0,40 1,15 0,80 0,15 0,12
Fonte: Salinas & Garcia (1985).
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c. v.
Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia 19

Estabelecimento

Para o estabelecimento do capim-braquiarão, a melhor forma é via sementes. A


propagação vegetativa é considerada impraticável para grandes áreas. Para a boa
formação de pastagens com essa gramínea, recomenda-se de 1,6 a 2,0 kg de
sementes puras viáveis, o que corresponde a 4 a 5 kg/ha de sementes com40%
de valor cultural (Nunes et aI. 1984). Para condições favoráveis e desfavoráveis a
taxa de semeadura deve ser, respectivamente, de 1,5 a 1,8 e 2.0 a 2,5 kg/hade
sementes puras que germinam (SPG) (Carvalho, 1993). Para o trópico úmido
brasileiro, Dias-Filho (1987) recomenda a taxa de semeadura de 6 - 8 kg de
sementes de boa qualidade.

Testes de germinação, durante 18 meses, realizados por Lago & Martins (1999),
com sementes de capim-braquiarão, colhidas por varredura, provenientes de 1
lotes de várias regiões de São Paulo, revelaram que o simplesarmazenamento, por
6 meses, aumentou o valor comercial dos lotes das sementes, por redução natural
da dormência e, conseqi:ientemente, aumento na germinação e no valor cultural.

A profundidade de semeadura varia de 2,0 a 2,5 cm (Alcântara et aI. 1977; Obeid


1991, Nunes et aI. 1984), com compactação, e de 4 em, sem compactação
(Obeid et al. 1991 ).Q tempo de estabelecimento da pastagem de capim-braquiarão
se dará depois de 4 a 5 meses após a semeadura (Nunes et aI. 1984).

Para adubação de estabelecimento e mesmo para a de mantenção, alguns fatores


devem ser considerados. Um deles é o teor de argila. Solos argilosos apresentam
maior capacidade de fixação de fósforo do que os arenosos ou com baixo teor de
argila. Assim, solos argilosos devem receber maiores quantidades de fósforo do
que os de baixo teor, para um mesmo desempenho da forrageira. Um bom
parâmetro para estabelecer a dosagem de fósforo seria adotar a fórmula:

kg de 05 = 4 x teor de argila

Dessa forma, para um-solo com 45% de argila, a dosagem de fósforo seria de 180 kg
de PzO/ha. Já para outro solo com apenas· 13% de argila, seria necessário apenas
uma dose de 52 kg de PP5/ha.
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c.v.
20 Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia

Outro fator a ser considerado seria a espécie de forrageira. Por exemplo, para um
dado teor de argila e considerando-se que B. brizantha é mais exigente do que B.
humidicola, seria adotado 2/3 da fórmula acima, se a forrageira a ser plantada fosse
a B. brizantha. Caso se deseje cultivar a B. humidicola, poder-se-ia indicar 50% da
dosagem obtida pela fórmula.

o método de aplicação do fósforo é outro importante fator a ser considerado na


adubação deestabelecimento ou de mantença. E nesse ponto, a baixa mobilidade
do fósforo no solo assume papel importante. O desejável é que a aplicação de
fósforo seja precedida de algum tipo de movimento do solo, para que o fósforo
fique o mais perto possível da zona de absorção pelas raízes. Por ocasião do
estabelecimento, esse procedimento é mais facilmente adotado, pois o fósforo
pode ser aplicado a lanço, logo após a aração ou de uma primeira gradagem. Já no
caso de aplicações de mantenção, quando o pasto já está formado, as respostas
obtidas podem não ser aquelas esperadas.

Potássio e nitrogênio apresentam características adicionais que dificultam um pou-


co a recomendação de doses, que é a alta capacidade de lixiviação. Entretanto, a
análise do solo serve como balizador dessa indicação. Por exemplo, para solos
com teores de K menores que 0,12 e.mg/1 00cm3 de solo, pode-se recomendar
doses de 80-100 kg de KCI/ha. Caso os teores estiverem acima desse valor não é
necessário à aplicação de adubo potássico, a não ser que o pasto venha a receber
adubação nitrogenada. E nesse caso, se os teores estão acima de 0,12 e abaixo de
0,30 e.mg/100 em" de terra, recomenda-se aplicar de 50-60 kg de KCI/ha
(Werner, 1986). Para o nitrogênio, dose de 100 kg de N/ha é mais que suficiente
para atender a demanda do braquiarão (Fernandes & Rossiello, 1986).

Considerando que esses dois nutrientes se perdem com grande facilidade por
lixiviação, a aplicação desses nutrientes deve ser o mais que possível parcelada. A
título de orientação, poder-se-ia adotar o parcelamento em 3 ocasiões, sendo a
primeira após o primeiro pastejo, a segunda 45 dias depois e a terceira quando o
solo ainda dispor de umidade suficiente para permitir a solubilização dos nutrientes
e a absorção pelas plantas. Esse procedimento permitiria melhor aproveitamento do
N e do K pelas plantas, aumentando a possibilidade de se obter maior produtivida-
de de forragem.
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c.v.
Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia 21

o enxofre é outro nutriente que pode ser considerado em adubação de estabeleci-


mento e mesmo na de mantença de pastagens de braquiarão, embora se saiba que
as leguminosas são mais exigentes em relação a esse nutriente do que as
gramíneas. A dose a ser aplicada pode ser de 30 kg/ha (Vitti & Novaes, 1985).

Poder-se-ia, ainda, considerar a possibilidade da adubação das pastagens com


micronutrientes. Para as condições Amazônicas, não há dados disponíveis infor-
mando doses e micronutrientes a serem utilizados na adubação de gramíneas, em
geral, e do capim-marandu, especificamente. Tradicionalmente, o emprego de
micronutrientes não tem sido uma prática utilizada pelos pecuaristas da Amazônia
na adubação de suas pastagens, até porque isso envolve custos adicionais, tanto
para a formação como para a mantença das pastagens.

Embora, se reconheça as limitações da utilização, na Amazônia, de doses de


micronutrientes recomendadas para outras regiões pastoris brasileira, essas poderi-
am ser adotadas na sua íntegra ou mediante os devidos ajustes necessários. Um
ponto de partida poderia ser o trabalho de Mattos & Colozza (1 986), que recomen-
dam "que os micronutrientes B, Cu, Mo e Zn sejam misturados aos fertilizantes
fosfatados para assegurar boa distribuição no solo, tendo em vista as pequenas
quantidades a serem aplicadas. As quantidades recomendadas, por tonelada de
superfosfato simples, são:

Borato de sódio 14 kg

Sulfato de cobre 14 kg

Molibidato de sódio .... 1 kg

Sulfato de zinco 14 kg.

Outra opção para adubação com micronutrientes seria a utilização de mistura


comercial, na forma de FTE. Nesse caso específico, recomenda-se a utilização de
produtos que não contenham ferro e manganês, como são os caso dos FTE BR 15
e BR 16 (Lopes, 1984). Nesses dois casos, dosagens de 10 kg/ha poderiam ser
perfeitamente indicadas.
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (8rachiaria brizantha c.v.
22 Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia

Custos de implantação da pastagem

Os custos de implantação de um hectare de pastagem de braquiarão em Castanhal,


PA, em 2001, onde não foi necessário fazer destocamento, foram estimados em
R$ 342,00, incluindo operações de preparo de área (aração e gradagem), e o
plantio, contratação de mão-de-obra e aquisição de adubos (NPK) e sementes
(Camarão et aI. 2002).

Em Paragominas, PA, a recuperação de um hectare de pastagem degradada (com


predominância de árvores e arbustos), envolvendo o plantio do capim-braquiairão
e os procedimentos de queima e enleiramento dos resíduos das plantas e tocos
remanescentes, com empregos de trator de esteira, gradagem da área com trator de
rodas, semeadura e fertilização (adubação fosfatada de 50 kg de pps/ha) foi
estimada em US$ 260,00 (dados de 1992). A aquisição de adubos fosfatados e
o aluguel de trator foram os responsáveis pelos maiores percentuais deste custo
(Mattos & Uhl citados por Dias-Filho, 1998).

Pragas e doenças

São poucos os agentes bióticos que se constituem em problemas para o cultivo do


capim-marandu, na Região Amazônica. Com relação aos insetos, basicamente, as
cigarrinhas-das-pastagens são as que merecem maior atenção por parte dos
produtores. O braquiarão apresenta os tipos de resistência às cigarrinhas-das-
pastagens conhecidas como antibiose (ação adversa da planta sobre a biologia do
inseto) e antixenose (a planta apresenta características físicas que dificultam a ação
do inseto), enquanto a e não apresentam nenhum
mecanismo de resistência (Campos & Lizieire, 1993).

Segundo Ramiro (1987), Lapointe & Ferrufino (1988) e Consenza et aI. (1989), o
braquiarão apresenta nível médio de tolerância às cigarrinhas quando comparado
com outras espécies de gramíneas (Tabela 7).

Os tipos de resistências podem variar de acordo com a espécie de cigarrinha e


região. Na Amazônia, experimentos conduzidos entre os anos de 1983 a 1988
(Silva, 1988) revelaram que o tipo de resistência à cigarrinha, varia de acordo com
as cultivares das espécies das gramíneas (Tabela 8).
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão 18rachiaria brizantha c.v.
Marandu IA. Rich) Stapf.) para a Amazônia 23

Tabela 7. Grau de resistência de gramíneas forrageiras as cigarrinhas-das-pastagens.

Tolerância
Espécies
R MR MS S
Andropogon gayanus X
Setaria sphacelata X
Panicum maximum Clf. Makueni X
Melinis minutiflora X
Bracharia brizantha X
Brachiaria humidicola X
Panicum maximum X
Panicum maximum Green Panic X
Panicum maximum Guinezinho X
Brachiaria decumbens X
Brachiaria ruziziensis X
R= Resistente; MR = Moderadamente resistente; MS = Moderadamente susceptível; e S = Susceptível.
Fonte: Consenza (1989) adaptada pelo autor.

Tabela 8. Classificação de gramíneas quanto ao tipo de resistência para não


preferência, tolerância e antibiose.

Tipo de resistência>
Gamínea ICultivar ---------------------_ ....__ .......__ .•.•._----_ ......_--------_ ..---------
PAAD PANF OVP TOL ANT

Brachiaria brizanthal BRA 1384 N S N N N


I BRA2127 N S S N N
I BRA2143 N S N N N
I BRA591 S S N N N
I CIAT6664 S N N N S
I CIAT 6667 N N S N N
Andropogon gayanaus/BRA 19 S N S N N
IBRA264 N S S N S
Brachiaria decumbens/BRA 191 S N N N N
IBRA 361 S N S N N
Panicum maximum/BRA 1449 N N S N N
I BRA 1490 S N S N S
PMD = Preferênciaalimentarde adu lIos; PANF=Preferênciaalimentarde nifas; OVP = Oviposição;
TOl = Tolerância;ANT=Antibiose;S= Sim; N = Não.
Fonte:Silva (1988) adaptadapelo autor.
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c.v.
24 Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia

Já existem novos genótipos derivados da B. brizantha CIAT 26110 denominados


Xaraés (Brasil) e Pasto Toledo (Colômbia). No Brasil, o Pasto Toledo foi liberado
por uma empresa comercial como MG5 cultivar Victoria (Valle et aI. 2003;
Forrageiras ... 2004; Lascano et aI. 2002). Esses dois genótipos são mais produ-
tivos que B.brizantha cv. Marandu, porém são mais susceptíveis ao ataque de
cigarrinhas-das-pastagens (Lascano et aI. 2002; Valle et aI. 2003; Forrageiras ...
2004), fator limitante a ser considerado na formação de pastagens, na Amazônia.

Outros tipos de pragas têm sido observados, como é o caso da lagarta Spodoptera
frugiperda em Paragominas, PA, nas pastagens de braquiarão logo após a germina-
ção das sementes. O controle químico da praga é antieconômico, porém, o comba-
te de infestações localizadas nas pastagens pode ser feito com inseticidas
organofosforados, carbomatos ou piretróides. Outras práticas, de caráter agronô-
mico, têm sido propostas, como é o caso de expor as larvas aos raios solares
(Veiga, 1995). Entretanto, o emprego dessa prática está associado ao tamanho da
área a ser processada. Para condições de áreas grandes, há limitação de outras
áreas disponíveis para agregar os animais a serem deslocados.

Síndrome da morte do capim-


braquiarão

A partir de meados dos anos de 1990, foram observadas pequenas áreas de


pastagens de braquiarão morto, nos Estados do Acre e Rondônia (Teixeira Neto et
aI. 2000; Valentim et aI. 2000a, 2002b). Em 1998, verificou-se grande área, de
forma contínua e irrecuperável, no Centro-Oeste e Amazônia. Na Amazônia Orien-
tal, a primeira notificação do problema foi feita em agosto de 1999, no Município
de Carutapera, MA, vizinho de Paragominas, PA. Após estudos, conclui-se que
podem ser várias as causas do problema, atuando em conjunto, a saber: fisiológi-
cas, entomológicas e fitopatológicas. O conjunto desses fatores foi denominado de
síndrome da morte do capirn-braquiarão. As causas fisiológicas são: estresse
hídrico por excesso de umidade durante a época chuvosa, em áreas onde os solos
são de baixa permeabilidade, e estresse hídrico por falta de umidade no solo
durante o período seco, em áreas de pastagens com raízes poucas profundas. O
estresse nutricional que conduz à perda ou à baixa resistência a organismos
patogênicos ou a outros estresses bióticos e abióticos. O estresse de manejo
causado, principalmente, pela utilização de altas cargas animais, levando à perda
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (8rachiaria brizantha c.v.
Marandu (A. Rich) ;tapf.) para a Amazônia 25

de produtividade e vigor da pastagem. As causas entornolóqlcastorarn atribuídas


ao ataque das cigarrinhas-das-pastagens. Como causas fitopatológicas, foram
identificados fungos do gênero Pvthium. A espécie Pytium perii/um pode tornar-se
fortemente patogênica quando o hospedeiro se encontra sob condições de estresse
(Teixeira Neto et aI. 2000).

Para contornar o problema, Valentim et aI. (2004) recomendaram alternativas


como substituição da B. brizantha cv. Marandu por outras espécies de forrageiras
e diversificação das pastagens em áreas de solos com baixa permeabilidade,
consideradas de alto risco. As espécies tolerantes ao encharcamento recomenda-
das são o capim-quicuio-da-amazônia (B. humidicolal, o capim-tangola (B. arrecta
x B. a estrela africana (Cynodon nlenfuensis) e o amendoim forrageiro
(Arachis pintoi cv. Belomonte). A técnica consiste em plantar, manualmente, as
espécies tolerantes ao encharcamento. Entretanto, essa técnica deve ser utilizada
quando a pastagem estiver em inicio de degradação. Em áreas de pastagens onde
a degradação já .está em estádio avançado, o tratamento deve ser intensivo,
envolvendo implementos agrícolas para o preparo do solo, adubação e plantio de
espécies tolerantes ao encharcamento (capim-quicuio-da-amazônia, capim-
tanzânia, capim-mombaça e puerérlal, cujas sementes estejam disponíveis no co-
mércio. Mais informações sobre a recuperação de pastagens degradadas pela morte
do capim-braquiarão estão publicadas nos trabalhos de Valentim et aI. (2001,
2002b) e Valentim & Andrade (2004).

Producão e disponibilidade de
forragem

A produção de forragem é um dos parâmetros da maior importância para a seleção


de forrageiras. Com esse objetivo, Sotommayor-Rios et aI. (1976) avaliaram diver-
sas espécies de braquiárias em Porto Rico, destacando-se a B. brizantha cv.
Marandu com boa produção de forragem (Tabela 9).

Na Região Amazônica (Altamira, PAl, B. brizsnthe, nas idades de 28, 56, 84 e


112, produziu 15.171, 16.239, 23.703 e 31.982 kg de MS/ha. Estas produ-
ções seguiram tendências lineares representada pela equação Y = 3,86 +
0,1061X, R2= 0,72, onde Y = produção de MS em kg/ha e x= dias (Azevedo
et aI. 1992).
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c.v.
26 Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia

Em Nova Odessa, SP, Ferrari Junior et aI. (1994) avaliaram a produção de forra-
gem seca de B. brizantha, sob três freqüências de corte, variando de 42, 56 e 84
dias, cujo resultado foi expresso pela equação de regressão, Y = - 10220,44 +
680,63244x - 4,96062x2, R2 = 1,00, onde Y = produção de MS em kg/ha, x
= dias. A produção máxima estimada foi de 13.125 kg de MS/ha, atingida aos
69 dias de crescimento.

Experimentos realizados em pastagem de braquiarão adubada com NPK em Campo


7'
Grande, MS, em sistema intensivo
descanso e 2 dias de ocupação,
rotativo, com carga variável, com 30 dias de
durante 2 anos, revelaram que a disponibilidade
}
de forragem foi 4.407 e 8.159 kg de MS/ha, respectivamente, nas épocas seca e
chuvosa (Thiago et aI. 2000).

Tabela 9. Produção de forragem (kg de MS/ha) e porcentagem (%) de proteína


bruta (PB) de gramíneas do gênero 8rachiaria. Período experimental de 2 anos, em
Porto Rico.

Intervalos entre cortes


Forrageira 30 dias 45 dias 60 dias
Kg de MS/ha PB(%) Kg de MS/ha PB (%) Kg de MS/ha PB(%)
B. sp. 18.430 11,1 21.703 9,0 25.395 8,3
B. brizantha 17.138 12,0 21.486 9,3 26.105 7,8
B. decumbens 17.114 11,6 21.393 9,5 27.238 7,9
B. mutica 15.982 13,8 19.508 10,3 24.227 9,3 1
11,4
B. brizantha 15.154 14,0 19.760 22.270 9,7 \
B. decumbens 15.400 13,3 18.636 10,1 23.014 8,5
B. brizantha 14.448 12,8 18.368 10,4 27.022 7,7
B. brizantha 14.076 12,0 15.787 9,8 18.216 8,1
B. ruziziensis 13.684 11,2 16.247 9,7 19.750 8,9
Fonte: Sotommayor Rios et aI. (1976).
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c.v.
Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia 27

Valor Nutritivo
A qualidade da forragem é melhor avaliada em termos da produção animal, que se
relaciona com o consumo de energia digestível, e, neste contexto, temos o valor
nutritivo, que se refere ao conjunto formado pela composição química da forragem,
sua digestibilidade e a natureza dos produtos de digestão (Moore & Mott, 1973).
t'

Composição química e digestibilidade "in vitro"


Diversos são os fatores que afetam a composição química das forrageiras, entre os
quais se destaca a idade, cujo acréscimo provoca diminuição nos teores de prote-
ína bruta (Tabela 9). As braquiárias se equivalem em qualidade protéica a outras
gramíneas tropicais.

Os teores de proteína bruta e digestibilidade "in vitro" das folhas de B. brizantha,


em Altamira, PA, nas idades de 28, 56, 84 e 112 dias foram, respectivamente,
8,5% e 52.3%; 7,2% e 48,1%; 5,5% e 46,9% e 5,0% e 44,7% . A relação
entre a idade e o valor nutritivo seguiu tendência linear. As taxas de decréscimos
da proteína bruta e digestibilidade "in vitro " "da matéria seca foram, respectiva-
mente,0,0437%/dia e 0,0865%/dia ( Azevedo et aI. 1992).

Em Belém, PA, Alves (1999) avaliou o capim-braquiarão sob pastejo rotativo, cujos
teores de proteína bruta e digestibilidade "in vitro" da matéria orgânica variaram de
8,84% a 13,20%; 37,86% a 54,38% para folha e 5,57% a 8,02%; 31,20% a
47,16% para colmo. Essas variações se devem aos 11 ciclos e pressão de pastejo
que variou de 9,08 a 15,26 kg de MS/100 kg de peso vivo/dia.

Análises químicas efetuadas em várias gramíneas (Tabela 10), demonstraram que a


B. brizantha possui coeficientes de digestibilidade "in vitro " da matéria seca,
teores de proteína, Ca e P semelhantes aos de outras espécies de Brachiaria e
superiores aos valores de DIVMS, PB e P das gramíneas P. maximum e A.
gayanus.

Em Nova Odessa, SP, Ferrari Junior et aI. (1994) avaliaram os teores de proteína
bruta de B. brizantha sob três freqüências de corte, de 42, 56 e 84 dias. Houve
redução linear com o aumenta da idade, expressa pela equação de regressão, Y =
11,16 - 0,07068x, R2 = 1,00, onde Y = teores de proteína bruta, x = dias.
Estimou-se que os teores estariam acima de 7 % em torno de 64 dias, o que não
limitaria o consumo conforme Milford & Minson (1966).
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c.v.
28 Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia

Tabela 10. Coeficientes de digestibilidade "in vitro" da matéria seca (DIVMSl,


proteína bruta (PBL cálcio (Ca) e fósforo (P) de gramíneas forrageiras tropicais.

Ecotipo DIVMS PB Ca ' P


Gramínea
CIAT (0/0) (0/0) (0/0) (0/0)
B. decumbens 606 58,2 14,1 0,49" 0,16
B. decumbens 6131 60,4 14,6 0.60 0,19
B. ruziziensis 655 60,2 13,6 0,62 0,18
B. brizantha 665 60,8 13,5 ,0,53 0,17
B. humidicola 6013 61,6 11,9 0,34 0,13
A. gayanus 621 52,0 11,8 0,39 0,14
P.maximum 804 48,2 13,4 O,q6" 0,16
Fonte: Abaunza et a!. (1991),

Lascano & Euclides (1996) classificaram as braquiárias em dois grupos: alta


qualidade (B. brizantha, B. decumbens e B. ruziziensis) e baixa qualidade (B.
humidicola e B. dictyoneura). A diferença entre os dois grupos seria, principalmen-
te em relação aos teores de proteína bruta.

Consumo e digestibilidade
o consumo e a digestibilidade são considerados como os parâmetros da maior
importância do valor nutritivo das forrageiras. A contribuição doeênsurno para o
desempenho animal em pastagem é, em média, três vezes, maior que a
digestibilidade, visto que 60% a 90% dos resultados decorrem das variações no
consumo e 10% a 40% advém- das variações da forragem (Noller et aI. 1996 citado
por Aguiar & Almeida,1999) eSilva & Pedreira (1996).

Euclides & Euclides Filho (1998) determinaram o consumo dê MS total em


pastejo, com ajuste do número de animais para manter a rnesrrrâ disponibilidade
de forragem, ao longo do ano. O consumo da B. brizantha foi d~'2, 76 e 2,01 kg
de MS/100 kg de peso vivo/dia, respectivamente, nos perfodoschuvoso e seco.
Observou-se que o tempo de pastejo foi significativamente maior no período seco
(605 minutos/dia) do que no chuvoso (465 minutos/dia). Geralmente, o tempo de
pastejo varia de sete a doze horas, portanto, se pode depreender que o consumo
foi limitado pelas características físicas da pastagem.
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c.v.
Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia 29

Em Nova Odessa, SP, Andrade et aI. (1994) avaliaram o consumo de MS e


nutrientes digestíveis totais (NDT) de B. brizantha sob três freqüências de corte de
42, 56 e 84 dias, cujos resultados foram, respectivamente, de 55,86, 54,30 e
47,57 g de MS/kgo.75/dia e 55,28%, 59,12% e 50,88%. Esses valores são
superiores àqueles obtidos por Batista et aI. (1986) de 47,5 g de MS/kgo.75/dia,
para o consumo, e 52,79% de digestibilidade da MS, valores médios da Brachiaria
humidico/a aos 35, 65 e 95 dias de idade.

Quanto à digestibilidade "in vivo" da matéria seca, foram obtidos altos valores
respectivamente, de 70,63%, 63,09% e 53,17% nos meses de dezembro/82,
janeiro/83 e março/83 em Planaltina, DF (Nunes et aI. 1984)

Desempenho Animal
Produção de carne
o desempenho animal é uma resposta direta da quantidade e qualidade do alimento
ingerido. Todavia, todos aqueles fatores que direta ou indiretamente afetam o
desempenho da forrageira, como o clima, solos, adubação e tipo de manejo
também influenciam o desempenho animal. Aspectos relacionados, especificamen-
te, aos animais, como potencial genético e aclimatação ao meio, afetam também os
seus desempenhos.

Em pastagens de B. decumbens e B. brizantha estabelecidas em área de Cerrado de


Campo Grande, MS, adubadas com 1,0 t de calcário, 350 kg de superfosfato simples,
100 kg de cloreto de potássio e 40 kg de uma mistura de micronutrientes por hectare
e submetidas ao pastejo contínuo durante 3 anos, os ganhos de peso nas 2 espécies
de Brachiaria foram diferentes. Os animais que estavam nas pastagens de B. brizantha,
na época chuvosa, apresentaram ganhos maiores do que em pastagens de B.
decumbens. No entanto, na época seca, em pastagens de B. Brizantha, os ganhos
foram menores do que em pastagens de B. decumbens (Tabela 11).

Em pastagens adubadas e recuperadas utilizando cinco gramíneas (Tabela 12),


revelaram que os maiores níveis de adubação resultaram em maiores taxas de lotação
e ganho de peso por animal e por área. Observa-se que os ganhos de peso obtidos
em pastagens de braquiarão se aproximaram dos ganhos obtidos com os capins
mais produtivos do gênero Panicum. Antes da recuperação, o ganho médio de peso,
nessas pastagens, era de aproximadamente 300 kg/ha/ano, houve, portanto, au-
mento de 43% no ganho no nível 1 e de 120% no nível 2 (Euclides, 1996).
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (8rachiaria brizantha c.v.
30 Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia

Tabela 11. Ganhos de peso e capacidade de suporte de pastagens de B.


decumbens e B. brizantha submetidas a pastejo contínuo nas épocas chuvosa e
seca, durante 3 anos.

Parâmetros B. decumbens B. brizantha


Época chuvosa Época seca Época chuvosa Época seca
Ganh.ode peso 461b 234c
(g/anlmal)
Ganho de peso
por área (kg/ha)
Capacidade de
suporte *
•Animais com peso médio de 250 kg.
Médias seguidas de letras diferentes, na linha, são diferentes (P<0,05).
Fonte: Euclides et a!. (1993).

Tabela 12. Médias de ganhos de peso por animal (g/nov./ha) e por área (kg/ha) e
carga animal (nov./ha) em três cultivares de P. maximum (Colonião, Tobiatã e
Tanzânia), B. brizantha cv. Marandu e B. decumbens cv. Basilisk, de acordo com
os níveis de fertilização (média de 3 anos).

Nível 1 Nível 2

Gramíneas Lotação Ganho Animal Lotação .Ganho Animal

Nov.lha g/nov.ldia Kg/ha/ano Nov.lha g/nov.ldia Kg/ha/ano;

Colonião 1,84 370 270 2,13 360 320


Tobiatã 2,93 340 420 3,30 435 630
Tanzânia 2,99 430 490 3,61 515 660
Braquiarão 2,97 340 400 3,63 435 600
Basilisk 2,88 330 380 3,60 420 600

Nov = Novilhode 200 kg de peso vivo.


Nível 1=1.5t de calcário dolomíticoe 400 de fórmula0-16-18/ha.
Nível 2= 3.0 t de calcário dolomíticoe 800 de fórmula0-16-18/ha.
Fonte: Euclides (1996).

Em Planaltina, em experimento de pastejo que incluiu o capim-braquiarão, com carga


animal de 2,0 UA/ha, houve ganho médio de 600 g/an/dia, no período chuvoso e, com
a metade da carga, na época seca, os animais mantiveram seu peso. No mesmo ensaio,
pastejando Setaria anceps cv Kazungula, houve ganho peso de 500 g/an/dia no período
chuvoso, enquanto na seca houve uma ligeira perda de peso (Nunes et aI. 1'984).
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c.v.
Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia 31

Utilizando novilhos da raça Nelore, Lourenço (1991), obteve ganhos de peso da


ordem de 334 g/cabeça/dia em pastagem pura de B. brizantha. A inclusão, ao
sistema, de uma área 25 % do total com leucena (Leucaena leucochephala), utiliza-
da na forma de banco de proteína, proporcionou aumentos nos ganhos de peso
para 464 g/cabeça/dia ou 541 kg/ha no período de 20 meses de acompanhamen-
to. Em estudo da mesma natureza, desenvolvido no Paraná, durante 3 anos,
envolvendo a B. brizantha e 6 outras gramíneas de "estação quente", revelaram
ganhos de até 607 g/animal/dia, em pastagem de B. brizantha. Entretanto, essa
gramínea forrageira apresentou menor capacidade de suporte em relação às demais
gramíneas de estação quente (Postiglioni, 2000).

Pesquisas efetuadas em Belém, PA, com o capim-braquiarão, em sistema de mane-


jo rotacionado intensivo, com 3 dias de ocupação e 33 dias de descanso, utilizan-
do novilhos Nelore e com aplicação de fertilizantes (NPK) com taxa de lotação de
4,8 U.A./ha, revelaram ganhos diários de 478 g/animal/dia e 800 kg/ha/ano.
Como se pode observar na Tabela 13, o capim-braquiarão apresentou a produtivi-
dade por área superior a pastagem de quicuio-da-amazônia e Tobiatã. Observa-se,
na mesma Tabela, que a pastagem foi subtilizada, visto que o resíduo forrageiro foi
alto, acima 1200 kg de MS/ha, quantidade mínima de forragem para que não haja
perda de peso de bovinos em pastejo (Mott, 1980). Portanto, a utilização de
pressão mais alta poderia reduzir o resíduo forrageiro e permitiria rebrota de melhor
qualidade, proporcionando maior consumo da forragem pelos animais.

Na Colômbia, em pastagem de B. brizantha + Arachis pintoi, utilizando 3 cab/ha,


foram obtidos, respectivamente, 203 kg/animal e 609 kg/ha em experimentos
realizados durante 3 anos (Perez & Lascano, 1992). Na Costa Rica, durante 3
anos, com 6 cab/ha, foram obtidos, respectivamente, 119 e 154 kg/animal e 714
e 924 kg/ha para B. brizantha pura e B. brizantha + Arachis pintoi (Hernandez et
aI. 1995).

Produção de leite
No Município de Castanhal, PA, pastagem de capim-braquiarão sob sistema de
manejo rotacionado, com adubação NPK, com períodos de descanso e ocupação
de 31 e 6 dias, respectivamente, disponibilidade média de 20 t de MS/ha/ano,
62% de folha e teores de proteína de bruta acima de 7%, pode-se obter produção
de leite> 25% do que vacas em pastagem de B. humidicola (Camarão et aI.
2002).
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c.v.
32 Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia

Tabela 13. Desempenho de bovinos e bubalinos em pastagens cultivadas sob


sistema de pastejo rotacionado intensivo.

Pastagens
Parâmetros
Unidade
quantitativo/qualitativo
Tobiatã 1 Braguiarão2 Quicuio3
Pressão de pastejo kg ddee
~~~~~ kg 13,0 12,7 9,0
Taxa de lotação U.A./ha 2,3 4,58 1,9
Disponibilidadede forragem kg de MS/ha 4.017 4.541 4.246
Disponibilidadede folhas kg de MS/ha 2.881 2.364 2.623
Resíduo forrageiro kg de MS/ha 2.621 3.212 2.542
Relação folha/colmo 2,90 1,12 1,79
Proteína da folha % da MS 12,8 10,48 9,5
Proteína do colmo % da MS 9,6 6,57 7,2
Digestibilidadeda folha % da MS 60,3 49,47 53,0
Digestibilidadedo colmo % da MS 56,0 40,52 46,0
Ganho de peso diário/ animal kg 0,524 0,478 0,474
Ganho de peso/há/ciclo kg 42,7 51,0
Ganho de peso/há/ano kg 649 800 442
'Sislema de paslejo rotacionado com 4 dias de ocupação e 20 dias de descanso. ulilizando novilhas bubalinas
MurrahxMedilerrâneo (Sarmenlo.1999). .
2Sislema de pastejo rotacionado com 3 dias de ocupação e 33 dias de descanso. utilizando novilhos Nelore
~Alves.1999).
Sistema de pastejo rolacionado com 7 dias de ocupação e 35 dias de descanso. utilizando novilhos bubalinos
MurrahxMedilerrâneo (Sarmento.1999).

Em Ouilichao, Colômbia, na época chuvosa, a produção de leite de vacas, em


pastagem de B. brizantha cv. Toledo, foi maior do que em pastagem de B.
decumbens cv. Basilik e semelhante a da cv. Mulato (Tabela 14).

Tabela 14. Produção de leite de vacas em pastagem de Brachiaria, Ouilichao e


Colômbia.

Produção de leite
Pastagem
(kg Idia)

B. decumbens CV. Basilik 7,Ob


B. brizantha CV. Tal edo 8,5a
Brachíaria CV. Mulato (híbrido) 8 p-"
I. . ; c_ -~ • , ,_ j -, .

Valores na vertical seguidas de letras iguais não diferem significativamente de acordo com o teste de Ducan. .:
(P<0,05). .: ,,;_, S'
Fonte: Ávila et al (2002) citado por Lascano et aI. (2002).
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (8rachiaria brizantha c.v .
. Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia 33

o trabalho foi desenvolvido por Gonçalves et aI. (2005), no Campo Experimental


de Terra Alta da Embrapa Amazônia Oriental, Município de Terra Alta (a 36 m de
altitude, 43' de latitude sul, 470 5' de longitude oeste, clima Ami com média
de 2000 mm de chuva). No período de janeiro / 2001 a dezembro / 2002, foi
avaliado o desempenho da pastagem de B. brizantha cv. Marandu em sistema de
pastejo rotacionado intensivo, em 8 piquetes de 1,5 ha, com 4 e 6 dias de
ocupação e 28 e 42 dias de descanso, respectivamente, nas épocas mais e menos
chuvosa, com taxa de lotação inicial de 3.0 UA / ha, utilizada por vacas leiteiras
mestiças Europeu - Zebu (1/2 a 3/4) com e sem suplementação concentrada
(70% a 75% de NDT). A suplementação de concentrado foi de 1 kg para cada 3
litros de leite, quando a produção diária era maior que 7 litros. A resposta animal
foi medida em 2 grupos de 15 vacas mestiças europeu-zebu, com grau de sangue
variando de 1/2 a 3/4, com e sem suplementação de concentrados. As vacas
foram ordenhadas 2 vezes ao dia; pela manhã (4 a 6 h) e à tarde (15 a 17 h) e o
controle leiteiro realizado 2 vezes ao mês, com a produção de leite corrigida para a
3" lactação. A secagem das vacas foi efetuada 60 dias antes do parto ou quando
apresentavam produção inferior a 3 litros/dia.

A análise de variância da produção de leite por área detectou efeito significativo (P


< 0.05) dos ciclos de pastejo, em relação aos 3 fatores estudados (ano, época do
ano e níveis de concentrado), enquanto que a produção de leite por animal,
somente mostrou significância à época do ano e níveis de concentrado. A média
geral da produção de leite por animal foi de 8,66 5,94 kg / vaca por dia, com
um CV de 5,84%, enquanto, que a média geral da produção de leite por área foi de
20,14 kg / ha por dia com um CV de 7,54%. Na Fig. 1 é apresentada
a variação média da produção de leite por animal, observando-se semelhança
estatística entre os dois períodos experimentais. Com relação à época do ano, a
produção de leite por animal foi superior nos ciclos de pastejo ocorridos na época
mais chuvosa (9,27 e 9,44 kg de leite / vaca por dia) em relação os da época
menos chuvosa (7,94 e 8,0 kg de leite / vaca por dia), nos 2 anos experimentais,
respectivamente.

Dos 3 fatores estudados, o efeito da suplementação concentrada foi o mais


acentuado sobre a produção de leite individual, com superioridade marcante das
vacas suplementadas em relação às não suplementadas, em 27,0% e 28,2%,
respectivamente, nos 2 períodos experimentais, principalmente nas épocas de
estiagem em que a pastagem apresentou decréscimos na disponibilidade e qualida-
de da forragem. A variação na produção de leite das vacas suplementadas foi de
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c.v.
34 Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia

10,87 kg de leite / vaca por dia (ciclo 2) para 8,31 kg de leite / vaca por dia (ciclo
10) no 1 ano e de 11,08 kg de leite / vaca por dia (ciclo 11) para 9,1 5 kg de leite
/ vaca por dia (19) no respectivamente, na época mais e menos chuvosa. Nas
vacas não suplementadas a variação foi mais acentuada, sendo de 8,38 kg de leite /
vaca por dia (ciclo 1) para 5,91 kg de leite / vaca por dia (ciclo 10) e de 8,34kg
de leite / vaca por dia (ciclo 11) para 5,97 kg de leite / vaca por dia (ciclo 19), no
1 e 2 ano, respectivamente.

12+-------------------------------------------~

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Ciclo, mês e ano

I-+- C/Suplem.-+-S/Suplem·1
Fig. 1. Variação da produção de leite -por animal (Kg I vaca I dia) em pastagem de
B. brizantha cv. Marandu, com e sem suplementação de concentrado, por ciclo de
pastejo. Em cada ano, médias seguidas das mesmas letras, na horizontal, não diferem
entre si. (P < 0,05) pelo teste de Duncan.

Fonte: Gonçalves et aI. (2005).


Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c.v.
Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia 35

A produção de leite por área apresentou tendência diferente da produção individual, com
superioridade do período (30,26 kg de leite / ha por dia) em relação ao (29,01 kg
de leite / ha por dia) (Fig. 2). As produções de leite por área foram maiores nos ciclos de
pastejo ocorridos na época mais chuvosa, em relação a menos chuvosa, em 28,75% e
26,49% nos 2 anos experimentais, respectivamente. A variação na produção de leite
das vacas suplementadas foi de 39,60 kg de leite / ha por dia (ciclo 2) para 25,28 kg de
leite / ha por dia (ciclo 10) no 1 ano e de 40,44 kg de leite / ha por dia (ciclo 11) para
27,80 kg de leite / ha por dia (19) no respectivamente, na época mais e menos
chuvosa. Nas vacas não suplementadas, a variação foi mais acentuada, sendo de 30,48
kg de leite / ha por dia (ciclo 1) para 17,98 kg de leite / ha por dia (ciclo 10) e de 30,44
kg de leite / ha por dia (ciclo 11) para 18,16 kg de leite / ha por dia (ciclo 19), no primeiro
e segundo ano, respectivamente. Este fato pode ser explicado em virtude da maior TL
ocorrida nessa época do ano, assim como à maior disponibilidade e qualidade da
forragem produzida. Também foi marcante o efeito da suplementação de concentrado na
produção de leite por área, com superioridade das vacas suplementadas sobre às não
suplementadas em 26,75% e 27,78% nos 2 anos experimentais, respectivamente.

Ao se comparar médias de produção de leite tanto por animal quanto por área,
entre diferentes sistemas de pastejo ou manejos de um mesmo tipo de pastagem, é
importante levar em consideração as condições sobre as quais os dados foram
obtidos. Além das diferenças na utilização de insumos, o manejo das pastagens é
considerável fonte de variação que, quase sempre, compromete as comparações.
Considerando o modelo proposto por Mott (1980), na baixa pressão de pastejo
não há considerável competição entre os animais por forragem de melhor qualida-
de. Em contrapartida, na alta pressão de pastejo essa competição passa a ser
determinante para a produção de leite. Logo, a comparação das produções deve ser
feita dentro de uma mesma faixa de pressão de pastejo. E como, muitas vezes, o
nível de pressão de pastejo dos trabalhos encontrados na literatura não é bem
definido, observa-se grande variação dos resultados.

Quando se analisa o custo de manejo das vacas nos dois sisternasde alimentação,
verifica-se que o com suplementação de concentrado apresentou uma margem
líquida de R$ 3.577,00 / ha e R$ 3.775,00 / ha, superior em 17,72% e
19,34%, nos 2 anos experimentais, respectivamente, aos das vacas não
suplementadas.
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c.v.
36 Marandu (A. Rich) Stàpf.) para a Amazônia

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Ciclo, mês e ano

I-+- C/Suplem. -+- S/SuPlem·1

Fig. 2. Variação da produção de leite por área (Kg / ha / dia) em pastagem de


B. brizantha cv. Marandu, com e sem suplementação de concentrado, por ciclo de
pastejo. Em cada ano, médias seguidas das mesmas letras, na horizontal, não diferem
entre si, (P < 0,05) pelo teste de Duncan.

Fonte: Gonçalves et at. (2005).

Toxidez

No México, ovinos com 3 meses de idade, pastejando B. brizantha, apresentaram


sintomas de fotossensibilização hepatógena, como edema facial, orelhas com pele
necrosada de aspecto acartonado, alopecia, dermatite necrótica e os animais evita-
ram exposição ao sol. Dos 65 animais que contraíram a enfermidade, 43 morreram
(Juarez et aI. 2001). Semelhantes sintomas foram observados em ovinos em
pastagem de B. brizantha em Quennland, na Austrália (8rachiaria ... 2001). Em
Castanhal, PA, foram observadas despigmentações no trem posterior de bovinos
machos holandez-Zebu.
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c.v.
Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia 37

Consorciação

Em fins dos anos de 1970 e meados dos anos de 1980, estabelecimento de


pastagens consorciadas mereceu, por parte dos Institutos de pesquisas e na
Amazônia, especial atenção, como forma de melhorar o desempenho da atividade.
Entretanto, em face das dificuldades de se manejar plantas fisiologicamente e com
exigências nutricionais diferentes - o que levava à baixa estabilidade da
consorciação - fez com que essa prática fosse abandonada. Em condições
experimentai alguns sucessos foram obtidos com B. brizantha consorciada com
Centrosema macrocarpum, no Peru (Maldonado et aI. 1995). Em Rondônia, resul-
tados auspiciosos foram obtidos com a consorciação entre B. brizantha e as
leguminosas forrageiras Pueraria pheseoloides, Desmodium ovalifolium e
Centrosema macrocarpum (Costa et aI. 1991). Na Costa Rica, Pérez et aI. (1993)
obtiveram excelentes resultados com a consorciação entre B.brizantha e a
leguminosa soja (G/ycine' max).

No Acre, existem pastagens de B. brizantha cv. Marandu consorciada com P.


pheseoloides, com 8 anos de formação, em sistema de pastejo rotacionado, com
média de 3 UA (unidade animal)/ha/ano, com bons resultados na produção de
carne e leite (Valentim & Carneiro, 2001; Valentim & Andrade, 2004)

Atividade Aleopática
As áreas de pastagens cultivadas têm apresentado baixa estabilidade biológica,
provocada, em parte, pela competição por fatores essenciais à sobrevivência dos
diferentes componentes por água, luz, espaço físico e nutriente. Em pastagens
consorciadas, as dificuldades de se manejar grupos de plantas fisiologicamente
diferentes entre si e com exigências nutricionais diferentes, como são os casos de
gramíneas e leguminosas forrageiras, constituiu-se em adicional problema. Nos
últimos anos, foi levantada a hipótese de que interações entre planta-planta,
mediadas por agentes químicos, poderiam estar afetando a estabilidade dessas
pastagens. A esse fenômeno, Molisch, em 1937, chamou de alelopatia (Rice,
1987). A conseqüência mais significativa desse fenômeno, em áreas de pastagens
cultivadas, é a modificação da população e do padrão da vegetação em comunida-
des de plantas (Rice, 1974; Smith, 1989).
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c.v.
38 Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia

Desde que exista a possibilidade de se selecionar espécies de plantas forrageiras,


gramíneas e leguminosas, com atividade alelopática, que permita certo controle de
plantas daninhas, ao mesmo tempo em que sejam de baixa atividade alelopática
entre si (Souza Filho & Alves, 1998l, pode-se utilizar esse fenômeno como
ferramenta para aumentar a longevidade e a produtividade das pastagens cultiva-
das.

Nos últimos anos, vários trabalhos foram desenvolvidos COm vista a identificar
plantas forrageiras com atividade alelopática. Trabalho como o de Chou (1989)
tem contribuído para o conhecimento dessas propriedades em gramíneas
forrageiras. Especificamente em gramíneas do gênero Brachiaria, destaque deve ser
dado, até pelo pioneirismo, aos trabalhos de Carvalho (1993); Almeida (1993) e
Souza Filho et aI. (1997a) com as espécies B. decumbens; B. humidicola e B.
brizantha cv. Marandu. Estudos subseqüentes indicaram inibições da germinação
de sementes e do desenvolvimento da radícula das espécies de plantas daninhas
desmódio (Desmodium edscendesi, guanxuma (Sida rhombifolia) e assa-peixe
(Vernonia polyanthes), por extratos aquosos preparados a partir de sementes,
raízes e parte aérea do capim-marandu, sendo que os efeitos variaram em virtude
da fonte dos extratos. A parte aérea do capim-marandu foi a principal fonte de
substâncias químicas com atividade alelopática, vindo em segundo lugar as raízes
e em último as sementes (Souza Filho et aI. 1997).

No início do ano 2000, trabalhos de prospecção com a B. brizantha cv. Marandu


permitiu o isolamento e a identificação de três triterpenópides, que são: Fridelina:
Epifriedelinol e 3-0-Acetilepifriedelinol. A análise da atividade alelopática desses
triterpenos, indicou potencial inibitório da germinação, índice de Velocidade de
Germinação (lVG) e do desenvolvimento da radícula e do hipocótilo da planta
daninha Mimosa pudicca (malícia) em intensidades que variaram em decorrência da
substância e do parâmetro analisado. Comparativamente, a substância química 3-
O-Acetilepifriedelinol foi a que apresentou maior potencial inibitório, embora todas
as três substâncias tenham demonstrado potencial para inibir tanto a germinação
como o desenvolvimento das plantas de malícia, mesmo em menor magnitude
(Souza Filho et aI. 2002).

Análises das variações, na atividade alelopática dessa gramínea forrageira, indica-


ram variações na intensidade dos efeitos em razão do estádio de desenvolvimento
e do estresse hídrico. Comparativamente, na fase vegetativa, o capim-marandu
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c.v.
Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia 39

tem atividade potencialmente alelopática inibitória da germinação de sementes


superior à fase reprodutiva e a imposição de estresse hídrico em intensidades de 6
e 12 dias, sem o fornecimento de água, não promove alterações na atividade
alelopática da gramínea tanto quando imposto na fase vegetativa quanto na
reprodutiva (Souza Filho et aI. 2002).

Considerações Gerais

Neste trabalho foram reunidos um conjunto de informações que apontam as limita-


ções e as potencialidades da Brachiaria brizantha cv. Marandu, para a Região
Amazônica, como planta forrageira. Quando se consideram as potencialidades
dessa gramínea forrageira para a região, merecem destaque:

• Alto potencial de adaptação às diferentes condições de solo e clima predominan-


tes na Região Amazônia.

• Facilidade para compor pastagens consorciadas com diferentes leguminosas


forrageiras.

• Características desejáveis para formação de sistemas agrossilvipastoris, em face


da capacidade de tolerar sombreamentos médios.

• Produção de forragem de qualidade, que possibilita ganhos de peso da ordem de


500 a 600 g/animal, ganhos por área de até 800kg/ha e produção de leite de 8,0
kg por dia.

• A B. brizantha cv. Marandu apresenta adicionais vantagens para formação de


pastagens na Amazônia, relacionada à capacidade de produzir aleloquímicos com
potencial para controle da população de plantas daninhas, contribuindo, dessa
forma, para a formação de estandes mais puros e densos das gramíneas, com
redução nos custos de mantença e aumento da longevidade da pastagem.

Embora, como planta forrageira a B. brizantha revele poucas limitações para a


Região Amazônica, a alta sensibilidade dessa forrageira, ao fator alagamento do
solo, merece destaque. Essas características impõem restrições ao cultivo dessa
forrageira em solos sujeitos a alagamento constante. Nesse contexto, aparecem as
áreas de savanas mal drenadas, como são os casos dos solos da Ilha do Marajó e
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (8rachiaria brizantha c.v.
40 Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia

das regiões dos lagos do Amapá e Baixada Maranhense, como impróprios para o
cultivo da cv. Marandu. Solo com problemas de inundações
periódicas, como são os casos dos solos aluviais de várzea também não se
constituem em condições favoráveis para o cultiva da 8. cv. Marandu.
Mesmo em épocas de menores índices pluviométricos, o lençol freático permanece
em camadas superficiais que podem comprometer o desempenho dessa forrageira.

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