Oriental Doc211
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e Potencia
do ~Capim-braquiarão (
cv. Marandu (
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ISSN 1517-2201
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Documentos 211
Limitações e Potencialidades do
Capim-braquiarão (Brachiaria
brizantha cv. Marandu (A. Rich)
Stapf. ) para a Amazônia
Belém, PA
2005
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José F. Teixeira Neto- Embrapa Amazônia Oriental
Moacyr Bernanrdino Dias Filho- Embrapa Amazônia Oriental
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1! impressão (2005): 300 exemplares
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Autores
Capim-braquiarão (Brachiaria
brizantha CVoMarandu (Ao Rich)
Staf o)para a Amazônia
"P'~(i ~,lffl~~~
Introdução
A Planta
Existem mais de 100 espécies dentro de gênero Brachiaria (Renvoize et ai. 1998).
São utilizadas sete espécies na América tropical (B. arrecta, B.brizantha, B.
decumbens, B. dictyoneura, B. humidicola, B. mutica e B. ruziziensis) (Argel &
Keller-Grein 1998; Pizarro et aI. 1998). A B. brizantha é classificada como:
Divisão: Magnoliophyta; Classe: Liliopsida; Subclasse: Commelinidae; Ordem:
Cyperales; Família: Poaceae; Subfamilia: Panicoideae; Tribo: Paniceae; e Gênero:
Brachiaria (Cronquist, 1981).
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c.v.
Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia 11
Origem
Experimentos realizados por Mattos et aI. (2000) para verificar a eficiência no uso
da água (massa seca produzida por unidade de água absorvida) com as gramíneas
8. decumbens cv. Brasilisk., 8. brizantha cv. Marandu, 8. brizantha (B - 132),8.
humidicola e 8. dictyoneura revelaram que a 8. brizantha cv. Marandu apresentou
maior eficiência no uso da água e maior produção de biomassa.
O braquiarão se presta para associ=ção de pastagens com árvores, visto que tolera
sombreamento médio (Shelton et aI. 1987; Rodrigues et aI. 1993). Tal peculiari-
dade é importante quando se considera os sistemas agrossilvipastoris como alter-
nativa para a implantação de sistemas de exploração mais viáveis sob o ponto de
vista econômico e mais sustentável ambientalmente ao longo do tempo. Este fato
foi confirmado em experimento realizado em Coronel Pacheco, MG. 8. brizantha
juntamente com Panicum maximum e 8. decumbens foram as mais tolerantes à
sombra (cerca de 30% a 40% de incidência de luz comparada com áreas sem
árvores), alcançando 98,77% e 63,0%, respectivamente, do crescimento relativo
comparado com áreas sem árvores (Carvalho, 1997). Estudos de mesma natureza,
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Srachiaria brizantha c.v.
14 Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia
p Ca K
Espécie
kg/ha
Brachiaria decumbens CIAT 606 0,08 0,05 0,38 0,37 0,83 0,38 0,12 0,13
Braçhiaria humidicola CIAT 679 0,08 0,05 0,22 0,25 p,74 0,39 0,11 0,12
Brachiaria brizanlha CIAT 665 0,09 0,05 0,37 0,32 0,82 0,44 0,12 0,12
Andropogon gayanus CIAT 621 0,10 0,04 0,23 0,21 0,95 0,53 0,13 0,10
Hyparrhenia rufa 0,16 0,06 0,34 0,25 1,06 0,70 0,14 0,10
Melinis minuliflora 0,18 0,06 0,32 0,35 0,90 0,60 0,15 0,12
Panicum maximum CIAT 604 0,17 0,10 0,60 0,40 1,15 0,80 0,15 0,12
Fonte: Salinas & Garcia (1985).
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c. v.
Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia 19
Estabelecimento
Testes de germinação, durante 18 meses, realizados por Lago & Martins (1999),
com sementes de capim-braquiarão, colhidas por varredura, provenientes de 1
lotes de várias regiões de São Paulo, revelaram que o simplesarmazenamento, por
6 meses, aumentou o valor comercial dos lotes das sementes, por redução natural
da dormência e, conseqi:ientemente, aumento na germinação e no valor cultural.
kg de 05 = 4 x teor de argila
Dessa forma, para um-solo com 45% de argila, a dosagem de fósforo seria de 180 kg
de PzO/ha. Já para outro solo com apenas· 13% de argila, seria necessário apenas
uma dose de 52 kg de PP5/ha.
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c.v.
20 Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia
Outro fator a ser considerado seria a espécie de forrageira. Por exemplo, para um
dado teor de argila e considerando-se que B. brizantha é mais exigente do que B.
humidicola, seria adotado 2/3 da fórmula acima, se a forrageira a ser plantada fosse
a B. brizantha. Caso se deseje cultivar a B. humidicola, poder-se-ia indicar 50% da
dosagem obtida pela fórmula.
Considerando que esses dois nutrientes se perdem com grande facilidade por
lixiviação, a aplicação desses nutrientes deve ser o mais que possível parcelada. A
título de orientação, poder-se-ia adotar o parcelamento em 3 ocasiões, sendo a
primeira após o primeiro pastejo, a segunda 45 dias depois e a terceira quando o
solo ainda dispor de umidade suficiente para permitir a solubilização dos nutrientes
e a absorção pelas plantas. Esse procedimento permitiria melhor aproveitamento do
N e do K pelas plantas, aumentando a possibilidade de se obter maior produtivida-
de de forragem.
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c.v.
Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia 21
Borato de sódio 14 kg
Sulfato de cobre 14 kg
Pragas e doenças
Segundo Ramiro (1987), Lapointe & Ferrufino (1988) e Consenza et aI. (1989), o
braquiarão apresenta nível médio de tolerância às cigarrinhas quando comparado
com outras espécies de gramíneas (Tabela 7).
Tolerância
Espécies
R MR MS S
Andropogon gayanus X
Setaria sphacelata X
Panicum maximum Clf. Makueni X
Melinis minutiflora X
Bracharia brizantha X
Brachiaria humidicola X
Panicum maximum X
Panicum maximum Green Panic X
Panicum maximum Guinezinho X
Brachiaria decumbens X
Brachiaria ruziziensis X
R= Resistente; MR = Moderadamente resistente; MS = Moderadamente susceptível; e S = Susceptível.
Fonte: Consenza (1989) adaptada pelo autor.
Tipo de resistência>
Gamínea ICultivar ---------------------_ ....__ .......__ .•.•._----_ ......_--------_ ..---------
PAAD PANF OVP TOL ANT
Outros tipos de pragas têm sido observados, como é o caso da lagarta Spodoptera
frugiperda em Paragominas, PA, nas pastagens de braquiarão logo após a germina-
ção das sementes. O controle químico da praga é antieconômico, porém, o comba-
te de infestações localizadas nas pastagens pode ser feito com inseticidas
organofosforados, carbomatos ou piretróides. Outras práticas, de caráter agronô-
mico, têm sido propostas, como é o caso de expor as larvas aos raios solares
(Veiga, 1995). Entretanto, o emprego dessa prática está associado ao tamanho da
área a ser processada. Para condições de áreas grandes, há limitação de outras
áreas disponíveis para agregar os animais a serem deslocados.
Producão e disponibilidade de
forragem
Em Nova Odessa, SP, Ferrari Junior et aI. (1994) avaliaram a produção de forra-
gem seca de B. brizantha, sob três freqüências de corte, variando de 42, 56 e 84
dias, cujo resultado foi expresso pela equação de regressão, Y = - 10220,44 +
680,63244x - 4,96062x2, R2 = 1,00, onde Y = produção de MS em kg/ha, x
= dias. A produção máxima estimada foi de 13.125 kg de MS/ha, atingida aos
69 dias de crescimento.
Valor Nutritivo
A qualidade da forragem é melhor avaliada em termos da produção animal, que se
relaciona com o consumo de energia digestível, e, neste contexto, temos o valor
nutritivo, que se refere ao conjunto formado pela composição química da forragem,
sua digestibilidade e a natureza dos produtos de digestão (Moore & Mott, 1973).
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Em Belém, PA, Alves (1999) avaliou o capim-braquiarão sob pastejo rotativo, cujos
teores de proteína bruta e digestibilidade "in vitro" da matéria orgânica variaram de
8,84% a 13,20%; 37,86% a 54,38% para folha e 5,57% a 8,02%; 31,20% a
47,16% para colmo. Essas variações se devem aos 11 ciclos e pressão de pastejo
que variou de 9,08 a 15,26 kg de MS/100 kg de peso vivo/dia.
Em Nova Odessa, SP, Ferrari Junior et aI. (1994) avaliaram os teores de proteína
bruta de B. brizantha sob três freqüências de corte, de 42, 56 e 84 dias. Houve
redução linear com o aumenta da idade, expressa pela equação de regressão, Y =
11,16 - 0,07068x, R2 = 1,00, onde Y = teores de proteína bruta, x = dias.
Estimou-se que os teores estariam acima de 7 % em torno de 64 dias, o que não
limitaria o consumo conforme Milford & Minson (1966).
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c.v.
28 Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia
Consumo e digestibilidade
o consumo e a digestibilidade são considerados como os parâmetros da maior
importância do valor nutritivo das forrageiras. A contribuição doeênsurno para o
desempenho animal em pastagem é, em média, três vezes, maior que a
digestibilidade, visto que 60% a 90% dos resultados decorrem das variações no
consumo e 10% a 40% advém- das variações da forragem (Noller et aI. 1996 citado
por Aguiar & Almeida,1999) eSilva & Pedreira (1996).
Quanto à digestibilidade "in vivo" da matéria seca, foram obtidos altos valores
respectivamente, de 70,63%, 63,09% e 53,17% nos meses de dezembro/82,
janeiro/83 e março/83 em Planaltina, DF (Nunes et aI. 1984)
Desempenho Animal
Produção de carne
o desempenho animal é uma resposta direta da quantidade e qualidade do alimento
ingerido. Todavia, todos aqueles fatores que direta ou indiretamente afetam o
desempenho da forrageira, como o clima, solos, adubação e tipo de manejo
também influenciam o desempenho animal. Aspectos relacionados, especificamen-
te, aos animais, como potencial genético e aclimatação ao meio, afetam também os
seus desempenhos.
Tabela 12. Médias de ganhos de peso por animal (g/nov./ha) e por área (kg/ha) e
carga animal (nov./ha) em três cultivares de P. maximum (Colonião, Tobiatã e
Tanzânia), B. brizantha cv. Marandu e B. decumbens cv. Basilisk, de acordo com
os níveis de fertilização (média de 3 anos).
Nível 1 Nível 2
Produção de leite
No Município de Castanhal, PA, pastagem de capim-braquiarão sob sistema de
manejo rotacionado, com adubação NPK, com períodos de descanso e ocupação
de 31 e 6 dias, respectivamente, disponibilidade média de 20 t de MS/ha/ano,
62% de folha e teores de proteína de bruta acima de 7%, pode-se obter produção
de leite> 25% do que vacas em pastagem de B. humidicola (Camarão et aI.
2002).
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c.v.
32 Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia
Pastagens
Parâmetros
Unidade
quantitativo/qualitativo
Tobiatã 1 Braguiarão2 Quicuio3
Pressão de pastejo kg ddee
~~~~~ kg 13,0 12,7 9,0
Taxa de lotação U.A./ha 2,3 4,58 1,9
Disponibilidadede forragem kg de MS/ha 4.017 4.541 4.246
Disponibilidadede folhas kg de MS/ha 2.881 2.364 2.623
Resíduo forrageiro kg de MS/ha 2.621 3.212 2.542
Relação folha/colmo 2,90 1,12 1,79
Proteína da folha % da MS 12,8 10,48 9,5
Proteína do colmo % da MS 9,6 6,57 7,2
Digestibilidadeda folha % da MS 60,3 49,47 53,0
Digestibilidadedo colmo % da MS 56,0 40,52 46,0
Ganho de peso diário/ animal kg 0,524 0,478 0,474
Ganho de peso/há/ciclo kg 42,7 51,0
Ganho de peso/há/ano kg 649 800 442
'Sislema de paslejo rotacionado com 4 dias de ocupação e 20 dias de descanso. ulilizando novilhas bubalinas
MurrahxMedilerrâneo (Sarmenlo.1999). .
2Sislema de pastejo rotacionado com 3 dias de ocupação e 33 dias de descanso. utilizando novilhos Nelore
~Alves.1999).
Sistema de pastejo rolacionado com 7 dias de ocupação e 35 dias de descanso. utilizando novilhos bubalinos
MurrahxMedilerrâneo (Sarmento.1999).
Produção de leite
Pastagem
(kg Idia)
Valores na vertical seguidas de letras iguais não diferem significativamente de acordo com o teste de Ducan. .:
(P<0,05). .: ,,;_, S'
Fonte: Ávila et al (2002) citado por Lascano et aI. (2002).
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (8rachiaria brizantha c.v .
. Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia 33
10,87 kg de leite / vaca por dia (ciclo 2) para 8,31 kg de leite / vaca por dia (ciclo
10) no 1 ano e de 11,08 kg de leite / vaca por dia (ciclo 11) para 9,1 5 kg de leite
/ vaca por dia (19) no respectivamente, na época mais e menos chuvosa. Nas
vacas não suplementadas a variação foi mais acentuada, sendo de 8,38 kg de leite /
vaca por dia (ciclo 1) para 5,91 kg de leite / vaca por dia (ciclo 10) e de 8,34kg
de leite / vaca por dia (ciclo 11) para 5,97 kg de leite / vaca por dia (ciclo 19), no
1 e 2 ano, respectivamente.
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Ciclo, mês e ano
I-+- C/Suplem.-+-S/Suplem·1
Fig. 1. Variação da produção de leite -por animal (Kg I vaca I dia) em pastagem de
B. brizantha cv. Marandu, com e sem suplementação de concentrado, por ciclo de
pastejo. Em cada ano, médias seguidas das mesmas letras, na horizontal, não diferem
entre si. (P < 0,05) pelo teste de Duncan.
A produção de leite por área apresentou tendência diferente da produção individual, com
superioridade do período (30,26 kg de leite / ha por dia) em relação ao (29,01 kg
de leite / ha por dia) (Fig. 2). As produções de leite por área foram maiores nos ciclos de
pastejo ocorridos na época mais chuvosa, em relação a menos chuvosa, em 28,75% e
26,49% nos 2 anos experimentais, respectivamente. A variação na produção de leite
das vacas suplementadas foi de 39,60 kg de leite / ha por dia (ciclo 2) para 25,28 kg de
leite / ha por dia (ciclo 10) no 1 ano e de 40,44 kg de leite / ha por dia (ciclo 11) para
27,80 kg de leite / ha por dia (19) no respectivamente, na época mais e menos
chuvosa. Nas vacas não suplementadas, a variação foi mais acentuada, sendo de 30,48
kg de leite / ha por dia (ciclo 1) para 17,98 kg de leite / ha por dia (ciclo 10) e de 30,44
kg de leite / ha por dia (ciclo 11) para 18,16 kg de leite / ha por dia (ciclo 19), no primeiro
e segundo ano, respectivamente. Este fato pode ser explicado em virtude da maior TL
ocorrida nessa época do ano, assim como à maior disponibilidade e qualidade da
forragem produzida. Também foi marcante o efeito da suplementação de concentrado na
produção de leite por área, com superioridade das vacas suplementadas sobre às não
suplementadas em 26,75% e 27,78% nos 2 anos experimentais, respectivamente.
Ao se comparar médias de produção de leite tanto por animal quanto por área,
entre diferentes sistemas de pastejo ou manejos de um mesmo tipo de pastagem, é
importante levar em consideração as condições sobre as quais os dados foram
obtidos. Além das diferenças na utilização de insumos, o manejo das pastagens é
considerável fonte de variação que, quase sempre, compromete as comparações.
Considerando o modelo proposto por Mott (1980), na baixa pressão de pastejo
não há considerável competição entre os animais por forragem de melhor qualida-
de. Em contrapartida, na alta pressão de pastejo essa competição passa a ser
determinante para a produção de leite. Logo, a comparação das produções deve ser
feita dentro de uma mesma faixa de pressão de pastejo. E como, muitas vezes, o
nível de pressão de pastejo dos trabalhos encontrados na literatura não é bem
definido, observa-se grande variação dos resultados.
Quando se analisa o custo de manejo das vacas nos dois sisternasde alimentação,
verifica-se que o com suplementação de concentrado apresentou uma margem
líquida de R$ 3.577,00 / ha e R$ 3.775,00 / ha, superior em 17,72% e
19,34%, nos 2 anos experimentais, respectivamente, aos das vacas não
suplementadas.
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c.v.
36 Marandu (A. Rich) Stàpf.) para a Amazônia
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Ciclo, mês e ano
Toxidez
Consorciação
Atividade Aleopática
As áreas de pastagens cultivadas têm apresentado baixa estabilidade biológica,
provocada, em parte, pela competição por fatores essenciais à sobrevivência dos
diferentes componentes por água, luz, espaço físico e nutriente. Em pastagens
consorciadas, as dificuldades de se manejar grupos de plantas fisiologicamente
diferentes entre si e com exigências nutricionais diferentes, como são os casos de
gramíneas e leguminosas forrageiras, constituiu-se em adicional problema. Nos
últimos anos, foi levantada a hipótese de que interações entre planta-planta,
mediadas por agentes químicos, poderiam estar afetando a estabilidade dessas
pastagens. A esse fenômeno, Molisch, em 1937, chamou de alelopatia (Rice,
1987). A conseqüência mais significativa desse fenômeno, em áreas de pastagens
cultivadas, é a modificação da população e do padrão da vegetação em comunida-
des de plantas (Rice, 1974; Smith, 1989).
Limitações e Potencialidades do Capim-braquiarão (Brachiaria brizantha c.v.
38 Marandu (A. Rich) Stapf.) para a Amazônia
Nos últimos anos, vários trabalhos foram desenvolvidos COm vista a identificar
plantas forrageiras com atividade alelopática. Trabalho como o de Chou (1989)
tem contribuído para o conhecimento dessas propriedades em gramíneas
forrageiras. Especificamente em gramíneas do gênero Brachiaria, destaque deve ser
dado, até pelo pioneirismo, aos trabalhos de Carvalho (1993); Almeida (1993) e
Souza Filho et aI. (1997a) com as espécies B. decumbens; B. humidicola e B.
brizantha cv. Marandu. Estudos subseqüentes indicaram inibições da germinação
de sementes e do desenvolvimento da radícula das espécies de plantas daninhas
desmódio (Desmodium edscendesi, guanxuma (Sida rhombifolia) e assa-peixe
(Vernonia polyanthes), por extratos aquosos preparados a partir de sementes,
raízes e parte aérea do capim-marandu, sendo que os efeitos variaram em virtude
da fonte dos extratos. A parte aérea do capim-marandu foi a principal fonte de
substâncias químicas com atividade alelopática, vindo em segundo lugar as raízes
e em último as sementes (Souza Filho et aI. 1997).
Considerações Gerais
das regiões dos lagos do Amapá e Baixada Maranhense, como impróprios para o
cultivo da cv. Marandu. Solo com problemas de inundações
periódicas, como são os casos dos solos aluviais de várzea também não se
constituem em condições favoráveis para o cultiva da 8. cv. Marandu.
Mesmo em épocas de menores índices pluviométricos, o lençol freático permanece
em camadas superficiais que podem comprometer o desempenho dessa forrageira.
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