Espécies de Agentes Públicos e Relevância Prática Dessa Classificação Análise de Caso Concreto
Espécies de Agentes Públicos e Relevância Prática Dessa Classificação Análise de Caso Concreto
Espécies de Agentes Públicos e Relevância Prática Dessa Classificação Análise de Caso Concreto
Como mencionado acima, os agentes públicos são uma denominação genérica para
servidores do poder público, em suma, é agente público todo aquele que exerce
função pública (sendo irrelevante se o exercício é de caráter temporário ou sem
remuneração).
Agentes políticos
No que tange aos Agentes Políticos, A doutrina de Celso Antônio Bandeira de
Mello aponta:
Contratados Temporários
A Carta Magna de 1988, em seu artigo 37, inciso II, instituiu a norma referente à
necessidade de ser aprovado em processo seletivo público de provas ou de provas e
avaliação de títulos, exceto para os postos de confiança, estabelecidos por lei para
nomeação e dispensa flexíveis, como meio de acesso às funções ou posições no
serviço público. Entretanto, tal preceito de aprovação tem algumas exceções: os
cargos de comissão, algumas nomeações para os Tribunais e, por último, as
contratações temporárias para atender excepcional interesse público, previsão
contida no art. 37, IX, da CF/88. O servidor temporário no setor público é aquele
sem vínculo direto com cargos públicos, sendo sua ocupação delimitada por um
período limitado. Ele é admitido por intermédio de um processo de seleção
simplificado, de acordo com o interesse e a demanda das entidades públicas.
Haja vista que se trata uma de norma jurídica de eficácia limitada, ou seja, norma
constitucional que depende de regulamentação para adquirir capacidade de
produzir efeitos, ficou a cargo de Lei ordinária estabelecer os casos de contratação
por tempo determinado. Ainda que aUnião, Estados e Munícipios sejam regidos
por leis distintas de contratação temporária, todas devem observar os princípios
básicos fixados pela Lei 8.745 de 1993, quese encarregou de disciplinar as
contratações temporáriasde maneira geral.
Regra geral, as admissões temporárias acontecem quando há vagas em aberto que
precisam ser preenchidas de maneira iminente, mas não há tempo suficiente para
realizar um processo seletivo público. Afinal, esse procedimento é naturalmente
intrincado e envolve diversas etapas. Portanto, cabe ao órgão administrativo
fornecer um suporte legal específico para dar início ao processo de admissão
temporária, além de formular uma justificação que apresente esse tipo de
contratação como a única alternativa viável para a situação em questão.
De acordo com a Lei 8.745/1993, as contratações temporárias podem ocorrer para
suprir carências em funções como profissionais de saúde, educadores,
pesquisadores, especialistas envolvidos em projetos e trabalhos de engenharia, bem
como em situações de vigilância relacionadas a emergências ambientais. Uma vez
que a necessidade mais premente geralmente se manifesta nos campos da educação
e da saúde, essas áreas são as mais comumente associadas às admissões
temporárias. Um exemplo recente desse tipo de seleção foi o concurso da
Secretaria de Educação do Distrito Federal para professores temporários, realizado
em 2021. São proibidas as contratações temporárias para funções de natureza
meramente burocrática. A proibição também abrange cargos diretamente
relacionados à aplicação da lei (atividades policiais) e funções de fiscalização do
Estado.
Quanto aos direitos, uma vez que o servidor temporário não se enquadra nem no
regime estatutário nem no regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), os
direitos e vantagens assegurados serão determinados exclusivamente pelo contrato.
O Informativo 984 do Supremo Tribunal Federal aborda o tema da seguinte
maneira:
"Servidores temporários não têm direito a décimo terceiro salário e férias
remuneradas acrescidas de um terço constitucional, exceto (I) quando houver
disposição legal ou contratual expressa em sentido contrário, ou (II) se for
demonstrado que a contratação temporária foi desvirtuada pela Administração
Pública, devido a renovações ou prorrogações repetidas."
A única exceção em relação a esse assunto se refere a servidoras temporárias
grávidas, que têm direito à estabilidade temporária e licença-maternidade
independentemente do contrato firmado.
Agentes Militares
De acordo com os artigos 42 e 142 da Constituição de 1988, são considerados
militares os membros das Forças Armadas, incluindo Exército, Marinha e
Aeronáutica; as polícias militares estaduais; e os corpos de bombeiros. Os militares
possuem vínculo estatutário sujeito a um regime jurídico próprio, e sua principal
responsabilidade é manter a ordem pública, a segurança e a soberania nacional, ou
seja, defender a nação e as instituições governamentais, com remuneração
financiada pelo Estado.
Até 1998, os militares eram tratados como uma categoria de servidores públicos,
ao lado dos servidores civis. No entanto, a Emenda Constitucional 18/98 concedeu
autonomia aos militares, definindo normas comuns para eles e os servidores
públicos, como a aderência ao teto salarial, a garantia de salários e subsídios
intocáveis, a proibição de equiparação salarial dos militares com outras categorias
remuneratórias, e a vedação de considerar vantagens pecuniárias para cálculos
posteriores.
Em termos de direitos sociais, a Constituição garantiu aos militares o décimo
terceiro salário, subsídio familiar para dependentes, férias remuneradas anuais,
licença à militar gestante, licença paternidade e ensino gratuito para filhos menores
de 5 anos em creche ou pré-escola. No entanto, o artigo 142, inciso IV, da própria
Constituição excluiu os militares de certos direitos sociais, como a sindicalização e
a greve. Em relação aos direitos políticos, os militares têm a proibição
constitucional de filiar-se a partidos políticos, e, ao assumirem cargos públicos
temporários, são obrigados a se licenciar de suas posições militares, sendo
transferidos para a reserva quando nomeados para cargos efetivos.
Empregados Públicos
Nesta categoria figuram os ocupantes que também são contratados por concurso
público, contudo estarão sujeitos ao regime celetista, ou seja, a relação de trabalho
será regida pelas normas presentes na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
No Brasil, os funcionários da Caixa Econômica Federal, Petrobrás, etc. são
empregados públicos e atuam na Administração indireta, pois incorporam as
empresas públicas e sociedades de economia mista.