ebook-PORTUGUES PARA FINS UNIVERSITARIOS-LEITURA-MAR-2023
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POR
UNI T
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REITORIA
GISELE VILELA LINS MARANHÃO
VICE-REITORIA
KAR LA LILIAN MAGALHÃES PEDROSA
PRÓ-REITORIA DE ENSINO E
GRADUAÇÃO
VITÂNGELO PLA NTAMURA
PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO,
COMUNIDADE E CULTURA
JANAÍNA MACIEL BRAGA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E
PÓS-GRADUAÇÃO
CLEUCILIZ MAGALHÃES SANTANA
AUTOR:
JOAQUIM BENTO DE SOUZA JÚNIOR
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
ANDRESSA SOA RES DA SILVA
CHARLENE DOS SANTOS
EDUARDA PEREIRA BARBOSA
JOHNY RIVER SOUZA MARTINS
KAREN KOGA PRESTES
MARCELLE SANTOS ALCÂNTARA
MARTHA ARDAIA
MATHEUS GUILHERME MOURA MENEZES
ONÉSIMO JEORGITO JACINTO GOMES
Sumário
Sumário
04 ------------------APRESENTAÇÃO
11 ------------------EXERCÍCIOS
26 ------------------GABARITO
27 ------------------REFERÊNCIAS
28 ------------------NOTAS
29 ------------------REFERÊNCIAS DE IMAGENS
APRESENTAÇÃO
Nosso objetivo com Português para fins universitários: leitura é que você
desfrute de benefícios durante sua vida acadêmica, ou seja, torne-se um leitor
autônomo, competente, habilidoso e crítico, pois a leitura está intrinsecamente
conectada com todas as disciplinas do curso.
Talvez você ainda esteja se perguntando: “Por que estudar/ler sobre a impor-
tância da leitura no Ensino superior se eu já sei ler?”. A resposta é bem simples!
Silva (2005, p.31) aborda que: “A atividade de leitura se faz presente em todos os
níveis educacionais das sociedades letradas”. Outro fator importante é que con-
forme o Mapa do Ensino Superior no Brasil 2020.1 ,divulgado no dia 21.05.2020 pelo
Instituto Semesp2, o maior número dos alunos matriculados em Instituições de
Ensino Superior (privada ou pública) são de origem do Ensino Médio público.
1
Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2020-05/mapa-do-ensino-superior-
aponta-para-maioria-feminina-e-branca. Acesso em: 12 dez. 2021.
2
O Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior do Brasil, tem como objetivos
prestar serviços de excelência e orientação especializada aos seus associados, oferecer soluções para o
desenvolvimento da educação acadêmica do país, e preservar, proteger e defender o segmento privado
do ensino superior brasileiro. o Instituto desenvolve estudos, pesquisas, indicadores e análises estatísticas
referentes ao setor. Disponível em: https://www.semesp.org.br/instituto/sobre/ Acesso em: 12 dez. 2021.
Vale lembrar que, não existindo essa proficiência, o acadêmico não terá habi-
lidade para ler e redigir um gênero textual acadêmico: resumo, resenha, ensaio,
artigo científico, relato de experiência etc.
3
O dicionário Michaelis on-line (2021) apresenta esta definição: “Origem de uma palavra, seja na sua forma
mais antiga, seja em alguma fase de sua evolução; étimo”. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/
moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/etimologia/. Acesso em: 12 dez. 2021.
4
SARAIVA, 2000, p. 668.
Figura 1 - Os Retirantes
1 - O que você diria sobre a obra? cores, formas possibilitou uma conver-
sação com aquele que está apreciando
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a obra). Isso nos faz refletir que pode-
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mos manejar várias outras linguagens
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além da escrita e da fala (linguagem
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verbal) para nos comunicar. Compre-
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endemos, com esse pequeno exercício,
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que nem sempre é necessário o uso da
palavra para ler. Respondendo assim
Podemos de imediato confirmar que
a primeira das três questões lançadas
a obra é um texto, pois ao observá-la
anteriormente: Habitualmente a con-
percebemos duas qualidades de todo
cepção de leitura está ligada ao texto
texto: a clareza e a função comunicati-
escrito, correto?
va! Isto significa dizer que todos foram
capazes de entender e explicar sem di- Na obra se pode observar/ler o olhar,
ficuldades, visto que a obra passou a ter as expressões, o espaço e o tempo,
sentido completo (o artista por meio de respondendo, desta forma, à segunda
questão: Há outros tipos de leitura?
5
No início da década de 20, Portinari era aluno da Escola Nacional de Belas-Artes, onde aprendeu as técni-
cas e os princípios de uma arte conservadora. Em 1928, ganhou como prêmio uma viagem ao exterior. Viveu
então dois anos na Europa, onde entrou em contato com a obra de pintores mais importantes da época [...]
Em sua pintura, Portinari retratou os retirantes nordestinos. PROENÇA, 2000, p. 239
sentido à obra, isto é, realizou uma lei- a leitura é um dos pilares que garan-
tura! Ou seja, leitura vai além do que é tem o aperfeiçoamento e a inclusão na
escrito sociedade e na vida. Uma vez inserido
em uma Instituição de Ensino Superior
Freire (2008, p.11) defende que “[...] a
precisamos nos conscientizar de ser-
leitura do mundo precede a leitura da
mos leitores competentes e autôno-
palavra”. Com este pensamento o edu-
mos. Como assim, professor? O que é
cador e filósofo brasileiro afirmou que
ser um leitor competente e autônomo?
para formar/desenvolver o conheci-
mento seria indispensável usufruir de Simples, meu caro acadêmico! Ser
um suporte chamado realidade vivida. leitor competente e autônomo é cons-
cientizar-se de que a leitura não é ape-
Em outras palavras, o ser apenas
nas reconhecimento de letras, melhor
atribui sentidos ou graus de valores/ju-
dizendo, conversão de uma represen-
ízos a algo a partir de uma realidade,
tação gráfica em sinais sonoros. Caso
ou seja, quando percebe sua finalida-
tenha em mente esse conceito, saiba
de. A esse respeito, Martins (1994, p.15)
que está adotando uma atitude ab-
diz que: “Certamente aprendemos a
solutamente passiva. Ser leitor com-
ler a partir do nosso contexto pessoal.
petente e autônomo é saber: exami-
E temos que valorizá-lo para poder ir
nar minunciosamente, determinar com
além”. Dar sentido às coisas representa
precisão o sentido do texto, avaliar sua
a primeira etapa para aprender a ler.
qualidade ou sua representatividade,
Porém, caro acadêmico, falta res- desenvolver diálogo entre textos, além
ponder à terceira e ultima questão: Será disso tudo, é também saber levar em
então a leitura apenas, grosso modo, consideração as suas experiências
reconhecimento de letras? como leitor. Como bem observa Silva
(2005, p. 41):
Como é de conhecimento de todos
Figura 3
Para finalizar essa nossa primeira cumbência de suceder seu irmão fale-
conversa, farei uma pequena compa- cido. Aprovado o desafio, viaja a Pan-
ração perguntando a você: Já assistiu dora. Logo de início ao chegar em seu
ao filme Avatar6? destino, tem a alegria de sentir o movi-
mento de suas pernas antes paralisa-
Caso tenha assistido, deve lembrar
das. É, por coincidência esta a compa-
-se do personagem Jake Sully interpre-
ração que quero realizar. Esta emoção
tado pelo ator Sam Worthington.
que Jake Sully teve ao sentir novamente
Jake Sully é um soldado paraplégi- suas pernas deve ser a mesma quando
co (antes da missão em Pandora=uma lemos: sensação de prazer, de desco-
das luas de Polifemo) que aceita a in- berta, de novidade e de liberdade.
6
Avatar é um filme épico de ficção científica estadunidense de 2009
Para finalizar essa primeira seção, faça uma leitura das tirinhas:
Figura 4
Figura 5
Exercícios
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3 - Na primeira charge o verbo mudar tem o mesmo sentido para os dois perso-
nagens? Explique.
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4 - Na segunda charge o verbo nadar tem o mesmo sentido para os dois perso-
nagens? Explique.
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Após conversarmos sobre a ques- propósito expor sobre o valor das práti-
tão etimológica e os conceitos de lei- cas de leitura no Ensino Superior, como
tura, seguiremos evoluindo, juntos, em identificar um texto acadêmico e quais
nossos estudos. Esta seção tem como são as estratégias de leitura.
7
O dicionário Michaelis on-line (2022) apresenta esta definição: Sentido literal das palavras. Disponível em:
https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/denota%C3%A7%C3%A3o/.
Acesso em: 19 jan. 2022.
• Folha de rosto;
8
Estrangeirismo é o emprego, na língua de uma comunidade, de elementos oriundos de outras línguas.
No caso brasileiro, posto simplesmente, seria o uso de palavras e expressões estrangeiras no português.
(Garcez; Zilles, 2001, p. 13)
Misael, funcionário da Fazenda, com cha, Catete, Rua General Pedra, Olaria,
63 anos de idade. Ramos, Bonsucesso, Vila Isabel, Rua
Marquês de Sapucaí, Niterói, Encanta-
Conheceu Maria Elvira na Lapa –
do, Rua Clapp, outra vez no Estácio, To-
prostituída, com sífilis, dermite nos de-
dos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca
dos, uma aliança empenhada e os
do Mato, Inválidos...
dentes em petição de miséria.
Por fim na Rua da Constituição, onde
Misael tirou Maria Elvira da vida, ins-
Misael, privado de sentidos e de inteli-
talou-a num sobrado no Estácio, pagou
gência, matou-a com seis tiros, e a po-
médico, dentista, manicura... Dava tudo
lícia foi encontrá-la caída em decúbito
quanto ela queria.
dorsal, vestida de organdi azul.
Quando Maria Elvira se apanhou de
(BANDEIRA, Manuel. Meus poemas pre-
boca bonita, arranjou logo um namo-
feridos. Rio de Janeiro: Edições de Ouro,
rado.
1966.)
Misael não queria escândalo. Podia
dar uma surra, um tiro, uma facada.
Não fez nada disso: mudou de casa. O texto de Manuel Bandeira está es-
crito em prosa ou poesia?
Viveram três anos assim.
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Toda vez que Maria Elvira arranjava
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namorado, Misael mudava de casa.
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Respondo que ele aprisiona, eu liberto, “[...] não vejo nada de bárbaro ou
selvagem no que dizem daqueles po-
que ele adormece as paixões, eu des-
vos; e, na verdade, cada qual consi-
perto!
dera bárbaro o que não se pratica em
E o tempo se rói, com inveja de mim sua terra. [...] Não me parece excessi-
vo julgar bárbaros tais atos de cruel-
me vigia querendo aprender,
dade [o canibalismo], mas que o fato
como eu morro de amor, de condenar tais defeitos não nos leve
à cegueira acerca dos nossos. Estimo
pra tentar reviver...
que é mais bárbaro comer um homem
No fundo é uma eterna criança vivo do que o comer depois de morto;
que não soube amadurecer e é pior esquartejar um homem entre
suplícios e tormentos e o queimar aos
Eu posso, ele não vai poder poucos, ou entregá-lo a cães e porcos,
Me esquecer. a pretexto de devoção e fé, como não
somente o lemos mas vimos correr en-
(Cristóvão Bastos e Aldir Blanc) tre vizinhos nossos conterrâneos; e isso
em verdade é bem mais grave do que
assar e comer um homem previamen-
Qual a ideia central do texto dado. te executado. [...] Podemos portanto
a) O Tempo desgasta os sentimentos, qualificar esses povos como bárbaros
as relações. em dando apenas ouvidos à inteligên-
cia, mas nunca se compararmos a nós
b) O homem é frágil diante das adver-
mesmos, que os excedemos em toda
sidades.
sorte de barbaridades.”
c) A capacidade de amar dá sentido à
(MONTAIGNE, Michel Eyquem de. En-
vida.
saios: São Paulo: Nova Cultural, 1984.)
d) A efemeridade do Tempo torna-o
De acordo com o texto, pode-se afir-
superior ao homem
mar que, para Montaigne:
-------------------------------------
a) A ideia de relativismo cultural ba-
Exercício 3: seia-se na hipótese única do gênero
humano e da sua religião.
Michel de Eyquem de Montaigne
(1533-1592) compara, nos trechos, as b) A diferença de costumes não cons-
guerras das sociedades Tupinambá titui um critério válido para julgar as di-
com as chamadas “guerras de religião” ferentes sociedades.
dos franceses que, na segunda meta-
c) Os indígenas são mais bárbaros do
de do século XVI, opunham católicos e
que os europeus, pois não conhecem a
protestantes.
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GABARITO
1. Exercício | Resposta: b)
2. Exercício | Resposta: c)
3. Exercício | Resposta: b)
4. Exercício | Resposta: d)
5. Exercício | Resposta: a)
6. Exercício | Resposta: b)
7. Exercício | Resposta: a)
8. Exercício | Resposta: a)
9. Exercício | Resposta: c)
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 49.
ed. São Paulo: Cortez, 2008.
GARCEZ, Pedro M.; ZILLES, Ana Maria S. Estrangeirismos: desejos e ameaças. In: FA-
RACO, Carlos Alberto (org.). Estrangeirismos: guerras em torno da língua. São Pau-
lo: Parábola, 2001.
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. 19. ed. São Paulo: editora brasiliense, 1994
ORLANDI, Eni Pulcinelli. Discurso e leitura. 8ª ed. São Paulo, Cortez, 2008.
PROENÇA, Graça. História da Arte. 16. ed. 8ª reimpressão. São Paulo: Editora Ática,
2000.
SARAIVA, F.R. dos Santos. Novíssimo dicionário latino-português. 11. ed. Rio de Ja-
neiro: Livraria Garnier, 2000.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. rev. e atual.
– São Paulo: Cortez, 2007.
SILVA. Ezequiel Theodoro da. O ato de ler: fundamentos psicológicos para uma
nova pedagogia da leitura. 10ª ed. São Paulo: Cortez, 2005.
NOTAS
1. Disponível em:https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2020-05/
mapa-do-ensino-superior-aponta-para-maioria-feminina-e-branca. Acesso
em: 12 dez. 2021.
5.No início da década de 20, Portinari era aluno da Escola Nacional de Belas-
Artes, onde aprendeu as técnicas e os princípios de uma arte conservadora. Em
1928, ganhou como prêmio uma viagem ao exterior. Viveu então dois anos na
Europa, onde entrou em contato com a obra de pintores mais importantes da
época [...] Em sua pintura, Portinari retratou os retirantes nordestinos. PROENÇA,
2000, p. 239
7.O dicionário Michaelis on-line (2022) apresenta esta definição: Sentido literal
das palavras. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/
busca/portugues-brasileiro/denota%C3%A7%C3%A3o/. Acesso em: 19 jan. 2022.
REFERÊNCIAS DE IMAGENS
Figura 3: <http://pexels-cottonbro-6334577>
Figura 4: <https://jogadacerta.wordpress.com/2011/07/01/charges-002/>
Figura 5: <http://pjpontes.blogspot.com/2012/10/comunicacao-gravemente-trun
cada.html >
Figura 6: <https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/almanaque/melhor
-representacao-da-renascenca-escola-de-atenas.phtml >
Figura 7: <https://pexels-dominika-roseclay-1244705>
Figura 8: <https://pexels-nicole-berro-2393789>
Figura 9: <pexels-helena-lopes-711009>