Porte de Arma para Oficiais de Justiça
Porte de Arma para Oficiais de Justiça
Porte de Arma para Oficiais de Justiça
6. O atual texto da Lei n.º 10.826/03 proibiu o porte de arma de fogo em todo
o País, ressalvando os casos previstos em legislação própria (Judiciário ou
Ministério Público) e no art. 6º do próprio estatuto.
11. Além disso o risco a que os Oficiais de Justiça estão sujeitos não é
somente quando estão cumprindo ordens judiciais, podendo ser até maior nos
horários e dias de folga, conforme relatório “Crimes cometidos Contra Oficiais de
Justiça Durante o Cumprimento de Ordens Judiciais” elaborado pela Associação dos
Oficiais de Justiça Avaliadores Federais do Estado de Goiás – ASSOJAF/GO
(disponível em http://assojafgo.org.br/wp-content/uploads/2015/03/relatorio-crimes-
contra-Oficiais-justica-mar2015.pdf - acesso em 10/11/2015 às 22:00 h), vários
crimes cometidos contra os Oficiais de Justiça são praticados durante o horário de
folga, mas em razão da função. Ora, se o risco cessasse após o cumprimento de
suas atribuições, os demais agentes estatais (policiais, agentes penitenciários, etc.)
não teriam o porte fora de serviço.
13. Como não tem porte de arma para defesa pessoal, os Oficiais de Justiça
ficam sujeitos a vingança e represália de bandidos ou pessoas revoltadas e que
tenham sido atingidas pelo cumprimento de mandados judiciais, podendo inclusive
causar maior morosidade da Justiça e ineficiência dos serviços prestados.
18. Ainda por força dos mesmos dispositivos legais, à Policia Ferroviária
Federal, aos integrantes das Polícias Legislativas da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, além dos Guardas Portuários, igual direito é garantido. Nenhum
desses profissionais, exceto os Bombeiros Militares, exercem suas atividades na
rua, como o Oficial de Justiça, mas em ambientes fechados, mesmo assim, tem
direito ao porte de arma de forma indistinta, estando ou não de serviço e podem
portar suas armas em todo o território nacional.
19. O Oficial de Justiça é o único servidor público do sistema de segurança
pública que não tem o direito ao porte de arma. Apesar de não constar no elenco do
artigo 144 da Constituição Federal, não se pode vislumbrar que o Poder Judiciário
não seja parte integrante do sistema de segurança pública, assim, é de se entender
que o Oficial de Justiça é um dos muitos atores que compõe esse sistema.
23. A Revista "Isto É", edição n.º 2285, de 30 de agosto de 2013, informa
que em 40 anos 36 policiais federais perderam a vida no cumprimento da função. No
caso dos oficiais de Justiça ocorreram 24 mortes desde que o Estatuto do
Desarmamento entrou em vigor (final de 2003 a 2015). E nos últimos 10 anos (2006
a 2015), foram registrados ao menos 23 assassinatos de oficiais de Justiça. Assim,
comparando o número de mortes de oficiais de Justiça e policiais federais vítimas de
assassinatos, conclui-se que o exercício da atividade de oficial de Justiça oferece
mais risco de vida do que a atividade policial no âmbito da Polícia Federal.
Delegados proponentes:
Observadores:
Luciana Tavares de Paula
Paula Drumond Meniconi