Paradigmas e Linguagem Python
Paradigmas e Linguagem Python
As linguagens de programação mais populares por nível, por geração, por paradigmas,
destacando o posicionamento da linguagem Python, critérios usados na avaliação de linguagens
de programação dos diferentes domínios da aplicação, classificação dos diferentes paradigmas de
linguagens de programação e formas de implementação das linguagens.
PROPÓSITO
Compreender as características e classificações das linguagens de programação, bem como
identificar os paradigmas de aplicação de cada linguagem para escolher adequadamente a
linguagem de programação conforme o tipo de problema e solução demandada.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 4
INTRODUÇÃO
Desde o surgimento dos computadores, centenas de linguagens de programação vêm sendo
criadas com o objetivo de permitir ao programador mais eficiência e conforto ao escrever seus
códigos.
Muitos são os problemas que hoje em dia são solucionados com a ajuda de softwares, escritos
sempre em uma linguagem de programação (que por sua vez também é um software) e muitas
vezes esses problemas demandam diferentes pensamentos computacionais em sua solução.
A classificação das linguagens em paradigmas permite que entendamos qual é o melhor deles
para solucionar determinado problema e, a partir daí, escolher a linguagem de programação
(pertencente a esse paradigma) mais adequada, conforme características e especificidades do
contexto em que se aplica o problema.
PARADIGMAS
A linguagem Python foi escolhida como instrumento para o desenvolvimento desta disciplina, pois
além de ser multiparadigma (possibilita escrever programas em diferentes paradigmas) e de uso
geral, vem se destacando e sendo cada vez mais utilizada entre os novos desenvolvedores por
vários motivos:
Facilidade de aprendizado;
Produtividade e confiabilidade.
Carregando conteúdo
MÓDULO 1
conteúdo
Carregando
SOFTWARE APLICATIVO
Ou, simplesmente, aplicativo ou app (mundo mobile), que visa oferecer ao usuário facilidades para
realizar uma tarefa laboral ou de lazer.
SOFTWARE BÁSICO
ATENÇÃO
Edsger W. Dijkstra
O PAPEL DA ABSTRAÇÃO NAS LINGUAGENS DE
PROGRAMAÇÃO
A linguagem de máquina foi a primeira a ser criada para a prática de programação. Trata-se da
linguagem nativa do computador, a única que ele, de fato, compreende. Uma linguagem muito
complicada para ser entendida pelas pessoas, em que um comando que soma 2 números, é
formado por uma sequência de 1 e 0, muito difícil de ser memorizada, usada e, mais ainda, de ser
entendida por terceiros.
VOCÊ SABIA
O programador podia empregar termos relativamente autoexplicativos (nomes simbólicos) para
nomear códigos de operação (ADD = soma, SUB = subtração, M = multiplicação e DIV = divisão)
e posições de memória. A linguagem de montagem (Assembly) melhorou a vida do programador,
porém obrigava-o a escrever 1 linha de código para cada instrução que a máquina deve executar,
forçando-o a pensar como se fosse uma máquina.
Um pouco mais adiante, visando a aumentar o poder de abstração das linguagens de forma a
permitir uma melhor performance dos programadores, surgem as linguagens de alto nível,
próximas à linguagem humana e mais distantes das linguagens Assembly e de máquina.
A tabela, a seguir, exibe, à esquerda, um programa-fonte, escrito numa linguagem de alto nível, a
linguagem Python. Ao centro, temos o código equivalente na linguagem Assembly para o sistema
operacional Linux e, à direita, o respectivo código na linguagem de máquina, de um determinado
processador. Observe:
swap:
00000000001111111111100000000001
Muli $2,$5,4
def swap(self, v, k): 00011111111000000111000011111101
Add $2,$4,$2
temp = self.v[k]; 11111000001100000111111110000000
Lw $15,0($2)
self.v[k] = 10000000100000001000000010000000
Lw $16,4($2)
self.v[k+1]; 00000000010000000001000000000010
Sw $16,0($2)
self.v[k+1]= temp; 00000000000000001111000010010101
Sw $15,4($2)
00000000111000111111001111111111
Jr $31
LINGUAGEM PYTHON
O programa na linguagem Python tem, na verdade, 3 comandos, que estão nas linhas 2, 3 e 4. →
Linha 1 é a declaração da função Swap.
ASSEMBLY
O programa em linguagem Assembly tem 7 comandos (na linha 1, SWAP não é um comando, mas
um rótulo, nome dado a um trecho de código).
LINGUAGEM DE MÁQUINA
A imagem abaixo ilustra o conceito de abstração, em que a partir da linguagem de máquina, cria-
se camadas (de abstração) para facilitar a vida do programador.
NÍVEL 1
É representado pelo hardware, conjunto de circuitos eletrônicos.
NÍVEL 2
É representado pela linguagem de máquina (1 e 0), única que o hardware entende.
NÍVEL 3
É representado pela linguagem Assembly (mneumônicos).
NÍVEL 4
É representado pelas linguagens de alto nível, próximas à língua do usuário e distantes da
linguagem computacional. Python e Java são linguagens de programação representativas da
classe LP de alto nível (LP = Linguagem de Programação).
Maior habilidade para aprender novas linguagens. Quem domina os conceitos da orientação
a objeto, tem mais aptidão para aprender Python, C++, C# e Java.
Maior probabilidade para projetar novas LP, aos que se interessarem por esse caminho
profissional: participar de projetos de criação de linguagens de programação.
Quanto maior for o leque de linguagens que um programador dominar e praticar, maiores as
chances de conhecer e fazer uso das propriedades superlativas da(s) linguagem(ns) em questão.
Veremos a seguir as classificações das linguagens por nível, por gerações e por paradigmas.
São linguagens que se aproximam da linguagem de máquina, além da própria, que se comunicam
diretamente com os componentes de hardware, como processador, memória e registradores. As
linguagens de baixo nível estão relacionadas à arquitetura de um computador.
Imagine, agora, uma sequência de 0 e 1 para que possamos dizer ao processador cada ação que
deve ser realizada conforme ilustrado abaixo.
0001001010001111
1010010001000010
0010101110110111
0101010000000111
Era de fato muito complexa a programação na linguagem de máquina, a linguagem nativa dos
processadores.
As três linhas de código na linguagem Assembly, abaixo, que move o numeral 2 para o registrador
AX (linha 1), move o numeral 1 para o registrador BX (linha 2) e soma o conteúdo dos 2
registradores (linha 3).
ADD AX, BX
Não chega a ser o ideal em termos de uma linguagem, que é ainda próxima da máquina, mas já
foi um grande avanço em relação à memorização da sequência de 0 e 1 de uma instrução de
máquina.
No outro extremo das linguagens de baixo nível, estão as linguagens de alto nível, na medida em
que se afastam da linguagem das máquinas e se aproximam da linguagem humana (no caso, a
linguagem escrita e a grande maioria em Inglês).
VOCÊ SABIA
Quem programa em uma linguagem de alto nível não precisa conhecer características dos
componentes do hardware (processador, instruções e registradores). Isso é abstraído no
pensamento computacional.
As instruções das linguagens de alto nível são bastante abstratas e não estão relacionadas à
arquitetura do computador diretamente. As principais linguagens são:
ASP, C, C++, C#, Pascal, Delphi, Java, Javascript, Lua, MATLAB, PHP e Ruby, dentre outras.
EXEMPLO
Abaixo, o mesmo código expresso acima, escrito em Assembly, porém usando variáveis, como
abstração do armazenamento e codificado na linguagem Python.
def main():
num1 = 2
num2 = 1
soma = num1 + num2
Cada comando de uma linguagem de alto nível precisa ser convertido e equivalerá a mais de uma
instrução primária do hardware. Isso significa que, numa linguagem de alto nível, o programador
precisa escrever menos código para realizar as mesmas ações, além de outras vantagens,
aumentando consideravelmente a sua eficiência ao programar.
SAIBA MAIS
Há uma curiosidade: C e C++ são classificados por alguns autores como linguagem de médio
nível, na medida que estão próximas da linguagem humana (linguagem de alto nível), mas
também estão próximas da máquina (linguagem de baixo nível), pois possuem instruções que
acessam diretamente memória e registradores. Inicialmente, a linguagem C foi criada para
desenvolver o sistema operacional UNIX, que até então era escrito em Assembly.
Outro dado que merece ser comentado é que algumas pessoas consideram a existência de
linguagens de altíssimo nível, como Python, Ruby e Elixir, por serem linguagens com uma enorme
biblioteca de funções e que permitem a programação para iniciantes sem muito esforço de
aprendizado.
Acompanhe o exemplo abaixo para uma CPU abstrata. Considere a seguinte sequência de 3
instruções em linguagem Assembly:
Houve um aumento significativo no nível de abstração, mas parte da dificuldade permanece, pois
o programador, além de necessitar memorizar os mneumônicos, precisa conhecer a arquitetura do
computador como forma de endereçamento dos registradores e memória, além de outros
aspectos.
Caracterizam-se pelo suporte a variáveis do tipo simples (caractere, inteiro, real e lógico) e
estruturados (matrizes, vetores, registros), comandos condicionais, comando de iteração e
programação modular (funções e procedimentos), estando alinhadas à programação estruturada.
O processo de conversão para a linguagem de máquina ficou mais complexo e ficaram a cargo
dos interpretadores e tradutores. As primeiras linguagens de 3ª geração que foram apresentadas
ao mercado são: Fortran, BASIC, COBOL, C, PASCAL, C, dentre outras.
Alocar memória dinamicamente, através de ponteiros, que são posições de memória cujo
conteúdo é outra posição de memória.
Alguns autores classificam a 6ª geração, como uma evolução da 5ª, em que prevalecem as
aplicações de redes neurais, uma outra vertente da Inteligência Artificial.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
Carregando conteúdo
Aplicações comerciais
Programação de sistemas
Programação mobile
Na sequência, apresentaremos critérios que podem ser usados para avaliação de linguagens de
programação, claro, dentro do mesmo domínio de programação.
DOMÍNIOS DA PROGRAMAÇÃO
O computador tem sido usado para diversos fins, na ciência, nas forças armadas, nas empresas
públicas e privadas, pelos profissionais liberais, pelas pessoas em seus lazeres e onde mais
possa ser aplicado. Seu uso vai desde controlar robôs que fazem a montagem de automóveis em
suas linhas de montagem até jogos digitais. Em função desse uso adverso, surgiram linguagens
de programação com diferentes objetivos. A seguir, discutiremos as principais áreas e as
respectivas linguagens de programação em destaque.
APLICAÇÕES CIENTÍFICAS (MÁQUINAS DE CALCULAR
COM ALTA PRECISÃO)
O primeiro computador, o ENIAC, foi desenvolvido por 3 anos e ficou pronto no ano de 1946. Sua
principal finalidade eram cálculos balísticos. Os computadores seguintes, nas décadas de 1940 e
1950, também focaram em cálculos científicos complexos.
APLICAÇÕES COMERCIAIS
A segunda onda de aplicativos foi para suprir as demandas das empresas a partir de meados da
década de 1950. Em 1960, surge a linguagem que seria o ícone das aplicações comerciais de
computadores de grande porte, naquele momento, o COBOL. As linguagens de programação que
apoiaram o crescimento das aplicações comerciais têm como características:
Facilidade para produzir relatórios, fundamentais nos controles das operações contábeis,
bancárias, estoque e financeiras (primeiros focos da época).
Precisão com números decimais e ponto flutuante, para representar as altas cifras das
grandes empresas, as primeiras a investirem nessas aplicações.
Cabe destacar que as linguagens destinadas a aplicações comerciais ganham força com a
microcomputação a partir dos anos 1980, levando as aplicações comerciais aos médios e
pequenos empresários.
APLICAÇÕES COM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
As linguagens que sustentam o desenvolvimento de aplicações apoiadas na Inteligência Artificial
(IA) ganham força nos dias de hoje.
PROGRAMAÇÃO DE SISTEMAS
A programação de sistemas cabe a linguagens de programação que tenham comandos e
estruturas para acessar, diretamente, o hardware. Tais linguagens são usadas para desenvolver
softwares básicos, como sistemas operacionais, tradutores e interpretadores de linguagens de
programação. Antes de surgir a linguagem C, usada para desenvolver o sistema operacional
Linux, Assembly era a linguagem usada para esse fim. A linguagem C++ também é usada com
essa finalidade.
Para o desenvolvimento das camadas de lógica do negócio, as principais LP são: C#, PHP, ASP,
.NET, Java, Ruby e Python.
PROGRAMAÇÃO MOBILE
Considerando que hoje em dia, grande parte da população, no Brasil e no Mundo, tem acesso à
internet pelo celular, cresceu vertiginosamente a quantidade de apps (aplicativos) para uso de
aplicações via celular. Os apps, na verdade, são interfaces que rodam no lado cliente.
As principais (não todas) linguagens que apoiam o desenvolvimento de apps para o mundo
mobile, oficialmente indicadas por seus fabricantes, são:
Windows: C#, Visual Basic (VB), C++, HTML, CSS, JavaScript e Java.
O desenvolvimento de APP para iOS é baseado numa IDE chamada Xcode que permite o
desenvolvimento de APP em várias linguagens, como: C, C++, Java e Python, mas oficialmente
orienta o Swift e Objective-C.
A Google, por sua vez, tem por base o Android SDK, orienta a usar as linguagens Kotlin, Java e
C++, mas as linguagens Python, Shell script, Basic4Android, LiveCode (para iOS e Windows
também), App Inventor (não necessita conhecer programação) e Unity (motor para games) e GO,
também são usadas para desenvolver app para Android.
No contexto de desenvolvimento de APP para Windows, foi lançado no Windows 8.1 e atualizado
para atender também ao Windows 10, o App Studio, que permite a qualquer pessoa criar em
poucos passos um app Windows e publicá-lo na loja.
AVALIAÇÃO DE LINGUAGENS DE
PROGRAMAÇÃO
Segundo Sebesta (2018) são quatro grandes critérios para avaliação das linguagens de
programação, dentro de um mesmo domínio de programação. Cada critério é influenciado por
algumas características da linguagem.
LEGIBILIDADE
Um dos critérios mais relevantes é a “facilidade com que os programas podem ser lidos e
entendidos” pelas pessoas que não necessariamente participaram do desenvolvimento.
FACILIDADE DE ESCRITA
O quão facilmente uma linguagem pode ser usada para desenvolver programas para o domínio do
problema escolhido.
CONFIABILIDADE
Um programa é dito confiável se ele se comporta conforme a sua especificação, repetidas vezes.
CUSTO
Critérios
Simplicidade
Ortogonalidade
Estruturas de controle
Tipos de dados
Projeto de sintaxe
Expressividade
Verificação de tipos
Tratamento de exceções
Aliasing
LEGIBILIDADE
Um dos critérios mais relevantes para avaliar uma linguagem de programação diz respeito à
capacidade com que os programas podem ser lidos e entendidos pela sintaxe e construção da
linguagem, sem considerar as possíveis influências da má programação.
SIMPLICIDADE
Quanto mais simples for uma linguagem, melhor será a legibilidade do código por ela produzido.
Uma linguagem com número elevado de construções básicas é mais difícil de ser aprendida do
que uma que tenha poucas. Tende a ser subutilizada.
cont= cont + 1;
cont +=1.
Nas linguagens C e Java, ainda podemos usar para incrementar variáveis as seguintes estruturas:
++cont e cont++.
Muita simplicidade pode tornar menos legíveis os códigos escritos. Na linguagem Assembly, a
maioria das sentenças são simples, porém não são altamente legíveis devido à ausência de
estruturas de controle.
ORTOGONALIDADE
A ortogonalidade de uma linguagem refere-se a um conjunto relativamente pequeno de
construções primitivas que pode ser combinado em um número, também, pequeno de maneiras
para construir as estruturas de controle e de dados de uma linguagem de programação.
Em outras palavras: possibilidade de combinar, entre si, sem restrições, as construções básicas
da linguagem para construir estruturas de dados e de controle.
Boa ortogonalidade: Permitir, por exemplo, que haja um vetor, cujos elementos sejam do tipo
registro (estrutura heterogênea).
Má ortogonalidade: Não permitir que um vetor seja passado como argumento para uma
rotina (procedimento ou função). Ou que uma função não possa retornar um vetor.
Uma linguagem ortogonal tende a ser mais fácil de aprender e tem menos exceções.
INSTRUÇÕES DE CONTROLE
Instruções como Goto (desvio incondicional) limitam a legibilidade dos programas, pois essa
instrução pode levar o controle do código a qualquer ponto do programa, limitando o entendimento
e, consequentemente, a legibilidade do código escrito na linguagem. As linguagens modernas não
implementam desvio incondicional, assim sendo, o projeto de estruturas de controle é menos
relevante na legibilidade do que anos atrás, quando surgiram as primeiras linguagens de alto
nível.
A linguagem C não possui o tipo de dado lógico ou booleano. Muitas vezes, usa-se variáveis
inteiras, permitindo apenas que receba os valores 0 e 1 para conteúdo, simulando o tipo booleano.
Por exemplo, para localizar um elemento em uma das posições de um vetor, usa-se uma variável
lógica se a linguagem permitir e, assim, teríamos a instrução “achou=false” em determinado trecho
de código. Em outra linguagem que não permita o tipo de dado lógico, a instrução poderia ser
“achou=0”, em que achou seria uma variável inteira. Qual das duas sentenças é mais clara a
quem lê o código? A primeira, não é? “achou=false”.
SINTAXE
A sintaxe tem efeito sobre a legibilidade. Um exemplo é a restrição do tamanho (quantidade de
caracteres) para um identificador (tipo, variável, constante, rotina – procedimento e função),
impedindo que recebam nomes significativos sobre sua utilidade. Na linguagem Fortran, o nome
do identificador pode ser até 6 caracteres.
A facilidade de escrita é a medida do quão fácil a linguagem permite criar programas para um
domínio da aplicação.
A maioria das características que afeta a legibilidade também afeta a facilidade de escrita, pois se
a escrita do código não flui, haverá dificuldade para quem for ler o código.
SIMPLICIDADE E ORTOGONALIDADE
Quanto mais simples e ortogonal for a linguagem, melhor sua facilidade para escrever programas.
O ideal são linguagens com poucas construções primitivas.
Imagina que uma linguagem de programação possui grande número de construções. Alguns
programadores podem não usar todas, deixando de lado, eventualmente, as mais eficientes e
elegantes.
EXPRESSIVIDADE
Uma linguagem de programação com boa expressividade contribui para o aumento da facilidade
de escrita dos códigos.
Uma linguagem expressiva possibilita escrever linhas de código de uma forma mais conveniente
ao invés de deselegante.
CONFIABILIDADE
Dizemos que um programa é confiável se ele se comportar conforme sua especificação, sob todas
as condições, todas as vezes em que for executado.
Abaixo, alguns recursos das linguagens que exercem efeito sobre a confiabilidade de programas.
VERIFICAÇÃO DE TIPOS
Significa verificar, em tempo de compilação ou execução, se existem erros de tipo. Por exemplo,
atribuir um valor booleano a uma variável do tipo inteira, vai resultar em erro. As linguagens
fortemente tipadas, em tempo de compilação, como Python e Java, tendem a ser mais confiáveis,
pois apenas valores restritos aos tipos de dados declarados poderão ser atribuídos e diminuem os
erros em tempo de execução. Linguagens, como C, em que não é verificado se o tipo de dado do
argumento é compatível com o parâmetro, em tempo de compilação, podem gerar erros durante a
execução, afetando a confiabilidade. A verificação de tipos em tempo de compilação é desejável,
já em tempo de execução é dispendiosa (mais lenta e requer mais memória), e mais flexível
(menos tipada).
TRATAMENTO DE EXCEÇÃO
O tratamento de exceção em uma linguagem de programação garante a correta execução,
aumentando a confiabilidade. As linguagens Python, C++ e Java possuem boa capacidade de
tratar exceções, ao contrário da linguagem C. A linguagem deve permitir a identificação de
eventos indesejáveis (estouro de memória, busca de elemento inexistente, overflow etc.) e
especificar respostas adequadas a cada evento. O comportamento do programa torna-se
previsível com a possibilidade de tratamento das exceções, o que tende a aumentar a
confiabilidade do código escrito na linguagem de programação.
ALIASING (APELIDOS)
Aliasing é o fato de ter dois ou mais nomes, referenciando a mesma célula de memória, o que é
um recurso perigoso e afeta a confiabilidade. Restringir Aliasing é prover confiabilidade aos
programas.
Uma linguagem com boa legibilidade e facilidade de escrita gera códigos claros, que tendem a
aumentar a confiabilidade.
CUSTO
Custo de Características
Treinamento linguagem;
programa Python.
Python é uma linguagem com alta legibilidade, facilidade de escrita, além de confiável. Seu custo
não é elevado, pois além de ser open source, é fácil de aprender.
ATENÇÃO
Existem outros critérios, como por exemplo a portabilidade ou a capacidade que os programas
têm de rodarem em ambientes diferentes (sistema operacional e hardware), o que é altamente
desejável. A reusabilidade, ou seja, o quanto um código pode ser reutilizado em outros programas
ou sistemas aumenta o nível de produtividade da linguagem. Além da facilidade de aprendizado,
que é fortemente afetada pela legibilidade e facilidade de escrita.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
A imagem a seguir ilustra os cinco paradigmas nos quais as linguagens de programação são
classificadas. Esses paradigmas são agrupados em Imperativos e Declarativos, de acordo com a
forma com que os programas são estruturados e descritos.
PARADIGMA IMPERATIVO
O paradigma imperativo agrega três paradigmas: estruturado, orientado a objeto e concorrente, os
quais possuem em comum o fato de especificarem passo a passo o que deve ser feito para a
solução do problema. As linguagens do paradigma imperativo são dependentes da arquitetura do
computador, pois especificam em seus programas como a computação é realizada.
Vamos explicar as características de cada um dos paradigmas do subgrupo Imperativo.
PARADIGMA ESTRUTURADO
PRINCÍPIO 01
PRINCÍPIO 02
PRINCÍPIO 03
PRINCÍPIO 04
Não usar desvios incondicionais (Goto, característico de linguagens como BASIC e versões
iniciais do COBOL).
O principal foco desse paradigma foi possibilitar o desenvolvimento mais rápido e confiável.
As classes são abstrações que definem uma estrutura que encapsula dados (chamados de
atributos) e um conjunto de operações possíveis de serem usados, chamados métodos. Os
objetos são instâncias das classes.
EXEMPLO
Por exemplo, a classe ALUNO encapsula um conjunto de dados que os identifiquem: matrícula,
nome, endereço (rua, número, complemento, bairro, estado e CEP) e um conjunto de métodos:
Incluir Aluno, Matricular Aluno, Cancelar Matrícula, dentre outros.
O paradigma orientado a objetos, por sua vez, usa os conceitos do paradigma estruturado na
especificação dos comandos de métodos. Por isso, é considerado uma evolução do paradigma
estruturado.
ATENÇÃO
Phyton, Smalltalk, C++, Java, Delphi (oriundo do Object Pascal) são linguagens que caracterizam
o paradigma orientado a objetos. Python é orientado a objeto, pois tudo em Python é objeto,
permitindo a declaração de classes encapsuladas, além de possibilitar herança e polimorfismo.
PARADIGMA CONCORRENTE
UM PROCESSADOR
Os processos concorrem ao uso do processador e recursos.
VÁRIOS PROCESSADORES
Estamos caracterizando o paralelismo na medida em que podem executar em diferentes
processadores (e de fato, ao mesmo tempo), os quais podem estar em uma mesma máquina ou
distribuídos em mais de um computador.
Ada e Java são as linguagens que melhor caracterizam esse paradigma, possibilitando suporte à
concorrência.
VOCÊ SABIA
Ao contrário de Go, Python não foi originalmente projetada com foco em programação
concorrente, muito menos paralela. O modo tradicional de programar concorrência em Python --
threads -- é limitado no interpretador padrão (CPython) por uma trava global (a GIL), que impede a
execução paralela de threads escritas em Python. Isso significa que threads em Python são úteis
apenas em aplicações I/O bound – em que o gargalo está no I/O (entrada e saída), como é o
caso de aplicações na Internet.
I/O BOUND
Aplicações I/O bound são aquelas em que há predomínio de ações de entrada e saída de dados.
PARADIGMA DECLARATIVO
Diferentemente do paradigma imperativo, no declarativo o programador diz o que o programa
deve fazer (qual a tarefa), ao invés de descrever como o programa deve fazer. O programador
declara, de forma abstrata, a solução do problema.
Abrange linguagens que operam tão somente funções que recebem um conjunto de valores e
retornam um valor. O resultado que a função retorna é a solução do problema (foca o processo de
resolução de problemas).
O programa resume-se em chamadas de funções, que por sua vez podem usar outras funções.
Uma função pode invocar outra, ou o resultado de uma função pode ser argumento para outra
função. Usa-se também chamadas recursivas de funções.
Exemplo: O código abaixo implementa em Python uma função que calcula quantos números
inteiros existem de 0 a n.
def conta_numeros(n):
p=0
for num in range(n+1):
if num%2 == 0:
p += 1
return p
Abaixo, o mesmo código usando o conceito de função recursiva. Repare que a função de nome
conta_numeros chama ela mesma em seu código (isso é a recursão).
def conta_numeros(n):
if n == 0: return 1 # 0 é par
elif n%2 == 0: return 1 + conta_numeros(n-1)
else: return conta_numeros(n-1)
ATENÇÃO
Python não é uma linguagem funcional nativa, seria exagerado afirmar isso, porém sofreu
influência desse paradigma ao permitir: recursividade, uso de funções anônimas, com a função
lambda, dentre outros recursos, além, claro, de ser uma linguagem com enorme biblioteca de
funções.
PARADIGMA LÓGICO
Um programa lógico expressa a solução da maneira como o ser humano raciocina sobre o
problema: baseado em fatos, derivam-se conclusões e novos fatos.
Python não tem características para implementar programas que atendam ao paradigma lógico.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 4
Carregando conteúdo
Todo programa, a menos que seja escrito em linguagem de máquina, o que hoje em dia está
totalmente fora dos propósitos, precisará ser convertido para linguagem de máquina antes de ser
executado.
Essa conversão precisa de um programa que receba o código-fonte escrito na linguagem e gere o
respectivo código em linguagem de máquina.
Esse programa, que fará a tradução do código-fonte em linguagem de máquina, é que vai
determinar como os programas são implementados e como vão executar.
Existem duas formas de realizar essa conversão: tradução e interpretação. É fundamental que se
saiba e se entenda qual o processo de conversão usado na respectiva linguagem de
programação.
TRADUÇÃO
Nesse processo de conversão, o programa escrito em uma linguagem de alto nível é traduzido
para uma versão equivalente em linguagens de máquina, antes de ser executado. O processo de
tradução pode ser executado em várias fases, que podem ser combinadas e executadas em
simultaneidade. O processo de tradução é erroneamente chamado de compilação, que na
verdade é uma de suas fases.
Código-fonte
Compilador
COMPILADOR
O compilador (detalhes adiante) analisa o código-fonte e estando tudo OK, o converte para um
código Assembly (da máquina hospedeira).
Código Assembly
Montador
MONTADOR
Código Assembly
Ligador
LIGADOR
O Ligador liga (ou linka) o código-objeto relocável com as rotinas bibliotecas (outros objetos,
rotinas do SO, DLLs etc.), usadas nos códigos-fontes. Essa ligação gera o código executável.
Código-objeto relocável
Carregador
CARREGADOR
Código objeto
Código executável
COMPILADOR
ANÁLISE LÉXICA
Identifica os tokens (elementos da linguagem), desconsidera partes do código-fonte, como
espaços em branco e comentários e gera a Tabela de símbolos, com todos esses tokens, que são
identificadores de variáveis, de procedimentos, de funções, comandos, expressões etc.
ANÁLISE SINTÁTICA
Verifica se os tokens são estruturas sintáticas (exemplos: expressões e comandos) válidas,
aplicando as regras gramaticais definidas no projeto da linguagem.
ANÁLISE SEMÂNTICA
Verifica se as estruturas sintáticas possuem sentido. Por exemplo, verifica se um identificador de
variável ou constante é usado adequadamente, se operandos e operadores são compatíveis.
Monta a árvore de derivação conforme ilustrado abaixo para formação das expressões.
Árvore de derivação de uma expressão. Fonte: Autor
Gerador de código intermediário, que contém toda a informação para gerar o código-objeto.
O otimizador tem por objetivo eliminar redundâncias do código intermediário e tornar o objeto
mais enxuto e eficiente.
TRATADOR DE ERROS
Em todas as fases existem erros: léxicos, sintáticos e semânticos. Um bom compilador apresenta
uma boa tratativa de erros.
GERENCIADOR DA TABELA DE SÍMBOLOS
Mantém a tabela de símbolos atualizada a cada passo do compilador.
ATENÇÃO
Traduz um mesmo comando apenas uma vez, mesmo que usado em várias partes do
programa – tanto iterações como repetição de código.
INTERPRETAÇÃO
A imagem abaixo ilustra o simples processo de Interpretação:
Na conversão por interpretação, cada comando do programa-fonte é traduzido e executado (um a
um) imediatamente. O interpretador traduz um comando de cada vez e chama uma rotina para
completar a sua execução.
2
Executar a instrução.
Perceba que o procedimento, acima descrito, é bastante similar àquele executado por
computadores que implementam a máquina de Von Neumann, na execução de uma instrução,
conforme a seguir:
Decodificar a instrução.
Executar a instrução.
Execução mais lenta do que outros processos de tradução (compilação), pois toda vez que o
mesmo programa é executado, os mesmos passos de interpretação são executados.
O Código-fonte é portátil.
TRADUÇÃO X INTERPRETAÇÃO
Vantagens Desvantagens
1. Execução mais rápida 1. Várias etapas de conversão.
1. Depuração mais
1. Execução do programa é mais lenta.
simples.
2. Estruturas de dados demasiado
2. Consome menos
Interpretadores simples.
memória.
3. Necessário fornecer o código fonte
3. Resultado imediato do
ao utilizador.
programa (ou parte dele).
Fonte: http://codemastersufs.blogspot.com/2015/10/compiladores-versus-interpretadores.html.
Adaptado pelo autor.
SISTEMAS HÍBRIDOS
O processo híbrido de implementação de uma linguagem de programação combina a execução
rápida dos tradutores (compiladores) com a portabilidade dos interpretadores. O segredo é a
geração de um código intermediário mais facilmente interpretável, porém não preso a uma
plataforma (SO/Hardware).
Esse código intermediário não é específico para uma plataforma, possibilitando aos programas já
compilados para esse código serem portados em diferentes plataformas, sem alterar e nem fazer
nada. Para cada plataforma desejada devemos ter um interpretador desse código.
Duas importantes linguagens implementaram essa solução, com diferentes formas usando
máquinas virtuais: Python e Java.
COMENTÁRIO
Curioso saber que o código Python pode ser traduzido em Bytecode Java usando a
implementação Jython.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Saber classificar uma linguagem dentro do(s) paradigma(s) a que pertença(m), assim como
conhecer os domínios de programação de uma linguagem, é fundamental para seu entendimento
e correta aplicação na hora de decidir pelo uso dessa ou aquela linguagem.
Por fim, e não menos importante, conhecer o mais profundamente possível o ambiente de
desenvolvimento da linguagem, contemplando tradutores e/ou interpretadores, para que se possa
pôr em prática o desenvolvimento do sistema, no paradigma, domínio do problema, e usando as
melhores construções para gerar códigos legíveis, com alta facilidade de escrita, confiabilidade e,
preferencialmente, ao menor custo possível.
PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BORGES, Luiz Eduardo. Python para Desenvolvedores. 2. ed. Rio de Janeiro: Edição do Autor,
2010.
EXPLORE+
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Visual Studio, que oferece uma cadeia de ferramentas em dispositivos móveis e na nuvem.
CONTEUDISTA
Marcelo Vasques de Oliveira
CURRÍCULO LATTES