Resumo de Direito Administrativo
Resumo de Direito Administrativo
Resumo de Direito Administrativo
SUMÁRIO
No Brasil, o Decreto-lei 200/67, em seu art. 4º, estabelece a organização da administração pú-
blica federal, conforme abaixo transcrito:
Autarquias;
Fundações Públicas;
Empresas Públicas;
Sociedades de Economia Mista.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA: são, por exemplo, os ministérios, que estão subordina-
dos à Presidência da República. Não possuem personalidade jurídica própria.
Autarquias;
Fundações públicas;
Empresas públicas;
Sociedades de economia mista.
1. Autarquias > Personalidade Jurídica de Direito Público > Realizam atividades típicas da
Administração Pública > Sua criação depende de lei específica.
2. Fundações Públicas > Podem ter Personalidade Jurídica de Direito Público ou Privado >
Sua criação depende de lei autorizativa.
3. Empresas Públicas > Personalidade Jurídica de Direito Privado > Capital totalmente públi-
co > Servidores Públicos Celetistas > Sua criação depende de lei autorizativa > Realizam
atividades de caráter econômico.
4. Sociedade de Economia Mista > Personalidade Jurídica de Direito Privado > Capital mis-
to, desde que a maioria seja público > Servidores Públicos Celetistas > Sua criação depende
de lei autorizativa > Realizam atividades de caráter econômico.
OBS 2: As entidades da Administração Pública Indireta NÃO estão subordinadas aos seus
órgãos criadores, ou seja, não se subordinam a Administração Pública Direta. Não existe um
controle de subordinação, ou seja, aquelas entidades não se subordinam ao Poder Hierárquico.
OBS 5: Todos os entes (União, Estados, Municípios e DF) e poderes (Legislativo, Exe-
cutivo e Judiciário) possuem Administração Pública Indireta. No tocante aos poderes,
embora não seja comum Legislativo e Judiciário possuírem entidades de Administra-
ção Indireta, não existe qualquer vedação constitucional nesse sentido.
Para o STF, a OAB não é uma autarquia, ela não se encontra na mesma situação dos conse-
lhos fiscalizadores de profissões regulamentadas. Trata-se de entidade ímpar, “sui generis”,
um “serviço público independente”, que não integra a administração pública, nem pode ser classi-
ficada em categoria alguma prevista em nosso ordenamento jurídico.
Os conselhos regionais e federais de fiscalização de profissão, com exceção da OAB, são autarqui-
as federais (conhecidas como autarquias corporativas ou profissionais), consoante entendimento
do STF.
DICA!
DIFERENÇAS ENTRE:
CONCENTRAÇÃO: trata-se de uma técnica administrativa que visa transferir para os órgãos cen-
trais as atividades exercidas pelos órgãos periféricos, de forma que estes sejam eliminados e haja
um menor número de unidades administrativas. É a Técnica administrativa que promove
a extinção de órgãos públicos.
DESCONCENTRAÇÃO: é o processo inverso da concentração, ou seja, é a realocação interna de
competências dos órgãos centrais para órgãos e unidades administrativas periféricas.
ATENÇÃO: Os processos de concentração e desconcentração ocorrem sempre no âmbito interno
de uma mesma entidade, dentro da mesma pessoa jurídica.
Pode:
Vinculação;
Tutela administrativa;
Controle finalístico;
Supervisão ministerial.
Não pode:
Hierarquia;
Subordinação;
Controle hierárquico.
ART. 37, XIX DA C.F- somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autori-
zada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.
DESCONCENTRAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO
DIFERENÇAS ENTRE:
AUTARQUIAS: são entidades de direito público, criadas por meio de lei para desempe-
nhar atividades típicas do Estado.
Pessoas jurídicas de direito público;
Criadas por lei específica (lei ordinária);
Possuem patrimônio próprio;
Possuem autonomia administrativa e financeira;
Seus bens são impenhoráveis;
Não se submetem ao regime falimentar;
Possuem privilégios processuais, como prazo em DOBRO para contestar e para
recorrer;
Inscrição de seus créditos em dívida ativa;
Responsabilidade objetiva e direta;
Exemplos: INSS, BANCO CENTRAL, ANAC, ANATEL, IBAMA, INCRA, ANVISA, AN-
CINE, IPHAN etc.
A criação de uma fundação pública de direito público realmente ocorre por meio de
uma lei ordinária específica, pois esta será equiparada a uma autarquia. Portanto, não
cabe cogitar qualquer espécie de inscrição de atos constitutivos, pois a própria lei é o
ato constitutivo da entidade. Diferentemente do que ocorre com as pessoas jurídicas
de direito privado, que só adquirem personalidade jurídica com a inscrição de seus
atos constitutivos no respectivo registro (Código Civil, art. 45).
MUITO CUIDADO:
De acordo com a Lei 13.303 Art. 27. A empresa pública e a sociedade de economia
mista terão a função social de realização do interesse coletivo ou de atendimento a
imperativo da segurança nacional expressa no instrumento de autorização legal para a
sua criação.
EMPRESA PÚBLICA
ENTES, ENTIDADES OU PESSOAS POLÍTICAS são pessoas jurídicas de direito público in-
terno, que no Brasil são: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. As entidades
políticas possuem a característica principal de gozarem de autonomia política (tradu-
zida pela capacidade de auto-organização).
ENTES, ENTIDADES OU PESSOAS ADMINISTRATIVAS, por sua vez, são as pessoas jurídi-
cas que integram a administração pública sem dispor de autonomia política. Elas com-
põem a administração indireta, como a autarquia, por exemplo.
Vinculação;
Controle finalístico;
Supervisão ministerial (na esfera federal);
Tutela administrativa;
Controle de metas ou controle de resultados.
Planejamento;
Coordenação;
Controle;
Descentralização;
Delegação de Competência.
A des entra i a o ser efetivada mediante outorga quando o stado cria uma entidade pes-
soa jurídica) e a ela transfere determinado serviço público. outorga pressup e obrigatoriamente
a edição de uma lei que institua a entidade, ou autori e a sua criação, e normalmente seu pra o
indeterminado.
1. Teoria Subjetiva: estabelece que o Órgão Público é o próprio agente público, sendo criti-
cada pela doutrina já que se o agente público desaparecer, o Órgão deixa de existir;
2. Teoria Objetiva: o Órgão Público é um conjunto de atribuições, abstraindo-se completa-
mente a figura do agente (o agente seria desnecessário). Também criticada, pois sem o
agente, o Estado não tem como manifestar sua vontade, abstrato que é;
3. Teoria Eclética ou Mista: há uma composição das duas Teorias citadas anteriormente,
exprimindo a vontade do Estado. Em outras palavras, o Órgão Público não se con-
funde com o agente público, mas sem ele (agente), o Órgão não pode manifestar
a vontade estatal (Teoria mais aceita pela doutrina).
ATENÇÃO: Câmara municipal não tem personalidade jurídica, mas ela tem personali-
dade judiciaria (capacidade processual).
POSIÇÃO ESTATAL:
ÓRGÃOS INDEPENDENTES: São órgãos que não estão hierarquicamente subordinados a ne-
nhum outro, uma vez que se encontram no topo da hierarquia daquele Poder estatal, se sujeitan-
do somente ao controle que é exercido entre os Poderes estruturais do Estado.
Previstos na CF;
Topo da hierarquia;
Exercido por agentes políticos.
ÓRGÃOS SUPERIORES: Possuem poder de direção, controle, decisão e comando dos assuntos
de sua competência específica. Representam as primeiras divisões dos órgãos independentes e
autônomos. Ex.: Gabinetes, Coordenadorias, Departamentos, Divisões, etc.
ÓRGÃOS SUBALTERNOS: São aqueles que se destinam à execução dos trabalhos de rotina,
cumprem ordens superiores. Ex.: Postos de atendimento da Receita Federal.
ESTRUTURA:
1. ÓRGÃOS SIMPLES: Também conhecidos por unitários, são aqueles que possuem apenas
um único centro de competência, sua característica fundamental é a ausência de outro ór-
gão em sua estrutura, para auxiliá-lo no desempenho de suas funções.
2. ÓRGÃOS COMPOSTOS: São aqueles que em sua estrutura possuem outros órgãos meno-
res, seja com desempenho de função principal ou de auxilio nas atividades, as funções são
distribuídas em vários centros de competência, sob a supervisão do órgão de chefia.
1. ÓRGÃOS SINGULARES: São aqueles que decidem e atuam por meio de um único agente,
o chefe. Possuem agentes auxiliares, mas sua característica de singularidade é desenvolvida
pela função de um único agente, em geral o titular.
2. ÓRGÃOS COLETIVOS: São aqueles que decidem pela manifestação de muitos membros,
de forma conjunta e por maioria, sem manifestação de vontade de um único chefe. A von-
tade da maioria é imposta de forma legal, regimental ou estatutária.
ESFERA DE AÇÃO
SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS: não possuem fins lucrativos e não integram a ad-
ministração pública indireta.
São aquelas entidades que colaboram com o Poder Público, a que são vinculadas, atra-
vés da execução de alguma atividade caracterizada como serviço de utilidade pública.
São pessoas jurídicas de direito privado;
Não integram a Administração Indireta, razão por que seria impróprio considerá-las
pessoas administrativas;
Criação depende de lei autorizadora;
Personalidade tem início com a inscrição de seu estatuto no cartório próprio;
Prestação de um serviço de utilidade pública, beneficiando certos grupamentos sociais ou
profissionais. Ex: SESI, SESC, SENAI e SENAC;
AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA;
Sistema S (SESC, SESI, SENAC, SENAI.);
Instituídas por Lei;
Personalidade jurídica de direito privado;
Atividade de ministrar assistência ou ensino para: categorias sociais ou grupos profissionais;
Não tem fins lucrativos;
Mantidos por dotações orçamentárias e contribuições parafiscais (tributos);
Patrimônio próprio;
Não estão obrigadas ao dever de licitar.
OSs OSCIPSs
DICA:
Reputa-se AGENTE PÚBLICO todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou
sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades da
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território.
1 - Agentes Políticos;
2 - Agentes Administrativos:
A - Servidor Público -- Exerce Cargo Público
B - Empregado Público -- Exerce Emprego Público
C– servidor Temporário -- Função Pública
3 -Agentes delegados;
4- Agentes credenciados;
5- Agentes honoríficos.
AGENTES POLÍTICOS: São os ocupantes do mais alto escalão do poder público, sendo
investidos no cargo através de nomeação, eleição, designação ou delegação.
Os AGENTES POLÍTICOS são todos aqueles que exercem funções políticas do Estado e titulari-
zam cargos ou mandatos de altíssimo escalão, somente se subordinando à Constituição Fe-
deral. São os agentes que estão funcionalmente posicionados no escalão máximo da
estrutura do Estado.
AGENTES ADMINISTRATIVOS: São aqueles que estão sujeitos a uma hierarquia constitucional,
independente de a administração pública ser direta ou indireta. Os servidores públicos e em-
pregados públicos em geral são exemplos de agentes administrativos.
DIFERENÇAS ENTRE:
1. CARGO PÚBLICO: regidos pelo Estatuto do Servidor Público; são os estatutários; geral-
mente são os agentes da Administração Direta, Autarquias e Fundações Públicas.
2. EMPREGO PÚBLICO: regidos pela CLT; são os empregados públicos; geralmente são os
agentes de Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.
ATO ADMINSITRATIVO
Para Hely Lopes Meirelles, Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vonta-
de da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato ad-
quirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obriga-
ções aos administrados ou a si própria.
Ato administrativo não pode ser confundido com ato da administração. A expressão
ato da administração é abrangente e representa todos os atos praticados no exercício
da função administrativa.
Ato administrativo é praticado pelo poder executivo, poder legislativo (função atípica), pelo poder
judiciário (função atípica) e ainda pelos particulares no exercício da função administrativa delega-
da.
Os atos administrativos se situam num plano superior de direitos e obrigações, eis que
visam atender aos interesses públicos primários, denominados difusos e coletivos, Por
isso são atos de regime público, sujeitos a pressupostos de existência e validade diversos dos es-
tabelecidos para os atos jurídicos no Código Civil, e sim previstos na Lei de Ação Popular e na Lei
do Processo Administrativo Federal. Ao invés de autonomia da vontade, haverá a obrigatoriedade
do cumprimento da lei e, portanto, a administração só poderá agir nestas hipóteses desde que
esteja expressa e previamente autorizada por lei.
1. Escrita;
2. Verbal;
3. Gestual;
4. Luminosa;
5. Simbólica;
6. Sonora;
7. Eletrônica.
Neste sentido, explica Maria Sylvia Zanella Di Pietro, ”até mesmo o silêncio pode significar
forma de manifestação da vontade, quando a lei assim o prevê; normalmente ocorre quando a lei
fi a um pra o, findo o qual o sil ncio da dministração significa concordância ou discordância”.
Desta forma, quando o silêncio é uma forma de manifestação de vontade, produz efeitos de ato
administrativo. Isto porque a lei pode atribuir ao silêncio determinado efeito jurídico, após o de-
curso de certo prazo.
DOUTRINA:
--> Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “at mesmo o sil ncio pode significar forma de manifesta-
ção da vontade, quando a lei assim o prevê; normalmente ocorre quando a lei fixa um prazo, fin-
do o qual o sil ncio da dministração significa concordância ou discordância”.
--> Bandeira de Mello e de Carvalho Filho, "o silêncio administrativo, isto é, a omissão da
Administração quando lhe incumbe o dever de se pronunciar, quando possuir algum efeito jurídi-
co, não poderá ser considerado ato jurídico e, portanto, também não é ato administrativo." Dessa
forma, os autores consideram o silêncio como um fato jurídico administrativo.
--> Alexandre Mazza: "É certo que o silêncio não é um ato administrativo por ausência de exte-
riorização de comando prescritivo. Trata-se de simples fato administrativo porque o silêncio nada
ordena".
COmpetência -----------VINCULADO
FInalidade ---------------VINCULADO
FOrma ---------------------VINCULADO
MOtivo --------------------VINCULADO OU DISCRICIONÁRIO
OBjeto -------------------- VINCULADO OU DISCRICIONÁRIO
Obrigatória;
Irrenunciável;
Intransferível;
Imodificável pela vontade do agente;
Imprescritível.
Um “ rgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte
da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente
subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, eco-
nômica, jur dica ou territorial”.
De acordo com a Lei 9.784/99, ser permitida, “em ar ter e ep iona e por motivos re-
levantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a
órg o hierarqui amente inferior”
MOTIVO: O motivo, também chamado de causa, é a situação de direito ou de fato que determina
ou autoriza a realização do ato administrativo.
O motivo pode estar previsto em lei, caso em que será um elemento vinculado; ou po-
de ser deixado a critério do administrador, quando teremos um ato discricionário.
Pela Teoria dos Motivos Determinantes, não importa se deve haver ou não a motivação do
ato administrativo, pois o administrador fica vinculado aos motivos declarados para a
prática do ato. Uma vez feita a motivação ou o motivo declarado, existiu e é verdadeiro ou o ato
é nulo.
2. Di Pietro afirma que: “A presunção de veracidade diz respeito aos fatos; em decor-
rência desse atributo, presumem-se verdadeiros os fatos alegados pela Adminis-
tração. Assim ocorre com relação às certidões, atestados, declarações, informa-
ões por e a forne idos, todos dotados de fé pú i a”
Desdobra-se EM:
TIPICIDADE: o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei co-
mo aptas à produção de efeitos.
Gerais: são aqueles que possuem caráter geral e abstrato, sem destinatário determinado.
Individuais: são aqueles que possuem destinatários certos e determinados.
Atos de império: são aqueles praticados pela administração pública com o uso de sua su-
premacia.
Atos de gestão: são aqueles praticados pela administração em condições de igualdade
com o administrado (são regidos pelo direito privado).
Atos de expediente: são os atos de rotina interna, sem cunho decisório.
Atos vinculados: quando o administrador não tem liberdade de escolha diante de uma si-
tuação.
Atos discricionários: quando o administrador possui certa liberdade de escolha sempre
dentro dos limites da lei.
QUANTO À FORMAÇÃO DA VONTADE: atos simples, complexo e composto.
OBSERVAÇÃO:
Normativos
Ordinatórios
Negociais
Enunciativos
Punitivos
ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS
ATOS NORMATIVOS:
Decreto;
Instrução normativa;
Regimento;
Resolução
Deliberação.
ATOS ORDINATÓRIOS:
Instrução;
Circular;
Aviso;
Portaria;
Ordem de serviço;
Despacho;
Ofício.
ATOS NEGOCIAIS:
Licença;
Autorização;
Permissão;
Admissão;
Aprovação;
Homologação;
Visto;
Dispensa.
Observações:
ATOS ENUNCIATIVOS
Certidão;
Atestado;
Parecer;
Apostila.
ATOS PUNITIVOS
Impõe sansão
Multa;
Interdição de atividades;
Destruição de coisas.
1. Anulação;
2. Revogação;
3. Cassação;
4. Caducidade;
5. Contraposição ou derrubada;
6. Renúncia.
Qualquer ato administrativo pode ser anulado, vinculado ou discricionário, porque mesmo neste
os elementos de validade devem estar presentes.
SÚMULA 473 DO STF: “a Administra o pode ANULAR seus próprios atos, quando ei-
vados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou RE-
VOGÁ-LOS, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos ad-
quiridos, e ressa vada, em todos os asos, a apre ia o judi ia ”.
A administração pública federal tem o prazo de 5 ANOS para anular os atos administrativos com
efeitos favoráveis ao destinatário, desde que não haja má fé.
REVOGAÇÃO: a revogação é a extinção de ato administrativo válido ou de seus efeitos por ra-
zões de conveniência e oportunidade, em face do interesse público.
A competência para revogar é privativa da administração e não depende de provocação, não sen-
do permitido ao poder judiciário, no exercício da função jurisdicional, fazê-lo.
LEI 9.784/99 - Art. 53: A Administração deve anular seus próprios atos, quando eiva-
dos de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportuni-
dade, respeitados os direitos adquiridos.
Atos vinculados;
Atos consumados;
Atos que integram um procedimento administrativo;
Atos Declaratórios/enunciativos;
Atos que geraram direitos adquiridos.
É ato vinculado, pois a cassação somente poderá ocorrer nas hipóteses definidas em lei;
Trata-se de ato sancionatório, pois tem como fundamento as faltas cometidas pelo be-
neficiário do ato.
RENÚNCIA: Ocorre pela vontade do beneficiário de desistir do ato administrativo, ou seja, não
irá mais desfrutar de uma vantagem por escolha pessoal e então o ato se extingue.
Sanável, quando estiver nos elementos Forma e Competência, desde que não seja competên-
cia exclusiva ou forma essencial do ato.
Art. 55 da lei 9784/99: Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao inte-
resse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis
poderão ser convalidados pela própria Administração.
Espécies de Convalidação:
Conversão >> Retira à parte inválida e acrescenta uma outra parte válida.
Todos os atos administrativos são passíveis de controle judicial, incluindo os atos dis-
cricionários. A ressalva é que, nos atos discricionários, o Poder Judiciário não poderá invadir o
mérito legitimamente valorado pela Administração.
ATOS CONCRETOS: Os que dispõem para um único e específico caso, esgotando-se nesta única
aplicação. Exemplo: a exoneração de um funcionário. (QUADRIX).
ATOS ABSTRATOS: Os que preveem reiteradas e infindas aplicações, as quais se repetem cada
vez que ocorra a reprodução da hipótese neles prevista, alcançando um número indeterminado e
indeterminável de destinatários. Exemplo: o regulamento cujas disposições colherão sempre no-
vos casos tipificáveis em seu modelo abstrato.
PODERES ADMINISTRATIVOS
1. Poder Vinculado
2. Poder Discricionário
3. Poder Hierárquico
4. Poder Regulamentar
5. Poder Disciplinar
6. Poder de polícia
1. Poder-Dever de Agir
2. Dever de Eficiência
3. Dever de Probidade
4. Dever de Prestar Contas
Nas palavras de Di Pietro, Embora o vocábulo poder dê a impressão de que se trata de faculdade
da Administração, na realidade trata-se de poder-dever, já que reconhecido ao poder público
para que o exerça em benefício da coletividade; os poderes são, pois, irrenunciáveis.
PODER VINCULADO
É aquele em que não há margem de escolha para tomada de decisão do agente, ou se-
ja, a Administração tem o dever de agir de determinada forma, sendo-lhe vedada
qualquer análise quanto à conveniência ou oportunidade dos atos a serem praticados.
Exemplo: É o caso, por exemplo, do agente de trânsito que, atuando nesta qualidade,
presencia uma infração de trânsito. Ele tem o poder-dever de multar o infrator, não
podendo analisar se é ou não conveniente, se é ou não oportuna à autuação.
PODER DISCRICIONÁRIO
PODER HIERÁRQUICO
É o poder de que dispõe o Executivo para organizar e distribuir as funções de seus ór-
gãos, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de
pessoal. O poder hierárquico tem como objetivo ordenar, coordenar, controlar e corri-
gir as atividades administrativas, no âmbito interno da Administração Pública. Do po-
der hierárquico são decorrentes certas faculdades implícitas ao superior, tais como dar
ordens e fiscalizar o seu cumprimento, delegar e avocar atribuições e rever atos dos
inferiores.
Lei 9784/99, Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimen-
to legal, DELEGAR parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não
lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de
índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Lei 9784/99, Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes
devidamente justificados, a AVOCAÇÃO temporária de competência atribuída a órgão
hierarquicamente inferior.
Fiscaliza;
Ordena;
Controla;
Avoca;
Delega;
Aplica Sanção.
OBS:
1. Delegação: Tanto no sentido vertical como horizontal (não precisa haver hierarquia, ne-
cessariamente).
2. Avocação: Apenas no sentido Vertical (precisa haver hierarquia, necessariamente).
PODER DISCIPLINAR
1. Aplica sanções aos servidores e aos particulares que tenham algum vínculo com
a administração pública.
2. Pune internamente as infrações funcionais de seus servidores (aqui deriva do
poder hierárquico);
Pune infrações administrativas cometidas por particulares a ela ligados mediante
algum vínculo jurídico específico (por ex, a administração punindo um particular
que tenha celebrado contrato administrativo e tenha descumprido obrigações)
Tal poder é vinculado e discricionário, como assim? Ele é vinculado, pois DEVE
ser apurada a infração, mas é discricionário em relação a como será aplicada.
Conforme Di Pietro: ”Poder disciplinar o que cabe à dministração Pública para apurar infra-
ções e aplicar penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina adminis-
trativa ...)”. Não abrange as sanções impostas a particulares não sujeitos à disciplina
interna da Administração, porque, nesse caso, as medidas punitivas encontram seu fundamen-
to no poder de polícia do Estado. O poder disciplinar se aplica a todos que estão sujeitos à
disciplina da administração, - ainda que inexista hierarquia -, e não somente aos servido-
res que cometem infrações funcionais.
Hely Lopes Meirelles diz que poder disciplinar é a faculdade de punir internamente as infra-
ções funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da
Administração. É uma supremacia especial que o Estado exerce sobre todos aqueles que se vincu-
lam à Administração por relações de qualquer natureza, subordinando-se às normas de funciona-
mento do serviço ou do estabelecimento que passam a integrar definitiva ou transitoriamente.
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo dizem que o Poder Disciplinar está intimamente relacio-
nado com o Poder Hierárquico e traduz-se no poder-dever que possui a Administração de punir
internamente as infrações funcionais de seus servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos
órgãos e serviços da Administração.
PODER REGULAMENTAR
É a prerrogativa conferida à Administração Pública de editar atos gerais para complementar as leis
e possibilitar sua efetiva aplicação. Seu alcance é apenas de norma complementar à lei;
não pode, pois, a Administração, alterá-la a pretexto de estar regulamentando-a. Se o
fizer, cometerá abuso de poder regulamentar, invadindo a competência do Legislativo.
OBS: O Poder regulamentar serve apenas para EXPLICAR, COMENTAR ou COMPLEMENTAR a lei.
Não pode RESTRINGIR, ALTERAR e nem AMPLIAR a lei. (GRAVE ESSES VERBOS).
LEMBRE-SE: só a LEI INOVA NA ORDEM JURÍDICA, ou seja, só ela cria direitos e obri-
gações!!!
O poder regulamentar, em regra, não pode inovar na ordem jurídica, ou seja, não pode
criar direitos e obrigações. Contudo, os regulamentos podem criar as chamadas obri-
gações secundárias, subsidiárias, derivadas, que são aquelas que decorrem de uma
obrigação primária.
PODER DE POLÍCIA
PODER DE POLÍCIA, segundo Hely Lopes Meirelles, é a faculdade de que dispõe a Ad-
ministração Pública para condicionar ou restringir o uso ou gozo de bens, atividades e
direitos individuais, em beneficio da coletividade ou do próprio Estado.
Segurança Pública;
Saúde Pública;
Meio Ambiente;
Trânsito.
É importante ressaltar que o exercício do poder de polícia deve ser sempre pautado
pelos princípios da legalidade, proporcionalidade, razoabilidade e respeito aos direitos
individuais. Além disso, os agentes públicos encarregados de exercer esse poder de-
vem agir de forma imparcial e justa, evitando abusos e garantindo a proteção dos di-
reitos dos cidadãos. Em caso de discordância ou conflito em relação às medidas toma-
das pelo poder de polícia, os cidadãos têm o direito de recorrer aos órgãos judiciais
para buscar soluções adequadas.
De acordo com o conceito clássico ligado à concepção liberal do século XVIII, o poder de po-
lícia envolvia a atividade do Estado que limitava o exercício dos direitos individuais em favor da
segurança;
Pelo conceito moderno, adotado no direito brasileiro, o poder de polícia é a atividade do Es-
tado consistente em Limitar o exercício dos direitos individuais em beneficio do interesse público.
Conforme Di Pietro, o poder de polícia abrange: Regulamentação de leis; Controle preventivo
(ordens, notificações, licenças ou autorizações); e Controle repressivo (imposição de medidas
coercitivas).
Com efeito, a aplicação de restrições deve ocorrer sempre nos limites previstos em lei, medi-
ante adequada motivação e respeitando o devido processo legal.
O exercício do poder de polícia abrange qualquer área de interesse coletivo, inserindo-se nos mais
diversos setores, como a segurança pública, a ordem pública, higiene, saúde pública, meio ambi-
ente, urbanismo, trânsito, defesa do consumidor, patrimônio cultural, propriedade, etc.
LEGISLAÇÃO (ORDEM): Edição das normas de polícia, como as leis (poder de polícia
em sentido amplo) e os regulamentos e demais atos normativos;
CONSENTIMENTO: Anuência prévia do poder público para que o administrado possa
exercer legitimamente determinadas atividades;
FISCALIZAÇÃO: Controle realizado para averiguar se a legislação de polícia e as regras
de consentimento estão sendo observadas;
SANÇÃO: Aplicação de penalidades pelo descumprimento das normas de polícia e das
condições do consentimento.
REGRA GERAL: PODER DE POLÍCIA SÓ PODE SER DELEGADO PARA PESSOA JURÍDICA
DE DIREITO PÚBLICO.
EXCEÇÃO 1: As fases de consentimento e fiscalização podem ser delegadas para Pes-
soa Jurídica de direito privado (inclusive particulares).
EXCEÇÃO 2: A fase de sanção pode ser delegada para EP e SEM desde que por lei, ex-
clusivamente prestadoras de serviço público e em regime não concorrencial.
SEGUNDO O STF: "É constitucional a delegação de poder de polícia, por meio de lei, as pesso-
as jurídicas de direito privado integrante da administração pública indireta de capital social majori-
tariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do esta-
do e em regime não concorrencial."
Por outro lado, o poder de polícia delegado ou outorgado é aquele desempenhado pelas en-
tidades da Administração Pública indireta, que receberam tal competência por meio de outorga
legal. Nesse caso, a entidade polícia procede a descentralização por outorga, criando uma entida-
de administrativa para o desempenho de atividade de polícia.
Súmula 561-STJ: Os conselhos regionais de Farmácia possuem atribuição para fiscalizar e au-
tuar as farmácias e drogarias quanto ao cumprimento da exigência de manter profis-
sional legalmente habilitado (farmacêutico) durante todo o período de funcionamento dos
respectivos estabelecimentos.
Súmula 434 do STJ - O pagamento da multa por infração de trânsito não inibe a dis-
cussão judicial do débito.
MACETE:
IMPORTANTE: O Abuso de Poder pode tanto revestir a forma comissiva como a forma
omissiva, porque ambas são capazes de afrontar a lei e causar lesão ao direito indivi-
dual do administrado.
1. Legalidade;
2. Impessoalidade;
3. Moralidade;
4. Publicidade;
5. Eficiência.
PARA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: ela só pode fazer o que a lei autoriza ou determina.
(STRICTU SENSU)
PARA OS PARTICULARES: Pode fazer tudo aquilo que a lei não proibir. (LATO SENSU)
Di Pietro diz que o princípio da legalidade nasceu com o Estado de Direito e constitui
uma das principais garantias de respeito aos direitos individuais.
1. A finalidade é a lei;
2. Princípio da isonomia;
3. Veda a promoção pessoal dos agentes públicos;
4. Agir de forma imparcial;
5. Princípio da imputação volitiva.
Tanto a Administração Pública direta (União, Estados, Municípios e DF) quanto a Indi-
reta (autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista) de-
vem obedecer aos princípios da CF/88 e, consequentemente, será vedada a prática de
nepotismo.
CUIDADO: Primo é parente de 4º grau. Você conta: pais (1º); avós (2º); tios (3º); e
primos (4º).
MORALIDADE: O princípio da moralidade no direito administrativo refere-se à exigência
de que a administração pública atue de acordo com os princípios éticos e morais, além
de obedecer ao cumprimento das leis. Esse princípio visa garantir a integridade, ho-
nestidade e transparência nas ações do poder público.
É sabido que o administrador público tem que ser honesto, tem que ter probidade e,
que todo ato administrativo, além de ser legal, tem que ser moral, sob pena de sua nu-
lidade. Um exemplo de aplicação do princípio da moralidade no direito administrativo é quan-
do um servidor público utiliza recursos públicos para benefício próprio, em vez de usá-los para o
interesse público. Isso pode incluir situações como desvio de verbas, corrupção, nepotismo, entre
outras condutas que vão contra os princípios éticos e morais.
CUIDADO: Processos administrativos tem que ser públicos, entretanto somente de-
terminadas fases processuais.
Artigo 5º, CF: XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de
seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no pra-
zo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja impres-
cindível à segurança da sociedade e do Estado.
EFICIÊNCIA: O princípio da eficiência é o “mais jovem” prin ípio onstitu iona . Foi
incluído no artigo 37 pela Emenda Constitucional 19/98 como decorrência da reforma
gerencial, iniciada em 1995.
1. Modo de atuação do agente público: espera-se a melhor atuação possível, a fim de ob-
ter os melhores resultados.
2. Modo de organizar, estruturar e disciplinar a administração pública: exige-se que
seja a mais racional possível, permitindo que se alcancem os melhores resultados na pres-
tação dos serviços públicos. Nesse segundo contexto, exige-se um novo modelo de gestão:
a Administração Gerencial. Assim, os controles administrativos deixam de ser predomi-
nantemente por processos para serem realizados por resultados.
SÚMULA 473 do STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de ví-
cios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo
de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os
casos, a apreciação judicial.
Art. 2º da Lei 9.784/99: A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princí-
pios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralida-
de, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
1. Adequação;
2. Necessidade;
3. Proporcionalidade.
PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO: Art 50 da lei 9784/99. Os atos administrativos deverão ser
motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
PRINCÍPIO DA TUTELA: ”di que a Administração Pública direta fiscaliza as atividades dos refe-
ridos entes, com o objetivo de garantir a observância de suas finalidades institucionais”.
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA: “ segurança jur dica tem muita relação com a ideia
de respeito à boa-f ”. Se a Administração adotou determinada interpretação como a correta e a
aplicou a casos concretos, não pode depois vir a anular atos anteriores, sob o pretexto de que os
mesmos foram praticados com base em errônea interpretação. Se o administrado teve reco-
nhecido determinado direito com base em interpretação adotada em caráter uniforme
para toda a Administração, é evidente que a sua boa-fé deve ser respeitada. Se a lei
deve respeitar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada, por respeito ao princí-
pio da segurança jurídica, não é admissível que o administrado tenha seus direitos flutuando ao
saber de interpretações jurídicas variáveis no tempo.
O devido processo legal abarca uma série de normas ou princípios constitucionais que asseguram
o direito de ação e o direito de defesa, a saber: ampla defesa, contraditório, juiz natural, publici-
dade dos atos processuais, duração razoável do processo, motivação das decisões, tratamento
paritário conferido às partes envolvidas no processo etc.
1. Teoria da Irresponsabilidade: Quando o Estado não responde pelos danos causados pe-
los seus agentes.
2. Teoria da Responsabilidade Objetiva (Risco Administrativo): O Estado responde in-
dependente de dolo ou culpa do agente. (Pode haver a exclusão ou diminuição da respon-
sabilidade do Estado). Predominante hoje.
Teoria da Responsabilidade Subjetiva (Culpa administrativa): Quando o Estado res-
ponde pelos danos causados pelos seus agentes, desde que comprovado dolo ou culpa.
4. Teoria do Risco Integral: O Estado sempre responderá pelos danos causados pelos seus
agentes, não pode excluir ou atenuar. (EX: Danos nucleares e ambientais)
Art. 37, § 6º DA CF: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado pres-
tadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa quali-
dade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo ou culpa.
Conduta;
Nexo Causal - relação de causalidade;
Dano;
Independe de dolo ou culpa do agente. Ou seja, ocorreu o dano, tem que indenizar o tercei-
ro;
A falta de nexo causal exclui a responsabilidade do Estado.
CUIDADO: A Administração Pública pode responder civilmente pelos danos causados por seus
agentes, ainda que estes estejam amparados por causa excludente de ilicitude penal.
1. É objetiva a responsabilidade civil do Estado pelas lesões sofridas por vítima baleada em ra-
zão de tiroteio ocorrido entre policiais e assaltantes.
2. O Estado possui responsabilidade objetiva nos casos de morte de custodiado em unidade
prisional.
3. O Estado responde objetivamente pelo suicídio de preso ocorrido no interior de estabeleci-
mento prisional.
Agentes de fato:
1. Genérica: responsabilidade subjetiva. Ex.: o Estado não consegue evitar todos os furtos de
carro.
2. Específica: responsabilidade objetiva. Ex.: o Estado tem o dever de vigilância sobre alguém
e não evita o dano.
Constitui-se, assim, uma dupla garantia. A primeira para o particular que terá assegurada a res-
ponsabilidade objetiva, não necessitando comprovar dolo ou culpa do autor do dano; a segunda
para o servidor, que somente responderá perante o ente estatal.
A responsabilidade objetiva independe de dolo ou culpa, porém caso haja alguma cau-
sa excludente de responsabilidade o Estado não será responsável. “Não responder ,
igualmente, quando o dano decorrer de fato exclusivo da vítima, caso fortuito ou força maior e
fato de terceiro, por isso que tais fatores, por não serem agentes do Estado, excluem o nexo cau-
sal.”
A responsabilidade civil constitui uma sanção civil, por decorrer de infração de norma
de direito privado, cujo objetivo é o interesse particular, e, em sua natureza, é com-
pensatória, por abranger indenização ou reparação de dano causado por ato ilícito,
contratual ou extracontratual e por ato lícito.
IMPORTENTE: A Teoria do Risco Social possui como foco da responsabilidade civil a vítima e
não o autor do dano, de modo que a reparação estaria a cargo de toda a coletividade, dando en-
sejo ao que se denomina de socialização dos riscos – sempre com o intuito de que o lesado não
deixe de merecer a justa reparação pelo dano sofrido.
O Supremo Tribunal Federal (STF) definiu que há responsabilidade civil objetiva (de-
ver de indenizar danos causados independente de culpa) das empresas que prestam
serviço público mesmo em relação a terceiros, ou seja, aos não usuários.
Tratando-se de ato omissivo do poder público, a responsabilidade civil por tal ato
é subjetiva, pelo que exige dolo ou culpa, esta numa de suas três vertentes, a negligência, a
imperícia ou a imprudência, não sendo, entretanto, necessário individualizá-la, dado que
pode ser atribuída ao serviço público, de forma genérica, a falta do serviço. Nesse tipo de respon-
sabilidade - subjetiva -, além de ser necessária a comprovação da conduta, do dano e da existên-
cia do nexo de causalidade, a pessoa lesada deve comprovar o dolo ou culpa do Estado.
Além disso, segue um julgado sobre o assunto para complementar: “Evidenciados o nexo
de causalidade entre o refluxo do esgoto sanitário advindo da tubulação defeituosa da via pública
e os danos materiais e morais causados aos proprietários do imóvel, a culpa da autarquia mu-
nicipal por omissão e negligência na fiscalização e manutenção da rede de esgotos,
impõe-se sua condenação ao pagamento de indenização, em sede de responsabilidade
subjetiva."
INFO 640 DO STJ: Concessionária de rodovia não responde por roubo e seques-
tro ocorridos nas dependências de estabelecimento por ela mantido para a utilização
de usuários.
Atenção! O STF decidiu que nos casos de FURTO há responsabilidade objetiva da con-
cessionária.
EXCEÇÕES:
CAPÍTULO I
§ 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade praticados contra o patri-
mônio de entidade privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de
entes públicos ou governamentais, previstos no § 5º deste artigo.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei consideram-se AGENTE PÚBLICO o agente políti-
co, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra for-
ma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades refe-
ridas no art. 1º desta Lei.
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo
não sendo agente público, induza ou concorra DOLOSAMENTE para a prática do ato de
improbidade.
§ 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato de impro-
bidade administrativa seja também sancionado como ato lesivo à administração públi-
ca de que trata a lei específica.
Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao erário ou que se en-
riquecer ilicitamente estão sujeitos apenas à obrigação de repará-lo até o limite do
valor da herança ou do patrimônio transferido.
Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de que trata o art. 8º desta Lei aplica-se também na
hipótese de alteração contratual, de transformação, de incorporação, de fusão ou de cisão socie-
tária.
CAPÍTULO II
Seção I
I - RECEBER, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra
vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou pre-
sente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação
ou omissão decorrente das atribuições do agente público;
II - PERCEBER vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta
ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no
art. 1° por preço superior ao valor de mercado;
III - PERCEBER vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta
ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao va-
lor de mercado;
VI - RECEBER vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer de-
claração falsa sobre qualquer dado técnico que envolva obras públicas ou qualquer outro serviço
ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens forneci-
dos a qualquer das entidades referidas no art. 1º desta Lei;
XI - INCORPORAR, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;
XII - USAR, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo pa-
trimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.
Seção II
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda pa-
trimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres
das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente:
I - FACILITAR OU CONCORRER, por qualquer forma, para a indevida incorporação ao pa-
trimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, de rendas, de verbas ou de valores inte-
grantes do acervo patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta Lei;
II - PERMITIR OU CONCORRER para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens,
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º
desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
III - DOAR à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins
educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das enti-
dades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamenta-
res aplicáveis à espécie;
VII - CONCEDER benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades le-
gais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XI - LIBERAR verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de
qualquer forma para a sua aplicação irregular;
XIII - PERMITIR que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipa-
mentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das enti-
dades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou
terceiros contratados por essas entidades.
XIV – CELEBRAR contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de servi-
ços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;
XV – CELEBRAR contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação or-
çamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei;
XVI - FACILITAR OU CONCORRER, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimô-
nio particular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos
pela administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a obser-
vância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XVII - PERMITIR OU CONCORRER para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens,
rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada me-
diante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares
aplicáveis à espécie;
XVIII - CELEBRAR parcerias da administração pública com entidades privadas sem a obser-
vância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XX - LIBERAR recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades pri-
vadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua
aplicação irregular;
Seção III
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princí-
pios da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de ho-
nestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes
condutas:
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e
que deva permanecer em segredo, propiciando beneficiamento por informação privile-
giada ou colocando em risco a segurança da sociedade e do Estado;
CAPÍTULO III
Das Penas
§ 2º A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz considerar que, em virtude
da situação econômica do réu, o valor calculado na forma dos incisos I, II e III
do caput deste artigo é ineficaz para reprovação e prevenção do ato de improbidade.
§ 5º No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídicos tutelados por esta Lei, a
sanção limitar-se-á à aplicação de multa, sem prejuízo do ressarcimento do dano e da
perda dos valores obtidos.
§ 6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do dano a que se refere esta Lei
deverá deduzir o ressarcimento ocorrido nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por
objeto os mesmos fatos.
§ 10. Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspensão dos direitos polí-
ticos, computar-se-á retroativamente o intervalo de tempo entre a decisão colegiada e
o trânsito em julgado da sentença condenatória.
CAPÍTULO IV
Da Declaração de Bens
§ 3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de outras sanções cabí-
veis, o agente público que se recusar a prestar a declaração dos bens dentro do prazo
determinado ou que prestar declaração falsa.
CAPÍTULO V
Art. 16. Na ação por improbidade administrativa poderá ser formulado, em caráter
antecedente ou incidente, pedido de indisponibilidade de bens dos réus, a fim de ga-
rantir a integral recomposição do erário ou do acréscimo patrimonial resultante de en-
riquecimento ilícito.
§ 8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por esta Lei, no que for cabível, o regime
da tutela provisória de urgência prevista no Código de Processo Civil.
§ 11. A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar veículos de via terrestre, bens
imóveis, bens móveis em geral, semoventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades
simples e empresárias, pedras e metais preciosos e, apenas na inexistência desses, o bloqueio de
contas bancárias, de forma a garantir a subsistência do acusado e a manutenção da atividade
empresária ao longo do processo.
§ 12. O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens do réu, observará
os efeitos práticos da decisão, vedada a adoção de medida capaz de acarretar prejuízo
à prestação de serviços públicos.
Art. 17. A ação para a aplicação das sanções de que trata esta Lei será proposta
pelo MINISTÉRIO PÚBLICO e seguirá o procedimento comum previsto no Código de
Processo Civil.
§ 4º-A A ação para a aplicação das sanções deverá ser proposta perante o foro do
local onde ocorrer o dano ou da pessoa jurídica prejudicada.
§ 6º-B A petição inicial será rejeitada, bem como quando não preenchidos os requisitos, ou
ainda quando manifestamente inexistente o ato de improbidade imputado.
§ 9º-A Da decisão que rejeitar questões preliminares suscitadas pelo réu em sua contestação
caberá agravo de instrumento.
§ 10-F. Será nula a decisão de mérito total ou parcial da ação de improbidade ad-
ministrativa que:
§ 14. Sem prejuízo da citação dos réus, a pessoa jurídica interessada será intima-
da para, caso queira, intervir no processo.
§ 17. Da decisão que converter a ação de improbidade em ação civil pública caberá agravo
de instrumento.
§ 18. Ao réu será assegurado o direito de ser interrogado sobre os fatos de que
trata a ação, e a sua recusa ou o seu silêncio não implicarão confissão.
§ 20. A assessoria jurídica que emitiu o parecer atestando a legalidade prévia dos atos admi-
nistrativos praticados pelo administrador público ficará obrigada a defendê-lo judicialmente, caso
este venha a responder ação por improbidade administrativa, até que a decisão transite em julga-
do.
§ 3º Para fins de apuração do valor do dano a ser ressarcido, deverá ser realizada a oitiva do
Tribunal de Contas competente, que se manifestará, com indicação dos parâmetros utilizados, no
prazo de 90 (noventa) dias.
Art. 17-C. A sentença proferida nos processos a que se refere esta Lei deverá, além
de observar o disposto no Código de Processo Civil:
g) os antecedentes do agente;
§ 3º Não haverá remessa necessária nas sentenças de que trata esta Lei.
Parágrafo único. Ressalvado o disposto nesta Lei, o controle de legalidade de políticas públi-
cas e a responsabilidade de agentes públicos, inclusive políticos, entes públicos e governamentais,
por danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, históri-
co, turístico e paisagístico, a qualquer outro interesse difuso ou coletivo, à ordem econômica, à
ordem urbanística, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos e ao patrimônio
público e social submetem-se aos termos da lei da ação civil pública de responsabilidade
por danos causados ao meio-ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artís-
tico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
Art. 18. A sentença que julgar procedente a ação fundada nos arts. 9º e 10 desta Lei conde-
nará ao ressarcimento dos danos e à perda ou à reversão dos bens e valores ilicitamente adquiri-
dos, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.
II - no caso de prática de novos atos ilícitos pelo mesmo sujeito, o juiz somará as sanções.
CAPÍTULO VI
Art. 19. CONSTITUI CRIME a representação por ato de improbidade contra agente
público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o de-
nunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efeti-
vam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.
§ 4º A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fatos, confirmada por decisão co-
legiada, impede o trâmite da ação da qual trata esta Lei, havendo comunicação com todos os fun-
damentos de absolvição previstos no Código de Processo Penal.
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, o Ministério Público, de ofício, a re-
querimento de autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o
disposto no art. 14 desta Lei, poderá instaurar inquérito civil ou procedimento investigativo asse-
melhado e requisitar a instauração de inquérito policial.
Parágrafo único. Na apuração dos ilícitos previstos nesta Lei, será garantida ao in-
vestigado a oportunidade de manifestação por escrito e de juntada de documentos
que comprovem suas alegações e auxiliem na elucidação dos fatos.
CAPÍTULO VII
Da Prescrição
Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei prescreve em 8
(oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações perma-
nentes, do dia em que cessou a permanência.
§ 2º O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será concluído no prazo de 365
(trezentos e sessenta e cinco) dias corridos, prorrogável uma única vez por igual período, median-
te ato fundamentado submetido à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme
dispuser a respectiva lei orgânica.
§ 3º Encerrado o prazo previsto no § 2º deste artigo, a ação deverá ser proposta no prazo
de 30 (trinta) dias, se não for caso de arquivamento do inquérito civil.
§ 7º Nos atos de improbidade conexos que sejam objeto do mesmo processo, a suspensão e
a interrupção relativas a qualquer deles estendem-se aos demais.
Art. 23-A. É dever do poder público oferecer contínua capacitação aos agentes pú-
blicos e políticos que atuem com prevenção ou repressão de atos de improbidade ad-
ministrativa.
Art. 23-B. Nas ações e nos acordos regidos por esta Lei, não haverá adiantamento
de custas, de preparo, de emolumentos, de honorários periciais e de quaisquer outras
despesas.
Art. 23-C. Atos que ensejem enriquecimento ilícito, perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação de recursos públicos dos partidos políticos, ou de suas fundações,
serão responsabilizados nos termos da lei especifica.
LEI Nº 9.784, DE 29 DE JANEIRO DE 1999
CAPÍTULO I
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âm-
bito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos
direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislati-
vo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa.
CAPÍTULO II
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o
exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;
CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
DO INÍCIO DO PROCESSO
Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida so-
licitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:
CAPÍTULO V
DOS INTERESSADOS
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que
possam ser afetados pela decisão a ser adotada;
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito
anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio.
CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimen-
to legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que es-
tes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão
de circunstâncias de índole Técnica, Social, Econômica, Territorial ou Jurídica.
(TSE/TJ)
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio ofici-
al.
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devida-
mente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierar-
quicamente inferior.
Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade
íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônju-
ges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.
CAPÍTULO VIII
§ 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver
dúvida de autenticidade.
§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão adminis-
trativo.
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de
funcionamento da repartição na qual tramitar o processo.
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cu-
jo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessa-
do ou à Administração.
Parágrafo único. O prazo de CINCO DIAS pode ser dilatado até o dobro (10 DIAS), medi-
ante comprovada justificação.
CAPÍTULO IX
Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo de-
terminará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de dili-
gências.
II - finalidade da intimação;
§ 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com
aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência
do interessado.
§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições le-
gais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado
em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os
atos de outra natureza, de seu interesse.
CAPÍTULO X
DA INSTRUÇÃO
§ 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à de-
cisão do processo.
Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios
ilícitos.
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o ór-
gão competente poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pú-
blica para manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver preju-
ízo para a parte interessada.
§ 1o A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a fim de
que pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de
alegações escritas.
Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiência de outros órgãos ou entida-
des administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou
representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos.
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do
dever atribuído ao órgão competente para a instrução.
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em do-
cumentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro
órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obten-
ção dos documentos ou das respectivas cópias.
Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender
relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão.
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com an-
tecedência mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização.
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer
deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou compro-
vada necessidade de maior prazo.
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente obtidos
laudos técnicos de órgãos administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo
assinalado, o órgão responsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro
órgão dotado de qualificação e capacidade técnica equivalente.
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias repro-
gráficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de tercei-
ros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem.
Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final elaborará
relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta
de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade competente.
CAPÍTULO XI
DO DEVER DE DECIDIR
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos proces-
sos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua compe-
tência.
CAPÍTULO XI-A
DA DECISÃO COORDENADA
§ 1º Para os fins desta Lei, considera-se decisão coordenada a instância de natureza inte-
rinstitucional ou intersetorial que atua de forma compartilhada com a finalidade de simplificar o
processo administrativo mediante participação concomitante de todas as autoridades e agentes
decisórios e dos responsáveis pela instrução técnico-jurídica, observada a natureza do objeto e a
compatibilidade do procedimento e de sua formalização com a legislação pertinente.
I - De licitação;
Parágrafo único. A participação na reunião, que poderá incluir direito a voz, será deferida por
decisão irrecorrível da autoridade responsável pela convocação da decisão coordenada.
Art. 49-E. Cada órgão ou entidade participante é responsável pela elaboração de documento
específico sobre o tema atinente à respectiva competência, a fim de subsidiar os trabalhos e inte-
grar o processo da decisão coordenada.
Art. 49-F. Eventual dissenso na solução do objeto da decisão coordenada deverá ser mani-
festado durante as reuniões, de forma fundamentada, acompanhado das propostas de solução e
de alteração necessárias para a resolução da questão.
Parágrafo único. Não poderá ser arguida matéria estranha ao objeto da convocação.
IV - registro das orientações, das diretrizes, das soluções ou das propostas de atos gover-
namentais relativos ao objeto da convocação;
CAPÍTULO XII
DA MOTIVAÇÃO
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e
dos fundamentos jurídicos, quando:
CAPÍTULO XIII
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida
sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por
fato superveniente.
CAPÍTULO XIV
Art. 53. A Administração deve ANULAR seus próprios atos, quando eivados de vício
de legalidade, e pode REVOGÁ-LOS por motivo de conveniência ou oportunidade, res-
peitados os direitos adquiridos.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse públi-
co nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser
CONVALIDADOS pela própria Administração.
CAPÍTULO XV
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalida-
de e de mérito.
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias adminis-
trativas, salvo disposição legal diversa.
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de DEZ DIAS o prazo para interposição
de recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão
recorrida.
§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser
decidido no prazo máximo de TRINTA DIAS, a partir do recebimento dos autos pelo
órgão competente.
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente
da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido,
dar efeito suspensivo ao recurso.
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá inti-
mar os demais interessados para que, no prazo de CINCO DIAS ÚTEIS, apresentem
alegações.
I - fora do prazo;
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar,
anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua
competência.
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à situação
do recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações antes da decisão.
Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de
enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente
para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos
semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revis-
tos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circuns-
tâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
DOS PRAZOS
Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, exclu-
indo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos proces-
suais não se suspendem.
CAPÍTULO XVII
DAS SANÇÕES
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão natureza
pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o
direito de defesa.
CAPÍTULO XVIII
Noções introdutórias
Segundo Carvalho Filho, pode-se denominar de controle da Administração Pública “o con-
junto de mecanismos jurídicos e administrativos por meio dos quais se exerce o poder
de fiscalização e revisão da atividade administrativa em qualquer das esferas de Po-
der”.
Por sua vez, Di Pietro dispõe que o controle da Administração Pública pode ser definido como
“o poder de fis a i a o e orre o que so re e a e er em os órg os dos Poderes Judi-
ciário, Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de sua atua-
o om os prin ípios que he s o impostos pe o ordenamento jurídi o”.
Controle interno
Pontua Hely Lopes Meirelles que o controle interno é todo aquele realizado pela entidade ou
órgão responsável pela atividade controlada, no âmbito da própria Administração. Dessa
forma, o controle realizado pelo Poder Executivo sobre seus serviços e agentes é considerado in-
terno. Da mesma forma, será interno o controle realizado pelo Legislativo ou Judiciário, por seus
órgãos administrativos, no exercício de suas funções atípicas de administrar.
Na CF/88, o controle interno encontra-se disciplinado especialmente no art. 74, que impõe que os
Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário mantenham, de forma integrada, sistema
de controle interno com a finalidade de:
Controle externo
O controle externo é aquele realizado por um Poder sobre os atos administrativos pra-
ticados por outro Poder.
Nesse contexto, podemos exemplificar o controle externo quando o Poder Judiciário anula um ato
administrativo do Poder Executivo; quando o Congresso Nacional susta os atos normativos do Po-
der Executivo que exorbitem do poder regulamentar; quando o Congresso Nacional julga as con-
tas prestadas anualmente pelo Presidente da República; quando o Senado Federal aprova a esco-
lha do Presidente e dos dirigentes do Banco Central; quando o Tribunal de Contas da União julga
as contas dos administradores e demais responsáveis por recursos públicos.
Controle popular
Patrimônio público não pertence aos administradores, mas à população. É por isso que um dos
princípios basilares da Administração Pública é o princípio da indisponibilidade do interesse públi-
co. Por conseguinte, o texto constitucional apresenta diversos dispositivos que facultam o controle
popular, seja ele exercido diretamente ou por meio dos órgãos com essa função institucional.
Nesse contexto, o §3º, art. 37, CF, dispõe que a lei disciplinará as formas de participação do usu-
ário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: as reclamações relativas
à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimen-
to ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; o acesso dos
usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, com exceção das res-
salvas previstas no próprio texto constitucional; a disciplina da representação contra o exercício
negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.
Outro exemplo consta no art. 74, §2º, da Constituição que prevê que “qualquer cidadão, par-
tido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar
irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União”.
Controle hierárquico
O controle hierárquico se observa quando há o escalonamento vertical de órgãos, situação em
que os órgãos inferiores encontram-se subordinados aos superiores. Por conseguinte, os órgãos
de cúpula possuem controle pleno sobre os subalternos, sem precisar de uma lei ou outra norma
específica para lhe outorgar a competência de controle.
Nesse contexto, o controle hierárquico possui quatro características principais: é pleno, pois
abrange o mérito e a legalidade; é permanente, uma vez que pode ser exercido a qualquer
tempo; é absoluto, porque independe de previsão legal e será sempre um controle interno,
uma vez que ocorre no âmbito da mesma Administração.
Controle finalístico
É o controle exercido pela Administração Direta sobre a Indireta, ou seja, é aquele em
que não existe hierarquia, mas vinculação. Segundo Hely Lopes Meirelles, o controle finalís-
tico é o que a norma legal estabelece para as entidades autônomas, indicando a autoridade con-
troladora, as faculdades a serem exercitadas e as finalidades objetivadas. Por esse motivo, trata-
se de um controle que será sempre limitado e externo.
Como não há hierarquia na relação, esse controle é bem menos amplo que o controle hierárquico,
ocorrendo dentro dos limites previstos em lei. Vale dizer, enquanto o controle hierárquico é
amplo e independe de previsão legal, o controle finalístico depende de previsão legal,
que estabelecerá as hipóteses e os limites de atuação.
Em geral, este tipo de controle é exercido pela própria Administração que executou o ato. Assim,
em regra, somente o Poder que editou um ato administrativo poderá exercer o controle do mérito
desse ato. Isso porque o mérito se expressa em um ato válido, sendo que o seu desfa-
zimento se faz pela revogação.
Todavia, não se deve confundir mérito com discricionariedade. O Poder Judiciário pode sim
analisar os atos discricionários, verificando se eles encontram-se dentro dos parâmetros definidos
na lei e no Direito. Se, eventualmente, um ato discricionário mostrar-se desarrazoado ou despro-
porcional, o Poder Judiciário poderá anulá-lo em virtude de sua ilegalidade ou ilegitimidade.
Conforme Hely Lopes Meirelles “Controle administrativo é todo aquele que o Executivo e
os órgãos de administração dos demais Poderes exercem sobre suas próprias ativida-
des, visando a mantê-los dentro da lei, segundo as necessidades do serviço e as exi-
gências técnicas e econômicas de sua realização, pelo quê é um controle de legalidade
e mérito”.
Súmula 473: A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de ví-
cios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressal-
vada, em todos os casos, a apreciação judicial.
TUTELA: É basicamente o controle que Administração Direta faz sobre a indireta; Não
há hierarquia; Depende de Lei, já que essa que vai permitir tanto a criação da entidade
como definir a sua área de atuação.
AUTOTUTELA: Administração pode Anular seus próprios atos quando forem Ilegais; ou
a Administração pode Revogar seus atos a critérios de conveniência e oportunidade;
HÁ HIERARQUIA.
Controle legislativo
O controle exercido pelo Poder Legislativo sobre a Administração Pública costuma ser chamado de
controle legislativo. Esse controle ocorre em qualquer esfera de governo, seja federal, estadu-
al, distrital ou municipal.
Inicialmente, devemos observar que o Poder Legislativo também realiza o controle interno sobre
os seus próprios atos. Nesse caso, o órgão nada mais está fazendo do que o controle administra-
tivo sobre o exercício de sua função atípica de administrar.
Assim, chama-se de controle legislativo somente o exercício da função típica de fiscalização que o
Poder Legislativo exerce sobre os atos dos demais poderes, sobremaneira do Poder Executivo e de
sua Administração Indireta.
1. Sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos
limites de delegação legislativa;
2. Julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios
sobre a execução dos planos de governo;
3. Fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Execu-
tivo, incluídos os da administração indireta;
4. Competência da Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comis-
sões, para convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subor-
dinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre as-
sunto previamente determinado;
5. Competência das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal para encaminhar
pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a quaisquer titulares de órgãos di-
retamente subordinados à Presidência da República;
6. Exercer, com o auxílio do Tribunal de Contas da União, a fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial da Administração Pública federal, mediante controle
externo;
Parágrafo único. Prestarão contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que
utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos
quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio
do TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante
parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimen-
to;
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a
qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressal-
vadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessó-
rio;
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas
Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, finan-
ceira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e ins-
peções realizadas;
Controle Judicial
Em primeiro lugar, este é um controle de legalidade e legitimidade. Isso não significa que ele
se limite estritamente ao texto da lei, pois cabe ao Judiciário analisar a observância dos princípios
administrativos, como a moralidade, razoabilidade e proporcionalidade.
Assim, diante de um ato ilegal, ilegítimo ou imoral, caberá ao Poder Judiciário anular o
ato administrativo. Por outro lado, não é possível analisar o mérito, ou seja, o juízo de
conveniência e oportunidade do agente público.
Por fim, sabemos que o controle judicial só ocorre quando provocado, ou seja, não po-
de o Poder Judiciário anular um ato ilegal de ofício, pois é necessário que alguém, ou
alguma instituição, dê início à ação judicial com essa finalidade.
1. Ação popular;
2. Ação civil pública;
3. Mandado de injunção;
4. Mandado de segurança;
5. Habeas data;
6. Ação de improbidade administrativa.
CUIDADO: O controle ministerial é o exercido pelos Ministérios sobre os órgãos de sua es-
trutura administrativa E também sobre as pessoas da Administração Indireta federal.
Naquele caso o controle é interno e por subordinação e neste é externo e por vinculação.
LEI Nº 8.987, DE 13 DE FEVEREIRO DE 1995.
SERVIÇOS PÚBLICOS
Capítulo I
II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder conce-
dente, mediante licitação, na modalidade concorrência ou diálogo competitivo, a pessoa jurídica
ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e
risco e por prazo determinado;
Capítulo II
DO SERVIÇO ADEQUADO
Capítulo III
III - obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre vários prestadores
de serviços, quando for o caso, observadas as normas do poder concedente.
VI - contribuir para a permanência das boas condições dos bens públicos através
dos quais lhes são prestados os serviços.
Serviços públicos próprios: são aqueles que se relacionam intimamente com as atri-
buições do Poder Público (segurança, polícia, higiene, saúde pública, judiciário etc.) e
para a execução dos quais a Administração usa da sua supremacia sobre os adminis-
trados. Por esta razão, só devem ser prestados por órgãos ou entidades públicas, em
regra sem delegação a particulares.
Serviços Públicos Impróprios: serviços públicos impróprios são aqueles que satisfazem
os interesses da comunidade, porém não são atividades típicas do Estado, são de utili-
dade pública, podendo ser feito por particulares sem delegação. Obs.: quando esse
serviço for prestado por particular, sem qualquer delegação, ou pelo terceiro setor,
não será considerado serviço público, mas serviço de utilidade pública.
Capítulo IV
DA POLÍTICA TARIFÁRIA
Art. 9o A tarifa do serviço público concedido será fixada pelo preço da proposta
vencedora da licitação e preservada pelas regras de revisão previstas nesta Lei, no
edital e no contrato.
§ 1o A tarifa não será subordinada à legislação específica anterior e somente nos casos ex-
pressamente previstos em lei, sua cobrança poderá ser condicionada à existência de serviço públi-
co alternativo e gratuito para o usuário.
§ 4o Em havendo alteração unilateral do contrato que afete o seu inicial equilíbrio econômi-
co-financeiro, o poder concedente deverá restabelecê-lo, concomitantemente à alteração.
Art. 10. Sempre que forem atendidas as condições do contrato, considera-se mantido seu
equilíbrio econômico-financeiro.
Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder conce-
dente prever, em favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade de outras fontes
provenientes de receitas alternativas, complementares, acessórias ou de projetos associados, com
ou sem exclusividade, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas.
Art. 13. As tarifas poderão ser diferenciadas em função das características técni-
cas e dos custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos de
usuários.
Capítulo V
DA LICITAÇÃO
Art. 14. Toda concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra
pública, será objeto de prévia licitação, nos termos da legislação própria e com obser-
vância dos princípios da legalidade, moralidade, publicidade, igualdade, do julgamento
por critérios objetivos e da vinculação ao instrumento convocatório.
Art. 17. Considerar-se-á desclassificada a proposta que, para sua viabilização, necessite de
vantagens ou subsídios que não estejam previamente autorizados em lei e à disposição de todos
os concorrentes.
§ 2o Inclui-se nas vantagens ou subsídios de que trata este artigo, qualquer tipo de trata-
mento tributário diferenciado, ainda que em consequência da natureza jurídica do licitante, que
comprometa a isonomia fiscal que deve prevalecer entre todos os concorrentes.
Art. 18. O edital de licitação será elaborado pelo poder concedente, observados,
no que couber, os critérios e as normas gerais da legislação própria sobre licitações e
contratos e conterá, especialmente:
Art. 18-A. O edital poderá prever a inversão da ordem das fases de habilitação e
julgamento, hipótese em que:
Art. 20. É facultado ao poder concedente, desde que previsto no edital, no interes-
se do serviço a ser concedido, determinar que o licitante vencedor, no caso de consór-
cio, se constitua em empresa antes da celebração do contrato.
Art. 22. É assegurada a qualquer pessoa a obtenção de certidão sobre atos, con-
tratos, decisões ou pareceres relativos à licitação ou às próprias concessões.
Capítulo VI
DO CONTRATO DE CONCESSÃO
§ 1o Para fins de obtenção da anuência de que trata o caput deste artigo, o pretendente
deverá:
Art. 27-A. Nas condições estabelecidas no contrato de concessão, o poder concedente autori-
zará a assunção do controle ou da administração temporária da concessionária por seus financia-
dores e garantidores com quem não mantenha vínculo societário direto, para promover sua rees-
truturação financeira e assegurar a continuidade da prestação dos serviços.
II - indicar os membros do Conselho Fiscal, a serem eleitos pelos acionistas ou quotistas con-
troladores em Assembleia Geral;
III - exercer poder de veto sobre qualquer proposta submetida à votação dos acionistas ou
quotistas da concessionária, que representem, ou possam representar, prejuízos aos fins previstos
no caput deste artigo;
Art. 28-A. Para garantir contratos de mútuo de longo prazo, destinados a investimentos rela-
cionados a contratos de concessão, em qualquer de suas modalidades, as concessionárias pode-
rão ceder ao mutuante, em caráter fiduciário, parcela de seus créditos operacionais futuros, ob-
servadas as seguintes condições:
I - o contrato de cessão dos créditos deverá ser registrado em Cartório de Títulos e Docu-
mentos para ter eficácia perante terceiros;
II - sem prejuízo do disposto no inciso I do caput deste artigo, a cessão do crédito não terá
eficácia em relação ao Poder Público concedente senão quando for este formalmente notificado;
III - os créditos futuros cedidos nos termos deste artigo serão constituídos sob a titularidade
do mutuante, independentemente de qualquer formalidade adicional;
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, serão considerados contratos de longo prazo
aqueles cujas obrigações tenham prazo médio de vencimento superior a 5 (cinco) anos.
Capítulo VII
V - homologar reajustes e proceder à revisão das tarifas na forma desta Lei, das
normas pertinentes e do contrato;
VII - zelar pela boa qualidade do serviço, receber, apurar e solucionar queixas e
reclamações dos usuários, que serão cientificados, em até trinta dias, das providências
tomadas;
XI - incentivar a competitividade; e
XII - estimular a formação de associações de usuários para defesa de interesses
relativos ao serviço.
Art. 30. No exercício da fiscalização, o poder concedente terá acesso aos dados
relativos à administração, contabilidade, recursos técnicos, econômicos e financeiros
da concessionária.
Parágrafo único. A fiscalização do serviço será feita por intermédio de órgão técnico do po-
der concedente ou por entidade com ele conveniada, e, periodicamente, conforme previsto em
norma regulamentar, por comissão composta de representantes do poder concedente, da conces-
sionária e dos usuários.
Capítulo VIII
I - prestar serviço adequado, na forma prevista nesta Lei, nas normas técnicas
aplicáveis e no contrato;
III - prestar contas da gestão do serviço ao poder concedente e aos usuários, nos
termos definidos no contrato;
VII - zelar pela integridade dos bens vinculados à prestação do serviço, bem como
segurá-los adequadamente; e
Capítulo IX
DA INTERVENÇÃO
Art. 32. O poder concedente poderá intervir na concessão, com o fim de assegurar
a adequação na prestação do serviço, bem como o fiel cumprimento das normas con-
tratuais, regulamentares e legais pertinentes.
Parágrafo único. A intervenção far-se-á por decreto do poder concedente, que con-
terá a designação do interventor, o prazo da intervenção e os objetivos e limites da
medida.
Capítulo X
DA EXTINÇÃO DA CONCESSÃO
Art. 39. O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da concessi-
onária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente,
mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim.
Parágrafo único. Os serviços prestados pela concessionária não poderão ser inter-
rompidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em julgado.
Capítulo XI
DAS PERMISSÕES
Capítulo XII
Art. 41. O disposto nesta Lei não se aplica à concessão, permissão e autorização
para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens.
Art. 42. As concessões de serviço público outorgadas anteriormente à entrada em vigor des-
ta Lei consideram-se válidas pelo prazo fixado no contrato ou no ato de outorga, observado o dis-
posto no art. 43 desta Lei.
§ 2o As concessões em caráter precário, as que estiverem com prazo vencido e as que esti-
verem em vigor por prazo indeterminado, inclusive por força de legislação anterior, permanecerão
válidas pelo prazo necessário à realização dos levantamentos e avaliações indispensáveis à orga-
nização das licitações que precederão a outorga das concessões que as substituirão, prazo esse
que não será inferior a 24 (vinte e quatro) meses.
Art. 43. Ficam extintas todas as concessões de serviços públicos outorgadas sem
licitação na vigência da Constituição de 1988.
Parágrafo único. Ficam também extintas todas as concessões outorgadas sem licitação ante-
riormente à Constituição de 1988, cujas obras ou serviços não tenham sido iniciados ou que se
encontrem paralisados quando da entrada em vigor desta Lei.
Art. 44. As concessionárias que tiverem obras que se encontrem atrasadas, na data da pu-
blicação desta Lei, apresentarão ao poder concedente, dentro de cento e oitenta dias, plano efeti-
vo de conclusão das obras.
Parágrafo único. Caso a concessionária não apresente o plano a que se refere este artigo ou
se este plano não oferecer condições efetivas para o término da obra, o poder concedente poderá
declarar extinta a concessão, relativa a essa obra.