Revista TecSportsJournal - v01 - n03 - 2023
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Revista Tec Esportes/ Tec Sports Journal
Revista TEC Esportes v.01, nº 03, Ano 2023.
Centro Paula Souza – Etec de Esportes/ Fatec de Esportes
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Revista TEC Esportes v.01, nº 03, Ano 2023.
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Apresentação da Revista
A Revista TEC ESPORTES (TEC Sports Journal) teve sua concepção apoiadas
nas necessidades e oportunidades de apresentar um periódico que esteja vinculado ao
Curso de Organização Esportiva da Etec de Esportes e, também, da Fatec de Esportes
do Centro Paula Souza. Desta maneira, o objetivo é oportunizar a publicação de
trabalhos científicos e acadêmicos de áreas do conhecimento vinculados ao esporte,
educação, cultura, inclusão social, organização esportiva, atividade física, gestão
administrativa e pedagógica, economia tecnologias tanto no Ensino Técnico como
Ensino Superior, gestão desportiva e de lazer e a educação física doravante, nos
diferentes contextos presentes e alinhados enquanto fenômeno sociocultural da
Humanidade.
Sobre a Revista
Contato
Email: [email protected]
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SUMÁRIO
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Editorial
Na atualidade, a atividade física reafirma-se como um conjunto de diversas
práticas, pois possibilita a transformação do sujeito, convocando-o a um tempo a ser
conquistado para a expressão das suas corporalidades e subjetividadescontribuindo,
portanto, para a aquisição de um novo sentido para sua experiência de ser e estar,
resultando em uma melhor qualidade de vida.
Em uma sociedade desafiadora, marcada pelas consequências póspandemia de
covid-19 principalmente em relação à saúde física e mental, além dos desafios globais
que assolam nossos cotidianos, se faz necessário pensar e refletir sobre as diversas
contribuições que a prática de atividade física, pode proporcionar para o
desenvolvimento humano, em diferentes espaços e contextos.
O presente número oferece um conjunto de seis artigos, que abordam diferentes
aspectos e perspectivas da educação física enquanto ensino-aprendizagem,
manifestaçõesculturais, esportivas e saúde.
No artigo “A importância do estímulo musical nas aulas de natação com bebês
com até 3 anos”, Vanessa de Araújo, Vanessa Matos de Almeida, Vinícius Barroso
Hirota, Claudson Lincoln Beggiato e Maurício de Oliveira, apresentam a análise e
percepção dos pais quanto a ação das canções nas aulas de natação para bebês enquanto
agente motivacional e pedagógico. Ao analisar aulas de natação para bebês, segundo os
autores, as atividades com estímulo musical possibilitam o desenvolvimento de forma
abrangente nas crianças de colo tanto no que se refere ao esquema corporal e a
comunicação.
A evidência, a relevância e a importância de utilizar os jogos e as brincadeiras
tradicionais como estratégia para o resgate da cultura lúdica e folclórica no âmbito
educacional são apresentadas no artigo “Jogos e Brincadeiras Tradicionais como resgate
da cultura lúdica no contexto escolar” dos autores: Adriana Accieri, Alana Noronha
Lourençoni, Rosemary de Fátima Sperandio dos Santos e Igor Aparecido de Andrade,
que evidenciam e relacionam as concepções de brincadeiras tradicionais e a sua
historicidade no contexto cultural brasileiro, os benefícios gerados às crianças na
utilização de jogos e o papel do brinquedo no processo de ensino aprendizagem.
Manifestações populares associadas à cultura negra também ganham espaço no
artigo “A Pedagogia da Ginga, Capoeira na educação física escolar no ensino médio:
um relato de experiência”, Gerson Lima Santos e Agnaldo Silva apresentam o resultado
de um projeto desenvolvido na Etec Parque Belém, que utiliza a capoeira como
instrumento pedagógico nas aulas de educação física no Ensino Médio, onde apresenta-
se a capoeira de forma versátil na comunidade escolar.
Já os autores Elias França, Ronaldo VT dos Santos, Ana Paula Xavier, André
Rinaldi Fukushima, Jeferson Oliveira Santana, Vinícius Barroso Hirota, Claudson
Lincoln Beggiatto, Victor Augusto Ramos Fernandes, Marcelo Rodrigues da Cunha,
Amilton Iatecola e Érico Caperuto, apresentam o artigo “The Molecular Mechanism
Behind Creatine Ergogenic Effect Onalactic, Lactic And Oxidative Physical Activity
Type: A Narrative Review”, em que apresentam a suplementação de creatina (Cr) e seus
benefícios e sua eficiência assim como o mecanismo molecular do Cr no tratamento da
fadiga periférica em exercícios físicos de alta intensidade.
O artigo “Práticas de Lutas no Ambiente Escolar: Intervenção Do Professor De
Educação Física Escolar No Ensino Das Lutas Como Recursos Pedagógicos” do autor
Rubens Pinheiro, aborda as lutas como ferramentas pedagógicas na intervenção do
professor de Educação Física Escolar, contribuindo para a reflexão a evolução no trato
pedagógico, utilizando as lutas como recurso de desenvolvimento global do estudante.
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Para encerrar esse número, os autores Nicolly Müller e Rone Paiano apresentam
o artigo “Crianças refugiadas e atividade física: Os jogos cooperativos como uma
alternativa de integração”, que trata os jogos cooperativos auxiliam na integração de
crianças refugiadas no contexto escolar na cidade de São Paulo.
Com as diversas contribuições registradas nos textos publicados na edição,
convidamos para o diálogo e a reflexão sobre as diferentes práticas e estudos da
educação física e suas contribuições para saúde, bem-estar e desenvolvimento
sociocultural presentes na Revista. Boa leitura!
......
Profa. Dra. Renata Castro Cardias
Diretora da Fatec de Esportes
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Resumo
O presente estudo tem como objetivo analisar a percepção dos pais quanto a ação das
canções nas aulas de natação para bebês, enquanto agente motivacional e pedagógico.
Alguns estudos afirmam que atividades lúdicas podem contribuir de maneira indelével,
ou seja, indestrutível, como reforço no desenvolvimento cognitivo/ linguístico,
psicomotor e sócio-afetivo do bebê. As atividades com estímulo musical permitem que
o bebê conheça melhor a si mesmo, desenvolvendo de forma abrangente o seu esquema
corporal, além de aumentar a comunicação com os demais membros da aula. O estudo
será feito com pais que participam de aulas de natação para bebê de uma a duas vezes
por semana, com frequência efetiva de aula entre seis a doze meses.
Introdução
De acordo com Ried (2023) quando olhamos para o que acontece à borda da
piscina, percebemos que nos encontramos em pleno século XX (quando não no século
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XIX), apesar de as ciências nos proverem com evidências muito claras sobre o que e
como ensinar para promover a competência aquática dos nossos alunos.
Dias (2018) a música é um fator importante para a prática de exercício físico,
principalmente em algumas modalidades, devendo ser incluída no desenvolvimento do
programa de treinamento e iniciação esportiva (de forma mais elaborada com a escolha do
estilo e ritmo musical) para aprimorar o treinamento proposto e não apenas como
entretenimento para ser escolhido aleatoriamente durante o exercicio.
A música é um elemento importante na aula de natação, ela estimula a memória e
aumenta o vocabulário do bebê. A musicalidade traz melhorias na coordenação motora,
noções de ritmo e aprendizagem dos fundamentos como mergulho, flutuação, batimentos de
pernas e braços (LIMA, 2003).
A musicalização é um processo de construção do conhecimento, que tem como
objetivo despertar e desenvolver o gosto musical, favorecendo o desenvolvimento da
sensibilidade, criatividade, senso rítmico, do prazer de ouvir música, da imaginação,
memória, concentração, atenção, autodisciplina, do respeito ao próximo, da socialização e
afetividade, também contribuindo para uma efetiva consciência corporal e de movimentação.
(BRÉSCIA, 2003).
As atividades de musicalização permitem que o bebê conheça melhor a si mesmo,
desenvolvendo sua noção de esquema corporal, e também permitem a comunicação com o
outro. Weigel (1988) e Barreto (2000) afirmam que atividades lúdicas podem contribuir de
maneira indelével, ou seja, indestrutível, como reforço no desenvolvimento cognitivo/
linguístico, psicomotor e sócio-afetivo do bebê.
Fonseca (1995) diz que a estruturação rítmica compreende a capacidade de
memorização e de reprodução, na qual ocorrem os estímulos auditivos para respostas
motoras.
Nas aulas de natação a produção de sons é bastante explorada, ocorrem barulhos como
batimento de pernas, braços, borbulhas e isso são explorados de forma rítmica, lúdica, na qual
associamos as habilidades motoras, manipulativas e deslocamentos.
Desta maneira o estudo visa evidenciar se as canções utilizadas nas aulas de natação
para bebês como estímulo motor, são percebidas pelos pais como um dos principais meios
motivacionais e pedagógicos. Este estudo surgiu pelo fato das pesquisadoras estagiarem no
segmento da natação para bebês, e sua curiosidade em saber sobre a real percepção dos pais
com relação a utilização das músicas como fator estimulante e motivacional para o
desenvolvimento do bebê. Partindo deste princípio, novos estímulos para estudos futuros
devam ocorrer no âmbito das questões que envolvem as capacidades expressivas,
psicomotoras e expressões corporais, que por ventura possa ser abordadas com a mesma
finalidade.
Metodologia
Resultados e Discussões
Do ponto de vista prático, espera-se que o estudo contribua para a ampliação dos
conhecimentos práticos sobre a intervenção musical na pedagogia da natação para bebês. De
outro modo, há de se convir que estudos mais aprofundados sejam de grande valia para
configurar com maior magnitude e evidência os dados coletados.
O estudo pretende demonstrar que o uso da música pode ser um fator de aderência
muito importante para a continuidade das aulas de natação para bebês, bem como um objeto
interessante de acompanhamento e aprimoramento dos profissionais deste ramo.
O bebê não nasce com a capacidade de saber fazer, mas com condições
necessárias para poder fazer, ele nasce com o potencial para aprender a fazer. Estas
mudanças dependem das características de empatia entre o processo pedagógico e as
condições do organismo do bebê submetida a ele, como também do amplo domínio pelo
professor dos conteúdos a serem ensinados. A natação para a primeira infância propicia
a aquisição de sentimento de confiança, respostas adaptativas mais adequadas,
exercitação das destrezas motoras, conhecimento e domínio progressivo do corpo,
socialização entre outros aspectos (BRANDÃO, 1984 apud DAMASCENO, 1997).
No gráfico 1, observou-se que 92 % dos entrevistados constatou a utilização da
música na aula, como um dos fatores que pode contribuir para o aumento do
vocabulário da criança.
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Gráfico 02: Fora das aulas, no momento de lazer da criança, você percebe a lembrança
de alguma situação relacionada com as músicas aplicadas nas aulas?
No Gráfico 03,
3, observamos as opiniões dos pais divididas. Dee alguma maneira
percebem que a sociabilização com outras crianças são estimuladas através da música.
Mussen et.al.(1988) salientam que a imitação seletiva ocorre aos 7 ou 8 meses de
vida, tornando-se
se mais frequente e mais complexa durante os anos seguintes.
Os principais objetivos citados na literatura são o desenvolvimento global do bebê e a
socialização (MARDOMO, 2008; POLI, 2011).
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Gráfico 03: De alguma maneira você percebe que a sociabilização com outras crianças
é facilitada pelas aatividades
tividades estimuladas através da música?
Gráfico 04: Se não houvesse músicas na aula, você acredita que o desempenho e a
aprendizagem seriam os mesmos?
Nesta
esta próxima questão, abordamos se oss estímulos musicais podem ajudar na
sociabilização do bebê com os companheiros de aula. O equilíbrio emocional, uma vez
que se relaciona com outros bebês e outros adultos, favorece a sociabilização
favorecendo a auto-estima.. A afetividade, já que a aula com o filho acaba sendo mais
um momento de intenso convívio e troca de afetividade (LIMA, 2003).
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Gráfico 06: Em se tratando dos pais, você acredita que a música pode ajudar no
controle de sua ansiedade?
Gráfico 07:: Você utiliza as atividades de aula para estimular o seu filho (a) fora das
aulas de natação?
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No gráfico 08 constatou
constatou-se que 75% dos pais, perceberam que os bebês sentem a
falta das aulas, por algum período ausente.
Gráfico 08: Após um determinado período ausente, você percebe que o bebê sente falta
das atividades de aula?
No total,
otal, os pais apresentaram 82% de alto poder de percepção sobre a
importância e efetividade dos estímulos musicais nas aulas de bebês.
Conclusão
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Referências Bibliográficas
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Resumo
O presente artigo tem como objetivo evidenciar a relevância e a importância de utilizar
os jogos e brincadeiras tradicionais como estratégia para o resgate da cultura lúdica e
folclórica no âmbito educacional. Para tanto, foram realizadas pesquisas bibliográficas
com base em autores especialistas sobre jogos e brincadeiras, como Kishimoto (1993,
1998, 2000, 2009 e 2016), Borba (2006), Bomtempo (2000), Brougére (2008),
Friedmann (1996, 1998), entre outros. Em um primeiro momento, foram apresentadas
as concepções de brincadeiras tradicionais e sua historicidade dentro da cultura popular
brasileira. Em seguida foram evidenciados alguns benefícios adquiridos pelas crianças
na utilização de jogos no contexto escolar e o papel do brinquedo na escola como
ferramenta no processo de ensino aprendizagem. Por fim, apresentamos uma breve
abordagem dos direitos do brincar de acordo com as legislações, e a diferença de
acessibilidade entre documentos de apoio da Educação Infantil em relação ao Ensino
Fundamental, para tal, utilizamos como referência a Base Nacional Comum Curricular
(2017). De acordo com as pesquisas realizadas, concluímos que os jogos e as
brincadeiras tradicionais são extremamente importantes para ampliação da cultura
lúdica de cada criança, pois através dessas manifestações culturais as crianças aprendem
significados culturais, locais, regionais e folclóricos, ampliam formas de convivências
sociais e passam de expectadores para protagonistas e transmissores de conhecimentos e
valores relacionados a cultura popular. Entendemos também que é um conteúdo
significativo e pouco abordado por professores polivalentes ficando a cargo de
profissionais especialistas, como por exemplo, docentes de Artes e Educação Física.
the school context and the role of the toy in the school as a tool in the process of
teaching and learning were evidenced. Finally, we presented a brief approach to the
rights of playing according to the laws, and the difference of accessibility among
documents of support of Infant Education in relation to Elementary School, for that, we
use as reference the National Common Curricular Base (2017). According to our
researches, we conclude that traditional games are extremely important for the
expansion of each child's play culture; because through these cultural manifestations,
children learn cultural, local, regional and folkloric meaning, expand forms of social
coexistence, transitioning from spectators to protagonists and transmitters of knowledge
and values related to popular culture. We also understand that it is a significant content
which is little addressed by multipurpose teachers being in charge of expert
professionals, such as teachers of Arts and Physical Education.
Introdução
e o brinquedo é variável. Borba (2006, p. 46) cita um trecho do poema escrito por
Manoel de Barros, na obra “Memórias Inventadas”: [...] Isto porque a gente havia que
fabricar os nossos brinquedos: eram boizinhos de osso, bolas de meia, automóveis de
lata. Também a gente fazia de conta que sapo é boi de sela e viajava de sapo. Outra era
ouvir nas conchas as origens do mundo... Borba (2006), ao citar o poeta Manoel de
Barros, comenta como é ver, pensar e sentir o mundo do ponto de vista da criança.
De acordo com Borba (2006), a brincadeira faz parte de uma experiência cultural
que incrementa valores, habilidades e conhecimentos capazes de formar uma
participação social reinventada pela ação coletiva das crianças. Segundo Vygotsky
(1987) apud Borba (2006, p. 52):
coletivos. Apesar de agregar valores históricos e sociais como herança cultural, a atual
modernidade tem ocasionado uma ruptura na vivência destas práticas, gerando a perda
dos espaços para os recursos tecnológicos, como por exemplo, celulares, tablets,
videogames e também pela violência nas grandes cidades. Desta forma, Brougère
(2008) diz que:
Ainda nesta perspectiva, por não serem abordados com tanta frequência nos
contextos sociais e escolares, os jogos e as brincadeiras tradicionais acabam ficando no
esquecimento, tornando necessário o seu resgate por parte dos educadores, para que
contribuam com a transmissão dos valores e da cultura que englobam esses jogos. Para
tanto, as brincadeiras tradicionais podem ser classificadas como brincadeiras que são
transmitidas oralmente, relacionadas com a cultura popular e com a história, como exara
Kishimoto (2000):
A autora (1998) remete que, para compreender os jogos nos tempos passados é
necessário o auxílio da antropologia, principalmente quando a intensão é distinguir o
jogo em culturas diferentes. Segundo a autora (1998, p. 29) “Comportamentos
considerados como lúdicos apresentam significados distintos em cada cultura” por não
se conhecer a origem desses jogos, já que seus criadores são anônimos.
Compreende-se assim, o contexto histórico como importante meio colaborativo
na formação da criança com construção dos aspectos sociais, físicos e cognitivos
delas.Nessa perspectivaKishimoto (1998), fala do resgate às brincadeiras tradicionais
como registro oral:
Ainda nessa perspectiva, Friedmann (1996, p. 40) diz que “o ser humano faz,
refaz, inova, recupera, retoma o antigo e a tradição, inova novamente, incorpora o velho
no novo e transforma um como poder do outro” pois “em qualquer cultura, tudo é
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O Jogo na Educação
Os jogos de maneira geral fazem parte do cotidiano das crianças, tanto em casa
quanto na escola, sejam jogos tradicionais, jogos de regras, jogos educativos,
simbólicos, cooperativos ou competitivos. Entretanto, por muitas vezes no contexto
escolar, as crianças não possuem autonomia para utiliza-los de maneira livre e lúdica,
conforme Dias (2000):
Kishimoto (2016, p. 13) remete o jogo na educação como uma indagação aos
professores, sobretudo atuantes na Educação Infantil, de como é abordado o jogo na
escola: “Tais experiências são exemplos de jogos ou materiais pedagógicos?”. Nessa
perspectiva, acrescenta:
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Para a autora (2000), o brinquedo como instrumento educativo faz parte desde os
tempos do Renascimento, compreendido como ferramenta que contribui com a
aprendizagem, com o desenvolvimento e a educação das crianças de maneira prazerosa.
Outro ponto relevante dos jogos educativos é permitir que diferentes aspectos como:
cognição, afetividade, o físico e social sejam contemplados concomitantemente.
Sobre o jogo, Friedmann diz que:
Para ela, (1996, p.36) “Vygotsky acredita ser o jogo crucial para o
desenvolvimento cognitivo, pois o processo de criar situações imaginárias leva ao
desenvolvimento do pensamento abstrato. Isso acontece porque novos relacionamentos
são criados no jogo entre significados e objetos e ações.” Além disso, Friedmann,
ressalta que a escola deve continuar a trabalhar os jogos com as crianças, já que essa
atividade é essencial para seu desenvolvimento:
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A escola e o brinquedo
Durante o primeiro e o sexto ano de vida da criança, a maneira com que ela brinca
com os brinquedos vão se modificando com o tempo. A partir disso, Bee (1997, p. 217-
218) menciona que os psicólogos que observaram essas mudanças, descreveram que
houve uma série de etapas ou uma série de estágios que se classificaram como:
brinquedo sensório-motor, que aos 12 meses a criança compreende o objeto a partir de
sua manipulação e exploração; brinquedo construtivo, que por volta dos 2 anos de idade
ou mais, a criança inicia o uso de objetos para construir ou montar coisas; brinquedo de
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faz-de-conta, que o recebedor da ação passa a ser outra pessoa ou até mesmo um
brinquedo, como por exemplo o ato das crianças vestirem e despirem bonecas,
alimentarem seus bonequinhos com alimento imaginário, pentearem o cabelo das
bonecas; brinquedo de faz-de-conta substituto, em que as crianças penteiam o cabelo da
boneca com uma mamadeira, se referindo a um pente e fazendo com que haja um
propósito real no seu objeto de construção; brinquedo sociodramático, que as crianças
na pré-escola também iniciam o desempenho de papéis, podendo ser o “pai e a mãe”,
“mocinhos e bandidos”, “médico e paciente”, “condutor de trem e passageiros”.
Ao desempenhar “papéis ou fingindo ser outra pessoa, as crianças também ficam
cada vez mais conscientes de como as coisas podem parecer para os demais, vindo a
reduzir-se sua abordagem egocêntrica do mundo” (BEE, 1997, p. 218).
Segundo Kishimoto (2000), quando utilizados na Educação Infantil, os jogos
podem assumir a função lúdica e educativa. Na função lúdica, o brinquedo proporciona
divertimento, prazer e desprazer quando escolhido de maneira voluntária. Na função
educativa, o brinquedo contribui com a formação do indivíduo em seus saberes, na sua
percepção de mundo, além de ser usado para ensinar algum conceito.
Ainda na perspectiva da autora (2000), quando a criança brinca de maneira livre
com o brinquedo educativo, as funções lúdica e educativa estão sendo contempladas.
Quando a criança decide dar outra função para o brinquedo educativo, o que está sendo
levado em conta é o lúdico, o imaginário, a criatividade. Diante disso, o brinquedo
educativo propicia momentos de aprendizagem, todavia as crianças podem utilizar estes
brinquedos para adquirirem outros conhecimentos, e talvez não aquele que o professor
pretendia que a criança alcançasse. “O equilíbrio entre as duas funções é o objetivo do
jogo educativo. Entretanto, o desequilíbrio provoca duas situações: não há mais ensino,
há apenas o jogo, quando a função lúdica predomina, ou contrário, quando a função
educativa elimina todo hedonismo, resta apenas o ensino.” (KISHIMOTO, 1998, p. 19).
De acordo com Campagne (1989, p. 113 apud Kishimoto, 1998, p.20), alguns
critérios devem ser considerados na escolha de brinquedos educativos, garantindo o
sentido do jogo.
Sendo assim:
O direito do brincar
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habilidades, para tanto se faz necessário trabalhar a espontaneidade da criança para que
elas se sintam motivadas, pois brincar é um processo de descobertas.
Ao enfatizar alguns comentários de Winnicott (1975), que faz algumas reflexões
sobre o brincar em seu livro O brincar e a Realidade, percebe-se que obrincar tem uma
finalidade vital para o bebê, que possibilita que aprenda a criar e entender sua cultura.
Para ele o brincar da criança é a atividade mais importante que ela realiza e, nesse
sentido, está condicionado em como será esse adulto, se se tornará muito ou pouco feliz.
Desta forma, o autor (1975, p. 26), afirma que: “A mãe no começo, através de uma
adaptação quase completa, propicia ao bebê, de que está, por assim dizer, sob o controle
mágico do bebê.”
Nessa mesma linha, Zatz (2007, p.13) apud Mello (2016, p.7) diz que:
Com sua mãe na hora do banho, da troca ou quando ela o está amamentando, a
criança vai descobrindo o mundo que a cerca, começando a fazer parte do processo de
desenvolvimento como uma ação natural. Winnicott (1975, p. 63), complementa que “O
brincar facilita o crescimento e, portanto, a saúde; o brincar conduz aos relacionamentos
grupais; o brincar pode ser uma forma de comunicação.”
Ao considerar o brincar como parte imprescindível para o crescimento saudável
da criança, torna-se necessário o embasamento que garanta o direito da criança por meio
das legislações e documentos legais.
Com a Declaração Universal dos Direitos das Crianças (1959), vários direitos
foram concebidos às crianças, dentre eles, o direito ao lazer em que se prevê que a
criança deve desfrutar de jogos e brincadeiras e estes devem estar dirigidos para a
educação, ao qual a sociedade e o Estado devam garantir. Essa garantia está enunciada
na Constituição Federal (1988) no art. 208, em que as crianças desde o nascimento até 6
anos de idade terão o atendimento em creches e pré-escolas para que tenham acesso a
aprendizagem, ao conhecimento e o brincar, o que constitui um processo de formação
integral durante a infância.
A legislação brasileira, neste sentido, nos traz também o art. 227 da Constituição
Federal (1988), que diz:
O dever não cabe apenas ao Estado, como citado no artigo é importante que a
família e a sociedade cooperem para que todos esses direitos sejam garantidos pois, a
criança percorre estágios de desenvolvimento e precisa de proteção.
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Considerações Finais
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Referências
BEE, Helen. O Ciclo Vital. Trad. Regina Garcez. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
BOMTEMPO, Edda. “A brincadeira de faz-de-conta: lugar do simbolismo, da
representação, do imaginário”. In: KISHIMOTO, T.M. (Org.). Jogo, brinquedo,
brincadeira e a educação. 4.ed. São Paulo: Cortez, 2000.
BORBA, Angela Meyer. O Cotidiano na Educação Infantil: A brincadeira como
experiências de cultura– In: MEC, 2006. Disponível em:
<http://www.escolasapereira.com.br/arquivos/175810Cotidiano.pdf#page=46>. Acesso
em: 24 jul. 2018.
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BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da
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1998. (volumes 1 e 2).
BRASIL, UNICEF Convenção sobre os Direitos da Criança de 1989.Disponível
em:<https://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10120.html>. Acesso em: 22 set. 2018.
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Resumo
Resultado de um Projeto denominado Pedagogia da Ginga na Etec Parque Belém,
utilizando a capoeira como instrumento pedagógico na quebra de paradigmas nas aulas
de Educação Física Escolar no Ensino Medio, contextualizando todo ou pelo menos
parte desta arte que outrora se disfarçava de dança mas era na realizada uma luta e
atualmente como pode se utilizar de maneira interdisciplinar, multidisciplinar e
transdisciplinar e com tamanha versatilidade alcançar a comunidade escolar.
Introdução
Desde a vinda dos negros, à força, de maneira desumana, retirados de sua terra
natal, em forma de tráfico, esses a sua cultura, costumo mencionar que a capoeira é
gerada na África, mas nasce em solo brasileiro e com toda a resistência entre proibição e
legalização, a chegada da prática desde o ensino infantil até as faculdades e
universidades, como trabalhar com esta ferramenta riquíssima de maneira pedagógica
quebrando paradigmas, preconceitos, utilizando de maneira transversal, transdisciplinar,
multidisciplinar e interdisciplinar nas aulas de Educação Física no ensino médio. Segue
este relato de experiência da prática.
A introdução da capoeira, no ensino médio, para muitos adolescentes, é de um
impacto tremendo, pois o número de componentes curriculares são muitos, e trazendo
para a Educação Física no ensino médio, sendo que esses educandos estavam com uma
cultura de professores,no caso na Educação Física “que rolavam a bola”, poréma
realidade mudou e,em escolas técnicas, o currículo institucional x currículo oculto: “O
currículo determina que conteúdos serão abordadose, ao estabelecer níveis e tipos de
exigências para os graus sucessivos, ordena o tempo escolar”, ordenando também
outros elementos do processo ensino-aprendizagem (SACRISTÁN, 2013, p. 18).
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Justificativa
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
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Dados do projeto
Local: Etec Parque Belém R. Ulisses Cruz, 85 - Belenzinho, São Paulo - SP, 03077-
000.
Cronograma: Apresentação do projeto Quinta-feira dia 28/04/22;
Escolha dos grupos participantes: Sexta-feira 29/04/22;
Ensaio da ginga: Aulas de Educação Física (Professor Gerson) segunda-feira 02/05/22;
Dia da Apresentação: 13/05/22 Horário: Aulas de Educação Física.
Execução do Projeto: Professor Gerson de Lima Santos.
A Pedagogia Da Ginga.
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seja, em que se escolhe um lado para a realização desse movimento; após escolher o
lado, segue uma mão inteira no chão realizando uma pequena flexão de um dos joelhos
conforme o lado escolhido, em seguida, ergue-se o quadril elevando uma perna edepois
a outra, e, no mesmo sentido, a outra mão apoiada no chão gira no próprio eixo e, assim,
terminando em pé novamente, inicia-se em pé e termina-se em pé. A utilização dessa
técnica pode ser também de outra forma, usando uma faixa no chão e explicando o que
é necessário para a prática, se escolher realizar do lado direito, então, primeiro a mão
direita no chão com uma pequena flexão do joelho direito, fazendo a impulsão da perna
esquerda, a elevação do quadril e o giro no próprio eixo, iniciando em pé e terminado
em pé. É um desafio individual, cada um no seu limite, cada um dentro da sua
percepção corporal,entender o movimento, porque algo é a teoria, outra é a prática,
entre a compreensão, o entendimento e a execução são momentos muito diferentes, há
um distanciamento enorme, meus discentes, principalmente, dos 1º anos do curso de
Eventos, ensino médio,sentiram uma dificuldade enorme na execução dessa atividade,
pois é sair da zona de conforto, contudo não é comum em algumas escolas a prática ou o
ensino da capoeira nas aulas de Educação Física, mas se quero ter um diferencial sobre
ensinar o movimento é necessário paciência, diálogo, empatia, e quando conseguem
realizar, ficam felizes e gritam: “Consegui professor!” Alguns são mais afoitos,
afobados, sem paciência e vejo a necessidade de orientar, a fim de evitar lesão; outros
têm paciência, são mais calmos, aguardam as instruções, há aqueles também que são
apáticos desmotivados,não vêm sentido em tal prática, então preciso mostrar o quanto
são capazes de realizarem os movimentos e a importância da prática.
Já os 2º anos do curso de Eventos, ensino médio, são mais extrovertidos, têm
mais autonomia, têm mais responsabilidade, iniciativa ou proatividade, são mais
comprometidos, o que é perceptívelquando tenho aula preparada para alunos do mesmos
anos é a reação das turmas, estas são totalmente diferentes, é evidente como a aula flui
de uma maneira muito leve em determinada turma, e em outra não, sendo que utilizo a
mesma abordagem pedagógica, mas neste ano(pós-pandemia) vejo que com cada turma,
mesmo que o conteúdo seja o mesmo, a abordagem precisa ser diferente e,
assim,entendo o“feeling”de cada turma, então há a percepção após um feedbackde como
entenderam a atividade proposta.O docente precisa dessa percepção, nesse processo de
Ensino-Aprendizagem, então veem os recursos “GLS” giz, lousa, saliva, e também
utilização de outros recursos audiovisuais, tecnológicos, não só a questão do movimento
pelo movimento,todavia fazer sentido a execuçãodesse movimento.
Segundo Mestre Bimba: “A capoeira é paratodos, mas nem todos são para a
capoeira”. O precursor de um sistema, uma metodologia de ensino sobre os movimentos
na roda de capoeira após aprender na infância com um Senhor Negro africano chamado
Bentinho, em Salvador na Bahia, Mestre Bimba organizou a primeira Academia
denominada Luta Regional Baiana, após a libertação dos negros, muitos ficaram
àmargem da sociedade e utilizaram a prática da capoeira de maneira desordenada como:
seguranças e nas esquinas, a ponto de ser proibida no código penal brasileiro.
A prática da capoeira podia ser tratada como vadiagem e, portanto, enquadrava-
se nos artigos 295 e 296, localizados no Capítulo IV, intitulado de Vadios e Mendigos,
do Código Penal do Império do Brasil, de 1830.E assim,Mestre Bimba traz um novo
olhar, um novo prisma, uma óptica para a capoeira, organizando ensinando,
transformando essa prática tão especial em uma ferramenta ampla e didática, quebrando
preconceitos, a ponto da elite da época ir até o Mestre para aprender a capoeira, chega a
ter uma importância tão grande que Mestre Bimba foi convidado a apresentá-laao
Presidente da República daquela época: Getúlio Vargas.Este fica tão maravilhado que
diz o seguinte: “Verdadeiramente, a capoeira é genuinamente brasileira e, a partir de
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então, a prática da capoeira já não será vista como vadiagem e já não fará mais parte do
código penal como algo criminoso, vadio e de mendingos.”
Além de todos os benefícios que a prática proporciona a todos os que queiram
entender a parte histórica, literária, geográfica, física, chegando até as escolas,
faculdades e universidades, quebrando os paradigmas de âmbitos olhares, preconceitos,
hoje, a capoeira é praticada em mais de 169 países, levando essa cultura riquíssima
brasileira para quase todo o planeta. Alguns seguem da execução dos movimentos
separados, como é dito popularmente: desmembrar, dissecar, desconstruir os
movimentos, ou seja, separados como se fossem um grande quebra cabeças e, após unir
e chegar a compreensão, que não deixa de ser uma dança bem elaborada, mas também
pode servir como luta e também como esporte e até entender que na roda de capoeira,
quando dois camaradas estão jogando, não adivinham qual será o próximo movimento,
a partir daí, há uma sinergia e leitura corporal, onde todos batem palmas, cantam, tocam
ao comando do Berimbau, Atabaque, Pandeiro, Agogô, mandam aquele “Axé”
queprocede da língua Yurobá com significado tão importante: energia oriunda na
natureza.
Mestre Pastinha é o precursor da capoeira Angola, conhecido no meio
capoeirístico,o Mestre trouxe a sua contribuição de forma surpreendente, essa capoeira
tem a sua forma de apresentação num compasso sem igual, em que o objetivo também é
ludibriar o seu adversário, seu camarada, na sua expressão corporal e capacidade de
controlar os movimentos, mais manhosa, malandra.
Em suma, os alunos do período da manhã, após o intervalo, se reuniram no
pátio, e realizaram a suas apresentações, marcando o retorno presencial às aulas pós-
pandemia, onde os professores de outros componentes curriculares, coordenadores de
área, coordenação pedagógica, orientação educacional, a comunidade escolar
entenderam que a capoeira pode ser lúdica, praticada, assistida, desenvolvida no âmbito
escolar, em que não há preconceito, racismo, distanciamento, diferenças, foi uma quebra
de paradigmas, onde todos ficaram envolvidos nesta cultura maravilhosa, sem se
preocuparem se alguém teria seu credo religioso desrespeitado.Os alunos dos outros
cursos formaram uma grande roda, no centro, os alunos do curso de Eventos que haviam
realizado a pesquisa sobre o assunto da Capoeira, como em um Sarau, trouxeram a
contribuição de maneira muito pontual, emocionando a todos que ouviam
atenciosamente e, logo após a apresentação, realizamos a roda com os movimentos da
capoeira e a música, ao som do Berimbau e a cantoria que já haviam pesquisado e
ensinado, no ritmo, melodia e harmonia, os alunos de variados cursos usaram os
movimentos independente de gênero, cor, raça; os professores foram envolvidos e
convidados a realizarem as pequenas acrobacias dentro de suas capacidades físicas,
percebeu-se, neste momento, a euforia de toda a comunidade escolar e o verdadeiro
Axé(energia, força positiva da natureza e harmonia).
Assim, oficialmente, deu-se o início às aulas presenciais por meio deste projeto
que tenho orgulho e maior prazer de contribuir de alguma forma junto à pedagogia do
movimento humano, como são incríveis esses seres humanos que chegam a nossa mão
como um carvão cristalizado que após retirarmos várias arestas se tornam verdadeiros
diamantes. Este trabalho emocionou a todos envolvidos de forma direta e indiretamente,
os Discentes, Professores, Coordenação de Área, Coordenação Pedagógica, Orientação
Educacional, a comunidade escolar como um Todo; de alguma forma foram alcançados,
pelo “Projeto Pedagogia que Ginga” de maneira simples, deixo um poema a todos que
forem ler este capítulo, independente se forem capoeirista ou não, mas que também
amam esta arte tão espetacular que consegue transcender ao tempo.
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Imagens do Projeto
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Referências Consultadas
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historia-cultura-afro-brasileira-africana.htm
Apostila do Grupo Raíz dos Palmares, grupo de capoeira criado pelo Mestre Arlindo em
08/08/1990.
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Abstract
Creatine (Cr) supplementation has been widely studied as an efficient inhibitor of the
peripheral fatigue process. Beyond a significant improvement in energy metabolism, it
al-so plays a key role in delaying the onset of a metabolic context that leads to
peripheral fatigue. In this article, we review the potential of Cr as an efficient molecule
for high-intensity endurance sports (by inhibiting fatigue related to metabolic acidosis
and ATP supply). We discuss the molecular mechanism of Cr in dealing peripheral
fatigue in high-intensity physical exercise (during anaerobic and aerobic glycolysis).
Introduction
athletic performance during high-intensity PA. Next, we will present how Cr can
interfere with fatigue biochemistry processes to improve athletic performance.
During high-intensity PA, the high b[La] and the whole biochemical mechanism
are derived from the constant ATP demand and production, i.e., with the exacerbated
use of the anaerobic glycolytic pathway (ALLEN, LAMB, & WESTERBLAD, 2008;
WESTERBLAD, BRUTON, & KATZ, 2010) . In this condition, one factor that is
associated with peripheral fatigue is the high rate of free H+release, which leads to a
drop in pH (FITTS, 1994) and the increased ratio between the reduced and oxidized
form of the Nicotinamide-Adenine Dinucleotide (NADH/NAD+) enzyme (SUN et al.,
2012). Both freeH+ and b[La] are positively correlated with fatigue (FITTS, 1994) and
their variations during PA, providing us interesting information about possible elements
that can lead to fatigue and, consequently, to decrease in performance. For instance, in a
situation of high energy demand, when anaerobic glycolysis becomes predominant, the
enzyme lactate dehydrogenase (LDH) increases its activity to maintain an ideal
NADH/NAD+ ratio (LI et al., 2009). In the LDH activity free H+ is removed from
solution and NADH it is also consumed to generate lactate from pyruvate excess, thus
releasing more NAD+ to be used in the anaerobic glycolysis process (ROBERGS,
GHIASVAND, & PARKER, 2004) (see Figure 01). This metabolic pathway provides
anaerobic ATP production, even in a situation of high-energy demand, with a
continuous Lactate production WESTERBLAD, 2008; WESTERBLAD, BRUTON, &
KATZ, 2010) and pH decrease MARCINEK, KUSHMERICK & CONLEY, 2010).
Before the sharp increase in Lactate production and pH decrease, the high rate of free
H+ release from ATPs hydrolysis (ROBERGS, GHIASVAND & PARKER, 2004) and
the cytosol ATP levels are maintained by the ATP-PCr system (MARCINEK,
KUSHMERICK & CONLEY, 2010). However, after PCr pool depletion (by the ATP-
PCr system), there is a sudden drop in energy production and athletic performance that
happens in a matter of seconds (CONLEY, KEMPER, & CROWTHER, 2001).
Therefore, the cytosolic pool of Cr is critical for athletic performance in anaerobic
exercise conditions, whereas energy supply is determinant. Thus, using Cr
supplementation strategy to increase the Cr intramuscular pool is a promising way to
improve cytosolic energy metabolism (Figure 01).
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Figure 01. Energy pathways during lactic physical activity. Continuous lines with
arrows indicate stimulation; continuous lines with bars indicate process inhibition;
dashed lines with arrows indicate molecule displacement. The scheme describes the
process of ATP production from glycolysis in the cytosol with lactate production due to
LDH activity. Free H+ are elements that lead to pH decrease. Coupled to PFK activity
are present the ATP-PCr system, which induces ATP resynthesis preventing a sharp
decrease in cytosol ATP and pH level during anaerobic glycolysis. Acronym: ADP,
Adenosine Diphosphate; ATP, Adenosine Triphosphate; H+, Free Hydrogen Ions; La,
Lactate; LDH, Lactate Dehydrogenase; NAD+, Oxidized Nicotinamide-Adenine
Dinucleotide; NADH, Reduced Nicotinamide-Adenine Dinucleotide; PFK,
Phosphofructokinase; Pi, Inorganic Phosphate; pH, Potential of Hydrogen. Figure
drawn by the authors of this study.
Cr also has a critical role in aerobic energy production. For instance, another
function of NAD+ is to transport H+ (in the form of reduced NADH) to the
mitochondrial electron transport chain (mETC) (MAZAT et al, 2013). Mazat et al.
(2013) demonstrated that this transport function is limited during low concentrations of
Pi or ADP, in turn, this limits the production of ATP in mETC (Figure 02).Therefore,
during high-intensity PA, a low concentration of high-energy Pi (H2PO4¯) inside the
mitochondria can be a step limiting for ATP production (BUCK et al., 2013). Because
Pi (H2PO4¯) is required for ATP production in complex V (ATP synthase) must come
from PCr (TANOKURA & KAZUHIRO, 1984). The PCr comes from mitochondrial
Creatine Kinase (MiCK) reaction with both ATP (from the mitochondrial matrix) and
Cr in the intermembrane space (IMS), see Figure 02 in the IMS (VENDELIN, LEMBA,
& SAKS, 2004; PERRY et al., 2012). Albeit ATP production can be limited to the rate-
limiting step to transport Pi into the mitochondrial matrix, the western diet is rich in
phosphate, so Pi supplementation, in this case, would not cause additive improvement in
this metabolism even in the presence of oxygen and large Cr pool. However, the Cr pool
is a rate-limiting in this process (VENDELIN, LEMBA, & SAKS, 2004; PERRY et al.,
2012). This mechanism is probably the most plausible explanation for the increases in
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the ventilatory threshold after Cr supplementation (GRAS et al., 2021), which strongly
indicates improvement in endurance performance and mitochondrial oxygen efficiency
utilization.
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Figure 03. Phosphate creatine is exported to the cytosol for the ATP-CP system.
Continuous lines with arrows indicate stimulation; continuous lines with bars indicate
process inhibition; dashed lines with arrows indicate molecule displacement. The
scheme describes the process of ATP production from anaerobic glycolysis in the
cytosol with pyruvate and NADH production led to mitochondrial matrix to the
glycolysis downstream. Into the IMS, the PCr resynthesis is coupled with phosphate
shuttle pathway (resulting PCr exporting to the cytosol to promote ATP resynthesis
throughout ATP-PC system) (PERRY et al., 2012). Free H+ are elements that lead to pH
decrease. Acronym: I, II, III and IV, mitochondrial electron transport chains (mETC)
carriers complexes; ADP, Adenosine Diphosphate; ANT, ATP-ADP translocator; ATP,
Adenosine Triphosphate; ATPase, Adenosine Triphosphate Kinase; Ca2+, Calcium;
CiCK, Cytosolic Creatine Kinase; CS, Citrate Synthase; Cr, Creatine; F1, ATP
Synthase; FAD+, Nicotinamide Adenine Dinucleotide; FAD+ + H+, Flavin Adenine
Dinucleotide; H2O, Water; H2PO4¯/H+, Phosphate translocase; H+, Free Hydrogen Ions;
La, Lactate; LDH, Lactate Dehydrogenase; MiCK, Mitochondrial Creatine Kinase;
NAD+, Oxidized Nicotinamide-Adenine Dinucleotide; NADH, Reduced Nicotinamide-
Adenine Dinucleotide; O2, Oxygen; PFK, Phosphofructokinase; Pi, Inorganic
Phosphate; pH, Potential Of Hydrogen; SR, Sarcoplasmic Reticulum. Figure drawn by
the authors of this study.
This metabolic energy pathway occurs during higher-energy demand physical activity
(i.e., above the anaerobic threshold). The PCr pool in the IMS will be the rate-limiting
for ATP production in the mitochondrial matrix. Free H+ are elements that lead to pH
decrease. Acronym: I, II, III and IV, mitochondrial electron transport chains (mETC)
carriers complexes; ADP, Adenosine Diphosphate; ANT, ATP-ADP translocator; ATP,
Adenosine Triphosphate; ATPase, Adenosine Triphosphate Kinase; Ca2+, Calcium;
CiCK, Cytosolic Creatine Kinase; CS, Citrate Synthase; Cr, Creatine; F1, ATP
Synthase; FAD+, Nicotinamide Adenine Dinucleotide; FAD+ + H+, Flavin Adenine
Dinucleotide; H2O, Water; H2PO4¯/H+, Phosphate translocase; H+, Free Hydrogen Ions;
La, Lactate; LDH, Lactate Dehydrogenase; MiCK, Mitochondrial Creatine Kinase;
NAD+, Oxidized Nicotinamide-Adenine Dinucleotide; NADH, Reduced Nicotinamide-
Adenine Dinucleotide; O2, Oxygen; PFK, Phosphofructokinase; Pi, Inorganic
Phosphate; pH, Potential Of Hydrogen; SR, Sarcoplasmic Reticulum. Figure drawn by
the authors of this study.
promotes a significant buffer effect on the free H+ (SANTOS et al., 2004). In this study,
the individuals performed three sets of two-minute bouts (with 30s rest intervals) of
cycling exercise at ~93% of the maximal power output. At the end of each bout of
exercise, cellular pH and PCr pool (measured by 31P-ERM) remained stable in the CrM
supplemented condition; the authors also showed a decrease in b[La] in the CrM
supplementation condition when compared to placebo. Since the ATP required to
maintain the physical task did not decrease the PCr pool or anaerobic glycolysis, as their
data suggest, it was speculated that the CrM supplementation condition improved
energy production in mitochondria during exercise, with a consequent glycogen-sparing
effect (due to its complete use, that is, anaerobic glycolysis followed by OXPHO)
(SANTOS et al., 2004). As shown in Figure 03, higher PCr export to the cytosol
increases free H+ buffer (by increasing ATP-PCr system), improves OXPHO, and
decreases La production (Figure 03). PCr export from mitochondria is responsible for
80% of the energy supply to the cytosol (ALIEV et al., 2011). Thus, mitochondrial PCr
export allows higher glucose oxidation, thus, causing a sparing effect on glycogen
reserves (Figure 03).
However, as shown in Figure 04, ATP output from IMS to the cytosol together
with ADP input from the cytosol to IMS is responsible for 20% of the energy produced
by mitochondria to the cytosol (ALIEV et al., 2011). This metabolic pathway featured is
predominately used when ATP demand into the cytosol is extremely high, for example,
in PA such as weightlifting or 100 run sprints (causing a sharp drop in PCrpool). Taken
together, these data suggest that by increasing PCr pool (by Cr supplementation), we
can improve the ATP-PCr system (for alacticPA), the buffer system (for lactic PA), and
the OXPHO (for endurance).
In summary, when intramuscular PCr saturation (post-supplementation period) is
possible, an improvement in ATP production throughout OXPHO is observed,
regardless of PA intensity. Therefore, an increase in PCr concentrations can increase
performance via the ATP-PCr energy system where the PA (performance) limitation is
due to ATP availability and/or free H+ buffering, thus producing more energy and
delaying pH decrease to critical values. Improvements in OXPHO by Cr
supplementation theoretically may improve endurance activities performance. Also,
some studies in sports science have demonstrated that increases in PCr pool (by Cr
supplementation) increase muscle glucose consumption (ROBERTS et al., 2016) and
spares glycogen during exercise (apparently, due to the improvement in OXPHO)
(SANTOS et al., 2004; ROSCHEL et al., 2010). During prolonged endurance exercises,
improving muscle glucose consumption and sparing glycogen is determinant for better
athletic performance (GEJL et al., 2013) because glucose is the main fuel during this
type of PA (JEUKENDRUP, 2014). However, studies with CrM supplementation on
endurance performance are controversial. Some studies report improvements (TOMCIK
et al., 2017), and others do not (TOMCIK et al., 2017; TANG, CHAN, & KUO, 2013) .
These different results in endurance activities seem to be related to the fact that CrM
supplementation promotes weight gain (BRANCH, 2003). Practical recommendations
for athletes’ weight-bearing athletes has provide to mitigates creatine water retention
and weight gain (FORBES et al., 2023).
Conclusions
References
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Resumo
Neste trabalho será abordado as lutas como uma ferramenta pedagógica na intervenção
do professor de Educação Física Escolar, assim como os seus significados e importância
no desenvolvimento do educando. No decorrer do trabalho, esperamos direcionar o
professor para uma ação evolutiva através do trato pedagógico e aproximar as lutas
como recurso de desenvolvimento global do educando.
Introdução
As lutas, como um ramo da Educação Física Escolar (EFE), fazem parte da Base
Nacional Comum Curricular (BNCC) e nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN),
reúnem um conjunto de conteúdos e oportunidades que contribuem para o
desenvolvimento integral do educando.
O termo “luta”, de forma contínua e evolutiva, carrega consigo toda sua
bagagem sociocultural. Ela representa todas as formas de enfrentamentos, sejam eles,
físico, mental ou espiritual. O ato de lutar se inclui nos contextos histórico, social e
cultural em diferentes realidades, dado o fato de que o ser humano luta, desde a pré-
história, para sobreviver em sociedade. As Lutas foram amplamente praticadas na
antiguidade por sociedades orientais e ocidentais, desenvolvendo-se através do tempo
em formatos distintos, umas preservaram seu princípio natural, que se enquadra na
concepção da defesa pessoal, enquanto outras evoluíram em forma de expressão cultural
e construção da identidade, classificada como artes marciais. E uma última evolução, a
contemporânea ou moderna, que oferece transformações através da competição. As
práticas das lutas possibilitam um caminho para progressividade do autoconhecimento e
da constituição da identidade no ambiente escolar.
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É muito raro ver profissionais que fazem uso das lutas como um recurso
pedagógico, talvez pela escassez de literaturas e artigos sobre o tema.Conteúdos como
as lutas, que são manifestações relacionadas à esfera da cultura do movimento e, mesmo
sendo parte da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e dos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN), ainda são pouco tratados nas aulas de Educação Física
Escolar (EFE).
Por esta razão, trago o presente artigo para nortear os professores e futuros
educadores de Educação Física de como fazer a abordagem e a própria intervenção das
lutas na Educação Física Escolar.
Percebemos que as lutas, tanto na BNCC quanto no PCN, fazem uma abordagem
sobre o tema de maneira superficial e, ainda assim, sãopoucodesenvolvidas na Educação
Física Escolar (EFE) como um instrumento de desenvolvimento motor e cognitivo
(DELVECCHIO, 2011 apud. RUFINO, 2013).
De acordo com Franchini (1996), muitas vezes a desinformação a respeito das
lutas e a falta de profissionais qualificados para difundi-las têm feito com que se crie
uma imagem distorcida sobre o tema, se faz necessário entender algumas questões
diretamente associadas às lutas, como as brigas e agressões, as lutas eas artes marciais.
Briga e Agressão
A briga pode ser classificada como enfrentamento (físico e/ou verbal) entre
pessoas que não possuem capacidade cognitiva e argumentos, então passam a fazer uso
de vantagens físicas e verbal para coagir o outro. Em muitos casos, também,
improvisamo uso de objetos, instrumentos e armas brancas. Geralmente após uma briga
a agressão passa a coexistir.
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Agressão pode ser classificada como uma forma de exercer controle (físico e
mental) sobre outra pessoa, premeditadamente, como a brutalidade física gratuita
(violência doméstica), ataques sem prévio aviso (racismo, homofobia), entre outros.
Lutas
Arte Marciais
As artes marciais são práticas que possuem origem e história de sua evolução,
fundamentadas na cultura e nos princípios filosóficos externados na pedagogia do
combate transmitidas através do treinamento específico fazendo uso de instrumentos ou
não, de acordo com seus costumes e tradições.
Agora que já apresentamos as diferenças fundamentais e elucidamos as dúvidas
sobre o tema, para facilitar a identificação e entendimento, utilizaremos o termo luta
para nos referir para as lutas, artes marciais e esportes de combate para o ambiente
escolar.
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Segundo Silva (2012) o corpo, diante da cultura, foi concebido por nós
carregado de significados e valores, sendo esses construídos diante das experiências
vivenciadas ou não, que pode ser representada como forma de expressão humana, como
as lutas, as atividades físicas, esportes, e outros, tendo seu próprio modo de orientação
da realidade, englobandovalores e suas práticas.Todavia, a maturação dessa expressão
humana, é formada no espaço não visível, na mente. Porém, para que essa
maturidadeaconteça ela passa por evoluções que chamo de “dimensões corporais”, que
representa a vivência de um corpo com valores e significados, entre tanto, nas lutas,
apesar de o indivíduo aprenderatravés dos movimentos, não se trata apenas de
atividades físicas e gestos motores, mas também,das dimensões: sociocultural,biológica,
mental e a ética (GEERTZ, 1989).
As dimensões corporais representama visão clara do amadurecimento do
indivíduo no universo das lutas.
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Intervenção Pedagógica
saber elaborado, um conteúdo sistematizado, o qual o aluno não poderá ter acesso fora
dela com os objetivos pedagógicos (FREIRE, 2010).
A experimentação consiste em que os alunos descubram pela própria experiência
as formas e os meios de participação bem-sucedida em atividades de movimentos e
jogos. A aprendizagem é fazer com que os alunos sejam capazes de manifestar pela
linguagem o que experimentaram e o que aprenderam numa forma de exposição.
Criação é onde o aluno aprende a perguntar e questionar sobre suas aprendizagens com
a finalidade de entender o significado cultural dessa aprendizagem (KUNZ, 1998).
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O Trato Pedagógico
1
Distâncias referidas sem o uso de implementos ou instrumentos. Com uso de implementos as
devidas adaptações devem ser consideradas.
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lutadores capazes de realizar feitos incríveis como derrotar sozinha uma quantidade
muito grande de oponentes, de uma só vez (RUFINO, 2015).
Por outro lado, nos últimos anos tem aumentado o número de artigos científicos,
livros, dissertações, teses e trabalhos de conclusão de curso, embora ainda seja muito
aquém do que poderia e deveria ser. Estes estudos possibilitam a racionalização de
determinadas características das lutas, sobretudo fora do meio escolar, nas questões que
tangem o treinamento e a preparação de atletas de lutas, a fisiologia das modalidades de
lutas, o comportamento motor dos praticantes, dentre outros estudos.
Rufino (2015) acredita que a ciência e a pedagogia têm contribuído muito para o
desenvolvimento do esporte, aproximando-o das lutas, buscando enriquecer as aulas de
lutas com a inserção dos conhecimentos da Educação Física, assim como enriquecer as
aulas de EFE com os conhecimentos das lutas.
As Lutas possuem origem (mesmo que muitas não se sabem o momento do seu
nascimento) e história de sua evolução, fundamentadas na cultura e nos princípios
filosóficos externados na pedagogia do combate (movimentos de lutas e combate) com
características próprias (sistema, estilo e modalidade) transmitidas através do
treinamento específico fazendo uso de instrumentos (local, roupas, armas, aparelhos) ou
não, de acordo com seus costumes e tradições (PINHEIRO, 2016).
Podemos considerar que a racionalização provocada pelos estudos científicos
eliminou algumas características das tradições das lutas, como a menor ênfase a alguns
elementos como a saudação, a meditação, as técnicas de cunho mais holístico, dentre
outras. Embora o âmbito escolar não permeie essas divergências, o ensino das lutas na
escola não pode desconsiderá-las. Tanto as questões da tradição quanto da
racionalização podem trazer benefícios ao ensino das lutas, dependendo da forma como
forem considerados, estudados e tratados pelo professor (RUFINO, 2015).
As lutas são ferramentas pedagógicas ricas de manifestações corporais e permite
o professor de EFE relacionar a multidisciplinaridades na mobilização de saberes das
mais diversas áreas (CORREIA 2010; apud. RUFINO, 2006).
Todos os conteúdos ensinados na escola, inclusive as lutas, estão inseridos em
um contexto social, assim como os alunos e o próprio professor. Por ter uma bagagem
ampla de conteúdo pode ser aplicada na escola em todas as fases (ensino infantil ao
ensino médio) com as devidas adaptações e trato pedagógico. O conhecimento é a
matéria prima do professor, seja qual for sua natureza, não se restringindo a questões
metodológicas, mas também importante na especificidade dos conteúdos (AGUIAR,
2008).
Essa afirmação acima não pretende ser universal, mas objetiva contribuir para a
reflexão dos professores que estão inseridos nas escolas e que se sentem
“despreparados” em tratar este tema, de certa forma, “novo” na escola. No entanto, não
se trata de seguir uma “receita de bolo” para o trabalho do ensino de lutas na EFE, e sim
abrir possibilidades através do trato pedagógico do tema, uma vez que qualquer
proposta, ao ser universalizada sem considerar o contexto no qual se insere, está
condenada ao fracasso (LANÇANOVA, 2006).
Nas aulas de EFE, tem-se dado prioridade ao plano procedimental (emprego de
técnicas e fundamentos), enquanto tem-se deixado de lado o atitudinal (valores nas e
para as práticas), bem como o conceitual (entendimento do porquê realizar este ou
aquele movimento) (DARIDO, 2001).
Nossa intervenção está alicerçada nessas três dimensões e nas seguintes
questões, que nos deram um indicativo de como constituir o processo de ensino de lutas
no contexto escolar: por que ensinar? (Justificativa); o que ensinar? (Seleção de
conteúdos); quando ensinar? (Etapas ensino-aprendizagem); como ensinar?
(Metodologia); o que, para que, como e quando avaliar? (Construção de um processo de
avaliação).
Da tentativa de esboçar um entendimento acerca destas questões, consolidou-se
a presente intervenção. Nesse sentido, abordamos o tema, no plano conceitual, com base
na BNCC nos PCNs, que caracterizam os esportes de combate/luta como “[...] disputas
em que o(s) oponente(s) deve(m) ser subjugado(s), mediante técnicas e estratégias de
desequilíbrio, contusão, imobilização ou exclusão de um determinado espaço na
combinação de ações de ataque e defesa” (BRASIL, 1997, p. 49).
Ao ser apresentada às lutas, aos alunos, nas escolas, cabe ao professor, através
do trato pedagógico, traçar sua metodologia nas dimensões: conceitual, procedimental e
atitudinal, dessa forma produzindo o efeito objetivado na atividade.
No plano conceitual, para que as os alunos se apropriem dos elementos que
constituem as lutas, como histórico, rituais, crenças e principais regras, através de
contos, trabalhos de pesquisas e exibição de vídeos. Nessa permite os alunos
aprofundarem seus conhecimentos sobre as lutas e artes marciais, tendo em vista que o
acesso aos mesmos é superficial e carrega uma grande dose de preconceito, atribuindo-
lhes o imaginário de esportes violentos.
No plano procedimental, a ênfase recai sobre os jogos de lutas (NASCIMENTO,
2006), com a consequente transformação pedagógica desses esportes (KUNZ, 2006).
Alguns elementos da modalidade são incorporados nos jogos de lutas com a criação de
regras e novos jogos propostos pelos alunos.
No plano atitudinal, os valores sócios afetivos com a valorização da modalidade
(jogos de lutas), a participação, cooperação e integração de todos. Também reconhecer
as adversidades e enfrentá-las com diálogos e não violência (DARIDO, 2012).
É importante frisar que, na prática docente, não há como dividir os conteúdos na
dimensão conceitual, atitudinal e procedimental, embora possa haver ênfases em
determinadas dimensões (DARIDO, 2012).
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Público Conteúdo
Trabalhando Trato Recreativo
Com Lutas Pedagógico Cooperativo
Desportivo
(Adaptação) Tradicional
Dimensão
Saberes Conceitual
Psicológico Sócio
Cultural
Espiritual
Inspirar e
Competição Inspirar
Reinventar
Vencer e Inspirar
Competir e Vencer
Treinar e Competir
Aprender e Treinar
Participação
Brincar e Aprender
Escolar
Experimentar e Brincar
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Considerações Finais
Ao ser apresentada as lutas aos educandos nas escolas, cabe ao professor, através
do trato pedagógico, traçar sua metodologia nas dimensõesconceitual, procedimental e
atitudinal, dessa forma produzindo o efeito objetivado na atividade.
Encontrar os saberes relacionados às lutas sem dúvida é o maior desafio para o
professor de EFE, a falta de oferta no ambiente escolar reflete na baixa atuação
(despreparo) do professor sobre o tema.Tendo em vista os aspectos apresentados é
necessário reconhecer que são poucos cursos de graduação, extensão e pós-graduação
em Educação Física apresentam disciplinas específicas voltadas para as lutas.
Atualmente alguns professores esquecem que o objetivo da Educação Física Escolar é
ensinar ciência do movimento que contribui no processo educativo e multidisciplinar do
aluno. As lutas possuem características próprias, porém estão estruturadas sobre dois
pilares fundamentais: traumatizantes e controle, os quais norteiam a identidade, os
fundamentos técnicos e seus elementos fundamentais.
O trato pedagógico reúne um processo evolutivo das dimensões corporais, do
professor e do aluno, ou seja, quanto maior for o desenvolvimento de ambos, maiores
será o aprofundamento da “pesquisa-ação”. Sendo assim, com a inserção dos
conhecimentos das Lutas, irá enriquecer as aulas de EFE assim como desmistificar
temas relacionado às brigas e agressões, e derrubar os paradigmas criados em torno das
lutas.
Referências Bibliograficas
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Resumo
Nos últimos anos ocorreu um crescimento do número de refugiados no Brasil em
especial oriundos da Venezuela. Este contexto despertou a curiosidade sobre como
vivem estas pessoas em um projeto social da cidade de são e de que maneira os
profissionais de Educação Física podem atuar contribuindo para a integração e melhoria
da qualidade de vida desses grupos. Uma das formas de atuar é proporcionando Jogos
Cooperativos (JC) cujo objetivo principal é criar oportunidades para o aprendizado
cooperativo e na interação cooperativa e prazerosa. Em função disto este trabalho
buscou refletir sobre como os jogos cooperativos podem auxiliar na integração de
crianças refugiadas em São Paulo e conhecer sobre o funcionamento de um instituto que
abriga refugiados na cidade de em São Paulo. Foram consultados a literatura sobre os
refugiados e os jogos cooperativos, assim como consultadas as páginas das redes sociais
da instituição e conversas informais com a gestora e um professor de educação física. O
Instituto que se localiza no centro de São Paulo e atende crianças em vulnerabilidade
social, sendo elas refugiadas que vieram para o Brasil para recomeçar suas vidas, o
projeto tem como finalidade trazer dignidade e esperança para que as crianças sejam
crianças e aproveitem a sua infância. Os JC, pelas suas características, surgem como
possibilidade de integração e socialização dessas pessoas. Com isso as crianças
refugiadas se tornaram digna e ganharão espaço na sociedade através desses jogos
cooperativos, que trazem benefícios tanto na inclusão como no trabalho em equipe que
será desenvolvido ao longo da vida.
Abstract
In recent years there has been an increase in the number of refugees in Brazil, especially
from Venezuela. This context aroused curiosity about how these people live in a social
project in the city of São and how Physical Education professionals can contribute to the
integration and improvement of the quality of life of these groups. One of the ways of
acting is Convenience Cooperative Games (JC) whose main objective is to create
opportunities for cooperative learning and cooperative and pleasurable interaction. As a
result of this work, we sought to reflect on how cooperative games can help integrate
refugee children in São Paulo and learn about the functioning of an institute that
sheltered refugees in the city of São Paulo. Literature on refugees and cooperative
games was consulted, as well as the institution's social media pages and informal
conversations with a manager and a physical education teacher. The Institute, which is
located in the center of São Paulo and serves children in social vulnerability, being
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refugees who came to Brazil to restart their lives, the project aims to bring dignity and
hope so that children can be children and enjoy their childhood. JC, due to their
characteristics, appear as a possibility for the integration and socialization of these
people. As a result, refugee children became dignified and gained space in society
through these cooperative games, which bring benefits both in terms of inclusion and
teamwork that will be developed throughout life.
Introdução
2
Sistema Sisconare faz toda gestão dos processos de solicitações, análises e reconhecimento da condição
concessões de refúgio.
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Método
Referencial Teórico
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3
ACNUR é a agência da ONU para refugiados no Brasil. https://www.acnur.org/portugues/acnur-no-
brasil/
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Jogos Cooperativos
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momento vivido. Os jogos cooperativos são capazes de tornar a vida mais real, de forma
divertida e sincera.
Já a autorrealização diz a respeito da realização que vai além de um pensamento
individual, ou seja, ao mesmo tempo em que o ser humano realiza-se pode também
contribuir para o crescimento de outras pessoas, ou seja, chegar a ser algo realmente
importante para nós mesmos e quando fazemos isso colaboramos para o crescimento
das outras pessoas (AMARAL, 2004). Para este mesmo autor, a vida em comunidade
considera o todo não somente uma ideia, mas é um lugar que une os indivíduos de
forma completa, e esta união vai além das diferenças e preconceito, trata-se de respeito
e tolerância.
Para Amaral (2004) a criatividade tem o poder de recriar, ou seja, criar uma
nova forma de jogar o mesmo jogo, por exemplo, e nos JC são propostas novas formas
de jogar, com o intuito de diminuir as manifestações de agressividade nos jogos,
promovendo atitudes de sensibilidade, cooperação, comunicação, alegria e
solidariedade. Uma das principais características que compõe os jogos cooperativos é a
possibilidade de se criar pontes de comunicação, já que diante de todas as atividades os
alunos tornam-se iguais, todos ganham e se divertem, além de despertar a comunicação
entre diferentes culturas e costumes (AMARAL, 2004).
Além de potencializar a criatividade e a espontaneidade, sem trabalho em equipe
não há brincadeira o que faz com que os JC auxiliam na criação de uma consciência
humanitária, que ao valorizar a participação do outro, constitui-se em um trabalho de
crescimento mútuo, contribuindo através dos valores positivos com a sociedade para
uma melhor qualidade de vida (AMARAL, 2004).
Os JC possibilitam a construção de uma relação social positiva que acontece
através das mudanças de comportamentos; além da empatia que é a capacidade de
situar-se na posição do outro e compreendê-lo tanto nas suas habilidades como
debilidades.
Pesquisa que analisou o impacto nas atitudes das crianças de uma aula semanal
de jogos cooperativos realizados por dois meses (8 aulas) em 22 estudantes de dez e
onze anos de idade, de uma escola pública da cidade de São Paulo encontrou tanto na
percepção da pesquisadora, quanto de professores e alunos melhora nos
relacionamentos e redução das situações de agressividade uma vez que os
jogoscooperativos possibilitaram às crianças: expressões verbais, contatos físicos e
construção deestratégias coletivas em um ambiente de respeito mútuo valorizando o
potencial educativo dos jogos cooperativos (MENDES; PAIANO; FILGUERAS, 2009).
Para Amaral (2004) envolve a construção de uma relação social positiva: os
jogos cooperativos mudam as atitudes das pessoas para o jogo e para elas mesmas,
favorecendo a criação de um ambiente de apreço propicia os seguintes valores
educativos: a) empatia: capacidade para situar-se na posição do outro e compreender seu
ponto de vista, suas preocupações, suas expectativas, suas necessidades e sua realidade;
b) cooperação: valor e destreza necessários para resolver juntos tarefas e problemas,
através de relações básicas baseadas na reciprocidade e não no poder e controle; c)
comunicação: capacidade de se expressar, deliberada e autenticamente, nosso estado de
ânimo, nossas preocupações, nossos conhecimentos, emoções e perspectivas.
Jogos Competitivos
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Quadro 01: Diferença entre jogos cooperativos e competitivos BROTTO (2001, p. 56)
Olhando para este quadro comparativo pode-se dizer que através dos jogos
cooperativos todos são bem vindos, não importa a idade, o tamanho, todos tem lugar
para aprender e ensinar um ao outro, é um jogo que gera confiança e capacidade de
acreditar em si e no outro, traz o senso de unidade onde acima de ganhar ou perder a
diversão é maior do que ganhar ou perder.
O Instituto Sonhe
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Conclusão
Referências
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Normas da revista:
Relatos de Caso (limitado a 2000 palavras, 20 referência e não mais do que três
imagens incluindo figuras, tabelas, quadros, outros). Artigo que descreve um caso
incomum ou novos recursos utilizados e/ou aplicados a situações vinculadas ao esporte,
deve seguir a mesma estrutura de um artigo original.
FORMATAÇÃO
O texto deverá ser digitado em fonte Times New Roman, tamanho do papel A4,
tamanho de fonte 12, com espaço entre linhas de 1,5 e margens superior e inferior de
2,5 e esquerda e direita de 3,0 cm. O pesquisador deve utilizar, obrigatoriamente, o
modelo de formatação padronizado pela Revista TEC Esportes.
Abreviações, com seu significado escrito por extenso, devem ser usadas quando citadas
pela primeira vez (a menos que a abreviação seja uma unidade padrão de medida), seja
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Pagina de Rosto
Exemplo:
Vinicius Barroso HIROTA1, Elaine Regina Piccino OLIVEIRA2.
¹Universidade de Guarulhos, Curso de Educação Física, Guarulhos - São Paulo,
Brasil.
²Etec de Esportes – Centro Paula Souza, São Paulo, Brasil.
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Manuscrito Completo
Título
Título do trabalho em português e inglês (usar letras maiúsculas e em negrito), sem
ponto final na frase. Deve ser conciso e informativo. Não é permitido usar abreviações
no título. Resumo em português e inglês, contendo até 250 palavras cada; palavras-
chave e keywords. As palavras devem estar cadastradas dentro do site Descritores em
Ciências da Saúde – (DeCS) publicado pela Bireme e disponível no endereço
eletrônico: http://decs.bvs.br/. No resumo deve conter um texto corrido abordando a
introdução, objetivo, métodos, resultados e conclusão
Introdução
Na introdução, os autores devem explicar a investigação, contextualizando e
demonstrando a relevância clínica ou experimental, hipótese, apresentando a
problemática, citando artigos pertinentes dos últimos 5 anos, preferencialmente. Os
objetivos da pesquisa devem ser descritos no final da introdução, encerrando a seção.
Método ou Metodologia
Os autores devem detalhar a metodologia usada, amostragem, planejamento
experimental, critérios da seleção dos participantes (pacientes, voluntários, outros) ou
amostras (alimentos, parasitas, produtos, outros), local da execução da pesquisa,
procedências, métodos de intervenções, imagens (figuras, quadro, tabelas) quando
necessárias, instrumentos de avaliação, formulários e fichas de avaliação, mensurações
com referências adequadas, técnicas, terapias utilizadas, experimentos e análises
estatísticas indicando o software bem como a versão utilizada e o nível de significância.
Equipamentos e produtos devem ser citados juntamente com o nome do fabricante. Para
medicamentos e produtos químicos, deve ser utilizado o nome comercial seguido do
nome genérico entre parênteses. Fornecer referências e descrições quando usar algum
protocolo já publicado. Citar a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (quando
houver), indicando o número do protocolo ou registro. Em caso de Ensaios Clínicos,
deve ser indicado o número de registro em alguma base de Ensaios Clínicos,
exemplo, https://clinicaltrials.gov, conforme critérios determinados pela OMS e pelo
ICMJE.
Resultados
Devem fornecer todos os dados relevantes, de forma clara, concisa e significativa, com
uma sequência lógica, conforme padronizado no item métodos. Não é necessário repetir
todos os dados das imagens obtidas, enfatizando ou resumindo apenas as observações
mais relevantes. As imagens (figuras, tabelas, quadros, outros) devem ser alocadas no
próprio texto dos resultados e contendo as legendas abaixo das imagens e com a
numeração arábica adequada e seqüencial, conforme citadas no texto. Esta informação
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da imagem também se aplica para a seção anterior dos métodos. Os resultados devem,
obrigatoriamente, estar separados da discussão. (A discussão pode ser feita em conjunto
com os resultados, denominando assim um único item chamado de Resultados e
discussão)
Discussão
Apresentar de forma clara e objetiva, acompanhando a sequência utilizada no métodos e
resultados. Enfatizando os aspectos novos e importantes do estudo. Os dados obtidos
devem ser comparados com aqueles já publicados e interpretados com as possíveis
hipóteses, baseados na literatura científica. Citar os principais resultados para explorar
os possíveis mecanismos ou explicações para os achados, as descobertas da pesquisa.
Incluir as aplicações dos resultados, discutindo a influência das variáveis, vieses,
fragilidades, limitações e potencialidades do estudo, fatores contraditórios quando
houver e a necessidade de novos estudos, quando necessário, mediante às limitações da
metodologia usada. Não repetir informações já fornecidas na introdução ou resultados.
Conclusões
Devem basear-se nos objetivos e resultados apresentados. As conclusões respondem aos
objetivos.
Referências
As referências devem ser listadas em ordem alfabética, conforme citadas no texto.
Utilizar somente as referências que foram usadas no corpo do artigo completo.
OBSERVAÇÕES
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Resumo
Letra Times New Roman, tamanho 12, espaçamento simples entre linhas; o texto deve
conter título em inglês e português; Resumo em português e inglês de ate 250 palavras;
entre 3 e 5 palavras chaves em inglês e português; Introdução, objetivo, metodologia,
resultados, discussão e conclusão; referencias devem seguir ABNT. Os textos devem ter
entre 5 e 12 paginas.
Abstract
Keywords:
Introdução
ddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddccccccccccccccccccccccccc
ccccccvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrn
nnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
Objetivo
ddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddccccccccccccccccccccccccc
ccccccvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrn
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Metodologia
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ccccccvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrn
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Resultados e discussão
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Conclusão
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ccccccvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrn
nnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
Referências
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