24 A 27 de Maio de 2005 - Campo: Anais Do ZOOTEC2005 Craode-MS

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Anais do ZOOTEC2005 - 24 a 27 de maio de 2005 - Campo Craode-MS

Elaboração de queijo provolone com leite de búfala 1

Luiz Carlos Vieira2, José de Brito Lourenço Júníor', Edwana Mara Moreira Monteiro",
Osvanira dos Santos Alves 5, Núbia de Fátima Alves dos Santos".

RESUMO

o leite de búfalas, dada suas características peculiares, é matéria prima ideal para a
elaboração de diferentes tipos de queijo, o que torna a industrialização desse produto
uma realidade em nosso país. Além do queijo mozarela, um dos mais conhecidos
derivados do leite dessa espécie animal, podem ser elaborados o provolone, requeijão
marajoara, doce de leite, iogurtes, entre outros. Entre suas muitas características, o leite
de búfala apresenta baixo teor de colesterol e elevados teores de vitaminas e proteínas,
gerando derivados reconhecidos, em nível de mercado, por sua qualidade e sabor. O
queijo tipo provolone é um derivado lácteo, originário da Itália, não prensado e defumado,
de massa filada, obtido de leite pasteurizado, que deve ser colocado para consumo vinte
dias após sua fabricação. Pelo fato de não necessitar de refrigeração para sua
conservação, pode ser explorado, com êxito, nas comunidades rurais. O consumo é feito
diretamente, em pratos cozidos e com vinhos.

PALAVRAS-CHAVE: Agricultura familiar, Bubalinocultura leiteira, Derivados de leite de


búfala.

1 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa Amazônia Oriental - Tv. Dr. Enéas
Pinheiro s/n. Belém, PA - Cep: 66.095-100.
2 Pesquisador I Embrapa Amazônia Oriental Tv. Dr. Enéas Pinheiro s/n. Belém, PA - Cep: 66.095-

100.
3 Pesquisador 111Embrapa Amazônia Oriental Tv. Dr. Enéas Pinheiro slr; Belém, PA - Cep:
66.095-1 00. ii.l!..~I~'!.~
I. '!..'i!l.Cí
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~~l.iLl!r .
4 Acadêmica do 8° semestre do Curso de Zootecnia.
5 Bolsista PIBIC/CNPq/Embrapa Amazônia Oriental, Acadêmica do 6° semestre do Curso de
Zootecnia.
6 Enga Ag~. Mestranda em Ciência Animal- UFPA.Bolsista da CAPES
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TECHNOLOGY OF ELABORATION OF THE PROVOLONE CHEESE WITH BUFFALO


MILK

ABSTRACT

The milk of buffalos, given its peculiar characteristics, is on ideal basic matter for the
elaboration of different types of cheese, what it becomes the industrialization of this
product a reality in our country. Beyond the cheese mozarela, one of the most known
derived from the milk of this animal species, can be elaborated provolone, cheese spread,
marajoara. milk candy, yoghurts, among others. Between its many characteristics, the
buffalo milk presents low cholesterol levei and high levels of vitamins and proteins,
generating derived recognized, in levei of market, for its quality and flavor. The cheese
type provolone is one milky, origin of Italy, not pressed and cured derivative, of filament
pasteurized milk mass, gotten, that must after be placed for consumption twenty days its
manufacture. In view of the fact that don't need refrigeration for its conservation, it can be
explored, with success, in the agricultural communities. The consumption is made, in
directly cooked meals and with wines.

KEYWORDS: Buffalo milk derivatives, Familiar agriculture, Milk Buffalo Ranching.

JUSTIFICATIVA

Os bubalinos exibem produtividade leiteira economicamente superior aos zebuínos. Isto é,


cada litro de leite é produzido a menor custo (NASCIMENTO & CARVALHO, 1993). O
leite bubalino é mais concentrado que o bovino, apresentando menos água e mais
matéria seca e possui teores de proteínas, gorduras e minerais que o superam
consideravelmente. Dentre os minerais, destacam-se o cálcio e o fósforo. com grande
importância não só para jovens, como também para adultos (HARPER, 1971). Entretanto,
está no aproveitamento industrial sua grande importância, por proporcionar produtos
lácteos de qualidade inimitável, como, por exemplo, mozarela e iogurte, e no seu
rendimento industrial, 40% superior ao leite bovino (NADER FILHO, 1984). O queijo tipo
provolone, de origem italiana, é um dos queijos mais conhecidos no mundo. Semiduro,
textura fechada e coloração interna creme, pode ser fabricado com leite integral ou
padronizado, pasteurizado ou não, adicionado ou não de fermento lático e coalho.
Fabricado no Brasil quase sempre em formato de cilindro alongado, e defumado, na Itália
assume diversos tamanhos e formatos, variando o aroma e o sabor, do adocicado ao
picante, característica que se acentua com a maturação. Ao ser cortado, deve fluir um
pouco de gordura e cheiro característico de "bacon" ou toucinho defumado. Enquanto se
utiliza 10 litros de leite bubalino para produção de um quilograma de provolone, utilizando-
se leite bovino, são necessários 12 litros. São características como essa que viabilizam a
entrada do pequeno produtor no mercado, com conseqüente aumento da renda familiar.

OBJETIVOS

Elevar a rentabilidade da agricultura familiar, incentivando a bubalinocultura,


possibilitando o desenvolvimento dos setores da cadeia produtiva do búfalo. gerando
emprego e renda e contribuindo para a fixação do pequeno produtor no campo.
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PROCEDIMENTOS DE ExECUÇÃO

Utiliza-se leite, fermento lático (iogurte natural), cloreto de cálcio, coalho líquido e sal. O
leite deve ser integral ou padronizado, de boa qualidade, coado, pasteurizado
(65°C/30min) e resfriado (35°C a 38°C)(HÜHN et ai, 1991). Para cada 100 litros de leite
adicionam-se 0,5% a 1% de fermento lático, 20 gramas de cloreto de cálcio (duas
colheres de sopa), e ainda 70 ml (sete colheres de sopa) de coalho líquido, puro ou
diluído em água. Após a adição dos ingredientes o leite estará coagulado, em 40 minutos,
o que se comprova através da pressão da coalhada, com as costas das mãos, até que ela
se desloque, facilmente, das paredes do vasilhame, sem deixar nenhum grumo, ou
quando ao introduzir a mão espalmada na coalhada, dobrando-se os quatro dedos, a
coalhada se fender em só sentido, formando ângulos vivos. O corte da coalhada é
efetuado com liras nos sentidos vertical e horizontal do vasilhame, até reduzir os grãos da
massa a 1 em". Após o corte, a massa deve permanecer em repouso, por três minutos. A
1a mexedura deve seguir o seguinte procedimento: agitar vagarosamente a massa com a
pá ou colher de aço inoxidável, ou agitador próprio, por três minutos, e repousa-Ia, por
igual tempo, três vezes, com intervalos de três minutos. Deve-se sedimentar a massa por
três minutos e retirar cerca de 30% do soro, em relação ao volume inicial de leite. A 2a
mexedura deve ser contínua e rápida, seguida de aquecimento com água quente, em
temperatura entre 80-85°C, adicionada em porções, de modo que a temperatura se eleve
de 1°C, a cada cinco minutos, até 43°C-44°C. O ponto final pode ser detectado quando os
grãos da massa, anteriormente foscos, passarem a brilhosos. Deixar a massa em
repouso, por cinco minutos, fazer a retirada do soro e prensá-Ia, no próprio vasilhame,
com placas perfuradas e peso relativo a duas vezes o peso da massa, durante dez
minutos. Deixar a massa no próprio vasilhame, à temperatura ambiente, por 20 a 30
horas, a fim de permitir a fermentação ou acidificação. Após esse tempo, cortar um
pedaço de massa, colocar em água quente, entre 80-85°C. Se a massa esticar, formando
filamentos, sem se arrebentar, estará no ponto ideal. Deve-se então corta-Ia, em pedaços
pequenos, do tamanho desejado, e colocá-Ios em um tacho ou cuba de aço inoxidável,
contendo água quente, agitando-a com pá, até que se forme um bloco homogêneo e
bastante elástico. Toma-se a massa nas mãos, mantendo-a sempre quente, para moldar
o queijo e colocá-Io em formas plásticas apropriadas. Logo após o seu resfriamento,
utiliza-se salmoura a 20% de sal (20 kg de sal em 80 litros de água), por 20 horas, 8 horas
e 3 horas, respectivamente, para queijos de 1 kg, 500 gramas e 200 gramas. Após a
salga, os queijos são deixados em geladeira ou ambiente arejado, por três a cinco dias
para a secagem. Os queijos são transferir para o defumador, acondicionados em redes de
nylon, e mantidos dependurados, pelo período de oito a dez horas, utilizando-se um
defumador com serragem e pedaços de madeira, sem cheiro desagradável. A embalagem
pode ser feita em sacos comuns de plásticos ou CRAY-O-VAC. Não é necessária a
refrigeração e a durabilidade varia de cinco a seis meses.

AVALIAÇÃO

Em treinamentos na Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, Pará, dias-de-campo,


palestras para técnicos, produtores e acadêmicos, dissertações mestrado/teses
doutorado, em pós-graduação em Ciência Animal (Embrapa/Universidade Federal do
Pará), Trabalhos de Conclusão de Curso de graduação e parceria com a Associação
Paraense de Criadores de Búfalos.
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BIBLIOGRAFIA BÁSICA

a
1 HARPER, H.A. Manual de química fisiológica. 2 ed. Editora Atheneu, São Paulo, 1971.

545p.

2HÜHN, S.; LOURENÇO JÚNIOR, J. de B.; MOURA CARVALHO, L.O.D.; NASCIMENTO,


C.N.B.; VIEIRA. L.C. Características, peculiaridades e tecnologia do leite de búfala.
Belém: Embrapa- CPATU, 1991.51 P (Embrapa. Documentos, 57).

3NADER FILHO, A.; SCHOCKEN-ITURRINO, R.P.; ROSSI JUNIOR, 0.0.; MANO FILHO,
A.C. Estudo da variação do ponto crioscópico do leite de búfala. Revista do Instituto de
Laticínios "Cândido Tostes". v.38, n. 228, p. 21-23,1983.

4NASCIMENTO, C.N.B.; MOURA CARVALHO, L.O.D. Criação de búfalos: alimentação,


manejo, melhoramento e instalações. EMBRAPA-CPATU. Brasília: EMBRAPA-SPI, 1993.
403p.
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Figura 1. Matéria-prima para elaboração de derivados.

Figura 2. Queijo provolone elaborado com leite de búfala.

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