Textos Fundamentais de Poesia em Língua Inglesa 3
Textos Fundamentais de Poesia em Língua Inglesa 3
Textos Fundamentais de Poesia em Língua Inglesa 3
FUNDAMENTAIS DE
POESIA EM LÍNGUA
INGLESA
Liana Paraguassu
UNIDADE 3
Geoffrey Chaucer: The
Canterbury Tales e
Troilus and Criseyde
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, você estudará o panorama histórico da Inglaterra em que
viveu Geoffrey Chaucer, bem como sua vida, obra e importância para a
literatura medieval britânica e a transformação da língua inglesa. Você
também conhecerá o contexto histórico em que as obras de Chaucer
foram escritas e as principais delas: The Canterbury Tales, descobrindo como
ele criou os contos, a trama e os personagens contadores de histórias;
e Troilus and Criseyde, uma poesia já conhecida na Itália e na França, que
ganha uma nova versão, a qual, mais tarde, serviria de base para a obra
de Shakespeare, Troilus and Cressida.
em solo francês durante a Guerra dos Cem Anos, e o país separou seus laços
políticos da França e, em menor grau, de Roma, unindo-se momentaneamente
sob um patriotismo entusiasmado, em que a rivalidade e a desconfiança entre
nobreza e povo deu uma trégua. Como a língua francesa não possuía mais
tanto prestígio, o inglês passou a ser falado não apenas entre pessoas comuns,
mas também nas cortes e no parlamento.
Já o segundo movimento era social, desenrolou-se durante o reinado de
Ricardo II, sucessor de Eduardo III, e marcou o descontentamento devido
ao contraste entre o luxo da nobreza ociosa e a miséria do povo trabalhador
sobretaxado. Por muito tempo, ele foi forte, mas silencioso, até que tomou
contornos violentos com a rebelião de Wat Tyler.
Além desses dois movimentos, o período foi marcado por uma agitação
pouco vista e por progresso. O comércio e a busca por novos negócios estavam
em grande ascensão e, da mesma forma que os vikings haviam buscado as
glórias das conquistas, transformaram os ingleses em um povo conquistador
e colonizador, como os anglo-saxões. Acima de tudo, a aurora da Renascença
nasce na Inglaterra, da mesma forma que na Espanha e na Itália, pelo surgi-
mento de uma literatura nacional.
Atribui-se a Sir John Mandeville a obra The Travels of Sir John Mandeville,
um memoir de suas viagens publicado em 1357. A primeira versão do texto
foi escrita em francês, mas, posteriormente, traduzida para diversas outras
línguas, o que o ajudou a se tornar muito popular. Apesar de as histórias de
viagem serem, muitas vezes, de natureza fantástica e pouco confiáveis, sua
obra foi adotada por Cristóvão Colombo como referência. Conterrâneo e amigo
de alguns desses autores, Geoffrey Chaucer (1343–1400) desponta como o
principal escritor de sua época.
Na Figura 1, você pode visualizar uma linha do tempo que mostra a história
da língua inglesa no decorrer dos séculos.
Conjunto da obra
Segundo William J. Long (2013), as obras de Chaucer podem ser divididas
basicamente em três períodos, correspondentes aos três momentos de sua vida:
o primeiro, quando ainda era bastante influenciado pelas obras francesas; no
segundo momento ele passa a trabalhar como diplomata e viaja com frequên-
Geoffrey Chaucer: The Canterbury Tales e Troilus and Criseyde 5
A mesma medida musical, arranjada em estrofes de sete linhas, mas com uma rima
diferente, chamada de rima real, é encontrada em sua forma mais perfeita em Troilus
and Criseyde.
Igreja
Na época do autor, a Igreja Católica Romana, liderada pelo papa, era a única
autoridade cristã da Europa. Sua corrupção era crescente, desde a alta cúpula
Geoffrey Chaucer: The Canterbury Tales e Troilus and Criseyde 9
representada por bispos até os padres que eram pagos para perdoar pecados (os
vendedores de indulgências), e entre outros excessos, surgiram novos líderes reli-
giosos e acadêmicos, como John Wycliffe (c. 1330–1384), para liderar e conduzir
a Reforma. Wycliffe traduziu a Bíblia do latim para o inglês e promoveu a ideia
de que os cristãos deveriam comungar diretamente com Deus, sem padres ou
intermediários. Ele também defendia que a salvação somente poderia ser obtida
pela piedade, e não ser comprada de um vendedor de indulgências. Essas ideias
enfureceram a Igreja Católica, e os seus líderes queimaram na fogueira muitos
seguidores de Wycliffe, que eram chamados de Lollards.
A Igreja não estava em conflito somente com as pessoas comuns, mas tam-
bém com a nobreza. Muitos dos melhores postos do governo eram destinados
aos clérigos, refletindo o seu poder em assuntos de estado, mas a nobreza se
ressentia dessa influência e, a partir disso, surgiram duas facções políticas:
pró-clero e anticlero. Chaucer, que devia seus cargos às suas conexões na
nobreza, pode ter tido uma predisposição às posições anticlero.
Apesar dos sentimentos anticlero, seus conterrâneos eram bastante de-
votos e faziam peregrinações ou viagens aos locais sagrados para expressar
sua devoção. Um dos destinos mais populares era a Catedral de Canterbury,
onde Thomas Becket (c. 1118–1170), o arcebispo santificado de Canterbury,
foi assassinado. Os peregrinos costumavam visita-la em busca de seus restos
mortais, pois acreditava-se, na época, que eles tinham propriedades milagrosas.
Público de Chaucer
Alguns autores consideram que é quase um milagre The Canterbury Tales
existir, uma vez que, na época, não haveria um público substancial para uma
obra como essa, em que o inglês ainda não era completamente aceito como
língua escrita, devido à dominação do latim e do francês entre a nobreza. O
texto impresso foi inventado somente algumas décadas depois da morte de
Chaucer, por isso, o único público dos manuscritos eram os grupos de amigos
que se reuniam para leituras de poesia. No caso de Chaucer, ele provavelmente
compartilhou alguns de seus contos oralmente com colegas servidores públicos
e acadêmicos.
Apesar disso, contra todas as probabilidades de que sua obra se perpetu-
asse, Chaucer começou a escrever The Canterbury Tales em um momento de
profundas mudanças e pode ter previsto as chances desses textos terem um
público maior no futuro. Uma dessas mudanças foi o uso do inglês medieval
como língua escrita, que é muito diferente do moderno, mas era o falado no
dia a dia pelas pessoas comuns da época e aquele que serviria de base para o
inglês atual. Antes do ano de 1380, o latim, a língua anglo-normanda (mistura
de dialetos anglo-saxões com francês normando) e o francês eram utilizados
na escrita, mas, a partir dessa data, as pessoas começaram a escrever na
língua em que falavam, e uma das consequências positivas foi o crescimento
das taxas de alfabetismo.
Ao escrever The Canterbury Tales em inglês da Idade Média, Chaucer
teve papel ativo nas mudanças da época e muitos estudiosos consideram-no
o pai da literatura britânica.
Seleção de leituras
O Prólogo, o Conto do Cavaleiro, o Conto do Padre da Freira, o Conto da Prioresa e o
Conto do Erudito são encontrados praticamente completos nos clássicos traduzidos
para o inglês moderno: é interessante comparar as versões originais dos manuscritos
com as novas mais atuais. Em português, pode-se encontrar uma versão não integral
dos contos, sob o título de Os Contos da Cantuária.
Geoffrey Chaucer: The Canterbury Tales e Troilus and Criseyde 11
Resumo da obra
Prólogo
No famoso prólogo, o poeta familiariza seu leitor com os vários personagens
da trama. Até a sua época, a literatura popular se preocupava apenas com
deuses e heróis, sendo essencialmente romântica, portanto, nunca antes um
autor procurou retratar homens e mulheres reais, com virtudes e defeitos,
ou descrevê-los de modo que o leitor fosse capaz de reconhecê-los em seus
próprios vizinhos, amigos ou familiares, e não como heróis idealizados.
Chaucer não apenas se aventurou nessa nova tarefa realista, mas também
cumpriu tão bem o seu objetivo que esses personagens eram instantaneamente
reconhecidos como verdadeiros representantes da sociedade da época.
Quadro 1. Personagens
Personagem Descrição
(Continua)
Geoffrey Chaucer: The Canterbury Tales e Troilus and Criseyde 13
(Continuação)
Quadro 1. Personagens
Personagem Descrição
(Continua)
14 Geoffrey Chaucer: The Canterbury Tales e Troilus and Criseyde
(Continuação)
Quadro 1. Personagens
Personagem Descrição
Apesar de ser impossível compreender o conteúdo, você poderá ter uma noção
de como era o inglês medieval da época de Chaucer acessando o link a seguir, que
apresenta o texto original de Troilus and Criseyde.
https://goo.gl/WNsKMU
LICHTIG, T. The Poet’s Tale: Chaucer and the Year that Made The Canterbury Tales by
Paul Strohm, review: ‘exacting but rewarding’. 14 jan. 2015. Disponível em: <https://
www.telegraph.co.uk/culture/books/bookreviews/11337463/The-Poets-Tale-Chaucer-
-and-the-Year-that-Made-The-Canterbury-Tales-by-Paul-Strohm.html>. Acesso em:
13 jun. 2018.
LONG, W. J. English Literature: its history and its significance for the life of the english-
-speaking world. London: Full Moon, 2013.
MYTH, C. Troilus and Criseyde. 2017. Disponível em: <https://chaucerianmyth.bandcamp.
com/album/troilus-and-criseyde>. Acesso em: 13 jun. 2018.
20 Geoffrey Chaucer: The Canterbury Tales e Troilus and Criseyde
Leituras recomendadas
CHAUCER, G. Contos da Cantuária. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
COOK, V. Web sites on spelling vocabulary […]. 2018. Disponível em: <www.viviancook.
uk/>. Acesso em: 13 jun. 2018.
COURSE HERO. The Canterbury Tales: Plot Summary. 2018. Disponível em: <https://www.
coursehero.com/lit/The-Canterbury-Tales/plot-summary/>. Acesso em: 13 jun. 2018.
PENTÂMETRO IÂMBICO. Wikipédia, 2014. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/
wiki/Pentâmetro_iâmbico>. Acesso em: 13 jun. 2018.
SPARKNOTES. Troilus and Cressida: William Shakespeare. 2018. Disponível em: <http://
www.sparknotes.com/shakespeare/troilus/summary/>. Acesso em: 13 jun. 2018
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.