A Estrutura Do Plano de Negócios
A Estrutura Do Plano de Negócios
A Estrutura Do Plano de Negócios
Pode ser definida uma estrutura base para o plano de negócios. Utilizando a mesma, torna-se
possível a elaboração de um documento simples, completo e de fácil perceção por parte de
terceiros.
1. Sumário executivo;
2. O mercado
3. O Projeto/ Produto/ Ideia
4. Estratégia Comercial;
5. Gestão e controlo do negócio;
6. Investimento necessário.
7. Projeções Financeiras / Modelo Financeiro
1. Sumário Executivo
Este é o capítulo mais importante de um plano de negócios. Deve sumarizar em não mais de
500 palavras toda a apresentação, que será mais detalhada nos capítulos seguintes. O sumário
executivo é a primeira coisa a ser lida pelos potenciais investidores. Se o sumário executivo
não for claro, pode desencorajar os analistas de rever o plano completo. A maioria dos
financiadores recebe muito mais pedidos de financiamento do que aqueles em que pode
investir, e por isso, não se dispõe a correr riscos potenciando situações duvidosas.
Existe um perigo real de que o sumário executivo venha a falhar a sua missão, dado que ele é,
invariavelmente, o último capítulo a ser elaborado. Pode parecer que é uma coisa simples de
ser escrita em uma ou duas páginas. É normal ser preparado depois de um lento e laborioso
trabalho de elaboração do restante relatório, pelo que é compreensível que exista a tendência
de o acabar o mais rapidamente possível. Quem o escreve está confiante de que contemplou
todos os aspetos mais importantes do trabalho, e que, mesmo que alguma coisa falhe no
sumário executivo, a informação se encontrará em alguma das restantes partes do plano. No
entanto, não deverá assumir que os potenciais financiadores estarão dispostos a percorrer
todo o relatório em busca de informações que considerem vitais.
Acima de tudo, dever-se-á ter presente que, nas poucas páginas do sumário executivo, deverá
estar contida a mensagem mais poderosa e persuasiva de todo o documento. Por isso, é
crucial o esforço extra de verificar que este se encontra completo e claro.
2. O Mercado
O mercado é a “arena” onde os planos da empresa irão ser levados a cabo. É muito importante
definir o mercado para o novo produto em termos de dimensão, estádio de desenvolvimento,
tipos de clientes e de competidores.
Para ter dados mais concretos, procure as associações empresariais e outras que analisam e
acompanham os mercados relevantes para a sua ideia/produto. Procure publicações
especializadas. Peça às Entidades Financeiras com que trabalha para lhe fornecerem
informação pública sobre esse mercado e as Empresas que nele se movimentam. Se a
dimensão do projeto o justificar, envolva Empresas de Estudos e Análise de Mercado e faça
análises específicas para este caso.
Garanta que a fundamentação que apresenta é sustentada em factos e, sempre que possível,
em dados de mercado criados por entidades credíveis.
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Esta secção deve descrever duma forma curta mas completa o estádio de desenvolvimento do
projeto, sobretudo dos principais objetivos já atingidos.
A ênfase deverá ser dada ao produto/serviço, bem como a uma descrição exata do processo
produtivo/ desenvolvimento do serviço.
Todas as atividades necessárias ao lançamento do produto devem estar descritas por cada
atividade, todas as ações necessárias. Este último item é de crucial importância, uma vez que
esta é uma das áreas onde os intervenientes tendem a ser demasiado otimistas, levando a que
se subestimem os custos envolvidos e/ou o tempo de desenvolvimento.
É essencial ser realista e ter em conta todas as possíveis dificuldades, para que estes factos
possam ser traduzidos nas projeções financeiras.
Como exercício de reflexão, e apesar de poder não ser explícito no plano de negócios, será
aconselhável para cada atividade ou ação estabelecer os intervenientes de quem estes
dependem (no caso de recursos externos), definir os possíveis constrangimentos, e como
deverá cada um agir nesse contexto.
Por outro lado, deve ser considerado o tempo alocado a cada atividade, com e sem
constrangimentos, e considerado como tempo efetivo a soma dos dois.
Reserve sempre algum tempo e esforço adicional (20% do total) para problemas e desvios não
previstos – a chamada margem de risco de implementação.
A motivação com que cada interveniente enfrenta o projeto e, em particular, o tempo que
deseja atribuir-lhe, são variáveis importantes para o sucesso do mesmo.
Para minimizar problemas futuros, deixe claros, nesta secção, os níveis de envolvimento
efetivos de cada um dos promotores, o papel previsto, etc.
A reflexão sobre os pontos críticos permitirá antecipar as ações necessárias e os recursos que
deverão ser mobilizados, reduzindo o risco associado ao projeto. Por exemplo, se o fornecedor
de determinado material é fundamental para a empresa garantir o prazo de entrega ao cliente,
isso torna-o diferente dos outros fornecedores. Deve-se tentar conseguir uma parceria com o
fornecedor ou tentar encontrar uma lista alternativa de fornecedores que possam garantir o
cumprimento dos prazos.
Por outro lado, a análise dos pontos críticos deve permitir que os promotores se preparem,
mesmo que não seja por escrito, para planos de contingência (ou seja, como agir se surgirem
situações inesperadas), de forma a minimizar os riscos do projeto.
Produto / Serviço
Esta é, provavelmente, a secção em que o promotor está mais à vontade. Devem ser feitos
todos os esforços para explicar a tecnologia envolvida em termos simples e para explicar a
Proposta Única de Valor da invenção ou ideia. Esta preocupação é transversal ao Start Up Plan,
Later Stage Plan e Turnaround Plan.
Esta secção deve responder a questões relacionadas com “o que é o produto ou serviço”, e
“porque é que todos o vão comprar”.
1. Market pull
2. Product push
O tipo de produto “Market Pull” é definido como tendo sido concebido em resultado de uma
necessidade de mercado identificada e não satisfeita.
Qualquer um destes tipos de produto pode ter sucesso mas diz a experiência que a taxa de
sucesso para os produtos do tipo pull é significativamente maior do que para os produtos do
tipo push.
4. Estratégia Comercial
Após termos definido claramente nas secções anteriores a Proposta Única de Valor do projeto,
dever-se-á demonstrar como a empresa pensa apresentá-la ao mercado.
O primeiro passo essencial e óbvio é estabelecer um preço para o produto. Se este é
completamente novo, isto poderá causar algumas dificuldades. No entanto, é normalmente
possível determinar um preço com base no valor acrescentado que o produto irá oferecer ao
seu consumidor.
O desenho do processo de vendas (Marketing) deve ser iniciado assim que o desenho das
componentes operacionais estiver completo e o preço definido.
Deverá assim ser criado um plano que contemple as ações a desenvolver, as forças de vendas
a envolver, os distribuidores, os agentes, formas de aconselhamento e a produção de meios
publicitários adequados. A gestão e monitorização deste plano tem de ser efetiva, por forma a
assegurar que são executadas as ações em causa, com a periodicidade certa, e que os
resultados são devidamente alcançados.
Um dos papéis essenciais do Plano de Negócios é também demonstrar que o negócio será
devidamente controlado a partir do momento que seja iniciado.
Será necessário produzir relatórios regulares, que são úteis tanto para a gestão da empresa
como para entidades terceiras como auditores, inspeção fiscal e bancos.
A informação, clara e facilmente utilizável, deve permitir que se possam tomar ações em
tempo útil no sentido de corrigir situações que o exijam.
As três áreas fundamentais onde o controlo é imprescindível desde o início e onde deve incidir
a maior atenção são:
o Vendas
o Desenvolvimento do serviço
o Informação Financeira
Atualmente, existem soluções de software que asseguram uma adequada gestão de todo este
ciclo (CRM) a custos muito acessíveis e recomenda-se a sua avaliação e instalação, pelo menos,
para projetos muito dependentes de forças de vendas numerosas ou com razoável dispersão
geográfica.
Devem também ser criados relatórios para analisar os custos, eficiência, rapidez e qualidade
de produção, o tempo necessário para produzir componentes individuais, taxas de
desperdícios, e a taxa de produção de cada uma das máquinas, custos com materiais e de
energia. Estes serão tendencialmente analisados pelo Departamento de Produção, mas
também têm de ser facilmente percetíveis para aqueles que, dentro da companhia (como o
Departamento Financeiro), os devem analisar dentro do contexto total dos custos do negócio
e da informação de gestão.
Na área do Controlo Financeiro, será necessário decidir se o negócio terá dimensão suficiente
para que seja necessário criar um Departamento Financeiro ou de Contabilidade próprio ou se
estas atividades podem ser efetuadas por especialistas externos. Alguns elementos
fundamentais do ponto de vista Financeiro:
6. Investimento necessário
Na altura da escolha das potenciais formas de financiamento, será necessário especificar qual
a necessidade de capital de base e os fundos necessários para a compra das instalações, do
equipamento e de todo o tipo de investimento inicial necessário. O período de financiamento
deve ser especificado e também se este investimento pode ser faseado ou se deverá ser feito
de uma única vez.
Esta é uma área que recebe sempre atenção especial dos potenciais financiadores durante a
apreciação da candidatura e que será alvo de inúmeras análises e questões. As projeções têm
necessariamente de ser suportadas pela informação descrita nos capítulos precedentes
(dimensão do mercado, necessidades dos clientes, segmentação de clientes, estádio de
desenvolvimento do mercado, forças e fraquezas dos concorrentes...).
Será também essencial acrescentar uma projeção consistente das atividades comerciais
correntes da empresa necessárias para suportar as projeções de vendas, como o volume de
ordens de compra, níveis de venda para com os clientes chave, histórico do crescimento do
mercado dentro daquele sector de atividade, etc., especialmente para os casos de projetos de
expansão ou viabilização.
o O negócio tem ordens de compra confirmadas? Que pesquisa de mercado existe para
suportar as projeções de vendas?
o Quais e quantos são os clientes que deverão fazer compras durante o primeiro ano?
o Preparou projeções de vendas para cada grupo principal de produtos?
o Preparou um sistema de atualização de projeções de vendas com intervalos regulares?
Alguns destes pagamentos ocorrerão numa base mensal, enquanto outros terão intervalos
mais irregulares, como as compras de materiais ou investimentos de capital nos edifícios e em
equipamento, criando desfasamentos entre as entradas e saídas de fundos.
Normalmente haverá ainda um desfasamento temporal típico entre a compra das matérias-
primas, a produção, a venda e o recebimento dos clientes. Grande parte dos clientes espera
poder pagar, por exemplo, a 30, 60 ou 90 dias após a entrega da mercadoria, consoante o
sector de atividade. A empresa precisa de ser capaz de financiar o custo da compra dos
materiais necessários ao processo produtivo e eventuais tempos de armazenagem, apesar das
condições de pagamento dos seus clientes.
É, por isso, frequente acontecer que muitas empresas tenham cash-flow fortemente negativo
apesar de ter um nível positivo de valor de vendas e mesmo de resultados. Isto acontece
sobretudo no caso de empresas jovens, quando o investimento de capital e os custos
associados ao início de atividade podem pesar significativamente em valores de Vendas ainda
não muito elevados.
Os custos variáveis incluem pagamentos que variam tipicamente em proporção com o volume
de vendas. Exemplos disto são custos com materiais e energia.
A decisão sobre se o custo da mão-de-obra é um custo fixo ou variável deve se feita consoante
o tipo de negócio em questão. Em alguns casos, o trabalho pode ser avaliado numa base de
“freelance” ou de subcontratação, por forma a cumprir tarefas específicas. Em outros casos, a
empresa pode reter um tipo de força de trabalho com um elevado nível de especialização, e
então não será possível diminuir ou aumentar os custos laborais em linha com as flutuações
dos fluxos de vendas.
Em termos gerais, quanto mais cedo o break-even é alcançado, mais atrativo é o negócio. É
necessário calcular um número de cenários de break-even alternativos (os melhores e os
piores), testando a sensibilidade dos resultados da Empresa a variações dos fatores básicos de
produção. Consegue-se isto pela repetição dos cálculos assumindo diferentes valores de
Receitas e de custos diretos e variáveis.
As projeções de resultados devem ser analisadas, por exemplo, pelo efeito da redução do valor
das vendas em 10% acompanhadas por um aumento de 10% no valor dos custos. Outras
variações devem ser experimentadas em função das variáveis base do negócio a fim de
estabelecer as fronteiras a partir das quais o negócio deixa de ser viável. Estas são as
chamadas Análises de Sensibilidade.
o Baseado nas suas projeções financeiras, que fundos necessitará para iniciar o seu negócio e
quando prevê que comece a ter Receitas da sua atividade;
o Baseado no seu cash-flow forecast, fundamente quando necessitará das várias entradas de
fundos previstas;