Processo de Cozimento de Açúcar
Processo de Cozimento de Açúcar
Processo de Cozimento de Açúcar
Quando o caldo de cana é concentrado, sua viscosidade aumenta rapidamente com o brix e
quando este alcança 78 à 80o, os cristais começam a aparecer e a constituição da massa
transforma-se: passa progressivamente do estado líquido a um estado meio sólido, meio
líquido, perdendo cada vez mais sua fluidez, e consequentemente, sua manipulação se
modifica-se completamente, torna-se massa cozida.
A consistência da massa cozida não mais permite fervê-la em tubos estreitos e nem fazê -la
circular facilmente de um corpo para ao outro. Por isso utiliza-se o Cozedor à Vácuo, que é
um evaporador de simples efeito, desenhado para manipular materiais densos e viscosos. O
cozedor é essencialmente um cristalizador evaporativo, isto é, um equipamento para realizar
e controlar a cristalização do açúcar por meio da evaporação da água.
Cozedor batelada, vertical com calandra fixa Vista interna do Cozedor (calandra fixa e plana, com tubos
e plana, para massas de baixas pureza maiores para melhor circulação da massa).
Vácuo Contínuo DZ Langreney
MULTI-JATO
SEPARADOR
DE VÁCUO
ARRASTE
ÁGUA
TOMADA
DE QUEBRA
PROVA VÁCUO
XAROPE
MEL
ÁGUA
LUNETAS
TUBO
CENTRAL
VAPOR
CONDENSADO
CALANDRA
CONDENSADO
DESCARGA
DE
MASSA
CRISTALIZAÇÃO
A cristalização é uma operação unitária do tipo de transferência de massa. A transferência
de massa ocorre quando ultrapassa-se um ponto crítico na atração molecular da sacarose.
Para que os cristais formem-se na massa, é indispensável que haja uma supersaturação
acentuada.
A medida que os cristais se formam e crescem, a supersaturação do licor-mãe diminui. Para
manter a supersaturação, é preciso haver evaporação de água e alimentação de produto
açucarado.
A velocidade de cristalização cai muito, quando a pureza do licor-mãe diminui. Por este
motivo, explica-se as diferenças consideráveis entre os tempos de cozimento necessários
para os cozimentos de Massa A, B e C.
SUPERSATURAÇÃO
Zona Metestável
Nesta zona, os cristais existentes na solução crescem e não há formação de novos cristais.
Zona Intermediária
Esta zona está acima da Metestável. Nesta zona há formação de cristais novos na presença
dos cristais existentes. Os cristais novos e existentes crescem juntos.
Zona Lábil
Finalmente, mais acima da zona intermediária, está a zona lábil, onde há o crescimento dos
cristais existentes e há formação de cristais novos, independente da presença de cristais.
Cozimento A:
Também conhecido como cozimento de primeira , consiste em esgotar a sacarose do
xarope, que contém uma pureza média de 80 a 90. Este cozimento tem início com o magma
do cozimento C, que são cristais com tamanho médio de 0.3 milímetros, que ao crescerem,
esgotam a sacarose do licor-mãe. Ao final do cozimento, o açúcar A deve ter um tamanho
de 0.8 a 1 milímetro que está misturado com o seu licor-mãe, que deve estar com uma
pureza menor, cerca de 68 a 72. Essa massa cozida A será centrifugada para separação do
açúcar e seu licor-mãe (mel rico).
Cozimento B:
Também conhecido como cozimento de segunda, consiste em esgotar a sacarose do mel
rico extraído do cozimento A, que contém uma pureza média de 68 a 72. Este cozimento
tem início com o magma do cozimento C e o processo é igual ao cozimento A, porém ao
final do cozimento, o açúcar B deve ter um tamanho médio de 0.7 milímetros que está
misturado com o seu licor-mãe, que deve estar com uma pureza menor, cerca de 56 a 60.
Essa massa cozida B será centrifugada para separação do açúcar e seu licor-mãe (mel
pobre).
Cozimento C:
Também conhecido como cozimento de terceira ou de granagem, consiste em esgotar a
sacarose do mel pobre extraído do cozimento B, que contém uma pureza média de 60. Este
cozimento tem início com mel pobre ou rico, aonde será concentrado até uma determinada
supersaturação, onde será introduzida a semente (cristais preparados em laboratório com
tamanho médio de 0.1 milímetro), que ao crescerem, esgotam a sacarose do licor-mãe. Ao
final do cozimento, o açúcar C deve ter um tamanho médio de 0.3 milímetros que está
misturado com o seu licor-mãe, que deve estar com uma menor, cerca de 35 a 40. Essa
massa cozida C será centrifugado em centrifuga contínua, para separação dos cristais e seu
licor-mãe (mel final).
CRISTALIZADORES
CENTRÍFUGA
CENTRÍFUGA
AUTOMÁTICA
CONTÍNUA
Com o vácuo formado, o operador faz o carregamento de pé, que compreende abrir a
válvula de produto açucarado (xarope, mel rico, mel pobre, ou uma mistura desses
produtos) com uma pureza média de 78 a 82 (para granagem). A quantidade de pé deve ser
o mínimo possível, mas deverá ser suficiente para cobrir a calandra, para evitar a formação
de pequenas ondas ou respingos, caindo sobres as partes descobertas dos tubos de
aquecimento, que provocaria a caramelização.
A medida que o produto açucarado se concentra, ele torna -se mais viscoso. Quando a
supersaturação alcançar o ponto desejado, procede-se a semeação (granagem).
Todo o restante do cozimento consiste no crescimento dos cristais existentes, sem formar
cristais falsos (novos cristais que se formam de tamanhos diferentes, dificultando a
centrifugação, ou formando uma poeira que passa pela tela das centrífugas, enriquecendo e
contaminando os méis). Para isto não ocorrer, deve -se manter a maior regularidade do
cozimento, mantendo o vácuo e a pressão da calandra constantes. Qualquer aumento no
vácuo ou queda de pressão da calandra, pode ocasionar uma formação secundária de
cristais pela diminuição da temperatura do cozedor (passagem rápida na zona lábil ou
intermediária).
Além destas duas causas freqüentes, os cristais falsos também podem ser produzidos,
devido a:
- uma evaporação rápida demais.
- introdução de produto açucarado frio demais.
- entrada de ar pelas válvulas secundárias (descarga, corte, quebra -vácuo) que não estão
seladas hermeticamente.
Assim que contata-se que os cristais ocupam todo o espaço disponível e que o licor-mãe
está somente nos espaços livres entre os cristais, é alcançado o nível final, devendo o
operador efetuar a descarga de massa para os cristalizadores ou sementeiras.
Automação da área de Cozimento:
CONTROLE DE VÁCUO DO CORPO DO COZEDOR
Este controle consiste em medir o vácuo do corpo do cozedor, e controlar a vazão de água
para o multijato. Este controle juntamente com o controle de pressão da calandra, serão
responsáveis para manter a temperatura (uma das variáveis que afetam a supersaturação).
CONTROLE DE ALIMENTAÇÃO
Esse controle consiste em medir a concentração da massa cozida, através de um sonda de
radiofrequência, refratômetro, condutivimento, etc., e controlar a alimentação de produto
açucarado. Este controle permite manter a supersaturação.
Sonda de Radiofrequencia
MEDIÇÕES E ALARMES DE VARIÁVEIS AUXILIARES
SISTEMA DE SUPERVISÃO
Software de supervisão para operação, arquivo de dados em histórico e emissão de
relatórios, e interligado a uma rede Ethernet para comunicação com os outros setores da
Usina.