Esquema de Aula de Sucessões
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1. Considerações Iniciais
Sucessão Inter vivos – compra e venda, doação, incorporação, etc.
Sucessão Causa mortis ou mortis causa
É objeto do direito de sucessões a sucessão provocada pelo fato jurídico morte,
conhecida como causa mortis.
Sucessão: Sinônimo de transmissão.
Direito das Sucessões – Das Críticas e dos Argumentos favoráveis
Críticas
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Art. 1.829 - O primeiro a receber a herança é o descendente juntamente com o
cônjuge.
Direito de continuar morando no imóvel residencial do casal, desde que seja o único
imóvel residencial na herança. No caso de só haver um único imóvel residencial
deixado. O objetivo do Direito Real de habitação é garantir um teto para a pessoa.
Mesmo sem contrato de união estável a gente vai aplicar a lei de casamento. Aplica-
se sempre a lei em vigor no momento da morte.
Exceção
Se o herdeiro for, ao mesmo tempo, legítimo e testamentário, poderá escolher se
quer apenas uma das partes, as duas ou nenhuma delas.
A aceitação e renúncia são irretratáveis.
Art. 1.808. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em
parte, sob condição ou a termo.
1. Conceito
Afasta do recebimento da herança o herdeiro que cometeu falta grave.
“Manifestação de vontade, feita pelo autor do patrimônio, externada através do
testamento, pelo qual o testador almeja excluir o herdeiro sucessório, privando-o de
sua legítima” – Salomão de Araújo Cateb
Trata-se de penalidade civil que priva do direito à herança.
1. Falta grave
2. Testamento
3. Ação ordinária de deserdação
Propositura pelo Ministério Público (mesmas regras da exclusão por indignidade).
O Ministério Público tem competência para a propositura da ação.
Também pode ajuizar a ação quando interessado não o fizer.
Justifica-se pelo fato de que a sociedade não deve assistir a este tipo de conduta. É
de interesse social, pois não se pode permitir que o torpe se beneficie da própria
torpeza.
Efeitos
Pessoais e retroativos
Os efeitos são pessoais e retroativos à data da morte.
Efeitos retroativos à data da morte: Ex tunc - Deve o condenado devolver a herança
eventualmente recebida, inclusive com os frutos.
Os filhos do agressor não são prejudicados, tendo, portanto, direito à herança.
Todavia, em caso de morte dos filhos, o condenado não volta a ter direito sobre a
herança.
Vedação – usufruto e administração da herança
Some-se a isso, o condenado por deserdação não pode ser usufrutuário ou
administrador da herança entregue ao filho menor.
Frutos e rendimentos também devem ser devolvidos
A partir do momento em que a pessoa tem que devolver a herança, deve devolvê-la
com seus respectivos frutos e rendimentos.
Reconhecimento de Filhos
Codicilo posterior revoga codicilo anterior, exceto na parte que versa sobre
reconhecimento de filhos.
Assim, pode-se reconhecer filho através do codicilo, sendo este reconhecimento
irrevogável.
Codicilo cerrado (Art. 1.885)
Pode-se fazer codicilo cerrado tal como o testamento cerrado, ou seja, secreto.
Somente deve ser aberto pelo juiz.
Art. 1.885. Se estiver fechado o codicilo, abrir-se-á do mesmo
modo que o testamento cerrado.
Nomeação de testamenteiro
Através do codicilo, pode-se nomear testamenteiro, pessoa da confiança do
testador, indicada por ele, para fiscalizar se as disposições testamentárias estão
sendo cumpridas.
Das cláusulas de inalienabilidade, incomunicabilidade e impenhorabilidade
(Art. 1.848 e 1.911 – CCB).
Deve-se justificar a existência de cláusula em testamento se for atingir à legítima.
A cláusula de inalienabilidade implica automaticamente em impenhorabilidade e
incomunicabilidade.
A inalienabilidade impede a disposição do bem pelo herdeiro,
a impenhorabilidade impede a penhora do bem herdado em processo de execução
do herdeiro, e a incomunicabilidade impede que o herdeiro casado pelo regime de
comunhão universal dívida o bem herdado com o cônjuge.
Só valem por uma geração.
Se o imóvel for desapropriado, com o dinheiro da indenização deve ser adquirido
doutro que virá com as mesmas restrições.
Art. 1.848. Salvo se houver justa causa, declarada no
testamento, não pode o testador estabelecer cláusula de
inalienabilidade, impenhorabilidade, e de incomunicabilidade,
sobre os bens da legítima.
PARTE 2 DO CADERNO
2. Partes
a) Legante: o testador.
3. Sublegado: Exemplo - O testador A deixa uma casa para B, desde que este
compre/entregue um carro a C.
O legado pode caducar, como por exemplo: Deixo meu carro para Daniel. Caso o
carro seja roubado, Daniel não receberá o carro. Art. 1.951.
O legado pode ser de usufruto (Art. 1.921), de alimentos (Art. 1.920), de dinheiro, de
Bens móveis/imóveis, semoventes, de perdão de dívida (Art. 1.918), de crédito de
dívida, “pode ser de tudo.”
Art. 1.918. O legado de crédito, ou de quitação de dívida, terá eficácia somente até a
importância desta, ou daquele, ao tempo da morte do testador. § 1o Cumpre-se o
legado, entregando o herdeiro ao legatário o título respectivo. § 2o Este legado não
compreende as dívidas posteriores à data do testamento.
9. Legado alternativo (Art. 1.932) Aquele em que o testador deixa uma opção. O
testador poderá elencar alguém para fazer a escolha. Em caso de omissão, a
escolha caberá ao onerado/herdeiro. Ex. Deixo ou minha casa ou cem mil reais. Art.
1.932. No legado alternativo, presume-se deixada ao herdeiro legítimo a opção.
Imóveis contíguos¹ (1) Imóveis contíguos: Imóvel ao lado/que faz divisa com o
primeiro imóvel. Os imóveis contíguos não são incorporados ao legado. Somente
serão incorporados se houver cláusula expressa.
A sucessão pode ser por direito próprio ou por cabeça ou por representação ou por
estirpe.
(2) Sucessão por cabeça ou direito próprio: Acontece quando a pessoa recebe a
herança por seu próprio direito. Se não houver ninguém da geração mais próxima
(filhos), os da mais distante (netos) receberão por direito próprio, isto é, dividir-se-á
igualmente entre todos. Ex. Se um avô morre e deixa 03 filhos e um quarto filho pré
morto, os netos deste quarto filho receberão ¼ da herança como se o pai fosse vivo.
Mas, se todos os quatro filhos eram pré-mortos e no total havia 09 netos, divide-se a
herança pelo número de netos, por direito próprio, por cabeça.
Motivos: I. pré-morte; II. exclusão por indignidade; III. renúncia IV. descumprimento
de condição.
c) Condicional.
Se não houver prazo é sempre vitalício. O beneficiário final é uma pessoa que ainda
nem foi concebida, sempre filha de alguém determinado.
Caso não tenha sido concebida até a morte do testador e não havendo estipulação
de outro prazo, espera-se 02 anos após a morte do testador.
Se depois do prazo não houver filho, o bem fica definitivamente com o fiduciário.
4. Doação a terceiros: Aquele que ajuizou a ação pedirá bem que foi doado.
Da ação de sonegados
1. Sonegados são os bens que deveriam entrar na partilha, porém foram ciente e
conscientemente dela desviados, quer por não terem sido descritos ou restituídos
pelo inventariante ou por herdeiro, quer por este último não os haver trazido à
colação, quando esse deve se lhe impunha.
3. Penalidade ao herdeiro que oculta bens ou sabe que alguém o faz e silencia.
Sempre há má fé, porque se um bem for descoberto após a partilha, será feita a
sobrepartilha.
7. Efeitos Penalidade ao herdeiro que oculta bens ou sabe que alguém o faz e
silencie: Perderá qualquer direito relacionado aos bens, exceto indenização por
benfeitorias necessárias, para se evitar enriquecimento ilícito. Se ocultar dinheiro em
poupança.
8. Ação de sonegados
Da partilha
1. Conceito
“Divisão dos bens da herança segundo o direito hereditário dos que sucedem.” –
Clóvis Beviláqua
A partilha é um direito dos herdeiros. O dono da herança não pode criar uma
cláusula dizendo que seus bens são impartilháveis.
A partilha extingue o condomínio dos herdeiros, tendo em vista que divide os bens,
isto é, direciona os bens a cada herdeiro.
Após a partilha, o herdeiro sabe sobre o que o seu direito vai recair.
Termo nos autos: Uma ou todas as partes requerem ao advogado que peticione na
vara de sucessões que lavre um termo no qual constará a quem pertencerá cada
bem.
Escritura pública: pede-se ao tabelião do cartório de notas que lavre uma escritura
pública de partilha.
Nota:
Escrito particular: Faz-se uma petição ao juízo descrevendo a quem pertencerá
cada bem. É necessário advogado e inventariante, mesmo em um inventário
administrativo.
Partilha litigiosa: A partilha litigiosa sempre será judicial, não podendo ocorrer em
cartório.
Se houver herdeiro menor ou incapaz, a partilha também sempre será judicial.
2. Herdeiro insolvente
Se após a evicção, um dos irmãos que deveria indenizar o herdeiro prejudicado não
tiver mais dinheiro, pois tinha credores, a indenização da parte dele será dividida
entre todos os irmãos, inclusive o que é credor da indenização.
Ex. Herdeiro que não pagou condomínio, que foi intimado sobre audiência de
usucapião e não compareceu.
2) Também não há garantia se a evicção vier por fato posterior à partilha.
1. Funções
Se alguém atacar testamento, o testamenteiro é o defensor do testamento.
- Cargo chama: testamentaria
- Fiscaliza se as disposições testamentárias estão sendo cumpridas
- Se a vontade do testador está sendo cumprida.
2. Remuneração
Chamada vintena fixada pelo juiz quando o testador não deixa nenhum bem para
testamenteiro.
Não pode ultrapassar 5% da herança líquida.
a) Testamenteiro
Pessoa de confiança do testador para fiscalizar.
b) Inventariante
Do andamento ao processo de inventário.
Anexa os documentos nos autos, providencia as CND’s. Recolhe ITCD.
c) Administrador provisório
Está na posse dos bens até o juiz determinar o inventariante.
Indenizado pelas despesas, mas não recebe pelo exercício cargo.
4. Mais de um testamenteiro
Cada um responsável por uma parte ou todos por tudo. Todos vão receber.
5. Falta do testamenteiro
Quando não há testamenteiro o juiz nomeia o cônjuge ou um filho que não receberá
nada, pois já está recebendo a herança. Sua função de testamenteiro não se
transfere aos filhos deste.
6. Prazo
180 dias para fiscalizar se o testamento está sendo cumprido.
Pode-se aumentar o prazo dependendo da complexidade do caso.
Inicia-se a contagem do prazo da aceitação da testamentaria, isto é, após a
aceitação por parte do testamenteiro.
Quando toda a herança estiver distribuída em legados, o inventariante será o
testamenteiro.
1. Conceito
1.1. Ausência de herdeiros legítimo, testamentário ou legatário, como também
quando todos os herdeiros renunciam/são excluídos por indignidade
São aquelas que, aparentemente, não têm dono.
Quando a pessoa não tem herdeiro legítimo e não deixa um herdeiro testamentário,
tratar-se-á de herança jacente.
2. Procedimento
2.1. Após 01 ano da publicação do primeiro edital: sentença de vacância.
O juiz mandará publicar 3 editais para convocação dos possíveis herdeiros. Será
qualificado quem morreu.
Após um ano da publicação do primeiro edital, será prolatada a sentença de
vacância¹ (não há herdeiros), sendo nomeado curador para a herança.
Sentença de vacância: Aquela na qual se indica que não há herdeiros.
4. Após 05 anos da abertura da sucessão os bens passam para o domínio
público
Abertura da sucessão: O prazo da abertura da sucessão se inicia após a morte do
de cujus. Assim, pode-se dizer que são 05 anos após a morte do autor da
herança.
Após 5 anos do prazo da abertura da sucessão, a herança passa para domínio
público.
5. Efeitos da sentença de vacância
Após 01 ano da publicação do primeiro edital é prolatada a sentença de vacância.
Neste caso, se aparecerem parentes colaterais, estes não terão direitos à herança.
Devolução ao monte das doações feitas em vida pelo de cujus/autor da herança aos
seus herdeiros necessários para abatimento na herança.
Nota:
O bem vendido ao filho deve possuir a assinatura de todos os demais filhos do
vendedor.
Tal obrigação, por outro lado, não é característica na doação, uma vez que o bem
deverá ser colacionado após a morte do de cujus.
6. Bens alienados
Voltam ao monte com o valor da época da doação corrigidos monetariamente.
7. Benfeitorias
Benfeitorias não devem ser colacionadas, sendo o donatário restituído pelo valor das
mesmas.
Frutos e rendimentos anteriores à morte não devem ser colacionados.
Todavia, os frutos e rendimentos posteriores à morte devem ser colacionados.
Nota:
O próprio testador pode colocar no testamento quem irá receber caso não tenha
bens suficientes no momento da morte. Se não há disposição, o legatário tem
preferência.
- (Art. 1.967) quando a parte que ultrapassar a metade disponível for superior a ¼
do valor do bem, o bem fica com os herdeiros e o legatário é indenizado.
- Se a parte que ultrapassar a metade disponível não for superior a ¼ do valor do
bem, o bem fica com o legatário e ele indenizará os herdeiros.
Questões de alta indagação – questões de alta indagação são aquelas que não
são da competência do juízo da Vara de Sucessões. Como, por exemplo, uma ação
de reconhecimento de união estável, que tem reflexos sucessórios, mas é da
competência da Vara de Família. Deve-se pedir reserva de bens na Vara de
Sucessões e esperar a decisão da vara de Família.
O inventariante pode ser removido e substituído se for suspeito e não estiver dando
andamento ao processo ou se não estiver agindo com diligência.
No final do processo do inventário o Juiz abre espaço para acrescentar algum bem
ou herdeiro que tenha ficado de fora através das últimas declarações. É a partir
deste momento, inclusive, que se pode acusar algum herdeiro ou o inventariante de
sonegação.
A própria família pode sugerir a divisão dos bens através do plano de partilha.
É uma opção para as famílias em que todos os herdeiros são maiores e capazes e o
inventário consensual.
A qualificação das partes e descrição detalhada dos bens é feita em uma minuta
apresentada ao tabelião, no lugar das primeiras declarações, que seriam
apresentadas a um juiz.