Revisado .

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 62

Justino Júnior Chiziane

Análise de ocorrência da crase na escrita no Ensino Secundário, nas Plataformas


virtual (WhatsApp, Facebook) e Via Pública

Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa

Universidade Pedagógica de Maputo

Março

2022

Justino Júnior Chiziane


DECLARAÇÃO DE HONRA...................................................................................................................iv
DEDICATÓRIA..........................................................................................................................................v
AGRADECIMENTOS..............................................................................................................................vi
LISTA DE TABELAS...............................................................................................................................vii
LISTA DE GRÁFICOS...........................................................................................................................viii
LISTA DE SIGLAS...................................................................................................................................ix
Resumo......................................................................................................................................................x
ABSTRACT...............................................................................................................................................xi
CAPÍTULO I...............................................................................................................................................1
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................................1
1.1. Descrição do Problema....................................................................................................................3
1.2. Justificativa.........................................................................................................................................5
1.3.2. Hipótese1........................................................................................................................................6
1.3.3. Hipótese2:.......................................................................................................................................6
1.4. Os objetivos do trabalho..................................................................................................................6
1.4.1. Objetivo Geral................................................................................................................................6
1.4.2. Objetivos Específicos....................................................................................................................6
CAPITULO II..............................................................................................................................................7
2. METODOLOGIA DE PESQUISA.......................................................................................................7
2.1. Tipo de pesquisa...............................................................................................................................7
2.2. Conceito de Método..........................................................................................................................8
2.3. Método de abordagem.....................................................................................................................8
2.4. Pesquisa bibliográfica.......................................................................................................................8
2.5. Métodos de procedimentos.............................................................................................................8
2.6. Técnicas de pesquisa.......................................................................................................................9
2.7. Técnicas e Instrumentos de recolha de dados.............................................................................9
2.8. População e amostra........................................................................................................................9
2.9. Amostra..............................................................................................................................................9
2.8. Delimitação do tema.......................................................................................................................10
CAPITULO III..........................................................................................................................................11
3. EMQUADRAMENTO TEORICO CONCEITUAL............................................................................11
3.1. Preposição.......................................................................................................................................11
3.1.1. Artigo.............................................................................................................................................11
3.1.2 Artigos definidos:...........................................................................................................................11
3.2. Regência..........................................................................................................................................12
3.3. CRASE.............................................................................................................................................12
3.3.1. Breve historial da crase...............................................................................................................12
3.3.2. Relação de regência com crase................................................................................................14
3.3.3. ESTRUTURA PADRÃO DA CRASE.........................................................................................14
3.4. Crase obrigatória.............................................................................................................................14
3.4.1 Crase proibida...............................................................................................................................16
3.4.2. Crase Facultativa.........................................................................................................................18
3.4.3. Topónimos (nome de lugar).......................................................................................................20
3.5. Crase por meio de paralelismo sintático......................................................................................20
3.6. Crase e Clareza.............................................................................................................................21
CAPITULO IV..........................................................................................................................................22
4. APRESENTACÃO DOS RESULTADOS.........................................................................................22
4.1. Apresentação dos Resultados do Inquérito.................................................................................23
4.2. Observar a pergunta mais acertada.............................................................................................31
4.2.1. Observar a pergunta menos acertada......................................................................................31
4.2.2. Ver a pontuação máxima obtida................................................................................................32
4.2.3. Permite observar o género com mais percentagem positiva.................................................32
4.2.4. Permite ver casos em que a crase é facultativa......................................................................32
4.2.5. Casos em que a crase é obrigatória.........................................................................................32
4.3. Crase e sua relação com regência...............................................................................................32
4.4. Crase a Clareza..............................................................................................................................33
4.5. Análise da crase com base nas Fotos captadas na via Pública e nas redes Sociais...........33
4.6. Crase nas Plataformas de Comunicação Virtual (WhatsApp e Facebook).............................36
CAPITULO V...........................................................................................................................................38
5. Conclusão............................................................................................................................................38
5.1. Recomendações.............................................................................................................................39
6. Referências Bibliográficas.................................................................................................................40
iv

DECLARAÇÃO DE HONRA
Eu, Justino Júnior Chiziane, estudante da Universidade Pedagógica de Maputo,
Faculdade de Ciências de Linguagem, Comunicação e Artes, Departamento de
Português, declaro por minha honra que o trabalho de conclusão (monografia) que
submeto para a conclusão do nível de licenciatura é da minha autoria, nunca foi
apresentado em nenhuma instituição de ensino superior, estando todas as fontes
consultadas, devidamente, identificadas ao longo do texto.

Maputo, Marçode 2022

________________________________________________________

(Justino Júnior Chiziane)


v

DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha Mãe, Laura António Langa, por compreender a minha
ausência durante 1460 dias.
vi

AGRADECIMENTOS
Em primeiro Lugar, agradeço a Deus pela vida e saúde. O agradecimento é extensivo
ao meu orientador demonografia, ____________________________,pela forma sabia
pela qual se serve na orientação dos trabalhos académicos.
vii

LISTA DE TABELAS

Tabela1- Escala de notas, pág. .

Tabela 2-Dados sobre acertos

Tabela3- Dados sobre erros


viii

LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico1- Acertos

Gráfico 2- Erros
ix

LISTA DE SIGLAS
1-DW= Deutsche Welle

2-MINED= Ministério de Educação e Desenvolvimento Humano.

3-G= género

4-FM= feminino

5- M= masculino

6- UPM= Universidade pedagógica de Maputo

7- FCLA= faculdade de ciências de linguagem comunicação e artes.


x

Resumo
O objetivo deste trabalho é analisar e apurar as causas conducentes ao volume de erros
ligados ao uso de acento sinalizador da crase que caracterizam os usuários da língua
portuguesa no contexto de escrita. Observou-se a partir da pesquisa realizada uma margem
infinita de erros ligados ao uso do acento indicador da crase.
Este trabalho visa, também, verificar como é feita o uso da crase nas plataformas virtuais
(WhatsApp e Facebook) e na via pública nas quais ocorrem muitos textos, alguns exigindo a
ocorrência da crase.
Foi feito um estudo comparativo sobre os dados do inquérito edados obtidos nas plataformas
virtuais e via pública. A comparação feita conclui que as causas ligadas ao uso desacertado do
acento grave são sempre as mesmas em todos contextos, nomeadamente, fraco domínio da
regência verbal e nominal, inexistência da crase como conteúdo específico nos programas de
ensino médio em Moçambique. A pesquisa se guia pelo seguinte problema científico:
“Que causas são conducentes ao volume de erros ligados ao uso de acento sinalizador
da crase que caracterizam os usuários da língua portuguesa no contexto de escrita?

A metodologia utilizada para a investigação da pesquisa foi a bibliográfica que se constitui de


técnicas de pesquisa como o questionário.De Seguida apresenta-se o referencial teórico, o
qual se objetiva a esclarecer as premissas contidas no tema, assim como conceitos,
surgimento, objetivos,etapas pelas quais corre o fenómeno crase.Num outro desenvolvimento
encontra-se as recomendações que têm como finalidade sugerir melhorias quanto ao uso da
crase e por fim a conclusão

Palavras-chave: Crase, Regência, Plataformas virtuais, Via pública.


xi

ABSTRACT
1

CAPÍTULO I

1. INTRODUÇÃO
Pereira (2016), afirma quea Gramática Tradicional (GT) apresenta regrasque
conceituam a produção de discursos coerentes, no entanto nota-se uma diferença
extrema no uso da língua na oralidade e na escrita. Na língua falada há muita liberdade
na criação de palavras e construção de frases,contudo essa independência só é maior
na língua falada que na escrita, pois na língua escrita há regras rigorosas por respeitar.

Durante esse exercício, a crase, por exemplo, é um fenómeno imperceptível na


oralidade, entretanto na escrita a sua identificação é obrigatória para conferir clareza no
discurso de acordo coma Gramática prescritiva. Face ao descrito acima, o presente
trabalho nasce com o propósito de analisar as dificuldades que são encarradas pelos
utentes da língua correlação ao uso do acento grave na escrita, fenómeno designado
por crase.

Vide as imagens

Fonte: imagem captada pelo telefone, no bairro Benfica-Maputo/2021


2

Imagem captada pelo telefone numa conversa de WhatsApp (2021

Vide a imagem3:

Fo
nte: Imagem captada pelo telefone numa conversa de WhatsApp (2021). Não cabe crase, pois “Deus” é
um substantivo masculino

As imagens mostram nitidamente os erros que são cometidos pelos usuários da língua
durante a comunicação escrita, principalmente nas redes sociais. Por razões
supraditas, o presente trabalho tem como título:
3

"Análise de ocorrência da crase na escrita no Ensino Secundário, nas


Plataformas virtual (WhatsApp, Facebook) e Via Pública ”.

O propósito-macro desta pesquisa é:


 Mostrar a pertinência da regência dos elementos frásicos paraocorrênciada
crase;
 Apresentar as possíveis causas do uso desacertado do acento grave.
Observou-se a partir do contacto rotineiro com as redes sociais (WhatsApp e
Facebook), o atropelamento das regras que principiam a ocorrência da crase.
Vide a imagem.

Fonte: Autor. Imagem captada no Facebook/2021. Neste caso não ocorre crase, pois sua ocorrência é
proibida diante de pronomes indefinidos.

Em suma, busca-se elucidar as causas específicas de uso indevido da crase que


enfermam os utentes da língua portuguesa nas plataformas virtuais, na via pública e na
escola Secundária Francisco Manyanga na cidade Maputo.

1.1. Descrição do Problema


“ Problema é uma questão não resolvida, algo para o qual se vai buscar uma resposta, através de
pesquisa. Pode estar referindo a alguma lacuna epistemológica ou metodológica percebida, a alguma
dúvida quanto à sustentação de uma afirmação geralmente aceite à necessidade de pôr à prova uma
suposição, a interesses práticos ou à vontade de compreender e explicar uma situação do quotidiano”
(Vergara, 1997:27).
4

De acordo com as imagens já apresentadas na introdução do presente trabalho, são


visivelmente notórias as dificuldades que as pessoas têm correlação ao uso do acento
grave na escrita.

O acento grave serve para identificar a contração de “a”preposição e “a”artigo,


dominando as regras que regulam a sua ocorrência fica fácil a sua identificação,
contudo é impossível a sua notabilidade na oralidade. As imagens mostram ainda que
muitos usuários das redes sociais não conseguem identificar o momento certo de usar
a crase. Vide a imagem:

O autor desconhece as regras que norteiam o uso do acento grave, pois conforme a
gramatica não pode ocorrer crase diante de pronomes indefinidos. “Todos” é pronome
indefinido.

Imagem captada no WhatsApp/2021. Neste caso não ocorre crase diante de pronome “todos”

A quantidade de erros que envolve este fenómeno é muito elevada, face a esta
realidade difinine-se como problema:
5

“Que causas são conducentes ao volume de erros ligados ao uso de acento


sinalizador da crase que caracterizam os usuários da língua portuguesa no
contexto de escrita?

1.2. Justificativa
Sá, Maeda & Faria (2009:243) «referem que, na justificativa, o pesquisador deve
clarificar o porquê da escolha do tema, tendo em mente a sua atualidade e a sua
pertinência quer para a ciência, quer para a sociedade».

A escolha do tema, em observância ao descrito no primeiro parágrafo, tem como


motivação a necessidade de descoberta das causas ligadas às dificuldades de uso do
acento indicador de fenómeno crase nas redes sociais e na via pública.

Vide a imagem abaixo:

Fonte: autor. Imagem captada pelo (2021).

Em segundo lugar, a pesquisa será de grande importância, pois os resultados vão


contribuir para o fortalecimento do debate académico e servirá como instrumento de
6

consulta para os futuros investigadores que se interessem em aprimorar o tema em


outras vertentes.

1.3. Hipótese

Segundo Rudio (2008: 421) hipótese “é uma suposição que se faz na tentativa de
explicar o que se desconhece”.
“Hipóteses são suposições colocadas como respostas plausíveis e provisórias para o
problema de pesquisa” (Silva & Menezes, 2001: 88). Elas servem como pressuposto
para o desenvolvimento do trabalho, pois trabalhamos com vista a reprová-las ou
aprová-las. Neste caso, teremos as seguintes propostas de hipóteses:

1.3.2. Hipótese1. Pouco domínio da regência verbal e nominal, da função das


preposições e dos artigos em língua portuguesa.

1.3.3. Hipótese2:Desconhecimento da regência culta dos verbos em língua português.

1.4. Os objetivos do trabalho

Os objetivos são os fins ou metas que se pretendem atingir com a elaboração da


pesquisa. Segundo Richardson (1999), estes indicam e orientam o pesquisador na
atividade de investigação. E ajudam na tomada de decisões quanto aos aspetos
metodológicos da pesquisa e definem como proceder para chegar aos resultados
pretendidos.

1.4.1. Objetivo Geral


Apurar as causas conducentes ao volume de erros associados ao uso de acento
sinalizador da crase no contexto de escrita.

1.4.2. Objetivos Específicos

 Descrever os requisitos que norteiam a ocorrência da crase na escrita;


 Apresentar os resultados da análisedo inquérito e das imagens relativas aos erros
da crase captadas nas plataformas virtuais (WhatsApp, Facebook) e via pública;
7

 Identificar pela pesquisa as causas associadas às dificuldades do uso transviado do


acento grave com base no inquérito e nas imagens;
 Mostrar a pertinência da regência dos elementos frásicos para ocorrência da crase;
8

CAPITULO II

2. METODOLOGIA DE PESQUISA
Neste campo, são apresentados os aspetos metodológicos que conduziramo estudo de
caso, abordagem metodológica, população e amostra, técnica de recolha e análise dos
resultados, instrumentos de recolha de dados e procedimentos de recolha de dados.
Segundo Marconi e Lakatos (2006:88), “metodologia é o meio pelo qual o pesquisador
utiliza para colher a real situação, e assim, fundamentar suas decisões durante a
realização do trabalho científico. A pesquisa pode ser definida como um procedimento
formal, com métodos de pensamento reflexivo, que requerer um tratamento científico e
se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades
parciais.”

2.1. Tipo de pesquisa


O presente estudo é uma pesquisa quantitativa e qualitativa. Lakatos e Marconi (2008)
definem estudo quantitativo como sendo aquele que permite pela sua natureza colher
sentimentos, opiniões, valores sociais, dados numéricos. Para este caso são dados
numéricos que permitem quantificar a margem de acertos e de erros cometidos durante
o inquérito. O estudo é qualitativo, pois permite com os dados numéricos calcular a
percentagem dos positivos e negativos.

A pesquisa é também de natureza descritiva. Para Lakatos e Marconi (2008) pesquisa


de natureza descritiva é aquela que é realizada através de contenção de dados diretos
e observáveis do fenómeno em estudo. A abordagem descritiva observa, regista,
analisa e ordena dados, sem manipulá-los, isto é, sem interferência do pesquisador.

Por outro lado, procura descobrir a frequência com que um fato ocorre, sua natureza,
suas características, causas, relações com outros fatos (Prodanov & Freitas,
2013).Neste caso interessa ao estudo apurar pelos dadosas causas da ocorrência de
fenómeno crase sem a devida observância dos seus princípios por meio de dados.
9

2.2. Conceito de Método


Lakatos e Marconi (2003:23), conceituam “método como conjunto das atividades
sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o
objetivo, conhecimentos válidos e verdadeiros traçando caminho a ser seguido,
detetando erros e auxiliando as decisões do cientista”

2.3. Método de abordagem


A pesquisa terá uma abordagem indutiva. Indutiva porque a partir da análise dos dados
de inquérito generalizar-se-á uma verdade geral sobre as causas que concorrem para o
uso desviado das regras do fenómeno crase.
Para Marconi & Lakatos (2003), Indução é um processo mental por intermédio do qual,
partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade
geral ou universal, não contida nas partes examinadas.
Para o presente estudo será utilizado um número restrito da população em análise que
se serve das redes sociais e dos alunos da escola secundária.
Para o sustento teórico desta pesquisa, será utilizada a revisão bibliográfica na qual
serão consultadas obras que abordam o assunto relacionado com o tema em pesquisa.

2.4. Pesquisa bibliográfica


A pesquisa bibliográfica é considerada uma fonte de coleta de dados secundários,
pode ser definida como: Contribuições culturais ou científicas realizadas no passado
sobre um determinado assunto, tema ou problema que possa ser estudado (Cervo &
Bervian, 2002:43). Foram usados livros, artigos científicos e dissertações que versam
sobre o tema como forma de garantir o embasamento teórico.

2.5. Métodos de procedimentos


O método de procedimento adotado para este trabalho foi o monográfico, que segundo
Lakatos (1991, p. 83): “consiste no estudo de determinados indivíduos, profissões,
condições, instituições, grupos ou comunidades, com a finalidade de obter
generalizações”.
10

2.6. Técnicas de pesquisa


A técnica de pesquisa utilizada para a elaboração do trabalho é o questionário que
segundo Lakatos (1991, p. 201): é um instrumento de coleta de dados, constituído por
uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito com ou sem
a presença do entrevistador.

2.7. Técnicas e Instrumentos de recolha de dados


ParaBELLO (2009:36), questionário, numa pesquisa, é um instrumento ou programa de
coleta de dados. Se sua confeção é feita pelo pesquisador, seu preenchimento é
realizado pelo informante. A linguagem utilizada no questionário deve ser simples e
direta para que o respondente compreenda com clareza o que está sendo perguntado.
Nesta pesquisa usar-se-á um questionário a ser preenchido pelos estudantes da escola
Secundária Francisco Manyanga em Maputosobre o uso do acento grave.

2.8. População e amostra


O universo, ou população é o conjunto de elementos que possuem características que
serão objeto do estudo e a amostra, ou população amostral é uma parte de universo
selecionada a partir de um critério de representatividade (Vergara, 1997).Neste
trabalho, a população em estudo foram alunos da 12a classe do ensino secundário,
fotos capturadas nas plataformas virtuais (WhatsApp e Facebook) e na via pública.

2.9. Amostra

Por sua vez, o termo amostra é a parte da população escolhida por algum critério de
representatividade (Gil, 1999). Para os propósitos desta pesquisa, por um lado, será
selecionada uma amostra por conveniência, ou seja, vão ser escolhidos aqueles
indivíduos que possuem características relevantes para obtenção da informação
pretendida. A amostra deste estudo foi constituída por uma turma da 12 a classe de 45
alunos, fotos captadas na via púbica e nas plataformas virtuais.

2.8. Delimitação do tema


O estudo em alusão decorreu na escola Secundária Francisco Manyanga na cidade de
Maputo, nas Plataformas virtuais (WhatsApp, Facebook) e na via pública.O tema
11

enquadra-se na linguística descritiva e semântica de português moderno. A crase


constitui um tema pontual da línguapelo que se torna inevitável conhecer as suas
exigências para a sua aplicabilidade.

O trabalhotem objetivo descobrir as causas conducentes ao maior volume de erros


associados à crase e de forma especifica visa:

a) Descrever os requisitos que norteiam a ocorrência da crase na escrita;


b) Apresentar os resultados da análise do inquérito e das imagens relativas aos
erros da crase captadas nas plataformas virtuais (WhatsApp, Facebook) e via
pública;
c) Mostrar a pertinência da regência dos elementos frásicos para ocorrência da
crase;

Vide a imagem de um dos palcos de estudo

Fonte autoria própria.com, Área de estudo Escola Secundária Francisco Manyanga

CAPITULO III
12

3. EMQUADRAMENTO TEORICO CONCEITUAL


O Capítulo traz conceitos de preposições, artigos, regência e crase. As definições
visam, essencialmente, clarificar as conceções teóricas fundamentais, que permitem a
compreensão das ideias-chave que corporizam esta pesquisa. De forma específica, os
conceitos ajudam na perceção do fenómeno crase, representado por acento
grave(`),no contexto de escrita.

3.1. Preposição
Preposições são “palavras que subordinam um termo da frase a outro – o que vale
dizer que tornam o segundo dependente do primeiro” (Lima, 2011, p. 231).

Preposições, segundo Martins et al (2007), são palavras invariáveis que relacionam


dois termos de uma oração, subordinando uns aos outros por forma a que o sentido da
frase seja paralelo. O termo que antecede a preposição é denominado regente e o
termo que a sucede é denominado regido.

Preposições mais conhecidas são: a, até, para, conforme, trás, perante com,
desde,entre, contra, sem, sobre, sob, de, contra, após, por.

A preposição“a”, em particular, pode se fundir com os determinantes e com os


pronomes começados pelo artigo/vogal “a”. Quando afusão envolve dois “as”usa-se o
acento grave (`) e a esse fenómeno recebe o nome de crase.

3.1.1. Artigo
Na classe dos artigos temos definidos e indefinidos.

3.1.2 Artigos definidos: são palavras que precedem os substantivos para determiná-
los ou indeterminá-los. Os artigos definidos (o, a,os, as), de modo geral, indicam seres
determinados, conhecidos da pessoa que fala ou escreve.

3.2. Regência
13

“Diz-se regência, em sentido restrito, ao processo sintático em que uma palavra


determinante subordina uma palavra determinada. A marca de subordinação é
expressa, nas construções analíticas, pela preposição.” (Bechara, 2015 p.581)

Regência, segundo Cunha e Cintra (2008:652), é o campo da língua portuguesa que


estuda a relação de subordinação que ocorre entre um verbo ou um nome e seus
complementos.

Há dois tipos de Regência nomeadamente: Nominal eVerbal.

Regência Verbal indica a relação que um verbo estabelece com o seu complemento
através de uso ou não da preposição. Na regência verbal os termos regidos são o
objeto direto e o indireto.

a) Os professores da Manyanga avisaram à (a+a) direção da escola sobre a


possível paralisação das aulas.
b) Presidente Machel obedecia, rigorosamente, às(a+as) leis do seu país.
c) Chiziane apaixonou-se pela (por + a)Nilza.

Regência nominal ocorre quando um nome necessita, obrigatoriamente, de uma


preposição para se ligar o seu complemento nominal.

a) Esta proposta é favorável a todos analfabetos políticos de Moçambique.


b) A Ucrânia já apto a aceder exigência da Rússia na guerra ente os dois.

Quando os pronomes relativos (que, qual, cujo,etc.) forem regidos por um nome,
deve-se introduzir, antes dos mesmos, a preposição que o nome exige.

3.3. CRASE

3.3.1. Breve historial da crase


A crase, que teria se iniciado por volta dos fins do século XIII e já teria se consumado
em fins do século XV, é sugerida, em textos em prosa, através de grafias em que se
regista apenas um grafema de referência vocálica para representar o que, em fases
mais pretéritas, seria um hiato (CAMBRAIA, 2001, p. 54).
14

Segundo PASCALE (2016:245), a palavra Crasevem do grego “krâsis”que significa


fusão ou mistura. Em se tratando de língua crase é fusão de duas vogais idênticas. No
português moderno, crase é a fusão da preposição “a” com o outro “a”.

a) Chiziane vai (a+a) à baixa da cidade.


b) Presidente da república agradeceu (a+a) à população de Chibuto pela
resiliência.

A crase surgiu da necessidade de se evitar o hiato, ou seja, o choque deselegante das


vogais “aa”. Antigamente, os clássicos da língua não se preocupavam com a
abalroamento dos “aa” escrevia assim:

a) O chizy vai aa Malanga.


b) Diga aaprofessora, que não virei aa aula.

Com a evolução natural do idioma o ouvido clássico moderno obedecendo a um


imperativo da boa fonética decidiu evitar o atropelamento dos “aa”.

Cunha e Cintra (2008:692), conceituam que crase é a fusão de duas vogais idênticas
numa só. O sinalindicador da junção de dois “as” denomina-se acento grave.

Para ROCHA LIMA (2003:422), crase é o nome que se dá à contração da preposição


“a” com o artigo “a” ou “as”, ou com o “a” dos pronomes “aquele (s)” “aquela (s) ”,
“aquilo”, “aqueloutro (s) ” e “aqueloutra (s) ”, ou com o “a” dos pronomes relativos
“a qual”, “as quais”; com o “a” do pronome relativo “a qual” ou “as” de“as quais”.

De acordo com Mesquita & Martos (2009, p.203), crase é a fusão da preposição “a”
com o artigo “a” é assinalada mediante o uso do acento grave (`). Há crase sempre
que o termo antecedente exige preposição “a” e o termo conseguinte aceite o artigo
“a”.
Ex. Vou a+a Matola = vou à Matola.
15

Em suma, percebe-se que todos conceitos comungam o mesmo propósito, afirmado


que crase é resultado de contração de duas vogais iguais (preposição “a” e artigo “a”
ou “as”) assinalada pelo acento grave.

3.3.2. Relação de regência com crase


Estabelece-se uma relação estreita entre aregênciae a crase. A gerência perfila como
o primeiro requisito para a ocorrência da crase. Por se tratar de um estudo direcionado
à crase, a relação de regência estudada é a das preposições com os artigos definidos,
cuja função é justamente a de ligar palavras estabelecendo entre ela um nexo de
dependência.

a) Chiziane obedeceu muitoàs(“a” =preposição +“as” =artigo indefinido) doutrinas


bíblicas.
b) Com relaçãoà festa de aniversario de Joe Williams, não tivemos informação.

Na primeira e na segunda frase ocorre o fenómeno crase por conta da regência


nominal e verbal respetivamente.

3.3.3. ESTRUTURA PADRÃO DA CRASE

Verbo a substantivo feminino

ou + aquele, aquela, aquilo,

Nome a a (=aquela)

a qual (pronome relativo

3.4. Crase obrigatória


A crase ocorre, obrigatoriamente, nas:

 Locuções adverbias de base femininas


a) O governo moçambicano sobrevive à custa de favores.
b) A reunião será realizada à noite no hotel Rovuma.
16

c) Faça as coisas àsclaras, meu amor!


Vide a imagem que exigem a ocorrência de crase obrigatória.

Imagem captada nas redes sociais /2021

Locuções prepositivas e conjuntivas

Entende-se por locuções prepositivas a junção de duas ou mais palavras uma das
quais é preposição que formam um significado único que pode ser prepositivo ou
conjuncional.

a) Naquela guerra, a mãe estava à espera de um milagre que salvasse a vida do


seu filho. Foi melhorando o seu desempenho escolar à proporção que o tempo
passava

As expressões sublinhadas na frase em a) são, respetivamente, locuções


prepositivas.Haverá sempre crase em locuções que exprimem horas
determinadas:

a) A festa de aniversário de Joe Williams começa às 10 horas do dia quatro.


b) A visita chegouàs duas horas da tarde.
17

Sempre que as expressões “à moda de”, “à maneira de” estiverem


subentendidas deve ocorrer a crase.

Exemplo:

a) Ontem, comemos frango à zambeziana (à moda de).


b) Mia couto escreveu um poema à Camões (ao estilo Camões)

Também ocorre crase quando as expressões “avenida”, “loja”, “emissora


radiofónica” estiverem subentendidas.

c) Os malfeitores foram ateàChizy (foram ate à Av. Chizy).


d) Os ouvintes de Nampula telefonaram àDW às 8 horas de ontem (telefonaramà
Rádio DW).

3.4.1 Crase proibida


Não ocorre crase em palavras masculinas, visto que não admitem artigos
femininos “a/as”:
a) O presidente referiu-sea terroristas que atuam em Cabo Delgado.
b) A Ana chegou a Chókwemuito cedo.

Vide a imagem, nela corre crase proibida

I
magem captada pelo telemóvel no Facebook/2020
18

Não ocorre crase diante de precedência de verbos no infinitivo:


a) Os Maputenses não chegaram a receber nenhuma informação sobre a
construção das Portagens.
b) Os chefes foram os primeiros a votarem todas mesas de votos.

Entre duas palavras repetidas, não há crase:


a) Eu frequento este lugar dia a dia.
b) Ultimamente, a Rega é feita gota a gota.

Diante de pronomes de tratamento (vossa e você), não ocorre crase, o “a” é


apenas uma preposição exigida pelo verbo:

a) Enviei a encomenda a vossa Excelência

b) Fiz referência a Vossa Excelência há dois minutos.

Antes dos pronomes demonstrativos esta(s), este(s), essa(s) e esse(s), o “a” é


apenas uma preposição por conseguinte não há ocorrência do fenómeno crase:

a) Eu, quanto a este assunto não tenho voz.

b) Ele se refere a esta casa.

Exceção:
Diante dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo ocorre crase
por conta da fusão da preposição “a” exigida pelo verbo e da vogal “a” que os
antecede.
a) Chiziane refere-se àquele livro sagrado.
b) Diga àquele rapaz que não faça mais isso.
c) Eu me refiro àquilo.

A crase é proibida antes dos pronomes pessoais, porque o “a” que ocorre é
simplesmente uma preposição sem a correspondência de um dos requisitos da
crase:
19

a) Não disse nada a eles.


b) Dirigiu-sea nóslamuriada.

Não ocorre crase diante dos pronomes indefinidos (uma, qualquer, cada, tal,
esta, ninguém, todos) porque já tem o papel de indefinição ou generalização.

a) Ele não ofereceu a ninguém o que trazia na pasta.


b) Houve momentos em que a vacina de Covid19 destinava-se a todos que
tenha 60 anos para cima.

3.4.2. Crase Facultativa


Na linguagem informal, a crase é facultativa diante de nomes próprios femininos.

a) Ele disseà Tomásia que chegaria tarde.


b) Ele disse a Tomásia que chegaria tarde.
Observações.
Na linguagem informal, o emprego dos artigos a(s) ou o(s) é optativo pelo que pode
ocorrer a crase havendo contração, contudo na norma culta a sua ocorrência torna a
frase agramatical.

a) *Este poema é do Camões.


b) Este poema é de Camões.
c) *Este autor nunca se refere à Paulina Chiziane
d) Este autor nunca se refere a Paulina Chiziane

Diante de pronomes possessivos (meu/minha teu/tua, seu/sua,nosso/nossa) a


crase é rigorosamente optativa.

a) Diga a sua tia que me traga o ferro amanhã.


b) Diga à sua tia que me traga o ferro amanhã.
20

Vide a imagem.

Fonte: adaptada pelo autor. A imagem mostra a situação de crase facultativa.

A crase é opcional diante da preposição “até”:


a) Eu vou ate a Praia Costa de sol.
b) Eu vou ate à Praia costa de sol.

Não haverá crase quando a expressão CASA significar “lar”, “domicílio” próprio
do sujeito falante, contudo se vier acompanhado por um modificar (adjectivo ou
locução adjetiva) há crase.

a) Cheguei a casa muito tarde.


b) Ela chegou à casa da amiga às duas da tarde.

Quando a palavra TERRA designa “chão firme” em oposição a alto-mar é usada


sem artigo, por conseguinte não ocorre crase, mas quando perde essa
particularidade semântica há crase

a) Os pescadores queriam voltar a terra antes de pôr de sol.


b) Os pescadores queriam voltar à terra dos pais antes do fim de ano.

Diante da palavra DISTÂNCIAnão há crase, salvo em exceções que venha


determinada.
21

1. Distância determinada

a) O Jorge frequenta ensino à distancia.


b) O saco caiu àdistância de 100 metros.

2. Distância indeterminada

a) A distância daqui a Boane perfaz 25 quilómetros.


b) Os últimos trabalhos de psicolinguística foram feitosa distância por conta de
Covid.

3.4.3. Topónimos (nome de lugar)


Há crase quando o topónimo admitir um artigo “a”.Por via de regra, sabe-se queo
topónimo admite o artigo“a” substituindo o verbo da frase pelos verbos“vir” e
“nascer”, se ocorrer a combinação “na”ou “da”diantedesses verbos haverá crase.

a) Vou à Manhiça (venho da Manhiça)


b) Chegamos à Matola na hora combinada (nasci na matola)

Paratopônimos que não admitem o artigo “a” por serem nomes masculinos, se
antecedido de um complemento especificativo feminino ocorrerá crase.
a) Gostei de ir à cidade de Chibuto.
b) Goste de ir a Chibuto. (sem crase porque Chibuto é um nome masculino).

3.5. Crase por meio de paralelismo sintático


Segundo BECHARA (2005, p.352), Paralelismo sintático é a correspondência de
estruturas sintáticas e morfológicas dos componentes das orações. Para haver
paralelismo é exige-se que haja semelhança da base entre as frases. Neste caso a
crase obedecerá, rigorosamente, o paralelismo sintático (termos correlacionados ou
termos que desempenham a mesma função sintática).

a) As lojas da Movitel estão abertas das 8 horas às 17horas.


b) Sua proposta é igual à de Chiziane.
22

Vide a imagem

Fonte: imagem captada na via publica- Luís Cabral- Maputo

3.6. Crase e Clareza


Nas locuções prepositivas e conjuntivas o acento indicador de crase pode mudar
o sentido da frase.

a) O cozinheiro cheirava à gordura (o cozinheiro exalava cheiro de gordura)


b) O cozinheiro cheirava a gordura
c) O chizy joga à bola (lança a bola)
d) O chizy joga a bola
e) “Eu sei que vou viver a eterna desventura de viver à espera de viver ao teu lado
por toda a minha vida” (Vinícius de Moraes).

Neste contexto a expressão adverbial (à espera de) significa viver esperando.

A mesma frase rescrita sem acento na expressão adverbial recebe novas propriedades
semânticas. Observe a frase. “Eu sei que vou viver a eterna desventura de viver a
espera de viver ao teu lado por toda a minha vida” (Vinícius de Moraes).” Neste
contexto a expressão (a espera de) significa vivenciar essa espera.

As expressões adverbiais femininas aquelas que indicam a noção de tempo, lugar ou


modo recebem o acento indicador de crase para conferir clareza ao recetor da
mensagem
23

CAPITULO IV

4. APRESENTACÃO DOS RESULTADOS


A pesquisa ocorreu na escola Secundária Francisco Manyanga, Província de Maputo,
envolvendo alunos da 12a classe de faixa etária linear, ou seja, de idades
compreendidas entre 16 a 20 anos de idade.Outros dados foram coletados nas
imagens capturadas na via pública e nas redes sociais (WhatsApp e Facebook),

O inquérito aplicado foi de caracter lacunar e de perguntas de múltiplas escolhas para


os inqueridos preenche-lo, com o intuito de aferir as causas conducentes ao uso
indevido do acento grave indicador de fenómeno crase.

As perguntas de múltipla escolha concedem mais tempo de reflexão e é uma


modalidade de avaliação vigorante no segundo ciclo de ensino secundário geral.

O inquérito foi aplicado a 45 alunos dos quais 36 são do género feminino


correspondente a 80% e 9 são do género masculino equivalente a 20 %.

As perguntas foram elaboradas, especificamente, para estudar a utilização da crase


nas seguintes categorias:
 Casos em que a crase é facultativa.
 Casos em que a crase é obrigatória;
 Casos em que a crase é proibida;
 Crase e sua relação com regência;
 Crase e clareza
24

4.1. Apresentação dos Resultados do Inquérito


Tabela1 sobre escala de notas (0 a 10)

EN 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
GN F F/M F/M F/M F/M M F -- -- -- --
NT 2 11 6 16 8 1 1 -- -- -- --
Fonte: autoria própria/2022
EN= escola de notas (0 a 10)
GN=género
NT= nota
F= femininoM=masculino

A tabela mostra a escala de notas de zero (0) a dez (10), o género dos estudantes e a
nota obtida durante avaliação. De acordo com a tabela, apenas dois estudantes
obtiveram notas positivas na escala de (0 a 10), correspondentes a 4,4 % num universo
de 45 alunos inquiridos. Na escala de zero (0) temos dois alunos que não abriram a
contagem, ou seja, com nota zero (0) valor.
Os números, na tabela, mostram que dezasseis (16) alunos tiveram nota três(3), o que
corresponde a 35,5 %. O género feminino lidera a nota mais alta do inquérito em
comparação com os masculinos.

Tabela 2 – Dados sore acertos

Número de pergunta Acertos Percentagem %


1 16 35,5 %
2 24 53
3 25 55,5%
4 8 17,7
5 14 31,1
6 10 22,2
7 5 11,1
8 1 2,2
9 7 15,5
10 10 22.2
Fonte: Autoria própria/2022. Tabulação dos dados sobre acertos do inquérito
25

A tabela apresenta o número da pergunta, o número dos acertos e a respetiva


percentagem. A percentagem corresponde ao número de acertos por pergunta. Por
exemplo, a pergunta em 8) teve um (1) acerto e a sua percentagem é de 2,2 %. Segue
um gráfico legendado correspondente à tabela para ajudar a clarificar a informação
constante.

60
55.6
53.3
50

40
35.6
31.1
30
24 25
22.2 22.2
20 17.8
16 15.6
14
10 11.1 10 10
10 8 8 9
6 7 7
4 5 5
3
1 2 1 2.2
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Número de pergunta Acertos Percentagem %


Fonte: Representação gráfica dos acertos sobre crase.

O gráfico mostra o número da pergunta, o número de erros e a respetiva percentagem.


De acordo com os dados do gráfico a pergunta mais acertada é do numero três com
vinte e cinco (25) acertos correspondentes a 55,6 num universo de quarenta e
cinco(45) inqueridos.

Na primeira questão dezasseis (16) alunos tiveram um númeroigual dos acertos,


correspondentes a 35.5%. Na pergunta2 são 24 acertos correspondentes a 53.3 %, na
terceira perguntaforam 25 certos correspondentes 55,5 %, na quarta pergunta foram 8
acertos equivalentes a 17,8 %.

Na quinta pergunta houve 14 acertos equivalentes a 31.1%, na sexta questão foram 10


acertos correspondentes a 22,2%, na sétima questão 5 alunos obtiveram 5 acertos
correspondentes a 11.1%, a pergunta em 8) teve 1 acerto correspondente 2,2%, a
26

nona questão recebeu 7 acertos o equivalente 15,6 % e a 10 questão obteve 10


acertos equivalentes 2,2 %.

Tabela 3- Dados dos erros

A tabela3 mostrao número da pergunta, o número dos erros e a respetiva


percentagem. A percentagem corresponde ao número de erros por pergunta.
Por exemplo, a pergunta em 8) teve 44 erros que equivalem 97,8 %. A pergunta em 8)
lidera percentagem dos erros na tabela. A pergunta com menos erros tem 21 erros
correspondentes a 44,6%.

Número de Erros Percentagem %


pergunta
1 29 64%
2 21 46,6%
3 20 44,4%
4 37 82,2%
5 31 68%
6 35 77,7%
7 40 88,8%
8 44 97%
9 35 77%
10 38 84%
Fonte: autoria própria. Tabulação dos dados sobre os acertos.

Segue um gráfico correspondente à tabela para clarificar a informação constante.


Ográfico mostra a tendência das dificuldades verificadas no exercício sobre crase.
foram submetidos ao inquérito 45 alunos.
27

120

100 97
89
82 84
80 78 77
68
64
60
47 44 44
40 38
40 37 35 35
29 31
21 20
20
8 9 10
5 6 7
2 3 4
1
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Número de pergunta Erros Percentagem %


.
Fonte: Representação gráfica dos dados sobre erros da crase.

O gráfico ilustra o número da pergunta, o número de erros e a respetiva percentagem.


De acordo com os dados do gráfico a pergunta 8 aparece com quarenta e quatro (44)
erros correspondentes 97, 8% num universo de 45 inqueridos.

A primeira questão teve 29 erros correspondentes a 64,4 %. Na pergunta2 houve 21


erros correspondentes a 47 %, na terceira perguntaforam 20erros correspondentes
44.4 %, na quarta pergunta houve37 erros equivalentes a 82,2 %.

Na quinta pergunta houve 31 erros equivalentes a 68 %, na sexta questão registam-se


35 erros correspondentes a 77,7%, na sétima questão houve 40 erros correspondentes
a 88,8 %, a pergunta em 8) teve 44 erros correspondentes 97,8 %, a nona questão
recebeu 35 acertos o equivalente 77 % e a 10 questão obteve 38 acertos equivalentes
84 %.

Em observância aos dados das tabelas conclui-se que a quantidade dos erros lidera a
percentagem em todas vertentes. Houve alunos que tiveram nota zero (0). A oitava
perguntafoi a menos acertada com uma percentagem de 97%. Em todos casos a
percentagem das perguntas acertadas não passa dos 50%.
28

4.1.1Análise das questões de inquérito

O uso de acento indicador de crase é uma questão pontual da língua, pelo que se torna
obrigatório odomínio das regras que norteiam a sua ocorrência. O presente inquérito
figura-se como ferramenta para dar subsídios na análise sobre aplicabilidade da crase.
Apontar-se-á alternativa correta por questão, número de acertos e a respetiva
percentagem.

Observe a questão.
1. Assinale a opção cuja sequência completa corretamente a frase abaixo:
___ medida que o tempo passava, ela ficava mais nervosa, ___ espera de uma
intuição que ___ levasse ___ tomar ___decisão acertada.
a) À – a – a – a – a
b) À – à – a – a – a
c) A – à – a – à – a
d) A – a – à – a – à
A alternativa que completa corretamente a questão em 1) é b). Há duas razões que
sustentam esta alternativa b) (À – à – a – a – a). A expressão “À medida que” é uma
locução conjuntiva cuja estrutura é iniciada por uma preposição“a” e na sequência
ocorre um nome feminino“medida” que admite ser precedido por “a”artigoe
porconsequênciahá fusão de (a+a). Locução conjuntiva é o quinto recurso para a
ocorrência da crase.

Aexpressão “à espera” é uma locução adverbial de base feminina. Segundo os


princípios da crase, locução adverbial é o terceiro recurso da crase. A questão em
análise teve 16 acertos correspondentes a 35,5 % e 29 erros que equivalem a 64,4 %.

Questão em 2)
2.Use a chave ao sair ou entrar __________ 20 horas.
a) após às
b) após as
c) após a
d) após à
29

A alternativa correta é a). De cordo com Bechara (2015:234), crase é obrigatória em


locuções que exprimem horas determinadas. Na frase, a expressão “às 20 horas” é
uma locução que exprime horas.Esta é foi a questão mais acertada de que inquérito. A
alínea que preenche os espaços vazios é a) há - à – a. Foi largamente acerta por 25
estudantes correspondente a 55,5 % dos acertos. Houve 21 erros equivalente a 47 %

A natureza da questão permite verificar e avaliar o uso do verbo “Haver” também


muito confundia com o “a” vogal quando estiver conjugado no pretérito perfeito de
indicativo no singular (há).No segundo espaço o “a”é craseado por conta da regência
verbal.

3. _____ dias não se consegue chegar _____ nenhuma das localidades tomadas
pelos insurgentes _____ que, as vacinas contra covid19, se destinam.
a) há - à - a
b) A - a - a
c) À - à - a
d) há - a – a
A questão quatro(4) é preenchida corretamente pela alternativa a) à - à – à- a.Nos
primeiros espaços seguidos, a crase ocorre por conta da regência verbal e no último
espaço não ocorre crase por causa da regra,segundo a qual, diante de pronomes
indefinidos não corre crase. O lexema“toda” é pronome indefinido. Nesta questão
houve 8 acertos correspondentes a 17.7 %e 37 erros equivalentes a 82,2 %.
4. Chegou-se _____ conclusão de que as praias deviam fechar devido _____
vulnerabilidade ____ qual as pessoas se sujeitavam, a medida afetou___toda
população de Moçambique.
a) à - à – à- a
b) a - à – à - a
c) a - à – à- à
d) à - à – a – à
Na questão 5, a opção que preenche as lacunas é a) “às - a – a”,neste caso a crase é
obrigatória porque o substantivo “exigências” estando no plural admite um artigo
também no plural“as”.Diante de pronomes possessivos femininos singulares a crase é
30

optativa, contudo é obrigatória quando o pronome possessivo for plural tal como
acontece em “suas” na pergunta 5. Houve 14 acertos equivalentesa 31.1 % e 31 erros
correspondentes a 68 %.
5. Quanto _____ suas exigências, recuso-me _____ levá-las _____ sério.
a) às - a– a
b) a - a – a
c) as - à - à
d) as - a – a

A pergunta 6 pretende saber a afirmativa incorreta quanto ao uso da crase. Neste


caso, a alternativa incorreta é alínea d) “estávamos frente a frente com Ângela Leão
no tribunal” porque segundo ROCHA LIMA (2003:423),entre duas palavras repetidas,
não há crase:
Na frase a expressão “afrente a frente” resulta da repetição do vocábulo frente logo
não pode ocorrer crase. A pergunta teve 10 acertos o que corresponde a 22,2 % e 35
acertos correspondentes a 77.7 %.
Assinale a afirmativa INCORRETA quanto ao uso da crase:
a). Estou à procura de ajuda para este questionário.
b). Ontem, fomos até à Matola à procura de gás.
c). Fui à cidade de Chókwe.
d). Estávamos frente à frente com Ângela Leão no tribunal.

A sétimapergunta pede a indicação da alternativa cujo acento indicador de crase está


corretamente empregado. Segundo o rastreio gramatical, a alternativa que responde
corretamente a solicitação da pergunta é alínea c) “O preço referente à pasta não foi
revelado ao Celso.”

A crase ocorre nesta alínea por conta da regência nominal. De acordo com LIMA
(2003), regência nominal ocorre quando um nome necessita obrigatoriamente de uma
preposição para se ligar o seu complemento nominal. A expressão “referente” exige a
presença da preposição “a” e o seu consequente “pasta” admite o artigo “a”, portanto
31

há requisitos suficientes para ocorrência da crase.Esta pergunta teve cinco acertos


equivalentes a 11,1% e 40 erros equivalentes a 88,8%.

7. O acento indicador de crase está corretamente empregado em:


a). Amanhã, vou à Marracuene.
c) O preço referente à pasta não foi revelado ao Celso.
d) O sistema de esgoto na cidade de Maputo não deixa à água correr.
e) Marcos vende banana à preço barato no mercado Zimpeto

8. Em qual das seguintes frases falta o sinal indicador da crase:


a) Rosa prometeu ser mais pontual na escola a partir de hoje.
b) Mr. Bow passou a prestar mais atenção na Liloca do que na Lurdes em 2016.
c) Xitique da família vai acontecer de 2 a 4 de dezembro.
d) António Carlos do Rosário respondeu, negativamente, as perguntas de Ministério
Público.
A opção que denota ausência do acento indicador de fenómeno crase é d) “António
Carlos do Rosário respondeu, negativamente, as (com crase) perguntas de Ministério
Público”. Neste caso a crase deve ocorrer por conta da regência verbal. A forma verbal
“respondeu” é bitransitivo, pelo que exige a presença da preposição “a”.
O substantivo “perguntas” está pluralizado e admite ser precedido pelo artigo definido
“as”, requisitos para ocorrer a fusão. Esta pergunta recebeu um acerto equivalente
2,2% contra 44 erros equivalente a 97 %.

Na nona pergunta, a opção correta é b)com crase. “Professor de português foi àsala de
aulas tristonho”. Nesta opção deve haver crase porque há requisitos para a sua
ocorrência.
A forma verbal “foi”e o substantivo “sala” exigem a presença de “a” preposição e “a”
artigo respetivamente. Segundo Mesquita & Martos (2009, p.203), há crase sempre que
o termo antecedente exige a preposição “a” e o termo conseguinte aceite o artigo
“a”.Esta pergunta teve 1 acerto equivalente a 2,2 % e 44 erros correspondendo a 97,7
num universo de 45 alunos inquerido.
32

9. Em qual opção o “a” deve levar o acento indicador de crase (`)


a) Sara foi a Massinga sem se despedir de ninguém.
b) Professor de português foi a sala de aulas tristonho.
c) Joel Williams distribui dinheiro a todos que estão na festa do seu aniversário.
d) Ele estava frente a frente com o juiz Ifigénio Baptista.

Na última questão o acento indicador de crase é opcional em d) “Digita “247” para ir à


sua conta”. Nesta opção a crase é optativa porque o pronome possessivo “sua” é
feminino e singular e a regra da crase na voz de BECHARA (2005, p.352), afirma que
diante de pronomes possessivos femininos e singulares a crase é opcional.
Esta questão recebeu 10 acertos que equivalem a 22,2 % contra 38 erros
correspondentes a 84 %.
“10. Em qual das alternativas o uso do acento indicador de crase é facultativo?”
a). Refere-seà namorada da colega Gina.
b) António vai à Malanga.
c) Paulo comeu frango à Zambeziana.
d). Digita “247” para ir à sua conta.

O inquérito, ainda, permite:

4.2. Observar a pergunta mais acertada


Ver a questão mais acertada do inquérito concede observar a quantificação dos acertos
por meio de tipo de gerência vigente nas questões. Por essa via procura-se o
contributo da regência na “vida” da crase como fenómeno linguístico. A pergunta com
mais acertos do inquérito teve 55,5 % de positivos.

4.2.1. Observar a pergunta menos acertada


Conhecer a pergunta com menos acertos permite quantificar os erros cometidos e
concluir as causas que justificam o seu cometimento com base na observância dos
princípios que norteiam ocorrência da crase, nomeadamente, regência nominal,
verbal, loucões adverbiais, etc. A oitava pergunta foi a menos acertada com uma
percentagem de 97% dia cordo com o gráfico sobre os erros.
33

4.2.2. Ver a pontuação máxima obtida


A pontuação máxima é verificada por meio da nota mais elevada obtida pelos
inqueridos. Ocorre da escala de 0 a 10 valores sendo de 0 a 4 equivalente a margem
das negativas que se situa em 50% e de 5 a 10 corresponde a percentagem de dados
positivos. De 5 a 10 os dados da tabela1 apontam para dois alunos com notas positivas
correspondentes 4,4 %.

4.2.3. Permite observar o género com mais percentagem positiva


O género com mais percentagem positiva é assinalado pela quantidade de notas altas
positivas obtidas e pelo espaço de identificação constante no cabeçalho de inquérito.
Está a dianteira o género femininos

4.2.4. Permite ver casos em que a crase é facultativa.

A crase é optativa na alínea d)do número 10, “Digita “247” para ir àsua conta.”
Segundo Mesquita & Martos (2009), a crase é opcional diante de pronomes
possessivos femininos e “sua” na frase é um pronome possessivo.

4.2.5. Casos em que a crase é obrigatória


De cordo com Bechara (2015), crase é obrigatória em locuções que exprimem horas
determinadas. Na alternativa a)do número dois (2), a expressão “às 20 horas” é uma
locução adverbial de tempo. Neste caso a crase é obrigatória.

4.3. Crase e sua relação com regência


Estabelece-se uma relação estreita entre a regência e a crase, porque a gerência
perfila como o primeiro requisito para a ocorrência da crase, ou seja, a compreensão
que se estabelece acerca dos aspetosconceituais sobretudo da junção do artigo “a”+”
a” preposição é fulcral para ocorrer a crase.
A alternativa que melhor preenche os espaços em branco é a)da questão em 3). Nesta
opção, a crase ocorre por conta da regência verbal. A regênciaculta dos verbos é o
requisito primário para haver crase daí a sua relação com a crase.
34

4.4. Crase a Clareza.

As expressões adverbiais femininas são aquelas que indicam a noção de tempo, lugar
ou modo, recebem o acento indicador de crase para conferir clareza ao recetor da
mensagem.

Observe as frases que seguem.

a) Minha mãe cozinha às vezes, mas o meu pai nunca.


b) Todas as vezes que minha tia chega tarde eu a espero acordado.

Em a) a expressão “às vezes”com crase é uma locução adverbial de tempo e significa


de vez em quando. Ela se difere da expressão as vezes (sem acento) pela presença
do acento grave.

Em b) “as vezes” resulta da união do artigo feminino no plural “as” com o substantivo
“vezes” no plural e tem o significado de “as ocasiões”.

4.5. Análise da crase com base nas Fotos captadas na via Pública e nas redes Sociais
Com o objetivo de apurar as causas de uso desacertado da crase foram coletados
dados das imagens captadas nas plataformas de comunicação virtual (WhatsApp,
Facebook) e na via pública.

Neste contexto a via pública constitui a todos os lugares onde são afixados panfletos e
placas publicitárias em que o uso da crase assegura uma frequência regular. O
exercício de recolha de dados ocorreu nas artérias da cidade de Maputo.

Recorda-se que Mesquita & Martos (2009, p.203), conceitua crase como fusão da
preposição “a” com o artigo “a” e assinalada mediante o uso do acento grave (`).
Há crase sempre que o termo antecedente exige preposição “a” e o termo
consequente aceite o artigo “a”.
Na imagem a baixo, conforme o conceituado acima, não cabe crase, pois não existem
requisitos linguísticos que justifiquem a sua ocorrência. O acento indicador de crase
35

usado no substantivo “Maè” ocorre indevidamente. Nesta situação cabe o acento


agudo que é usado para assinalar a vogal tónica (e). ex.: Maé

Font
e: adaptada pelo autor. Imagem tirada na via pública. Avenida de Namaacha-Maputo/2021

Na imagem seguinte verifica-se a presença do fenómeno crase sem elementos


suficientes que justificam a sua presença.

Segundo BECHARA (2005), não ocorre crase diante de palavras masculinas, visto que
não admitem artigos femininos “a/as”. Em observância ao descrito por Bechara (2005),
o lexema“retalho” é masculino,portanto não admite ser precedido pelo artigo “a”, deste
modo, não pode haver crase.

A forma correta seria: “Caril B.F venda a grosso e a retalho” sem crase, porque
neste caso só ocorre uma preposição exigida pelo nome“venda”e os seus
consequentes (grosso e retalho) são masculinos. A preposição “a” exigida pelo
substantivo “venda” está ao serviço da regência nominal.

.
36

Fonte: A imagem foi captada na zona de Benfica na Província de Maputo/via publica/2021

Na imagem subsequente, o acento indicador de crase foi empregue erradamente


segundo as regras que norteiam este fenómeno. A expressão “de norte a sul” indica
um direcionamento, é uma locução prepositiva de base masculina.

A preposição que nela ocorre não encontra requisitos gramaticais suficientes para
ocorrer a fusão porque“norte” e “sul” são substantivos masculinos e não são
precedidos de artigo “a”.Conforme afirma Sarmento (2005, p. 547-548) não ocorre
crase diantede locuções prepositivas de base masculina e no caso acima os nomes
são masculinos. Diante de nomes masculinos como noslexemas“norte” e “sul” a
crase é proibida.

Fonte: adaptado pelo autor. Imagem captada na avenida. 24 de julho/via publica/2021


37

4.6. Crase nas Plataformas de Comunicação Virtual (WhatsApp e Facebook)


Nas plataformas de comunicação virtual vulgo redes sociais a quantidade de erros
ligados à aplicabilidade de acento indicador de crase é muito elevada.

Na imagem abaixo ocorre crase proibida. Conforme a regra, não ocorre crase diante de
pronomes indefinidos (uma, tal, qualquer, ninguém, todos, cada e esta), pois os
pronomes indefinidos desempenham o papal de indefinição ou generalização. Na
imagem, “uma” é um pronome indefinito, logo não ocorre crase porrazões já descritas.

Imagem captada no WhatsApp via “screenshots” /2020

Na imagem seguinte, o pronome “todos” é indefinido. O correto seria, “…mas sim a


todos ao seu redor” sem crase, pois de acordo com a regra não ocorre crase diante
de pronomes indefinidos, porque o seu papel é de indefinição e não admitem ser
antecedidos por artigos definidos (a, o, as, os).
38

Imagem captada no WhatsApp via “screenshots”/ 2020

Nesta imagem não existem requisitos para ocorrência da crase, porque a locução
verbal“devementrar” étransitivo direto eo“as”é um artigo que antecede o
consequente “moedas”. O correto seria (…devem entrar as moedas) sem crase.

Imagem captada no WhatsApp via “screenshots” 2020


39

CAPITULO V

5. Conclusão
Este trabalho voltou-se ao estudo da sintaxe das preposições em especial ao assunto
da crase. O estudo foi motivado pela quantidade de erros que são notáveis nas redes
sociais, na via pública, na imprensa e no seio académico, todos ligados ao uso de
acento sinalizador de crase

Foi feita uma análise das imagens captadas na via pública, nas plataformas virtuais
(WhatsApp e Facebook) com intuito de apurar as causas do uso indevido da crase. As
imagens em anexo apontam com clareza cada tipo de dificuldade que os usuários da
língua enfrentam na hora de usar a crase.

De acordo com análise dos dados da pesquisa, conclui-se que a hipótese que
respondeao problema central de pesquisa “Que causas são conducentes ao volume
de erros ligados ao uso de acento sinalizador da crase que caracterizam os
usuários da língua portuguesa no contexto de escrita?” segundo a qual há“pouco
domínio da regência verbal e nominal, da função das preposições e dos artigos em
língua portuguesa”.Muitos erros registados sobre crase apontam para pouco domínio
da gerência nominal, verbal e da função das preposições quando acompanha os
substantivos.

Os dados coletados neste exercício mostra que as causas autoras dos erros ligados à
crase no ensino médio estão associadas à regência nominal e verbal.De acordo com a
tabela, apenas dois estudantes obtiveram notas positivas na escala de (0 a 10),
correspondente a 4,4 % num universo de 45 alunos inquiridos.

Na escala de zero (0) temos dois alunos que não abriram a contagem, ou seja, com
nota zero (0) valor.Pela comparação feita dos erros cometidos no questionário de
inquérito, nas imagens e daconsulta cuidadosa das obras (programa do ensino médio)
conclui-se que as causas são sempre as mesmas nomeadamente:
40

a) Pouco domínio da regência nominal e verbal (primeiro requisito para ocorrência


da crase);
b) A inexistência da crase como um conteúdo oficial por ensinar nos programas de
ensino médio.

Muitos utentes da língua usam acento agudo por intuiçãofacto que lhes remete sempre
ao cometimento de muitos erros linguísticos, isso compromete a qualidade dos textos
de diversas finalidades.

5.1. Recomendações
Para que o uso de acento grave sinalizador de fenómeno crase possa contribuir para
melhoria da qualidade de ensino – aprendizagem recomenda-se a:

MINEDH

a) Deve introduzir crase como um conteúdo por aprender nos programas de


ensino;

Aos professores que:

b) Dominem as regras que norteiam a ocorrência da crase.


c) Desenvolvam estratégias que conduzam aos alunos a caminho de dominância
da regência nominal e verbal
41

6. Referências Bibliográficas
BECHARA, Evanildo, Moderna Gramática Portuguesa, 37a edição revista, ampliadas e
atualizada conforme o novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira,
2009.
CÂMARA JUNIOR, J. M. Dicionário de Fatos Gramaticais.Ministério da Educação e
Cultura – Casa de Rui Barbosa – 1956.
CÂMARA JUNIOR, J. M. Dicionário de Linguística e Gramática Referente à
LínguaPortuguesa. 26ª Edição. Petrópolis, RJ. Editora Vozes, 2007.
CUNHA e CINTRA, Luis F. Lindey. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 5ª
Ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008;
LUFT, Celso Pedro. Decifrando a crase, 1. Ed. São Paulo: Editora Globo Livros, 2014
MARCONI, M.A; LAKATOS, E. M (1996). Técnicas de pesquisa: planeamento e
execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração e
interpretação de dados. 3.ed. São Paulo: Atlas.
MARCONI , M. A & LAKATOS, E. M (2003). Fundamentos de metodologia Científica.
5a edição. São Paulo: Atlas.

PARREIRA,Henrique Soares.Sintaxe das Prepoicoes; Uso da acento grave na escrita.


2016

ROCHA LIMA, Carlos Henrique daGramática normativa da língua portuguesa. 38 Ed.


Rio de Janeiro: José Olympio, 2000
42

Apendice
43

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA LINGUAGEM


LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS

TEMA: Análise de uso do acento sinalizador de Crase no contexto de escrita no


ensino secundário geral: Caso escola Secundária Francisco Manyanga, 12 a classe,
Plataformas virtuais (Whatsapp e Facebook) e Via Pública na cidade Maputo.

Presado aluno, o presente questionário enquadra-se no trabalho de pesquisa sobre o


uso do acento grave indicador de crase. Este questionário é anónimo, as suas
respostas são estritamente confidenciais e por elas objectiva-se aferir as causas
conducentes ao seu usoincorrecto. Por favor, responda-o.

Dados:
1.Prencha os espaços em branco
a) Classe____ Idade____ género____________

Exercícios sobre o fenómeno crase.


De acordo com Mesquita & Martos (2009, p.203), crase é a fusão da preposição “a”
com o artigo “a”e assinalada mediante o uso do acento grave ( `). Há crase sempre
que o termo antecedente exige preposição “a” e o termo consequente aceite o artigo
“a”.
Ex. Vou a+a cidade = vou à cidade.

1. Assinale a opção cuja sequência completa correctamente a frase abaixo:


44

___ medida que o tempo passava, ela ficava mais nervosa, ___ espera de uma
intuição que ___ levasse ___ tomar ___decisão acertada.
a) À – a – a – a – a
b) À – à – a – a – a
c) A – à – a – à – a
d) A – a – à – a – à

2.Use a chave ao sair ou entrar __________ 20 horas.


a) após às
b) após as
c) após a
d) após à

3. _____ dias não se consegue chegar _____ nenhuma das localidades tomadas pelos
insurgentes _____ que as vacinas contra covid19 se destinam.
a) Há - à - a
b) A - a - a
c) À - à - a
d) Há - a – a
4. Chegou-se _____ conclusão de que as praias deviam fechar devido _____ a
vulnerabilidade ____ qual as pessoas se sujeitavam, a medida afectou_____toda população
de Moçambique.
a) à - à – à- a
b) a - à – à - a
c) a - à – à- à
d) à - à – a - à
5. Quanto _____ suas exigências, recuso-me _____ levá-las _____ sério.
a) às - à - a
b) a - a – a
c) as - à - à
d) as - a - a
45

6. Assinale a afirmativa INCORRETA quanto ao uso da crase:


a) Estou à procura de ajuda para este questionário.
b) Ontem, fomos até à Matola à procura de gás.
c) Fui à cidade de Chókwe.
d) Estávamos frente à frente com Ângela Leão no tribunal.

7. O acento indicador de crase está correctamente empregado em:


a) Amanhã, vou à Marracuene.
c) O preço referente à pasta não foi revelado ao Celso.
d) O sistema de esgoto na cidade de Maputo não deixa à água correr.
e) Marcos vende banana à preço barato nomercado Zimpeto

8. Em qual das seguintes frases falta o sinal indicador da crase:


a) Rosa prometeu ser mais pontual na escola a partir de hoje.
b) Mr. Bow passou a prestar mais atenção na Liloca do que na Lurdes em 2016.
c) Xitique da família vai acontecer de 2 a 4 de Dezembro.
d) António Carlos do Rosário respondeu, negativamente, as perguntas de Ministério
Público.

9. Em qual opção o “a” deve levar o acento indicador de crase (`)


a) Sara foia Massinga sem se despedir de ninguém.
b) Professor de português foi a sala de aulas tristonho.
c) Joel Williams distribui dinheiro a todos que estão na festa do seu aniversário.
d) Ele estava frente a frente com o problema.

10. Em qual das alternativas o uso do acento indicador de crase é facultativo?


a) Refere-seà namorada da colega Gina.
b) António vai à Malanga.
c) Paulo comeu frango à Zambeziana.
d) Digita “247” para ir à sua conta.
46

Muito obrigado pelas respostas!


47
48
49
50

Você também pode gostar