Unicesumar - Segurança Bancaria e Transporte de Valores

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SEGURANÇA BANCÁRIA E

TRANSPORTE DE
VALORES

PROFESSORES
Esp. Juliane Moreira Rocha
Esp. Ricardo Henrique Helbel
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O SEU LIVRO
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EXPEDIENTE

DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de
EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional
Débora Leite Diretoria de Graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria
de Pós-graduação, Extensão e Formação Acadêmica Bruno Jorge Head de Produção de Conteúdos Celso
Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos
Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila Toledo Supervisão
de Projetos Especiais Yasminn Zagonel

FICHA CATALOGRÁFICA
Coordenador(a) de Conteúdo
Renata Cristina de Souza Chatalov
Projeto Gráfico e Capa C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ.
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho Núcleo de Educação a Distância. ROCHA, Juliane Moreira.
HELBEL, Ricardo Henrique.
e Thayla Guimarães
Editoração Segurança Bancária e Transporte de Valores.
Juliane Moreira Rocha; Ricardo Henrique Helbel.
Sabrina Maria Pereira de Novaes
Design Educacional
Maringá - PR.: UniCesumar, 2020.
Lilian Vespa e Bárbara Neves
152 p.
Revisão Textual “Graduação - EaD”.
Nágela Neves da Costa
1. Segurança 2. Banco 3. Transporte. EaD. I. Título.
Ilustração
André Azevedo
Fotos
Shutterstock CDD - 22 ed. 363.20
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Impresso por:
ISBN 978-85-459-2007-6

Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679

NEAD - Núcleo de Educação a Distância


Av. Guedner, 1610, Bloco 4 Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
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BOAS-VINDAS

Neste mundo globalizado e dinâmico, nós tra-


balhamos com princípios éticos e profissiona-
lismo, não somente para oferecer educação de Tudo isso para honrarmos a nossa mis-

qualidade, como, acima de tudo, gerar a con- são, que é promover a educação de qua-

versão integral das pessoas ao conhecimento. lidade nas diferentes áreas do conheci-

Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profis- mento, formando profissionais cidadãos

sional, emocional e espiritual. que contribuam para o desenvolvimento


de uma sociedade justa e solidária.
Assim, iniciamos a Unicesumar em 1990, com
dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje,
temos mais de 100 mil estudantes espalhados
em todo o Brasil, nos quatro campi presenciais
(Maringá, Londrina, Curitiba e Ponta Grossa) e
em mais de 500 polos de educação a distância
espalhados por todos os estados do Brasil e,
também, no exterior, com dezenasde cursos
de graduação e pós-graduação. Por ano, pro-
duzimos e revisamos 500 livros e distribuímos
mais de 500 mil exemplares. Somos reconhe-
cidos pelo MEC como uma instituição de exce-
lência, com IGC 4 por sete anos consecutivos
e estamos entre os 10 maiores grupos educa-
cionais do Brasil.

A rapidez do mundo moderno exige dos edu-


cadores soluções inteligentes para as neces-
sidades de todos. Para continuar relevante, a
instituição de educação precisa ter, pelo menos,
três virtudes: inovação, coragem e compromis-
so com a qualidade. Por isso, desenvolvemos,
para os cursos de Engenharia, metodologias ati-
vas, as quais visam reunir o melhor do ensino
presencial e a distância.

Reitor
Wilson de Matos Silva
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL

Esp. Juliane Moreira Rocha


Pós-graduada em Direito Civil e Processo Civil pela Faculdade SMG e Graduada em
Direito pela Faculdade Maringá. Professora Mediadora do curso de graduação em
Tecnólogo em Gestão de Segurança Privada, na Unicesumar desde 2019.

http://lattes.cnpq.br/9930406098352833

Esp. Ricardo Henrique Helbel


Pós-graduado em Direito Constitucional e pós-graduando em Direito Administra-
tivo pela Faculdade da Região Serrana - FARESE (2019), pós-graduando em Direito
Previdenciário Contemporâneo e Graduado em Direito pela União de Faculdades
Metropolitanas de Maringá (2014). Graduação de Soldado Policial Militar de 1ª
Classe (2012) com formação complementar como Condutor de Viatura Policial
pela Academia Policial Militar do Guatupê (2014). Tem experiência na área de
Direito Constitucional e Administrativo, com ênfase em Direito Público.

http://lattes.cnpq.br/4504133959544048
A P R E S E N TA Ç Ã O DA DISCIPLINA

SEGURANÇA BANCÁRIA E TRANSPORTE


DE VALORES

Olá, caro(a) acadêmico(a), é uma satisfação apresentar a você o livro da disciplina de Segurança
Bancária e Transporte de Valores, elaborado com carinho para que você possa conhecer o fun-
cionamento da Segurança Bancária e o Transporte de Valores. Esperamos que despertemos
a curiosidade para completar seus estudos e ser um excelente Gestor em Segurança Privada.

O objetivo deste livro é apresentar a você o que é a Segurança Bancária e o Transporte de


Valores. Para isso, trataremos de diversos assuntos que fazem parte do mundo da segurança
afim de promover reflexões. Apresentamos, também, alguns caminhos que podem ser utili-
zados para aumentar as suas chances de sucesso.

Nosso livro é composto de cinco unidades. Nelas, procuramos apresentar alguns dos princi-
pais aspectos da Segurança Bancária e do Transporte de Valores.

Na Unidade 1, faremos uma breve introdução sobre o que é segurança bancária, apresen-
tando o histórico e as características da segurança privada, explicaremos que a segurança
privada é um complemento da segurança pública, descreveremos o que é o sistema financeiro
nacional e como a segurança bancária está inserida nesse contexto bem como apresentare-
mos o perfil do profissional da segurança bancária.
A P R E S E N TA Ç Ã O DA DISCIPLINA

Na Unidade 2, falaremos sobre a legislação da segurança bancária e do transporte de


valores, apresentando a regulamentação da atividade, sendo por leis ou portarias, dis-
cutiremos sobre planejamento de medidas preventivas, tanto para a segurança bancária
quanto para o transporte de valores e, ainda, abordaremos o que são serviços orgânicos
de vigilância e/ou transporte de valores.

Na unidade 3, abordaremos o tema plano de segurança, conceituando o que é o plano de


segurança, as medidas preventivas, as técnicas de avaliação de dados e a sua aplicação na
prática, os tipos de ameaça à segurança bancária e quais providências tomar pós-fato.

Na Unidade 4, falaremos sobre os métodos para transporte de valores, como fazer a logística
do transporte, os tipos de veículos utilizados. Explicaremos, ainda, como é a escolta armada
em transporte de valores, o curso de formação de vigilante, a composição da equipe de escol-
ta, as técnicas operacionais, as possíveis situações adversas e o plano de segurança e reação.

Na unidade 5, explicaremos os tipos de uniforme dos vigilantes, o processo para adquirir


material bélico, o transporte de materiais bélicos, como adquirir equipamentos de outras
empresas, o que fazer em caso de ocorrências, envolvendo materiais controlados, e explica-
remos quais os equipamentos letais e não-letais e suas funções.

Esperamos que, ao final deste estudo, você tenha sanado suas dúvidas sobre os temas abor-
dados, mas com a curiosidade renovada para se aprofundar nos assuntos discutidos.

Bons estudos!
ÍCONES
pensando juntos

Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e


transformar. Aproveite este momento!

explorando Ideias

Neste elemento, você fará uma pausa para conhecer um pouco


mais sobre o assunto em estudo e aprenderá novos conceitos.

quadro-resumo

No fim da unidade, o tema em estudo aparecerá de forma resumida


para ajudar você a fixar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos.

conceituando

Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-la(o) melhor da maneira mais simples.

conecte-se

Enquanto estuda, você encontrará conteúdos relevantes


online e aprenderá de maneira interativa usando a tecno-
logia a seu favor.

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Experience para ter acesso aos conteúdos online. O download do aplicativo
está disponível nas plataformas: Google Play App Store
CONTEÚDO

PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01
10 UNIDADE 02
34
INTRODUÇÃO LEGISLAÇÃO DA
À SEGURANÇA SEGURANÇA
BANCÁRIA BANCÁRIA E
TRANSPORTE DE
VALORES

UNIDADE 03
64 UNIDADE 04
92
PLANO DE MÉTODOS PARA
SEGURANÇA TRANSPORTE DE
VALORES

UNIDADE 05
116 FECHAMENTO
141
MATERIAL BÉLICO E CONCLUSÃO GERAL
EQUIPAMENTOS
INTRODUÇÃO À
SEGURANÇA
BANCÁRIA

PROFESSORA
Esp. Juliane Moreira Rocha

PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Histórico e características da se-
gurança privada • Segurança privada como complemento da segurança pública • Sistema financeiro
nacional • Segurança bancária • Profissional da segurança bancária.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Compreender o conceito e a importância da segurança bancária • Apresentar o sistema de segurança
pública • Demonstrar o que é o sistema financeiro nacional • Sintetizar a segurança bancária • Descrever
o profissional da segurança bancária.
INTRODUÇÃO

Prezado(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) ao estudo da disciplina de Segu-


rança Bancária e Transporte de Valores. Esta é a nossa primeira unidade e,
nela, você compreenderá o contexto histórico que gerou a necessidade da
criação da segurança privada e a segurança bancária. Vale ressaltar, neste
momento, que a segurança bancária se insere na segurança privada, bem
como as legislações que organizam e administram esses setores. Apresen-
taremos, também, os órgãos que cuidam da segurança privada, a funcio-
nalidade de cada um e como são organizados.
Os temas abordados, nesta unidade, têm o intuito de demonstrar a
situação do país que gerou a necessidade da criação da segurança privada,
restringindo, assim, o controle da segurança pública.
Além disso, apresentaremos, superficialmente, o Sistema Financeiro
Nacional, sua finalidade e funcionalidade, destacando, principalmente, a
diferença entre a instituição financeira e a agência bancária. Demonstrare-
mos a sua ligação direta com a segurança bancária e o transporte de valores.
Cabe destacar que, nesta unidade, introduziremos o tema “a segurança
bancária”, discutiremos o papel do Gestor em Segurança, as legislações per-
tinentes, os documentos necessários para aprovação do plano de segurança
das agências e os trâmites para a regularização junto à Polícia Federal.
Discutiremos o tópico do profissional da segurança bancária, obser-
vando a legislação que o cria, e o perfil profissional exigido pela lei, bem
como as principais características de um bom profissional em segurança
bancária e o transporte de valores que deve possuir.
Desejo a você, acadêmico(a), um aprendizado com reflexões e uma
leitura proveitosa dos assuntos apresentados nesta unidade.
HISTÓRICO E
UNIDADE 1

CARACTERÍSTICAS
DA SEGURANÇA PRIVADA

Para iniciarmos o estudo da segurança bancária, precisamos entender a situação


do país, no momento de sua origem, responsável pela necessidade da criação da
segurança privada, e, nesta, a segurança bancária.
A segurança privada se originou no Brasil, entre as décadas de 60 e 70, devido
a ataques criminosos, realizados pelos revolucionários contrários ao Regime da
Ditadura existente, nessa época, em nosso país. Ataques esses, principalmente, em
bancos. Necessitou-se, desse modo, da aprovação do governo para constituição
de uma Lei que regulamentasse a segurança particular dessas instituições.
Na maior parte do mundo, os serviços de segurança privada são regulados e
controlados pelo Estado (entende-se por Estado a União e/ou Governo Federal),
por meio de legislação específica e agência reguladora, normalmente, um órgão
da administração pública, ligado ao setor de Justiça e/ou Segurança (geralmente,
forças policiais), que funciona como centro normatizador e fiscalizador da ativi-
dade (ZANETIC, 2006). O Brasil segue a mesma linha de funcionamento, desde
os anos 60, e conta com legislação específica e órgãos ligados à segurança pública
para controlar e regular a segurança privada.
Em 21 de outubro de 1969, o governo militar outorgou o Decreto-Lei Federal
n. 1.034 (BRASIL, 1969, on-line), uma das primeiras legislações a respeito do

12
tema segurança privada. Nele, constava a obrigação das instituições financeiras,

UNICESUMAR
manter sua própria segurança. Ela poderia optar por uma segurança terceiriza-
da ou interna. Esse decreto legalizou a atividade de vigilante, considerada uma
atividade paramilitar.

““
Contemporâneo da criação da Polícia Militar, o Decreto-Lei nº.
1.034 foi parte da política de Segurança Nacional do governo mi-
litar que procurava combater o crescimento dos assaltos a bancos
praticados por grupos opositores do regime ditatorial (CALDEIRA,
2003, p. 196; MUSUMECI, 1998, p. 4; HERINGER, 1992, p. 36).

Esse Decreto deu uma ideia de quais serviços as empresas de segurança privada
deveriam operacionalizar, atentando-se para o histórico político dos vigilantes.

““
O controle e a fiscalização da atividade ficaram a cargo de três ins-
tâncias: o Banco Central ficou responsável pela fiscalização das ins-
tituições financeiras; o Ministério do Exército deveria controlar as
armas através do Serviço de Fiscalização de Importação, Depósito
e Tráfico de Produtos Controlados, e as Secretarias Estaduais de
Segurança Pública e chefes das polícias civis ficaram responsáveis,
respectivamente, pela normatização e fiscalização do setor e pelo
treinamento dos vigilantes (CALDEIRA, 2003, p. 196-7).

Fica claro que, no Brasil, inicialmente, existiu um padrão de regulação mínima, em


que cada unidade federal realizava sua regulação e controle (estrutura institucional
de controle descentralizada), e três órgãos fiscalizadores (controle fragmentado).
Isso, no entanto, mudou, em 20 de julho de 1983, com a promulgação da Lei Federal
n. 7.102 (BRASIL, 1983a, on-line), regulamentada pelo Decreto n. 89.056, de 24 de
novembro de 1983 (BRASIL, 1983b, on-line). A referida lei revogou as leis anterio-
res, alterou as regras da segurança bancária, regulamentou a profissão de vigilante
e seu treinamento foi transferido para o setor privado, passando, agora, a existir
o segmento de cursos de formação de vigilantes e a centralização. Dessa forma, a
normatização e o controle ficaram sob responsabilidade do Ministério da Justiça.

13
UNIDADE 1

explorando Ideias

A profissão do vigilante surgiu em 1820, nos Estados Unidos, e foi criada por Allan Pinker-
ton, quando reuniu um grupo de homens com o intuito de proteger o presidente Abrah-
am Lincoln. Mais tarde, considerou-se o dia 19 de junho como o dia do vigilante.
Fonte: a autora.

Inicialmente, a Lei n. 7.102/83 (BRASIL, 1983a, on-line)tratou, exclusivamente,


da segurança dos estabelecimentos financeiros, regulando o segmento de vigi-
lância patrimonial, transporte de valores e os cursos de formação. Em meados
da década de 90, aconteceu um marco regulador mais abrangente em relação às
instituições de controle especializado, com a promulgação da Lei n. 8.863, em 28
de março de 1994 (BRASIL, 1994, on-line); da Lei n. 9.017, em 30 de março de
1995 (BRASIL, 1995a, on-line); e do Decreto n. 1.595, em 10 de agosto de 1995
(BRASIL, 1995b, on-line). As duas primeiras leis trouxeram mudanças significa-
tivas na Lei n. 7.102/83 (BRASIL, 1983a, on-line), e o decreto alterou o anterior n.
89.056/83 (BRASIL, 1995b, on-line) para regulamentar a nova segurança privada.
A Lei n. 8.863/94 (BRASIL, 1994, on-line) foi sancionada para acrescentar novas
normativas à segurança privada, sendo esta lei a mais singular e exigente, quanto ao
funcionamento das empresas de segurança. A lei trouxe, também, um rol de atividades
de segurança privada, além da vigilância patrimonial de estabelecimentos financeiros,
do transporte de valores e dos cursos de formação. O Estado passou a administrar todos
os serviços fornecidos pelos estabelecimentos públicos e estabelecimentos privados, em
geral, no que se refere à prestação de serviços de vigilância patrimonial, à segurança de
pessoas físicas e à segurança no transporte de cargas de qualquer tipo. Criou, ainda, os
serviços orgânicos de segurança, que, até o momento, não eram regulados. Dessa forma,
evidenciou-se o aumento da regulamentação e da administração acerca da segurança
privada no Brasil, aumentando a amplitude da regulação e do controle.
A Lei n. 9.017/95 (BRASIL, 1995a, on-line), para complementar as normas
anteriores citadas, atribuiu à Polícia Federal a exclusividade pela normatização,
controle e fiscalização da segurança privada; institui taxas para a prestação dos

““
serviços, conforme consta nos Arts. 16 e 17 da referida lei, vejamos:
Art. 16. As competências estabelecidas nos arts. 1º, 6º e 7º, da Lei
nº 7.102, de 20 de junho de 1983, ao Ministério da Justiça, serão
exercidas pelo Departamento de Polícia Federal.
Art. 17. Fica instituída a cobrança de taxas pela prestação dos ser-
14
viços relacionados no anexo a esta lei, nos valores dele constantes.

UNICESUMAR
(BRASIL, 1995a, on-line).

A autorização da Lei ,para cobrança das taxas, possibilitou à Polícia Federal criar
um setor especializado para exercer as novas atribuições, que, na época, denomi-
nou-se Divisão de Controle de Segurança Privada (DCSP).
O DCSP teve sua primeira sede em Brasília, com a responsabilidade de regular,
coordenar e controlar toda a segurança privada no território nacional. Atualmente,
esse órgão chama-se Coordenação-Geral de Controle de Segurança Privada (CG-
CSP). Para auxiliar o DCSP, criou-se os órgãos cuja principal função era executar
as atividades. Esses órgãos denominaram-se Delegacias de Controle de Segurança
Privada (DELESP). Cada Estado possuía a sua, por isso, regionalizada e vinculada às
Superintendências Regionais e à Polícia Federal, incumbidas de fiscalizar e contro-
lar a segurança privada de seu próprio Estado. Criou-se, também, as Comissões de
Vistoria (CV), que funcionavam dentro das Delegacias de Polícia Federal, para au-
xiliar as vinte e sete DELESP, criadas para fiscalizar e controlar a segurança privada.
No ano de 2016, havia, no Brasil, oitenta e duas Comissões de Vistoria, distribuídas
pelos vinte e sete Estados da federação. Cada Comissão é responsável pelo controle
e fiscalização da segurança privada em uma circunscrição específica. Essa estrutura
foi criada pela Portaria n. 73, de 10 de dezembro de 1996. Entre os períodos de pro-
mulgação da Lei n. 9.099/95 (BRASIL, 1995c, on-line) e a Portaria n. 73/96, o controle
da segurança privada ficou, provisoriamente, a cargo do extinto Departamento de
Organização Política e Social (DOPS), do Departamento de Polícia Federal.

COORDENAÇÃO-GERAL DE CONTROLE
DE SEGURANÇA PRIVADA
CGCSP/DIREX/PF
DAS 101.4

DIVISÃO NACIONAL DIVISÃO DE CONTROLE DIVISÃO DE PROCESSOS


DIVISÃO DE ESTUDOS, DIVISÃO DE CONTROLE
DE CONTROLE DE E FISCALIZAÇÃO AUTORIZATIVOS DE
LEGISLAÇÃO E PARECERES DE PRODUTOS QUÍMICOS
ARMAS DE FOGO DE SEGURANÇA PRIVADA SEGURANÇA PRIVADA
DELP/CGCSP/DIREX/PF DCPQ/CGCSP/DIREX/PF
DARM/CGCSP/DIREX/PF DICOF/CGCSP/DIREX/PF DPSP/CGCSP/DIREX/PF
DAS 101.2 DAS 101.2 DAS 101.2
DAS 101.2 DAS 101.2

SERVIÇO DE CONTROLE SETOR DE APOIO


ADMINISTRATIVO ADMINISTRATIVO
SECOAD/DCPQ/CGCSP/DIREX/PF SAD/CGCSP/DIREX/PF
DAS 101.1 FG- 2

NÚCLEO DE CONTROLE DE NÚCLEO DE GERENCIAMENTO


NÚCLEO DE CADASTRO NÚCLEO DE CONTROLE
INSTRUTORES DE TIRO, DE SISTEMAS E
E LICENÇA OPERACIONAL
ARMEIROS E PSICÓLOGOS EMISSÃO DE DOCUMENTOS
NUCAL/SECOAD/DCPQ/CGCSP/DIREX/PF NUCOP/DCPQ/CGCSPDIREX/PF
NARM/DARM/CGCSP/DIREX/PF NUDOC/DARM/CGCSP/DIREX/PF
FG-3 FG-3
FG-3 FG-3

Figura 1 - Organograma estrutura organizacional do controle de segurança privada.


Fonte: Brasil (2016).
15
No intuito de normatizar e controlar a segurança privada, o Ministério da Justiça
UNIDADE 1

criou um órgão colegiado, incumbido de criar políticas para o setor e julgar pro-
cessos punitivos instaurados pela Polícia Federal contra as empresas de segurança.
Além do presidente do órgão estatal de controle, este colegiado compôs-se por
representantes de entidades de classe patronal e laboral, do setor de segurança privada,
e, também, por representantes de órgãos públicos, exercentes de atividades correlatas.
A primeira formação desse colegiado ocorreu em 1986 e, na época, denominava-se
Comissão Executiva para Assuntos de Vigilância e Transportes de Valores, criada
pela Portaria n. 601, de 12 de dezembro de 1986, baixada pelo Ministério da Justiça e
substituída pela Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP),
em 25 de fevereiro de 1991, conforme a Portaria n. 73, do Ministério da Justiça.
Hoje, a CCASP é composta por treze membros, são eles:
1. Diretor-Executivo do DPF – preside a comissão.
2. Representante do Comando do Exército.
3. Representante do Instituto Resseguros do Brasil (IRB).
4. Representante da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN).
5. Representante da Confederação Nacional de Bancários (CNB).
6. Representante da Federação Nacional dos Sindicatos das Empresas e de
Vigilância e Transporte de Valores (FENAVIST).
7. Confederação Nacional dos Trabalhadores em Vigilância (CNTV).
8. Associação Brasileira dos Cursos de Formação e Aperfeiçoamento dos
Vigilantes (ABCFAV).
9. Associação das Empresas de Transporte de Valores (ABTV).
10. Sindicato dos Empregados no Transporte de Valores e Similares do Dis-
trito Federal (SINDVALORES-DF).
11. Associação Brasileira de Empresas de Vigilância e Segurança (ABREVIS).
12. Federação Nacional dos Empregados, em Empresas de Vigilância, Trans-
porte de Valores e Similares (FTRAVEST).
13. Associação Brasileira de Profissionais em Segurança Orgânica (ABSO).

Evidencia-se que a CCASP é um órgão bipartite, uma vez que os participantes se di-
videm entre representantes do poder público e do setor de segurança privada. Hoje,
ainda, o Brasil utiliza a estrutura normativa e institucional descrita anteriormente.
Conclui-se, desse modo, que a estrutura normativa e institucional, para o controle
da segurança privada, existente no Brasil, caracteriza-se por apresentar um padrão
de regulação abrangente e uma estrutura de controle centralizada e responsiva.
16
Diretoria Geral CCASP
EXÉRCITO DIREX ABCFAV
ABREVIS CNTV-PS
DIREX CNB IRB ABTV
FTRAVEST FENAVIST
FEBRABAN SINDVALORES-DF ABSO

CGCSP

DELESP/SR DELESP/SR DELESP/SR DELESP/SR DELESP/SR DELESP/SR DELESP/SR DELESP/SR DELESP/SR


AC AL AM AP BA CE DF ES GO

2 CV/DPF 1 CV/DPF 1 CV/DPF 3 CV/DPF 1 CV/DPF 2 CV/DPF 2 CV/DPF


AC AM AP BA CE ES GO

DELESP/SR DELESP/SR DELESP/SR DELESP/SR DELESP/SR DELESP/SR DELESP/SR DELESP/SR DELESP/SR


MA MG MS MT PA PB PE PI PR

1 CV/DPF 6 CV/DPF 5 CV/DPF 3 CV/DPF 3 CV/DPF 2 CV/DPF 2 CV/DPF 6 CV/DPF


MA MG MS MT PA PB PE PR

DELESP/SR DELESP/SR DELESP/SR DELESP/SR DELESP/SR DELESP/SR DELESP/SR DELESP/SR DELESP/SR


RJ RN RO RR RS SC SE SP TO

6 CV/DPF 6 CV/DPF 6 CV/DPF 6 CV/DPF 6 CV/DPF 15 CV/DPF 1 CV/DPF


RJ RN RO RS SC SP TO

CCASP - COMISSÃO CONSULTIVA PARA ASSUNTOS DE IRB - INSTITUTO RESSEGUROS DO BRASIL


SEGURANÇA PRIVADA FEBRABAN - FEDERAÇÃO BRASILEIRA DOS BANCOS
CGCSP - COORDENAÇÃO-GERAL DE CONTROLE DE SEGURANÇA CNB - CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS BANCÁRIOS
PRIVADA FENAVIST - FEDERAÇÃO NACIONAL DOS VIGILANTES E PRESTADORES DE SERVIÇOS
CV - COMISSÃO DE VISTORIA CNTV-PS - CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS VIGILANTES E PRESTADORES DE SERVIÇOS
DELESP - DELEGACIA DE CONTROLE DE SEGURANÇA PRIVADA ABCFAV - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CURSOS DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DOS VIGILANTES
DIREX - DIRETORIA EXECUTIVA ABTV - ASSOCIAÇÃO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE VALORES
DPF - DELEGACIA DE POLÍCIA FEDERAL SINDVALORES-DF - SINDICATO DOS EMPREGADOS DO TRANSPORTE DE VALORES E SIMILARES DO
SR - SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE POLÍCIA FEDERAL DISTRITO FEDERAL
ABREVIS - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE VIGILÂNCIA E SEGURANÇA
FTRAVEST - FEDERAÇÃO NACIONAL DOS EMPREGADOS EM EMPRESAS DE VIGILÂNCIA, TRANSPORTE DE
Figura 2 - Organograma da estrutura organizacional para o VALORE E SIMILARES
ABSO - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PROFISSIONAIS EM SEGURANÇA ORGÂNICA
controle de segurança privada / Fonte: Lopes (2011, p. 108).

17
UNICESUMAR
SEGURANÇA PRIVADA COMO
UNIDADE 1

COMPLEMENTO DA
SEGURANÇA PÚBLICA

O Art. 144, da Constituição Federal do Brasil, estabelece que:

““
CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabili-
dade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da in-
columidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
[...]
(BRASIL, 1988).

Conforme a citação acima, evidencia-se os órgãos responsáveis pela segurança


pública e a obrigação do Estado. Entretanto, nas últimas décadas, a violência
urbana e as dificuldades para sua prevenção e controle, por parte dos órgãos de
segurança pública, fez crescer a sensação de insegurança na sociedade, motivando
a população a procurar outras formas de se precaver da violência, fato que levou
18
a um significativo crescimento das atividades de segurança privada, como forma

UNICESUMAR
de preservar a incolumidade das pessoas e do patrimônio.
Levando-se em conta que, na atualidade, a segurança pública não atende a
interesses pessoais ou particulares, mas à sociedade como um todo, e que não
possui condições de suprir, completamente, suas tarefas de proteção de pessoas
e patrimônios, aqueles que possuem melhores condições econômicas ou maior
necessidade de proteção, devido, por exemplo, à função que exercem, buscam a
segurança privada para suprir.

pensando juntos

O gestor de segurança bancária, além de preocupar-se em garantir a segurança do local,


tem que se atentar, também, na segurança dos funcionários, colaboradores, clientes e na
sua própria segurança.

Por isso, as atividades de segurança privada vieram com o intuito de comple-


mentar a segurança pública, como bem estabelece o Art. 1º, § 1º da Portaria n.
387/2006 da Polícia Federal:

““
Art. 1º A presente portaria disciplina, em todo o território nacio-
nal, as atividades de segurança privada, armada ou desarmada,
desenvolvidas pelas empresas especializadas, pelas que possuem
serviço orgânico de segurança e pelos profissionais que nelas
atuam, bem como regula a fiscalização dos planos de segurança
dos estabelecimentos financeiros.

§ 1° As atividades de segurança privada serão reguladas, autorizadas


e fiscalizadas pelo Departamento de Polícia Federal - DPF e serão
complementares às atividades de segurança pública nos termos da
legislação específica (BRASIL, 2006, on-line).

Ainda, de acordo com a Portaria n. 387/2006 da Polícia Federal, os § 2º e § 3º do art. 1°,

““
§ 2° A política de segurança privada envolve a gestão públi-
ca e as classes patronal e laboral, obedecendo aos princípios
da dignidade da pessoa humana, das relações públicas, da
satisfação do usuário final, da prevenção e ostensividade
19
para dar visibilidade ao público em geral, da proatividade
UNIDADE 1

para evitar ou minimizar os efeitos nefastos dos eventos


danosos, do aprimoramento técnico-profissional dos seus
quadros, inclusive com a criação de divisões especializadas
pelas empresas para permitir um crescimento sustentado
em todas as áreas do negócio, da viabilidade econômica dos
empreendimentos regulados e da observância das disposi-
ções que regulam as relações de trabalho.
§ 3° São consideradas atividades de segurança privada:

I- vigilância patrimonial – exercida dentro dos limites dos estabele-


cimentos, urbanos ou rurais, públicos ou privados, com a finalidade
de garantir a incolumidade física das pessoas e a integridade do
patrimônio no local, ou nos eventos sociais; (Texto alterado pela
Portaria nº 515/2007-DG/DPF)

II- transporte de valores – consiste no transporte de numerário, bens


ou valores, mediante a utilização de veículos, comuns ou especiais;

III- escolta armada – visa a garantir o transporte de qualquer tipo


de carga ou de valores;

IV- segurança pessoal – exercida com a finalidade de garantir a


incolumidade física de pessoas; e

V- curso de formação – tem por finalidade formar, especializar e


reciclar os vigilantes (BRASIL, 2006, on-line).

Cumpre salientar que se encontram atreladas às políticas da Segurança Privada


as políticas de gestão pública. As empresas privadas e os seus representantes de
classe, sempre, acatam os princípios constitucionais, tais como o da obediência,
da dignidade da pessoa humana e das relações públicas, com o propósito de
garantir excelência na prestação dos serviços e, dessa forma, gerar a satisfação e
o reconhecimento dos usuários finais do serviço, além de promover a atuação
ostensiva e preventiva dos profissionais de segurança, com o intuito de proteção
ao indivíduo e ao patrimônio.

20
SISTEMA

UNICESUMAR
FINANCEIRO
NACIONAL

Para falarmos de segurança bancária, primeiro, precisamos falar de dinheiro no


Brasil, para isso é necessário conhecer e saber que tudo passa pelo Sistema Financei-
ro Nacional. O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é formado por um conjunto de
regras, entidades, instituições privadas e públicas e órgãos reguladores que promo-
vem a intermediação financeira, ou seja, que facilitam a transação financeira entre
os agentes de mercado, isto é, o encontro entre credores e tomadores de recursos. É
por meio desse sistema financeiro que as pessoas, as empresas e o governo circulam
a maior parte dos seus ativos, pagam dívidas e realizam investimentos.
Na estrutura do SFN, existem várias instituições, mas focaremos, aqui, somen-
te em duas: Agências Bancárias e Instituições Financeiras. Para começarmos nos-
sos estudos referentes à Agências Bancárias e Instituições Financeiras, primeiro,
temos que saber o que as tornam diferentes.
Ambas as terminologias querem dizer a mesma coisa, porém se diferenciam no
sentido. Banco é uma instituição financeira, que faz depósitos, gerencia contas cor-
rentes e poupanças (de pessoas jurídicas, pessoas físicas e de correntistas), faz tran-
sações, aceite de cheques, transferências entre contas, pagamentos e empréstimos.A
Instituição Financeira é um local, onde se trabalha com investimentos, aplicações,
compra e venda de ações, sem necessidade de utilizar o dinheiro em espécie.
Dessa forma, observamos que existe uma grande diferença entre ambas, mas uma de-
pendente da outra para que ocorra o ciclo financeiro. Salientamos que dividiremos as duas
nomenclaturas, sempre, entendendo como Agência Bancária aquela que trabalha com o
dinheiro em espécie e a Instituição Financeira a que trabalha, apenas, com informação.
21
SEGURANÇA
UNIDADE 1

BANCÁRIA

Atualmente, exige-se que as empresas busquem proteger seus ativos contra riscos
previsíveis, pois esses podem comprometer o negócio, causar danos sociais e
políticos. Nesse sentido, subentende-se que há, necessariamente, um compro-
misso tácito entre a empresa, empregados, fornecedores, clientes, acionistas com
a sociedade e o meio ambiente.
A melhor forma de prevenir os riscos é a análise constante dos processos, o
monitoramento do negócio, a percepção de cenários e a manutenção permanente
das pessoas mobilizadas contra eventuais ocorrências.
Além da necessidade de reduzir ocorrências de danos, é indispensável que
haja organização e coordenação com o esforço corporativo para:
• Verificar o nível de segurança da empresa e indicar as possíveis ameaças;
• Demonstrar o custo-benefício entre o valor e os eventuais danos que
poderão ser evitados, com uma segurança melhor;
• Reconhecer quais são os recursos necessários que poderão evitar
possíveis ocorrências, que resultariam em perdas, diretamente, nos
negócios, no resultado econômico ou na imagem da organização ou
em todos os casos, conjuntamente.

Os representantes de empresas do segmento bancário estão conscientes de que a


segurança é necessária para a manutenção de seus valores, uma vez que as perdas
22
influenciam, diretamente, no resultado. A legislação, por sua vez, obriga a adoção

UNICESUMAR
de requisitos de segurança. Isso evidencia que as organizações financeiras são
obrigadas a investir, continuadamente, em segurança.
Diante disso, não podemos mais tratar a segurança como uma estrutura es-
pecífica, mas como uma atividade sistematizada, partindo do pressuposto de
integração em todos os níveis e segmentos institucionais. Além dos recursos de
segurança que são impostos por leis e, obrigatoriamente, adotados pelas institui-
ções financeiras, as organizações financeiras podem utilizar outros métodos de
acordo com suas estratégias de segurança.
A autorização de funcionamento do estabelecimento vincula-se, diretamente,
à aprovação do plano de segurança pelo Departamento de Polícia Federal. O
Plano de segurança é um documento exigido pela Lei n. 7.102/83 (BRASIL,
1983a, on-line) e regulamentado pela Portaria 387/2006 (BRASIL, 2006, on-li-
ne) para todas as instituições financeiras, que guardam objetos de valor e fazem
movimentação de numerário.
No Plano de Segurança, devem constar, expressa e detalhadamente, as condi-
ções e os elementos. É necessário, também, abordar os seguintes itens:
• Vigilância armada: tem o objetivo de proteger instalações, bens, nume-
rário, pessoas e é exigida por lei. Devem constar, no Plano de Segurança,
o posicionamento dos vigilantes e a postura ostensiva. Seu trabalho é
obrigatório, durante todo o período de atendimento ao público, e facul-
tativo, nos demais horários.
• Sistemas de alarme: é um equipamento exigido por lei, que possui
ação preventiva e ostensiva. Seu intuito é informar, rapidamente, à
polícia ou à central de monitoramento a presença de pessoas em am-
biente ou horário não permitido.
• Porta com detector de metais (PDM): é um equipamento preventivo e
de ação ostensiva, capaz de identificar metais; possui um mecanismo que
trava a porta, impedindo o acesso de pessoas em áreas protegidas. A Por-
taria 387/06 da Polícia Federal estabelece que todos os estabelecimentos
financeiros, que possuem PDM, devem possuir detector de metais manual.
• Sistema interno de televisão (CFTV): é um sistema eletrônico de segu-
rança preventiva e ostensiva, com o objetivo de inibir e identificar ocor-
rências irregulares. Deve permanecer em funcionamento ininterrupto.
• Fechadura eletrônica de tempo programável para cofre e escudo:
equipamento que permite a programação de horário para abertura do
23
cofre, possui função de retardamento da abertura em 15 minutos. Utili-
UNIDADE 1

za-se durante o expediente.


• Escudo blindado: é um anteparo blindado com visor. Neste, localiza-se
o vigilante. Deve se fixar em um espaço estratégico definido e indicado
no plano de segurança.
• Controle de acesso: o sistema utiliza critérios pré-configurados para
identificação, posteriormente, registra todas as utilizações com o intuito
de identificar, permitir ou negar o acesso.
• Demais dispositivos e equipamentos de segurança.

Além dos itens descritos, a Portaria 387/06 (BRASIL, 2006, on-line) determina que
as instituições financeiras sejam providas, obrigatoriamente, de vigilância armada e
sistema de alarme, um dos dispositivos elencados, que consta no Plano de Seguran-
ça. São obrigatórios os coletes a prova de bala para os vigilantes, detector manual
de metais e vigilância armada no ambiente de autoatendimento, durante o horário
de atendimento ao público.

24
PROFISSIONAL DA

UNICESUMAR
SEGURANÇA
BANCÁRIA

Conforme explanado, a Lei n. 7.102/83 (BRASIL, 1983a, on-line) determina que


as instituições financeiras possuam um sistema de segurança com pessoas, ade-
quadamente, preparadas, os vigilantes. Logo, trata-se de uma obrigação de todos
os estabelecimentos financeiros para, assim, manter a vigilância ininterrupta,
durante todo o horário de atendimento ao público.
Por tratar-se de local que armazena valores e há movimentação de nume-
rários, é evidente que se refere a um local visado pelos criminosos e, por isso,
exige do profissional da segurança bancária uma atuação atenta para garantir a
prevenção e a proteção das pessoas que utilizam o local e o patrimônio.
Para garantir uma boa vigilância, o profissional da segurança bancária
deve, sempre, posicionar-se em locais estratégicos, que lhe permite um me-
lhor ângulo de visão, mantendo sua retaguarda protegida. Os deslocamentos
para fazer a rendição do ponto estratégico, por sua vez, as cabines ou simi-
lares, devem ser feitos em horários de menor movimento, sem seguir uma
rotina, mantendo, sempre, as costas abertas, o coldre aberto e a mão na arma,
a arma no coldre e o dedo fora do gatilho.
A segurança das instituições financeiras é fundamental para que as pes-
soas possam utilizar os serviços tranquilamente. Os profissionais de segu-
rança que atuam nesses locais devem ser bem treinados. Para garantir a se-
gurança, é preciso ter atenção aos mínimos detalhes, desde o funcionamento
25
de equipamentos até o procedimento em casos de ações e movimentações
UNIDADE 1

internas. Além do citado, o profissional da segurança bancária deve possuir


características como as descritas a seguir.
a) Boa apresentação pessoal: entende-se, nesse caso, como aparência física,
isto é, a postura profissional e a higiene pessoal. O profissional da segu-
rança bancária deve ter profissionalismo para transmitir a sensação de
segurança, nos locais que prestam serviços. Atentar-se, sempre, quanto à
forma de falar, evitar extravagâncias e informalidades e apresentar-se de
modo conservador e sóbrio.
b) Cordialidade e simpatia: a cordialidade e a simpatia são atributos es-
senciais para esse tipo de atividade, porque, além de importantes para a
imagem da empresa que representam, asseguram que as normativas de
segurança sejam realizadas sem acarretar desentendimentos desneces-
sários. O profissional de segurança bancária deve saber negar de forma
firme, convincente e cordial, fazendo-se cumprir o regulamento da or-
ganização descumprido. O Profissional, também, sempre, atentar-se no
utilizador dos serviços, que o procura para tirar uma dúvida, sendo o
mais atencioso possível. Ao fazer cumprir uma ordem, não demonstrar
arrogância, autoritarismo ou grosseria.
c) Disciplina e responsabilidade: o profissional de segurança bancária
deve ser responsável e disciplinado, possuir a capacidade de realizar ro-
tinas e procedimentos que lhe incumbe. Nesse ramo, é, estritamente, ne-
cessário esse comportamento, tendo em vista a jornada de trabalho, até
12 horas ininterruptas de trabalho, e, na maioria das vezes, sem muita
ação. Desse modo, é, extremamente, difícil manter-se, sempre, atento, sem
desviar de suas atribuições.
d) Atenção visual e boa memória: essa característica diz respeito à percep-
ção de alterações no ambiente, como lâmpadas que deveriam estar acesas

26
ou apagadas, portões ou janelas que deveriam estar fechados, pessoas

UNICESUMAR
ou carros que passam, frequentemente, à frente do estabelecimento. A
facilidade em gravar fisionomias, placas, marcas, modelos, cores e carac-
terísticas de veículos facilitam a investigação ou prevenção, em casos de
tentativa de furtos ou assaltos. Dessa forma, a capacidade de memória
visual e atenção é requisito indispensável para um bom profissional.
e) Sigilo e discrição: o profissional de segurança deve manter absoluto si-
gilo de informação, uma vez que pode colocar os patrimônios, os clientes,
os funcionários e a si próprio em risco. Em hipótese nenhuma, pode ha-
ver comentários acerca do sistema de segurança utilizado; informações
a respeito dos transportes de valores e entrada e saída de grandes fluxos
de valores ou comentários de clientes que levantam grandes quantidades
de valores em espécie. Evitar passar informações por telefone, mesmo que
a pessoa se identifique, se considerar as perguntas específicas e relacio-
nadas à segurança. Atentar-se, no momento da contratação, observando
se o futuro funcionário é curioso e falador, pois o bom profissional deve
manter, sempre, a discrição.
f) Boa comunicação: o profissional deve saber se comunicar, tanto verbal-
mente quanto de forma escrita, evitar gírias e erros de português, sempre,
fazer-se entender, expressando-se corretamente e de forma simples, com
tom de voz adequado.
g) Boa capacidade de reação: em casos de situações de emergência, o pro-
fissional de segurança não pode entrar em estado de “choque”, tem que
pensar racionalmente e rapidamente para amenizar a situação.

Além das características elencadas, outras que agreguem valor a prestação de ser-
viço do profissional de segurança bancária são válidas e devem ser consideradas,
como diferencial, pelo gestor em segurança, ao contratar um novo profissional.

27
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 1

Nesta primeira unidade, aprendemos o contexto histórico que gerou a necessida-


de de criar e regulamentar a segurança privada e, consequentemente, a segurança
bancária e a construção histórica das legislações relacionadas a ambas.
Além disso, abordou-se a segurança privada e a segurança pública, vistas
como complementares, evidenciando que a segurança pública detém o domínio e
a regulação da segurança privada. Observamos, também, que a segurança pública
não consegue manter a segurança nacional, necessita do auxílio da segurança
privada em determinados casos, como a segurança bancária.
Quanto ao sistema financeiro nacional, discutimos a sua definição; es-
trutura parte histórica e o tema mais importante: a diferença entre agência
bancária e instituição financeira. A segurança bancária presta, essencial-
mente, serviços nas agências bancárias e, ocasionalmente, nas instituições
financeiras. Nas agências bancárias, constatou-se a maior concentração e
movimentação de numerários em espécie.
Vimos, ainda, o que é a segurança bancária, os requisitos para funciona-
mento de uma agência bancária, os documentos e equipamentos necessários
para aprovação do sistema de segurança pela Polícia Federal e as legislações
que normatizam essas regras.
Por último, discutimos o papel do profissional de segurança privada, a legisla-
ção que determina a utilização desse tipo de serviço e as principais características
de um bom profissional desse ramo.
Esperamos que esses conteúdos tenham despertado a curiosidade por temas
relacionados à segurança bancária e que os assuntos abordados tenham colabo-
rado para o seu crescimento profissional.
Até a próxima unidade!

28
na prática

1. O governo militar outorgou o Decreto-Lei Federal n. 1.034, que foi uma das primeiras
leis que discutia o tema segurança privada. Assinale a alternativa que apresenta,
corretamente, o ano de promulgação da referida lei.

a) 1969.
b) 1992.
c) 1973.
d) 1987.
e) 1953.

2. A profissão do vigilante surgiu em 1820, nos Estados Unidos, criada por Allan Pin-
kerton, quando este reuniu um grupo de homens, com o intuito de proteger o
presidente dos Estados Unidos da época. Quem era esse presidente?

Assinale alternativa correta:

a) George Washington.
b) John Fitzgerald Kennedy.
c) Abraham Lincoln.
d) George Herbert Walker Bush.
e) Barack Hussein Obama II.

3. A Lei n. 9.017/95, para complementar as normas sobre segurança privada, atribuiu


à Polícia Federal a exclusividade pela normatização, controle e fiscalização. Para
prestar tal serviço, qual órgão foi criado?

Assinale alternativa correta:

a) Divisão de Controle de Segurança Privada (DCSP).


b) Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN).
c) Confederação Nacional dos Trabalhadores em Vigilância (CNTV).
d) Associação das Empresas de Transporte de Valores (ABTV).
e) Associação Brasileira de Profissionais em Segurança Orgânica (ABSO).

29
na prática

4. O Art. 144 da Constituição Federal do Brasil estabelece que a segurança pública é


dever do Estado por meio de quais órgãos?

Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F).

( ) Polícia federal, rodoviária federal e ferroviária federal.


( ) ANVISA, ANATEL, PETROBRÁS.
( ) Polícia civil, militar e corpo de bombeiros.

Assinale a alternativa correta:

a) V; V; F.
b) F; F; V.
c) V; F; V.
d) F; F; F.
e) V; V; V.

5. Sabemos que, atualmente, a segurança bancária é fundamental e, para isso, as


agências bancárias precisam de profissionais qualificados. Explique as características
do profissional da segurança bancária.

30
aprimore-se

CONTRASP DIVULGA PESQUISA NACIONAL DE ATAQUE A BANCOS E


CARROS-FORTES DE 2016

O Brasil foi alvo de 5,68 ataques a bancos por dia em 2016. É o que revela a última
edição da Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos e Carros-fortes, realizada pela
CONTRASP – Confederação Nacional dos Trabalhadores de Segurança Privada, pela
Federação dos Vigilantes do Paraná e pelo SindVigilantes Curitiba.
A Pesquisa revelou o total de 2082 ataques a bancos em 2016, entre assaltos, ex-
plosões e arrombamentos. A mesma Pesquisa também contabiliza os sinistros a
carros-fortes, que fechou o ano com 65 ataques no país.
Liderando o ranking, está o estado de São Paulo com 305 ataques a bancos, se-
guido de Minas Gerais, com 295. Os dois estados também lideraram o ranking de
2015, na mesma ordem.
Em 2016, o Paraná subiu de quarta para a terceira posição com 206 ataques, segui-
do do Rio Grande Sul com 202, Pernambuco com 164, Paraíba com 116 e Bahia com
93. Em último lugar está Roraima, com 3 ataques – mas que obteve o aumento de
200% em relação a 2015.
São Paulo também chefia o cargo de primeiro lugar no ranking de ataques a carros-for-
tes no Brasil, com 17 ocorrências. Seguido de Pernambuco com 9 ataques (aumento
de 50% em relação a 2015), Bahia com 7 e Piauí e Ceará, ambos registrados 5 sinistros.

Aumento da violência

Se comparado aos dados de 2015, observa-se uma sensível redução no número de


ataques, entre 2015 e 2016. Entretanto, a forma dos ataques tem se mostrado cada
vez mais violentos, o que aumenta o risco de morte ao trabalhador.
A retirada dos caixas eletrônicos nos comércios fez com que migrassem os ataques
e aumentasse a violências nas agências bancárias. Bandidos com poder bélico su-
perior a dos vigilantes e da polícia estão aterrorizando profissionais da segurança
privada, bancários, policiais, transeuntes e a população em geral – principalmente,
daqueles que residem nas proximidades das agências bancárias, devido ao tama-

31
aprimore-se

nho da explosão dos caixas eletrônicos que chegam a destruir a agência inteira.
“Como os banqueiros não tem coração, tem cofre, nada fizeram para aumentar a segu-
rança de suas agências e muito menos se preocuparam com a vida de seus funcionários
e usuários dos sistemas financeiros”, declara João Soares, Presidente da CONTRASP.
Antes nas investidas de arrombamento aos caixas eletrônicos participavam dois indiví-
duos, utilizando maçarico ou bananas de dinamites em pouca quantidade. Agora qua-
drilhas fortemente armadas, fecham cidades, explodem os caixas e espalham horror por
onde passam, principalmente em cidades pequenas as quais o efetivo policial é baixo.

Vigilantes pedem socorro

A violência tem feito milhares de trabalhadores vítimas dos ataques ao sistema fi-
nanceiro. As doenças da mente fazem parte do saldo desta violência e muitos per-
dem a vida ou não conseguem mais retornar às suas atividades. Em 2016 os ataques
a banco fizeram 189 vítimas, resultando em 14 mortes. Até quando os vigilantes
farão parte desta estatística?

Troca de armamento e a extensão do porte de arma

Sendo uma extensão da segurança pública no país, a segurança privada enfrenta


criminosos com armamentos pesados, que realizam assaltos cinematográficos. En-
quanto bandidos se munem com armamentos de guerra, desde 1983 não há uma
atualização no armamento dos vigilantes. Eles protegem o patrimônio e a vida com
uma pistola .38 e calibre 12 quando em carro-forte; motivo de piada aos criminosos.
O risco de morte que os vigilantes enfrentam em sua jornada de trabalho e também fora
dela – familiares dos vigilantes estão sendo sequestrados para forçar a ‘colaboração’ nos
roubos, levou a criação de Campanhas Nacionais pela troca de armamentos e extensão
do porte de arma aos vigilantes. Uma esperança está no PLS 16/2017, que autoriza ao
vigilante o uso da pistola calibre. 40 e, quando em transporte de valores, o fuzil 5,56mm.
Fonte: CONTRASP (2016, on-line)1

32
eu recomendo!

filme

Assalto ao Banco Central


Ano: 2011
Sinopse: Barão (Milhem Cortaz) teve a grande ideia de ganhar
muito dinheiro em pouco tempo, cometendo um crime perfeito,
sem violência. Para tanto, basta arrumar as pessoas certas, dis-
postas a receber R$ 2 milhões, botar o plano em prática e execu-
tar a façanha. Após cerca de três meses de operação, R$ 164,7 mi-
lhões foram roubados do Banco Central, em Fortaleza, no Ceará.
Sem dar um único tiro, sem disparar um alarme, os bandidos entraram e saíram
por um túnel de 84 metros cavado sob o cofre, carregando três toneladas de di-
nheiro. Foi o segundo maior assalto a banco do mundo.

conecte-se

Os links, a seguir, trazem planilhas relacionadas a ataques a banco e a carros


fortes no Brasil até 2016.
Web: http://contrasp.org.br/wp-content/uploads/2017/04/bancos2016.pdf
Web: http://contrasp.org.br/wp-content/uploads/2017/04/carroforte2016.pdf

33
LEGISLAÇÃO DA
SEGURANÇA
BANCÁRIA
e Transporte de Valores

PROFESSORA
Esp. Juliane Moreira Rocha

PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Regulamentação de proce-
dimento de segurança bancária • Planejamento de medidas preventivas para a segurança bancária •
Regulamentação de procedimento de transporte de valores • Planejamento de medidas preventivas
de transporte de valore • Serviços orgânicos de vigilância patrimonial e/ou transporte de valores.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Apresentar a legislação inerente à atividade bancária • Apresentar a legislação inerente à transporte
de valores • Compreender a sistemática das Leis aplicadas • Demonstrar os procedimentos de segu-
rança bancária e de transportes de valores • Diferenciar transporte de valores de serviços orgânicos de
transporte de valores.
INTRODUÇÃO

Caro(a) aluno(a), nesta segunda unidade, aprenderemos um pouco sobre a


regulamentação de procedimento de segurança bancária e dos transportes
de valores, com o intuito de preparar o gestor em segurança bancária para
compreender toda a sistemática das leis relacionadas à segurança bancária
e ao transporte de valores.
Trataremos, também, nesta unidade, sobre as principais legislações per-
tinentes ao tema, bem como os decretos e portarias emitidos pela Polícia
Federal e demais órgãos de regulamentação do Estado.
Apresentaremos a você a melhor forma de planejar medidas preventi-
vas tanto no âmbito da segurança bancária como no âmbito do transporte
de valores, dessa forma, especificaremos as legislações que determinam
como cada procedimento deve ser feito e, ainda, demonstraremos o que
fazer em caso de suspeita de lavagem de dinheiro, quais os procedimentos,
quais órgãos avisar e quais documentos emitir e os prazos para tal.
Explicaremos, detalhadamente, as legislações, que contém as documen-
tações necessárias, autorizações dos órgãos públicos, tipos de equipamen-
tos necessários para abrir uma agência bancária e as quantidades de valores
que determinam maior ou menor quantidade de pessoal para transporte
de valores e tipos de equipamento.
Diferenciaremos o transporte de valores de segurança orgânica do trans-
porte de valores, onde o primeiro é uma empresa terceirizada contratada,
mediante contrato de prestação de serviços, para fazer a atividade, e a qual
podemos fornecer serviços para diversas empresas; o segundo trata da equipe
interna de transporte de valores, ou seja, conta com a equipe de vigilantes, fun-
cionários registrados, que só prestam serviços para a empresa que trabalham.
Esperamos que você possa agregar mais conhecimento com essa segun-
da unidade e apreciar e compreender os temas abordados. Bons estudos!
REGULAMENTAÇÃO DE
UNIDADE 2

PROCEDIMENTOS DE
Segurança Bancária

A principal regulamentação sobre segurança é a Lei n. 7.102, de 20 de junho de 1983


(BRASIL, 1983a, on-line), sancionada pelo Presidente João Goulart, que dispõe sobre
a segurança para estabelecimentos financeiros. A referida lei, em seu Art. 1º, traz algu-
mas determinações específicas para que as instituições financeiras possam funcionar:

““
Art. 1º É vedado o funcionamento de qualquer estabelecimento fi-
nanceiro onde haja guarda de valores ou movimentação de nume-
rário, que não possua sistema de segurança com parecer favorável à
sua aprovação, elaborado pelo Ministério da Justiça, na forma desta
lei. (BRASIL, 1983a, on-line)

As agências bancárias só podem começar a funcionar, ou seja, ter atendimento ao públi-


co e armazenar valores, se possuírem um sistema de segurança autorizado pelo minis-
tério da Justiça, o qual deve ser enviado por meio do protocolo do Plano de Segurança.
O parágrafo 1º determina o que são estabelecimentos financeiros:

““
§ 1o Os estabelecimentos financeiros referidos neste artigo com-
preendem bancos oficiais ou privados, caixas econômicas, socie-
dades de crédito, associações de poupança, suas agências, postos
de atendimento, subagências e seções, assim como as cooperativas
singulares de crédito e suas respectivas dependências.
(BRASIL, 1983a, on-line).
36
Os parágrafos 2º e 3º informam que, por ter menor circulação financeira, as coo-

UNICESUMAR
perativas singulares de crédito e suas dependências têm procedimentos mais sim-
ples, ou seja, se a cooperativa ficar dentro de um edifício que já possua estrutura
de segurança, o sistema de segurança será dispensado. Dentro dessas condições,
será necessário apenas a elaboração de um plano de segurança e, caso haja invia-
bilidade econômica, a contratação de vigilantes será dispensada:

““
§ 2o O Poder Executivo estabelecerá, considerando a reduzida cir-
culação financeira, requisitos próprios de segurança para as coope-
rativas singulares de crédito e suas dependências que contemplem,
entre outros, os seguintes procedimentos:
I – dispensa de sistema de segurança para o estabelecimento de coo-
perativa singular de crédito que se situe dentro de qualquer edifica-
ção que possua estrutura de segurança instalada em conformidade
com o art. 2o desta Lei;
II – necessidade de elaboração e aprovação de apenas um único
plano de segurança por cooperativa singular de crédito, desde que
detalhadas todas as suas dependências;
III – dispensa de contratação de vigilantes, caso isso inviabilize eco-
nomicamente a existência do estabelecimento.
§ 3o Os processos administrativos em curso no âmbito do Depar-
tamento de Polícia Federal observarão os requisitos próprios de
segurança para as cooperativas singulares de crédito e suas depen-
dências (BRASIL, 1983a, on-line).

O Art. 2º, para complementar o primeiro, afirma que as instituições financeiras


devem possuir vigilantes e alarme capaz de permitir comunicação entre a agên-
cia e outra instituição, ou com a empresa de vigilância, ou com a polícia e, pelo
menos, mais um dos dispositivos de segurança elencados nos incisos I, II e III:

““
Art. 2º - O sistema de segurança referido no artigo anterior inclui
pessoas adequadamente preparadas, assim chamadas vigilantes;
alarme capaz de permitir, com segurança, comunicação entre o es-
tabelecimento financeiro e outro da mesma instituição, empresa de
vigilância ou órgão policial mais próximo; e, pelo menos, mais um
dos seguintes dispositivos:

37
I - equipamentos elétricos, eletrônicos e de filmagens que possibi-
UNIDADE 2

litem a identificação dos assaltantes;


II - artefatos que retardem a ação dos criminosos, permitindo sua
perseguição, identificação ou captura; e
III - cabina blindada com permanência ininterrupta de vigilante du-
rante o expediente para o público e enquanto houver movimentação
de numerário no interior do estabelecimento (BRASIL, 1983a, on-line).

Em 2018, o Art. 2-A fora incluído por meio da Lei n. 13.654 (BRASIL, 2018, on-
-line), que determina que todas as instituições financeiras que foram autorizadas
a funcionar pelo Banco Central do Brasil e que fornecem caixas eletrônicos aos
seus clientes devem, obrigatoriamente, instalar equipamentos dentro dos caixas
eletrônicos que inutilizem as cédulas em caso de arrombamento, movimentos
bruscos ou alta temperatura, bem como especifica em seu parágrafo 1º, que pode
ser utilizada qualquer tecnologia desde que não prejudique a pessoa de boa-fé
que esteja utilizando o equipamento.

““
Art. 2º-A As instituições financeiras e demais instituições autori-
zadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, que colocarem à
disposição do público caixas eletrônicos, são obrigadas a instalar
equipamentos que inutilizem as cédulas de moeda corrente depo-
sitadas no interior das máquinas em caso de arrombamento, movi-
mento brusco ou alta temperatura.
§ 1º Para cumprimento do disposto no caput deste artigo, as institui-
ções financeiras poderão utilizar-se de qualquer tipo de tecnologia
existente para inutilizar as cédulas de moeda corrente depositadas
no interior dos seus caixas eletrônicos, tais como:
I – tinta especial colorida;
II – pó químico;
III – ácidos insolventes;
IV – pirotecnia, desde que não coloque em perigo os usuários e
funcionários que utilizam os caixas eletrônicos;
V – qualquer outra substância, desde que não coloque em perigo os
usuários dos caixas eletrônicos.
§ 2º Será obrigatória a instalação de placa de alerta, que deverá ser
afixada de forma visível no caixa eletrônico, bem como na entrada

38
da instituição bancária que possua caixa eletrônico em seu interior,

UNICESUMAR
informando a existência do referido dispositivo e seu funcionamento.
§ 3º O descumprimento do disposto acima sujeitará às instituições
financeiras infratoras às penalidades previstas no art. 7º desta Lei
(BRASIL, 2018, on-line).

Os parágrafos 2º e 3º informam a necessidade de instalação de placas de alerta,


informando que existe e está em funcionamento o dispositivo de segurança nos
caixas eletrônicos e que, em caso de descumprimento desse Art., as instituições
financeiras poderão sofrer penalidades que foram previstas no Art. 7º, que vão
de uma simples advertência até a interdição do estabelecimento:

““
Art. 7º O estabelecimento financeiro que infringir disposição desta
lei ficará sujeito às seguintes penalidades, conforme a gravidade
da infração e levando-se em conta a reincidência e a condição
econômica do infrator
I - advertência;
II - multa, de mil a vinte mil Ufirs;
III - interdição do estabelecimento (BRASIL, 1983a, on-line).

O Art. 2-A, em seu parágrafo 4º, traz a forma de implantação desse sistema de segurança:

““
§ 4º As exigências previstas neste artigo poderão ser implantadas pelas
instituições financeiras de maneira gradativa, atingindo-se, no míni-
mo, os seguintes percentuais, a partir da entrada em vigor desta Lei:
I – nos municípios com até 50.000 (cinquenta mil) habitantes, 50%
(cinquenta por cento) em nove meses e os outros 50% (cinquenta
por cento) em dezoito meses;
II – nos municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) até
500.000 (quinhentos mil) habitantes, 100% (cem por cento) em
até vinte e quatro meses;
III – nos municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habi-
tantes, 100% (cem por cento) em até trinta e seis meses.
(BRASIL, 1983a, on-line).

A implantação gradativa dos sistemas de segurança é uma forma de ajudar as insti-


tuições a cumprir a lei, dando a elas tempo hábil para se adaptarem às novas regras.
39
PLANEJAMENTO DE
UNIDADE 2

MEDIDAS
PREVENTIVAS PARA
a Segurança Bancária

O gestor de segurança deve criar estratégias a partir de um método, que facilite e


contribua para que a segurança atinja os objetivos preestabelecidos. As medidas
preventivas têm o intuito de proteger as pessoas, instalações, produtos, funcio-
nários, informações, entre outros, e, para isso, as instituições financeiras devem
procurar recursos de segurança compatíveis com os riscos identificados e ana-
lisados no planejamento fornecido pelo gestor de segurança, o qual deve conter,
também, os custos e os investimentos.
O gestor deve estar em contato com as gerências e responsáveis pelos setores
de organização e, juntos, desenvolver medidas preventivas e educativas, sempre
com o objetivo de eliminar ou controlar os riscos existentes na sua origem.
Para fornecer um planejamento completo, o gestor de segurança deve se aten-
tar a alguns itens obrigatórios: a) segurança é prevenção; b) segurança completa
só é possível por meio de treinamento, conscientização e responsabilidade com-
partilhada; c) investimento em segurança deve estar atrelado a análise de risco
e à relação custo benefício dos meios a serem empregados; e, d) as medidas de
segurança não devem impedir a atividade normal.

40
Além dos itens elencados, o gestor deve se preocupar em criar ativi-

UNICESUMAR
dades, como palestras sobre cuidados relacionados à segurança pessoal,
projetos de segurança pessoal para visitantes e medidas de rotina, como
controles de acesso, vigilância ostensiva, atendimento de emergência mé-
dica e combate a incêndios e explosões.
Para garantir a segurança de patrimônio e dos colaboradores, o gestor deve
desenvolver um levantamento e análise de riscos. Com base nessas informações,
deve criar um projeto e planos de segurança, implantar um sistema integrado de
segurança, em conjunto com os recursos humanos, tecnológicos e normativos,
divulgar práticas de segurança sempre, desenvolver planos de gestão de crises em
casos de greves, furtos, roubos acidentes e outros.
O gestor deve se preocupar com o possível vazamento de informações para
garantir a segurança desse setor, deve participar do processo de seleção dos novos
funcionários sempre verificando os antecedentes pessoais, fazer palestras e/ou
reuniões divulgando metodologias de proteção da informação, fazer fiscalização
e segurança física no caso de transferência de informações, fiscalizar se todos os
procedimentos preestabelecidos estão sendo cumpridos e abrir sindicância em
casos de suspeita de vazamento de informações.
Ademais, é de suma importância que o gestor de segurança crie metas a serem
cumpridas por todos os colaboradores, tais como:
• Conscientizar todos os envolvidos sobre a necessidade de realizar todos
os procedimentos de segurança de acordo com seu cargo e setor.
• Assegurar o maior índice de identificação de colaboradores com acesso
à instituição financeira.
• Assegurar o maior índice de vistoria em documentos e materiais.
• Fiscalizar 100% do perímetro da instituição financeira.
• Assegurar o maior índice em casos de atendimento de emergências.
• Auferir o maior índice de qualidade da comunicação entre os departamentos.
• Diminuir as ocorrências de parada no controle de acesso por erros administrativos.
• Subir o nível de satisfação dos clientes e dos colaboradores.

41
REGULAMENTAÇÃO DE
UNIDADE 2

PROCEDIMENTOS DE
Transporte de Valores

A Lei n. 7.102/83 que, além de dispor acerca da segurança para estabelecimentos


financeiros, estabelece, também, normas para a constituição e funcionamento das
empresas particulares que explorem serviços de vigilância de valores. Vejamos:

““
Art. 3º A vigilância ostensiva e o transporte de valores serão executados:
I - por empresa especializada contratada; ou
II - pelo próprio estabelecimento financeiro, desde que organizado e prepa-
rado para tal fim, com pessoal próprio, aprovado em curso de formação de
vigilante autorizado pelo Ministério da Justiça e cujo sistema de segurança
tenha parecer favorável à sua aprovação emitido pelo Ministério da Justiça.
Parágrafo único. Nos estabelecimentos financeiros estaduais, o ser-
viço de vigilância ostensiva poderá ser desempenhado pelas Polícias
Militares, a critério do Governo da respectiva Unidade da Federação
(BRASIL, 1983a, on-line).

O Art. 3º é bem taxativo quanto a quem pode fazer o transporte de valores. O


serviço só poderá ser realizado por empresa especializada ou pelo próprio esta-
belecimento financeiro desde que tenha capacidade para o serviço.
O único diferencial é no caso de estabelecimentos financeiros estaduais, os
quais a vigilância fica a cargo dos Policiais Militares se o Governo do Estado assim
determinar, como bem especificado no parágrafo único do Art. 3º.
42
Nos Arts. 4º e 5º, há a especificação de como será realizado o transporte de

UNICESUMAR
acordo com a quantidade de numerário:

““
Art. 4º O transporte de numerário em montante superior a vinte mil
Ufir, para suprimento ou recolhimento do movimento diário dos
estabelecimentos financeiros, será obrigatoriamente efetuado em
veículo especial da própria instituição ou de empresa especializada.
Art. 5º O transporte de numerário entre sete mil e vinte mil Ufirs
poderá ser efetuado em veículo comum, com a presença de dois
vigilantes (BRASIL, 1983a, on-line).

Na maioria dos casos, enquadra-se o Art. 4º, onde o transporte deve ser realizado
por veículo especial. Em casos excepcionais, poderá ser feito o transporte em veículo
comum, desde que o valor seja baixo e que conte com a presença de dois vigilantes.
O Art. 10º indica quais são as atividades desenvolvidas com prestação de
serviço privativas da segurança privada e traz outras disposições:

““
Art. 10. São considerados como segurança privada as atividades
desenvolvidas em prestação de serviços com a finalidade de:
I - proceder à vigilância patrimonial das instituições financeiras
e de outros estabelecimentos, públicos ou privados, bem como a
segurança de pessoas físicas;
II - realizar o transporte de valores ou garantir o transporte de qual-
quer outro tipo de carga.
§ 1º Os serviços de vigilância e de transporte de valores poderão ser
executados por uma mesma empresa.
§ 2º As empresas especializadas em prestação de serviços de segu-
rança, vigilância e transporte de valores, constituídas sob a forma
de empresas privadas, além das hipóteses previstas nos incisos do
caput deste artigo, poderão se prestar ao exercício das atividades de
segurança privada a pessoas; a estabelecimentos comerciais, indus-
triais, de prestação de serviços e residências; a entidades sem fins
lucrativos; e órgãos e empresas públicas.
§ 3º Serão regidas por esta lei, pelos regulamentos dela decorrentes
e pelas disposições da legislação civil, comercial, trabalhista, previ-
denciária e penal, as empresas definidas no parágrafo anterior.
43
§ 4º As empresas que tenham objeto econômico diverso da vigi-
UNIDADE 2

lância ostensiva e do transporte de valores, que utilizem pessoal


de quadro funcional próprio, para execução dessas atividades,
ficam obrigadas ao cumprimento do disposto nesta lei e demais
legislações pertinentes.
§ 5º (Vetado).
§ 6º (Vetado) (BRASIL, 1983a, on-line).

O parágrafo 1º afirma que a mesma empresa pode prestar os serviços de vigilância


e transporte de valores. Quanto ao parágrafo 3º, afirma que todas as empresas de
segurança, enquadradas nesta Lei, respondem, também, às leis cíveis, comerciais,
trabalhistas, previdenciárias e penais.
Do Art. 11 ao 15, a lei traz algumas regras, por exemplo, somente brasileiros
natos e naturalizados podem ser donos ou administrar empresas de segurança;
todos os funcionários não podem ter antecedentes criminais registrados; o capital
social para abertura da empresa possui valor mínimo e deve ser integralizado,
sendo que o Art. 14 elenca condições essenciais para que as empresas funcionem
nos Estados e no Distrito Federal, e o Art. 15 determina a função de vigilante:

““
Art. 11 - A propriedade e a administração das empresas especializa-
das que vierem a se constituir são vedadas a estrangeiros.
Art. 12 - Os diretores e demais empregados das empresas especiali-
zadas não poderão ter antecedentes criminais registrados.
Art. 13 - O capital integralizado das empresas especializadas não
pode ser inferior a cem mil Ufirs.
Art. 14 - São condições essenciais para que as empresas especializa-
das operem nos Estados, Territórios e Distrito Federal:
I- autorização de funcionamento concedida conforme o art. 20
desta Lei; e
II- comunicação à Secretaria de Segurança Pública do respectivo
Estado, Território ou Distrito Federal.
Art. 15 - Vigilante, para os efeitos desta lei, é o empregado contra-
tado para a execução das atividades definidas nos incisos I e II do
caput e §§ 2º, 3º e 4º do art. 10 (Redação dada pela Lei nº 8.863, de
1994) (BRASIL, 1983a, on-line).

44
Além da lei transcrita, o transporte de valores, também, obedece a Portaria 387/06

UNICESUMAR
da Polícia Federal, que garante os direitos no Art. 117.

““
Art. 117. Assegura-se ao vigilante:
I – o recebimento de uniforme, devidamente autorizado, às expensas
do empregador;
II – porte de arma, quando em efetivo exercício;
III – a utilização de materiais e equipamentos em perfeito funciona-
mento e estado de conservação, inclusive armas e munições;
IV – a utilização de sistema de comunicação em perfeito es-
tado de funcionamento;
V – treinamento permanente de prática de tiro e de defesa pessoal;
VI – seguro de vida em grupo, feito pelo empregador;
VII – prisão especial por ato decorrente do exercício da atividade.
(BRASIL, 2006, on-line).

O Art. 118 são garantidos os deveres dos vigilantes:

““
Art. 118. São deveres dos vigilantes:
I – exercer as suas atividades com urbanidade, probidade e denodo;
II – utilizar, adequadamente, o uniforme autorizado, apenas em serviço;
III – portar a Carteira Nacional do Vigilante – CNV;
IV – manter-se adstrito ao local sob vigilância, observando-se as
peculiaridades das atividades de transporte de valores, escolta ar-
mada e segurança pessoal;
V – comunicar, ao seu superior hierárquico, quaisquer incidentes
ocorridos no serviço, assim como quaisquer irregularidades relati-
vas ao equipamento que utiliza, em especial quando ao armamento,
munições e coletes à prova de balas, não se eximindo o empregador
do dever de fiscalização (BRASIL, 2006, on-line).

Outra legislação que regulamenta a atividade das empresas de transporte de va-


lores é a Portaria n. 3.233/2012 – DG/DPF, de 10 de dezembro de 2012.
Os Arts. 49 e 50 tratam da atividade em si, informando quais atividades as
empresas de transportes estão e não estão autorizadas a fazer.
45
““
Art. 49. As empresas de transporte de valores não poderão desen-
UNIDADE 2

volver atividades econômicas diversas das que estejam autorizadas.


§ 1o A autorização para o funcionamento de empresa de transporte
de valores inclui a possibilidade de realização da vigilância patrimo-
nial de sua matriz, de suas filiais e de suas outras instalações, além
de outros serviços correlatos ao de transporte de valores.
§ 2º As empresas de transporte de valores poderão prestar servi-
ços de abastecimento e manutenção de caixas eletrônicos, sendo
vedada a manutenção de caixas eletrônicos não relacionados no
contrato de abastecimento.
§ 3o As atividades de manutenção de caixas eletrônicos, de instala-
ção, vistoria e atendimento técnico de acionamento de alarmes não
poderão ser realizadas por vigilante, o qual é responsável, apenas,
pelas atividades previstas no art. 10 da Lei no 7.102, de 1983.
Art. 50. As empresas de transporte de valores deverão utilizar uma
guarnição mínima de quatro vigilantes por veículo especial, já in-
cluído o condutor, todos com extensão em transporte de valores
(BRASIL, 2012).

O Art. 51 determina que, caso haja transporte em valor igual ou superior a 20.000
(vinte mil) UFIR, esse transporte deverá ser realizado por veículos especiais de
posse ou propriedade da empresa transportadora de valores:

““
Art. 51. No transporte de valores de instituições financeiras, as em-
presas de transporte de valores deverão utilizar veículos especiais,
de sua posse ou propriedade, nos casos em que o numerário a ser
transportado seja igual ou superior a 20.000 (vinte mil) UFIR.
§ 1o Nos casos em que o numerário a ser transportado for maior
que 7.000 (sete mil) e inferior a 20.000 (vinte mil) UFIR, poderá ser
utilizado veículo comum, de posse ou propriedade das empresas de
transporte de valores, sempre com a presença de, no mínimo, dois
vigilantes especialmente habilitados.
§ 2o É vedada a contagem de numerário no local de acesso aos usuá-
rios por ocasião do abastecimento de caixas eletrônicos e outros
terminais de autoatendimento (BRASIL, 2012).

46
Já o Art. 52 traz os casos excepcionais, onde mesmo o transporte sendo de valor

UNICESUMAR
igual ou superior a 20.000 (vinte mil) UFIR, será dispensada a utilização do veí-
culo especial, mas, para tanto, a empresa de transporte de valores deverá possuir
uma autorização específica da Delegacia de Controle de Segurança Privada (De-
lesp) ou Comissão de Vistoria (CV):

““
Art. 52. Nas regiões onde for comprovada a inviabilidade do uso de
veículo especial, as empresas de transporte de valores poderão ser
autorizadas pela Delesp ou CV a efetuar o transporte por via aérea,
fluvial ou por outros meios, devendo:
I - utilizar, no mínimo, dois vigilantes especialmente habilitados;
II - adotar as medidas de segurança necessárias, por ocasião do
embarque e desembarque dos valores, junto às aeronaves, em-
barcações ou outros veículos;
III - observar as normas da aviação civil, das capitanias de portos
ou de outros órgãos fiscalizadores, conforme o caso; e
IV - comprovar que possui convênio ou contrato com outra em-
presa de transporte de valores devidamente autorizada, quando
não possuir autorização na(s) unidade(s) da federação por onde
necessite transitar durante o transporte.
Parágrafo único. Aplicar-se-á o disposto no caput aos casos em que
for necessário realizar o transporte intermodal, assim entendido
aquele realizado por mais de uma modalidade de veículo, quer seja
aéreo, fluvial ou por qualquer outro meio (BRASIL, 2012).

Os Arts. 53 e 54 informam que as empresas que transportam valores devem co-


meçar o trajeto, obrigatoriamente, no Estado em que está situada sua sede, caso
haja a necessidade de alterar o local de prestação de serviços desse veículo, deverá
ser comunicado, previamente, à Delesp ou CV:

““
Art. 53. A execução de transporte de valores iniciar-se-á, obriga-
toriamente, no âmbito da unidade da federação em que a empresa
possua autorização.
Parágrafo único. Inclui-se no serviço de transporte de valores o re-
torno da guarnição com o respectivo armamento e demais equipa-
mentos, com os pernoites estritamente necessários.
47
Art. 54. A mudança do local onde o veículo especial estiver operan-
UNIDADE 2

do deverá ser previamente comunicada à Delesp ou CV.


Parágrafo único. Os incidentes relevantes relativos aos veículos es-
peciais, tais como ocorrências de furto e roubo também devem ser
comunicados à Delesp ou CV no prazo de cinco dias, para fins de
atualização do sistema de controle (BRASIL, 2012).

Os Arts. 55 e 56 trazem as informações sobre desativação e reativação dos


veículos especiais:

““
Art. 55. A desativação do veículo especial deverá ser comunicada
previamente à Delesp ou CV, e a eventual reativação, deverá ser
precedida de expedição do certificado de vistoria respectivo, ob-
servando o procedimento previsto nos arts. 24 e 25.
§ 1º No caso de desativação temporária, assim entendida aquela por
período determinado, não superior a um ano, e com data prevista
para retorno do veículo à operação, a empresa comunicará à Delesp
ou CV o motivo da desativação, bem como o local onde o veículo
especial poderá ser encontrado.
§ 2º Passado o período do § 1º sem que o veículo seja efetivamen-
te reativado, deverá ser procedida à sua desativação definitiva,
nos termos do caput.
Art. 56. As empresas de transporte de valores e as que possuem ser-
viço orgânico de transporte de valores poderão proceder à alienação
entre si, a qualquer título, de seus veículos especiais, desde que haja
a devida comunicação à Delesp ou CV em até cinco dias úteis.
Parágrafo único. O adquirente deverá requerer a renovação dos
certificados de vistoria correspondentes, observando-se o procedi-
mento previsto nos arts. 24 e 25, dentro do prazo de trinta dias após
o recebimento do veículo (BRASIL, 2012).

Vale ressaltar que o transporte de valores não envolve somente dinheiro, de


uma maneira geral, há utilização dessas empresas, tendo em vista o preparo
destas, para atender atividades que requerem altíssimo grau de segurança, os
profissionais são altamente treinados e os equipamentos são modernos no
quesito segurança no transporte.
48
PLANEJAMENTO DE

UNICESUMAR
MEDIDAS
PREVENTIVAS DE
Transporte de Valores

As medidas preventivas, no transporte de valores, são, também, reguladas pela


Portaria n. 3.233/2012 (BRASIL, 2012).
O Art. 58 determina que as empresas de transporte de valores devem desenvolver
e implantar procedimentos de controle para evitar crimes de lavagem de dinheiro:

““
Art. 58. As empresas de transporte de valores deverão desenvolver
e implementar procedimentos de controle interno, para detectar
operações que possam conter indícios dos crimes de que trata a Lei
9.63, de 1998, ou com eles relacionar-se (BRASIL, 2012).

O Art. 59 elenca uma série de possibilidades em que o Conselho de Controle de


Atividades Financeiras (Coaf) deve ser notificado sempre que, nas análises de-
senvolvidas pela empresa de transporte de valores, notar mudanças significativas
nas empresas para quem presta serviços. Vale ressaltar que o prazo para a notificar
o Coaf é de 24 horas, e a empresa de transporte de valores não pode informar o
cliente que fez a notificação:

““
Art. 59. Deverão ser comunicados ao Conselho de Controle de Ati-
vidade Financeiras – Coaf, no prazo de vinte e quatro horas, absten-
do-se de dar ciência do ato aos clientes, a proposta ou realização de:
I – operações previstas no art. 58;
49
II – aumento substancial no volume de bens e valores transportados, sem
UNIDADE 2

causa aparente, em especial se houver instrução para entrega a terceiros;


III – transporte ou guarda de bens e valores contratados por pes-
soas físicas ou jurídicas cuja atividade declarada se mostre apa-
rentemente incompatível com o valor transportado ou custodiado
em razão do transporte;
IV – atuação no sentido de induzir empregado da empresa de transporte
e guarda de bens e valores a não manter registros de operação realizada;
V – transporte ou guarda de bens e valores que por sua frequência
ou forma configurem artifícios para burlar os mecanismos de re-
gistro e comunicação previstos nesta Portaria;
VI – proposta de transporte ou guarda de bens e valores, por inter-
médio de pessoas interpostas, que não sejam detentores de mandato,
ou sem vínculo societário ou empregatício com a pessoa contratan-
te, sem a revelação da verdadeira identidade do beneficiário;
VII – resistência em facilitar as informações necessárias para o registro
da operação ou cadastro, ou ainda o oferecimento de informação falsa;
VIII – outras operações ou propostas que, por suas características,
no que se refere a partes envolvidas, valores, forma de realização,
local de recebimento e entrega de bens e valores, volumes, instru-
mentos utilizados ou pela falta de fundamento econômico ou legal,
possam configuram indícios de crimes previstos na Lei nº 9.613, de
1998, ou com eles relacionarem-se;
IX – contratação de transporte ou guarda de bens e valores em mon-
tante igual ou superior a R$ 100.000,00 (cem mil reais), cuja origem
e destino sejam diferentes pessoas físicas ou jurídicas e não se tratem
de instituições financeiras (bancos e caixas econômicas);
X – contratação de transporte ou guarda de bens e valores, em mon-
tante igual ou superior a R$ 100.000,00 (cem mil reais), por pessoa
jurídica não bancária ou pessoa física, cuja origem ou destino seja
município de fronteira; e
XI – operações com valores inferiores aos estabelecidos nas alíneas
anteriores mas que, por sua habitualidade, valor e forma, configu-
ram tentativa de burla dos controles (BRASIL, 2012).

O parágrafo 1º nos traz a informação de que, ao final de cada ano civil, as empre-
sas de transporte de valores deverão fornecer à Delesp ou à CV, no prazo de trinta
50
dias, declaração de todas as operações que fizeram, que infringiram os incisos do

UNICESUMAR
Art. 59 e que já foram comunicados a Coaf.

““
§ 1º A Delesp ou CV requisitará, após o final do ano civil, declaração
das empresas de transporte de valores acerca da existência ou não
de operações ou situações descritas neste artigo, com prazo de trinta
dias para resposta, sem necessidade, em caso de resposta positiva,
de fornecimento de dados específicos sobre eventuais operações
realizadas, já informadas ao Coaf.
§ 2º As comunicações de boa-fé feitas na forma prevista neste artigo
não acarretarão responsabilidade civil ou administrativa, conforme
disposto no art. 11, § 2º, da Lei no 9.613, de 1998.
§ 3º As comunicações de que trata o caput deverão ser encaminha-
das por meio de formulário eletrônico disponível na página do Coaf,
sendo disponibilizado ao DPF o acesso aos dados.
§ 4º Caso o DPF disponibilize meio eletrônico próprio para a reali-
zação da comunicação, deverá ser este utilizado em detrimento do
previsto no § 3º (BRASIL, 2012).

Todas as comunicações feitas de boa-fé não gerarão responsabilidade civil à em-


presa de transporte de valores e seus funcionários, ou seja, caso os procedimentos
não sejam realizados corretamente pela empresa de transporte de valores e, con-
sequentemente, pelos funcionários, os mesmos poderão responder a processos
judiciais em conjunto com seus clientes.
O Art. 60 determina que todas as empresas de transporte de valores devem aten-
der a todas as solicitações do Departamento de Polícia Federal (DPF) ou do Coaf:

““
Art. 60. As empresas de transporte de valores deverão atender, a
qualquer tempo, às requisições de informações provenientes do
DPF ou do Coaf.
Art. 61. As empresas de transporte de valores, bem como os seus
administradores, que deixarem de cumprir as obrigações previstas
nos arts. 57 a 60 sujeitam-se à aplicação das sanções previstas no
art. 12 da Lei no 9.613, de 1998 (BRASIL, 2012).
No Art. 61, é reforçada a informação de que se a empresa de transporte de valores
não atender às obrigações de informações, poderão ser aplicadas sanções que
estão previstas na Lei n. 9.613/98 (BRASIL, 1998, on-line).
51
SERVIÇOS ORGÂNICOS DE
UNIDADE 2

VIGILÂNCIA
PATRIMONIAL
e/ou Transporte de Valores

Os serviços orgânicos de transporte de valores são regidos pela Portaria n.


3.233/2012 da Polícia Federal. O termo foi criado para delimitar os casos, onde
uma empresa de qualquer ramo possui a sua própria equipe de segurança, ou
seja, o serviço não é terceirizado:

““
Art. 1º - A presente Portaria disciplina as atividades de seguran-
ça privada, armada ou desarmada, desenvolvidas pelas empresas
especializadas, pelas empresas que possuem serviço orgânico de
segurança e pelos profissionais que nelas atuam, bem como regula
a fiscalização dos planos de segurança dos estabelecimentos finan-
ceiros (BRASIL, 2012).

Para constituir o setor próprio de vigilância patrimonial e/ou transporte de valo-


res, a empresa (pessoa jurídica) precisa de autorização e, para isso, precisa preen-
cher os seguintes requisitos constantes na Portaria:
• Certificado de Segurança: o Art. 93 determina que os estabelecimentos
das empresas, com serviços orgânicos de segurança, devem possuir ins-
talações físicas aprovadas pelo Delegado Regional Executivo (Drex) do
seu Estado, após a realização de vistoria pela Delesp ou CV, e pagamento
de Taxa. Excepcionalmente, se a empresa possuir no máximo cinco armas
de fogo, mantidas em cofre exclusivo, fica dispensada desse documento;
52
• Processo de Autorização: o Art. 94 traz diversos documentos, que são

UNICESUMAR
necessários para a obtenção de autorização de funcionamento, os quais
deverão ser apresentados junto com um requerimento ao Coordenador-
-Geral de Controle de Segurança Privada. São eles:

““
Art. 94 - Para obter autorização de funcionamento, as empresas com
serviço orgânico de segurança deverão apresentar requerimento
dirigido ao Coordenador-Geral de Controle de Segurança Privada,
anexando os seguintes documentos:
I - cópia ou certidão dos atos constitutivos e alterações posteriores,
registrados na Junta Comercial ou Cartório de Pessoa Jurídica;
II - comprovante de inscrição nos órgãos fazendários federal,
estadual e municipal;
III - cópia da Carteira de Identidade, da inscrição no CPF, do Títu-
lo de Eleitor e do Certificado de Reservista dos responsáveis pelo
serviço orgânico de segurança;
IV - certidões negativas de registros criminais expedidas pela Justiça
Federal, Estadual e Militar, dos Estados e da União, onde houver, e
Eleitoral, relativamente aos responsáveis pelo serviço orgânico de
segurança, das unidades da federação onde mantenham domicílio
e pretendam constituir a empresa;
V - comprovante da contratação de seguro de vida para os vigilantes;
VI - memorial descritivo do uniforme dos vigilantes, mencionando
apito com cordão, nome e logotipo da empresa, plaqueta de identi-
ficação, acompanhado de fotografias coloridas, de corpo inteiro de
frente do vigilante devidamente fardado;
VII - declaração das Forças Armadas, dos órgãos de segurança pú-
blica federais e estaduais e das guardas municipais ou das Delesp
ou CV, informando que o modelo de uniforme apresentado não é
semelhante aos utilizados por aquelas instituições;
VIII - autorização para utilização de frequência de rádio concedida
pelo órgão competente ou contrato com prestadora de serviço, se
houver veículos especiais; e
IX - comprovante de recolhimento da taxa de expedição de alvará
de funcionamento (BRASIL, 2012).

53
• Início das atividades: o Art. 95 determina que as empresas com serviço
UNIDADE 2

orgânico, que preencheram todos os requisitos da Portaria, devem infor-


mar o início da atividade de vigilância patrimonial e/ou transporte de
valores à Secretaria de Segurança Pública do seu Estado.
• Atividade: o Art. 97 delimita os serviços da empresa com serviço orgânico
de segurança, onde só poderá exercer as atividades de vigilância patrimo-
nial e transporte de valores, exclusivamente, em proveito próprio.

Vale ressaltar que a empresa que opta por esse regime de segurança orgânica, toda a
responsabilidade fica sobre ela, inclusive a contratação de prestadores de serviço capa-
citados sob o regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), ou seja, os vigilantes
e profissionais da segurança farão parte do quadro de funcionários da empresa.

explorando Ideias

Carros-fortes são feitos sob encomenda. Sabe-se que a lataria é reforçada com chapas de
aço e produtos especiais e recebe blindagem de nível 3. Como a sala do cofre bloqueia a
visão do motorista, existe uma câmera de vídeo instalada na traseira, cuja imagem apare-
ce em uma tela no painel. As janelas laterais blindadas ajudam a observar os arredores.
O final do furgão é uma sala com acesso por uma porta atrás do banco traseiro, que só abre
com chave ou senha de segurança. Na sala há um cofre que exige outra chave, caso contrá-
rio dispara um alarme. Os pneus podem ser reforçados a pedido do cliente. Os veículos não
costumam receber blindagem máxima porque isso os tornaria muito lentos. Há quatro lu-
gares, a equipe de transporte é composta de dois seguranças, o motorista e o chefe. Todos
usam colete à prova de balas e carregam armas. Nas laterais do carro-forte, há aberturas na
lataria para que os vigilantes possam abrir fogo no caso de uma emergência.
Fonte: adaptado de Yellow Gard (2018, on-line)2.

pensando juntos

A relação entre gestão de pessoas e segurança é muito próxima e não deve ser esque-
cida, pois o gestor deve preocupar-se com a qualidade de vida de sua equipe dentro do
ambiente de trabalho.

54
CONSIDERAÇÕES FINAIS

UNICESUMAR
Para concluir esta segunda unidade, relembraremos os principais assuntos abor-
dados sobre a legislação em segurança bancária e transporte de valores.
Falamos sobre a regulamentação utilizada na segurança bancária, com foco
nas leis, decretos e portarias da Polícia Federal, que estabelecem quais as ca-
racterísticas, equipamentos e pessoal que uma agência bancária deve possuir
para poder começar a funcionar e fazer atendimento ao público. Posteriormente,
abordamos o assunto de como o gestor de segurança bancária deve planejar as
medidas preventivas e onde tais documentos devem ser protocolados, bem como
foi especificado o que deve conter nesses documentos.
Na sequência, apresentamos a regulamentação para o transporte de valores,
explicamos as legislações pertinentes (leis, portarias, decretos da Polícia Federal),
bem como especificamos como as quantidades de valores a serem transporta-
dos interferem no tipo de automóvel a ser utilizado e a quantidade de pessoal
que deve acompanham o transporte, assim como o tipo de escolta que deve ser
utilizado. Expomos, também, as medidas preventivas a serem tomadas no trans-
porte de valores e como deve ser realizado as denúncias em caso de a empresa
transportadora suspeitar das quantidades de valores transportados pelo porte da
empresa contratante, para, também, não virar suspeita de lavagem de dinheiro.
Diferenciamos o transporte de valores de serviços orgânicos de trans-
porte de valores, onde um se qualifica por ser uma empresa terceirizada e,
totalmente, responsável pelo serviço, equipamento e funcionários, e outro se
caracteriza por pertencer tudo a própria empresa que precisa dos serviços,
correndo tudo por sua conta própria.
Esperamos, caro(a) aluno(a), que você tenha entendido as discussões propos-
tas nesta unidade e que tenhamos fornecido um pouco mais de conhecimento
nessa jornada de se tornar um Gestor de Segurança Privada.
Continue firme e até a próxima unidade!

55
na prática

1. Qual presidente do Brasil sancionou a principal legislação sobre segurança, a Lei


n. 7.102/1983?

a) Getúlio Vargas.
b) Juscelino Kubitschek.
c) João Goulart.
d) Tancredo Neves.
e) Fernando Henrique Cardoso.

2. Quais os itens obrigatórios que o gestor de segurança deve se atentar para fornecer
um planejamento completo?

3. Segundo o Art. 3°, da Lei n. 7.102/83, quem pode executar a vigilância ostensiva:

( ) Empresa especializada contratada;


( ) Próprio estabelecimento financeiro;
( ) Governo do Estado.

Assinale a alternativa correta:

a) V; V; F.
b) F; F; V.
c) V; F; V.
d) F; F; F.
e) V; V; V.

56
na prática

4. Os serviços orgânicos de transporte de valores são regidos por qual portaria da


Polícia Federal? Assinale a alternativa correta.

a) 3.233/2012.
b) 33.732/2017.
c) 34.383/2019.
d) 12.500/2004.
e) 30.486/1996.

5. Segundo o Art. 59, da Portaria n. 3233/2012 da Polícia Federal, as empresas de-


vem sempre ficar atentas a possibilidade de participar do crime de lavagem de
dinheiro. Para não serem enquadradas nessa situação, precisam informar ao Coaf
(Conselho de Controle de Atividades Financeiras) em um determinado prazo, qual
é o prazo que a lei concede?

Assinale a alternativa correta:

a) 72 horas.
b) 48 horas.
c) 36 horas.
d) 12 horas.
e) 24 horas.

57
aprimore-se

A HISTÓRIA DA BRINKS

Fundada no dia 5 de maio de 1859, na cidade de Chicago, estado de Illinois, por Washin-
gton Perry e Fidelia Brink, a empresa que levaria seus sobrenomes, chamada inicial-
mente de BRINK’S CITY EXPRESS, inicia suas atividades como transportadora de caixas
e bagagens de homens de negócio, que viajavam para a cidade em missões comerciais.
Em 1891 a BRINKS fazia sua primeira entrega bancária – seis sacos de dólares de
prata – para o Home National Bank, tornando-se com isso a primeira transporta-
dora de valores do mundo. Em 1900, a empresa já contava com 85 carruagens e
200 cavalos, tendo com gerente um veterinário. Pouco depois, em 1904, a BRINKS
colocou em serviço seu primeiro carro modelo Knox a gasolina, que atingia a 40
km e equivalia a três carruagens e doze cavalos, aumentando assim a segurança e
reduzindo o tempo de transporte de valores.
Em 1918 a empresa abriu seu primeiro escritório fora da cidade de Chicago, em Cleve-
land, e logo depois em Rochester e Filadélfia. Em 1925, o lançamento do slogan “Only
Brink’s Can Open This Safe”, rapidamente se tornou sinônimo de segurança máxima.
Pouco depois, em 1927, a empresa inaugurou seu primeiro escritório na cidade de
Montreal no Canadá. Logo após o término da Segunda Guerra Mundial, a empresa,
que já empregava 2.000 pessoas, foi a primeira do mercado a equipar seu carros de
transporte de valores com blindagem e armas (revólveres calibre 38, rifles de repe-
tição e até sub-metralhadoras). Em 1956, o primeiro carro-forte movido a diesel foi
adquirido pela empresa por US$ 25.000. A expansão internacional começou em 1961
quando a empresa inaugurou filiais e novas instalações por diversos países europeus,
começando pela França. Em 1962 a BRINKS foi adquirida pela empresa Pittston.
No Brasil a empresa chegou em 1966, e ao longo dos anos mantém um espírito pio-
neiro no desenvolvimento de seus produtos e serviços, incorporando cada vez mais
valor às cadeias de produção de seus clientes. Assim, evoluiu-se do tradicional trans-

58
aprimore-se

porte de valores para uma completa cadeia de serviços integrados, chegando hoje a
oferecer, a exemplo de sua constante inovação, uma completa solução tecnológica
para correspondentes bancários. A década seguinte tem início com a inauguração de
filiais na Venezuela e no México, e, termina, em 1978, com a abertura de seu primeiro
escritório na Ásia. Além disso, nesta década a empresa fortaleceu o transporte de
valores via aérea, iniciado em 1962, incrementando ainda mais os serviços oferecidos.
Nos anos seguintes, a empresa adotou estratégias agressivas e bem estabelecidas
de crescimento no mundo, que contemplavam oportunidades de aquisição, aliadas à
constante oferta de novos produtos e soluções, como em 1983 quando estabeleceu a
divisão de segurança doméstica; ou em 1993, quando iniciou a manutenção de caixas
automáticos. Além disso, investiu fortemente no desenvolvimento de novas tecnologias
e na capacitação de seus funcionários visando à melhoria contínua da qualidade dos
serviços, para satisfação dos clientes. A partir de 1996, a BRINKS iniciou uma nova ex-
pansão internacional, ingressando no mercado sul-africano e posteriormente na região
do Oriente Médio. Em 1998 a empresa introduziu, de maneira pioneira, o cofre compu-
tadorizado CompuSafe para ser instalado nas lojas com o objetivo de executar auto-
maticamente armazenamento de diversos tipos de valores; validação e contabilização
de cédulas por meio eletrônico; conciliação e controle de recebimentos por turno, dia
e operador; fechamento de turno e dia de trabalho; e emissão de relatórios gerenciais.
Com a chegada do novo milênio, a empresa lançou no mercado novos produtos
como o Brinks Cash Logistics, que oferecia soluções e tecnologias para valores; e
agenciamento de carga e despacho aduaneiro. Em 2008, a BRINKS HOME SECURITY,
divisão que presta segurança doméstica e comercial, foi separada da empresa e
passou a se chamar Broadview Security. No ano seguinte, a BRINKS completou 150
anos de atuação mundial, e, mesmo com o cenário de crise internacional, consoli-
dou sua atuação no Brasil com a aquisição de duas empresas do setor de segurança
e transporte de valores: Sebival e Setal.

59
aprimore-se

Tradição e solidez

Durante sua longa história, BRINKS foi escolhida para proteger alguns dos maiores e mais
valiosos tesouros do mundo como o taco de baseball com que Hank Aaron quebrou o
recorde de home-run do legendário Babe Ruth; as primeiras amostras da rocha trazidas
da lua pelos astronautas; o diamante que Richard Burton deu a Elizabeth Taylor; a decla-
ração de independência dos Estados Unidos; e o maior diamante bruto do mundo.

Dados corporativos:

• Origem: Estados Unidos


• Fundação: 5 de maio de 1859
• Fundador: Washington Perry e Fidelia Brink
• Sede mundial: Richmond, Virginia
• Proprietário da marca: The Brink’s Company
• Capital aberto: Sim
• CEO & Presidente: Micheal T. Dan
• Faturamento: US$ 3.16 bilhões (2008)
• Lucro: US$ 183.3 milhões (2008)
• Valor de mercado: US$ 1.1 bilhões (novembro/2009)
• Frota: 9.300 carros fortes
• Presença global: + 50 países
• Presença no Brasil: Sim

60
aprimore-se

• Funcionários: 53.900
• Segmento: Segurança e logística
• Principais produtos: Soluções de transporte seguro e soluções logísticas
• Ícones: Seus carros-fortes
• Slogan: People. Trust. Innovation.
• Website: www.brinks.com

A marca no mundo:

A BRINKS está presente em mais de 50 países dos seis continentes, transportando,


processando e custodiando valores através de uma complexa malha de comunica-
ção internacional e uma frota de 9.300 carros-fortes. Além do transporte de dinheiro
em carro-forte, a empresa cuida também da tecnologia, segurança, manutenção e
abastecimento de caixas eletrônicos e de correspondentes bancários.

Você sabia?

Em 1993, um assalto a um carro-forte da BRINKS em Rochester, Nova York, foi consi-


derado o quinto maior dos Estados Unidos. Quatro ladrões roubaram US$ 7.4 milhões.

Fonte: Sergio Mansilha (2019, on-line)3.

61
eu recomendo!

conecte-se

O vídeo disponível no link, a seguir, condiz a matéria jornalística sobre a atividade


de transporte de valores em veículos especiais, diante da investigação de grupos
criminosos e com alto poder bélico.
Web: https://www.youtube.com/watch?v=ps3VORxBgJs

O Conteúdo disponível no link, a seguir, apresenta parte estrutura das técnicas


operacionais da quinquagenária Brinks no Brasil, primeira empresa de transporte
de valores no Brasil.
Web: https://exame.abril.com.br/negocios/os-bastidores-da-operacao-secreta-
-da-brinks/

62
anotações



































PLANO DE
SEGURANÇA

PROFESSOR
Esp. Ricardo Henrique Helbel

PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Plano de segurança • Medidas
preventivas • Técnica de avaliação dos dados e sua aplicação prática • Tipos de ameaças à segurança
bancária • Providência pós-fato.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Compreender o conceito e a importância do Plano de Segurança e sua maior efetividade • Apresentar
os tipos de medidas preventivas, adotadas nas instituições financeiras e correlatas • Exemplificar as
técnicas de avaliação de dados, empregadas na atividade de segurança • Conhecer os principais tipos
de ameaças às instituições financeiras e as formas e atuação do profissional de segurança • Descrever
as principais medidas a serem adotadas pós-fato, possibilitando o efetivo trabalho das forças de se-
gurança, coletar informações que possibilitem a implementação de novos mecanismos de prevenção.
INTRODUÇÃO

Nesta unidade, estudaremos uma das atividades realizadas pela segu-


rança privada no Brasil, o Transporte de Valores. Atividade destinada
ao recolhimento e abastecimento de bens e valores, importando para
nossa matéria a movimentação de numerário diário de estabelecimentos
financeiros, em virtude do valor.
O transporte de valores, no Brasil, teve regulamentação inicial pela Lei
Federal n. 7.102/83. Conforme previsão legal, é realizado por empresas
especializadas, que exercem atividade de vigilância patrimonial; transpor-
te de valores; escolta armada; segurança de pessoas e ministra cursos de
formação. As empresas possuidoras de serviços orgânicos de segurança,
instituída pela Lei Federal n. 8.863/94 (BRASIL, 1994, on-line), autorizadas
a constituir um setor próprio de vigilância patrimonial ou de transporte
de valores, são autorizadas a organizar seu próprio departamento interno,
promovendo sua própria segurança.
A edição da Lei Federal n. 9.017/95 (BRASIL, 1995b, on-line) trouxe
significativas modificações à atividade de segurança privada, destacando a
atribuição de competência para fiscalizar os estabelecimentos financeiros
e as empresas de segurança privada de atribuição do Departamento de
Polícia Federal (DPF). Este tem a incumbência de regulamentar e fiscalizar
as atividades de segurança privada. Foi atribuída à Polícia Federal, tratando,
ainda, de estabelecer parâmetros para o capital social mínimo das empresas
de transporte de numerário.
Atualmente, as atividades de segurança privada, armada ou desarma-
da, exploradas pelas empresas especializadas, pelas empresas possuidoras
de serviço orgânico de segurança, seu quadro funcional e a fiscalização
dos planos de segurança dos estabelecimentos financeiros, estão disci-
plinadas na Portaria n. 3.233/12-DG/DPF (BRASIL, 2012), com as alte-
rações das Portarias n. 3.258/13 e 3.559/13, ambas do Diretor-Geral do
Departamento de Polícia Federal.
PLANO DE
UNIDADE 3

SEGURANÇA

A prevenção e a reação constituem-se como pilares fundamentais da atividade de


segurança. A prevenção decorre da implementação de medidas que dificultam e
desmotivam as ações criminosas. A reação, por sua vez, pode ser definida como o
conjunto de ações tomadas para conter aquilo que se tentava prevenir. Nesse sen-
tido, a reação consiste no planejamento das ações a serem desenvolvidas quando
a prevenção tiver falhado, nesse momento, elabora-se o competente Manual de
Procedimento, que contemplará diversas situações e problemáticas bem como a
melhor maneira de lidar com cada evento.
O conhecimento das ações a serem tomadas deverá ser de todos os envolvidos
no sistema, por meio dos manuais que estabelecem orientações de como agir, es-
perando-se do Vigilante que esteja preparado para tomar as necessárias decisões.
Devido a abrangência do termo Plano de Segurança, costuma-se utilizar con-
ceitos mais específicos, uma vez que existem diversos tipos de planejamento, tais
como: estratégico, tático, técnico, operacional, de gerenciamento de crises etc.
Mais importante do que conhecer as nossas vulnerabilidades e nossos pontos
eficazes, devemos, sempre, realizar estudos e análises de pontos de melhoria para
cada caso bem como as melhores medidas a serem tomadas.

66
UNICESUMAR
A análise de risco utilizará as diversas metodologias de análise existentes, buscan-
do classificar o risco, a possibilidade de sua concretização bem como os impactos
que possam ser gerados, caso o risco, realmente, concretize-se.
Apesar de, muitas vezes, as análises de risco serem utilizadas como justificativa
de investimento em segurança, elas contribuem na integração entre os sistemas de
segurança e o fator humano e tecnológico, capaz de otimizar os recursos e reduzir
as despesas, que levará em conta a análise de riscos e a tomada de decisões estraté-
gicas de investimento, implementando os recursos que forem julgados necessários.

Sistema Integrado de Segurança - SIS

O Sistema Integrado de Segurança compreende medidas de segurança, como


bunker`s; captura remota de imagens; botão de pânico portátil/fixo; impedi-
mento de acesso de veículos, realizados por meio de cancelas ou barreiras; e
veículos rastreados, previstos no manual de procedimentos. O SIS deverá ter uma
definida política de segurança a ser implementada nos estabelecimentos, tanto
nas instalações físicas como na instalação de catracas, muros altos, concertinas.
Deverá, também, desenvolver uma política de segurança a ser difundida entre
os agentes de segurança e os demais profissionais que atuam no local, realizar o
cadastro de visitante e de prestadores de serviço terceirizados, uso de aparelhos
de comunicação que dificultam o acesso por terceiros etc.

67
UNIDADE 3

Ocorre que, mesmo havendo a devida implementação do Sistema Integrado de


Segurança, de nada valerá se o fator humano não receber a necessária atenção.
Esta pode se dar por meio de um eficiente programa de treinamento, com ca-
pacitação periódica bem como um plano de desenvolvimento pessoal para que
não tenhamos uma motivadora de fragilidade em decorrência de ação do cenário
externo, como motivos individuais, pois todos correrão o risco desnecessário de
conviver com a possibilidade do evento se concretizar.
Apesar de não ser possível pontuar a segurança em sua integralidade, a prática
da prevenção dos atos delituosos ou a redução dessa possibilidade constitui a
obrigação do profissional que trabalha na atividade de segurança privada, lem-
brando-se que o maior patrimônio é a vida.
O Vigilante, ao constatar situações que possibilitem a melhoria de seu posto
de trabalho e a implementação do plano de segurança, deverá realizar relatórios.
Estes serão entregues ao superior hierárquico direto, que analisará as informações
e a possibilidade de eventual implementação. Com isso, o vigilante demonstra
seu grau de profissionalismo e comprometimento com a segurança própria e

68
dos que estejam sob sua responsabilidade, além de ser uma conduta pró-ativa,

UNICESUMAR
que deverá manter fixa a ideia de que os planos de segurança e sua efetivação são
responsabilidades de todos.
O profissional de segurança deve se manter, sempre, em estado de vigília, fa-
zendo da preparação sua melhor arma; abster-se de cair na armadilha da rotina;
antecipar-se a possíveis situações de perigo; estar pronto a implementar um novo
plano de segurança, sem deixar de desenvolver novos planos de contingências e
análise de dados coletados.
Não basta o desenvolvimento de planos de contingência, se não forem rea-
lizados treinamentos, que deverão ser difundidos pelos agentes que atuaram na
situação crítica em questão, desde a evacuação do perímetro, em situações de
grande proporção, até a forma de proceder diante da necessidade de abordagem
de suspeitos, considerando todas as situações, como potencial ofensivo.

explorando Ideias

O plano de segurança é composto por um conjunto de normas e regras sistematizadas,


preventivas ou repressivas, destinadas a minimizar os riscos ou consequentes eventos crí-
ticos, definindo as formas de gestão de recursos a efetiva execução operacional. A adoção
de medidas preventivas, como treinamentos, simulações e outras medidas conscientizan-
tes devem ser difundidas pelos envolvidos no plano de segurança, possibilitando a inte-
ração entre os setores. Todos os profissionais que componham o ambiente de trabalho
devem conhecer as medidas comumente adotadas, em pontuais situações críticas, tais
como combate a pequenos focos de incêndios, atendimentos iniciais de urgência, entre
outras medidas que possibilitam aos profissionais a avaliação e a identificação do evento
crítico, além de solicitar a prestação do atendimento dos órgãos competentes. Ao profis-
sional de segurança, o conhecimento deve ser amplo, certo que este será o norte dos de-
mais funcionários em situações críticas, por isso, deve desenvolver, de forma profissional
e eficaz, as medidas pré-estabelecidas, no plano de segurança, e ter condições de avaliar
cada evento, de forma técnica, e definir a melhor medida a ser aplicada.
Fonte: o autor.

69
MEDIDAS
UNIDADE 3

PREVENTIVAS

Para garantir a funcionalidade do sistema preventivo de segurança, deverão ser


adotadas medidas que dificultem as ações criminosas, constituídas em obstáculos,
como barreiras, equipamentos e vigilantes conscientes de sua responsabilidade,
no tocante à segurança física das instalações e da integridade das pessoas, que se
encontram no local sob sua guarda.
As medidas poderão ser estáticas, constituídas de barreiras e equipamentos
de uso em sistemas de segurança, buscando inibir e impedir ações criminosas, ga-
rantindo maior eficiência de segurança ou dinâmicas, realizadas pela atuação de
um vigilante, devidamente, capacitado e conhecedor da segurança física da ins-
talação e dignitários, devendo atuar de forma a antecipar a atividade criminosa.
As barreiras auxiliam na proteção das áreas de segurança, vindo a delimitar o
espaço físico, pertencente à instalação, dissuasivo contra entradas não permitidas.
Elas podem impedir ou retardar possíveis tentativas de invasões, possibilitando à
equipe de segurança detectar eventuais ameaças e controlar o acesso e/ou egresso
de pessoas, materiais e veículos. Essas barreiras podem ser naturais (rios, matas,
encostas etc.) e/ou artificiais (cercas, muros, telas etc.).

70
Nessa medida, contamos com a perspicácia do vigilante na identificação de

UNICESUMAR
pessoas; em manter distância em abordagens; definir formas de sinalização entre
os demais integrantes da equipe de segurança; indicar atitudes que se mostrem
suspeitas; ter conhecimento de contatos telefônicos com empresas de fornecedo-
res e prestadores de serviço, que viabilizam a confirmação de dados de funcioná-
rios; manter-se vigilante e atento ao posicionamento estratégico, nas instalações,
além de identificar possíveis pontos frágeis nessas instalações.

explorando Ideias

A ostensividade da presença do vigilante é capaz de gerar a sensação de segurança, que


consistente na certeza da cobertura da área e na consequente prevenção de delitos. Ela
pode ser classificada como real, esta consiste na presença física, em locais de provável
ação criminosa; atua, de forma ostensiva e preventiva, inviabilizando ações criminosas no
local. A presença potencial, por sua vez, ocorre sem que haja a presença física do vigilante
no local, é certo, porém, que ele se encontra próximo e pronto para agir de forma rápida,
caso se faça necessário.
Fonte: o autor

71
Os pontos estratégicos de segurança e os pontos vulneráveis, ou de risco, deve-
UNIDADE 3

rão ser identificados por suas características próprias. O primeiro constitui, basica-
mente, em locais dentro do perímetro, que proporcionam ao vigilante sua própria
segurança, eliminando, assim, o fator surpresa, uma vez que se faz possível manter
um melhor ângulo de visão, que lhe possibilitará maior eficiência na execução pre-
ventiva. Nos pontos, porém, que o vigilante pode ser, facilmente, acessado, não há
controle de acesso, portanto, não dispõem de medidas de segurança. Esses pontos,
desse modo, serão atrativos para as atividades criminosas. Quanto ao acesso ao
perímetro, a atenção deve ser maior aos pontos de entrada não permitidas, onde,
na maioria das vezes, a atenção volta-se às entradas de acesso geral.
O controle de entradas permitidas, distribuídas em pontos fixos de segurança,
permitirá ao vigilante controlar e fiscalizar a entrada e saída de pessoas, veículos
e materiais. Geralmente, essas entradas são nas portarias das instalações, que
constituem os principais pontos de segurança de local sob vigilância.
A vigilância e o controle de acesso, no perímetro, devem ser constantes,
abrangendo todos os pontos de acesso, de modo a inibir e impedir qualquer
ação criminosa, ressaltando o caráter preventivo da vigilância das instalações,
por isso, deve adotar medidas de restrição ao acesso e vigilância constante a
todos que acessarem o perímetro.
As barreiras auxiliam na proteção das áreas de segurança; delimitam o espa-
ço físico pertencente à instalação; é dissuasivo contra entradas não permitidas;
impedem ou retardam possíveis tentativas de invasões, possibilitando à equipe
de segurança detectar eventuais ameaças e controlar o acesso e/ou egresso de
pessoas, materiais e veículos. Elas podem ser naturais (rios, matas, encostas etc.)
e/ou artificiais (cercas, muros, telas etc.).
O controle de entradas permitidas é distribuído em pontos fixos de segurança,
onde o vigilante irá controlar e fiscalizar a entrada e saída de pessoas, veículos e
materiais. Geralmente, essas entradas, nas portarias das instalações, constitui o
principal ponto de segurança de local sob vigilância.
O vigilante, empregado neste ponto, para que tenha total segurança, deve ter
efetivo conhecimento de suas atividades, fazer uso de seu tirocínio, raciocínio
rápido, organização, ser dinâmico e comunicativo.

72
UNICESUMAR
No controle do acesso de pessoas, a garantia de segurança das instalações e de
todos os que estejam envolvidos no sistema, dependerá da observância de man-
damentos indispensáveis ao vigilante, tais como:
• Ao realizar a inspeção visual, o vigilante deve se mostrar atento, analisar
e memorizar as características das pessoas, desmotivando pessoas mal
intencionadas ao perceber que foram observadas.
• Se haver a necessidade de abordagem de suspeitos, deve ser, preferencial-
mente, à distância que possibilite ao vigilante dados necessários ao efetivo
controle do acesso, devendo considerar todas as pessoas que busquem
acessar o perímetro, mesmo que acompanhadas do pessoal do sistema,
que deve adotar critérios de observação.
• Nos locais onde for indispensável a apresentação de documento para
acesso, o vigilante deve exigi-lo, verificar se as informações contidas são
verídicas e realizar perguntas referente aos dados observados.

73
TÉCNICA DE
UNIDADE 3

DE AVALIAÇÃO
dos Dados

Conforme vimos, anteriormente, a atividade relacionada à segurança privada, em


sua grande maioria, é voltada à prestação de serviços em instituições financeiras,
desde a vigilância em suas instalações físicas até a movimentação de numerários,
bens e valores, mediante a utilização de veículos especiais ou comuns, por profis-
sionais treinados e qualificados, submetidos ao processo contínuo de capacitação.
A atuação do vigilante terá o caráter preventivo, buscará antecipar eventos
futuros e possíveis, manter seu comprometimento e equilíbrio emocional, fun-
damentais para o sucesso em eventos críticos.
As empresas especializadas, que possuem serviço orgânico de segurança, e
os estabelecimentos financeiros deverão identificar as pessoas que compõe seu
quadro de funcionários bem como os terceirizados; manter o cadastro atualizado,
contendo as informações, como nome, inscrição no CNPJ e/ou CPF, endereço
completo, possíveis representantes e dados relativos, estes devem ser conservados
pelo período mínimo de cinco anos, posteriormente, a efetivação da operação,
esta, quando não realizada, será arquivada à proposta.
A equipe de segurança deverá adotar um rígido controle na entrada ou saí-
da de materiais, visando garantir a proteção do patrimônio, o que constitui em
eficiência na atividade desempenhada.
Na entrada de materiais, ocorrerá a inspeção visual e a identificação com-
pleta do entregador, por meio das informações apresentadas pelo destinatário.
Este deve ser solicitado para que realize o recebimento, e todas as informações
74
deverão ser postas no registro. O mesmo deverá ocorrer na saída de materiais, a

UNICESUMAR
inspeção visual e a identificação de quem sai do local, observando o controle e a
necessária guia de retirada, realizando o devido registro.
A inspeção visual deverá ser voltada às características do veículo e dos ocu-
pantes, o comportamento e as atitudes, também, deverão ser observados. Esses
aspectos motivam a abordagem do vigilante. A observação, porém, deve aconte-
cer a distância, de forma que possibilite a obtenção e a confirmação dos dados,
no que se fizer necessário para que permita o ingresso no estabelecimento.
Quando o ponto destinado ao acesso de veículos, em um estabelecimen-
to, não possuir medidas de segurança e de profissionais treinados, considera-se
como ponto crítico e, muitas vezes, alvo de invasões. As medidas de segurança,
a serem adotadas nesses pontos, exigem investimento da empresa, tanto em me-
didas estáticas como em treinamento e capacitação de pessoal.
Autorizado o acesso do veículo ao estabelecimento, é conveniente limitar o acesso
pelo ponto, apenas, ao condutor, de modo que os demais ocupantes desembarquem
e acessem por outro ponto, lembrando, sempre, de registrar as informações obtidas.

75
O rígido controle de acesso e fiscalização permanente, com vista a circulação
UNIDADE 3

interna de pessoas, com a atenção voltada às atitudes e aos comportamentos in-


dividuais e/ou coletivos, é a melhor maneira de prevenção à sabotagem. Ela visa
a abalar a ordem interna no estabelecimento, prejudicando o bom andamento do
serviço, provocado por danos e sinistros que prejudicam a produção.
Enquanto a sabotagem tem como objetivo destruir, desmantelar o sis-
tema, a espionagem visa a coleta de dados e informações, por meio de
métodos como a infiltração, escuta, furto, roubo, chantagem, captura de
imagens, corrupção, observação.
Cabe à segurança controlar a saída de projetos, plantas ou equipamen-
tos, sem a devida autorização, bem como o estrito controle de acesso de
filmadoras ou máquinas fotográficas por parte de visitantes, desde que não
possuam a devida autorização.
Por derradeiro, temos a violação ao sigilo profissional, que constitui ilícito
penal, tipificado no Art.154 do CP – Decreto-Lei n. 2.848, de dezembro de
1940 “revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão
de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir
dano a outrem” (BRASIL, 1940, on-line). Aquele imbuído no exercício pro-
fissional de segurança privada, pela natureza do serviço, tem acesso a mais
informações, em relação aos demais empregados da empresa. Nesse sentido,
é seu o dever de manter sigilo sobre todas as informações que lhe forem
confiadas, não é, portanto, cabível a avaliação do caráter sigiloso, do mesmo
modo que não lhe cabe transmitir informação e/ou fato ocorrido.
O vigilante deve manter atenção, mesmo fora do horário de serviço, em es-
pecial, a indagações de outros funcionários e/ou terceiros, não fornecer dados da
segurança à família e aos amigos. O sigilo profissional para o agente de segurança
não deve ser visto como virtude, mas como dever. Ele jamais poderá informar
as pessoas alheias sobre as atividades de segurança realizadas, como horário e
saída de carro forte; efetivos que compõem o veículo; numerários; armamentos
utilizados; sistemas de alarmes existentes no estabelecimento etc.

76
AMEAÇAS À

UNICESUMAR
SEGURANÇA
Bancária

A instituição bancária tem como atividade final a guarda de valores e a mo-


vimentação de numerários, fato que atrai a atenção de criminosos, por isso, é
necessária a implementação de sistema de segurança e o emprego de vigilantes,
que atuarão no intuito de garantir a prevenção e, consequentemente, a proteção
das pessoas e do patrimônio, considerando o fato de que todos os estabele-
cimentos financeiros devem se submeter, mantendo vigilância ininterrupta,
durante seu horário de funcionamento.
As principais situações de emergências, registradas nas instituições finan-
ceiras, atualmente, relacionam-se a roubos e furtos. Em situações de roubo, o
vigilante deve manter a calma, evitar a propagação do pânico entre os presentes
e, assim que possível, comunicar a autoridade policial e a central operacional da
empresa de segurança. Agir, somente, em situações em que se verifique a possi-
bilidade total de êxito, tendo consciência de que sua função é, primordialmente,
preventiva, uma vez que se posta na instituição uniformizado e de maneira os-
tensiva, somente, utilizará a força letal quando for possível evitar o fator surpresa.

77
Antes de reagir, deve-se observar, atentamente, todo o cenário em que
UNIDADE 3

se encontra, buscando identificar ameaça, outras pessoas que possam estar


envolvidas, características de armamento, veículos, roupas e quaisquer infor-
mações que possam otimizar o serviço das forças policiais. Após ocorrido o
fato, deverá tomar o cuidado de isolar o local, preservando a cena para per-
mitir o trabalho da polícia científica.
Nas ocorrências em que haja tumulto e pânico, o profissional deve manter a
calma e buscar controlar o público, agindo de forma rápida e discreta, utilizando
os recursos próprios e, caso não seja suficiente para manter a ordem interna, deve-
rá o agente acionar as forças de segurança. O profissional deverá agir de maneira
imparcial, pois as pessoas envolvidas, nesse tipo de ocorrência, geralmente, estão
com os ânimos exaltados, desse modo, o equilíbrio emocional e o diálogo serão,
sempre, a melhor forma de solução.

pensando juntos

Quando a ocorrência envolver os estabelecimentos financeiros, os dados coletados pelo


vigilante serão destinados ao trabalho policial, colocando-se em prática as técnicas apre-
sentadas no curso de formação e o conhecimento adquirido no exercício da função.

O treinamento integrado entre profissionais de segurança e funcionários de ou-


tros setores de uma empresa é de fundamental importância para o sucesso da
evacuação do local, em situações emergenciais. As simulações realizadas, nos
dias de normalidade, garantirão o sucesso da desocupação da área em ocasiões
de anormalidade, sem que haja pânico, pois, dessa forma, os ocupantes daquela
área foram, previamente, preparados em caso de ocorrência de um evento crítico.

78
PROVIDÊNCIA

UNICESUMAR
PÓS-FATO

““
Ocorrência e o acontecimento de um fato que foge da rotina
normal do trabalho, exigindo a adoção de providências por parte
do profissional de segurança e o correspondente registro do fato
(ABCFAV, 2013, p.165).

Nesse momento, é colocado em ação o plano de segurança, que deverá levar em


conta o que buscamos proteger. Vale lembrar que o objetivo principal, sempre,
será proteger a vida e a integridade física das pessoas que se fizerem presentes
no ambiente, deixando as questões de ordem material para o segundo momento.
Na ocorrência do evento, os mecanismos do plano de segurança devem
ser administrados o mais rápido possível para que se minimize os danos
causados, possibilitando o atendimento às situações pela implementação dos
Planos de Contingências.
O acionamento de quaisquer dos Grupos especializados, sempre, dá-se por
meio da Central de Operações, geralmente, pelo telefone 190. Quando o aten-
dente da central de operações recebe a informação e toma conhecimento da
natureza da ocorrência, adotará, imediatamente, as providências necessárias. Em
ocorrências de grande vulto, com ameaça a vidas, urgência e situações contrárias à
normalidade, que necessitem da atuação de grupos especializados, deverá manter
a calma afim de se evitar a generalização do pânico nos presentes, acionando a
força de segurança competente para a adoção das providências adequadas.
79
Planos Emergenciais serão for-
UNIDADE 3

mulados pelo responsável pela


segurança, com a participação
da equipe, definindo a função e
atribuindo-lhes uma missão es-
pecífica a ser colocada em ação,
caso ocorra uma situação emer-
gencial previsível, como invasão,
incêndio, ameaça de bomba, gre-
ve de funcionários etc.

Procedimento em Caso de Incêndio

Ao ser constatada a existên-


cia de um foco de incêndio,
o vigilante deve manter-se
calmo, identificar e localizar
a ocorrência, fazendo uma
avaliação prévia que possibi-
litará a adoção das medidas
seguintes, lembrando que o
alarme deve ser acionado ao
primeiro indício de incêndio.
O combate inicial poderá ser realizado pelos profissionais da equipe de se-
gurança, que deverá iniciar a evacuação do local e agir de forma a minimizar
o pânico das demais pessoas, primando pela utilização de meios de evacuação
que não façam uso de elevadores, caminhar próximo ao chão, utilizando tecidos
molhados junto ao nariz, isso servirá como um filtro, mantendo-se vestido e,
se possível, molhado, dentre outras medidas a serem implementadas, como o
combate dos focos de incêndio, por meio de extintores e o uso de equipamentos
de combate a incêndio, dispostos nos hidrantes e mangueiras, de acordo com as
características físicas de cada instação. Ao verificar a impossibilidade de combate
com os recursos internos da empresa, o Corpo de Bombeiros deve ser avisado,
imediatamente, por meio do telefone 193.

80
UNICESUMAR
Em casos de ameaça de bomba, ao identificar o objeto suspeito, o vigilante não
deverá tocá-lo em hipótese alguma, deve iniciar os procedimentos inerentes a
ameaça, como o acionamento das forças de segurança, informar o fato ao su-
perior imediato e adotar as medidas de evacuação do local, agindo, sempre, de
forma rápida e discreta. As forças de segurança pública são dotadas de equipes
especializadas para esse tipo de ocorrência, podendo variar de acordo com a
Unidade Federativa. No Estado do Paraná, o serviço é realizado pelo Comando
de Operações Especiais (COE), grupo de elite da Polícia Militar do Paraná.

Detecção de artefatos e objetos suspeitos

O vigilante deverá considerar que, nem sempre, haverá manifestação de ameaça,


por isso, deve se atentar a artefatos ou objetos suspeitos, identificados como, po-
tencialmente, lesivos; deve tomar todas as precauções necessárias para a preser-
vação das vidas e da integridade física de todos os que, ali, encontram-se.
Nesse sentido, após adotar as primeiras medidas de segurança, o vigilante
deverá informar às forças de segurança, por meio de suas centrais de operações,
que saberá qual o grupo policial adequado para o emprego no evento crítico.
O profissional de segurança privada deve se conscientizar que qualquer deci-
são precipitada e inadequada pode resultar em prejuízos irreparáveis e irreversí-
veis, por isso, deve adotar medidas no intuito de preservar o local para possibilitar
à polícia a coleta das provas materiais para a ação penal.

81
A atuação do vigilante ocorrerá, imediatamente, após encontrar-se em condi-
UNIDADE 3

ção de segurança própria até a chegada da polícia, auxiliando nos trabalhos; será
exercida, somente, no local vigilado e ficar adstrita às instalações na vigilância
patrimonial, nas atividades em deslocamento em via pública ou espaços públicos,
limitando-se ao perímetro da ocorrência do fato.
O isolamento do local do crime é um
dos requisitos básicos para que os peritos
criminais possam realizar um exame pe-
ricial satisfatório, possibilitando a coleta
de vestígios produzidos no local, sem to-
car em objetos, armas, vítimas, móveis,
roupas, bem como manchas de sangue,
impressões em geral etc., até a chegada
da polícia e a passagem da ocorrência.
O vigilante deverá observar a área a ser isolada, com base no ponto onde es-
tiver a maior concentração de vestígios, considerando que nem sempre o terreno
será favorável ao isolamento adequado. Ao término do evento crítico, o vigilante
deverá elaborar o relatório da ocorrência, descrevendo, de forma clara e objetiva,
todos os fatos que entender, pertinente à compreensão do destinatário, possibili-
tando a adoção de medidas preventivas em casos futuros.
O histórico de um relatório de
ocorrência deve seguir uma ordem
cronológica dos fatos; dispor de
informações do local, data e hora,
especificando o fato ocorrido; des-
crever o antes, o durante e o depois,
entre outras informações que dis-
puser no momento, pertinente para
adoção de medidas futuras.

Além da elaboração do relatório de ocorrência, cabe ao vigilante o registro da


situação do posto de serviço, em todos os turnos de trabalho.

82
CONSIDERAÇÕES FINAIS

UNICESUMAR
No decorrer desta unidade, vimos a importância da elaboração do plano de
segurança, sua aplicabilidade, abrangência, considerações quanto às caracte-
rísticas interna e externa das instalações, a atuação do vigilante e dos demais
profissionais, definições de suas funções e efetiva implementação dos planos
de segurança, a cada evento crítico.
Compreendemos que o vigilante deverá ter pleno conhecimento do plano
de segurança, que lhe possibilitará a destinação adequada dos recursos, a imple-
mentação de medidas preventivas, como instalação de cancelas; portões; cercas
eletrificadas; sistemas de identificação e monitoramento e identificação de profis-
sionais que atuem no estabelecimento. Essas medidas lhe permitirão a percepção
das condições que fogem da normalidade, estabelecer medidas que dificultem
possíveis ações criminosas. No levantamento e processamento das informações,
todos os meios, que se fizerem disponíveis, deverão ser utilizados.
O vigilante deve se posicionar de forma ostensiva, de modo que possa manter
contato visual com que venham a acessar o estabelecimento, atitude que prevenirá
as ações criminosas; deverá, também, preparar-se, sempre, para a atuação repreen-
siva que se fizer necessária, distinguindo a realidade fática de eventuais distrações.
Aprendemos, ainda, algumas medidas que devem ser adotadas após a ocor-
rência de crises, como o isolamento de locais; evacuação; combate e extinção de
incêndios; identificação da necessidade de atendimento médico; a transferência
de informações observadas antes, durante e pós-fato, transcritas em relatório que
deverá ser repassado à instituição competente e será apresentado à chefia imedia-
ta. Deve, também, subsidiar readequação do plano de segurança, construído de
forma conjunta, possibilitando a melhor gestão de recursos, a difusão de novos
conhecimentos e sua efetiva aplicação na atividade-fim.

83
na prática

1. Com base no que estudamos, nesta unidade, assinale a alternativa correta.

a) A atividade de segurança privada, destacando a atribuição de competência para


fiscalizar os estabelecimentos financeiros e as empresas de segurança privada,
é de atribuição do Departamento de Polícia Federal (DPF), que tem incumbência
de regulamentar e fiscalizar as atividades de segurança privada.
b) O Departamento de Polícia Federal (DPF) delega a atribuição e competência, para
fiscalizar os estabelecimentos financeiros e as empresas de segurança privada,
às Polícias Militar e Civil, em algumas Unidades da Federação.
c) As atividades de segurança privada, armada ou desarmada, e a fiscalização dos
planos de segurança dos estabelecimentos financeiros estão disciplinados na
Constituição Federal de 1988.
d) A fiscalização dos estabelecimentos de segurança é de competência exclusiva
das polícias militares, conforme normativa do exército.
e) Todo estabelecimento fica obrigado a desenvolver plano de segurança privada, de-
vidamente armada, por isso, é desnecessário a identificação ostensiva do vigilante.

2. Com base no que vimos sobre prevenção e reação, analise as afirmativas a seguir:

I - A prevenção e a reação são os pilares fundamentais da atividade de segurança.


A reação é definida como o conjunto de ações tomadas para conter aquilo que
se tentava prevenir.
II - A reação consiste na antecipação das ações a serem desenvolvidas, quando a
prevenção for efetiva.
III - O conhecimento das ações a serem tomadas deverá ser da equipe de segurança
e deve ser implementada, somente, nos momentos de crise.
IV - O conhecimento das ações a serem tomadas deverá ser de todos os envolvidos
no sistema, por meio dos manuais que estabelecem orientações de como agir.

Assinale a alternativa correta:

a) Apenas I e II estão corretas.


b) Apenas I e IV estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.

84
na prática

3. Com base no conteúdo estudado, analise as afirmativas abaixo e assinale


verdadeiro ou falso:

( ) Transporte de Valores é a atividade destinada ao recolhimento e abastecimento


de bens e valores.
( ) O vigilante deverá considerar que, sempre, haverá manifestação de ameaça,
por isso, deve atentar-se a artefatos ou objetos, considerados, potencialmente,
lesivos.
( ) O Sistema Integrado de Segurança é compreendido em medidas de segurança,
como bunker’s; captura remota de imagens; botão de pânico portátil/fixo; im-
pedimento de acesso de veículos, realizados por meio de cancelas ou barreiras;
veículos rastreados, previstos no manual de procedimentos.
( ) O vigilante não precisará desenvolver técnicas de análise de dados, uma vez que
competirá ao contratante do serviço análise e ao desenvolvimento das medidas
de segurança a serem implementadas.
( ) A instituição bancária tem como atividade final a guarda de valores e movimen-
tação de numerários, fato que atrai a atenção de criminosos.

a) V, F, V, F, V.
b) V, V, F, F, V.
c) V, F, V, V, V.
d) F, F, V, V, F.
e) V, F, F, V, V.

4. Considerando o conteúdo referente às ameaças à segurança bancária, analise as


afirmativas a seguir:

I - A implementação de sistema de segurança e o emprego de vigilantes, que


atuarão no intuito de garantir a prevenção e a consequente proteção das pes-
soas e do patrimônio, não é, obrigatoriamente, de todos os estabelecimentos
financeiros. Desse modo, é possível manter o sistema de vigilância, somente,
no horário comercial.

85
na prática

II - As principais situações de emergências, registradas nas instituições financeiras,


atualmente, relacionam-se a roubos e furtos. Em situações de roubo, o vigilan-
te deve manter a calma, evitar a propagação do pânico entre os presentes e,
assim que possível, comunicar a autoridade policial e a central operacional da
empresa de segurança.
III - Antes de reagir, o vigilante deve, rapidamente, identificar e neutralizar a ameaça
e, posteriormente, identificar outras pessoas que possam estar envolvidas. O
local, somente, será isolado em caso de ocorrência que resulte em óbito. Esse
será o objeto do trabalho da polícia científica.
IV - Nas ocorrências em que haja tumulto e pânico, o profissional deve manter a
calma e buscar controlar o público, agir de forma rápida e discreta, utilizando-se
dos recursos próprios e, caso não seja suficiente para manter a ordem interna,
deverá o agente acionar as forças de segurança.

Assinale a alternativa correta:

a) Apenas I e II estão corretas.


b) Apenas I está correta.
c) Apenas II e IV estão corretas.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.

5. Considerando que o plano de segurança, ao ser colocado em ação, levará em conta


o seu objetivo principal, isto é, a proteção à vida e à integridade física das pessoas,
quais mecanismos do plano de segurança deverão ser administrados, nos eventos
críticos, para que se minimize eventuais danos e possibilite a efetiva implementação
dos Planos de Contingências?

86
aprimore-se

TRABALHADOR NÃO PODE FAZER TRANSPORTE DE VALORES SEM O


TREINAMENTO EXIGIDO POR LEI

A Lei 7.102/83 estipula que o transporte de valores será executado por empresa
especializada contratada ou pelo próprio estabelecimento financeiro, desde que or-
ganizado e preparado para esse fim. Isso inclui pessoal próprio, aprovado em curso
de formação de vigilante autorizado pelo Ministério da Justiça. Assim, o empregador
que exige que o empregado realize transporte de valores sem ter sido treinado e
qualificado para tanto, coloca-o em situação de risco, gerando stress e ansiedade.
Em razão desse ato ilícito, a empresa pode ser responsabilizada por danos morais. É
que o empregador deve zelar pela saúde, higiene e segurança do empregado, como
estabelece a Constituição Federal, em seu artigo 7º, inciso XXIII.
No caso julgado pela 5ª Turma do TRT de Minas, as testemunhas ouvidas revela-
ram que o reclamante ia ao banco fazer depósitos em valores correspondentes a R$
10.000, durante as ausências do gerente da loja. Quanto à frequência com que o re-
clamante realizava esta atividade, a prova se mostrou divergente. Uma testemunha
disse que era uma vez por semana, em média, e outra informou que era somente
uma vez por mês, quando o gerente se ausentava para participar de reunião mensal.
Mas, conforme ressaltou o desembargador relator, Marcus Moura Ferreira, o fato é
que o reclamante exercia efetivo transporte de valores em proveito de sua emprega-
dora. “E, independentemente da frequência com que tal ocorria, não há como deixar
de reconhecer que a imposição de uma tal obrigação expôs o empregado a situação
de risco, criando nele o temor de investidas contra a sua integridade física, já que pas-
sou a exercer uma função para a qual não fora contratado e treinado, circunstância
suficiente para ocasionar uma lesão moral passível de reparação”, destacou.

87
aprimore-se

Ao examinar a prova documental, o relator constatou que a empresa adotou me-


didas de segurança, realizando pagamentos relativos à escolta bancária em quase
todos os meses do contrato de trabalho. Com isso, a empregadora tentou garantir
a integridade física dos empregados e, pelo menos, aliviar um pouco o medo pela
atividade desenvolvida. Mas, para o relator, “nada disso retira o temor que é típico
desta atividade, que deveria ser exercida por empresa de segurança e vigilância
armada, devidamente constituída e preparada para este fim.”
Com esses fundamentos, a turma julgou favoravelmente o recurso do trabalhador,
condenando a reclamada o pagamento de indenização por danos morais, fixada em
R$ 10.000,00, acrescida de juros e correção monetária.
Fonte: Justiça do Trabalho TRT da 3ª Região (MG) (2014, on-line)4.

88
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livro

Um roubo brilhante - a história do maior roubo de todos os


tempos
Autor: Scott Andrew e Greg Campbell.
Editora: Editora Nacional.
Sinopse: um dos prédios mais seguros do mundo, que arma-
zenava em sua caixa-forte centenas de milhões de dólares em
diamantes, jóias e outros bens, teve todas as suas medidas de
segurança burladas e seus cofres, completamente, saqueados. O feito de Leo-
nardo Notarbartolo e seus quatro comparsas, membros de uma gangue italiana,
conhecida como Escola de Turim. Desde o planejamento e execução do roubo
aos deslizes que levaram à prisão do grupo, “Um Roubo Brilhante” traz todos os
detalhes da história de um roubo incrível e espetacular.

filme

The Town (Atração Perigosa)


Ano: 2010.
Sinopse: Doug MacRay (Ben Affleck) lidera um grupo de ladrões
de bancos que, sempre, sai impune, apesar das investigações do
FBI. Um dia, ao realizar um assalto, seu parceiro Jem (Jeremy Ren-
ner) leva consigo uma refém. Ela é Claire Keesey (Rebecca Hall),
subgerente do banco assaltado, solta próximo, algum tempo de-
pois, na praia. O fato traumatiza Claire, deixando-a com sequelas.
O problema é que Jem descobre que Claire mora a apenas quatro quarteirões
do bando, tornando-se uma ameaça para o grupo. Doug fica, desse modo, en-
carregado de vigiá-la, mas outra ameaça surge, após uma conversa ocasional na
lavanderia, Doug e Claire se apaixonam.

89
eu recomendo!

conecte-se

O vídeo disponível no link, a seguir, aborda como a coleta e a análise de dados


bem realizada pelo vigilante pode ser crucial na prevenção de ações criminosas,
demonstrando a efetividade do plano de segurança colocado em ação.
Web: https://www.youtube.com/watch?v=qtYl0YMlZP4

O vídeo disponível no link, a seguir, demonstra a implementação do plano de segu-


rança em conjunto com forças de policiais na ocorrência de eventos críticos, pos-
sibilitando a análise e a coleta de dados para a melhoria do plano de segurança.
Web: https://www.youtube.com/watch?v=AIxQJ6jsWG4

90
anotações



































MÉTODOS PARA
TRANSPORTE DE
valores

PROFESSOR
Esp. Ricardo Henrique Helbel

PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Métodos para o transporte de
valores • Logística de transporte • Escolta armada em transporte de valores.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Apresentar a metodologia empregada na execução do transporte de valores • Conhecer e compreender
a regulamentação do transporte de valores e dos profissionais empregados na atividade-fim • Apre-
sentar algumas técnicas operacionais e os procedimentos de segurança na execução dos transportes
de valores • Conhecer as funções e as atribuições dos vigilantes que guarnecem o veículo especial, os
procedimentos operacionais, as medidas preventivas e repressivas e o emprego de escolta armada, na
atividade de transporte de valores.
INTRODUÇÃO

Nesta unidade, conheceremos um pouco das técnicas utilizadas no


transporte de valores, atividade que, em sua essência, consiste no re-
colhimento ou abastecimento de bens e valores, especialmente, nume-
rários de instituições financeiras.
O trabalho de logística deverá levar em conta o valor atribuído à carga
a ser transportada, servirá de parâmetro para a utilização de um ou mais
veículos bem como a quantidade de profissionais a serem empregados.
O processo pode ser realizado por vigilantes desarmados, porém é mais
comum serem empregados vigilantes armados. Nos dois casos, somente,
realizam a atividade de transporte de valores, se, devidamente, habilitados.
Desse modo, as empresas, que realizam a atividade de transporte de
valores, além de regulamentar a capacitação dos vigilantes para as inúme-
ras situações a que possam ser submetidas, adotam medidas de segurança,
desde a sede da empresa até a conclusão do serviço contratado, consistente
na movimentação de numerários, bens e valores.
Uma das medidas de segurança, na rotatividade dos vigilantes, que
guarnecem a equipe, somente, será composta no início do serviço, por
meio de metodologia interna. Cada vigilante deve ter conhecimento de sua
função e atribuição. Merece destaque o vigilante designado como FIEL, que
tem dentre outras atribuições a função de comandar a equipe, bem como
o acesso ao conhecimento de informações sigilosas como rotas, locais de
coletas, senhas e contrassenhas. Ressaltamos, ainda, ser de conhecimento
da equipe diversas técnicas operacionais, conforme veremos adiante.
Tendo em vista as técnicas operacionais empregadas na atividade
de transporte de valores, abordaremos algumas peculiaridades, tais
como técnicas propriamente ditas da execução do transporte bem
como eventuais contratempos que poderão se apresentar ao profis-
sional, com suas possíveis soluções.
MÉTODOS PARA
UNIDADE 4

TRANSPORTE
de valores

A atividade de transporte de valores demanda das empresas envolvidas uma série


de técnicas operacionais que devem ser, estritamente, observadas. De modo geral,
o transporte de valores consiste na atividade de recolhimento e/ou movimentação
de bens e valores, especialmente a numerário de instituições financeiras, mediante
a utilização de veículos, comuns e/ou especiais, realizados por profissionais capa-
citados que poderão atuar, utilizando-se de armas de fogo e técnicas operacionais.
O transporte de valores, por meio da Lei Federal n. 7.102, de 20 de junho de
1983 (BRASIL, 1983a, on-line), estabeleceu normas para a constituição e fun-
cionamento das empresas particulares que exploram o serviço de vigilância e
transporte de valores, regulamentada pelo Decreto 89.056/83 (BRASIL, 1983b,
on-line). Essa atividade é vedada a estrangeiros, por isso, dependerá de prévia
autorização do Departamento de Polícia Federal, que se dará por meio de ato do
Coordenador-Geral de Controle de Segurança Privada, mediante o preenchi-
mento de requisitos, a saber:
• Comprovar a posse ou propriedade de, no mínimo, dois veículos especiais.
• Contar com o efetivo mínimo de dezesseis vigilantes, com extensão em
transporte de valores.

94
• Possuir instalações físicas adequadas e certificadas, além de uso se-

UNICESUMAR
parado das instalações físicas de outros estabelecimentos e de ativi-
dades estranhas às atividades autorizadas, ou seja, o acesso deve ser
exclusivo ao estabelecimento.
• As dependências deverão ser divididas e destinadas ao setor administra-
tivo e ao setor operacional, dotado de sistema de comunicação.
• O local destinado a guarda de armas e munições será construído em al-
venaria, sob laje, com um único acesso. Deverá ser provido de porta re-
forçada, em ferro ou madeira; fechadura especial; grade de ferro e possuir
sistema de combate a incêndio nas proximidades da porta de acesso.
• A garagem será exclusiva, no mínimo, para dois veículos especiais de
transporte de valores.
• Valores e numerários, sob guarda da empresa de transporte de valores,
serão depositados em cofre, com dispositivos de segurança, como alar-
me, capaz de permitir, com rapidez e segurança, comunicação com órgão
policial próximo ou empresa de segurança privada.
• O prédio de instalação da central de operações deverá ser dotado de
equipamentos elétricos, eletrônicos ou de filmagem, com funcionamento
ininterrupto, provido com sistema próprio de comunicação ininterrupta
entre seus veículos e a sede da empresa, em cada unidade da federação
em que estiver autorizada.
• Por fim, deverá contratar seguro de vida coletivo.

A instalação da Central de Operações, geralmente, fixa-se na própria empresa,


porém nada impede que esta realize o monitoramento em prédios e locais distin-
tos. O responsável por ela é denominado Chefe de Operações, este é incumbido
pela elaboração do plano de escolta, desde a saída da equipe até o seu retorno.
A central de operações das empresas de transporte de valores é o cérebro
e o centro nervoso, responsável por otimizar os recursos empregados, além de
coordenar, de forma ágil e em tempo real, as contingências do serviço.
Quanto ao método utilizado no transporte de valores, devemos levar em con-
sideração os bens ou valores a serem transportados, isso determinará o veículo
a ser utilizado, especial ou comum.

95
LOGÍSTICA DE
UNIDADE 4

TRANSPORTE

Sabemos que as rotas e itinerários ficam a cargo do Chefe de Operações, respon-


sável por coordenar as equipes, durante a atividade de transporte de valores. A
escolha da rota levará em conta diversos itens inerentes ao serviço de segurança
privada, dentre eles devemos considerar o que será transportado; o valor apro-
ximado da carga; para quem será transportado; qual a distância a ser perrida;
trajetos; rotas alternativas; possíveis percursos no trajeto etc.
De posse de tais informações, o chefe de operações pode definir o quantitativo
de veículos, vigilantes, equipamentos e materiais que serão utilizados bem como as
providências de segurança a serem adotadas, diante de contratempos, que deverão ser
formatados por escrito, posteriormente, entregue uma cópia a guarnição de escolta e
outra ao chefe da central de operações, esse processo é denominado Plano de Escolta.

Dos veículos

Conforme estudamos anteriormente, podemos utilizar dois tipos de veículos no trans-


porte de valores. O veículo comum será destinado ao transporte de valores entre 7.000 e
20.000 UFIR (Unidade Fiscal de Referência), guarnecido, no mínimo, por dois vigilan-
tes habilitados. O veículo especial, por sua vez, será empregado no transporte de valores
superiores a 20.000 UFIR, guarnecido por quatro vigilantes, devidamente, habilitados.
96
Após adaptação e preenchimento das especificações, como veículos especiais,

UNICESUMAR
poderão ser utilizados caminhões, camionetas e/ou unidades tratora de veículo ar-
ticulado (cavalo mecânico), identificados de forma padronizada, contendo o nome
e logotipo da empresa, com sistema de comunicação ininterrupta com a base.
A estrutura dos veículos especiais de transporte de valores terá sua blindagem
em conformidade com a tabela disposta no Regulamento aprovado pelo Decreto
número 1.246-36 - Aprovação do Decreto n. 55.649 - de 28 de janeiro de 1965
(BRASIL, 1965). As portas, cabine e compartimento da equipe devem ser dotados
de blindagem opaca de nível III, para-brisas e visores opostos em ambos os lados,
dotados de blindagem transparente nível III, permitindo o contato visual da equipe
com segurança, o cofre será disposto em compartimento próprio e será dotado
de blindagem nível II-A e sistema de escotilha que permita o tiro do interior com
blindagens em conformidade com o Art. 18. Os equipamentos de proteção balística
contra armas portáteis e armas de porte são classificados quanto ao grau de restri-
ção - uso permitido e uso restrito - de acordo com o nível de proteção, conforme a
tabela disposta no Regulamento aprovado pelo Decreto número 1.246-36 - Apro-
vação do Decreto n. 55.649 - de 28 de janeiro de 1965 (BRASIL, 1965):

Grau de
Nível Munição Energia Cinética (Joules)
Restrição

22 LRHV Chumbo 133 (cento e trinta e três)


I
38 Special RN Chumbo 342 (trezentos e quarenta e dois)

441 (quatrocentos e quarenta e


9 FMJ
um)
II-A
357 Magnum JSP 740 (setecentos e quarenta)
Uso
permitido
9 FMJ 513 (quinhentos e treze)
II
357 Magnum JSP 921 (novecentos e vinte e um)

9 FMJ 726 (setecentos e vinte e seis)


III-A
1.411 (um mil quatrocentos
44 Magnum SWC Chumbo
e onze)

III 7,62 FMJ (.308 Winchester) 3.406 (três mil quatrocentos e seis)
Uso
4.068 (quatro mil e sessenta restrito
IV 30-06 AP
e oito)

Tabela 1 - Equipamentos de proteção balística / Fonte: Regulamento aprovado pelo Decreto


número 1.246-36 - Aprovação do Decreto n. 55.649 - de 28 de janeiro de 1965 (BRASIL, 1965).
97
Os materiais utilizados na montagem ou fabricação das blindagens dos veícu-
UNIDADE 4

los especiais serão classificados e autorizados após serem submetidos ao órgão


competente do Comando do Exército, responsável pela emissão do respectivo
relatório técnico experimental – ReTEx, observando os critérios da NBR 15000.
Todas as empresas que trabalham no segmento de fabricação dos veículos es-
peciais seguem normas estipuladas pelo Exército Brasileiro, fiscalizadas pelo De-
partamento de Polícia Federal. A blindagem do veículo especial deverá atender aos
requisitos básicos, respeitado em todos os processos de fabricação. O aço utilizado na
fabricação será do tipo balístico com espessura de 5 mm e todo o material utilizado
deve passar por rigorosos testes que serão opostos em relatório técnico experimental,
que conterá informações referentes ao fabricante e será certificado pelo Exército.
As peças utilizadas na fabricação dos veículos especiais podem receber vários
tipos de blindagem, dependendo do local onde venham a ser empregadas. Elas
serão identificadas e gravadas com informações como o nível de blindagem, suas
dimensões, local de instalação etc.
Os locais de instalação da peça
de proteção balística, no veículo es-
pecial, serão empregados na cabine,
no compartimento da guarnição e
no cofre, fixados nas paredes late-
rais, teto e piso, utilizando material
com blindagem específica nos vi-
Figura 1 - Fabricação de veículo especial e o vidro
dros do para-brisa e visores. frontal / Fonte: o autor.

O material utilizado na montagem do veículo especial de transporte de valores deverá ser


obtido de dois ou mais fabricantes e deverá especificar, no certificado de conformidade,
a identificação completa de todos os fabri-
cantes, assim como o local de utilização de
cada peça de proteção balística.
Os veículos, ainda, poderão ser equi-
pados de luzes intermitentes ou rotativas,
na cor âmbar; possuir divisórias e portas
internas; transportar equipamentos de
defesa, individual ou coletiva, da guarni-
ção, tais como como escudos para prote-
ção individual e capacetes balísticos.
98
ESCOLTA ARMADA

UNICESUMAR
EM TRANSPORTE
de valores

Conforme vimos nas unidades anteriores, os profissionais que exercem a ativi-


dade de segurança privada são denominados “vigilantes”, profissionais que têm
suas atividades regulamentadas pelo Departamento de Polícia Federal e definidas
na Portaria n. 3.233/2012-DG/DPF (BRASIL, 2012). Esta traz, em seus anexos, o
perfil profissional do vigilante no Art. 156, compostos pelos cursos de formação,
extensão e reciclagem, da seguinte forma:
• Curso de formação de vigilante (Anexo I): a carga horária total do cur-
so é de 200 h/a, pode ocorrer, diariamente, no máximo 10 h/a, compostas
por aulas práticas e teóricas. Contempla disciplinas como Educação Física,
Defesa Pessoal bem como Armamento e Tiro, estas constituem pré-requi-
sito para a habilitação do vigilante. Nas demais atividades da categoria, o
profissional deve realizar o curso de extensão subsequente, com o objetivo
de capacitar-se para o exercício da atividade de transporte de valores, escolta
armada, segurança pessoal e segurança em grandes eventos.
A vigilância patrimonial é o marco inicial para capacitar o vigilante de trans-
porte de valores e demais atividades correlatas, como a escolta armada em
transporte de valores, vigilância patrimonial armada etc. Os cursos do profis-
sional habilitarão o vigilante ao exercício da atividade de vigilância patrimonial
e os cursos de extensão prepararão os candidatos para exercerem as atividades
específicas de transporte de valores, escolta armada e segurança pessoal.
99
UNIDADE 4

• Curso de reciclagem da formação de vigilante (Anexo II): possui


carga horária total de 50 h/a, pode ocorrer, diariamente, no máximo 25
h/a. Tem o objetivo de dotar o vigilante de conhecimentos, técnicas, ha-
bilidades e atitudes que o recapacitem para o exercício da atividade de
segurança privada. Para o ensino, utiliza-se de métodos e técnicas indivi-
dualizadas, coletivas ou em grupos, com maior ênfase na prática para que
o profissional de segurança privada desenvolva seu tirocínio policial. Este
constitui-se como pré-requisito para os demais cursos do profissional.
• Curso de extensão de transporte de valores (Anexo III): Contém
carga horária total de 35 h/a, pode ocorrer, diariamente, no máximo
10 h/a. É necessário ter concluído o curso de extensão em transporte
de valores - CTV, objetivando dotar o profissional de conhecimentos,
técnicas, habilidades e atitudes que o capacitem para o exercício profis-
sional. Adota-se a metodologia de ensino individualizado, coletivo e em
grupo, enfatizando, ao máximo, a parte prática, no intuito de alcançar
os objetivos propostos pelo o curso. Os exercícios simulados, aproxi-
mados ao máximo da realidade, serão admitidos para aguçar a destreza
e antecipar os exercícios reais.

100
• Curso de reciclagem em escolta armada (Anexo VI): possui carga

UNICESUMAR
horária total de 50 h/a, pode ocorrer, diariamente, no máximo 10 h/a,
objetivando dotar o profissional de conhecimentos e técnicas, que lhe
permitam instruir os demais profissionais.
• O vigilante, ainda, poderá realizar cursos de extensão e reciclagem em
segurança pessoal, extensão em equipamentos não letais I e II e curso de
extensão em segurança para grandes eventos (Anexo VII ao anexo XI).

Somente após a aprovação e conclusão dos referidos cursos, o vigilante fará jus
à certificação, devidamente, registrada pela Delesp ou CV. A certificação terá
validade em todo o território nacional.

Da composição da equipe de escolta - guarnição

A Guarnição que fará uso do


veículo especial compõe-se por,
pelo menos, quatro vigilantes,
devidamente, habilitados para
realizar a atividade de transpor-
te de valores, com suas funções,
previamente, definidas, a saber:
1 (um) Motorista (vigilante), 1
(um) Fiel (vigilante) e 2 (dois)
Seguranças (vigilantes).

Todos os membros da guarnição são responsáveis pelo veículo especial, seja na


limpeza e conservação interna, seja no que se refere aos equipamentos e obser-
vância das normas de segurança.

101
Da execução do transporte de valores
UNIDADE 4

Todo o profissional que exerce a atividade de segurança, pública ou privada,


deve adotar medidas de segurança que se inicia na saída de sua residência e
finaliza no retorno, no término da jornada de trabalho. Deve manter atenção
a todas as atividades que se mostrem fora da normalidade, como veículos sus-
peitos, pessoas nas imediações etc.
As equipes que desempenham a atividade de transporte de valores serão defini-
das ao assumir o turno de serviço. Caberá ao motorista realizar a manutenção pre-
ventiva, verificar itens de segurança, condições dos pneus, motor e abastecimento.

Das técnicas operacionais

As técnicas operacionais variam de acordo com as características próprias,


tais como local, percurso, valores a serem transportados etc. Trabalharemos
com os procedimentos operacionais empregados no transporte de valores de
estabelecimentos financeiros, determinando os fatores que correspondem ao
desembarque da equipe no estabelecimento, o acesso e a permanência em seu
interior e o reembarque da guarnição.
Ao chegar no estabelecimento financeiro, o primeiro vigilante que desembarcar
tem a função de vistoriar, atentamente, as imediações e o interior do estabelecimento,
posicionando-se em local externo ao estabelecimento. Ao constatar a normalidade,
posiciona-se, de modo oposto e com boa visão para a porta e para parte traseira do
veículo. Caso verifique movimentações estranhas, retorna, imediatamente, ao veículo.
Em seguida, o segundo vigilante, somente, desembarcará do veículo, quando
o primeiro vigilante estiver, devidamente, posicionado e sinalizar as condições
de segurança. Aquele se posicionará em local que lhe permita o contato visual
com o motorista, além da visão para a porta e para parte dianteira do veículo.
Por fim, o Fiel desembarca e entra, diretamente, no estabelecimento, junta-
mente com o primeiro vigilante, que ficará responsável pela sua segurança. Fica
a cargo do Fiel o transporte do malote que deverá ser conduzido pela alça ou no
ombro, disposto no lado oposto à arma.

102
No interior do estabelecimento, o terceiro vigilante, Fiel, receberá ou entregará

UNICESUMAR
ao estabelecimento, verificando lacres e recibos. O primeiro vigilante se colocará
a frente do terceiro vigilante, de forma a reservar os procedimentos de entrega
e retirada de valores e documentos, quando solicitada sua companhia pelo Fiel.
O procedimento para embarque da guarnição, no veículo, deverá observar
a mesma técnica operacional, o primeiro vigilante sai do interior do estabeleci-
mento e, novamente, realiza a verificação das condições do local que, asseguran-
do normalidade, irá se posicionar, novamente, em local que lhe permita a visão
da porta do veículo e a do estabelecimento. Ao perceber anormalidades, deverá
informar ao Fiel, que permanecerá no local protegido, aguardando, até que seja
restabelecida a normalidade no perímetro. Caso necessite, pode solicitar apoio
dos órgãos de segurança pública, abstendo-se de intervir na anormalidade.
Na sequência, o segundo vigilante, somente, sairá do local seguro, quando,
devidamente, sinalizado pelo primeiro vigilante. Desse modo, faz-se o percurso
contrário ao de entrada, sempre, posicionando-se em local de contato visual com
o motorista e a porta do estabelecimento, mantendo atenção ao perímetro.
Por fim, somente após o devido posicionamento do primeiro e do segundo
vigilante é que o Fiel sairá do estabelecimento, dirigindo-se, diretamente, ao veí-
culo, conduzindo o malote e embarcando no veículo especial, seguido do segundo
vigilante e, por último, do primeiro vigilante.
O motorista, durante todo o procedimento operacional, permanecerá no veí-
culo, atento à movimentação de terceiros e aos demais membros da guarnição;
deve permanecer com o motor ligado e atento às comunicações da guarnição.
Caso ocorra uma situação fora da normalidade, a equipe deverá adotar as me-
didas estabelecidas no plano de segurança. O motorista assim que notar qualquer
atitude suspeita e que fuja à normalidade deve se retirar do local e procurar uma
unidade policial próxima, onde deverá informar a autoridade e a central de operações.
Os demais membros da equipe deverão adotar as medidas estabelecidas no
plano de segurança, buscando abrigo em caso de iminente confronto. Se estive-
rem no interior do estabelecimento, deverá aguardar até que seja restabelecida a
normalidade e informar aos órgãos de segurança pública e à central de operações.

103
UNIDADE 4

Das situações adversas

Na execução do transporte de valores, considerando que este é realizado com a


rota pré-definida, poderão ocorrer situações adversas e não previstas no crono-
grama inicial, como panes mecânicos, bloqueios de vias, acidentes etc.
Caberá ao Fiel a tomada de decisões que garantem a segurança da equipe e
a efetiva execução do serviço. Desse modo, apresentamos algumas situações que
podem ocorrer e formas de resolve-las:
• Problemas mecânicos: deverão ser, imediatamente, comunicados à cen-
tral de operações, informando o local e as condições observadas. A equipe
deve manter as portas travadas e somente após observadas condições
de segurança é que o motorista irá desembarcar para verificar a possível
causa do problema. Quando o veículo estiver com numerário a bordo,
pode solicitar o desembarque de um vigilante armado.
• Abastecimento: caso a empresa não disponha de bombas para abasteci-
mento de sua frota, havendo a necessidade de abastecimento em postos de
combustíveis, este será realizado com a equipe toda embarcada. O contato
com o frentista será realizado pelo motorista, por meio da escotilha.
• Paradas imprevistas são expressamente proibidas: as equipes devem
manter a vigilância constante e comunicar qualquer anormalidade à cen-
tral de operações que adotará a medida adequada, como comunicar aos
órgãos de segurança, em caso de acidentes de trânsito, atendimentos de
urgência e emergência, entre outros.

104
Do plano de segurança e reação

UNICESUMAR
Conforme estudamos anteriormente, as atividades de segurança privada são re-
guladas pela Portaria n. 3.233/2012-DG/DPF (BRASIL, 2012), que, também, es-
tabelece a obrigatoriedade de planos de segurança, abrangendo medidas preven-
tivas e repressivas, bem como as medidas a serem observadas pós-fatos críticos.
As circunstâncias de execução da atividade de transporte de valores ocorrerão
de acordo com as variáveis apresentadas a cada serviço, que são, de forma análoga
a atividade de segurança pública, classificadas da seguinte forma:
• Ordinário: consistente nos empregos dos meios operacionais de roti-
na, de forma sistêmica, observadas as escalas de prioridades das equipes.
Como exemplo, podemos verificar a composição da guarnição, quanti-
dade de componentes, funções, equipamentos etc.
• Extraordinário: considera a eventualidade de ocorrência que fuja à nor-
malidade e exija o manejo de meios operacionais em caráter eventual e
temporário. Como exemplo, podemos citar greves de funcionários, ma-
nifestações, datas de grande fluxo de numerários etc.
• Especiais: consiste no emprego de meios operacionais, em eventos previ-
síveis, em caráter temporário, exigindo-se o manejo de esforço específico.
Como exemplo, podemos citar a composição de comboios no transporte
de grandes quantidades de numerários, a utilização de forças de segurança
em trabalho conjunto no transporte de valores e numerários etc.

O transporte de valores realizado com o emprego de escolta armada será reali-


zado por equipes de vigilante, dotadas de conhecimento das situações de emer-
gências correlatas, devem ter pleno conhecimento dos planos de segurança e
reação na realização da atividade-fim. O Fiel deve ter pleno conhecimento da
rota, pontos de apoio, forças policiais e demais forças públicas, o que garantirá
maior efetividade em caso de evento crítico.
Todos os membros da equipe devem manter constante vigilância, pos-
sibilitando o reconhecimento de veículos e indivíduos em situações sus-
peitas, conhecer as possíveis formas de ataques, técnicas utilizadas por

105
criminosos e seu modus operandi, identificar características de veículos,
UNIDADE 4

objetos e armamentos utilizados etc.


Durante a ocorrência de situações críticas, como assaltos a equipe, esta deve
estar preparada para a reação técnica, buscando minimizar, se possível, os riscos
às pessoas próximas e à própria segurança da equipe. Deve, caso esteja desem-
barcada, buscar abrigos e colocar em prática o plano de reação.
A função do motorista tem extrema importância no transporte de valores,
por isso, devem conhecer suas funções no plano de segurança e de reação,
considerando as características próprias do tipo de trajeto em áreas urbanas
e rurais (rodovias), pontos de apoio; conhecer as características de seu veícu-
lo; dominar técnicas de direção defensiva e evasiva, como frenagem, choque,
abalroamento, colisão etc.
Deverá, ainda, desenvolver o conhecimento de técnicas gerais, como o com-
bate e extinção de incêndios; o uso adequado de extintores; a identificação de
feridos e as primeiras medidas a serem adotadas pela equipe e acionamento das
forças públicas competentes.
Quando a situação crítica voltar à normalidade, o vigilante deverá adotar
medidas que possibilitem os trabalhos das forças policiais, devendo proceder
o isolamento de perímetros e a coleta de informações preliminares que serão
repassadas às forças policiais e consignadas no Relatório de Ocorrência. Neste,
deve-se descrever as informações que subsidiem a adoção de medidas futuras.

pensando juntos

A segurança prestada, sem a devida capacitação técnica ou por agentes de segurança


pública, coloca em risco o contratante; as pessoas; o plano de segurança da instituição;
flagrante da inobservância às normas legais, o que requer maior atenção das entidades
de fiscalização da atividade.

106
A efetividade do plano de segurança e reação dependerá das medidas estabele-

UNICESUMAR
cidas e repassadas a cada profissional envolvido na atividade-fim. Deve-se haver
colaboração entre a empresa de transporte de valores, o contratante e as forças
de segurança pública, medidas debatidas e desenvolvidas de forma conjunta e
complementar para dificultar as ações criminosas e minimizar os riscos inerentes
ao transporte de valores.

explorando Ideias

A metodologia operacional utilizada na atividade de transporte de valores deriva das téc-


nicas próprias de unidades especializadas das forças policiais. O profissional, empregado
na atividade, recebe treinamento específico para a função que lhe for atribuída e tem
acesso ao conhecimento das generalidades correlatas.
Podemos dizer que isso ocorre em decorrência da formação técnico-profissional do vi-
gilante, que antes de ser empregado na atividade de transporte de valores, deve passar
pelas funções anteriores, como o curso de vigilante patrimonial, e deve ser submetido a
constante atualização profissional.
Fonte: o autor.

107
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 4

Após finalizar os estudos, nesta unidade, podemos compreender algumas ge-


neralidades inerentes à atividade de transporte de valores, como a logística e os
recursos empregados; as especificações legais inerentes aos veículos especiais e
o emprego de vigilantes de transporte de valores em escolta armada. Essa dis-
cussão complementou o que foi estudado na unidade anterior, quanto ao plano
de segurança e à gestão adequada de recursos, de forma a subsidiar a adequada
implementação das medidas preventivas.
Conhecemos um pouco sobre a regulamentação e as especificações aplicadas
na fabricação dos veículos especiais, especificações de blindagem, características
próprias dos veículos, mecanismos de segurança e de complementação da ativi-
dade de transporte de valores, como o uso de luzes sinalizadoras, sirenes, rádio
comunicadores entre outros.
Os vigilantes empregados no transporte de valores devem ser submetidos a
cursos de capacitação e aperfeiçoamento profissional, sendo capacitados para
o uso adequado dos equipamentos que lhe forem disponibilizados, conhecer
técnicas de defesa pessoal, combate e extinção de incêndio, primeiros socorros
e conhecimento empírico das técnicas operacionais, inerentes à atividade de es-
colta, em transporte de valores, como embarque e desembarque dos pontos de
coleta, conhecimento dos planos de segurança e sua função no contexto que lhe
for apresentado o evento crítico.
Para finalizar, vimos a forma de atuação diante de situações que fujam à “nor-
malidade”, tais como a mudança da conduta preventiva para a repressiva, buscan-
do o restabelecimento da normalidade, de forma técnica e profissional, por isso,
a necessidade de proceder em estrita observância às disposições legais, atuando
em conjunto com as demais instituições, em especial, as polícias que subsidiaram
a adoção de medidas estabelecidas nos planos de segurança, como o abrigo de
veículos em situações de crises.

108
na prática

1. Com base no material estudado sobre a Logística de Transportes, analise as


afirmativas a seguir:

I - A atividade de transporte de valores demanda das empresas envolvidas em


uma série de técnicas operacionais que devem ser, estritamente, observadas.
II - O transporte de valores consiste na atividade de garantir a segurança no trans-
porte de cargas diversas e de valor estimado, mediante a utilização de veículos
comuns, guarnecidos por profissionais, mediante o uso de armamento não letal
e técnicas de defesa pessoal.
III - A Lei Federal n. 7.102, de 20 de junho de 1983, regulamentada pelo Decreto n.
89.056/83, estabeleceu normas para a constituição e funcionamento das em-
presas particulares que exploram o serviço de vigilância e transporte de valores.
IV - A Atividade de transporte de valores é de livre exercício, não é necessário o
preenchimento de qualquer requisito ou de prévia autorização do Departamen-
to de Polícia Federal (DPF), bastando, apenas, a solicitação de respectivo alvará
de funcionamento da empresa no município.

Considerando as afirmativas acima, assinale a alternativa correta:

a) Apenas I e II estão corretas.


b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.

109
na prática

2. Quanto ao veículo comum, este deverá ser guarnecido, no mínimo, por dois vigilan-
tes habilitados e destinados ao transporte de valores. Quais os valores permitidos?

a) 70.000 e 200.000 UFIR (Unidade Fiscal de Referência).


b) 7.000 e 20.000 UFIR (Unidade Fiscal de Referência).
c) R$ 50.000,00 e R$ 500.000,00 (reais).
d) U$ 10.000,00 a U$ 15.000,00 (dólares).
e) Nenhuma das alternativas está correta.

3. Os profissionais de segurança privada são denominados “vigilantes” e têm suas ativi-


dades regulamentadas pelo Departamento de Polícia Federal, por meio da Portaria n.
3233/12-DG/DPF, dispondo, em seus anexos, o perfil profissional do vigilante no Art.
156. No tocante à certificação de conclusão no referido curso, em que momento o
vigilante fará jus ao certificado e qual o requisito que o certificado deverá preencher?

a) Somente após ser aprovado na pesquisa de vida pregressa e análise de docu-


mentos pessoais, que deverá ser endossado por ente público competente.
b) Após ter sido submetido e aprovado no Teste de Aptidão Física (TAF), realizado
pela Delesp ou CV, teremos a validade somente na unidade federativa a que
pertencer o vigilante.
c) Somente após a aprovação e conclusão nos referidos cursos, o vigilante fará jus
à certificação, devidamente, registrada pela Delesp ou CV, que terá validade em
todo o território nacional.
d) Após ter sido registrado, junto ao sistema de informações da Polícia Militar, que
detém competência para fiscalizar a referida prática.
e) Somente após a aprovação e a conclusão nos cursos, o vigilante fará jus à cer-
tificação que poderá ser registrada junto a Delesp ou CV, que terá validade na
unidade federativa a que pertencer.

110
na prática

4. Com base no conteúdo estudado, no tópico da Escolta Armada em Transporte de


Valores, analise as afirmativas abaixo:

( ) A Guarnição, que irá compor o veículo especial, compõe-se por, pelo menos,
quatro vigilantes, devidamente, habilitados para realizar a atividade de transpor-
te de valores, com suas funções, previamente, definidas, onde será composta de
1 (um) Motorista (vigilante), 1 (um) Fiel (vigilante) e 2 (dois) Seguranças (vigilantes).
( ) As atividades de segurança privada são reguladas pela Constituição Federal de
1988, que estabelece o dever da iniciativa privada em promover a elaboração
de planos de segurança, compostas de medidas preventivas e repressivas, con-
forme estudado na unidade anterior.
( ) O transporte de valores, realizado com o emprego de escolta armada, será
realizado por equipes de vigilante, dotadas de conhecimento das situações de
emergências correlatas, que possuam pleno conhecimento dos planos de se-
gurança e reação, na realização da atividade-fim.
( ) Os profissionais que exercem a atividade de segurança privada são denomina-
dos “vigilantes”, profissional que tem sua atividade regulamentada pelo Depar-
tamento de Polícia Federal e definida na Portaria n. 3.233/2012-DG/DPF.

Assinale a alternativa correta:

a) V, F, F, V.
b) V, V, F, F.
c) F, F, V, V.
d) F; F; F; F.
e) V; V; V; V.

5. Explique como será composta a equipe do veículo especial, qual a quantidade míni-
ma do efetivo empregado, quais os requisitos para realizar a atividade de transporte
de valores e quais as principais funções dos componentes da guarnição.

111
aprimore-se

O CRIME DE FURTO E ROUBO PRATICADO MEDIANTE O USO DE EXPLO-


SIVOS E/OU ARTEFATOS ANÁLOGOS

Recentemente, a Lei Federal n. 13.654/18 modificou o Decreto n. 2.848/40 - Código


Penal Brasileiro e a Lei Federal n. 7.102/83, promovendo alterações nos crimes de
furto e roubo, quando praticados mediante ao uso de explosivos e/ou artefatos aná-
logos, causando perigo comum. Passou-se, então, a estabelecer novas mudanças a
serem adotadas pelas instituições financeiras para garantir maiores condições de
segurança aos envolvidos, direta e indiretamente, na atividade financeira.
No tocante às alterações dos crimes de furto, mediante ao uso de explosivos e/
ou artefatos análogos que causem perigo comum, a redação passou a prever a
conduta criminosa, seja a subtração do material explosivo, seja análogo, e prevê a
pena de 4 a 10 anos de prisão.
O crime de roubo, onde o resultado da conduta criminosa afeta, apenas, o patri-
mônio material, a redação dada pela Lei Federal n. 13.654/18 passou a tipificar a
conduta da seguinte forma:
• A fabricação, montagem e emprego de substância explosiva e/ou acessório, em
conjunto e/ou isoladamente, foi incluída nas condutas descritas no inciso VI,
do § 2º, do Art. 157 do Código Penal, qualificando o delito com o consequente
aumento de um terço a metade.
• Quando do uso de explosivo e/ou artefato análogo que cause perigo comum,
resultar em destruição ou rompimento de obstáculo, a conduta criminosa está
descrita no inciso II, do § 2-A, do Art. 157 do Código Penal, qualificando o crime
e aumentando a pena em dois terços.

112
aprimore-se

Quando o resultado da conduta criminosa atingir a integridade física, causando le-


são corporal grave e/ou resultar em morte, a nova redação dada pela Lei Federal
n. 13.654/18 previu, na primeira, o aumento da pena de 7 a 19 anos de reclusão e
multa, e, na segunda, o aumento da pena de 20 a 30 anos de reclusão e multa.
As alterações apresentadas pela Lei Federal n. 13.654/18 à Lei Federal n. 7.102/83
foram dispostas no Art. 2º-A, obrigando as instituições financeiras, que disponibili-
zam o serviço de autoatendimento, a adotar medidas que desmotivem a ação cri-
minosa, como a instalação de equipamentos que inutilizem os numerários depo-
sitados, no interior das máquinas, em caso de arrombamento, movimento brusco
ou alta temperatura, permitindo o uso de tecnologia existente, como tinta especial
colorida, pó químico, ácidos insolventes, pirotecnia, ou qualquer outra substância,
desde que não coloque em perigo os usuários e funcionários que utilizam os caixas
eletrônicos, devendo, ainda, obrigatoriamente, ser procedida a instalação de placa
de alerta, afixada de forma visível no caixa eletrônico, na entrada da instituição ban-
cária, informando a existência do referido dispositivo e seu funcionamento.
Não obstante, o descumprimento de tais medidas pelas instituições financeiras será
passível de penalidade. Isso permitirá que as referidas medidas sejam implantadas
de maneira gradativa, observadas as localizações dos referidos estabelecimentos, a
incidência de condutas criminosas e o quantitativo habitacional da localidade, certo
que tais medidas, atualmente, são implementadas.
Nesse contexto, as alterações apresentadas pela Lei Federal n. 13.654/18, por
meio da majoração e previsão de tais delitos, mostra-se louvável e necessária ao
combate efetivo da criminalidade.
Fonte: o autor.

113
eu recomendo!

livro

Um breve guia ao Risco Operacional


Autor: David Tattam
Editora: Sicurezza
Sinopse: : um Breve Guia ao Risco Operacional oferece uma visão
básica, porém abrangente, da natureza do risco operacional nas
organizações. Introduz o risco operacional como um componen-
te da ampla gestão de riscos da empresa e guia o leitor por meio
do processo de identificar, avaliar, quantificar e gerenciar o risco operacional. Ex-
plica os aspectos práticos de como esses passos podem ser aplicados a uma or-
ganização, mediante o uso de várias ferramentas. Ilustrado com gráficos, tabelas
e exemplos curtos, todos projetados para fazer um assunto que, geralmente, é
mal compreendido, compreensível e absorvente, possibilitando um entendimen-
to comum para a linguagem de riscos, capaz de dar uma base aos leitores para
que desenvolvam habilidades de gestão de risco, adequadas às suas funções, nas
atividades empresariais.

filme

Den of Thieves - Covil de Ladrões


Ano: 2018
Sinopse: em Los Angeles, uma saga de crimes coloca em intersec-
ção a vida de dois grupos: a unidade de elite do departamento de
polícia local e a equipe de assaltantes de banco mais bem-sucedi-
da do estado, formada por ex-militares que usam suas habilida-
des e experiências para infringir as leis. Os criminosos planejam
um roubo que, aparentemente, é impossível, em um banco loca-
lizado no centro da cidade.

114
eu recomendo!

conecte-se

O vídeo, a seguir, mostra como é realizado parte do processo de fabricação dos


veículos especiais, destinados ao transporte de valores, conforme estudamos an-
teriormente.
Web: https://www.youtube.com/watch?v=scAIPLWw2OE&t=308s

115
MATERIAL
BÉLICO E
Equipamentos

PROFESSOR
Esp. Ricardo Henrique Helbel

PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • O processo para aquisição de
materiais bélicos • O transporte de materiais bélicos • As ocorrências envolvendo materiais controlados
• O uniforme • Os equipamentos não letais • O armamento letal.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Conhecer e compreender a regulamentação para a aquisição de materiais bélicos • Apresentar formas
de transporte e armazenamento de equipamentos e armamentos (letais e não-letais) • Compreender os
procedimentos adotados em ocorrências, o uso de materiais bélicos e providências cabíveis • Conhecer
as generalidades inerentes ao uniforme do vigilante de transporte de valores, normativa e principais
observações • Apresentar os equipamentos disponíveis ao vigilante de transporte de valores, em espe-
cial, aos equipamentos não letais, atualmente, disponíveis no segmento • Conhecer o armamento letal,
atualmente, disponível ao profissional de escolta armada, em transporte de valores.
INTRODUÇÃO

Nesta unidade, conheceremos uma parte do material bélico utilizado na ati-


vidade de transporte de valores, sabendo que a execução da atividade impõe
ao profissional de segurança privada a constante busca de conhecimento, em
especial, ao uso e o emprego de materiais letais, sendo necessária a utilização
de armas, munições e outros materiais de comercialização controladas.
O vigilante empregado na atividade de transporte de valores deve ser
submetido a periódicos cursos de capacitação, reciclagem e especialização,
ministrados em centros de formação profissional. Nestes, os materiais béli-
cos serão apresentados ao vigilante. Este, antes de ter, de fato, contato com
esses materiais, deverá preencher todos os requisitos inerentes à função
e, assim, ser capacitado para o uso, a manutenção e as implicações do uso
inadequado desses materiais.
Dentre os materiais bélicos postos à disposição da segurança privada,
somente, serão autorizadas as aquisições de armas, de munições e de coletes
de proteção balística; esta autorização será concedida se os certificados de
vistoria correspondentes estiverem válidos e se a capacitação de extensão
e as formalidades dos vigilantes estiverem observadas.
Além do material bélico, o vigilante deve ser reconhecido pelo uni-
forme operacional, por isso, deverá ser utilizado ostensivamente na exe-
cução do serviço. Além do uniforme, também, deverá estar habilitado
para utilizar outros tipos de armamentos, conforme disposição, e após a
devida qualificação profissional.
Não é objetivo do profissional fazer uso do equipamento letal, porém,
se necessário, este deverá estar preparado para agir conforme as disposições
legais e realizar o uso adequado do material que a ele foi disponibilizado.
Nesse sentido, conheceremos um pouco o material utilizado pelos
profissionais, suas características de emprego e as generalidades rela-
cionadas ao material bélico, utilizado pelo vigilante, bem como a forma
de emprego e a submissão do profissional a cursos que o capacite na
utilização consciente do armamento.
O PROCESSO PARA
UNIDADE 5

AQUISIÇÃO DE
Materiais Bélicos

Os equipamentos que poderão ser utilizados pelas empresas especializadas e


as que possuem serviço orgânico de segurança estão definidos na Portaria n.
3.233/2012-DG/DPF (BRASIL, 2012). Esta estabelece normas e procedimentos
para a aquisição de materiais bélicos.
O requerimento dirige-se ao Coordenador-Geral de Controle de Seguran-
ça Privada, este deve informar a quantidade e as especificações dos materiais
controlados; instruir o requerimento com a relação das armas e munições que
já possuir; apresentar a relação atualizada do quadro de vigilantes; as infor-
mações quanto ao contrato de serviço prestado; a documentação de posse dos
veículos utilizados, com os respectivos certificados de vistoria e a logística a
ser empregada na atividade.
O processo de autorização de aquisição de armas, munições e demais pro-
dutos controlados será dirigido ao CGCSP que, ao final, expedirá o respectivo
alvará de autorização, válido pelo período de noventa dias, e publicado no
D.O.U. com as informações, como a quantidade e a natureza dos materiais. Se
o material a ser adquirido estiver sujeito a registro, a solicitação deverá ocor-
rer no prazo de validade do alvará de autorização, que comporá novo pedido,
juntamente com as notas fiscais que deverão ser apresentadas em trinta dias
após sua emissão à DELESP ou CV.

118
A Aquisição de Equipamentos de Outras Empresas

UNICESUMAR
A aquisição, também, poderá se dar por outras empresas de segurança especiali-
zadas ou de serviços orgânicos, estando ou não em atividade, após, devidamente,
autorizadas pelo Coordenador-Geral de Controle de Segurança Privada, me-
diante apresentação de informações, quanto à quantidade de armas e munições
a serem transferidas, com seus respectivos dados e registros, podendo ser auto-
rizada a posse e o uso provisório das armas e munições em caso de demonstrada
urgência pelo adquirente, sendo condicionada a autorização à apresentação do
protocolo do pedido de transferência junto ao SINARM.

O TRANSPORTE
DE MATERIAIS
Bélicos

O transporte de materiais bélicos destinados à atividade de transporte de va-


lores, quando realizado entre estabelecimentos próprios, para suprimento de
postos de serviços e/ou situações que se fizerem necessárias, somente, poderá
ser realizado após, devidamente, autorizado pela Delesp ou CV, informando a
descrição do material bélico a ser transportado, a motivação da necessidade
do transporte, o trajeto pré-definido e o comprovante de recolhimento da taxa
de autorização para transporte.
O transporte de valores, geralmente, ocorre durante o período diurno, os equi-
pamentos empregados na atividade devem ser acondicionados em local seguro, no
estabelecimento da transportadora, e de acesso restrito a pessoas estranhas ao serviço.
119
Quando a empresa responsável pelo transporte estiver em trânsito, poderá
UNIDADE 5

guardar as viaturas, armas, munições e outros equipamentos nas dependências


de outra empresa especializada, pelo período de até uma noite, devendo informar
à Delesp ou CV da circunscrição com antecedência mínima de vinte e quatro
horas, observada a necessidade de certificação válida pela empresa depositária.

AS OCORRÊNCIAS
ENVOLVENDO
Materiais Controlados

As ocorrências de furto, roubo, perda, extravio ou recuperação de armas, muni-


ções ou coletes de proteção balística de propriedade da transportadora deverão
ser comunicadas ao Departamento de Polícia Federal por qualquer meio hábil,
em até vinte e quatro horas da ocorrência do fato.
Comunicado o fato ao Departamento de Polícia Federal - DPF, as empre-
sas especializadas, no prazo de dez dias úteis, deverão encaminhar à Delesp
ou CV a cópia do boletim de ocorrência policial, juntamente com as infor-
mações que a empresa tenha apurado, nos quais deverão conter, no mínimo,
o relato dos funcionários envolvidos, as informações a respeito das instala-
ções da empresa bem como eventual ocorrência de arrombamento e medidas
corretivas que tenha adotado. De posse de tais informações, a Delesp ou CV
providenciará o registro junto ao SINARM.
120
UNICESUMAR
O UNIFORME

Antes de adentrar, propriamente, nos armamentos utilizados pelo vigilante, devemos


observar que a legislação determina a obrigatoriedade do uso de uniforme, exclusiva-
mente, no serviço, com características que garantam sua ostensividade, possibilitando
que todos que o vejam possam identificá-lo como profissional de segurança.
Alguns elementos devem compor o uniforme do vigilante para garantir sua
ostensividade, como apito com cordão, emblema da empresa e plaqueta de iden-
tificação do vigilante, com dispositivos que possam garantir sua autenticidade.
O uniforme do vigilante pode ser acrescido de faixas, braçadeiras, inscrições, em-
blemas ou outros elementos identificadores. A critério da unidade responsável não
deve ser semelhante, porém, ao das forças de segurança pública, devendo ser confec-
cionado em material que atenda às necessidades climáticas do local, onde o vigilante
prestar os serviços, ficando a cargo da Delesp ou CV a autorização do uniforme na
unidade da federação e, posteriormente, poderá rever a autorização concedida.

Cinto Tático

O cinto tático é um dos acessórios de relevante importância no exercício profis-


sional do vigilante, portando ou não arma de fogo, uma vez que pode ser destina-
do a acomodação de cassetetes e bastões. O cinto pode ser utilizado em conjunto
com coletes táticos e demais acessórios.
121
Dentro da técnica operacional do vigilante de transporte de valores, o cinto
UNIDADE 5

tático, destinado à acomodação de acessórios táticos, compõe-se, geralmente, pelo


rádio comunicador, algemas, lanternas, porta carregadores e/ou munições bem
como o coldre da arma de fogo. É recomendável que esse seja colocado na linha
da cintura, onde o revólver e seu peso venha a ser distribuído em igualdade de
proporções, a fim de prevenir consequências do mal uso de forma contínua do
equipamento. Por fim, acabe destacar que o cinto é ajustável à cintura e alguns
modelos possuem fecho de abertura rápida, do tipo “Tic-tac” - “Underbelt”, e tem
como finalidade aumentar a fixação dos acessórios acoplados ao cinto.

Colete de Proteção Balística

O colete de proteção balística é de forneci-


mento obrigatório para cada vigilante que
compõe a guarnição empregada no trans-
porte de valores e passa por semelhante pro-
cesso de aquisição. É peculiar o fato de que
há a necessidade de observância quanto ao
prazo de validade do equipamento e a subs-
tituição em caso de ser alvejado em confron-
to. O colete não pode ser recondicionado,
deve ser substituído, em até trinta dias antes
do término do prazo de validade, e destruí-
do pela empresa que o comercializou.
A autorização para a compra do equipamento será expedida pela Delesp ou
CV e tem validade de sessenta dias, prorrogáveis por igual período. As notas fis-
cais dos materiais devem ser apresentadas para emissão e permitida a aquisição
entre empresas privadas do mesmo segmento.

122
O Bastão, as Algemas e o Rádio Comunicador

UNICESUMAR
Dentre os equipamentos utilizados pelos profissionais de segurança, encontramos
os bastões (cassetetes) e as algemas, que compõem o rol de equipamentos a serem
disponibilizados aos vigilantes pelas empresas.
O bastão mais utilizado é a “ton-
fa”, equipamento destinado a proteção
individual, construído em matérias e
medidas diversas, pode ser utilizado
na defesa, imobilização e no ataque.
Esse equipamento é apresentado nos
cursos de formação e extensão de vigi- Figura 1 - Tonfa, bastão comumente utilizado pelos
profissionais de segurança / Fonte: Shutterstock.
lantes, nas matérias de defesa pessoal.
As algemas são equipamentos metálicos providos de fechadura ou trava e
que se prestam a controlar a força do preso, dificultar eventual fuga e garantir a
segurança do vigilante, do detido e das demais pessoas que se fizerem presentes.
O uso e emprego de algemas deve observar os requisitos expressos na Súmula
Vinculante n. 11, do Supremo Tribunal Federal (STF). Se não estiverem presentes
tais requisitos, o agente poderá ser responsabilizado cível e criminalmente.
Devemos, ainda, atentar-nos ao equipamento de comunicação. O rádio co-
municador é o meio de comunicação mais utilizado na atividade de segurança,
esse equipamento vem passando por constantes aprimoramentos quanto a sua
funcionalidade, capacidade de alcance e recursos, comumente utilizado o código
“Q”, que utiliza a coleção padronizada de três letras, começadas com a letra “Q”.
Algumas empresas utilizam o NEXTEL, consistente em um equipamento
portátil, utilizado como radiocomunicador e telefone, com possibilidade de
maior alcance de comunicação.
A comunicação não será restrita apenas ao uso de equipamentos. O vigilante
poderá fazer uso de meios naturais de comunicação, como o uso de sinais conven-
cionados pelos membros da equipe de segurança, permitindo a discrição e o sigilo
das mensagens. Essa é utilizada nos deslocamentos, na constatação de situações
de normalidade ou nas que demandem maior atenção da equipe, entre outros.

123
OS EQUIPAMENTOS
UNIDADE 5

NÃO-LETAIS

Considerando que a atividade de abastecimento e o recolhimento de numerários


diários de instituições financeiras, em sua grande maioria, encontram-se estabele-
cidas em centros urbanos; as empresas de transporte de valores e escolta armada
poderão dotar seus vigilantes de armas e munições não-letais e outros produtos
controlados, por exemplo:
• Espargidor de agente químico lacrimogêneo, também conhecido como
CS ou OC, em solução líquida, espuma ou gel e outras substâncias similares,
contendo até 70g, segundo a capacitação e autorização do órgão regulador.
• Arma de choque elétrico, também conhecida como taser, o uso é pos-
sível em contato direto e/ou por meio do lançamento de dardos energi-
zados, com perfuração superficial.
• Granadas fumígenas lacrimogêneas, assim como o espargidor, é conhecida
como CS ou OS, tem ação coletiva e podem, ainda, ser fumígenas de sinalização.
• Munição no calibre 12, pode conter projéteis de borracha e/ou plástico e uti-
lizar elementos lacrimogêneos de jato direto, podem ser lançadas da espingarda
Calibre 12 e/ou por meio de lançador de munição não-letal no calibre 12.
• No uso de tais materiais, faz-se necessária a observância dos equipamen-
tos de proteção, como a máscara de proteção respiratória, modelo facial
completo, e a utilização de filtros com proteção contra gases, aerodisper-
sóides químicos e biológicos.
124
O ARMAMENTO

UNICESUMAR
LETAL

Quando falamos em transporte de valores, logo, remetemo-nos à utilização de


veículos blindados, compostos por vigilantes armados, usando materiais bélicos
(coletes balísticos, armas letais e/ou não letais etc.).
Para realizar a atividade de escolta armada, as empresas de segurança especia-
lizadas e as que possuem serviço orgânico de segurança, nos termos da legislação
vigente, via de regra, somente, poderão utilizar as armas, as munições, os coletes
de proteção balística e outros equipamentos descritos na Portaria n. 3.233/2012
(BRASIL, 2012). A exceção dependerá de autorização do Coordenador-Geral
de Controle de Segurança Privada, que, após considerar as características estra-
tégicas de sua atividade ou sua relevância para o interesse nacional, permitirá a
aquisição e o uso de outras armas e equipamentos.
Antes de adentrar propriamente na matéria, devemos esclarecer que a Lei n.
10.826/03 (BRASIL, 2003, on-line), que dispõe sobre o registro, a posse, a comer-
cialização de armas de fogo e munição bem como outras providências, em seu Art.
10, esclarece a autorização para o porte de arma de fogo, permitindo o uso para
profissionais que realizam atividade de risco ou de ameaça a sua integridade física.
O porte de arma de fogo para o exercício da atividade profissional é, também, co-
nhecido como porte funcional, ligado ao exercício da atividade-fim, por exemplo o vigi-
lante de transporte de valores. Esse poderá portar a arma de fogo durante o exercício da
atividade profissional, mas deve entregar o armamento ao término do turno de serviço.
125
Não obstante, a posse consiste no registro e autorização para aquisição da
UNIDADE 5

arma de fogo e munição, que poderá ser mantida na residência e/ou em local
de trabalho, diferente do porte de arma de fogo que depende de autorização
para que possa transportá-la, porém com cautela, sem ostensividade, e portar a
documentação referente a autorização de porte e o registro do armamento etc.
O profissional de segurança privada, em conformidade com o Art. 10º da Lei
n. 10.826/03 (BRASIL, 2003, on-line), possibilita a concessão do porte pessoal de
arma de fogo, desde que atenda às exigências do Art. 4° da referida lei e demonstre
a sua efetiva necessidade que se dará em virtude do próprio exercício da atividade
profissional de risco ou em decorrência de ameaça a sua integridade física.
No exercício da atividade de transporte de valores, cada veículo deverá contar
com uma arma curta para cada vigilante e, no mínimo, uma arma longa para cada
dois integrantes da guarnição.
As armas são classificadas segundo a suas características principais,
quanto ao tipo, emprego, funcionamento e seus princípios de funcionamen-
to. A seguir, apresentaremos algumas definições necessárias ao estudo de
armamentos de modo geral.

Quanto ao porte

O porte pode ser definido


como de porte, portátil e
não portátil. O primeiro se
dá em razão de seu pouco
peso e volume, é fácil de
transporte e pode ser acon-
dicionado em coldre. O
segundo define-se por seu
peso e volume, e a arma, ge-
ralmente, transportada por meio de bandoleira. O terceiro, não portátil, em razão
do peso e volume da arma, significa que pode ser transportada, embarcada em
viaturas ou pode ser dividida em partes para ser transportada por grupos.

126
Quanto ao emprego

UNICESUMAR
O emprego da arma pode ser de forma individual, destinada a proteção do porta-
dor, e/ou coletiva, destinada a proteção tanto de seu portador quanto a do grupo.

Quanto ao funcionamento

O funcionamento poderá ser de repetição, quando o atirador empregar força


muscular para realizar o tiro, a cada disparo. O funcionamento semiauto-
mático e automático difere no tocante ao disparo, os processos do tiro são
realizados automaticamente.

Quanto ao princípio de funcionamento

O princípio de funcionamento pode ser em razão da ação muscular do atirador


e/ou em razão da pressão de gás, resultantes da queima de pólvora e/ou carga de
projeção, que agirá, diretamente, sobre o ferrolho que será direcionado a reta-
guarda e/ou culatra, movimento que realizará a ejeção do estojo deflagrado e no
retorno realizará a recarga, possibilitando novo disparo.

Quanto ao calibre, raias e cheios

O calibre, de modo geral, corresponde a medida do diâmetro interno do cano,


este poderá possuir raias e cheios. A primeira corresponde aos sucos helicoidais,
abertos no cano da arma e opostos de forma paralela, e a separação se dará
pelos cheios, ambos com o objetivo de dar maior precisão ao tiro, impondo ao
projétil o sentido de rotação, no momento de sua ejeção. A distância entre as
raias recebe o nome de passos.
Atualmente, as armas que poderão ser disponibilizadas aos vigilantes, que
exercerem a atividade de transporte de valores, são curtas e longas, como pistolas
semiautomáticas calibre .380 e 7,65 mm, revólver calibre 38, carabina de repetição
calibre 38, espingardas de uso permitido nos calibres 12, 16 ou 20:

127
• Revólver: arma de porte in-
UNIDADE 5

dividual, de repetição, sua ali-


mentação é feita uma a uma da
esquerda para a direita, obser-
vando que o tambor, no mo-
mento do tiro, gira da direita
para a esquerda, isto é, no sen-
tido anti-horário, dividindo-se
em quatro partes: cano, tambor, armação, mecanismo ou guarnição.
• Pistolas semiautomáticas: arma de porte individual, semiautomáti-
ca, com alimentação retrocarga, por meio de um carregador metálico
tipo cofre. Nele, são depositadas as munições, realizando a alimenta-
ção de baixo para cima; no
momento em que o ferrolho
é movido, a retaguarda rea-
liza a ejeção do estojo e, ao
retornar à posição inicial,
realiza a alimentação, levan-
do a munição do carregador
à câmara por meio de uma
pequena rampa.
• Carabina de repetição: arma de porte individual, de repetição por ala-
vanca "lever action". Seu funcionamento é por meio da ação muscular do
atirador, com capacidade de até onze cartuchos, depositados no carrega-
dor tubular sob o cano, e tem o sentido de alimentação de trás para frente.

• Espingarda de uso permitido: arma de porte individual, de repetição


por ação de bomba, tem seu funcionamento por meio da ação muscular
do atirador, possui carregador tubular sob o cano e comporta, geralmente,
até oito cartuchos.

128
Munição

UNICESUMAR
PROJÉTIL

As munições são o conjunto com-


posto pelos projéteis, pólvoras e de- ESTOJO

mais artefatos explosivos, destinados


PÓLVORA
a carregar as armas de fogo. A este
conjunto de artefatos dá-se o nome
FULMINANTE
de cartucho de munição, depositados
em um estojo. Além de espoleta, pól-
Figura 2 - Corte esquemático de cartuchos de
vora, projétil e armas lisas, é compos- fogo-circular e de fogo-central / Fonte: Portal do
to, também, pelo embuchamento. Tiro (on-line, [2019])5.

As espoletas são divididas em dois tipos: de fogo central, quando a espoleta se


encontra localizada no centro da cabeça do cartucho, no momento em que ocorre
BERDAN
sua percussão, e a de fogo circular, em que a mistura iniciadora
ORIFÍCIOS está contida na
circunferência interna da cabeça do cartucho, constituindo um
DE PASSAGEM
DA CHAMA
verdadeiro anel.
BERDAN ORIFÍCIOS
SELADOR DEBIGORNA
PASSAGEM
DA CHAMA
COPO
SELADOR
BIGORNA
MISTURA DETONANTE
COPO

MISTURA DETONANTE

Figura 3 - Espoleta e esquema do sistema Berdan, bigorna incorporada ao cartucho e dois


orifícios de passagem da chama / Fonte: Portal do Tiro (on-line, [2019])5.

ORIFÍCIOS
BOXER DE PASSAGEM
DA CHAMA
BIGORNA
ORIFÍCIOS
BOXER SELADOR DE PASSAGEM
DA CHAMA
MISTURA
BIGORNA
COPO
SELADOR

MISTURA

Figura 4 - Espoleta e esquema do sistema Boxer, com COPObigorna independente e um só orifício


central / Fonte: Portal do Tiro (on-line, [2019])5.

129
Ao ser realizada a inflamação da carga de
UNIDADE 5

projeção, temos início a queima de gases,


que, ao se expandirem, exercem pressão
contra o projétil, que será expelido por
meio do cano e arremessado contra o alvo.
ESPOLETA
HEADSPACE
ESTOJO

Figura 5 - Vista interna, corte lateral


e base de cartuchos sistemas Ber- PERCUTOR
PROJÉTIL
BASE
dan e Boxer / Fonte: Portal do Tiro
(on-line, [2019])5.
Figura 6 - Vista do cartucho no interior da arma
de fogo editada pelo autor / Fonte: Portal do Tiro
(on-line, [2019])5.

Manutenção

O vigilante deverá, ainda, ter conhecimento sobre as medidas de manutenção do ar-


mamento. Essas são definidas em escalões, de acordo com a função e capacitação do
profissional. A boa manutenção garante a maior funcionalidade do armamento, por
isso, faz-se necessário, pelo menos, o conhecimento da manutenção de primeiro escalão,
correspondente à limpeza e manutenção, sem a desmontagem completa do armamento,
que deve ser realizada por profissional com capacitação técnica, denominado armeiro.
Ao receber uma arma, o vigilante deve verificar as condições em que lhe fora
entregue e a funcionalidade dos mecanismos, como parafusos, gatilho, tambor
etc. As munições e o armamento devem ser protegidos contra umidades e im-
pactos. Em caso de exposição a tais condições, realizar a manutenção, limpar e
lubrificar, prevenindo, assim, o aparecimento de focos de ferrugem o que evitará
danos de funcionamento do armamento.
Na limpeza do armamento, deverá ser utilizado um pincel comum umedeci-
do com material lubrificante e, depois, retirar o excesso de lubrificação para evitar
corrosões. A manutenção do armamento deve ser realizada sempre que possível
e, obrigatoriamente, após a realização de disparos para que sejam retirados os
resíduos depositados no armamento. A retirada do excesso de lubrificante deve

130
ser de maior atenção nas câmaras e depósitos das munições, evitando, assim, a

UNICESUMAR
exposição de umidade aos cartuchos.

Regras de segurança com o armamento

Ao portar uma arma de fogo, o vigilante deve se atentar para algumas regras
de segurança, ou seja, deve considerá-la como se estivesse sempre carregada,
atentando-se, sempre, que realizar sua manutenção. Sempre que receber a arma,
verifique se ela está descarregada.
O armamento não deve ser deixado em qualquer lugar, deve ter os devidos
cuidados, impedindo que outra pessoa se apodere de sua arma de fogo; evitar, ain-
da, o porte da arma quando estiver sob a influência de álcool, drogas ou outras
substâncias, pois podem reduzir as capacidades psicomotoras. Nesse caso, o agente
profissional, como vimos nas unidades anteriores, não poderá assumir o serviço.
A manutenção do armamento constitui regra de segurança de constante
observância, devendo ser evitado o excesso de graxa ou lubrificante, que não
é sinônimo de limpeza.
Ressalvada a situação em que haja fator necessário para utilizar a arma de
fogo, esta nunca deverá ser apontada para objetos ou pessoas, que não se tenha a
intenção de atingir, devendo, antes de efetuar o disparo, manter o dedo afastado
do gatilho e, somente, na intenção de uso do armamento, esse será posicionado
sobre o gatilho. Deve-se evitar o disparo em superfícies que possam modificar o
trajeto do projétil e atingir alvo diverso do pretendido.
Quanto as travas de segurança, o vigilante deve evitar o teste sistemático do
mecanismo, pois são apenas dispositivos mecânicos, não substituem o bom senso.
O atirador deve ter bom conhecimento de seu equipamento e estar condicionado
ao seu uso em conjunto com outros equipamentos. Quando estiver fora do coldre,
manter o controle de cano do armamento.
Ao realizar a passagem e/ou recebimento da arma, recomenda-se passar aber-
ta e sem munição. Somente após a passagem do armamento, será realizado o
municiamento em local apropriado, mantendo o controle de cano, preferencial-
mente, em locais onde possa haver o controle do projetil, como em caixas com
areia. Essas são algumas regras de segurança que possibilitam ao profissional de
segurança o uso de arma de fogo, pois reduzem os riscos inerentes ao material.

131
UNIDADE 5

explorando Ideias

Quanto ao efetivo uso do material bélico, o vigilante deve se atentar às normas de


segurança e evitar o uso, caso não seja estritamente necessário. Deve cuidar com o
uso no interior dos veículos especiais, onde, na ocorrência de disparo acidental, o pro-
jétil pode vir a ricochetear e atingir os demais componentes da guarnição. Do mesmo
modo que o acionamento acidental de um equipamento não letal, como o espargidor,
no interior do veículo especial, pode ocasionar uma situação desconfortável e de risco.
Por isso, o profissional deve ser qualificado para prover, efetivamente, a segurança e
não ser o causador da insegurança.
Fonte: o autor.

pensando juntos

A vida constitui o bem jurídico mais valioso a ser preservado e defendido, por isso o uso
efetivo do armamento deve constituir a última opção para o profissional de segurança,
em defesa própria e de outrem.

Chegamos ao final deste trabalho. Esperamos que o conteúdo deste livro tenha
contribuído para uma boa compreensão das generalidades, desde a segurança
em instituições bancárias até os aspectos operacionais da escolta armada, em
transporte de valores. Entendemos a importância do plano de segurança e da
colaboração de todos os envolvidos no desenvolvimento e implementação das
medidas de segurança na ocorrência de eventos críticos. Demonstramos que
deve haver colaboração comum com as demais forças de segurança, todos de-
vem estar cientes de sua função, no acionamento do plano de segurança, e das
medidas que se fizerem necessárias.

132
A apresentação de tais características possibilita ao profissional de seguran-

UNICESUMAR
ça especializada a compreensão dos aspectos físicos, estruturais, do adequado
emprego linguístico e a importância da elaboração, constante, de relatórios que
possam contribuir para melhoria do plano de segurança e para melhor destina-
ção de recursos, nas fases compreendidas. Como no plano de reação e pós-fato,
analisa-se os diversos níveis de crises e possibilita-se o acesso ao conhecimento da
legislação específica. Desse modo, é importante o conhecimento/reconhecimento
das diferentes atividades abrangidas pela segurança privada especializada bem
como os contextos das diferentes áreas de atuação, como condições essenciais à
boa formação profissional na área de segurança privada.
Por tudo isso que a segurança privada emprega na segurança bancária, em
especial na escolta armada, no transporte de valores não deve ser tratada como
uma atividade engessada e que não permita a adoção de medidas que possibili-
tem a melhor destinação de recursos e, consequentemente, a segurança de fato.
Por fim, é evidente que o atual cenário da segurança privada, voltada à ativi-
dade bancária e à escolta armada, em transporte de valores, decorra da constante
evolução das técnicas empregadas que permeia a adoção de novas técnicas e
meios que garantam a efetividade da execução do serviço, podendo entregar o
produto contratado, ou seja, entregar a efetiva segurança do objeto do contrato e
das pessoas que utilizem o espaço físico da contratante e dos demais.

133
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 5

Encerramos esta unidade! Aqui, pudemos conhecer boa parte dos conceitos e
generalidades do material bélico de uso, atualmente, autorizados pelos profissio-
nais de segurança privada, como a forma de aquisição; guarda e armazenamento;
aquisição de outras empresas de segurança especializadas, sem a necessidade que
haja o encerramento das atividades pela empresa cedente.
As características do uniforme do vigilante, regulamentação e vedação de
similaridade com uniformes de forças policiais demonstram que a ostensividade
do fardamento é de fundamental importância para a identificação do profissio-
nal em campo, que deverá, ainda, ser equipado de plaquetas de identificação do
vigilante e sinais próprios da empresa de segurança.
Pudemos conhecer um pouco dos equipamentos que poderão ser disponi-
bilizados ao vigilante no exercício da atividade profissional, de equipamentos de
segurança individual a equipamentos destinados à defesa pessoal, considerados
como armamentos menos letais, destacando o fato de que somente poderá fazer
uso de tais equipamentos após devidamente qualificado e habilitado para o uso.
Vimos, também, a parte teórica de capacitação para o uso do armamento letal,
tais como características das armas letais, munições, manutenção, técnicas para
transporte, posicionamento, saneamento de eventuais panes, tiro etc.
Por fim, estudamos a atividade de transporte de valores, considerando o fluxo
de pessoas nos locais de coleta e abastecimento de numerários, na maioria das
vezes, em centros urbanos, o que constitui fator determinante para o atual mate-
rial bélico utilizado na atividade-fim, objetivando, principalmente, a conservação
de nosso bem mais valioso, a vida.

134
na prática

1. Com base no material estudado sobre o processo de aquisição de material bélico


pelas empresas de transporte de valores, analise as afirmativas a seguir:

I - Os Equipamentos que poderão ser utilizados pelas empresas especializadas


e as que possuem serviço orgânico de segurança estão definidos na Portaria
n. 3.233/2012-DG/DPF.
II - O Coordenador-Geral de Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), após ser
informado quanto à quantidade e às especificações dos materiais controlados,
deve vistoriar o veículo especial, em relação ao depósito ou aparelho de acon-
dicionamento das armas e munições no interior do veículo, que deverá ser
transportada a todo tempo, no referido local, podendo, somente, ser utilizada
nos momentos de coleta e abastecimento dos estabelecimentos.
III - O processo de autorização de aquisição de armas, munições e demais produtos
controlados será dirigido ao CGCSP que, ao final, expedirá o respectivo alvará
de autorização, válido pelo período de noventa dias e será publicado no D.O.U.
com as informações como a quantidade e natureza dos materiais.
IV - Se o material a ser adquirido estiver sujeito a registro, a solicitação deverá ocor-
rer no prazo de validade do alvará de autorização, que irá compor o novo pedido,
juntamente com as notas fiscais que deverão ser apresentadas em trinta dias
após sua emissão à DELESP ou CV.

Considerando as afirmativas anteriores, assinale a alternativa correta:

a) Apenas I e II estão corretas.


b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Apenas I, III e IV estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.

2. Quanto à aquisição de materiais bélicos, essa, também, poderá se dar por outras
empresas de segurança, especializadas ou de serviços orgânicos, estando ou não
em atividade, após, devidamente, autorizadas pelo Coordenador-Geral de Controle
de Segurança Privada, mediante a apresentação de quais informações?

135
na prática

a) Quanto à quantidade de armas e munições a serem transferidas, com seus res-


pectivos dados e registros.
b) Pode ser autorizada a posse e o uso provisório das armas e munições, em caso
de demonstrada urgência pelo adquirente.
c) Condicionada a autorização à apresentação do protocolo do pedido de transfe-
rência junto ao SINARM.
d) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.

3. O transporte de materiais bélicos destinados à atividade de transporte de valores, quan-


do realizado entre estabelecimentos próprios, para suprimento de postos de serviços
e/ou situações que se fizerem necessárias, somente, poderão ser realizadas após:

a) Autorização da Polícia Militar da Unidade Federativa, onde a empresa de trans-


porte de Valores estiver instalada. Não é necessária a motivação do transporte,
uma vez que se trata de atividade de empresa privada.
b) Autorização do Exército Brasileiro, que disponibilizará escolta por veículos carac-
terizados, precedidos de batedores. Os veículos de transporte de valores irão
compor o comboio, operação que deverá ser realizada sob comando da Unidade
Militar, próxima à sede da empresa de destino.
c) Após, devidamente, autorizadas pela Delesp ou CV, informando a descrição
do material bélico a ser transportado, a motivação da necessidade do trans-
porte, o trajeto pré-definido e o comprovante de recolhimento da taxa de
autorização para transporte.
d) Após, devidamente, autorizada pelo Departamento de Polícia Federal (DPF), com
requerimento dirigido à unidade próxima ao destino do equipamento. Este pode
ser transportado em carros descaracterizados, por chamarem menos atenção e
minimizar a possibilidade de ações criminosas.
e) Comprovada a idoneidade da empresa adquirente e após o processo lici-
tatório em que se observa as regras expressas na Lei n. 8.666/93, possibi-
lita-se a aquisição do material bélico por outras empresas do segmento de
segurança privada especializadas.

136
na prática

4. Com base no conteúdo estudado nesta unidade, analise as afirmativas abaixo:

( ) O uniforme do vigilante pode ser acrescido de faixas, braçadeiras, inscrições, em-


blemas ou outros elementos identificadores, a critério da unidade responsável,
porém não deve ser semelhante ao das forças de segurança pública, devendo
ser confeccionado em material que atenda às necessidades climáticas do local
onde o vigilante preste os serviços.
( ) O cinto tático é um dos acessórios de relevante importância no exercício profis-
sional do vigilante, portando ou não arma de fogo, uma vez que pode ser des-
tinado a acomodação de cassetetes e bastões, pode ser utilizado em conjunto
com coletes táticos e demais acessórios.
( ) O colete de proteção balística é de fornecimento facultativo para a guarnição em-
pregada no transporte de valores. Passando por processo de aquisição menos
burocrático, não há necessidade de observância quanto ao prazo de validade
do equipamento, tendo em vista sua durabilidade, somente, há a necessidade
de substituição, caso venha a ser alvejado em ocorrência de confronto armado.
( ) O uso e emprego de algemas deve observar os requisitos expressos na Súmula
Vinculante n. 11, do Supremo Tribunal Federal (STF). Se não estiverem presen-
tes tais requisitos, o agente poderá ser responsabilizado cível e criminalmente.
( ) Considerando que a atividade de abastecimento e recolhimento de numerários
diários de instituições financeiras, e que estas, em sua grande maioria, encon-
tram-se estabelecidas em grandes centros urbanos, as empresas de transporte
de valores e escolta armada poderão dotar seus vigilantes de armas e munições
não-letais e outros produtos controlados.

Assinale a alternativa correta:

a) V; V; F; V; V.
b) V, V, F, F; F.
c) F, F, V, V; V.
d) F; F; F; F; F.
e) V; V; V; V; V.

5. Considerando o conteúdo estudado, atualmente, quais as armas disponibilizadas


aos vigilantes que exercerem a atividade de transporte de valores?

137
aprimore-se

ALTERAÇÕES AO ESTATUTO DO DESARMAMENTO E A RECLASSIFICAÇÃO


DAS ARMAS DE USO PERMITIDO

As recentes alterações impostas ao Estatuto do Desarmamento ampliaram a possi-


bilidade das empresas de segurança especializadas em rever o armamento, atual-
mente, utilizado na atividade-fim, em especial na escolta armada em transporte de
valores, que, conforme previsão legal, é permitido a aquisição de arma de fogo de
uso permitido, sendo classificadas como armas curtas e armas longas, pistolas se-
miautomáticas calibre .380 e 7,65 mm, revólver calibre 38, carabina de repetição
calibre 38, espingardas de uso permitido nos calibres 12, 16 ou 20.
A Portaria n. 1.222/19 (BRASIL, 2019a, on-line), do Exército Brasileiro, em confor-
midade com a disposição do Decreto n. 9.847/19 (BRASIL, 2019b, on-line), ampliou
a potência das armas classificadas como de uso permitido, abrangendo as armas
que utilizem munições com energia cinética de até 1.620 joules, valor quatro vezes
superior ao permitido anteriormente.
Assim, de forma análoga, os calibres inseridos, entre os de uso permitido, disponí-
veis ao uso do cidadão comum, podem, perfeitamente, ser estendidos ao uso dos
profissionais de segurança privada, uma vez que a ausência de disposição contrária
não obstaria o acesso das empresas aos novos calibres disponíveis, desde que cum-
pridos os requisitos para a aquisição de armas e munições já estabelecidos.
Tornou-se possível ao cidadão comum adquirir os novos calibres que, até então, eram
de uso exclusivo das forças de segurança, como os calibres 9mm, .40, .45, .357 entre
outros, bem como a aquisição de armas de marcas importadas que não eram comercia-
lizadas no Brasil, em virtude do domínio do mercado interno explorado pelas empresas
Taurus e Imbel. Por sua vez, a ampliação dada pela nova atende o anseio da categoria
que, ao passar dos anos, teve seu poder de fogo estagnado, enquanto o poder de fogo
de criminosos continuou a evoluir, de forma desproporcional.
Dessa forma, o esperado é a readequação da disposição legal para que, regularmente, o
acesso aos novos calibres de uso permitido às empresas de segurança especializadas, com as
pertinentes qualificações técnicas-profissionais, possibilite a efetiva disposição de segurança.
Fonte: o autor.

138
eu recomendo!

livro

Riscos Operacionais - Estrutura para gestão em bancos


Autor: Fábio Coimbra
Editora: Saint Paul
Sinopse: o livro traz o arcabouço conceitual necessário para o
aperfeiçoamento da gestão de riscos operacionais em bancos e
para o aprimoramento da atuação dos órgãos reguladores e da
Supervisão Bancária.

filme

Lord of War - Senhor das Armas


Ano: 2018
Sinopse: Yuri Orlov (Nicolas Cage) é um traficante de armas que
realiza negócios nos mais variados locais do planeta. Estando,
constantemente, em perigosas zonas de guerra, Yuri tenta, sem-
pre, manter-se um passo à frente de Jack Valentine (Ethan Haw-
ke), um agente da Interpol, e também de seus concorrentes e até
mesmo clientes, entre os quais estão alguns dos mais famosos
ditadores do planeta.

139
eu recomendo!

conecte-se

O vídeo, a seguir, mostra um pouco do curso de formação do profissional de segu-


rança privada, demonstrando parte das atividades que irão capacitar o vigilante
ao exercício da atividade-fim.
Web: https://www.youtube.com/watch?v=L-Zumb8-ng8&t=8s.

Os vídeos, a seguir, mostram generalidades quanto a manutenção e funciona-


mento dos armamentos da fabricante Taurus do Brasil, de uso, comumente, na
atividade de escolta armada, em transporte de valores.
Web: https://www.youtube.com/watch?v=CgixVyEOvl4.
Web: https://www.youtube.com/watch?v=-BRbfW-V4K8.
Web: https://www.youtube.com/watch?v=lTX_JmKlIT0.

O vídeo, a seguir, mostra algumas das armas não-letais em uso no Brasil, da Fabri-
cante Condor Tecnologia não-letais, em uso nas atividades de segurança pública
e privada no Brasil.
Web: https://www.youtube.com/watch?v=4vPctRM2CMA.

Leia o artigo "Cartuchos, Pólvoras e Projéteis - Noções Básicas" em:


Web: https://www.portaldotiro.com/artigos-tecnicos/municao/228-cartuchos-pol-
voras--e-projeteis-nocoes-basicas.

140
conclusão geral

conclusão geral

Caro(a) aluno(a),
Concluímos, aqui, nossos estudos. Esperamos que esses conteúdos tenham des-
pertado a curiosidade por mais temas relacionados à segurança privada, em espe-
cial, à atividade bancária e ao transporte de valores, e que os assuntos abordados
tenham colaborado para o seu crescimento profissional.
Iniciamos os estudos na Unidade 1. Nela, pudemos conhecer o contexto históri-
co, motivador do início da atividade de segurança privada especializada, destinada à
atividade bancária, como complementação à segurança pública.
Na unidade 2, relembramos a legislação de segurança bancária e de transporte
de valores, ao focar nas leis, nos decretos e nas portarias. Abordamos, também, as
características e equipamentos para o bom desempenho do Gestor de segurança
bancária, com ênfase no planejamento e na elaboração das medidas preventivas de
segurança na regulamentação do transporte de valores, e em como serão definidos
o veículo e o tipo de escolta que deve ser utilizado.
Na Unidade 3, vimos a importância da elaboração do plano de segurança, sua apli-
cabilidade, abrangência e considerações, quanto às características interna e externa das
instalações, bem como a atuação do vigilante e dos demais profissionais e as definições de
suas funções para a efetiva implementação dos planos de segurança, a cada evento crítico.
Na Unidade 4, pudemos compreender algumas generalidades inerentes à ativi-
dade de transporte de valores, à logística, aos recursos empregados, às especifica-
ções legais específicos dos veículos especiais e do emprego de vigilantes de trans-
porte de valores em escolta armada.
Por fim, na Unidade 5, conhecemos boa parte dos conceitos e das generalidades
do material bélico de uso atual, autorizado pelos profissionais de segurança pri-
vada. Além disso, observamos sua forma de aquisição, guarda e armazenamento;
sistematização que facilita a aquisição de outras empresas de segurança especiali-
zadas, não necessitando, a partir dessa organização, que haja o encerramento das
atividades pela empresa cedente.
Desse modo, caro(a) aluno (a), finalizamos nosso estudo com a perspectiva de
que você se dedique, com afinco, aos conteúdos expostos para tornar-se um profis-
sional cada vez melhor e mais bem capacitado nessa área tão importante.

141
referências

ABCFAV. Manual do Vigilante: Curso de Formação. 2. ed. ABCFAV, 2013. Apostila. 222p. Dispo-
nível em: http://www.escolahunters.com.br/wp-content/uploads/2018/08/MANUAL_DO_VIGI-
LANTE_2a_Edic-Retificado.pdf. Acesso em: 11 out. 2019.

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BRASIL. Decreto n. 1.595, em 10 de agosto de 1995. Dispõe sobre a jornada de trabalho dos
servidores da Administração Pública Federal direta, das autarquias e das fundações públicas
federais, e dá outras providências. Brasília: D. O.U., 1995b. Disponível em: http://www.planal-
to.gov.br/ccivil_03/decreto/D1590.htm. Acesso em: 23 out. 2019.

BRASIL. Decreto n. 55.649, de 28 de janeiro de 1965. Dá nova redação ao Regulamento aprova-


do pelo Decreto nº 1.246, de 11 de dezembro de 1936. Brasília: D.O.U., 1995c. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D55649.htm. Acesso em: 25 out. 2019.

BRASIL. Decreto n. 89.056, de 24 de novembro de 1983. Regulamenta a Lei nº 7.102, de 20 de ju-


nho de 1983, que “dispõe sobre segurança para estabelecimentos financeiros, estabelece normas
para constituição e funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de vigilância
e de transporte de valores e dá outras providências”. Brasília: D. O. U., 1983b. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D89056.htm. Acesso em: 23 out. 2019.

BRASIL. Decreto n. 9.847, de 25 de junho de 2019. Regulamenta a Lei nº 10.826, de 22 de


dezembro de 2003, para dispor sobre a aquisição, o cadastro, o registro, o porte e a comercia-
lização de armas de fogo e de munição e sobre o Sistema Nacional de Armas e o Sistema de
Gerenciamento Militar de Armas. Brasília: D.O.U., 2019b. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D9847.htm. Acesso em: 23 out. 2019.

BRASIL. Decreto-lei 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Brasília: D. O. U., 1940. Dis-
ponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-2848-7-de-
zembro-1940-412868-publicacaooriginal-1-pe.html. Acesso em: 23 out. 2019.

BRASIL. Decreto-Lei n. 1.034, de 21 de outubro de 1969. Dispõe sobre medidas de segurança


para Instituições Bancárias, Caixas Econômicas e Cooperativas de Créditos, e dá outras provi-
dências. Brasília: D. O. U., 1969. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-
-Lei/1965-1988/Del1034.htm. Acesso em: 23 out. 2019.

BRASIL. Lei Federal n. 7.102, de 20 de junho de 1983. Dispõe sobre segurança para estabele-
cimentos financeiros, estabelece normas para constituição e funcionamento das empresas
particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores, e dá outras pro-
vidências. Brasília: D. O. U., 1983a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/
L7102.htm. Acesso em: 23 out. 2019.

142
referências

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ção de bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos
previstos nesta Lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras
providências. Brasília: D.O.U., 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l9613.htm. Acesso em: 25 out. 2019.

BRASIL. Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003. Dispõe sobre registro, posse e comercia-
lização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm, define
crimes e dá outras providências. Brasília: D.O.U., 2003. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.826.htm. Acesso em: 23 out. 2019.

BRASIL. Lei n. 13.654, de 23 de abril de 2018. Altera o Decreto-Lei n. 2.848, de 7 dezembro


de 1940 (Código Penal), para dispor sobre os crimes de furto qualificado e de roubo quando
envolvam explosivos e do crime de roubo praticado com emprego de arma de fogo ou do
qual resulte lesão corporal grave; e altera a Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983, para obrigar
instituições que disponibilizem caixas eletrônicos a instalar equipamentos que inutilizem cé-
dulas de moeda corrente. Brasília: D.O.U., 2018. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13654.htm. Acesso em: 23 out. 2019.

BRASIL. Lei n. 8.863, em 28 de março de 1994. Altera a Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983.
Brasília: D. O.U., 1994. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8863.htm.
Acesso em: 22 out. 2019.

BRASIL. Lei n. 9.017, em 30 de março de 1995. Estabelece normas de controle e fiscalização


sobre produtos e insumos químicos que possam ser destinados à elaboração da cocaína em
suas diversas formas e de outras substâncias entorpecentes ou que determinem dependên-
cia física ou psíquica, e altera dispositivos da Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983, que dispõe
sobre segurança para estabelecimentos financeiros, estabelece normas para constituição e
funcionamento de empresas particulares que explorem serviços de vigilância e de transporte
de valores, e dá outras providências. Brasília: D. O.U. 1995a. Disponível em: http://www.pla-
nalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9017.htm. Acesso em: 23 out. 2019.

BRASIL. Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995. Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e
Criminais e dá outras providências. Brasília: D. O. U., 1995c. Disponível em: http://www.planal-
to.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm. Acesso em: 25 out. 2019.

BRASIL. Ministério da Defesa. Comando do Exército. Portaria n. 1.222/19, de 12 de agosto


de 2019. Dispõe sobre parâmetros de aferição e listagem de calibres nominais de armas de
fogo e das munições de uso permitido e restrito e dá outras providências. D.O.U., Brasília,
2019a. Disponível em: http://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-1.222-de-12-de-agosto-
-de-2019-210735786. Acesso em: 25 out. 2019.

143
referências

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de 2006: Altera e consolida as normas aplicadas sobre segurança privada. Brasília: D. O. U., 2006.

BRASIL. Polícia Federal. Organograma – unidades centrais. De acordo com o Decreto n. 8.668,
de 11 de fevereiro de 2016 e Portaria n. 490/MJ, de 25 de abril de 2016. Brasília: Polícia Fede-
ral, 2016. Disponível em: http://www.pf.gov.br/institucional/acessoainformacao/institucional/
ORGANOGRAMADPF.pdf . Acesso em: 27 de set. 2019.

BRASIL. Serviço Público Federal MJ. Departamento de Polícia Federal. Portaria n. 3.233, de
10 de dezembro de 2012: Dispõe sobre as normas relacionadas às atividades de Segurança
Privada. Brasília: D. O. U., 2012.

CALDEIRA, T. P. Cidade de Muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo:
Editora 34; Edusp, 2003.

HERINGER, R. R. A indústria da segurança privada no Rio de Janeiro. 1992. 96 f. Tese (Mestrado


em Sociologia) – Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro, IUPERJ, Rio de Janeiro, 1992.

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ZANETIC, A. A Questão da Segurança Privada: estudo do marco regulatório dos serviços par-
ticulares de segurança. 2006. 129f. Dissertação (Mestrado em Ciências Políticas) – Faculdade
de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, USP, São Paulo, 2006.

REFERÊNCIAS ON-LINE

1 Em: http://contrasp.org.br/noticia/contrasp-divulga-pesquisa-nacional-de-ataque-a-bancos-
-e-carros-fortes-de-2016. Acesso em: 27 de set. 2019.

2 Em: http://www.mantadearamida.com.br/artigos/conheca-mais-sobre-carro-forte. Acesso


em: 30 set. 2019.

3 Em: http://sergiomansilha.blogspot.com/2009/11/historia-da-brinks. Acesso em: 30 set.


2019.

4 Em: https://portal.trt3.jus.br/internet/conheca-o-trt/comunicacao/noticias-juridicas/impor-
tadas-2013-2014/trabalhador-nao-pode-fazer-transporte-de-valores-sem-o-treinamento-
-exigido-por-lei-02-10-2014-06-02-acs . Acesso em: 11 out. 2019.

5 Em: www.portaldotiro.com/artigos-tecnicos/municao/228-cartuchos-polvoras-e-projeteis-
-nocoes-basicas. Acesso em: 18 de out. 2019.

144
gabarito

UNIDADE 1 UNIDADE 3

1. A 1. A

2. C 2. B

3. A 3. A

4. C 4. C

5. Características como boa apresentação 5. Na ocorrência do evento, os mecanis-


pessoal, cordialidade e simpatia, disci- mos do plano de segurança devem ser
plina e responsabilidade, atenção visual administrados o mais rápido possível, de
e boa memória, sigilo e discrição, boa forma a minimizar os danos e possibili-
comunicação e capacidade de reação. tar o atendimento às situações, o acio-
namento se dará por meio da central
de operações ou do telefone do órgão
UNIDADE 2 estatal, que observará as características
de situações contrárias à normalidade e
1. C que necessitem da atuação de grupos
2. a) segurança é prevenção; b) segurança especializados, devendo, sempre, bus-
completa só é possível por meio de trei- car manter a calma dos presentes.
namento, conscientização e responsa-
bilidade compartilhada; c) investimen-
to em segurança deve estar atrelado a
análise de risco e a relação custo bene-
fício dos meios a serem empregados; e,
d) as medidas de segurança não devem
impedir a atividade normal.

3. A

4. A

5. E

145
gabarito

UNIDADE 4 UNIDADE 5

1. C 1. D

2. B 2. D

3. C 3. C

4. A 4. A

5. A Guarnição será composta pelo me- 5. Armas curtas e armas longas, pistolas
nos por quatro vigilantes habilitados semiautomáticas calibre .380 e 7,65
para realizar a atividade de transporte mm, Revólver calibre 38, carabina de re-
de valores, cada um terá suas funções, petição calibre 38, espingardas de uso
previamente, definidas. 01 (um) FIEL permitido nos calibres 12, 16 ou 20.
(vigilante), incumbido da função de
comando da equipe; 01 (um) Motorista
(vigilante), responsável pela condução
do veículo especial, devendo manter
constante atenção às condições que se
mostrem suspeitas, devendo, em caso
de crise, procurar a unidade de segu-
rança pública mais próxima, e 02 (dois)
Seguranças (vigilantes), responsáveis
pela segurança da equipe, em especial
nos momentos de embarque e de-
sembarque do veículo especial.

146
anotações



































anotações



































anotações



































anotações



































anotações



































anotações




































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