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HEFSIBA INSTITUTO SUPERIOR CRISTÃO

TRABALHO DE PSICODIAGNÓSTICO

Cadeira: Psicodiagnóstico II
Curso: Psicologia Clinica

AVALIAÇÃO PROSPECTIVA: O EXAME PRECOCE DA CRIANÇA

MOCUBA
2024
Discentes:
Marcelina Bacelar Rosário
Albertina Olímpio Manuel Matsinhe

AVALIAÇÃO PROSPECTIVA: O EXAME PRECOCE DA CRIANÇA

Docente: Dionísio Cabral

MOCUBA
2024
Índice
I. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 4

II. OBJECTIVOS ................................................................................................................. 5

1. Objectivo geral: ................................................................................................................... 5

2. Objectivos específicos: ........................................................................................................ 5

III. METODOLOGIA ............................................................................................................ 5

IV. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................. 6

1. Conceito de avaliação prospectiva ...................................................................................... 6

1.1. Avaliação x intervenção .................................................................................................. 6

1.2. Modelo de avaliação-intervenção .................................................................................... 6

1.3. Procedimentos de avaliação e de intervenção ................................................................. 8

1.3.1. Quanto a avaliação ....................................................................................................... 8

Quanto a intervenção .................................................................................................................. 9

“Sinais de alerta” e indicadores com probabilidades prospectivas............................................. 9

V. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 10

VI. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA ................................................................................. 11


I. INTRODUÇÃO

Logo a prior é imperioso realçar que a avaliação prospectiva, quando se trata de contexto
psicológico, e inclusive realizada o mais precocemente possível, é concebida sempre em termos
probabilísticos. O prognóstico esperado depende não somente da natureza do quadro clínico,
de sua severidade e complicações, mas também de uma série de fatores incidentes, sejam
individuais, sejam ambientais, que surgem e vão se acumulando ao longo da infância e
prosseguem em outras fases da vida do ser humano.

Há necessidade, em muitos casos, de realizar avaliação o mais cedo possível,


acompanhada da oportuna intervenção, dando prosseguimento à atenção psicológica a esses
primeiros anos, que são formadores da personalidade e que são mais vulneráveis às mais
diversas alterações.

Prevê-se, portanto, que quanto melhor atendida for a criança, nos seus primeiros tempos,
maior é a probabilidade de, futuramente, desenvolver-se de modo equilibrada. No contexto de
interações dos factores de risco, de proteção e de "resiliência" é possível detectar aqueles
comportamentos que constituem "sinais de alerta", ou mesmo indicadores, prenúncios de
futuros quadros clínicos e até do desenvolvimento de altas habilidades.

O exame precoce da criança é fundamental para identificar precocemente problemas de


saúde, desenvolvimento ou comportamentais, permitindo intervenções oportunas que podem
melhorar significativamente os resultados a longo prazo. A avaliação prospectiva desempenha
um papel crucial nesse processo, ajudando os profissionais de saúde a antecipar possíveis
problemas futuros com base em fatores de risco, histórico familiar, marcos de desenvolvimento
e outros indicadores relevantes.

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II. OBJECTIVOS
1. Objectivo geral:
 Falar sobre avaliação prospectiva: o exame precoce da criança;
2. Objectivos específicos:
 Conceituar avaliação prospectiva;
 Descrever o modelo de avaliação-intervenção e suas etapas;
 Identificar os procedimentos de avaliação e de intervenção;
 Mencionar os “Sinais de alerta” e indicadores com probabilidades prospectivas;

III. METODOLOGIA

Quanto aos procedimentos de pesquisa, fez-se o uso da pesquisa bibliográfica,


desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente por livros e artigos
científicos (Gil, 1999:65). A pesquisa bibliográfica foi fundamental, pois a partir desta técnica,
foi possível formular a pesquisa, com base em livros, teses, e estudos feitos a respeito do
assunto.

"A pesquisa bibliográfica consiste na busca, seleção e análise crítica da literatura


existente sobre um determinado tema, fornecendo o embasamento teórico para o estudo"
(Prodanov & Freitas, 2013, p. 32).

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IV. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1. Conceito de avaliação prospectiva

Prospectiva é um termo que designa aquilo que se pode ver de longe ou que tenha relação
com o futuro.

Então, a avaliação prospectiva, no contexto de exame precoce em crianças, refere-se à


análise sistemática e precoce do desenvolvimento infantil para identificar problemas ou
desafios que possam afetar o crescimento, o aprendizado e o bem-estar da criança no futuro.
Busca detectar atrasos no desenvolvimento físico, cognitivo, emocional ou social, permitindo
intervenções precoces para melhorar os resultados futuros da criança.

1.1. Avaliação x intervenção

Hoffmann (2012, p. 13) destaca que, “avaliar não é julgar, mas acompanhar um percurso
de vida da criança, durante o qual ocorrem mudanças em múltiplas dimensões, com intenção
de favorecer o máximo possível seu desenvolvimento”.

Intervenção pode ser entendida como um sistema organizado de ações que, dentro de um
determinado contexto e período de tempo, visa a modificar o curso previsível de um fenômeno,
a fim de atuar sobre uma situação problemática em saúde (CHAMPAGNE et al., 2011).

1.2. Modelo de avaliação-intervenção

Este apresenta características que o diferenciam claramente do modelo tradicional, no


qual a avaliação precede à intervenção.

A. Pérez-Ramos e J. Pérez-Ramos (1996), “as ações de intervenção subsequentes ao


diagnóstico nem sempre chegam a ser oportunas e, inclusive, facilitam o aumento da
vulnerabilidade, presente nas crianças, e, o que é pior, a intensificação dos distúrbios já
existentes, devido à demora na realização da intervenção” (p. 91)

Baseando-se em uma perspectiva de articulação cruzada dos procedimentos de avaliação


com os de intervenção, neste modelo, à medida que é possível constatar os resultados da
avaliação, vão sendo formuladas e aplicadas as estratégias de intervenção decorrentes, e seus
resultados, por sua vez, consequentemente avaliados, configurando-se, desse modo, a
continuidade de cruzamentos recíprocos nas sucessivas fases em que esses processos (avaliação
e intervenção) se desenvolvem, até a conclusão do estudo.

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Nesse contexto, entende-se por avaliação a compreensão do momento evolutivo da
criança nas suas diferentes áreas do seu desenvolvimento, especificando aqueles aspectos
significativos e suas inter-relações com o ambiente sociofamiliar em que ela vive. Compreende
as ações de compilar, analisar, interpretar, inclusive seus progressos e limitações.

O processo de intervenção tem finalidade de proporcionar à criança condições


apropriadas destinadas a promover seu adequado desenvolvimento, modificando ou eliminando
aquelas variáveis negativas incidentes e proporcionando outras que possam influir, de maneira
positiva, nesse processo evolutivo. Neste modelo, a avaliação e intervenção passam a ser inter-
relacionadas intimamente por ações recíprocas, podendo ser concebidas por uma perspectiva
integradora de três etapas sucessivas na sua evolução. O gráfico apresentado a seguir, que as
define, permite esclarecer tal inter-relação.

Figura 1. Etapas de integração ao processo de avaliação-intervenção.

Fonte: Pérez-Ramos, A., 1990, p.71.


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o Na primeira etapa: são identificados os aspectos mais significativos do
desenvolvimento da criança por meio de observação direta e informações fornecidas
pela família. A participação ativa da família e, quando possível, da própria criança, é
incentivada. Essa etapa permite detectar factores de risco, factores de proteção e sinais
de resiliência. Com base nessas informações, são formuladas hipóteses e estratégias de
intervenção. Em alguns casos, esses dados e estratégias são conclusivos e suficientes.
o A segunda etapa: caracteriza-se pela exploração mais abrangente e organizada de
dados avaliativos, concretizando-se por ações mais sistematizadas de intervenção.
Estabelece-se um maior envolvimento da criança e da família no processo acompanhado
de atitudes iniciais de auto-iniciativa desta última. Começam o reexame e o
aperfeiçoamento das hipóteses iniciais com as novas informações, bem como da
avaliação das primeiras intervenções.
o A terceira etapa: a conclusiva, é onde se integram os dados coletados e interpretados
e de onde derivam as ações terminais da intervenção e o desenvolvimento de estratégias
mais efetivas de autogestão dos familiares e de auto-estimulação por parte da criança.
Também são estabelecidos os passos de seguimento e de re-avaliação, se forem
necessários (Pérez-Ramos, A., 1990; Pérez-Ramos, A. 1992).
1.3. Procedimentos de avaliação e de intervenção
1.3.1. Quanto a avaliação
o Entrevista de anamese;
o Observação participante: também denominada “Hora do Jogo”, destinada ao rapport,
com a criança e a mãe, e também para obter uma primeira impressão do
desenvolvimento daquela e da atitude desta última frente ao filho.
o Escala de desenvolvimento;
o Técnicas projetivas;
o Avaliação do ambiente de convivência da criança: desse grupo de procedimentos,
destacam-se aqueles de avaliação do contexto familiar, mediante Visita Domiciliar, e o
referido às creches, o Inventário Cumulativo sobre Estimulação Ambiental (ICEA);

O ICEA constitui uma escala de observação sistematizada, destinada a avaliar o ambiente


físico e social das creches, no sentido de verificar suas condições estimuladoras para as crianças,
desde seus primeiros meses de vida até os 6 anos de idade

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A Visita Domiciliar, previamente organizada, mediante roteiro próprio (Carpentieri,
1994), constitui um efetivo recurso para o psicólogo constatar, in loco, as condições da
criança no seio de seu lar e as características socioafetivas e físicas desse ambiente.

Quanto a intervenção

o Guia curricular para estimulação precoce (GCEP): tem sido utilizado para elaborar
programas individuais de estimulação precoce em unidades de atendimentos a criança
com necessidades especiais.

(Pérez-Ramos, A. & Pérez-Ramos, J.,1996). Tem por finalidade proporcionar


condições estimuladoras que facilitam à criança alcançar um efetivo progresso
em seu processo evolutivo, sempre em consonância com suas características
individuais e com seu ambiente.

o Brinquedos e brincadeiras: kit para criança, do nascimento aos 2 (dois) anos de idade.
(Pérez-Ramos, A., & Pera, 1995). Consta neste kit conjuntos sistematizados de
atividades, estratégias e recursos lúdicos.

“Sinais de alerta” e indicadores com probabilidades prospectivas

Para facilitar a identificação desses “sinais de alerta” e de indicadores de altas habilidades


que possam aparecer nos primeiros anos de vida, são apresentadas algumas estratégias
facilitadoras, a saber:

o Conhecer a criança por suas características pessoais da fase do desenvolvimento.


o Estimular a criança, de forma gradual, seguindo o ritmo de seu processo evolutivo e de
acordo com as destrezas e capacidades que vão surgindo no seu desenvolvimento.
o Possibilitar condições motivadoras para que ela possa participar das atividades.
o Facilitar recursos que estimulem sua livre expressão, tanto no seu desenvolvimento
cognitivo e sócio-emocional quanto motor e de comunicação, como forma de interação
com o ambiente, sua representação e interpretação.
o Proporcionar recursos destinados a facilitar desenvolvimentos de respostas problemas.
o Possibilitar-lhe a descoberta gradual da multicausalidade de certos acontecimentos, com
a confrontação de suas próprias suposições, conduzindo-a, assim, a um conhecimento
cada vez mais coerente de seu meio ambiente.

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V. CONCLUSÃO

A avaliação prospectiva é uma abordagem sistemática que visa antecipar e prever


possíveis eventos, tendências ou resultados futuros com base em informações disponíveis no
presente. Ela envolve a análise cuidadosa de dados, tendências, padrões e variáveis relevantes
para formular hipóteses sobre o que pode acontecer no futuro e quais medidas podem ser
tomadas para lidar com essas possibilidades. Essencialmente, a avaliação prospectiva busca
fornecer insights valiosos para a tomada de decisões informadas e a formulação de estratégias
proativas, ajudando indivíduos, organizações e governos a se prepararem adequadamente para
os desafios e oportunidades que podem surgir no futuro.

A avaliação prospectiva desempenha um papel fundamental no exame precoce da


criança, permitindo a detecção precoce de problemas de saúde e desenvolvimento, e facilitando
intervenções oportunas que podem melhorar os resultados a longo prazo. Ao adotar uma
abordagem prospectiva para a avaliação da saúde infantil, podemos promover o bem-estar e o
desenvolvimento saudável de todas as crianças, garantindo que recebam o apoio e os cuidados
de que precisam desde os primeiros anos de vida.

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VI. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA

GIL, A. C. (1999). Métodos e técnicas de pesquisa social. Editora Atlas. Pag 65

PRODANOV, C. C., & FREITAS, E. C. (2013). Técnicas de pesquisa em saúde. In:


Metodologia do Trabalho Científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico
(2nd ed., pp. 25-54). Novo Hamburgo: Feevale.

CUNHA, Jurema Alcides e colaboradores. PSICODIAGNÓSTICO V - 5ª EDIÇÃO


REVISADA E AMPLIADA. 5ª ed. Porto Alegre, Artmed, 2000. Pag. 151-157

CARPENTIERI, N. (1994). Modelo transacional de avaliação-intervenção mediante enfoque


longitudinal: seguimento de caso único portador de síndrome de Down nos seus primeiros dez
anos. São Paulo: USP. (Tese de doutorado)

HOFFMANN, J. (2012). Avaliar para conhecer, examinar para excluir. In: J. Hoffmann & M.
L. Esteban (Orgs.), Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à
universidade (pp. 13-24). Porto Alegre: Mediação.

CHAMPAGNE, F., Brousselle, A., Hartz, Z., Contandriopoulos, A. P., & Denis, J. L. (2011).
A avaliação em tempo real no campo da saúde: conceitos, abordagens e métodos. In: D. R.
Tanaka, J. E. Lima, & L. A. A. Guimarães (Orgs.), Avaliação em saúde: bases conceituais e
operacionais (pp. 45-78). Rio de Janeiro: Fiocruz.

Pérez-Ramos, A.M.Q. (1990). Modelos de prevenção: perspectivas dos programas de


estimulação precoce. Psicologia USP, 1, 1, 67-75.

Pérez-Ramos, A.M.Q. & Pera, C. (1995). Brinquedos e Brincadeiras para o bebê: kit para
criança nos seusdois primeiros anos de vida. São Paulo: Vetor.

Pérez-Ramos, A.M.Q. & Pérez-Ramos, J. (1992). Estimulação precoce: serviços, programas e


currículos. 2.ed. Brasília: Ministério da Justiça/CORDE.

https://www2.faccat.br/portal/sites/default/files/UM%20OLHAR%20REFLEXIVO%20SOB
RE%20O%20PROCESSO.pdf

http://mitambo.comunidades.net/avaliacao-e-tipo-de-avaliacao

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