Doenca Auto Imune
Doenca Auto Imune
Doenca Auto Imune
FACULDADE DE MEDICINA
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
UM ESTUDO CASO–CONTROLE
Uberlândia
2007
TACIANA CARLA MAIA FEIBELMANN
UM ESTUDO CASO-CONTROLE
Uberlândia
2007
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Feibelmann. - 2006.
87 f. : il.
CDU:
616-056
Elaborado pelo Sistema de Bibliotecas da UFU / Setor de Catalogação e Classificação
TACIANA CARLA MAIA FEIBELMANN
UM ESTUDO CASO-CONTROLE
Banca Examinadora
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
Ao meu pai Antônio e minha mãe Maria
de Lourdes, exemplos de trabalho,
dedicação e perseverança.
Ao meu amado irmão Juliano, um
batalhador incansável, exemplo a ser
seguido.
Ao meu marido Michael, companheiro e
cúmplice em todas as conquistas.
À minha querida filha Isabella, razão da
minha vida.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais Antônio e Maria de Lourdes pelo apoio incondicional em todas as fases de
minha vida e especialmente no decorrer deste trabalho.
À Dra. Maria de Fátima Borges por ter ativamente contribuído para o início deste meu projeto
de vida, essencial para a almejada futura carreira acadêmica.
Ao meu orientador Dr. Paulo Tannús Jorge por ter acreditado em meu potencial e, com
paciência e didática incomparável, ter participado de cada fase deste projeto contribuindo para
que fosse realizado o melhor possível.
À minha co-orientadora Dra. Sônia Antunes de Oliveira Mantese por ter aberto as portas do
Departamento de Dermatologia para a realização deste trabalho.
Ao Dr. Miguel Tanús Jorge e Lindioneza Adriano Ribeiro pela grande dedicação ao
crescimento desta pós-graduação.
À grande amiga Fabrícia Torres Gonçalves por todas as contribuições realizadas desde o
auxílio na coleta de dados, na formatação do texto e tabelas, críticas construtivas até o apoio
moral nos meus momentos de maior aflição.
À “amiga-irmã” Juliana Delfino que, mesmo distante, esteve presente todo este tempo me
trazendo conforto com seu apoio e conselhos.
Aos meus amigos do mestrado pela agradável convivência e especialmente ao Diego pela sua
gentileza e companheirismo.
À enfermeira Adelaide e sua equipe por terem auxiliado na coleta sanguínea durante o
período de greve.
A toda equipe do Laboratório de Análises Clínicas do Hospital de Clínicas da UFU por
sempre gentilmente receber os materiais colhidos no ambulatório e realizar as dosagens dos
exames solicitados o mais prontamente possível, mesmo no período de greve.
Aos dermatologistas Dr. José Joaquim, Dr. Bernardo e Dra. Lílian por auxiliar no diagnóstico
de urticária crônica e encaminhar os pacientes para a coleta de dados.
À Dra. Sandra por ter gentilmente permitido a coleta de dados dos pacientes do ambulatório
de Endocrinologia.
A Deus por estar sempre presente em toda a minha vida, guiar meus passos e colocar pessoas
tão importantes em meu caminho.
No Laughing Matter
Verbov, J.1
RESUMO
Gráfico 1 - Prevalência de anticorpos antitireoidianos com valor sérico maior do que 100
mUI/mL em 49 pacientes com UCI (grupo1) e 112 pacientes controles (grupo
2)..............................................................................................................................................51
Tabela 1 - Características, quanto ao sexo e idade, de 49 pacientes com UCI (grupo 1) e 112
pacientes controles (grupo 2), pareados de acordo com o sexo e idade avaliados no período de
agosto de 2004 a maio de 2006, no HC-UFU...........................................................................50
Tabela 5 - Comparação quanto à idade, tempo de evolução da urticária, valor de IgE total,
presença de angioedema, HF e HP de doença auto-imune entre 9 pacientes portadores de UCI
com doença tireoidiana e 40 pacientes portadores de UCI sem doença tireoidiana, avaliados
no período de agosto de 2004 a maio de 2006, no HC-UFU....................................................54
1 – INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 15
2 – REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................19
2.1 – URTICÁRIA .......................................................................................................20
2.1.1 Classificação..................................................................................................20
2.1.2 Epidemilogia..................................................................................................21
2.1.3 Etiologia.........................................................................................................22
2.1.4 Genética.........................................................................................................24
2.1.5 Patogênese......................................................................................................25
2.1.6 Relação com auto-imunidade.........................................................................27
2.2 – DOENÇA AUTO-IMUNE DE TIREÓIDE........................................................29
2.2.1 Classificação..................................................................................................29
2.2.2 Epidemilogia..................................................................................................30
2.2.3 Fatores ambientais associados ao desencadeamento da doença....................32
2.2.4 Genética.........................................................................................................35
2.2.5 Patogênese......................................................................................................37
3 – OBJETIVO .................................................................................................................41
4 – PACIENTES E MÉTODOS.......................................................................................43
5 – RESULTADOS............................................................................................................49
5.1 – Resultados Referentes ao Grupo 1 (portadores de UCI) e Grupo 2 (Controles)..50
5.2 – Resultados Referentes ao Grupo 3 (portadores de DAT) e Grupo 4 (portadores de
DNAT)..........................................................................................................................54
6 – DISCUSSÃO................................................................................................................57
7 – CONCLUSÃO.............................................................................................................66
6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................68
REFERÊNCIAS................................................................................................................70
ANEXOS............................................................................................................................80
15
1. INTRODUÇÃO
16
urticas. Cada lesão é constituída por um edema central, de tamanho variável e, quase sempre,
é circundada por um eritema; causa prurido ou, algumas vezes, sensação de queimação com
natureza evanescente, podendo ocorrer melhora completa em uma a vinte e quatro horas
horas.2 Angioedema pode acompanhar a urticária em até 50% das vezes sendo caracterizado
por início repentino de edema acentuado da derme profunda e subcutâneo.3 Este tipo de lesão
freqüentemente envolve membranas mucosas, podendo apresentar como sintoma principal dor
ao invés de prurido e tem resolução mais lenta do que as urticas, podendo levar até setenta e
de seis semanas, a doença é denominada Urticária Crônica (UC).4 Até 20% da população
tem UC.5, 6 Essa exerce grande influência na qualidade de vida dos pacientes, comparável ao
que ocorre em portadores de doença arterial coronariana tripla.7, 8 Além disso, em raros casos,
angioedema.3
etiológico evidente não consegue ser identificado e são excluídos casos de urticária vasculite e
principalmente no uso de antihistamínicos.10 No entanto, uma grande parte dos pacientes com
Urticária Crônica Idiopática (UCI) apresenta apenas melhora parcial ou não obtêm qualquer
UCI são importantes e estão sendo realizados para prover perspectivas de cura ou, pelo
menos, tratamentos mais eficazes. Como resultado desses esforços, vários autores
17
UC.11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19 Esses achados levantam a possibilidade de uma relação entre estas
estudos, de 1,14% a 36%.11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21 Outros autores, procurando reforçar a
Hashimoto (TH) e Mixedema Idiopático ou Tireoidite Atrófica, que acredita-se ser o estágio
Vitiligo, Doença Celíaca, Diabetes Mellitus tipo 1 e Doença de Adisson.24, 25, 26, 27
Essa
associação pode ocorrer isoladamente ou como parte das Síndromes poliglandulares auto-
imunes.28 Além disto, em uma revisão, Weetman relatou vários trabalhos que demonstram
Na UCI verificou-se que até 50% dos pacientes podem ter uma origem auto-imune
identificada pela presença em seu soro de auto-anticorpos anti-receptor de alta afinidade para
sugere que DAT e UCI podem estar relacionadas, em alguns casos, por dividir um mesmo
A importância desta relação é reforçada por alguns autores que, baseados no relato de
maior freqüência de DAT em pacientes com UCI, sugeriram que possa ocorrer uma relação de
causa e efeito entre essas doenças, demonstrando melhora e até remissão total da urticária em
18
encontrado inclusive naqueles que não tinham disfunção tireoidiana, mas que apresentavam,
merecem crítica por não serem ensaios clínicos duplo cegos com controle. Visto que a
urticária é uma doença com alta taxa de remissão espontânea e que observador e pacientes
podem ter sido sugestionados a encontrar melhora do quadro clínico por ser uma doença que
traz grande ansiedade por parte de ambos, a possibilidade de viés é muito grande.
Assim, apesar de muitos trabalhos na literatura terem encontrado uma associação entre
DAT e UC, ocorreu uma grande variabilidade entre as freqüências encontradas, seja por
consideramos importante a realização desta pesquisa onde procuramos usar uma metodologia
2. REFERENCIAL TEÓRICO
20
2.1 URTICÁRIA
2.1.1 Classificação
mecanismo final. Este é representado pela degranulação dos mastócitos e basófilos da pele
Para fins didáticos, a urticária pode ser classificada quanto à sua duração, freqüência e
Européia de Alergologia e Imunologia Clínica.2 Segundo este documento, a urticária pode ser
urticária de contato com calor, urticária solar, urticária dermográfica ou factícia e urticária
vibratória. Neste grupo, a lesão ocorre devido ao estímulo físico direto na pele.
Outros tipos ou tipos especiais de urticária são aqueles em que, apesar de um estímulo
físico poder estar envolvido, ele não causa diretamente a lesão, mas sim, a geração de outro
estímulo que, por sua vez, irá desencadeá-la. Fazem parte deste grupo a urticária colinérgica
(devido ao breve aumento da temperatura corporal pelo calor, estresse, suor, exercício ou
banho quente), urticária de contato (devido a reação alérgica, mediada por IgE) e urticária
classificação da doença, mas que hoje são mais importantes por fazer parte do diagnóstico
familiar e angioedema não histaminérgico. Síndromes que podem estar associadas com
21
urticária são Muckle-Wells, Schnitzler, Gleich e Well. Todas estas doenças têm patogênese
denominado Urticária Crônica Idiopática (UCI).4 Para este diagnóstico são afastadas urticária
vasculite, urticária física e urticária devido a um alergeno alimentar, após teste placebo
controlado. A urticária vasculite difere da UCI principalmente por cada lesão ter duração de
mais de 24 horas e deixar cicatriz no local da pele afetado, além do sintoma predominante ser
2.1.2 Epidemiologia
Dados epidemiológicos sobre urticária são escassos. No entanto, como relatado acima,
15% a 20% da população tem pelo menos um episódio da doença em sua vida.3, 34 Segundo
Zuberbier, em um estudo prospectivo, foi relatada uma incidência anual de 0,1% e uma
prevalência de 12,32%. 35
segundo revisão realizada por Sabroe e Greaves.6 Ainda de acordo com os autores, o
acometimento desta forma de urticária é duas vezes mais comum em mulheres do que em
homens. No entanto, a relação entre o sexo feminino e masculino pode chegar a 4:1, sendo
urticária dentro de 12 meses em 50% dos pacientes.37 No entanto, 20% apresentaram sintomas
até 5 anos após o início da doença e 10% a 20% foram acometidos por até 20 anos. As taxas
Entre os casos de UC, em grande parte não é possível se encontrar um fator etiológico
responsável. Nettis e colaboradores avaliaram 562 pacientes com urticária dos quais 68%
eram mulheres e 35% eram homens com idade média de 35 anos. Destes, 53% tinham UC.
Entre todos os casos de urticária, 81,7% foram classificados como idiopáticos após extensa
investigação.20 Entre os casos de UCI, 30% a 50% podem ser de origem auto-imune.38
2.1.3. Etiologia
maioria das vezes, ocorre devido a uma reação alérgica a um alimento, drogas, picadas de
infecções por Helicobacter pylori, parasitas intestinais, outras infecções bacterianas, virais e
fúngicas.39, 40
O Helicobacter pilory poderia causar a lesão por permitir maior absorção de antígenos
liberação de toxinas capazes de ativar o complemento.40 Além disto, essa bactéria poderia
comprovem a relação entre Helicobacter pilory e UC ainda não foram realizados, sendo o
dentária, sinusites, amigdalites e colecistite. Infecções virais, especialmente devido aos vírus
entanto, em uma recente revisão, Crubier demonstrou que não há evidências convincentes
urticária, sendo que, estas são responsáveis por 1% dos casos.5 Essa relação é melhor
Reações alérgicas a alimentos e drogas mediadas por IgE são causas extremamente
raras de UC.46 Segundo Greaves, em dados não publicados, alguns pesquisadores não
encontraram qualquer caso de alergia alimentar como causa de urticária crônica entre 1200
estudados.38 O mesmo autor relata experiência similar, não acreditando que esta seja uma
causa importante de UC.38 No entanto, existe um subgrupo de pacientes com reações pseudo-
inflamatórios não esteróides, por exemplo, são os principais medicamentos que podem
não alérgicos pelos quais os alimentos podem causar urticária.34 A gastrina, por exemplo,
poderiam levar à urticária por serem os mais potentes liberadores deste hormônio pela mucosa
alguns alimentos, bem como o seu metabolismo anormal pela deficiência de diamino oxidase,
uma enzima responsável pela sua degradação. Alguns alimentos e medicamentos podem
24
diminuir a atividade desta enzima. Diferente das reações mediadas por IgE, onde a remissão
dos sintomas ocorre vinte e quatro a quarenta e oito horas após a abstinência do alimento
alergeno, nas reações pseudo-alérgicas a dieta deve persistir por duas a três semanas até que
os benefícios possam ser observados.39 Testes alérgicos de pele são muitas vezes falso
positivos e não devem ser usados para este diagnóstico.46 O padrão ouro é o teste duplo cego,
placebo controlado, onde o paciente ingere cápsulas com o princípio ativo do alimento que
reação.48
neoplasia oculta é uma causa improvável dessa doença, já que a urticária ocorre quando as
2.1.4. Genética
colaboradores avaliaram 562 pacientes com a doença dos quais 35% apresentavam uma
história de atopia na família e 10% uma história de urticária.20 No entanto, estes dados não
603 controles quanto à prevalência de diferentes alelos de HLA classe II.49 As moléculas HLA
células nucleadas (HLA classe I) e células apresentadoras de antígenos (HLA classe II),
envolvidas na resposta imune.50 Antígenos estranhos são reconhecidos pelas células apenas
quando apresentados pelas moléculas HLA que por sua vez são responsáveis pela
25
discriminação entre próprio e não próprio.23 A maioria das doenças auto-imunes estão
associadas com diferentes tipos de alelos HLA, sendo que alguns conferem maior
prevalência dos subtipos HLA classe II DRB1*04 (DR4) e seus alelos associados
Mais estudos são necessários para confirmar estes dados, a fim de estabelecer se
2.1.5 Patogênese
na urticária.3 Segundo Baxi e Dinakar, em uma revisão recente sobre o assunto, a estimulação
dessas células na pele humana pode ocorrer devido a diversos mecanismos.51 O primeiro seria
mediado por uma resposta imune. Estão envolvidos neste mecanismo um antígeno ou
alergeno, IgE e receptor de alta afinidade para IgE (FcεRI - high-affinity IgE receptor). O
FcεRI consiste de quatro cadeias polipeptídicas transmembrana sendo uma alfa, uma beta e
duas gama.6 A região Fc da IgE liga-se ao domínio da parte extracelular da cadeia alfa do
receptor.6 Basófilos e mastócitos são ativados quando ocorre ligação de antígenos à IgE
específica.36
C3a, C4a e C5a são anafilotoxinas que ativam diretamente os mastócitos. Sua concentração
sérica pode aumentar após a ativação da cascata do complemento por complexos imunes
26
Eritematoso Sistêmico.51
Um terceiro mecanismo é aquele não mediado pelo sistema imune, onde pode ocorrer
lesão após estímulo direto na membrana dos mastócitos e basófilos. Agentes responsáveis por
este tipo de estímulo são os neurotransmissores, alguns compostos presentes nos crustáceos,
morangos e corantes, estímulos físicos (frio, calor, vibração, luz, pressão, água), álcool,
Finalmente, outro mecanismo de lesão na urticária seria aquele mediado por auto-
prurido e a dor são causados por conseqüente estímulo sensorial.52 Apesar do principal
derivados de lipídeos gerados após estímulo inicial dessas células (prostaglandina D2,
responsáveis pela quimiotaxia, ativação do complemento e várias outras ações que levam à
de mediadores como citocinas e quimoquinas pelas células presentes no local da lesão, bem
como o aumento da expressão de moléculas de adesão, fator de necrose tumoral alfa (TNF α)
e Interleucina 3 (IL-3) pelas células endoteliais e epiteliais são responsáveis por amplificar a
resposta inflamatória.5
poderiam ser responsáveis pelo desencadeamento de lesões em alguns pacientes com UCI.55
Em seu trabalho, sete entre doze sujeitos apresentaram urticas após injeção intradérmica do
próprio soro (soro autólogo), retirado durante a fase ativa da doença. Em outro relato, o
eram da classe IgG e tinham atividade anti- IgE.56 Mais tarde, em 1993, Hide e colaboradores
relataram que, mais importante do que anticorpos anti-IgE para o desencadeamento da UCI,
eram os anticorpos anti-receptor de alta afinidade para IgE (anti- FcεRI) , que ao se ligarem
portadores de UCI, existe um grupo selecionado de pacientes com UCA que pode representar
células dermais de doadores saudáveis pelo soro do paciente.58 Além disto, foram
28
desenvolvidos ensaios com técnica ELISA e Western blot para detecção direta dos
anticorpos.59
A padronização do TSA foi feita em 1999 por Sabroe e colaboradores.58 Segundo estes
autores, o teste deve ser realizado em paciente na fase ativa da doença, após suspensão de
imunossupressores e antihistamínicos por pelo menos dois meses e dois dias, respectivamente.
Sangue venoso é retirado e centrifugado. Deve ser injetado, em uma região da pele sem
mesma quantidade de soro fisiológico (controle), realizando-se a leitura 30 min após. O teste
é considerado positivo quando a lesão provocada pelo soro autólogo é 1,5 mm maior ou igual
àquela provocada pela solução salina. Com esta padronização, obtém-se sensibilidade de 65%
Os autores alertam que, apesar de simples e custo-efetivo, este teste deve ser realizado
apenas por um observador experiente. Caso contrário, ele deve ser validado pelo teste in vitro
de liberação de histamina, pelo menos inicialmente.58 Logo, o TSA tem suas limitações.
Apesar de ter razoável sensibilidade e especificidade, nem sempre implica que a formação de
histamina pode ser desencadeada por outros fatores endógenos presentes no soro do paciente e
que não têm relação com o mecanismo auto-imune, visto que a correlação com o teste in vitro
não ocorre em todos os casos, podendo ser obtidos resultados tanto falso positivos quanto
falso negativos.42 Corroboram para este fato, o achado de alguns autores que observaram que
apenas 20% dos pacientes com UCI e TSA positivo têm capacidade de liberar histamina.60
resultados falso positivos e, menos comumente, falso negativos.59 Assim, não existe boa
correlação entre o resultado destes ensaios e a atividade dos anticorpos avaliada tanto pelo
29
TSA quanto pelo teste in vitro de liberação de histamina. Resultados falso negativos podem
ocorrer quando o nível sérico dos anticorpos é muito baixo, não sendo detectados pelos
colaboradores relataram que é possível detectar no soro de pacientes com UCA anticorpos
funcionais das classes IgG1 e IgG3, fixadores de complemento e, menos comumente, IgG 4.59
Porém, no soro dos mesmos pacientes, encontram-se anticorpos IgG 2 que são inativos. Além
anticorpos do ser humano.61 No entanto, uma série de fatores poderia, provavelmente, torná-
los patogênicos. Um exemplo seria o estado de ocupação dos receptores FcεRI por moléculas
IgE, que não permite que os anticorpos se liguem suficientemente para causar doença.61
Assim, apesar de parecer que uma causa auto-imune para a UCI realmente possa
existir, ainda não estão estabelecidos quais são os fatores que contribuem para o surgimento e
perpetuação da doença. No entanto, o relato de alguns autores de que pacientes com TSA
positivo têm maior duração e gravidade da UC comparados com aqueles com TSA negativo,
2.2.1 Classificação
mesma doença, denominada Tireoidite Crônica Auto-imune (TCA), com duas diferentes
ambas estão presentes infiltração linfocítica no tecido glandular e altos títulos de anticorpos
2.2.2 Epidemiologia
responsáveis por essa diferença incluindo distribuição quanto ao sexo, idade, etnia e
pode chegar a 7:1 e 6:1, respectivamente.63, 66, 67 Além disto, há uma tendência ao aumento na
mulheres.
antitireoidianos aumentou de 5,9% para 10,4% naquelas com menos de 45 anos e mais de 45
anos, respectivamente.68
das mulheres e 6,6% dos homens entre 2656 pessoas com idade entre 41 a 71 anos.69
grupo de pacientes que apresentavam excreção de iodo aumentada, encontraram uma maior
que em áreas repletas de iodo, sugerindo haver uma relação indiretamente proporcional entre
No estudo HUNT realizado em uma região suficiente em iodo, que incluiu toda a
conhecido em 0,9% dos homens e 4,8% das mulheres.70 Hipotireoidismo não conhecido foi
(TSH) elevado em toda a população foi de 5,3%. Anti-TPO foi dosado em uma amostra
randomizada de 942 sujeitos com mais de quarenta anos, sendo encontrada uma freqüência de
13,9% entre as mulheres e 2,8% entre os homens. A grande maioria dos pacientes com
No estudo NHANES III os autores avaliaram uma grande amostra da população dos
Estados Unidos da América com mais de doze anos de idade.71 Entre 17353 pessoas, a
antitireoidianos foram maiores em mulheres, aumentaram com a idade e são mais altos em
após o estudo Wichkham no Reino Unido, verificou-se que a incidência de doença tireoidiana
O fator gerador da resposta imune na DAT ainda não é totalmente conhecido. Sabe-se,
no entanto, que vários fatores ambientais estão relacionados à maior incidência dessa doença
100%, podendo atingir apenas 30%, corroborando para a importância de fatores não
O iodo é o principal fator conhecido. Sabe-se que quanto maior a ingestão dessa
que, ao serem apresentados, seriam reconhecidos como não próprios, induzindo à resposta
auto-imune.
auto-imunes como Doença Cardíaca Reumática, Miastenia Gravis e Diabetes Mellitus tipo1.77
Evidências de que na DAT infecções virais possam ser responsáveis pela auto-imunidade,
presença destes agentes.78, 79 Além disto, há trabalhos relatando maior incidência de DAT em
Segundo uma detalhada revisão feita por Tomer e Davies, os agentes infecciosos
podem causar auto-imunidade por uma série de mecanismos.77 Como parte destes, estão as
alterações induzidas por vírus na expressão dos auto-antígenos, ocasionada pela maior
expressão de antígenos próprios após lesão tecidual ou pela expressão persistente de antígenos
de vírus alojados no interior das células. Na DAT este mecanismo foi descrito por alguns
autores.81
o mimetismo molecular. Este ocorre quando seqüências de DNA de agentes infecciosos têm
Anticorpos anti-idiotípicos são aqueles voltados contra epítopos de vírus que se ligam a
DAT foi descrita a presença destes complexos, porém ainda não se sabe se está relacionada ao
térmico presentes em células de agentes virais e bacterianos, bem como em células humanas.
Essas proteínas são responsáveis pela manutenção de funções celulares vitais. Após a infecção
(PCT) presentes em sua superfície e reação cruzada com PCT presentes em células teciduais
do hospedeiro. Como ocorre um estado inflamatório, estas proteínas são expressas em maior
DAT.85
expressão aberrante, as células podem passar a ser apresentadoras de seus próprios antígenos,
na DAT, seguido por outros autores que demonstraram que a expressão aberrante de HLA
pode ocorrer in vitro pelas células tireoidianas após exposição a agentes virais. 86, 87
de interferon alfa, durante tratamento para hepatite por vírus C, confere às mulheres um risco
relativo de 4,4 para o surgimento da doença.88 Além disto, pacientes com anti-TPO positivo
35
de DAT incluem: interleucina 2 (IL2), usada para o tratamento de alguns tipos de câncer;
terapia antirretroviral, dirigida ao tratamento de pacientes com infecção por HIV; fator
usado para o tratamento de Esclerose Múltipla e que induz DG em um terço dos pacientes.89,
90, 91, 92, 93
Outros fatores ambientais que podem estar relacionados à maior incidência de DAT
são o stress; baixo peso ao nascimento, sendo esta relação ainda controversa e tabagismo.94, 95,
96
Influências hormonais podem ser responsáveis pela grande predominância de DAT em
fetais no tecido tireoidiano materno, que podem ser identificadas neste local anos após o
parto.97 As células fetais presentes na tireóide seriam reconhecidas como não próprias,
2.2.4 Genética
aparecimento da doença em até 33% dos irmãos de pacientes com DG e TC.98 A taxa de
Na TCA HLA DR5 e HLA DR3 conferem um risco relativo de 3,1 e 5,1 para o
DRB3*0202.98 No entanto, a maioria dos pesquisadores que encontraram relação entre HLA e
DAT, basearam-se em estudos tipo caso-controle, cujos dados não foram confirmados por
outros trabalhos onde foi realizada uma análise de ligação.102 Isto sugere que os genes HLA,
apesar de importantes marcadores de susceptibilidade genética para DAT, podem não ser os
apresentadora de antígeno, inibe a resposta imune, causando anergia.98 Se esta interação não é
Alguns autores demonstram também que polimorfismos neste gene podem diminuir a chance
de remissão da DG.105
Segundo Tomer e Davies que revisaram extensamente o assunto, existe uma variedade
de genes candidatos à associação com DAT incluindo aqueles que codificam os maiores
outros genes em locus do Xq, 14q, 20q, 5q31, 8q24 , 6p, 10q, 7q ,14q, , 2q ,1p31–32 e
cromossomos 9 e 11.98 Porém, não foi demonstrada uma forte associação, sugerindo um papel
37
2.2.5 Patogênese
auto-imune.23 Logo após essa interação, as células epiteliais tireoidianas liberam várias
citocinas ( IL1, IL6, IL8, IL12, IL13, IL15 ) que, por sua vez, amplificam a ativação do
infiltrado linfocitário.106 Os linfócitos ativados produzem IL1, FNT α e interferon gama (IFN
γ).106 Essas citocinas perpetuam o processo imune através de sua ação nas células epiteliais
epiteliais tireoidianas que tornam-se capazes de apresentar seus próprios antígenos, passando
Dependendo do tipo de resposta gerada por este conjunto de fatores, a DAT pode
que dirigem a resposta imune para o tipo celular. Em contraste, células Th2 secretam
mista Th1 e Th2 ocorre tanto na DG quanto na TCA, mas na primeira predomina a resposta
iodo (anti-NIS), cuja importância ainda necessita ser melhor estudada.108 Na TCA não se sabe
em que grau os anticorpos são responsáveis pela disfunção e destruição glandular. No entanto,
alteração da função tireoidiana pode ocorrer pela ação de anticorpos que promovem a lise
celular mediada pelo complemento.109 Se a morte celular não ocorre, graças a mecanismos
ativação linfocitária.23 Além disto, os anticorpos também poderiam inibir a função enzimática
processos.108, 110 Sabe-se ainda que podem existir auto-anticorpos na TCA que são capazes de
Esse anticorpo foi identificado, pela primeira vez, por sua atividade em estimular a tireóide
quando o soro de pacientes com hipertireoidismo devido à Doença de Graves foi injetado em
Mais tarde, foi verificado que se tratava de um anticorpo da classe IgG que se ligava ao
receptor do TSH e agia como seu agonista.114 Além de estimular a produção de hormônios
tireoidianos pela ligação direta ao receptor de TSH, o TRAb também contribui para a
Outro mecanismo de lesão na DAT é a resposta imune celular que também ocorre após
ativação dos linfócitos T, levando à morte celular programada denominada apoptose que
39
ocorre via receptores de morte denominados Fas e Fas ligante e “tumor necrosis factor-
related apoptosis-inducing ligant” (TRAIL). Além disso, morte celular pode ocorrer pela lise
direta das células epiteliais tireoidianas provocada por grânulos de perforina e granzima.115
e interage com o Fas ligante, uma proteína transmembrana tipo II pertencente a superfamília
da citocina FNT.116 A ligação do Fas ligante, expresso na célula efetora, ao Fas, expresso na
célula alvo, leva à morte celular das células alvo que expressam o Fas.
Na DAT elas também expressam o gene Fas.115 Esta expressão anômala é induzida por
citocinas como IL1 β, FNT α e INF γ que são secretadas por linfócitos e macrófagos
intratireoidianos ativados.118 Após a expressão de Fas e seu ligante nas células epiteliais
tireoidianas, a apoptose pode ocorrer por vários mecanismos, como revisado por Yamazaki e
citotóxicos, com o Fas expresso nas células epiteliais tireoidianas induziria à apoptose das
últimas. Segundo, poderia haver uma falha no processo normal de apoptose dos linfócitos T
ativados que expressam tanto Fas quanto Fas ligante. Estes linfócitos seriam células suicidas e
fratricidas e sua morte programada seria um meio de regulação da resposta imune. Se há falha
auto-imunidade. Por último, poderia ocorrer a interação do Fas e Fas ligante expressos em
uma mesma célula epitelial tireoidiana, causando morte celular por mecanismo suicida e
interação de Fas e Fas ligante entre células vizinhas, causando apoptose por mecanismo
fratricida.
apoptótica bcl-2 nas células epiteliais tireoidianas e um padrão contrário nos linfócitos
intratireoidianos, bem como menor expressão de bcl-2 nestas células. Este padrão levaria à
Outro mecanismo de apoptose ocorre mediado pelo TRAIL que é uma proteína
homóloga ao Fas ligante. A expressão do TRAIL pode ser induzida em células tireoidianas
pela presença de citocinas inflamatórias como IFN γ, FNT α e IL1 β.120 Apesar de existirem
vários receptores para esta proteína, apenas os receptores TRAIL-R1 e TRAIL-R2 contêm um
granzima causa lise celular pela ativação da cascata caspase após alcançar o citoplasma das
células epiteliais tireoidianas pela ação da perforina, secretada por linfócitos T citotóxicos.121
41
3. OBJETIVO
42
4. PACIENTES E MÉTODOS
44
O estudo foi realizado em duas fases. Na primeira, participaram 161 sujeitos que
foram divididos em dois grupos: grupo 1 (pacientes com UCI) e grupo 2 (controles), a fim de
foi feito pela presença de lesões eruptivas em pele, pruriginosas, evanescentes (duração de
cada lesão até 24 horas), de variados tamanhos e formas, cujos episódios ocorriam pelo menos
três vezes por semana durante seis semanas ou mais. Foi considerada idiopática quando não
foi possível definir uma etiologia precisa pela história clínica ou após avaliação laboratorial
inicial. Foram excluídos pacientes com urticária física, gestantes, portadores de hepatite viral,
pacientes que estavam em uso de medicamentos que poderiam alterar a função tireoidiana
como carbonato de lítio, amiodarona e interferon e pacientes para os quais, após avaliação
detalhada (anexo 1), exame físico e exames laboratoriais constituídos por exame
tireoestimulante (TSH, VR= 0,4-4,0 mUI/mL) e T4 livre (T4L, VR=0,8-1,9 ng/dL), realizados
Aqueles nos quais foi detectada parasitose intestinal ou infecção urinária foram
tratados e reavaliados quanto à persistência das lesões após tratamento. Uma paciente cuja
queixa de epigastralgia era muito importante, foi submetida à endoscopia digestiva alta com
pesquisa para Helicobacter pilory, tendo sido tratada após diagnóstico de infecção por esse
agente e também reavaliada quanto à presença de lesões após tratamento. Aqueles que
Entre 58 pacientes submetidos à avaliação inicial, foram excluídos três que tinham
história clara e evidente de urticária física, dois que tinham diagnóstico prévio de hepatite
(amiodarona e carbonato de lítio), uma paciente que após tratamento para a erradicação de
diagnóstico de hepatite por vírus C, após ter sido detectado aumento de enzimas hepáticas
O grupo 2 (controle) foi constituído por 112 pacientes pareados de acordo com o sexo
história de urticária crônica, com doenças de pele de etiologia conhecida, não auto-imune ou
alérgica e sem nenhuma associação relatada na literatura com doenças auto-imunes ( micose
46
em pele e unha, verruga vulgar, acne, carcinoma basocelular, queratose actínica, nevo,
usados os mesmos critérios de exclusão definidos para os pacientes com UC. Todos foram
questionados se havia história pessoal ou familiar de doença tireoidiana ou outra doença auto-
imune (anexo 2). Foi colhido sangue para a dosagem de anticorpos antitireoidianos (anti-TPO
e anti-Tg), TSH e T4L realizada no mesmo laboratório e com o mesmo método laboratorial
foi realizada uma segunda análise considerando positivos os valores séricos de anticorpos
antitireoidianos > 100 UI/mL. Disfunção tireoidiana foi considerada quando o paciente
(TSH elevado e FT4 baixo), hipertireoidismo subclínico (TSH diminuído e FT4 normal) ou
grupos (grupo 3 e grupo 4), a fim de compará-los quanto à presença de UCI. O grupo 3 foi
antitireoidianos.
tireóide;
exoftalmia;
tireoidiana não auto-imune como bócio uni ou multinodular, bócio difuso sem sinais de auto-
urticária crônica (anexo 3), sendo definido como critério diagnóstico o mesmo empregado
para o grupo 1.
Este trabalho foi realizado após a aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa da
A análise estatística foi realizada pelos testes do qui-quadrado ou teste exato de Fisher
normalidade dos dados, teste t de Student para análise de dados paramétricos e de Mann-
48
Whitney para os não paramétricos; programa Systat 10.2. Um valor de p <0,05 foi
considerado significativo.
49
5. RESULTADOS
50
e 12 (24,49%) do sexo masculino, com uma taxa de mulheres para homens de 3/1 (tabela 1).
A faixa etária dos participantes variou de 18 a 78 anos (média de 44,1 anos ± 16,19 anos). O
tempo de evolução da UCI foi de dois meses a vinte anos e 29 pacientes (48,97%) tinham
angioedema.
anos (média=45,46 anos ± 16,17 anos). Estes dados são apresentados na tabela 1.
Tabela 1 – Características, quanto ao sexo e idade, de 49 pacientes com UCI (grupo 1) e 112
pacientes controles (grupo 2), pareados de acordo com o sexo e idade avaliados no
período de agosto de 2004 a maio de 2006, no HC-UFU.
UCI= Urticária Crônica Idiopática; HC-UFU= Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia.
* Média ± desvio padrão.
positivo) nos pacientes do grupo 1 foi de 12,24% comparada com uma prevalência de 9,82%
para o grupo 2, não tendo sido encontrada diferença estatisticamente significativa (p=0,64).
51
maior valor para o ponto de corte dos anticorpos antitireoidianos (> 100 UI/mL) a fim de
(8,16%) do grupo 1 e 8 (7,14%) do grupo 2, também não ocorrendo diferença entre os grupos
(gráfico 1).
92,86%
105
Número de pacientes
90
75 Pacientes com Ac
60 91,84% >100 mUI/mL
45 *
30 8,16% *
7,14% Pacientes com Ac
<100 mUI/mL ou
15 negativos
0 Grupo 1 Grupo 2
Pacientes com DAT
*p = 0,75
Ac- Anticorpos antitireoidianos; UCI - Urticária crônica idiopática
52
tabela 3. Entre os pacientes do grupo 1 (portadores de UCI) apenas dois não tinham
diagnóstico prévio de disfunção tireoidiana. Destes, apenas um, em quem foi detectado
normalização do TSH.
dezesseis participantes (14, 28%) do grupo 2 apresentaram alguma alteração tireoidiana seja
entanto, aqui também não houve diferença estatisticamente significativa (p= 0,33). As
características dos nove pacientes com doença tireoidiana do grupo 1 estão demonstradas
detalhadamente na tabela 4. Este subgrupo foi comparado com os restantes 40 pacientes com
53
UCI que não tiveram qualquer evidência de doença tireoidiana em relação ao tempo de
evolução de urticária (p=0,15), idade (p=0,11) e valores de IgE total (p=0,37). Também foi
Não foi verificada diferença em relação a qualquer destes itens entre pacientes com UCI com
tabela 5 e gráfico 2.
UCI= Urticária Crônica Idiopática; DA= Doença Auto-imune; TSH= Hormônio tireoestimulante (VR= 0,4-4,0 mUI/mL);
T4L= T4 livre (VR= 0,8-1,9 ng/dL); Anti-TPO= antitireoperoxidase (VR até 35 IU/mL); anti-Tg= antitireoglobulina (VR até
45 IU/mL); HF= história familiar; HP= história pessoal; HC-UFU= Hospital de Clínicas da Universidade Federal de
Uberlândia; LES= Lúpus Eritematoso Sistêmico; DG= Doença de Graves; a= anos; m= meses; F= feminino; M= masculino.
* Hipotireoidismo compensado diagnosticado anteriormente ao estudo, em uso de levotiroxina.
** Diagnóstico realizado durante o estudo.
*** Diagnóstico realizado durante o estudo, ausência de bócio ou nódulo tireoidiano à palpação.
† Presença de anticorpos desconhecida anteriormente, sem disfunção tireoidiana.
†† Paciente com Doença de Graves e hipotireoidismo após tireoidectomia, em uso de levotiroxina.
54
Tabela 5 – Comparação quanto à idade, tempo de evolução da urticária, valor de IgE total,
presença de angioedema, HF e HP de doença auto-imune entre 9 pacientes
portadores de UCI com doença tireoidiana e 40 pacientes portadores de UCI sem
doença tireoidiana, avaliados no período de agosto de 2004 a maio de 2006, no
HC-UFU.
UCI= Urticária Crônica Idiopática; IgE= Imunoglobulina E; HF= história familiar; HP= história pessoal; HC-UFU: Hospital
de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia.
* Doença tireoidiana= presença de anticorpos anti-tireoidianos positivos ou disfunção tireoidiana.
†
Média ± desvio padrão.
††
Mediana (valor mínimo / valor máximo).
δ
n (%).
mulheres. A faixa etária dos participantes variou de 19 a 72 anos (média de 43,1 anos ± 12
anos) [tabela 6]. Vinte e sete (45%) tinham diagnóstico de DG e 33 (55%) de TCA. Dois
pacientes (3,33%) tinham história de UCI, no momento ativa em ambos. Entre esses, um
pacientes.
A faixa etária dos participantes variou de 20 a 76 anos (média de 51,69 anos ± 13,64 anos)
55
[tabela 6]. Dez apresentavam neoplasia tireoidiana, sete bócio colóide, oito nódulo
tireoidiano benigno e três bócio multinodular. UCI foi encontrada em um paciente (3,45%)
doença de pele estava presente havia oito anos e doença tireoidiana foi diagnosticada há três
anos.
Não houve diferença estatística quanto à freqüência de urticária crônica entre os dois
DAT: Doença Auto-imune de Tireóide; DNTA= Doença não auto-imune de tireóide; HC-UFU= Hospital de Clínicas da
Universidade Federal de Uberlândia.
* Média ± desvio padrão.
96,67%
60
Número de pacientes
50
40 96,55% Pacientes com UCI
30 Pacientes sem UCI
20 *3,33%
10
*
3,45%
0 Grupo 3 Grupo 4
Pacientes com DAT
p = 1,00
UCI - Urticária crônica idiopática
57
6. DISCUSSÃO
58
59
A associação entre UC e DAT foi descrita por vários autores que a consideraram bem
estabelecida.11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 22, 122 Entretanto, neste trabalho, que concorda com dois
Nos diversos estudos, houve diferença entre os critérios utilizados para definição de
(pacientes com UCI e grupo controle), não tendo sido encontrada diferença estatística em
em conjunto. No entanto, entre todos os critérios utilizados para a definição de DAT, o único
antitireoidianos, que será utilizado aqui para fins de discussão. Quanto à disfunção
tireoidiana, nos estudos anteriores ao nosso, apesar dos autores relatarem presença de
disfunção em pacientes com UCI, não fizeram o mesmo com o grupo controle, tornando
Alguns autores acreditam que uma parcela dos pacientes com UCI tem um mecanismo
auto-imune envolvido em sua patogênese e a relação com DAT ocorre pela, já conhecida,
susceptíveis.123, 124
O possível mecanismo imunopatogênico envolvido em alguns casos de
raramente, anti-IgE.30
maioria das doenças auto-imunes tanto na DAT quanto na UCI.6, 49, 125 Anticorpos anti-FcεRI,
60
quando ativos, são fixadores do complemento, do mesmo modo como pode ser observado em
relação a anticorpos anti-TPO.59, 109 Além disto, a UC é mais prevalente no sexo feminino o
que também ocorre na maioria das doenças auto-imunes, incluindo DAT.71, 74 Neste estudo,
semelhante a todos os outros relacionados ao tema, a amostra do grupo com UCI também foi
No entanto, entre os trabalhos que encontraram uma associação entre DAT e UC, a
pacientes com UC variou de 11,7% a 28,6%. A freqüência relatada por alguns autores nos
pacientes com UC foi semelhante à encontrada no presente trabalho (11,7%; 12,1%; 14% x
12%, respectivamente), porém essa semelhança não foi verificada em relação aos resultados
encontrados nos grupos controles (5,6%, 3%, 3,7% x 9,82%, respectivamente). Nesses
trabalhos os grupos controles não foram pareados de acordo com os pacientes com UC ou
não foi composto um grupo controle e os autores utilizaram para comparação dados de
estudos epidemiológicos. Isto pode ter levado à conclusão equívoca já que a prevalência de
iodo.126 Assim, o ideal é que se utilize um grupo controle constituído por sujeitos da mesma
região. Além disto, DAT vem aumentando devido aos programas de iodação do sal, logo, a
comparação de dados recentes com estudos epidemiológicos mais antigos poderia mostrar
uma diferença de prevalência que não existe.72 Outro aspecto é que DAT é mais comum no
sexo feminino e na faixa etária acima de 40 anos, como ocorre também na UC.3, 68, 69, 70, 71
epidemiológicos que contêm semelhante número de homens e mulheres e inclui várias faixas
etárias pode levar a erros na interpretação dos dados. Além disto, outros autores utilizaram
pacientes com UC e controles (qualquer anticorpo positivo para o primeiro grupo e apenas
ambos positivos para o segundo).14 Assim, se tivessem considerado o mesmo critério para os
dois grupos, não haveria diferença estatística e, portanto, não se poderia concluir a favor de
Por outro lado, existem trabalhos onde foi encontrada uma associação entre DAT e UC
contra 9% no grupo controle.16 A freqüência descrita por Verneuil e colaboradores foi de 26%
primeiro foi encontrada semelhança com os nossos dados em relação ao grupo controle
de doentes com UC a prevalência foi bem maior que a descrita em nossa série de pacientes
(21 x 12%, respectivamente).16 Por outro lado, Toubi e colaboradores relataram uma
freqüência semelhante à encontrada no presente estudo em relação aos portadores de UC, mas
com UC (1,14% e 2,0%).20, 21 Esses resultados podem ter sido subestimados, pois não se tem
comprometimento da produção hormonal, visto que todos os pacientes relatados com DAT
tinham ambos, anticorpos positivos e disfunção tireoidiana. Além disto, esses estudos não
foram designados especificamente para a pesquisa de DAT e por isso também não utilizaram
um grupo controle para comparação. Apesar das considerações acima, seus resultados
chamam a atenção para o fato de que é possível que, nem sempre, a freqüência de DAT em
população geral.
62
Esta discrepância entre os achados dos diversos trabalhos se mantém quando foi
também se encontre mais casos de UCI entre pacientes com DAT do que naqueles com
DNAT ou na população geral. No entanto, há apenas dois estudos anteriores ao nosso que
não se encontrou maior freqüência de UCI em pacientes com DAT quando comparados a
pacientes com DNAT, concordando com o achado de ausência de relação entre essas doenças
quando avaliou-se a presença de DAT em pacientes com UCI na primeira fase da pesquisa.
Não foi utilizado para fins de comparação um grupo controle com uma amostra de sujeitos
não acometidos por qualquer doença tireoidiana. Isto por considerar-se que o grupo controle
composto por pacientes com DNAT é, do ponto de vista metodológico, mais adequado do que
prevalência de UCI em pacientes com DAT do que em dois grupos controles: um de pacientes
com doença tireoidiana sem auto-anticorpos e outro de pacientes sem doenças de tireóide,
sugerindo que, quando ocorre, esta associação está relacionada à presença de auto-
imunidade.22
Assim, há uma grande diferença entre os dados encontrados por vários autores. Muitos
fatores podem explicar essa discrepância. A metodologia empregada variou nos diversos
trabalhos incluindo diferenças nos ensaios usados para dosagem de anticorpos antitireoidianos
e nos valores de corte considerados para positividade dos mesmos, mesmo quando um único
ensaio foi utilizado; definição de diferentes critérios diagnósticos para DAT e UC e, mais
importante, composição dos grupos controles. Outro fato importante é que, como na presente
pesquisa, não se avaliou em todos os trabalhos qual a percentagem de UCA entre todos os
ocorre apenas em um seleto grupo de pacientes com um TSA positivo que os classifica como
Considerando o grupo como um todo (n=182), descreveram uma taxa de 12,08 %, próximo da
alimentos, agentes infecciosos, tipo de clima, estilo de vida e inúmeros outros, que são aqui
ambientais que predispõe a um maior número de UCA entre todos os casos de UC. Assim,
considerando a amostra como um todo. Na nossa amostra e na de outros estudos onde não se
pôde demonstrar associação entre as duas doenças, pode ter ocorrido que a maioria ou pelo
menos grande parte dos pacientes não tenha qualquer indício de auto-imunidade em relação à
sua doença de pele, como encontrado por O’Donnel. Desta forma, a probabilidade de se
encontrar maior prevalência de DAT quando se estuda pacientes com UCI, dependeria do
número de casos com UCA existentes. Se estes são poucos, a associação entre as duas
doenças pode não ser verificada. Assim, o ideal é que na presente pesquisa tivesse sido
investigada a presença de UCA entre os pacientes com UCI. Porém, o teste do soro autólogo,
método mais simples para se detectar esses casos, tem suas limitações, especialmente quando
feito por um observador não treinado como já relatado anteriormente.58 Além disto, a
possibilidade de que DAT esteja associada apenas com aqueles casos de UCA ainda necessita
de confirmação por mais estudos já que alguns autores demonstraram que não ocorreu maior
64
número de UCA quando compararam um grupo de pacientes portadores de UCI com DAT e
imunidade não é o único fator que prediz uma associação entre as duas doenças. Alguns
autores, por exemplo, encontraram alta taxa de UCA em pacientes com UC (43%), porém
baixa prevalência de DAT (2%).20 Destaca-se aqui também o trabalho de Bakos e Hillander,
que analizando pacientes com UCA com e sem DAT, encontraram uma freqüência de
infecção por Helicobacter pylory de 90,9% contra 46,7%, respectivamente.128 A cepa com o
antígeno de 120 KDa CagA também foi mais prevalente no grupo com DAT. Acredita-se que
essa cepa de Helicobacter pylory, por produzir uma peroxidase muito semelhante à
molecular. Assim, alguns pacientes com UCA, teriam maior prevalência de anticorpos
Apesar de ser um único trabalho e haver a necessidade de outros estudos para confirmar estes
grupo controle encontrada em nosso trabalho, diferente da maioria dos relatos de outros
controles em alguns destes estudos, a alta prevalência de DAT no nosso grupo pode ter
ocorrido devido a maior proporção de mulheres em relação aos homens. No entanto, também
pode ter sido influenciada pelo aumento progressivo da incidência de DAT devido ao maior
consumo de iodo pela população, como já relatado acima.72 Isto também seria um dos fatores
que poderiam explicar os resultados encontrados no presente estudo. Ora, se duas doenças
65
podem ocorrer juntas como UC e DAT, ligadas por um mecanismo imunopatogênico comum,
um fator ambiental diferente que favoreça à maior incidência de apenas uma, poderia diminuir
o grau de associação entre as duas doenças. Assim, se DAT vem aumentando devido à maior
ingestão de iodo e este fator não tem relação com o desencadeamento da urticária, mais
Um aspecto que ainda deveria ser discutido em relação aos nossos resultados é que
nossa amostra pode ser considerada pequena quando comparada à de alguns estudos. No
Logo, é possível que precisaríamos de uma amostra bem maior para encontrar uma
significância estatística, caso ela ocorra e não tenha sido demostrada pelo presente trabalho,
Assim, alguns fatores podem ser mais importantes na indução de DAT, outros na
indução de UCA e ainda outros, podem contribuir para esta associação quando uma das
IgE total, idade, presença de angioedema, história familiar e pessoal de doença auto-imune,
tempo de evolução da urticária) entre um subgrupo de pacientes com UCI com anticorpos ou
disfunção tireoidiana e outro sem qualquer doença tireoidiana. Algumas destas variáveis
como presença de angioedema e maior tempo de evolução da UCI caracterizam casos mais
graves da doença.3 Nossos resultados não reforçam o relato de alguns autores que acreditam
que a associação com DAT pode estar relacionada à maior gravidade da UC.18 Além disto, ao
contrário do que é esperado, não houve relação entre história pessoal e familiar de auto-
imunidade entre os subgrupos analisados. Nível de IgE total foi estatisticamente igual nos
dois grupos, como já esperado, já que reação alérgica é causa rara de UCI e não há relatos de
66
associação com DAT. Estes resultados, no entanto, são de difícil interpretação devido ao
7. CONCLUSÃO
68
- Não houve relação entre DAT e UCI na população estudada, não se justificando a
- Não houve diferença entre portadores de UCI com DAT e portadores de UCI sem
DAT quanto ao nível de IgE total, idade, presença de angioedema, tempo de evolução da
DAT não é indicativa de características específicas em um grupo de pacientes com UCI e não
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
70
Assim, sugerimos que trabalhos com amostras maiores e com metodologias consideradas
melhores como um estudo tipo coorte sejam realizados pra confirmar estes dados. Além disto,
é importante estratificar os pacientes com UCI em um grupo com urticária auto-imune e outro
com urticária não auto-imune. Isto nos permitiria confirmar se a relação entre urticária e DAT
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118. KUAN, N. B. S.; PASSARO, E. JR. Apoptosis: programmed cell death. Archives
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80
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de Dermatologie et Venereologie, Paris, v. 130, n.12, p. 1115-1118, Dec. 2003.
ANEXOS
No da Ficha:
Iniciais do nome: Prontuário:
Idade: Sexo: M F
Profissão:
Naturalidade: Procedência:
Endereço:
Telefone:
História da urticária:
Data de início:
• Tempo de evolução: ___dias / ___ meses/ ___ anos
• menor do que Número de recorrências/semana: maior do que 4 4
• até 48 Duração das lesões individualmente: maior do que 48 h h
• Medicamentos em uso crônico ou recente:
antibióticos opiáceos AINE contrastes radiológicos
suplementos vitamínicos outros ________________________________
• Fatores desencadeantes:
vibração água pressão calor frio exercício
alimentos ( frutos do mar, chocolate, tomate, morango, melão, porco, queijo,
cebola, ovos, leite, cenoura., outros)
stress
Doença tireoidiana:
Exame físico:
Descrição das lesões: _________________________________________________
___________________________________________________________________
Diagnóstico da urticária :
Crônica: ___ etiologia conhecida
_____________________________________________
___ idiopática
Observações:
83
No da Ficha:
Iniciais do nome: Prontuário:
Idade: Sexo: M F
Profissão:
Naturalidade: Procedência:
Endereço:
Telefone:
TSH:
FT4:
T3 Total:
Anti-TPO:
Anti-Tg: --
Observações:
84
No da Ficha:
Iniciais do nome: Prontuário:
Idade: Sexo: M F
Profissão:
Naturalidade: Procedência:
Endereço: Telefone:
História da urticária:
Data de início:
• Tempo de evolução: ___dias / ___ meses/ ___ anos
• menor do que Número de recorrências/semana: > do que 4 < do que 4
Duração das lesões individualmente: maior do que 48 h até 48h
• Medicamentos em uso crônico ou recente:
antibióticos opiáceos AINE contrastes radiológicos
suplementos vitamínicos outros ________________________________
_Fatores desencadeantes:
vibração água pressão calor frio exercício
alimentos ( frutos do mar, chocolate, tomate, morango, melão, porco, queijo,
cebola, ovos, leite, cenoura., outros)
stress
Exame físico:
Descrição das lesões: ____________________________________________
Angioedema presente ausente
Diagnóstico da urticária :
Crônica: ___ etiologia conhecida
_____________________________________________
___ idiopática
86
Eu, _____________________________________________________________,
aceito participar do estudo sobre a comparação da prevalência de urticária crônica
entre pacientes com doença tireoidiana autoimune e com doença tireoidiana não
autoimune, conduzido pela Dra. Taciana Carla Maia Feibelmann (3237-6032), Dr.
Paulo Tannús Jorge (3236-3213) e Dra. Sônia Antunes de Oliveira Mantese (3218-
2246), aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (3239-4131) da Universidade
Federal de Uberlândia (UFU).
Como parte do estudo aceito submeter-me, caso já não realizada, à coleta de sangue
para dosagem de anticorpos antitireoidianos, TSH, T4 livre e, se necessário, T3 total,
hemograma, IGE total, TGO,TGP, VHS, fator reumatoide, FAN; coleta de fezes para
exame parasitológico e de urina para exame sumário.
Recebo a garantia de que:
• os dados derivados do estudo são confidenciais;
• tenho liberdade de retirar-me em qualquer momento da pesquisa, sem prejuízo no
que se refere ao meu atendimento;
• serei informado de qualquer mudança no procedimento do estudo;
• os resultados poderão ser apresentados em congressos e revistas médicas, sempre
respeitando os princípios éticos e os dados não permitirão a identificação dos
pacientes.
Assino o presente documento em duas vias, sendo que uma ficará comigo e uma com
o pesquisador.
Ass:___________________________________________________________
Uberlândia, _____________________________________________________
87
Eu, ______________________________________________________________,
aceito participar do estudo sobre a prevalência de doença tireoidiana auto-imune em
pacientes com urticária crônica, conduzido pela Dra. Taciana Carla Maia Feibelmann
(3237-6032), Dr. Paulo Tannús Jorge (3236-3213) e Dra. Sônia Antunes de Oliveira
Mantese (3218-2246), aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (3239-4131) da
Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
Como parte do estudo aceito submeter-me, caso já não realizada, à coleta de sangue
para dosagem de anticorpos antitireoidianos, TSH, T4 livre e , se necessário, T3 total.
Recebo a garantia de que:
• os dados derivados do estudo são confidenciais;
• tenho liberdade de retirar-me em qualquer momento da pesquisa, sem prejuízo no
que se refere ao meu atendimento;
• serei informado de qualquer mudança no procedimento do estudo;
• os resultados poderão ser apresentados em congressos e revistas médicas, sempre
respeitando os princípios éticos e os dados não permitirão a identificação dos
pacientes.
Assino o presente documento em duas vias, sendo que uma ficará comigo e uma com
o pesquisador.
Ass:___________________________________________________________
Uberlândia, _____________________________________________________
88
Eu, ______________________________________________________________ ,
aceito participar do estudo sobre a prevalência de urticária crônica em pacientes com
doença tireoidiana auto-imune e em pacientes com doença tireoidiana não auto-imune,
conduzido pela Dra. Taciana Carla Maia Feibelmann (3237-6032), Dr. Paulo Tannús
Jorge (3236-3213) e Dra. Sônia Antunes de Oliveira Mantese (3218-2246), aprovado
pelo Comitê de Ética em Pesquisa (3239-4131) da Universidade Federal de Uberlândia
(UFU).
Como parte do estudo aceito submeter-me, caso já não realizada, à coleta de sangue
para dosagem de anticorpos antitireoidianos, TSH, T4 livre e , se necessário, T3 total.
Recebo a garantia de que:
• os dados derivados do estudo são confidenciais;
• tenho liberdade de retirar-me em qualquer momento da pesquisa, sem prejuízo no
que se refere ao meu atendimento;
• serei informado de qualquer mudança no procedimento do estudo;
• os resultados poderão ser apresentados em congressos e revistas médicas, sempre
respeitando os princípios éticos e os dados não permitirão a identificação dos
pacientes.
Assino o presente documento em duas vias, sendo que uma ficará comigo e uma com
o pesquisador.
Ass:___________________________________________________________
Uberlândia, _____________________________________________________