Layout - Final - Angola - PDN 2023-2027-1
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Desenvolvimento
Nacional
2023-2027
Impacto socioeconómico sustentável
PDN 2023-2027
NOTA INTRODUTÓRIA
Angola dispõe de uma nova visão de longo prazo que • Elevar os níveis de segurança alimentar,
projecta o futuro do País, incluindo a sua inserção permitindo o acesso a uma alimentação
no contexto internacional nos próximos 27 anos, equilibrada, aumentar a produção nacional e o
representada pela Estratégia de Longo Prazo “Angola emprego, colocando o País menos dependente
2050”, a qual apresenta cinco eixos prioritários de do exterior, e reduzir as desigualdades sociais,
desenvolvimento, nomeadamente: (i) uma sociedade garantindo que os angolanos tenham melhor
que valoriza e potencia o seu capital humano, com qualidade de vida e que possam realizar o
enfase na educação e formação técnico-profissional, seu potencial.
saúde e juventude; (ii) uma infra-estrutura moderna
e competitiva, priorizando os sectores da energia Este PDN traz uma inovação no sentido de não
e águas, mobilidade (estradas, caminho de ferro, apenas financiar e implementar projectos, mas
portos, aeroportos), habitação e telecomunicações; principalmente questionar-se sobre o impacto
(iii) uma economia diversificada e próspera, com socioeconómico sustentável. Os projectos
enfase nos sectores da agricultura, pecuária, pescas, deverão impactar directamente os dois pilares de
florestas, indústria transformadora, recursos desenvolvimento, assim como um conjunto de filtros
minerais e turismo; (iv) um ecossistema resiliente de desenvolvimento transversais procurando impactar
e sustentável, com foco no ambiente, gestão de a juventude, comunidades vulneráveis, ambiente de
recursos hídricos e florestas; e (v) uma nação justa e negócios, receitas fiscais, igualdade de género, entre
com igualdade de oportunidades, priorizando a justiça outros. Isto permitirá hierarquizá-los, racionalizando
e direitos humanos, defesa nacional, protecção assim os recursos financeiros, humanos e materiais
social, igualdade do género e inclusão social. envolvidos.
Estes próximos 5 anos constituirão a primeira etapa Com esta abordagem, o PDN 2023-2027 será orientado
de construção desta visão de futuro que reuniu para acelerar o impacto socioeconómico sustentável
os contributos da sociedade civil, parceiros de das políticas públicas em áreas que contribuem para
cooperação e sector privado, num amplo processo de o fortalecimento dos pilares de desenvolvimento,
auscultação. seja através da melhoria do ambiente de negócios,
que permitirá gerar oportunidades de emprego,
Alinhado a esta visão do futuro, o Plano de especialmente para jovens e mulheres, seja através da
Desenvolvimento Nacional 2023-2027 (PDN 2023- melhoria da eficiência da gestão da despesa pública,
2027) abre uma nova era na formulação de políticas de modo a libertar recursos para apoiar políticas
públicas, com uma abordagem focada no impacto das inclusivas que favoreçam as comunidades mais
acções (projectos e actividades de desenvolvimento) vulneráveis.
a serem implementadas nos próximos 5 anos, e
orientado para o fortalecimento dos dois pilares de Angola terá mais de 38 milhões de habitantes em
desenvolvimento prioritários, que constituirão os 2027, representando o nosso activo mais valioso. Uma
motores do nosso processo de desenvolvimento e boa parte dessa população será jovem e metade será
influenciarão positivamente as escolhas públicas, feminina, pelo que elevaremos este Plano à juventude,
designadamente: como um dos temas transversais nos mais diversos
projectos nos próximos anos, e às mulheres, as quais
• Desenvolver o capital humano, elevando necessitamos de apoiar para construir uma sociedade
o nível de qualificação dos angolanos de mais justa e inclusiva. Por isso privilegiaremos
modo a proporcionar-lhes mais e melhores o investimento público que contribua para a
oportunidades para aumentarem os seus níveis capacitação da juventude, a igualdade de género e o
de vida. Angolanos saudáveis e qualificados empoderamento das mulheres.
construirão um futuro melhor para si, para as
suas comunidades, para as gerações futuras e Esta abordagem está respaldada em compromissos
para o País. É esta a base a partir da qual tudo claros e objectivos, suportados em métricas pelas
se desenvolverá naturalmente; e quais o PDN 2023-2027 será avaliado, tornando-o num
Plano mais comprometido com a inclusão, de forma
objectiva e transparente.
PDN 2023-2027 3
Índice
Lista de abreviaturas. . ........................................... .......... 6 8. Eixo 3: Promover o desenvolvimento
1. Enquadramento estratégico..................................... 7 do capital humano, ampliando o acesso
2. Evolução recente do contexto internacional. .... 10 aos serviços de saúde, ao conhecimento
e habilidades técnicas e científicas,
3. Evolução recente do contexto nacional............... 12
promover a cultura e o desporto e
4. Quadro macroeconómico para 2023-2027.. ........ 19
estimular o empreendedorismo e a
5. A nossa visão............................................................... 23 inovação . ............................................................. . . . . . . 53
8.1 Política de Educação, Juventude, Emprego
6. Eixo 1: Consolidar a paz e o Estado
e Inovação.............................................................. . . . . . . 54
democrático de direito, prosseguir
Metas da Política. ................................................ . . . . . . 55
a reforma do Estado, da justiça, da Programa 12: Programa de Expansão e
administração pública, da comunicação Modernização do Sistema de Ensino. ................. . . . . . . 59
social e da liberdade de expressão e da Programa 13: Programa de Formação de Quadros
sociedade civil........................................................ 28 . ............................................................................ . . . . . . 63
10.4 Política das Águas e Saneamento.............. 124 12. Eixo 7: Assegurar a defesa da
Metas da Política..................................................... 125 soberania, da integridade e da segurança
Programa 29: Programa de Expansão e nacional e promover a imagem e o
Modernização do Sector das Águas........................ 126 papel de Angola no contexto regional e
10.5 Política de Sustentabilidade Ambiental. .. 128 internacional . .................................................... . . . . 177
Metas da Política..................................................... 129 12.1 Política de Defesa e Segurança. .............. . . . . 178
Programa 30: Programa de Prevenção de Metas da Política. ................................................ . . . . 179
Riscos e Protecção Ambiental. . ............................... 130 Programa 44: Programa de
Programa 31: Programa para as Alterações Redimensionamento e Reequipamento da
Climáticas.. . .............................................................. 131 Defesa Nacional................................................... . . . . 180
Programa 32: Programa de Protecção da Programa 45: Programa de Desenvolvimento
Biodiversidade, Promoção da Economia Circular, da Indústria da Defesa Nacional. ........................ . . . . 183
Gestão das Substâncias Químicas e Educação Programa 46: Programa de Melhoria do Bem-
Ambiental.. . ....................................................... ...... 133 Estar dos Antigos Combatentes e Veteranos da
Pátria e do Sistema de Segurança Social das FAA
11. Eixo 6: Assegurar a diversificação . ............................................................................ . . . . 184
económica sustentável, inclusiva Programa 47: Programa de Acção Contra
e liderada pelo sector privado, e a Minas.....................................................................................................186
segurança alimentar.................................... .......... Programa 48: Programa de Melhoria da
.........................................................................................................................136 Segurança Pública e Gestão Fronteiriça............. . . . . 187
Programa 49: Programa de Modernização e
11.1 Política de Apoio à Produção,
Preservação da Segurança do Estado. ............... . . . . 190
Diversificação das Exportações e
Substituição das Importações............................. 137 12.2 Política Externa. .......................................... . . . . 192
Metas da Política..................................................... 138 Metas da Política. ................................................ . . . . 193
Programa 33: Programa de Fomento da Programa 50: Programa de Reforço do Papel
Produção Agropecuária. . ................................... ...... 142 de Angola no Contexto Internacional................. . . . . 194
Programa 34: Programa de Fomento da Anexo A: Metodologia, implementação e
Exploração e Gestão Sustentável dos Recursos monitorização do Plano. ......................................... . . . . 196
Florestais.. . . ....................................................... ...... 145 Anexo B: Síntese do balanço de
Programa 35: Programa de Exploração implementação do PDN 2018-2022. ..................... . . . 209
Sustentável dos Recursos Aquáticos Vivos e do
Sal e Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura
.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . ............................................................. 146
Lista de abreviaturas
ACVP..................Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria MPME.............................Micro, Pequenas e Médias Empresas
ADECOS...............Agentes de Desenvolvimento Comunitário ODS..................Objectivos de Desenvolvimento Sustentável
e Sanitário das Nações Unidas
AGT.........................................Administração Geral Tributária OGE..............................................Orçamento Geral do Estado
AIAAN..............................Aeroporto Internacional Dr. António OMS.........................................Organização Mundial de Saúde
Agostinho Neto ONG.....................................Organização Não Governamental
AIPEX.............Agência de Investimento Privado e Promoção ONU.......................................Organização das Nações Unidas
das Exportações de Angola OSC........................................Organizações da Sociedade Civil
AIPT...........................Áreas de Interesse e Potencial Turístico PALOP..............Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa
ANGOP....................................................Agência Angola Press PDI.....................................Pólo de Desenvolvimento Industrial
BCG.......................................................Vacina da Tuberculose PDN.................................Plano de Desenvolvimento Nacional
BUE........................................Balcão Único do Empreendedor PIB.........................................................Produto Interno Bruto
CEEAC.................Comunidade Económica dos Estados da PIR.......................................................Parque Industrial Rural
África Central PLANAGEO.....................................Plano Nacional de Geologia
CEFOJOR..........................Centro de Formação de Jornalistas PLANAGRÃO......................Plano Nacional de Fomento para
CFB........................................Caminhos de Ferro de Benguela a Produção de Grãos
CFL...........................................Caminhos de Ferro de Luanda PLANAPECUÁRIA.....................Plano Nacional de Fomento e
CFM...................................Caminhos de Ferro de Moçâmedes Desenvolvimento da Pecuária
COMESA.............Mercado Comum da África Oriental e Austral PLANAPESCAS............Plano Nacional do Fomento das Pescas
DHIS2.....................Sistema de Informação de Saúde Distrital PMA........................................................País Menos Avançado
DMU.................................................Unidade Múltipla a Diesel PME...........................................Pequenas e Médias Empresas
DST...................................Doença Sexualmente Transmissível PPP...................................................Parceria Público-Privada
EAC.........................................Comunidade da África Oriental PREI.............Programa de Reconversão da Economia Informal
ELP.........................Estratégia de Longo Prazo “Angola 2050” PRM.................................................País de Rendimento Médio
ENDIAMA E.P.....................Empresa Nacional de Prospecção, PRODESI......Programa de Apoio à Produção, Diversificação
Exploração, Lapidação e Comercialização das Exportações e Substituição das Importações
de Diamantes de Angola PROPRIV.......................................Programa de Privatizações
EPAS....................Empresas Públicas de Águas e Saneamento REA.........................................Reserva Estratégica Alimentar
EPI......................................Índice de Desempenho Ambiental RNA...................................................Rádio Nacional de Angola
ETA........................................Estação de Tratamento de Água RVCC.......................Reconhecimento, Validação e Certificação
FAA...............................................Forças Armadas Angolanas de Competências
FMI...........................................Fundo Monetário Internacional SADC.......Comunidade de Desenvolvimento da África Austral
GUE.................................................Guiché Único da Empresa SBES........................................Subsistema do Ensino Superior
I&D.......................................Investigação e Desenvolvimento SIAC................Serviço Integrado de Atendimento ao Cidadão
ICAO.....................Organização Internacional da Aviação Civil SNCTI......Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação
IDE.......................................Investimento Directo Estrangeiro SNS..............................................Sistema Nacional de Saúde
IES..........................................Instituições de Ensino Superior SPCB...........................Serviço de Protecção Civil e Bombeiros
IGT...............................................Inspecção Geral do Trabalho STEAM....Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática
II&D..............Instituições de Investigação e Desenvolvimento TAAG..................................................Linhas Aéreas de Angola
INACOQ...............Instituto Nacional de Controlo da Qualidade TARV.............................................Tratamento Anti-Retroviral
INAPEM.............Instituto Nacional de Apoio às Micro, TIC........................Tecnologias de Informação e Comunicação
Pequenas e Médias Empresas TIP..................................Tratamento Intermitente Preventivo
INE.......................................Instituto Nacional de Estatística TPA.................................................Televisão Pública de Angola
INEFOP.........................Instituto Nacional de Emprego e TUPPI...............Projecto Todos Unidos Pela Primeira Infância
Formação Profissional UNDESA.........Departamento das Nações Unidas para
INSS............................Instituto Nacional de Segurança Social Assuntos Económicos e Sociais
IP...................................................................Internet Protocol UNESCO.......Organização das Nações Unidas para a Educação,
IRSEA.................Instituto Regulador dos Serviços de a Ciência e a Cultura
Electricidade e de Água USD..................................................Dólar dos Estados Unidos
ISCED...................Instituto Superior de Ciências da Educação VIH...................................Vírus da Imunodeficiência Humana
IVA..................................Imposto Sobre o Valor Acrescentado ZCLCA................Zona de Comércio Livre Continental Africana
MEP.............................Ministério da Economia e Planeamento ZF..........................................................................Zona Franca
MINFIN.............................................Ministério das Finanças
6 PDN 2023-2027
1. Enquadramento estratégico
PDN 2023-2027 7
Inserção na ELP Os eixos estratégicos do PDN 2023-2027 convergem
com os eixos estratégicos da ELP, assegurando o
alinhamento necessário entre a visão de longo prazo e
A Estratégia de Longo Prazo “Angola 2050” (ELP)
o instrumento de implementação dessa estratégia no
visa responder aos desafios que se colocam ao País
curto prazo, o PDN.
no horizonte temporal de 2023-2050, tomando uma
abordagem holística, através de abordagens distintas
O eixo “Uma nação na aberta ao mundo, segura e
para os diferentes sectores da economia e áreas de
com igualdade de oportunidades” aborda as questões
interesse especial, que se unificam numa visão geral
essenciais para a redução dos níveis de desigualdade
para atingir os seguintes objectivos globais:
da nossa sociedade e reflecte-se nos eixos 1,
4 e 7 do PDN.
• Uma sociedade que valoriza e potencia o seu
capital humano; O eixo “Uma infra-estrutura moderna e competitiva”
está reflectido principalmente no eixo 5 do PDN, mas
• Uma infra-estrutura moderna e competitiva; também no eixo 2.
• Uma nação aberta ao mundo, segura e com O eixo “Uma economia diversificada e próspera”
igualdade de oportunidades. aborda a questão do desenvolvimento de uma
economia diversificada, com uma redução do peso do
Cada abordagem sectorial está organizada por: “Metas sector petrolífero e a necessidade global de se adoptar
Principais”, que são métricas internacionalmente fontes energéticas renováveis para se assegurar a
comparáveis que melhor descrevem o estado de sustentabilidade ambiental. Este eixo é reflectido
desenvolvimento do sector, expressas através do nomeadamente nos eixos 5 e 6 do PDN.
valor mais recente e projecções de médio (2027)
e longo prazo (2050), e que indicam o progresso O eixo “Uma nação que valoriza e potencia o
previsto para os diferentes sectores; “A nossa visão”, seu capital humano” aborda todas as questões
onde se apresenta um diagnóstico breve do sector relacionadas com a melhoria e dinamização do capital
e as ambições para 2050; “As escolhas com que nos humano, nomeadamente todas as áreas relacionadas
deparamos”, onde se refere as decisões estratégicas com a educação e saúde, incluindo também as áreas
a tomar para o alcance das ambições sectoriais; e de desporto e cultura. Este eixo é reflectido no
“As nossas soluções”, onde são avançadas acções eixo 3 do PDN.
específicas que contribuirão para o alcance das metas
de médio e longo prazos. Assim sendo, todos os eixos estratégicos da ELP são
cobertos integralmente no presente PDN, assegurando
As “Metas Principais” servem como métricas de a consistência estratégica que almejamos e o
progresso das diferentes políticas estratégicas cumprimento da função primordial do PDN como
do PDN 2023-2027 e de todos os PDNs até 2050, instrumento de implementação da visão para 2050.
assegurando a consistência estratégica entre os
diferentes instrumentos de planeamento do Governo
e a constante monitorização do nosso progresso em
direcção aos objectivos de longo prazo.
8 PDN 2023-2027
Em termos de ligação com os Objectivos de • 13 prioridades impactam o ODS 2;
Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030
das Nações Unidas, a metodologia utilizada foi baseada • 12 prioridades impactam o ODS 3;
no Guia das Nações Unidas para o alinhamento dos
Planos de Desenvolvimento Nacionais aos ODS - • 12 prioridades impactam o ODS 11;
Rapid Integrated Assessment (RIA) of the Alignment
of National Development Plan with the Sustainable • 11 prioridades impactam o ODS 1;
Development Goals (SDGs). Das 284 prioridades do
Plano, 212 têm um impacto directo sobre o alcance • 6 prioridades impactam o ODS 13;
das metas dos ODS, representando 74,6% do total de
prioridades, sendo que: • 4 prioridades impactam o ODS 6;
PDN 2023-2027 9
2. Evolução recente do
contexto internacional
Desde o início de 2020, a maioria dos países tem Este cenário assemelha-se ao período de crise na
enfrentado inúmeros desafios aos objectivos de década de 1970, quando os choques petrolíferos e
desenvolvimento aos quais se tinham comprometido. os preços do petróleo mergulharam o mundo numa
A pobreza extrema aumentou à escala global em crise energética que provocou uma inflação elevada,
2020, pela primeira vez em 20 anos. Sem prejuízo conflitos geopolíticos e um abrandamento da
dos desafios sociais e económicos decorrentes da produtividade no Ocidente. Foi uma crise que demorou
conjuntura actual, é importante notar que a nível da quase 20 anos a ser ultrapassada, tendo obrigado um
COVID-19 se tem observado uma redução notável dos investimento em independência energética por parte
casos registados a nível mundial, o que representa de países não-OPEP, bem como a medidas austeras,
uma evolução muito positiva relativamente aos visando a estabilização monetária, incluindo taxas de
anos anteriores. juro de dois dígitos e recessões económicas.
Os Países Menos Avançados (PMAs) e Países de Há, no entanto, diferenças entre os desafios actuais e
Rendimento Médio (PRMs) enfrentam preços os da década de 1970. O mundo actual está interligado
crescentes a par de vulnerabilidades significativas de forma mais global, limitado pelo carbono e pela
resultantes de dívidas públicas pouco sustentáveis, dependência financeira, uma vez que os países têm
o que dificulta os planos de desenvolvimento muito mais dívida em percentagem do PIB.
no longo prazo. Adicionalmente, as alterações
climáticas continuam a representar riscos no longo Nestes próximos cinco anos (e, provavelmente, na
prazo, uma vez que as catástrofes naturais e o clima próxima década), o mundo poderá tomar novas
extremo afectam os países de forma abrangente, direcções à medida que as actuais megatendências
desde a agricultura às infraestruturas. vão moldando a política global, a demografia e as
necessidades energéticas. Geopoliticamente, a
Em 2022, a maioria dos países recuperou para níveis relativa moderação na política internacional poderá
de Produto Interno Bruto (PIB) pré-pandémicos, mas dar lugar a uma maior polarização entre blocos, o
o crescimento lento ameaça o ciclo que se avizinha. que já podemos verificar no comércio, onde foram
10 PDN 2023-2027
ratificados mais acordos regionais em 2021 do A grande questão que se coloca é como se comportará
que nos cinco anos anteriores. Prevê-se também a economia da China, dado que o País poderá
que o mundo sofra mudanças no que respeita enfrentar um aumento da COVID-19 após abandonar
à demografia. Enquanto o resto do mundo luta a política de “COVID zero”. Dada a dimensão da
contra o envelhecimento da população, África será economia chinesa e a sua importância nas cadeias
responsável por mais de metade do crescimento de abastecimento mundiais, qualquer perturbação
da população mundial nas próximas décadas. pesará fortemente no comércio e noutras actividades
No sector energético, a disrupção continuará a económicas mundiais.
intensificar-se: a mudança para energias com baixo
teor de carbono é inevitável, mas o investimento A maioria das economias de mercados emergentes
total actual em todas as formas de energia está e em desenvolvimento continuarão a considerar
a ficar aquém das necessidades energéticas. Por este contexto desafiante. A forte valorização do
último, o crescimento contínuo do balanço global dólar norte-americano aumenta significativamente
no contexto de taxas de crescimento normalizadas as pressões internas sobre os preços, uma vez que
criará pressão sobre a maioria das economias. restringe as condições financeiras e aumenta o custo
dos bens e serviços importados. Os fluxos de capital
Em consequência de todos estes factores, as previsões levarão tempo a recuperar e muitas economias
para 2023 e anos subsequentes são sombrias. O de rendimento reduzido e em desenvolvimento
Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um permanecerão em sobre-endividamento.
abrandamento do crescimento em 2023 e 2024 para
3,0% (vs. 3,5% em 2022). Angola deverá pôr em execução o seu plano de médio
prazo neste ambiente económico e geopolítico
A inflação desencadeou um endurecimento das complexo, para que o País tenha um crescimento sólido
políticas monetárias em todo o mundo. Paralelamente, e responda às expectativas de todos os angolanos.
o dólar norte-americano subiu substancialmente em
valor em relação à maioria das outras moedas, para
o máximo desde o início dos anos 2000. Embora a
curto prazo a inflação se tenha mantido elevada,
a expectativa é que as novas políticas monetárias
mais rigorosas abrandem a procura, fazendo baixar
lentamente a inflação. Consequentemente, o FMI
acredita que a inflação global já tenha atingido um
pico em finais de 2022, mas permanecerá elevada
por mais tempo do que anteriormente esperado,
diminuindo para 5,2% em 2024.
PDN 2023-2027 11
3. Evolução recente do contexto
nacional
Quadro 1
Evolução do PIB petrolífero e não-petrolífero, 2014-2022, Kz biliões, a preços de 2022
Petrolífero Não-petrolífero
60
56,6
54,8 54,1 53,8
55 52,9 53,5 52,8 53,4
51,8
50
22% 21% 21% 31%
28% 30% 28% 27%
45
33%
40
35
30
25
78% 79% 79%
20 72% 70% 69% 72% 73%
67%
15
10
0
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
1 Footnote
2 Footnote
12 PDN 2023-2027
No último quinquénio (2018-2022), manteve-se a Um dos principais reflexos desta evolução económica
trajectória de crescimento demográfico, com a na vida dos angolanos vê-se no emprego. No último
estimativa da população a aumentar de 29 milhões quinqúenio de 2018-2022 foram criados cerca de
para 33 milhões, representando um crescimento 2 milhões de empregos, ao mesmo tempo que
anual de 3,1%. A taxa de fertilidade no País manteve- a população activa aumentou em 3 milhões de
se elevada, numa média de 5,4 filhos por mulher. potenciais trabalhadores, aumentando a taxa de
desemprego de cerca de 29% para cerca de 30%.
Este crescimento, combinado com a recessão da A taxa de desemprego manteve-se mais elevada
economia petrolífera experienciada no período, para os jovens (abaixo dos 25 anos), tendo subido de
reflectiu-se numa ligeira queda de 4% (a preços de 52% para 53%.
2022) do PIB per capita entre 2018 e 2022.
Quadro 2
Evolução da taxa de desemprego vs. PIB per capita, 2018-2022, Kz milhares, a preços de 2022
32% 32%
32% 1.766 1.770
1.760
1.750
1.740
1.730
31% 1.720
1.710
1.700
1.690
1.680
1.681
30% 1.670
30% 30%
1.660
1.650
1.645 1.640
1.630
1.615 1.620
29% 1.613
29%
0
2018 2019 2020 2021 2022
Fonte: MEP.
PDN 2023-2027 13
A prossecução do crescimento económico e a contas públicas foi conseguida sem comprometer os
decorrente melhoria do bem-estar dos cidadãos serviços prestados pelo Estado. O investimento público
depende de um conjunto de reformas iniciadas no representou mais de 20% de toda a despesa corrente
quinquénio que concluiu. Em particular, três áreas nos cinco anos, nomeadamente direccionado a
de actuação merecem destaque pelo papel que infraestruturas base (p.ex. energia, água, transportes,
desempenham - a manutenção da estabilidade telecomunicações), sectores sociais chave (p.ex.
macroeconómica e fiscal, o aumento do educação e saúde) e ainda a nível municipal através do
investimento e participação do sector privado na Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).
economia e a formalização dos agentes económicos. Para a melhoria das contas públicas contribuíram as
reformas realizadas a nível tributário, com destaque
O último quinquénio foi marcado pela consolidação para a introdução do IVA em 2019. Entre 2017 e 2022,
fiscal, apesar do impacto da resposta exigida o rácio da receita não-petrolífera sobre o respectivo
pela crise da COVID-19. Nesses cinco anos, o saldo PIB subiu de 7,2% para 10,4%. O reflexo mais visível
orçamental médio ficou em -2,6%, acima dos cinco desta consolidação das contas públicas poderá ser a
anos antecedentes (média de défice de 3,7%) e com redução da dívida pública, que passou de 134% do PIB
superavits de 3,8% e 0,99%, respectivamente, nos no seu pico em 2020 para 65% no final de 2022.
Exhibit 1 anos do período. A sustentabilidade das
últimos dois
Quadro 3
Evolução do défice/superavit fiscal, 2017-2022, % do PIB
4% 3,8%
3%
2,3%
2%
1% 0,8% 0,99%
0%
–1%
–2% –1,9%
–3%
–4%
–5%
–6%
–7%
2018 2019 2020 2021 2022
Fonte: FMI.
1 Footnote
2 Footnote
14 PDN 2023-2027
Exhibit 1
Quadro 4
Evolução da receita fiscal não-petrolífera, 2017-2022, % do PIB
12%
11%
10%
9%
8%
7%
6%
5%
4%
3%
2%
1%
0%
2018 2019 2020 2021 2022
Exhibit 1
Fonte: FMI.
Quadro 5
1 Footnote
Evolução
2 Footnote da dívida pública, 2017-2022, % do PIB
140% 134%
130%
120% 113%
110%
100%
90%
90% 83%
80%
70% 65%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
2018 2019 2020 2021 2022
PDN 2023-2027 15
1 Footnote
2 Footnote
Neste quinquénio, perspectiva-se a manutenção Garantir a estabilidade macroeconómica deverá ser
desta trajectória de consolidação e investimento, um contributo fundamental para a concretização
dentro dos parâmetros da sustentabilidade fiscal. do segundo objectivo que traçamos - de um
Nos últimos anos, assistiu-se a uma redução aumento da participação do sector privado na
da dívida pública, passando de 90% no final de economia e do investimento directo estrangeiro.
2018 para 65% no final de 2022. Manteremos
o compromisso de níveis sustentáveis de Em meados de 2019, iniciou-se o Programa de
endividamento. Privatizações (PROPRIV), que identificou 195 activos
para transição da esfera pública para a iniciativa
Ao nível macroeconómico também se assistiu a uma privada. Até final do quinquénio, o programa
estabilização das principais variáveis, resultando de reconheceu avanços relevantes, tendo sido
importantes reformas empreendidas no quinquénio, completada a privatização de 93 empresas e activos,
embora se tenha experienciado maior volatilidade nas que resultaram numa arrecadação para o Estado
taxas de inflação e de câmbio. de Kz 955 mil milhões. Este será um dos programas
a continuar nos próximos anos, a fim de privatizar
Embora a inflação tenha subido no segundo trimestre outros activos e empresas adicionais no período de
de 2023, nos últimos anos observou-se uma redução 2023 a 2027.
significativa da mesma, passando de 42% em 2016,
para 14% em 2022. Este quinquénio, mantemos o Adicionalmente, desenvolveram-se as Parcerias
compromisso de assegurar o poder de compra dos Público-Privadas (PPPs) e as concessões de operação de
cidadãos e aprimorar as políticas que visam a criação infraestruturas e serviços. Em termos de PPPs, foram
de capital junto das famílias produtoras. avaliados 41 projectos em 9 sectores. No que tange
às concessões completaram-se várias, com particular
Em finais de 2020 foi liberalizado o regime cambial, destaque para as grandes infraestruturas públicas de
com a adopção de uma taxa de câmbio flexível. Esta transportes, como o terminal de contentores do Porto
reforma importante veio mitigar significativamente de Luanda e infraestrutura e serviços de transporte
distorções de mercado, com a convergência das de carga pesada no Corredor do Lobito.
taxas de câmbio formais e informais, e robustecer
a capacidade da nossa economia absorver choques Em termos de atracção de Investimento Directo
externos. Nos primeiros anos do período, assistiu-se Estrangeiro (IDE), registou-se no quinquénio uma
a uma desvalorização da cotação da moeda nacional, entrada acumulada de aproximadamente USD 38,8
com recuperação a partir de 2021. Um dólar norte- mil milhões, dos quais USD 36,9 mil milhões vieram
americano valia Kz 253 em 2018 (valor médio anual), do sector petrolífero. Estes valores beneficiaram da
Kz 583 em 2020 e Kz 459 em 2022. Contudo, devido actuação da AIPEX, que registou nos últimos cinco
a demandas excepcionais de reembolso da dívida anos a intenção de desenvolver 572 projectos, com
pública e à redução do preço do barril do petróleo, a valor agregado de USD 11 mil milhões (dos quais mais
moeda nacional voltou a sofrer uma desvalorização de 70% referentes a IDE). Este quinquénio deverá ser
acentuada, e atingiu o valor mais baixo de sempre marcado por um aumento expressivo nesta dimensão,
em relação ao dólar norte-americano no segundo prevendo-se captar USD 75,5 mil milhões de IDE entre
trimestre de 2023. Apesar da nova política de taxa 2023 e 2027, dos quais USD 26,7 mil milhões para o
de câmbio flexível, foi possível manter as reservas sector petrolífero. Para tal, continuarão as iniciativas
internacionais acima da meta de cobertura de 6 de melhoria de ambiente de negócios.
meses de importações.
16 PDN 2023-2027
Exhibit 1
Quadro 6
Evolução da entrada de IDE petrolífero e não-petrolífero, USD milhões
9.000
8.000
7.308
7.000 6.888 6.840
6.197
6.000
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000 830
648
113 289
34
0
2018 2019 2020 2021 2022
1 Footnote
2 Footnote
Finalmente, a formalização dos agentes económicos em 2018, para 21% em 2022. Neste domínio, iniciou-
tem um papel central, quer no crescimento económico, se em 2022 o Programa de Reconversão da Economia
quer na sustentabilidade das contas públicas. Assistiu- Informal (PREI) que formalizou desde então mais de
se a uma continuação da formalização da economia, 251 mil operadores económicos.
Exhibit 1
tendo a formalização do emprego aumentado de 18%
Quadro 7
Evolução do número de operadores económicos formalizados, milhões
2,5
2,5
2,1
2,0 2,0
1,9
1,7
1,5
1,0
0,5
0
2018 2019 2020 2021 2022
PDN 2023-2027 17
1 Footnote
2 Footnote
Exhibit 1
Quadro 8
Evolução da taxa de mortalidade infantil, número de mortes de menores de 1 ano por
mil nados vivos
54 52
50
49
48 47
42
36
30
24
18
12
0
2018 2019 2020 2021
1Como referido
Footnote anteriormente, o crescimento Finalmente, no último quinquénio foi possível tomar
2 Footnote
demográfico manteve-se como um dos principais abordagens inovadoras para a assistência social, o que
determinantes económicos do País. Temos uma resultou num aumento de transferências monetárias
população jovem e em crescimento, sendo portanto directas no âmbito do projecto Kwenda, que distribuiu
fundamental acompanhar a potenciação do seu USD 420 milhões por 251 mil de famílias.
capital humano. Nos últimos anos, embora o Índice de
Capital Humano (ICH) do nosso País se tenha mantido No tema da igualdade de género, Angola
por volta de 0,36 entre 2018 e 2020, houve avanços tem empreendido esforços para aumentar a
ao nível da saúde e educação na última década. Na representatividade do género feminino na política.
saúde, apesar da pandemia de COVID-19, entre 2017 e De facto, entre 2017 e 2022, a representatividade
2021 a esperança média de vida dos angolanos evoluiu das mulheres passou de 26% (59 deputadas num
de 61,7 para 62,3 anos e a mortalidade infantil desceu total de 220 deputados) para 37,7% (83 deputadas
de 54 para 47 mortes por mil nados vivos. Já a taxa de num total de 220 deputados), respectivamente. No
literacia da população passou de 66% em 2014 para entanto, quando comparadas as posições de Angola
72% em 2021. no Índice de Diferenças Globais entre Géneros do
Fórum Económico Mundial entre 2017 e 2022, Angola
No tema da segurança alimentar, o sector da manteve relativamente a sua posição, de 123 em 144
agricultura tem estado a crescer cerca de 5% por países em 2017 para 125 em 146 países em 2022.
ano, de 2020 a 2022, e as campanhas educativas Esta estabilidade no índice tem origem na queda de
de consciencialização têm contribuído para a posições nos subtemas da educação, de 139 (2017)
sensibilização dos cidadãos sobre a importância de para 142 (2022), e do poder politico, de 39 (2017) para
escolhas alimentares saudáveis e sustentáveis. Ainda 59 (2022), apesar da subida de posições nos subtemas
assim, em 2022 Angola encontrava-se na posição da saúde e sobrevivência, de 64 (2017) para 50 (2022),
101 (de um total de 113 países) no Índice Global de e da participação e oportunidade na economia, de 119
Segurança Alimentar da Economist Impact. (2017) para 99 (2022).
18 PDN 2023-2027
4. Quadro macroeconómico
para 2023-2027
Quadro 9
Quadro macroeconómico, 2023-2027
Efectivamente, prevê-se que em 2027 o PIB se uma contribuição real decrescente do sector
nacional atinja, em termos reais e a preços de petrolífero (decréscimo real anual médio de
2022, Kz 61.961 mil milhões e que se observe uma -2,2%), resultado da queda de produção prevista;
taxa de crescimento anual média do PIB real de por outro lado, o sector não-petrolífero irá tirar
3,0%, o que permitirá que Angola consolide a sua partido das bases de diversificação económica
posição de País de médio rendimento. que têm vindo a ser consolidadas e potenciadas,
resultando num crescimento real anual médio desta
O crescimento económico perspectivado “esconde” componente de 4,6%.
duas realidades díspares: por um lado, prevê-
PDN 2023-2027 19
Quadro 10
Crescimento real médio do PIB por sector, 2023-2027
2023-2027
PIB 3,03%
• PIB petrolífero -2,15%
• PIB não-petrolífero 4,62%
– Agricultura, pecuária e florestas 8,29%
– Pescas 5,89%
– Energia 15,14%
– Minas e diamantes 7,56%
– Comércio 2,66%
– Comunicações e tecnologias de informação 9,23%
– Turismo 7,05%
– Construção 3,90%
– Transportes e armazenagem 5,43%
– Indústria 11,69%
– Outros -1,06%
Quadro 11
PIB na óptica da despesa, 2023-2027
20 PDN 2023-2027
Em termos de componentes do PIB na óptica da o cenário de evolução das exportações e importações
despesa, o crescimento do PIB será potenciado pelo de bens e serviços, está prevista a manutenção de
aumento do consumo das famílias, cujo peso no PIB um saldo da balança comercial positivo, mas com
passará de 44,3% em 2022, para perto de 47,9% em tendência decrescente, estimando-se uma redução
2027. Já o peso do investimento (formação bruta de do seu peso no PIB de 25,3% em 2022, para 23,1% em
capital fixo) deverá passar de 13,2% em 2022, para 2027, em grande parte devido à queda da produção
16,2% em 2027, resultando num valor acumulado para petrolífera.
o quinquénio de cerca de Kz 70 biliões. Tendo em conta
Quadro 12
Quadro fiscal, 2023-2027
Fonte: MINFIN.
Em relação ao quadro fiscal indicativo para o Do lado das despesas, a previsão aponta para uma
quinquénio, antecipamos uma evolução ligeiramente redução do peso das despesas de capital, de 6,4%
decrescente do peso das receitas correntes face ao para 5,2% do PIB. Esta redução da despesa de capital
PIB, de 24,6% do PIB em 2022, para 24,2% em 2027. é viabilizada em grande medida pela atracção de
Este decréscimo decorre, em grande parte, da redução IDE, que complementará o investimento requerido,
do peso da economia petrolífera, ainda a principal aliviando assim a pressão sobre as finanças públicas.
fonte de receita fiscal nacional. No entanto, prevemos Além disso, espera-se uma redução das despesas
uma subida da relevância das receitas fiscais não- correntes, em virtude do aumento relativo da despesa
petrolíferas, cujo peso sobre o PIB subirá de 8,3% para o serviço da dívida, sendo que as despesas
para 9,4% entre 2022 e 2027. Consequentemente, correntes passarão de 17,2%, para 12,8% do PIB, no
as receitas fiscais não-petrolíferas representarão período homólogo.
38,8% de toda a receita corrente em 2027, face a
33,8% em 2022.
PDN 2023-2027 21
Neste quinquénio, prevê-se um incremento da grande parte, nas despesas programáticas, de forma
despesa em termos absolutos, chegando a Kz 82 a garantir o maior apoio possível aos programas de
biliões. O País deverá continuar a adoptar medidas acção que visam melhorar o bem-estar geral da
que visam a sustentabilidade das finanças públicas, população. Evidencia-se que o valor orçamentado
através da alocação eficiente de recursos nas áreas para despesas programáticas deverá passar de 22%
que potenciem o desenvolvimento do capital humano em 2022 para 35% em 2027.
e a segurança alimentar, sendo que o investimento
para o sector económico será providenciado pelo Quando observamos as despesas na óptica dos eixos
investimento privado nacional e estrangeiro. Prevê- estratégicos, o eixo 3, com uma média de 28,7% de toda
se um aumento das despesas com necessidades a despesa, será claramente o grande foco do Governo,
básicas para o desenvolvimento do capital humano, prevendo-se um aumento de aproximadamente 3pp
nomeadamente nos sectores da saúde e educação, entre 2023 e 2027 (de 27,2% para 30,3%).
cujos pesos passarão de 7,8% e 10,0% em 2022, para
10,2% e 11,8% em 2027, respectivamente, face às Esta dinâmica de despesas alicerça-se em
despesas totais. questões fundamentais para o desenvolvimento
socioeconómico do País, nomeadamente nas áreas da
Impõe-se realçar que, dentro das despesas para o educação e saúde.
quinquénio, o aumento das mesmas irá recair, em
Quadro 13
Distribuição de recursos financeiros pelos eixos do PDN, 2023-2027
Fonte: MEP.
22 PDN 2023-2027
5. A nossa visão
A nossa visão de longo prazo, até 2050, assenta na economia. Espera-se que a entrada de IDE anual
na valorização e potenciação do nosso capital suba de USD 6 mil milhões em 2022 para USD 14 mil
humano, em particular dos jovens, através da milhões em 2027, sendo que, até 2027, 50% de todo o
aposta reforçada nas áreas da educação e saúde; IDE seja nos sectores não-petrolíferos.
na promoção de uma economia diversificada e
próspera que potencie a segurança alimentar, A nível do capital humano, a ambição não é menor.
a geração do emprego, e a redução da pobreza; Temos a oportunidade ímpar de transformar a vida
na modernização da nossa infraestrutura e boa de todos os angolanos, combinando o progresso
gestão dos recursos naturais; e na promoção de económico com melhorias substanciais nos
uma nação justa e inclusiva com igualdade de indicadores da educação e da saúde. Efectivamente,
oportunidades para todos. no domínio da educação, pretendemos aumentar
a taxa de alfabetização para próximo de 80%,
Os próximos anos serão os mais críticos na reduzindo o número de crianças fora da escola, e
construção desta visão, definindo a trajectória para sobretudo reforçando a aposta na componente da
o prazo mais longo. qualidade. No domínio da saúde, visamos aumentar a
esperança média de vida em 2 anos e reduzir a taxa
A meta macroeconómica chave a atingir até 2027 de mortalidade de menores de 5 anos por 1.000 nados
é assim um crescimento do PIB não-petrolífero a vivos de 69 para 51, reforçando o acesso a cuidados
convergir para 5%, que se reflectirá em emprego primários e elevando o foco no que continuam a
(com o desemprego abaixo dos 25%) e renda ser as principais causas de mortalidade no País,
(com a população que vive abaixo do limiar da nomeadamente a malária.
pobreza reduzida a menos de 30%). O processo
de diversificação económica permitirá também Adicionalmente, importa recordar que será
aumentar a nossa auto-suficiência, reduzindo a necessário atingirmos os objectivos propostos no
dependência face ao exterior em bens indispensáveis contexto de uma contínua explosão demográfica.
ao nosso dia-a-dia. Espera-se que, entre o final de 2022 e de 2027, o
número de habitantes cresça em mais cinco milhões
Cumprir com esta visão exigirá uma elevada (para um total de 38 milhões), e ainda que haja
participação do sector privado e uma maior uma migração rural para as zonas urbanas, o que
colaboração com os nossos principais parceiros pressupõe a necessidade de adopção de políticas
multilaterais. Nesse sentido, encetaremos esforços activas de educação nas comunidades, do fomento
significativos para acelerar a melhoria do ambiente de oportunidades de geração de renda familiar em
de negócios, garantir estabilidade macroeconómica zonas mais recônditas, e também o alargamento das
e potenciar continuamente o sistema financeiro infraestruturas básicas para a expansão ordeira de
com o propósito de aumentar o investimento directo novas zonas urbanas.
PDN 2023-2027 23
Quadro 14
Visão para Angola em 2027
Taxa de mortalidade de menores de 5 anos (por 1.000 nados vivos) Decréscimo de ~18pm4 69‰ 51‰
Educação Anos de escolaridade ajustados à aprendizagem Aumento de ~0,4 anos 4,2 anos 4,6 anos
Percentagem da população que vive abaixo do limiar de pobreza6 Melhoria de 3pp 31% 28%
1 M = milhões
2 bn = biliões
3 mM = mil milhões
4 pm = por mil
5 Índice de Educação
6 Limiar da pobreza de 2,15 USD/dia, como estabelecido pelo Banco Mundial
Fonte: INE; INSS; BNA; Banco Mundial; Organização Mundial da Saúde; MEP; MINFIN; Ministério da Educação (MED).
Face à visão acima exposta, importa então dar alimentares. Pretende-se neste quinquénio o início de
resposta sobre como a colocar em prática. uma verdadeira transformação agrícola que potencie
a geração de renda e um crescimento socioeconómico
No campo económico, a principal aposta será, como sustentável e inclusivo.
referido, na aceleração da diversificação económica.
Tal só será possível através da execução de medidas A nossa abordagem para a agropecuária passa por um
transversais que aumentem a capacidade de aumento consistente da produtividade no sector. A
atracção de investimento privado em larga escala, e principal alavanca, com realce na agricultura familiar
aumentando o apoio à produção e comercialização (que representa a larga maioria da produção e do
de bens e serviços com o selo “Feito em Angola”, bem emprego), será o acesso a insumos para um conjunto
como capturando as grandes oportunidades que o País de produtos fundamentais (mitigando, assim, o risco
apresenta tanto no sector primário como secundário. para os produtores).
Assumimos como sectores mais sinérgicos para A mesma abordagem servirá para os restantes factores
atingir os nossos compromissos de maior segurança de produção, como sementes, pesticidas e vacinas,
alimentar, menor pobreza e mais emprego a e será acompanhada de um reforço da extensão
agropecuária, as pescas e o agronegócio, na medida rural em técnicas agrícolas e do desenvolvimento de
em que tocam uma grande parte da população e infraestruturas (tais como sistemas de irrigação e
directamente contribuem para o acesso a produtos electrificação e redes de estradas rurais).
24 PDN 2023-2027
As explorações agrícolas comerciais de média e A promoção do “Feito em Angola” representará novas
grande escala serão igualmente reconhecidas como oportunidades, assumindo-se um foco renovado
elo fundamental, funcionando como agregadores no conteúdo local, assegurando, por exemplo, que
e processadores da produção dos mais pequenos, e consumo financiado pelo OGE seja o primeiro a
como pólos de inovação e de aumento mais rápido da direccionar-se para os bens nacionais.
produtividade.
À semelhança do que se propõe para a agropecuária e
O aumento da produção agrícola reflectirá o as pescas, focaremos os nossos esforços na atracção
crescimento do rendimento por hectare e também de investimento privado em larga escala, eliminando
um aumento da área de cultivo, sendo que faremos os desincentivos ainda existentes, promovendo a
esforços deliberados para atrair investimento directo vantagem competitiva de uma mão-de-obra jovem
estrangeiro em larga escala e investimento nacional e disponível e aumentando, não só a dimensão do
para novas explorações agrícolas, e promoveremos sector, mas também a qualidade da produção. É
clusters de agronegócio associados. A conjugação imperativo fixar no nosso País grandes empresas
destas acções deverá resultar num aumento real da industriais, que aportem capital e know-how nos
produção agrícola superior a 30% (mais do dobro do diversos subsectores.
ritmo de crescimento da população) e também num
novo paradigma de segurança alimentar, garantindo No que se refere a áreas de foco de desenvolvimento
que as comunidades (em particular nas zonas rurais industrial, este quinquénio faremos uma verdadeira
e nas regiões áridas e semi-áridas) tenham acesso aposta na agroindústria, não só pelo potencial
consistente aos bens necessários. económico que representa, mas também pela sua
importância para asseguramos a auto-suficiência
Também o sector das pescas será uma forte aposta no alimentar, sendo que numa primeira fase focaremos
próximo quinquénio, pretendendo-se acelerar e atrair os nossos esforços nos produtos da fileira dos
investimento privado de forma muito significativa grãos, hortícolas, lacticínios, mandioca, açúcar,
para o subsector da aquicultura, hoje ainda em café e mel. Além disso, focaremos a nossa acção no
fase embrionária (contribui com menos de 0,5% desenvolvimento da indústria transformadora de
da produção total de peixe) apesar das condições recursos agrícolas e florestais, de fertilizantes e das
excelentes (água, solo plano e temperatura) no nosso indústrias ligeiras intensivas em mão-de-obra, como
País. A concretização desta oportunidade é essencial a indústria têxtil e de confecções e calçado.
para que nos tornemos auto-suficientes na produção
de peixe e para uma melhor gestão dos stocks naturais. O foco assumido nos sectores acima, não significa
Criaremos ainda infraestruturas para a produção de descurar os restantes sectores produtivos. Será
insumos e comercialização da produção pesqueira uma prioridade tornar Angola uma referência
e reforçaremos a monitorização e protecção dos para investidores internacionais a nível do sector
nossos ecossistemas aquáticos, de modo a garantir mineiro, alavancando os resultados do PLANAGEO
a sustentabilidade dos recursos para alimentar uma e potenciando a produção de metais preciosos
população crescente e salvaguardar uma economia (designadamente ouro), rochas ornamentais, metais
azul próspera. ferrosos, cobre (e outros metais não ferrosos) e
recursos minerais não metálicos que permitirão
Assegurar uma economia mais diversificada não só a criação de valor económico, mas também
e sustentável exigirá igualmente que o sector aportar valor noutras áreas como a agricultura,
transformador aumente substancialmente a sua através dos fosfatos para a produção de fertilizantes.
contribuição para o PIB. Ambicionamos assim para o Com esse propósito, executaremos múltiplos
sector industrial uma transformação profunda, para projectos de prospecção, exploração e refinação,
que se torne um verdadeiro gerador de emprego no tais como o projecto de Cutato-Cuchi (ferro), Pólo de
País, com níveis mais elevados de eficiência para Desenvolvimento de Rochas Ornamentais do Namibe
garantir a competitividade dos nossos produtos. ou a refinaria de ouro de Luanda. Estes esforços
serão conduzidos em paralelo com a potenciação da
prospecção e exploração de diamantes, sendo que
visamos duplicar a nossa produção este quinquénio.
PDN 2023-2027 25
O sector do petróleo e gás desempenhará um papel Alcançar a nossa visão exige igualmente a priorização
fundamental no financiamento desta transformação do investimento nas nossas pessoas, assegurando
e continuará a ser um pólo de oportunidades para toda uma verdadeira potenciação do nosso capital humano.
a cadeia de fornecedores e prestadores de serviços.
Reconhecemos ser o sector com o mais elevado nível A nível da saúde, providenciaremos um acesso mais
de maturidade e em que mais estabelecido está um equitativo aos cuidados de saúde (designadamente
sector privado auto-suficiente, requerendo, portanto, primários), através da construção de unidades
menor intervenção do Estado. sanitárias e do aumento do número de profissionais da
saúde, de forma a superar as desigualdades no acesso
Igualmente, asseguraremos as infraestruturas chave a tratamento médico entre áreas rurais e urbanas e
para o sucesso dos sectores produtivos, sobretudo de diferentes níveis socioeconómicos. Reforçaremos
da energia e águas, transportes e logística e o investimento, a cadeia de abastecimento de
comunicações. medicamentos e a regulação da indústria farmacêutica,
com o intuito de possibilitar, no futuro, a produção
Com o crescimento dos sectores primário e secundário, de medicamentos a nível nacional. Reforçaremos o
o sector do comércio beneficiará naturalmente, sendo combate às doenças transmissíveis mais prevalentes,
um catalisador dos sectores produtivos na redução através de uma abordagem multissectorial para
das importações e satisfação das necessidades combater os vectores de transmissão, de forma a
de consumo da população pela produção nacional. reduzir os níveis de incidência das grandes endemias,
O comércio manterá a sua posição como um dos como a tuberculose, o VIH/SIDA, a malária e várias
principais empregadores da população, mas veremos doenças tropicais negligenciadas. Promoveremos
uma formalização ampla dos trabalhadores no sector. e reforçaremos o tratamento destas doenças, de
O comércio electrónico expandir-se-á no quinquénio, modo a reduzir as taxas de abandono de tratamento
potenciando um sector mais inovador e eficiente. A e mortalidade associadas. Assumindo como papel
melhoria da balança comercial, com a redução das fundamental do Estado a protecção da vida dos
importações, permitirá estarmos abertos ao comércio cidadãos e reconhecendo que a principal causa de
internacional, mais integrados nos mercados morte em Angola continua a ser a malária, vamos
regionais, nomeadamente através dos processos de trazer para o seu combate um empenho semelhante
integração económica regional da SADC, CEEAC, União ao que foi aplicado recentemente para controlo
Africana, entre outros acordos comerciais bilaterais. da COVID-19.
Reformaremos o nosso processo aduaneiro para uma
maior eficiência nas exportações e importações. Melhoraremos a saúde materno-infantil, através
Expandiremos também as infraestruturas comerciais do reforço da imunização e da nutrição infantil. Os
e a sua cobertura territorial, como mercados nossos esforços permitirão a redução da mortalidade
abastecedores e estruturas de frio, para um melhor de menores de 1 ano por 1.000 nados vivos de 47
escoamento de produtos e maior oferta de produtos para 37, assim como da mortalidade materna por
nacionais aos consumidores do nosso mercado interno. 100.000 nascimentos de 199 para 165 mortes até
2027. Expandiremos também o acesso e a qualidade
Finalmente, intensificaremos esforços para uma dos serviços de saúde reprodutiva, garantindo que
dinamização do sector do turismo, particularmente pelo menos 85% das unidades sanitárias no País têm
do turismo doméstico e regional. Priorizaremos o métodos de planeamento familiar.
turismo de natureza e aventura e o turismo de sol e
mar. Desenvolveremos a oferta turística, assim como
a sua infraestrutura de apoio, nas quatro áreas de
interesse e potencial turístico – Cabo Ledo e zona
conexa na província de Luanda, Bacia do Okavango,
Namibe e Calandula.
26 PDN 2023-2027
A nível da educação, expandiremos o acesso, através A nossa abordagem a nível da protecção social de
da construção de mais instituições de ensino e base será centrada em três áreas: a expansão de
contratação de mais professores. Asseguraremos serviços de alívio imediato, tais como transferências
um acesso inclusivo à educação, com a expansão monetárias e em espécie, o fornecimento de meios
dos projectos de merendas escolares para redução e serviços geradores de rendimento, e serviços de
do abandono escolar, garantindo que pelo menos apoio social para facilitar a integração de grupos
20% de todos os alunos no ensino básico têm vulneráveis na sociedade. No âmbito da protecção
acesso às merendas até 2027. Vamos apostar no social obrigatória, aumentaremos significativamente
desenvolvimento do ensino a distância, em projectos o número de contribuintes e segurados de 2,5 para 4,3
comunitários para educação pré-escolar de crianças milhões em 2027.
em comunidades isoladas e na expansão das bolsas
de estudo, com foco nas áreas da saúde, educação, A realização dos objectivos acima preconizados
agronegócio, e ciência, tecnologia, engenharia, arte será executada em grande medida através da
e matemática (STEAM). O combate ao analfabetismo concretização da Política de Apoio à Produção,
será intensificado através da contratação de mais Diversificação das Exportações e Substituição das
alfabetizadores para o ensino de jovens e adultos e Importações, da Política da Educação, Juventude,
do recrutamento de voluntários para a alfabetização Emprego e Inovação e da Politica da População e
nas comunidades. A qualidade do sistema de ensino de Promoção das Comunidades Vulneráveis. Estas
nacional será reforçada com um pacote de medidas, serão três políticas absolutamente essenciais para o
nomeadamente a transição dos níveis de formação alcance da nossa visão, e parte integrante de um total
exigidos para exercício da função de professor do de dezasseis políticas do PDN, estruturadas ao longo
ensino secundário para o ensino superior, a redução de sete eixos.
do rácio alunos/professor, a transformação curricular
para um maior foco nas áreas STEAM e a expansão da Cientes dos desafios que enfrentamos, acreditamos
oferta formativa do ensino superior nestas áreas, e mais do que nunca no potencial de Angola e dos
a implementação do projecto Escolas de Referência angolanos. Juntos, alcançaremos a nossa visão,
e do Sistema Nacional de Garantia da Qualidade no assegurando um futuro promissor para todos.
Ensino Superior.
PDN 2023-2027 27
2027
6. Eixo 1: Consolidar a paz e o Estado democrático
de direito, prosseguir a reforma do Estado, da justiça,
da administração pública, da comunicação social e da
liberdade de expressão e da sociedade civil
Política da Modernização do
Estado
Viveremos numa sociedade mais segura, em que o cidadão usufrui dos seus direitos, liberdades
e garantias num clima de tranquilidade e paz.
Criaremos condições para aumentar a procura por serviços do Estado e, simultaneamente, melhoraremos a
quantidade e qualidade da oferta. Uma cidadania mais informada e participativa irá aumentar a procura de
serviços, num contexto em que os mesmos se encontrarão debaixo da pressão decorrente do crescimento
demográfico. Do lado da oferta, criaremos respostas que aproximem estes serviços do cidadão, articulando
investimentos na modernização da administração pública e a melhoria da eficiência de processos e
procedimentos.
A construção de um Estado moderno, participado, orientado para o cidadão e para um exercício pleno da
cidadania envolverá a execução de trinta e uma prioridades, correspondentes a vinte e dois objectivos,
distribuídas por sete programas:
20
Desenvolvimento
do capital humano Aumento da Juventude Igualdade de Sustentabili- Emprego Comunidades Melhoria do
receita fiscal género dade vulneráveis ambiente de
ambiental negócios
2 22 13 10 1 9 12 15
Segurança
alimentar
PDN 2023-2027 29
Metas da Política
Administração Pública
2022* 2027 2050
% de funcionários
públicos que beneficiaram 11,2% 36,2% -
de formação nos últimos
5 anos
% de capacidade
de atendimento ao 13,5% 19,3% -
cidadão da rede SIAC
*2022 ou ano mais recente disponível
Reforma do Estado
2022* 2027 2050
Classificação no indicador
Direitos Fundamentais do
Índice do Estado de Direi- 0,50
0,38 0,40
to do Projecto de Justiça
Mundial
(0-1)
Classificação no indicador
Governo Aberto do Índice
do Estado de Direito do
Projecto de Justiça 0,38 0,41 0,51
Mundial
(0-1)
Classificação no indicador
Democraticidade Eleitoral
do Índice Ibrahim de 27,7% 33,7% 71,8%
Governação Africana da
Fundação Mo Ibrahim
Pontuação no indicador
Estado de Direito do 17,3% 22,0% 54,8%
Banco Mundial
Pontuação no indicador
Estabilidade Política do 20,8% 25,8% 59,2%
Banco Mundial
Pontuação no indicador
Eficiência do Governo do 13,0% 17,5% 55,2%
Banco Mundial
30 PDN 2023-2027
2022* 2027 2050
Governação Africana da
Fundação Mo Ibrahim
Pontuação no indicador
Estado de Direito do 17,3% 22,0% 54,8%
Banco Mundial
Pontuação no indicador
Estabilidade Política do 20,8% 25,8% 59,2%
Metas da Política
Banco Mundial
Pontuação no indicador
Eficiência do Governo do 13,0% 17,5% 55,2%
Banco Mundial
PDN 2023-2027 31
Metas da Política
Justiça
2022* 2027 2050
Classificação no Índice
do Estado de Direito do
Projecto de Justiça 0,43 0,44 0,52
Mundial
(0-1)
Classificação no
ranking da Transparência 33 34 42
Internacional
(0-100)
Sociedade Civil
2022* 2027 2050
Pontuação no indicador
Participação da Sociedade
Civil do Índice Ibrahim de 35,2 44,6 88,1
Governação Africana da
Fundação Mo Ibrahim
*2022 ou ano mais recente disponível
32 PDN 2023-2027
Programa de
Capacitação e
Modernização
da Administração
Programa 1 Pública
Prioridade 1.2.1: Reforma do sistema nacional de gestão de recursos humanos da administração pública
1. Definir critérios objectivos, e métricas correspondentes, para a avaliação do desempenho dos servidores públicos,
envolvendo os diferentes agentes relevantes, nomeadamente, decisores políticos, quadros técnicos dirigentes e sindicatos.
2. Implementar a gestão de desempenho orientada para resultados, promovendo a excelência e a qualidade do serviço através
da monitorização permanente dos objectivos.
3. Articular o sistema de avaliação de desempenho com o sistema de carreiras e de remuneração da administração pública.
4. Implementar um novo sistema de carreiras na administração pública, visando o desenvolvimento pessoal e profissional
dos funcionários públicos.
5. Definir um novo modelo de regime remuneratório da administração pública.
6. Implementar a plataforma tecnológica de suporte ao sistema nacional de gestão de recursos humanos da administração
pública.
PDN 2023-2027 33
Objectivo 1.3: Melhorar a qualidade no atendimento aos utentes dos serviços públicos
através do alargamento da rede SIAC no território e de uma maior representação dos
serviços públicos na rede
O Serviço Integrado de Atendimento ao Cidadão (SIAC) é um instrumento determinante na nossa visão de
proximidade dos serviços públicos. Aumentar a rede SIAC, dotando-a de meios operacionais adequados,
constitui um contributo fundamental da administração pública. De igual modo, aumentar os níveis de
territorialização dos serviços públicos, ao mesmo tempo que investimos em tecnologia para melhorar a
eficiência e a qualidade do serviço prestado ao cidadão, continuará a ser uma prioridade nos próximos 5
anos. É um investimento que, implicando despesa no presente, deverá gerar ganhos de eficiência no futuro
que se traduzirão numa redução sustentável da despesa. Por outro lado, o investimento em tecnologia
na rede SIAC é fundamental para a massificação de soluções online como um vector complementar da
aproximação do serviço público do cidadão.
34 PDN 2023-2027
Programa de
Reforço da
Promoção da
Cidadania e da
Participação
Programa 2 do Cidadão na
Governação
Objectivo 2.1: Dinamizar a inovação no processo de reforma
Iremos dinamizar e diversificar a reforma do Estado a nível da governação local, privilegiando a inovação
no processo de reforma da administração local, através da implementação de um sistema de promoção da
integridade, boa governança e transparência a nível dos órgãos locais.
Prioridade 2.1.1: Implementação do sistema de garantia de integridade da promoção da boa governança ao nível dos
Órgãos da Administração Local do Estado (OALE)
1. Aprovar os Estatutos Orgânicos dos municípios em função da sua classificação.
2. Criar e implementar um projecto com vista a instituir prémios de reconhecimento de boas práticas ao nível das
administrações municipais.
3. Instituir um sistema de promoção da integridade, boa governação e transparência ao nível dos OALE.
PDN 2023-2027 35
Programa de
Desconcentração e
Descentralização
Administrativa
Programa 3
36 PDN 2023-2027
Prioridade 3.2.2: Ajuste da divisão político-administrativa do País por via da criação de novas províncias e da elevação
de comunas e distritos urbanos à categoria de municípios
1. Criar 2 novas províncias mediante a divisão dos territórios actuais das províncias do Moxico e Cuando Cubango.
2. Criar novos municípios por via da elevação e/ou fusão de comunas e distritos urbanos, tendo em conta, nomeadamente,
critérios demográficos, extensão territorial, a aproximação dos serviços, infraestruturas e protecção de fronteiras.
3. Clarificar os limites fronteiriços interprovinciais e intermunicipais.
4. Produzir mapas com a nova divisão político-administrativa e divulgá-la.
5. Definir a nova orgânica e classificação dos municípios.
Objectivo 4.1: Garantir a interoperabilidade das bases de dados dos cidadãos maiores
e do bilhete de identidade
O nosso objectivo é tornar Angola num Estado moderno e democrático, capaz de planear o seu
desenvolvimento, implementar políticas públicas bem-sucedidas, gerir recursos limitados com eficiência
e transparência e prestar serviços de elevada qualidade a todos os cidadãos e em todo o País. O aumento
da eficiência da administração pública passa por reduzir custos de transação decorrentes de redundâncias
entre diferentes sistemas. Ao procedermos à interligação das bases de dados iremos descontinuar a
emissão do cartão de eleitor, reduzindo custos para a Administração e, simultaneamente, simplificando a
relação com o cidadão.
38 PDN 2023-2027
Objectivo 4.4: Melhorar a prestação de serviços de registo civil, predial, automóvel,
comercial e notariais
O exercício pleno da cidadania exige serviços públicos de proximidade. Os serviços de registo civil e de
propriedade constituem, entre os serviços públicos, uma dimensão central da confiança do cidadão na
administração pública. Um sistema eficaz de gestão fundiária é essencial para atrair investimento imobiliário
e garantir o funcionamento eficiente do mercado habitacional. Pretendemos formalizar o mercado
habitacional, através da simplificação do sistema de registo de propriedade predial e da massificação do
registo. Por outro lado, a vasta quantidade de imóveis não registados e assentamentos informais urge uma
aceleração e facilitação dos processos de registo de propriedades, com vista a permitir o uso das mesmas
como colaterais na obtenção de crédito, assim como dinamizar o mercado imobiliário nacional.
Prioridade 4.4.1: Modernização e expansão da rede de serviços de registo civil, predial, automóvel, comercial e notariais
1. Construir pontos de acesso a serviços de registo civil, predial, automóvel, comercial e notariais.
2. Reforçar as capacidades dos técnicos dos serviços de registo e identificação civil e criminal, notários e de registo predial,
automóvel e comercial, e assegurar a sua distribuição de forma equitativa por todo o território nacional.
Prioridade 4.4.3: Aumento da receita arrecadada nos serviços de identificação, registos e notariado
1. Avaliar os processos e procedimentos de receita em vigor com o intuito de identificar oportunidades de melhoria.
2. Rever os processos e procedimentos de arrecadação de receitas, bem como ferramentas de gestão correspondentes.
3. Formar os técnicos dos serviços de identificação, registos e notariado nos novos processos e procedimentos de arrecadação
de receita.
PDN 2023-2027 39
Objectivo 4.5: Garantir o aumento dos serviços prestados pela rede de centros de
resolução extrajudicial de litígios
O aumento da eficiência do sistema de justiça implicará o seu progressivo descongestionamento, pelo que
investiremos na resolução extrajudicial de conflitos que podem ser sanados sem recurso aos tribunais.
Nos próximos anos, daremos passos decisivos no sentido da progressiva universalização do acesso
aos organismos públicos do Estado e aos tribunais, em condições de igualdade e transparência. Neste
sentido, vamos acelerar a implementação do novo mapa judiciário, aproximando a justiça do cidadão e,
simultaneamente, incrementando a eficiência do sistema.
Prioridade 4.7.1: Aumento da capacidade de observação e internamento de menores em conflito com a lei
1. Operacionalizar centros de observação e de internamento de menores em conflito com a lei.
2. Dotar os centros de capacidade técnica e de gestão adequadas ao desempenho da sua missão.
40 PDN 2023-2027
Programa de
Reforço do Combate
ao Crime Económico,
Financeiro e à
Programa 5 Corrupção
PDN 2023-2027 41
Objectivo 5.2: Promover a boa governação, integridade e transparência na gestão da
coisa pública
A melhoria contínua do sistema de justiça exige mecanismos claros, transparentes e eficientes de
identificação de inconformidades e, consequentemente, de oportunidades de melhoria que se podem
traduzir em acções preventivas e correctivas.
Prioridade 5.2.1: Criação de mecanismos de prevenção de situações de inconformidade com as normas legais
1. Implementar processos claros e transparentes de prevenção, detecção e correcção de inconformidades com as normais
legais relativas à execução do OGE e contratação pública.
42 PDN 2023-2027
Programa de
Promoção dos
Direitos Humanos
Programa 6
Objectivo 6.1: Garantir o usufruto efectivo dos direitos humanos para todos em
Angola, em condições de igualdade e sem qualquer tipo de discriminação
Iremos dinamizar a rede de comités locais de direitos humanos em todas as províncias, criando as condições
para o usufruto efectivo e equitativo dos mesmos por todas as pessoas que vivam em território nacional,
independentemente da residência ou estatuto legal, incluindo refugiados, apátridas e pessoas em risco de
apatridia, e requerentes de asilo. De modo a promover a participação cívica, iremos valorizar socialmente
as pessoas e instituições que se destaquem na defesa dos direitos humanos. Por último, vamos investir na
educação e formação de agentes públicos e privados, de modo a aprofundar o impacto da boa governação
na defesa dos direitos humanos. A criação de um ambiente favorável ao investimento privado exige serviços
de justiça eficientes e reconhecidos pelos agentes nacionais e estrangeiros. Este reconhecimento traduz-se
em investimento, que, por seu turno, transforma-se em postos de trabalho que transportam prosperidade
para o cidadão.
Prioridade 6.1.1: Garantia da efectiva participação da sociedade civil na gestão e implementação dos direitos humanos
1. Empossar comités locais de direitos.
2. Criar prémios provinciais e nacionais que valorizem a defesa e a salvaguarda dos direitos humanos, principalmente junto
dos jovens.
Prioridade 6.1.2: Aprofundamento do sentido de relação entre a boa governação e os efeitos positivos na salvaguarda
dos direitos humanos
1. Formar efectivos das forças de defesa e segurança em matéria de direitos humanos.
2. Criar iniciativas de consciencialização em escolas, dirigidas a crianças e jovens, sobre a importância da boa governação
e dos direitos humanos no bem-estar de todos, bem como do papel destes na sua defesa.
3. Incentivar produção científica em instituições universitárias que identifique práticas de boa governação com a defesa
dos direitos humanos e o impacto socioeconómico positivo de ambos.
4. Implementar o Sistema de Indicadores Nacionais de Direitos Humanos.
5. Assegurar o reporte nacional junto dos sistemas de direitos humanos da ONU e da União Africana.
Objectivo 6.2: Garantir uma gestão pública mais transparente, alicerçada em políticas
inclusivas
De modo a garantir a legalidade e transparência dos procedimentos públicos, criaremos uma plataforma
de acesso gratuito que permita divulgar e disponibilizar dados relativos à contratação pública de bens e
serviços, tanto a contratar como já adjudicados, incluindo intervenientes, critérios de atribuição e preço
praticado.
PDN 2023-2027 43
Objectivo 6.3: Incrementar o papel da sociedade civil no desenvolvimento da nossa
nação
Antevemos uma sociedade civil activa, participativa, dinâmica e inclusiva, que desempenhe um papel
fundamental nos esforços mais alargados de desenvolvimento da nação. Estes esforços incluem a
promoção do desporto e das artes, a divulgação da cultura, costumes e línguas nacionais, a democratização
da educação e dos cuidados de saúde, e o desenvolvimento e implementação de políticas públicas.
Prioridade 6.3.1: Promoção da sociedade civil e do papel participativo desta na elaboração de políticas e no desenvolvimento
das comunidades
1. Criar e promover os conselhos provinciais e municipais de consulta social e comunitária.
2. Formar as Organizações da Sociedade Civil (OSC) registadas na formulação, monitorização e avaliação de políticas públicas.
3. Continuar a defender um diálogo aberto e construtivo com a sociedade civil para aprofundar a democracia.
4. Melhorar os mecanismos institucionais que catalisam maior envolvimento da sociedade civil.
5. Desenvolver novas alternativas de apoio que incentivam a participação activa nas organizações da sociedade civil.
6. Melhorar o acesso dos cidadãos à informação para facilitar o envolvimento e o debate sobre questões nacionais,
especialmente questões de desenvolvimento.
7. Institucionalizar uma rede de OSC centrada nas dimensões da igualdade de género.
8. Co-desenvolver projectos centrados no género, visando promover os interesses, direitos e oportunidades das mulheres e
a igualdade de género.
44 PDN 2023-2027
Programa de
Melhoria do
Serviço Público
de Comunicação
Programa 7 Social
Prioridade 7.2.1: Sustentabilidade operacional e financeira dos órgãos públicos de comunicação social
1. Definir e implementar o projecto de rentabilidade dos orgãos públicos de comunicação social.
2. Melhorar a qualidade da grelha de programação dos órgãos de comunicação social, de forma a aumentar audiências e
investimento publicitário.
3. Maximizar a presença digital dos órgãos de comunicação social e implementar campanhas para estimular a utilização e
um maior grau de envolvimento público.
PDN 2023-2027 45
2027
7. Eixo 2: Promover o desenvolvimento equilibrado
e harmonioso do território
Política do Ordenamento do
Território
Implementação de mecanismos de território e urbanismo que assegurem serviços básicos e
infraestruturas a todos os angolanos, e expansão da oferta de habitação acessível e digna.
Teremos um território mais equilibrado, em virtude de uma menor concentração territorial da actividade
económica, e consequente diminuição das assimetrias entre províncias. Potenciaremos este processo através
do desenvolvimento de infraestruturas, manutenção e construção de obras públicas e disponibilização
de serviços básicos adequados ao longo de todas províncias, quer no meio urbano, quer no meio rural.
Ambicionamos a expansão do número de agregados familiares que dispõem de habitação acessível e digna,
com acesso a serviços básicos, incluindo água, saneamento e electricidade.
• Programa de Habitação;
• Programa de Ordenamento do Território, Urbanismo, Cartografia e Cadastro;
• Programa de Construção, Reabilitação, Conservação e Manutenção dos Edifícios Públicos e Equipamentos
Sociais;
• Programa de Construção, Reabilitação, Conservação e Manutenção de Infraestruturas Rodoviárias.
4
Desenvolvimento
do capital humano Aumento da Juventude Igualdade de Sustentabili- Emprego Comunidades Melhoria do
receita fiscal género dade vulneráveis ambiente de
ambiental negócios
1 3 4 2 1 2 4 0
Segurança
alimentar
PDN 2023-2027 47
Metas da Política
% da população urbana a
viver em assentamentos 49,0% 44,5% 33,0%
informais
% de títulos de
propriedade para uso
habitacional 10% 35% 77%
(do total de propriedades para
uso habitacional)
Volume de investimento
na reabilitação e
manutenção da rede - 1,0 10,2
principal
(biliões de Kz, cumulativo)
Volume de investimento
na reabilitação e
manutenção da - 1,2 12,2
rede complementar
(biliões de Kz, cumulativo)
*2022 ou ano mais recente disponível
48 PDN 2023-2027
Programa de
Habitação
Programa 8
PDN 2023-2027 49
Programa de
Ordenamento
do Território,
Urbanismo,
Cartografia e
Programa 9 Cadastro
O planeamento urbano eficaz e o controlo da expansão urbana são factores-chave para evitar o agravamento do défice
habitacional e assegurar a construção de habitação condigna. Iremos descentralizar o planeamento territorial e a
gestão urbana ao nível dos municípios, desenvolvendo as competências e recursos das administrações locais para gerir
os próprios territórios.
50 PDN 2023-2027
Programa de
Construção,
Reabilitação,
Conservação e
Manutenção dos
Programa 10 Edifícios Públicos e
Equipamentos Sociais
Construiremos edifícios públicos e equipamentos sociais e realizaremos acções de reabilitação, conservação e manutenção
para colmatar o impacto do rápido crescimento populacional e a consequente pressão que tal exerce sobre os edifícios
públicos e equipamentos sociais existentes, assim como a expansão dos serviços públicos a todo o território que o
processo de descentralização exige. Adicionalmente, o estado degradado de muitos destes edifícios urge intervenções
de manutenção e reabilitação para garantia da segurança pública.
Prioridade 10.1.1: Construção, reabilitação, conservação e manutenção dos edifícios públicos e equipamentos
sociais
1. Avaliar o estado de edifícios e elaborar planos de manutenção preventiva para todos os edifícios públicos e equipamentos
sociais.
2. Elaborar instrumentos de regulação técnicos das empreitadas públicas, assim como normas para projectos de engenharia
e construção de obras públicas de adopção obrigatória.
3. Promover a elaboração de regulamentos de aplicação obrigatória para o exercício da actividade de construção no País.
4. Gerir as empreitadas de obras públicas ao longo do território.
PDN 2023-2027 51
Programa de
Construção,
Reabilitação,
Conservação e
Manutenção de
Programa 11 Infraestruturas
Rodoviárias
Objectivo 11.1: Maximizar o potencial da infraestrutura rodoviária
Como uma componente chave da rede de transportes, estradas facilitam o movimento de pessoas e bens, conectando
comunidades e criando oportunidades para actividade económica. Para tal, melhoraremos e expandiremos a nossa
infraestrutura rodoviária em alinhamento com as prioridades dos diversos sectores, para que a nossa infraestrutura
rodoviária seja catalisadora do crescimento socioeconómico que antevemos.
52 PDN 2023-2027
2027
8. Eixo 3: Promover o desenvolvimento do capital
humano, ampliando o acesso aos serviços de saúde,
ao conhecimento e habilidades técnicas e científicas,
promover a cultura e o desporto e estimular o
empreendedorismo e a inovação
Política de Educação,
Juventude, Emprego e Inovação
Melhorar o acesso dos angolanos a ensino e formação profissional de qualidade para aumentar
a sua empregabilidade e promover o crescimento e desenvolvimento económico, em especial
dos jovens, apoiado num ecossistema empresarial empenhado na inovação e orientado para
a diversificação da economia.
Vamos assegurar o desenvolvimento estratégico e sustentado do nosso capital humano, reforçando a oferta
de educação e formação profissional para que os angolanos tenham mais anos de escolaridade, melhores
resultados de aprendizagem e sejam mais empregáveis, com especial foco na preparação dos nossos jovens.
Paralelamente, promoveremos a criação de emprego de qualidade e a actividade empreendedora, alavancando
o desenvolvimento do sistema de inovação do País para promover novas soluções mais competitivas.
Para alcançar a visão preconizada identificamos trinte e três prioridades, que respondem a vinte objectivos,
inseridas em seis programas:
32
Desenvolvimento
do capital humano Aumento da Juventude Igualdade de Sustentabili- Emprego Comunidades Melhoria do
receita fiscal género dade vulneráveis ambiente de
ambiental negócios
2 1 21 13 0 9 8 2
Segurança
alimentar
54 PDN 2023-2027
Metas da Política
Educação
2022* 2027 2050
Anos de
escolaridade ajustados 4,2 4,6 6,3
à aprendizagem
Pontuação no indicador
Desempenho em Testes
Harmonizados da 326 380
componente Educação do (4º quartil) 337 (3º quartil)
Índice de Capital Humano
do Banco Mundial
Taxa de
alfabetização 76% 78% 90%
(>=15 anos)
Taxa líquida de
escolarização da 2ª
etapa do pré-escolar 19% 23% 46%
(crianças entre os 3-5 anos,
incluindo a classe de iniciação)
Taxa líquida de
escolarização na
classe de iniciação
48% 58% 90%
(crianças de 5 anos)
Taxa líquida de
escolarização no
ensino primário
64% 70% 90%
(1ª a 6ª classes)
Taxa líquida de
escolarização no 1º ciclo
do ensino secundário
23% 27% 75%
(7ª a 9ª classes)
% da população entre os
15-18 anos a frequentar
o 2º ciclo do ensino 25% 29% 50%
secundário
(10ª a 13ª classes)
*2022 ou ano mais recente disponível
PDN 2023-2027 55
Ciência e Inovação
2022* 2027 2050
Classificação no
ranking do Índice
127 119 80
Global de Inovação
Metas da Política
(top)
Investimento em
I&D 0,10% 0,29% 1,00%
(% do PIB)
78% 80%
Número de artigos
científicos revistos
por pares publicados 2022*
4
2027
10
2050
226
%emderevistas
estudantes
por do
2º ciclo do
milhão deensino
habitantes
secundário matriculados
em cursosdetécnicos e
27% 28% 40%
Número pedidos
profissionais,
de patentes porcom foco 2 5 81
no agronegócio
milhão de habitantes
% de professores
Número
com de recursos
qualificação
humanos entre
profissional para os 25 67% 72% 99%
-64 anosno em I&D por 0,16 0,70 2,50
docência ensino
1.000 trabalhadores
primário *2022 ou ano mais recente disponível
% de professores
com qualificação
profissional para 78% 82% 98%
docência no ensino
secundário
*2022 ou ano mais recente disponível
Ensino Superior
2022* 2027 2050
Investimento no
ensino superior 0,20% 0,29% 1,15%
(% do PIB)
% de professores
do ensino superior 11% 15% 40%
com doutoramento
*2022 ou ano mais recente disponível
56 PDN 2023-2027
Metas da Política
Juventude
2022* 2027 2050
Pontuação no Índice de
Desenvolvimento 0,506 0,528 0,533
Juvenil da Unesco
Taxa de gravidez na
adolescência 138 122 61
(nascimentos por 1.000
mulheres)
Taxa de mortalidade por
VIH/SIDA na população
6,9 5,1 2,0
entre os 15-39 anos
(por 10.000 habitantes)
% de jovens entre os
18-24 anos com ensino 13,0% 19,3% 44,1%
secundário concluído
Pontuação no indicador
Participação Política e
Cívica dos Jovens do 0,27 0,29 0,38
Índice de Desenvolvimen-
to Juvenil da Unesco
Taxa de empregabilidade
36% 41% 60%
jovem
*2022 ou ano mais recente disponível
PDN 2023-2027 57
Metas da Política
Ciência e Inovação
2022* 2027 2050
Classificação no
ranking do Índice
127 119 80
Global de Inovação
(top)
Investimento em
I&D 0,10% 0,29% 1,00%
(% do PIB)
Número de artigos
científicos revistos
por pares publicados 4 10 226
em revistas por
milhão de habitantes
Número de pedidos
de patentes por 2 5 81
milhão de habitantes
Número de recursos
humanos entre os 25
-64 anos em I&D por 0,16 0,70 2,50
1.000 trabalhadores
*2022 ou ano mais recente disponível
% de professores
do ensino superior 11% 15% 40%
com doutoramento
*2022 ou ano mais recente disponível
58 PDN 2023-2027
Programa de
Expansão e
Modernização do
Sistema de
Programa 12 Ensino
A oferta de estabelecimentos de ensino, públicos e privados, apesar da sua expansão em anos recentes, continua a ser
insuficiente para assegurar acesso universal à educação dos nossos jovens cidadãos. De forma a aumentar as taxas de
escolarização a todos os níveis e em todo o nosso território, iremos investir na infraestrutura escolar necessária para
que mais angolanos se possam matricular nas escolas e para que possamos efectivar a escolaridade obrigatória até ao
9º ano preconizada pela lei, assim como melhorar as taxas de escolarização em todos os níveis de ensino.
PDN 2023-2027 59
Prioridade 12.1.3: Desenvolvimento do ensino técnico-profissional
1. Alargar a oferta de cursos técnico-profissionais e dotar as escolas dos meios necessários para oferta de uma formação
maioritariamente prática.
2. Contratar e capacitar professores com experiência nas áreas de especialidade que leccionam para integrarem o corpo
docente do ensino técnico-profissional.
3. Desenvolver a oferta de ensino a distância para o ensino técnico-profissional.
4. Fortalecer a colaboração entre as indústrias nacionais e a educação técnico-profissional, de forma a facilitar a entrada
no mercado de trabalho dos alunos graduados.
5. Desenvolver um currículo e sistema de avaliação dos alunos baseado no desenvolvimento de competências concretas para
exercício das profissões.
6. Integrar os cursos providenciados no ensino secundário técnico-profissional no Sistema Nacional de Qualificações.
60 PDN 2023-2027
Objectivo 12.2: Reduzir o índice de analfabetismo e de atraso escolar na população maior de
15 anos
A taxa de analfabetismo em Angola é ainda relativamente elevada, com 24% da população acima de 15 anos analfabeta,
em grande parte mulheres e comunidades rurais. O analfabetismo torna-se numa barreira para o sucesso profissional
e mobilidade social dos angolanos, com repercussões na sua qualidade de vida e produtividade.
A literacia digital é uma ferramenta imprescindível para a potenciação dos nossos recursos humanos e consequente
aumento da competitividade da nossa economia nos mercados globais, pelo que investiremos para colmatar os baixos
níveis actuais de literacia e competências digitais. Por outro lado, a educação digital tem potencial de aumentar o
acesso ao ensino a larga escala.
PDN 2023-2027 61
Objectivo 12.4: Alinhar as práticas do sistema de ensino nacional com os padrões internacionais
O alinhamento das práticas do sistema de ensino nacional aos padrões internacionais é essencial para o rápido
desenvolvimento de um sistema educacional de qualidade que forme mão-de-obra qualificada e competitiva.
A governança do sector da educação tem sido fragmentada, descoordenada e burocratizada. Esta ineficiência,
exacerbada por uma alocação limitada de recursos financeiros, contribuiu para actual realidade angolana, caracterizada
por desigualdades no acesso a serviços de educação, um baixo nível de qualidade de ensino e, consequentemente,
estudantes pouco qualificados para o mercado de trabalho global. Almejamos uma governança eficaz, através da gestão
adequada e regulação do sistema de ensino.
Os professores desempenham um papel central na oferta de ensino de qualidade, em virtude da sua interacção com
os alunos na transmissão de conhecimento. A qualidade de qualquer sistema educacional é reflexo da qualidade dos
seus professores, de modo que investir na formação dos mesmos é essencial para a melhoria do sistema educacional.
O progresso de Angola será apenas possível com o desenvolvimento adequado do capital humano como factor potenciador
de redução de desigualdades e promoção de inovação. O investimento na profissionalização dos quadros nos vários
domínios do saber irá permitir, não só ganhos de produtividade, como também gerar oportunidades de carreira e, por
sua vez, bem-estar social.
63
Prioridade 13.2.3: Operacionalização do Observatório Nacional do Desenvolvimento do Capital Humano
1. Criar e operacionalizar o Observatório Nacional do Desenvolvimento do Capital Humano.
2. Realizar o estudo da avaliação do impacto da formação em empreendedorismo e capacitação empresarial.
3. Realizar um diagnóstico de necessidades formativas e o plano de formação dos quadros técnicos das Instituições de
Ensino Superior (IES).
Prioridade 13.2.4: Reforço e actualização do parque tecnológico de suporte à implementação do Angola Capital
Humano
1. Adquirir meios tecnológicos para apetrechamento do Angola Capital Humano.
2. Elaborar e executar um plano de manutenção dos meios tecnológicos existentes.
64 PDN 2023-2027
Programa de Melhoria
da Qualidade do
Ensino Superior e
Desenvolvimento da
Investigação
Programa 14 Científica e
Tecnológica
Objectivo 14.1: Fortalecer as instituições do ensino superior
Vamos melhorar as instituições de ensino superior, de acordo com os padrões nacionais e internacionais, através da
adequação do seu quadro regulamentar e processual.
Objectivo 14.2: Reforçar e acelerar a capacitação dos investigadores e dos futuros profissionais
Vamos potenciar academicamente os recursos humanos nacionais através da afiliação de docentes e de investigadores
aos centros de investigação das IES e dos institutos do Estado, apoiando a sua capacitação e formação pós-graduada nos
projectos de geminação, e garantindo o acesso a bolsas de estudo aos alunos promissores nas áreas da saúde, educação,
agronegócio e STEAM, e em todos domínios estratégicos de formação dos megaclusters identificados.
PDN 2023-2027 65
Prioridade 14.2.2: Reforço do capital humano do SBES e do SNCTI
1. Aumentar o corpo docente que possui licenciaturas, mestrados e doutoramentos.
2. Contratar membros do corpo docente para as IES públicas.
3. Contratar profissionais não-docentes para o Subsistema do Ensino Superior (SBES).
4. Recrutar investigadores e não-docentes para o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI).
As nossas soluções visam capacitar as IES e as Instituições de Investigação e Desenvolvimento (II&D) de forma a garantir
um ambiente propício ao ensino e à aprendizagem, e à manutenção e retenção do pessoal docente e não docente, assim
como ao desenvolvimento da investigação científica, inovação e transferência de tecnologia.
66 PDN 2023-2027
Programa de
Desenvolvimento
Integral da
Programa 15 Juventude
As infraestruturas de apoio social são necessárias para expandir o acesso a serviços essenciais aos segmentos da
sociedade com recursos financeiros limitados. Como tal, iremos expandir os centros de apoio à juventude, garantindo
uma cobertura mais alargada e um maior grau de acesso, quer pela construção de novos centros quer pelo apoio a
iniciativas privadas.
Prioridade 15.1.1: Expansão de infraestruturas de apoio social aos jovens e implementação do Observatório Nacional
da Juventude
1. Construir e equipar as casas, centros comunitários, parques de campismo e pousadas da juventude.
2. Reforçar o processo de expansão dos serviços locais do Instituto Angolano da Juventude pelas 18 províncias.
3. Expandir os serviços prestados nos centros de juventude, passando a incluir entretenimento, aconselhamento em matéria
de saúde sexual e reprodutiva e literacia digital.
4. Proporcionar formação e partilhar boas práticas de gestão sustentável aos gestores e empregados das casas e centros
de juventude locais.
5. Organizar o Festival Nacional da Juventude e os Prémios Nacionais Anuais da Juventude, com vista a promover bons
comportamentos sociais entre os jovens, angariando, paralelamente, fundos adicionais para sustentar os centros de
juventude.
6. Implementar o Observatório Nacional da Juventude para recolha e análise de dados relativos ao desenvolvimento e aos
desafios da juventude.
7. Fomentar o desenvolvimento de clubes e organizações de jovens.
8. Coordenar os esforços de sensibilização e acções sociais para o benefício da juventude por empresas privadas, cidadãos
e ONGs, através dos diferentes centros de juventude.
Objectivo 15.2: Proporcionar aos jovens uma educação cívica e socialmente responsável
À medida que a população cresce, esforços para manter a boa ordem pública tornar-seão cada vez mais complexos.
Considerando que se prevê que o nosso País passe por uma explosão populacional, temos de garantir que divulgamos
valores cívicos e ensinamos práticas socialmente responsáveis à nossa juventude, o que lançará as bases para um grau
de coesão social que nos permitirá desbloquear os benefícios socioeconómicos que o dividendo demográfico comporta.
PDN 2023-2027 67
Objectivo 15.3: Disponibilizar aos jovens serviços de apoio à saúde sexual e reprodutiva
A gravidez na adolescência e as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) podem ter efeitos devastadores na vida
dos jovens, levando-os a abandonar o seus estudos, e consequentemente limitando as suas perspectivas de emprego,
principalmente em populações vulneráveis da sociedade, já sobrecarregadas, e que veem a sua capacidade de quebrar
o círculo da pobreza reduzir. Devemos aumentar a sensibilização dos jovens quanto aos perigos de comportamentos
sexuais de risco, bem como promover práticas saudáveis, fornecendo simultaneamente ferramentas para evitarem
comportamentos que lhes impedirão de desfrutar de uma vida próspera.
As actuais taxas de desemprego juvenil, sendo que aproximadamente um quinto da nossa população jovem está
desempregada, urgem a implementação de medidas para a redução deste fenómeno, de forma a asseguramos
a estabilidade da nossa sociedade e o pleno desenvolvimento dos nossos jovens. O sucesso destas medidas estará
dependente de factores de conjuntura económica, como níveis de crescimento do PIB, que permitam o aumento dos
postos de emprego e a procura por produtos e serviços. Concentraremos esforços para apoiar a empregabilidade da
juventude através da formação profissional e do fomento do empreendedorismo. De forma a assegurar que a juventude
nacional beneficie das medidas implementadas, melhoraremos a capacidade de coordenação entre os diferentes actores
envolvidos nestes esforços, assim como os níveis de monitorização das acções implementadas.
Prioridade 15.4.1: Melhoria da coordenação e monitorização dos esforços para promoção da empregabilidade e
empreendedorismo juvenil
1. Criar uma comissão interministerial para coordenação das acções que visam reduzir o desemprego juvenil e promover a
empregabilidade e capacidade empreendedora dos jovens.
2. Assegurar que as quotas dedicadas à juventude nos diferentes projectos do Governo são cumpridas.
3. Publicar um relatório anual relativo à juventude, que aborde o progresso feito em todas as frentes relativas ao
desenvolvimento deste segmento da população.
68 PDN 2023-2027
Programa de
Promoção da
Inovação e
Transferência
Programa 16 de Tecnologia
Objectivo 16.1: Implementar uma visão integrada que promova a inovação empresarial
De forma a acelerar a inovação empresarial e a transição digital nacional, iremos promover uma maior colaboração entre
a comunidade científica e o tecido empresarial angolano, para a criação de coligações inovadoras. Complementarmente,
estimularemos o desenvolvimento do nosso ecossistema de inovação, atraindo investimento que promova a inovação
empresarial e criando centros de inovação e competência associados às IES e II&D.
Iremos desenvolver o SNCTI, através de um novo quadro de financiamento e regulamentar que permita acelerar o
desenvolvimento da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNDECIT), em funcionamento desde
2021.
PDN 2023-2027 69
Programa do
Emprego,
Empreendedorismo
e Formação
Programa 17 Profissional
O desemprego é um fenómeno socioeconómico com amplas implicações para a sociedade. Taxas elevadas de desemprego
reduzem os níveis de consumo interno, pois uma grande parte da sociedade fica desprovida de rendimentos, levando a uma
menor procura de bens essenciais, produtos e serviços. Estudos também comprovam a correlação entre o desemprego
e o aumento da pobreza, de todas as formas de violência e da vulnerabilidade social da população. Reduziremos o
desemprego, não só fomentando o crescimento económico, como também implementando acções específicas que
estimulem a criação de emprego, nomeadamente através do desenvolvimento de competências práticas para entrada
no mundo empresarial e de um sistema de formação profissional de apoio aos trabalhadores menos qualificados,
particularmente os jovens, que representam a maior percentagem de desempregados.
70 PDN 2023-2027
Objectivo 17.2: Incentivar o empreendedorismo e o auto-emprego
As Pequenas e Médias Empresas (PME) formais contribuem até 40% do PIB das economias emergentes e empregam
a maioria dos trabalhadores. O seu desenvolvimento é uma prioridade para fomentar o crescimento do PIB e reduzir o
desemprego. Deve-se incentivar a tomada de riscos por potenciais empreendedores para desenvolver um ecossistema
empresarial próspero, criando condições em áreas chave, nomeadamente no acesso ao crédito, facilitação de negócios
e serviços de apoio e formação de potenciais empreendedores.
O Sistema Nacional de Qualificações é um mecanismo estratégico facilitador que visa coordenar o ensino técnico-
profissional e a formação profissional com o mercado de trabalho, através da identificação, categorização e validação
das competências profissionais essenciais.
PDN 2023-2027 71
Objectivo 17.4: Rever a legislação laboral e implementar mecanismos para monitorar a
evolução do mercado de trabalho
Dada a transversalidade das acções relativas ao crescimento do mercado de trabalho, é necessário definir um instrumento
para a acção coordenada do Estado, que reúna todos os projectos das administrações locais e centrais, e de todos os
sectores da economia destinados a promover o emprego e o empreendedorismo e a melhorar a coordenação entre
todos os diferentes participantes e políticas avançadas, com o objectivo de assegurar um alinhamento das acções e
uma afectação mais eficiente dos recursos humanos e financeiros para evitar a duplicação de iniciativas e aumentar o
impacto das políticas e iniciativas propostas. Além disso, iremos empreender esforços legislativos para construção de
um mercado de trabalho justo e recompensação das empresas envolvidas nas iniciativas propostas.
72 PDN 2023-2027
Política de Saúde
Os nossos cidadãos viverão mais tempo, terão vidas mais saudáveis e a nossa população
crescerá a um ritmo sustentável.
O sector da saúde contribuirá para que a nossa população desfrute de uma vida mais longa e saudável, ao
integrar esforços multissectoriais com a participação das comunidades, com vista a uma redução do fardo
de doenças e mortes prematuras. O sector desempenhará um papel fundamental na melhoria da nossa
pontuação no Índice de Capital Humano, promovendo ao mesmo tempo o crescimento sustentável da nossa
população e um melhor acesso a serviços de saúde, aos quais todos os que residem em Angola têm direito,
incluindo os refugiados, apátridas e pessoas em risco de apatridia, e requerentes de asilo, como consagrado
na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na nossa Constituição.
O nosso objectivo é expandir a cobertura e qualidade do Sistema Nacional de Saúde, ao mesmo tempo que
empregamos medidas específicas para lidar com as doenças e questões de saúde que mais afectam a vida
dos nossos cidadãos. Para alcançar esta visão, através de onze prioridades, distribuídas por seis objectivos,
iremos implementar um programa:
11
Desenvolvimento
do capital humano Aumento da Juventude Igualdade de Sustentabili- Emprego Comunidades Melhoria do
receita fiscal género dade vulneráveis ambiente de
ambiental negócios
0 0 1 1 0 1 1 0
Segurança
alimentar
PDN 2023-2027 73
Metas da Política
Esperança de vida
saudável1 56 57 60
(anos)
Taxa de fecundidade
(número de filhos por mulher)
5,4 4,6 3,2
Taxa de mortalidade de
menores de 5 anos 69 51 17
(por 1.000 nados-vivos)
Taxa de mortalidade de
menores de 1 ano 47 37 14
(por 1.000 nados-vivos)
Taxa de mortalidade
materna 199 165 70
(por 100.000 nascimentos)
Número de enfermeiros
e parteiras por 10.000 14,1 20,6 22,0
habitantes
Número de hospitais
por 100.000 habitantes 0,7 0,8 0,9
Número de centros
médicos por 100.000 2,3 2,5 3,5
habitantes
*2022 ou ano mais recente disponível
1 Indicador HALE (healthy life expectancy)
74 PDN 2023-2027
Programa de
Expansão e
Melhoria do
Sistema Nacional
Programa 18 de Saúde
Iremos melhorar o acesso equitativo aos cuidados de saúde, através do aumento do número de profissionais de saúde
e unidades sanitárias nos três níveis de atenção, de forma a colmatar lacunas em algumas áreas do País com acesso
limitado a serviços de saúde de qualidade. Melhoraremos também a gestão da cadeia de abastecimento de medicamentos,
com o objectivo de asseguar a disponibilidade de medicamentos essenciais, produtos médicos, vacinas e equipamentos
em todos os pontos do País.
Prioridade 18.1.2: Reforço do acesso a recursos humanos e incremento dos cursos de formação contínua e de
especialidade
1. Expandir a formação pós-graduada de médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutica, e do regime geral.
2. Intensificar a especialização a nível nacional, com o apoio de acordos internacionais.
3. Melhorar a informação e cadastro a nível das instituições do SNS sobre a existência de doenças raras, e elaborar o
Plano de Investigação e Assistência no Exterior, com acompanhamento de equipas médicas nacionais para partilha de
conhecimentos.
4. Consolidar a rede nacional constituída por hospitais centrais, provinciais e municipais para a formação especializada e
contínua nos três níveis de cuidados.
5. Garantir o ingresso regular de profissionais de saúde nos cursos de especialização, com a realização de concursos públicos.
6. Reforçar a capacidade formativa a nível de formação pós-graduada e contínua em todas as áreas da saúde.
7. Desenvolver sistemas digitais de informação de apoio à formação e gestão do capital humano.
PDN 2023-2027 75
Prioridade 18.1.3: Reforço da cadeia de abastecimento de medicamentos e meios médicos e regulação da indústria
farmacêutica
1. Centralizar as compras de medicamentos e equipamentos para o SNS, através da Central de Compras e Aprovisionamento
de Medicamentos e Meios Médicos de Angola (CECOMA), por recurso a concursos públicos.
2. Reforçar a implementação da padronização dos meios médicos por níveis de cuidados e assegurar a sua distribuição por
todo o País.
3. Desenvolver farmácias populares com a subvenção de medicamentos essenciais, principalmente genéricos, para o
tratamento de doenças transmissíveis e crónicas não-transmissíveis mais comuns.
4. Implementar as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para melhorar o sistema regulatório farmacêutico,
a fim de obter a pré-qualificação da OMS para a produção local de medicamentos. As funções reguladoras previstas
para avaliação são o sistema regulamentar, registo de medicamentos, vigilância e controlo do mercado, licenciamento,
inspecção regulatória, testes laboratoriais e supervisão dos ensaios clínicos.
5. Construir e operacionalizar o Laboratório de Controlo de Qualidade para Medicamentos.
As taxas de mortalidade elevadas de menores de 5 anos e materna constituem um problema de saúde pública, ao
qual responderemos com o incremento de intervenções custo-efectivas como planeamento familiar, consultas pré-
natais, partos institucionais, assistência neonatal, imunização e terapia anti-retroviral em grávidas, suplementação de
micronutrientes a crianças e tratamento de doenças correntes por especialistas em atenção integrada às doenças da
infância. Para redução da mortalidade materna e neonatal será ainda reforçado o número de hospitais com capacidade de
atender a urgências obstétricas e neonatais, e o número de hospitais amigos da criança e do adolescente. Pretendemos
também introduzir a vacina contra o cancro do colo do útero e a vacina contra a malária, e estender a protecção contra
a hepatite a outros grupos populacionais de risco.
76 PDN 2023-2027
Prioridade 18.2.3: Expansão do acesso e melhoria da qualidade dos serviços de saúde sexual e reprodutiva
1. Reforçar a demanda e a oferta do pacote essencial de serviços de saúde materno-infantil a nível da atenção primária.
2. Aumentar a oferta de consultas de planeamento familiar e divulgação dos métodos modernos de contracepção seguros
e aceitáveis aos utentes.
3. Promover a educação sexual e aumentar a informação, comunicação e educação sobre os direitos sexuais e reprodutivos
para a população em geral, com particular atenção para os adolescentes e jovens.
4. Melhorar a oferta de consultas pré-natais.
5. Expandir e melhorar a qualidade de cuidados obstétricos e neonatais de urgência.
6. Reforçar a saúde comunitária, estabelecendo uma forte ligação entre a comunidade e as unidades sanitárias.
7. Reforçar a capacidade dos ADECOS, principalmente na promoção da saúde materno-infantil e da nutrição.
8. Expandir os hospitais “Amigos de Adolescentes e Jovens”.
As doenças transmissíveis comportam riscos particularmente elevados para a saúde pública devido à rapidez com
que se podem propagar. Implementaremos medidas específicas para cada uma das doenças transmissíveis mais
prevalentes, fortalecendo cada vez mais a vigilância epidemiológica, com vista a reduzir o surgimento de emergências
de saúde pública. A abordagem multissectorial, a maior disponibilidade de diagnóstico precoce e o tratamento adequado
são transversais a todas as medidas. O nosso objectivo é reduzir a incidência das principais doenças transmissíveis
endémicas, que são entraves à qualidade e esperança de vida do nosso povo.
PDN 2023-2027 77
Redução da incidência do VIH/SIDA e outras DSTs
18. Expandir a oferta de testes rápidos de VIH a populações chave e vulneráveis, parceiros e filhos de pessoas que vivem com
VIH.
19. Aumentar a aquisição e distribuição de preservativos e lubrificantes à base de água, dando prioridade às populações
chave e vulneráveis.
20. Garantir a distribuição gratuita de Tratamento Anti-Retroviral (TARV) a todas as pessoas que vivem com o VIH.
21. Expandir a monitorização da eficácia do tratamento a todos os que vivem com VIH (adultos, crianças e mulheres grávidas),
através do aumento da oferta de exames de carga viral.
22. Assegurar a disponibilidade gratuita de testes de VIH, sífilis e hepatite B a todas as mulheres grávidas em consultas pré-
natais.
23. Garantir TARV a todas as mulheres grávidas e lactantes que vivem com VIH.
24. Garantir a profilaxia e o acesso ao diagnóstico precoce infantil a todas as crianças expostas ao VIH.
25. Assegurar o acesso a cuidados e tratamento a todas as mulheres grávidas com hepatite B crónica, e profilaxia a crianças
expostas ao vírus da hepatite B.
26. Incentivar e apoiar projectos comunitários de prevenção e testagem do VIH, e de tratamento, serviços de cuidados e
acompanhamento a mulheres grávidas que vivem com VIH e crianças expostas.
27. Reforçar o sistema de monitoria e avaliação da resposta comunitária (Sistema de Informação de Saúde - SIS - comunitário).
Controlo/eliminação de DTNs
28. Ampliar o tratamento massivo das populações afectadas, tendo em conta o tipo de doença que as mais afecta, resultante
do mapeamento das DTNs.
29. Reforçar a realização periódica de campanhas massivas de desparasitação escolar, em coordenação com o Ministério de
tutela.
30. Reforçar as equipas de controlo vectorial integrado da mosca transmissora da oncorcercose nas províncias com níveis
mais elevados de endemicidade.
31. Aumentar a detecção passiva e activa e o tratamento multidroga para a lepra, ao nível dos cuidados primários de saúde
e da comunidade.
32. Actualizar o mapeamento das DTNs para estudar os níveis de endemicidade.
33. Expandir o rastreio passivo das unidades sanitárias das províncias endémicas (Zaire, Cuanza-Sul, Malange, Cuanza-Norte
e Uíge) para tripanossomíasse humana africana (ou doença do sono) por tripanossomíasse brucei gambiense.
34. Expandir o rastreio activo nos municípios com focos activos da doença do sono, incluindo rastreio activo da tripanossomíase
humana africana, porta a porta com motorizadas em quatro municípios seleccionados (Cambambe, Banga, Dange-Quitexe
e Uíge-Sede).
35. Reforçar as equipas de luta antiglossínica nas províncias endémicas à doença do sono.
36. Ampliar a sensibilização da população sobre a doença do sono, através de comunicação nas rádios locais e distribuição
de cartazes nas línguas nacionais (Kimbundu, Kikongo e Fiote).
37. Capacitar todos os profissionais de saúde locais no diagnóstico clínico, serológico e parasitológico para sustentabilidade
das accções que visam a eliminação da tripanossomíase.
38. Monitorar as unidades sanitárias elegíveis ao diagnóstico serológico com testes de diagnóstico rápido para tripanossomíase
humana africana.
39. Introduzir o diagnóstico molecular (LAMP) nos hospitais gerais de quatro províncias endémicas (Bengo, Cuanza-Norte,
Uíge e Zaire), após formação prévia na província do Uíge com o apoio do Instituto Nacional de Biomedicina da República
Democrática do Congo.
40. Providenciar tratamento e acompanhamento a todos os doentes para corte da cadeia de transmissão.
78 PDN 2023-2027
Objectivo 18.4: Reduzir a prevalência de doenças crónicas não-transmissíveis
Verifica-se no perfil epidemiológico nacional uma transição do predomínio das doenças transmissíveis para as doenças
crónicas não-transmissíveis, estas últimas associadas a factores relacionados com o estilo de vida e genética. Vamos
promover hábitos e estilos de vida saudáveis, incentivando a prática do desporto, uma alimentação saudável e a redução
do consumo de tabaco e bebidas alcoólicas.
À medida que a nossa população cresce, teremos de modernizar a gestão do nosso sistema público de saúde para
acomodar a pressão acrescida sobre este. Vamos digitalizar os nossos sistemas de informação sanitária, expandir a
sua utilização a todas as instalações de saúde e integrá-los a fim de melhorar a eficiência na resposta a crises de saúde
pública e a relação custo-eficácia de todo o sistema.
PDN 2023-2027 79
Prioridade 18.5.2: Expansão e integração dos sistemas de informação e gestão da saúde
1. Lançar um projecto de parceria com privados para implementação da rede de Internet em orgãos do sector de saúde
(hospitais, postos e centros de saúde, direcções provinciais e municipais de saúde, e depósitos de medicamentos), a nível
do território nacional.
2. Definir e implementar os sistemas informáticos chaves do sector - sistema integrado de gestão hospitalar (utentes, banco
de sangue, imagiologia, laboratório, morgue, hemodiálise), sistema de vigilância epidemiológica e sistema de informação
de logística de medicamentos e equipamentos/meios.
3. Garantir o uso nacional do sistema DHIS2 em todos os orgãos do sector (públicos e privados).
4. Criar o registo único do utente da base de dados nacional da saúde.
5. Melhorar e reforçar a comunicação com a população, utentes e entre as instituições.
6. Implementar um sistema integrado de informação para a vigilância epidemiológica de todas as principais doenças
transmissíveis no nosso País, incluindo os casos de comorbidades.
7. Assegurar que todos os municípios têm o software VID-R implementado e funcional para notificação de surtos epidémicos
em menos de 48 horas.
8. Garantir a actualização da carta geográfica da política territorial sanitária (Mapa Sanitário).
A investigação biomédica é essencial para o desenvolvimento da qualidade dos cuidados de saúde, na medida que permite
uma melhor compreensão das doenças e dos respectivos tratamentos. A investigação biomédica permitirá identificar
ferramentas para um diagnóstico mais precoce e correcto, e apoiar na definição de abordagens terapêuticas e de
intervenções de saúde pública que contribuam para uma maior esperança e qualidade de vida.
80 PDN 2023-2027
Política Cultural
Os angolanos terão acesso a uma variedade de bens e serviços culturais e serão encorajados
a tornarem-se criadores, defensores e promotores da sua própria expressão cultural.
Os angolanos irão beneficiar de uma grande variedade de bens e serviços culturais, melhorando o seu bem-
estar e qualidade de vida. A nossa visão é de um sector cultural criativo, motor para o desenvolvimento
social e pessoal, emprego e crescimento económico. Prevemos um sector cultural nacional estruturado
e sustentável, capaz de nutrir uma grande diversidade de artistas, géneros e modos de expressão e de
catalisar o desenvolvimento social e económico. Vamos proporcionar aos nossos cidadãos oportunidades
para expressarem a sua criatividade, reforçando a coesão nacional e projectando uma imagem positiva de
Angola para o exterior.
A nossa visão será concretizada por meio de cinco prioridades, e um número igual de objectivos, inseridas
num programa:
5
Desenvolvimento
do capital humano Aumento da Juventude Igualdade de Sustentabili- Emprego Comunidades Melhoria do
receita fiscal género dade vulneráveis ambiente de
ambiental negócios
0 1 2 2 0 2 2 1
Segurança
alimentar
PDN 2023-2027 81
Metas da Política
% da população
entre os 15-64
anos empregada - 0,3% 2,5%
no sector cultural
e criativo
*2022 ou ano mais recente disponível
82 PDN 2023-2027
Programa
de Valorização e
Dinamização da
Cultura
Programa 19
O orgulho e a união nacional são chave para uma sociedade em paz e inclusiva. Para cumprir este desiderato, será
difundido o estudo da história e cultura angolana, incluindo das línguas nacionais.
A chave para o reconhecimento dos artistas nacionais no País e além-fronteiras reside em boa medida no recurso às
ferramentas digitais. Nesse sentido, afigura-se como importante o reforço da presença de artistas angolanos em
plataformas digitais regionais e globais, assegurando a divulgação do seu trabalho nos mercados interno e externo.
Lançaremos ainda certames artísticos digitais para produção artística, como documentários, fotografia, dança e música.
PDN 2023-2027 83
Objectivo 19.3: Reforçar as instalações culturais
Uma infraestrutura de suporte ao sector da cultura capacitada e ampla é fundamental para garantir o seu desenvolvimento
próspero e auto-sustentável. Como tal, deverão ser apoiadas as instituições culturais existentes, aprimorando as suas
capacidades, modernizando as suas instalações e, adicionalmente, estabelecendo novas instituições para complementar
as instituições já existentes.
Uma rede de organizações que promova a auto-sustentabilidade do sector da cultura requer a cooperação dos vários
agentes do sector. Nesse sentido, descentralizar a governança em torno de iniciativas culturais e criar projectos de apoio
a operadores culturais será crucial para permitir a implementação de projectos com elevado potencial socioeconómico.
84 PDN 2023-2027
Objectivo 19.5: Desenvolver a cultura popular urbana e rural como activo social e económico
Para a criação de emprego e reforço da contribuição do sector cultural no progresso nacional, será fundamental alavancar
o potencial da cultura popular e das diversas formas de expressão cultural do País.
Prioridade 19.5.1: Produção, promoção e acolhimento de festivais, feiras e actividades culturais de elevada magnitude
1. Realizar:
— 4 Festivais Internacionais de Kizomba;
— 2 Festivais Internacionais de Cinema de Luanda;
— 2 Feiras Internacionais do Livro de Luanda;
— 5 Feiras Nacionais do Artesanato;
— 2 Ferias Nacionais de Gastronomia; e
— Feiras Nacionais do Livro (uma por ano em cada capital de província).
2. Apoiar a produção e promoção de curta-metragens de realizadores e produtores angolanos (pelo menos uma curta-
metragem realizada por uma mulher).
3. Realizar o Prémio Nacional de Cultura e Artes.
4. Viabilizar encontros entre artistas nacionais para troca de experiências, em Luanda e nas demais províncias.
5. Apoiar a realização de festivais nacionais e internacionais de teatro de iniciativa privada.
6. Apoiar e promover prémios de escrita para teatro.
85
Política do Desporto
O desporto é um sector social e económico em crescimento, com potencial para ser uma fonte de afirmação
internacional e de identidade e coesão nacionais, assim como um gerador de capital social, saúde e bem-estar
para toda a população. Proporcionaremos acesso à prática de exercício físico a todos, independentemente
das condições socioeconómicas, idade ou género, em benefício da saúde e qualidade de vida da população.
Iremos também construir as bases para melhorar o desempenho competitivo dos atletas nacionais no palco
internacional, promovendo a imagem e estatuto de Angola no estrangeiro.
O nosso objectivo é desenvolver um ecossistema desportivo próspero, onde a prática desportiva é uma
actividade comum no dia-a-dia dos nossos cidadãos, as ligas desportivas são mais profissionais e mais
capazes de captar a atenção e imaginação das massas, e onde as nossas equipas nacionais têm um melhor
desempenho no palco internacional de desporto de alto rendimento, elevando o prestígio da nossa nação e
o sentimento de orgulho nacional. Cinco prioridades, associadas a três objectivos, permitirão concretizar
a nossa visão, através da implementação de um programa:
4
Desenvolvimento
do capital humano Aumento da Juventude Igualdade de Sustentabili- Emprego Comunidades Melhoria do
receita fiscal género dade vulneráveis ambiente de
ambiental negócios
0 1 4 2 0 1 0 0
Segurança
alimentar
86 PDN 2023-2027
Metas da Política
Número de medalhas
olímpicas ganhas 0 0 7
Número de medalhas
de Jogos Paralímpicos
ganhas 8 9 16
(cumulativo)
Classificação no ranking
da SADC (Região 5) 2 2 1
Classificação no ranking
da CPLP 3 3 3
Número de monitores
desportivos 7.067 8.800 15.000
(anual)
Número de atletas
federados 63.091 69.500 110.000
(anual)
% de atletas federados
do sexo feminino 20% 28% 50%
*2022 ou ano mais recente disponível
PDN 2023-2027 87
Programa de
Generalização da
Prática Desportiva e
Melhoria do
Programa 20 Desporto de Alto
Desempenho
O direito à prática desportiva está consagrado na nossa Constituição. No entanto, a prática desportiva ainda não
está generalizada por todo o País, existindo muitas áreas onde a actividade física recreativa está limitada a uma
fracção reduzida da população local, devido à falta de acesso a infraestruturas desportivas. Dado os vários benefícios
do desporto no desenvolvimento pessoal dos cidadãos e da sociedade em geral, incentivaremos a actividade desportiva
e desenvolveremos uma infraestrutura que permita o acesso inclusivo a todos.
As competições desportivas internacionais apresentam oportunidades únicas para celebrar o País e fomentar a coesão
social e o orgulho nacional, possuindo ao mesmo tempo o potencial para elevar a notoriedade e o prestígio das nações
cujas equipas têm um bom desempenho. No entanto, o sucesso no desporto de alto rendimento exige uma visão clara, a
criação de sistemas de apoio, vontade de investir e capacidade de identificar talentos. Vamos desenvolver os mecanismos
necessários para dar aos nossos atletas uma melhor probabilidade de sucesso no palco internacional, assegurando que
os atletas paralímpicos sejam incluídos nestes esforços.
88 PDN 2023-2027
Prioridade 20.2.2: Desenvolvimento do sistema de apoio ao desempenho dos atletas de alto rendimento
1. Aumentar o orçamento e os recursos para o sucesso desportivo a nível nacional.
2. Estimular a criação de associações de classes a nível nacional.
3. Aumentar o apoio financeiro às federações desportivas nacionais.
4. Activar a Agência Nacional Anti-Doping.
5. Construir e activar o Centro Desportivo de Alto Rendimento do Bengo.
6. Expandir os serviços e o número de centros de medicina do desporto.
7. Qualificar o maior número de atletas possível para os próximos Jogos Olímpicos e Jogos Paralímpicos.
8. Aumentar o número de atletas nacionais qualificados para as Olimpíadas Especiais.
9. Construir 1 estádio nacional.
A indústria desportiva nacional é subsidiada em grande parte por fundos públicos, pelo que, para diminuir a dependência
do financiamento público, iremos promover a profissionalização das diferentes ligas desportivas de topo, através da
elevação de padrões de qualidade, bem como aumentar o interesse público em eventos desportivos e atrair investimento
privado. Simultaneamente, desenvolveremos modelos sustentáveis para a gestão das infraestruturas desportivas
públicas.
Prioridade 20.3.2: Desenvolvimento de um modelo de gestão sustentável para infraestruturas desportivas públicas
1. Elaborar a Carta Desportiva, a qual faz um balanço de todas as infraestruturas desportivas públicas do País, o seu estado,
quem as utiliza e os desportos praticados, como orientação para o desenvolvimento de um modelo de gestão.
2. Concessionar 5 estádios nacionais e 8 centros polidesportivos até 2027.
3. Propor e implementar legislação que regule a utilização de uma percentagem fixa das receitas com jogos desportivos para
a manutenção das infraestruturas desportivas públicas.
4. Aplicar práticas de gestão inovadoras e fomentar o crowdfunding e iniciativas de voluntariado para garantir a auto-
sustentabilidade da maioria dos centros desportivos de proximidade até 2027.
PDN 2023-2027 89
9. Eixo 4:
2027
Reduzir as desigualdades sociais,
erradicando a fome e a pobreza extrema, promovendo
a igualdade do género e solucionando os desafios
multidimensionais e transversais à elevação da
qualidade de vida das populações
Politica da População e de
Promoção das Comunidades
Vulneráveis
Proteger os mais vulneráveis, ajudar as pessoas a escapar ao círculo da pobreza e contribuir
para a realização do pleno potencial humano dos nossos residentes.
Promoveremos o crescimento sustentável e próspero da população, com foco na redução das disparidades
de género e apoio às nossas comunidades mais vulneráveis. O sistema de protecção social será expandido
para providenciarmos um melhor apoio aos grupos mais vulneráveis, como pessoas com deficiência, ex-
militares, idosos, crianças, refugiados, apátridas e pessoas em risco de apatridia, e requerentes de asilo.
O crescimento do número de contribuintes e segurados da segurança social assegurará a sustentabilidade
do sistema que aliviará a pobreza extrema no País através de mais transferências sociais monetárias,
actividades de inclusão produtiva e serviços de apoio social.
Para alcançar a visão preconizada pela nossa Politica da População e de Promoção das Comunidades
Vulneráveis de um desenvolvimento sustentável e harmonioso da população, que permita uma melhoria
da qualidade média de vida, redução da pobreza e protecção reforçada dos grupos vulneráveis, iremos
concretizar dezanove prioridades, que abordam dez objectivos, resultante da implementação de quatro
programas:
10
Desenvolvimento
do capital humano Aumento da Juventude Igualdade de Sustentabili- Emprego Comunidades Melhoria do
receita fiscal género dade vulneráveis ambiente de
ambiental negócios
3 5 2 8 0 3 13 1
Segurança
alimentar
PDN 2023-2027 91
Metas da Política
Protecção Social
2022* 2027 2050
% da população
que vive abaixo do
limiar de pobreza
31% 28% 18%
(menos de 2,15 USD/dia1)
Volume de investimento
em assistência social 0,16 0,33 1,54
(biliões de Kz, anual)
Número de segurados
registados na protecção
social obrigatória 2,5 4,3 13,6
(milhões, anual)
Idosos
2022* 2027 2050
Número de
instalações públicas
de cuidados a 3ª
idade construídas e
11 12 13
reabilitadas
(cumulativo)
*2022 ou ano mais recente disponível
92 PDN 2023-2027
Metas da Política
Crianças
2022* 2027 2050
Taxa de mortalidade de
crianças menores de 5
anos 69 51 17
(por 1.000 nados-vivos)
Taxa de desnutrição
aguda grave de crianças 4,9% 3,6% 0%
menores de 5 anos
Taxa de desnutrição
crónica de crianças 38% 27% <10%
menores de 5 anos
Taxa líquida de escolari-
dade na 1ª classe 48% 60% 90%
(crianças de 5 anos)
Família
2022* 2027 2050
Integralidade do
registo de nascimento
(% de crianças com menos de
38% 59% 95%
5 anos)
% de mulheres
casadas antes 8% 2% 0%
dos 16 anos
% de mulheres
casadas antes 30% 23% 8%
dos 18 anos
*2022 ou ano mais recente disponível
PDN 2023-2027 93
Metas da Política
Igualdade de Género
2022* 2027 2050
Pontuação no Índice
de Diferenças Globais entre
0,64 0,69 0,81
Géneros do Fórum Económico
Mundial
% de mulheres na Assembleia
Nacional
38% 42% 50%
94 PDN 2023-2027
Programa
Integrado de
Desenvolvimento
Local e Combate
Programa 21 à Pobreza
A redução da pobreza extrema é uma necessidade para o crescimento e diversificação da nossa economia, uma vez que a
pobreza limita o desenvolvimento do nosso capital humano. Para melhorar a eficácia da nossa acção vamos desenvolver
um menor número de projectos de longo prazo, bem financiados, os quais prestarão um apoio consistente e previsível
aos necessitados para os ajudar a sair da pobreza, ao mesmo tempo que satisfazem as suas necessidades básicas. A
nossa abordagem será centrada em três áreas - a expansão de serviços de alívio imediato, tais como transferências
monetárias e em espécie, o fornecimento de meios e serviços geradores de rendimento, e serviços de apoio social para
facilitar a integração de grupos vulneráveis na sociedade.
Iremos procurar melhorar a coordenação entre as várias entidades do sistema de protecção social para evitar a duplicação
de acções e aumentar o impacto e alcance de um menor número de projectos, no sentido de aumentar a nossa capacidade
de retirar as pessoas da pobreza. A melhoria preconizada na governação do nosso sistema de protecção social focar-se-á
em duas vertentes: na implementação de sistemas integrados de gestão de dados, tanto para a assistência social como
para a protecção social obrigatória, e na municipalização dos serviços de assistência social de modo a melhor responder
às necessidades específicas de cada comunidade - o que, juntamente com os esforços legislativos, vai lançar as bases
para a eventual concentração de todos os serviços de protecção social sob uma única entidade e a implementação de um
software de gestão integrada de dados de todos os níveis de protecção social. Estes esforços permitirão a simplificação
de serviços para os necessitados, melhor monitorização e avaliação dos serviços prestados, maior responsabilização, e
economias de custos em todos os ramos da protecção social.
96 PDN 2023-2027
Programa de
Modernização e
Expansão da
Programa 22 Segurança Social
A protecção social obrigatória permite aos reformados gozarem de uma reforma digna, ao abrigo da pobreza e sem
necessitarem de assistência adicional por parte do Estado, e também presta outros serviços, como subsídios funerários
e de maternidade. O aumento da esperança de vida e o crescimento rápido da população irão aumentar a dependência
dos serviços de assistência social, pelo que vamos precisar de mais contribuintes para garantir o bom funcionamento
do sistema sem necessidade de constantes aportes do Estado ou de um aumento da taxa de contribuição.
PDN 2023-2027 97
Programa de
Acção Social e
Valorização da
Família
Programa 23
Os idosos representam um grupo etário importante na nossa sociedade e desempenham um papel fundamental na
cultura angolana enquanto conselheiros e guias morais para as gerações mais jovens. Por este motivo, os idosos devem
continuar a ser respeitados enquanto elementos fundamentais do património cultural e da coesão comunitária. O
papel fundamental que desempenham e o contributo que dão no seio das famílias, comunidades e sociedade devem
ser salvaguardados e promovidos.
Prioridade 23.1.1: Reforço e promoção de políticas, investimento e apoio social para idosos
1. Implementar iniciativas e criar incentivos e alternativas para cuidados sociais que encorajem a protecção dos idosos
(centros sociais, centros de dia, centros de apoio psicossocial e cuidados sociais domiciliários), especialmente dos que
não têm apoio nem cuidados familiares.
2. Realizar acções de monitorização e acompanhamento das condições dos lares e qualidade de vida dos idosos nos lares.
3. Promover uma política de protecção social abrangente e realista para os idosos.
4. Promover o estabelecimento de fundos e planos de reforma privados.
5. Desenvolver incentivos fiscais para o investimento e donativos a instituições e lares para idosos.
6. Incentivar a construção e reabilitação de lares para a terceira idade, que apoiem o envolvimento dos idosos em actividades
que os valorizem do ponto de vista cívico e social.
7. Realizar estudos sobre o custo diário de permanência do idoso nas instituições públicas, para melhor atribuição de
financiamento.
8. Implementar campanhas para a disponibilização de cestos de alimentos essenciais a idosos, dando prioridade aos que se
encontram na pobreza ou noutras situações de precariedade.
9. Promover a inclusão de idosos em actividades sociais e culturais de âmbito local.
Conceberemos um sistema que monitorize o progresso das crianças nas diferentes áreas, como o acesso a serviços de
saúde e educação, e a sua qualidade, e que reforce as iniciativas mais vitais para o seu desenvolvimento a nível municipal.
98 PDN 2023-2027
Prioridade 23.2.2: Prevenção e combate à violência e ao abuso contra crianças
1. Assegurar a promoção e manutenção do serviço de denúncia SOS-Criança.
2. Desenvolver serviços sociais para a localização e reunificação de crianças com as suas famílias.
3. Expandir a rede de centros de acolhimento, lares de infância e famílias substitutas para proporcionar um ambiente seguro
para as crianças separadas dos seus familiares.
4. Implementar legislação que reforce as penalizações para os perpetuadores de abusos contra menores de 13 anos.
5. Construir e activar centros de reeducação para crianças em conflito com a lei, para fornecer apoio psicológico e promover
mudanças de comportamento para a sua reintegração na sociedade.
6. Promover o Fórum Nacional da Criança para dinamizar a municipalização dos 11 Compromissos com a Criança adoptados
pelo Governo.
7. Expandir a Sala de Justiça Juvenil com vista à implementação de medidas de prevenção criminal e protecção social das
crianças em conflito com a lei (com destaque para a não privativa de liberdade).
8. Rever e actualizar a Lei nº 9/96 de 19 de Abril - Lei do Julgado de Menores.
9. Expandir a rede de centros sociais de referência previstos na Lei do Julgado de Menores.
A família é uma instituição social vital e o elemento base da nossa sociedade. Como tal, todas as mudanças de atitudes e
comportamentos que queremos promover terão de ser reflectidos na família, seja em termos da promoção da igualdade
de género, de maiores níveis de escolaridade ou do combate ao trabalho infantil e ao abuso de crianças, entre outros.
Sem a participação das famílias e a sua consciencialização sobre práticas benéficas e prejudiciais para a sociedade, não
será possível o desenvolvimento socioeconómico que almejamos. Assim sendo, iremos promover bons comportamentos
familiares, recorrendo a campanhas públicas de sensibilização, bem como à actualização do Código da Família, de
modo a garantir que este reflicta com exactidão as normas e expectativas da sociedade moderna no que diz respeito
a questões familiares.
PDN 2023-2027 99
Programa
de Igualdade
de Género
Programa 24
As diferenças de género presentes nas taxas de matriculação e abandono escolar evidenciam a necessidade de melhorar
a participação feminina no sistema educativo. Priorizaremos esta temática, ao implementar acções para melhorar o
acesso a educação das raparigas e jovens mulheres do nosso País, tal como reduzir o abandono escolar, que afecta
desproporcionalmente as raparigas. A igualdade de género pressupõe igualdade de género na educação, e não é possível
alcançar um direito sem o outro.
As mulheres constituem mais de metade da população mas estão criticamente sub-representadas no mercado de
trabalho formal. Por outro lado, também constituem a maioria dos empresários informais no País, mas não têm acesso
a crédito e obtêm rendimentos demasiado baixos para se tornarem autónomas e quebrarem o círculo da pobreza. Como
tal, devemos assegurar a sua inclusão no mercado de trabalho e capacitar as empresárias informais, especialmente
aquelas no meio rural, permitindo-lhes melhorar as suas condições de vida e abrindo um caminho para a formalização.
Como um Estado moderno e democrático, vamos mobilizar todos os recursos necessários para reduzir significativamente
a ocorrência de violência contra as mulheres. Para as mulheres que foram vitimizadas por este tipo de crime vamos
reforçar a rede de apoio e ajudá-las na sua reintegração na sociedade.
As mulheres têm ultrapassado barreiras e limitações para reclamarem a sua posição como iguais na sociedade. O seu
progresso deve ser celebrado, ao mesmo tempo que sensibilizamos a sociedade para os desafios que ainda as limitam
e medidas para ultrapassar esses obstáculos. Celebraremos as nossas mulheres, organizando eventos nacionais sobre
a mulher e a sua importância na sociedade, atribuindo prémios a mulheres notáveis.
O sector do petróleo e gás continuará a ser um dos principais impulsionadores da economia durante o
quinquénio e, de forma a maximizar a sua longevidade, estimularemos operações mais eficientes e
optimizaremos as condições fiscais e operacionais para atrair e reter investimentos privados no País. O
sector da energia desempenhará o seu papel de catalisador no desenvolvimento socioeconómico, através da
expansão do acesso à electricidade. A viabilidade económica e ambiental do sector será reforçada através
de medidas como a conversão de clientes para o regime pré-pago e uma maior contribuição das energias
renováveis para o mix energético nacional.
Para alcançar a visão preconizada pela nossa Política Energética de uma maior produção, distribuição e
acesso da população a energia fiável, e maximização do potencial dos recursos energéticos não-renováveis,
assegurando o cumprimento dos nossos compromissos para a sustentabilidade ambiental, definimos dezoito
prioridades, ao nível de onze objectivos, concretizadas por dois programas:
4
Desenvolvimento
do capital humano Aumento da Juventude Igualdade de Sustentabili- Emprego Comunidades Melhoria do
receita fiscal género dade vulneráveis ambiente de
ambiental negócios
3 11 7 7 7 6 7 3
Segurança
alimentar
Energia
2022* 2027 2050
Taxa de electrificação
(on-grid)
43% 49% 72%
Capacidade instalada
(energia eléctrica, GW)
6 10 33
Produção de energias
renováveis
(% da capacidade de produção 64% 73% 94%
energética instalada, incluindo
hidroeléctrica)
*2022 ou ano mais recente disponível
Petróleo e Gás
2022* 2027 2050
Contribuição do petróleo
e do gás para o PIB 15,4 13,8 5,5
(biliões de Kz, anual)
Contribuição do petróleo
e do gás para o PIB 29% 22% 4%
(% do PIB)
Contribuição do sector
do petróleo para o PIB 13,2 11,4 4,6
(biliões de Kz, anual)
Contribuição do sector
do petróleo para o PIB 27% 21% 3%
(% do PIB)
Contribuição do sector
do gás para o PIB 0,9 1,4 0,9
(biliões de Kz, anual)
Contribuição do sector
do gás para o PIB 2% 1% 1%
(% do PIB)
*2022 ou ano mais recente disponível
Petróleo
2022* 2027 2050
Produção de
petróleo 1,13 1,01 0,34
(milhões de barris por dia)
Volume de
investimento em
petróleo (mil milhões de
- 40,1 106,9
USD, cumulativo)
Gás
2022* 2027 2050
Produção
de gás natural 0,13 0,16 0,21
(milhões de barris
equivalentes por dia)
Volume de
investimento em
gás natural - 2,4 11,1
(mil milhões de USD, anual)
*2022 ou ano mais recente disponível
Objectivo 25.1: Executar o plano de distribuição rural e de expansão das redes de distribuição
e comercialização de electricidade
Expandiremos o sistema on-grid e off-grid, que deverá intervir como operador, atraindo investimento privado, integrando
a optimização da expansão da nossa rede de transmissão e distribuição, desenvolvendo um plano de distribuição, e
assegurando a integração energética regional. Visamos garantir o desenvolvimento de um Plano Nacional de Electrificação
que permita uma taxa de electrificação superior a 50% e que garanta a distribuição de energia eléctrica em todas as
sedes municipais, expandindo a cobertura e consolidando o modelo de licenças de distribuição para sedes municipais
ainda não servidas pela Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE). Adicionalmente, procuraremos
complementar e reforçar a equidade através de sistemas de pequena escala ou individuais para satisfazer níveis de
electrificação básicos.
Racionalizaremos o sistema eléctrico para garantir a sua sustentabilidade financeira, progredindo na implementação
do pré-pagamento, revendo as tarifas e lançando iniciativas concretas que visem a redução de perdas e a subsidiação
do sector.
Face ao alto potencial para a instalação de capacidade de energia solar fotovoltaica e hídrica iremos explorar alternativas
de retirar valor destes recursos. Pretendemos aumentar a participação privada no sector focando-nos, em particular,
no desenvolvimento das energias renováveis.
Prioridade 25.4.1: Desenvolvimento e reabilitação de infraestruturas para optimização da produção de energias renováveis
1. Aprovar a legislação especifica para o sector de energias renováveis para aumentar a participação privada no sector.
2. Construir o aproveitamento hidroeléctrico de Caculo Cabaça e Luachimo (reabilitação e aumento de potência, e linha de
transmissão associada).
3. Construir e instalar a central solar fotovoltaica de Laúca, Catete e Cabinda (ligada à rede de 90 MWP e construir também
sistema de armazenamento em baterias de 25 MWH).
4. Desenvolver as 2 primeiras centrais solares fotovoltaicas com investimento privado em Caraculo e Quilemba.
5. Reabilitar e fornecer 25 geradores industriais fotovoltaicos e desenvolver redes de média e baixa tensão associadas.
PDN 2023-2027 107
Programa de
Desenvolvimento
e Consolidação
da Fileira de
Programa 26 Petróleo e Gás
Para que o sector do petróleo e gás sirva como motor de crescimento do País nos próximos anos, será essencial maximizar
o aproveitamento dos recursos já identificados, assim como garantir que a legislação e os acordos contratuais incentivem
a exploração de novos recursos no País. Para isso, promoveremos e facilitaremos o investimento em produção de petróleo,
gás e biocombustíveis por parte, não só de operadores locais e produtores regionais, como também de operadores
internacionais independentes (p.ex., operadores de campos marginais), de forma a colmatar a falta de investimento
dos principais produtores mundiais já presentes em Angola.
Prioridade 26.1.1: Desenvolvimento de campos petrolíferos, incluíndo campos marginais e campos maduros
1. Dar início à definição da legislação para o fomento de projectos para o redesenvolvimento de campos maduros até final
de 2023.
2. Analisar a necessidade de revisão do quadro fiscal e contratual para desenvolver novos campos marginais.
3. Desenvolver os campos petrolíferos identificados (p.ex., Mafumeira Centro, 3ª fase do CLOV e Agogo).
4. Desenvolver os campos marginais identificados (p.ex., Ndola Sul, Cameia e Chissonga).
5. Perfurar poços de pesquisa adicionais nos prospectos identificados nas áreas de desenvolvimento.
6. Avaliar a possibilidade da revisão do regime legal e fiscal actual do sector petrolífero.
O País possui reservas consideráveis de gás natural (cerca de 5 trilhões de pés cúbicos de gás natural certificados
em 2021) que, exceptuando alguma produção de gás associado, foram até agora pouco exploradas. Assim, torna-se
fundamental a criação de um plano director para o gás que estabeleça uma visão integrada para os recursos existentes.
Este plano director, cujo desenvolvimento se encontra em curso, permitirá: i) estabelecer um plano com vista a optimizar
o desenvolvimento das reservas de gás para ir ao encontro da procura existente; ii) optimizar o desenvolvimento da
infraestrutura de gás, nomeadamente infraestrutura para GNL, gasodutos, armazenamento e transporte; e iii) fortalecer
o quadro legal para apoiar o desenvolvimento do sector a longo prazo.
Prioridade 26.2.1: Conclusão do Plano Director do Gás e operacionalização das actividades definidas
1. Concluir e garantir a aprovação do Plano Director do Gás até final de 2024.
2. Operacionalizar o novo consórcio de gás através da atribuição de concessões até ao final de 2023 e desenvolver o projecto
Quiluma e Maboqueiro, garantindo o inicio de produção a partir de 2026.
3. Garantir o fornecimento de gás à fábrica de amónia e ureia do Soyo a partir de 2026.
4. Concluir os projectos Sanha Lean Gas Connection (SLGC) e o Booster Compressor Module (BCM) até 2024.
5. Concluir a 2ª fase do Projecto Falcão até ao final de 2023.
Uma forma de aproveitar o potencial da produção de petróleo no País será através da expansão da cadeia de valor,
nomeadamente ao nível da refinação. O investimento e a diversificação neste sector permitirá reter mais valor da
produção de petróleo no País, bem como garantir a auto-suficiência de abastecimento.
Prioridade 26.3.4: Criação de mecanismos legais que permitam assegurar a disponibilidade de petróleo bruto à refinaria
de Luanda
1. Criação de mecanismos legais que permitam assegurar a disponibilidade de petróleo bruto à refinaria de Luanda.
A melhoria da distribuição de produtos refinados de petróleo irá contribuir, não só para uma maior equidade nacional,
como para o aumento do nível de actividade e desenvolvimento económico das áreas mais remotas. Para atingir este
objectivo, iremos garantir a expansão da rede de distribuição de produtos refinados em todo o território nacional.
Com as previsões internacionais de que a procura por petróleo e gás poderá atingir um pico ainda esta década, e estando
Angola posicionada com um custo de produção superior à média mundial, será fundamental implementar todas as
medidas possíveis de promoção de eficiência e redução dos custos de produção.
Prioridade 26.5.1: Promoção de partilha e colaboração entre operadores para minimização de custos de produção
1. Implementar modelo de partilha de navios de suporte à actividade de produção petrolífera a partir de 2024.
2. Implementar plataforma digital para partilha de inventário entre operadores a partir de 2025.
3. Implementar partilha de equipamentos de elevado custo (p.ex., sondas de perfuração) a partir de 2024.
Dada a urgência da descarbonização do sector energético a nível mundial, bem como o compromisso de Angola em
alcançar a neutralidade carbónica em 2050, é fundamental alinhar o sector de petróleo e gás a estes objectivos. Para tal,
será necessário reduzir substancialmente as emissões de gases de efeito de estufa nas próximas décadas, assegurando
que os principais intervenientes do sector contribuam positivamente para alcançar este objectivo.
O Decreto Presidencial nº 271/20 de 20 de Outubro visa garantir a preservação do interesse nacional, a promoção do
empreendedorismo nacional e das empresas angolanas, a protecção e promoção da competividade da indústria nacional,
bem como a geração de oportunidades de emprego e qualificação da mão de obra nacional e a protecção de empregos
de quadros angolanos. De forma a assegurar a operacionalização do referido Decreto Presidencial, iremos incentivar o
incremento efectivo da presença de sociedades comerciais angolanas e de direito angolano no sector, o que resultará num
sector mais competitivo e sustentável, e garantirá o cumprimento do plano de desenvolvimento de quadros nacionais
e efectivação dos planos de sucessão.
111
Política de Comunicações e
Aceleração Digital
4
Desenvolvimento
do capital humano Aumento da Juventude Igualdade de Sustentabili- Emprego Comunidades Melhoria do
receita fiscal género dade vulneráveis ambiente de
ambiental negócios
1 4 1 0 0 1 1 2
Segurança
alimentar
Cobertura de rede 3G
(% da população)
76% 93% 100%
Cobertura de rede 4G
(% da população)
23% 32% 100%
A competitividade é fundamental para o desenvolvimento de qualquer sector, uma vez que incentiva a melhoria de
qualidade, a inovação e a redução de preços, como resultado da concorrência entre operadores na atracção de clientes.
Como tal, impulsionaremos o crescimento e a inovação no sector mediante o aumento da concorrência.
A digitalização de serviços comporta riscos para todas as instituições públicas e privadas presentes no espaço cibernético.
Neste sentido, iremos melhorar a cibersegurança nacional de forma a garantir que riscos de fraude e de roubo de dados
não desincentivem o investimento e o nível de adopção necessários para uma economia digital próspera.
À medida que a população cresce, a administração pública é colocada sobre pressão para responder ao aumento da
procura de serviços. Por outro lado, a descentralização da administração pública exigirá uma maior coordenação entre
o governo local e os diferentes ministérios. Em ambos os casos, verifica-se a necessidade da digitalização dos serviços.
A nossa visão é de um sector de transportes sustentável que actue como catalisador do crescimento
económico, da competitividade, da mobilidade e da integração regional.
Para atingir as metas preconizadas para o sector será necessário implementar soluções que permitirão
aos diferentes subsectores dos transportes participar e estimular o crescimento económico. Esta visão
será alcançada através da execução de quinze prioridades, distribuídas por dez objectivos, por meio de um
programa:
4
Desenvolvimento
do capital humano Aumento da Juventude Igualdade de Sustentabili- Emprego Comunidades Melhoria do
receita fiscal género dade vulneráveis ambiente de
ambiental negócios
2 8 9 9 1 9 6 1
Segurança
alimentar
Subsector ferroviário
2022* 2027 2050
Toneladas transportadas 0,5 3,3 20,9
(milhões, anual)
Nos diferentes subsectores, asseguraremos a harmonização de procedimentos e regras com as normas e melhores
práticas internacionais, garantindo um papel claro e activo para cada órgão de supervisão e governança, nomeadamente
com vista ao devido alinhamento e consolidação dos modelos de governação e das reformas institucionais e legais
efectuadas recentemente no sector, sobretudo nos subsectores terrestre (domínio rodoviário) e logístico.
Prioridade 28.1.2: Melhoria da fiabilidade e abrangência da informação estatística do sector dos transportes
1. Implementar portal estatístico integrado no sector dos transportes.
2. Alinhar com o Instituto Nacional de Estatística (INE) uma nova metodologia de cálculo do PIB do sector dos transportes.
De forma a garantir a sua contribuição para o processo de redução de emissões de gases estufa, e sendo o sector dos
transportes um dos principais emissores, a implementação de acções relacionadas com a sustentabilidade ambiental
será umas grandes prioridades do sector para o quinquénio.
Prioridade 28.2.1: Dinamização do processo de transição energética e reforço da sustentabilidade ambiental no sector
dos transportes
1. Actualizar as normas e legislação de emissões poluentes de todos os subsectores.
2. Aprovar e publicar o Plano Estratégico da Electromobilidade para o modal rodoviário.
3. Criar mecanismos de incentivos ao uso de combustíveis sustentáveis na aviação civil.
4. Renovar gradualmente a frota da TAAG, adoptando aeronaves modernas e mais energeticamente eficientes.
5. Instalar novos sistemas de radar para a gestão optimizada do tráfego aéreo.
6. Incentivar a implementação de medidas para a eficiência operacional das companhias aéreas.
7. Implementar projecto de compensação de carbono para o sector (p.ex., projectos de reflorestamento).
8. Estabelecer parcerias de cooperação com organismos internacionais para promover a redução das emissões de CO₂.
9. Garantir a certificação do Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto como “aeroporto verde” (green airport).
Um dos principais objectivos do sector passa pelo desenvolvimento do seu capital humano, nomeadamente na formação
contínua dos profissionais.
Tendo em conta a extensão do nosso País, a manutenção das ligações aéreas é importante para assegurar a circulação
dos cidadãos e a actividade económica em geral. A operação doméstica exige gastos relativamente elevados dado o
fluxo de tráfego reduzido e os custos elevados de contexto. Por este motivo, o financiamento de operações e a gestão
de infraestruturas aeroportuárias e de voos não rentáveis realizados numa lógica de prestação de serviço público
deverá ser transparente. Não obstante, é essencial introduzir também incentivos que aumentem progressivamente a
concorrência e eficiência na prestação deste serviço público, garantindo sempre a manutenção dos níveis de segurança
aeroportuária adequados.
Prioridade 28.4.1: Introdução de incentivos para o aumento da concorrência e eficiência na gestão de infraestruturas
aeroportuárias e em voos operados em serviço público
1. Definir subsídios à operação, limitados a infraestruturas e rotas estruturalmente inviáveis comercialmente.
2. Definir critérios mínimos de serviço, tanto para a operação (p.ex., frequência, capacidade total e dias de ligação), como
de qualidade de serviço (designadamente, atrasos nas operações, cancelamentos e padrões de serviço).
3. Abrir o acesso a este modelo de remuneração a todos os titulares de Certificados de Operador Aéreo (COAs) válidos.
4. Monitorizar continuamente o cumprimento das condições contratuais por parte da concessionária e das companhias
aéreas e estabelecer penalidades por incumprimento recorrente.
5. Analisar a situação actual das infraestruturas não rentáveis e desenvolver um plano de gestão estratégico com vista a
melhorar a sua rentabilidade e sustentabilidade financeira a longo prazo.
A melhoria da mobilidade urbana e interprovincial passa, não só pela expansão e renovação da infraestrutura, como
também pela revisão do modelo de transporte colectivo urbano a nível nacional, no sentido de garantir um serviço
público de transportes colectivos de qualidade para a população. Para tal, é necessário avaliar de forma abrangente o
sistema de transporte colectivo existente em todo o País, incluindo a infraestrutura, operações, acessibilidade, eficiência,
qualidade do serviço e impacto ambiental, bem como reestruturar as empresas públicas do sector e elaborar o plano
rodoviário de Luanda e das restantes cidades afectadas por problemas de transportes públicos.
Prioridade 28.5.2: Implantação de terminais integrados de passageiros para apoio ao transporte interprovincial
1. Construir o Terminal Rodoviário Interprovincial de Passageiros do Cunene.
2. Apoiar na aquisição de autocarros para a frota de autocarros de transporte interprovincial.
120
Objectivo 28.6: Transferir as operações aeroportuárias do Aeroporto Internacional 4 de
Fevereiro para o Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto e melhorar as operações
aeroportuárias do País
Implementaremos um modelo de concessão para a gestão, exploração e manutenção do AIAAN, que atraia operadores
privados de referência mundial, garantindo o posicionamento de Luanda como hub regional. Será importante
assegurar uma transição eficiente das operações do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro para o AIAAN, para que
este seja devidamente operado como um aeroporto moderno e eficiente, capaz de acompanhar o aumento previsto
de aeronaves e passageiros, gerido num modelo de concessão. Adicionalmente, promoveremos o desenvolvimento da
cidade aeroportuária do Icolo e Bengo e melhoraremos as restantes infraestruturas aeroportuárias nacionais através
da privatização da concessão do sistema de aeroportos de Angola, entre outras acções.
Prioridade 28.6.1: Conclusão da construção, concessão e transferência, e activação das operações do Aeroporto
Internacional 4 de Fevereiro para o Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto (AIAAN)
1. Concluir fase final da construção e certificação do AIAAN.
2. Lançar concurso para concessão do AIAAN.
3. Transferir funcionários e operações do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro para o AIAAN.
4. Realizar estudos de biodiversidade na área do AIAAN e desenvolver currículo académico em gestão portuária no âmbito
da parceria com a Universidade Agostinho Neto.
A visão de transformação de Luanda num hub de aviação regional implica uma companhia de bandeira forte e,
consequentemente, a conclusão da reestruturaração da TAAG. Para tal, a principal prioridade no curto-prazo será
melhorar o desempenho financeiro da transportadora e lançar a sua privatização para que se possa aumentar o papel do
sector privado na companhia e garantir o crescimento necessário para que o hub de Luanda tenha a evolução pretendida.
Prioridade 28.7.1: Efectiva implementação do plano de reestruturação da TAAG com vista à sua privatização
1. Melhorar o desempenho financeiro da transportadora.
2. Aumentar o papel do sector privado através da privatização ou de parceria(s) estratégica(s).
3. Fomentar a visão de crescimento da rede de destinos e frequências de voos.
O portefólio de projectos de infraestruturas ferroviárias planeados será objecto de priorização, com base nos respectivos
modelos de financiamento, sobretudo pelo sector privado, e de acordo com a sustentabilidade e oferta de investimento.
A revisão do portefólio baseada nestes princípios assegurará projectos economicamente viáveis, atraindo financiamento
privado ou via PPPs. Consideraremos também investimentos que, embora sem retorno directo, tenham impacto positivo
indirecto, designadamente na criação de emprego em áreas adjacentes, ou que contribuam para a descentralização e
correcção de desigualdades. Nesse sentido, neste quinquénio, pretendemos aumentar a interligação da rede ferroviária
nacional, o que irá potenciar os grandes corredores ferroviários nacionais e o seu papel no desenvolvimento económico
do País.
Prioridade 28.8.1: Desenvolvimento e expansão da rede de transporte ferroviário urbano, suburbano e de longo curso,
oferecendo condições que promovam a concorrência intra e intermodal
1. Construir 5 estações multiusos.
2. Construir o ramal ferroviário Baía-AIAAN.
3. Modernizar e reabilitar a linha férrea de Zenza a Cacuso.
4. Construir e apetrechar a oficina das DMUs no CFL, em Cazenga.
5. Construir 4 passagens superiores no CFL, no troço Bungo-Baía.
6. Iniciar a construção dos troços ferroviários Luena-Saurimo (260 km) e Malanje-Cuito-Menongue (700 km).
7. Inserir 20 automotoras DMUs em circulação no CFL/CFM/CFB.
8. Construir a 1ª fase do Metro de Superfície de Luanda (MSL).
9. Concessionar o Corredor de Moçâmedes.
10. Activar os centros de formação ferroviária do Huambo e do Catete.
A operação da infraestrutura actual será maximizada e avaliaremos criteriosamente todos os novos investimentos com
base em projecções de procura e oferta (nacional e regional), adoptando medidas de viabilidade económica, garantindo o
alinhamento com a visão nacional e/ou regional. Promoveremos, igualmente, o financiamento privado de infraestruturas
portuárias, recorrendo, nomeadamente, a parcerias público-privadas, reconhecendo vantagens do envolvimento do
sector privado, como o incremento da eficiência e a partilha do custo e risco de financiamento.
Prioridade 28.9.1: Construção e concessão de infraestruturas portuárias nos portos de Caio, Barra do Dande, Namibe,
Luanda, Lobito e Soyo
1. Concluir projecto de construção do terminal de águas profundas do Caio (porto de Cabinda) e da Zona Franca.
2. Construir o Terminal de Desenvolvimento Integrado da Barra do Dande e Zona Franca.
3. Concluir projecto de reabilitação das infraestruturas integradas para o desenvolvimento da Baía do Namibe.
4. Concessionar 3 terminais marítimos e portuários (portos de Luanda, Lobito e Namibe).
5. Concessionar os terminais e operações de cabotagem de Cabinda e Soyo.
6. Construir o terminal marítimo do Noqui.
Para o desenvolvimento eficiente de uma rede intermodal de transporte de carga fomentaremos o desenvolvimento
de hubs intermodais, nomeadamente uma rede nacional de plataformas logísticas, que sirvam tanto como ponto de
ligação, como de armazenamento.
Prioridade 28.10.1: Dotação do território nacional de estruturas que potenciem os grandes eixos e corredores nacionais,
garantindo um quadro regulatório adequado, bem como uma operação moderna e eficiente
1. Construir e concessionar as plataformas logísticas identificadas (Soyo, Luau, Luvu e Malanje).
2. Implementar a Janela Única Logística (JUL) e garantir a sua integração com os diferentes subsistemas tecnológicos até
2025.
A gestão das águas do País será orientada para responder às necessidades dos vários sectores da economia,
bem como da população em crescimento. Em paralelo, implementaremos políticas ambientais eficazes
que contribuam para a preservação dos recursos naturais e promovam o desenvolvimento sustentável,
com os olhos postos no bem-estar das gerações futuras. Face ao crescimento populacional previsto, a
garantia do acesso a água potável e a melhoria do saneamento, tanto nas áreas urbanas como nas áreas
rurais, constituem também prioridades fundamentais. Implementaremos um modelo de gestão integrada de
recursos hídricos para dar resposta a estes desafios e assegurar a sustentabilidade dos serviços do sector.
Sendo o sector das águas um sector de suporte aos restantes, bem como um sector que assegura a
subsistência e sobrevivência de toda a população nacional, a concretização da visão para o mesmo deverá
ser feita de soluções pragmáticas. Como tal, estabelecemos três prioridades, encaixadas em três objectivos,
cuja execução assenta na implementação de um programa:
2
Desenvolvimento
do capital humano Aumento da Juventude Igualdade de Sustentabili- Emprego Comunidades Melhoria do
receita fiscal género dade vulneráveis ambiente de
ambiental negócios
3 0 0 0 2 0 1 1
Segurança
alimentar
Capacidade de
armazenamento de água 317 350 400
(m3 per capita)
% da população que
utiliza serviços básicos 57% 61% 89%
de água potável
% da população que
utiliza serviços básicos 52% 55% 66%
de saneamento
Densidade das estações
hidrométricas 21.500 13.508 3.750
(km2/estação)
*2022 ou ano mais recente disponível
O nosso objectivo é aumentar a percentagem da população que dispõe de acesso a água potável e a sistemas de
saneamento, tanto em áreas urbanas como rurais. Para atingir este objectivo construiremos, ampliaremos e reforçaremos
as infraestruturas de abastecimento de água e de saneamento. O nosso papel passará pela supervisão de projectos
de execução de obras de abastecimento de água e saneamento, pela definição de modelos de financiamento e pela
mobilização dos investimentos necessários para o sector.
Sabendo da criticidade dos serviços de água potável e saneamento, iremos trabalhar para garantir a sua sustentabilidade
e viabilidade económica. Apoiaremos o aumento do investimento no sector e cobraremos preços adequados pelos
serviços prestados, proporcionando um retorno justo e assegurando a qualidade e fiabilidade dos serviços oferecidos.
Adicionalmente, iremos procurar garantir um crescimento sustentável dos recursos humanos das empresas gestoras.
Implementaremos um modelo de gestão integrada dos recursos hídricos com vista a assegurar a utilização eficiente de
recursos hídricos renováveis, a equidade na distribuição da água pelos vários sectores e a protecção dos ecossistemas
e recursos hídricos (incluindo recursos subterrâneos).
Pretendemos desenvolver o sector de protecção ambiental nacional e cimentar a sua posição como
potenciador e regulador dos esforços de diversificação e desenvolvimento de uma economia sustentável
que possibilite uma melhor qualidade de vida aos nossos cidadãos, através da preservação dos recursos
naturais e fortalecimento da resiliência contra alterações climáticas e eventos climáticos extremos. Para
tal, contamos com dez prioridades que respondem a sete objectivos, asseguradas pela implementação de
três programas:
3
Desenvolvimento
do capital humano Aumento da Juventude Igualdade de Sustentabili- Emprego Comunidades Melhoria do
receita fiscal género dade vulneráveis ambiente de
ambiental negócios
1 1 2 1 10 1 2 0
Segurança
alimentar
Pontuação na categoria
Qualidade do Ar do EPI 23,1 25,7 42,2
Pontuação na categoria
Biodiversidade e Habitat 30,1 34,6 65,3
do EPI
Pontuação no Índice
Mundial de Risco da 11,0 10,2 7,0
Bündnis Entwicklung Hilft
*2022 ou ano mais recente disponível
As condições climáticas e de solos de grande parte do nosso território são propícias a determinados riscos ambientais,
nomeadamente de deslizamento de terras, desmoronamento de taludes e aparecimento de ravinas, bem como inundações
provocadas por cheias, transbordo do caudal dos rios e galgamento das águas do mar. Isto requer a elaboração e
implementação de uma abordagem para prevenção e controlo destes riscos, assim como a recuperação das áreas
afectadas, de forma a minimizar os riscos para a população e actividade económica nacional.
A poluição atmosférica, independentemente da fonte, é altamente prejudicial para a saúde humana, causando doenças
respiratórias e cardiovasculares. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 7 milhões de mortes prematuras
por ano são atribuídas à poluição do ar, que afecta principalmente pessoas em situação de pobreza, devido à falta de
recursos para obtenção de fontes de energia limpas e maior exposição aos poluentes atmosféricos. De igual modo, a
poluição dos solos também afecta negativamente a saúde humana, além do efeito prejudicial na fertilidade dos solos,
e consequente impacto na produtividade agrícola. Assim sendo, iremos priorizar estes fenómenos de modo a reduzir a
sua prevalência e controlar as suas consequências.
O aumento da temperatura, mudanças nos parâmetros de precipitação, subida dos níveis do mar e acidificação dos
oceanos causados pelas alterações climáticas tendem a danificar ecossistemas, levando à extinção de espécies e
acelerando eventos climáticos extremos, como cheias, secas e fogos florestais, que destroem culturas agrícolas,
colocando em risco a subsistência das comunidades. De modo a contribuir positivamente para o desenvolvimento
será necessário reforçar a nossa capacidade de adaptação às alterações climáticas para assegurar a produtividade
económica e sustentabilidade das populações em contextos climáticos diferentes, assim como a resiliência, sobretudo
da actividade agrícola, após eventos climáticos extremos, que se preveem mais frequentes.
A grande variedade de ecossistemas em Angola permite a existência de uma diversidade de espécies extremamente
rica. A protecção e conservação destes ecossistemas, de forma a preservar a biodiversidade nacional, apresenta-se
como um factor chave para o processo de diversificação económica nacional.
A economia circular é um conceito económico assente na redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais,
através da coordenação de sistemas de produção e consumo em circuitos fechados, nos quais o produto é posteriormente
usado como factor produtivo. Através da reciclagem de resíduos, pretendemos reduzir a produção excessiva de materiais
não-biodegradáveis, como o plástico, e os consequentes danos ambientais e de saúde pública.
Os produtos químicos perigosos e a sua interação com outros factores de agressão ambiental podem ter impactos
ambientais de grande escala e a longo prazo no ambiente terrestre e marinho, bem como contribuírem para a redução da
resiliência dos ecossistemas, conduzindo a um rápido declínio das populações animais e, em última instância, a extinções,
e terem um impacto nocivo na saúde humana e bem-estar, nomeadamente por intermédio da possível presença de
contaminantes na cadeia alimentar. Logo, é importante garantir que todas as substâncias e produtos químicos sejam
utilizados de forma segura e sustentável, promovendo a substituição dos produtos químicos com efeitos crónicos para
a saúde e ambiente.
Com os crescentes desafios ambientais que o mundo, e o nosso País em particular, enfrenta, desde as alterações
climáticas à perda de biodiversidade, necessitamos de uma gestão e governança efectiva e compreensiva para protecção
dos nossos recursos naturais, assim como de aumentar a consciencialização e educação ambiental da nossa população,
para reduzir a prática de acções nocivas para o ambiente. Modelos organizacionais serão desenvolvidos para melhor
gestão dos diferentes intervenientes, políticas e regulamentos, de forma a assegurar um futuro sustentável para todos.
Iremos expandir e melhorar a oferta de formação no sector ambiental para melhor qualificação de quadros do sector,
assim como organizar acções de sensibilização abrangentes para o fomento da consciencialização ambiental.
A concretização da nossa visão implica soluções pragmáticas numa política que integra vários sectores,
bem como toda a população nacional. Como tal, definimos cinquenta e quatro prioridades, organizadas em
torno de trinta e três objectivos, dependentes da implementação de sete programas:
14
Desenvolvimento
do capital humano Aumento da Juventude Igualdade de Sustentabili- Emprego Comunidades Melhoria do
receita fiscal género dade vulneráveis ambiente de
ambiental negócios
24 33 32 27 10 30 25 11
Segurança
alimentar
Agricultura e Pecuária
2022* 2027 2050
Contribuição da
agricultura para o PIB 5,2 7,5 18,4
(biliões de Kz, anual)
Contribuição da
agricultura para o PIB 9,7% 12,1% 14,1%
(% do PIB)
Contribuição da pecuária
para o PIB 0,4 0,6 2,2
(biliões de Kz, anual)
Contribuição da pecuária
para o PIB 0,7% 0,9% 1,7%
(% do PIB)
Número de explorações
agrícolas familiares 3,10 3,41 4,70
(milhões, anual)
Florestas
2022* 2027 2050
Contribuição das
florestas para o PIB 0,05 0,25 1,23
(biliões de Kz, anual)
Contribuição das
florestas para o PIB 0,1% 0,4% 1,5%
(% do PIB)
% de desflorestação da
área florestal natural 0,77% 0,70% 0,39%
Pescas
2022* 2027 2050
Contribuição do sector
das pescas para o PIB 2,5 3,3 7,2
(biliões de Kz, anual)
Contribuição do sector
das pescas para o PIB 4,7% 5,4% 5,5%
(% do PIB)
Toneladas de produção
de peixe
(inclui captura de pesca,
596.060 751.789 1.233.436
aquicultura e maricultura, anual)
Aquicultura
2.808 8.385 555.137
continental
% de produção de
aquicultura 0,50% 1,10% 69,60%
Toneladas de sal
produzidas 201.699 472.994 854.023
(anual)
*2022 ou ano mais recente disponível
PDN 2023-2027 139
Metas da Política
Indústria
2022* 2027 2050
Contribuição do sector da
indústria transformadora
para o PIB
3,9 6,8 25,5
(biliões de Kz, anual)
Contribuição do sector
da indústria transfor-
madora para o PIB
7,3% 10,9% 19,5%
(% do PIB)
Número de postos de
trabalho na indústria
transformadora
324 623 2.060
(milhares, anual)
*2022 ou ano mais recente disponível
Extracção Mineral
2022* 2027 2050
Contribuição do sector
mineiro para o PIB 0,7 1,0 3,0
(biliões de Kz, anual)
Contribuição do sector
mineiro para o PIB 1,3% 1,6% 2,3%
(% do total)
Volume de investimento
no sector diamantífero - 0,4 3,8
(mil milhões de USD, cumulativo)
Volume de investimento
no sector mineiro,
- 2,0 24,3
excluindo diamantes
(mil milhões de USD, cumulativo)
*2022 ou ano mais recente disponível
Comércio
2022* 2027 2050
Contribuição do sector
do comércio para o PIB 11,6 13,3 27,1
(biliões de Kz, anual)
Contribuição do sector
do comércio para o PIB 21,8% 21,4% 20,8%
(% do PIB)
Auto-suficiência da
produção nacional 66% 76% 113%
(agricultura, pecuária, pesca e
indústria, % do consumo interno)
Número de trabalhadores
no comércio 2,5 2,9 4,8
(milhões, anual)
% de empregos do
sector informal
78% 69% 45%
% de vendas do
comércio electrónico 1,0% 3,1% 37,0%
*2022 ou ano mais recente disponível
Turismo
2022* 2027 2050
Contribuição do sector
do turismo para o PIB 0,60 0,84 2,50
(biliões de Kz, anual)
Contribuição do sector
do turismo para o PIB 1,1% 1,3% 1,9%
(% do PIB)
Número de dormi-
das de turistas
domésticos 1,7 2,5 8,1
(milhões, anual)
Número de turistas
internacionais 0,12 0,16 2,00
(milhões, anual)
*2022 ou ano mais recente disponível
A agregação da produção desempenhará um papel fundamental na integração do agricultor familiar nas cadeias de
valor alimentar. Os agricultores serão encorajados a formar ou a juntar-se a agregadores, tais como cooperativas,
unidades agrícolas centrais, agrupamentos e outras associações, que lidam com o fornecimento de abastecimentos e
com a compra e revenda da produção agropecuária.
O aumento da produtividade exigirá a acção de grandes unidades agrícolas e clusters de agronegócio associados e a
alavancagem de infraestruturas resultantes de investimentos públicos passados. Como tal, atrairemos investidores com
capacidade competitiva e produtiva, bem como IDE para novas explorações agrícolas, e melhoraremos a disponibilidade
e sustentabilidade da água no curto e médio prazo, particularmente nas explorações hidroagrícolas.
Promover a resiliência alimentar das famílias agrícolas, em específico de regiões áridas e semi-áridas, terá um papel
importante para garantir que estas tenham acesso regular a alimentos. As campanhas de promoção centrar-se-ão em
intervenções comunitárias e na coordenação activa dos parceiros de desenvolvimento e do sector privado.
O nosso compromisso com a floresta natural é aumentar a produtividade das PME e famílias que dela dependem
e a sustentabilidade da sua exploração. Quanto aos nossos compromissos com a floresta plantada, pretendemos
utilizá-la para alimentar a indústria transformadora, particularmente a da celulose e de aglomerados de partículas e
contraplacados de fibras de média e alta densidade.
Prioridade 34.1.4: Desenvolvimento das infraestruturas de apoio à cadeia de valor do sector das florestas
1. Construir e equipar estações de desenvolvimento florestal e apícola de Huíla, Lunda Norte, Uíge e Luau/Moxico.
2. Construir e equipar entrepostos de produtos florestais de Benguela, Caxito, Cabinda, Maria Teresa, Menongue e Moxico.
Objectivo 35.1: Atrair e acelerar o investimento no sector das pescas e na indústria salineira
Para atrair e acelerar o investimento directo estrangeiro, devemos identificar e atribuir áreas prioritárias de alto
potencial para projectos de aquicultura, apresentar as oportunidades de investimentos em infraestruturas, como os
portos pesqueiros com lotas integradas, e infraestruturas integradas de conservação e processamento para realização
da primeira venda, com suporte legislativo para tornar estes instrumentos viáveis. Para o efeito, será necessário
desenvolver estudos de pré-viabilidade e comunicar estas actividades a investidores privados nacionais e internacionais.
O reforço das nossas infraestruturas é essencial para concretizar o crescimento projectado para o sector das pescas e
requererá a cooperação entre os sectores público e privado. As principais áreas de desenvolvimento são a construção e
reabilitação de portos pesqueiros com lotas integradas e infraestrutura tecnológica com suporte legal para a realização
da primeira venda, pontes-cais com pontos de descarga oficial de pescado, entrepostos frigoríficos, especialmente no
interior, e Centros de Apoio à Pesca Artesanal (CAPAs).
Precisamos de agir de forma atempada para assegurar um ecossistema aquático sustentável e recursos haliêuticos
suficientes para alimentar a população crescente e garantir uma economia azul e ampla. Para cumprir com este
desiderato, iremos reforçar a monitorização e a protecção dos nossos ecossistemas aquáticos, implementando um
quadro legal para o efeito.
Prioridade 35.3.2: Reforço da capacidade de investigação, conservação e monitorização do sector das pescas
1. Reforçar a assistência técnica ao navio de pesquisa de Baía Farta.
2. Implementar o novo sistema de estatísticas das pescas.
3. Implementar o Plano de Planeamento das Pescas.
4. Activar o projecto integrado para o Serviço Nacional de Fiscalização Pesqueira e Aquicultura.
5. Activar o projecto nacional de amostragem biológica.
6. Reforçar a assistência técnica à frota de pesca.
7. Activar o projecto para a conservação dos ecossistemas aquáticos.
8. Remodelar e apetrechar a rede de laboratórios de investigação pesqueira (Benguela e Namibe).
A atracção de investimento requer a actualização e activação da política industrial, particularmente nos segmentos
com potencial industrial, como a agroindústria, a produção de vestuário e sectores com elevado potencial exportador.
Prioridade 36.1.3: Desenvolvimento e operacionalização da rede de Parques Industriais Rurais (PIRs) de apoio à indústria
em meio rural
1. Avaliar e reajustar a abordagem de implantação da rede de PIRs, em termos de localização, perfil industrial e modelos de
construção e de gestão, de modo a permitir a entrada de operadores privados na instalação e gestão de novos espaços.
2. Executar as medidas necessárias à efectiva ocupação dos PIRs já existentes ou em construção.
3. Atrair investidores para a criação de PIRs e centros de processamento agrícola nas zonas rurais.
4. Elaborar um quadro legal e regulamentar adequado para a instalação de indústrias em áreas rurais.
148
Objectivo 36.2: Garantir a melhoria do sistema nacional de qualidade
A produção de qualidade é essencial para garantir a oferta de produtos nacionais de preferência para consumo interno
e exportação.
Objectivo 36.4: Acelerar a produção intensiva em recursos minerais sólidos, líquidos e gasosos,
e energia
Dinamizaremos o sector industrial através de medidas específicas dirigidas a diferentes subsectores, especificamente
os de petroquímica (detalhado no capítulo da Política Energética), e metais.
Prioridade 36.4.1: Desenvolvimento das cadeias de valor dos metais e produtos minerais não metálicos
1. Promover a cadeia de valor dos produtos desenvolvidos no âmbito do projecto mineiro-siderúrgico de Cassinga.
2. Elaborar dossiers sobre outros possíveis aproveitamentos siderúrgicos e de minerais não metálicos, e desenvolver acções
de captação de investimento estrangeiro.
3. Desenvolver uma abordagem inovadora para a conversão energética da indústria cimenteira, numa óptica de integração
na economia circular.
Identificaremos oportunidades para impulsionar o desenvolvimento da indústria ligeira, através de acções específicas
nas indústrias têxtil, de confecções e caçado e da madeira.
De forma a captar o máximo de potencial dos recursos mineiros do País, tendo como principal prioridade que Angola
continue a ser uma referência para os investidores internacionais, continuaremos os nossos esforços em aumentar
o conhecimento geológico nacional, através da conclusão do PLANAGEO na Zona 2 (Região Leste), e asseguraremos
diversos mecanismos para a atracção, captação e retenção de investimento mineiro.
Prioridade 37.1.3: Melhoria dos canais digitais para interacção célere com investidores e demais entidades interessadas
1. Adquirir o Sistema de Informação de Gestão Integrada dos Recursos Minerais de Angola (SIGIRMA) até 2024.
2. Optimizar o processo de licenciamento e cadastro para a prospecção e exploração de recursos minerais.
3. Melhorar o sistema de submissão dos relatórios periódicos das actividades de prospecção, exploração e beneficiamento
dos recursos minerais via o SIGIRMA.
4. Melhorar os mecanismos de acesso a informação geológica e mineira do País (mapas geológicos e outros dados e/ou
informações relevantes).
O desenvolvimento de projectos mineiros de acordo com as potencialidades geológicas do País é fundamental para o
arranque da transformação e da diversificação do subsector de pedras preciosas e metais preciosos. A extensão da
cadeia de valor a jusante pode representar o ponto de partida para o incremento das receitas fiscais, em conjunto com
o aumento do valor económico local, criando condições para o investimento contínuo no subsector.
Iremos apoiar os produtores de rochas ornamentais a aumentar a sua produção através da adopção de múltiplas
iniciativas de promoção do potencial geológico de Angola, como a eliminação de barreiras da cadeia de valor, prestação
de apoio institucional às operações, e criação de incentivos e soluções de financiamento que promovam a prospecção.
Prioridade 37.3.1: Apoio aos produtores para aumentar a produção de rochas ornamentais
1. Fomentar o aumento do número de pedreiras em produção.
2. Construir e activar o Pólo de Desenvolvimento das Rochas Ornamentais do Namibe até 2026.
Apoiaremos o aumento da produção dos produtores de metais ferrosos, mediante implementação de uma multiplicidade
de actividades de aproveitamento do potencial geológico angolano. Essas actividades deverão incluir a eliminação de
obstáculos da cadeia de valor, o suporte institucional necessário para as operações em curso e o estabelecimento de
incentivos, juntamente com soluções de financiamento.
Prioridade 37.4.1: Apoio aos produtores para aumentar a produção de metais ferrosos
1. Estimular a entrada em produção do projecto de exploração de minério de ferro e produção de ferro gusa no Cutato-Cuchi.
2. Promover a entrada em produção do projecto de minério de ferro de Kassala-Kitungo até 2026.
3. Promover a implementação do projecto minero-siderúrgico de Kassinga, incluíndo a construção da Siderurgia do Namibe
até 2027.
4. Estimular o aumento de produção de manganês.
Apoiaremos os produtores a implementar projectos de prospecção e exploração de cobre e de outros metais não ferrosos
através da adopção de múltiplas iniciativas de promoção do potencial geológico em Angola, como a eliminação de
barreiras da cadeia de valor e a prestação de apoio institucional às operações.
A produção de alguns recursos minerais não metálicos, como, por exemplo, os fosfatos, potássio, calcário, entre outros,
não só contribui directamente para criação de valor económico, como também cria valor noutros sectores económicos,
como é o caso da agricultura. Pretendemos por esse motivo assegurar o seu aproveitamento máximo, em estreita
coordenação com outros sectores relevantes.
Apoiaremos o desenvolvimento da indústria de lapidação de diamantes, garantindo valor acrescentado neste sector.
153
Objectivo 37.8: Promover o capital humano, o conteúdo local e a responsabilidade social no
sector mineiro
Vamos aumentar a participação do sector no desenvolvimento de actividades de capital humano, conteúdo local e
responsabilidade social, e capacitar empresas da economia local de forma a promover maior retenção do valor económico
acrescentado no País.
Prioridade 37.8.1: Reafirmação do compromisso do sector com o desenvolvimento do capital humano e conteúdo local,
bem como a implementação de projectos de responsabilidade social
1. Definir, implementar e acompanhar projectos de responsabilidade social.
2. Elaborar a legislação para o conteúdo local no sector de recursos minerais e criar mecanismos para o seu financiamento
até 2025.
3. Desenvolver o capital humano e tecnológico do sector mediante a formação especializada..
O sector mineiro deverá assumir a responsabilidade que lhe compete, promovendo o aumento da eficiência e a diminuição
do impacto ambiental da actividade mineira.
154
Programa de
Reorganização do
Comércio Interno
e Fomento das
Programa 38 Exportações
Apoiaremos o desenvolvimento sustentável dos nossos sectores produtivos, promovendo a emergência de agregadores
de produção privados capazes de completar cadeias de valor e reduzir perdas. Vamos também expandir as redes de
mercado e as plataformas logísticas.
Prioridade 38.1.2: Reavaliação da visão de expansão das estruturas de distribuição e logística de alimentos, e optimização
das mesmas
1. Identificar e caracterizar os espaços existentes (infraestruturas e edifícios disponíveis) e seus operadores, e analisar os
modelos de gestão implementados.
2. Definir e priorizar as intervenções a serem levadas a cabo no curto, médio e longo prazos ao nível de edificações e
infraestruturas, bem como ao nível da gestão, organização e estruturação de actividades.
3. Elaborar planos de organização e gestão para cada estrutura com o respectivo enquadramento a nível local, provincial
e nacional.
4. Implementar os planos de organização e gestão nas estruturas identificadas como prioridades de curto e médio prazo.
5. Avaliar a necessidade de construção e instalação de novas unidades de mercados abastecedores, Centros Logísticos e de
Distribuição (CLODs), centros de logística e estruturas de frio para cobertura do território nacional.
6. Estudar, em articulação com contrapartes públicas e privadas, o planeamento da construção de estradas e fornecimento
de água, energia, comunicações e redes de transportes públicos rodoviários e ferroviários essenciais ao funcionamento
das estruturas a serem definidas.
7. Definir a calendarização de execução de estudos preliminares de construção e instalação das infraestruturas prioritárias
no curto, médio e longo prazos.
Prioridade 38.2.1: Formalização, operacionalização e modernização dos mercados e agentes comerciais instalados
1. Quantificar, a nível municipal, os mercados existentes em espaços abertos e fechados e priorizar as intervenções a realizar
no curto, médio e longo prazos.
2. Realizar as intervenções identificadas ao nível de edificações e infraestruturas e da gestão, organização e estruturação
de actividades.
3. Rever e implementar o Regulamento para o Funcionamento dos Mercados Municipais de Retalho e de Abastecedores a
nível de cada província.
4. Elaborar o regulamento do urbanismo comercial.
5. Alavancar a construção de mercados municipais com infraestrutura adequada para o aumento da formalização, por meio
de pré-requisitos de formalização para os operadores económicos que tencionam operar nesses espaços.
6. Implementar um novo modelo de gestão sustentável dos mercados, que assegure a melhoria do saneamento, higiene e
condições de trabalho, com recurso a parcerias público-privadas ou concessão da gestão a privados.
7. Desenvolver mercados municipais por intermédio das parcerias público-privadas.
A fim de equilibrar a nossa balança comercial, vamos implementar reformas no processo aduaneiro, fazendo uso
da digitalização. Vamos também ratificar os acordos regionais faseados para promover o comércio internacional,
protegendo ao mesmo tempo a produção interna.
O papel do Estado no sector do comércio deve ser reavaliado para se concentrar nas funções de monitorização e controlo.
Assim, continuaremos a melhorar o modelo de Reserva Estratégica Alimentar (REA) e a rever os regulamentos comerciais.
158
Programa de
Promoção e
Desenvolvimento
do Turismo
Programa 39
Prioridade 39.1.1: Promoção da marca “Angola Turismo” e atracção de investimento no sector, e melhoria do ambiente
de negócios
1. Realizar mapeamento e inventário dos recursos turísticos.
2. Lançar 5 campanhas de marketing e promoção do turismo interno.
3. Operacionalizar e promover o portal online de informação turística.
4. Elaborar e operacionalizar o Plano Nacional de Marketing e Promoção Turística.
5. Criar o Cartão do Turista em Angola.
6. Realizar 5 Bolsas Internacionais de Turismo (BITUR).
7. Realizar e participar em fóruns internacionais para atracção de investimento no sector do turismo.
8. Realizar eventos de atracção de investimento.
9. Aprovar um pacote de incentivos específicos para quem investe no turismo em Angola.
10. Implementar o Projecto de Educação para o Turismo nas Áreas de Interesse e Potencial Turístico (AIPT).
11. Aprovar um conjunto de medidas para melhoria do ambiente de negócios no sector do turismo.
12. Aprovar uma linha de crédito para fomento ao empreendedorismo no sector do turismo, direccionada às MPME.
13. Implementar o Sistema Integrado de Gestão do Turismo (SIGTUR).
14. Criar condições para dinamizar e rentabilizar a actividade dos navios de cruzeiros em Angola.
15. Criar condições para dinamizar e rentabilizar a actividade e chegada de comboios turísticos.
16. Criar um sistema de recolha, registo e publicação de dados estatísticos nacionais do turismo (fluxos aéreos, terrestres,
marítimos e ferroviários, entre outros).
17. Estabelecer um mecanismo de financiamento funcional e específico para o turismo (Fundo do Turismo).
18. Realizar intercâmbios de experiências e informações com outras instituições nacionais e estrangeiras.
19. Estabelecer um mecanismo funcional de articulação institucional que envolve o sector público, privado, académico e
terceiro sector com interesse no turismo.
A fim de atrair um número significativo de turistas internacionais serão simplificados os acessos ao País, através de
esforços que visam facilitar as viagens, bem como a obtenção dos documentos, nomeadamente vistos de turismo e
de trabalho.
O desenvolvimento próspero do sector do turismo requer infraestrutura de suporte física e humana capacitada. As
principais infraestruturas necessárias para o desenvolvimento do turismo resumem-se aos domínios das vias de acesso
aos atractivos turísticos, as telecomunicações, as condições de acesso à energia eléctrica e água, saneamento básico,
saúde, segurança e transporte, entre outras. Um dos factores de atracção turística é também a quantidade e qualidade
dos atractivos turísticos disponíveis em determinado território. Neste sentido, a estruturação de produtos turísticos
a partir do património cultural e natural disponível, particularmente nas AIPT, e no País em geral, constitui um dos
desideratos para este quinquénio. Igualmente, a capacidade técnica dos recursos humanos deverá ser permanente,
em todas as áreas de trabalho, em todas as épocas, tendo em consideração a evolução do conhecimento que precisa
de ser acompanhada sistematicamente.
Comum a Calandula:
17. Construir parques de estacionamento para 200 viaturas e 15 autocarros em Calandula.
18. Criar caminhos e trilhos para dinamizar roteiros internos no perímetro do Pólo de Calandula.
19. Requalificar o miradouro de Calandula e zona envolvente.
A melhoria do quadro legal e regulamentar da actividade turística é uma das condições necessárias para a atracção
de investimento e o aperfeiçoamento da qualidade dos serviços prestados. Os esforços a desenvolver para agilizar a
tramitação legal dos processos de formalização do investimento recairão no registo e licenciamento dos empreendimentos
e das actividades turísticas.
A nossa visão para a Política de Estabilidade e Crescimento Económico será concretizada através de vinte
e seis prioridades, correspondentes a treze objectivos, subjacentes à implementação de quatro programas:
13
Desenvolvimento
do capital humano Aumento da Juventude Igualdade de Sustentabili- Emprego Comunidades Melhoria do
receita fiscal género dade vulneráveis ambiente de
ambiental negócios
10 17 13 7 2 9 7 12
Segurança
alimentar
Formalização da economia
2022* 2027 2050
Taxa de formalização
22% 31% 55%
(% de todos os empregos)
Número total de
trabalhadores registados
no INSS 2,5 4,3 13,6
(milhões, anual)
*2022 ou ano mais recente disponível
IDE não-petrolífero
(% do PIB não-petrolífero)
<1% 9% 12%
*2022 ou ano mais recente disponível
Ambiente de negócios
2022* 2027 2050
Classificação no
ranking do Índice de Top
Competitividade Global do 136 112
80
Fórum Económico Global
Investimento
privado per capita 280 338 630
(milhões de USD, anual)
*2022 ou ano mais recente disponível
Gestão macroeconómica
2022* 2027 2050
PIB 53 130
(biliões de Kz, anual)
62
Taxa de crescimento
anual composta do PIB - 3,0% 3,1%
desde 2022
Taxa de crescimento
anual composta do PIB - 4,6% 4,3%
não-petrolífero desde
2022
Contribuição dos sectores
não-petrolíferos para o 71% 77% 96%
PIB
(% do PIB)
Receitas fiscais
não-petrolíferas 11,4% 12,4% 19,2%
(% do PIB não-petrolífero)
*2022 ou ano mais recente disponível
Objectivo 40.1: Remover barreiras à formalização económica, com foco no sector primário
e no comércio
Incentivaremos a formalização dos operadores económicos, ao remover as barreiras que os incentivam a permanecer na
informalidade e promover incentivos que motivem a sua integração na economia formal. Iremos formalizar trabalhadores
em todos os sectores, mas principalmente naqueles que empregam uma maior parte da população, nomeadamente,
o comércio e a agricultura, pescas e pecuária, que actualmente empregam, respectivamente, 22% e 52% de todos os
trabalhadores e apresentam uma baixa taxa de formalidade. Estes sectores crescerão bastante nos próximos anos, pelo
que o seu peso na economia nacional irá crescer, motivando ainda mais a necessidade de formalizar os trabalhadores,
de modo a assegurar a sua contribuição para a receita fiscal e a produtividade dos sectores.
Prioridade 40.1.1: Desenvolvimento de modelo sustentável de formalização contínua dos operadores económicos e
segmentos da economia informal
1. Assegurar a implementação efectiva do Imposto Unitário da Micro Actividade Económica (IUMAE).
2. Coordenar esforços com a Direcção Nacional de Identificação, Registos e Notariado para fornecer cartões de identidade
nacional aos operadores económicos que procuram formalizar-se, mas não possuem nenhum documento legal no seu nome.
3. Coordenar acções com instituições de microcrédito para aumentar o financiamento disponibilizado a operadores
económicos recentemente formalizados em áreas prioritárias, como a economia circular e digital, e o agronegócio.
4. Implementar uma campanha de comunicação social em larga escala para incentivar a formalização.
5. Reforçar os serviços de apoio a micro e pequenas empresas, como serviços de contabilidade.
6. Instituir um regime fiscal para a microactividade.
7. Fomentar um sistema de logística integrado para a microactividade.
8. Promover o quadro legal simplificado para abertura de micro empresas.
9. Reforçar o quadro legal e o sistema de protecção social obrigatória do trabalhador independente.
10. Alargar a distribuição geográfica do Balcão Único do Empreendedor (BUE).
11. Fornecer serviços de capacitação e formação para MPME.
12. Fomentar a adesão à facturação electrónica.
13. Expandir as acções de fiscalização.
14. Reforçar o quadro legal e o sistema de protecção social obrigatória do trabalhador independente.
15. Estudar a possibilidade de subsidiar cursos de contabilidade aprovados pela AGT, de forma a disseminar o uso da facturação
electrónica por todos os operadores económicos.
16. Disponibilizar serviços de alfabetização para facilitar a inserção de operadores económicos informais na economia formal.
17. Desenvolver e operacionalizar observatórios da economia formal em todas as províncias, assegurando a participação
de representantes das entidades fiscalizadoras e administrações locais, assim como das profissões com altos níveis de
informalidade, para elaboração de soluções que maximizem a sua integração na economia formal.
18. Criar uma base de dados para a economia informal.
19. Desenvolver sistemas de partilha de dados e mecanismos de coordenação entre a IGT, a AGT, a INSS e as administrações
locais, para melhor coordenação das acções de fiscalização.
20. Implementar métodos de análise de dados que permitam cruzar informações sobre o registo comercial, impostos,
contribuições ao INSS, entre outros.
Prioridade 40.1.3: Expansão das cooperativas formais nos sectores da agricultura, pecuária e pescas
1. Mobilizar equipas de campo para compreender a escolha da não adesão à formalização e persuadir as cooperativas
informais na agricultura, pecuária e pescas a se formalizarem, para beneficiarem de todas as vantagens de adesão.
2. Reforçar o diálogo com as diferentes cooperativas no sector primário de forma a conceber incentivos que maximizem a
formalização de cooperativas.
3. Integrar as cooperativas do sector primário formalizadas nas cadeias de abastecimento dos grandes retalhistas de
produtos alimentares, através da negociação de um sistema de quotas para o fornecimento de produtos alimentares por
pequenos produtores.
4. Integrar as cooperativas formalizadas do sector primário no Portal de Divulgação da Produção Nacional (PPN).
5. Promover a utilização da plataforma PROMOVE (Projecto de Modernização da Gestão das Cooperativas de Angola) para
capacitação dos gestores de cooperativas através de serviços de assistência técnica e mentoria.
6. Fornecer recursos produtivos (maquinaria e ferramentas agrícolas) e formação para incentivar a formalização das
cooperativas e aumento da produtividade.
7. Assegurar a disponibilização de crédito para financiamento das cooperativas agrícolas e de pesca, através do Projecto de
Apoio ao Crédito (PAC) e outras iniciativas de concessão de crédito ao sector agrícola.
A fraca bancarização e inclusão financeira do País é um outro reflexo da actividade económica informal que privilegia
a utilização de dinheiro em espécie, que por sua vez traz desafios à rastreabilidade das transacções e cobrança de
impostos. A baixa penetração de contas bancárias dificulta também o acesso a serviços de protecção social e produtos
financeiros, assim como a sistemas de pagamento modernos. O aumento da bancarização e inclusão financeira, além
de permitir acesso a estes benefícios, poderá se tornar uma ferramenta de formalização.
A oferta de condições de trabalho dignas, nos parâmetros da lei, é um dos pressupostos da economia formal. O não
cumprimento da legislação relativa às condições de trabalho contribui para a baixa produtividade das empresas nacionais
e coloca em risco a integridade física e mental dos trabalhadores. Reforçaremos o papel e os recursos da IGT para
uma maior fiscalização aos locais de trabalho, de forma a assegurar que os benefícios da formalização da actividade
económica se estendem a todos os trabalhadores nacionais.
O sector privado, e em particular as MPME, têm um papel central na criação de postos de emprego. Vamos continuar
a desenvolver um ambiente no qual as MPME possam crescer, inovar e contribuir ao máximo para o desenvolvimento
económico do País, através da expansão da rede de serviços de apoio e incubadoras nacionais, e promoção da sua
certificação. Diferenciaremos as MPME activas na cadeia de produção nacional e divulgaremos a qualidade dos seus
produtos, pela expansão do número de empresas aderentes ao projecto Serviço Feito em Angola, bem como o número
de produtos registados com o selo “Feito em Angola”, de modo a desenvolver a cadeia de valor produtiva nacional,
em conformidade com as normas internacionais - nomeadamente no que toca ao teor de sal e açúcar dos produtos
alimentícios -, para permitir a sua exportação para qualquer mercado.
O acesso limitado a financiamento é um dos maiores entraves ao crescimento do sector privado angolano, especialmente
no caso das MPME, e impacta o desenvolvimento económico do País devido ao papel deste sector na criação de postos
de emprego e riqueza. Vamos, portanto, facilitar o acesso ao crédito e introduzir novas opções de financiamento que se
adequem às necessidades e ao perfil das empresas nacionais. Desenvolveremos soluções de financiamento específicas
para os actores mais carenciados, como as start-ups e MPME, bem como para sectores económicos estratégicos (p.ex.,
o agronegócio). Procuraremos reduzir as barreiras no acesso ao crédito e desenvolver o mercado de capitais nacional,
de forma a diversificar as fontes de financiamento do sector privado. A reforma do sistema de justiça será também
um instrumento importante no âmbito do alargamento da política de crédito ao sector privado.
Prioridade 41.2.1: Reforço do papel da banca comercial na concessão de crédito ao mercado privado
1. Promover a cooperação entre bancos nacionais e estrangeiros para capacitação da banca nacional no desenvolvimento
de mecanismos de mitigação do risco de crédito.
2. Dinamizar e promover a Central de Registo de Garantias Mobiliárias (CRGM), para registo adequado e abrangente de
garantias não imobiliárias.
3. Explorar activos colaterais alternativos para financiamento de empresas no sector produtivo, nomeadamente, produtos
e terrenos agrícolas, e contratos de venda, e capacitar recursos humanos para a avaliação do valor destes.
4. Melhorar os processos de registo de imóveis e activos e regularizar o registo de activos já detidos, mas não regularizados.
5. Reduzir o tempo de obtenção de crédito e simplificar os requisitos de documentação, em parceria com as instituições
financeiras.
6. Promover o desenvolvimento da oferta privada de serviços de compra e recuperação de crédito mal parado.
7. Trabalhar com os bancos para ajustar o pagamento de crédito de projectos ao período necessário para a geração de
receitas.
8. Promover a operacionalização de linhas de crédito internacionais nos bancos comerciais nacionais.
9. Estimular a criação de sociedades de garantia mútua privadas para partilhar o risco de empréstimos com as instituições
financeiras, de forma a reduzir a sua aversão ao risco.
10. Aumentar a captação de depósitos, através das políticas de formalização da economia.
11. Fomentar o microcrédito (p.ex., serviços de crédito a grupos auto-formados por pessoas à procura de empréstimo), em
linha com as melhores práticas internacionais.
12. Promover junto das MPME opções alternativas ao financiamento bancário disponíveis no mercado nacional.
13. Assegurar a efectiva implementação das recomendações do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI) relativas
a ameaças à integridade do sistema financeiro internacional, como o branqueamento de capitais e financiamento do
terrorismo.
14. Reforçar a capacidade institucional da Central Privada de Informação de Crédito (CPIC).
15. Efectuar uma campanha de sensibilização dos utilizadores e do público-alvo da CPIC e CRGM para sua adesão a estas
instituições.
16. Rever e aperfeiçoar a legislação actual de informação de crédito, com base nas melhores práticas jurídicas internacionais,
de acordo com as recomendações da Sociedade Financeira Internacional (IFC).
A entrada de IDE no País tem se limitado quase exclusivamente à indústria petrolífera. No âmbito da diversificação
económica, vamos aumentar o volume de IDE não-petrolífero para financiamento de outros sectores, nomeadamente, a
agricultura e a indústria. Também reforçaremos o financiamento externo por doações ou ajuda oficial ao desenvolvimento.
O investimento privado, quer estrangeiro quer nacional, desempenha uma função essencial na criação de emprego e
riqueza no País, pelo que iremos implementar medidas que permitam desenvolver um ambiente de negócios atractivo
e estimular o investimento. Conduziremos esforços para garantir um ambiente regulatório simplificado e transparente,
que assegure igualdade de oportunidade a todos os potenciais investidores, um sistema burocrático mais ágil, melhor
infraestrutura para facilitação da actividade económica, e um sistema financeiro mais forte e activo no apoio ao
crescimento do empresariado angolano.
171
Programa de
Reforma e
Sustentabilidade
das Finanças
Programa 42 Públicas
A sustentabilidade das finanças públicas é central na execução eficaz da agenda pública de apoio a um crescimento
inclusivo e sustentável que melhore a qualidade de vida de todos os angolanos. Por isso ambicionamos finanças públicas
mais equilibradas, com receitas estáveis e níveis de dívida sustentáveis. A privatização de empresas públicas será
também fundamental para melhorar a sustentabilidade financeira e a produtividade, bem como diversificar a nossa
economia.
Neste quinquénio iremos promover as parcerias público-privadas para financiamento e execução de projectos
de construção e expansão de infraestruturas e provisão de serviços públicos. Iremos assegurar a capacitação dos
representantes públicos envolvidos na implementação de projectos de PPPs, com recurso a instituições internacionais,
para, nomeadamente, desenvolver a capacidade de projectar correctamente a viabilidade dos projectos, reduzir os custos
associados e estabelecer contratos vantajosos e justos, tanto para o parceiro privado como para o parceiro público. Os
projectos serão concebidos garantindo a adequação do modelo de PPP e da onerosidade do financiamento ao tipo de
projecto, de acordo com as melhores práticas internacionais. Melhoraremos a nossa capacidade de atrair parceiros,
através do reforço da comunicação institucional, da divulgação de potenciais projectos em plataformas internacionais
e da manutenção de uma carteira de projectos para potenciais parcerias.
Objectivo 43.1: Reforçar a capacidade técnica e institucional dos órgãos técnicos do Sistema
Nacional de Planeamento (SNP) e implementar um sistema de informação para o planeamento
O fortalecimento das capacidades dos órgãos técnicos do SNP é fundamental para uniformizar a utilização de conceitos,
metodologias e ferramentas de planeamento, tendo como suporte um quadro legal forte e claro. Iremos promover acções
de capacitação, bem como criar condições técnicas e tecnológicas para assegurar uma função de planeamento mais
eficaz na concepção e implementação das políticas públicas, com particular realce para o processo de monitorização
e avaliação.
Prioridade 43.1.3: Capacitação institucional dos órgãos técnicos do Sistema Nacional de Planeamento
1. Dotar os órgãos técnicos do Sistema Nacional de Planeamento de meios tecnológicos adequados.
2. Formar os quadros dos órgãos técnicos do Sistema Nacional de Planeamento em matérias de estudos, planeamento e
estatística.
Prioridade 43.3.1: Expansão das operações estatísticas realizadas e do apoio metodológico à produção e publicação de
estatísticas
1. Realizar operações censitárias.
2. Realizar inquéritos.
3. Realizar operações estatísticas, em particular nos sectores da indústria, comércio e informal, bem como nas áreas da
ciência, tecnologia e inovação.
4. Realizar as reuniões das comissões de acompanhamento das delegações de competências dos ODINEs para apoiar e
coordenar os ODINEs na definição de metodologias e produção estatística em geral.
5. Capacitar ODINEs em sectores chave para a publicação de dados estatísticos regulares.
6. Publicar e difundir anuários estatísticos para consulta pública.
Continuaremos a afirmar o País e defender os interesses nacionais, contribuindo para a criação de condições
propícias ao desenvolvimento económico de Angola, à segurança nacional e ao bem-estar dos cidadãos
angolanos. Construiremos uma sociedade mais segura, em que o cidadão usufrui dos seus direitos, liberdades
e garantias num clima de tranquilidade e paz.
A defesa da nossa soberania, nas suas diferentes vertentes, envolverá a execução de trinta e três prioridades
associadas a dezanove objectivos, através da implementação de seis programas:
23
Desenvolvimento
do capital humano Aumento da Juventude Igualdade de Sustentabili- Emprego Comunidades Melhoria do
receita fiscal género dade vulneráveis ambiente de
ambiental negócios
4 25 4 3 0 23 11 0
Segurança
alimentar
Defesa
2022* 2027 2050
Classificação no Índice de
Paz Global do Instituto 78º 72º Top
para Economia e Paz 60
Classificação no Índice
de Segurança e Protecção Top
do Índice Ibrahim de 28º 24º
Governação Africana da 20
Fundação Mo Ibrahim
Despesa militar
(% do PIB) 1,4% 1,0% 1,0%
Taxa de ocupação
do sistema penitenciário 113% 108% 100%
O sector da defesa está comprometido com a melhoria da eficácia do investimento público. Neste sentido, e tendo
presentes, por um lado, o conceito estratégico de defesa nacional e, por outro lado, as prioridades de desenvolvimento
do País e ainda o acelerado crescimento demográfico, iremos proceder ao redimensionamento das Forças Armadas
Angolanas (FAA), através da reforma dos mecanismos de recrutamento. Mas, asseguraremos também e simultaneamente,
a adequada reinserção dos veteranos que serviram a pátria na sua transição para a vida civil.
O contexto operacional em que as FAA actuam na região e no continente exige uma elevação das capacidades técnicas
e humanas. Este investimento é também indispensável ao incremento da eficácia do investimento público no sector da
defesa. Como tal, estamos comprometidos a reforçar as competências dos nossos militares em questões estratégicas
e operacionais. Iremos reforçar, de forma significativa, a nossa capacidade no domínio da ciberdefesa, protegendo o
País de ameaças crescentes e reais que fazem parte do moderno teatro de operações.
O investimento na modernização das FAA deve ser encarado como dimensão central da melhoria da qualidade e impacto
dos recursos orçamentais que afectamos ao sector da defesa. O critério para selecção dos investimentos propostos é,
precisamente, melhorar as nossas capacidades técnico-militares, mas, simultaneamente, assegurar uma acção mais
eficiente e eficaz que, a médio e longo prazos, se traduzirá no aumento do impacto do investimento público realizado
nesta área.
Angola tem responsabilidades regionais, continentais e globais em matéria de estabilidade e segurança, facto que
constitui vector central da nossa afirmação no exterior e do prestígio do País além-fronteiras. O exercício destas
responsabilidades exige níveis de prontidão adequados, alicerçados em meios técnico-militares modernos e eficientes.
181
Objectivo 44.5 : Reestruturar o subsistema de saúde militar
Os serviços de saúde militar constituem pilar central do sector de defesa. Prestam um serviço inestimável, não só aos
nossos militares, mas também às suas famílias. Iremos reorganizar o subsistema, criando as condições para a sua
autonomização do ponto de vista orçamental, reforçando a transparência e responsabilização de todos os intervenientes.
Prioridade 44.5.2: Melhoria da prestação de cuidados de saúde aos militares e suas famílias
1. Aumentar o número de especialistas nas instituições de saúde militar.
2. Assegurar o fornecimento de medicamentos e de consumíveis hospitalares ao subsistema.
3. Humanizar a prestação de cuidados de saúde nas instituições de saúde militar.
4. Implementar um sistema de gestão hospitalar.
O sector de defesa está apostado em contribuir para o desenvolvimento da indústria, substituição de importações,
criação de emprego e aumento da incorporação de valor acrescentado nacional nos produtos e bens que consome. Neste
sentido, iremos apostar no aumento dos níveis de auto-suficiência das FAA, seja a nível da produção agroindustrial, seja
a nível de materiais e equipamentos, e seja, ainda, no reforço da capacidade de resposta dos serviços de manutenção
do material.
Continuaremos empenhados em garantir assistência a todos os que serviram o nosso País. Vamos reforçar a reabilitação
física e psíquica de militares portadores de deficiência, incrementar as quotas atribuídas a ACVP em projectos
habitacionais e ajustar a pensão base, corrigindo distorções decorrentes do impacto da inflação e repondo poder de
compra. Iremos, igualmente, alargar a rede de centros de acolhimento de ACVP, aproximando estes serviços dos que
mais precisam.
Prioridade 46.1.1: Prestação de assistência socioeconómica aos nossos veteranos e suas famílias
1. Inserir os deficientes físicos de guerra no processo de reabilitação física, psíquica e de inclusão social.
2. Criar centros regionais de acolhimento e orientação de ACVP.
3. Melhorar as condições sociais e elevar a qualidade de vida e auto-estima dos ACVP com a atribuição de quotas em projectos
habitacionais.
A assistência aos militares em situação de maior fragilidade económica e social tem de ser acompanhada através da
criação de oportunidades de geração de rendimento, suscetíveis de assegurar estabilidade aos ACVP. Pretendemos
continuar a apoiar os nossos ACVP através da qualificação profissional e concessão de crédito para fomento do
empreendedorismo e, consequentemente, de oportunidades de geração sustentável de rendimento.
A acção contra minas é uma componente fundamental dos esforços mais amplos que visam ampliar e expandir a
economia de Angola e é reconhecida como impulsionadora da diversificação económica e do desenvolvimento sustentável.
O acesso seguro a terra é um pré-requisito essencial para todas as acções de desenvolvimento do País.
Iremos priorizar as intervenções em áreas minadas conhecidas e registadas na base de dados nacional, assim como as
que estão consignadas a investimentos que produzirão emprego e disponibilizarão serviços fundamentais ao cidadão.
Continuaremos a investir na capacitação dos nossos técnicos, actualizando a sua capacidade operacional de acordo
com os últimos desenvolvimentos operacionais e tecnológicos.
Nos próximos 5 anos, investiremos numa abordagem baseada em direitos: no direito à segurança e ao acesso dos
correspondentes serviços, tendencialmente mais eficazes e eficientes, e no exercício das funções do Estado em matéria
de segurança, em pleno respeito pelos direitos humanos. Actuaremos a montante, através da dissuasão e da prevenção,
e a jusante, na correcção e reintegração. Vamos modernizar o sistema penitenciário para que possa ser mais eficaz na
reabilitação e reintegração de reclusos, no respeito pelos direitos humanos. Investiremos na modernização operacional
dos serviços, para aumentar a eficiência e eficácia da actuação do Estado. Vamos também pugnar por uma redução
sensível da criminalidade através do aprofundamento da consciência cívica colectiva e da dissuasão de comportamentos
desviantes. A rede de serviços de segurança pública chegará a todo o território nacional, aprofundando a dissuasão da
criminalidade e o exercício equitativo dos direitos dos angolanos.
Prioridade 48.1.1: Aumento da cobertura e intervenção territorial dos serviços de segurança pública e ordem interna
1. Construir serviços integrados municipais.
2. Construir centros integrados de segurança pública.
3. Melhorar a infraestrutura de telecomunicações, tecnologias e sistemas de informação.
4. Adquirir embarcações e meios aéreos e construir e apetrechar as respectivas bases operacionais.
5. Reforçar o sistema de videovigilância Luanda e restantes províncias, e do sistema penitenciário.
Prioridade 48.1.4: Modernização funcional da infraestrutura física e tecnológica e reforço do capital humano
1. Reabilitar e expandir os edifícios administrativos do Ministério de tutela.
2. Implementar modelo de gestão integrada das receitas próprias.
3. Certificar e desenvolver o subsistema de saúde para apoio aos efectivos e população reclusa.
4. Fortalecer o sistema de controlo interno do Ministério de tutela, na vertente de políticas e processos.
5. Promover a sustentabilidade do sistema de apoio social – Caixa de Protecção Social - e aumentar a abrangência dos
benefícios, particularmente para a Polícia Nacional e os serviços de inteligência e de segurança externa.
O sistema prisional será eficaz na criação de condições favoráveis à reinserção social e económica de detidos,
proporcionando condições de vida dignas, assente no respeito pelos direitos fundamentais dos cidadãos. Investiremos
na modernização operacional dos serviços para aumentar a eficiência e eficácia da actuação do Estado, nos cuidados
de saúde da população reclusa, bem como no reforço das competências dos detidos. Reforçaremos a infraestrutura
penitenciária para a melhoria das condições de trabalho dos agentes prisionais, e de modo a baixar as taxas de ocupação
apesar do acelerado crescimento demográfico que ocorrerá nas próximas décadas.
A sinistralidade conhecerá um recuo significativo através da prevenção e educação para o desenvolvimento. As nossas
forças de segurança beneficiarão de formação técnica e de meios operacionais de elevada qualidade, exercendo a
sua actividade em carreiras que dignificam o serviço que prestam à comunidade. Nas próximas décadas, os serviços
de prevenção e socorro estarão sob intensa pressão devido ao crescimento demográfico. Impõe-se, deste modo,
investimento público que seja eficiente e eficaz na prevenção e consequente diminuição de acidentes. Investiremos,
particularmente, em campanhas de prevenção rodoviária, contribuindo para a redução da mortalidade decorrente de
acidentes de aviação. Apostaremos na redução do tempo de auxílio a vítimas de acidentes e catástrofes, bem como
aproximaremos os serviços das populações e recorreremos a tecnologia para tornar a nossa resposta mais eficiente. Por
último, investiremos em meios tecnológicos de prevenção e dissuasão de comportamentos perigosos, nomeadamente
radares de controlo de velocidade, alcoolímetros e outros.
Prioridade 48.3.1: Implementação da Política Nacional de Gestão de Riscos de Desastres (PNGRD) e sistema de
monitorização, e outras acções de prevenção de acidentes e socorro das populações
1. Participar na concepção e implementação da PNGRD, do sistema de monitorização e alerta de desastres naturais e de
planos de contingência (incluindo para sensibilização da população).
2. Reforçar a capacidade de prevenção, particularmente de incêndios e acidentes rodoviários, bem como de socorro, busca
e salvamento.
3. Modernizar infraestruturas, meios e equipamentos.
4. Investir em meios tecnológicos de prevenção e dissuasão.
5. Promover o desenvolvimento do capital humano e a formação técnica especializada.
Reforçaremos a presença das forças de segurança junto das nossas fronteiras, protegendo a soberania territorial e
cumprindo o estabelecido nas políticas migratórias aprovadas. Adoptaremos, em particular, medidas destinadas à
prevenção, repressão e punição do tráfico de pessoas e da imigração ilegal, assim como medidas de apoio às vítimas.
Investiremos no reforço da rede de postos de guarda fronteiriça, bem como na construção e apetrechamento de
infraestruturas migratórias, melhorando, simultaneamente, as condições operacionais das nossas forças de segurança
e o tratamento concedido a migrantes.
Prioridade 48.4.2: Colocação de oficiais de ligação de imigração nos principais postos consulares
1. Colocar oficiais de ligação de emigração nos principais postos consulares.
Os órgãos de inteligência e segurança do Estado, na sua acção preventiva, têm nas instituições públicas e sociedade
civil parceiros primordiais para o reforço da cultura de segurança. Propomo-nos, por este facto, trabalhar com os
portadores de segredo de Estado, responsáveis ministeriais e elementos da sociedade civil, a fim de elevar os seus níveis
de educação patriótica, o sentido de Estado e a confiança nos órgãos de inteligência e segurança.
Os órgãos de inteligência e de segurança do Estado assumem a função crucial de prevenção e resposta às ameaças contra
a segurança do Estado. Deste modo, é necessário melhorar o desempenho desses órgãos e ajustá-los às exigências do
contexto actual. Iremos capacitar os técnicos, tendo em vista os grandes desafios que se apresentam, e promover a
humanização da actividade, de modo a permitir uma maior aproximação dos órgãos de inteligência e de segurança do
Estado aos cidadãos, e divulgar a sua importância junto da sociedade.
Prioridade 49.2.1: Humanização da actividade e divulgação da importância dos órgãos de inteligência e de segurança
do Estado
1. Aprovar e implementar plano de coordenação dos serviços de inteligência e de segurança do Estado.
2. Realizar seminários sobre a importância da segurança nacional.
Prioridade 49.2.2: Capacitação dos quadros dos órgãos de inteligência e de segurança do Estado
1. Adequar e operacionalizar o plano de formação dos quadros afectos aos dos órgãos de inteligência e de segurança do
Estado.
2. Capacitar os quadros dos órgãos de inteligência e de segurança do Estado com base nas melhores práticas.
O processo de modernização das infraestruturas físicas e tecnológicas constitui uma exigência cada vez maior face ao
actual contexto geopolítico no que toca à segurança do Estado. A melhoria das infraestruturas físicas e tecnológicas
permite um melhor desempenho dos órgãos e, consequentemente, o apoio na tomada de decisões de qualidade.
Pretendemos construir infraestruturas com o objectivo de expandir a cobertura dos serviços e permitir maior eficiência
na procura de resultados.
Prosseguiremos uma política externa estratégica, enquanto instrumento de suporte às políticas económicas
e sociais necessárias ao desenvolvimento do nosso País, procurando dar resposta aos desafios regionais e
globais e tirando o máximo partido da nossa posição geoestratégica. Por um lado, continuaremos a afirmar
o nosso papel como actor regional incontornável na resolução de conflitos. Por outro lado, a diplomacia
económica passará a ser um marco importante da nossa política externa, pelo que expandiremos a nossa
intervenção de um âmbito essencialmente político para um de maior cooperação e parcerias económicas,
a nível bilateral e multilateral.
5
Desenvolvimento
do capital humano Aumento da Juventude Igualdade de Sustentabili- Emprego Comunidades Melhoria do
receita fiscal género dade vulneráveis ambiente de
ambiental negócios
2 3 3 3 1 3 2 3
Segurança
alimentar
Política Externa
2022* 2027 2050
Volume de investimento
directo estrangeiro, em
especial no sector 6,0 14,0 28,0
do agronegócio
(mil milhões de USD, anual)
Volume de exportações
não-petrolíferas 4,0 7,3 64,0
(mil milhões de USD, anual)
Número de turistas
internacionais recebidos
por Angola
0,12 0,16 2,0
(milhões, anual)
Cumprimento dos
limiares da primeira
avaliação para graduação - X -
de Angola para País de
Rendimento Médio
Adesão efectiva à Zona
de Livre Comercio da
SADC, CEEAC, Tripartida - X -
e Continental concluída
Número de novos
quadros angolanos que
trabalham em organi- - 16 100
zações internacionais
(anual)
*2022 ou ano mais recente disponível
A mudança de paradigma na abordagem de desenvolvimento de Angola requer uma interacção crescente com os países
e as organizações internacionais que partilham perspectivas semelhantes sobre os desafios globais relacionados com
o desenvolvimento sustentável. A intervenção do nosso País na manutenção da paz, da segurança e da estabilidade
política regional tem contribuído para aumentar o prestígio e o reconhecimento de Angola a nível internacional, o que
constitui uma importante alavanca do nosso desenvolvimento, ao estabelecer pontes para a cooperação económica,
empresarial e financeira, a nível bilateral e multilateral. A organização das relações de cooperação económica com
parceiros externos será feita de acordo com o grau de desenvolvimento económico dos países, sendo fundamental para
direccionar acções de atracção de investimento e turistas para o nosso País, assim como para melhorar o acesso das
nossas empresas aos mercados de bens e serviços no exterior. O reforço das relações com o sistema das Nações Unidas e
o acompanhamento do processo de graduação de Angola de País Menos Avançado a País de Rendimento Médio assumem
também grande importância, tal como o reforço das nossas relações com as instituições financeiras internacionais.
Reconhecemos, ainda, o importante papel da diáspora angolana, com quem queremos reforçar a proximidade, para
melhor defendermos os seus direitos e promovermos a sua participação no processo de desenvolvimento nacional. Este
racional político-económico deverá nortear o funcionamento da rede de missões diplomáticas e dos seus funcionários.
Quadro 15
Sistema Nacional de Planeamento
MEP
Garante o alinhamento e coordenação
Ministérios Províncias
Informam sobre as linhas Informam sobre a visão e
de acção dos programas PDN necessidades de actuação das
através dos PDSs províncias através dos PDPs
MINFIN
Captura, gere e distribui os recursos financeiros
que deverão financiar a execução dos programas
Quadro 17
Estrutura do PDN 2023-2027
1
Eixos
2
Políticas
3
Programas
7 8
Quadro 4 Quadro
macroeconómico Objectivos fiscal
5
Prioridades
6
Acções prioritárias
2. Políticas: As políticas são instrumentos que 8. Quadro fiscal: O quadro fiscal reflecte as
fazem parte da lógica de organização e projecções de receitas, despesas e necessidades
programação de tipo descendente e coerente. de financiamento interno ou externo resultantes
Uma política tem objectivos globais e específicos da execução do PDN, fornecendo uma visão
(as Metas da Política). clara dos recursos financeiros disponíveis e das
obrigações financeiras ao longo do próximo
3. Programas: Os programas são elementos quinquénio. A análise das projecções de receitas
básicos estruturantes dos planos, que integram e despesas é crucial para avaliar a viabilidade e
um conjunto de projectos e actividades sustentabilidade do plano, pela informação que
articulados que se destinam à prossecução de fornece sobre a capacidade do plano em atender
um ou mais objectivos. às suas metas e aos seus objectivos, dada a
disponibilidade de recursos.
4. Objectivos: Os objectivos são elementos que
compõem o programa, e cuja concretização Importa sublinhar que o PDN também foi
é condição crucial para o alcance da visão de cuidadosamente estruturado para corresponder
longo-prazo identificada na ELP, pelo que estes à nossa visão ao nível nacional e para cumprir os
objectivos servem também de “ligação” entre nossos compromissos ao nível internacional. Estes
os dois instrumentos estratégicos. Os objectivos compromissos foram devidamente incorporados no
podem ser de curto, médio ou longo prazo, e plano, ao nível das acções prioritárias.
são importantes para orientar e direccionar
esforços e energia para um resultado específico.
158
Desenvolvimento
do capital humano Aumento da Juventude Igualdade de Sustentabili- Emprego Comunidades Melhoria do
receita fiscal género dade vulneráveis ambiente de
ambiental negócios
PILARES FILTROS
MOTORES DE DESENVOLVIMENTO DE DESENVOLVIMENTO
Desenvolvimento do
capital humano Juventude
Igualdade de género
Complementariedade
Projectos Segurança alimentar Emprego
com outros projectos
Sustentabilidade ambiental
Melhoria do ambiente
de negócios
Grandes números:
Grupo sumarizado de metas estratégicas identificadas na Estratégia de Longo Prazo “Angola
2050”, utilizadas para avaliar o sucesso geral do PDN e o progresso no quinquénio relativamente
às metas para 2050.
1. Relatório mensal: relatório submetido pelos órgãos técnicos de nível sectorial ao MEP, que
inclui:
Lista de projectos e actividades sectoriais que tiveram o seu início e fim no mês;
Informação sobre o ponto de situação de todos os indicadores de resultado que se encontram em
atraso e dos seus projectos e actividades em atraso; e
Informação sobre o valor programático orçamentado e o liquidado nesse determinado mês.
2. Relatório de balanço trimestral: relatório submetido pelo MEP, após a validação dos
titulares dos órgãos do Sistema Nacional do Planeamento, ao titular do Poder Executivo, que
inclui:
Projecção do desempenho dos indicadores de resultado dos programas e prioridades para o final do
ano de calendário, relativamente às metas planeadas;
Projecção do nível de execução esperado do Plano Anual de Desenvolvimento Sectorial, em relação ao
planeado;
Lista de projectos e actividades sectoriais que tiveram o seu início e fim desde o ínicio do ano de
calendário;
Projecção do nível de execução esperado do plano anual sectorial no final do ano de calendário, em
relação ao planeado; e
Identificação de políticas, programas e prioridades em situações de risco de baixo nível de execução
e/ou resultados insuficientes.
3. Relatórios de balanço anual: relatório submetido pelo MEP, após a validação dos titulares
dos órgãos do Sistema Nacional do Planeamento, ao titular do Poder Executivo, que inclui:
Avaliação do nível de execução dos indicadores de resultado dos programas e prioridades
relativamente ao planeado, e identificação de políticas, programas e prioridades com baixo nível de
execução e/ou resultados insuficientes;
Análise do nível de execução do Plano Anual de Desenvolvimento Sectorial e Provincial, em relação ao
planeado;
Lista de projectos e actividades sectoriais e provinciais que tiveram o seu início, e o seu fim, desde o
inicio do ano de calendário;
Avaliação do nível de cumprimento das metas principais de cada domínio e a sua projecção para o
final do quinquénio; e
Avaliação detalhada do nível de impacto das prioridades sobre as temáticas fundamentais de
governação.
Antes da submissão dos relatórios de balanço anual, serão promovidas reuniões trimestrais de validação
técnica com os directores de cada um dos órgãos sectoriais de planeamento, com início tão logo quanto
a primeira versão do relatório de balanço trimestral esteja completa e até 45 dias após o fim do
trimestre.
2. Avaliação Final: a ter lugar imediatamente após a conclusão do PDN, ou seja, em 2028,
e com o objectivo de avaliar os resultados da mesma, o nível de progresso em relação à
ELP, assim como aprendizagens e sugestões a serem consideradas na realização do
próximo PDN. Contará com o seguinte conteúdo:
Avaliação da situação final dos grandes números do PDN e o seu nível de resultado em relação
às metas planeadas;
Projecção do nível de alcance das metas dos grandes números da ELP em 2050;
Avaliação da situação final das metas principais das políticas e o seu nível de resultado em
relação às metas planeadas;
Projecção do nível de alcance das metas principais dos domínios da ELP em 2050;
Avaliação do nível de execução dos programas e respectivas prioridades ao nível das políticas;
Identificação das principais actividades e projectos realizados no quinquénio e aqueles que
ficaram por concluir; e
Identificação de áreas de melhoria processual para a elaboração e implementação do PDN
posterior.
a. Identificação e registo das metas até 2027, dos grandes números para o País e das
metas gerais de cada política e de cada província, pelo órgão responsável pela
coordenação do planeamento, o MEP;
h. Inserção dos balanços anuais dos indicadores de resultado dos programas de acção
e das suas respectivas prioridades por parte dos sectores implementadores;
Quadro 19
Relatórios previstos do sistema de informação do planeamento para o PDN 2023-2027
Conteúdo
Lista de Lista de Valores Resultado dos Lista de Resultados
actividades e programas e liquidados indicadores de políticas com dos grandes
projectos que prioridades por programa resultado dos baixo nível de números e
iniciaram ou com baixo ou província programas e execução metas gerais
terminaram a nível de vs. valor prioridades vs. das políticas
sua execução execução orçamentado Plano vs. Plano
Relatório Data
Até 15 dias após
Mensal
o final do mês
Avaliação
Até 90 dias após o
intercalar
final do trimestre
(2025)
Avaliação
Avaliação
Até 180 dias após o
final
final do trimestre
(2027)
3. As contas fiscais registaram uma inversão da situação de défice nos saldos primário e
global para superavits, o que permitiu a redução do stock da dívida pública, avaliada em
percentagem do PIB de 134% em 2020, para 65% em 2022.
4. A nível das contas externas, a conta corrente da balança de pagamentos, que era
deficitária até ao ano de 2017, passou a ter saldos positivos até 2022, o que permitiu
melhorar os termos de troca e manter as reservas internacionais do País em níveis
adequados.
5. A nível do mercado cambial, foram introduzidas reformas que permitiram ajustar o valor
da moeda nacional às condições do mercado e garantir certa estabilidade.
6. Para melhorar as vidas das comunidades, em 2019 o Governo deu início à implementação
do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), cujo balanço indica terem sido
concluídos 1.119 projectos até ao final de 2022.