O Mito
O Mito
O Mito
" Os conflitos que se originam em padrões diferentes de higiene não são apenas
comuns, mas também fonte de contínuas discussões, que gradualmente vão erodindo os sentimentos dos
cônjuges um pelo outro. Cada pessoa, em seu subconsciente, tem uma versão ideal de como deve ser o seu "lar",
baseada na experiência de sua primeira infância. Quando essas diferenças existem, o problema conjugal
resultante é muito mais sério do que qualquer discordância a respeito de sexo ou dinheiro.
Jean era uma perfeccionista e exagerada quanto a manter-se limpa. Bob queixou-se: "Ela é do tipo de
esposa que, se eu me levantar no meio da noite para tomar um copo d'água, arruma a cama de novo. E, de fato,
ela não deixa a família usar a sala de visitas, receosa de que a desarrumemos." Ela era tão enfadonha quanto ao
seu corpo como acerca da casa, e exigia que o marido se afastasse antes de ejacular, porque não queria o sêmen
dele dentro dela.
"O som das queixas dela me cansava. " O que é mais comum do que o cônjuge que se julga perfeito, cuja
importunação e crítica tiram o seu cônjuge do sério?
"Minha esposa resmunga da forma como a maioria das pessoas respira: sem perceber." E os comentários
de Harvey, a respeito da esposa, não eram todos negativos. "Ela sempre teve boa aparência, foi boa mãe, boa
cozinheira e boa dona-de-casa. Mas, rapaz, era só acontecer uma coisa mais trivial, e ela já destrambelhava.
Fiquei tão abalado que preferia ficar sentado no carro, na garagem, do que entrar em casa, quando chegava do
trabalho.
"Certa noite estávamos vindo de carro para casa, e não fiz o retorno a tempo, tendo que prosseguir até
outro retorno. Oito quarteirões mais adiante, ela ainda estava fazendo daquilo um cavalo de batalha. Aquele som,
martelando em meus ouvidos, simplesmente me cansou. Você chega ao ponto em que não ouve mais palavras, só
uma enxurrada contínua de ruídos. Finalmente, precisei cair fora completamente e encontrar outra companhia
feminina, silenciosa. E, pode crer, não é difícil encontrar uma companhia assim."
"Quem vive relembrando problemas passados", diz Salomão, "destrói boas amizades. É melhor morar
sozinho num quarto de pensão do que numa bela casa com uma mulher briguenta e implicante. Aquele pinga-
pinga constante que acontece quando chove e a mulher briguenta e implicante são muito parecidos. Tentar
impedir que ela reclame e resmungue é como tentar segurar o vento ou uma gota de óleo na mão." 4 Esses
versículos aplicam-se também a maridos resmungões.
As discordâncias não prejudicam um casamento, mas a crítica o destrói. Podemos discordar
diametralmente em muitos assuntos, respeitar os pontos de vista um do outro, trabalhar para alisar as arestas, e
ainda amar um ao outro. Mas, quando as discordâncias se transformam em crítica da outra pessoa, ninguém pode
agüentar por muito tempo. O erro de atacar a pessoa, em vez de procurar resolver o problema, é uma forma
segura de sugerir ao seu cônjuge que ele/ela cometeu um erro casando com você. E ele/ela pode procurar
remediar esse erro na companhia de outrem.
"Talvez isto seja apenas a melancolia da meia-idade. " Steve, chefe da companhia que estava trabalhando
em meu gramado na semana passada, foi cruamente sincero quando lhe perguntei acerca de seu casamento. "Na
verdade, sou casado, mas vivo na "Chatolândia'. Parece como se eu estivesse num túmulo. Vai de mal a pior.
Minha esposa parece não entender algumas das lutas que estou enfrentando — nem eu as entendo. Tenho
trabalhado como um mouro — cumprido o meu dever — e o que foi que isso me adiantou? Estamos ficando
velhos. Pode ser que eu tenha apanhado o que eles chamam de 'melancolia da meia-idade'. No entanto, a metade
de minha vida já passou, os filhos já saíram de casa — um homem tem o direito de se divertir um pouco."
Por conseguinte, o seu "caso" — na verdade, mais de um — se relacionava com a sua meia-idade e seu
estágio na vida, e confirmava o estudo dos doutores Blood e Wolfe, que revelou que apenas a metade dos casais
de meia-idade está satisfeita com o seu casamento. Alguns casais permanecem juntos até os filhos serem criados,
e depois se separam. Contudo, muitos não esperam nem isso. Hoje em dia, quarenta e cinco por cento de todos
os adolescentes americanos vivem em um lar na companhia apenas do pai ou da mãe, antes de chegarem aos
dezoito anos.
A satisfação conjugal, muitas vezes, diminui drasticamente depois que os filhos chegam. A rotina torna-se
mortal, e o casamento torna-se enfadonho, chato e monótono. A medida que os cônjuges envelhecem, afastam-se
um do outro, e experimentam um divórcio emocional. Há uma erosão gradual de suas esperanças e sonhos
mútuos, e a única coisa que compartilham é o banheiro.
E a mudança é difícil — custa caro. Pode parecer mais difícil renovar e regenerar um velho contrato
matrimonial do que fazer um novo com outra pessoa.
As pessoas casadas procuram "casos" ou sucumbem diante deles quando se acham desvalorizadas e não
estão vivendo plenamente. Quando estão chateadas. Sobrecarregadas. Isso aumenta quando se sentem muito
solitárias, o que pode acontecer em uma casa cheia de crianças e com um cônjuge palrador, em que haja um
programa estafante de coisas "divertidas" para fazer.
As pessoas que procuram ter um "caso" sofrem do anseio infantil mais profundo de serem tocadas,
acariciadas, apoiadas, abraçadas e beijadas, quero admitam, quer não. Elas querem surpresas felizes. Isto pode
significar um presente sentimental e inesperado de vez em quando. Mais importante do que isto, é o presente
fidedigno de tempo e carinho, a dádiva de idéias, experiências, histórias, disparates e jogos compartilhados,
inclusive os jogos sexuais. Elas querem viver.
Elas querem um amigo ou amiga amorosos, um companheiro que não as julgue. Desejam alguém que as
convença de que ainda são amadas, dignas de amor e muito especiais. Por um pouco de tempo, de vez em
quando, elas querem escapar das responsabilidades de adultos, que se tornaram inevitáveis, monótonas e
difíceis.
Há pelo menos dezesseis pensamentos, qualidades e características mencionadas aqui. Relacionei essas
idéias importantes, e propus três perguntas a respeito de cada uma. Repasse essas perguntas cuidadosamente.
Considere-as sem pressa. Responda-as com sinceridade. As suas respostas sinceras podem prognosticar um novo
começo — podem ser o início da mudança. Elas indicarão onde você poderá começar a mudar o clima de seu
casamento, e criar as situações que lhe darão e ao seu cônjuge os sentimentos bons de que vocês necessitam.
(Também incluí essas perguntas em páginas separadas, no fim deste capítulo, de forma que você pode arrancá-
las e conservá-las diante de si enquanto esses hábitos novos estão sendo formados.)
Uma pergunta importante, final. É realmente possível construir e manter um casamento vibrante?
Podemos enfrentar os inevitáveis desapontamentos e conflitos com coragem, e crescer em amor e intimidade? A
resposta é sim — um enfático SIM. Outro triângulo é formado: você, o seu cônjuge e Deus. Cada parte é
indispensável para o sucesso do casamento. Deus não fará a sua parte — e você não pode fazer a dele. Ê uma
sociedade. Um relacionamento pessoal com Deus capacita-o a contribuir com o que você tem de melhor para o
casamento. E então ele acrescenta a dimensão extra, de amor, paz, alegria, força e perdão, que você não pode
criar por si mesmo.
Deus é quem ele diz que é. Você é quem ele diz que é. Deus fará o que ele diz que fará. Você pode fazer o
que ele diz que você pode fazer.
Sei passar falta, e sei também ter abundância; em toda maneira e em todas as coisas estou
experimentado, tanto em ter fartura, como em passar fome; tanto em ter abundância, como em padecer
necessidade.
Posso todas as coisas naquele que me fortalece.19
ADMIRAÇÃO
Mark Twain disse: "Eu posso viver dois meses sustentado por um bom elogio." Para cada comentário
negativo que um pai ou mãe faz a uma criança, ele, ou ela, precisa fazer quatro comentários positivos, para
conservar o equilíbrio. Assim acontece no casamento. O louvor verbal nutre o relacionamento. De acordo com o
meu amigo Dr. Ed Wheat, "a consciência de sua própria beleza, para uma esposa, depende grandemente do que o
seu esposo pensa dela. Ela precisa ser nutrida emocionalmente com louvor, e jamais deve ser diminuída pela
crítica."8
A famosa autora Marabel Morgan pergunta: "O que leva o homem a ser responsável e a ter sucesso em
suas ambições? Que incentivo ajudará o homem a permanecer estável, fiel e amoroso para com sua esposa e sua
família? A admiração pode fazer com que o marido ande garbosamente outra vez, devolverá o brilho aos seus
olhos e a vibração ao seu coração. Ele terá novamente a ousadia de sonhar e crer em suas capacidades, porque
você lhe disse que acredita nelas."9
Que características devemos admirar? "Concentre-se nas virtudes dele", dizem Lou Beardsley e Toni
Spry: "No seu papel de marido e pai.
Na sua aparência e modo de vestir.
Nas suas capacidades mentais.
Na sua confiabilidade no trabalho.
Na sua força masculina.
No seu amor ao Senhor.
Na sua capacidade e coordenação atlética.
No seu senso de humor.
Steve concluiu: "Eu sei que estou dando para a minha esposa apenas as migalhas, mas não sou um velho
que 'já era' e não estou para criar teias de aranha junto com uma velha, quando há tantas coisinhas jovens por aí,
achando que eu tenho algo a oferecer. Não pretendo perder o último trem a sair da cidade."
NECESSIDADES INSATISFEITAS
"Meu parceiro não entende nem satisfaz as minhas necessidades." Todo marido, toda mulher, sentiu isto
em alguma ocasião, embora possa ser que nunca o tivesse expressado audivelmente. Quando as necessidades não
são satisfeitas, está aberta a porta para a infidelidade — outra pessoa que satisfaça essas necessidades. O Dr.
James Dobson, conhecido conselheiro familiar, o expressa sucintamente:
Surgem grandes necessidades. Quanto maiores as necessidades de prazer, romance, sexo e satisfação do
ego, maiores as necessidades do casamento e mais alto clamam essas vozes. Uma necessidade cresce, e não está
sendo suprida. E geralmente a pessoa clama para os que estão ao seu redor: "Satisfaçam as minhas
necessidades. Ouçam-me. Amem-me. Entendam-me. Cuidem de mim." E esse clamor não é ouvido, entendido ou
respondido. Estamos em casa, estamos vivendo juntos, mas não estamos suprindo as necessidades um do outro.
E as necessidades se agravam; e, quando se tornam prementes, então as vozes que chamam as pessoas para a
infidelidade tornam-se mais audíveis.5
O casamento é um relacionamento que satisfaz as necessidades. Assim foi durante o namoro e continua até
o último dia em que um casal está junto. Ninguém é tão altruísta ou pouco egocêntrico que se case pelo puro
desejo de satisfazer as necessidades de outrem, sem pedir nada para si. E o fato de querer que as nossas
necessidades sejam supridas não é egoístico nem pecaminoso. Tem sido dito que o amor é a avaliação exata e o
suprimento das necessidades do outro.
Adão e Eva, embora perfeitos e inocentes, tinham várias espécies de necessidades. Deus os criou dessa
maneira. Eles tinham necessidades sociais, emocionais, físicas, psíquicas e espirituais — e isto antes de eles
terem caído em pecado. De fato, a sua queda foi uma tentativa de satisfazer essas necessidades de maneira e em
época contrárias ao plano do Criador.
Deus colocou o homem, com suas necessidades, em uma posição em que elas pudessem ser supridas.
1. Ele foi colocado em um belo jardim, e lhe foi dito que o cultivasse, guardasse e comesse dele. As suas
necessidades de beleza, trabalho e alimentação podiam ser satisfeitas pelo ambiente em que vivia.
2. Ele não foi deixado sozinho. Foi-lhe dada outra pessoa, e foi-lhes dito que compartilhassem, se unissem
e procriassem. As suas necessidades de companhia, intimidade, continuidade e família foram supridas por outra
pessoa.
3. Foi-lhe dada comunhão com Deus. As suas necessidades de realização pessoal, propósito e vida eterna
foram satisfeitas somente por Deus.
Só certas necessidades podem ser satisfeitas, no casamento, por outra pessoa. Nem todas. Mas a essência
da promessa do casamento é: "Eu satisfarei essas necessidades." Os votos pronunciados na cerimônia de
casamento dizem:
"Ter-te e conservar-te" — dedicação
"Na alegria e na tristeza" — propriedade
"Na riqueza ou na pobreza" — lealdade
"Na doença ou na saúde" — sustento
"Para amar-te e querer-te" — fidelidade
"Até que a morte nos separe" — companheirismo
São exigências nada fáceis. Não é de se admirar que todos falhemos, por vezes. Não estou sugerindo que
diluamos os votos, mas que entendamos como eles são traduzidos e aplicados às necessidades diárias de nosso
cônjuge.
As necessidades de duas pessoas raramente se encaixam perfeitamente, mas quando cada cônjuge está
procurando seriamente satisfazer as necessidades do outro, o problema da terceira ponta do triângulo tem pouca
oportunidade de vir à existência.
Temos cinco necessidades básicas, que um cônjuge pode satisfazer:
ATENÇÃO
"Você já ouviu falar da grande face de pedra"? — perguntou certa mulher à sua amiga.
"Sim, acho que já" — replicou a amiga.
"Eu me casei com ela" — declarou a mulher. "Meu marido não ouve e não fala."
Sara escreveu-me, depois de nossas sessões de aconselhamento: "Ser-me-á difícil desistir do amor que
sinto por outra pessoa, e dizer 'não' à primeira pessoa que realmente me ouviu. Durante treze anos com Bruce,
não me tenho sentido amada nem desejada. Ele nunca nota o que cozinho, nem minha aparência e como tento
arrumar a casa para ele. Ele nunca presta atenção a mim. Acha que tudo o que sou ou faço é normal, natural, e,
realmente, penso que não sou importante para ele."
Um marido que havia prevaricado e sentia-se culpado disse: "Cheguei a sentir-me como nada mais do que
uma peça do mobiliário. Eu era um joão-ninguém dentro de minha casa, ninguém que fosse digno de nota, de ser
ouvido ou de ser amado. Fiquei cheio. Não faz muito tempo, saí, para não voltar mais. Finalmente me decidi",
disse ele. "Há algumas semanas cheguei em casa e minha esposa estava colocando o bebê na cama. Comecei a
beijá-la. Ela, porém, virou-se de lado e começou a falar a respeito da erupção da pele do bebê. Você já tentou
beijar alguém com um alfinete de segurança na boca? Por que ela não podia olhar para mim? Conversar comigo?
Será que preciso andar de fraldas ou cuspir fora a comida, para conseguir que ela me note? Eu sou o cara com
quem ela se casou. Mas precisaria chegar com uma perna quebrada ou ficar com pneumonia para conseguir que
ela notasse que estou presente."6
ACEITAÇÃO
Toda pessoa tem uma necessidade profundamente arraigada de ser aceita pelo seu valor individual. É
nosso dever amar nosso cônjuge; cabe a Deus mudá-lo. O autor John Drescher cita o conselheiro Ira J. Tanner:
"Qualquer tentativa para mudar o cônjuge, em um esforço de nossa parte, é um insulto a ele. Isso divide, suscita
ira, e causa solidão ainda maior."7 E posso acrescentar que isso empurra o cônjuge para outros braços, que o
aceitem melhor.
Ruth e Jack eram amigos pessoais de Evelyn e meus. Na verdade eram nossos vizinhos. Mas o "caso" em
que ela se envolveu os trouxe a mim, para serem aconselhados. Jack era ambicioso, dinâmico, exigente, uma
testemunha eficiente de Cristo — um bom papo. Rute era serena, atraente, extrovertida e distinta. Uma pessoa
encantadora.
Os próprios padrões cristãos inflexíveis de Jack atraíam algumas pessoas, mas repeliam outras. Eram
aplicados a todas as pessoas, na igreja e fora dela, produzindo em algumas delas falso sentimento de culpa; em
outras, apenas compaixão... por Jack. Todos os membros da família sentiam a pressão. Alguns se rebelavam;
outros se sujeitavam.
Ruth disse: "Amo muito o Senhor, mas nunca consigo agradar ao meu marido. Eu não estava crescendo
espiritualmente tão depressa quanto ele achava que eu devia. Ele estava sempre procurando saber quanto eu
estava lendo a minha Bíblia. Fiquei simplesmente fisicamente esgotada, e não pude continuar indo às diversas
reuniões da igreja todas as noites da semana. Eu precisava ficar em casa. Jack interpretou isso como sinal de
apostasia, e me criticou na frente das crianças, até que toda a nossa família começou a brigar constantemente.
Então ele me culpou pelos problemas de nossa família, apresentando como causa que eu estava me 'afastando do
Senhor'. Ele queria que eu fosse Madre Teresa, Betty Crocker e Cheryl Ladd, reunidas em uma só pessoa. Ele
estava decidido a me moldar à sua vontade. Nada que eu fazia lhe agradava.
"Pecado — adultério — era a coisa mais distante de meus pensamentos, desde o dia em que me convertera
a Cristo. Eu não estava procurando sexo — até isso também se havia deteriorado em nosso casamento. Eu nem
sequer estava procurando um 'caso', para me vingar, fazer meu marido pagar, e nem mesmo para chamar a
atenção dele. Eu estava simplesmente aturdida. E, quando o vizinho do meio do quarteirão me notou, sorriu
algumas vezes, conversou comigo amavelmente e gostou de mim da maneira como sou — aconteceu. Eu estava
agonizante."
AFEIÇÃO
Muitos cônjuges traem por nada mais, a princípio, do que o desejo de um pouco de afeição. As coisas que
dão brilho aos dias de namoro e ao começo do casamento — dar-se as mãos, carinhos, abraços, beijos — não
podem agora ser guardadas no guarda-roupa, juntamente com o vestido de noiva.
"Agora estamos casados; não somos mais crianças." Pensa ele: "Por que você precisa continuar correndo
atrás do bonde, uma vez que já o pegou?" E ela: "Uma vez que você pegou o peixe, pode jogar a isca fora."
E não desperdiçar tempo em vida social vazia —
Ele deixa essa espécie de encargo para a esposa,
E paga as contas dela, e deixa que ela faça o que quer,
E acha que ela deve, com isso, sentir-se satisfeita. "
Cada dia Nossas vidas, que haviam sido uma vida no começo, Começaram a se afastar cada vez mais. O
velho romance de um homem e uma mulher estava morto. Você só falava sobre políticas do comércio. O seu
trabalho, o seu clube, a busca louca de ouro Absorviam os seus pensamentos. O beijo que você me dava por
dever era frio. Sobre os meus lábios. A vida perdera o seu sabor, sua emoção, até que Num dia fatal, quando a
terra parecia muito insossa, O sol nasceu radioso e belo. Eu falei pouco, e ele ouviu muito; Havia atenção nos
olhos dele, e uma tamanha Nota de camaradagem em seu grave tom de voz; Eu já não me sentia sozinha. Havia
um interesse amável na face dele; Ele falou da maneira como eu estava penteada. E louvou a roupa que eu
vestia. Parecia que já fazia mil anos ou mais Que eu não era notada dessa forma. Se o meu ouvido Estivesse
acostumado a cumprimentos ano após ano, Se eu tivesse ouvido você falar
Como esse homem falou, eu não teria sido tão fraca. O começo inocente De todo o meu pecado
Foi apenas o anseio feminino de ser colocada No santuário interior do pensamento de um homem. Você
me conservou lá, como namorada e noiva; Mas depois, como esposa, você me deixou de fora. Tão longe, tão
longe, que não me podia ouvir gritar; Você podia, você devia, ter-me salvo de minha queda. Eu não era má;
somente solitária — isso era tudo.
O homem deve oferecer algo para substituir
A doce aventura da perseguição do amante
Que termina no casamento.
As leis do amor, quando negligenciadas,
Pavimentam o caminho para a "Causa Estatutária".
CAPITULO 4
ATIVIDADES
Muitos casamentos naufragam nas rochas da infidelidade porque se tornam chatos. Tornam-se cansativos.
A rotina torna-se mortal. Ir para o trabalho, voltar para casa, assistir TV, ir para a cama — semana após semana,
monotonamente.
"Não fazemos juntos mais coisa alguma", é uma queixa comum das esposas. "Não saímos juntos sem os
filhos, não temos recreação nem vamos a concertos, nem temos interesses ou projetos que compartilhemos, nem
diversão."
"Meu marido e eu costumávamos sair, sem os filhos, três ou quatro vezes por semana, o que era demais.
Mas depois paramos, e não temos ido a lugar nenhum, o que também está errado."
O marido dessa mulher, convalescendo do "caso" que teve com uma moça no escritório, concordou: "Eu
acho que precisávamos passar mais tempo juntos — só nós dois — nos dedicando a coisas como 'hobbies',
projetos, etc."
Casamentos ótimos, ou potencialmente ótimos, sofrem, se forem negligenciados. Leia de novo a famosa
declaração de Benjamim Franklin: "Um pouco de negligência pode gerar muito prejuízo; pela falta de um prego,
perdeu-se a ferradura; pela falta da ferradura, perdeu-se o cavalo; pela falta do cavalo, o cavaleiro perdeu-se,
sendo vencido e morto pelo inimigo — tudo pela falta de um pouco de cuidado com um prego da ferradura."
Nenhuma pessoa pode satisfazer todas as necessidades de outra. Algumas necessidades são supridas pelos
outros; outras, pelas nossas vocações; e ainda outras, somente por Deus. Esperar que o cônjuge propicie o que
apenas Deus pode propiciar, certamente acarretará desapontamento. Ninguém pode tomar o lugar dele. E a paz, o
contentamento e a força que ele propicia influenciarão todas as outras áreas do nosso relacionamento
matrimonial.
Porém, da mesma forma como nenhuma pessoa pode ocupar o lugar de Deus, Deus não ocupa o lugar do
cônjuge. Fomos criados para suprir as necessidades um do outro, as necessidades que somente outra pessoa pode
suprir. Um comovente poema da famosa poetisa Ella Wheeler Wilcox, embora escrito há quase cem anos, narra,
em cores vivas, a história dos dias atuais:"