TCC Danilo
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TCC Danilo
VIÇOSA – MG
NOVEMBRO 2017
CARACTERIZAÇÃO E USO DOS SOLOS DAS PROPRIEDADES RURAIS
AFETADAS PELOS REJEITOS DE MINERAÇÃO (LAMA DE MARIANA) - MG
_____________________________________________
Prof. João Luiz Lani
(orientador)
(UFV)
VIÇOSA – MG NOVEMBRO / 2017
RESUMO
RESUMO
2 - INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 2
6 – ORÇAMENTO ................................................................................................................... 13
A) Identificação da Proposta
CPF: 361.469.108-05
E-mail: [email protected]
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2 - INTRODUÇÃO
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das áreas, principalmente, com destaque para o recurso solo que, combinado com informações
sobre clima e o desenvolvimento tecnológico, definem o potencial das áreas para vários tipos
de utilização (MANZATTO et al., 2002).
No Brasil, ainda não existem trabalhos científicos específicos, que indiquem melhores
métodos para determinação do potencial de uso de terras para diferentes atividades agrícolas,
nas áreas que foram afetadas e cobertas por uma espessa camada de lama contendo rejeitos de
mineração.
Pesquisas são necessárias nas áreas de caracterização e levantamento de solos com
finalidade de se estabelecer novas aptidões agrícolas ou capacidade de uso das terras, que
servem como base para o planejamento do uso sustentável da terra, para implementação e
desenvolvimento de atividades agrícolas, desde a escolha de áreas mais aptas, recuperação de
áreas alteradas e degradadas, até a seleção de áreas com menor risco de degradação ambiental.
2 - OBJETIVOS GERAIS
3 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Análise do perfil dos agricultores da região afetada, por meio de identificação das
atividades agrícolas;
Levantamento e mapeamento de solos das áreas afetadas pelo derrame de lama;
Estabelecer mapas de solos e de novas aptidões agrícolas para o uso sustentável da terra;
Identificação das áreas de preservação permanente alteradas.
4 - REVISÃO DE LITERATURA
4.1 - O SOLO
O solo pode ser definido como resultado da atuação do tempo, clima, microrganismos e
do relevo sobre o material de origem (geralmente uma rocha). Estes fatores são chamados de
fatores de formação do solo. Estes podem ser divididos em ativos, passivos e controladores. Os
ativos englobam o clima e microrganismos; os passivos são materiais de origem e tempo
cronológico e o controlador o relevo (USDA, 2012).
“Corpos naturais independentes constituídos de materiais minerais e orgânicos,
organizados em camadas e, ou, horizontes resultantes da ação de fatores de formação, com
3
destaque para a ação biológica e climática sobre um determinado material de origem (rocha,
sedimentos orgânicos) e numa determinada condição de relevo, através do tempo (SANTOS,
2005).
O principal recurso natural para desenvolvimento agrícola é o solo, sendo este, o
ambiente necessário para crescimento e desenvolvimento dos vegetais. O solo deve ser
analisado como sendo base da produção agronômica, para alcance de boas colheitas e o uso
apropriado do solo é a primeira etapa rumo à produtividade (FAO, 2012).
O homem classifica os solos, assim como ordena e classifica os demais objetos com que
lida, pois possuí uma tendência natural de organizar coisas. O homem passou a classificar os
solos, desde que começou a cultivar plantas para se alimentar. Está classificado em grupos, para
propósitos práticos, como por exemplo, em bons ou ruins para o plantio de determinados
vegetais (LEPSCH, 2002).
Para que se obtenham informações sobre o recurso solo, sua classificação tem
importância no arranjo sistemático dos dados sobre esse recurso. A classificação dos solos tem
a finalidade gerar e facilitar o entendimento sobre os solos, utilizando como base de
classificação, os horizontes diagnósticos dos perfis (HARTEMINK & MINASNY, 2014).
Os sistemas de classificação podem ser naturais ou taxonômicos (SOIL SURVEY
STAFF, 1999; EMBRAPA, 2006) e quando são construídos sobre um determinado tipo de uso
de solo, podem ser considerados técnicos ou interpretativos (LEPSCH et al., 1991; RAMALHO
FILHO & BEEK, 1995; RAMALHO FILHO & PEREIRA, 1999; PEREIRA, 2002; PEDRON
et al., 2006).
Para a organização científica ou para a prática agrícola, a classificação de solos tem
importância fundamental. Quando a terra é utilizada para determinados cultivos, a classificação
de solo permite dentro de limites, prever seu comportamento, sendo uma de suas vantagens.
Por exemplo, se em duas áreas com climas idênticos, uma dada espécie de planta de importância
agronômica desenvolve-se mais em relação a outra, mesmo com uso adequado de fertilizantes
e tratamentos fitossanitários, faz-se necessário o conhecimento dos solos dessas áreas para que
se possa indicar em qual região climática análoga será aconselhável o cultivo da planta sugerida
(LEPSCH & OLIVEIRA, 1987).
A classificação de solos é uma atividade que direcionou as ações humanas, a exemplo
o manejo e uso do solo de modo a minimizar danos ambientais, Toledo et al, (2003) advertiu
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que a classificação de solo também permite que se estabeleça uma relação entre solos situados
em regiões distintas do globo, variando de acordo com a latitude e longitude. A classificação
dos solos não é uma tarefa fácil, uma vez que eles compõem um meio ininterrupto a extensão
do relevo. A mudança de um tipo de solo a outro, pode ocorrer de forma gradual, o que torna
um obstáculo à demarcação entre os diferentes tipos de solos (TEIXEIRA, 2003).
Vários atributos morfológicos são utilizados pelo Sistema Brasileiro de Classificação de
Solos (SiBCS). A textura, a espessura, cor, a presença de cerosidade e concreções são exemplos
de atributos diagnósticos que podem permitir a distinção das diferentes classes de solos no
Brasil. Os dados obtidos com esses atributos permitem a inferência de outras características não
observadas no perfil do solo, fato que contribuí para a compreensão do comportamento do solo
e de seu uso em potencial (EMBRAPA, 2006).
O levantamento de solos pode ser definido como um conjunto de processos que tem
por finalidade a distribuição espacial de propriedades físicas, químicas, mineralógicas e
morfológicas, de uma determinada região e sua exposição de modo que possa ser compreendida
e interpretada por diferentes tipos de usuários, assim sendo o levantamento além de uma
operação técnica é uma atividade multidisciplinar e científica (DENT & YOUNG, 1981;
IBANEZ et al, 1993).
Trabalhos realizados no campo, escritório e no laboratório, que visam registrar, analisar
e interpretar observações do meio físico e de características e propriedades
pedogeomorfológicas, físicas, químicas, mineralógicas e biológicas dos solos, visando sua
caracterização e classificação, bem como a sua distribuição na paisagem e mapeamento podem
ser compreendidos como Levantamentos de solos (EMBRAPA, 1995; KLAMT et al., 2000;
DALMOLIN et al., 2004). Essas classificações são utilizadas como suporte para que se
determine o potencial de uso das terras e suas aptidões agrícolas. “Terra” é um termo mais
abrangente que “solo”, e sua definição englobam solo e demais elementos do ambiente, como
clima, relevo, recursos hídricos, vegetação e outros (DENT & YOUNG, 1993; NASCIMENTO
et al., 2004).
A caracterização de solos inclui pesquisas necessárias para determinar propriedades
importantes, como: classificar os solos; prever sua adaptabilidade para diversos cultivos;
estabelecer limites entre áreas distintas; pastagens; reflorestamentos; prever o seu
comportamento e produtividade sob diferentes métodos de manejo (FASOLO, 1996). Para tal,
é essencial dispor-se de dados sobre a gênese do solo, tipo de ambiente onde este se desenvolve
e modificações que nele possa ocorrer em decorrência de seu uso. O levantamento de solos é
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uma ferramenta útil que permite um planejamento mais aplicado, ou seja, separar a totalidade
heterogênea em partes mais homogêneas REZENDE & REZENDE (1983).
Objetivando a identificação, caracterização e classificação, os levantamentos de solos
são feitos com uma metodologia específica para que, ao final do processo seja possível a
delimitação da área levantada em mapas ou cartas. Para que as unidades de área delimitadas e
mapeadas, sejam mais homogêneas, mais detalhadas deve ser o levantamento (FLORES et al.,
2006).
O Instituto De Brasileiro De Geografia e Estatística (IBGE) (1995) determinou seis tipos
de levantamentos pedológicos: exploratório, de reconhecimento, semidetalhado, detalhado,
ultradetalhado e o mapa esquemático. Também estão inclusos, de acordo com Embrapa (2006),
o levantamento pedológico generalizado e Lepsch (2002), o levantamento pedológico
interpretativo.
A previsão do comportamento de uso dos solos, em relação às práticas de manejo e
conservação, pode ser alcançada com o fornecimento de dados de aproveitamento imediato,
que é uma das várias finalidades dos levantamentos pedológicos (IBGE, 1995). Rios e Oliveira
(apud DINIZ, 2002) demonstraram que por meio de uma análise comparativa entre os fatores
determinantes da erodibilidade dos solos, e as informações contidas nos levantamentos
pedológicos, é possível fazer a caracterização qualitativa do solo quanto à sua erodibilidade.
Isso é feito com a utilização dos dados de aproveitamento imediato para o estudo da erosão e a
sua relação com a distribuição geográfica dos solos.
IBGE (2015) constituiu quatro etapas básicas para se realizar um levantamento de solos:
identificação, classificação, mapeamento e interpretação. Não existindo uma demarcação
severa entre elas, sendo que os dados obtidos em cada etapa possam atuar como suporte para a
realização de outra(s).
O modo pelo qual o espaço está sendo ocupado pelo homem, pode ser entendido como
uso da terra. O uso sustentável da terra, requer um prévio planejamento cuja uma das
ferramentas mais utilizadas é o levantamento e mapeamento de solos, que tem por finalidade
mapear e analisar em termos de quantidade e qualidade tudo o que há sobre a superfície do solo
para deduzir o adequado uso da terra (PEDRON, 2006).
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Para se preservar o recurso natural solo e alcançar uma agricultura sustentável, é
importante que se faça o adequado uso das terras, sendo a preocupação com este uso, o passo
inicial (LEPSCH et al.,1991).
A utilização das terras pelo máximo de tempo possível constitui base para uma
exploração racional, e um sistema muito utilizado é o Sistema de Avaliação da Aptidão
Agrícola das Terras (RAMALHO FILHO & BEEK, 1995) empregado na avaliação da
adequabilidade do uso das terras.
O solo deverá ser estimado como base da produção agrícola para que se obtenham boas
safras. O adequado uso da terra necessita ser o caminho rumo à produtividade. De acordo com
sua capacidade de sustentação e rendimento econômico, para cada porção da terra, é necessário
seu uso adequado (OSAKI, 1994; MANZATTO et al., 2002; FAO, 2004). No solo, ocorrem
modificações de suas características, causadas pelo uso da terra pelo homem. Estas
modificações são representadas por desequilíbrios nas semelhanças que o solo estabelece com
o ambiente onde se originou e se localiza (RANZANI, 1969).
O uso da terra é a forma pela qual o homem ocupa e utiliza uma determinada área. A
distribuição espacial e a atualização do uso da terra são fundamentais para o manejo adequado
e eficiente dos recursos agrícolas e florestais (LEPSCH et al,1991).
Para a identificação do modo e a quantidade de terra que pode ser utilizada nos sistemas
agrários, utiliza-se a aptidão agrícola, que pode ser entendida como um processo interpretativo,
utilizado para um direcionamento para planejando o uso dos recursos naturais. O Sistema de
Aptidão Agrícola das Terras depende dos fatores de limitação do solo, que influenciam a
capacidade de produção agrícola, tais como: dinâmica da água, fertilidade, susceptibilidade a
erosão, dificuldade de mecanização, relevo e níveis tecnológicos adotados, chamados níveis de
manejo classificados em A (primitivo), B (semi-desenvolvido) e C (desenvolvido). O nível de
manejo A (primitivo) tem como base práticas agrícolas de baixo nível técnico-cultural, o nível
de manejo B (pouco desenvolvido) baseia-se em práticas agrícolas que de nível tecnológico
médio, e o nível de manejo C (desenvolvido) fundamenta-se em práticas agrícolas de alto nível
tecnológico. As condições agrícolas das terras são classificadas em seis grupos, os de número
1, 2 e 3 reconhecem o uso das culturas. Os grupos 4, 5 e 6 reconhecem os tipos de uso (pastagem
cultivada, silvicultura e/ou pastagem natural e preservação da fauna e flora). Pode-se reconhecer
a deterioração causada no ambiente pelo uso inadequado das terras, tais como perda de solo
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agrícola, erosões, assoreamento de cursos d’água e inundações com a utilização deste tipo de
levantamento (RAMALHO FILHO & BEEK 1995).
Os métodos de classificações técnicas, chamadas Avaliação de Aptidão Agrícola e
Capacidade de Uso, são os mais utilizados no Brasil para determinação do potencial agrícola
das terras. O SCU almeja prioritariamente à conservação do solo e tem quatro níveis
categóricos, chamados grupo, classe, subclasse e unidade de capacidade de uso. A classificação
analisa também os efeitos das condições climáticas da região e propriedades do solo que são
inalteráveis e limitam o uso do solo agrícola [(– SAA (RAMALHO FILHO & BEEK, 1995) e
(SCU) (LEPSCH et al., 1991)].
Segundo Souza Cruz (1998) o uso da terra segue as seguintes características
topográficas: Topos de morros ou encostas; Áreas de meia encosta; Encosta com meia
declividade; Encostas suaves; Áreas planas; Margens de curso d’água.
A incompatibilidade de informações de aptidão agrícola com o atual uso das terras
demonstra a existência de conflitos de uso das terras agrícolas, fornecendo base para entidades
particulares e governamentais para prevenção e monitoramento de riscos ambientais associados
ao mau uso dos solos (COUTO et al., 1990).
A exploração do meio rural, muitas das vezes não é satisfatória do ponto de vista
econômico devido falta de um planejamento real, que tenha como suporte o conhecimento do
recurso solo (DUARTE et al., 2004; PEDRON et al., 2006).
Baseando-se no conhecimento das classes de solos de uma região (uma classificação de
solos que permite, dentro de certos limites, prever o comportamento de determinadas terras
quando usadas para certos cultivos) é feito o planejamento de uso da terra (RAMALHO FILHO
& BEEK, 1995).
Na elaboração de planejamentos agroambientais exigem-se, dentre outras informações,
aquelas relacionadas ao diagnóstico físico, envolvendo aspectos de solos, clima, relevo,
vegetação, recursos hídricos etc. Deste modo, através de metodologias orientadas para
avaliação das terras é possível se estabelecer as alternativas de uso agrícolas mais adequadas,
garantindo a produção e controlando a erosão, por um tempo indeterminado. Para Bertoni &
Lombardi Neto (1993), a introdução, junto aos agricultores, de técnicas disponíveis e
comprovadas de manejo e conservação do solo, constitui condição indispensável para
minimizar o processo de degradação ambiental.
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4.5 - MAPEAMENTO DE SOLOS, SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRAFICA E
SENSORIAMENTO REMOTO.
Os mapas de solo são usualmente utilizados para mostrar a distribuição espacial das
variáveis do solo, através de levantamentos de solos, delineando-se áreas no campo ou usando-
se um modelo matemático para a predição espacial de solos, (BREGT & GESINK, 1992).
O conhecimento das características da paisagem tem significância durante o processo
de mapeamento dos levantamentos, pois envolve o delineamento de segmentos da paisagem,
recorte de áreas geográficas e colocação de limites nos mapas base. Com os dados dessas
características, existem estudos sobre os padrões de imagens obtidos de sensores, que
juntamente com observações de campo e análises laboratoriais, permitem conhecer as relações
existentes entre solo e padrões de imagens, gerando uma maneira mais rápida e precisa traçar
os limites entre solos de uma área sem que se percorra toda a superfície da mesma. Desse modo,
produtos pedogeomorfológicos obtidos a partir de sensoriamento remoto (fotopedologia) são
importantes devido ao fato de facilitar a visualização e entendimento das informações
distribuídas no espaço geográfico, e otimizarem a elaboração de mapas temáticos. Trabalhos
de fotopedologia, utilizando-se sensoriamento remoto demandam análise de características
pedogeomorfológicas da paisagem utilizando-se aerofotolevantamentos (quantitativos e
qualitativos) permitindo reconhecer e delimitar os diferentes padrões pedológicos na paisagem
estudada (DEMATTÊ, 2011; 2012; BAZAGLIA FILHO et al., 2013)
No mapeamento de solos tradicional, através de averiguações de campo, o profissional
da área de pedologia estabelece relações que acontecem entre as diferentes unidades da
paisagem e os solos de uma área para posteriormente desenharem manualmente a distribuição
espacial dos distintos tipos de solos ou de arranjos de solos através de fotogametria e
fotointerpretação (MACBRATNEY et al., 2000). Entretanto, os mapas gerados através desse
tipo de mapeamento, apresentam algumas limitações, quando comparados ao mapeamento
digital de solos. Duas dessas limitações são menor precisão e a demanda de um maior intervalo
de tempo (MALONE et al., 2012; MILLER, 2012; PHILLIPS, 2013).
Com o desenvolvimento de novas tecnologias - GPS (Global Positioning System), PDA
(Personal Digital Assistants) e SIG (Sistemas de Informação Geográfica) – houve um
aprimoramento dos mapeamentos de solos. Essas tecnologias podem ser utilizadas como
subsídio nas diferentes etapas do levantamento, otimizando a coleta de dados em campo,
gerando maior precisão na delimitação das áreas mapeadas potencializando as utilidades e
aplicações dos resultados (ARONOFF, 1991; MORRIS et al., 2000; HEMPEL et al., 2006).
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Os SIGs são uma ferramenta para averiguação de vários fenômenos relacionados a meio
ambiente, pedologia, engenharia urbana, vegetação e bacias hidrográficas (CALIJURI &
ROHN (1994). Sendo assim, alguns modelos de SIGs, como o modelo digital de elevação
(MDE) auxilia na interpretação de informações necessárias ao planejamento de uso da terra,
combinando e modelando dados, onde há um destaque para a geoforma do ambiente (BAENA
et al., 2004). Estas técnicas combinadas com outras como geoprocessamento e sensoriamento
remoto, possibilitam a aplicação de novas metodologias nos trabalhos de levantamento e
mapeamento de solos (CATEN et al., 2012).
Os SIGs são sistemas computacionais que possuem capacidade de somar e processar
uma ampla quantidade de dados espaciais, integrando-os e estruturando-os, de modo a torna-os
ferramentas essenciais para a manipulação de informações geográficas (PINA, 1994).
Recentemente diversos trabalhos de levantamentos de solos, são realizados utilizando-se
técnicas de geoprocessamento, aumentando a precisão dos trabalhos e diminuindo o tempo
gasto com o mesmo (NEUMAN, 2012; FILHO et al., 2013).
Utilizando-se dados de Sensoriamento Remoto (SR) nos levantamentos do uso atual das
terras é possível ter acesso a áreas de acesso restrito e realizar imageamento de grandes altitudes
possibilitando uma visão substancial da superfície da terra, com repetitividade e monitoramento
de superfície (FREITAS FILHO 1993; OKA-FIORI et al., 2003). O uso de imagens de satélite
baseando-se em cartas gráficas é promissor devido ao baixo custo, tempo de aquisição e geração
de informações de mudanças ocorridas no uso da terra (SANTOS et al., 1993; MENDONÇA-
SANTOS & SANTOS, 2003).
Através de dados multiespectrais providos por satélites de Sensoriamento remoto,
agregados á técnicas de interpretação pode ser alcançado o levantamento do atual uso da terra,
necessário para fins de planejamento (PEREIRA et al., 1998; OMUTO et al., 2013).
Dados obtidos através de sensoriamento remoto têm aplicabilidade na descrição
quantitativa de redes de drenagem e bacias hidrográficas. Atualmente estudos de morfometria
são realizados com base em dados de sensoriamento remoto e não mais a partir de dados
extraídos de cartas topográficas (NOVO, 1992; BAENA et al., 2004). Pelo fato de o Brasil ser
um país de dimensões continentais há um conhecimento limitado do recurso solo, devido à
grande variedade de ambientes com diferentes tipos de solos e características
pedogeomorfológicas e que demandam diferentes tipos de usos e manejos (MANZATTO,
2002).
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O mapeamento digital de solos, de um modo geral, é baseado em construções de
modelos numéricos que correlacionam observações do solo no campo e fatores de escoriações
(BOUK KHEIR et al., 2010; BRUNGARD et al., 2015). A partir daí esses modelos podem ser
aplicados a dados agrícolas e ambientais espaciais. Além disso, Mapas convencionais de solo
podem ser utilizados para extrapolar ou atualizar mapas digitais de solo (SUBBURAYALU &
SLATER, 2013; ODGERS et al., 2014).
5 - MATERIAL E MÉTODOS
O estudo será realizado na zona rural do Município Mariana, Minas Gerais – situada na
região do Quadrilátero Ferrífero, ao longo das margens do Rio Gualaxo do Norte. Os
subdistritos a serem visitados serão: Monsenhor Horta, Paracatu de Baixo, Paracatu de Cima,
Gesteira, Cláudio Manoel e Barra Longa, onde serão visitadas 10 propriedades por distrito,
totalizando 60 propriedades rurais.
Inicialmente, antes de ir a campo, será feito um planejamento a partir de planimetria,
aerofotos da região, imagens de satélite e fotointerpretação, para se estabelecer a
representatividade significativa de cada propriedade dentro de cada área a ser estudada.
Posteriormente, em um mapa com as propriedades a serem estudadas, serão traçados os
caminhamentos nos divisores e talvegues mais evidentes de cada propriedade, bem como nas
partes de topo e de baixadas de morros. Será percorrida a área de cada propriedade para a coleta
de dados de campo e busca por indicadores ambientais significativos, tais como barrancos,
trincheiras naturais, tipo de vegetação, coloração de cupins, coloração do solo, pedoforma do
relevo, e outros. Esses indicadores ambientais serão devidamente georreferenciados,
observações serão anotados em caderneta de campo para a composição do relatório técnico que
complementará o mapa de classes de solo. Concomitantemente, o registro de imagens
fotográficas será realizado, para posterior analise.
Será feito um levantamento detalhado de solos na escala 1:20.000. Durante as incursões
ao campo serão utilizados cortes de estradas e barrancos, devidamente preparados para a
realização da classificação do solo e onde for necessário serão abertas trincheiras de acordo
com a necessidade do tipo de levantamento. Serão coletadas as coordenadas geográficas, de
pontos que indiquem mudança nas classes de solos, bem como no pedogeoambiente, através de
receptores de satélites no sistema GPS. As inferências das classificações realizadas durante e
após o levantamento do solo, terão como base de informações os dados de Brasil (1972) e
Santos (1989). Para as classificações finais serão utilizadas o SIBCS (Sistema Brasileiro de
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Classificação de Solos, EMBRAPA 2013) e após o mapa de classes de solo e análise do
relatório técnico, será utilizado o Sistema Avaliação de Aptidão Agrícola (SAA) (RAMALHO
FILHO & BEEK, 1995).
Serão realizadas sessenta visitas de campo para coleta dos dados de toda área de estudo,
sendo necessário um dia para cada propriedade. As visitas serão realizadas prioritariamente nos
finais de semana, por maior probabilidade da presença dos proprietários rurais.
O Sistema de Informação Geográfica utilizado será o programa computacional SPRING
4.1, de distribuição gratuita, e sua obtenção e pode ser obtido através da internet (INPE, 2005).
O mapa de solos utilizado para complementação dos dados, será o de Levantamento de
Reconhecimento dos Solos do Estado Minas Gerais, do Ministério da Agricultura.
O processamento digital de imagem será a etapa subsequente. Esta fase constará de
aumento de contraste, registro e classificação de imagem, objetivando conseguir um padrão
visual que possibilite a extração da maior quantidade possível de informações, para o
desenvolvimento do trabalho. Será utilizado o programa "QGis", software gratuito e de
qualidade para a realização do processamento dos dados obtidos.
Após a conclusão dos trabalhos de realces e registros da imagem, será iniciada a
classificação, onde será escolhida a classificação da Máxima Verossimilhança (MaxVer), que
apresente melhor desempenho para os objetivos propostos para elaboração deste trabalho e
criação de dois mapas temáticos. Um mapa identificando as principais classes de solos e outro
de atual uso da terra da área de estudo, em que se identifiquem as áreas alteradas, devido ao
derrame de lama contendo rejeitos de mineração, hidrografia, áreas degradas por erosão, áreas
de mata ciliar e áreas com cultura e/ou pastagens.
Estes mapas serão sobrepostos, com a finalidade de se analisar a nova Aptidão Agrícola
das terras, que será uma das principais ferramentas utilizada para a recuperação de áreas
alteradas, adequação ambiental e o planejamento do uso sustentável da terra das propriedades
rurais afetadas.
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6 – ORÇAMENTO
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7 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
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8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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