Plano Marketing - Servicos
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Plano Marketing - Servicos
1. Introdução .................................................................................................................... 1
1.1. A Empresa: Granconta ........................................................................................... 3
1.2. Contexto e Identificação do Tema ........................................................................ 3
1.3. Objetivos do Projeto .............................................................................................. 5
1.4. Organização do Trabalho....................................................................................... 6
2. Revisão da Literatura .................................................................................................... 7
2.1. Empresas: Familiares, B2B e de Prestação de Serviços......................................... 7
2.1.1. Empresas Familiares ....................................................................................... 7
2.1.2. Negócio B2B ................................................................................................... 9
2.1.3. Prestação de Serviços ..................................................................................... 9
2.2. A importância do Digital ...................................................................................... 10
2.3. Lançamento de uma Marca nas Redes Sociais.................................................... 12
2.4. Plano de Marketing Digital .................................................................................. 14
3. Metodologia ............................................................................................................... 16
3.1. Etapas Estratégicas .............................................................................................. 17
3.2. Recolha de Dados ................................................................................................ 22
4. Análise diagnóstico ..................................................................................................... 24
4.1. A Granconta e o seu Ambiente ........................................................................... 24
4.1.1. Análise do Ambiente Interno ....................................................................... 24
4.1.2. Análise do Ambiente Externo ....................................................................... 32
4.1.3. Análise SWOT ............................................................................................... 43
4.2. Objetivos Gerais e Metas .................................................................................... 45
4.3. Opções Estratégicas Fundamentais..................................................................... 45
5. O plano de marketing ................................................................................................. 47
5.1. Plano de Ação Digital ........................................................................................... 47
5.1.1. Ganhar Notoriedade e Aumentar Visibilidade ............................................. 47
5.1.2. Rebranding ................................................................................................... 53
5.1.3. Retenção de Clientes .................................................................................... 57
5.1.4. Angariar Novos Clientes ............................................................................... 59
5.2. Ações Não Digitais ............................................................................................... 61
5.2.1. Adequar a Equipa às Exigências do Mercado............................................... 61
5.2.2. Mudança de Instalações ............................................................................... 62
5.2.3. Parceria Operacional .................................................................................... 62
vi
5.2.4. Renovar Sistemas Informático ..................................................................... 62
6. Conclusões .................................................................................................................. 64
6.1. Considerações Finais ........................................................................................... 64
6.2. Limitações e Recomendações para Trabalhos Futuros ....................................... 65
7. Bibliografia .................................................................................................................. 67
8. Anexos ........................................................................................................................ 72
vii
ÍNDICE DE FIGURAS
viii
Figura 28 ‐ Número das PME’s de contabilidade, auditoria e consultoria fiscal em Portugal. 38
Figura 29 ‐ Principais concorrentes da Granconta, pirâmide adaptada .................................. 41
Figura 30 ‐ Avaliação dos concorrentes da Granconta, características do Website ................ 42
Figura 31 ‐ Avaliação dos concorrentes da Granconta, presença nas redes sociais ................ 43
Figura 32 ‐ Análise SWOT Granconta ....................................................................................... 44
Figura 33 ‐ Opções estratégicas fundamentais ........................................................................ 46
Figura 34 ‐ Layout do website da Granconta, em 2015 ........................................................... 48
Figura 35 ‐ KPI’S Granconta, mês de maio 2016 ‐ Screenshot da página do Google Analytics
da Granconta .................................................................................................................... 52
Figura 36 ‐ Quadro de resumo do objetivo “ganhar notoriedade e aumentar visisibilidade da
marca” e respetivo plano de ação ................................................................................... 53
Figura 37 ‐ Motivações para rebranding, adaptado de Lomax et al. (2002)............................ 54
Figura 38 ‐ Evolução do logotipo da Granconta ....................................................................... 55
Figura 39 ‐ Quadro de resumo do objetivo “Rebranding” e respetivo plano de ação ............ 56
Figura 40 ‐ Quadro resumo do objetivo “Retenção de clientes” e respetivo plano de ação .. 59
Figura 41 ‐ Quadro resumo do objetivo “Angariar novos clientes” e respetivo plano de ação
.......................................................................................................................................... 61
Figura 42 ‐ Plano de Marketing Digital, proposto por Dave Chaffey ....................................... 72
Figura 43 ‐ Táticas de um plano de marketing digital, proposto por Dave Chaffey ................ 72
Figura 44 ‐ Folha de Excel, dados relativos à análise do ambiente externo, estatísticas
relevantes ......................................................................................................................... 73
Figura 45 ‐ Novo logotipo institucional da Granconta ............................................................. 73
Figura 46 ‐ Cartões de Visita, pré e pró rebranding ................................................................. 74
Figura 47 ‐ Contrato de prestação de serviços, pré e pró Rebranding .................................... 74
ix
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
CC Contabilista Certificado
G+ Google Plus
x
1. INTRODUÇÃO
A forma como as pessoas tomam decisões sobre a aquisição de novos serviços ou produtos mudou. A
Internet tornou‐se a ferramenta responsável e condutora desta grande mudança. Está ao dispor de
qualquer um de nós e torna‐nos detentores de um conhecimento antes impossível, alargando a
capacidade de avaliação enquanto consumidores, o que torna a tarefa das marcas mais difícil mas
também mais aliciante.
Cintra (2010) fala de um novo consumidor, aquele que assiste a menos televisão, ouve menos rádio e
opta por ver notícias pela Internet, onde são mais atualizadas num menor espaço de tempo. O autor
acrescenta ainda que a conversa mudou de lugar e que o marketing digital vem para facilitar a vida
das pessoas. O consumidor tem maior facilidade para dar a sua opinião sobre o produto, fazer
comparações, partilhar o seu conteúdo e mais facilidade para escolher e comprar.
Neto (2011) afirma que estes novos consumidores são mais informados e poderosos e têm mais
exigências, como a necessidade de serem atendidos e esclarecidos pelas empresas a qualquer
momento e em qualquer lugar. O mesmo autor defende ainda que o aparecimento do novo
consumidor se justifica com o desenvolvimento das novas tecnologias e da comunicação móvel, que
dão ao consumidor uma forte omnipresença, alterando a noção de tempo e espaço, transformando
qualquer lugar num ponto de venda. Nasce assim o novo consumidor digital, que é disputado pela
atenção de várias marcas online, marcas essas que devem saber como captar e conquistar o cliente.
Para uma marca conseguir chamar a atenção do consumidor, e ser capaz de se destacar por entre o
elevado número de possibilidades de resultados de pesquisa, é necessário assegurar que está
presente no momento certo da pesquisa. O Google denomina este momento como Zero Moment of
True – ZMOT, que é descrito como o instante em que o indivíduo decide pegar no seu computador,
no seu telemóvel ou em outro aparelho com ligação à Internet, e começar a sua
aprendizagem/pesquisa sobre determinado produto ou serviço, que esteja a considerar
experimentar ou comprar, Lecinski (2011).
Para tentar compreender quão importante é o ZMOT a influenciar a tomada de decisões, em 2011, a
Google realizou um estudo com 5000 compradores em 12 categorias de produtos, que incluía
produtos alimentares, automóveis e produtos financeiros. O objetivo era perceber como é que um
comprador incerto se transforma num comprador seguro daquela compra. O estudo revelou que um
comprador consulta em média 10,4 fontes de informação (anúncios de televisão, artigos de revistas,
recomendações de amigos e familiares, websites e blogs online) antes de tomar a sua decisão de
compra. Em 2010, o comprador recorria em média a 5,3 fontes de informação ‐ o número quase que
duplicou no espaço de um ano, o que mostra a dificuldade crescente em captar a atenção do
comprador, “que é agora detentor de um mar de informação”, Lecinski (2011).
O aparecimento do mundo online, como meio de divulgação, tem um papel cada vez mais evidente
no mundo da comunicação e das marcas. A maneira como uma empresa fala e lida com os seus
clientes mudou definitivamente com o aparecimento da era digital. Se pensarmos bem, antigamente,
o principal (e por vezes único) elemento que estimulava o interesse do cliente era uma boa montra.
“Hoje em dia, os clientes têm mais iniciativa para determinar o que e como comprar. Navegam pela
1
Internet, procuram informações e avaliam os produtos ou serviços oferecidos e decidem quanto à
melhor oferta”, Kotler (2000).
Lecinski (2011) acredita que o aparecimento da Internet transformou a maneira como o cliente olha
para um determinado produto. O que capta a atenção do cliente deixa de ser exclusivamente o
aspeto visual, sendo que, importa agora mais que nunca, a facilidade de acesso do cliente ao
conteúdo e informação sobre determinado serviço ou produto. O que acaba por reforçar a
importância da presença das marcas no online é o valor de estar presente no momento de decisão
do cliente, quando pesquisa o bem ou serviço.
O que não mudou e continua a estar em causa é chegar ao cliente no momento certo, ou seja, no
momento em este precisa de algum apoio ou informação, atendendo a que este nem sempre se
encontra no mesmo estágio de compra ou tem o mesmo perfil de consumo. A Internet desempenha
aqui um papel fundamental, ao facultar ao interessado toda a informação necessária, permitindo‐lhe
comparar alternativas e escolher com mais esclarecimento. Segundo Lecinski (2011), 54% dos
indivíduos fazem comparações online antes do processo de decisão de compra.
Responder a estas perguntas e a outras que possam eventualmente surgir, é provavelmente mais
simples quando existe o contacto direto entre o vendedor e o consumidor. Ou seja, importa antever
necessidades, prever perguntas, antecipar respostas e, consequentemente, produzir a melhor
informação para estar presente em qualquer lugar e momento de pesquisa por parte do cliente.
Estar em todo o lado implica também estar presente nas redes sociais, dado que estas constituem
uma das estratégias subjacentes utilizadas socialmente para a partilha e requisito de informação,
Tomaél, Alcará, & Di Chiara (2005).
Atrair clientes ou possíveis consumidores online irá ditar cada vez mais o sucesso de uma marca ou
de uma empresa. É importante ter em consideração que os próprios clientes mudaram o seu
comportamento, sabem cada vez mais o que querem e procuram na Internet como satisfazer essas
necessidades. Esta relação entre clientes e marcas, proporcionada pela Internet, sugeriu o presente
projeto.
2
como um processo de satisfação do cliente, não como um processo de produção (…) as necessidades
básicas e os grupos de clientes são eternos.” E é nesse sentido que surge a necessidade de se criar
uma relação entre as duas partes interessadas, uma cumplicidade e um sentimento de confiança
entre a Granconta e o cliente.
A responsabilidade da Granconta traduz‐se na execução das seguintes tarefas (“traduz‐se mas não se
esgota”, acrescenta o sócio‐gerente) – figura 1:
O desafio deste projeto foi proposto por Paulo Pereira de Almeida (sócio‐gerente da Granconta), que
pretende por meio do aumento da notoriedade e visibilidade online da marca, conseguir o aumento
de receitas e lucro. A relevância do projeto, elaborado no âmbito organizacional, prende‐se com o
1
http://www.Granconta.pt/ | Data de acesso: junho 2014
3
interesse da Granconta em conseguir que a mensagem que tenta transmitir chegue de facto aos seus
clientes e ainda os consiga cativar, de forma a tornarem‐se consumidores leais da marca. É ainda
importante analisar, para consolidar o projeto em questão, o tipo de conteúdo que a marca deve
partilhar e comunicar, bem como em que redes sociais o deve fazer.
Segundo Kotler (2000), “… a comunicação via Internet está a ampliar o alcance das empresas,
principalmente das pequenas e médias empresas. A Internet tornou‐se um instrumento eficaz para
tudo …” logo, importa comunicar e produzir conteúdos que vão de encontro ao que é procurado, de
forma a garantir que o visitante se torne num potencial cliente e que este permaneça envolvido com
a marca a longo prazo. Manter um website apenas com informação institucional é desperdiçar um
ponto de contacto importante: ao cliente pouco interessa a missão e valores de uma marca, se isso
não se traduzir num benefício imediato, sendo que, idealmente, a estratégia digital deve equilibrar
os interesses da audiência com os interesses do negócio.
O tema é crítico, pois estar online implica não só a existência de um website institucional, mas
também de um website rico em conteúdos relevantes para os leitores. Implica também estar
presente nas redes sociais adequadas e ter em conta que cada plataforma social deverá ter uma
comunicação específica para o seu tipo de audiência, Coutinho (2014). A integridade da marca
Granconta deve ser suportada por uma estratégia integrada de conteúdos digitais, alinhando a
comunicação do website com as diversas plataformas sociais.
A navegação dos portugueses distribui‐se, essencialmente, por três canais principais: Google,
Facebook e YouTube. Um comportamento semelhante ao que se verifica globalmente (figura 2).
Figura 2 ‐ Top 10 de domínios procurados em Portugal, por número de utilizadores (abril de 2014).
Fonte: Netpanel, Marktest
4
principais razões de abandono: a falta de interesse é o principal motivo que origina a desistência das
plataformas sociais. A última coluna diz respeito ao número de páginas seguidas pelos utilizadores
nestas plataformas, evidenciando que já não limitam a sua presença social a um espaço de interação
social. É de salientar que, segundo este estudo, um utilizador de uma rede social segue em média 28
empresas e 28 marcas, o que reforça a importância da presença online das marcas e entidades
empresariais no mundo digital das redes sociais.
É possível então identificar uma oportunidade de crescimento, com a presença da Granconta nas
redes sociais. A Internet é importante e um forte impulsionador de crescimento. Uma vez que a
Granconta não está ainda nas redes sociais, existe uma forte oportunidade de crescimento de
negócio. O que remete e reforça a importância da elaboração de um plano de marketing digital.
Kotler (2000)
O objetivo geral deste projeto, que resultou de reuniões com o sócio gerente da Granconta, é a
elaboração de um plano de marketing digital para a empresa.
Para tal, será necessário alcançar um conjunto de objetivos específicos, relativos às etapas de
elaboração de um plano de marketing digital, que Kotler (2010) tipifica como:
5
É ainda importante mencionar que o gerente pretende que este plano de marketing digital contribua
para alcançar um conjunto de objetivos de segundo nível. Nomeadamente:
Com base nestes objetivos, o projeto será organizado e apresentado em cinco partes.
Numa primeira parte (após esta breve introdução), será feita a revisão de literatura, focada nas
temáticas chave para o desenvolvimento do projeto, como a importância do digital para as
empresas, o mundo digital em empresas de prestação de serviços e o plano de marketing com foco
no B2B ‐ Business to Business, e nos serviços. Na segunda parte (capítulo 3) será delineada a
metodologia a ser aplicada no desenvolvimento do projeto. Seguidamente (capítulo 4), será feita
uma análise de diagnóstico, relativamente ao ambiente interno e externo da Granconta, por forma a
caraterizar a situação atual da Granconta.
Toda esta informação recolhida será trabalhada de maneira a produzir conhecimento útil a ser
aplicado na Granconta e desta forma elaborar o respetivo plano de marketing digital (capítulo 5), que
visa reposicionar a marca, o seu lançamento no mundo digital e, por consequência, o crescimento do
negócio.
Por fim, serão mencionadas as principais limitações e principais desafios à elaboração do projeto,
assim como algumas considerações finais e conclusões do estudo (capítulo 6).
6
2. REVISÃO DA LITERATURA
Com o objetivo de fundamentar a importância do projeto aqui desenvolvido, este capítulo apresenta
várias temáticas e está dividido em quatro subcapítulos. O primeiro remete para o contexto real em
que a Granconta se insere (empresa familiar, negócio B2B); o segundo para o mundo digital; o
terceiro sobre a entrada da marca nas redes socias e por fim, o último, trata do plano de marketing
digital, que é o objetivo do projeto, merecendo desta forma um maior destaque. Serão abordados
temas como a importância do mundo digital, a adaptação das empresas nesse ambiente online (na
Internet e nas redes socias), o mundo digital em empresas de prestação de serviços e alguns
conceitos relacionados com o Marketing, como o Marketing B2B e Marketing de serviços.
Em Portugal, segundo a Associação das Empresas Familiares (2010), estima‐se que entre 70% a 80%
das empresas sejam de natureza familiar e que contribuam para 60% do emprego e 50% do Produto
Interno Bruto. Um estudo realizado pela AEP (2014) refere ainda que, em Portugal, 50% das
empresas familiares atingem a segunda geração e que apenas 20% passam para a terceira geração.
Atualmente a Granconta faz parte desses 50%.
Antonialli (1999) referiu que o ciclo de vida de uma empresa familiar é definido, através do conjunto
de quatro fases: fundação, crescimento, apogeu e declínio. Para Costa (2002), pág.73, uma empresa
familiar é “aquela criada pelo espírito empreendedor de um fundador, cujo capital maioritário e
controlo se encontram nas mãos de uma única família e os cargos de chefia exentrevercidos por
membros dessa família, existindo ainda, por parte do fundador, a intenção de manter a família nos
principais postos de direção”.
Para Ussman (2004), empresas familiares definem‐se como aquelas “em que a propriedade e
controle estão nas mãos de um grupo unido por relações de parentesco. Os detentores da
propriedade, ainda que parcial, têm a possibilidade de determinar os destinos da empresa quando a
propriedade se alia ao controle/direção nas mãos de um grupo de pessoas da mesma família, que se
repete por várias gerações (…)”. É precisamente esta relação profunda entre uma família e uma
empresa que faz da segunda uma Empresa Familiar.
De acordo com Paulo DN, (2009), “quando se fala em Empresa Familiar é usual pensar‐se num
pequeno negócio que serve de base à sobrevivência de uma família e que, muito provavelmente, não
passará disso mesmo, não tendo muitas perspetivas de crescimento”. Contudo, o próprio autor
conclui que tal consideração não passa de um grande equívoco, dado que as empresas familiares são
a forma predominante nos mercados atuais, ocupando um papel primordial na economia de um país.
A AEP (2014), de uma forma simples e sucinta, diz que “são Empresas Familiares aquelas em que
uma família detém o controlo, em termos de nomear a gestão, e alguns dos seus membros
participam e trabalham na empresa".
7
De uma forma geral, os entendimentos que estes autores estabeleceram sobre empresas familiares
apontam todas no mesmo sentido: são empresas pequenas, com esperança de vida relativamente
curta, mas que contribuem significativamente para o emprego e rendimento nacional.
Importa ainda acrescentar, que o contexto de empresa familiar apresenta alguns constrangimentos,
identificados através de entrevistas entre a proponente deste projeto e os sócios‐gerentes, e
também no decorrer da investigação científica.
Existem vários estudos que remetem para as dificuldades que um negócio familiar pode gerar e que
também aconselham como evitar “armadilhas” que podem comprometer o sucesso e sobrevivência
deste modelo de negócio. A principal fonte de informação bibliográfica para suporte académico,
foram estudos oriundos da Harvard Business Review.
George & Foley (2012) defendem que o insucesso das empresas familiares é algo que pode ser
evitável. Os autores referem que é necessário saber aprender e identificar certas “armadilhas”, que
uma vez identificadas e geridas resultarão no aumento de possibilidade de sobrevivência da
empresa. É necessário saber lidar e que saber que ações tomar. Uma vez cumpridos esses passos, a
empresa terá maior probabilidade de sobrevivência e de ser bem sucedida.
Armadilha 1: “Há sempre lugar para ti aqui”. Alguns proprietários de empresas familiares oferecem
uma posição na empresa aos seus filhos, e pode acabar por lhes “sair o tiro pela culatra”, dado que
se cria uma cultura de gestores que têm pouco interesse e que apenas viram na empresa uma opção
de recurso.
Quando se trata de família, existe sempre o lado emocional inerente e, em muitos casos, os gestores
de negócio acabam por atribuir o cargo a um familiar ‐ apesar da sua falta de experiência ‐ em vez de
o atribuir a uma pessoa com mais qualificações e mais apta para o cargo. Muitas vezes, são estas
pessoas que, devido à sua ligação familiar, ascendem a esses cargos de liderança, o que poderá
contribuir para a falha do negócio.
Para contrariar esta armadilha, os gestores do negócio devem assegurar e insistir em formações
adequadas dentro do seio familiar, o mais cedo possível, para que seja formada uma opinião e uma
decisão prévia sobre um eventual futuro profissional na empresa, por vontade e vocação e não por
ser segunda opção.
Armadilha 2: “O negócio não cresce assim tão rapidamente, para dar suporte a toda uma família”. Ou
seja, é um problema subavaliado das famílias, é que estas crescem mais rapidamente do que os
próprios negócios.
Para contrariar esta segunda armadilha, as famílias devem saber lidar com a primeira, para que pelo
menos exista alguma filtragem e que se assegure que existe uma mão‐de‐obra qualificada e
interessada, que por acaso são familiares. Uma outra solução será desenvolver estratégias de
crescimento de negócio e criar responsabilidades para os funcionários adicionais da família.
É então necessário entender que as empresas familiares podem correr o risco de não sobreviverem,
pondo em causa a sobrevivência da própria família.
8
2.1.2. Negócio B2B
Com a transição e adoção das empresas para o mundo digital, começaram‐se a sentir grandes
diferenças no modelo de negócio B2B, mais evidentes nos últimos 15 anos, as quais foram drásticas,
rápidas e repentinas, Kaplan & Sawhney (2000). Com o uso da Internet, surgiram bastantes
benefícios e facilidades para o comércio B2B, como a redução drástica de custos e uma maior
visibilidade entre compradores e vendedores, Morrison & Wise (2000).
A verdade é que o aparecimento da Internet transformou o quotidiano das pessoas, sendo agora algo
constante e que ocupa o dia‐a‐dia de qualquer um ‐ quer seja para lazer ou profissionalmente. Tal foi
previsto por vários autores, como Negroponte (1995) – afetando também a forma como as empresas
fazem negócios e se relacionam entre si.
Brynjolfsson & Kahin (2012) entendem que, “apesar dos desenvolvimentos mais recentes e visíveis
nos mercados digitais terem sido no mercado B2C ‐ Business to Consumer, a cadeia de valor de que
se esperam maiores transformações na economia serão no mercado B2B”, o que remete para a
potencialidade que este mercado tem e alerta para uma revisão de estratégia de negócio por parte
das marcas.
Para Chaffey & Smith (2013), “as relações B2B são orientadas por critérios comerciais, de poupança e
rapidez. As empresas mais esclarecidas compreendem que existem outras motivações, tais como a
relevância das relações comerciais. Para além da disponibilização de um produto ou serviço de
excelência, encontrar a motivação do cliente e refletir esse entendimento na comunicação online e
offline, é a fórmula mais simples do sucesso”.
Ou seja, à medida que a Internet se move em direção e a favor do B2B, torna‐se claro que as
empresas tradicionais, acabam por não ter outra escolha a não ser “entrar no jogo”, Sculley & Woods
(2001), e lançarem‐se ao mundo digital, aproveitando todas as oportunidades de negócio,
aumentando visibilidade e até mesmo reduzindo custos.
Segundo Kotler (2000), “serviço é qualquer ato ou desempenho, especialmente intangível, que uma
parte pode oferecer a outra e que não resulta na propriedade de nada”. A execução de um serviço
pode estar ou não ligada a um produto concreto. Para Kahtalian (2002) serviço é um desempenho,
essencialmente intangível, que pode ou não estar ligado a um produto físico. Vargo & Lusch (2004)
definem serviço “como a aplicação de competências (habilidade e conhecimento) por processos e
desempenho que conduzam ao benefício de outra entidade ou dela própria”.
De uma forma geral, os autores apontam todos para a mesma opinião e todos classificam um serviço
como algo que não é palpável, mas sim algo que remeta para o sucesso de demonstração e
prestação de competências.
A prestação de um serviço, de certa forma, acaba por exigir mais, na medida em que enquanto que
num produto existe materialidade, cor e forma, caraterísticas que estimulam sensações, um serviço é
algo de intangível, que não se sente. A satisfação (ou não) de um consumidor pela utilização de um
serviço não provém de qualquer experiência sensorial, mas sim de elementos bem mais suscetíveis,
9
como conforto, segurança ou confiança. Esta imaterialidade é fundamental quando se encara a
promoção dum serviço, pois despertar o interesse do utilizador é um desafio bem maior.
Trata‐se assim da capacidade de fazer passar uma mensagem ao cliente e, sabendo que este está
cada vez mais na Internet, é neste ambiente que os marketers desenvolvem as suas técnicas de
comunicação e as marcas disputam o mercado.
Como veremos no ponto 4.1 deste trabalho, a Granconta carateriza‐se por ser uma pequena
empresa de contabilidade, sem visibilidade e sem dimensão comercial. Por outro lado, as empresas
que não dispõem ou não querem dispor de recursos próprios na área da contabilidade, e que podem
ser igualmente pequenas e sem visibilidade, necessitam de subcontratar estes serviços. Ambas as
partes necessitam de se encontrar, ultrapassar constrangimentos de dimensão e visibilidade, e a
Internet torna‐se no local perfeito para que tal aconteça.
A este propósito importa citar Ghobadian, Speller, & Jones (2007), que consideram que “um dos
grandes obstáculos para conseguir melhorias em serviço de qualidade é a falta de visibilidade”, o que
remete para a importância das empresas estarem no digital.
Nos dias de hoje, somos constantemente confrontados com o fator de tomada de decisão e, muitas
vezes, o elemento de desempate do interessado é a Internet, enquanto recurso ilimitado de
informação. Segundo Moody & Walsh (1999), “a informação é o único recurso ilimitado no mundo”.
O que pode indiciar, através de uma dedução lógica, que o digital tem a potencialidade de se tornar
também um recurso ilimitado.
Lancaster (1978) previu que “no espaço de 10 anos não se usaria mais papel como forma de
produção e de consumo de informação” e a verdade é que o acesso à Internet se tornou cada vez
mais tangível e é, atualmente, considerado quase como um recurso ilimitado. A Internet e a
globalização deram às pessoas um grande poder de acesso à informação, que pode ser consumida
onde e quando quiserem.
A Internet como meio de disponibilidade e acesso de informação, está a transformar‐se num forte
impulsionador de comparações online, Dias (2001),. As vantagens, na ótica do utilizador, prendem‐se
essencialmente com a otimização de tempo e de custos (como deslocações ou chamadas
telefónicas). O autor afirma ainda que o mundo digital e a sua expansão são uma realidade
incontornável, o que significa que uma presença online é cada vez mais inevitável, e até mesmo vital,
para as empresas.
“Para uma comunicação efetiva e eficiente, os Marketers têm de ir onde estão os clientes. E isto é,
cada vez mais, o significado de estar online”, Keller (2009). Os consumidores, sedentos de informação
e cada vez mais exigentes – em termos de rapidez, quantidade, qualidade e conteúdo ‐ querem
respostas imediatas e, a realidade, é que se uma marca não conseguir satisfazer a sua necessidade,
uma outra conseguirá fazê‐lo.
10
A figura 4 introduz um aspeto fundamental a reter, logo no início de um processo de compra dos
utilizadores e os respetivos comportamentos no meio digita. Remete para a forma como os
compradores usam os seus smartphones antes de efetivarem uma compra:
Segundo a Google (2013), “Um em cada três compradores usa o seu smartphone para encontrar a
informação que procura, em vez de perguntar aos próprios empresários ou empregados de loja”. A
nova geração de acesso à Internet móvel está a revolucionar a distribuição de conteúdos e a maneira
como as empresas chegam às pessoas.
Lecinski (2011) afirma que “nenhum momento de contacto entre uma marca e um consumidor deve
ser desperdiçado. Nenhum MOT – momento de verdade – deve ser desprezado. Os consumidores
que fazem pesquisas online sobre comprar casas ou temáticas relacionadas com saúde, também o
fazem sobre uma simples caneta esferográfica”. Carrera (2012) reforça esta ideia, afirmando que “o
impacto do acesso móvel à Internet, cada vez mais dominante, irá alterar crucialmente o
relacionamento com os consumidores”.
11
2.3. Lançamento de uma Marca nas Redes Sociais
O lançamento de uma marca nas redes sociais torna‐se pertinente, pois uma plataforma social é
usada com o objetivo de suportar a manutenção de uma relação social já existente, mas também a
formação de novas conexões, D. M. Boyd & Ellison (2007).
O presente trabalho convida a Granconta a envolver‐se em três redes sociais, Facebook, Google+ e
LinkedIn, pelas razões que se desenvolvem de seguida.
Mas importa fazer algumas considerações e citar alguns autores para melhor enquadramento.
A presença de uma marca nas redes sociais exige dedicação e uma gestão cuidada. Torna‐se
essencial delinear uma estratégia e estabelecer desde cedo o tom de comunicação que se irá utilizar
e o que é realmente importante comunicar em cada rede social, dado que “a aposta nos social media
requer tempo e implica um pensamento estratégico cuidadoso. Não acontece por acaso”, Brian E.
Boyd Sr. (2013).
Este especialista acrescenta ainda que a presença no Facebook nem sempre surte resultados
imediatos, sendo que, no caso das empresas de pequena dimensão, com pouca notoriedade – como
é o caso da Granconta – deverão investir continuamente na divulgação de conteúdos, dando ainda os
seguintes exemplos importantes para um gestor de redes sociais, que segundo Coutinho (2014)
“poderão evitar muitos problemas e situações desagradáveis”:
• O consumidor tem o poder e a razão – na maior parte das vezes, não adiantará de nada
contra‐argumentar. “Lembre‐se que o novo consumidor não é passivo”;
• Ser sempre atencioso – aproveitar para estabelecer um diálogo. Estas são as oportunidades
ideais para as marcas mostrarem o quanto valorizam os seus seguidores e clientes, bem
como de divulgar os seus serviços;
• Tratar os consumidores sempre com educação – poderá haver a tentação de responder de
forma mais impulsiva, mas não se deve fazê‐lo. Um gestor de redes sociais tem de ser
ponderado, educado e paciente;
• Não alimentar discussões “acesas” online;
• Humanizar as marcas – deve procurar‐se que a empresa se humanize, por exemplo,
associando a empresa/marca a uma pessoa: pois ninguém tem interesse em falar com
produtos como champô ou pasta de dentes.
• Transparência e honestidade – estar preparado para diversas questões sobre a empresa ou
produtos. Uma resposta evasiva dificilmente será satisfatória;
• Devemos responder a “toda a gente”.
Qualquer que seja a rede social, é fundamental que a estratégia de marketing e comunicação cuide
dos detalhes, como o tom da abordagem, definição e periodicidade de publicações ou o tipo de
conteúdos que se quer transmitir. É importante saber gerir a marca nas redes sociais, tais como o
Facebook, Google+ e LinkedIn, pois não basta comunicar só por comunicar: é preciso construir e
proporcionar um envolvimento com o seguidor, levando‐o a agir.
12
NO FACEBOOK
O Facebook foi criado em 2004 por Mark Zuckerberg, sendo que originalmente estava apenas
disponível para alunos da Universidade de Harvard. Em 2008, as regras de usabilidade foram
alteradas e qualquer utilizador com mais de 13 anos e com um endereço de correio eletrónico
considerado válido, poderia criar um perfil nesta plataforma Nurcahyo, Kowanda, & Nur’ainy (2009).
Em Portugal, o Facebook é a rede social com mais expressão. Em Março de 2014 estavam registados
mais de cinco milhões de contas nesta plataforma, sendo que dos utilizadores portugueses, 69%
(aproximadamente três milhões e meio de utilizadores) usam esta plataforma diariamente, Facebook
internal data (2014).
O Facebook criou ainda uma nova noção de “friend” pois, antes de existirem as redes sociais, a
palavra “amigo” estava conotada e associada a “uma aura de exclusividade e intimidade”, Hei‐Man
(2008). Atualmente, segundo D. M. Boyd & Ellison (2007), a palavra não implica esse sentimento ou
estado de espírito, sugere apenas alguma proximidade. O Facebook é um tipo de comunicação
existente entre duas partes que pode ser feita mais facilmente e a menor custo com as novas
tecnologias, D. Boyd & Donath (2004).
Treadaway & Smith (2010) defendem que os motivos pelos quais uma marca cria uma página no
Facebook se prendem com cinco aspetos: angariar novos clientes, criar novas formas de comunicar
com os clientes, gerar leads, criar envolvimento com atuais e com potenciais clientes. Segundo
Nurcahyo et al. (2009), o objetivo de usar o Facebook como modelo de negócio é ganhar exposição
da marca para os produtos e serviços, usando o website para familiarizar os potenciais clientes com o
produto.
Os autores Treadaway & Smith (2010), esclarecem que “as redes sociais no geral e o Facebook em
particular, permitem ao marketer aprofundar as relações com os clientes, envolvendo‐se com
centenas de milhões de utilizadores. O seu marketing no Facebook deve integrar‐se perfeitamente
com todas as comunicações online e offline”. Defendem ainda que, qualquer que seja a dimensão ou
tipo de empresa, “o mercado alvo está no Facebook à espera de se envolver. O marketer deve
distribuir conteúdos criativos, independentemente do que está a vender. Tal como o Facebook está
aberto, a oportunidade de com ele fazer crescer um negócio, também”.
NO GOOGLE+
Uma marca que queira ter uma presença social nesta rede poderá criar a sua página e partilhar
informações, publicações, fotografias e até vídeos. O Google tem apostado na melhoria da rede
social e integração do G+ com outras plataformas do grupo Google, como o YouTube, mas não se
tem revelado suficiente para conquistar os utilizadores portugueses, Coutinho (2014).
13
A Obercom (2014) fez um estudo sobre a Internet em Portugal e constatou que apenas 13,7% dos
internautas portugueses tinham perfil criado na plataforma do Google+. Segundo um estudo feito
pelo Grupo Marktest (2014), 41% dos utilizadores de redes sociais, têm conta no Google+ contudo,
esta rede social tem tido alguma dificuldade em conquistar a atenção das empresas portuguesas. No
entanto, é uma rede social à qual se deve prestar especial atenção, dado que o motor de pesquisa do
Google tende a beneficiar as marcas que estejam a apostar no Google+, Coutinho (2014).
NO LINKEDIN
O LinkedIn é uma rede social para profissionais que já reúne cerca de 1,5 milhões de utilizadores
portugueses. De acordo com os dados do LinkedIn, em janeiro de 2014, daqueles utilizadores
mencionados apenas 250 mil são utilizadores ativos e 20 mil são empresas portuguesas ou a operar
em Portugal.
Na sua própria estratégia de marketing digital, apresenta‐se com a frase promocional “encontra as
pessoas que precisas pelas pessoas em que confias”. D. M. Boyd & Ellison (2007) adiantam que “o
LinkedIn se tornou num poderoso serviço para negócios”. Uma empresa deve ter uma página
institucional criada nesta rede de maneira a aumentar a sua visibilidade e, tal como defendido e
argumentado anteriormente, uma marca tem que ir ao encontro dos seus clientes. Segundo
estatísticas oficiais do LinkedIn, mais de 15% dos internautas portugueses estão nesta rede social.
Não se deve desperdiçar nenhum ponto de contacto.
O LinkedIn baseia‐se em relações entre pessoas. Com base na rede de contactos que todos os
utilizadores têm, de âmbito profissional ou pessoal, o word to mouth encontra aqui o ambiente
perfeito para se explanar na sua plenitude. Feito o enquadramento, a estratégia da Granconta pode
e deve passar pela utilização desta rede social, para alargar a sua base comercial e contribuir para
diminuir a sua falta de visibilidade.
Através de um planeamento estratégico, uma empresa decide o que quer fazer em cada unidade de
negócio. Um plano de marketing envolve a escolha de estratégias de marketing que irão ajudar a
empresa a alcançar os seus objetivos gerais estratégicos.
Segundo Lindon et al. (2004), em marketing, tal como em outras atividades, é a tomar decisões
antecipadamente que se pode preparar corretamente uma decisão de negócio. Se não planearmos
de forma rigorosa, arriscamo‐nos a falhar. Os autores defendem que “planear é tomar decisões de
uma maneira formal e explícita. E, a este nível, um plano de marketing é um instrumento útil de
comunicação e de controlo”.
Planear e tomar decisões é algo que qualquer empresa deve fazer, quer se trate de um plano de
marketing digital ou não. No entanto, as estratégias e medidas a implementar nos respetivos planos
de ação, apresentam diferenças, por exemplo, num plano de marketing digital, as estratégias
planeadas e a implementar não carecem de um contacto direto.
14
O próximo capítulo apresentará a metodologia seguida para o desenvolvimento do plano de
marketing. O suporte académico terá como referência o modelo proposto por Lindon et al. (2004),
numa vertente tradicional. Os autores defendem cinco fases distintas num plano de marketing:
analisar situação interna e externa da empresa, determinar objetivos, definir estratégias, formular e
avaliar marketing mix e por fim, planear ações.
Numa vertente de marketing digital, usou‐se como referência Chaffey (2010) que defende quatro
fases distintas para um plano de marketing digital, fases essas que devem dar resposta a
determinadas perguntas: como fazer crescer o negócio online, que técnicas digitais estão a ser
usadas, que objetivos se querem alcançar e como os alcançar. Devido às divergências do mundo
offline, ou tradicional, vs. o online, ambos os autores apresentam diferentes propostas e diferentes
táticas a adotar.
Não esquecendo que o consumidor está tanto online como offline, reforça‐se o argumento de que as
atividades de marketing devem ser integradas, fazendo alinhar os dois mundos. A este propósito,
Keller (2009) defende que “as atividade de comunicação de marketing devem ser integradas para
passar uma mensagem e alcançar um posicionamento estratégico. São os consumidores que definem
a informação que precisam, os serviços que lhes interessam e quanto estão dispostos a pagar”.
15
3. METODOLOGIA
Importa realçar que existe uma grande diferença entre o modo como uma marca comunica e opera
num mundo online vs. offline. Enquanto num mundo offline, o contacto que o público‐alvo ou
potenciais clientes têm com a marca é essencialmente físico e presencial, num mundo online não
existe esse “encontro” entre a marca e o internauta. É virtual. Todavia, o marketing digital e o
marketing tradicional têm o mesmo objetivo: atingir um público‐alvo e a partir daí manter um bom
relacionamento com o seu cliente e garantir que a empresa não seja esquecida, Cintra (2010).
O processo geral da elaboração de uma estratégia de marketing proposto no Mercator, por Lindon et
al. (2004), que será utilizado como referência ao longo do presente trabalho, desenvolve‐se em cinco
passos principais (figura 5):
Os autores não se referem explicitamente à aplicação do método ao domínio digital, o que se traduz
numa limitação, devidamente evocada no capítulo 6.2 deste trabalho. Este constrangimento é
ultrapassado, com recurso a uma proposta desenhada para aplicação de estratégias de planos de
marketing digital, criada por Dave Chaffey, CEO da empresa Smart Insights. Dave Chaffey é também o
autor de dois livros que servem como suporte teórico e académico do presente projeto de
16
investigação: “eMarketing Excelence: Planning and optimizing your digital marketing” e “Internet
Marketing: Strategy, Implementation and Practice”.
O modelo de Dave Chaffey (figura 42 e 43, que constam dos anexos) desenvolve‐se em quatro
passos, que serão evocados sempre que os modelos coincidam. Este modelo começa por questionar
como é que a empresa pretende fazer crescer o seu negócio online (figura 6) e só depois procede ao
estudo do mercado.
Figura 6 ‐ Modelo de planeamento de marketing digital, Parte 1 ‐ Estratégias‐chave digitais: Como queremos
fazer crescer o negócio online?
Fonte: Smart Insights (Chaffey, n.d.),versão adaptada
Estudar o ambiente atual em que a Granconta se insere é um dos primeiros e principais passos para a
concretização do projeto. Desta forma torna‐se necessário entender o ambiente interno e externo
onde a Granconta se insere, de forma a propor as soluções de melhoria que se entendem por mais
adequadas.
Numa primeira fase, realiza‐se a análise interna, onde, de forma a melhor compreender a situação
atual da empresa, se estuda a missão, se fixam objetivos a longo prazo, se analisa o posicionamento
atual da empresa em comparação com empresas semelhantes que atuem no mesmo mercado e se
faz o levantamento do público‐alvo. Existe também a avaliação do ambiente externo, onde se estuda
o mercado do setor das empresas de contabilidade em Portugal.
Numa segunda fase, elabora‐se a análise SWOT (Strenghts, Weaknesses, Opportunities and Threats ‐
a desenvolver no ponto 4.1.3), um diagnóstico que acrescenta valor suplementar à análise e prepara
as decisões operacionais e estratégicas: no fundo, consiste em elaborar uma síntese das análises
interna e externa. De um lado apresentam‐se os principais aspetos que diferenciam a empresa dos
seus concorrentes no mercado, identificando os pontos fortes e os pontos fracos da empresa. Por
outro, identificam‐se perspetivas de evolução de mercado, as principais ameaças e as principais
oportunidades, Lindon et al. (2004).
17
Figura 7 ‐ Modelo de planeamento de marketing digital, Parte 2 – Análise de mercado: De que forma estão a
ser usadas as técnicas digitais?
Fonte: Smart Insights (Chaffey, n.d.),versão adaptada
FIXAÇÃO DE OBJETIVOS
A escolha e definição dos objetivos para o plano de marketing digital permite orientar o
desenvolvimento do projeto, sendo “… a base que permite o sucesso da implementação de uma
estratégia”, IAPMEI (2007a). É uma fase importante no desenvolvimento de um plano de marketing,
visto que a fixação dos objetivos possibilita assegurar a coerência entre a estratégia da empresa e a
estratégia de marketing.
Segundo o IAPMEI (2007b), a escolha dos objetivos deve ser ponderada e também assegurar que
estes são realistas e alcançáveis. A formulação explícita e quantitativa dos objetivos é
particularmente importante dado que:
Nesta fase, do ponto vista de marketing digital, não basta estabelecer objetivos: há também que
medir a forma como estes se podem avaliar. Existem ferramentas para mensurar resultados, como o
Google Analytics, que permitem monitorizar e medir o desempenho KPI’s ‐ Key Performance
Indicators, avaliando a viabilidade e sucesso das estratégias digitais.
Também aqui podemos recorrer ao modelo de Chaffey e encontrar semelhanças nas respetivas
aproximações. Na figura 8 é possível compreender melhor como esta fase de fixação de objetivos é
aplicada no contexto digital. A definição da missão e visão da empresa aparece nesta fase, antes da
escolha dos objetivos, para garantir um alinhamento e coerência dos objetivos e que estes sejam
definidos em linha com a identidade da empresa (missão e visão). Uma vez escolhidos os objetivos,
torna‐se necessário avaliar, monitorizar (Google Analytics) e fazer uma gestão do marketing digital da
empresa.
Figura 8 ‐ Modelo de planeamento de marketing digital, Parte 3 – Definição de objetivos: Que objetivos e KPI’S
devem ser usados?
Fonte: Smart Insights (Chaffey, n.d.),versão adaptada
A Google (n.d.) afirma que o Google Analytics “não só permite medir vendas e conversões, como
também fornece estatísticas atuais sobre o modo como os visitantes utilizam e chegam ao website”
tal como outros indicadores ou KPI’s. É uma ferramenta de análise pois “baseia‐se numa plataforma
18
de relatórios robusta e de fácil utilização, que permite ao utilizador da ferramenta decidir os dados
que pretende ver e personalizar os seus relatórios apenas com alguns cliques”. O Google Analytics
monitoriza vários elementos: conteúdos, redes sociais, dispositivos móveis, conversões e
publicidade.
A gestão do marketing digital torna‐se um elemento importante nesta fase, pois permite aos
marketers criarem dinâmicas relevantes no processo de monitorização da estratégia de marketing.
Segundo Chaffey, Ellis‐Chadwick, Mayer, & Johnston (2008) cria‐se uma espécie de “ciclo”:
Com base na análise diagnóstico, a ser realizada no capítulo 4, e na escolha e identificação dos
objetivos, entra‐se no passo seguinte do projeto: a escolha das opções estratégicas fundamentais.
Esta fase de desenvolvimento implica uma melhor compreensão relativamente a quem são os alvos,
quais as fontes de mercado e o posicionamento da Granconta.
Numa primeira etapa, determina‐se o público‐alvo, que começa com a segmentação dos clientes da
Granconta. O processo de segmentação é fundamental para uma organização, pois permite conhecer
os seus púbicos para melhor se adaptar e agir sobre eles de forma mais eficaz, pois qualquer que seja
o público, este nunca é homogéneo, Lindon et al. (2004).
Segundo Lindon et al. (2004), os critérios de segmentação mais frequentemente utilizados podem
classificar‐se em três categorias: (i) critérios demográficos, geográficos, sociais e económicos; (ii)
critérios de personalidade e estilo de vida e (iii) critérios de comportamento face ao produto. Uma
vez realizada a segmentação, opta‐se pela estratégia mais indicada para o negócio, com base na
segmentação previamente realizada. Essa estratégia pode ser de concentração, diferenciação ou de
indiferenciação. A escolha depende sempre da dimensão do segmento, das barreiras à entrada de
concorrentes e da capacidade da empresa na resposta às exigências do segmento, Lindon et al.
(2004).
Numa segunda etapa, prossegue‐se com a escolha das fontes de mercado, que corresponde ao
levantamento dos outros produtos com que se vai competir, Lindon et al. (2004). A empresa deve
identificar onde irá angariar clientes para atingir os seus objetivos e definir claramente quais os
produtos (serviços) com os quais vai concorrer, IAPMEI (2007b).
Lindon et al. (2004) e IAPMEI (2007a) enumeram três principais fontes de mercado possíveis:
19
2. Produtos da mesma categoria vendidos pelos concorrentes;
3. Produtos de outras categorias – por exemplo, um produto que resulte de uma inovação,
criando consequentemente uma nova categoria.
A terceira e última etapa é o posicionamento, uma das decisões chave na definição de uma
estratégia de marketing, segundo Lindon et al. (2004). Diz respeito à imagem que o público‐alvo
associa à Granconta e aos seus serviços, é “o conjunto de traços salientes e distintivos que permite
ao público situar o produto no universo dos produtos análogos e distingui‐lo dos outros”.
Depois de definir as três etapas: alvos, fontes de mercado e posicionamento, procede‐se à escolha
das ações prioritárias: o plano de manobra ‐ que consiste em “escolher o terreno no qual se colocará
o reforço principal e os meios de ação, que terão um papel maior na operação”, Lindon et al. (2004).
A escolha das ações prioritárias são uma fase necessária, pois numa estratégia de marketing há que
saber onde se devem concentrar os esforços e quais as ações mais importantes e decisivas ao
desenrolar do plano.
Na preparação do plano de marketing, segundo Lindon et al. (2004), torna‐se necessário ponderar a
importância de cada uma das variáveis do Marketing‐Mix dado que, por um lado há que escolher
aquelas que poderão permitir obter vantagens competitivas e, por outro, os recursos financeiros são
limitados. O Marketing‐Mix é o conjunto das decisões de marketing que resultam das orientações
definidas nas etapas anteriores.
Do ponto de vista digital, são várias as práticas que podem ajudar a cumprir os objetivos fixados
anteriormente, estratégias essas listadas na figura 10. A primeira e a segunda coluna dizem respeito
às várias táticas de como atingir o maior número de pessoas num contexto digital (são estratégias de
aquisição e de ganho de consciência pela marca por parte dos clientes que pretendem construir e
ganhar uma presença online). A última coluna, que diz respeito ao relacionamento (entre o cliente e
a marca), identifica estratégias de retenção e crescimento, que visam a criação de relações
duradouras com clientes, de forma a incentivar e encorajar futuras visitas e vendas. Estas estratégias
serão selecionadas numa fase posterior, no plano de ação.
20
Figura 10 ‐ Modelo de planeamento de marketing digital, Parte 4 – Que atividade digital deve ser otimizada
Fonte: Smart Insights (Chaffey, n.d.),versão adaptada
PLANO DE AÇÃO
Avaliar um plano de marketing é questionar se ele permite atingir os objetivos gerais fixados pela
estratégia de marketing. Lindon et al. (2004) e o Google Analytics podem desempenhar um papel
fundamental nesta derradeira fase do processo.
21
3.2. Recolha de Dados
Figura 11 ‐ Principais fontes de Informação nas suas respetivas fases do projeto e tipo de informação
22
Cabe aqui relevar que, na sequência dessas reuniões, o sócio‐gerente decidiu que a publicação do
novo website é urgente, tendo ainda decidido sobre a mudança de instalações, renovação do sistema
informático da empresa e do recrutamento de mais um colaborador, todas a concretizar ao longo do
ano de 2016, implicando uma reorganização funcional e redistribuição de tarefas entre os quadros da
empresa.
23
4. ANÁLISE DIAGNÓSTICO
É essa análise de diagnóstico da Granconta que se apresenta neste capítulo, organizado em três
subcapítulos essenciais, que contribuem para o melhor entendimento do ambiente atual em que a
Granconta se insere. Serão aprofundados tanto o ambiente interno como o ambiente externo da
empresa, assim como será feita uma análise SWOT e, por fim, traçados objetivos gerais e as
principais metas do projeto.
A fim de melhor entender o contexto da Granconta, torna‐se necessário investigar a situação interna,
ou seja, evidenciar as suas deficiências e destacar as qualidades e, desta forma, transformar a
informação em conhecimento útil para a empresa.
A) Missão
A Granconta tem como missão acompanhar a evolução de toda a legislação relevante em matéria de
contabilidade e fiscalidade de empresa e, num processo de melhoria contínua e em estreita
proximidade com o cliente, colocar ao seu serviço todo o seu conhecimento.
B) Organização e Infraestruturas
A Granconta é uma empresa familiar, constituída por uma equipa de oito pessoas, que opera no
mercado nacional há mais de 35 anos, especializada na Prestação de Serviços de Contabilidade e
Administração. Pratica serviços B2B e tem atualmente 60 clientes em várias áreas (restauração,
cabeleireiros, construção civil, imobiliárias, engenharia, informática e serviços médicos – são as áreas
de atividade mais comuns dos seus clientes).
24
A sede social da Granconta encontra‐se em Lisboa, na freguesia da Estrela, na Rua da Esperança 70,
3º piso. As instalações podem encontrar‐se facilmente quando pesquisadas na Internet, como indica
a figura 12. Contudo importa revelar a possibilidade de mudança de instalações num futuro próximo,
de forma a combater a pouca visibilidade que a empresa tem atualmente (o facto de existirem
apenas oito funcionários facilitará a mobilidade).
Existem quatro Contabilistas Certificados (CC) a trabalhar a tempo inteiro na empresa. Cada CC
classifica a documentação de acordo com o SNC (Sistema de Normalização Contabilística), que
conduzirá ao apuramento dos resultados, impostos a pagar (mensal e anual) entre outros.
Os 35 anos de existência da Granconta revelam uma empresa com maturidade e experiência, que ao
longo da sua atividade construiu uma sólida rede de contactos. O reduzido número de trabalhadores
torna a empresa mais versátil pois, num contexto de PME’s, o gestor e decisor é a mesma pessoa,
simplificando desta forma os processos de negócio. Empresas com maiores dimensões acabam por
se tornar menos versáteis, pois as suas estruturas de decisão são mais complexas, tendendo a exigir
o envolvimento de um maior número de responsáveis no processo de tomada de decisão.
25
Segundo o sócio‐gerente, a Granconta é uma empresa com um capital próprio adequado à sua
dimensão. Não tem passivos bancários, uma vez que os ativos adquiridos anualmente são a
renovação periódica de equipamentos informáticos e material de escritório.
C) Posicionamento
Segundo Lindon et al. (2004), pode definir‐se posicionamento como uma escolha estratégica que
procura dar posição credível diferente e atrativa a uma oferta (produto, marca ou insígnia) no seio de
um mercado e na mente dos clientes. Esta definição sublinha três aspetos:
O posicionamento traduz‐se, no fundo, nos traços salientes e distintivos que permitem situar o
produto num universo de produtos comparáveis, e de o distinguir da concorrência, Lindon et al.
(2004). Segundo o sócio‐gerente, depois de ter sido questionado relativamente à maneira como a
Granconta se pode diferenciar dos seus concorrentes:
As grandes questões que surgem neste momento são: como é que a Granconta afinal se posiciona?
Como se diferencia e o que é que permite identificar a marca? Relativamente ao fator de
diferenciação, é difícil apontar algo que eleve a Granconta face à concorrência, pois a realidade é que
as empresas acabam por prestar o mesmo tipo de serviços. Importa ainda mencionar que existem
ainda serviços limitados, comuns a qualquer CC, dado que não é permitido pela Ordem de
Contabilistas Certificados – OCC, prestar serviços de auditoria: um CC presta serviços de
contabilidade e consultoria fiscal mas não pode fornecer serviços de auditoria.
Conforme o estudo elaborado pelo sócio‐gerente da Granconta, em 2008, existiam 1726 empresas
de prestação de serviços de contabilidade como a Granconta ‐ PME’s, a maioria sem website, sem
comunicação, sem visibilidade e sem marca. Contudo, foi identificado um elemento de diferenciação,
pelo menos face a algumas das 1726 empresas de contabilidade que existem no distrito de Lisboa ‐
figura 13: um website. No ano de 2008, a Granconta partilhava a base da pirâmide, juntamente com
mais de mil e setecentas empresas.
26
Figura 13 ‐ Empresas de contabilidade no distrito de Lisboa.
Fonte: Granconta (2008)
Para combater esse “gap”, foi criado o website oficial da empresa nesse mesmo ano. O website foi
desenvolvido internamente, de forma a reduzir custos, e embora tenha servido o seu propósito,
necessita agora de se adaptar ao consumidor moderno, detentor de um variadíssimo leque de
informação digital e exigências.
Considera‐se que atualmente a empresa está na base da pirâmide pois, embora já tenha uma
presença online, esta não é alimentada, é um espaço demasiado estático, pouco apelativo para os
leitores e ainda com pouca visibilidade. A gestão da Granconta pretende que a empresa suba na
pirâmide, a médio prazo, da base para o meio. Depois de atingido o nível central da pirâmide,
pretende‐se, a longo prazo, lutar por alcançar o nível superior.
Citando Kotler (2000) , “Quando o produto não pode ser facilmente diferenciado, a chave para o
sucesso competitivo pode estar na adição de serviços valorizados e na melhoria da sua qualidade”. O
autor identifica como grandes diferenciadores de serviços os seguintes elementos:
• Facilidade de pedido: A facilidade que o cliente tem em falar e encontrar, como comunicar e
fazer pedidos à marca;
• Entrega: Diz respeito à qualidade de resposta do pedido feito pelo consumidor. Implica
rapidez, competência e dedicação em dar resposta;
• Instalação: Refere‐se à qualidade do trabalho.
27
acaba por ser tudo uma questão de dimensão e volume de faturação”
(Granconta, 2008)
Tem‐se então, refletido na figura 14, que a perspetiva de posicionamento da empresa, quer em
termos de identificação quer de diferenciação, é o seguinte:
D) Marketing‐Mix
De forma a traçar o plano de ação da Granconta para as ações de marketing digital é assim
importante analisar o Marketing‐mix atual da empresa.
28
Figura 15 ‐ Marketing‐mix da Granconta
E) Clientes
Os clientes são um dos ativos mais valiosos de qualquer empresa. O que acontece é que nem todos
são igualmente interessantes: é preferível fazer bons negócios com poucos clientes do que maus
negócios com muitos clientes, Brito & Lencastre (2014). Exemplos de “maus” clientes são aqueles
que não respeitam os prazos de entrega da documentação para processamento, que providenciam
informações erradas ou imprecisas ou ainda que se atrasam no cumprimento das suas
responsabilidades.
“O melhor cliente não é necessariamente aquele com a avença mais alta; é aquele
que gera mais margem e paga mais cedo”
Granconta (2008)
A Granconta dispõe de uma carteira estável de 60 clientes. Com o intuito de melhor conhecer os
clientes, foi utilizado como sustentação teórica o modelo proposto por Chaffey & Smith (2013). Os
autores defendem que, para conhecer os clientes, é necessário recolher certo tipo de informações:
29
• Maturidade / Antiguidade;
• Tipo e dimensão;
• Área de negócio;
• Escalões de avença;
• Forma de angariação.
Na figura 16 representa‐se a maturidade dos clientes. Com base nestas informações é possível
compreender quem são os atuais clientes da Granconta:
30
A esmagadora maioria dos clientes da Granconta são PME’s e da área de serviços (figura 17).
Não se pode dizer que exista uma concentração dos clientes da carteira em nenhuma área de
negócio (figura 18). Ainda assim, pode concluir‐se que as áreas dos serviços ligados à
Construção/Imobiliária e Cabeleireiros/Estética são as mais representativas.
31
Quanto ao tema das avenças (figura 19), tem‐se que:
32
Fazendo uma breve análise relativamente ao interesse dos portugueses pelo tema “contabilidade” e,
de forma a suportar a importância que o tema tem no seu dia‐a‐dia, foram usadas, como recurso
quantitivo de suporte, ferramentas como o GoogleAdwords Planner e GoogleTrends.
A procura dos portugueses pelo tema “contabilidade”, conforme indica o gráfico da figura 20, gerado
pelo GoogleTrends, revela uma percentagem que objetivamente demonstra interesse pela procura
do tópico “contabilidade”. Não apresenta números absolutos, mas permite identificar a procura pela
temática. A média mensal da pesquisa no Google é de 74% (sendo que 100% revela total interesse
pelo tópico), ou seja, ¾ dos internautas portugueses procuram pela palavra “contabilidade”.
O gráfico da figura 21 revela que o pico da procura, pelo menos em 2016, ocorreu no primeiro
trimestre. Em termos absolutos, cerca de 2400 pessoas/mês demonstram interesse e necessidade de
esclarecimento por esta temática (informação retirada de outro serviço do Google: GoogleAdwords
Planer).
Daqui resulta que o plano de marketing da Granconta que envolva a divulgação de conteúdos pode,
(e porventura deve) utilizar esta Keyword, de forma a otimizar resultados no motor de pesquisa.
Resulta também que o negócio da Granconta tem efetivamente procura.
33
Granconta no mundo digital, de maneira a que seja possível assegurar uma presença online que
esclareça as 2400 pessoas/mês que necessitam deste tipo de serviços.
A) Análise de Mercado
O presente subcapítulo de análise de mercado será divido em duas dimensões: vertente estatística
de mercado e vertente institucional.
Esta análise de mercado foi alvo de três grandes limitações relacionadas com a indisponibilidade de
dados:
Todos os dados e informações apresentadas nesta secção dizem respeito ao setor de atividade
económico 692 ‐ Atividades de contabilidade e auditoria; consultoria fiscal (BdP, n.d.). Logo, não é
possível isolar e centrar a informação no principal objeto de estudo, o segmento da contabilidade;
Não existem dados publicados relativos ao setor de atividade económica 692 no ano de 2015 nem
tão pouco de 2014. Os dados mais atuais são relativos ao ano de 2013;
3. Carência de dados:
O período de interesse inicialmente considerado foram os últimos cinco anos de atividade. Contudo,
dado que não existem dados referentes a todos os anos de interesse (faltam os anos de 2010, 2014 e
2015), optou‐se por utilizar um mesmo período de cinco anos, mas o de 2010 a 2014, estimando
alguns valores do primeiro e último ano do período em analise. A figura 44, nos anexos, relaciona os
valores disponibilizados pelo BdP, assim como os que foram estimados.
34
Figura 22 ‐ Dimensão do setor de contabilidade em Portugal, em 2014
Fonte: Banco de Portugal (BdP)
O número de empresas deste setor não variou muito nos últimos cinco anos, como pode ser
observado na figura 23.
É também possível observar, na figura 24 ‐ que contempla todos os tipos de empresas do setor
(microempresas, pequenas e médias) – uma diminuição de 225 no número de empresas
relativamente ao último ano do período em análise, ou seja, o número de empresas deste setor
diminuiu de 2013 para 2014. Não dispondo de dados relativos ao ano de 2015, não se pode afirmar
se a tendência continua negativa ou não, contudo, em entrevista com o sócio‐gerente da Granconta,
supõe‐se que sim.
35
Figura 24 ‐ Evolução do número de empresas do setor de contabilidade em Portugal.
Fonte: Banco de Portugal (BdP)
Os clientes deste setor estão agrupados em três grandes grupos: empresas privadas, empresas
públicas e consumidores finais. O maior número de clientes são as empresas privadas. Conforme se
verifica na figura 25, é notório o peso das empresas privadas face aos clientes totais, representando
cerca de 90,3% e 92,4%, nos anos de 2013 e 2014 respetivamente.
36
Figura 26 ‐ Média do agregado de Volume de negócio do setor de contabilidade.
Fonte: Banco de Portugal
Os dados revelam que as médias empresas tiveram um volume de negócio médio de €6.225k em
2013. Comparativamente, no mesmo ano, a média para o agregado das pequenas empresas
correspondia a menos de 10% desse valor, €501k. Observou‐se ainda que, para as médias empresas,
o volume de negócios médio teve uma evolução positiva de 2011 a 2012 ao crescer 8%. Contudo,
este comportamento inverteu‐se em 2013, com um decréscimo de 14%. Do lado das pequenas
empresas, o comportamento observado não é semelhante, pois entre 2010 e 2013, o volume de
negócios sofreu uma queda de cerca de 10%. 2014 já apresentou um cenário mais positivo, dado que
a média aumentou cerca de 7%. Ainda que não existam dados divulgados para 2015, a evolução
positiva deste indicador em 2014 indica que a tendência de quebra do volume de negócios foi
invertida.
A observação simultânea das figuras 27 e 28, para o ano de 2014, resulta que 12 das médias
empresas realizam 26% do volume de negócios do setor e 384 pequenas disputam os restantes 74%.
Figura 27 ‐ Evolução da repartição do volume total de negócio (Pequenas empresas e médias empresas)
Fonte: Banco de Portugal
37
Conclui‐se assim que o negócio liberta margens relativamente baixas nas pequenas empresas, pelo
que só grandes variações nos volumes de negócios têm impactos significativos nas margens líquidas
destas empresas.
Contudo, uma vez que estes dados não correspondem exclusivamente ao mercado de contabilidade
mas sim ao setor de atividade económica a que pertence, não podemos aferir que isso se esteja a
verificar no mercado da Granconta.
No que diz respeito à envolvente externa, conclui‐se pela diminuição do número de empresas ativas
no setor, o que pode traduzir‐se num elemento positivo para aquelas que ficaram ativas no mercado.
É um facto que a crise generalizada da economia portuguesa pode ter implicado o encerramento de
muitos clientes das empresas de contabilidade, que por sua vez e também um pouco pela mesma
razão, podem ter saído do mercado, mas não pode este elemento deixar de funcionar como uma
vantagem. A diminuição dos resultados líquidos e as margens relativamente baixas traduzem
forçosamente uma preocupação que os empresários do setor devem acautelar.
38
A.2) Informação Institucional
PUBLICIDADE
A legislação que esteve em vigor até setembro de 2015 (Decreto‐Lei n.º 452/99, de 5 de novembro,
que aprovou os Estatutos da OTOC) impunha constrangimentos inultrapassáveis em matéria de
publicidade e promoção.
“Angariação de clientela
A Lei n.º 139/2015, de 7 de Setembro, veio transformar a Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas em
Ordem dos Contabilistas Certificados, e alterou o respetivo Estatuto.
No que respeita à publicidade, houve uma profunda alteração. Atente‐se ao disposto no Artigo 71º:
“Publicidade
1. A publicidade aos serviços cujo exercício, nos termos do atual estatuto, é exclusiva dos
contabilistas certificados, só pode ser feita por contabilistas certificados, sociedades
profissionais de contabilistas certificados ou sociedades de contabilidade, desde que
inscritos na Ordem, ou tenham designado um responsável técnico junto da Ordem no
caso das sociedades de contabilidade.
2. A publicidade, a ser feita pelas entidades referidas no número anterior, pode divulgar a
atividade profissional de forma objetiva e verdadeira, no rigoroso respeito dos deveres
deontológicos, do sigilo profissional e das normas legais sobre publicidade e
concorrência, nos termos do presente Estatuto.”
39
AMEAÇAS EXTERNAS
Todavia, outros constrangimentos de natureza institucional acabam por regular a atividade dos
profissionais de contabilidade. De forma a melhor contextualizar a realidade dos profissionais da
Granconta e de todas as empresas de prestação de serviços de contabilidade, torna‐se necessário
evidenciar algumas ameaças com que estas empresas e profissionais têm que lidar.
A desproteção é uma delas, pois o Estado não só não protege os CC como pode imputar‐lhes, dentro
de certas circunstâncias, responsabilidade subsidiária por incumprimentos em matéria fiscal dos seus
clientes: Código do Imposto sobre Pessoas Coletivas ‐ CIRC (art.º 2º, 1b), Código das Sociedades
Comerciais – CSC, (art.º 36º e ss) e da Lei Geral Tributária – LGT (art.º 21º e n.º 3 do art.º 24º).
Não cabe aqui analisar os limites em que tal responsabilidade pode acontecer, mas reconhece‐se um
risco profissional potencial.
Note‐se que esta informação foi conseguida através das entrevistas com os sócios da empresa e a
proponente deste projeto.
B) Principais Concorrentes
Os marketers têm de fazer mais do que simplesmente adaptar‐se às necessidades dos consumidores
target, têm também de ganhar vantagem estratégica posicionando as suas ofertas no mercado, de
forma a tornarem‐se mais interessantes para o consumidor do que a oferta dos seus concorrentes,
Kotler & Gary (2014).
Os sócios da Granconta foram questionados sobre quais são as empresas que consideram como
principais concorrentes. Defendem que todas as empresas de contabilidade, na sua maioria,
oferecem os mesmo serviços, de forma que consideram que os principais concorrentes, serão à
partida aqueles que conseguem ter uma maior carteira de clientes, ainda assim acrescentam que:
Entende‐se então que não é simples identificar quem são os principais concorrentes no mercado. Foi
então acordado que, para efeito do plano de marketing digital, serão considerados como os
principais concorrentes da Granconta aqueles que estão numa fase igual ou superior à da Granconta
digitalmente, ou seja que têm um website ou uma presença online. Desta forma, e tendo por base a
análise de mercado elaborada pela Granconta em 2008, foram identificados 15 concorrentes. A
figura 29 seguinte atualiza a pirâmide de posicionamento da Granconta (figura 13).
40
Figura 29 ‐ Principais concorrentes da Granconta, pirâmide adaptada
(Adaptação da figura 13)
Entende‐se que os concorrentes são os que estão na segunda e terceira fase da pirâmide, e
identifica‐se também uma grande oportunidade de diferenciação, pela construção de uma sólida
presença no online, através do website e em redes sociais.
Identificados os concorrentes, estuda‐se agora a sua presença online, pela avaliação das suas páginas
de Internet e das várias características. Faz‐se então a avaliação dos concorrentes relativamente a
(figura 30):
• Disponibilidade de website;
• Área pessoal, com registo login;
• Sistema de Newsletter;
• Website com mais do que um idioma;
• Blog;
• Website Responsive Design.
O que se pretende com esta análise é avaliar a força destas entidades no mundo digital e encontrar
oportunidades de comunicação e diferenciação para a Granconta.
41
Figura 30 ‐ Avaliação dos concorrentes da Granconta, características do Website
Conforme figura 30, estudaram‐se também os concorrentes e a sua presença nas diferentes redes
sociais, como o Facebook, YouTube, GooglePlus, LinkedIn e Twitter, figura 31.
Note‐se que existem concorrentes que são mencionados na figura 30, mas na 31 já não, tal significa que não
apostam em nenhuma rede social.
42
Figura 31 ‐ Avaliação dos concorrentes da Granconta, presença nas redes sociais
Quando às principais características dos concorrentes nas redes socias tem‐se que:
A Análise SWOT é uma ferramenta de gestão muito utilizada pelas empresas para o diagnóstico
estratégico. O termo SWOT é composto pelas iniciais das palavras Strengths (Pontos Fortes),
Weaknesses (Pontos Fracos), Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças), IAPMEI (2012). A
análise SWOT implica a recolha e interpretação de informação relativa aos fatores internos e
externos que tenham, ou possam vir a ter, impacto sobre o negócio, Pickton & Wright (1998).
Com a análise SWOT, torna‐se possível ver claramente quais são os riscos a ter em conta e quais os
problemas que se devem resolver (ameaças), assim como identificar as vantagens e as oportunidades
a potenciar e a explorar. Desta forma, a análise SWOT constitui um elemento fundamental para se
proceder à definição de objetivos para a Estratégia de Marketing, no respeito da influência do meio
envolvente, força concorrencial, necessidades do mercado e performance da empresa, IAPMEI
(2007b).
43
Posto isto, a figura 32 trata a análise SWOT da Granconta, refletindo os pontos até agora descritos no
decorrer do subcapítulo.
Alguma das fraquezas e ameaças identificadas na SWOT merecem contudo alguns comentários e
esclarecimentos:
• Crescimento difícil: o número de clientes das empresas de contabilidade tem tendência para
diminuir, fruto da crise generalizada da economia portuguesa, o que introduz uma
dificuldade acrescida.
44
acabam por assumir. Resulta num acréscimo de trabalho que acaba por não ser repercutido
nas avenças e, por consequência, com reflexos negativos na robustez dos capitais próprios
das empresas de contabilidade.
• Financiamento: de uma forma geral, este setor não exige financiamento expressivo, para
além do momento do início de atividade. Todavia, são conhecidas as barreiras que a Banca,
de uma forma geral, coloca ao financiamento das empresas na área da prestação de serviços.
• Dimensão: as empresas deste setor são normalmente pequenas e não têm recursos para se
projetar comercialmente.
Depois de se realizar uma análise SWOT, a empresa pode desenvolver metas específicas para o
período de planeamento. Essa etapa do processo é denominada formulação de metas de Kotler
(2002), a abordar no ponto seguinte.
A Granconta reconhece os seus pontos fracos e os seus pontos fortes. A elaboração deste projeto
surgiu na melhor altura, na medida em que pode ser visto como resposta de melhoria e visa chegar à
situação ideal onde a empresa quer chegar, dando desta forma soluções válidas a serem postas em
prática.
Para enquadrar as soluções propostas no plano, a Granconta determinou os seus objetivos gerais e
metas, que pretende alcançar até 2018:
A necessidade da criação deste plano de marketing digital torna‐se evidente, implementando uma
estratégia de marketing delineada para ultrapassar o reconhecido fraco posicionamento de mercado,
carência de uma presença online e a pouca notoriedade da marca.
Em particular, o plano de marketing digital surge como forma de combater as fraquezas da presença
online da empresa e orientar as suas estratégias, de forma a potenciar a eficácia das atividades de
marketing, IAPMEI (2007c).
Para a Granconta construir um elemento de diferenciação, terá que assegurar uma forte presença
online, quer em termos de website quer através de outras ferramentas (e.g. blog, redes sociais),
onde não haja dúvidas de como alcançar a empresa e onde a transparência/presença da marca não
45
será contestada. A Granconta quer ser vista como uma referência e ganhar visibilidade, de forma a
facilitar pedidos e não bloquear nenhum ponto de ligação entre a marca e o potencial cliente.
Este posicionamento não está em causa. O capítulo 4.1.1.E segmenta os clientes da Granconta e dele
resultou uma análise detalhada da carteira de clientes, que traduz a sua especialidade em serviços
prestados para empresas.
A fonte de mercado (produto) que Lindon et al. (2004) menciona no seu modelo, é assim o serviço
ligado à submissão de declarações de IRS. O alvo é o empresariado, enquanto sujeito passivo de
imposto, que reforçará, no limite, o posicionamento da Granconta no mercado de empresas. O
aumento de clientes, um dos objetivos do presente plano de marketing digital, passa por aqui:
clientes individuais que geram oportunidades comerciais de angariação de empresas.
Importa realçar que as avenças nas empresas são cobradas mensalmente e por valores superiores do
que é cobrado por submeter anualmente uma declaração de IRS. Daqui resulta que o acréscimo no
número de clientes que vier de IRS gera faturação e margem comercial menor que na faturação às
empresas. Daí que o aumento no número de clientes não se reflita nas margens e na faturação na
mesma proporção.
A Granconta pretende ainda desenvolver outras ações que estendam a oferta de serviços, como por
exemplo algumas áreas do direito, medicina no trabalho ou seguros, numa logica de parceria com
outras empresas. Sobre estas fontes de mercado, os capítulos 5.1.3 e 5.2.3, desenvolvem melhor
este tema
Desta forma as opções estratégicas fundamentais irão de encontro e serão baseadas na 33, que
acaba por passar pela formulação do marketing mix e reflete o que a Granconta deseja.
46
5. O PLANO DE MARKETING
No presente caso, a Granconta pretende desenvolver um plano de marketing, com objetivos gerais
(descritos inicialmente como rentabilidade, crescimento e diversificação) e tendo por base de apoio a
análise do meio envolvente, que permite suportar decisões a médio/longo prazo, Lindon et al.
(2004). Os autores defendem que um plano de marketing tem quatro etapas principais, para além da
estruturação do plano de ação, são elas:
• Definição de objetivos;
• Calendário de operações;
• Orçamento do conjunto de operações previstas;
• Definição de instrumentos de controlo e monitorização.
Nesta fase do plano de marketing digital apresentam‐se as ações a serem implementadas, para que
sejam cumpridos os objetivos delineados no início do projeto. Cada um dos seguintes subcapítulos
irá abordar um objetivo do projeto e, consequentemente, irá descrever as respetivas ações a serem
implementadas para que sejam alcançados.
Para melhor entender as ideias construídas em cada fase do plano de ação, importa relembrar a
figura 3.6, que evidencia as três fases essenciais de um plano de marketing digital: alcançar, agir e
converter e por fim relacionar. As estratégias de otimização propostas no capítulo da metodologia
desenvolvem‐se no presente capítulo.
Serão ainda apresentados quadros resumo para cada secção, com as principais ideias sumarizadas.
O primeiro objetivo estipulado passa por aumentar a visibilidade e dar notoriedade à Granconta.
Para concretizar este objetivo, foram identificadas duas ações ao nível do marketing digital. São elas,
a restruturação do website e o lançamento da marca nas redes sociais.
RESTRUTURAR O WEBSITE
A Granconta opera no mercado nacional há 35 anos, contudo, conta apenas com uma página online
como forma de divulgação da marca. O website foi criado em 2008 pelo atual sócio‐gerente, um
contabilista certificado que, pró‐ativamente, lançou o espaço da Granconta no mundo online. A
figura 34 apresenta um screenshot do website da Granconta, retirado em 2015.
47
Figura 34 ‐ Layout do website da Granconta, em 2015
Dado que o processo inicial de construção e desenvolvimento foi feito por um CC e não por um web
designer, o website tem naturalmente algumas limitações e não aproveita todas as funcionalidades e
potencialidades que poderia. O próprio criador e sócio‐gerente o reconhece, bem como os vários
especialistas de criação de websites que foram contactados durante o processo. Acresce que o
mesmo foi criado dentro de um nível de conhecimento e tecnologia que agora se encontra
largamente ultrapassado (HTML).
A restruturação do website será uma ação necessária, na medida em que se pretende que este seja
também um espaço de conversão e angariação de clientes. A fase de lançamento, prevista para julho
de 2016, poderá ser das mais complexas e demoradas ao longo de todo o projeto.
Desde o início da formulação e identificação do problema do projeto que foi definida a necessidade
da reformulação do website atual, iniciada em outubro de 2015, aliada a uma sugestão de rebranding
(para algo mais atual e mais próximo do cliente, nunca perdendo a identidade da marca).
A fase de procura do parceiro ideal para a reformulação do website demorou cerca de oito meses, de
setembro 2015 a maio de 2016, tendo sido contactados vários web designers, formulados vários
requisitos de ambas as partes, trocados vários e‐mails e marcadas várias reuniões, de forma a
encontrar o parceiro ideal para a Granconta. Por fim, foi decidido contratar a empresa que
demonstrou ser a que melhor soube interpretar as ideias da Granconta, a Toque de Midas 2, com um
valor acordado de 800€.
“Um website não deve ser apenas bonito, tem de atrair e manter o visitante o mais tempo possível
interessado nos seus conteúdos. Tem também de saber comunicar a sua marca, dar a conhecer os
seus produtos ou serviços de forma apelativa e persuasiva, para transformar visitantes em clientes”,
Toque de Midas (2015).
2
www.toquedemidas.pt | Data de acesso: março 2016
48
como conselhos dos especialistas da empresa contratada. A lista, embora longa, é importante,
resumindo a forma como o website se viria a apresentar:
49
• Sistema de newsletter, para comunicar a um conjunto de subscritores que, voluntariamente,
desejem ser informados sobre circulares, últimas atualizações ou artigos de notícias.
Carrera (2012) defende que antes de se proceder à construção de um website, se devem traçar
objetivos e entender a razão pela qual será construído. O autor dá exemplos de objetivos que
podem ser considerados, que acabam por se tornar em tudo o que a Granconta pretende:
• Aumento de clientes – Um website pode permitir chegar a novos clientes que, pelo seu
modo de vida ou localização geográfica, de outra forma seriam inacessíveis;
• Aumento de visibilidade – Atualmente, uma empresa que não tenha um website é como se
não existisse, oferecendo essa vantagem à concorrência;
Importa ainda referir a questão de usabilidade. Citando Carrera (2012): “A usabilidade é de extrema
importância no momento atual, pois o consumidor de conteúdos digitais não está disposto a pensar
para entender a estrutura do website e tem a expetativa de aceder cada vez mais rapidamente
àquilo que procura, mesmo que não tenha uma ideia precisa do que quer”.
É possível compreender o peso que a usabilidade tem e perceber que o visitante quer ter uma
experiência agradável no website. Uma grande limitação dos websites está relacionada com a
impossibilidade de se ter uma experiência sensorial completa, que estão ainda ausentes na Internet,
pelo que a rapidez do serviço e a adequação da oferta têm que compensar tais lacunas.
Carrera (2012) dá ainda pistas e conselhos de algumas regras que devem ser seguidas para garantir
uma boa usabilidade de um website: “desenhá‐lo para o utilizador (a sua arquitetura representa 80%
da usabilidade); estabelecer os caminhos dos utilizadores; não deslumbrar com componentes
multimédia; identificar limitações tecnológicas e testar, testar e voltar a testar”.
Os inputs criados, através da parceria entre a Granconta e a Toque de Midas, resultaram em planos
de ação como, por exemplo, a restruturação do website e o lançamento da marca nas redes sociais,
que serão controlados através de métricas e resultados extraídos do Google Analytics, ferramenta de
monitorização comum a ambos os planos de ação, explicada no próximo segmento.
Uma das principais vantagens das redes sociais é ser de uso gratuito, não existindo um custo por
parte da plataforma para a criação e gestão da presença da marca. Uma boa gestão presume um
investimento de tempo, seja para aprender, atualizar ou para gerir a presença da empresa nesta rede
social. Por isso, e no melhor dos casos, é necessário investir tempo, Coutinho (2014). Importa ainda
constatar que embora a presença/existência de uma marca nas redes sociais não implique custos
50
financeiros, se a marca optar por criar anúncios, aí existe naturalmente investimento, contudo um
não implica o outro.
A entrada no mundo das redes sociais permite às marcas ter maior visibilidade, contudo, por vezes,
esta luta em criar notoriedade e melhorar a visibilidade da marca exige que se considere investir em
anúncios na plataforma social.
Coutinho (2014) alerta as marcas para que, mesmo que tenham uma boa presença no Facebook, não
descuidem os seus websites, mantendo‐os sempre atualizados, pois a comunicação não se deve
centrar num único canal. A autora afirma ainda que não se deve olhar para o Facebook como
substituto de um website, mas sim como um complemento do mesmo e como mais um canal de
comunicação. O objetivo de entrada das marcas nas redes sociais acaba por funcionar como um meio
de angariação de visitas para o website, assim como para o aumento da visibilidade da marca.
Importa ainda referir a fase de monitorização e controlo do objetivo, através do uso das seguintes
ferramentas:
a) Google Analytics
A 25 de agosto de 2015, foi criada uma conta de Google Analytics do website da Granconta. Desde
então, é possivel entender todos os comportamentos que se passam dentro do website. O
acompanhamento foi instalado cedo, pois já havia a intenção de restruturar o website, para desta
forma ser possivel entender, comparando KPI’s antes e depois da restruturação, o sucesso deste
objetivo e respetivo plano de ação.
Um KPI interessante que o Google Analytics permite consultar, é de onde vem o tráfego, se:
A título de curiosidade, o principal meio de aquisição de visitas ao website Granconta, são os motores
de busca. A entrada da Granconta nas redes sociais e o seu respetivo acompanhamento será avaliado
e monitorizado igualmente através do Google Analytics.
A titulo de esclarecimento: Uma pessoa que visite um Website (denominado de utilizador no Google
Analytics), se o visitar sete vezes e se em cada uma dessa visita (denominado de sessão no Google
Analytics visitar duas páginas, é contabilizado no Google Analytics 1 utilizador, 7 sessões e 14
visualizações de paginas.
51
Figura 35 ‐ KPI’S Granconta, mês de maio 2016 ‐ Screenshot da página do Google Analytics da Granconta
b) Facebook insights.
Ainda não existe uma página de Facebook criada, contudo prevê‐se o lançamento para agosto de
2016. Contudo, esta rede social disponibiliza a sua própria ferramenta de monitorização, o Facebook
Insights. Note‐se que esta apenas se torna disponível e vantajosa para o gestor da página, a partir do
momento em que a página tenha mais de 100 seguidores.
Esta ferramenta permite recolher variadíssimas estatísticas, desde o desempenho por tipo de
conteúdo (imagens, links, vídeos) ao alcance que cada publicação teve – semelhante ao Google
Analytics – ou seja, o número de pessoas que viram a publicação e as que realmente “clicaram” no
conteúdo partilhado. Permite então monitorizar que tipo de conteúdos têm mais sucesso entre os
seguidores, permitindo ao gestor de página adequar os conteúdos aos seus seguidores.
52
Figura 36 ‐ Quadro de resumo do objetivo “ganhar notoriedade e aumentar visisibilidade da marca” e respetivo
plano de ação
5.1.2. Rebranding
“As Organizações trabalham sistematicamente para construir uma imagem sólida e positiva na
mente de seu público”
(Kotler, 2000)
Kotler & Gary (2014) definem marca como um nome, um termo, um sinal, um símbolo, um design, ou
até mesmo uma combinação de todos. Ou seja, é o que identifica o produtor ou vendedor de
um serviço ou produto. Os consumidores vêm a marca como uma parte importante do produto e a
realidade é que a gestão da marca (branding) pode adicionar valor e resultar numa compra ou
aquisição de serviço. Os consumidores criam relações e associações às marcas, criando‐se assim
relações entre marcas e clientes.
É neste sentido que o rebranding surge como um objetivo, pois embora a marca já exista e opere no
mercado nacional há mais de 35 anos, sentiu‐se a necessidade de renovar a imagem da marca.
Existindo plena consciência de que a construção (neste caso “reconstrução”) de uma marca pode
exigir investimentos consideráveis, por exemplo em comunicação ou distribuição, a aposta
apresenta‐se ainda assim pertinente, pois o que se pretende com este rebranding é que o nome da
marca Granconta forneça um benefício adicional para o cliente e que crie associações positivas,
Fischer Völckner, & Sattler (2010).
Segundo a literatura, existem opiniões diferentes relativamente ao que se define como rebranding.
Muzellec, Doogan, & Lambkin (2003) associam o termo a três fases distintas: mudar o nome; mudar
aspetos estéticos e visuais da marca e o reposicionamento da marca. Outros autores, como Lomax,
Mador, & Fitzhenry (2002) defendem que o processo de rebranding é composto por quatro estágios:
reposicionamento, re‐“nomear”, re‐“desenhar”, e re‐“lançar”.
53
A figura 37, adaptada de Lomax, Mador, & Fitzhenry (2002), revela as motivações e incentivos que
levam uma marca a sentir necessidade de fazer rebranding. No caso da Granconta, todas estas
motivações estão presentes.
Desta forma, seguindo a lógica de Lomax et al. (2002) tem‐se que as principais fases deste rebranding
serão:
a) Re‐Nomear – recuperando a análise SWOT (capítulo 4.1.3), uma das forças identificadas na
Granconta foi precisamente a maturidade da marca e a sua existência no mercado nacional há 35
anos. Desta forma, optou‐se por não mudar o nome da marca.
b) Re‐Lançar – Havendo uma nova identidade da marca, naturalmente será necessária a sua
divulgação, bem como proporcionar‐lhe maior destaque.
Esta fase é, afinal, comunicar e dar visibilidade à marca, indo de acordo com o que é explicado no
ponto 5.1.1 – ganhar notoriedade e visibilidade.
Inevitavelmente, é importante falar aqui não só do website mas também das redes sociais. A
primeira etapa deste processo foi renovar o website. A comunicação paga, no GoogleAdwords e
com os anúncios de Facebook, serão os próximos passos na estratégia de relançar a marca,
encontrando‐se na lista de prioridades da Granconta. Esta estratégia foi proposta e aconselhada
por todas as empresas com quem a Granconta dialogou a este propósito (na fase da procura do
parceiro ideal de negócio, onde acabou por ser escolhida a Toque de Midas) e também pela
própria experiência e know‐how adquirido pela proponente deste projeto, resultado da sua
experiência profissional numa agência de marketing de conteúdos e publicidade.
c) Re‐Posicionar – relembra‐se nesta fase o Marketing‐mix (descrito no capítulo 4.1.1 D), onde se
identifica uma clara necessidade de mudança.
d) Re‐Desenhar – Mudar aspetos estéticos e visuais, como a cor representativa da marca, brochuras
e apresentações institucionais, cartões‐de‐visita e o logotipo. Esta fase final surge como forma de
comunicar o novo posicionamento da marca e foi iniciada em setembro de 2015.
54
Note‐se que estas quatro fases descritas, serão trabalho realizado internamente, sendo que
relativamente à orçamentação o custo será equivalente ao custo/hora trabalhador.
O amarelo é uma cor associada à cobardia, à traição e à dúvida. As associações positivas desta cor
remetem para o sol, o verão, a luz, a ciência e a realeza, Lindon et al. (2004) . Como se pode
perceber, para além das associações negativas remeterem para a falta de credibilidade da marca,
as associações positivas não remetem para uma empresa de contabilidade.
O castanho é uma cor que tão pouco aparece no código de cores de Lindon et al. (2004). Contudo,
a título de curiosidade, saiu em junho de 2016 um artigo que refere a cor castanha como a cor
mais “feia” do mundo. A investigação foi realizada pela agência GFK (2016), cujos especialistas
entenderam que esta cor é associada a temas como morte ou sujidade, tendo uma conotação
negativa (esta cor está inclusivamente a começar a ser associada ao tabagismo).
Conclui‐se então que as cores atuais da Granconta não são as mais indicadas e apropriadas. Desta
forma escolheu‐se a cor AZUL, que segundo Lindon et al., (2004) transmite espiritualidade, fé,
justiça, racionalidade, seriedade, tranquilidade e limpeza. Por sua vez, tem como associações
negativas valores introvertidos e o secretismo.
NOVO LOGOTIPO
O logotipo, que dá imagem à marca, sofreu ligeiras alterações ao longo dos 35 anos em que a
marca opera no mercado nacional. Em 1980 é criado o primeiro logotipo, em 2007 o segundo e,
em 2016, com este projeto o mais recente (figura 38). A figura 45 dos anexos, refere o novo
logotipo a usar em documentos institucionais
Em 2007 a mudança foi mínima, apenas foi acrescentado o relevo de fundo sobre o logotipo. Em
2016, com a renovação da marca e as novas alterações, optou‐se por se manter a identidade da
marca: para além do nome não se alterar, o “G” continua a ser a imagem principal do logotipo.
Todavia, desta vez as mudanças são mais radicais, mudando‐se a cor para azul e o “G” é mais
arredondado nas pontas.
55
O processo de mudança do logotipo foi simples e resultou das reuniões de brainstorming entre o
sócio‐gerente e a proponente deste projeto. O objetivo era o de mudar as cores amarelo e
castanho, mas a vontade de manter a identidade da marca prevaleceu sempre. Nessas reuniões
conclui‐se que as principais caraterísticas da marca eram precisamente o nome bem como o
próprio “G”.
Foram feitos drafts e criados vários logotipos possíveis, mas optou‐se pelo que aparece em último
lugar na figura 5.6. Acresce como escolha de manter o “G” que, de um jeito mais abstrato, esta
letra se parece com um clip de escritório quadrado/achatado. Numa fase mais avançada da
reestruturação da empresa, e fora do contexto digital, é importante dizer que parte da
modernização de uma empresa, parte de um design mais arrojado. O que pode incluir material de
escritório personalizado.
Face à decisão de mudar a imagem da marca, os documentos oficiais têm de ser adaptados. Assim
sendo, serão criadas novas brochuras, apresentações institucionais e cartões‐de‐visita, adaptados
à nova imagem criada com o rebranding. O novo logotipo estará em utilização no novo website da
Granconta e prevê‐se a atualização dos documentos para o mês de agosto. Consultando os
anexos a figura 46 e 47), respetivamente de um cartão‐de‐visita e de um contrato de prestação de
serviço, é possível consultar o que foi proposto no resultado final desta ação.
A Granconta poderá medir o sucesso deste rebranding com a entrada de novos clientes e,
também, pelo feedback dos clientes mais antigos (com quem tem sólidas e duradoras relações de
lealdade), que poderão ajudar a fazer algum ajuste. Relativamente às formas de controlo e
monitorização, pensa‐se que apenas será possível avaliar o sucesso do plano de ação uma vez que
sejam angariados novos clientes. A sua monitorização não é aplicável, dado que não será uma
ação continua.
56
5.1.3. Retenção de Clientes
“Os clientes de hoje são mais difíceis de agradar. São mais inteligentes, mais conscientes em relação
aos preços, mais exigentes, perdoam menos e são abordados por mais concorrentes com ofertas
iguais ou melhores”, Kotler (2000).
Uma marca tem que saber e conhecer o público com quem quer comunicar, assim como quem são
os seus principais clientes. Este estágio de conhecimento é uma prática essencial na elaboração de
um plano de negócio e num plano de marketing, Plot (2012). Neste sentido importa entender quem
é o público‐alvo da Granconta para conseguir retê‐lo, ajustando a comunicação e os serviços
disponibilizados para que estes clientes se traduzam em volume de negócio e aumento de receitas.
No caso da Granconta, é simples identificar o seu target: micro empresas ou PME’s que necessitem
de serviços de contabilidade e fiscalidade.
Sem dúvida que a satisfação do cliente é a mais forte vantagem estratégica que uma empresa pode
ter. A satisfação do cliente está inteiramente relacionada com lealdade que, por sua vez, resulta em
maior lucro, maior quota no mercado e crescimento. Assim sendo, é imperativo desenvolver uma
estratégia eficaz de manter os clientes leais, Naumann, Jackson, & Rosenbaum (2001).
Para Kotler & Gary (2011) a lealdade e retenção de um cliente é uma das formas de gerir uma relação
entre cliente e marca. Um cliente satisfeito, para além de ser menos sensível ao preço, tem uma
maior probabilidade de falar favoravelmente sobre a marca e os seus serviços (word of mouth) e
permanecer fiel por um longo período de tempo.
Resultados de um estudo realizado por Abedniya & Mahmouei (2010), revelam que seis em dez
consumidores acreditam que as marcas devem interagir com os seus clientes e aprofundar a relação
entre o cliente e a marca via website, demonstrando assim interesse em consumir os conteúdos que
uma marcar divulga neste ponto de contacto: “… é um bom instrumento que os marketers devem
desenvolver e adotar nos seus processos de retenção de clientes, pois os consumidores podem ser
atraídos e conduzidos por uma marca através de uma estratégia integrada de conteúdos. E esse
conteúdo é incrementado através do aumento de utilizadores e de retenção de antigos utilizadores”.
Ou seja, uma estratégia de conteúdos irá permitir à empresa adquirir novos clientes mas também
reter os que já existem.
Kotler & Gary (2011) sugerem ainda alguns programas de lealdade e retenção de clientes. Foi com
base nas suas sugestões, que foi criado o plano de ação para este objetivo:
57
de networking de empresas. Em reuniões internas da Granconta, os sócios discutiram o tipo de
serviços que pretendiam acrescentar, concluindo que existem duas dimensões de serviços:
Serviços de Gestão – numa primeira dimensão, está toda uma diversidade de serviços de que as
empresas necessitam, todos ligados à gestão mas não diretamente à contabilidade. Em causa estão
as áreas do direito do trabalho, direito comercial, medicina no trabalho, revisão oficial de contas,
auditoria, seguros ou financiamento.
A este nível, a Granconta pode estabelecer parcerias institucionais com outras empresas, fora da sua
rede de clientes, conseguindo que o seu cliente tenha acesso a uma maior diversidade de serviços
sem sair da sua esfera de influência. Pode inclusivamente receber algum tipo de comissão, se assim o
desejar.
Serviços Diversos ‐ numa segunda dimensão, estão todos os outros bens e serviços, desde que
disponibilizados dentro da rede de clientes da Granconta. A ideia é que cada cliente da Granconta
conheça a atividade de todos os outros. O facto é que dentro da rede de clientes da Granconta,
existe uma diversidade enorme de atividades que todas as empresas, de uma forma geral, procuram.
Esta estratégia acaba por funcionar como um aditivo que a todos beneficia. A Granconta quer que os
seus clientes prestem serviços entre si, patrocinar oportunidades de negócio cruzadas, o que
fortalece a estrutura de toda a rede.
A monitorização deste ponto poderá apenas ser feita com o número de clientes que se mantém do
ano n, para o ano n+1.
TRATAMENTO PERSONALIZADO
“O novo cenário é que o foco dos Marketers mudou no sentido da satisfação individual e
personalizada, em vez das necessidades coletivas, dando mais ênfase à retenção do cliente, ao
serviço do cliente e marketing de relacionamento”, Segura (2009). “Um tratamento personalizado
ganha valor e pertinência numa fase de retenção de clientes, pois os consumidores cada vez mais
exigem um maior controlo sobre o processo de marketing e valorizam uma abordagem
personalizada, preferindo serviços que podem ser prontamente adaptáveis às suas necessidades em
constante alteração”, Hoffman & Novak (2000).
Desta forma, o tratamento personalizado passará por fazer com que o cliente se sinta especial e
único. Para isso a Granconta compromete‐se a fazer emissão de circulares informativas e
demonstração de performances financeiras periódicas. Estes documentos variarão consoante o
cliente, funcionando como sistema de notificação de prazos importantes, de entrega de documentos,
bem como de alerta para produtos que possam interessar ao cliente. Sendo um cliente que carece de
mais atenção, este contacto da Granconta poderá ser feito todos os meses, de outra forma o
contacto será na base trimestral.
A verdade, é que satisfazer ou proporcionar boas experiências aos clientes por vezes não é
suficiente. “Já não basta simplesmente satisfazer os clientes. É preciso encantá‐los”, Kotler (2000).
Brito & Lencastre (2014) acrescentam que “não basta vender, é preciso também fidelizar os clientes.
Nesse sentido as empresas devem procurar satisfazê‐los, oferecendo‐lhes produtos e serviços de
qualidade, geradores de confiança nas suas marcas”.
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Como já foi previamente mencionado, a Granconta tem 60 clientes, pelo que este serviço
personalizado acarretará, naturalmente, trabalho adicional para os trabalhadores da empresa.
Reter e angariar clientes são ambos considerados objetivos da marca, que curiosamente acabam por
partilhar um plano de ação comum: novos serviços, tendo contudo ações e desenvolvimentos
diferentes. No âmbito do objetivo de angariação de clientes, o plano de ação de novos serviços tem
um outro significado.
A Granconta é uma empresa de contabilidade e fiscalidade B2B, isto é, presta estes serviços a
empresas. No entanto, a aquisição de novos clientes passa, de certa forma, pela mudança do
público‐alvo, sendo que a ideia é que a Granconta passe a oferecer os seus serviços também no meio
individual. O simples preenchimento de uma declaração de IRS pode ser gerador de uma
oportunidade comercial no âmbito da atividade da Granconta. Da mesma forma, um
aconselhamento em matéria fiscal pode transmitir uma perceção de conhecimento técnico com o
mesmo resultado. É isto que se pretende com a divulgação de uma circular informativa no
website/blog.
Dado que é um novo tipo de serviço que a Granconta irá disponibilizar num futuro próximo, o serviço
ainda não se encontra tabelado. No entanto há já uma data prevista para o lançamento deste
serviço, para fevereiro de 2017, mês que precede a entrega das declarações de IRS, que se prevê ser
um mês com muitíssima procura.
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Tal como no capítulo anterior, 5.1.3 – Retenção de clientes – oferecer mais serviços, também aqui a
única forma de controlar o sucesso desta iniciativa será ver se levou a um aumento do número de
clientes.
A monitorização deste ponto poderá apenas ser feita com o número de clientes que se angariam do
ano n para n+1
Criar um blog ou um espaço na Internet com um caráter de opinião e informação é uma tendência
que tem vindo a ganhar popularidade, Carrera 2012, explica algumas das razões para criar um blog:
• É simples – qualquer pessoa desde que saiba usar minimamente um computador, consegue
criar e atualizar um blog, pelo que qualquer colaborador pode contribuir;
• São experienciais – criam uma relação de proximidade, pois são feitos e escritos por pessoas
reais com caráter opinativo. “São por isso muito importantes no passa‐palavra de um
produto”;
• É barato – O custo será o tempo despendido na sua atualização e na monitorização de
comentários;
• Ajuda a ganhar credibilidade – vai‐se trabalhando um assunto e à medida que se escreve, vai‐
se ganhando credibilidade e começa‐se a ser visto como especialista nesse tema ou assunto;
• Ajuda a interagir com o mercado – é uma ferramenta de diálogo com o mercado, pelo que é
desejável incorporar a experiência de clientes nos artigos e encorajar comentários;
• Partilha de conteúdos é fácil – o blog pode funcionar como um repositório de conteúdos em
diversos formatos, sendo facilmente partilhado através das redes sociais.
Abedniya & Mahmouei (2010), também defendem que os conteúdos e estratégias integradas de
conteúdos poderão ser formas de angariação de novos clientes, valorizando esta ação.
Os conteúdos serão produzidos mensalmente, pelo menos numa fase inicial. Nesta fase, quem irá
produzir os conteúdos será o sócio‐gerente e, de maneira a garantir boas práticas, antes de se iniciar
o processo de construção dos artigos, haverá sessões de aprendizagem de técnicas de SEO (search
engine optimization) destinadas a toda a equipa. O objetivo é que, numa fase seguinte de gestão do
blog, se possa incluir toda a equipa na manutenção de conteúdos, conseguindo assim dinamizá‐lo e
tornar as suas publicações mais frequentes, para o mínimo de uma publicação semanal.
O plano de ação, de uma forma geral, é monitorizável com a angariação (ou não) de novos clientes,
que na prática apenas é mensurável quando a Granconta é contactada pelos mesmos. É possível
monitorizar o número de visitas ao blog, número de leituras do texto e de comentários aos mesmos,
não querendo isso dizer no entanto que estes se traduzam em novos clientes.
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Tal como no Tratamento Personalizado (ponto 5.1.3 – Retenção de clientes), também o blog trará
trabalho extra para a própria equipa, não fazendo assim sentido qualquer alocação de orçamento
para a sua manutenção.
Figura 41 ‐ Quadro resumo do objetivo “Angariar novos clientes” e respetivo plano de ação
Embora estes objetivos não tenham dimensão digital, tornam‐se relevantes de mencionar e destacar,
dado que serão postos em prática paralelamente com os objetivos digitais traçados.
Relembra‐se que uma das fraquezas identificadas na Análise SWOT (Capitulo 4.1.3) é que a
Granconta é uma empresa familiar. Como foi referido na revisão da literatura, segundo a Associação
das Empresas Familiares (2010), em Portugal, cerca de 70% a 80% das empresas são de natureza
familiar.
Desta forma, tem‐se o objetivo de restruturar a equipa. No quadro desta ação, foi já concluído o
recrutamento de um técnico de contabilidade, que integra os quadros da Granconta no início do
próximo mês de setembro. O mercado é exigente e uma empresa precisa de contar com uma equipa
eficaz, multi‐disciplinada e cheia de talento.
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5.2.2. Mudança de Instalações
A Granconta “quer estar onde o cliente está”, o que implica, mais do que apenas apostar numa
presença online, a disponibilidade de instalações mais acessíveis. Daí a importância desta ação “não
digital”. Este processo de mudança de instalações irá funcionar paralelamente com a implementação
das estratégias do plano de marketing digital, que completa a forte aposta e investimento financeiro
no plano.
Segundo Kotler (2000), existem vários motivos estratégicos pelos quais as organizações criam
parcerias, como por exemplo: transformar o excesso de capacidade em lucro; reduzir o risco e custos
da entrada em (novos) mercados; acelerar o lançamento ou promoção de produtos ou serviços;
alcançar economias de escala; superar barreiras ou diminuir os custos”.
Uma parceria institucional, embora não esteja diretamente relacionada com o plano de marketing
digital, torna‐se igualmente relevante ser mencionada, pois a Granconta procura atualmente (sendo
que o processo foi iniciado há um ano atrás) por um parceiro institucional com quem fazer uma
parceria (e, mais tarde, até uma fusão empresarial), pelos seguintes motivos:
• Sinergias;
• Redução de custos;
• Eficiência de recursos;
• Fortalecimento estrutural e de posição negocial;
• Diversificação do risco;
• Formação de quadros;
• Aumento da rentabilidade do negócio;
• Melhoria geral nos procedimentos e técnicas de contabilidade.
É um desejo e algo que a empresa pretende que aconteça, não está previsto para um futuro
próximo, mas será algo que a médio/longo prazo, se quer concretizar.
Tal poderá ter impactos na vertente digital no sentido de promover estas parecerias e sensibilizar o
cliente para a disponibilidade de outros serviços, sem sair da esfera de controlo da Granconta,
naturalmente o website terá que ser ajustado para acomodar esta extensão de serviços.
A Granconta quer cortar custos desnecessários, como tal identificou como principal problema o seu
sistema informático. A Granconta há muito que se apercebeu das limitações que tem o seu atual
sistema informático, GBA, pois há muito não está adequado às suas necessidades. Em 2010 a
empresa adquiriu licenças à SAGE e iniciou a migração dos dados. Todavia, por dificuldades que não
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foram possíveis de ultrapassar em tempo útil, regressou‐se à solução GBA ainda nesse ano. Se não
era adequada em 2010, ainda menos em 2016, pelo que a mudança é inevitável.
A opção pelo novo sistema informático recaiu no Toconline (2016) concebido e comercializado pela
empresa Cloudware (2016). Os custos de utilização deste sistema importam em 540€ por ano, contra
os 2280€ que a Granconta suporta com o sistema atual. A implementação deste novo sistema já foi
iniciada com formação técnica e de utilizador adquirida ao fornecedor. Os novos clientes angariados
pela Granconta, desde a implementação do novo sistema, serão aqui processados, sendo que os
restantes clientes serão incorporados gradualmente em 2016. De qualquer das formas, o exercício de
atividade de 2017 será definitivamente processado no Toconline.
Ambas as funcionalidades foram classificadas pela Granconta como criticas e, em conjunto, esperam‐
se ganhos de produtividade determinantes no sucesso da Granconta.
Acresce que, ao contrário do sistema atual, o novo sistema não necessita de um servidor local nem
da execução de backups diários. O atual servidor continuará ao serviço, possibilitando acesso a dados
históricos gerados no sistema antigo e passará também a gravar ficheiros gerados por outros
programas informáticos utilizados na empresa. Os custos com o backup diário das operações não são
significativos, mas importa o facto de esta responsabilidade deixar de pressionar os funcionários da
empresa e que o sistema se torna muito mais seguro.
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6. CONCLUSÕES
Mesmo que involuntariamente, os clientes acabam por estar mais exigentes. A satisfação por si só
não é elemento diferenciador entre as marcas. É necessário que a Granconta aja e que implemente
as ações estratégicas delineadas consoante os seus objetivos, com base numa análise da situação e
das oportunidades de mercado atuais.
Há que se destacar e lutar por um posicionamento mais forte. Se não o fizer, a concorrência
certamente o fará.
O presente projeto fez um levantamento da situação e ambiente da Granconta e pemitiu que fosse
proposto à empresa um planeamento e conjunto de ações, as quais caberão à empresa decidir a sua
implementação. A Granconta ainda tem um grande caminho a percorrer.
Ao longo de todo este trabalho, ficou evidente que não seria possível desenvolvê‐lo sem recorrer à
investigação científica levada a cabo por todos os autores que aqui foram citados. Estes autores
abriram caminho para o desenvolvimento de muitas das ideias desenvolvidas. Ficou também claro
para a proponente deste projeto que há muitos espaços por preencher, trabalhos por publicar, pois
algumas ideias não conseguiram encontrar suporte cientifico relevante.
O presente projeto acabou por fazer o levantamento de uma situação concreta e o plano de
marketing apresentado está em curso e será acompanhado, mesmo depois da presente tese ser
apresentada e discutida.
Importa referir que a situação da Granconta não é caso único, e que o trabalho aqui desenvolvido
tem afinal uma aplicação muito mais vasta, sendo mesmo transversal à atividade da contabilidade.
Também ficou muito claro que a ligação da Universidade às empresas, da academia ao mundo
empresarial, é uma via que deve ser estimulada, porque de facto funciona.
• O caso da Granconta é uma situação real. Todo o trabalho que aqui se desenvolveu, em
particular o capítulo 4, descreve os factos com absoluto rigor, que a proponente deste projeto
procurou, com método científico, retratar;
• O modelo usado na metodologia, Lindon et al. (2004) é teórico e não é rigido ao ponto de todas
as fases terem que ser cumpridas e pela ordem apresentada pelos investigadores. Acresce que o
trabalho descreve as fases como de facto aconteceram e o modelo utilizado como referência;
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• A Granconta já concluiu um processo de recrutamento de um novo colaborador, que entrará no
ativo em setembro de 2016. Está em vias de adotar um novo sistema informático, que nesta
data já está escolhido. Está também em vias de mudar de instalações, para outras que a
gerência entende mais apropriadas;
• Dificuldade em avaliar a quota de mercado: esta análise sofreu de duas sérias limitações
relativamente aos dados disponíveis. A primeira limitação foi o facto de não existirem dados
isolados relativamente ao mercado de contabilidade. A segunda limitação é o facto de não
existirem todos os dados de interesse para os anos de 2010, 2014 e nenhum dado referente ao
ano de 2015, tendo sido necessário assumir alguns pressupostos para a análise dos anos de 2010
e 2014. O ano de 2015 acabou por ficar fora da análise;
• Alguns dos planos de ações propostos, já estavam definidos e decididos pelo Board dos sócios da
Granconta, antes do planeamento das estratégias. Uns faziam sentido e acabaram por se aceitar
como apropriados, outros não. De qualquer forma, dificultaram o processo de revisão da
literatura, pois a construção e idealização do projeto estava já naturalmente condicionada;
• São três sócios‐gerentes, que representam duas gerações diferentes. Um dos sócios, responsável
pela iniciativa deste projeto, com 55 anos e os outros dois, mais velhos, devem retirar‐se ainda
em 2016. A relutância à mudança por parte destes sócios foi um desafio, pois a sua apetência
para o digital é muito limitada e existe resistência à mudança;
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Como recomendações para trabalhos futuros, seria interessante:
a) Reavaliar a eficácia destas medidas, algumas já implementadas, outras apenas propostas. Planear
é uma tarefa complicada e monitorizar é no fundo a forma de concretizar a viabilidade das ações
sugeridas e avaliar se os objetivos e metas percentuais desejadas foram cumpridas;
b) Propor novas medidas e planos de ações. Será que se irão manter os mesmos objetivos num
futuro próximo? Se sim (e até se não) que ações devem ser implementadas?
c) Foco mais digital, na medida em que alguns dos planos de ação não são totalmente focados no
mundo digital.
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