2020.2 - Aula - 12 - Estrutura de Capital e Alavancagem
2020.2 - Aula - 12 - Estrutura de Capital e Alavancagem
2020.2 - Aula - 12 - Estrutura de Capital e Alavancagem
Novembro de 2020
Curso: Engenharia de Produção
META
OBJETIVOS
1. INTRODUÇÃO
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BALANÇO PATRIMONIAL BALANÇO PATRIMONIAL
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Demonstração do resultado do exercício
Receita de vendas
Custo dos produtos vendidos
Alavancagem operacional Lucro bruto
Despesas operacionais
Lucro Operacional (ou LAJIR)
Despesas financeiras (juros) Alavancagem total
Lucro líquido antes do IR
Alavancagem financeira Imposto de renda
Lucro líquido após o IR
Dividendos ações preferenciais
Lucro disponível para acionistas ordinários
Figura 12.2: Tipos de alavancagem
Fonte: Gitamn, 2010, p. 434
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Tabela 12.1: Demonstração de resultado do exercício ajustada para cálculo de alavancagem
Demonstração de resultado do exercício Demonstração de resultado do exercício ajustada
Receita total
Custo dos produtos vendidos Receita total
Lucro bruto Custos e despesas fixas
Despesas operacionais Custos e despesas variáveis
Lucro operacional (ou LAJIR) Lucro operacional (ou LAJIR)
Despesas financeiras (juros) Despesas financeiras (juros)
Lucro líquido antes do IR Lucro líquido antes do IR
Imposto de renda Imposto de renda
Lucro líquido após o IR Lucro líquido após o IR
Dividendos das ações preferenciais Dividendos das ações preferenciais
Lucro disponível para acionistas ordinários Lucro disponível para acionistas ordinários
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
3. ALAVANCAGEM OPERACIONAL
A alavancagem operacional também pode ser calculada por meio da Equação 12.2
𝑄 × (𝑃𝑉 − 𝐶𝑉)
𝐺𝐴𝑂𝑛𝑜 𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑄 = Eq. 12.2
𝑄 × (𝑃𝑉 − 𝐶𝑉) − 𝐶𝐹
Em que,
Q: Quantidade de unidades vendidas no nível de referência
PV: Preço de venda unitário
CV: Custo variável unitário
CF: Custo fixo
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A alavancagem operacional pode ser desejada pelos gestores e proprietários de
empresas se o nível de atividade for superior ao ponto de equilíbrio do ativo em análise.
Entretanto, traz risco em função dos gastos a serem desembolsados, associados ao uso de ativos
a custos e despesas fixos, haja vista que a empresa terá de gastar com esses ativos em valores e
datas pré-estabelecidos, independentemente, de seu nível de atividade.
Se uma tendência de aumento nas atividades ocorre, os resultados favoráveis, apurados
por meio do LAJIR, serão mais que proporcionais às variações da receita total. Isso ocorre
porque os custos e despesas totais não irão aumentar na mesma proporção das receitas, em
função de que parte dos custos e das despesas da empresa são fixos. Estes ocorrem
periodicamente, com o passar do tempo, e não variam com o aumento do volume de produção
e ou prestação de serviços.
Se uma tendência de redução nas atividades ocorre, os resultados desfavoráveis,
apurados por meio do LAJIR, serão mais que proporcionais às variações da receita total. Isso
ocorre porque os custos e despesas totais não irão reduzir na mesma proporção das receitas, em
função de que parte dos custos e das despesas da empresa são fixos. Estes ocorrem
periodicamente, com o passar do tempo, e não variam com a redução do volume de produção e
ou prestação de serviços.
O resultado mais favorável é consequência do uso mais intensivo de uma estrutura de
produção a custos e despesas fixas, já o resultado mais desfavorável é consequência da
ociosidade de uma estrutura de produção a custos e despesas fixos. Essas situações serão
potencializadas quanto maior for a alavancagem operacional da empresa, ou ainda, quanto
maior a proporção de ativos a custos de despesas fixos, em relação a ativos a custos e despesas
variáveis, na estrutura de produção da empresa.
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1ª solução: Uso da estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício
+ 50%
+ 60%
ATENÇÃO: Esta análise também poderia ser realizada tendo a receita total como referência.
Veja que a variação no volume de vendas e da receita total é linear: para um aumento de 50%
no número de unidades, há um aumento do 50% no volume de receita total.
O grau de alavancagem operacional indica que, para a alteração de cada unidade percentual do
volume de vendas (ou na receita total), haverá a alteração de 1,2 unidade percentual monetária
no LAJIR.
No caso do exemplo, para um aumento de 50% no volume de vendas, haverá um aumento de
60% no valor do LAJIR. O contrário também é verdade, para uma queda de 50% no volume de
vendas, haverá uma queda de 60% no valor do LAJIR.
Aqui está o risco da alavancagem: quando há uma variação positiva no volume de vendas, o
efeito no LAJIR é mais que proporcional a essa variação: o resultado é alavancado
positivamente. Quando há uma variação negativa no volume de vendas, o efeito no LAJIR é
mais que proporcional a essa variação: o resultado é alavancado negativamente.
EXEMPLO: Um investidor está selecionando uma, entre duas empresas, para se associar. Seu
perfil é mais conservador. Assuma o papel de analista financeiro e por meio da alavancagem
operacional indique uma das seguintes empresas para investir.
Empresa 1: Vendeu 100.000 unidades a $2,00 cada no último exercício; seus custos
operacionais são de 1,70 a unidade e seus custos operacionais fixos totalizam $6.000 ao ano.
Os juros são de $10.000 por ano e a alíquota de IR é de 40%.
Empresa 2: Vendeu 100.000 unidades a $2,50 cada no último exercício; seus custos
operacionais são de 1,00 a unidade e seus custos operacionais fixos totalizam $62.500 ao ano.
Os juros são de $17.500 por ano e a alíquota de IR é de 40%.
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Grau de alavancagem operacional da empresa 1:
4. ALAVANCAGEM FINANCEIRA
A alavancagem financeira também pode ser calculada por meio da Equação 12.4
𝐿𝐴𝐽𝐼𝑅
𝐺𝐴𝐹𝑛𝑜 𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑑𝑜 𝐿𝐴𝐽𝐼 = Eq. 12.4
1
𝐿𝐴𝐽𝐼𝑅 − 𝐽 − (𝐷𝑃 × )
1 − 𝐼𝑅
Em que,
LAJIR: Lucro antes dos juros e do imposto de renda no nível de referência
J: Valor dos juros
DP: Valor dos dividendos preferenciais
IR: Alíquota de imposto de renda no qual a empresa está enquadrada
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obter por meio de seu emprego. Entretanto, traz risco em função dos gastos a serem
desembolsados, associados ao uso de capital de terceiros a custos e despesas fixos, haja vista
que a empresa terá que remunerar (juros) e amortizar (principal) os empréstimos em valores e
datas pré-estabelecidos, independentemente, de seu nível de atividade.
Se uma tendência de aumento nas atividades ocorre, os resultados favoráveis, apurados
por meio do lucro líquido, serão mais que proporcionais às variações do LAJIR. Isso ocorre
porque a remuneração do capital de terceiros possui um valor fixo, ela é regida por contrato, é
definida no momento da operação de financiamento, não varia com o aumento do LAJIR.
Se uma tendência de redução nas atividades ocorre, os resultados desfavoráveis,
apurados por meio do lucro líquido, serão mais que proporcionais às variações do LAJIR. Isso
ocorre porque a remuneração do capital de terceiros possui um valor fixo, ela é regida por
contrato, é definida no momento da operação de financiamento, não varia com a queda do
LAJIR.
O resultado mais favorável é consequência do nível de retorno maior que o gasto com
a remuneração do uso de capital de terceiros, já o resultado mais desfavorável é consequência
do nível de retorno menor que o gasto com a remuneração do uso de capital de terceiros. Essas
situações serão potencializadas quanto maior for a alavancagem financeira da empresa, ou
ainda, quanto maior a proporção de recursos de terceiros a custos de despesas fixos, em relação
aos recursos próprios, na estrutura de capital da empresa.
Pelo fato do valor dos dividendos preferenciais serem pré-estabelecidos, sua
remuneração equipara-se àquela do uso de capital de terceiros: é uma despesa financeira fixa.
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1ª solução: Uso da estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício
+ 60%
0,60 2,40
LPA
+ 300%
O grau de alavancagem financeira indica que, para a alteração de cada unidade percentual
monetária do LAJIR, haverá a alteração de 5 unidades percentuais monetária no lucro
disponível para os acionistas ordinários. No caso do exemplo, para um aumento de 60% no
LAJIR, haverá um aumento de 300% no lucro para os acionistas ordinários, ou no lucro por
ação (LPA). O contrário também é verdade, para uma queda de 60% no LAJIR, haverá uma
queda de 300% no lucro para os acionistas ordinários, ou no lucro por ação (LPA).
Aqui está o risco da alavancagem: quando há uma variação positiva no valor do LAJIR, o efeito
no lucro para os acionistas ordinários é mais que proporcional a essa variação: o resultado é
alavancado positivamente. Quando há uma variação negativa no valor do LAJIR, o efeito no
lucro para os acionistas ordinários é mais que proporcional a essa variação: o resultado é
alavancado negativamente.
A variação do lucro disponível para os acionistas ordinários é linear com a variação do lucro
por ação. Para uma variação positiva de 60% no LAJIR, houve uma variação positiva de 300%
no lucro disponível para os acionistas, ou ainda, de 300% no lucro por ação (LPA).
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EXEMPLO: Um investidor está selecionando uma, entre duas empresas, para se associar. Seu
perfil é mais conservador. Assuma o papel de analista financeiro e por meio da alavancagem
financeira indique uma das seguintes empresas para investir.
Empresa 1: Vendeu 100.000 unidades a $2,00 cada no último exercício; seus custos
operacionais são de 1,70 a unidade e seus custos operacionais fixos totalizam $6.000 ao ano.
Os juros são de $10.000 por ano e a alíquota de IR é de 40%.
Empresa 2: Vendeu 100.000 unidades a $2,50 cada no último exercício; seus custos
operacionais são de 1,00 a unidade e seus custos operacionais fixos totalizam $62.500 ao ano.
Os juros são de $17.500 por ano e a alíquota de IR é de 40%.
Resposta: A alavancagem financeira da Empresa 2 (GAF = 1,25) é menor que o da Empresa 1 (GAF =
1,71). Como o perfil do investidor é conservador, pelo ponto de vista financeiro, ele deve selecionar
a Empresa 2, pois sua estrutura de capital está menos alavancada quando comparado com a
estrutura de capital da Empresa 1, logo, possui um risco financeiro menor, quando comparado
com esta.
5. ALAVANCAGEM TOTAL
A alavancagem total também pode ser calculada por meio da Equação 12.6.
𝑄 × (𝑃𝑉 − 𝐶𝑉)
𝐺𝐴𝑇𝑛𝑜 𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑄 = Eq. 12.6
1
𝑄 × (𝑃𝑉 − 𝐶𝑉) − 𝐶𝐹 − 𝐽 − (𝐷𝑃 × )
1 − 𝐼𝑅
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Em que,
Q: Quantidade de unidades vendidas no nível de referência
PV: Preço de venda unitário
CV: Custo variável unitário
CF: Custo fixo
LAJI: Lucro antes dos juros e do imposto de renda no nível de referência
J: Valor dos juros
DP: Valor dos dividendos preferenciais
IR: Alíquota de imposto de renda no qual a empresa está enquadrada
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remuneração do uso de capital de terceiros. Já o resultado mais desfavorável é consequência do
da ociosidade de uma estrutura de produção a custos e despesas fixos, ou ainda, do nível de
retorno menor que o gasto com a remuneração do uso de capital de terceiros. Essas situações
serão potencializadas quanto maior for a alavancagem financeira da empresa, ou ainda, quanto
maior a proporção de ativos a custos de despesas fixos, em relação a ativos a custos e despesas
variáveis, na estrutura de produção da empresa, ou ainda, de recursos de terceiros a custos de
despesas fixos, em relação aos recursos próprios na estrutura de capital da empresa.
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1ª solução: Uso da estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício
+ 50%
+ 300%
𝑄 × (𝑃𝑉 − 𝐶𝑉)
𝐺𝐴𝑇𝑛𝑜 𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑄 =
1
𝑄 × (𝑃𝑉 − 𝐶𝑉) − 𝐶𝐹 − 𝐽 − (𝐷𝑃 × )
1 − 𝐼𝑅
20.000 × ($5 − $2) 60.000
= = ∴ 𝐺𝐴𝑇 = 6
1 $10.000
20.000 × ($5 − $2) − $10.000 − $20.000 − ($12.000 × )
1 − 0,4
O grau de alavancagem total indica que para a alteração de cada unidade percentual do volume
de vendas, haverá a alteração de 6 unidades percentuais no lucro disponível para os acionistas
ordinários. No caso do exemplo, para um aumento de 50% no volume de vendas, haverá um
aumento de 300% no lucro disponível para os acionistas ordinários. O contrário também é
verdade, para uma queda de 50% no volume de vendas, haverá uma queda de 300% no lucro
disponível para os acionistas ordinários.
Aqui está o risco da alavancagem: quando há uma variação positiva no volume de vendas, o
efeito no lucro disponível para os acionistas ordinários é mais que proporcional a essa variação:
o resultado é alavancado positivamente. Quando há uma variação negativa no volume de
vendas, o efeito no lucro disponível para os acionistas ordinários é mais que proporcional a essa
variação: o resultado é alavancado negativamente.
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A variação do lucro disponível para os acionistas ordinários é linear com a variação do lucro
por ação. Para uma variação positiva de 50% na receita total, houve uma variação positiva de
300% no lucro disponível para os acionistas, ou ainda, de 300% no lucro por ação (LPA).
EXEMPLO: Um investidor está selecionando uma, entre duas empresas, para se associar. Seu
perfil é mais conservador. Assuma o papel de analista financeiro e por meio da alavancagem
financeira indique uma das seguintes empresas para investir.
Empresa 1: Vendeu 100.000 unidades a $2,00 cada no último exercício; seus custos
operacionais são de 1,70 a unidade e seus custos operacionais fixos totalizam $6.000 ao ano.
Os juros são de $10.000 por ano e a alíquota de IR é de 40%.
Empresa 2: Vendeu 100.000 unidades a $2,50 cada no último exercício; seus custos
operacionais são de 1,00 a unidade e seus custos operacionais fixos totalizam $62.500 ao ano.
Os juros são de $17.500 por ano e a alíquota de IR é de 40%.
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EXEMPLO: Calcular a alavancagem total de uma empresa que possui grau de alavancagem
operacional (GAO) igual a 1,2 e grau de alavancagem financeira (GAF) igual a 5,0.
𝐺𝐴𝑇 = 𝐺𝐴𝑂 × 𝐺𝐴𝐹 = 1,2 × 5,0 ∴ 𝐺𝐴𝑇 = 6
A análise da alavancagem é válida tanto para aumento quanto para redução no volume
de atividades da empresa: se a variação no volume de vendas ou no LAJIR forem positivas,
haverá um aumento mais que proporcional no resultado positivo. Se a variação no volume de
vendas ou no LAJIR forem negativas, haverá uma redução mais que proporcional no resultado
negativo.
RESUMO
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Normalmente, o aumento da alavancagem resulta em aumento do risco e do retorno,
se as projeções de resultados favoráveis se confirmarem, caso contrário, as perdas também serão
mais que proporcionais às variações nos níveis de atividade. A redução da alavancagem resulta
em efeito contrário.
REFERÊNCIAS
GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios de Administração Financeira. 10ª Ed. São Paulo:
Pearson Education, 2004.
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