2020.2 - Aula - 12 - Estrutura de Capital e Alavancagem

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CEDERJ – CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA

DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

MATERIAL DIDÁTICO IMPRESSO

CURSO: Engenharia de Produção

DISCIPLINA: Administração Financeira

CONTEUDISTA: Pítias Teodoro

Novembro de 2020
Curso: Engenharia de Produção

Disciplina: Administração Financeira

Conteudista: Pítias Teodoro

AULA 12 – POLÍTICAS FINANCEIRAS DE LONGO PRAZO: estrutura de capital e


alavancagem

META

Apresentar os principais aspectos da política de gestão financeira de longo prazo relacionados


à estrutura de capital e à alavancagem.

OBJETIVOS

1. Entender a relação entre a estrutura de capital e a alavancagem


2. Entender a ocorrência e o efeito da alavancagem operacional
3. Entender a ocorrência e o efeito da alavancagem financeira
4. Entender a ocorrência e o efeito da alavancagem total

1. INTRODUÇÃO

As políticas financeiras de longo prazo relacionadas à alavancagem envolvem a


decisão do nível de custos fixos e custos variáveis na estrutura de capital. A decisão básica da
administração é determinar qual a proporção de custos e despesas fixos e custos e despesas
variáveis para financiar as necessidades de capital de longo prazo. Ao definir esta proporção
estará estabelecido o nível de alavancagem da empresa.

2. ESTRUTURA DE CAPITAL E ALAVANCAGEM

Alavancagem é o produto do uso de ativos ou fundos a custo fixo para multiplicar


retornos para os proprietários da empresa (GITMAN, 2010). Quanto maior a proporção de
recursos a custos fixos na estrutura de capital, maior é a possibilidade de alavancagem de uma
empresa.
Na Figura 12.1 são apresentadas duas estruturas de capital na qual, a primeira estrutura
possui capital próprio (ações ordinárias) como principal fonte de financiamento de longo prazo,
enquanto que a segunda estrutura, possui capital de terceiros (empréstimos) como principal
fonte de financiamento de longo prazo. Quanto maior a participação de capital de terceiros na
estrutura de capital (empréstimos) – a custos fixos – maior é a alavancagem.

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BALANÇO PATRIMONIAL BALANÇO PATRIMONIAL

Passivo circulante Passivo circulante

Ativo Passivo não circulante Ativo


Exigível de longo prazo
circulante Empréstimos circulante
Passivo não circulante
+ + Exigível de longo prazo
Empréstimos Fontes de
Ativo não Patrimônio líquido Ativo não financiamento
circulante Ações ordinárias circulante de longo prazo
Reservas
Patrimônio líquido
Ações ordinárias
Reservas

Figura 12.1: Estruturas de capital


Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

O uso de fontes de financiamento gera obrigações para a empresa ao longo do tempo,


até que este seja quitado. A remuneração dos recursos captados na forma de empréstimos é pré-
estabelecida: os juros a serem pagos não variam. A remuneração na forma de dividendos
ordinários é residual, estabelecida após a apuração e análise dos resultados: os dividendos
ordinários variam. Para nossa discussão, assumiremos que a remuneração na forma de
dividendos preferenciais é pré-estabelecida: os dividendos preferencias não variam.
A presença de recursos a custos fixos na estrutura de capital possibilita a existência de
três tipos básicos de alavancagem, cujo impacto no resultado da empresa pode ser verificado
na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE): Alavancagem operacional; Alavancagem
financeira e Alavancagem total. Na Figura 12.2 cada um desses tipos de alavancagem é
evidenciado.

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Demonstração do resultado do exercício
Receita de vendas
Custo dos produtos vendidos
Alavancagem operacional Lucro bruto
Despesas operacionais
Lucro Operacional (ou LAJIR)
Despesas financeiras (juros) Alavancagem total
Lucro líquido antes do IR
Alavancagem financeira Imposto de renda
Lucro líquido após o IR
Dividendos ações preferenciais
Lucro disponível para acionistas ordinários
Figura 12.2: Tipos de alavancagem
Fonte: Gitamn, 2010, p. 434

A alavancagem operacional resulta da existência de gastos operacionais fixos (custos


e despesas) na estrutura de resultados da empresa. Podemos definir alavancagem operacional
como resultado do uso de gastos fixos (custos e despesas) ao ampliar os efeitos de variações de
vendas sobre o lucro da empresa antes dos juros e do imposto de renda (LAJIR).
A alavancagem financeira resulta da existência de gastos financeiros fixos (juros e
dividendos preferenciais) na estrutura de resultados da empresa. Podemos definir alavancagem
financeira como resultado do uso de gastos fixos (juros e dividendos preferenciais) ao ampliar
os efeitos de variações do lucro antes dos juros e do imposto de renda (LAJIR) sobre o lucro
disponível para os acionistas ordinários.
A alavancagem total é o efeito combinado da alavancagem operacional com a
alavancagem financeira.
Para ilustrar a presença desses três tipos de alavancagem iremos fazer um ajuste na
forma de apresentação dos gastos operacionais (custos e despesas) na demonstração do
resultado do exercício (DRE). Conforme apresentado na Tabela 12.1, o custo dos produtos
vendidos e as despesas operacionais serão segregados em dois grupos: 1) Custos e despesas
fixas e 2) Custos e despesas variáveis. Como o gasto com o uso de capital de terceiros (juros) e
pelo uso de capital próprio na forma de ações preferenciais (dividendos preferenciais) já são
apropriados separadamente, não há necessidade de ajustes nos gastos financeiros.

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Tabela 12.1: Demonstração de resultado do exercício ajustada para cálculo de alavancagem
Demonstração de resultado do exercício Demonstração de resultado do exercício ajustada
Receita total
Custo dos produtos vendidos Receita total
Lucro bruto Custos e despesas fixas
Despesas operacionais Custos e despesas variáveis
Lucro operacional (ou LAJIR) Lucro operacional (ou LAJIR)
Despesas financeiras (juros) Despesas financeiras (juros)
Lucro líquido antes do IR Lucro líquido antes do IR
Imposto de renda Imposto de renda
Lucro líquido após o IR Lucro líquido após o IR
Dividendos das ações preferenciais Dividendos das ações preferenciais
Lucro disponível para acionistas ordinários Lucro disponível para acionistas ordinários
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

3. ALAVANCAGEM OPERACIONAL

Sempre que a variação percentual do LAJIR (também tratado como resultado


operacional em algumas demonstrações), resultante de uma variação percentual das vendas, é
maior do que a variação percentual das vendas, ocorre alavancagem operacional. Isso significa
que irá existir alavancagem quando o grau de alavancagem operacional (GAO) for maior que
1. O grau de alavancagem operacional pode ser determinado por meio da Equação 12.1.

𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐿𝐴𝐽𝐼𝑅


𝐺𝐴𝑂 = Eq. 12.1
𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑎𝑠 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠

A alavancagem operacional também pode ser calculada por meio da Equação 12.2

𝑄 × (𝑃𝑉 − 𝐶𝑉)
𝐺𝐴𝑂𝑛𝑜 𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑄 = Eq. 12.2
𝑄 × (𝑃𝑉 − 𝐶𝑉) − 𝐶𝐹

Em que,
Q: Quantidade de unidades vendidas no nível de referência
PV: Preço de venda unitário
CV: Custo variável unitário
CF: Custo fixo

Quanto maior a proporção de ativos a custos e despesas fixos, em relação a ativos a


custos e despesas variáveis, na estrutura de produção e ou prestação de serviços de uma
empresa, maior é sua alavancagem operacional.

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A alavancagem operacional pode ser desejada pelos gestores e proprietários de
empresas se o nível de atividade for superior ao ponto de equilíbrio do ativo em análise.
Entretanto, traz risco em função dos gastos a serem desembolsados, associados ao uso de ativos
a custos e despesas fixos, haja vista que a empresa terá de gastar com esses ativos em valores e
datas pré-estabelecidos, independentemente, de seu nível de atividade.
Se uma tendência de aumento nas atividades ocorre, os resultados favoráveis, apurados
por meio do LAJIR, serão mais que proporcionais às variações da receita total. Isso ocorre
porque os custos e despesas totais não irão aumentar na mesma proporção das receitas, em
função de que parte dos custos e das despesas da empresa são fixos. Estes ocorrem
periodicamente, com o passar do tempo, e não variam com o aumento do volume de produção
e ou prestação de serviços.
Se uma tendência de redução nas atividades ocorre, os resultados desfavoráveis,
apurados por meio do LAJIR, serão mais que proporcionais às variações da receita total. Isso
ocorre porque os custos e despesas totais não irão reduzir na mesma proporção das receitas, em
função de que parte dos custos e das despesas da empresa são fixos. Estes ocorrem
periodicamente, com o passar do tempo, e não variam com a redução do volume de produção e
ou prestação de serviços.
O resultado mais favorável é consequência do uso mais intensivo de uma estrutura de
produção a custos e despesas fixas, já o resultado mais desfavorável é consequência da
ociosidade de uma estrutura de produção a custos e despesas fixos. Essas situações serão
potencializadas quanto maior for a alavancagem operacional da empresa, ou ainda, quanto
maior a proporção de ativos a custos de despesas fixos, em relação a ativos a custos e despesas
variáveis, na estrutura de produção da empresa.

EXEMPLO: Uma empresa que fornece um componente para indústrias de equipamentos


eletrônicos por $5 a unidade, com custo variável de $2 a unidade, possui despesas e custos fixos
de $10.0000 por mês. Os gestores desta empresa querem saber qual o efeito da presença de
custos operacionais fixos – alavancagem operacional – se a empresa aumentar em 50% o
volume de produção atual de 20.000 unidades por mês.

1) Valor do volume de produção de referência: 20.000 unidades


2) Aumento de 50% no volume de vendas
3) Preço de venda unitário: $5
4) Custo variável unitário: $2
5) Custo fixo de $10.000 por mês

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1ª solução: Uso da estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício

+ 50%

Vendas (unidades) 20.000 30.000

Receita total 100.000 150.000

Custos e despesas fixos 10.000 10.000 ∆ % 𝐿𝐴𝐽𝐼𝑅 +60%


𝐺𝐴𝑂 = = = 1,2
Custos e despesas variáveis 40.000 60.000 ∆ % 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 +50%

Lucro operacional (ou LAJIR) 50.000 80.000

+ 60%
ATENÇÃO: Esta análise também poderia ser realizada tendo a receita total como referência.
Veja que a variação no volume de vendas e da receita total é linear: para um aumento de 50%
no número de unidades, há um aumento do 50% no volume de receita total.

2ª solução: Uso do nível de referência de vendas: 20.000 unidades.

𝑄 × (𝑃𝑉 − 𝐶𝑉) 20.000 × ($5 − $2) $60.000


𝐺𝐴𝑂𝑛𝑜 𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑄 = = = ∴ 𝐺𝐴𝑂 = 1,2
𝑄 × 𝑃𝑉 − 𝐶𝑉 − 𝐶𝐹 20.000 ×
( ) ($5 − $2) − $10.000 $50.000

O grau de alavancagem operacional indica que, para a alteração de cada unidade percentual do
volume de vendas (ou na receita total), haverá a alteração de 1,2 unidade percentual monetária
no LAJIR.
No caso do exemplo, para um aumento de 50% no volume de vendas, haverá um aumento de
60% no valor do LAJIR. O contrário também é verdade, para uma queda de 50% no volume de
vendas, haverá uma queda de 60% no valor do LAJIR.
Aqui está o risco da alavancagem: quando há uma variação positiva no volume de vendas, o
efeito no LAJIR é mais que proporcional a essa variação: o resultado é alavancado
positivamente. Quando há uma variação negativa no volume de vendas, o efeito no LAJIR é
mais que proporcional a essa variação: o resultado é alavancado negativamente.

EXEMPLO: Um investidor está selecionando uma, entre duas empresas, para se associar. Seu
perfil é mais conservador. Assuma o papel de analista financeiro e por meio da alavancagem
operacional indique uma das seguintes empresas para investir.

Empresa 1: Vendeu 100.000 unidades a $2,00 cada no último exercício; seus custos
operacionais são de 1,70 a unidade e seus custos operacionais fixos totalizam $6.000 ao ano.
Os juros são de $10.000 por ano e a alíquota de IR é de 40%.

Empresa 2: Vendeu 100.000 unidades a $2,50 cada no último exercício; seus custos
operacionais são de 1,00 a unidade e seus custos operacionais fixos totalizam $62.500 ao ano.
Os juros são de $17.500 por ano e a alíquota de IR é de 40%.

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Grau de alavancagem operacional da empresa 1:

𝑄 × (𝑃 − 𝐶𝑉) 100.000 × (2,00 − 1,70)


𝐺𝐴𝑂𝑛𝑜 𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑑𝑒 100.000 = = ∴ 𝐺𝐴𝑂 = 1,25
𝑄 × (𝑃 − 𝐶𝑉) − 𝐶𝐹 100.000 × (2,00 − 1,70) − 6.000

Grau de alavancagem operacional da empresa 2:

𝑄 × (𝑃 − 𝐶𝑉) 100.000 × (2,50 − 1,00)


𝐺𝐴𝑂𝑛𝑜 𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑑𝑒 100.000 = = ∴ 𝐺𝐴𝑂 = 1,71
𝑄 × (𝑃 − 𝐶𝑉) − 𝐶𝐹 100.000 × (2,50 − 1,00) − 62.500

Resposta: A alavancagem operacional da Empresa 1 (GAO = 1,25) é menor que o da Empresa


2 (GAO = 1,71). Como o perfil do investidor é conservador, pelo ponto de vista operacional,
ele deve selecionar a Empresa 1, pois sua estrutura de custos e despesas fixos está menos
alavancada, quando comparado com a estrutura de custos e despesas fixos da Empresa 2, logo,
possui um risco operacional menor, quando comparado com esta.

4. ALAVANCAGEM FINANCEIRA

Sempre que a variação percentual do Lucro disponível para os acionistas ordinários,


resultante de uma variação percentual do LAJIR, é maior que a variação percentual do LAJIR,
ocorre alavancagem financeira. Isso significa que irá existir alavancagem quando o grau de
alavancagem financeira (GAF) for maior que 1. O grau de alavancagem financeira pode ser
determinado por meio da Equação 12.3.

𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜𝑠 𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑖𝑠𝑡𝑎𝑠 𝑜𝑟𝑑𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑜𝑠


𝐺𝐴𝐹 = Eq. 12.3
𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐿𝐴𝐽𝐼𝑅

A alavancagem financeira também pode ser calculada por meio da Equação 12.4

𝐿𝐴𝐽𝐼𝑅
𝐺𝐴𝐹𝑛𝑜 𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑑𝑜 𝐿𝐴𝐽𝐼 = Eq. 12.4
1
𝐿𝐴𝐽𝐼𝑅 − 𝐽 − (𝐷𝑃 × )
1 − 𝐼𝑅

Em que,
LAJIR: Lucro antes dos juros e do imposto de renda no nível de referência
J: Valor dos juros
DP: Valor dos dividendos preferenciais
IR: Alíquota de imposto de renda no qual a empresa está enquadrada

Quanto maior o uso de capital de terceiros, a custos e despesas fixos, em relação a ao


uso capital próprio a custos e despesas variáveis, na estrutura de capital de uma empresa, maior
é sua alavancagem financeira.
A alavancagem financeira pode ser desejada pelos gestores e proprietários de empresas
se os custos e despesas relacionados ao empréstimo for menor que o resultado que se espera

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obter por meio de seu emprego. Entretanto, traz risco em função dos gastos a serem
desembolsados, associados ao uso de capital de terceiros a custos e despesas fixos, haja vista
que a empresa terá que remunerar (juros) e amortizar (principal) os empréstimos em valores e
datas pré-estabelecidos, independentemente, de seu nível de atividade.
Se uma tendência de aumento nas atividades ocorre, os resultados favoráveis, apurados
por meio do lucro líquido, serão mais que proporcionais às variações do LAJIR. Isso ocorre
porque a remuneração do capital de terceiros possui um valor fixo, ela é regida por contrato, é
definida no momento da operação de financiamento, não varia com o aumento do LAJIR.
Se uma tendência de redução nas atividades ocorre, os resultados desfavoráveis,
apurados por meio do lucro líquido, serão mais que proporcionais às variações do LAJIR. Isso
ocorre porque a remuneração do capital de terceiros possui um valor fixo, ela é regida por
contrato, é definida no momento da operação de financiamento, não varia com a queda do
LAJIR.
O resultado mais favorável é consequência do nível de retorno maior que o gasto com
a remuneração do uso de capital de terceiros, já o resultado mais desfavorável é consequência
do nível de retorno menor que o gasto com a remuneração do uso de capital de terceiros. Essas
situações serão potencializadas quanto maior for a alavancagem financeira da empresa, ou
ainda, quanto maior a proporção de recursos de terceiros a custos de despesas fixos, em relação
aos recursos próprios, na estrutura de capital da empresa.
Pelo fato do valor dos dividendos preferenciais serem pré-estabelecidos, sua
remuneração equipara-se àquela do uso de capital de terceiros: é uma despesa financeira fixa.

EXEMPLO: Uma empresa que fornece um componente para indústrias de equipamentos


eletrônicos possui despesas financeiras na forma de juros no valor de $20.000/mês e na forma
de dividendos preferenciais no valor de $72.000/semestre e sua alíquota de imposto de renda é
40%. Os gestores desta empresa querem saber qual o efeito no lucro disponível para os
acionistas e no lucro por ação (ação), dado que a empresa emitiu 10.000 ações ordinárias, da
presença de custos financeiros fixos – alavancagem financeira – se a empresa aumentar em 60%
o LAJIR atual de $50.000.

1) Valor do LAJIR de referência: $50.000


2) Aumento de 60% no LAJIR
3) Juros: $20.000 por mês
4) Dividendos preferenciais: $12.000 por mês
6) Alíquota de IR de 40%

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1ª solução: Uso da estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício

+ 60%

Lucro operacional (ou LAJIR) 50.000 80.000

Despesas financeiras (juros) 20.000 20.000

Lucro líquido antes do IR 30.000 60.000

Imposto de renda (40%) 12.000 24.000


∆ % 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜 +300%
Lucro líquido após o IR 18.000 36.000 𝐺𝐴𝐹 = = = 5,0
∆ % 𝐿𝐴𝐽𝐼𝑅 +60%
Dividendos das ações
12.000 12.000
preferenciais
Lucro disponível p/ acionistas
6.000 24.000
ordinários

0,60 2,40
LPA

+ 300%

2ª solução: Uso do nível de referência do LAJIR: $50.000

𝐿𝐴𝐽𝐼𝑅 $50.000 $50.000


𝐺𝐴𝐹 = = = ∴ 𝐺𝐴𝐹 = 5,0
1 1 $10.000
𝐿𝐴𝐽𝐼𝑅 − 𝐽 − (𝐷𝑃 × ) $50.000 − $20.000 − ($12.000 × )
1 − 𝐼𝑅 1 − 0,4

O grau de alavancagem financeira indica que, para a alteração de cada unidade percentual
monetária do LAJIR, haverá a alteração de 5 unidades percentuais monetária no lucro
disponível para os acionistas ordinários. No caso do exemplo, para um aumento de 60% no
LAJIR, haverá um aumento de 300% no lucro para os acionistas ordinários, ou no lucro por
ação (LPA). O contrário também é verdade, para uma queda de 60% no LAJIR, haverá uma
queda de 300% no lucro para os acionistas ordinários, ou no lucro por ação (LPA).

Aqui está o risco da alavancagem: quando há uma variação positiva no valor do LAJIR, o efeito
no lucro para os acionistas ordinários é mais que proporcional a essa variação: o resultado é
alavancado positivamente. Quando há uma variação negativa no valor do LAJIR, o efeito no
lucro para os acionistas ordinários é mais que proporcional a essa variação: o resultado é
alavancado negativamente.

A variação do lucro disponível para os acionistas ordinários é linear com a variação do lucro
por ação. Para uma variação positiva de 60% no LAJIR, houve uma variação positiva de 300%
no lucro disponível para os acionistas, ou ainda, de 300% no lucro por ação (LPA).

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EXEMPLO: Um investidor está selecionando uma, entre duas empresas, para se associar. Seu
perfil é mais conservador. Assuma o papel de analista financeiro e por meio da alavancagem
financeira indique uma das seguintes empresas para investir.

Empresa 1: Vendeu 100.000 unidades a $2,00 cada no último exercício; seus custos
operacionais são de 1,70 a unidade e seus custos operacionais fixos totalizam $6.000 ao ano.
Os juros são de $10.000 por ano e a alíquota de IR é de 40%.

Empresa 2: Vendeu 100.000 unidades a $2,50 cada no último exercício; seus custos
operacionais são de 1,00 a unidade e seus custos operacionais fixos totalizam $62.500 ao ano.
Os juros são de $17.500 por ano e a alíquota de IR é de 40%.

Grau de alavancagem financeira da empresa 1:


𝐿𝐴𝐽𝐼 24.000
𝐺𝐴𝐹𝑛𝑜 𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑑𝑜 𝐿𝐴𝐽𝐼 𝑑𝑒 24.000 = = ∴ 𝐺𝐴𝐹 = 1,71
1 1
𝐿𝐴𝐽𝐼 − 𝐼 − (𝐷𝑃 × ) 24.000 − 10.000 − (0 × )
1−𝑇 1 − 0,4

Grau de alavancagem financeira da empresa 2:


𝐿𝐴𝐽𝐼 87.500
𝐺𝐴𝐹𝑛𝑜 𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑑𝑜 𝐿𝐴𝐽𝐼 𝑑𝑒 87.500 = = ∴ 𝐺𝐴𝐹 = 1,25
1 1
𝐿𝐴𝐽𝐼 − 𝐼 − (𝐷𝑃 × ) 87.500 − 17.000 − (0 × )
1−𝑇 1 − 0,4

Resposta: A alavancagem financeira da Empresa 2 (GAF = 1,25) é menor que o da Empresa 1 (GAF =
1,71). Como o perfil do investidor é conservador, pelo ponto de vista financeiro, ele deve selecionar
a Empresa 2, pois sua estrutura de capital está menos alavancada quando comparado com a
estrutura de capital da Empresa 1, logo, possui um risco financeiro menor, quando comparado
com esta.

5. ALAVANCAGEM TOTAL

Sempre que a variação percentual do Lucro disponível para os acionistas ordinários,


ou no lucro por ação (LPA), resultante de uma variação percentual das vendas, é maior do que
a variação percentual das vendas, ocorre a alavancagem total. Isso significa que irá existir
alavancagem quando o grau de alavancagem total (GAT) for maior que 1. O grau de
alavancagem total pode ser determinado por meio da Equação 12.5

𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜𝑠 𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑖𝑠𝑡𝑎𝑠 𝑜𝑟𝑑𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑜𝑠


𝐺𝐴𝑇 = Eq. 12.5
𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑎𝑠 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠

A alavancagem total também pode ser calculada por meio da Equação 12.6.

𝑄 × (𝑃𝑉 − 𝐶𝑉)
𝐺𝐴𝑇𝑛𝑜 𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑄 = Eq. 12.6
1
𝑄 × (𝑃𝑉 − 𝐶𝑉) − 𝐶𝐹 − 𝐽 − (𝐷𝑃 × )
1 − 𝐼𝑅

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Em que,
Q: Quantidade de unidades vendidas no nível de referência
PV: Preço de venda unitário
CV: Custo variável unitário
CF: Custo fixo
LAJI: Lucro antes dos juros e do imposto de renda no nível de referência
J: Valor dos juros
DP: Valor dos dividendos preferenciais
IR: Alíquota de imposto de renda no qual a empresa está enquadrada

Quanto maior a proporção de ativos a custos e despesas fixos operacionais, em relação


a ativos a custos e despesas variáveis operacionais, na estrutura de produção e ou prestação de
serviços de uma empresa e, quanto maior o uso de capital de terceiros, a custos e despesas fixos,
em relação a ao uso capital próprio a custos e despesas variáveis, na estrutura de capital de uma
empresa, maior é sua alavancagem total.
A alavancagem total pode ser desejada pelos gestores e proprietários de empresas se o
nível de atividade for superior ao ponto de equilíbrio do ativo em análise e o se os custos e
despesas relacionados ao uso de capital de terceiros for menor que o resultado que se espera
obter por meio de seu emprego. Entretanto, traz risco em função dos gastos a serem
desembolsados, associados ao uso de ativos a custos e despesas fixos, haja vista que a empresa
terá de gastar com esses ativos valores em datas pré-estabelecidas, independentemente, de seu
nível de atividade.
Se uma tendência de aumento nas atividades ocorre, os resultados favoráveis, apurados
por meio do lucro líquido, serão mais que proporcionais às variações da receita total. Isso ocorre
porque os custos e despesas totais, bem como os juros e amortizações, não irão aumentar na
mesma proporção das receitas, em função de que parte destes gastos são fixos, ocorrem
periodicamente, com o passar do tempo, não variam com o aumento do volume de produção e
ou prestação de serviços.
Se uma tendência de redução nas atividades ocorre, os resultados desfavoráveis,
apurados por meio do lucro líquido, serão mais que proporcionais às variações da receita total.
Isso ocorre porque os custos e despesas totais, bom como os juros e amortizações, não irão
reduzir na mesma proporção das receitas, em função de que parte destes gastos são fixos,
ocorrem periodicamente, com o passar do tempo, não variam com a queda do volume de
produção e ou prestação de serviços.
O resultado mais favorável é consequência do uso mais intensivo de uma estrutura de
produção a custos e despesas fixas, ou ainda, do nível de retorno maior que o gasto com a

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remuneração do uso de capital de terceiros. Já o resultado mais desfavorável é consequência do
da ociosidade de uma estrutura de produção a custos e despesas fixos, ou ainda, do nível de
retorno menor que o gasto com a remuneração do uso de capital de terceiros. Essas situações
serão potencializadas quanto maior for a alavancagem financeira da empresa, ou ainda, quanto
maior a proporção de ativos a custos de despesas fixos, em relação a ativos a custos e despesas
variáveis, na estrutura de produção da empresa, ou ainda, de recursos de terceiros a custos de
despesas fixos, em relação aos recursos próprios na estrutura de capital da empresa.

EXEMPLO: Uma empresa que fornece um componente para indústrias de equipamentos


eletrônicos, por $5 a unidade, com custo variável de $2 a unidade, possui despesas e custos
fixos de $10.0000 por mês. Essa empresa financia suas atividades com o uso de capital de
terceiros e com o uso de capital próprio incorrendo nas seguintes despesas financeiras: juros no
valor de $20.000/mês e dividendos preferenciais no valor de $72.000/semestre e sua alíquota
de imposto de renda é 40%. Os gestores desta empresa querem saber qual o efeito combinado
no lucro disponível para os acionistas e no lucro por ação (LPA), dado que a empresa emitiu
10.000 ações ordinárias, da presença de custos operacionais fixos e custos financeiros fixos –
alavancagem total – se a empresa aumentar em 50% o volume de produção atual de 20.000
unidades por mês.

1) Valor do volume de produção de referência: 20.000 unidades


2) Aumento de 50% no volume de vendas
3) Preço de venda unitário: $5
4) Custo variável unitário: $2
5) Custo fixo de $10.000 por mês
6) Juros: $20.000 por mês
7) Dividendos preferenciais: $12.000 por mês
8) Alíquota de IR de 40%

13
1ª solução: Uso da estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício
+ 50%

Vendas (unidades) 20.000 30.000

Receita total 100.000 150.000

Custos e despesas fixas 10.000 10.000

Custos e despesas variáveis 40.000 60.000

Lucro operacional (ou LAJIR) 50.000 80.000

Despesas financeiras (juros) 20.000 20.000


∆ % 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜 +300%
Lucro líquido antes do IR 30.000 60.000 𝐺𝐴𝑇 = = = 6,0
∆ % 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 +50%
Imposto de renda (40%) 12.000 24.000

Lucro líquido após o IR 18.000 36.000


Dividendos das ações
12.000 12.000
preferenciais
Lucro disponível p/ acionistas
6.000 24.000
ordinários
0,60 2,40
LPA

+ 300%

2ª solução: Uso do nível de referência de vendas: 20.000 unidades.

𝑄 × (𝑃𝑉 − 𝐶𝑉)
𝐺𝐴𝑇𝑛𝑜 𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑄 =
1
𝑄 × (𝑃𝑉 − 𝐶𝑉) − 𝐶𝐹 − 𝐽 − (𝐷𝑃 × )
1 − 𝐼𝑅
20.000 × ($5 − $2) 60.000
= = ∴ 𝐺𝐴𝑇 = 6
1 $10.000
20.000 × ($5 − $2) − $10.000 − $20.000 − ($12.000 × )
1 − 0,4

O grau de alavancagem total indica que para a alteração de cada unidade percentual do volume
de vendas, haverá a alteração de 6 unidades percentuais no lucro disponível para os acionistas
ordinários. No caso do exemplo, para um aumento de 50% no volume de vendas, haverá um
aumento de 300% no lucro disponível para os acionistas ordinários. O contrário também é
verdade, para uma queda de 50% no volume de vendas, haverá uma queda de 300% no lucro
disponível para os acionistas ordinários.

Aqui está o risco da alavancagem: quando há uma variação positiva no volume de vendas, o
efeito no lucro disponível para os acionistas ordinários é mais que proporcional a essa variação:
o resultado é alavancado positivamente. Quando há uma variação negativa no volume de
vendas, o efeito no lucro disponível para os acionistas ordinários é mais que proporcional a essa
variação: o resultado é alavancado negativamente.

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A variação do lucro disponível para os acionistas ordinários é linear com a variação do lucro
por ação. Para uma variação positiva de 50% na receita total, houve uma variação positiva de
300% no lucro disponível para os acionistas, ou ainda, de 300% no lucro por ação (LPA).

EXEMPLO: Um investidor está selecionando uma, entre duas empresas, para se associar. Seu
perfil é mais conservador. Assuma o papel de analista financeiro e por meio da alavancagem
financeira indique uma das seguintes empresas para investir.

Empresa 1: Vendeu 100.000 unidades a $2,00 cada no último exercício; seus custos
operacionais são de 1,70 a unidade e seus custos operacionais fixos totalizam $6.000 ao ano.
Os juros são de $10.000 por ano e a alíquota de IR é de 40%.

Empresa 2: Vendeu 100.000 unidades a $2,50 cada no último exercício; seus custos
operacionais são de 1,00 a unidade e seus custos operacionais fixos totalizam $62.500 ao ano.
Os juros são de $17.500 por ano e a alíquota de IR é de 40%.

Grau de alavancagem total da empresa 1:


𝑄 × (𝑃 − 𝐶𝑉)
𝐺𝐴𝑇𝑛𝑜 𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑑𝑒 100.000 =
1
𝑄 × (𝑃 − 𝐶𝑉) − 𝐶𝐹 − 𝐼 − (𝐷𝑃 × )
1−𝑇
100.000 × (2,00 − 1,70)
= ∴ 𝐺𝐴𝑇 = 2,14
1
100.000 × (2,00 − 1,70) − 6.000 − 10.000 − (0 × )
1 − 0,4

Grau de alavancagem total da empresa 2:


𝑄 × (𝑃 − 𝐶𝑉)
𝐺𝐴𝑇𝑛𝑜 𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑑𝑒 100.000 = =
1
𝑄 × (𝑃 − 𝐶𝑉) − 𝐶𝐹 − 𝐼 − (𝐷𝑃 × )
1−𝑇
100.000 × (2,50 − 1,00)
= ∴ 𝐺𝐴𝑇 = 2,14
1
100.000 × (2,50 − 1,00) − 62.500 − 17.500 − (0 × )
1 − 0,4

Resposta: Ao considerar simultaneamente os aspectos operacionais e financeiros, o investidor


pode selecionar qualquer uma das duas empresas. A alavancagem total das duas empresas é igual
(GAT = 2,14), logo, estão expostas ao mesmo nível de risco, decorrente de alavancagem. Entretanto, a
Empresa 1possui maior risco financeiro (GAF = 1,71) quando comparado com à Empresa 2 (GAF =
1,25). Ao contrário, a Empresa 1 possui menor risco operacional (GAO = 1,25) quando comparado com
a Empresa 2 (GAO = 1,71). O maior risco operacional de uma empresa é compensado por seu
menor risco financeiro; enquanto que com a outra empresa ocorre o inverso, o maior risco
financeiro é compensado por seu menor risco operacional.

Se o grau de alavancagem operacional e o grau de alavancagem forem conhecidos, é


possível calcular o grau de alavancagem total por meio da Equação 12.7

𝐺𝐴𝑇 = 𝐺𝐴𝑂 × 𝐺𝐴𝐹 Eq. 12.7

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EXEMPLO: Calcular a alavancagem total de uma empresa que possui grau de alavancagem
operacional (GAO) igual a 1,2 e grau de alavancagem financeira (GAF) igual a 5,0.
𝐺𝐴𝑇 = 𝐺𝐴𝑂 × 𝐺𝐴𝐹 = 1,2 × 5,0 ∴ 𝐺𝐴𝑇 = 6

A análise da alavancagem é válida tanto para aumento quanto para redução no volume
de atividades da empresa: se a variação no volume de vendas ou no LAJIR forem positivas,
haverá um aumento mais que proporcional no resultado positivo. Se a variação no volume de
vendas ou no LAJIR forem negativas, haverá uma redução mais que proporcional no resultado
negativo.

RESUMO

As políticas financeiras de longo prazo relacionadas à alavancagem envolvem a


decisão do nível de custos fixos e custos variáveis na estrutura de capital. A decisão básica da
administração é determinar qual a proporção de custos e despesas operacionais fixos e custos e
despesas operacionais variáveis, bem como a proporção de uso de recursos financeiros a custos
e despesas fixos (capital de terceiros e acionistas preferenciais) em relação ao uso de recursos
financeiros a custos e despesas variáveis (acionistas ordinários). Ao definir estas proporções
estarão estabelecidas as alavancagens operacional e financeira, logo a alavancagem total da
empresa.
Os gestores de uma empresa podem assumir algum risco relacionado à sua estrutura
de capital com a expectativa de aumentar os ganhos decorrentes da variação do nível de
atividade da empresa. A definição da estrutura de capital em relação à proporção de custos e
despesas operacionais fixos e despesas financeiras fixas vai definir o nível de risco operacional
e financeiro, respectivamente.
O gasto operacional fixo gera alavancagem operacional, enquanto que o gasto
financeiro fixo gera alavancagem financeira. A combinação destes dois tipos de alavancagem
gera a alavancagem total. Quanto maior a proporção de recursos a custos fixos (operacionais e
ou financeiros) na estrutura de capital, maior é a alavancagem de uma empresa.
Quanto maior a proporção de ativos com custos e despesas operacionais fixos na
estrutura de capital, maior o risco operacional, dado que essas obrigações terão que ser pagas,
em valor e datas pré-estabelecidos, independentemente do nível de atividade. O mesmo ocorre
com a maior proporção de capital de terceiros na estrutura de capital, pelo mesmo motivo: essas
obrigações financeiras fixas (juros e dividendos preferenciais) terão que ser pagas em valor e
datas pré-estabelecidos, independentemente do nível de atividade.

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Normalmente, o aumento da alavancagem resulta em aumento do risco e do retorno,
se as projeções de resultados favoráveis se confirmarem, caso contrário, as perdas também serão
mais que proporcionais às variações nos níveis de atividade. A redução da alavancagem resulta
em efeito contrário.

REFERÊNCIAS

BRIGHAM, Eugene F.; EHRHARDT, Michael C. Administração Financeira - Teoria e Prática.


10ª Ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006.

GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios de Administração Financeira. 10ª Ed. São Paulo:
Pearson Education, 2004.

ROSS, Stephen A.; WESTERFIELD, Randolph W.; JAFFE, Jeffrey F. Administração


Financeira – Corporate Finance. 2ª Ed. São Paulo:Atlas, 2002.

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