Apost. Paisagismo Urb
Apost. Paisagismo Urb
Apost. Paisagismo Urb
PAISAGISMO II
Paisagismo Urbano
& MACROPAISAGISMO
APRESENTAÇÃO
Marília/ SP
2013
SUMÁRIO
1. Macropaisagismo
2. Paisagismo Urbano
Conceitos E Definições
9. Planejamento e Legislação
11. Praça
12. Parques
Referências
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MACRO PAISAGISMO
O paisagismo urbano tem por objeto os espaços abertos (não construídos) e as áreas
livres, com funções de recreação, amenização e circulação, entre outras, sendo
diferenciadas entre si pelas dimensões físicas, abrangência espacial, funcionalidade,
tipologia ou quantidade de cobertura vegetal.
PAISAGISMO URBANO
Para a arborização de ruas, normalmente cada cidade tem suas regras e modelos
estabelecidos por profissionais da área, que irão avaliar ruas, avenidas, praças, parques,
jardins públicos e, após, implantar seu projeto de forma mais adequada às condições da
cidade.
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O paisagismo não é um simples jardim e sim um espaço externo que, em harmonia com a
arquitetura, procura proporcionar lazer, convívio social, esporte, cultura, contemplação e
educação ambiental, trazendo dignidade e qualidade de vida a todos. Na residência, no edifício
comercial e nos institucionais, o paisagismo, incluindo os jardins, cria espaços de lazer,
contemplação, valorizam o empreendimento e os visuais, além de outros benefícios em cada
situação.
A paisagem urbana
A vegetação, como um todo, tem sido de grande importância na melhoria das
condições de vida nos centros urbanos. Com o crescimento populacional das cidades,
depara-se com a falta de um planejamento urbano.
Os solos, por sua vez, responsáveis pelo suporte físico das árvores e pelo substrato
nutritivo do qual depende seu desenvolvimento, apresentam-se compactados nas cidades
devido ao grande número de pavimentações que não permitem o escoamento das águas.
Resíduos sólidos, despejos residenciais e industriais poluem e comprometem o solo urbano.
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poluição sonora, melhoria da qualidade do ar, redução da amplitude térmica, abrigo para
pássaros e harmonia estética amenizando a diferença entre a escala humana e outros
componentes arquitetônicos como prédios, muros e grandes avenidas.
Existe uma dificuldade com relação aos diferentes termos utilizados sobre as áreas verdes
urbanas. Similaridades e diferenciações entre termos como áreas livres, espaços abertos, áreas
verdes, sistemas de lazer, praças, parques urbanos, unidades de conservação em área urbana,
arborização urbana e tantos outros, confundem os profissionais que trabalham nessa área. Esse
problema existe nos níveis de pesquisa, ensino, planejamento e gestão dessas áreas, e
conseqüentemente, nos veículos de comunicação. Nesse sentido foi desenvolvido um trabalho
por Lima et all ( 1994 ), na tentativa de definir esses termos, através de consultas a profissionais
que trabalham nessa área e a experiência do grupo que desenvolveu o trabalho. A seguir
seguem algumas definições retiradas desse trabalho:
c. Parque Urbano: é uma área verde, com função ecológica, estética e de lazer,
entretanto com uma extenção maior que as praças e jardins públicos.
d. Praça: como área verde, tem a função principal de lazer. Uma praça, inclusive,
pode não ser uma área verde, quando não tem vegetação e encontra-se impermeabilizada (
exemplo, a Praça da Sé em São Paulo). No caso de ter vegetação é considerada Jardim.
e. Arborização Urbana: diz respeito aos elementos vegetais de porte arbóreo, dentro
da cidade. Nesse enfoque, as árvores plantadas em calçadas, fazem parte da arborização
urbana, porém, não integram o sistema de áreas verdes.
f. Área Livre e Área Aberta: são termos que devem ter sua utilização evitada, pela
imprecisão na sua aplicação.
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As cidades, assim como o meio natural, possuem entrada, tocas e saída de matéria e
energia. Nesse sentido, pode ser considerada como um ecossistema. A Ecologia Urbana é a
área do conhecimento responsável pelo estudo das cidades sob a ótica ecológica.
Em suma, somos uma espécie que consome bastante recursos naturais, desperdiça
muitos bens e produtos e polui bastante o ambiente que co-habitamos com outros seres vivos.
O ciclo das águas é alterado pela impermeabilização do solo, onde a água pluvial escorre
por galerias e sistemas de drenagem, tornando essa água imprópria para uso. Os cursos d’água
são retificados, não respeitando a existência e necessidade das matas ciliares. Assim as águas
atingem os fundos de vale rapidamente e, não tendo condições de vazão suficiente, causam as
enchentes. Além disso, as águas carregam para os rios materiais, como terra, lixo, entulho que
contribuem com o assoreamento dos mesmos.
O maior problema com relação ao relevo são os cortes e aterros de grandes extensões,
causando compactação e erosão dos solos.
A vegetação natural é quase totalmente dizimada e substituída por ruderais ou por plantas
exóticas, muitas vezes com pequena função ecológica.
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A função social está intimamente relacionada com a possibilidade de lazer que essas
áreas oferecem à população. Com relação à este aspecto, deve-se considerar a necessidade de
hierarquização, segundo as tipologias e categorias de espaços livres, tema que será abordado a
seguir.
A função educativa está relacionada com a possibilidade imensa que essas áreas
oferecem como ambiente para o desenvolvimento de atividades extra-classe e de programas de
educação ambiental.
No entanto, a serventia das áreas verdes nas cidades está intimamente relacionada com a
quantidade, a qualidade e a distribuição das mesmas dentro da malha urbana. Com relação à
quantidade, a seguir iremos discutir a questão do índice de áreas verdes públicas e outros
índices que mensuram a quantidade de vegetação nas cidades. Com relação à qualidade e
distribuição, pretende-se abordar a questão da hierarquização dos espaços livres e aspectos
relacionados à manutenção, conservação e planejamento dessas áreas.
O índice de áreas verdes é aquele que expressa a quantidade de espaços livres de uso
público, em Km2 ou m2, pela quantidade de habitantes que vive em uma determinada cidade.
Então, neste cômputo, entram as praças, os parques e os cemitérios, ou seja, aqueles espaços
cujo acesso da população é livre. Vale salientar que dever-se-ia trabalhar com um primeiro valor
que é em função da quantidade total das áreas existentes e um segundo, recalculado, que
expresse quantas dessas áreas estão sendo realmente utilizadas, após uma avaliação do seu
estado de uso e conservação. Este índice se refere àquelas áreas verdes que desempenham
todas as funções descritas no item anterior. No entanto, está intimamente ligado à função de
lazer que desempenham ou que podem desempenhar.
Outro índice que pode ser gerado é o índice de cobertura vegetal em área urbana. Para
obtenção desse índice é necessário o mapeamento de toda cobertura vegetal de um bairro ou
cidade e posteriormente quantificado em m 2 ou Km2.Conhecendo-se a área total estudada,
também em m2 ou km2, chega-se posteriormente à porcentagem de cobertura vegetal que existe
naquele bairro ou cidade. Se mapearmos somente as árvores, então esse índice expressará
somente a cobertura vegetal de porte arbóreo. Nucci (1996), em sua tese de doutorado, fez
esse lavamento para o Distrito de Santa Cecília, na cidade de São Paulo. Neste trabalho o autor
mapeou as "manchas de verde", obteve o valor em m2 e depois dividiu pela população residente
naquele bairro, chegando a um índice que ele denominou índice de verde por habitante. Neste
caso ele considerou todo o verde existente no bairro, independente de ser área pública ou
particular e não se preocupando, neste caso, com o acesso da população a essas áreas. Em
seguida o autor diferenciou as áreas verdes públicas, das particulares e obteve também o índice
de áreas verdes.
Oliveira (1997), em sua dissertação de mestrado, fez um levantamento das áreas públicas
de São Carlos e obteve dois índices diferentes. O primeiro, denominado percentual de áreas
verdes (PVA), foi estimado para grandes áreas da cidade que o autor chamou de unidades de
gerenciamento. Neste índice entraram todas as áreas verdes públicas da cidade,
independentemente da sua acessibilidade à população. Diferentes valores foram obtidos para
as diferentes unidades de gerenciamento. Em seguida, o autor calculou o índice de áreas
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verdes (IAV), considerando somente aquelas áreas verdes públicas de acesso livre para a
população. Neste caso os índices foram obtidos para setores da cidade. Também chegou ao
índice de áreas verdes para a cidade como um todo. O valor obtido foi de 2,65 m2/hab. segundo
o autor este último índice é um indicador de qualidade de vida da população, expressando a
oferta de área verde "per capta".
"Ainda em relação aos índices é importante comentar que está difundida e arraigada no
Brasil a assertiva de que a ONU, ou a OMS, ou a FAO, considerariam ideal que cada cidade
dispusesse de 12m2 de área verde/habitante. Nas pesquisas, por carta, que fizemos junto à
essas Organizações, foi constatado que esse índice não é conhecido, como não o é, entre as
faculdades de paisagismo da República Federal da Alemanha. Somos levados a supor, depois
de termos realizado muitos estudos, que esse índice se refira, tão somente às necessidades de
parque de bairro e distritais/setoriais, já que são os que, dentro da malha urbana, devem ser
sempre públicos e oferecem possibilidade de lazer ao ar livre" (Cavalheiro & Del Picchia, 1992).
A falta de uma definição amplamente aceita sobre o termo "áreas verdes" e as diferentes
metodologias utilizadas para obtenção dos índices, dificulta a comparação dos dados obtidos
para diferentes cidades brasileiras e destas com cidades estrangeiras.
Estes índices carregam consigo apenas uma informação quantitativa geral, não
expressando como essas áreas verdes se encontram, como estão sendo utilizadas e nem a
distribuição das mesmas dentro da cidade. Imagine que podemos ter um alto índice de áreas
verdes em uma determinada cidade, mas quando vamos observar onde estão localizadas essas
áreas, constatamos que a grande maioria delas estão nos bairros de classe de alta renda.
Soma-se a isto, o fato de que as pessoas mais pobres, onde há uma carência maior dessas
áreas, não possuem acesso a clubes de lazer particulares e seus quintais internos são
pequenos ou mesmo inexistentes, tendo muitas vezes que praticar esporte ou desenvolver
algum tipo de recreação nas ruas do seu bairro.
b) Categoria e Disponibilidade.
(Segundo Cavalheiro & Del Picchia (1992), os valores são considerados como indicações
quanto à capacidade de suporte para visitação, a quantidade de equipamentos que possam
conter e à maximização de sua manutenção.)
-Os parques de vizinhança, segundo Escada (1992), são de uso localizado, pois são
planejados para servir à uma unidade de vizinhança ou de habitação, substituindo as ruas e os
quintais de casas das cidades menores. São espaços com tamanho reduzido, que devem
abrigar alguns tipos de equipamentos ligados à recreação, vegetação e distar entre 100 e 1.000
m das residências ou do trabalho.
-Os parques de bairro são de maiores dimensões, devendo conter uma gama maior de
equipamentos de lazer. Podem desempenhar função paisagística e ambiental, se dotados de
vegetação, espaços livres de impermeabilização e águas superficiais.
-Os parques distritais são espaços livres de grandes dimensões. Segundo Birkholz, 1983
apud Escada, 1992 são áreas de bosques que contém elementos naturais de grande
significado, tais como montanhas, cachoeiras, florestas, etc. Devem ser concebidos e equipados
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para permitir acampamentos, possuir trilhas para passeios a pé e a cavalo, locais de banho,
natação, esporte e outros.
Todo elemento natural constituinte de uma área verde, principalmente a vegetação deve
ser manejada constantemente. Alguns tipos de manejo são citados a seguir:
Também deve ser levado em consideração, na fase de planejamento de uma área verde,
a preocupação com espécies que dão maior demanda de manutenção e altos custos de
implantação, como as capinas de gramas exóticas. Em grandes parques é possível utilizar como
substrato as herbáceas existentes na própria área. À medida que as árvores crescem, essas
invasoras tendem a desaparecer dos espaços sombreados. Posteriormente, pode-se pensar em
gramar os espaços expostos ao sol pleno ou mesmo manter a vegetação existente.
Com relação aos equipamentos de lazer e a todo mobiliário urbano que faz parte da área
verde, deve-se reparar todo dano existente e paralelamente, desenvolver campanha educativa
aos usuários para uso adequado e proteção dos mesmos. Um banco quebrado ou uma
luminária que não funcione é motivo suficiente para reprodução desses e de outros tipos de
danos.
Permanecer tranqüilo em uma praça, hoje em dia, é algo difícil de acontecer. Na maioria
das vezes não nos sentimos seguros. O que dá segurança em uma área verde na cidade é o
seu uso constante pela população e uma guarda municipal que seja mais educativa que
punitiva. Esse uso ocorrerá se a praça estiver dotada de iluminação eficiente, equipamentos
funcionando, gramados capinados, árvores de copas altas e muitos outros itens relacionados à
conservação e manutenção dos elementos existentes na área.
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PLANEJAMENTO E LEGISLAÇÃO
O Código de Áreas Verdes e Arborização Urbana de uma cidade é o instrumento legal e
de gerenciamento mais importante que pode existir para assegurar a existência de espaços que
desempenhem funções de melhorias do ambiente urbano e da qualidade de vida dos seus
habitantes.
Para cada bairro ou setor, no planejamento e projeção dos espaços livres ou setor deve-
se levar em consideração as faixas etárias predominantes e existentes, a opinião dos
moradores e o potencial de cada área. Guzzo (1991), em sua monografia de graduação,
desenvolveu um trabalho de planejamento dos espaços livres de uso público para um conjunto
habitacional de Ribeirão Preto/SP. Primeiro foi feita uma hierarquização das áreas verdes e
sistemas de lazer existentes no Projeto Urbanístico, segundo as categorias existentes na Tabela
01. As áreas foram classificadas em parques de vizinhança, parques de bairro e verde de
acompanhamento viário. Posteriormente a população foi consultada através de questionário
segundo seus desejos quanto aos elementos que deveriam estar presentes nessas áreas.
Posteriormente, o autor observou quais os tipos de lazer que as crianças desenvolviam nas ruas
do bairro. Com todas essas informações foi feito dois pré-projetos paisagísticos para uma área
categorizada como parque de vizinhança e outra como parque de bairro. Este último, com área
superior a 6,0 hectares se transformou em 1995, através de lei municipal, no Parque de Bairro
Tom Jobim. Porém, até a presente data, ainda não foi totalmente implantado. Apenas alguns
equipamentos esportivos e a arborização externa da área foi implementada.
Ainda com relação à legislação, cita-se a seguir aquelas que devem merecer atenção para
quem for desenvolver algum tipo de trabalho com áreas verdes e arborização urbana:
- Lei 7.803/89, alterando a Lei 4.771/65 que estabelece o Código Florestal Brasileiro;
MILANO & DALCIN (2000) citam o surgimento da luz elétrica e a expansão da oferta dos
serviços de abastecimento de água, coleta de esgoto e telecomunicações, trazendo para as
cidades como o Rio de Janeiro, um complexo sistema de cabos, galerias e dutos que tomam
conta do ar e do subsolo. A rede aérea de energia passou a interferir de forma decisiva no plano
de arborização da cidade. Na seqüência, com o advento da era “desenvolvimentista” e da
explosão imobiliária na década de 60 houve a perda dos jardins privados e a impermeabilização
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do solo e o patrimônio das áreas verdes das cidades ficaram cada vez mais restritos à
arborização de ruas, praças, parques e maciços florestais.
Segundo MACEDO (1995), parece então urgente uma revisão no ideário sobre espaços
livres de edificação e ações são fundamentais:
- O abandono da idéia do “alcance” de medidas de metros quadrados por habitante como uma
panacéia (incansável) aos problemas urbanos de carência de áreas de lazer e conservação de
recursos ambientais, esquecendo-se definitivamente o malfadado índice de 12 m2/ habitante de
área verde.
- A revisão dos padrões de projeto dos espaços livres, que são extremamente padronizados
para o país, buscando-se adequar cada um deles ao contexto do território nacional em que
estiver situado.
- O reconhecimento do papel da rua como espaço de lazer e uma conseqüente revisão de seus
padrões de desenho e projeto.
- A inclusão das praias e áreas de beira-água (rios, lagos e represas) quando utilizados pela
comunidade como participantes efetivos dos sistemas de espaços livres de edificação urbanos
e/ou como áreas de reserva para lazer e ou conservação.
Deve-se ter uma visão macro da cidade de tal forma que o espaço livre, a ser planejado
ou avaliado, esteja inserido nesse contexto, propiciando a continuidade de um sistema de
espaços livres urbanos interligados – parques, praças, hortos, reservas florestais, fundos de
vale, arborização de acompanhamento viário e outros. Não se pode analisar um desses fatores
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sem se considerar a existência dos demais e não cabe aqui determinar-se um número, uma vez
que os índices são contraditórios e dificultam mais o trabalho que auxiliam.
Torna-se imperativo repensar o papel que os espaços públicos têm nos dias de hoje.
Nesse contexto toma vulto a questão do desenho urbano, não sendo mais possível planejar a
cidade dissociada da questão social. E ao mencionar-se o desenho urbano, refere-se, inclusive,
às minúcias dos diversos logradouros e, em se tratando das áreas livres de edificação verdes e
praças isso significa o estudo de seu mobiliário, sua tipologia e sua inserção na malha urbana. A
soma desse conhecimento propicia um diagnóstico preciso sobre esses espaços, ao mesmo
tempo em que fornece subsídio na busca de soluções para se fazer frente aos problemas
sociais ocorrentes nesses logradouros e na cidade como um todo.
As praças não são mais usufruídas como em tempos passados. Antigamente, eram o
centro dos acontecimentos políticos e das festividades religiosas, de atos cívicos e sociais. Nos
finais de semana, moradores das zonas urbana e rural dirigiam-se às praças, pois ali havia
diversão, o lazer de outras épocas, os encontros, o início de muitas histórias e o fim de outras
tantas.
Para MACEDO & SAKATA (2002), os parques urbanos brasileiros são figuras que
acompanham a formação das cidades e as transformações da sociedade brasileira e suas
formas de expressão. Ao longo dos séculos XIX e XX, os parques passaram de espaços onde a
elite passeava vestida à européia contemplando a natureza recriada e confabulando com seus
pares para espaços democráticos onde todos podem correr, brincar e divertir-se, onde os
recursos naturais são preservados, onde as cidades brasileiras, cada vez mais densas, respiram
aliviadas. Os parques do passado e os do presente são unidos por uma característica comum:
sua importância como símbolos de nossa capacidade de criar, implantar e manter figuras
urbanas tão valiosas e tão frágeis sob a ação do tempo.
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O Parque do Ibirapuera, cujo desenho florestal urbano é de concepção de Otávio Augusto
Teixeira Mendes, era uma área alagadiça, foi estruturado no meio de um bosque de eucaliptos,
com uma série de pavilhões de exposição que, na época de sua inauguração, atraiam um
grande público para as festividades em curso. Esse parque possuía um programa de uso que
atendia ao lazer cultural (museus e exposições), esportivo (quadras, tanques para modelismo de
barcos) e contemplativo,
O Parque do Ibirapuera pela sua localização, ao lado de áreas habitadas pelas elites – os
bairros Jardim América e Jardim Paulista -, o significado simbólico que lhe foi atribuído, sua
centralidade e acesso transformaram-no em principal parque da cidade, capaz de atrair milhares
de usuários todos os dias, tanto para caminhar e correr como para o descanso, os shows ao ar
livre e as exposições (MACEDO E SAKATA, 2003).
PRAÇA
Em uma definição bastante ampla, praça é qualquer espaço público urbano livre de
edificações e que propicie convivência e/ou recreação para seus usuários. Normalmente, a
apreensão do sentido de "praça" varia de população para população, de acordo com a cultura
de cada lugar. Em geral, este tipo de espaço está associado à idéia de haver prioridade ao
pedestre e não acessibilidade de veículos, mas esta não é uma regra. O termo também pode,
no contexto militar, se referir a uma categoria de sargentos.
No Brasil, a idéia de praça normalmente está associada à presença de ajardinamento,
sendo os espaços conhecidos por largos correspondentes à idéia que se tem de praça em
países como a Itália, a Espanha e Portugal. Neste sentido, um largo é considerado uma "praça
seca".
Tipologias
De acordo com cada sentido que a palavra praça assume, estes espaços podem ser
classificados das seguintes formas:
• Praça azul. Praças nas quais a água possui papel fundamental. Alguns belvederes
e jardins de várzea possuem tal característica.
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Piazza San Marco- Veneza
TRAJETÓRIA HISTÓRICA
A ágora grega era o espaço no qual a limitação da esfera pública urbana estava
claramente decidida: aí se praticava a democracia direta, sendo o lugar, por excelência, da
discussão e do debate de idéias entre os cidadãos. A ágora normalmente se delimitava por um
mercado, uma stoa e demais edifícios, sendo que dela era possível ver a acrópole, a morada
dos deuses na mitologia grega. Já o fórum romano representava em si mesmo a
monumentalidade do Estado, sendo que o indivíduo que por ele passasse estava espacialmente
subordinado aos enormes prédios públicos que o configuravam. Diferenciava-se da ágora na
medida em que o espaço de discussão não mais era a praça pública, aberta, mas o espaço
fechado dos edifícios, nos quais a penetração era mais restrita.
Praças européias
Até meados do século XVIII o projeto de praças estava normalmente restrito ao tratamento
paisagístico de grandes palácios, nem sempre inseridos no contexto urbano. Os espaços livres
existentes nas cidades configuravam-se de forma não ordenada, em geral devido à existência
de mercados populares ou às entradas de igrejas e catedrais.
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Praças no Brasil
No Brasil, o conceito de praça é popularmente associado às idéias de verde e de
ajardinamento urbano. Por este motivo, os espaços públicos similares às praças européias
medievais, que normalmente se formaram a partir dos pátios das igrejas e mercados públicos,
são comumente chamados de adros ou largos. Também por este motivo, uma série de jardins
urbanos que surgem devido ao traçado viário das cidades (como as rotatórias e canteiros
centrais de grandes avenidas) acaba recebendo o título legal de praça, ainda que sejam
espaços de difícil acesso aos pedestres e efetivamente desqualificados como praças.
A não ser pelas praças em regiões centrais das grandes cidades, a típica praça na cidade
brasileira se caracteriza, portanto, por ser bastante ocupada por vegetação e arborização.
Quando ela recebe um maior tratamento, ou quando foi resultado de um projeto, ela também
costuma possuir equipamentos recreativos e contemplativos (como playgrounds, recantos para
estar, equipamentos para ginástica e cooper, bancos e mesas, etc).
PARQUES URBANOS
Os parques Urbanos, outra categoria de áreas verdes que pode contribuir para a
sustentabilidade urbana, são objeto de estudo importante para o entendimento de
procedimentos que levem a uma melhoria da qualidade de vida nas cidades.
Os Parques Urbanos, como os conhecemos hoje, têm sua origem no século XIX nos
Parques Europeus destinados a atender a necessidade das massas das metrópoles de então.
Seu congênere brasileiro surge não com esta mesma finalidade, sendo que o Brasil do século
XIX não possuía uma rede urbana expressiva e nem mesmo a capital, o Rio de Janeiro, tinha o
porte de qualquer grande cidade européia. O Parque Urbano no Brasil é criado mais como um
cenário complementar para as elites emergentes de então (Macedo e Sakata, 2003).
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recreação, passa, na atualidade, a incorporar outras funções tais como a esportiva, a de
conservação de recursos naturais, nos parques denominados ecológicos e também as de lazer
sinestésico, oferecidas pelos parques denominados temáticos (Macedo e Sakata, 2003).
Os Parques urbanos exercem nas cidades uma série de funções ecológicas e sociais que
ainda não tem sido aproveitadas por planos diretores urbanos e regionais
a) A questão do cuidado, não somente com a questão ambiental, mas também com outras
questões urbanas como o conforto, a mobilidade, o clima e a questão da violência. A respeito
desta última propostas recentes sugerem a criação de Parques da Paz, referindo-se a utilização
destes espaços de forma ampliada, inserindo-se entre suas funções a questão da aproximação
entre povos (Peixoto et. all., 2005).
b) A função ecológica dos parques urbanos pode ser reforçada sugerindo-se na verdade
um sistema de áreas verdes, que, em conjunto com Praças, Jardins e Contínuos formados por
PPs e pela arborização urbana, possam oferecer as funções ambientais necessárias ao
equilíbrio ambiental urbano tais como: a manutenção da qualidade dos sistemas hídricos, a
proteção de solos em encostas, além da qualidade atmosférica, do controle de ruídos e outros.
Pioneiros como Olmsted assinalaram que os parques urbanos podem ter funções muito
mais abrangentes do que apenas a de oferecer lazer à população urbana (Franco, 2001). Estes
equipamentos devem ser projetados para a cidade sob uma perspectiva de sustentabilidade.
Os parques urbanos são ecossistemas compostos pela interação entre sistemas naturais
e sistemas antropogênicos (NOWAK et al 2001).
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Parque do Ibirapuera- São Paulo
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ÁREAS VERDES E ARBORIZAÇÃO VIÁRIA
Desde a Antiguidade a árvore, como imagem mítica, foi utilizada como símbolo do
crescimento espiritual do ser humano. Existe entre o ser humano e as árvores uma afinidade
estrutural psíquica, intimamente associada ao crescimento e realização de potenciais. A árvore
adulta já está contida na semente. O ser humano também carrega em estado germinal, no fundo
do inconsciente, aquilo que poderá vir a ser (MILANO & DALCIN, 2000).
Segundo MILANO & DALCIN (2000), existem aspectos positivos das árvores nas cidades
os quais podem ser mensurados, avaliados e monitorados, caracterizando benefícios e,
conseqüentemente, objetivos que passam a ser estabelecidos no planejamento:
- estabilização e melhoria microclimática;
- redução da poluição atmosférica;
- diminuição da poluição sonora;
- melhoria estética das cidades;
- ação sobre a saúde humana;
- benefícios sociais, econômicos e políticos.
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-Manual de Arborização CEMIG
http://www.cemig.com.br/SalaDeImprensa/Documents/Manual_Arborizacao_Cemig_Biodiv
ersitas.pdf
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/manual_arborizacao_125320225
6.pdf
PAISAGISMO RODOVIÁRIO
Paisagismo rodoviário é a integração da estrada à paisagem a qual ela atravessa.
A vegetação proporciona maior estabilidade aos terrenos das faixas de domínio,
diminuindo a movimentação de partículas do solo e facilitando obras de drenagem que
regularmente são assoreadas por ocasião das chuvas.
• luminosidade
• persistência da folhagem
PAISAGISMO RURAL
As funções do paisagismo rural não estão limitadas ao embelezamento estético da
paisagem, mas também às práticas preservacionistas, indispensáveis à manutenção
dos elos essenciais ao equilíbrio do ecossistema nas áreas de sua implantação. É
exercido de forma plena, integrando-se perfeitamente à natureza.
Para atingir bons resultados existem fatores que devem ser conhecidos:
1. Clima - determina as possíveis espécies a serem introduzidas na área.
2. Relevo - norteará o traçado geral do projeto em consonância homogênea com a
paisagem natural.
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3. Vegetação nativa - funciona como orientação na seleção de espécies e servirá
de base para a continuação das mesmas características das espécies vegetais ou
ponto de referência a uma mudança de características a fim de proporcionar
contrastes ou motivos de atração.
4. Solos - verificada a constituição física do solo, pode-se prever quais espécies se
adaptarão, quais as dimensões das covas para plantio e a adubação requerida para
um bom desenvolvimento.
5. Ventos - o conhecimento das rotas dos ventos predominantes na área do projeto
possibilita designar os locais mais favoráveis para o plantio de determinadas
espécies.
6. Monumentos naturais – qualquer produção da natureza que por suas
qualidades constituam motivos de excepcional interesse, como elementos
paleontológicos (fósseis), elementos geomorfológicos (grutas, sumidouros, jazidas
minerais), elementos topográficos (quedas d’água, paisagens), elementos florísticos
ou botânicos (florestas, plantas raras), elementos zoológicos (fauna), elementos
etnográficos (indígenas, inscrições rupestres, ruínas).
7. Água – fator de importância funcional e estética. Funcional porque a
sobrevivência e o sucesso da composição dependerão da água, e estética porque a
água é um elemento decorativo e atrativo.
8. Atividade principal da propriedade - determinará as características do projeto,
como:
• Arborização de estradas vicinais.
• Reflorestamentos heterogêneos ecológicos.
3. Renques corta vento - destacam-se a ação dos ventos livres, quase constantes
em determinadas épocas do ano, em algumas regiões. As plantas submetidas à sua
ação intermitente sofrem graves perdas de líquido, apresentando queimaduras em
suas folhas, outras ficam tortuosas e envergadas pelas correntes. As espécies
indicadas devem se integrar à paisagem tanto visualmente quanto funcionalmente,
para não prejudicar a paisagem.
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4. Maçicos Florais - são indicados no projeto paisagístico, sempre em locais por
onde passam as pessoas ou ao alcance da vista. Para este fim, são indicadas
espécies de plantas que produzam floradas fartas e vistosas, podendo-se alterná-
las de acordo com a estação, o que torna o visual dinâmico interado com as
mudanças naturais. Quanto ao formato dos canteiros, a preferência é por formas
sinuosas ou amebianas, pela leveza.
MATAS CILIARES
As matas ciliares são sistemas vegetais essenciais ao equilíbrio ambiental e,
portanto, devem representar uma preocupação central para o desenvolvimento rural
sustentável. A preservação e a recuperação das matas ciliares, aliadas às práticas de
conservação e ao manejo adequado do solo, garatem a proteção de um dos principais
recursos naturais: a água.
• controlar a erosão nas margens dos cursos d´água, evitando o assoreamento dos
mananciais;
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Os passos para o reflorestamento nas micro bacias são:
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afetando diretamente a quantidade e a qualidade da água e conseqüentemente a fauna
aquática e a população humana. São importantes também como corredores
ecológicos, ligando fragmentos florestais e, portanto, facilitando o deslocamento da
fauna e o fluxo gênico entre as populações de espécies animais e vegetais. Em regiões
com topografia acidentada, exercem a proteção do solo contra os processos erosivos.
As matas ciliares exercem importante papel na proteção dos cursos d'água contra o
assoreamento e a contaminação com defensivos agrícolas, além de, em muitos casos,
se constituírem nos únicos remanescentes florestais das propriedades rurais sendo,
portanto, essenciais para a conservação da fauna. Existe um grande aparato de leis,
decretos e resoluções visando sua preservação.
O novo Código Florestal (Lei n.° 4.777/65) desde 1965 inclui as matas ciliares na
categoria de áreas de preservação permanente. Assim toda a vegetação natural
(arbórea ou não) presente ao longo das margens dos rios e ao redor de nascentes e de
resevatórios deve ser preservada.
De acordo com o artigo 2° desta lei, a largura da faixa de mata ciliar a ser
preservada está relacionada com a largura do curso d'água. A tabela apresenta as
dimensões das faixas de mata ciliar em relação à largura dos rios, lagos, etc.
Largura Mínima da Faixa Situação
30 m em cada margem Rios com menos de 10 m de largura
50 m em cada margem Rios com 10 a 50 m de largura
100 m em cada margem Rios com 50 a 200 m de largura
200 m em cada margem Rios com 200 a 600 m de largura
500 m em cada margem Rios com largura superior a 600 m
Raio de 50 m Nascentes
Lagos ou resevatórios em áreas
30 m ao redor do espelho d'água
urbanas
Lagos ou reservatórios em zona rural,
50 m ao redor do espelho d'água
com área menor que 20 ha
Lagos ou reservatórios em zona rural,
100 m ao redor do espelho d'água
com área igual ou superior a 20 ha
100 m ao redor do espelho d'água Represas de hidrelétricas
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natural após distúrbios, ou seja, perde sua resiliência. Dependendo da intensidade do
distúrbio, fatores essenciais para a manutenção da resiliência como, banco de
plântulas e de sementes no solo, capacidade de rebrota das espécies, chuva de
sementes, dentre outros, podem ser perdidos, dificultando o processo de regeneração
natural ou tornando-o extremamente lento.
Uma floresta ciliar está sujeita a distúrbios naturais como queda de árvores,
deslizamentos de terra, raios etc., que resultam em clareiras, ou seja, aberturas no
dossel, que são cicatrizadas através da colonização por espécies pioneiras seguidas
de espécies secundárias.
Distúrbios provocados por atividades humanas têm, na maioria das vezes, maior
intensidade do que os naturais, comprometendo a sucessão secundária na área
afetada. As principais causas de degradação das matas ciliares são o desmatamento
para extensão da área cultivada nas propriedades rurais, para expansão de áreas
urbanas e para obtenção de madeira, os incêndios, a extração de areia nos rios, os
empreendimentos turísticos mal planejados etc.
1. Regeneração Natural:
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Nestes casos, torna-se imprescindível eliminar o fator de degradação, ou seja, isolar a
área e não praticar qualquer atividade de cultivo.
2. Seleção de Espécies:
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Em áreas ciliares próximas a outras florestas nativas, e quando não se tem
disponibilidade de mudas de muitas espécies, plantios mais homogêneos podem ser
realizados. Nestas situações, deve ocorrer um enriquecimento natural da área
recuperada, pela entrada de sementes vindas das florestas próximas. Entretanto,
salienta-se que o aumento da diversidade nestes plantios homogêneos tende a ser
muito lento, podendo ser necessários posteriores plantios de enriquecimento ou até a
introdução de sementes.
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história das praças. Jaboticabal, 2001, 52p.
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