Texto para A Resenha - A Aula Como Contexto de Desenvolvimento Do Estudante
Texto para A Resenha - A Aula Como Contexto de Desenvolvimento Do Estudante
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Módulo 4
Neste sentido, pode-se conceber a sala de aula como uma comunidade de aprendizagem
em que existem relações recíprocas entre docente e aluno(a)s e destes entre si, em torno
da aprendizagem dos conteúdos escolares. O aprendiz constrói significados a partir dos
conteúdos de aprendizagem, a partir de interações, nas quais o(a)s docentes têm um papel
essencial uma vez que é a ação do professor(a) na classe que determinará se o aluno(a)
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Cada docente desenvolve uma concepção própria sobre como os aluno(a)s aprendem e
desenvolvem práticas de ensino com base nesta concepção. Nas reformas educacionais,
atualmente em curso na América Latina, o construtivismo é um dos marcos de referência
para explicar e orientar os processos de ensino e aprendizagem. Este marco considera
os processos individuais na construção do conhecimento e, desta forma, rompe com
abordagens teóricas que predominavam no passado segundo as quais todos os aluno(a)s
aprendem da mesma forma.
Aprendizagem significativa
A aprendizagem significativa implica proceder a uma representação interna e pessoal
dos conteúdos escolares, estabelecendo relações substantivas entre o novo conteúdo
de aprendizagem e o que já se sabe. Neste processo de construção modificam-se
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conhecimentos e esquemas prévios e cria-se uma nova representação ou conceituação.
Nesta perspectiva, a aprendizagem não é um processo linear de acumulação de
conhecimentos, mas uma nova organização do conhecimento, que diz respeito tanto ao
“saber sobre algo” (esquemas conceituais), como o “saber o que fazer” e, ainda, como “com
o que se sabe” (esquemas de procedimentos) e o “saber quando utilizá-lo” (conhecimentos
sobre em que situações usar o que se sabe).
Os aluno(a)s chegam à aula trazendo uma série de conceitos sobre o mundo físico e
social que lhes servem de base na apropriação dos novos conhecimentos estabelecidos
no currículo escolar. Estes conceitos prévios ou alternativas podem ser “errôneos” e, neste
caso, serão reconstruídos na sala de aula, a partir da qual “conceitos científicos” serão
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aprendidos. Isto significa que o ensino deve situar-se na chamada “zona de desenvolvimento
próximo”, postulada por Vigostsky, a qual se encontra entre o que o aluno(a) pode fazer por
si só e o que é capaz de fazer e aprender com a ajuda de outros mais capazes.
A educação deve intervir precisamente nas atividades que o aprendiz ainda não é capaz
de executar por si só, mas que poderia chegar a realizar se recebesse a ajuda necessária.
É nesse espaço dinâmico e participativo que ele deverá contar com a ajuda de seus
professor(a)e(a)s e companheiros, para compartilhar, confrontar e resolver os conflitos
cognitivos.
módulo 4
fundadas na transmissão de informação, no verbalismo (aula expositiva) e na memorização
de conteúdos curriculares sem significado porque ”o ensino direto de conceitos resulta
estéril. Um professor(a) que tente fazer isto, não conseguirá mais do que um verbalismo
oco, uma repetição de palavras por parte da criança, que simulam um conhecimento
dos conceitos correspondentes, mas que, na realidade, somente encontram um vazio.”
(Vigostsky 1987).
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• no conhecimento que se propõe ao aluno(a) para ser construído; e
• nos procedimentos que a ele se sugerem para que tal construção se realize.
Há um consenso entre a maioria dos autores sobre a necessidade dos aluno(a)s serem
capazes de desenvolver procedimentos de resolução de problemas orientados de forma
planejada e consciente, isto é, que passem de um conhecimento técnico e automático para
um conhecimento estratégico (Monereo, 1994; Vals, 1993).
Esta é a razão pela qual o planejamento precisa ser aberto e flexível. Para alcançar este
propósito, os professor(a)e(a)s precisam de tempo para conhecer bem seus aluno(a)s,
seus níveis de aprendizagem e de competência curricular, seus interesses e motivações,
de que maneira aprendem melhor, suas necessidades educacionais específicas, entre
outros aspectos. Conhecer bem os aluno(a)s implica intensa interação e comunicação com
eles, bem como uma observação constante de seus processos de aprendizagem e uma
revisão da resposta educacional que lhes é oferecida.
As escolas que adotam uma abordagem tradicional utilizam um único currículo para
todos os aluno(a)s, inclusive aqueles que, por diferentes razões, enfrentam barreiras na
aprendizagem e participação. É provável, no entanto, que para determinados aluno(a)s seja
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necessário proceder a uma série de adaptações curriculares de grau e natureza diferentes,
a fim de garantir o acesso a uma aprendizagem de qualidade. Nas salas de aulas inclusivas,
o apoio é dado a todos os aluno(a)s para que tenham as mesmas oportunidades de êxito e
atinjam os objetivos do currículo. Tais apoios podem diferir de um aluno(a) para outro e, por
isso, o currículo da aula deve considerar a diversidade de características e necessidades
de todos os aluno(a)s e ajustar-se e/ou expandir-se quando necessário e ser modificado de
forma a garantir que cada aluno ou aluna tenha acesso ao conteúdo trabalhado.
Dar resposta à diversidade significa romper com o esquema tradicional, no qual uma aula é
planejada e organizada para todas as crianças ao mesmo tempo, ou seja, todas as crianças
executam as mesmas tarefas, da mesma forma e com os mesmos materiais. Nesta aula
não se considera diferenças de estilos, ritmos e interesses de aprendizagem, muito menos
se considera o conhecimento prévio do aluno(a).
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e participação de todos nas atividades propostas, sem perder de vista as necessidades
concretas de cada um e em particular daqueles com maior risco de exclusão em termos
de aprendizagem e participacão (Blanco, R., 1999). Na prática inclusiva o modo como se
organiza o ensino é determinante para que todos os aluno(a)s construam aprendizagens
significativas e participem o máximo possível das atividades da sala de aula. Muitas das
dificuldades vividas pelos aluno(a)s no processo de aprendizagem derivam da maneira
como o professor(a) organiza este processo, das metodologias que utiliza, dos materiais,
dos critérios e procedimentos de avaliação etc.
A experiência demonstra que quanto mais flexível e ajustado for o ensino às diferenças
individuais dos aluno(a)s, maiores serão as possibilidades dos aluno(a)s aprenderem e
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participarem das atividades juntos com seus companheiros. Embora não haja receitas a
respeito do método ideal para alcançar esse propósito, é preciso que alguns aspectos
descritos na literatura sejam considerados, incluindo:
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deve ocorrer como uma situação de provas que inibam a expressão dos aluno(a)s, porque
o importante é justamente conhecer suas concepções, especialmente as equivocadas,
para poder transformá-las em parceria com o estudante. Existem diferentes formas para
explorar as idéias dos aluno(a)s: perguntas dirigidas, debates, questionários, dramatizações
ou desenhos.
Convém lembrar que as crianças com necessidades educacionais especiais não aprendem
de forma muito diferente, ainda que necessitem, em muitos casos, de mais ajuda e/
ou ajudas diferentes dos demais aluno(a)s. Outro aspecto importante para favorecer a
autonomia e atender a diferenças é oferecer aos aluno(a)s a possibilidade de escolher entre
diversas atividades e decidir como realizá-las. Para conseguir maior autonomia, é preciso
dar oportunidade para que os aluno(a)s decidam sobre o planejamento de seu trabalho e
se responsabilizem pela aprendizagem. A escolha de atividade permite aos aluno(a)s se
adaptarem às diferenças individuais e que se reconheçam na condição de aprendizes.
É fato comprovado à sociedade que as crianças não aprendem apenas com o professor(a),
mas também com as outras crianças. As estratégias de aprendizagem cooperativa
têm efeitos positivos no rendimento escolar, na auto-estima, nas relações sociais e no
desenvolvimento pessoal. A utilização deste tipo de técnica pressupõe uma grande ajuda
para o professor(a), por facilitar trabalho autônomo dos aluno(a)s, permitindo-lhe dedicar
mais atenção àqueles que dela mais necessitam.
• Dar oportunidade para que pratiquem e apliquem com autonomia o que foi aprendido
As estratégias e atividades que o professor(a) oferece aos seus aluno(a)s devem fazer com
que eles tenham oportunidade de utilizar as habilidades e os conhecimentos adquiridos
em diversas situações e contextos. Saber quando os aluno(a)s alcançaram suficiente
nível de aprendizagem, que lhes permita trabalhar de forma independente ou com menos
supervisão e ajuda, é fundamental para apresentar-lhes novas exigências e desafios.
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necessidades específicas, por exemplo, o Braille e a reglete para os alunos cegos ou um
computador ou prancha de sinais para um estudante com dificuldades motoras.
Estar atento aos processos que os aluno(a)s seguem para aprender, em particular
às estratégias cognitivas que utilizam, aos níveis de sucesso que têm alcançado e às
relações que estabelecem, é primordial para planejar as aulas de forma compatível com
as características de todos os aluno(a)s, incluindo as estratégias e atividades de ensino às
necessidades e aos estilos de aprendizagem dos aluno(a)s e assim, alcançar os resultados
desejados.
Ou seja, que permita aos aluno(a)s correlacionar os conteúdos das diferentes áreas do
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currículo. Isto não apenas facilitará a aprendizagem dos que apresentam mais dificuldades,
mas de todos os aluno(a)s.
módulo 4
A flexibilização curricular como estratégia de responder aos estilos de
aprendizagem
Quando, apesar da ajuda que lhes é oferecida, os aluno(a)s não conseguem participar e
progredir, prevê-se como último nível de ajuste da resposta educacional as flexibilizações
curriculares , as quais deverão ser planejadas no contexto do conteúdo curricular também
trabalhado com os outros alunos.
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de que todo educando(a) – independente de suas condições sociais, mentais, físicas, etc.
– deve estudar em salas de aula de ensino regular, ter acesso aos mesmos conteúdos
curriculares trabalhados na classe a fim de estarem incluídos em qualquer grupo ( e não
isolado) durante a realização da atividade proposta. Os docentes devem apenas pensar em
organizar a turma e as atividades de forma diferenciada, utilizando atividades diversificadas
que permitam a todos os estudantes participarem em igualdade de condições.
• estabelecer uma rede social que possa dar sustentação ao projeto pedagógico,
vinculando este à vida do aluno(a) e incluindo especialmente seu grupo familiar assim
como outros integrantes significativos da comunidade;
AULAS INCLUSIVAS
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que se refere ao enfoque inclusivo, as decisões sobre a flexibilização ou a diferenciação
do currículo devem sempre ampliar as oportunidades de aprendizagem do educando(a).
Deve-se sempre garantir a disponibilização de materiais e recursos básicos para que o
aluno(a) possa participar da atividade proposta em sala de aula.
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de dificuldade do objetivo ou do conteúdo e, desta forma, potencializar sua capacidade.
Para isso o professor(a) deve conhecer o desempenho e progressos do estudante.
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algumas crianças podem necessitar de mais tempo para alcançar determinado objetivo,
sem que isto implique desistência da realização da tarefa. É fundamental que o professor(a)
compreenda as diferenças de ritmos de aprendizagem e apóie os aluno(a)s na consecução
da tarefa, tanto pessoalmente como envolvendo os colegas no apoio (apoio criança a
criança).
é possível, ainda, que uma criança com necessidades educacionais especiais precise de
alguns objetivos complementares ou alternativos aos conteúdos abordados na sala de
aula.
é possível também que alguns aluno(a)s com necessidades educacionais especiais não
consigam desenvolver todos os objetivos e conteúdos do currículo e precisem eliminar os
menos importantes ou de importância secundária. Por outro lado, incluir outros ou atribuir
prioridade a alguns pode resultar na renúncia a determinados objetivos. O importante, em
todo caso, é não suprimir aqueles considerados essenciais para o desenvolvimento do
aluno(a).
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uso de tempo e espaço, contratação de pessoal de apoio, alteração das turmas etc. No
momento de preparar as flexibilizações curriculares para determinado aluno(a), recomenda-
se proceder a uma série de melhorias nos processos de ensinar e aprender, de forma a
beneficiar todos os aluno(a)s da sala de aula e contribuindo para o desenvolvimento de
boas práticas.
de ensinar e de aprender não há apenas uma única estratégia possível, nem tampouco
existem aluno(a)s e professor(a)e(a)s iguais. Cada um tem suas próprias características
e as práticas docentes deverão também responder aos princípios de heterogeneidade,
diversidade e individualidade.
O clima emocional na sala de aula tem uma grande influência não só no bem-estar dos
aluno(a)s, mas também no êxito da aprendizagem. Estudo realizado pela UNESCO1 sobre
os fatores associados à aprendizagem demonstrou que a percepção que os aluno(a)s
têm quanto ao tipo de clima emocional existente na sala de aula é uma variável que, por
si só, tem maior incidência nos resultados da aprendizagem do que o conjunto de outras
variáveis da sala de aula. Neste mesmo estudo ficou igualmente evidenciado que nas
escolas em que a turma de aluno(a)s era heterogênea e não havia discriminação quanto a
gênero, raça e capacidade, o nível de êxitos era maior.
Essas descobertas coincidem com o assinalado por Milicic (2001)2, em relação ao ambiente
escolar, na percepção dos estudantes, que tem a ver com a auto-estima e com a capacidade
do sistema escolar de reter os estudantes. Um estudo de Hoger Smit y Hanson (1990),
sobre os aspectos da vida escolar que se relacionam com a auto-estima, indicou que,
além do rendimento, o fator mais relacionado com a auto-estima é a percepção positiva
do ambiente escolar por parte dos aluno(a)s. As descobertas indicaram que um ambiente
1
UNESCO (1998) Primeiro estudo internacional comparativo sobre lenguagem, matemática e fatores associados na terceira
e quarta série. Oficina Regional de Educación de la UNESCO, Santiago de Chile.
2
Citado por Arón e Milicic (1999)
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escolar que estimule a criatividade e a livre escolha dos aluno(a)s melhoram sua auto-
estima. Isso justifica a necessidade de o professor(a) estar atento especialmente para
a criação de um clima emocional favorável à aprendizagem e à participação nas aulas.
Alguns aspectos a considerar podem ser os seguintes:
• fazer com que nenhuma criança seja “invisível”, dirigindo-se a cada um em particular
nas diversas atividades;
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• desenvolver relacionamento que demonstre coerência e justiça e que gere confiança
nos educando(a)s;
• fazer com que as aulas se tornem situações em que o aluno(a) possa experimentar, sem
temor, condutas que pressuponham escolhas, riscos e responsabilidade pessoal; e
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Quando os professor(a)e(a)s adotam formas colegiadas de realização de atividades ou
tomadas de decisão na sala de aula, esta forma de se relacionar e colaborar são absorvidas
mais rapidamente pelos aluno(a)s.
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fundamental para os aluno(a)s. Em conseqüência, deve prestar especial atenção às
mensagens que emite sobre os estudantes, a fim de que não desqualifique ou implique
em comparações entre os aluno(a)s. Se o professor(a) destacar as qualidades de todos os
aluno(a)s, estes aprenderão também a valorizá-las.
comunicados. Por exemplo, numa sala de aula inclusiva a professora pode construir
regras e deixá-las expostas em um cartaz para que todos se lembrem do acordo: Os
temas podem ser sobre direitos de cada um (“Todos aprendem de formas diferentes”),
sobre como se comportar em relação aos colegas (”Não devo insultar ou provocar
um colega”) ou ainda sobre “quando meu colega está falando eu devo escutar”).
Estas afirmações deverão refletir a filosofia de um tratamento justo e igualitário e o
respeito mútuo entre os aluno(a)s, bem como entre outros integrantes da escola e da
comunidade.
Tudo o que foi apontado implica em organizar as tarefas por meio de “boas rotinas”,
caracterizadas como as formas de trabalho que, de maneira útil, contribuem para melhorar
a aprendizagem e o ensino de todos os estudantes. Entrar na sala de aula e comprovar que
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tudo se encontra em ordem, que cada um sabe o que tem que fazer e quando, que o lugar
permite a circulação de professor(a)e(a)s e aluno(a)s, é garantir algumas das condições
básicas para criar um bom ambiente para realizar a tarefa.
É conveniente que todos estejam de acordo sobre quais serão os procedimentos habituais
de trabalho e de relacionamento com os outros. As diversas produções – desenhos,
colagens, textos etc., tanto individuais como coletivas – representativas dos acordos
devem ficar expostas nas paredes da sala para que sejam lembradas, durante o ano.
Quando as regras e os acordos obtêm consenso tendem a tornarem-se Parte da rotina
da aula.
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• estratégias ativas de direção da aula, orientadas para gerar e manter um ambiente
que favorece a aprendizagem e a participação; e
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feito o sistema educacional perder de vista como o aluno(a) aprende, como utiliza os
conhecimentos e de que forma se deu o ensino e a aprendizagem. Partindo da idéia de
que a aprendizagem é um processo interativo que depende de como os educando(a)s são
ensinados e da ajuda que lhes é prestada, é lógico pensar que, diante de alguns maus
resultados (baixa performance educacional), os professor(a)e(a)s têm que se indagar se
sua metodologia é adequada para que estes aprendam:
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• prestei-lhes o apoio e a ajuda necessária?
No que se refere aos aluno(a)s que, por diferentes motivos, apresentam dificuldades de
aprendizagem, o enfoque tradicional tem-se baseado em identificar suas fragilidades ao
invés do seu potencial mediante diferentes testes ou provas normativas. Por outro lado,
este tipo de avaliação tem conduzido ao desenvolvimento de programas individualizados,
voltados para a compensação de dificuldades dos aluno(a)s muitas vezes sem nenhuma
relação com os programas e com as atividades educacionais da aula. Com a finalidade
de buscar medidas mais realistas e interessantes de avaliação, Arnaiz (1996) abordou
algumas técnicas alternativas de avaliação agrupadas sob a denominação de “valoração
autêntica”.
Valoração autêntica
Com esse tipo de avaliação o aluno(a) pode demonstrar o que sabe por meio de
habilidades que representam demandas de aprendizagem. Com esta finalidade, durante
as valorações se utilizam contextos da vida real dentro e fora da aula, sem condições
inventadas ou padronizadas. Assim, as valorações autênticas poderiam ser consideradas
exibições de aprendizagem reunidas ao longo do tempo, para mostrar uma evidência de
progresso, aquisição de conhecimentos e aplicação. Por exemplo: a expressão escrita
pode ser valorada mediante o uso de um portfolio, que inclua vários exemplos de redação
representando idéias iniciais, assim como rascunhos, anotações pessoais e versões
finais. Nesta valoração podem, ainda, ser incluídos poemas, cartas, ou documentos de
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pesquisa que ilustrem a habilidade de utilizar outras formas de expressão escrita. Também
se incentiva o aluno(a) a incluir auto-avaliações e objetivos pessoais para o progresso. Vale
destacar que a valoração autêntica também é empregada com a finalidade de mensurar
níveis de sucesso ou progresso: importa menos a técnica do que os objetivos da avaliação,
embora estes, sem dúvida, condicionem a escolha de instrumentos.
tem por finalidade conhecer o nível de competência curricular do estudante, ou seja, o nível
de aprendizagem alcançado nas diversas áreas do currículo, seu estilo de aprendizagem,
seus interesses e suas motivações, assim como o grau de ajuda e os recursos de que
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5.2. Procedimentos de avaliação
A avaliação dos processos de ensino e aprendizagem pode ser realizada por intermédio
de diferentes procedimentos e instrumentos, sendo a observação um dos mais valiosos.
Toda observação busca uma estruturação de dados para extrair seu significado. Desta
forma, pressupõe certa redução do campo a observar, uma seleção da pesquisa e um
procedimento de atuação de acordo com um marco teórico. Desta perspectiva, para o
professor(a) deverá estar claro o que se deseja observar, por que se quer observar e
para que se quer observar. Neste ponto, vale a pena diferenciar dois grandes tipos de
observação para fins de avaliação:
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adequações, recursos, etc.
Existem diversas técnicas e recursos que facilitam o controle dos processos de aprendizagem
dos aluno(a)s:
• Registros de episódios
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desempenho dos aluno(a)s. Normalmente, esta técnica é utilizada em casos específicos de
aluno(a)s ou grupos de aluno(a)s que evidenciam dificuldades em termos de comportamento
ou de interação. (Blanco, Duk & Perez, 2002).
• Diário do professor(a)
registro escrito das observações informais feitas pelo professor(a) sobre o impacto das
estratégias aplicadas a aluno(a)s ou a grupos de aluno(a)s; sentimentos ou percepções
próprias ou expressadas pelos aluno(a)s em face de determinadas propostas, situações
ou atitudes.
• Registro de observação
• Lista de verificação
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• Análise dos trabalho e das produções do aluno(a)
Não resta dúvida de que, a partir do contexto teórico com que vimos trabalhando, as
observações de avaliação de processo e de desempenho são uma condição absolutamente
necessária para a avaliação de resultados ou produtos. Quer dizer, uma vez obtida a
informação sobre as características e possibilidades particulares de cada aluno(a) ou
de cada grupo de aluno(a)s, poderão ser elaboradas pautas mais ajustadas sobre os
resultados desejados e esperados em cada caso.
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• desenvolver estratégias de colaboração para resolver situações problemáticas da
sala de aula;
AULAS INCLUSIVAS
7– Colaboração e apoio para fortalecer a aprendizagem e a participação de todas
as crianças na aula.
A capacidade dos professor(a)e(a)s de estabelecer relações profissionais dentro e fora da
sala de aula, com base na análise e discussão de suas práticas, é um aspecto fundamental
para obter aprendizagens de qualidade. A cultura da colaboração deve caracterizar a
escola que trabalha no atendimento à diversidade. O fato de pensar e fazer com outros
possibilita desenvolver uma cultura participativa e democrática, que pode constituir um
modelo importante de trabalhar na classe tanto para os professor(a)e(a)s quanto para os
aluno(a)s.
módulo 4
• o diálogo entre docentes sobre a natureza das estratégias de ensino e sua aplicação
à prática na sala de aula e aos esquemas de trabalho;
Para desenvolver uma escola “na e para a diversidade” é necessário a construção de uma
rede de apoio que colabore com os professor(a)e(a)s para atender à diversidade de estilos
e ritmos de aprendizagem dos aluno(a)s e de suas famílias. Esta rede de apoio tanto pode
ser intra-institucional quanto interinstitucional, caracterizando-se pelo estabelecimento de
relações horizontais que promovam a confiança e o apoio mútuo.
Equipes de apoio
Em todos os países existem diferentes serviços e estruturas que podem ser de grande
utilidade para apoiar os professor(a)e(a)s no desenvolvimento de escolas inclusivas. Os
recursos mais freqüentes são os seguintes:
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• os integrantes das equipes multidisciplinares, itinerantes ou permanentes, dos
distritos escolares e das escolas que contem com eles;
• profissionais de apoio;
O estilo de trabalho colaborativo enfrenta vários desafios porque rompe com esquemas e
estruturas profundamente arraigadas e porque envolve o desenvolvimento e o desempenho
de um novo papel, cujas funções são, dentre outras, as seguintes(Blanco, Duk, Perez,
2002):
• admitir a possibilidade de que colegas possam observar seu próprio trabalho, para
ajudar a avaliar e modificar as práticas de maneira recíproca;
O trabalho em colaboração
Trabalhar sob a forma de colaboração implica a realização de múltiplas tarefas, a partir de
óticas diferentes, extremamente heterogêneas, mas articuladas e complementares entre si,
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com a finalidade de alcançar alguns objetivos compartilhados. Os grupos interdisciplinares
são constituídos por profissionais de formação variada e oriundos de múltiplas instituições
e organizações, o que resulta em uma visão global e não fragmentada da mesma
realidade.
É importante destacar que o docente é quem está em contato permanente com os aluno(a)s
e quem pode dar conta de seus progressos, retrocessos ou alterações de desempenho.
Isto significa que os diferentes especialistas devem apoiar e dar sustentação ao docente
considerando que ele é que colocará em prática as estratégias definidas em conjunto.
A instituição deve valorizar a posição do docente na equipe. Isto significa que, diante
de situações em que o docente não pode comparecer ao encontro com os demais
profissionais, caberá à instituição assumir a responsabilidade de garantir que o docente
participe do processo de tomada de decisões. Isto é importante para que não sejam
decididas estratégias que o docente deverá adotar sem que tenha participado efetivamente
do processo. Reuniões em que são tratadas questões referentes ao desempenho de um
aluno(a), nas quais são tomadas decisões para produzir efeitos na sala de aula ou, ainda,
AULAS INCLUSIVAS
assuntos relacionados com a família, não devem ocorrer caso o docente não possa
participar naquele momento.
módulo 4
• competência para solução de problemas;
• deve existir espaço para as críticas, seja para formulá-las como para aceitá-las.
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• Atendimento contínuo na sala de aula.
O professor(a) conta com o apoio continuo de um professor especializado para ajudar todos
que precisarem de apoio na classe. Ao que parece, este modelo é o mais conveniente para
uma escola inclusiva, já que tanto o especialista quanto o professor(a) se enriquecem
com este intercâmbio e a partir desta aprendizagem podem adotar as experiências em
situações similares.
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habilidades. Este tipo de atendimento, portanto, deve complementar a educação escolar e
estar disponível em todos os níveis de ensino. Tal atendimento deve ocorrer prioritariamente
nas unidades escolares autorizadas e regidas pela lei educacional brasileira. Deve ser
oferecido em horários distintos das aulas das escolas comuns, com outros objetivos, metas
e procedimentos educacionais.
Este atendimento não deve estar desarticulado da vida escolar do estudante e muito
módulo 4
menos da parceria com o docente, pois a superação das barreiras à aprendizagem deve
se constituir em um trabalho de colaboração entre todos os envolvidos no processo.
Uma ação desarticulada pode levar os professore(a)s a não se sentirem responsáveis
pela aprendizagem de seus aluno(a)s e, portanto, a explorar novas formas de ensino para
atendimento a todos.
Este modelo, porém, pode ser recomendável em certos casos. O apoio fora da classe pode
ocorrer antes ou após as atividades realizadas na aula. O apoio prestado antes da atividade
em classe tem como finalidade fazer com que o aluno(a) possa mais facilmente acompanhar
os conteúdos curriculares. O apoio posterior às aulas pode tornar-se útil para reforçar alguns
aspectos que o aluno(a) não conseguiu alcançar durante as atividades em classe.
Outra tarefa a ser assumida pelas equipes escolares e docentes e que pode contar com
o apoio de especialistas diz respeito ao envolvimento das famílias na escolarização das
crianças. É importante incentivar a participação dos pais e mães no processo de ensino e
aprendizagem porque constituem uma fonte de apoio e colaboração de enorme potencial
para todos os envolvidos. Assim, é fundamental que os pais e mães sejam informados
sobre os objetivos da aprendizagem, bem como dos progressos obtidos e das diversas
decisões adotadas relativamente à sua participação e à aprendizagem na sala de aula.
Para tanto, é primordial que os familiares sejam acolhidos e ouvidos pelos membros da
escola e também que encontrem espaços para participarem. A coordenação e a aplicação
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de critérios comuns entre profissionais de apoio e professore(a)s é fundamental para que
se construa uma relação positiva, de colaboração com os pais.
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