Abordagens Contemporâneas Da Aprendizagem e Desenvolvimento 2
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Aprendizagem e Desenvolvimento
(Parte II)
Objetivo
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de:
Conteúdo Programático
Esta unidade está organizada de acordo com os seguintes temas:
Inglaterra
Foto: Wikipédia
Alemanha
Foto: Wikipédia
América do Sul
Foto: Wikipédia
Que tal embarcarmos juntos nesta jornada pela busca do entendimento sobre o
que significa ser adolescente? Vamos lá?
Tema 1
A teoria das Inteligências múltiplas de H. Gardner
Inteligência linguística
Inteligência lógico-matemática
Inteligência musical
Inteligência corporal-cinestésica
Inteligência intrapessoal
Vídeo
Para saber mais sobre esta teoria, assista ao vídeo Teorias das
Inteligências Múltiplas, publicado na unidade da disciplina no
Ambiente Virtual de Aprendizagem.
Por outro lado, tudo o que é importante deve ser ensinado de várias formas. Quando
ensinamos algum conteúdo de várias formas, duas coisas acontecem: você alcança
um maior número de pessoas e, dessa forma, mostra o que é realmente saber algo.
Quando sabemos algo, podemos pensá-lo de várias formas.
Mas a grande contribuição de Gardner foi ter tirado o foco das inteligências canônicas
(linguística e lógico-matemática) e ter mostrado que a inteligência se expressa de
várias formas.
O que será que Wallon está querendo nos dizer com isto?
Para refletir
Procure, agora, destacar alguns meios que você considera importante para
o processo de desenvolvimento humano.
Por exemplo:
Estamos, portanto, nos referindo a um dos campos funcionais, o ato motor, que se
enuncia através de outro campo funcional, a emoção. Esta, por sua vez, é percebida
como a expressão da afetividade. Na teoria walloniana, as emoções ocupam um lugar
privilegiado, são responsáveis pela junção do orgânico com o social, propiciando,
portanto, a gênese da consciência humana.
Assim, o choro irá aparecer nas situações afetivas mais variadas: medo, alívio,
sofrimento, gozo, alegria e outras, permitindo ao bebê a satisfação das suas
necessidades.
Se você já conseguiu entender o papel das emoções e do ato motor, podemos, agora,
nos referir a outro campo funcional – o do conhecimento.
Ao gesto do bebê, corresponde um gesto da mãe imerso em uma cultura que constrói
as regras de convivência e, neste caso específico, um saber: o cuidar do bebê. Este
gesto se expressa por um olhar, um ato e uma palavra. Paulatinamente, “o nosso
bebê” será introduzido em um mundo simbólico que utiliza uma
determinada linguagem – instrumento indispensável para a estruturação do seu
pensamento.
Vejamos agora o quarto e último campo funcional proposto por Wallon, a formação do
eu como pessoa. Para isso, voltemos ao nosso bebê.
Este, ao nascer, não se percebe enquanto ser diferenciado, não tem consciência dos
limites do seu próprio corpo. Será através de um processo progressivo de interação
com o meio, neste primeiro momento representado pela figura de sua mãe e/ou
substituto (a), que a diferenciação, ou seja, a individuação ocorre. O bebê, através das
suas sensações e da relação com sua mãe, vai delineando e conhecendo o seu
próprio corpo e os objetos do seu meio social. A atividade exploratória guiada pelas
sensações, pelo corpo e pelas emoções, e que ganham significado através da
interação com o outro, vão permitindo ao bebê um conhecimento sobre si mesmo e o
mundo à sua volta. Assim, em um processo dinâmico, diferenciado e que envolve
retrocessos e reviravoltas, ele irá construir em um primeiro momento, a sua
consciência corporal, ou seja, o seu eu corporal vai se estabelecendo. Portanto, a
diferenciação entre o espaço subjetivo e o objetivo, em outras palavras, o que é o meu
corpo e o que não é o meu corpo, a qual se seguirá, nas etapas seguintes do seu
desenvolvimento, e na interação com o seu meio social e cultural a construção do eu
psíquico, complementando a construção da consciência de si.
Para Wallon, a cognição tem como base quatro categorias, às quais dá o nome de
campos funcionais, sendo:
1. Impulso Emocional:
3. Personalismo:
5. Adolescência:
Vídeo
• Henri Wallon
Desta forma, Wallon entende que observando a criança, analisando suas atividades,
que funcionam como molas propulsoras do desenvolvimento, poderemos compreender
a sua evolução mental. Verifica-se, portanto, que o processo de desenvolvimento
humano é determinado pelas condições biológicas e sociais. Variáveis
complementares que envolvem o homem na sua permanente busca por mudança e
transformação. Veja a seguir.
Dinamogenia
• descontinuidade;
• rupturas;
• retrocessos;
• reviravoltas.
E são marcadas por uma crise ou um conflito, que funciona como um fator propulsor
do desenvolvimento, ou seja, um elemento dinamogênico. Este, por sua vez, pode
ter origem:
Exógena Endógena
Para Wallon, uma das atividades da criança que permite a elaboração deste momento
de crise ocorre através do brincar. O ato de brincar permite à criança exercitar as
possibilidades das funções adquiridas sem o controle do meio externo. Assim, como
pontua Wallon, a criança, brincando, explora todas as possibilidades da função
presente, chegando ao seu limite e, exercendo o seu domínio, integra-a a uma forma
superior de atividade, promovendo uma progressão funcional. Ou seja, brincar permite
à criança uma maior elaboração do conflito, permitindo, aos poucos, a sua integração
à etapa do desenvolvimento em que ela se encontra.
Esta elaboração do conflito através do brincar envolve outra variável apontada por
Wallon, que se refere à possibilidade de comunicação com o mundo através da
expressão de uma linguagem corporal que utiliza a motricidade e a expressão
emocional.
Saiba mais
Por fim, como assinala Galvão (2000), a educação não se refere, apenas, a uma
discussão sobre métodos pedagógicos. Ela enseja uma reflexão política sobre o papel
da escola na sociedade. A crítica walloniana à seletividade do sistema educacional
francês permanece atualíssima, não só no seu país de origem, como também na
realidade educacional brasileira.
Desta maneira, cabe a você, professor, contribuir com a sua atuação competente e
compromissada para a mudança dessa realidade. Como propõe Wallon, procure
observar, analisar e se posicionar diante dos conteúdos que vem assimilando.
Vídeo
• Wallon e o desenvolvimento.
Ampliando o Foco
Saiba Mais
É tempo de fazer escolhas, muitas delas duradouras, como a profissão e ter filhos. E o
que percebemos é que, muitas vezes, os jovens assumem um trabalho ou a
maternidade/paternidade sem que essas escolhas sejam conscientes de fato.
Para saber mais sobre o quanto pode ser difícil lidar com o adolescente,
leia A adolescência e a responsabilidade social.
Não é um fenômeno único e isolado o fato do grande aumento do uso de drogas entre
os adolescentes. Hoje em dia, eles estão mais sujeitos ao contato com as drogas.
Ambiente, a necessidade de pertencimento a um determinado grupo, a busca pela
identidade, tudo favorece o contato e as primeiras experiências. A isso, acrescenta-se
a necessidade de buscar/viver novas sensações, práticas educacionais inconsistentes,
conflitos familiares, fracasso escolar, baixa auto estima, iniciação prematura e histórico
familiar de uso abusivo de drogas, que criam condições favoráveis para que os
adolescentes se sintam livres para aventuras deste tipo, sem pensar muito nas
consequências.
A dependência pode ser tratada desde que o adolescente tome consciência de sua
situação, deixe de justificar seu comportamento, se preocupe com o seu bem-estar e
comece a agir positivamente.
A recuperação é uma tarefa difícil e o tratamento médico é apenas uma parte desta
recuperação. A participação dos pais e a união da família são os maiores fatores de
combate, assim como a degradação da família é uma das causas do aumento do
número de usuários.
Para saber mais sobre o que são as drogas, seus efeitos, sua utilização e,
principalmente, os motivos que levam o adolescente a procurá-las,
leia Relações entre o uso de drogas na adolescência e família.
E a violência?
Atualmente, a violência está de tal forma disseminada, que se tornou quase impossível
precisar suas causas e propor medidas eficazes para sua extinção. A revista “Science”
aponta algumas das causas sociais da violência mais relevantes:
Muitos pais proporcionam aos filhos tudo aquilo que eles lhes pedem no campo
material, mas não lhes dão tempo, critérios morais, apoio emocional ou bons
exemplos. Os adolescentes, para construírem a personalidade, têm necessidade de
modelos com os quais se identifiquem, mas nem sempre os encontram na família.
Uma saída seria conscientizar a população adulta a ocupar, com mais propriedade,
este lugar de modelo com o qual o adolescente deveria se identificar. Toda sociedade
é responsável pela tarefa de reagir contra o avanço da violência e do descaso com os
direitos humanos.
Para saber mais sobre essa fase de transição para vida adulta, assista,
agora, ao vídeo Vida adulta, casamento + família (quem eu sou).
Se a escola não for sensível ao que definitivamente significa ser jovem hoje, será uma
escola incapaz de manter os jovens no sistema. Se ela considerar o jovem trabalhador
um adulto, gerando tal expectativa de comportamento em relação a ele, certamente
terá com este jovem uma relação tensa. Os jovens pobres e ricos desejam uma escola
onde consigam aprender, mas que também seja um espaço agradável, onde possam
encontrar amigos, ouvir música.
É preciso, cada vez mais, que a equipe escolar procure conhecer sua clientela,
construindo um ambiente adequado às suas características e aos seus interesses.
Importante
Os anseios de manifestar na escola a sua marca de viver a juventude não podem ser
ignorados, nem vistos como obstáculo aos estudos. Investir em atividades artísticas,
culturais e esportivas, com a contribuição de diferentes áreas do conhecimento é uma
forma criativa de combinar a aprendizagem e o prazer. É essencial, ainda, que a
escola possua uma identidade e que os jovens possam sentir orgulho de fazer parte
dela. Eles têm necessidade de símbolos que os inspirem. Em uma escola que tem
cara própria, esses símbolos estão e devem estar em toda a parte, na camiseta com o
logotipo próprio, no hino, nos “gritos de guerra” entoados em competições esportivas.
Esse sentimento aumenta quando a escola os convida a participar da resolução de
problemas, através do grêmio, ou os envolve em projetos interdisciplinares, como
aqueles voltados para a difusão de mensagens de proteção à saúde, em que os
estudantes colocam os conhecimentos aprendidos a serviço da comunidade.
Lidar com adolescentes não é tarefa fácil, sobretudo quando estão próximos das
fronteiras da transgressão e da violência. Entretanto, considerá-los como
essencialmente diferentes pode parecer que se está trabalhando em seu favor, mas,
na questão escolar, pode-se estar mesmo é levando-os para a transgressão. Uma das
condições essenciais para que a escola, principalmente a pública, seja menos
preconceituosa e mais tolerante com os jovens é que os professores recebam apoio e
tenham acesso a informações básicas sobre a juventude e adolescência, de
preferência junto com os pais destes alunos, o que contribuirá para que se aproximem
de seus alunos e aprendam com o desafio que esses seres em constante mutação
representam.
Ampliando o Foco
Sua teoria contribuiu para que as escolas começassem a valorizar mais as outras
expressões da inteligência. Embora ainda haja muito a se avançar, já é possível
vermos escolas apresentando uma grade curricular mais abrangente, incluindo em
seus currículos atividades não acadêmicas.
Nesta unidade, estudamos a Teoria das Inteligências Múltiplas, que mostra que a
inteligência se expressa de diferentes formas, e não apenas naquelas valorizadas
pela cultura acadêmica, como a inteligência linguística e lógico-matemática. Essa
teoria trouxe para a prática escolar importantes contribuições na medida em que
focou seus estudos em aspectos pouco valorizados pela cultura acadêmica.
Uma das condições essenciais para que a escola seja menos preconceituosa e
mais tolerante com os jovens é que os professores recebam apoio e tenham
acesso a informações básicas sobre a juventude e adolescência, se aproximando
dos alunos e aprendendo com o desafio que eles representam. Lidar com
adolescentes não é tarefa fácil. Se a escola não for sensível ao que definitivamente
significa ser jovem hoje, será uma escola incapaz de manter os jovens no sistema.