Seminário - As Paixões Ordinárias
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DAVID LE BRETON
um indivduo ou grupo a outro; A expresso dos sentimentos trata-se de relaes: o contexto social (cultura/ambiente) + biolgico (corpo); Ao observarmos culturas distintas, as expresses do campo afetivo devem ser expressas entre aspas para salientar a impreciso que o rodeia; A emoo experimentada traduz a significao conferida pelo indivduo s circunstncias que nele ressoam. uma atividade de conhecimento, uma construo social e cultural a qual se torna um fato pessoal mediante o estilo particular do indivduo; Para os naturalistas as emoes desempenham uma funo de proteo contra o meio, reforando as capacidades adaptativas da natureza humana. Para a Antropologia, ao contrrio, a esfera das emoes provm da educao, sendo adquirida de acordo com as modalidades particulares de socializao da criana; A diferena entre os homens e outros animais: os animais j nascem com uma configurao relativamente acabada e suficiente para sua sobrevivncia no mundo. O homem tambm nasce com esta mesma configurao, mas o reconhecimento e afeio das pessoas em seu entorno que possibilitam o seu desenvolvimento.
autoridade exercida por certas pessoas e grupos de pessoas. Deste modo, a violncia simblica nem percebida como violncia, mas sim como uma espcie de interdio desenvolvida com base em um respeito que "naturalmente" se exerce de um para outro.
Em funo do seu grupo, ela modela sua linguagem, seus gestos, a expresso dos seus
sentimentos, suas expresses sensoriais, etc. A distncia da criana de um ambiente social que lhe oferea as condies mnimas de sobrevivncia tem sido objeto de discusso de cincias como a Antropologia e a Biologia/biomedicina, no intuito de perceber a constituio do que habituou-se a chamar de homem selvagem.
O termo selvagem uma imagem excessiva do homem que no desenvolveu-se sobre as
leis da cidade (cidade x selva). uma expresso herdada do iluminismo, para apontar uma carncia de educao. Selvagem significa no domesticado, no absorveu as regras , o que Emile Durkheim denomina de conscincia coletiva.
humano em se adaptar/configurar ao ambiente em que vivem; O comportamento dos animais condicionou o das meninas; Nos primeiros anos de vida, a criana revela uma imagem fidedigna dos comportamentos daqueles que a entornam; De sua maneira, a criana torna-se a expresso das condutas do lobo, tranformando-se no menino-lobo, esse personagem hbrido, quase legendrio.
nos profundamente sobre o sentido do vnculo social, e, paralelamente, sobre os limites do corpo; Victor do Aveyron: Victor foi salvo do asilo (recomendado por Phillipe Pinel considerado por muitos o pai da psiquiatria), criado por Jean Itard, pedagogo, convencido de que o homem no nasce pronto, mas que a sua construo ocorre gradualmente, mediante os relacionamentos com os outros, em funo da educao e tendo em vista os exemplos que o cercam; O adolescente foi privado em grande parte da sua vida pelos simbolismos compartilhados.
Le Breton apresenta uma diferena entre aqueles que nunca tiveram o convvio social para
aqueles que foram privados em parte das suas vidas do convvio com outros indivduos. O corpo social x O corpo biolgico: o papel da aculturao na vida de Victor de Aveyron. Ler anotaes...P.
um conjunto As crianas selvagens no possuem uma sociabilidade negativa, mas apenas realizam variedades da possibilidade corporal que a cultura negligencia. O homem no existe sem a educao que modela a sua relao com o mundo e com os outros, seu acesso linguagem e que simultaneamente molda as mais ntimas aplicaes de seu corpo; Assim, o outro no apenas transformador do homem da qualidade de selvagem para a de ator social; O outro a estrutura que organiza a ordem de significados do mundo; Meu corpo meu por carregar traos de minha histria pessoal, de uma sensibilidade que minha, mas contm igualmente uma dimenso que em parte me escapa, remetendo aos simbolismos que conferem substancia ao elo social, sem os quais eu no seria.