MARTINS, 2021. Tecnologia Da Informação e Comunicação Pesquisas em Inovações Tecnológicas
MARTINS, 2021. Tecnologia Da Informação e Comunicação Pesquisas em Inovações Tecnológicas
MARTINS, 2021. Tecnologia Da Informação e Comunicação Pesquisas em Inovações Tecnológicas
(Organizador)
pesquisas em
inovações tecnológicas
editora
científica digital
ERNANE ROSA MARTINS
(Organizador)
pesquisas em
inovações tecnológicas
1ª EDIÇÃO
editora
científica digital
2021 - GUARUJÁ - SP
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exclusiva dos autores. É permitido o download e compartilhamento desta obra desde que pela origem e
no formato Acesso Livre (Open Access) com os créditos atribuídos aos respectivos autores, mas sem a
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Internacional (CC BY-NC-ND 4.0).
T255 Tecnologia da informação e comunicação [livro eletrônico] : pesquisas em inovações tecnológicas / Organizador Ernane Rosa
Martins. – Guarujá, SP: Científica Digital, 2021.
E-BOOK
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Formato: PDF
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Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-5360-034-8
DOI 10.37885/978-65-5360-034-8
2021
CDD 303.783
Direção Editorial
Reinaldo Cardoso
João Batista Quintela
Editor Científico
Prof. Dr. Robson José de Oliveira
Assistentes Editoriais
Erick Braga Freire
Bianca Moreira
Sandra Cardoso
Bibliotecário
Maurício Amormino Júnior - CRB6/2422
Jurídico
Dr. Alandelon Cardoso Lima - OAB/SP-307852
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CONSELHO EDITORIAL
Mestres, Mestras, Doutores e Doutoras
Robson José de Oliveira Clóvis Luciano Giacomet
Universidade Federal do Piauí, Brasil Universidade Federal do Amapá, Brasil
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Clecia Simone Gonçalves Rosa Pacheco Réia Sílvia Lemos da Costa e Silva Gomes
Instituto Federal do Sertão Pernambucano, Brasil Universidade Federal do Pará, Brasil
Maria Luzete Costa Cavalcante António Bernardo Mendes de Seiça da Providência Santarém
Universidade Federal do Ceará, Brasil Universidade do Minho, Portugal
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APRESENTAÇÃO
Esta obra constituiu-se a partir de um processo colaborativo entre professores, estudantes
e pesquisadores que se destacaram e qualificaram as discussões neste espaço formativo.
Resulta, também, de movimentos interinstitucionais e de ações de incentivo à pesquisa que
congregam pesquisadores das mais diversas áreas do conhecimento e de diferentes Instituições
de Educação Superior públicas e privadas de abrangência nacional e internacional. Tem como
objetivo integrar ações interinstitucionais nacionais e internacionais com redes de pesquisa
que tenham a finalidade de fomentar a formação continuada dos profissionais da educação,
por meio da produção e socialização de conhecimentos das diversas áreas do Saberes.
Agradecemos aos autores pelo empenho, disponibilidade e dedicação para o desenvolvimento
e conclusão dessa obra. Esperamos também que esta obra sirva de instrumento didático-
pedagógico para estudantes, professores dos diversos níveis de ensino em seus trabalhos e
demais interessados pela temática.
' 10.37885/211106778..................................................................................................................................................................................... 15
CAPÍTULO
02
ANÁLISE DOS ASPECTOS DE SEGURANÇA APLICADA À INTERNET DAS COISAS E USABILIDADE DO USUÁRIO
' 10.37885/211106577.....................................................................................................................................................................................24
CAPÍTULO
03
APLICATIVOS MATEMÁTICOS: PODEM OU NÃO AJUDAR O PROCESSO DE APRENDIZAGEM?
' 10.37885/210906203...................................................................................................................................................................................42
CAPÍTULO
04
ARETÊ: APLICATIVO GERENCIADOR DE TAREFAS E DE BEM-ESTAR UNIVERSITÁRIO
' 10.37885/210705214....................................................................................................................................................................................54
CAPÍTULO
05
BENEFÍCIOS DA UTILIZAÇÃO DO MODELO PEDAGÓGICO ML-SAI
' 10.37885/211006388................................................................................................................................................................................... 67
CAPÍTULO
06
COOTAXI - DESENVOLVIMENTO DE APLICATIVO MÓVEL DA COOPERATIVA DE TAXISTAS DO MUNICÍPIO DE ITAITUBA
' 10.37885/211106608.................................................................................................................................................................................... 77
SUMÁRIO
CAPÍTULO
07
DESAFIOS DA UTILIZAÇÃO DO MODELO PEDAGÓGICO ML-SAI
Ernane Rosa Martins; Luís Manuel Borges Gouveia
' 10.37885/211006387.................................................................................................................................................................................... 87
CAPÍTULO
08
DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE LIVRE PARA PROCESSAMENTO DE DADOS MAGNETOTELÚRICOS EM GEOFÍSICA
Vinicius de Abreu Oliveira; Patrick Rogger Garcia
' 10.37885/211206883.................................................................................................................................................................................. 96
CAPÍTULO
09
DOS FUNDAMENTOS DA GEOMETRIA À GEOMETRIA HIPERBÓLICA PLANA: UM ESTUDO A PARTIR DE SUA HISTÓRIA E
APOIADO EM UM SOFTWARE
Mariana de Avelar Galvino Lima; Jorge Isidro Orjuela Bernal; Simone Aparecida da Costa Sader; Maria Francisca da Cunha
CAPÍTULO
10
EDUMOBILE - DESENVOLVIMENTO DE UM MATERIAL EDUCACIONAL DIGITAL SOBRE ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS PARA
O USO DA M-LEARNING EM SALA DE AULA
Anna Helena Silveira Sonego; Ana Carolina Ribeiro Ribeiro; Leticia Rocha Machado; Patricia Alejandra Behar
' 10.37885/210705509.................................................................................................................................................................................124
CAPÍTULO
11
ELABORAÇÃO DE UM SERVIÇO DE RECOMENDAÇÃO COLABORATIVA BASEADA EM MEMÓRIA
Thiago Machado Mendes; Rafael Vargas Mesquita dos Santos; Jonathas Gonçalves Picoli
CAPÍTULO
12
ELABORAÇÃO DE UM SERVIÇO DE RECOMENDAÇÃO HÍBRIDO PONDERADO E MISTO IMPLANTADO EM WEBSERVICE
RESTFUL
Herik Santos Lorenção; Rafael Vargas Mesquita Santos
CAPÍTULO
14
MODIFICAÇÕES NA ESTÉTICA NARRATIVA E VISUAL COMO ADAPTAÇÕES NECESSÁRIAS AO AMBIENTE VIRTUAL
Aline Joana Rolina Wohlmuth Alves dos Santos; João Victor Moreira Mota; Laura da Silva Bardini; Eduarda Vieira de Souza;
Rafael Damé Borges
CAPÍTULO
15
O USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS PELOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA DA REDE PÚBLICA DE ENSINO NO MUNICÍPIO
DE MONTEIRO/PB
CAPÍTULO
16
O USO DO SOFTWARE GEOGEBRA NA CONSTRUÇÃO DE GRÁFICOS DE FUNÇÃO EXPONENCIAL
CAPÍTULO
17
POTENCIALIZA 3D: JOGO PARA AUXÍLIO PEDAGÓGICO A DISCENTES COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NO ENSINO DE
ATIVIDADES MATEMÁTICAS BÁSICAS
Francisco da Conceição Silva; Fernando Pereira de Oliveira; Erika Patrícia Martins Ferreira; Thiago Mourão Pereira; Elisiane Monteiro
Soares; Gabriel Santos Borges; Jesiel Bastos Santos; Emerson Elias Sodre Moraes; Angelo Rodrigo Bianchini
' 10.37885/211106695..................................................................................................................................................................................215
SUMÁRIO
CAPÍTULO
18
PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA DE GÊNEROS MULTIMODAIS EM ARTEFATOS TECNOLÓGICOS COMO CONTRIBUTOS
NO ENSINO REMOTO
Nayara Claudia Ribeiro; A Ísis Brito Alves
Alvaro Farias Pinheiro; Nilo Martins; Melina Soares; Geraldo Neto; Wylliams Santos
Emanuel Airton Mendes Machiaveli; Juan Morysson Viana Marciano; Felipe Gonçalves dos Santos
Tulio Vidal Rolim; Caio Viktor S. Avila; Narciso Arruda; José Wellington F. da Silva; José Gilvan R. Maia; Mauro Oliveira; Luiz Odorico
M. Andrade; Vânia M. P. Vidal
10.37885/211106778
RESUMO
A língua é um objeto de luta dos indivíduos e, quando se fere a forma de falar de alguém,
fere também sua identidade. Dessa forma, o preconceito linguístico é um julgamento
depreciativo da forma de falar dos indivíduos, portanto, é necessário combater e estudar
essa prática. A partir dessa problemática, o presente artigo tem como objetivo analisar
o preconceito linguístico presente na rede social Facebook, visando elencar pontos que
ajudem a combatê-lo, principalmente nas escolas de ensino fundamental apresentando
novas práticas de ensino da língua portuguesa. A abordagem é qualitativa, por meio de
pesquisa empírica, analisando as relações entres os atores e sua função na constituição
da sociedade. Esperamos ao fim desta pesquisa, levantar questões importantes para a
abordagem de novas práticas pedagógicas que auxiliem os professores no combate ao
preconceito linguístico.
Palavr a s- chave: Prec onc eito Linguístic o, Fac eb ook, Rede Soc ial, Prátic as Pe -
dagógicas, Língua.
16
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
INTRODUÇÃO
17
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
fundamental. A abordagem é qualitativa, por meio de pesquisa empírica, analisando as
relações entre os atores e sua função na constituição da sociedade.
O referencial teórico que destacamos nesta pesquisa são: Bagno (1999, 2003), Zuidema
(2005), Faraco (2008), Komesu (2009), Radtke (2017), Azambuja (2017) e Borelli (2018).
E por fim, transformar os resultados dessa análise em formas pedagógicas para a
melhoria no ensino da língua portuguesa nas escolas, buscando conscientizar professores
e alunos das consequências do preconceito linguístico.
REFERENCIAL TEÓRICO
Pensar em uma língua uniforme é um mito que tem trazido consequências desas-
trosas. A língua mesmo em condição de sistema continua fazendo-se, constituindo-se.
(ANTUNES, 2003).
O Preconceito linguístico é um julgamento de fundo depreciativo com base em dife-
renças linguísticas. (RADTKE, 2017). Por não ser um preconceito amplamente identificado
pela população brasileira como um problema essencialmente social, torna-se muito difícil
combatê-lo. (POSSENTI, 1996).
As pessoas geralmente não se mostram realmente como elas são, com medo
de serem repreendidas. Nós podemos falar sobre os problemas e preconcei-
tos que a cor negra traz, mas não dizer diretamente que eles são negros. As
informações erradas que os alunos carregam, podem ser divididas em três
grandes categorias: Mitos sobre a língua, mito sobre os outros e mitos sobre
as personalidades. (ZUIDEMA, 2005, p. 1, tradução nossa).
18
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
De acordo com Komesu (2009), a linguagem utilizada no Facebook é o internetês,
um tipo de linguagem que se difundiu em textos como chats, blogs e demais redes sociais,
com intuito de facilitar a vida dos usuários. Essa prática de escrita pode ser caracterizada
pela divergência da norma “culta” padrão. E por isso acaba causando intrigas virtuais contra
essa norma linguística existente no Facebook, o que leva ao preconceito linguístico. Nas
imagens abaixo temos alguns vestígios encontrados na página “português da depressão”.
Nos recortes anteriores, temos um post da página, que é denominado pela rede como
“pérola”. As pérolas são erros ortográficos considerados grotescos pelos usuários, por exem-
plo: Se uma pessoa escreve “pranta” ao invés de “planta” ela será motivo de chacota para
os usuários e será categorizada como uma pérola da página. Em relação ao Facebook,
Radtke (2017) argumenta que: 19
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Com a tecnologia cada vez mais ao alcance das pessoas, é pertinente enfocar
questões de ordem linguística na rede social Facebook, que conta com mais
de 100 milhões de usuários. É oportuno, também, dar relevância a esta ferra-
menta que faz parte do cotidiano das diferentes camadas sociais existentes
hoje, visto que o site se tornou um espaço onde os usuários estão construindo
visões de mundo e formas de se relacionar que interferem em outros espaços
para além do Facebook. (RADTKE, 2017, p. 12).
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A inexistência de uma lei, que declare o preconceito linguístico como um crime, ainda
é um grande empecilho na luta contra esse tipo de preconceito. Ademais, o PL já está total-
mente naturalizado pela sociedade, as mídias estão a todo o momento pregando um padrão
“certo” de falar a língua. Essa condição do certo e do errado, segundo Bagno (1999), provém
da confusão que as pessoas fazem sobre a gramática normativa e a língua. A língua é um
instrumento social e político, e não apenas um sistema linguístico. A concepção tradicional
de língua se reduz a “gramática” e a “norma culta”, lembrando que norma é o que é normal
aos grupos de fala. No entanto, nessa concepção, o “culto” tem valor de superioridade, que
certa classe utiliza para se manter superior a outras menos favorecidas. A norma reflete
nesse sentido, a uma regra imposta para regulamentar.
Portanto, o preconceito linguístico não é algo apenas linguístico, mas também social.
Todo discurso preconceituoso está ligado a um discurso social. Por não ser um preconceito
amplamente identificado pela população brasileira como um problema essencialmente social,
torna-se muito difícil combatê-lo. (POSSENTI, 1996). Principalmente no ambiente atual, em
que pessoas estão cada vez mais ligadas aos sites de redes sociais, que são plataformas
de comunicação em rede no qual os participantes possuem perfis de identificação que con-
sistem em conteúdos produzidos pelo usuário e conteúdos fornecidos por outros usuários
(RECUERO, 2018).
A Linguagem e a sociedade, conforme Cavalcanti e Catanduba (2014) estão ligadas
entre si de modo inquestionável. A interação verbal, instaurada através da enunciação, cons-
titui a realidade fundamental da língua. Os fenômenos linguísticos se realizam no contexto
variável dos acontecimentos sociais e, sendo prática humana, revelam o uso particular que
determinados grupos ou classes sociais fazem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, é plausível afirmar até aqui, que o preconceito linguístico está totalmente
ligado à questão muito maior, que envolve não só a língua como identidade do sujeito, mas
o seu valor social na sociedade. O preconceito linguístico como foi posto pelos teóricos, é
21
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
algo que quase sempre vem de cima para baixo, ou seja, uma norma implantada pela classe
mais favorecida, que exclui todas as outras formas de saber e de falar.
Nós como futuros professores de línguas, temos um grande papel ao mediar o conteúdo
para os alunos. O ensino de uma língua não é empregar uma norma, e sim apresentar uma
nova forma de ver para os alunos, a partir do ponto em que eles estão, ou seja, da “norma”
que eles trazem de suas comunidades linguísticas. Essa discussão está totalmente voltada
ao comportamento analisado no Facebook, uma vez que são pessoas detentoras de um
determinado saber, que por um ensino equivocado, levam como verdade única.
Para combater o preconceito linguístico é necessário primeiro acabar com o seu círcu-
lo vicioso. Bagno (1999) conceitua esse círculo vicioso de forma irônica como “santíssima
Trindade”, formado por três elementos: a gramática tradicional, o ensino tradicional e os
livros didáticos.
Segundo o autor, esse círculo é consequência do emprego da gramática nas escolas,
que alimentam as indústrias que buscam a gramática tradicional e pouco usada para auxiliar
o conteúdo dos livros, e assim o círculo da língua é construído. Porém, o círculo não está
completo, porque falta um dos menos vistos, os comandos paragramaticais, que são os
meios de pesquisas da gramática desde livros, revistas, jornais entre outros, que deveriam
ser usados para tirar dúvidas, mas que tem efeito contrário na sociedade, destruindo a au-
toestima dos falantes.
Dessa forma, é mister que se fale, e que se combata o preconceito linguístico, princi-
palmente nas redes sociais, local onde as pessoas se “sentem” livres, para julgar e criticar.
Nós esperamos ao final desta pesquisa, transformar as análises feitas, tanto no Facebook,
quanto nas leituras, formas de combate ao preconceito linguístico, tendo como produto final
uma cartilha trazendo o que é o preconceito linguístico, e as consequências que ele pode
causar, além de desenvolver práticas de ensino que auxiliem os professores no ensino da
língua portuguesa.
REFERÊNCIAS
1. ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro & interação. São Paulo: Parábola Editorial,
2003.
2. ANTUNES, Irandé. Gramatica contextualizada: limpando o pó das ideias simples. São Paulo:
Parábola Editorial, 2007.
4. BAGNO, Marcos, Preconceito linguístico: o que é, e como se faz. 49. ed. São Paulo: Loyola,
1999. 183 p.
22
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
5. BAGNO, M. A norma oculta: Língua e poder na sociedade brasileira. São Paulo: Parábola
Editorial, 2003.
8. FARACO, Carlos Alberto. Norma culta Brasileira: desatando alguns nós. São Paulo, SP: Pa-
rábola ditorial, 2008.
10. LYONS, J. Language and Linguistics. Cambridge: Cambridge University Press, 1981.
12. POSSENTI, S. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas: mercado das letras, 1996.
13. RADTKE, Natália Giusti. “Seje menas”: um estudo sobre o preconceito linguístico no facebook.
2017. 95 f. Tese (Mestrado) - Curso de Letras, Programa de Pós-graduação em Letras – Mes-
trado/doutorado em Letras, Universidade Católica de Pelotas, Pelotas, 2017.
14. RECUERO, Raquel. Análise de redes para mídia social. Porto Alegre: Sulina, 2018.
15. ZUIDEMA, Leah A. Myth education: rationale and strategies for teaching against linguistic
prejudice. Journal of adolescent e adult literacy, maio, 2005.
23
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
02
Análise dos aspectos de segurança
aplicada à internet das coisas e
usabilidade do usuário
10.37885/211106577
RESUMO
Atualmente vivemos uma revolução tecnológica onde a Internet das Coisas (Internet of
Things – IoT) é uma grande realidade no dia a dia. As possibilidades de aplicações são
inúmeras, o uso de IoT com sensores estão sendo cada vez mais aplicados em conjunto
com a inteligência artificial, onde as decisões são tomadas com base nos dados informa-
dos e coletados, essa evolução transforma nossa relação com a tecnologia, diferenciando
o modo como interagimos com o mundo mudando nosso ambiente de vida pessoal e
profissional. Com a enorme quantidade de dispositivos ligados à Internet, devemos con-
siderar os novos desafios que surgem, dentre eles a segurança. Além da comunicação
insegura, todos os dados coletados e armazenados também podem sofrer ataques.
Com o aumento do uso do IoT para fins diversos, se faz necessário adotar medidas de
segurança que garantam privacidade, consistência e inviolabilidade dos dados. Dentre
as técnicas de segurança o Pin Authentication surge como uma das alternativas para
promover uma camada adicional para que a rede e o dispositivo fiquem seguros. Através
de implementações de códigos e definições de parâmetros é possível proporcionar maior
segurança aos usuários em relação a segurança.
25
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
INTRODUÇÃO
A tecnologia IoT apresenta diversos desafios para os fabricantes que ainda estão pa-
dronizando técnicas de desenvolvimento seguro.
Segundo o estudo ISTR – Internet Security Threat Report 2016, da Symantec, são
criados mais de 1 milhão de malwares por dia. Além disso devemos considerar à falta de
consciência dos usuários sobre os riscos. Estima-se, por exemplo, que até 2021 sejam
gastos US$ 6 milhões com cyber crime. (SYMANTEC,2016.p.6).
Todos esses desafios se apresentam por falta de ações preventivas. Com base nesses
dados concluí- se que a segurança da informação é um assunto importante a ser discutido,
pois é fundamental para que os dados não sejam roubados, comprometidos e utilizados de
formas indevidas. Para que um sistema IoT seja seguro é preciso estabelecer os objetivos
de segurança desejáveis. Partindo do pressuposto que temos três grupos de objetivos para
segurança IoT (1. Confidencialidade; 2. Integridade; 3. Disponibilidade), essa pesquisa
abordará um cenário de falha de segurança e a correção da falha, visando o cenário de
Integridade. No protótipo utilizou- se a autenticação de dispositivos para garantir que so-
mente aparelhos cadastrados tenham acesso. O Personal Identification Number (Número de
Identificação Pessoal – PIN Authentication) foi utilizado para criar um acesso mais seguro
e garantir a integridade dos recursos. O objetivo desse trabalho é evidenciar a importância
da segurança em dispositivos IoT, bem como apresentar a eficiência do PIN Authentication
como uma camada adicional de segurança.
Ao longo de seus primeiros 40 anos, a Internet tem sido utilizada para conectar pes-
soas através de trocas de e-mails, sites de redes sociais que distribuem informações e
dados. Na atualidade a Internet é utilizada para conectar dispositivos, máquinas e outros
objetos, utilizando redes com e sem fio, denominando- se o termo Internet of Things (IoT –
Internet das coisas). (SANTOS e SALES, 2015, p.284).
Diferente do que muitos pensam, a ideia de IoT não surgiu tão recentemente. Em junho
de 2009, Kevin Ashton – Co-fundador e diretor executivo da Auto-ID Center no Massachusetts
Institute of Technology - comentou que o termo Internet of Things teve início em seu trabalho
apresentado para a Procter & Gamble (P&G) em 1999. Na época a ideia foi unir a tecnologia
RFID com a internet. Esse foi um ponto importante pois 10 anos depois o IoT se tornou título
de importantes artigos e uma grande revolução tecnológica que tem grandes impactos na
infraestrutura de TI e de rede. (ASHTON, 2009, p.1).
26
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Os dispositivos de IoT são “dados continuamente disponíveis através da Internet”, ou
seja, objetos do dia-a-dia com capacidade computacional e de comunicação que se co-
nectam à Internet. Segundo Margaret Rouse em um artigo publicado no IoT Agenda, o IoT
evoluiu a partir da junção de várias áreas como sistemas embarcados, tecnologias sem fio,
microeletromecânicos (MEMS) e internet. Em diferentes palavras, é a conexão que combina
físico e virtual em qualquer lugar e a qualquer momento. (ROUSE, 2019, p.1).
Segundo Rouse (2019, p.1) os dispositivos conectados estão provendo benefícios no
dia a dia como qualidade de vida melhor, melhorias em requisitos de segurança, cuidados
com a saúde, orientação de aprendizagem e muitas outras atividades cotidianas e até mes-
mo ambientes profissionais.
De acordo com o portal fornecedor de dados e análises The Statistics Portal, em 2015
a quantidade de dispositivos conectados era de 15,4 bilhões, considerando que o mercado
de IOT tem um crescimento exponencial em 2020 a previsão é de existir 30,7 bilhões e
em 2025 75,4 bilhões. (STATISTA, 2019, p.1). O gráfico abaixo representa essa evolução
ao longo dos anos.
Figura 1. Internet das Coisas: Dispositivos conectados de 2015 até 2025 (in billions).
Uma implementação de IoT consiste em dispositivos habilitados para a web que usam
processadores, sensores e hardwares de comunicação integrados para a coleta de dados,
transmitir e agir sobre as informações adquiridas. Os dados são compartilhados através de
conexões com um gateway (roteadores, por exemplo) ou algum outro dispositivo de comuni-
cação em que os dados são alocados na nuvem para serem analisados. Todos os dispositivos
27
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
implementados se comunicam, fazendo a maior parte do trabalho sem intervenção humana,
porém é possível que as pessoas acessem suas funções para configurá-los, acessar dados
e indicar instruções. (ROUSE, 2019, p.1).
Rouse (2019, p.1) afirma que para cada projeto de IoT é utilizado e implementado
técnicas de conectividade, rede e comunicação de acordo com a necessidade e finalidade
do produto. Representando abaixo, a figura demonstra como pode ser as fases de imple-
mentações IoT. Sensores, antenas, microcontroladores, entre outros dispositivos coletam
dados e transmitem para a análise e interface.
Redes
Segundo Kurose e Ross (2013, p.25-27) uma rede de computadores pode ser definida
como uma conexão de dois ou mais computadores para possibilitar o compartilhamento de
recursos e informações.
Kurose e Ross (2013, p.25-27) afirma que as redes não se limitam apenas a compu-
tadores, mas a uma vasta gama de dispositivos e sensores.
Um dispositivo pode ser tanto um dispositivo de conexão como um roteador, que ligam
redes e outras redes, ou switch, que ligam os dispositivos entre si. Como um host (ou Sistema
28
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
final) podendo ser um desktop, laptop, estação de trabalho, telefone celular ou sistema de
segurança. (KUROSE e ROSS, 2013, p.25-27).
Mendes (2015, p.32-35) complementa dizendo que as redes são a forma padrão para
interligar dispositivos para o compartilhamento de recursos físicos ou lógicos.
Protocolos de rede
Segundo Kurose e Ross (2013, p.30) um protocolo define o formato e a ordem das
mensagens trocadas entre duas ou mais entidades comunicantes, bem como as ações rea-
lizadas na transmissão e/ou no recebimento de uma mensagem ou outro evento. Kurose e
Ross (2013, p.28) exemplifica os protocolos fazendo uma analogia com as boas maneiras
humanas e dá exemplo de quando nos aproximamos de outra pessoa e perguntamos as
horas. No exemplo que ele nos dá existem mensagens específicas que são enviadas e
ações específicas que são executadas em função das respostas recebidas, como podemos
ver na figura 3.
Segundo Kurose e Ross (2013, p.36) os protocolos definem o formato e a ordem das
informações recebidas e enviadas pelos dispositivos da rede e também as ações que devem
ser tomadas a partir do envio ou recebimento de uma mensagem.
Entre as características da família de protocolos TCP/IP está a capacidade de aceitar
novas formas de comutação de pacotes. O que garante que novas tecnologias podem ser
implementadas sem prejuízos à rede como um todo. O modelo OSI foi criado no fim dos
anos 70 pela ISO. Ele é um conjunto de protocolos que permite a comunicação entre duas
29
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
máquinas diferentes, independente das arquiteturas que elas tivessem. E seu objetivo era
permitir a comunicação sem que fossem necessárias alterações no software e no hardware
dos dispositivos. (KUROSE e ROSS, 2013, p.36-37). Como pode ser observado abaixo.
Segurança
30
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Estratégias para manter uma rede segura
Na maioria das situações, a rede não é o recurso em risco, em vez disso, são os pontos
finais da rede que são ameaçadas. Por analogia, hackers não furtam um serviço de telefonia
em si, em vez disso, eles utilizam o sistema de telefonia como uma ferramenta para alcançar
suas vítimas reais. (CHESWICK et al., 2005, p.298).
Cheswick et al. (2005, p.298) alerta que é necessário comunicar-se por meio de enlaces
inseguros, sem expor os sistemas de alguém. A criptografia é a resposta normal.
Cheswick et al. (2005, p.298-299) define que o uso mais comum da criptografia
é, naturalmente, para sigilo. Um pacote adequadamente criptografado é incompreensí-
vel para invasores.
Existem pelo menos três grupos de objetivos desejáveis para segurança em IoT: (1)
confidencialidade – requisito onde os dados transmitidos podem ser entendidos por elemen-
tos participantes da comunicação, isto é, elementos sem autorização sabem que ocorreu
comunicação, mas não sabem o conteúdo da comunicação; (2) integridade – os dados não
podem ser alterados por elementos da rede sem devida autorização. De modo geral, imple-
menta-se integridade criptografando as mensagens e verificando-as no lado do receptor; (3)
disponibilidade – deseja-se manter o sistema sempre disponível e seguro contra-ataques
maliciosos. (SANTOS et al., 2015, p.26).
Assim, o sistema IoT deve ser capaz de identificar e tratar problemas como este para
evitar ataques. Assume-se que o “hacker” possui controle sobre a rede podendo ler, alterar
ou remover qualquer mensagem na rede. Vale mencionar que os requisitos de seguran-
ça para IoT variam de aplicação para aplicação e, assim, devem considerar um ou mais
dos objetivos de segurança acima mencionados ao implementar uma aplicação. (SANTOS
et al., 2015, p.27).
Como os ataques aos dispositivos IoT começaram a se tornar cada vez mais comuns,
perguntas sobre sua segurança começaram a se concentrar em quando o próximo ataque
aconteceria e com quantos dispositivos os invasores contariam, em vez de quais medidas
de segurança seriam implementadas para evitá-los. (ALBORS, 2018, p.1).
Estes dispositivos conectados de forma insegura representam um problema sério, mais
precisamente porque as vulnerabilidades existentes podem ser facilmente exploradas pelos
criminosos e usá-las para seu benefício próprio. (ALBORS, 2018, p.1).
31
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Desde Smart TVs a brinquedos conectados, através de câmeras IP, dispositivos de
gravação e todos os tipos de dispositivos imagináveis, estima-se que milhões desses dis-
positivos podem ser vítimas de um ataque que aproveita as vulnerabilidades existentes
sem correção ou uma péssima política de gestão. Conhecer os benefícios que um invasor
pode obter com essa implementação insatisfatória é um assunto com o qual devemos nos
preocupar seriamente. (ALBORS, 2018, p.1).
O aumento dos dispositivos IoT pode ser considerado um dos principais problemas
de segurança, visto que também aumenta as possibilidades de ataques, pois todos eles
oferecem um ponto de entrada para cyber criminosos (AVAST,2019,p.1).
De acordo com o time do Avast existem alguns principais riscos para uma rede sem a
segurança cibernética correta. Sendo eles: Acesso a dados sigilosos: grandes problemas
podem ser gerados quando dispositivos que gerenciam dados sigilosos são invadidos, im-
pressoras ou equipamento de escritórios, câmeras de segurança e outros frequentemente
gravam, acessam e transmitem dados sigilosos. Qualquer informação confidencial pode ser
exposta, dados de novos negócios de empresas, informações salariais de funcionários e até
mesmo comprometimento político. Imagine você ter que suportar constrangimentos pois a
empresa em que trabalha teve um sistema invadido e seus dados foram expostos? Além de
toda a situação desagradável, o responsável terá que melhorar a rede. (AVAST,2019,p.1).
Sabotagem: a partir do momento que um dispositivo é invadido, todas as suas fun-
ções ficam vulneráveis, considerando que o IoT é utilizado em todos os ramos de negócio,
nesse caso vidas podem ficar em perigo, quando uma pessoa consegue manter um carro
autônomo e os seus ocupantes como reféns e exigir pagamento para liberar o dispositivo.
(AVAST,2019,p.1). Redes zumbi: as redes zumbis consistem em diversos dispositivos infec-
tados, apesar de serem conhecidas em uso de ataques DdoS (Distributed Denial of Service
ou Negação distribuída de serviço). Esses ataques enviam as solicitações dos dispositivos
infectados para um servidor, computador ou rede que irão tirar do ar. O Twitter e Netflix
sofreram em 2016 um ataque de rede zumbi através de DdoS. (AVAST,2019,p.1).
Em um artigo publicado pela Exame em 2019, foi citado que a Huge Networks, em-
presa especializada em desenvolvimento de soluções anti-DdoS, detectou e combateu 120
ataques dentro de seis meses no ano de 2019. (EXAME,2019,p.1).
32
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Autenticação de dispositivos
A autenticação surge para que dispositivos não acessem recursos para os quais não
estão autorizados. Sendo também conhecido como elemento central para tratar a segurança
em sistemas distribuídos. Na Internet das Coisas os usuários interagem com muitos dispo-
sitivos inteligentes ou provedores de serviços (Service Providers – SPs), os mecanismos
de controle de acessos são essenciais para que os recursos estejam disponíveis somente
para dispositivos autorizados. A Autenticação de PIN entra na estrutura de autenticador
com o papel de criar a camada de segurança que irá registrar os dispositivos. (WANGHAM
et al.,2019, p.17-18). Visualizando o mapa abaixo, pode ser observado os principais requi-
sitos para a Internet das coisas.
Figura 5. Mapa Conceitual com o Principais Requisitos para a Internet das Coisas.
A autenticação dos dados, surge também como uma solução completa para disposi-
tivos IoT, figura 6.
Fonte: Rambus Crypto Manager IoT Security Service for Smart Home (2019, p1)
Pin authentication
METODOLOGIA
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Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
A conexão dos dispositivos foi realizada via WiFi com um roteador, permitindo que os
dados processados pela rede identificassem os objetos conectados. O roteador foi conectado
a internet permitindo a criação de uma LAN para acesso e controle dos dispositivos. O smar-
tphone utilizado para controle dos dispositivos se conecta ao gateway que o identifica e
permite sua entrada a rede LAN direcionando seu controle para o objeto a ser controlado
pela rede IoT, como demonstrado abaixo.
Arquitetura protótipo
35
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 9. Arquitetura protótipo.
Implementação código
Para garantir a segurança de acesso aos dispositivos IoT, foi utilizado o método de PIN
Authentication. Para que o cliente consiga controlar algum dispositivo da rede é gerado um
código PIN para cadastro, a fim de garantir a integridade e segurança da rede e dispositivos
conectados, tal fluxo é demonstrado na figura 10.
36
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 10. Fluxo lógico.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 12 e 13, o dispositivo IoT informa o PIN que o usuário deve inserir para cadastro.
37
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 12. PIN code informado no hardware do protótipo.
38
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 15. Usuário com acessos as funcionalidades do dispositivo IoT.
Com a implementação do PIN Authentication para acesso ao dispositivo IoT, foi pos-
sível adicionar uma camada de segurança proporcionando integridade dos dados e dos
dispositivos, assim gerando maior confiabilidade e diminuindo as possibilidades de ataques.
Pode ser observado que essa é uma maneira eficaz de levar mais uma opção de segu-
rança aos usuários.
CONCLUSÃO
TRABALHOS FUTUROS
AGRADECIMENTOS
Aos nossos pais e familiares que estiveram ao meu lado, aos amigos que fiz durante
esses cinco anos, que fizeram parte da formação acadêmica e que vão continuar presentes
em minhas lembranças. Agradeço ao orientador João Cunha, como a todos os professores
pelo acolhimento com disposição e apoio sempre que requisitados, pela paciência, dedicação
e ensinamentos que possibilitaram a realização deste trabalho.
REFERÊNCIAS
1. ALBORS, J. Segurança em Dispositivos IoT. jul. 2018, p.1. Disponível em: <https://www.
welivesecurity.com/br/2018/07/31/seguranca-em-dispositivos-iot/>. Acesso em: 4 mar 2019.
2. ASHTON, K. That ‘Internet of Things’ Thing. jun. 2009, p. 1. Disponível em: <https://www.
rfidjournal.com/articles/pdf?4986>. Acesso em: 23 mar 2019.
3. AVAST BUSINESS TEAM. Quais são os riscos da falta de segurança dos dispositivos
inteligentes? | Avast. Mar. 2019, p.1. Disponível em: <https://blog.avast.com/pt-br/quais-
-sao-os-riscos-da-falta-de-seguranca-dos-dispositivos- inteligentes>. Acesso em: 5 nov 2019.
4. CHESWICK, WILIAM R.; BELLOVIN, STEVEN M.; RUBIN, AVIEL D. Firewalls e Segurança
na Internet – Repelindo o Hacker Ardiloso, 2. ed. 2005, p. 23 – 325.
40
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
5. KUROSE, JIM.; ROSS, KEITH W. Redes de Computadores e a Internet – Uma abordagem
Top-Down – 6. ed. 2013, p. 25 – 37.
6. MARTINS, RODRIGO. O Risco de Segurança na internet das Coisas. jan. 2016, p.1. Dis-
ponível em: <https://atitudereflexiva.wordpress.com/2016/01/02/os-riscos-de-seguranca-na-
-internet-das-coisas/ >. Acesso em: 17 nov. 2019.
8. RAMBUS – Crypto Manager IoT Security Service for Smart Home. 2019, p.1. Disponível
em: < https://www.rambus.com/iot/smart-home/>. Acesso em: 18 out 2019.
9. ROUSE, M. Internet of things (IoT). mar. 2019, p.1. Disponível em: <https://internetofthing-
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10. SANTOS, CESAR C.; SALES, A. DAVID J. O desafio da privacidade na Internet das Coi-
sas – Origem da Internet das Coisas, ed. especial. out. 2015 p. 284. Disponível em: <https://
periodicos.ufpe.br/revistas/gestaoorg/article/view/22115/18481>. Acesso em: 23 mar 2019.
11. SANTOS, P.; SILVA, A. M.; CELES, S.; NETO, B. J.; PERES, S.; VIEIRA, M.; VIEIRA, L.;
GOUSSEVSKAIA, O.; LOUREIRO, A. Internet das Coisas: Da Teoria à Prática – Segurança
em Rede IoT. 2015 p. 26 - 27. Disponível em: <https://homepages.dcc.ufmg.br/~mmvieira/cc/
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12. STATISTA – THE PORTAL OF STATISTICS. Internet of Things (IoT) connected devices
installed base worldwide from 2015 to 2025 (in billions). 2019, p.1. Disponível em: <https://
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13. SYMANTEC – ISRT. Internet Security Threat Report. 2016, p.6. Disponível em: < https://
www.symantec.com/content/dam/symantec/docs/reports/istr-21-2016-en.pdf>. Acesso em 23
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14. WANGHAM, MICHELE S.; DOMENECH, MARLON C.; MELLO, EMERSON C. Infraestru-
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Disponível em: <http://docente.ifsc.edu.br/mello/artigos/wangham-mc-sbseg13.pdf>. Acesso
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15. WIKIPEDIA. Personal Identification Number. ago. 2019 p.1. Disponível em: <https://en.m.wi-
kipedia.org/wiki/Personal_identification_number>. Acesso em: 30 ago. 2019.
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Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
03
Aplicativos Matemáticos: podem ou não
ajudar o processo de aprendizagem?
Juliano Schimiguel
UNICSUL
10.37885/210906203
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo identificar algumas contribuições do uso de aplicativos
matemáticos no processo de ensino e aprendizagem de conteúdos básicos de matemá-
tica. Participaram da pesquisa quatro estudantes do 1o (primeiro) semestre do curso de
Engenharia Ambiental de uma Instituição de Ensino Superior da rede privada de ensi-
no, localizada na cidade de São Paulo. Este estudo tomou por referência a Teoria da
Atividade, bem como pesquisas atuais em mobile learning (m-learning). Usou-se uma
pesquisa exploratória, com abordagem quali-quantitativa em que, para a abordagem
qualitativa, valeu-se da pesquisa-ação. Foi desenvolvida, na pesquisa, uma atividade de
ensino e aprendizagem de simplificação de expressões algébricas, com o grupo de estu-
dantes. Destaca-se, ainda como contribuição do uso do recurso neste estudo, aspectos
motivacionais que podem influenciar positivamente o processo de ensino e aprendizagem
dos conteúdos de matemática aqui investigados.
43
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
INTRODUÇÃO
O advento dos telefones “inteligentes” (smart phones) e tablets sem sombra de dú-
vidas deu um significativo impulso à computação móvel. Os sistemas operacionais iOS e
Android rapidamente tornaram-se referência, no que tange a plataformas para execução de
aplicativos nos dispositivos móveis. Isto, aliado a ferramentas de programação mais simples
e ágeis, possibilitou o desenvolvimento de aplicativos para tais dispositivos e sua rápida
disseminação, tendo em vista a facilidade de acesso (download) e de aquisição, porque, na
maior parte, tais aplicativos são gratuitos ou de baixo custo.
Assim, programas utilitários de diversa natureza, jogos, navegadores, aplicativos de
execução de vídeo e áudio, aplicativos financeiros, entre outros rapidamente têm se disse-
minado, sendo “baixados” e instalados em dispositivos móveis por todo o mundo.
Este fenômeno também ocorre com “aplicativos matemáticos”, desenvolvidos para
dispositivos móveis. Estão disponíveis, na rede, aplicativos desta categoria que emulam
desde calculadoras básicas, financeiras e científicas a outros em que o usuário simplesmente
fotografa uma equação algébrica e o programa apresenta a resolução da mesma, além dos
jogos em que o usuário necessita mostrar conhecimentos matemáticos, a fim de atingir os
objetivos da missão proposta.
Trata-se, portanto, de mais uma manifestação do “mobile learning”, que se baseia
no uso de dispositivos computacionais portáteis (tais como iPads, laptops, tablet PCs, PDAs
e smart phones), por meio de redes de comunicação sem fio (wireless networks), o que
possibilita a mobilidade e o “aprendizado móvel” (mobile learning) e, em consequência,
ensino e aprendizagem estendidos além do tradicional espaço da sala de aula. Já na sala
de aula, o “mobile learning” dá aos docentes e discentes maior flexibilidade e novas opor-
tunidades de interação.
O uso de aplicativos dentro ou fora da sala de aula tem sido objeto de investigação no
Brasil e em todo o mundo. É inegável a facilidade com que o público jovem maneja dispo-
sitivos móveis, tais como tablets e smartphones, bem como os aplicativos que podem ser
instalados e utilizados nesses dispositivos. Isto pode ser usado como fator de motivação,
tendo em vista ser amigável, para o aluno, o ambiente e a ferramenta de trabalho.
Neste trabalho, será feita uma exposição de alguns dos aplicativos mais “baixados” e
usados. Em seguida, analisar-se-á, de um ponto de vista educacional, a aplicação de um dos
aplicativos matemáticos aqui descritos (PhotoMath) em uma turma de primeiro semestre do
curso de engenharia ambiental de uma IES da cidade de São Paulo. No estudo aqui des-
crito, serão usados como referência os trabalhos feitos por Almeida (2015) e Batista (2011).
44
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
REFERENCIAL TEÓRICO
De acordo com Parsons (2013), mobile learning (ou m-learning) “consiste em qual-
quer forma de aprendizado que ocorre utilizando um dispositivo móvel, seja em movimento
ou estática, seja em contextos formais ou informais, seja trabalhando de forma colabora-
tiva ou sozinho. ”
É notória a familiaridade e destreza com que adolescentes e jovens conseguem de-
monstrar, quando usam dispositivos móveis (tablets e smartphones), seja para jogar, ver
filmes, comunicar-se nas redes sociais ou até mesmo usá-los na busca de determinada
informação. Segundo ALMEIDA (2015), “...as situações observadas permitiram analisar a
familiaridade e habilidade que os adolescentes possuem com essa tecnologia...”. Além disso,
a facilidade de acesso, dependendo da infraestrutura wireless local, é uma enorme vantagem.
Daí se pensar em aplicar dispositivos móveis, dotados de aplicativos educativos, como
ferramentas ou instrumentos de aprendizagem, em princípio parece uma boa ideia, tendo
em vista a facilidade de interação entre o discente e tais dispositivos, o que pode prover um
fator motivacional no ponto de partida do processo de ensino e de aprendizagem.
A fim de se determinar uma metodologia que, além de exprimir a intencionalidade desse
processo, seja tomada como elemento de ligação e de mediação entre o instrumento e o re-
sultado que se deseja obter com o aluno, ALMEIDA (2015) coloca a Teoria da Atividade “como
aporte teórico-metodológico para pesquisas m-learning”. Segundo a Teoria da Atividade, idea-
lizada por Vygotsky e desenvolvida por Leontiev e colaboradores, a ideia de atividade deve
estar voltada para um objetivo, com o propósito de transformar esse objetivo em resultado.
Uma atividade pode ser definida e realizada por meio de um conjunto de ações baseadas
em vários motivos. Tais motivos dotam cada ação de um sentido pessoal, que se manifesta
de maneira diferente para cada ator dentro do contexto de cada atividade a ser realizada.
Essas ações, executadas ao longo do tempo, deveriam elevar o grau de desenvolvimento
do indivíduo, no que concerne à lapidação do “saber fazer” desse elemento social.
Portanto, as ações voltadas para o ensino têm de estar imbuídas de clara intenciona-
lidade, sistematização e planejamento (ALMEIDA, 2015 apud BRASIL, 2002), bem como
aquelas dirigidas à aprendizagem deveriam trazer, ao longo e no final do processo, uma
aprendizagem que tenha significado para o aluno e que lhe traga uma construção de co-
nhecimento, dada a base por ele já dominada e apropriada, além do desenvolvimento de
suas habilidades e competências, especialmente quando os objetivos educacionais visam
educação tecnológica ou para o trabalho em nível mais especializado.
Por outro lado, há alguns desafios ainda a serem transpostos, tais como abertura
da Escola e da comunidade educativa a novas aprendizagens mais dinâmicas e atuais,
integração efetiva e inovadora de dispositivos móveis no ensino por parte dos professores,
45
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
conscientização dos alunos em relação à tecnologia móvel como uma ferramenta com poten-
cial para ajudá-los a aprender mais e melhor, fazer com que o aluno tire partido do potencial
da tecnologia para sua aprendizagem, centralizar o conhecimento no aluno e formação de
professores (ALMEIDA, 2015).
Nas seções seguintes, são descritos alguns dos aplicativos “matemáticos” mais baixa-
dos pelos usuários de smarphones.
Cola Matemática
iMathematics
Disponível para iPhone e iPad (iOS), desenvolvido por Antonio Giarusso, aborda
“mais de 120 tópicos em Matemática, sendo dotado de mais de 700 fórmulas, teoremas e
definições, 8 solucionadores e calculadoras (calculadora científica, aproximador de frações,
calculadora gráfica, calculadora avançada, solucionador de sistemas, solucionador de ma-
trizes, solucionador de equações quadráticas) e um glossário matemático. (APPCIRCUS,
2016)”. Possui uma interface atrativa, simples e intuitiva. Traz também mais de 50 quizzes
sobre o conteúdo, para o usuário testar seus conhecimentos.
“O aplicativo ainda oferece pequenos resumos simples de cada assunto da Matemática,
explicando as propriedades e os usos para vários tópicos: aritmética, geometria plana, geo-
metria espacial, trigonometria,“ (LOURENÇO, 2015) matrizes, álgebra, entre outros.
47
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 3. Uma tela do aplicativo “iMathematics”.
MathYou
Matemática Elementar
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Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 5. Tela inicial do aplicativo “Matemática Elementar”.
PhotoMath
MyScript Calculator
49
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 7. Vista parcial de tela do aplicativo ”MyScript Calculator”.
b)
Nenhum dos quatro alunos teve contato anterior com o aplicativo, apesar de todos eles
possuírem smartphones e tablets, e também serem, com grande frequência, usuários destes
dispositivos, como meio de acesso para as redes sociais. Todos eles já haviam anteriormente
feito uso dos mesmos dispositivos, como ferramenta de busca de informações e de algum
conhecimento em outras disciplinas do curso, sendo este um dos motivos que pode explicar o
fato de que eles não tiveram dificuldades para usar o smartphone e o aplicativo PhotoMath.
Todos eles aprovaram o uso do PhotoMath, instalado em seus smartphones, com
a específica finalidade de conferir o resultado da resolução de exercícios, depois que eles
tentassem resolvê-los manualmente, porém preferencialmente com o acompanhamento do
50
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
professor. Os alunos não mencionaram que o uso do aplicativo os motivassem a estudar
mais, apesar de reconhecerem que tal uso traz uma melhoria, agilidade e facilidades para o
trabalho do professor e dos alunos, bem como para entendimento e assimilação do conteúdo
da aula. Uma das características que mais impressionou os alunos foi que o aplicativo tam-
bém é capaz de mostrar a resolução passo a passo, até o resultado final, da simplificação
de uma expressão algébrica.
Os alunos ainda apontaram que preferem estudar em grupo, desde que os componentes
do mesmo compartilhem dos mesmos objetivos e que tenham, em média, nível de empenho
semelhante no desenvolvimento das tarefas propostas pelos professores.
Desta forma, pode-se considerar que a experiência do uso do aplicativo com o grupo
de alunos apresentou resultado satisfatório, uma vez que os alunos demonstraram gostar
de aplicar a ferramenta e o método, além de terem fácil e rapidamente aprendido a usar
o aplicativo, considerando-o de extrema utilidade como apoio na resolução dos exercícios
propostos. O comportamento de uso consciente da ferramenta demonstrado pelos alunos
e a presença do professor, no papel de elemento orientador e moderador, facilitaram e
dinamizaram o desenvolvimento da tarefa proposta, trazendo um significativo resultado na
aprendizagem da resolução do tipo de exercício proposto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso dos aplicativos matemáticos acima descritos, bem como de outros similares,
pode trazer um poderoso reforço aos processos de ensino e de aprendizagem de conceitos
matemáticos, bem como de suas aplicações. O estudante pode rápida e facilmente, dentro
das limitações dos referidos aplicativos, verificar o resultado desde operações matemáticas
elementares até solução de expressões ou de equações, ou ainda inequações. Os docen-
tes podem ter um grande apoio na elaboração de exercícios para seus alunos, sem gastar
muito tempo nessa atividade.
Trazer as TIC para dentro da sala de aula é, hoje em dia, muito mais que uma tendên-
cia; chega a ser um grande desafio, tendo em vista que ainda existe muita resistência por
parte de professores e que, muitas vezes, estes não têm acesso a programas de capacita-
ção, tanto de novas metodologias, como do uso de novas tecnologias, dispondo também
de pouco tempo para planejar suas atividades.
O aparecimento de novos aplicativos, em especial aqueles relacionados com a
Matemática, ocorre em uma velocidade cada vez maior. A educação de um modo geral e a
educação matemática não podem e não devem ser excluídas desses movimentos de inovação.
Portanto, metodologias de ensino de matemática precisam ser revistas constante-
mente, atualizadas e até reinventadas, de modo a trazer esses recursos para os processos
51
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
de ensino e aprendizagem, de modo a se obter eficiência e eficácia no ensino e que, na
aprendizagem, o aluno apreenda os conceitos matemáticos e habilidades relacionadas à
resolução de problemas, desenvolvendo seu raciocínio e fazendo com que o resultado da
aprendizagem seja significativo para o aluno. Com base na Teoria da Atividade, as ações
planejadas com o uso de tais aplicativos devem conduzir o aluno a uma construção con-
sistente do conhecimento, motivado pelo uso de um ambiente e aparato que lhe é muito
familiar, e que tal conhecimento tenha forte significado em sua formação.
Desta forma, o uso de novas tecnologias e aplicativos matemáticos podem ser um
enorme aliado, dando um grande sentido às atividades de ensino e aprendizagem; porém
este uso somente faz sentido, se os alunos a usarem também de modo significativo.
Para tanto, o professor (desde que capacitado e bem introduzido na nova tecnologia)
atua no papel de orientador e mediador do ensino da matemática, dentro das fronteiras de
uma metodologia sólida e bem construída, como base do processo.
Fora deste contexto, o aluno meramente cumpre “burocraticamente” a tarefa de obter
a resposta de exercícios propostos pelo professor, sem que se beneficie de modo signifi-
cativo e sem explorar as melhores possibilidades do uso da tecnologia, tendo em vista que
desejamos formar um indivíduo crítico e não um ser que se limite apenas a “apertar botões”.
REFERÊNCIAS
1. ALMEIDA, R. R. Mobile learning no processo de ensino e aprendizagem de conteúdos de
genética: proposta e análise com base na Teoria da Atividade. 2015. 210 f. Tese (Douto-
rado em Ensino de Ciências e Matemática) – Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, 2015.
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6. LOURENÇO, Ana. 6 aplicativos para estudar Matemática. Guia do Estudante – Blog “Divirta-
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52
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
7. Oddrobo Software AB. King of Math. Disponível em <http://oddrobo.com/kingofmath>. Acesso
em 07/03/2016.
8. PARSONS, D. The Future of Mobile Learning and Implications for Education and Training.
In: ALLY, M.; TSINAKOS, A. (Eds.). Increasing Access through Mobile Learning. Commonwealth
of Learning Press, 2014, p. 217-229.
9. RIBEIRO, Daniel. Resolva Problemas Matemáticos com Cola Matemática. Rio de Janeiro:
Globo, 17/09/2014. Disponível em <http://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/cola-matematica.
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10. VELLOSO, Felipe. Resolva exercícios de Matemática com MathYou. Rio de Janeiro: Globo,
21/11/2013. Disponível em <http://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/mathyou.html> . Acesso
em 20/03/2016.
53
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
04
Aretê: aplicativo gerenciador de
tarefas e de bem-estar universitário
10.37885/210705214
RESUMO
55
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
INTRODUÇÃO
O progresso das relações humanas e a expansão das redes sociais trazem à tona
diversas questões nunca antes pensadas ou evidenciadas pelo público geral. Uma que se
destaca, principalmente na realidade brasileira, é o crescente grito de socorro dado pelos
universitários que denunciam casos de negligência por parte dos professores, sobrecarga
de trabalhos, altíssimos custos com materiais, falta de tempo hábil para estudo e responsa-
bilidades em estágios que, somados, acarretam em déficit da saúde mental, desistências,
terapias, drogas, vícios e traumas.
A faculdade é um período de muitas mudanças na vida do jovem. Ele se redescobre,
se desconstrói, amadurece e vive experiências completamente diferentes do padrão que
estava acostumado até então. Porém, todas essas metamorfoses, juntas às questões cita-
das acima, acontecem em um período muito curto, podendo causar um baque emocional e
agravar as consequências.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2018, mais de 800 mil
pessoas cometem suicídio por ano, essa tida como a segunda maior causa de mortes entre
a faixa etária dos 15 aos 29 anos. O mesmo estudo aponta que cerca de 20% dos jovens
sofrem com algum distúrbio mental.
Uma outra pesquisa realizada pelo órgão britânico Royal Society for Public Health
(RSPH) apurou, em 2017, que os casos de depressão e ansiedade aumentaram em 70%
nos últimos 25 anos.
Tendo em vista os crescentes e constantes casos de problemas psicológicos dentro
do meio universitário, surgiu a possibilidade de desenvolver um aplicativo focado em aten-
der este público. Uma ferramenta capaz de ajudar os estudantes a se organizar e cuidar
da saúde mental.
O projeto consiste na criação de um aplicativo que auxilie o usuário tanto a organizar
seus trabalhos, tarefas, objetivos e aulas, quanto a sugerir momentos do dia para relaxar
e cuidar da saúde mental. Todos esses problemas que estimularam a criação do aplicativo
estão associados à concepção da sociedade pós-moderna segundo Jean-France Lyotard e
necessitam de planos a longo prazo para resolvê-los. Entretanto, o aplicativo pretende ser um
aliado dos universitários e tornar a experiência da faculdade mais fácil, agradável e saudável.
MÉTODO
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Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 3. “Você consegue fazer seus trabalhos dentro do prazo?”
Assim como no caso das frequências em sala de aula, temos um resultado em sua
maioria “positivo”, isto é, alunos cumprindo suas responsabilidades, porém de maneira pou-
co saudável e prática. Já é bastante comum da cultura universitária, fazer os trabalhos na
véspera da entrega, porém isso só contribui para a queda na qualidade do produto final e
para o cansaço físico e psicológico.
Como esperado, a procrastinação, seguida pela falta de tempo, é o maior fator por
trás desses atrasos nas entregas. Ambas são consequência da má gestão do tempo hábil.
Figura 5. “Você enfrenta/enfrentou algum desses problemas aos longos dos períodos: ansiedade, insônia, stress,
desânimo?”
58
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Como esperado, cerca de 95% dos estudantes entrevistados já sofreu com algum
desses problemas e, atualmente, a tendência é que sejam afetados novamente, pois não
existe nenhuma medida eficaz das próprias instituições que combatam isso. Sendo assim,
o controle desses distúrbios depende única e exclusivamente do próprio estudante.
59
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Para Sócrates, virtude é fazer aquilo que cada um se destina a fazer, sua essência.
Como o projeto está inserido em um meio universitário no qual os jovens anseiam por se
especializar naquilo que tem paixão e aptidão, a virtude de Sócrates conversa com a pro-
posta do aplicativo.
Para Platão, virtude é um conjunto de características que contribuem para que o in-
divíduo tenha uma vida boa. Proporcionar um bem estar para o usuário é a premissa da
ferramenta tal qual a virtude de Platão.
Virtude é a palavra e o conceito que envelopa os valores do aplicativo. Uma plata-
forma interativa que irá guiar o usuário até a graduação de seu curso, o objetivo pelo qual
anseia e se destina a fazer, de forma a balancear seus excessos e obter assim um bem
estar, uma vida boa.
Aretê é a palavra de origem grega que pode ser traduzida tanto como virtude quanto
excelência. Expressa, também, uma noção de cumprimento de propósito. Aretê é o nome
escolhido para batizar o projeto.
Já no Plano Escopo, cria-se uma lista de requisitos a fim de moldar os objetivos do
aplicativo e as necessidades dos usuários, estabelecidos no Plano Estratégico, em funcio-
nalidades e conteúdo para o produto final. Levando em conta apenas os requisitos essen-
ciais para o funcionamento básico do aplicativo, foi possível elencar quais especificações
funcionais serão implementadas a fim de atender as propostas do projeto para solucionar
as necessidades dos usuários.
Figura 8. Wireframe.
62
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
A etapa final, o Plano Superfície, aborda toda a frente visual do projeto. Estabelece-se
a iconografia, a tipografia e a paleta de cores para transmitir todo conceito e a identida-
de do aplicativo.
Para o processo de desenvolvimento do logo, foi retomado, novamente, a essência do
projeto que é guiar o estudante até a graduação de maneira saudável. Para alcançar essa
meta, o usuário deve gerenciar e concluir suas tarefas a fim de obter um bem-estar e um
estilo de vida equilibrado.
Como primeira parte do conceito, foi pensado em possíveis signos atribuídos a
essa ideia de conclusão e o resultado obtido foi o símbolo de check, um dos mais asso-
ciados com a ação.
Fonte: flaticon.com.
Para a segunda parte do conceito, a questão filosófica por trás do nome do aplicativo
foi novamente retomada através das figuras de Platão e Aristóteles, porém, através de uma
linha de pensamento diferente.
Na clássica obra de Rafael Sanzio, Escola de Atenas, podemos observar os dois filó-
sofos posicionados bem no centro da composição. Porém, o ponto chave se dá na justapo-
sição de suas mãos. Platão aponta para os céus e remete a algo divino, uma verdade, uma
busca pelo saber, enquanto Aristóteles repousa sua mão sobre o chão e faz menção a algo
terreno, um mundo dos prazeres. Ambos andando lado a lado em equilíbrio.
Fonte: ResearchGate.
63
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Por fim, na terceira parte, foi pensado num signo que remetesse ao objetivo a ser al-
cançado por todos os usuários da ferramenta, esse sendo a graduação. Para representar tal
momento, foi escolhido a imagem do capelo, um chapéu usado pelos universitários durante
a cerimônia de colação de grau.
Juntando todas as partes, conseguimos criar um símbolo que representa simultanea-
mente a graduação, que é o objetivo a ser alcançado, o cumprimento de tarefas, o meio pelo
qual essa meta será alcançada, e o equilíbrio, a forma pela qual será alcançada.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
64
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 13. Telas do “Mural”
CONCLUSÃO
Tendo em vista todas as etapas desenvolvidas para se conceber uma interface digital
completa, percebe-se que a pesquisa e o planejamento são os pontos mais importantes
para o desfecho de um projeto bem amarrado.
A metodologia de Garrett se mostrou um guia essencial no desenvolvimento de qualquer
plataforma de interação. A forma como cada plano é apresentado e a maneira como propõe
65
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
soluções para todas as questões a serem trabalhadas reforça ainda mais a importância da
construção de uma base forte e bem estruturada para suportar um projeto.
Com base em toda a pesquisa de arquitetura de informação envolvida e nos fee-
dbacks recebidos, acredita-se que o projeto tenha continuidade e seja desenvolvido e, então,
lançado ao mercado.
Espera-se que a interface proporcione uma ótima experiência do usuário, tanto no
aplicativo em si quanto na própria faculdade, desenvolvendo um senso de organização e
controle a fim de que, com a melhor gerência de seu tempo, os universitários, consigam se
manter a par de seus compromissos sem ficarem sobrecarregados, diminuindo o estresse
e abrindo espaço para o cuidado da saúde mental.
REFERÊNCIAS
1. GARRETT, Jesse James. The elements of user experience: user-centered design for the Web
and beyond. 2. ed. Berkeley CA: New Riders, 2011. 240 p.
4. ARISTÓTELES. Ética a Eudemo. 1ª Edição. São Paulo, SP: Edipro, 2015. 320p.
5. THE ECONOMIC TIMES. Instagram, Snapchat detrimental to mental health, may drive feelin-
gs of inadequacy and anxiety. 2017. Disponível em: <https:// economictimes.indiatimes.com/
magazines/panache/instagram-snapchatdetrimental- to-mental-health-may-drive-feelings-of-i-
nadequacy-and-anxiety/ articleshow/58750159.cms>. Acesso em 05 fev 2019.
66
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
05
Benefícios da Utilização do Modelo
Pedagógico ML-SAI
10.37885/211006388
RESUMO
68
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
INTRODUÇÃO
69
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 1. Modelo pedagógico ML-SAI.
Instrumentos, recursos, características das atividades normas da utilização dos dispositivos móveis papel do professor
Normatização
Contexto Papeis
Limitações Tecnologias
Ações
Pré-requisitos e possíveis distratores do aprendizado Individuais, em grupo ou antes Dispositivos, móveis, aplicativos e recursos tecnológicos
Materiais pedagógicos e dispositivos móveis Mesmo local, ao mesmo tempo ou locais e momentos distintos
Roteiro de atividade
No ML-SAI a Arquitetura Pedagógica (AP) é formada por seis aspectos, sendo eles:
contexto, normatização, papeis, tecnologias, ações e limitações (Martins & Gouveia, 2019a).
Conforme ilustra a Figura 1. A AP e as estratégias para a aplicação da AP são abordadas
com maior detalhamento na Tabela 1.
70
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Tabela 1. Modelo pedagógico proposto: ML-SAI.
Arquitetura Pedagó-
Estratégias para a Aplicação da AP
gica (AP)
Definir os objetivos e motivos das atividades e ações proposta, deixando-os claros para todos os envolvidos;
Contexto
Identificar os instrumentos, recursos, características das atividades e ações, dos alunos e do curso;
Organizar regras e procedimentos para orientar as ações e interações;
Normatização
Estabelecer normas para utilização dos dispositivos móveis (quando utilizar, qual a finalidade, etc.);
Compreender o papel do aluno no processo de aprendizagem, suas motivações, interesses e habilidades;
Papeis
Entender o papel do professor como condutor e facilitador da aprendizagem;
Definir os dispositivos móveis, aplicativos e recursos tecnológicos que serão utilizados, considerando as
características físicas, técnicas e funcionais dos mesmos, tais como: ambiente virtual, Sílabe, Moodle,
Tecnologias Facebook, Khan Academy, YouTube, vídeo-aula, músicas, slides, fotografias, áudios, textos, entre outros,
estabelecendo prioridade para aplicativos livres e gratuitos;
Verificar a necessidade e disponibilidade de conexão com a Internet;
Especificar se as ações serão individuais, em grupo ou ambas, se estas serão comuns a todos os alunos
ou diferenciadas por aluno ou grupo de alunos;
Definir ferramentas de comunicação e sistemas de apoio para dar suporte aos alunos em caso de
dificuldades;
Definir se as ações serão realizadas em um mesmo local, ao mesmo tempo ou em locais e momentos
distintos;
Estabelecer práticas educacionais favoráveis ao aprendizado (situações problemas, aplicações práticas,
colaborativas, autônomas, críticas, em contextos reais, pesquisas), levando em consideração os ambientes
de aprendizagem (on-line, salas de aula, laboratórios) de preferência com os dispositivos móveis dos
próprios alunos;
Incentivar a interação entre os alunos e com o professor, por meio do uso de dispositivos móveis, com
foco no desenvolvimento da atividade proposta;
Determinar os mecanismos de avaliação de desempenho e certificação da aprendizagem, se individuais
Ações
ou em equipes, de preferência continua, e disponibiliza-los para os alunos; Estabelecer momentos de
reflexões e análise das atividades realizadas, buscando colaborar na melhoria continua de novas atividades;
Estruturar os conteúdos que serão disponibilizados em ambiente virtual, para que os alunos possam
acessa-los por meio de um dispositivo móvel, quando e quantas vezes quiserem, se possível com o
acompanhamento das visualizações pelo professor;
Realizar uma curadoria dos conteúdos já existentes na Internet, por meio de plataformas como Khan
Academy e o YouTube em busca de bons vídeos educativos, ou caso não sejam encontrados, gravar
vídeos ou áudios utilizando as ferramentas que existem no próprio dispositivo móvel;
Estimular diferentes formas de aprendizado por meio de diferentes fontes de conteúdo, tais como: vídeos,
áudios, imagens, textos, slides, questões, entre outras;
Elaborar um roteiro de atividades do que será feito dentro da sala de aula, de modo a otimizar o tempo
em sala de aula, utilizando projetos, trabalhos ou solução de problemas, que se conectem com o que foi
visto previamente na plataforma;
Levantar os principais pré-requisitos das atividades e possíveis distratores do aprendizado; Identificar
quais conteúdos podem ser melhor trabalhados com tecnologias móveis;
Verificar se os materiais pedagógicos podem ser utilizados em dispositivos móveis, considerando tamanho
Limitações da tela, usabilidade, capacidade de armazenamento e modelos de dispositivos diferentes; Verificar a
disponibilidade de dispositivos móveis, tomadas para recarregar as baterias dos celulares, conexão com
a Internet, quando necessário, e se os aplicativos apresentam interface adequada a aprendizagem do
conteúdo.
Fonte: Martins & Gouveia (2019b).
METODOLOGIA
Foram utilizados neste experimento recursos tecnológicos digitais no apoio para as ativi-
dades on-line, tais como: YouTube, WhatsApp, Edmodo, entre outros. A coleta de dados, foi 71
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
realizada por meio de três instrumentos, sendo eles, a observação feita pelo pesquisador, a
coleta das percepções dos alunos e professores envolvidos, por meio do questionário on-line
e o registro dos alunos no ambiente virtual Edmodo. O ML-SAI foi utilizado durante o primeiro
semestre de 2019, nos cursos superiores presenciais noturnos de Sistemas de Informação
(SI) e Química, com a participação de 90 alunos, em uma instituição federal de ensino.
Foram utilizados os dispositivos móveis dos próprios alunos e o ambiente de apren-
dizagem on-line Edmodo, para promover uma maior aproximação com o que os alunos es-
tavam habituados a utilizar nas aulas e assim facilitar a aprendizagem. O Edmodo também
permite o acesso por meio de aplicativo instalado nos smartphones dos alunos, sendo muito
prático para os mesmos.
RESULTADOS
Foram elaborados quatro núcleos temáticos, que serão apresentados a seguir, refe-
rentes aos benefícios encontrados com a utilização do modelo pedagógico ML-SAI.
Melhorou o rendimento da turma.
REFLEXÕES
No que diz respeito aos resultados obtidos por meio da aplicação do modelo pedagógico
ML-SAI são apresentados um conjunto de reflexões associados à adoção do mesmo. O ML-
SAI fundamentou-se nas abordagens: construtivistas, construcionistas e conectivistas. A vi-
são construtivista está relacionada com o indivíduo autônomo, questionador, adaptativo e
interativo (Piaget, 2006). O aspecto construcionista, diz respeito ao engajamento do indiví-
duo na construção do conhecimento na interação entre indivíduo e o mundo (Papert, 1986).
Quanto a relação conectivista fica visível pela capacidade de distinguir entre informações
importantes e não importantes distribuídas na rede, assim como o uso destas na comuni-
cação e aprendizado por meio das tecnologias (Siemens, 2004).
Vários autores, tais como: Dewey (1950), Bruner (1976), Piaget (2006), Vygotsky (1998)
Rogers (1973), Ausubel et al. (1980), Freire (1996), entre outros, questionaram o modelo
escolar de transmissão e avaliação uniforme de informação aos alunos. Estes defenderam
também que as pessoas aprendem com mais facilidade quando é utilizada a aprendizagem
ativa, utilizando o que é significativo, relevante e próximo ao seu contexto real. Segundo
Edgar Dale, os alunos aprendem conforme demostrado na pirâmide da aprendizagem (Figura
2), que demostra que os indivíduos aprendem mais quando estão envolvidos de forma ativa
no processo de aprendizagem (Dale, 1969).
73
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 2. Modelo pedagógico ML-SAI.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. Ausubel, D. P.; Novak, J. & Hanesian, H. (1980). Psicologia educacional. Rio de Janeiro: In-
teramericano.
2. Bergmann, J. & Sams, A. (2016). Sala de aula invertida: uma metodologia ativa de aprendi-
zagem. Rio de Janeiro: LTC.
3. Bruce, B. C. (2009). Ubiquitious learning, ubiquitious computing, and lived expirience. In: Cope,
B.; Kalantzis, M. Ubiquitous learning. Chicago: University of Illinois Press.
6. Freire, P. (1996). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 27. ed.
São Paulo: Paz e Terra.
8. Leite, B. S. (2018). Aprendizagem tecnológica ativa. Rev. Inter. Educ. Sup. Campinas, SP, v.
4, n. 3, p. 580-609.
9. Little, D. (1991). Autonomy in language learning. In: I. Gathercole (ed.), Autonomy in Language
Learning. London, CILT, p. 7-15.
11. Martins, E. R. & Gouveia, L. M. B. (2019b). M-Learning e Sala de Aula Invertida: Construção
de um Modelo Pedagógico (ML-SAI). In: Solange Aparecida de Souza Monteiro. (Org.). In-
quietações e proposituras na formação docente. 1ed. Ponta Grossa, PR: Atena Editora, v. 1,
p. 184-192.
12. Panse, A. (2018). O mito da pirâmide de aprendizagem. Educação, Pensamento Crítico. Dis-
ponível em: < https://professorinovador.com/2018/04/01/piramide-de-aprendizagem/ Acesso
em: 28 de julho de 2019.
13. Papert, S. (1986). Constructionism: A new opportunity for elementary Science education. Mas-
sachusetts Institute of Technology, Media Laboratory, Epistemology and Learning Group.
14. Piaget, J. (2006). Psicologia e pedagogia. Rio de Janeiro: Forense Universitária. Rogers, C.
(1973). Liberdade para aprender. Belo Horizonte: Interlivros.
15. Romancini, R. (2015). Colin Lankshear e Michele Knobel: Aprendizagem social e novas tec-
nologias. Comunicação & educação, v. 20, n.1, p. 91-103.
17. Siemens, G. (2004). Connectivism: A Learning Theory for the Digital Age. Instructional Tech-
nology and Distance Education, v. 2, n.1, p. 3-10.
18. Vygotsky, L. (1998). A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicoló-
gicos superiores. São Paulo: Martins Fontes.
76
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
06
COOTAXI - desenvolvimento de
aplicativo móvel da cooperativa de
taxistas do município de Itaituba
Diego Smith
10.37885/211106608
RESUMO
78
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
INTRODUÇÃO
79
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
METODOLOGIA
81
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Implementação
SIGCOOT
82
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 1. Página inicial (nível de acesso administrador).
RESULTADOS/DISCUSSÕES
84
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Quadro 2. Melhorias ocasionadas com a implementação do SIGCOOT.
Período Descrição
Atendimento ao cooperado
Necessidade de realização de diversas consultas para verificação se um cooperado está em adimplente ou
Antes
não com suas obrigações.
Facilidade na busca de informações, uma página listará diversas opções, evitando a realização de várias
Depois
consultas.
Controle dos cooperados
Dificuldade em apresentar a quantidade total de cooperados e ainda apresentá-los por categoria (permissionário
Antes
ou participativo).
O sistema permite mostrar em tempo real, quantos membros foram cadastrados na cooperativa, quantos estão
Depois
ativos e quantos membros há em cada categoria.
Controle financeiro
Criado manualmente através de uma tabela no software Microsoft Word 2007, calculado manualmente, impresso
Antes
e disponibilizado em um mural.
É registrado no sistema todas as entradas, saídas e investimentos por usuários com nível de acesso moderador
Depois
ou administrador e disponível para visualização por todos os cooperados.
Operações
A emissão de carteira de cooperado, recibo de táxi, carnê de mensalidade e cartão de visita eram criados
Antes
manualmente.
A emissão de carteira de cooperado, recibo de táxi, carnê de mensalidade e cartão de visita são gerados
Depois
automaticamente e foram remodeladas o design.
Agilidade
Toda a informação ficava restrita em apenas um computador, ou seja, todas as operações dependiam
Antes
exclusivamente deste computador, garantindo assim a sobrecarga de atividades em um único usuário.
Toda a informação é disponibilizada para qualquer computador, smartphones e tablets, desde que tenha no
Depois
dispositivo: navegador web atualizado, internet e o usuário tenha acesso ao sistema.
Integração dos cooperados
O cooperado só tinha conhecimento do controle financeiro, caso se deslocasse até a sede da cooperativa para
Antes
verificação.
O cooperado possui uma conta para acessar o sistema, onde é possível acompanhar o controle financeiro,
Depois
quantidade de cooperados, entre outras operações.
Foi desenvolvido um manual para uso do sistema que traz instruções simples rela-
cionadas à utilização do banco de dados; bem como, uma documentação completa do
sistema, mostrando os detalhes sobre o planejamento, estrutura e construção do mesmo,
facilitando assim, futuras modificações como: melhorias, adaptações, flexibilizações e por-
tabilidade do sistema.
REFERÊNCIAS
1. BRITO, EDIVALDO. Com WampServer tenha um servidor web completo em seu computa-
dor. 2013. Disponível em: https://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/wampserver.html. Acesso
em: 10 mar. 2019.
2. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
3. LAUDON, Kenneth C.; LAUDON, Jane P. Sistema de Informação Gerencial. Tradução Célia
Taniwaki. 11. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.
4. NETBEANS. NetBeans IDE - A Forma Mais Inteligente e Rápida de Codificar. 2019. Dis-
ponível em: <https://netbeans.org/features/index_pt_BR.html>. Acesso em 10 mar. 2019
5. OLIVEIRA, Djalma de P.R. Sistemas de Informações Gerenciais. 16. ed. São Paulo: Atlas,
2014.
7. ZEMEL, Tárcio. Breadcrumbs: guia completo com exemplos e melhores práticas. 2010.
Dispoível em: <https://desenvolvimentoparaweb.com/ux/breadcrumbs-guia-completo-exem-
plos-melhores-praticas/>. Acesso em: 15 nov. 2018.
86
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
07
Desafios da utilização do modelo
pedagógico ML-SAI
10.37885/211006387
RESUMO
88
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
INTRODUÇÃO
89
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 1. Modelo pedagógico ML-SAI.
Instrumentos, recursos, características das atividades normas da utilização dos dispositivos móveis papel do professor
Normatização
Contexto Papeis
Limitações Tecnologias
Ações
Pré-requisitos e possíveis distratores do aprendizado Individuais, em grupo ou antes Dispositivos, móveis, aplicativos e recursos tecnológicos
Materiais pedagógicos e dispositivos móveis Mesmo local, ao mesmo tempo ou locais e momentos distintos
Roteiro de atividade
No ML-SAI a Arquitetura Pedagógica (AP) é formada por seis aspectos, sendo eles:
contexto, normatização, papeis, tecnologias, ações e limitações (Martins & Gouveia, 2019a).
Conforme ilustra a Figura 1. A AP e as estratégias para a aplicação da AP são abordadas
com maior detalhamento na Tabela 1.
90
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Tabela 1. Modelo pedagógico proposto: ML-SAI.
Arquitetura Pedagó-
Estratégias para a Aplicação da AP
gica (AP)
Definir os objetivos e motivos das atividades e ações proposta, deixando-os claros para todos os
Contexto envolvidos;
Identificar os instrumentos, recursos, características das atividades e ações, dos alunos e do curso;
Organizar regras e procedimentos para orientar as ações e interações;
Normatização
Estabelecer normas para utilização dos dispositivos móveis (quando utilizar, qual a finalidade, etc.);
Compreender o papel do aluno no processo de aprendizagem, suas motivações, interesses e
Papeis habilidades;
Entender o papel do professor como condutor e facilitador da aprendizagem;
Definir os dispositivos móveis, aplicativos e recursos tecnológicos que serão utilizados, considerando
as características físicas, técnicas e funcionais dos mesmos, tais como: ambiente virtual, Sílabe,
Tecnologias Moodle, Facebook, Khan Academy, YouTube, vídeo-aula, músicas, slides, fotografias, áudios, textos,
entre outros, estabelecendo prioridade para aplicativos livres e gratuitos;
Verificar a necessidade e disponibilidade de conexão com a Internet;
Especificar se as ações serão individuais, em grupo ou ambas, se estas serão comuns a todos os
alunos ou diferenciadas por aluno ou grupo de alunos;
Definir ferramentas de comunicação e sistemas de apoio para dar suporte aos alunos em caso de
dificuldades;
Definir se as ações serão realizadas em um mesmo local, ao mesmo tempo ou em locais e momentos
distintos;
Estabelecer práticas educacionais favoráveis ao aprendizado (situações problemas, aplicações
práticas, colaborativas, autônomas, críticas, em contextos reais, pesquisas), levando em
consideração os ambientes de aprendizagem (on-line, salas de aula, laboratórios) de preferência
com os dispositivos móveis dos próprios alunos;
Incentivar a interação entre os alunos e com o professor, por meio do uso de dispositivos móveis,
com foco no desenvolvimento da atividade proposta;
Determinar os mecanismos de avaliação de desempenho e certificação da aprendizagem, se
Ações individuais ou em equipes, de preferência continua, e disponibiliza-los para os alunos; Estabelecer
momentos de reflexões e análise das atividades realizadas, buscando colaborar na melhoria continua
de novas atividades;
Estruturar os conteúdos que serão disponibilizados em ambiente virtual, para que os alunos possam
acessa-los por meio de um dispositivo móvel, quando e quantas vezes quiserem, se possível com
o acompanhamento das visualizações pelo professor;
Realizar uma curadoria dos conteúdos já existentes na Internet, por meio de plataformas como Khan
Academy e o YouTube em busca de bons vídeos educativos, ou caso não sejam encontrados, gravar
vídeos ou áudios utilizando as ferramentas que existem no próprio dispositivo móvel;
Estimular diferentes formas de aprendizado por meio de diferentes fontes de conteúdo, tais como:
vídeos, áudios, imagens, textos, slides, questões, entre outras;
Elaborar um roteiro de atividades do que será feito dentro da sala de aula, de modo a otimizar o
tempo em sala de aula, utilizando projetos, trabalhos ou solução de problemas, que se conectem
com o que foi visto previamente na plataforma;
Levantar os principais pré-requisitos das atividades e possíveis distratores do aprendizado;
Identificar quais conteúdos podem ser melhor trabalhados com tecnologias móveis; Verificar se os
materiais pedagógicos podem ser utilizados em dispositivos móveis, considerando tamanho da tela,
Limitações usabilidade, capacidade de armazenamento e modelos de dispositivos diferentes;
Verificar a disponibilidade de dispositivos móveis, tomadas para recarregar as baterias dos celulares,
conexão com a Internet, quando necessário, e se os aplicativos apresentam interface adequada a
aprendizagem do conteúdo.
Fonte: Martins & Gouveia (2019b).
91
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
METODOLOGIA
RESULTADOS
Foram elaborados três núcleos temáticos, que serão apresentados a seguir, referentes
aos desafios relatados pelos alunos após a utilização do modelo pedagógico ML-SAI.
Falta de tempo de alguns estudantes em acessar o conteúdo on-line.
• “A metodologia é ótima, entretanto por estudar em tempo integral, não tive tempo
de estudar”;
• “Boa metodologia, mas por trabalhar e estudar fica complicado acessar os conteú-
dos digitais”.
• Preferência por aulas tradicionais.
• “É uma metodologia interessante mas prefiro uma aula mais tradicional, com o pro-
fessor explicando o conteúdo”.
• Material de estudo.
• “Metodologia muito boa, mas não achei o material de estudo muito bom”;
• “O conteúdo poderia ser apresentado de forma mais simples, e menos confuso”;
• “Muito conteúdo para estudo e muitos exercícios”.
Em relação aos desafios encontrados vale ressaltar que cabe ao professor: motivar
os alunos a estudarem antes das aulas, incentivar a realização das tarefas em sala de aula;
cobrar maturidade e responsabilidade por parte dos seus alunos; apresentar as vantagens
da utilização do novo modelo pedagógico e verificar se as tecnologias digitais necessárias
estão disponíveis aos alunos.
92
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
REFLEXÕES
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. Almeida, M. E. B. et al. (2017). O currículo na cultura digital e a integração currículo e tecnolo-
gias. In: CERNY, R. Z. et al. (orgs.). Formação de Educadores na Cultura Digital. Florianópolis:
UFSC/CED/NUP. Disponível em: < http://nup.ced.ufsc.br/files/2017/06/ PDF_Formacao_de_
Educadores_na_Cultura_Digital_a_construcao_coletiva_de_uma -proposta3.pdf>. Acesso em
29 jun. 2019.
2. Anggraeni, C. W. (2018). Promoting Education 4.0 in English for Survival Class: What are the
Challenges? Metathesis-Journal of English Language, Literature, and Teaching, v. 2, p. 12-24.
3. Behar, P. A.; Passerino, L. & Bernardi, M. (2007). Modelos Pedagógicos para Educação a
Distância: pressupostos teóricos para a construção de objetos de aprendizagem. RENOTE -
Revista Novas Tecnologias na Educação, v. 5, n. 2, p. 1-10.
94
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
4. Carvalho, A. B. G. & Bley, D. P. (2018). Cultura Maker e o uso das tecnologias digitais na
educação: construindo pontes entre as teorias e práticas no Brasil e na Alemanha. Revista
Tecnologias na Educação, v. 26, Edição Temática VIII – III Congresso sobre Tecnologias na
Educação (Ctrl+E 2018), p. 21-40.
6. Gulicheva, E.; Evgeny Lisin, M. O. & Asset K. (2017). Leading factors in the formation of inno-
vative education environment. Journal of International Studies, v. 10, p. 129- 37.
7. Iannone, L. R.; Almeida, M. E. B. & Valente, J. (2016). A. Pesquisa TIC Educação: da inclusão
para a cultura digital. In: Pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação
nas escolas brasileiras: TIC Educação 2015. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil.
10. Martins, E. R. & Gouveia, L. M. B. (2019b). M-Learning e Sala de Aula Invertida: Construção
de um Modelo Pedagógico (ML-SAI). In: Solange Aparecida de Souza Monteiro. (Org.). In-
quietações e proposituras na formação docente. 1ed. Ponta Grossa, PR: Atena Editora, v. 1,
p. 184-192.
11. Raabe, A. & Gomes. E. B. (2018). Maker: uma nova abordagem para tecnologia na educação.
Revista Tecnologias na Educação, v. 26, Edição Temática VIII – III Congresso sobre Tecno-
logias na Educação (Ctrl+E 2018), p. 6 -20.
12. Stake, R. E. (2005). Qualitative case studies. In N. K. Denzin & Y. S. Lincoln (Orgs.), The SAGE
handbook of qualitative research (3 ed., p. 443-466). London: Sage.
95
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
08
Desenvolvimento de software livre
para processamento de dados
magnetotelúricos em geofísica
10.37885/211206883
RESUMO
97
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
INTRODUÇÃO
MÉTODO
Equação 1
99
1 Uma dedução detalhada está disponível em Garcia (2018).
Equação 2
A aquisição de dados MT consiste na obtenção dos campos elétricos (Ex e Ey) e mag-
néticos por meio dos campos magnetizantes (Hx, Hy e Hz), pois esses são os parâmetros
essenciais para o cálculo da impedância Z. Devido a sensibilidade do sinal das sondagens
MT, os sensores devem proporcionar uma alta relação sinal/ruído além de uma alta capaci-
dade de ampliar o sinal medido. Então, o arranjo amplamente adotado para esta aquisição
consiste de três magnetômetros distribuídos cada um paralelo a um eixo cartesiano, res-
ponsáveis pelas medidas dos campos magnéticos (Figura 3).
101
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 4. Exemplo de série temporal dos dados MT.
102
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 5. Aquisição de dados discretos.
Pré-processamento de Dados MT
Assim como outros métodos geofísicos, para relacionar o parâmetro físico estudado em
função da profundidade, é realizado o processo de inversão. Porém para dados MT faz-se
necessário antes das técnicas de inversão, uma primeira etapa de processamento. Esta
consiste em realizar processamentos de filtragem, tratamentos estatísticos, conversão de
dados, mudança de domínios e mesclagem de arquivos.
O pré-processamento é iniciado com a conversão dos arquivos de binários para código
ASCII. Embora seja um processo opcional para alguns equipamentos suportados nativa-
mente pelo pacote EMTF, é de boa prática a sua realização. Como benefício extra, melhora
a legibilidade pelos usuários sobre os dados e torna o arquivo totalmente compatível com a
entrada de dados do pacote EMTF.
Após a conversão são utilizadas técnicas de filtragem, mudança do domínio dos dados
de tempo para frequência angular, e cálculo do tensor impedância (Z). Esta técnica recebe o
nome de processamento Robusto, EMTF (EGBERT & BOOKER, 1986), sendo, atualmente,
a técnica mais confiável e amplamente utilizadas no meio acadêmico para tratamento dos
dados. Ao utilizar o processamento Robusto, gera-se diferentes arquivos texto com os tenso-
res de impedância. Cada arquivo tem uma extensão específica (.zss, .zrr e .zmm) indicando
cada componente da matriz Z para cada período.
A etapa seguinte do pré-processamento consiste em escolher, dentro de todos arqui-
vos, a melhor composição dos períodos para todo o espectro de estudo. Esse processo é
103
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
minucioso e depende da experiência do usuário. Nesta etapa, deve-se plotar cada arquivo
e verificar a sua coerência dentro do conjunto total dos dados.
O último estágio do pré-processamento, antecessor a inversão, é mesclagem dos
períodos escolhidos em um único arquivo, que irá conter todas as informações necessárias
para realizar os processos de inversão.
104
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
O grupo GEOMA é a maior referencia no Brasil nos trabalhos com magnetotelúrico,
portanto a base de desconstrução do programa usará as metodologias adotadas pelo grupo,
bem como o apoio teórico para o desenvolvimento.
O PampaMT faz uso dos scripts do grupo GEOMA, como “ponte” entre a interface e
o programa EMTF, como também os scripts para os conversores de dados. Um exemplo
de uso é a API processamentoZ que prepara os dados e extraí os parâmetros necessários
para as rotinas Dnff e TranMT, já citadas.
Para as plotagens dos dados o grupo usa o programa GMT (NATIONAL SCIENCE
FOUNDATION, 2021). Porém o PampaMT tem a sua própria saída gráfica, foi desenvolvida
uma extensão para exportar as figuras utilizando o Kernel do GMT. Essa extensão visa au-
mentar a familiaridade de usuários já experientes no processamento MT e também ampliar
as possibilidades de exportação de imagens.
Os programas do grupo GEOMA podem ser encontrados em GEOMAMT (2021) e são
necessários como requisito para a instalação do PampaMT.
Desenvolvendo o PampaMT
105
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
e adicionando novas funções baseando no protótipo. A principal mudança foi a construção
do software em módulos, facilitando a adição e manutenção de novas funções.
O código fonte do programa, assim como as informações para a instalação podem ser
acessadas em https://github.com/PampaMT-app/PampaMT. Antes de instalar o PampaMT é
preciso informar que ele foi desenvolvido para ambiente Linux, rodando em base Debian. O có-
digo foi escrito em Python, com alguns trechos escritos em Shell Script para instalação e
comunicação da interface com os executáveis dos programas Dnff e TranMT.
O PampaMT está dividido em duas etapas de processamento: a primeira destinada a
criação do projeto; escolha dos arquivos a serem processados e a processamento EMTF. E a
segunda está destinada a escolha das melhores rodadas e períodos. Esse processo destina
a maior interação com o usuário e representa a principal justificativa para o desenvolvi-
mento do software.
Na tela inicial do PampaMT é perguntado se o usuário quer criar um novo projeto ou
abrir um já existente (Figura 5). Na figura também está disponível o fluxograma referente à
tela inicial do projeto de desenvolvimento do software.
Supondo que o usuário escolha criar um novo projeto, então será necessário escolher
um diretório para o novo projeto. Então, o usuário é direcionado a escolha dos arquivos TS a
serem utilizados (Figura 6). Seguindo os equipamentos padrão utilizados no método MT, o
usuário pode escolher: ADU-06, ADU-07 e LiMS, a seleção pode, ainda, ser automática ou
adicionando cada estação individualmente.
106
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 6. Seleção das estações.
Após a seleção dos equipamentos, os dados são copiados para um diretório especí-
fico: DADOS MT/projeto. Esse processo funciona como um backup, prevenindo eventuais
perdas dos arquivos. Os dados então são convertidos e salvos no diretório: PROC MT/
projeto. O usuário será levado a tela do processamento EMTF. O processo já estabelece
algumas configurações padrão, entretanto o usuário pode alterar qualquer configuração,
tais como, escolher uma nova janela ou alterar o horário do relógio dos dados (Figura 7).
A principal função que o usuário utilizará, será a escolha dos melhores períodos e
rodadas. Antes do desenvolvimento do PampaMT esse processo é executado em várias
etapas manuais. A primeira delas é colocar em gráficos cada arquivo.zss e contar, manual-
mente, a posição dos melhores períodos. Então, o usuário deve anotar as coordenadas dos
pontos que indicam os períodos, e finalmente executar o script: ToJones. Este mescla os
arquivos.zss com os períodos escolhidos e converte-os para o formato J (.dat). Todo esse
processo foi incorporado ao PampaMT com a escolha dos períodos sendo realizada com
o cursor. O usuário habilita a função de seleção, e o programa plota todos os pontos pos-
síveis para a rodada escolhida, por fim o usuário arrasta uma janela de seleção e todos os
108
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
períodos contidos nessa janela são selecionados (Figura 9). Um procedimento muito mais
simplificado e direto.
Após escolher os melhores períodos o usuário pode executar o script: ToJones. Esta
tarefa pode ser acessada ao se selecionar o botão no canto inferior esquerdo da tela prin-
cipal. O PampaMT abre uma caixa de diálogo para nomear o arquivo de saída, e executa
o script, finalizando a ultima etapa do pré-processamento.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
109
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
ats_coord_tojones que extrai as coordenadas geográficas dos arquivos binários; tojones
que converte os arquivos Z-file (.zss) em J-format (.dat).
A realização dos processamentos utilizando as duas técnicas simultâneas, foi realizada
visando comparar o tempo e a dinâmica de processamento, bem como a influência sobre
os períodos escolhidos para cada técnica. Os voluntários foram separados em dois grupos:
Grupo 1 com dois usuários experientes no processamento na forma tradicional; Grupo 2 com
três usuários com nenhuma familiaridade com o terminal shell e, portanto, sem conhecimento
prévio do método MT e de como se faz o processamento de seus dados. Os computadores
utilizados possuem a mesma configuração de hardware e software, sendo compostos, basi-
camente, de um processador de quatro núcleos com 2,4 GHz cada e 8 Gb de memória RAM.
A área de estudo escolhida para esse teste de comparação são 12 estações magneto-
telúricas de banda larga, localizadas no nordeste brasileiro dentro do contexto da Província
Borborema (Figura 10). As estações MT fazem parte do projeto “Estudos geofísicos e tec-
tônicos na Província Borborema, Nordeste do Brasil” /CNPQ (Projeto Milênio) e “Estudo
da estrutura da litosfera do Nordeste do Brasil” /CNPQ (INCT – Tectônica), levantadas nos
anos de 2007 e 2009.
Segundo ALMEIDA et al. (1981), a Província Borborema caracteriza-se como um com-
plexo conjunto de blocos crustais reunidos por causa de processos geológicos que finaliza-
ram na Orogenia Brasiliana/Pan-africana (700 a 450 Ma). Devido à complexidade tectônica,
diferentes estudos vêm sendo apresentados por distintos pesquisadores para explicar as
características dessa estrutura (SCHMUS et al., 2008); (SANTOS, 2012); (SANTOS et al.,
2014); (PADILHA et al., 2016); (BARBOSA, 2017). A Província Borborema limita-se a sul
com o Cráton São Francisco; a oeste com a Bacia do Parnaíba (sedimentos Fanerozóicos);
a norte e a leste com as bacias sedimentares costeiras e interiores do Nordeste do Brasil
(bacias Potiguar, Pernambuco-Paraı́ba e Sergipe-Alagoas, além da bacia Tucano-Jatobá
que transpassa o limite da província com o Cráton São Francisco) – (MEDEIROS, 2004).
110
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 10. Mapa geológico da área de estudo para o teste do PampaMT.
Fonte: Adaptado – Base de dados (Brazil. Departamento Nacional da Produção Mineral; BRUNI, 1976).
Processamento de Dados
Aplicando um modelo de regressão linear (Figura 12) nos tempos dos usuários, foi
possível estimar o tempo gasto para grandes projetos. Por exemplo, para 100 estações
magnetotelúricas, o tempo de pré-processamento no método usual seria de 25 horas, já
utilizando o PampaMT seria de, aproximadamente, 6 horas utilizando. Em outras palavras,
um processamento que levaria até 3 dias usualmente, pode ser reduzido para apenas um
dia de trabalho.
Figura 12. Modelo de regressão linear para o tempo de processamento de cada usuário.
Para o Grupo 2 foi necessária uma breve explicação de como é a metodologia de pro-
cessamento dos dados. Então, os voluntários foram instruídos a processar duas estações
magnetotelúricas reais contando apenas com a intuitividade da interface do PampaMT,
os mesmos usuários foram avaliados no quesito de tempo e dificuldade para realizar tais
processos. Os três usuários testados obtiveram exito no processamento com um tempo
hábil de em média 10 minutos para cada estação. No quesito de intuitividade os primeiros
112
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
processos, como: conversão dos dados e o cálculo do tensor impedância, todos os usuários
executaram sem qualquer dificuldade.
Entretanto para a segunda parte, que consiste na escolha dos melhores períodos, os
usuários necessitaram de uma segunda explicação de como procedia o processo. Esse fato
pode ser resolvido com a implementação de tutoriais na seção de ajuda no programa, onde
já está prevista tal implementação em versões futuras do programa.
CONCLUSÃO
Embora não seja possível uma comparação entre os tempos dos usuários de cada
grupo de teste, pois por motivos de praticidade eles não trabalharam com a mesma quan-
tidade de estações, o trabalho deixou evidente que a utilização do PampaMT é um ganho
considerável de tempo e eficiência. E mais, a partir dos resultados do segundo teste, ficou
demonstrado que novos usuários que desejam trabalhar com dados MT são capazes de
executar tal tarefa de forma fácil. Ao mesmo tempo podem aprender como deve ser feito o
processamento dos dados via terminal, habilitando a janela de visualização do programa,
onde são mostrados os comandos internos no programa em Shell Script. Esse fato propicia
que o PampaMT seja aplicado para novos alunos de graduação, mestrado ou até mesmo
doutorado, podendo ser expandido também para minicursos e pequenos treinamentos.
REFERÊNCIAS
1. ALMEIDA, F. D. et al. Brazilian structural provinces: an introduction. Earth-ScienceReviews,
Elsevier, v. 17, n. 1-2, p. 1–29, 1981.
113
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
8. GARCIA, P. R., Desenvolvimento de software livre para processamentos de dados mag-
netotelúricos. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação (TCC) – Curso de Ge-
ofísica – Universidade Federal do Pampa, Caçapava do Sul, RS, 2018. Disponível em: http://
dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/4735. Acesso em: 15 nov. 2021.
11. HAYT, W. H.; BUCK, J. A. Eletromagnetismo. 8. ed. Porto Alegre, Brazil: AMGH Editora
Ltda., 2013.
12. KIVY ORGANIZATION. Kivy Documentation - Release 2.1.0.dev0. [S.l.], 2021. Disponı́vel em:
hhttps://media.readthedocs.org/pdf/kivy/latest/kivy.pdf. Acesso em: 17 nov. 2021.
13. KIVY ORGANIZATION. Kivy Language - Release 1.0.0. [S.l.], 2021. Disponı́vel em: hhttps://
kivy.org/doc/stable/api-kivy.lang.html. Acesso em: 17 nov. 2021.
15. MTnet. 2021. MTNet. Disponı́vel em: hhttp://mtnet.info/main/index.html. Acesso em: 15 nov.
2021.
16. NATIONAL SCIENCE FOUNDATION. The Generic Mapping Tools. [S.l.], 2021. Disponı́vel em:
https://www.generic-mapping-tools.org/. Acesso em: 17 nov. 2021.
17. NYQUIST, H. Certain topics in telegraph transmission theory. Transactions of the American
Institute of Electrical Engineers, IEEE, v. 47, n. 2, p. 617–644, 1928.
18. OPENGL. 2021. OpenGL. Disponı́vel em: hhttps://www.opengl.org. Acesso em: 17 nov. 2021.
19. PADILHA, A. L. et al. Deep magnetotelluric signatures of the early neoproterozoic cariris ve-
lhos tectonic event within the transversal sub-province of the borborema province, ne brazil.
Precambrian Research, Elsevier, v. 275, p. 70–83, 2016.
22. SANTOS, A. C. et al. Deep structure of a stretched lithosphere: Magnetotelluric imaging of the
southeastern borborema province, ne brazil. Tectonophysics, Elsevier, v. 610, p. 39–50, 2014.
24. SCHMUS, W. V. et al. Proterozoic links between the borborema province, ne brazil, and the
central african fold belt. Geological Society, London, Special Publications, Geological So-
ciety of London, v. 294, n. 1, p. 69–99, 2008.
25. TIKHONOV, A. On determining electric characteristics of the deep layers of the earth’s
crust. Dolk. Acad. Nauk. SSSR, v. 73, p. 295–297, 1950.
114
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
09
Dos fundamentos da geometria à
geometria hiperbólica plana: um
estudo a partir de sua história e
apoiado em um Software
10.37885/211106757
RESUMO
116
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
INTRODUÇÃO
117
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
UM POUCO DA HISTÓRIA DO SURGIMENTO DA GEOMETRIA HIPER-
BÓLICA
Embora a geometria hiperbólica seja uma das geometrias não euclidianas, ela se deu a
partir da geometria euclidiana plana. Sua origem encontra-se no livro I do mais antigo texto
matemático grego que nos chegou, a obra “Os Elementos” de Euclides. Para Euclides, a
Geometria era uma ciência dedutiva, ou seja, os resultados poderiam ser obtidos e conside-
rados como verdades se pudéssemos obtê-los a partir de outras verdades preestabelecidas.
Por causa desse pensamento, sua obra apresenta-se dividida em axiomas, noções comuns
e postulados, tendo o último postulado causado discussões que levaram ao surgimento das
geometrias não euclidianas. Neste caso, optamos por tratar da geometria hiperbólica.
O postulado que gerou discussões foi o quinto, anunciado a seguir:
“Se uma reta, interceptando duas outras, forma ângulos internos de um mesmo lado
cuja soma é menor que dois retos, então estas duas retas, se prolongadas indefinidamente,
se encontram naquele lado cuja soma dos ângulos internos é menor que dois retos”.
Atualmente, este postulado é conhecido por seu equivalente chamado de Postulado
das Paralelas, apresentado pelo matemático Jhon Playfair. O enunciado é:
“Por um ponto fora de uma reta pode-se traçar uma única paralela à reta dada”.
O livro I foi objeto de vários comentários por causa deste postulado, porque apesar de
ser um postulado o resultado nele apresentado não foi considerado por diversos matemá-
ticos como algo trivial e que pudesse ser deduzido a partir das noções comuns, axiomas e
dos primeiros quatro postulados. Por esse motivo, durante 2000 anos inúmeras tentativas
foram feitas para demonstrá-lo.
Dentre as pessoas envolvidas nesta busca pela sua demonstração, de acordo com
Bongiovanni e Jahn (2010), encontram-se Saccheri (1667-1733), um padre jesuíta que antes
de morrer publicou um livro com o título “Euclides liberto de qualquer imperfeição”. Nele,
Saccheri tenta demonstrar o quinto postulado de Euclides usando o raciocínio por absurdo,
ou seja, ele apresenta uma das negações do quinto postulado e tenta deduzir uma contradi-
ção. Saccheri estava dando os primeiros passos em direção às geometrias não euclidianas,
embora não soubesse disso.
Diversos foram aqueles que se dedicaram à demonstração, no entanto o fato de não
se conseguir uma prova abriu a possibilidade para a existência de outras geometrias dife-
rentes da euclidiana, o que até então era visto como impossível. Gauss (1777-1855) tentou
provar o quinto postulado usando o método redução ao absurdo, como fizera antes Saccheri
e Lambert. Mas, Gauss começou a deduzir uma nova geometria, formulando ideias e teore-
mas. Em 1826, o matemático russo Lobachewsky participando de uma conferência em que
se negava o quinto postulado afirmava que por um ponto exterior a uma reta passa mais do
118
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
que uma paralela. Em 1868, Beltrami provou definitivamente que não era possível provar o
quinto postulado e, a partir daí definiu-se a geometria hiperbólica.
1. Uma linha reta pode ser traçada de um ponto a outro, 1. Axiomas de incidência.
escolhidos à vontade. 2. Axiomas de ordem
2. Uma linha reta pode ser prolongada indefinidamente. 3. Axiomas de continuidade
3. Um círculo pode ser traçado com centro e raios arbitrários 4. Axiomas de congruência
4. Todos os ângulos retos são iguais. 5. Por um ponto exterior a uma reta passa mais de uma
5. Por um ponto exterior a uma reta passa mais de uma paralela
paralela
119
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Aqui, abordaremos o modelo de Poincaré.
O disco de Poincaré é um modelo que usa a geometria euclidiana. Dado um círculo C, no
plano euclidiano, ele consiste de um disco de pontos estritamente internos ao círculo C.
Há dois tipos de linhas no círculo de Poincaré: as linhas que passam pelo centro (são
do tipo euclidianas) e as linhas hiperbólicas, conforme se observa na figura a seguir:
O SOFTWARE NONEUCLID
O software dinâmico NonEuclid foi escolhido para este trabalho por permitir investigar
empiricamente questões sobre a natureza e propriedades dos objetos geométricos. Algumas
questões podem ser melhor compreendidas com a visualização e manipulação oferecidas
pelo software, tais como: As ideias de paralelismo e perpendicularismo são as mesmas da
geometria euclidiana? Como são as retas na geometria hiperbólica? Qual a diferença entre
os triângulos, círculos e quadriláteros em relação à geometria euclidiana? Os ângulos da
base de um triângulo isósceles são iguais na geometria hiperbólica?
120
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Nossa intenção é que através da exploração estas e outras questões sejam investigadas.
ATIVIDADES
a. Em uma janela nova “em branco”, trace diversos segmentos de reta a partir da fer-
ramenta “desenhe segmento de linha”. Como são os segmentos de reta no disco
de Poincaré, ou seja, na geometria hiperbólica?
b. Fazendo uso da ferramenta “desenhe segmento de tamanho específico” trace a
partir de um ponto A qualquer segmento perto do centro do plano. Depois replique
este segmento em um lugar próximo à extremidade do disco de Poincaré. O que
podemos afirmar dos segmentos?
c. Construa dois círculos: um com centro próximo ao horizonte e outro com centro
próximo ao centro do disco. Qual é a principal diferença visual entre os dois? Ex-
plique porque isso acontece. Qual dos dois tem maior semelhança com o círculo
euclidiano?
d. Com ajuda da opção “desenhe segmento de linha” construa vários triângulos, e de-
pois movimente seus vértices. Todos os triângulos são iguais? Possuem semelhan-
ças ou diferenças com os triângulos euclidianos? O que acontece quando todos os
vértices dos triângulos estão no limite do disco de Poincaré?
e. Verifique a possibilidade de construção de triângulos equiláteros e isósceles.
f. Tente construir um retângulo hiperbólico utilizando o mesmo procedimento da Ge-
ometria Euclidiana e descreva a figura encontrada.
122
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
REFERÊNCIAS
1. BONGIOVANNI, V. JAHN, A. P. De Euclides às geometrias não euclidianas. Disponível emht-
tp://www.fisem.org/www/union/revistas/2010/22/Union_022_006.pdf. Acesso em 17. Out.2015
7. ROCHA, L.F.C. Introdução à geometria hiperbólica plana. Rio de Janeiro: IMPA, 1987.
123
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
10
EDUMOBILE - Desenvolvimento de um
material educacional digital sobre
estratégias pedagógicas para o uso
da M-Learning em sala de aula
10.37885/210705509
RESUMO
125
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
INTRODUÇÃO
127
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
MATERIAL EDUCACIONAL DIGITAL
128
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
METODOLOGIA
RESULTADOS
ETAPA 1 – Preparação
Para atender a esta etapa, inicialmente, foram realizadas reuniões semanais com a
equipe interdisciplinar composta por pedagogos e designers. O público-alvo do material foi
definido nesta etapa, sendo professores e tutores que desejam trabalhar com a M-Leanring,
tanto presencialmente como virtualmente.
130
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
ETAPA 2 – Planejamento
O MED foi pensado e planejado com um layout intuitivo, onde a metáfora utilizada
contemplasse as diferenças entre alunos e professores no uso das tecnologias.
Assim, foi desenvolvido o storyboard do MED (Figura 2) no intuito de auxiliar a cons-
trução da navegação que seria adotada no material.
ETAPA 3 – Implementação
Todos os módulos apresentam Materiais de Apoio como pode ser visto na Figura 3,
que são disponibilizados através de diferentes mídias e buscam propiciar uma abordagem
abrangente dos assuntos.
Portanto, para compor o MED, são apresentados também Desafios, conforme as Figuras
4 e 6, a fim de problematizar os assuntos abordados e promover ao usuário espaços de
reflexão e interação.
132
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 5. Tela do Módulo M-Learning.
Por fim, há um Guia que apresenta as formas de uso do MED e os pré-requisitos téc-
nicos para o funcionamento do mesmo.
Os módulos do MED poderão ser acessados na ordem em que se apresentam na
interface ou segundo a escolha do usuário, de modo a se respeitar o raciocínio de cada
sujeito (Figura 7).
Cabe salientar que todo o material multimídia incluído no MED foi acompanhado por
recursos de acessibilidade, como legendas e resenhas no caso de vídeos. Também foram
considerados os critérios de usabilidade para o desenvolvimento desses recursos. Para ser
133
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
utilizado em dispositivos móveis o site foi construído de forma responsivo, possibilitando que
o mesmo se adapte ao tamanho da tela do aparelho eletrônico que está utilizando.
As interfaces do MED EduMobile foram criadas objetivando ser amigáveis e de fácil uti-
lização, não necessitando de conhecimentos aprofundados ou específicos sobre os recursos
informáticos. As interfaces seguem a estrutura padrão de navegação utilizada pela maioria
dos sites encontrados na Web. O EduMobile pode ser acessado através do endereço: http://
www.nuted.ufrgs.br/oa/edumobile/.
ETAPA 4 – Avaliação
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A cada ano cresce o número de dispositivos móveis que possuem por objetivo a mobi-
lidade e a conectividade. A educação precisa cada vez mais incorporar essas ferramentas
em sala de aula, o que propicia uma discussão aprofundada sobre como potencializar o
uso destes recursos nas práticas pedagógicas. Portanto, acredita-se que este uso possa
contribuir significativamente para o ensino e a aprendizagem. Portanto, o MED EduMobile
foi desenvolvido no intuito de auxiliar professores de diferentes áreas e diferentes modali-
dades a refletir sobre possíveis estratégias pedagógicas a fim de contemplar as caracterís-
ticas da M-Learning.
Nesse sentido, o presente capítulo apresentou o processo de desenvolvimento do MED
EduMobile. Para tanto, se fez necessário construir estratégias pedagógicas que pudessem
apoiar e incentivar estas etapas através da utilização dos dispositivos móveis. Nessa pers-
pectiva, acredita-se que as estratégias pedagógicas são capazes de minimizar os desafios
que os dispositivos podem apresentar para os professores, ampliando as possibilidades tanto
para a ação docente quanto para os discentes em seus processos de aprendizagem. Ou seja,
o professor além de poder utilizar as estratégias apresentadas no referido MED, obterá sub-
sídios para desenvolver novas estratégias de acordo com seu contexto escolar.
134
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
O uso da metodologia ConstruMED auxiliou no processo de desenvolvimento do ma-
terial, já que as suas etapas possibilitaram uma construção interdisciplinar contínua, a fim
de contemplar todos os tópicos propostos no MED.
No contexto educacional, vê-se uma crescente necessidade de inclusão dos dispositivos
móveis. Paralelamente, a produção de materiais educacionais digitais, como os MED, tem
crescido, principalmente, nos meios acadêmicos, como uma possibilidade para a apresenta-
ção de conteúdos e materiais de uma forma mais interativa e lúdica. Dessa forma, entende-se
que o desenvolvimento de materiais, a exemplo do EduMobile, pode contribuir de maneira
significativa, tanto com a prática pedagógica, quanto com a difusão de tecnologias e ferramen-
tas que contemplem diferentes áreas de formação no processo de ensino e aprendizagem.
REFERÊNCIAS
1. BEHAR, P.; MACEDO, A. L.; SOUZA, A. P. F. C.; BERNARDI, M. Objetos de Aprendizagem
para a Educação a Distância. In: Modelos pedagógicos em educação a distância. Porto
Alegre: Artmed, 2009.
2. Pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação nos domicílios brasileiros:
TIC Domicílios 2020 : edição COVID-19: metodologia adaptada [livro eletrônico] = Survey on the
use of information and communication technologies in Brazilian households: ICT Households
2020: COVID-19 edition : adapted methodology / [editor] Núcleo de Informação e Coordenação
do Ponto BR. -- 1. ed. -- São Paulo : Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2021.
6. UNESCO. (2013), “Policy Guidelines for Mobile Learning”. Publicado pela Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), 7, place de Fontenoy,
75352 Paris 07 SP, France. A tradução para o português desta publicação foi produzida pela
Representação da UNESCO no Brasil. Disponível em: http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/
about-this-office/single-view/news/diretrizes_de_politicas_da_unesco_para_a_aprendizagem_
movel_pdf_only/#.VZ5E0vgju1E.
135
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
8. TORREZZAN, C. ConstruMed: Metodologia para a construção de materiais educacionais
digitais baseados no design pedagógico. 2014. Tese (Doutorado em Informática na Educa-
ção), Programa Pós-graduação em Informática na Educação, Centro Interdisciplinar de Novas
Tecnologias na Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014.
Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/106458>.
136
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
11
Elaboração de um serviço de
recomendação colaborativa baseada
em memória
10.37885/211106644
RESUMO
138
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
INTRODUÇÃO
REFERENCIAL TEÓRICO
Sistema de Recomendação
139
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Os Sistemas de Recomendação fazem parte de uma área da inteligência artificial, aplica-
da para que os usuários tenham uma melhor experiência em sua relação com quaisquer itens.
Estes sistemas são capazes de identificar interesses de cada usuário e sugerir itens rele-
vantes personalizados, a partir de uma análise de seu comportamento de navegação, consulta
e/ou compra, preferências, entre outros aspectos (CAZELLA; NUNES; REATEGUI, 2010).
No contexto comercial os algoritmos de recomendação potencializam as vendas e ainda
fornecem um serviço de valor ao cliente, recomendando a ele produtos e serviços que vão
ao encontro de suas características (GAMA et al., 2011).
Em ambientes educacionais, um sistema de recomendação pode recomendar atividades
para que o professor disponha de uma gama maior de informações sobre seus alunos. Desta
forma, essas informações traduzem as preferências dos alunos de modo que construa um
perfil, sendo que esse histórico de preferência pode ser utilizado para predizer e recomendar
atividades em sala de aula.
Filtragem Colaborativa
Distância Euclidiana
140
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 1. Fórmula da distância euclidiana.
= avaliação do usuário x.
= avaliação do usuário y.
p = espaço amostral.
i = índice do item.
Web Service
De acordo com W3C (2004) Web Service é um sistema de software projetado para
suportar interações entre diferentes máquinas em uma rede. Possui uma interface descrita
no formato WSDL (Web Services Description Language).
Basicamente é um serviço disponível na rede, onde outras aplicações consomem seu
serviço através de uma requisição a uma URL específica. Utiliza padrões e protocolos bem
conhecidos na web como XML, JSON e HTTP.
As arquiteturas tradicionais de sistemas distribuídos possuem certa fragilidade, pois
vários componentes do sistema são fortemente acoplados. Dessa forma esses sistemas
demonstram-se altamente sensíveis a mudanças (ABINADER; LINS, 2006).
Diferente do Web Service que possui uma arquitetura de fraco acoplamento, sendo
assim, ele é tolerante a mudanças e permite uma fácil integração de aplicações independente
de linguagem de programação, plataforma e sistema operacional.
Estilos de Aprendizagem
RESULTADOS
Formulário de Avaliações
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Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Cálculo das Similaridades
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Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 2. Matrizes de recomendação e de avaliação.
Conclusão: observa-se que a diferença média foi igual à zero (P=0,871758 > α=0,05).
Assim, não existe diferença entre as médias das variáveis REC e AVA.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
1. ABINADER, J. A.; LINS, R. D. Web Services em Java. 1. ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2006.
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145
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
12
Elaboração de um serviço de
Recomendação Híbrido Ponderado
e Misto implantado em Webservice
RESTful
10.37885/211106635
RESUMO
147
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
148
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
REFERENCIAL TEÓRICO
Sistemas de Recomendação
Filtragem Colaborativa
A filtragem baseada em conteúdo, como definido por [Falk 2019], é um modelo de algo-
ritmo que utiliza de metadados para gerar as recomendações dos itens. Nesses sistemas,
é buscada a criação de um perfil para os usuários baseado nos itens do sistema, de forma
com que seja possível comparar esse perfil aos itens para geração das recomendações.
Como principal problema dessa abordagem de recomendação têm-se o momento em
que um novo usuário acaba de ser criado, uma vez que o sistema não consegue inferir quais
150
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
são as características dos itens (assuntos ou tags) de maior relevância para esse usuário,
reduzindo a taxa de acertos nas recomendações iniciais [Khusro et al. 2016].
Recomendação Híbrida
Os web services podem ser classificados como softwares fornecidos por uma rede
(como a internet, por exemplo). São entidades executáveis que funcionam de maneira mo-
dular e independente, sendo acessadas e publicadas em uma rede [Falter et al. 2009].
151
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Para arquitetura de web services pode-se utilizar o modelo REST (Representational
State Transfer, definido por [Fielding and Taylor 2000], que acabaram defendendo o uso do
modelo no protocolo da internet. Essa arquitetura acaba permitindo a implantação de uma
comunicação padronizada e semântica entre os componentes do sistema.
METODOLOGIA
Para elaboração do sistema proposto, foi utilizado uma arquitetura baseada em sistemas
distribuídos, que a partir do protocolo HTTP e RESTful comunica-se entre seus componentes.
Cada componente apresenta uma função no sistema, como mostrado abaixo:
Para validação das recomendações foi realizado um estudo de caso a partir de uma
aplicação cliente de recomendação disponibilizada e divulgada na internet. Como escopo
da avaliação, foi utilizado uma lista de dez músicas, previamente selecionadas.
Como forma de realização dos testes de comparação das recomendações, foram reti-
radas, aleatoriamente, um conjunto de registros das notas avaliadas, sendo possível rodar
o algoritmo de recomendação e comparar as notas geradas com as avaliadas.
RESULTADOS
Para que a coleta dos dados fosse possível, disponibilizou-se um cliente para avaliação
dos itens na internet. A figura 1 exibe a tela inicial para avaliação das músicas.
152
3 Repositório do código: https://github.com/herikLorencao/srh-findbymusic
Itens Quantidade
Número de avaliadores 60
Número de músicas 10
Número de avaliações 600
Número de tags 6
Número de recomendações 141
Análise Descritiva
Utilizando-se da análise descritiva foi possível definir a taxa de acerto do sistema sobre
as recomendações que seriam aceitas pelos usuários. Nesse processo, foram comparadas
as notas que seriam recomendadas pelo sistema de recomendação (notas em uma escala
de 0 a 5 que foram superiores à 4) com as avaliações dos usuários (que também apresen-
taram notas superiores à 4). Vale ressaltar, que somente os valores que seriam definidos
como recomendados foram contabilizados, fazendo com que os valores totais mudem de
acordo com a abordagem de recomendação.
Com isso, foi possível obter os resultados apresentados na figura 2. Como observado
nas células marcadas na cor verde, as abordagens híbridas de recomendação apresenta-
ram resultados superiores as abordagens colaborativa e baseada em conteúdo, quando
utilizadas de maneira isolada.
153
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 2. Resultados da Estatística Descritiva.
Teste T de Student
CONCLUSÃO
154
4 Para definição da divergência é analisado se o coeficiente bi-caudal apresenta valor inferior a 0,05.
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156
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
13
Gerenciamento da propriedade rural:
implantação de um software como
sistema gerenciador da propriedade
Catiane de Lima
UPF
Anderson Neckel
UPF
10.37885/211106776
RESUMO
158
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
INTRODUÇÃO
No cenário nacional, a agricultura familiar vem garantindo cada vez mais seu lugar no
mercado. Com isso, para acompanhar os avanços tecnológicos, o empreendimento rural
familiar deverá ter uma gestão mais assertiva, como forma de garantir sua sustentabilidade.
Com os vários avanços tecnológicos que a agricultura brasileira vem aderindo nestes
últimos anos, é necessário que os agricultores se adaptem e se preocupem com a gestão da
sua propriedade e/ou empresa. Para isso existem os softwares, sendo, estes, um sistema de
informação gerencial que podem garantir, ao agricultor, a facilidade na gestão das proprieda-
des rurais, independente das atividades que são realizadas. Neste sentido, Salgado (2002,
p. 68) salienta a necessidade de serem adotadas práticas administrativas na propriedade
“[...] de forma a possibilitar ao produtor um melhor gerenciamento da atividade, para que
decisões sejam tomadas com base em informações que demostrem os reais resultados da
exploração, permitindo um acompanhamento gerencial e consolidado do negócio.”
A pesquisa realizou-se na propriedade do Sr. José Jair de Lima, a qual está localizada
na comunidade de São Sebastião da Raia da Várzea, que fica a onze quilômetros da cidade
de Ciríaco e a seis quilômetros da BR 285, apresenta uma área total de 33 hectares, sendo
a principal atividade a produção de grãos, destacando o cultivo de soja, milho e, nos interva-
los, intercalados com aveia e azevém com o objetivo da rotação de culturas. A mão de obra
utilizada é extremamente familiar, para cultivo total da área, disponibilizando de máquinas,
equipamentos e instalações próprias.
O trabalho demostra como a aplicação de um sistema de informação gerencial, como
um software, é de grande importância para o gerenciamento da propriedade e no desenvol-
vimento da agricultura familiar, possibilitando a permanência dos jovens na atividade rural.
Além de garantir ao proprietário uma análise específica dos dados, ajudando nas tomadas
de decisões e planejamento da viabilidade de novos investimentos, o uso de um software
contribui para a redução de custos e maior lucratividade.
Desta forma, após feita a análise da propriedade rural que trabalha somente com cultu-
ras anuais de soja e milho, não possuindo nenhuma forma de sistemas de controle especí-
fico, viu-se a necessidade de encontrar um software para o gerenciamento da propriedade.
Assim, estabeleceu-se como problema de pesquisa a seguinte questão: Como implantar um
software para o gerenciamento da propriedade rural?
O sistema de informação gerencial representa a “mudança contínua em tecnologia,
gestão do uso da tecnologia e o impacto no sucesso dos negócios. Novos negócios e setores
aparecem enquanto os antigos desaparecem, e empresas bem-sucedidas são aquelas que
aprendem com novas tecnologias.” (LAUDON, 2010, p.5).
159
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
O objetivo geral consiste em implantar um software para o gerenciamento da proprie-
dade rural. Desta forma, os objetivos específicos estão baseados em: buscar dados das
atividades desenvolvidas na propriedade; analisar o atual método de gerenciamento da pro-
priedade; pesquisar um software adequado para lançamento dos dados e propor a adoção
do software como principal sistema gerenciador da propriedade.
REFERENCIAL TEÓRICO
Agricultura familiar
Há uma certa dificuldade sobre o conceito inicial que marca o surgimento da agricultura
familiar no Brasil, para a autora Wanderley (2003) existe uma certa dificuldade, do ponto de
vista teórico, em atribuir um valor conceitual à categoria da agricultura familiar que se difun-
diu no Brasil, sobretudo a partir da implantação do PRONAF. Porém, ela considera que o
agricultor familiar, mesmo que moderno, inserido ao mercado, “[...] guarda ainda muitos de
seus traços camponeses, tanto porque ainda tem que enfrentar os velhos problemas, nunca
resolvidos, como porque, fragilizado, nas condições da modernização brasileira, continua a
contar, na maioria dos casos, com suas próprias forças.” (WANDERLEY, 1999, p. 52).
A agricultura familiar teve sua definição no Brasil dada pela Lei n.º 11.326/2006
(PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, 2006, s/p) como sendo a prática de atividades no meio
rural, atendendo aos seguintes requisitos: “[...] área maior que quatro módulos fiscais, ren-
da originada e utilizando mão-de-obra própria familiar nas atividades econômicas do seu
estabelecimento ou empreendimento [...]” (ARRUDA, 2017, p. 221).
É importante ressaltar também que com a criação do PRONAF no ano de 1996, mas
teve grande incentivo do governo no ano de 2006, a agricultura familiar se estimulou e
começou a garantir seu espaço no mercado, garantindo a permanência dos jovens na pro-
priedade, renda da própria atividade familiar e obtendo a interação da cidade com o campo.
A agricultura familiar está cada vez mais ganhando espaço no mercado, mas há ainda
uma grande deficiência tecnológica, não pela falta de tecnologia adequada; ao contrário,
em muitos casos, mesmo quando a tecnologia está disponível, esta não é transformada em
inovação devido à falta de capacidade, conhecimento e condições para inovar. Para que
a agricultura possa continuar desempenhando o seu papel, de produzir alimentos, fibras
e energia, garantindo o seu mercado de atuação, é fundamental a adoção de tecnologias
modernas, que assegurem o aumento da produtividade, a redução dos custos de produção
160
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
e a oferta de alimentos com qualidade. Conforme Kay et al (2014, p. 7) “A tecnologia rural
vem evoluindo há muitas décadas e continuará a fazê-lo. O campo da biotecnologia oferece
possíveis ganhos em eficiência de produção, podendo incluir variedades de cultivos que se
adaptem a determinadas localidades [...]”.
Independentemente da tecnologia, esta fornece dados, análise destes dados e aumento
de produtividade com maior precisão, mas deve ter um entendimento para poder utilizá-la
adequadamente, por isso necessita ter um conhecimento e habilidade do usuário, tendo
que o agricultor investir em capacitação para utilização da ferramenta tecnológica. Com
estas informações, Kay et al. (2014, p. 8) afirma que “Essas tecnologias e outras ainda a
serem desenvolvidas oferecerão um desafio constante ao gestor rural do século XXI.” Com
isso, podemos ter uma ideia do grande desafio que as propriedades poderão passar, pela
exigibilidade do mercado e a situação da propriedade sem um futuro planejamento, dificul-
tando muito a implantação de práticas modernas, como a adaptação às novas tecnologias
e para uma possível implantação de um sistema de informação de gerenciamento para
gerir a propriedade.
Nos últimos anos, obtive-se grandes mudanças nos métodos de coleta, análise e na
interpretação de dados. Com o uso de tecnologias, os dados disponíveis sobre um todo
transformam-se em dados mais específicos para pequenas áreas de terra, sendo cada vez
mais comuns encontrá-los nas propriedades, com isso, os dados específicos obtidos ajuda-
rão os gestores a customizar cada acre de terra. Conforme Kay et al. (2014, p. 23) “[...] os
gestores deverão determinar quais informações são críticas para sua tomada de decisão,
quais são úteis e quais são irrelevantes, precisando ser analisadas e armazenadas de ma-
neira facilmente acessível para consulta futura.”
Machado e Nantes (2000) demonstram que novos softwares surgem como ferramentas
de gestão, possibilitando controle mais rigoroso dos custos e receitas, em alguns destes,
pode-se ter acesso à distância via internet às informações de produção e de mercado.
Percebe-se que há ferramentas para auxílio gerencial que podem ser usadas em proprieda-
des rurais, no entanto os agricultores não as utilizam para melhorar seu processo de tomada
de decisão, seja por falta de conhecimento ou por apresentarem altos custos.
Marshall Junior et al. (apud SALGADO, 2008) afirmam que as ideias de uso das tec-
nologias de qualidade norteiam o conhecimento, sendo uma das atividades principais que
aumenta a motivação com o trabalho entre os colaboradores da empresa, da família e dos
jovens que trabalham nas propriedades rurais.
161
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Neste processo de evolução das ferramentas de gestão, estas facilitam o controle dos
custos e despesas das empresas e propriedades rurais, sendo que na tecnologia da infor-
mação, anteriormente conhecida pelas empresas que a utilizavam, com o passar do tempo,
com a evolução dos sistemas, foi acontecendo uma conjunção de várias especialidades na
utilização do computador. Conforme Cruz (2014, p. 5), estes sistemas são entendidos como
“[...] todo e qualquer dispositivo que tenha capacidade de tratar e/ou processar dados e/ou
informações, tanto de forma sistêmica como esporádica, quer esteja aplicada no produto,
quer esteja aplicada no processo”. ‘Como todo e qualquer dispositivo’, Cruz se refere ao
conjunto de hardwares, softwares, ou qualquer outro elemento que permita o tratamento de
dados e/ou informações de forma específica a quem os utiliza. Sendo assim, a tecnologia de
informação está totalmente ligada ao SIG, tendo como seu principal dispositivo de informa-
ção o software para gerenciamento tanto para empresas quanto para propriedades rurais.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
164
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Coleta, análise e interpretação dos dados da pesquisa
Esta seção apresenta a análise e interpretação dos resultados obtidos através dos
documentos analisados da propriedade no mês de maio de 2018, na propriedade.
165
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
A Perfarm é uma empresa criada em 2015, sob medida, para agricultores e pecuaris-
tas brasileiros, desenvolvida por produtores rurais e profissionais com formações dentro do
campo de ciências agrárias. O software possui a tecnologia de ‘desenhar’ a área utilizada
pela propriedade, dividindo os talhões utilizados para a lavoura e para a criação de animais.
Também garante que as decisões de estratégias sejam bem informadas e viáveis para novos
investimentos na propriedade. A Perfarm também disponibiliza cursos de treinamento in farm
para os produtores rurais que adquiram o software, indo até a propriedade tirar as dúvidas e
executa treinamentos em todos os níveis do agronegócio: Operacional, Tático e Estratégico.
O CPT Softwares é uma empresa localizada em Viçosa, Minas Gerais e tem como
principal objetivo, fornecer aos empreendedores rurais e urbanos, softwares dinâmicos que
os auxiliem no gerenciamento das mais diversas atividades. Ao adquirir os softwares que a
CPT oferece tem como vantagem de possibilitar o controle e o gerenciamento de quaisquer
tipos de atividades agropecuárias, não necessitando do usuário adquirir um software para
cada tipo de cultura ou animal. A CPT softwares disponibiliza os sistemas de gestão para
teste nos primeiros 30 dias gratuito, após este prazo é necessário o pagamento por mês,
garantindo o pacote de assessoria e a ativação para o uso completo do software.
Podem ser encontrados mais softwares no mercado, todos disponíveis aos agriculto-
res, conectados à internet e que necessitam de um gerenciamento mais preciso, adaptáveis
as variadas demandas, e as empresas prestam assessoria aos que necessitam. Conforme
Batalha (2005, s/p) “estes sistemas de informações gerenciais, estão cada vez mais se
evoluindo no mercado e fornecendo grandes incentivos à adaptação de novas tecnologias
na agricultura.”
Após o relatório realizado de cada empresa pesquisada que fornece softwares, op-
tou-se por aderir ao sistema de informação de gerenciamento da Brazsoft Tecnologia em
Agrobusiness, pois trata-se de um software que pode atender as necessidades da proprie-
dade. Sendo assim, os locais das informações necessárias para os lançamentos das ativi-
dades realizadas na propriedade e de toda a movimentação que é feita, bem como toda a
sua infraestrutura podem ser lançadas no software, após o download:
O primeiro passo é ter acesso ao sistema, utilizando um dos logins descritos em ver-
melho, o usuário e senha. Na escolha de um destes logins, o proprietário tem acesso ao
controle diário da atividade. No primeiro login, somente o acesso da atividade agrícola; no
segundo, somente da pecuária e, no terceiro, o proprietário pode optar em ter o acesso as
duas atividades, podendo fazer os lançamentos dos dados da propriedade e, principalmente,
166
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
de toda a atividade realizada, para assim, poder gerenciar e controlar as informações ge-
radas pelo software.
Após o login de acesso, em cada guia estão todos os controles que devem ser lança-
dos os dados diariamente, dentre eles estão: Controle de Estoque, Plantio, Aplicação de
Defensivos, Entrada e Saída da Produção, Comercialização, Clima, Pragas, Prestação de
Serviços, Departamento Pessoal, etc. Neste modelo, além de usar a atividade agrícola, de-
pendendo a propriedade que também possua criação de gado, tem o controle completo da
atividade na pecuária. Assim, deve-se ter um controle diário para realizar os lançamentos
no software para que os relatórios dados reais e um bom entendimento para o gestor.
Após acessado o item de atividade agrícola, abre uma nova guia para os lançamentos
das atividades de produção agrícola, geradas pela propriedade. Deve ser lançado os ciclos
de produção, além de acrescentar o talhão (área) utilizado para o plantio. Também nesta
mesma guia, acrescenta-se o trabalho utilizado nas máquinas, aplicação de insumos, a mão
de obra e os custos extras que podem ter ocorrido durante a safra.
O controle do clima é considerado um dos mais importantes itens para quem trabalha
diariamente na agricultura, principal fator que pode interferir na pulverização, na calagem e
em alguns insumos que são necessários para o processo produtivo e também na colheita.
O relatório gerado pelo software, podendo emiti-lo e anexá-lo em pastas organizadas
para o controle do gestor.
167
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Diante dos resultados apurados da utilização do software SW-Rural da empresa Brazsoft
Tecnologia em Agrobusiness, pode-se afirmar que, com a utilização completa, o gestor
pode ter relatórios específicos da sua atividade, garantindo a tomada de decisão eficiente
e aprofundando o conhecimento no seu próprio negócio familiar.
CONCLUSÕES
A agricultura familiar vem se destacando cada vez mais em seu segmento de desen-
volvimento no meio rural, verificando a sua importância nos dias atuais. Destacando também
que, com as inovações tecnológicas, o empreendimento rural familiar deve ter uma gestão
eficiente como forma de garantir seu lugar no mercado.
Os Sistemas de Informações Gerenciais têm garantido grande apoio à gestão das
empresas de pequeno e grande porte, podendo ser utilizado também para o gerenciamento
das propriedades rurais, para que os gestores determinem quais as informações necessárias
para a sua de tomada de decisão, fornecendo resultados positivos ou negativos da gestão
e todo o relatório de atividades realizadas na propriedade.
Concretizando o objetivo geral e os específicos adotados, a presente pesquisa possibili-
tou buscar informações e dados concretos sobre cada atividade desenvolvida na propriedade,
a análise do método de gerenciamento da propriedade utilizado atualmente, a pesquisa de
um software para lançamento dos dados a fim de aperfeiçoar o gerenciamento e propor a
adoção do software como principal sistema gerenciador da propriedade.
Desta forma, conclui-se que, devido aos resultados obtidos na pesquisa, a implantação
do software SW-Rural da Brazsoft para o gerenciamento da propriedade rural é de grande
importância para o futuro da atividade familiar na propriedade, onde representa a solução de
diversas indecisões geradas pelas incertezas que envolvem qualquer atividade no ramo do
agronegócio, garantindo maior geração de renda para a família e a permanência dos filhos
para dar continuidade as atividades, garantindo a sucessão familiar.
Tal conclusão garante que, com o bom desempenho de gerenciamento com o software,
com a participação da família para o desenvolvimento das atividades desenvolvidas e na
tomada de decisão na propriedade, pode-se afirmar, que a garantia da sucessão familiar para
a continuação do gerenciamento e dos negócios geridos atualmente pelo proprietário, a filha
que está se especializando para o gerenciamento da propriedade, possa dar continuidade
as atividades com mais visão de futuro e conhecimento do mercado em que a propriedade
está inserida no ramo do Agronegócio.
168
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
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169
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
14
Modificações na estética narrativa e
visual como adaptações necessárias
ao ambiente virtual
10.37885/211106829
RESUMO
171
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
INTRODUÇÃO
Desde meados de 2020, as ações do projeto foram constantes nas redes sociais. Com
o passar do tempo foram constatadas barreiras ao crescimento dos perfis, de modo que após
meses de crescimento consideravelmente constante iniciou-se um processo de estagnação.
Mesmo que o conteúdo do Projeto Transfere se assemelhasse ao conteúdo de outros perfis
de divulgação científica de química, sua taxa de engajamento era de 6,75% no Instagram
e 1,2% no Facebook, sendo valores baixos em comparação ao mercado de educação que
variava entre 8,91% e 1,8%, respectivamente (FERREIRA et al. 2021). No entanto, os valores
obtidos eram superiores à média de perfis da mesma universidade (Universidade Federal
de Pelotas - UFPel) que eram na média de 5,3% no Instagram e 1% no Facebook.
Com base nesta diferença de desempenho do projeto em comparação aos perfis de
educação do mercado iniciou-se em novembro de 2020 um processo de adaptação do
conteúdo de divulgação científica com foco em adaptar a linguagem do Projeto Transfere
àquela utilizada por empresas educacionais no ambiente dos SRS, principalmente àquelas
no Instagram. O intuito era desenvolver uma linguagem narrativa e visual de forma a tornar
os posts mais atrativos e competitivos no feed.
Para o aprimoramento dos posts foram tomadas medidas tais como definir os temas
e os tipos de posts e diminuir a quantidade de texto nas publicações, estipulando um limite
de aproximadamente 50 caracteres por card da web. Com a diminuição do texto foi possível
aumentar o tamanho da letra, bem como aumentar o tamanho e a quantidade de figuras,
de modo a chamar a atenção dos seguidores. Também foram alteradas as cores e modelo
do fundo das publicações, com o objetivo de dar mais destaque e contraste. Além disso,
passou-se a utilizar a imagem dos membros do grupo nas publicações, numa tentativa de
gerar representatividade nos posts do Projeto Transfere.
Para avaliar o quanto as mudanças reverberaram na comunicação visual do Projeto,
o desempenho foi analisado a partir da taxa de engajamento das publicações e da taxa de
contas alcançadas, ponderado ao número de seguidores do perfil, para assim compreender
quais as variações na taxa de crescimento. Segundo regras do Instagram (2021) “O conteúdo
173
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
com desempenho mais relevante se baseia no número de contas únicas que visualizaram
o seu conteúdo”, uma vez que o aumento no número de seguidores não significa, necessa-
riamente, que mais usuários estão interessados nas publicações.
Essas mudanças com vistas ao aprimoramento e crescimento dos perfis no Instagram e
Facebook ocorreram no período de um ano, de novembro de 2020 a novembro de 2021. O de-
sempenho das publicações foi acompanhado por meio de relatórios semanais obtidos do
site de monitoramento de redes sociais (ETUS, 2021).
No início da pandemia os posts das redes sociais do projeto Transfere orientavam so-
bre a prevenção e transmissão do coronavírus (Sars-cov-2) (SANTOS et al., 2021a). Essas
postagens eram na forma de banners educativos, no entanto continham bastante texto e
informações, o que se mostrou difícil leitura com uso do celular e, portanto, prejudicava o
alcance do conteúdo, já que textos longos não são tão eficientes nos SRS (CARR, 2011).
Assim, de início já houve uma mudança tanto na estética quanto no conteúdo das postagens.
A primeira mudança relacionou-se à troca de tema nas postagens, isto é, trocando o
tema relacionado à pandemia por temas de química, uma vez que segundo as normas do
Instagram (2020) esse tipo de tema tinha divulgação prejudicada pela rede. Assim, iniciou-se
a postagem de “curiosidades de química”, postagens de “um cientista, sua história...”, “quí-
mica no cotidiano” e quizzes, tanto em relação ao post “curiosidades de química”, quanto em
relação a outros conteúdos de química. Em seguida, observou-se a necessidade de publi-
cação de posts humorísticos (MOTA; SANTOS, 2021) replicadores e epidêmicos. Segundo
Recuero (2006), conteúdos epidêmicos são focados em altas taxas de disseminação e
conteúdos meméticos replicadores têm baixa taxa de mudança. Portanto, tais publicações
foram incluídas pelo projeto, já que elas detêm como foco aumentar o alcance no feed,
muitas vezes sem necessidade de modificação do conteúdo.
Além disso, buscando uma aproximação maior com os jovens do ensino médio, os
posts sobre história de cientistas foram substituídos por posts de “QuíDica Enem”, que tra-
ta de conteúdos que costumam constar nas provas do Enem (Exame Nacional do Ensino
Médio), de modo a atuar como atrativo para novos seguidores em idade escolar e profes-
sores de ensino médio.
Em seguida, a publicação dos post de “curiosidades de química” começaram a ser in-
tercalados com posts de “listas”, onde são listados 3 itens relacionados à ciência, a exemplo
de uma lista de três filmes que envolvem ciência.
174
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Já os posts relacionados à química no cotidiano seguiram sendo postados uma vez
na semana ao invés de duas vezes e mantiveram seu formato de um card e a descrição do
conteúdo na legenda da imagem.
175
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 1. Segundo card do formato antigo de posts contendo 97 palavras. Tema: “Vamos falar sobre Hidrogênio?”.
Figura 2. Segundo card do novo formato de posts. Tema: “Vamos falar sobre Hidrogênio?”.
Com a grande diminuição de palavras, foi necessária a seleção das informações mais
importantes, além de que foi feita a inclusão de imagens ou reações químicas que ilustras-
sem o conteúdo proposto. Neste caso, segundo Belenguer Jané (1999), utilizar diferentes
formas de articulação de um mesmo assunto permite descrever, mostrar e explicar de forma
rápida e atraente informações científicas de difícil entendimento. O mesmo é proposto por
Velho (2001) que discute a infografia como um elemento atraente que é capaz de transmi-
tir, de forma diferenciada e completamente interessante, os detalhes importantes de algum
discurso científico.
176
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Baseado nessas discussões, os materiais produzidos a partir desse estudo propuseram
a simplicidade visual, aliando poucas palavras com alguns itens imagéticos para facilitar a
compreensão e despertar o interesse dos seguidores.
As mudanças estéticas foram elaboradas para atraírem a atenção visual dos seguido-
res. A estrutura anterior trabalhava com um excesso de informação, ao utilizar mais de uma
imagem nos posts ou vários conjuntos de imagens, é ampliada a quantidade de pontos de
atenção. Segundo Mccloud (2004, p. 28), ao abordar a simplificação estética nas histórias
em quadrinhos, “Ao reduzir uma imagem a seu “significado” essencial, um artista pode am-
pliar esse significado de uma forma impossível pra arte realista”. Desse modo, a narrativa
das histórias em quadrinhos utiliza da simplificação para universalizar uma ideia e reduzir
os pontos de atenção, sendo que ao criar linguagem mais universal carrega ideias através
dos ícones, simplificando a comunicação.
Em adição, ao analisar os movimentos visuais em pinturas, Massaro et al. (2012) cons-
tataram, após seu estudo, uma evidente tendência na movimentação ocular. A visão tentou
buscar principalmente o rosto humano e seguiu um dinamismo visual, uma sequência de
movimentos, de modo que o olho tendesse a manter essa sequência. Dessa forma, o post da
Figura 3, no formato antigo, evidenciava uma imagem reduzida da representante do projeto
se comparado à dimensão do card. Além disso, as informações principais como a pergunta
“Vamos falar sobre o Hidrogênio?” ocupava um espaço pequeno e não se mostrava atrativa
de atenção quando o post era visualizado rapidamente no feed. O fundo dos posts era tipo
cortiça, com coloração suave e sem muito contraste.
O post da Figura 3 já delimita o uso textual por meio caixas de texto brancas, no entan-
to, com a alteração da cor de fundo, as caixas de texto poderiam ser retiradas, diminuindo
assim o excesso de informação no material, mantendo-o limpo e somente com o conteúdo
estritamente necessário.
Deste modo, ao diminuir a quantidade de informação em uma imagem (Figura 4)
diminui-se, também, o dinamismo visual do observador (MASSARO et al., 2012). A partir
disso, foi possível criar um conteúdo simplificado e, portanto, mais fácil de ser percebido no
ambiente virtual. Assim, o post da Figura 3 foi reelaborado dando origem ao post da Figura
4. O card da Figura 4 foi publicado em 12 de outubro de 2021 no Facebook e Instagram
do Projeto Transfere, já que corresponde ao card de capa da publicação do tipo carrossel
citada anteriormente.
177
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 3. Primeiro card no formato antigo de posts. Tema: “Vamos falar sobre Hidrogênio?”.
Figura 4. Primeiro card do novo formato de posts. Tema: “Vamos falar sobre Hidrogênio?”.
A Figura 5 mostra os 4 cards publicados sobre o tema “Vamos falar sobre Hidrogênio?”.
Nela é possível observar que as alterações nos posts tornaram o conteúdo visível e atrativo,
com contraste entre texto, imagens e fundo, num formato simples. Observa-se, também, que
mesmo com uma imagem reduzida, como àquela vista pelos celulares do tipo smartphone
ao acessar as páginas do Projeto, os posts chamam a atenção, mantendo a concorrência
pelos seguidores no feed.
178
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 5. Publicação completa “Vamos falar sobre Hidrogênio?”.
Além dessas estratégias para melhorar a estética visual dos posts do Projeto, foram
considerados os estudos de Massaro et al. (2012). Esses autores observaram que quando
os humanos visualizam uma pintura há uma busca automática pelo rosto. Nesse caso, evi-
denciou-se a necessidade de integração da imagem dos membros do Projeto às publicações.
Com base nisso e associado ao avanço da vacinação contra a covid-19 no Brasil, o
grupo de trabalho completamente imunizado, iniciou uma etapa nova e ousada: produzir e
utilizar as fotos dos integrantes na composição dos posts. Dessa forma, os integrantes do
projeto autorizaram seu uso de imagem e são eles: dois graduandos do curso de Cinema de
Animação, duas graduandas do Curso de Química Licenciatura e a professora orientadora,
todos vinculados à UFPel.
A organização da proposta foi feita considerando a estrutura física e de equipamentos
da universidade, instituição na qual o Projeto Transfere se insere. Foi possível a utilização
de uma sala de fotografia com fundo verde ou azul (chroma key) e equipamentos institucio-
nais e dos alunos colaboradores do projeto. A utilização da técnica do chroma key facilita
a remoção do fundo da foto, sendo possível utilizar a imagem da pessoa fotografada na
produção dos posts.
Para as fotos foram necessários equipamentos de iluminação, câmera fotográfica,
tripés e itens de vestuário e decorativos. Além disso, posterior à finalização das fotografias
foi necessária a realização de edições visuais nas imagens, sendo que para esse processo
foi utilizado o software Adobe Photoshop para as edições e montagens visuais e o software
Polarr Photo Editor para a correção da cor.
Em relação às expressões das fotos, foram propostas diferentes situações, tais como
produzir expressões de alegria, de dúvida, de confusão, entre outras. Sempre utilizando as
mãos apontando para cima ou para o lado, para justamente, após a edição, posicionar textos
e imagens em diferentes lugares estratégicos. A estratégia de movimentações na fotografia
para direcionar a percepção do usuário, além da presença de expressões faciais (MASSARO
et al., 2012) buscam gerar dois pontos de foco, um no rosto do graduando colaborador e
outro no texto com a informação e proposta do post.
179
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
As fotos foram realizadas com diferentes vestimentas, sem marca aparente e com jaleco
branco utilizado em laboratório. As roupas utilizadas eram do cotidiano jovem, como calça
jeans, camisetas e/ou camisas e jaquetas jeans. Sem cores muito fortes, tons fluorescentes
e cores que se confundam com a coloração de fundo (verde ou azul). A ideia era chamar
atenção para as expressões faciais.
Vidrarias de laboratório, como becker, tubo de ensaio, proveta, erlenmeyer, balão de
reação, balão volumétrico, pipeta, etc, foram utilizadas. Livros, tabela periódica, estruturas
moleculares e óculos de proteção, também tiveram espaço nas fotos. Líquidos coloridos
foram preparados por meio da polpa de legumes e sucos em pó, os quais eram contidos
nas vidrarias de laboratório.
Com esse novo material em mãos, os posts foram modificados de modo a atender a
demanda do público. A Figura 6 mostra um material com design anterior à proposta de uso
das fotos dos integrantes do Projeto, porém levando em consideração os demais estudos
relatados nesse texto.
Figura 6. Proposta do post sobre o tratamento da água sem uso de imagem facial.
No post da Figura 6 ainda há espaços disponíveis para serem articulados com outros
aspectos como imagens e textos, o que pretende ser sanado no novo formato, incluin-
do a presença da imagem de um colaborador propondo uma interação entre imagem e
texto (Figura 7).
180
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 7. Proposta do post sobre o tratamento da água com uso de imagem facial. Material publicado em 30 de novembro
de 2021 no Facebook e Instagram. Imagem cedida pelo co-autor.
Com esse novo modelo de post houve uma melhora na taxa de engajamento no
Instagram, uma vez que, após quatro meses de publicações e com uma taxa de engaja-
mento média por publicação de 6,75% (MOTA et al., 2021), esse valor iniciou um processo
de retração mesmo com o crescimento de seguidores do perfil. Até setembro/2021, o perfil
subiu de 97 para 615 seguidores e a taxa de engajamento decaiu para 2,2% nos posts
sobre química. É relevante comentar que o mesmo não aconteceu com o Facebook, cuja
taxa de engajamento passou de 1,2% para 1,5% , valor considerado positivo levando em
conta que a média de engajamento em posts de perfis de projetos de universidades varia
em torno de 1%. Essa diferença observada entre Facebook e Instagram pode estar ligada
a diversos fatores, todavia é possível associá-la à diferença de públicos entre as platafor-
mas (KEMP, 2021) e suas estruturas visuais, já que a estética visual é muito valorizada no
Instagram (PIZA, 2012).
181
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Durante o mês de novembro de 2021, o perfil do Instagram alcançou o valor de 827
seguidores e a taxa de engajamento voltou a crescer, sendo que atualmente os posts sobre
química, com a nova estética, alcançam uma média de 5,7% de engajamento. Os posts hu-
morísticos publicados no perfil ainda são os que mais evidenciam interação, tanto que sua
taxa de engajamento demonstram é de 6,5% .
É evidente que com apenas um mês de mudanças, os dados arrecadados serão de
certo modo especulativos, todavia é possível constatar que os resultados têm se mostrado
positivos desde o início destas mudanças.
Para adequar à estética objetivada, foi necessário reduzir a quantidade de postagens
semanais no Instagram e Facebook para possibilitar o retrabalho em materiais já finalizados.
Mesmo com a redução do número de postagens entre o mês de setembro/2021 (último mês
da estética anterior) e o mês de novembro/2021 (primeiro mês efetivo da estética atual) foi
possível constatar (Tabela 1), que a taxa de alcance por publicação subiu de 233 para 476
no Instagram, gerando um aumento de pessoais alcançadas de 6.316 para 7.625, mesmo
em um período que o número de postagens foi reduzido de 27 para 17. Isto somado ao fato
que a taxa de engajamento no Instagram subiu, como citado anteriormente, de 2,2% para
5,7%, reforça que esse crescimento não foi ocasionado por um viral (meme com alta taxa de
disseminação) (RECUERO, 2006), mas sim pelo constante aumento na taxa de visualização
do conteúdo científico do perfil.
O número de seguidores tanto no Facebook quanto no Instagram vem ampliando-se
constantemente, inclusive no período de mudanças estéticas, não demonstrando flutuações
associadas com as mudanças estéticas nos posts. O grupo vem utilizando-se de ferramen-
tas disponíveis nas redes sociais, tais como enviar convite para um usuário curtir a página
no Facebook, se ele já tiver reagido com uma publicação dessa pagina e/ou convite para
um usuário seguir a página no Instagram, o que possibilita apresentar o perfil às pessoas.
182
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
PERSPECTIVAS DE CRESCIMENTO DOS PERFIS
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
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Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
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185
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
15
O uso das tecnologias digitais pelos
professores de Matemática da rede
pública de ensino no município de
Monteiro/PB
10.37885/211106715
RESUMO
Visivelmente, as tecnologias digitais estão cada vez mais sendo incorporadas em todas as
atividades cotidianas. No contexto educacional, a utilização do computador e da Internet
vêm se tornando um grande aliado tanto para os professores como para os alunos no
processo de ensino e aprendizagem, particularmente de conteúdos matemáticos. Estes
favorecem o desenvolvimento de novas situações pedagógicas, promovendo o acesso
à informação e aumentando a participação dos alunos. Entretanto, muitos professores
ainda resistem em adotar estas tecnologias digitais em sala de aula. Alguns trabalhos
na literatura apresentam dentre as razões mais comuns para justificar tal fato a falta de
infraestrutura computacional e a baixa formação dos professores para a adoção de novas
tecnologias na sala de aula. O objetivo deste trabalho é apresentar um panorama sobre
oferta de tecnologias, o perfil de conhecimento e o uso do computador e da Internet em
atividades educacionais por professores de matemática das escolas públicas na cidade
de Monteiro/PB. Os resultados obtidos mostram que apenas a metade dos professores
de matemática entrevistados relata desenvolver atividades educacionais no laboratório
de informática, e esse número é ainda menor quando se trata da utilização de softwares
educacionais específicos para o ensino de matemática. No entanto, as justificativas para
o não uso do computador e da Internet contradizem com o panorama observado em ou-
tros trabalhos, uma vez que os professores participantes da nossa pesquisa dispõem de
uma alta oferta de tecnologias (infraestrutura e motivação) e um alto nível de formação
básica em informática.
187
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, vários estudos e pesquisas têm investigado os impactos associados
a utilização das novas tecnologias digitais nos processos educativos (TARJA, 2011). A in-
serção das tecnologias digitais, especificamente o computador e a Internet, nas escolas traz
uma série de desafios para os professores na medida em que propiciam o desenvolvimento
de novas situações pedagógicas e ampliam as oportunidades para o acesso à informação,
favorecendo e potencializando o processo de ensino e aprendizagem. No ensino de mate-
mática, Borba e Penteado (2016) relatam que a adoção do computador e da Internet pode
tornar as aulas mais dinâmicas, despertando o interesse, a criatividade, participação e o
raciocínio lógico dos alunos.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), a discussão se volta em
como incorporar as novas tecnologias digitais numa abordagem educativa, criando condições
para os estudantes exercitarem a capacidade de selecionar informação, resolver problemas e
Nesta perspectiva, diversas ações governamentais visando à implantação de políticas
de inclusão digital têm sido desenvolvidas para a introdução e adoção das novas tecnologias
digitais nas escolas públicas brasileiras. No entanto, a existência de políticas públicas de
promoção ao uso das novas tecnologias digitais na educação não garantem por si só a efe-
tividade de acesso na escola, como também não garantem aplicação eficaz nas atividades
pedagógicas. Conforme Damasceno et al. (2016), diversos fatores podem ser apontados:
tamanho das turmas, que fogem ao controle dos professores; baixa qualificação profissional
dos docentes para o uso das novas tecnologias digitais; pouco interesse por parte dos alu-
nos, que acaba muitas vezes desviando o uso da tecnologia para outros fins, entre outras.
Diante do exposto, este artigo apresenta os resultados de um estudo realizado no
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Martins Filha (2017) com o objetivo de fornecer um
panorama acerca da oferta de tecnologias, do nível de conhecimento e do uso do computador
e da Internet, tanto no âmbito pessoal como nos processos educacionais pelos professores
de matemática da rede pública de ensino do município de Monteiro/PB. A partir dos dados
levantados por meio da aplicação de questionários, um survey foi conduzido com o intuito
de responder às seguintes questões de pesquisa: (i) Qual a oferta de tecnologias digitais?
(ii) Qual a experiência e a formação dos professores com relação ao uso do computador e
da Internet? (iii) Como são utilizados o computador e a Internet nas atividades de ensino e
aprendizagem com os alunos? (iv) A oferta de tecnologias afeta o uso dos computadores e da
Internet pelos professores nas atividades educacionais? (v) O nível de experiência e formação
dos professores está relacionado ao uso dos computadores e da Internet em sala de aula?
188
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
METODOLOGIA
# Perguntas
● A(s) escola(s) em que você leciona dispõe(m) de laboratório(s) de informática?
2 Você possui acesso ao(s) laboratório(s) de informática da escola? Se não, qual(is) o(s) motivo(s) apresentado(s)?
3 A(s) escola(s) possui(em) acesso a Internet?
Oferta de tecnologias
4 Existe ou já existiu algum programa de inclusão digital na(s) escola(s) em que você leciona?
A direção ou coordenação pedagógica desta(s) escola(s) incentiva(m) os professores a usarem o computador e/ou a Internet
5
nas atividades pedagógicas?
O projeto político pedagógico desta(s) escola(s) orienta(m) que o computador e/ou a Internet sejam usados em atividades
6
com os alunos?
7 Você possui computador em casa?
8 Você possui acesso a Internet em casa?
9 Você já utilizou a Internet pelo menos uma vez?
10 Você tem dificuldades em utilizar o computador?
11 Você já participou de algum curso de informática básica?
12 Você costuma utilizar algum aplicativos/software/programa no seu dia a dia? Se sim, qual(is)?
13 Você considera importante o uso das novas tecnologias nas aulas de matemática? Justifique.
Perfil de conhecimento
Você possui algum curso voltado para a utilização das novas tecnologias como ferramenta auxiliar no processo de ensino
14
e aprendizagem?
Você considera necessária a realização de cursos de formação que preparem o professor para utilizar as novas tecnologias
15
no processo de ensino e aprendizagem? Justifique.
Você possui disponibilidade para participar de cursos de capacitação para o uso das novas tecnologias como ferramenta
16
auxiliar no processo de ensino e aprendizagem?
Você costuma utilizar algum aplicativos/software/programa para preparação das suas aulas e/ou do material didático, como
17
por exemplo, provas, apostilas, textos, apresentações (slides)? Se sim, qual(is)?
Você já obteve recursos na Internet para preparação de aulas ou de atividades com os seus alunos? Se sua resposta for
18
sim, qual tipo de recurso você costuma utilizar?
189
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
# Perguntas
19 Você costuma utilizar a Internet para publicação ou compartilhamento de conteúdos com seus alunos?
Uso das tecnologias
Você costuma desenvolver atividades com seus alunos que exijam o uso de computador e/ou tablets? Se sua resposta for
20
sim, qual tipo de mídia você costuma utilizar (computador e/ou tablets)?
21 Você encontrar dificuldades para realizar estas atividades com seus alunos? Se sim, quais?
22 Os seus alunos colaboram para a realização de atividades desenvolvidas com o uso do computador/tablets?
23 Você utiliza algum aplicativo/software didático específico na área de matemática? Se sim, qual(is)?
24 Cite os pontos positivos e negativos do uso do computador/tablets durante as aulas de matemática.
Realizamos uma análise log-linear, com o intuito de analisar a associação entre as três
variáveis ao mesmo tempo. Além disso, o teste qui-quadrado (χ2) foi utilizado para respon-
der cada uma das questões de inferência da pesquisa a partir da investigação da relação
entre os pares das variáveis estatísticas categóricas envolvidas. Em todas as análises,
adotamos o nível de significância com α = 5%. Estes testes foram executados utilizando o
software estatístico R1.
Com relação às ameaças à validade consideradas, temos que para validade interna que
se refere às condições de aplicação dos questionários identificamos ameaças de história,
uma vez que os questionários foram aplicados em momentos distintos, e de seleção, tendo
em vista que a seleção dos professores participantes não foi feita de maneira aleatória e sim
adotada uma amostra por conveniência. Outras ameaças à validade desta pesquisa estão
relacionadas à limitação de tempo e a redação do questionário. Pelo fato dos questionários
terem sido entregues em um dado momento e recolhido em outro, implicou em prejuízo
quanto ao tempo, e também por restrições orçamentárias, restringimos a pesquisa quanto à
testagem. Quanto à redação, entendemos que as perguntas deveriam ter sido afirmativas, o
que afastaria a possibilidade de que estas gerem viés aos respondentes. Visando aumentar
a confiabilidade dos dados obtidos, a compilação dos resultados foi feita manualmente por
duas pessoas, uma vez que os questionários foram impressos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
191
1 https://www.r-project.org/
Ao considerarmos à infraestrutura pessoal (Figura 3), temos que 90% possuem com-
putador e 95% acesso à Internet em seus domicílios. Além disso, todos afirmam terem
acessado a Internet há menos de três meses.
Figura 5. Professores: formação para uso das novas tecnologias digitais nas práticas pedagógicas.
Contudo, apenas 40% possuem algum curso de formação continuada voltado para
o emprego do computador e da Internet nas atividades de ensino e 65% afirmam possuir
disponibilidade para participação em cursos de formação nesta área. Os dados da pesquisa
também mostram que 85% professores utilizam o computador na preparação das aulas e/
ou de atividades e 90% costumam obter recursos na Internet para a preparação de aulas,
bem como para atividades educativas com os alunos.
Considerando o uso das tecnologias digitais em sala de aula (Figura 6), constatamos
que 40% dos entrevistados costumam disponibilizar material por meio da Internet e 50%
utilizam o computador e a Internet em atividades com seus alunos. Além disso, 25% afirmam
encontrar dificuldades na realização destas atividades e 40% informaram que os alunos cola-
boram na realização de atividades que envolvem o uso do computador e da Internet. Ademais,
apenas 20% dos entrevistados utilizam algum software educacional na área de matemática.
Além disso, todos os professores afirmam que o uso do computador e da Internet fa-
vorece e potencializa o processo de ensino e aprendizagem. Contudo, a maioria relata não
193
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
possuir familiaridade para adoção de tecnologias digitais nas práticas pedagógicas. Diante
de tal cenário, fica evidente a importância da formação dos professores para a adoção do
computador e da Internet no processo de ensino e aprendizagem.
Com base nestes dados obtidos, podemos responder as questões descritivas. Para
a primeira questão descritiva (i) Qual a oferta de tecnologias digitais? observamos que
a oferta de tecnologias é enquadrada como “alta” para 16 dos professores entrevistados,
numa proporção de 80%, enquanto que, para 3 professores a oferta de tecnologia é consi-
derada “regular” (15%) e apenas um professor tem disponível uma oferta “baixa” de tecno-
logia. Portanto, observamos que a oferta de tecnologia “alta” excede a “regular” em 65% e
a “baixa” em 75%.
Ao considerar a segunda questão descritiva (ii) Qual a experiência e a formação
dos professores com relação ao uso do computador e da Internet? constatamos que
11 professores são enquadrados como possuindo “alto” conhecimento, o que representa
uma proporção de 55% da amostra. Os demais 45% são enquadrados como tendo nível
de conhecimento “regular”, o que resulta numa diferença de 10% em relação o nível “alto”.
Ao analisar os dados coletados para responder a terceira questão descritiva “Como são
utilizados o computador e a Internet nas atividades de ensino e aprendizagem com
os alunos?” temos que a maioria dos professores não utiliza recursos computacionais em
sala de aula, dos quais 50% são enquadrados como uso “baixo” e 30% como uso “regular”.
Apenas 4 professores (20%) afirmam fazer um uso “alto” do computador e da Internet nas
atividades de ensino e aprendizagem com os seus alunos, os quais citam o uso dos seguintes
softwares educacionais: GeoGebra2, MathYou3, Rei da Matemática4 e PhET5.
Com o intuito de responder as questões de inferência, inicialmente utilizamos a análise
log-linear para verificar que não existe uma relação entre as três variáveis estatísticas: “oferta
de tecnologias × o perfil de conhecimento × uso das tecnologias digitais em sala de aula”,
considerando um nível de significância de 5%. Uma vez que a razão de verossimilhança do
modelo produzido a partir da análise log-linear foi X2 (0) = 0 e p-value = 1. Portanto, as três
variáveis categóricas são estatisticamente independentes para χ2(4) =2,59 e p-value =0,62,
uma vez que o p-value está acima de 0,05 (α = 5%).
Posteriormente, executamos testes qui-quadrado (X2) com o objetivo de responder cada
uma das questões de inferência. Estes testes visam verificar, separadamente, se os pares das
variáveis estatísticas são ou não independentes, para cada um dos coeficientes de variação.
2 https://www.geogebra.org
3 https://itunes.apple.com/br/app/mathyou/id732549805?mt=8
4 https://itunes.apple.com/br/app/rei-da-matem\%C3\%A1tica/id473904402?mt=8
194
5 https://phet.colorado.edu/pt\_BR/
Para o perfil de conhecimento “regular”, X2 (2) = 1,28 e p-value = 0,52, o que revela
que as variáveis “oferta de tecnologias × uso das tecnologias digitais em sala de aula” são
independentes. Ao considerar os 9 professores classificados com o perfil de conhecimento
“regular”, observamos que, apesar de 66,67% possuírem uma “alta” oferta de tecnologia, a
maioria destes professores fazem um “baixo” uso das tecnologias digitais em sala de aula
(Tabela 5). Além disso, nenhum dos professores entrevistados fazem “alto” uso das tecno-
logias digitais em atividades educacionais. Ademais, o “baixo” uso das tecnologias digitais
em sala de aula excede o uso “regular” em 55,56%.
CONCLUSÕES
Este trabalho tem como propósito fornecer um panorama atual quanto ao uso do compu-
tador e da Internet pelos professores de matemática da rede pública da cidade de Monteiro/
PB. Com base na análise dos dados coletados por meio da aplicação de 20 questionários,
constatamos que a grande maioria dos professores possui um alto nível de conhecimento
acerca do uso do computador e da Internet e que comumente utilizam estes recursos em
196
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
suas atividades cotidianas e profissionais. Além disso, observamos que os professores
possuem acesso a uma alta infraestrutura computacional tanto no ambiente escolar como
em seus domicílios.
Estatisticamente constatamos que as três variáveis consideradas na pesquisa são
independentes, isto é, que não possuem correlação entre si. Essa observação se mantém
quando analisamos as relações entre “oferta de tecnologias × uso das novas tecnologias em
sala de aula” e “perfil de conhecimento × uso das novas tecnologias em sala de aula”. No en-
tanto, acreditamos que o baixo uso das novas tecnologias digitais em sala de aula decorre
do pequeno número de professores que possuem alguma formação específica para o uso
de novas tecnologias no processo de ensino e aprendizagem. Além disso, observamos que
a presença de uma alta infraestrutura computacional nas escolas contradiz com uma das
justificativas apresentadas pelos professores, conforme Damasceno (2016), para justificar
o não uso do computador e da Internet em atividades pedagógicas.
Diante dessa realidade, faz-se necessário uma reavaliação das práticas pedagógicas
objetivando o uso das novas tecnologias, com ênfase no ensino e aprendizagem, como uma
alternativa que vise motivar e estimular o interesse dos alunos pela matemática. Acreditamos
que ao não adotar as novas tecnologias digitais, os professores deixam de explorar as poten-
cialidades que estas fornecem, como também de instigar a criatividade dos alunos enquanto
participantes ativos no processo de ensino e aprendizagem.
Além disso, é fundamental que o professor entenda que ensinar matemática tendo
como suporte computador e Internet vai além de apenas possuir acesso a um ambiente in-
formatizado. Exige-se formação e um prévio planejamento de ações para que se obtenham
resultados significativos nas práticas pedagógicas. Nesse sentido, surge a necessidade
de um processo de formação continuada de professores para uso das novas tecnologias,
objetivando a apropriação deste instrumental, por parte dos docentes.
197
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
REFERÊNCIAS
1. BORBA, M. de C.; PENTEADO, M. G. Informática e Educação Matemática. Autêntica Edi-
tora, 2016.
5. DAMASCENO, A. C. et al. Uso dos computadores nas escolas públicas do Alto Sertão da
Paraíba. In: Anais do Workshop de Informática na Escola, p. 595. 2014.
198
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
16
O uso do Software Geogebra na
construção de gráficos de função
exponencial
10.37885/211106842
RESUMO
200
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
INTRODUÇÃO
A Matemática é uma ciência que permite compreender situações que acontecem no co-
tidiano, pois estabelece relações que nos levam à interpretação de fenômenos e informações.
Entretanto, o seu ensino apresenta índices, por exemplo, Ideb (Índice de Desenvolvimento
da Educação Básica), INAF (Indicador de Analfabetismo Funcional), que revelam pouca
aprendizagem dos alunos, solidificando um discurso de que a matemática é difícil de ser
aprendida. Todavia, o ensino das ciências em geral está mudando com o passar do tempo,
sendo inseridas novas práticas e recursos para serem utilizadas como auxílio para pro-
fessores e alunos.
Os avanços alcançados ao longo do tempo, principalmente nos três últimos séculos,
permitiram desenvolver práticas inovadoras para a educação, apesar de ainda ser recorrente
a aplicação de métodos tradicionais ancorados em aulas expositivas, preso na falta ou pouco
uso de recursos. As inovações inseridas no ensino como a tecnologia, tem como objetivo
contribuir e facilitar a compreensão dos conteúdos ensinados em sala de aula.
Quando nos referimos à tecnologia, podemos imaginar inúmeras atividades envolvi-
das que podem ser “amarradas” ao termo em questão. Ao lermos um jornal ou utilizarmos
o telefone, ao acompanhar a programação de televisão ou até mesmo fazer compras no
supermercado são práticas que se caracterizam pelos usos da tecnologia, isto é, está pre-
sente no dia a dia através da execução de tarefas necessárias ao fazer da sociedade atual.
Para falar da tecnologia como apoio nas aulas de matemática, devemos lembrar que
este recurso contribui no sentido de alargar as possibilidades que extrapolam a aula tradi-
cional (expositiva). Assim, ao explorarmos a tecnologia podemos encontrar diversas ma-
neiras de usufruir das suas contribuições e possibilidades no desenvolvimento de práticas
inovadoras em sala de aula.
Uma das possibilidades é a utilização do computador que pode ser um poderoso meio
de representar, manipular e trazer dinamicidade nas aulas. Diante disso, ressaltamos que
com a utilização deste recurso a prática pedagógica tende a inovar.
Considerando o objeto computador e a relação deste com o ensino, é importan-
te salientar que:
201
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Dessa forma, o computador age como um meio de auxiliar o professor a superar a
prática tradicional, reforçando assim os métodos para que condições sejam criadas e o aluno
consiga construir seu conhecimento através da interação com o computador.
No ensino de função, especificamente, a falta de dinamicidade ao ser trabalhado em
sala de aula pode desfavorecer a aprendizagem. Para o aluno, as notações formais da
definição de função utilizadas pelo professor podem ser interpretadas como irrelevantes ou
sem sentido, uma vez que “os exemplos é que determinarão a assimilação do conceito; a
definição formal é apenas um ‘acessório’ que o livro traz e que se apresenta, quase que por
uma tradição, mas que os alunos não leem e não compreendem. ” (ZUFFI; PACCA, 2000,
p. 23). Entretanto, as Tecnologias da Informação e Comunicação oferece ao professor a
possibilidade de utilizar softwares que trabalhem as relações exigidas no ensino de função,
permitindo obter movimento e assim dando subsídios para tentar suprir as necessidades
presentes na aprendizagem do aluno.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais
MÉTODO
Segundo Barbosa (2010, p. 2) “nos dias de hoje, o mundo tecnológico tomou conta
de parte da vida de crianças e adolescentes”. Dessa forma, tendo em vista que as atuais
gerações nascem em contato direto com a tecnologia, o computador torna-se um potencial
recursos para o ensino da matemática, que traz diversas possibilidades que podem ser
exploradas no ensino dos seus conteúdos.
Neste sentido, os softwares utilizados como recurso em sala de aula para o ensino
de matemática abrangem grande perspectiva em relação à sua aprendizagem. Além disso,
algumas pesquisas como Barbosa (2010), Abreu (2011), Moraes (2008) e Valente (1999)
têm apontado que quando o aluno começa a entender a aplicação e a ver o que acontece
com os cálculos, o interesse passa a ser significativo para aprofundar e aprender os con-
ceitos matemáticos.
Dessa forma, através dos avanços tecnológicos que estamos vivendo, a presente
pesquisa justifica-se pela necessidade de trabalhos envolvendo esta temática, de modo a
incentivar novas práticas que utilizem os recursos tecnológicos em sala de aula. Além disso,
ainda são poucas as publicações nesta área, o que torna pesquisas neste campo fundamen-
tais para aprimorarmos as práticas e aparatos para o uso dos professores de matemática.
Melo (2013) afirma que os estudos na área da Educação Matemática possibilitaram um
conhecimento mais amplo acerca da utilização das TIC’s na educação e diz que:
Como o crescimento tecnológico ganhou espaço a partir das últimas décadas, as possi-
bilidades de utilização da tecnologia na sala de aula também se expandiram, bem como gera-
ram oportunidades de pesquisas sobre temas envolvendo recursos tecnológicos na educação.
Os PCN também ressaltam que a utilização das TIC só terá sentido se de fato contribuir
para melhoria do ensino, onde a simples utilização sem objetivo e planejamento claro não
garante maior qualidade na educação, podendo mascarar uma falsa impressão de que a
utilização de recursos tecnológicos por si só garante uma boa educação. Entretanto, é fato
que atualmente a tecnologia é um recurso necessário, presente e importante no ensino de
qualquer ciência.
Na matemática, por exemplo, remetendo ao seu ensino é plausível a necessidade de
utilizar recurso como calculadoras, softwares, medidores de temperatura, projetores, compu-
tadores ou mesmo telefones celulares. É importante ressaltar que várias situações-problemas
no ensino de matemática podem surgir a partir da utilização dos recursos mencionados.
Historicamente, várias áreas da matemática e, especificamente o ensino de função,
sofrem com a falta de visualização e representação que possibilite ao aluno uma compreen-
são do que está sendo estudado. Os conceitos e definições formais se agrupam em uma
área pouco acessível ao entendimento dos alunos. Diante disso, Brito (2005) apresenta duas
possíveis saídas para amenizar problemas como este.
A primeira saída se caracteriza em apresentar os conceitos em sua forma original,
ou seja, obedecendo a linguagem formal apresentada nos livros didáticos. Porém, o autor
salienta que esta solução pode gerar um ensino no qual se aprenda a operar seguindo a lin-
guagem, sem ter a compreensão do que ela representa. Neste caso, a utilização de recursos,
sejam eles tecnológicos ou de qualquer outra natureza, poderia facilitar a aprendizagem da
matemática quando a linguagem formal não conseguir atingir a compreensão dos alunos.
204
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Uma das contribuições que a tecnologia oferece para o ensino de matemática é a
dinamicidade, que pode ser observada com o uso de computadores e seus softwares ou
até mesmo smartphones1. Esta vantagem pode ser bem aproveitada no ensino de funções
exponenciais, onde o professor pode apresentar as construções e particularidades dos grá-
ficos antes da definição formal.
Por exemplo, o professor pode explorar a utilização dos smartphones dos alunos através
da instalação gratuita do software GeoGebra na sua versão como aplicativo. Nesta versão,
o software está classificado como uma calculadora gráfica e está disponível na Play Store
para dispositivos com sistema operacional Android e na App Store, para dispositivos com
sistema operacional IOS. O professor pode explorar junto aos alunos a opção da construção
dos gráficos de funções em seus dispositivos, construção de figuras e várias outras ativida-
des que são possíveis com esse aplicativo.
O recurso tecnológico fornece possibilidades não só para o professor aplicá-lo em sala,
mas também em projetos que a escola pode desenvolver visando a utilização da tecnologia
em todas as outras ciências, porém, é fundamental ter a consciência de que somente a
tecnologia não garante a melhoria e a qualidade de uma aula.
Dessa forma, alguns aspectos podem ser relevantes à tomada de decisão do professor
em relação ao contexto em que o recurso será utilizado, enfatizando que a total dependên-
cia do aluno em sempre utilizar a tecnologia ao entrar em contato com alguma situação
matemática, pode não ser interessante e o professor poderá se deparar com algumas di-
ficuldades em relação à aprendizagem dos alunos. Assim sendo, a relação do professor e
aluno com a tecnologia deve ser de tal forma que forneça subsídios capazes de enriquecer
a compreensão de determinado conteúdo matemático.
Neste contexto os PCN defendem que:
1 Smartphone é um telefone celular inteligente equipado com sistema operacional (Symbian, Black Barry, Windows mobile, Android,
205
IOS e outros) capazes de executar programas chamados aplicativos.
206
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Quadro 1. Respostas dos alunos sobre a questão 1.
207
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 1. Construção dos gráficos da questão 1.
208
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Quadro 2. Respostas dos alunos sobre a questão 2.
Quando analisamos as respostas dos alunos, verificamos que quase todas estão de
acordo com a resposta esperada, indicando que os alunos compreenderam o conceito, ape-
sar de que na pergunta 2 algumas respostas divergiram da resposta correta. Nesta pergunta
especificamente, notamos que muitos alunos se atrapalharam ao tentar mudar o sinal do
expoente da função, mas, poucos alunos pediram ajuda dos professores.
209
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Os alunos L, C e D.P. foram os únicos a solicitarem explicações sobre como proce-
der na pergunta 2. Ao auxiliá-los, fizemos manipulações mudando o sinal do expoente das
funções e solicitamos que observassem o comportamento dos gráficos. Dando continui-
dade as explicações, na construção da função , mostramos para esses alunos
como mudar o sinal do expoente, comparando com a primeira construção desta questão,
destacando o que foi mudado de uma função para a outra. O mesmo procedimento foi feito
para a função
Vejamos na Imagem 2, a seguir, como ficaram as construções dos gráficos desta questão:
210
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 3. Gráficos das funções e com mudança do sinal do expoente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
Ao finalizarmos esta ação de intervenção que expõe o uso das tecnologias no ensino
de matemática, ressaltamos que, de fato, agregam e contribuem no ensino da Matemática
pelo fato de proporcionar uma dinamicidade maior no processo de ensino e aprendizagem.
Com o uso de diversos recursos o professor pode abrir um leque maior de possibilidades a
serem exploradas e disponibilizadas aos alunos para que haja interação numa perspectiva
de ensino por meio da investigação do conteúdo estudado.
No atual cenário da educação reconhecemos que é preciso inovar o ensino a partir de
práticas que favoreçam aluno e professor no desenvolvimento das atividades. Muito embora,
muitas dificuldades, de todas as ordens, ainda estejam presentes, porém felizmente a edu-
cação caminha, mesmo que lentamente na direção do desenvolvimento da aprendizagem
com significados. Desde muito tempo o quadro, giz e papel são os principais recursos para
ensinar, porém, aliando a estes novos métodos temos a esperança e convicção que o ensino
de matemática possa melhorar no Brasil.
Esta pesquisa se fez importante ao apresentar aos profissionais da área e aos fu-
turos professores que os recursos disponíveis atualmente são suscetíveis e devem ser
explorados no ensino de matemática. Os resultados obtidos através do presente trabalho
mostraram que os recursos tecnológicos também podem contribuir significativamente para
a aprendizagem dos alunos, além de motivá-los a utilizar e explorar o recurso que estão
disponibilizados nas escolas.
Diante disso, concluímos que nossa pesquisa se deu de forma satisfatória, onde per-
cebemos de perto as dificuldades e desafios da educação. Embora em nossa intervenção
tenhamos apresentado boa parte da potencialidade que o Geogebra oferece para o ensino
da Matemática, e que conseguimos observar também que práticas que desafiam os alunos
são interessantes quando bem utilizadas pelo professor, como o caso da movimentação dos
gráficos quando manipulados a partir da sua construção utilizando o software.
213
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
REFERÊNCIAS
1. BARBOSA, A. C. Maciel et al. O uso de softwares educativos no ensino da matemática.
Salvador, Bahia, 2010.
4. BRASIL. MEC. SEMT. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio, parte III. Brasília:
Ministério da Educação, 2000.
5. BRITO, Dirceu dos Santos; ALMEIDA, Lourdes Maria Werle de. O conceito de função em
situações de modelagem matemática. Unicamp, 2005.
214
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
17
Potencializa 3D: jogo para auxílio
pedagógico a discentes com
deficiência intelectual no ensino de
atividades matemáticas básicas
10.37885/211106695
RESUMO
Este trabalho apresenta o jogo Potencializa 3D, desenvolvido à luz da teoria histórico-
cultural – thc (VYGOTSKY, 1984), cuja finalidade é servir como instrumento pedagógico
ao professor no ensino de conceitos matemáticos básicos a discentes com Deficiência
Intelectual (DI). O Potencializa 3D propõe trabalhar relações estabelecidas por meio de
formas geométricas básicas, para melhor desenvolver a coordenação motora, percepção
e noções de lateralidade. Para a realização deste trabalho foram adotados os seguintes
procedimentos metodológicos: pesquisas bibliográficas sobre a teoria histórico cultural
– thc, conduzindo as discussões para educação especial, especificamente a D.I; com-
preensão da DI e suas implicações no processo de ensino e aprendizagem; proposição
e implementação das atividades do jogo. A implementação do jogo considerou aspectos
pedagógicos direcionados ao público-alvo do trabalho, de modo que foram alcançados os
seguintes resultados (criações): 2 (dois) personagens: um do sexo masculino e outro, do
feminino; animações: inclusão de movimentos de cabeça, braços e pernas, para dar um
aspecto mais realista aos personagens do jogo; trilhas sonoras e narrações em texto e áu-
dios gravados com vozes naturais; 2 (dois) cenários, criados a partir de fotos de espaços
da cidade de Viana – MA: Praça da Bíblia e Praça da Matriz; 3 (três) atividades: Treinar
Movimentos, Reconhecer Formas Geométricas e Criar Bandeiras. Desta forma, conclui-
se que o Potencializa 3D está inserido no contexto das técnicas e habilidades culturais
a que se refere Luria (1992), surgindo da necessidade de proporcionar aos discentes
com DI acessibilidade a recursos tecnológicos no cotidiano escolar, de forma pedagógica.
216
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
INTRODUÇÃO
A pessoa com Deficiência Intelectual (DI) se depara com obstáculos que afetam a apro-
priação de habilidades fundamentais à consolidação dos conteúdos escolares, tais como:
percepção, raciocínio, memória, generalizações, atenção e motivação. Estas habilidades são
necessárias para resolver problemas, entender ideias abstratas, manter relações sociais e
praticar outras atividades do dia-a-dia (AAIDD, 2018; MALAQUIAS et al., 2013). Segundo
o último Censo Demográfico (BRASIL, 2010), a população do Brasil corresponde a mais de
190 milhões de pessoas, sendo que 45 milhões (24%) apresentam algum tipo de deficiência
e desse total, mais de 2 milhões (5,81%) correspondem à DI.
Com a promulgação da Lei 9.394 de 1996, especialmente, ao tratar do paradigma
inclusivo em seu capítulo V, as escolas tem a oportunidade de construir caminhos que pos-
sibilitem o acesso e permanência de discentes com deficiência (BRASIL, 1996).
Atualmente, a Lei 13.146 de 2015 reforça este paradigma, quando promove o uso
de tecnologias assistivas e a superação de barreiras como da comunicação e informação,
tecnológica, atitudinal, dentre outras, para promover acessibilidade às pessoas com neces-
sidades especiais (BRASIL, 2015).
A DI pode ser compreendida como limitações no funcionamento intelectual e no com-
portamento adaptativo, expresso em habilidades conceituais, sociais e práticas, com início
anterior aos 18 anos (BRASIL, 1999). Termos antigos como imbecil, debilóide, deficiente men-
tal, dentre outros, possuem conceitos discutíveis, incluindo incurabilidade e incompetência.
Atualmente, usa-se o termo deficiência intelectual (AAIDD, 2018), que traz mudança não
apenas conceitual, mas de concepção da forma como se compreende e se pode apreender
o sentido da DI nos processos de mediação social e educacional.
Ao se pensar nas possibilidades envolvidas no processo de ensino e aprendizagem
de pessoas com DI, faz-se necessário a utilização de práticas pedagógicas que possibilitem
acessibilidade a esse discente, para que sejam desenvolvidas suas habilidades cognitivas,
motoras e construção criativa do conhecimento. Assim, os jogos são uma ferramenta interes-
sante para tornar conteúdos maçantes em atividades envolventes e prazerosas, promovendo
a motivação, disciplina e interesse do discente.
A partir dos estudos de Vygotsky (1984) se compreende o caráter histórico e cultural
da natureza humana e do desenvolvimento. Assim, vemos a importância da compreensão
DI, a fim de obtermos meios de proporcionar às pessoas nesta condição acesso à cultura
historicamente acumulada, para que tenham possibilidade de apropriação das habilidades
motoras e cognitivas, dentre elas, as referentes à matemática.
Faz-se necessário criar situações motivadoras ao discente com DI para favorecer o
avanço na sua compreensão, criando-lhe conflitos cognitivos, desafiando-o a enfrentá- los,
217
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
para que as atividades por ele realizadas tenham significado. Vygotsky ressalta a impor-
tância de proporcionar uma educação social, que possibilite ao discente não adaptar-se à
deficiência, mas vencê-la (VYGOTSKY, 1997).
De acordo com Vygotsky (1984), o desenvolvimento cultural do homem se dá a partir de
um processo de aprendizado, que, necessariamente, é mediado. A mediação está presente
em todo processo de desenvolvimento de aprendizado, estando presente em toda ativida-
de humana, definindo a relação do homem com o mundo de forma indireta (VYGOTSKY,
1997). E o jogo tem a capacidade de proporcionar mediações entre o mundo imaginário e o
real, pois, com ele é possível aprender a lidar com o mundo, recriando situações do dia-a-dia,
possibilitando que o discente transfira o que aprendeu para outras situações de sua vida.
Uma aplicação muito interessante dos jogos está relacionada ao ensino da lingua-
gem matemática, presente em todos os momentos da vida das pessoas, por exemplo, em
habilidades como contar, comparar ou reconhecer formas de objetos. Para discentes com
DI, porém, se apropriar deste conhecimento não é tão trivial, no entanto, os jogos podem
potencializar o aprendizado e maior autonomia nestes discentes.
Neste sentido, o presente trabalho apresenta o jogo educacional Potencializa 3D,
desenvolvido a partir de sua versão 2D (SILVA et. al. 2014), cujo objetivo é contribuir com
o processo de ensino e aprendizagem de discentes com DI, da cidade de Viana – MA,
abordando conteúdos iniciais da Matemática, por meio de figuras geométricas, tendo em
vista os pressupostos teóricos da teoria histórico-cultural (thc). Para isso, foi realizado um
estudo visando ampliar a compreensão acerca do desenvolvimento humano do discente
com DI numa perspectiva histórico-cultural, investigado e definido técnicas e ferramentas de
desenvolvimento de jogos digitais 3D; foram analisadas as atividades existentes e propos-
tas novas atualizações para a versão 3D do jogo; por fim, foram implementadas as novas
funcionalidades.
MÉTODO
Foi realizado o estudo da DI, na perspectiva da thc, para melhor compreensão das
implicações decorrentes desta deficiência no processo de ensino e aprendizagem da lin-
guagem matemática para discentes com DI. Em seguida, partindo da versão 2D do jogo,
passou-se ao desenvolvimento das atualizações definidas: mudança da perspectiva 2D para
a 3D, atualizações nas atividades existentes e criação de novas atividades.
218
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Desenvolvimento do Jogo
RESULTADOS E DISCUSSÃO
219
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
na relação desenvolvimento - aprendizagem, no jogo, nas brincadeiras, e nas interações
sociais, sendo que a aprendizagem acontece quando o ensino incide na ZDP.
Assim, a compreensão da categoria de zonas de desenvolvimento proporcionou que as
atividades desenvolvidas no jogo fossem organizadas em forma de desafios, onde a ativida-
de seguinte exigirá cada vez mais o empenho do discente em relação à anterior, buscando
provocar conflitos cognitivos, desenvolvendo sua capacidade de concentração e raciocínio.
Uma Atividade é tratada na thc como sendo de grande importância para o processo
de ensino e aprendizagem e, conforme Leontiev (2004), toda tarefa que a pessoa faz tem
sempre um objetivo e um motivo, que darão sentido à tarefa. O objetivo é aquilo que deve
ser alcançado no final da tarefa – seu resultado, que já é previsto como uma ideia, antes do
início da ação. O motivo é a necessidade que leva a pessoa a agir. O sentido é dado pela
relação entre o motivo e o objetivo – ou resultado – previsto para a tarefa.
Desta forma, foram criadas condições de promover no discente o pensamento abstrato,
a partir de situações que retratem seu dia-a-dia.
A seguir, são apresentadas e discutidas as atividades pedagógicas desenvolvidas no
Jogo Potencializa 3D.
Atividades Pedagógicas
A tela inicial do jogo contém as opções de atividades (ver figura 1): Treinar Movimentos
e Iniciar Jogo (com as atividades Reconhecer Formas Geométricas e Criar Bandeiras).
Figura 1. Telas de seleção de atividades: (a) Treinar Movimentos; (b) Formas Geométricas e Bandeiras.
(a) (b)
Fonte: próprio autor.
A mediação ao discente nas atividades é realizada pelo jogo, por meio de orientações
em áudio e texto, e pelo professor, através de suas intervenções pedagógicas. Para rea-
lizar uma atividade, o discente selecionará um dos cenários disponíveis (ver Figura 2a),
e na tela seguinte, definirá o personagem que deseja utilizar para representá- lo no jogo
(ver Figura 2b).
220
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 2. Telas de seleção: (a) Cenários; (b) Personagens.
(a) (b)
Fonte: próprio autor.
Durante uma atividade, o discente será orientado pelo jogo a não colidir com os obstá-
culos do cenário, tais como muretas, árvores e postes, bem como do porquê de evitar estas
colisões. Assim, dá-se uma interpretação ao erro do discente como parte do processo de
aprendizagem, onde o erro é explorado e utilizado de maneira a gerar novos conhecimentos
e investigações, num processo de trocas e produção do saber, promovendo a oportunidade
de descobrir como esse discente organiza seu pensamento.
Esta atividade consiste na definição das formas geométricas, onde o discente tem como
tarefa coletar as diversas moedas espalhadas pelo cenário para formar a figura geométrica
trabalhada naquele momento.
Ao completar a coleta das moedas, o discente terá formado uma figura geométrica,
que será sinalizada com efeitos visuais, em uma perspectiva 2D. Neste momento, o discente
será orientado por comando de voz e texto a identificar a figura formada, dentre várias outras
opções disponíveis que surgirão na tela (ver figura 3).
221
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 3. Figuras geométricas formadas pelo discente: (a) Quadrado; (b) Triângulo.
(a) (b)
Fonte: próprio autor.
Caso tenha êxito, serão dadas felicitações ao discente e uma nova atividade será gera-
da e novas moedas serão dispostas no cenário para serem recolhidas, formando a próxima
figura geométrica. Caso o discente não identifique a figura formada, uma mensagem de
áudio sobre o erro o conduzirá a uma reflexão a respeito da figura que o mesmo formou,
permitindo que possa optar novamente pela figura geométrica correspondente. A mediação
do professor neste momento é fundamental para criar situações que levem o discente a
descobrir a figura formada, bem como reconhecê-la em situações do mundo real.
Esta atividade tem como objetivo fazer uso de figuras geométricas trabalhadas em mo-
mentos anteriores no jogo para a formação de um painel com bandeiras como a do Brasil e
da cidade de Viana-MA. No cenário serão dispostas figuras em cores e formatos diversos e
o discente terá que selecionar somente as figuras que completam corretamente a bandeira
a ser montada no momento.
As figuras 4 e 5 apresentam a realização da atividade, no momento em que está sendo
formada a bandeira da cidade de Viana. Ao iniciar a atividade, o jogo orientará o discente
sobre o objetivo da mesma, com a seguinte mensagem em áudio e texto: Várias figuras
estão espalhadas pelo mapa da Praça da Matriz. Sua missão será coletar as figuras
que formam a bandeira da Cidade de Viana. Boa Sorte!
222
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Quando o discente coletar a última figura que compõe a bandeira, o jogo dará as
congratulações ao jogador com a seguinte mensagem em áudio e texto: Parabéns! Você
formou a bandeira da nossa querida cidade de Viana!!!
Figura 5. Formando a bandeira de Viana: (a) Inserindo a faixa azul; (b) Inserindo a faixa branca; (c) inserindo a faixa verde.
Após a formação de uma bandeira, será liberada outra atividade para que o discente
faça o reconhecimento e coleta das formas geométricas que comporão nova bandeira, como
a do Brasil (ver figura 6).
CONCLUSÃO
223
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
trabalhadas, dando condições para que o discente com DI não se adapte à sua deficiência,
mas que a vença (VYGOTSKY, 1997).
Em se tratando de trabalhos futuros, pretende-se realizar as seguintes ações:
REFERÊNCIAS
1. AAIDD (2018) American Association on Intellectual and Developmental Disabilities, 8403 Co-
lesville Road, Suite 900 Silver Spring, MD 20910, Washington, D.C. Disponível em: https://
www.aaidd.org/intellectual-disability/definition/faqs-on-intellectual- disability. Acesso em: 18
de jun. 2020.
2. BRASIL. Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional. Brasília, DF.
4. ______.Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Censo 2010. Brasília, DF. Dis-
ponível em: https://censo2010.ibge.gov.br/. Acesso em: 18 de jun. 2020.
224
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
5. ______.Lei n. 13.146, de 6 de jul. de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Defici-
ência. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015- 2018/2015/Lei/L13146.
htm. Acesso em: 27 jun 2020.
10. Vygotsky, Lev Semenovich. (1984). A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes.
11. ______.Fundamentos da Defectologia: Obras Completas. Tomo cinco. Cuba: Editorial Pueblo
y Educación, 1997.
225
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
18
Práticas de leitura e escrita de
gêneros multimodais em artefatos
tecnológicos como contributos no
ensino remoto
10.37885/211106609
RESUMO
227
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
INTRODUÇÃO
228
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Art. 1º Autorizar, em caráter excepcional, a substituição das disciplinas pre-
senciais, em andamento, por aulas que utilizem meios e tecnologias de infor-
mação e comunicação, nos limites estabelecidos pela legislação em vigor, por
instituição de educação superior integrante do sistema federal de ensino, de
que trata o art. 2º do Decreto nº 9.235, de 15 de dezembro de 2017 (BRASIL,
2020, p.01).
Posto isso, no dia 23 de março de 2020 iniciou-se nas escolas privadas de Lavras-MG
o ensino remoto. Algumas escolas já possuíam plataformas para o ensino à distância como
os Ambientes Virtuais de Aprendizagem – AVA. Porém, grande parte das escolas tiveram
que recorrer aos aplicativos para manter as aulas. Em específico, a instituição a qual a ati-
vidade foi aplicada utilizou o aplicativo Google Meet.
O presente estudo justifica-se, pois a presença de textos multimodais nos modos de
comunicar contemporâneo exigem habilidades de leitura e escrita dos sujeitos, além de
formação dos professores, visto que a realidade pandêmica os inseriram em um contexto
remoto o qual é necessário a utilização de artefatos tecnológicos para viabilizar as maneiras
de aprender e ensinar.
Diante do exposto, apresenta-se como problematização o questionamento: Como as
práticas de leitura e escrita dos gêneros história em quadrinho e vlog podem contribuir para
o multiletramento e, em específico, o letramento digital dos alunos em contexto de ensino
remoto? Isso posto, tem-se como objetivo a análise de práticas de leitura e escrita de alunos
do 6º ano do Ensino Fundamental II de uma escola privada de Lavras-MG. Selecionou-se
duas atividades de leitura e escrita dos gêneros história em quadrinho e vlog para serem
aplicadas a fim de proporcionar caminhos ao questionamento empreendido.
O marco teórico desse estudo é constituído por conceitos relacionados ao ensino da
leitura e da escrita (BRASIL, 2018), à pedagogia dos multiletramentos (ROJO, 2012), à mul-
timodalidade (VIEIRA, 2015) e aos gêneros do discurso (MARCUSCHI, 2010). Trata-se de
um estudo exploratório perpassado mediante pesquisa-ação, de cunho qualitativo realizado
durante 1 mês, no período compreendido entre 15 de maio de 2020 e 15 de junho de 2020.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Vivemos em uma sociedade que busca o letramento para o alcance das premissas de
ser sujeito no mundo. Isso porque não basta decodificar e codificar palavras em um mundo
que exige cada vez mais dos usuários da língua. Torna-se necessário, assim, desenvolver,
possibilidades que levem os sujeitos a interagir e a fazer parte das práticas sociais de lin-
guagem. Sendo assim, ser cidadão não pressupõe ser letrado, mas, indubitavelmente, ser
letrado nas práticas de leitura e escrita amplia e evidencia o ser cidadão.
229
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
A BNCC (2018), documento oficial de parâmetros educacionais, orienta que cabe ao
componente Língua Portuguesa proporcionar aos estudantes experiências que contribuam
para a ampliação dos letramentos de forma a possibilitar a participação significativa nas
práticas sociais. Por isso, apresenta como competência específica de Língua Portuguesa
para o Ensino Fundamental a necessidade de
Além disso, aponta como requisito fundamental “ler, escutar e produzir textos orais, es-
critos e multissemióticos que circulam em diferentes campos de atuação e mídias (...)”. Na es-
teira desse processo, justifica-se a necessidade de possibilitar ao educando nas aulas de
Língua Portuguesa a maior variedade possível de contato com os gêneros textuais, visto
que conforme observado por Marcuschi
Imagem e palavra mantêm uma relação cada vez mais próxima, cada vez
mais integrada. Com o advento de novas tecnologias, com muita facilidade se
criam novas imagens, novos layouts, bem como se divulgam tais criações para
uma ampla audiência. Todos os recursos utilizados na construção dos gêneros
230
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
textuais exercem uma função retórica na construção de sentidos dos textos.
[...] Representação e imagens não são meramente formas de expressão para
divulgação de informações, ou representações naturais, mas são, acima de
tudo, textos especialmente construídos que revelam as nossas relações com
a sociedade e com o que a sociedade representa. (DIONÍSIO, 2008, p.132)
231
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
fazer significar, ou seja, os multiletramentos são urgências, que pode-se afirmar que veio à
tona devido aos inúmeros aparatos tecnológicos recorrentes devido à pandemia.
É importante destacar que não são as atribuições e características dos novos textos (re-
cursos multimodais/multissemióticos) que ampliam as dificuldades dos alunos leitores. As prá-
ticas de leitura e escrita na escola, muitas vezes, insuficientes para as realidades culturais
já estavam evidenciadas ainda na era do texto impresso. No que refere-se à significação
dos textos, pode-se afirmar que ela não é construída baseada em único modo, mas sim
pela união de vários elementos que dizem, relacionam-se, complementam-se e apontam.
Além disso, as significações não estão necessariamente na palavra em si, mas nas relações
constituídas por meio dela. Somos nós, leitores, que construímos as significações. E essas
podem ser enfatizadas por recursos semióticos.
Vieira (2015) discorre sobre a semiose ao apontar que
Logo, todos os recursos que utilizamos para estabelecer os fins comunicativos são,
de fato, semióticos. Por isso, Vieira (2015) legitima que o potencial de significado de textos
multimodais é expandido quando comparado com textos constituídos apenas por um sistema
semiótico. A despeito dessas considerações, pode-se afirmar que as discussões em torno
dos modos de ler não justifica-se ao situar-se apenas nos textos verbais, como também é
necessário uma abordagem dos textos não verbais, imagéticos e com recursos semióticos.
Visto isso, Rojo(2012) discorre também sobre a importância de se pensar em uma pe-
dagogia de multiletramentos e salienta que em vez de lutarmos contra as novas tecnologias,
os novos suportes de textos e os seus efeitos para as formas de ensinar e aprender podemos
investigar como utilizá-los para finalidades que desenvolvam competências e habilidades
nas produções e recepções de sentidos. O que pode-se apontar é que, indubitavelmente,
não há mais tempo para fugir da pedagogia dos multiletramentos, visto que, devido às ne-
cessidades dos textos, torna-se imprescindível e um direito do sujeito.
Em relação ao gênero textual história em quadrinho é válido mencionar o surgimento
ocorrido no século XIX na Europa. No Brasil, foi lançada a primeira revista nomeada por
Tico-tico em 1905. Assis e Marinho (2016) evidenciam que
(...) imagens ajudam a aprendizagem, quer seja como recurso para prender a
atenção dos alunos, quer seja como portador de informação complementar ao
texto verbal. Da ilustração de histórias infantis ao diagrama científico, os textos
visuais, na era de avanços tecnológicos como a que vivemos, nos cercam em
todos os contextos sociais. (Dionísio, 2016, p.141)
acredita-se que os vlogs são gêneros cada vez mais consumidos por diferentes
tipos de internautas, permitindo que esses tenham acesso livre às produções a
qualquer momento, podendo inclusive fazer o download dos vídeos que consi-
derarem mais interessantes e posteriormente, disponibilizá-los para qualquer
conhecido. (VALÊNIA, AMORIM, 2018, p.693)
Nessa perspectiva, o gênero multimodal vlog configura-se como um dos gêneros recor-
rentes de acesso na vida dos alunos. Por isso, conforme recomendado pela BNCC (2018), é
preciso uma abordagem em relação às multiplicidades de gêneros e, especificamente, dos
gêneros multimodais. Isso porque acredita-se que a compreensão dos recursos do vídeo
associado à linguagem verbal e não verbal envoltos às práticas de leitura e escrita contri-
buem para a ampliação da produção de sentidos dos alunos.
RELATO DE CASO
235
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
DISCUSSÃO
236
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
237
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(HQ - aluno 1)
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(HQ – aluno 2)
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(HQ- aluno 3 – protagonizado pelo próprio aluno e sua família). As imagens foram
autorizadas pelos responsáveis.
241
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(Vlog – aluno 4)
(Vlog – aluno 5)
242
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. BRASIL. Portaria Nº 343, de 17 de março de 2020. Dispõe sobre a substituição das aulas
presenciais por aulas em meios digitais enquanto durar a situação de pandemia do Novo Co-
ronavírus - COVID-19. D.O.U 18/03/2020. Disponível em: <http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/
portaria-n-343-de-17-de-marco-de-2020- 248564376>. Acesso em 10 mar. 202.
2. BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Brasília: MEC. 2017. Disponível em: <
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_20dez_site.pdf>. Acesso em 20 fev. 2020.
243
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
19
Prioritization and transparency in
software development: an action
research in public administration
Nilo Martins
UPE
Melina Soares
UPE
Geraldo Neto
UPE
Wylliams Santos
UPE
10.37885/211006385
ABSTRACT
Key w o r d s: G ove r n m e n t , Pr i o r i t i z at i o n, Tr a n s p a r e n c y, R e q u i r e m e n t s , K a n b a n,
Action-Research.
245
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
INTRODUCTION
According to Hujainah and Bakar (2018), requirements prioritization is one of the most
important phases of software development, involving critical decision-making activities that de-
termine product quality, in many cases being responsible for the success or failure of a project.
Public organizations focused on software development often have a high volume of
requests for à new software requirements, often higher than their development capability.
Thus, prioritizing these requirements becomes a crucial activity. Products with high business
value are delivered to the public administration Hujainah and Bakar (2018).
According to Babar et al. (2011), the prioritization of requirements is a complex acti-
vity. In public agencies, specific factors contribute to this increase in complexity, and they
are: High number of customers from different areas with conflicting priorities about their
requirements, low visibility of high management on the actual production capacity of the
development team, and on the requirements that are already being met.
This article presents the results of the action research that includes implementing the
Kanban method through an online tool in a public agency of the State of Pernambuco to
improve the transparency of the activities of the development team and facilitate the prioriti-
zation of requirements by senior management.
This research action was carried out in two cycles with the Attorney General’s Office
of the State of Pernambuco (PGE/PE) and involved both the technical team responsible for
the development and maintenance of systems, as well as the high management responsible
for prioritizing the requirements for this team. The first cycle.
focused on implementing the Kanban method in an online tool with the technical team
and presentation to all stakeholders. The second cycle was focused on the validation and
legitimation of the need to apply the transparency technique to the prioritization of require-
ments. The transitions between the different steps are discussed in detail, along with the
identified obstacles, benefits, and lessons learned.
The rest of the article is organized as follows. In Section 1, the introduction is performed,
in Section 2, presents Kanban’s theoretical framework to be evaluated, prioritization and pu-
blic administration. In Section 3, the cycles of the research-action are presented. In Section
4, the general results obtained during the application of the research-action are presented.
Section 5 presents the conclusions.
THEORETICAL FOUNDATION
This section addresses the Kanban method, prioritization, and public administration.
246
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Kanban
Prioritization
247
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
requirement of one pair with the other. In this way, stakeholders use the cost-value diagram
as a conceptual map for analysis, and the coordinator or manager prioritizes the requirements.
According to the researchers read here, some of the existing prioritization techniques are
Planning game (PG); 100-point method (100P); MoSCoW method (MM). As is the standard,
today the agencies make use of agile methods because the dynamism of the requirements
and the quantity of components prevent another form of management. Prioritization is based
on the greater need to solve the problem, making partial use of the planning game technique
to put priority on paper.
According to Beck (2000) and Berander (2005), the planning game comprises a meeting
that takes place once per iteration, usually once a week. The planning process is divided into
two parts: Posting Planning, which is focused on determining which requirements are inclu-
ded in which short-term postings and when they should be delivered, and iteration planning,
which plans the activities of developers.
The 100-point method, described by the authors, consists of an orderly voting method
that can have multiple winners who need to promote a proportional relationship of what is
believed to be a priority by the team with what is specified as a priority by the client.
According to McIntyre (2016), the MoSCoW Method is also defined as the prioritization
technique. In this, the prioritization used in software management and development aims
to achieve a common understanding among stakeholders about the importance they attach
to the delivery of each requirement, so the acronym that designates: Must have; It should
have; It could have, and it will not.
Prioritization involves assigning a priority for each requirement, which usually classifies
it as high, medium, or low. This is usually a factor that can generate conflicts, whether of
interest or necessity, in a view that each plaintiff sees as unique only their needs. Thus, the
need to give transparency to the prioritization of requirements in the search for sensitivity
among the plaintiffs is shown.
Public Administration
This subsection has described the study on public administration because the research
is about prioritizing requirements in the Attorney General’s Office of the State of Pernambuco
(PGE/PE), government agency, which has its own and distinct characteristics of the private
sector in matters of stakeholders, part management, and public relations.
According to Brad (2006), there are many ways to identify key stakeholders. One ques-
tion raised by the author is: “How much attention does each interested party deserve or
demand?” since it is unlikely that everyone involved in various requirements has the same
interests, even if they are claimants of the same body.
248
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Since, according to Brad, the organization’s stakeholders are identified, there will al-
ways be a fight for attention, whom to give it to, to whom to give more, and to whom not to
give. Thus, not prioritizing the needs of one party over others is an issue that many organi-
zations face every day.
Based on Post’s studies (2002), stakeholders are defined as stakeholders in the re-
quirements, that is, any group or individual affected or that may affect the achievement of
an organization’s objectives. However, also, according to the author, the definition can be
expanded to include groups that have interests in the organization, regardless of the corpo-
ration’s interest in them.
Also, according to Post, the public designates stakeholders in relationships, for exam-
ple, employees, shareholders, leaders, etc. These audiences can be segmented by various
organizational factors.
The studies here also specify how the public administration usually places its require-
ments, usually as urgent, and the urgency is usually characterized in two conditions. When
a claim is time-sensitive and the second when that claim is important or critical to stakehol-
ders. The Emergency, then, requires a timely response. Urgency alone may not predict the
priority of one interested party, especially if the other two attributes are missing. However,
this attribute adds a dimension that is particularly important because the urgent public is
often of senior management.
Thus, the public administration has an urgent vision for its requirements. For these to
be treated with the proper priority and transparency among all organ components is a path
to its equalization.
The research method used in this study was research-action. According to Carr (2006),
action research has its origins associated with early interventionist practices carried out by Kurt
Lewin in the 1940s, during socio-technical experiments. The initial stimulus for the emergence
and design of the main objectives and aspirations of action research came from a generalized
difficulty at that time in translating the results of social research into practical actions.
According to Sjoberg et al. (2007), the action research method was pointed out as “the
type of study where the most realistic scenario is found” because it involves applying results
of academic studies in a natural context of the industry.
To explicitly describe the objectives of action research and guide its steps, the follo-
wing research questions were defined: What difficulties are identified to prioritize the requi-
rements? What are the benefits of adopting a prioritization approach in the context of the
public organization?
249
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Research Context
Supported by the Systematic Mapping of Ahmad’s Literature, Ahmad et al. (2018) and
articles on the implementation of Action Research, as published by Dos Santos and Travassos
(2011) and Davison, R. et al., this study aims to demonstrate the results of a research-action
carried out at PGE/PE for the implementation of an online Kanban tool. The expectation is
that this online tool will provide improvement in the transparency of the activities of the de-
velopment team and facilitate the prioritization of requirements by senior management.
According to Anderson (2010), Kanban properties are Visualization: allow visual mo-
nitoring of requirements; Progress: follow the construction steps; Flow: inform the order
of execution of the steps; Policies: be aware of the rules; Improvement: notify changes;
Prioritization: to give the science of the order of execution of the implemented requirements;
Transparency: allow stakeholders to track all implemented properties online. This research
action was based on the implementation of two properties: Prioritization and Transparency.
The Attorney General’s Office of the State of Pernambuco (PGE/PE) is the body res-
ponsible for the judicial representation of the State of Pernambuco and its municipalities,
including in its competence the activities of legal advice to the Executive Branch and pro-
motion of active debt collections, promoting measures of a legal nature aimed at protecting
public assets and defending the State, among other activities State of Pernambuco (1990).
The development team is formed by systems coordination, digital automation and in-
novation, currently with a team of nine people, which is part of the structure of the computer
area of the attorney general, subordinated to the General Secretariat. In its 11 years of ope-
ration, the coordination of systems has already developed more than 400 applications for
the use of PGE/PE, mostly applications for registrations, management control, or process
automation. As the volume of requirements has been increasing exponentially, PGE/PE felt
the need to adopt a tool to promote the control and management of requirements because
daily new requirements arise in the attorney general’s office concerning new systems and
requests for improvement of existing ones.
Because all incoming requests are urgent, it is difficult for the team to define the priority
order assigned to each activity. The main problem encountered today concerns the disse-
mination or plural display of the requirements, the priorities that each activity has, and the
impacts that will be generated with non-compliance with the requirements, respecting the
deadlines previously established.
The tool via the web allows monitoring results in real-time, in the same way for all invol-
ved. Another advantage is the ability to track and analyze work with monitoring the runtime
of requirements and reports.
250
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
The online tool for the Kanban frame method, according to the readings of the referen-
ced jobs, is an application that can increase team productivity and visual project manage-
ment. It assists in managing tasks and projects with colored notes in a virtual Kanban frame,
allowing the use of the computer itself to view, control, and optimize workflow and collaborate
with other team members in real-time. A unique feature of an electronic Kanban board is
the opportunity to monitor and analyze the work with built-in metrics, which in the traditional
format, must be performed daily or weekly. In addition, web-based Kanban frames can be
easily customized to map any workflow.
PGE/PE has already had experiences with Kanban practices manually to promote inter-
nal control of development team requirements. With this use, some method deficiencies were
observed concerning the display and prioritization of the requirements. Some researchers,
such as Anderson (2010) and Petersen (2014), have already observed these deficiencies
concerning Kanban in Software.
It is believed that conducting a research action to evaluate the use of an online Kanban
tool will allow the discovery of new practices already applied by the community, which can
help solve or minimize the impacts currently felt by the lack of transparency and prioritization
of requirements in PGE /PE.
Research Steps
According to Santos e Travassos (2011), action research consists of five basic steps:
Diagnosis, Action Planning, Action Taken, Evaluation, and Lessons Learned. This research
work was conducted using the Santos and Travassos guide (2011).
Two research cycles were carried out-action: (1) The first cycle provided vital information
to the company of the current situation and presented the perception of employees about the
possibility of using Kanban as a tool to manage software requirements with greater asserti-
veness and transparency; (2) The second cycle put into practice the lessons learned in the
first making the necessary adjustments to achieve the objective.
Cycle 1 Diagnosis: Currently, the system coordination team receives requirements from
all areas without a hierarchical central point, which hinders the prioritization work carried out
by the systems coordinator because as the plaintiffs are chief prosecutors, all their require-
ments are essential.
Action planning: The preparation of the questionnaire was performed, and the potential
respondents were defined. The objective of this study was to record the knowledge that the
developers have about the Kanban method and how much they believe that the tool can
be applied in the daily activities of PGE/PE generating speed in the visualization and defini-
tion of priorities.
251
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Action taken: Application of the questionnaire to the technical team and consolidation
of the results obtained. From the analysis of the results obtained in the questionnaire, it was
identified the need to prepare a new questionnaire to be applied to senior management.
The object of this was to legitimize the need to apply the transparency technique to prioritize
the requirements. Four questions were applied. The questionnaire was answered by the
following attorneys: General Attorney, Deputy General Attorney, Chief Attorney, and the
General Secretary.
The first questionnaire was answered by nine people from the systems team. About
the participants, it is essential to highlight that 40% have a complete degree, and 60% are
currently attending the undergraduate course.
Evaluation: In the first questionnaire, when respondents were asked about knowing the
Kanban method, 60% reported knowing fully, while 40% reported knowing partially. On the
possibility of Kanban applicability in the current company, 80% agreed that Kanban could be
applied, while 20% partially agreed. When asked about believing that using Kanban would
improve their work, 60% partially agreed, while 40% agreed.
In the second questionnaire, when respondents were asked about knowing the requi-
rements being performed by the development team, 33.3% answered that they know, and
66% know partially. Regarding the importance of specialized stakeholders having visibility of
tasks to prioritize the requirements of the development team, 83.3% agree that it is essential,
while 16.7% do not. Regarding believing that the use of an online tool that demonstrates the
activities of the development team can contribute to the prioritization and transparency of
tasks, 83.3% answered yes, and 16.7% answered partially. Regarding knowing the Kanban
method, 100% of stakeholders answered no.
Lessons learned: The need to apply the questionnaire to senior management had not
been initially identified. This need was only felt from the information collected in the first
questionnaire. Thus, the importance of analyzing the data correctly and allowing changes in
planning, whenever possible, is emphasized.
Cycle 2 - Diagnosis: During the execution of the application of requirements management
with prioritization through the online tool, some difficulties were identified, such as Adaptation
of the manual process to the electronic process; Lack of culture to update the data in the
tool informing the evolution of the states of the development process; The non-access by
the senior management of the tool for online monitoring of the evolution of requirements and
their prioritizations; Problems with the browser, we have identified instability in that browser.
Action planning: The processes for implementing the online tool were defined:
Registration of information in the tool; Start date of use of the tool; Training to the systems
team and senior management.
252
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
From the use of the Kanban method in an online tool, it is believed that the information
and requirements that will reach the PGE/PE systems sector will be filtered with greater as-
sertiveness and will be visible to all stakeholders.
The action was taken: To solve the problems mentioned in the diagnosis, the following
procedures were mapped: To solve the lack of updating of the data in the tool, the coordinator
began to monitor daily and charge.
Tool update: a procedure was created for the automatic display of the tool on the Intranet
to allow the monitoring of the high management of the requirements and their prioritization,
thus facilitating the access of stakeholders to the information.
Evaluation: In the execution of the second cycle, it was possible to verify that the lear-
ning curve of the use of the tool was better because all involved already had the necessary
knowledge of the tool.
As a positive aspect, we can highlight that Kanban can be used as an embedded sys-
tem. The stakeholders who made use of this version very much liked the possibility of this
rapid monitoring.
Lessons learned: The applicability of an online tool made it possible to verify the need
for conditioning of use by both the technical team and the claimants. Consequently, a new
activity was generated for coordination, which is the daily verification of the updating of pro-
perties by the technical team and senior management.
RESULTS
After implementing the Kanban tool, used in this research action to contribute to the
visibility and prioritization of the requirements in PGE/PE, excellent results could be percei-
ved. The fact that the systems team already knows the tool helped reduce the learning curve
and facilitated the achievement of the objectives. In the first cycle, it is already possible to
perceive results obtained using the tool.
Although there are prosecutors who disagree with the visualization of the requirements
and their priorities, because of the organization’s culture and they have, we expect that
this proposed awareness will bring good results and speed to the internal processes of
the systems team.
Another aspect that we report as an initial result is the update of the required state and
the immediate interaction by the plaintiffs, as electronic state change warnings are sent after
the completion of each phase. This functionality aroused in the team greater motivation and
interest in knowing better the tool adopted because other functionalities can be identified to
add more value to the use of the tool.
253
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Discussion
Threats
After applying the questionnaire to the high management of the attorney general’s office,
it can be verified that not all high management prosecutors share the idea of the benefit of
transparency of the prioritization of requirements and the visibility of all the requirements. After
a meeting with the respondents, it appears that the general secretary who responds as the
information technology superintendent of the PGE/PE, since there is no such structure in the
body, the same came to agree and encourage the use of this approach, since this function
has the objective of monitoring, monitoring, and managing in a macro way the technology
requirements of the agency.
Some chief prosecutors of the specialized did not positively visualize the exposure of
their requirements to the others specialized, since, according to them, each attorney has its
own needs that do not correlate with the needs of others, so they do not see the need for
exposure of their requirements and actions to all.
254
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
It can be noted that the Attorney General, Deputy Attorney General, Secretary General,
and the Chief Attorney agreed to have the requirements transparent and accessible to senior
management moreover, that some coordinating attorneys do not visualize this transparency
with some positive impact or change generator that makes the work more efficient. However,
for the coordination of systems, the implementation of this approach is significant, as it will
allow the immediate negotiation with the Secretary - General of the interruption or not of
development to meet other requirements that arrived later.
We can say that the main threats mapped were: A survey was conducted at the level of
senior management, and in this, it was found that not all prosecutors agreed that sharing the
requirements is positive; The lack of intimacy with software development project management
technologies by some prosecutors may generate a lack of interest in the use of the tooling;
The high volume of requirements and their distribution among a team with small composition
can generate an imbalance in the prioritization of requirements.
CONCLUSION
Based on bibliographic studies that sought the combination of Kanban themes, priori-
tization, requirements, and public administration, we identified the opportunity to apply this
research action in the Attorney General’s Office of the State of Pernambuco.
As the construction of software in the attorney’s office follows the agile development line,
the use of Kanban has suited the organization’s needs. Kanban is based on five properties,
according to Anderson (2010): visualization, progress; flow; policies; and improvement. As the
focus of the research was the search for the solution to the problem of workflow breakage, it
was necessary to search for the addition of one more property, that of prioritization.
In the proposed panel, resulting from the evolution of what was already used with what
was being implemented, we observed that the properties needed to be complemented. Then
we performed the addition of two properties, prioritization, and transparency. To promote
prioritization and transparency efficiently, we apply, from the research activities, the Kanban
method through an online tool to manage PGE/PE requirements.
With the use of the tool, it was possible to direct the workflow, allowing stakeholders to
analyze the process and delivery in real-time in addition to allowing the analysis of the flow
in a measured and managed way, since the control can now be carried out through the tool
by all involved, quickly allowing the plaintiffs’ participation.
The consequence of this action is that there has been a collaboration between the
plaintiffs, thus avoiding overlapping requirements and flow breaks since all start to have
co-participation in the requirements of the coordination of the agency’s system.
255
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Thus, it can be inferred that the most significant gain of the application of this process
was the union of development efforts with the knowledge of the plaintiffs’ business, which
is the high management of the attorney general’s office and the interaction between them.
Collaboration between the areas, which by nature are distinct and have unique needs, was
also allowed, but in the macro view, they seek to solve a single problem, which is to ge-
nerate economic for the State, to recover the active debt, and to provide legal support to
public processes.
Thus, as final considerations, with this work, it was possible to verify that Kanban can
be used in software development and management, using an online tool for teams with few
resources and many requirements. With Kanban, it was possible to create a sequence of jobs
based on prioritizations. The significant gain of the study was to promote a greater interaction
of the plaintiffs in the iterations of each phase of the project, avoiding the breakdown of the
development flow with inadequate prioritizations. When an activity is prioritized in the wrong
way, it can generate negative impacts on the general results of the organ and discomfort
among stakeholders.
REFERENCES
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ments prioritization: A systematic literature review on significance, stakeholders, techniques
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11. Post, J., e. a. (2002) “Managing the extended enterprise: The new stakeholder view,” California
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12. Carr, W. (2006) “Philosophy, methodology and action research,” Journal of philosophy of edu-
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13. Sjoberg, D. I. Dyba, T. and Jorgensen, M. (2007) “The future of empirical methods in software
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14. Ahmad, M. O. Dennehy, D. Conboy, K. and Oivo, M. (2018) “Kanban in software engineering: A
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15. Dos Santos, P. S. M. and Travassos, G. H. (2011) “Action research can swing the balance in
experimental software engineering,” in Advances in computers. Elsevier, vol. 83, pp. 205–276.
17. Santos, P. and Travassos, G. (2011) “Action research can swing the balance in experimental
software engineering,” Advances in computers, vol. 83, pp. 205–276.
257
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
20
Relações entre o consumo das imagens
de beleza das mulheres e a dominação
masculina: das antigas revistas
femininas ao empoderamento de
influenciadoras digitais no instagram
10.37885/211106797
RESUMO
O presente artigo analisa as relações entre as imagens de beleza das mulheres com a
dominação masculina (BOURDIEU, 2002) a partir das práticas de empoderamento dis-
seminadas por influenciadoras digitais no Instagram. Compreendendo o peso cada vez
maior das redes sociais na sociedade contemporânea, além da importância da discussão
sobre as relações desiguais de gênero no contexto atual refletidas nos cuidados com a
estética pelas mulheres, buscou-se problematizar e compreender o recurso à noção de
empoderamento por parte de influenciadoras ligadas à exposição de imagens de beleza
feminina e ao consumo de produtos a isso correlacionados.
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Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
INTRODUÇÃO
Num cenário no qual pessoas de todo mundo estão conectadas por meio de uma co-
municação instantânea mediada pelo computador e/ou pelos dispositivos móveis, as redes
sociais da internet tornaram-se um espaço fecundo para a exposição dos indivíduos, remo-
delando as formas de exteriorizar e consumir os estilos de vida. A evolução destas redes
foi conformando formatos interativos com a possibilidade do compartilhamento de textos,
vídeos e imagens em uma mesma plataforma. Ao mesmo tempo, com a convergência das
tecnologias em aparelhos mais compactos, houve um aumento da visibilidade e da conexão
entre as pessoas (SIBILIA, 2016), tornando essas expressões cada dia mais comuns na vida
da maior parte da população.
A correlação deste cenário com a disseminação das práticas consideradas por algumas
mulheres como empoderadas tem se refletido de forma característica nos perfis de determi-
nadas usuárias do aplicativo Instagram conhecidas como influenciadoras digitais ou digital
influencers1. Por meio de fotografias postadas em seus perfis, elas relatam o dia-a-dia e
oferecem dicas de moda, beleza e estilo de vida que acreditam estar ligadas ao chamado
empoderamento da mulher.
Estes perfis vêm atraindo anunciantes em busca de credibilidade para seus produtos
diante dos milhões de seguidores que estas influenciadoras costumam ter e o enorme su-
cesso que têm atingido. A autenticidade que estas figuras transmitem, geralmente por serem
mulheres comuns e acessíveis, diferente das antigas estrelas das capas de revistas, tem
proporcionado confiança frente aos potenciais clientes das marcas por desenvolverem uma
nova forma de lidar com os consumidores.
Hoje, com a popularização cada vez maior do feminismo, o empoderamento se tornou
uma reivindicação muito presente nos vários âmbitos da vida das mulheres em todo mundo
e é na internet, com sua comunicação global, que se encontram muitas destas manifesta-
ções. O ambiente online permite não apenas a comunicação dos usuários com seus amigos
mas com toda uma rede de pessoas com as quais se tem interesses em comum ao redor do
mundo. Destaca-se o ativismo em várias frentes de luta, a ocorrência de debates entre atores
com engajamento e opiniões divergentes, o compartilhamento de informações e de pautas
políticas e também a possibilidade de organização e manifestação dentro da própria web.
Partindo de toda esta conjuntura, vê-se a necessidade de problematizar o consumo das
imagens da beleza feminina, e o acionamento de uma concepção de empoderamento, no
1 O digital influencer nada mais é que um produtor de conteúdo que utiliza seus canais para influenciar comportamentos tanto na inter-
260
net, como fora dela. Acesso em: https://blog.hotmart.com/pt-br/como-se-tornar-um-digital-influencer/
As posições estigmatizadas ocupadas pelas mulheres, que perduram apesar das lutas
do movimento feminista, podem ser entendidas a partir do que Bourdieu (2002) denomina de
dominação masculina. Em seu estudo, observando o fato das diferenças sexuais se manterem
ocultas na forma da organização da vida social como um todo, constatou a naturalização
do arbitrário cultural do masculino e do feminino. Assim, o autor define a dominação mas-
culina como uma forma específica de violência simbólica, invisível a suas próprias vítimas.
Essa violência se manifesta impondo significações por meio do simbólico e é revelada pelas
vias da comunicação e do conhecimento, de forma a mascarar as relações de poder que
a sustentam (BOURDIEU, 2002). Para ele, essas significações se manifestam no habitus
262
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
tornando-se naturalizadas por estarem fortemente infiltradas no pensamento e na concepção
de mundo das pessoas, até mesmo do grupo dominado. A noção de habitus emerge com
centralidade na teoria de Bourdieu na tentativa de apreender as relações entre os agentes
e as estruturas sociais. Na concepção do autor, os habitus são compreendidos como
Para o sociólogo, “aquilo que na história aparece como eterno não é mais que um
produto de um trabalho de eternização que compete a instituições interligadas tais como a
família, a igreja, escola” (BOURDIEU, 2002). Essa dominação se encontra incorporada nos
modos de agir, de pensar, de falar, de vestir, contribuindo para que a reprodução social se
mantenha e se legitime. Sendo assim, homens e mulheres, ao serem socializados, incorporam
os habitus da ordem masculina, na qual a própria visão e condição dos corpos é atingida.
Bourdieu (2002) afirma que, para que haja uma retomada da marcha da história pelas
mulheres, é necessário que estas tenham conhecimento dos mecanismos da dominação
masculina, desnaturalizando-os. O autor as convoca a se comprometerem com uma luta
política capaz de abalar as instituições estatais e jurídicas que perpetuam sua subordina-
ção, indo além da revolta introvertida de grupos de solidariedade e ajuda mútua. Sendo
o habitus disposições para a ação em constante adaptação e modificação em relação ao
mundo externo, e não algo sedimentado, imposto aos agentes sem nenhuma possibilidade
de reflexão destes, considera-se o movimento de mulheres como uma manifestação contra
a naturalização, pois busca transformar o habitus através das diversas pautas da luta.
Diante dessas considerações, é possível evidenciar de que maneira os cuidados com a
estética corporal e a beleza feminina estão relacionados com essa dominação. Historicamente,
a moda, enquanto manifestação que vai além do vestuário e abrange os estilos de vida,
fornece pistas para entender as ligações entre os cuidados com a estética corporal e a
dominação masculina. Observando as mudanças no correr da história, o gosto relacionado
aos cuidados com a estética corporal pelas mulheres se mostrou por muito tempo como
um código socialmente produzido para diferenciar e identificar o grupo contribuindo para a
manutenção desta dominação.
Segundo Lipovetsky (1989), a moda, enquanto um fenômeno das sociedades moder-
nas, se constitui como uma instituição social que influencia os gostos e o comportamento
das pessoas e revela aspectos culturais específicos de cada tempo. Até o século dezessete
e dezoito, por exemplo, não havia muitas diferenças entre os trajes feminino e masculino.
263
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Com a ascensão da burguesia, a aparência da mulher burguesa começou a ser moldada
para que esta realizasse plenamente sua posição social na busca pela consumação do
casamento efetivando assim sua função social na ideologia dominante (WILSON, 1985).
Para Elizabeth Wilson, “[...] num mundo que acreditava no amor romântico individualista,
elas também deviam exprimir uma personalidade única. Esta exigência de originalidade, no
interior da identidade, intensificou, se não originou, o mercado dos casamentos do século
dezenove” (1985, p. 165). Assim, o vestuário se materializou como um aspecto essencial
para a mobilidade social das mulheres. As roupas das moças virgens, por exemplo, tinham
que expor de maneira sutil sua posição social e de sua família, demonstrando ao mesmo
tempo sua boa saúde e força para gerar e cuidar de uma família.
Já no século XX, com a decadência da Alta Costura, surge o prêt-à-porter no contexto
da produção industrial em larga escala, dando lugar a uma difusão do acesso à moda aos
consumidores. Para Lipovetsky (1989), este momento possibilitou que as pessoas tivessem
oportunidade de comunicar sua individualidade por meio da moda. As modas e estilos di-
versificaram-se junto ao consumismo exacerbado, levando à obsolescência de produtos e a
uma moda baseada no efêmero. Houve uma ênfase sobre as mulheres que eram convidadas
pelas revistas femininas a “descobrirem o seu tipo e no entanto, a vestirem-se para serem
elas próprias: o paradoxo da artificialidade criava a espontaneidade” (WILSON, 1985, p. 167).
Para esta autora, à medida que o mercado massificado dos estilos se expandia, a fixação por
tipologias de roupas era desenvolvida: as mulheres entravam em dilemas sobre o tamanho
das peças, pelas personalidades que as marcas classificavam em tipos: a mulher exótica, a
mulher desportiva, a mulher sofisticada, entre outros. A atração que estas especificidades
exerciam, prossegue ela, tem relação com alguma segurança psicológica sentida na ideia
de pertencer a uma dada categoria, se autoconhecendo. Posteriormente, essa realidade
foi dando lugar à ideia de que se poderia ter uma diversidade de estilos sendo uma mulher
nova a cada dia.
Lipovetsky (1989) aponta que a moda, no contexto do capitalismo, motiva o consumo
ao criar novas necessidades e desejos de luxo que vão se tornando ultrapassados a cada
pequena inovação, o que leva as pessoas a nunca satisfazerem os seus desejos.
Entendendo este fenômeno como expressão de estilos de vida, destaca-se que além
da satisfação em preencher os desejos de consumo, a moda e os cuidados com a estética
corporal, por outro lado, comunicam ainda o desejo de distinção social. Bourdieu (2007)
afirma que o gosto por determinados objetos, alimentos, músicas, maneiras de se vestir
e de cuidar da estética não é natural e sim naturalizado, servindo como distinção de uma
classe e frações de classe em relação à outra. Para este autor, o entendimento de classe
não está necessariamente ligado a aspectos econômicos mas também às práticas que
264
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
simbolicamente as distingue. Ao mesmo tempo, o gosto vai sendo reconstruído nesse jogo
de distinção relacionado às tensões entre os grupos que buscam modificar as classificações
objetivas, como pode ser verificado nas mudanças no mundo da moda. No jogo de tensões
entre os gêneros masculino e feminino na sociedade, o movimento feminista conformou
importantes mudanças refletidas nas posições das mulheres dentro da sociedade e estas
se refletem na moda.
Na segunda fase do feminismo, a temática da moda e dos cuidados estéticos causou
intensa irritação entre as feministas. Segundo Wilson (1985), uma das razões é que os
meios de comunicação de massa iniciaram uma perseguição ao movimento produzindo
uma caricatura da mulher feminista: eram apontadas como moças que queimavam soutiens,
odiavam os homens mas se vestiam como eles. Essas veiculações tiveram grande retaliação
em manifestações que pautavam o fim do sexismo nos meios de comunicação, contra os
ideais estereotipados e objetificados de beleza impostos às mulheres. Ainda segundo Wilson
(1985), nessa agitação, duas formas diferentes de entender a cultura emergiram do seio
do movimento. Uma delas rejeitava completamente os aspectos que reproduziam ideias e
imagens sexistas das mulheres e da feminilidade, tendo de alguma forma significados por-
nográficos e violentos. Em contraposição, a outra se caracterizava pelo liberalismo populista
e defendia que a crítica aos passatempos populares que a maioria das mulheres apreciava,
como vestir roupas da moda, seria uma atitude elitista. Diante dessas maneiras radicalmente
díspares de ver o mundo, questionou-se se a moda e os cuidados com a estética corporal
faziam parte da opressão das mulheres ou se constituíam um lugar de luta simbólica positiva.
Segundo Naomi Wolf (1992), os cuidados com a beleza se transformaram após os
avanços do movimento feminista, no sentido de apropriar-se da tarefa de controle que
os mitos da maternidade, domesticidade, castidade e passividade não conseguiam mais
realizar e de eliminar as heranças deixadas pelo feminismo em todos os âmbitos da vida
da mulher. A autora oferece alguns exemplos disso, entre eles o fato de, após ocorridas
as mudanças contra discriminação das leis trabalhistas com base no sexo, surgiu na Grã-
Bretanha e nos Estados Unidos uma jurisprudência institucionalizando a discriminação com
base na aparência da mulher. “Feministas, inspiradas por Friedman destruíram o monopólio
dos anunciantes de produtos para o lar na imprensa popular feminina. De imediato, as in-
dústrias da dieta e dos cosméticos passaram a ser os novos censores culturais do espaço
intelectual das mulheres” (WOLF, 1992, p.95).
Wolf (1992) considera que o desenvolvimento do mito da beleza, devido ao fervor
reacionário da época, recorreu à sofisticação tecnológica crescente para a disseminação
de milhões de imagens do ideal de beleza em voga. As revistas femininas sempre foram
uma força atuante no sentido de alterar os papéis das mulheres e tiveram sua ascensão
265
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
graças a grandes investimentos de capital, junto à expansão da alfabetização e ao aumento
do poder aquisitivo das mulheres da classe trabalhadora e da baixa classe média (WOLF,
1992). As revistas começaram a publicar anúncios no começo da virada século XX e a partir
dos anos 50 as rendas com publicidade aumentaram muito, modificando a relação entre o
departamento editorial e o de publicidade. Dessa forma, com o peso dos anúncios para os
lucros das revistas, a publicidade começou a ditar fortemente o que estas veiculavam.
Ainda segundo Naomi Wolf (1992), quando a mulher abandonou o espaço doméstico
para se inserir no mercado de trabalho, os anunciantes se depararam com a perda de seu
principal consumidor. Ao passo que as mulheres da classe média foram ocupando lugares
fora do espaço de domesticidade, o envolvimento destas com questões do mundo exterior ao
lar as levaria a perder o interesse pelos conteúdos das revistas femininas. Dessa forma, para
garantir que as mulheres trabalhadoras ocupadas e estimuladas continuassem a consumir
no mesmo nível que antes, as revistas e seus anunciantes focaram num novo “problema”
elevando-o a um status de problema existencial da mulher: a beleza feminina.
Fonte:https://www.megacurioso.com.br/publicidade-e-marketing/67233-33-propagandas-do-tempo-que-a-sua-vo-lia-revistas-femininas.
htm (Acesso em 15 de junho de 2018)
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Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
RELAÇÕES ENTRE AS ANTIGAS E ATUAIS IMAGENS DE BELEZA DA
MULHER
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Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 10. Postagem da campanha Dona dessa Beleza da Avon Cosméticos.
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Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 12. Postagem da campanha Velha Pra da Natura Cosméticos.
A imagem compartilhada mostra uma mulher mais velha, algo que pode ser visto atra-
vés das rugas em seu rosto e aos cabelos brancos, usando brincos e um batom vermelho,
provavelmente da marca, com um sorriso estampado no rosto denotando sentimentos de
alegria e bem-estar. Na legenda, a empresa deixa ainda uma pergunta pedindo que as
seguidoras comentem se elas acham que existe uma idade para usar o batom vermelho.
Nos comentários percebe-se a aprovação das mulheres quanto ao uso do batom vermelho
em qualquer idade, o que demonstra que a exaltação do consumo das práticas de embe-
lezamento focado na diversidade de morfologias das mulheres já faz parte da mentalidade
da nova geração.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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prático. Petrópolis, Rio de janeiro. Editora Vozes, 2003.
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4. BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. 2 Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.
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7. LIPOVETSKY, Gilles. O Império do Efêmero: a moda e seu destino nas sociedades modernas.
São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
274
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
10. SIBILIA, Paula. O show do eu: a intimidade como espetáculo. Rio de Janeiro-RJ. Editora
Contraponto, 2016.
11. WOLF, Naomi. O mito da beleza: como as imagens de beleza são usadas contra as mulheres.
Rio de Janeiro: Rocco, 1992.
275
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
21
Snake classifier: aplicativo mobile
para classificação de serpentes
peçonhentas
10.37885/211106624
RESUMO
Serpentes estão no topo da lista de acidentes com animais peçonhentos no Brasil. O pou-
co conhecimento da população a respeito desses animais, torna sua identificação dificul-
tada em casos de acidentes, quando se faz necessário a classificação do gênero para a
aplicação do soro antiofídico correto. Objetivo: Foi proposto neste trabalho, com o uso
de Inteligência Artificial com aplicação das técnicas de Transfer Learning, a criação de
um modelo de Rede Neural, implementado a um aplicativo de celular onde, a classifi-
cação da espécie é feita de forma instantânea. Resultado: O modelo treinado com um
banco de 3401 imagens obteve um nível acurácia de 90.22%. Já os testes realizados
com o aplicativo em funcionamento, levou a uma taxa de acerto de 88.41% após testá-lo
com 164 imagens. Conclusão: Portanto, a aplicação mostra-se como uma ferramenta
viável para classificação de gênero e espécie de serpentes peçonhentas, além da sua
diferenciação entre as espécies que não apresentam peçonha.
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Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
INTRODUÇÃO
MÉTODO
Para a realização deste projeto, foi feita a revisão literária de trabalhos relacionados
na mesma temática, onde são de suma importância para a criação de uma base sólida de
conhecimento específico na área de desenvolvimento.
MARQUES (2019), no seu projeto, desenvolveu um modelo de aprendizado profundo
empregado no objetivo de identificar e classificar 5 espécies de plantas daninhas que apa-
recem como pragas dando prejuízos nas lavouras, principalmente as mais resistentes aos
herbicidas comerciais.
A intenção foi aplicar e comparar a performance de quatro arquiteturas de Redes
Neurais Convolucionais para a classificação de plantas daninhas de cinco espécies contidas
em um banco de imagens. Tendo como propósito ajudar o agricultor a encontrar a planta
indesejada, para fazer sua eliminação da forma mais adequada.
Trabalho que se assemelha em termos de avaliação de classificadores de aprendizagem
de máquina com BRITTO et al. (2020) que determina e qualifica a precisão de algoritmos
aplicados na classificação de segmentos de imagens, empregados no desenvolvimento de
um sistema de identificação de plantas medicinais por meio de características de cores,
formas e texturas apresentadas nas imagens.
Ao observar modelos de treinados de Redes Neurais incorporados a aplicativos para
dispositivos moveis, NARDELLI et al. (2020), propôs a criação de um aplicativo de celular,
utilizando sistema de Redes Neurais com TensorFlow para classificação de imagens, com
a finalidade de desenvolver uma ferramenta para auxiliar no reconhecimento das principais
espécies de camarões comercializadas no estado de Santa Catarina. Sua principal funcio-
nalidade é classificar qual a espécie de camarão identificada, assim como o percentual de
acerto feito pelo algoritmo de classificação. Fazendo o uso da própria câmera do aparelho
dentro do aplicativo.
Este presente trabalho foi dividido em duas etapas principais, a primeira delas foi a
criação do banco de imagens para realizar treinamento dos dados para o modelo personali-
zado de Machine Learning a ser usado na identificação e implantação no aplicativo. Depois
foi realizado o processo de desenvolvimento da própria aplicação mobile, a qual utiliza do
modelo já previamente treinado para a amostragem dos resultados relacionados a detecção
de classificação das espécies.
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Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Redes Neurais
“As Redes Neurais Artificiais (RNAs) são ferramentas de Inteligência Artificial que
possuem a capacidade de se adaptar e de aprender a realizar uma certa tarefa, ou compor-
tamento, à partir de um conjunto de exemplos dados”. OSÓRIO (2000, p. 2). Por meio das
Redes Neurais projetam-se máquinas que possuem a habilidade de exibir um comportamento
inteligente, simulando as reações humanas.
Transfer Learning ou aprendizado por transferência é uma área de pesquisa em Machine
Learning que concentra em armazenar o conhecimento adquirido ao resolver um problema
e aplicá-lo em um problema diferente, porém que está relacionado.
Esse método de aprendizagem de máquina, torna-se viável em decorrência da dificul-
dade de se obter um conjunto de dados grande o suficiente para o treinamento de Redes
Neurais Convolucionais (CNNs) do zero. Tendo em vista a utilização de um banco de dados
pequeno para treinamento de modelos em Deep Learning, a utilização de aprendizado por
transferência passa a ser a forma mais eficiente para alcançar bons resultados.
Como as redes construídas em Deep Learning são muito grandes, exigem um poder
também muito grande de máquinas para fazer o processamento dos dados e treinamento
dessas redes. Na técnica de Transfer Learning, é retirada dessa Rede Neural pré-treinada,
camadas posteriores desnecessárias onde é feito o congelamento dessas camadas, então
é preservada uma parte do conhecimento dessa rede e depois aplicadas as novas camadas
customizadas a essa arquitetura para resolução do problema específico.
Banco de Imagens
A princípio, a obtenção das imagens para criação de um banco para efetuar o treina-
mento na Rede Neural, se deu através da busca no Google Imagens, por meio da pesquisa
pelo nome científico para a obtenção de resultados referentes aos 4 gêneros distintos. Foi
utilizada também a extensão do Google Chrome, Batch Image Download que permite baixar
as imagens em lote. Para esse treinamento inicial foi formado um banco com 1328 imagens
e posteriormente o número foi aumentado para 2401 imagens.
Para que fosse possível a criação dos rótulos das serpentes, foi necessário aprender
as principais características de cada um dos gêneros de forma manual, onde algumas fon-
tes serviram para aprimorar o conhecimento nessa área da biologia, como algumas fontes
literárias, como a demonstrada na figura 1:
280
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 1. Serpentes peçonhentas e herpetologia no Brasil.
Para a realização do treinamento das imagens, foi dividido e organizado 4 rótulos sepa-
rados por pastas de acordo com os gêneros expostos anteriormente como serpentes peço-
nhentas, além de um rótulo com imagens de gêneros diversos de serpentes não peçonhentas.
Crotalus(Cascavel)
Bothrops(Jararaca)
Lachesis (Surucucu-Pico-de-Jaca)
281
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
As imagens capturadas foram armazenadas no Google Drive, com uma divisão por
pastas de 80% das imagens para teste, e 20% para validação do modelo como apre-
senta a figura 2.
Foi utilizado como ambiente para o desenvolvimento, Google Colab para execução
de códigos Python na nuvem. O qual possibilita, o uso de uma máquina virtual durante o
processo de treinamento para melhorar o desempenho e diminuir o tempo de treinamento
através do uso de uma GPU configurada neste ambiente na nuvem com 12.72GB de me-
mória RAM e HD de 107.77 GB.
MobileNetV2
282
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 3. download do modelo básico MobileNet V2.
TensorFlow
283
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Flutter
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
286
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
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Salt Lake City, Utah, Estados Unidos. IEEE Press.
288
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
22
Softwares Winplot e grafeq no ensino
da Matemática
10.37885/210906288
RESUMO
290
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
INTRODUÇÃO
O Winplot foi desenvolvido em 1985 pelo Professor Richard Parris da Philips Exeter
Academy. É um software gráfico de usos múltiplos. Naquela época, o programa era execu-
tado no DOS e chamava-se Plot. Com o lançamento do ambiente operacional Windows®
3.1 o programa foi rebatizado para Winplot. A principal função do software é desenhar grá-
ficos de funções de uma ou duas variáveis. Também executa vários comandos. O software
é freeware (gratuito) e pode ser obtido através de download (transferência) pela internet no
seguinte endereço: http://math.exeter.edu/rparris/peanut/wppr32z.exe (versão em português).
O Winplot é um software matemático que possibilita trabalhar com as funções, qua-
dráticas, seno, cosseno, afim, com equações e inequações para construção de gráficos,
nele podemos observar os pontos de um gráfico, como, um ponto de intersecção, o ponto
máximo ou mínimo da função, entre outros. É possível modificar os valores das funções e
animá-las, podendo ver o que ocorre com o gráfico quando se modificam os valores.
GRAFEQ
292
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Para a construção do desenho acima foi observada a imagem seguinte:
METODOLOGIA
Primeiro momento
Segundo momento
Haverá uma exploração do Winplot com algumas atividades para familiarização com
as ferramentas do software de modo que os participantes entendam as seguintes funções:
293
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Assim que todos os cursistas concluírem a atividade, seguiremos para a terceira etapa
do minicurso, a qual consiste primeiramente na explicação do funcionamento do GrafEq, fare-
mos o exemplo ilustrado na “Figura 3” que é de modo simples, para que todos acompanhem o
passo a passo das construções e o raciocínio utilizado, assim compreenderão cada comando.
294
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
A fim de que o minicurso tenha um bom aproveitamento e desenvolvimento, é essencial
que cada aluno esteja com um computador; desta forma permitindo a todos os cursistas a
participação efetiva na oficina e, consequentemente, um melhor aprendizado.
Publico alvo
Duração
8 horas
Recursos
15 computadores
Datashow
2 folhas de papel ofício A4 (por participante)
Lápis
Borracha
AVALIAÇÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
295
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
REFERÊNCIAS
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logias e Mediação pedagógica. – Campinas, SP: Papirus, 2000. 16ª ed. 2009.
296
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
23
Tecnologia educacional na educação
superior: a produção de vídeos como
uma contribuição para a melhoria da
qualidade da formação profissional
10.37885/211106603
RESUMO
298
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
INTRODUÇÃO
299
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
alimenta do consumo flexível de competências diferenciadas, que se articulam ao longo das
cadeias produtivas”.
Nesse contexto, o muno do trabalho e a vida em sociedade passa a exigir o desenvol-
vimento de habilidades cognitivas e comportamentais, tais como análise, síntese, estabele-
cimento de relações, rapidez de respostas e criatividade. Essas habilidades visam preparar
profissionais e cidadãos para enfrentar mudanças rápidas, que conforme Ferreira (2017,
p. 26), “afetam profundamente o [ser humano], o meio ambiente e as instituições sociais.
Estas, especialmente, sofrem tremendo impacto pela aplicação de novas tecnologias que,
geralmente, alteram hábitos, valores e tradições que pareciam imutáveis”.
Com estas determinações e novos horizontes, as instituições, assim como as univer-
sidades estão desafiadas a acompanhar e se adaptar às alterações ambientais provocadas
pela aplicação de novas tecnologias, geralmente implementadas pela iniciativa privada, e,
desafiadas a produzir tecnologias que assegurem a seus egressos capacidade de um exce-
lente desempenho profissional. Estas transformações tão rápidas aceleraram todas as deter-
minações do mundo fazendo surgir a violência como categoria determinante da vida diuturna.
Pela rapidez que as TIC proporcionaram a toda a humanidade, o quadro de referência
de todos mudou. Praticamente todos, vivem, sentem, pensam e agem aceleradamente, vio-
lentamente, desrespeitando todas as formas humanas de trabalho e de convivência social.
Vive-se a violência da rapidez das comunicações; a violência das novas transformações da
microeletrônica, e a violência causada pela transnacionalidade dos modos de pensar, sentir
e agir de todas as culturas, abalando valores locais e “transmutando” formas tradicionais de
produção da existência e de organização social. Vive-se o tempo em que “tudo vale e tudo
pode e porque tudo pode nada mais vale”.
A contraditória realidade em que vivemos, com todo o avanço científico e tecnológico,
nos apresenta todas as possibilidades e nos violenta com todas as formas de individualis-
mo competitivo que desperta o conflito, a emulação, o ódio, a vingança e tantos outros os
sentimentos perversos. A televisão, para ilustrar, tem o poder de, paradoxalmente, ocultar
mostrando, isto é, informa, mas de tal forma, que faz com que passe inadvertidamente ou
que pareça insignificante, ou elabora de tal modo que toma um sentido que não corres-
ponde, em absoluto, à realidade, isto é, mascara a realidade conforme os interesses do
grupo à quem foi concedido o poder de ter o canal ou que patrocina. “Os periodistas têm
umas ‘lentes’ particulares mediante as quais vem umas coisas e não outras, e vem de uma
forma determinada o que vem. Fazem uma seleção e logo elaboram o que selecionaram”.
(BOURDIEU, 1997, p. 25)
É, nessa (des)ordem de coisas que vivem hoje crianças, adolescentes, adultos, e idosos,
profissionais e “pessoas sem trabalho” num “bombardeio” de informação e de marketing que
300
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
aturde todas as mentes embaralhando pensamentos, sentimentos e ações, conduzindo a
todos para um caos de “fantasias” e de, contraditoriamente “ilusões”, “esperanças” e “deses-
peranças”. Necessário se faz não colecionar informações na cabeça, mas saber processar
criticamente todas as informações preparando para o verdadeiro exercício da liberdade que
só é possível por meio do conhecimento crítico. Só assim, as pessoas poderão ser livres
porque saberão e poderão escolher.
A Tecnologia Educacional no Ensino Superior necessita preocupar-se com a compreen-
são teórica das práticas do ensino no seio das práticas sociais globais, mas incluindo o exame
da teoria da comunicação e dos novos desenvolvimentos tecnológicos de ponta. Para isto
precisa se valer das TICs como recurso pedagógico, quer utilizando-as no seio das escolas
e da universidade de forma científica e crítica, quer exercendo seu poder crítico de analisar
o existente e examiná-lo com seus pares e acadêmicos no sentido de poder oferecer novas
alternativas e possibilidades mais conscientes de interpretação e de tomada de decisões.
Nesse contexto, as inserção das TICs como recursos pedagógico, segundo Ferreira
(2017, p. 209), “não só é necessária como é um valioso ‘auxiliar’ na formação do pensa-
mento crítico e criador”. Tal inserção representa uma estratégia para o desenvolvimento das
habilidades cognitivas e comportamentais que surgem como demandas para a educação
advindas da contemporaneidade. Entretanto, as inserção das TICs nos processos de ensino
e aprendizagem, requer uma ressignificação, pois conforme Ferreira (2017, p. 208):
RELATO DE CASO
Tendo em vista que um dos objetivos desse trabalho se define pelo exame da adequada
utilização das TICs no Ensino Superior, buscou-se examinar no concreto real os subsídios
para a análise. Considerando a necessidade definir uma abordagem de pesquisa, optou-se
pela investigação qualitativa que, segundo Bogdan e Biklen (1994), interessa-se por questio-
nar os sujeitos da investigação com o propósito de compreender o modo como interpretam
as suas experiências. Entende-se que tal abordagem é essencial para a análise proposta
nesse trabalho, uma vez que fez-se necessário descrever, interpretar ou explicar o que os
sujeitos fazem no contexto no qual estão inseridos, o resultado das interações, os propósitos
bem como os resultados de suas ações.
A investigação qualitativa, conforme Bogdan e Biklen (1994, p. 43), apresenta como
características gerais: a fonte direta de dados é o ambiente no qual os sujeitos estão inse-
ridos, e o investigador o instrumento principal. Têm-se como referência para esse trabalho
a perspectiva dialética, que segundo Kosik (1976), se caracteriza pelo
[...] o homem não vive num constante estado criador. Ele só cria por necessi-
dade, cria para adaptar-se a novas situações ou para satisfazer novas neces-
sidades. Repete, portanto, enquanto não se vê obrigado a criar. Contudo, criar
é para ele a primeira e mais vital necessidade humana, porque só criando,
transformando o mundo o homem [...] faz um mundo humano e se faz a si
mesmo. Assim, a atividade fundamental do homem tem um caráter criador;
junto a ela, porém, temos também como atividade relativa, transitória aberta à
possibilidade e necessidade de ser substituída, - a repetição. (Vázquez,1977,
p. 248)
302
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Para a realização da investigação proposta foi definido, como universo empírico os
acadêmicos da disciplina de Tecnologia e Educação de uma universidade privada consi-
derada de muito boa qualidade, segundo avaliação do Ministério da Educação no ano de
2018. A investigação envolveu 32 sujeitos do curso de licenciatura em Pedagogia no primeiro
semestre de 2019, que responderam a um instrumento de pesquisa que visou transpor para
o pensamento a compreensão existente no campo prático. Sabe-se que a importância dos
instrumentos e ferramentas como artefatos mediadores na relação entre o sujeito e o objeto
de conhecimento é inconteste. Esse pressuposto é defendido por Vygotsky (2007, p. 124),
salientando a interação dos sujeitos com seus artefatos (ferramentas e signos) mediadores.
Entende-se que, embora o autor não utilize o termo tecnologia, tal como vastamente em-
pregado em nossos dias, está se referindo às diferentes ferramentas que serve de suporte
à interação entre sujeito e objeto.
Inicialmente foi trabalhado com os acadêmicos, os subsídios teórico-metodológicos
do conceito de Tecnologia. Observa-se no cotidiano o emprego do termo tecnologia como
sinônimo de qualquer objeto, principalmente eletrônicos ou digitais. Trata-se de uma concep-
ção limitada, pois o uso da palavra tecnologia para se referir às máquinas, instrumentos e
equipamento e sua fabricação vem sendo recorrente, mas esses artefatos não se constituem
no processo denominado Tecnologia. (VARGAS, 1994).
Nessa via de raciocínio, buscou-se colher as ideias que os sujeitos da pesquisa traziam
sobre o conceito de Tecnologia, para então, possibilitar a reflexão e sistematização desse
conceito a partir de bases científicas. Para isso, propôs-se atividade de representação da
concepção dos sujeitos a partir da questão central: “Para você, o que é Tecnologia?” Em suas
representações, os sujeitos foram unânimes em apontar a tecnologia como os diversos
aparelhos eletrônicos que fazem parte do cotidiano. A vinculação da tecnologia ao aparelho
implica a valorizar mais o objeto, que o processo que a ele deu origem.
Nesse sentido, Vargas (1994) explicita que o objeto, que é produto da tecnologia, ou
seja, um saber fazer baseado em teoria e experimentação científica é apenas o resultado,
pois tal processo tem continuidade e passa por modificações e aperfeiçoamentos. E, desse
processo resultam, então, os recursos tecnológicos. Nesse sentido, o conceito de tecnologia
tem uma conotação ampla onde se destaca o ser humano como sujeito e principal agente
desse processo. Isto porque, é pelo seu pensar, agir e produzir, tendo como referência o
conhecimento científico e suas ações reflexivas que se estabelecem novas práticas e se
possibilita a evolução de suas atividades.
Esse esclarecimento e a valorização do ser humano nesse processo, são imprescin-
díveis para o trabalho com as tecnologias digitais, pois o professor, por meio de seus co-
nhecimentos, poderá extrair de maneira crítica e inovadora o potencial de contribuição das
303
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
tecnologias digitais. Após as reflexões sobre o conceito de Tecnologia e a apropriação por
parte dos sujeitos da pesquisa de uma concepção mais ampla, que considera o ser humano
como agente da Tecnologia enquanto processo, propôs-se atividades envolvendo a aplicação
de ferramentas digitais. Tal proposta objetivou investigar como os sujeitos se relacionam com
esses recursos numa perspectiva de desenvolvimento de consciência crítica em relação a
compreensão, a sistematização de ideias, conteúdos e valores, bem como sua adequada
utilização no Ensino Superior.
Considerando o elevado desenvolvimento tecnológico e a difusão de uma ampla va-
riedade de tecnologias digitais que o atual estágio do capitalismo propicia, buscou-se subsí-
dios para investigar a relação entre a utilização das ferramentas digitais no cotidiano e sua
correspondente aplicação no contexto ensino e aprendizagem. Assim, tendo como base o
conteúdo previsto na disciplina de Tecnologia e Educação: “o potencial do vídeo como re-
curso pedagógico”, propôs-se aos acadêmicos a se colocarem como “produtores de vídeo”.
Adotou-se, então, como diretriz para tal produção: a escolha de um tema relacionado à
educação; a formação de grupos de trabalho; a utilização de ferramentas digitais para gra-
vação e edição (sendo que não foi apontada uma ferramenta específica). Após a produção
de vídeos, realizou-se com os acadêmicos uma coleta de dados por meio de questionário.
Tendo em vista garantir a espontaneidade das respostas, foi garantido o anonimato dos
sujeitos entrevistados.
Desse modo, essa técnica converge significativamente para os objetivos dessa in-
vestigação, uma vez que se propôs vivenciar a produção de vídeos como subsídios para
análise das contribuições das TIC como recurso pedagógico. Assim, tendo como parâme-
tros as cinco questões apresentadas e respondidas pelos sujeitos investigados, expõe-se
a seguir a análise.
DISCUSSÃO
Ao propor a produção de vídeo, nos deparamos com certa resistência dos sujeitos,
uma vez que esse trabalho exige, além de certa familiaridade com os aspectos técnicos,
304
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
habilidades comunicativas. Ao responderem à questão: “A produção de vídeo foi desafia-
dora para você? Por quê? ”, vinte e dois sujeitos citam como desafio a resistência quanto a
aparecer no vídeo, como atestam as seguintes falas:
Percebeu-se ainda que, embora a maioria dos sujeitos tenha citado o fato de falar em
público como resistência, foram unânimes em se envolver na produção e superar as limita-
ções, o que se evidencia nas seguintes falas:
A elaboração de um roteiro
307
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Considera-se que essa perspectiva de aprendizagem converge para o desenvolvimento
de habilidades cognitivas e comportamentais, tais como análise, síntese, estabelecimento
de relações, rapidez de respostas e criatividade em face de situações desconhecidas, co-
municação clara e precisa, interpretação e uso de diferentes formas linguagens. Além da
elaboração do roteiro de vídeo, houve também como pré-requisito para a filmografia do texto,
o planejamento dos cenários, o que envolveu reflexões sobre informações para tomada de
decisão e criação, como se observa na fala de alguns dos sujeitos entrevistados:
“Exercitar o diálogo, pois cada um apresentava uma ideia, uma opinião. Mas
através do diálogo, compreensão, conseguimos entrar num consenso. Depois,
foi só alinhar os pensamentos e colocar no papel as ideias para começar o
trabalho”;
308
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
“Ampliar a capacidade de diálogo, mente aberta para aceitar as ideias e
pensamentos dos outros”;
“Respeitar as facilidade e dificuldades de cada um. Ajudar os colegas a de-
senvolver a empatia, organização espírito de lideranças, comprometimento
e colaboração entre pares”.
Observa-se nas falas dos sujeitos entrevistados que a propostas de trabalho com as
TICs favorecem a interação em grupo, potencializando a comunicação, a aceitação de ideias
e novas formas de convivência. Entende-se que cria-se assim, situações de aprendizagem
propicias a novas formas de intervenção e humanização das relações sociais e a aceitação
da diversidade de pensamento, como se expressam:
“Muita paciência para entrar em alguns acordos porque nem todas concor-
davam com as mesmas ideias”;
“Algumas ideias não eram aceitas por alguns membros do grupo, deu muita
discussão no começo”;
“Exigiu aprimorar as relações interpessoais, o contato e o entendimento com
os colegas e fato de aceitar opinião diferentes”; “Entrosamento, respeito,
pensar no trabalho de forma a não impor nada a ninguém”.
“Respeitar cada integrante com suas dificuldades”;
“Nos exigiu muita paciência com o tempo de cada um no aprendizado”.
Para a etapa da comunicação mediada por tecnologias digitais adotou-se como su-
porte para a comunicação grupos de WhatsApp, numa perspectiva de comunicação em
rede. De acordo com Mendes e Mendes (2015, p. 60), o termo rede
“Gravamos com o celular de uma das colegas, ele tem uma câmera ‘super
power’, muito boa mesmo”;
“Utilizamos, praticamente, todos os celulares do pessoal do nosso grupo”;
“Eu estou acostumada a utilizar a câmera do meu celular para fazer meus
vídeos e postar no Facebook e no Instagram, pois gosto de mostrar lugares,
momentos e aspectos do cotidiano”.
311
“Encontramos vídeos que ensinavam como usar a ferramenta de edição no
Destaca-se mais uma vez o potencial das TICs para o desenvolvimento de habilidades
cognitivas e comportamentais e adaptações à novas formas e significados, o que exige a
busca constante de conhecimentos e exploração do potencial interativos das ferramentas
digitais. Segundo Ferreira (1998, p. 27), “essas tecnologias vão surgindo a cada momento
e, geralmente, alteram hábitos, valores, tradições que pareciam imutáveis”. Essa nova rea-
lidade passa a exigir qualificações cada vez mais elevadas para qualquer área profissional.
“Eu comecei a ver que essas ferramentas que usava para ‘brincar’ servem
também para aprender”;
“Toda vez que estou na frente de uma câmera ou plateia eu aprendo, pois
tento sempre melhorar, me auto avaliar e melhorar naquilo que errei”.
312
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Observa-se também como habilidades comportamentais em relação às interações
sociais, como se percebe nas respostas dos seguintes entrevistados:
“Me senti num processo muito evolutivo, até mesmo para aprendermos a
interagir em grupo, saber respeitar as decisões conjuntas e as sugestões de
cada integrante do grupo”; “Com o processo de produção de vídeo consegui
desenvolver mais a capacidade de me sentir mais confortável no trabalho
em grupo.”
“A presença do professor foi fundamental, pois ele nos deu uma introdução
do tema e nos instruiu e auxiliou o tempo todo, com ideias, nos trouxe uma
aula mais comunicativa e dinâmica”;
“O professor nos encorajou a mostrar o melhor de nós. Deu o suporte para
o que nós precisávamos no momento da escrita do roteiro e sistematização
do conteúdo”;
“O professor criou um ambiente onde todos se comunicavam e aprendiam,
ou seja, aprendia tanto com o professor, como com os colegas, até mesmo
com as dificuldades deles”.
313
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Entende-se que essa perspectiva de trabalho permite ao docente, conforme Vygotsky
(2007), ser um mediador na relação o sujeito e objeto do conhecimento. Nesse sentido, con-
siderando a presença dos nexos mediativos, evidencia-se a necessidade de levar em conta a
importância mediadora das ferramentas e instrumentos no contexto dessa relação. Destaca-
se, nesse contexto, a mediação da educação formal, que segundo Mendes e Mendes (2018,
p. 58), “possibilita o contato com os conhecimentos sócio históricos, atribuindo um significado
mais específico à aprendizagem, tendo as ferramentas como elementos mediadores”. Apenas
dois dos entrevistados afirmaram não ter percebido mudanças na função do professor:
“Não notei diferenças, pois a produção de vídeo, assim como qualquer outro
trabalho é dever do aluno executar”;
“A mudança que percebi foi que éramos nós alunos que estávamos no lugar
do professor “dando aula”. Eu preferia o professor dando a aula. ”
Entende-se que essas respostas trazem uma importante informação sobre os desafios
educacionais do Ensino Superior, pois embora os pressupostos teóricos abordados nesse
trabalho, indiquem a necessidade de mudanças educacionais, tendo as TICs como estraté-
gias para superação de tais desafios, é comum, nos depararmos com estudantes que não
se adaptam a essas propostas. Pode-se inferir que tal resistência se relaciona aos métodos
tradicionais ainda arraigados nas práticas escolares da Educação Básica que se refletem na
Educação Superior. Entende-se que tais práticas são resquícios da relação entre Educação
e Trabalho mediada por modos de fazer típicas do taylorismo/fordismo.
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315
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
24
Tecnologias digitais e arquiteturas
pedagógicas na educação
10.37885/211106853
RESUMO
317
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
INTRODUÇÃO
Essas mudanças trazem reflexos nos processos de aprendizagem, uma vez que o
aprendiz também mudou seu comportamento. Por mais inovações tecnológicas que se
tenha, elas ainda não chegaram às salas de aula. Nas escolas, considerando o contexto
pré-pandemia, ainda encontrava-se um cenário compatível com o século passado, ainda se
usam os mesmos métodos de ensino de muitas décadas atrás. Não que tais métodos sejam
ruins, eles apenas estão, de certa forma, ultrapassados, e em alguns casos, deixando de
serem eficientes perante ao novo perfil do aluno.
318
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Tendo em mente essas considerações, fica evidente a importância do tema deste
trabalho. Investigar como a tecnologia pode contribuir nos processos de aprendizagem é
o primeiro passo a se tomar para construir uma base de conhecimento, tornando possível
desenvolver mecanismos para a integrá-los nos métodos de ensino, e suprir as necessida-
des pedagógicas necessárias.
MÉTODO
RESULTADOS E DISCUSSÃO
319
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Arquiteturas Pedagógicas
• O tema é recente, tendo sua primeira publicação datada em 2001, e seu ápice de
publicações em 2005;
• Não há mais de um artigo por autor nesta área;
• Há contribuições de diversos países, sendo os EUA o que mais contribuiu com
publicações;
• Este tema pode ser considerado multidisciplinar, uma vez que se encaixa em, pelo
menos, 7 áreas de estudo de maneira interdisciplinar;
1 MOCELIN, R. R.; FIUZA, P. J. . Systematic Review of Literature: the contributions to the learning process by digital technologies and
321
pedagogical architectures. ADVANCES IN INTELLIGENT SYSTEMS AND COMPUTING, v. 445, p. 225-331, 2016.
Depois de realizar o levantamento teórico sobre o assunto que fundamenta este traba-
lho, iniciou-se contato com escolas da região da AMESC a fim de estabelecer uma parceria
para realização de uma pesquisa e proposta de intervenção. O Instituto de Ensino Quintiliano,
situado no município de São João do Sul demonstrou interesse, e foi o escolhido para o
andamento da pesquisa. Esta é uma escola municipal, atendendo crianças no ensino fun-
damental, e também atendendo jovens e adultos com o programa EJA (Ensino para Jovens
e Adultos). Nesta escola há uma boa estrutura tecnológica, tendo além do laboratório de
informática, cerca de 20 tablets educacionais, fornecidos pelo FNDE (Fundo Nacional de
Desenvolvimento), e lousas digitais disponíveis para uso nas aulas.
Os professores da escola clamam ter interesse em utilizar os tablets educacionais em
suas aulas, porém não tinham domínio sobre a ferramenta, ou não se sentiam capacitados
para usá-los pedagogicamente. Neste contexto, a parceria firmada com a escola teve por
objetivo investigar quais as dificuldades em integrar o tablet educacional nas aulas, e propor
uma intervenção, como um treinamento, oferecendo o preparo necessário aos docentes para
trabalharem com os tablets nas suas aulas, de maneira a colaborar com a aprendizagem dos
alunos. Estudo realizado por Giacomazzo e Fiuza (2014) já apontava como fragilidades na
implantação do uso de tablets na educação a falta de formação adequada dos professores
para o uso das tecnologias, os problemas de conectividade e acesso à internet sobretudo
no ambiente das escolas, a falta de uma política pública clara em relação à inclusão das
TIC no ensino regular e a sobrecarga de trabalho dos professores.
322
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
A partir disso, o primeiro passo seguido foi conhecer a ferramenta tablet educacional.
Foi feito um estudo prático sobre o aparelho, buscando conhecer o sistema operacional, as
funcionalidades oferecidas e suas limitações. Constatou-se que já era um aparelho um tanto
ultrapassado quando comparado aos disponíveis no mercado, no entanto ele correspondia
às expectativas quanto sua capacidade de exercer atividades pedagógicas, sendo indicado
para uso em sala de aula em diversas atividades e disciplinas. A gama de aplicativos e jogos
disponíveis para uso neste aparelho era satisfatória na época do estudo.
Feito este estudo, e tendo em mente o funcionamento do tablet educacional, partiu-se
para a segunda etapa: a elaboração e aplicação de um questionário, destinado aos do-
centes, com o intuito de compreender a sua visão do uso de tecnologia na educação, suas
dificuldades quanto a integração destes dispositivos em suas aulas, e suas sugestões sobre
o assunto. O questionário continha 12 questões envolvendo assuntos como a formação do
professor, qual o vínculo de trabalho com a escola, e a relação do professor com a tecnologia.
Foram enviados à escola 30 questionários, obtendo-se resposta de 18 professores.
Deste número, mais da metade são formados em pedagogia; 56% dos professores entre-
vistados são contratados, e o restante efetivo. Metade deles afirmaram não terem tido aulas
ou disciplinas voltadas à informática na educação durante a sua graduação, porém somente
22% afirmaram terem buscado algum tipo de curso ou palestras sobre tecnologia na edu-
cação. Todos consideram importante ou muito importante a utilização de tecnologias no
processo de aprendizagem. Apenas 18% alegam ter uma relação ruim com os dispositivos
digitais com que tem contato diariamente (por falta de habilidade), os demais classificam
sua interação como boa ou ótima.
Quando questionados quanto ao interesse de utilizar o tablet educacional em suas
aulas, quase que a totalidade dos entrevistados concordou em ter interesse (apenas um
discordou). A última questão da entrevista foi aberta, e pedia aos professores que comentas-
sem quais as suas dificuldades ou desafios sobre o uso do tablet educacional. As principais
queixas surgiram da falta de contato com o aparelho (não saber operá-lo), e falta de preparo
para trabalhar pedagogicamente com dispositivo. Algumas reclamações sobre problemas
técnicos também surgiram.
Concluída a etapa de entrevistas, e levantamento de dados através das respostas
dos professores, estava prevista a construção de alguma intervenção na escola na forma
de minicurso, workshop ou formação, para preparar os professores a utilizar o tablet edu-
cacional pedagogicamente, mas isto não se concretizou neste momento. Ao longo dos
anos seguintes algumas intervenções foram realizadas com variados públicos na região da
AMESC. Para os professores que participaram desta pesquisa, foi oportunizado um curso
de extensão denominado Tecnologias Interativas na Sala de Aula: Atualização das Práticas
323
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Docentes, realizado durante o ano de 2018. O objetivo era oportunizar capacitação para
o uso das tecnologias interativas, tais como, tablets, softwares educacionais, objetos de
aprendizagem, ambientes virtuais de aprendizagem, entre outros, no contexto docente e
alinhado aos recursos disponíveis nas escolas da região do extremo sul catarinense. O curso
foi estruturado em quatro módulos, compreendendo 60 horas em sua carga horária final, da
seguinte forma: Módulo 1 - Conhecendo as Tecnologias Digitais (15 hs), Módulo 2 – Inclusão
Digital do Docente (15 hs) e Módulos 3 e 4 – Recursos Tecnológicos para a Educação:
Concepções práticas (30 hs). Os módulos foram de caráter prático para auxiliar os docentes
a planejar as aulas integrando recursos digitais, além de ensinar o funcionamento e como
utilizar os principais recursos apresentados. Participaram 26 professores presencialmente
e 4 na modalidade a distância.
A partir desta experiência, por ocasião da Pandemia, a equipe do Labmidia foi cha-
mada novamente para contribuir na formação dos professores de outro município da re-
gião em março de 2020. Para tal, o curso foi reestruturado para uma versão emergencial
totalmente a distância, visando a cumprir com as normas vigentes nos decretos sanitários.
Intitulado Tecnologias Interativas na Sala de Aula: atualização das práticas docentes –
Edição Emergencial – Mídias Digitais na Educação com 20 horas em sua carga horária final,
o curso foi disponibilizado totalmente a distância no período de 13/04/2020 a 15/05/2020.
Considerando a situação emergencial e falta de experiência da maioria dos professores,
todos do Ensino Fundamental, com os recursos digitais e visando a auxiliar a Secretaria
de Educação do Município e seus professores, a equipe do Labmídia ministrou o curso
contando com o auxílio de dois (02) professores e quatro (04) tutores alunos do mestrado
(PPGTIC) e com bastante experiência no uso das tecnologias no contexto educacional.
Dos 152 professores de diferentes níveis de ensino, que fizeram a inscrição, 89 realizaram
todas as atividades propostas e concluíram o curso com êxito, representando 58,55% dos
participantes, os demais concluíram apenas parte do programa em virtude do prazo exíguo.
Mas as ações de formação não pararam por aí, no período de 11/08/2021 a 11/09/2021
foi ofertado o curso Arquiteturas Pedagógicas: sua aplicabilidade no ensino presencial e híbri-
do, com o objetivo de apresentar temas relacionados à inserção de Arquiteturas Pedagógicas
(AP) na educação, bem como contextualizar o conceito de Arquitetura Pedagógica, utilizar
uma estrutura metodológica (protótipo) para o desenvolvimento de Arquitetura Pedagógica
com a utilização das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação e aplicar e avaliar
o protótipo em campo como parte de um projeto de pesquisa de mestrado do PPGTIC que
deve gerar publicações em breve. Dos 49 professores que iniciaram o processo, apenas 34
concluíram. Desta forma, obteve-se uma taxa de 69,4% de concluintes, um bom resultado
considerando que o curso foi na modalidade a distância.
324
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
E por fim, ainda em 2021, a partir do projeto de pesquisa “Tecnologias Interativas na
Educação: investigação das práticas docentes pós pandemia pelo Covid-19” investigou-se
as práticas docentes e buscou conhecer a realidade de professores e investigar as suas
percepções e motivações em relação a utilização de tecnologias em sala de aula. Para
tanto foi realizada uma pesquisa de campo por meio de um questionário eletrônico, e es-
pecificamente com um grupo de professores do ensino infantil. A amostra contou com 333
indivíduos, e buscou analisar e entender as práticas docentes em relação às TIC e de que
maneira é o aspecto motivacional destes professores. Esta investigação originou um curso
denominado BNCC: Atualização das práticas docentes que teve como objetivo apresentar os
seguintes temas: Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), Referencial Curricular Nacional
para Educação Infantil (RCNEI) e Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
(DCNEI), assim como Projeto Político-Pedagógico (PPP). O curso contou com aproximada-
mente 800 inscritos, sendo concluído por um total de 697 professores.
CONCLUSÃO
325
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
da educação já assumam um novo comportamento, a fim de transformar também a realidade
do ensino presencial.
REFERÊNCIAS
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lar-no-brasil.html Acesso em: 23 nov. 2021.
326
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
25
Um Enfoque Incremental para
Construção do Grafo de Conhecimento
do SUS
Narciso Arruda
UFC
Mauro Oliveira
IFCE
Vânia M. P. Vidal
UFC
10.37885/210705334
RESUMO
328
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
INTRODUÇÃO
O restante deste artigo está organizado como se segue. A Seção 2 apresenta a arqui-
tetura do EKG Semantic SUS. Por conseguinte, na Seção 3 apresenta-se uma visão geral
do enfoque e seu processo. Já na Seção 4 são expostos os passos para especificação e
publicação das visões exportadas e de linksets. Na Seção 5 é realizada a validação do EKG
construído sob a realização de consultas SPARQL com base em questões de competência.
Por fim, a Seção 6 apresenta as considerações finais do trabalho.
1 http://tabnet.datasus.gov.br/tabdata/livroidb/2ed/fontes.pdf
2 http://sim.saude.gov.br/
330
3 http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=060702
Esta camada é composta pelas fontes de dados relativos ao domínio da saúde, in-
tegrantes do SUS. O formato de armazenamento destas fontes pode estar em diferentes
formatos, e.g., bancos de dados relacionais, CSV, triple stores RDF, documentos JSON, etc.
Estas fontes podem conter informações complementares sobre objetos em comum
advindos de departamentos, sistemas e fontes distintas. Consequentemente, a recuperação
de todas as informações disponíveis para um mesmo objeto pode possibilitar a implantação
de aplicações e estudos mais sofisticados, profundos e impactantes. Surge assim a neces-
sidade do acesso integrado a estas fontes.
No entanto, o acesso integrado a essas fontes é desafiador, pois cada uma possui um
mecanismo de acesso diferente, o que demanda o uso de diferentes técnicas. Além disso,
cada fonte pode ser estruturada seguindo um vocabulário diferente, o que dificulta a com-
preensão e a relação entre os dados de fontes diferentes.
Esta camada torna as fontes de dados subjacentes transparentes, onde nela os dados
são publicados como uma visão de grafo RDF. Esta visão fornece o acesso aos dados atra-
vés de um único ponto de acesso, representado pelo EKG. Este EKG expõe todos os dados
331
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
seguindo um único vocabulário comum, definido pela ontologia de domínio. Onde o acesso
aos dados é realizado através de um único método de acesso, ou seja, consultas SPARQL.
Além disso, no EKG, as diferentes representações de um mesmo objeto do mundo real
através das diferentes fontes são identificadas e conectadas por links owl:sameAs. Mais
detalhes sobre o processo de construção de um EKG são apresentados na Seção 3.
Esta camada permite o acesso ao KG SUS através do Mediador Semântico (MS) jun-
tamente com os wrappers relativo as visões exportadas de cada fonte de dados.
Camada de Aplicações
332
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
nas fontes de dados com base no schema da ontologia, garantindo a atualização sempre
que ocorrerem mudanças nos dados presentes nas fontes.
Para tanto, os passos do enfoque utilizado para construção do KG SUS são compreen-
didos da seguinte forma:
333
4 http://tiny.cc/ekgo
Figura 2. Visão Geral Simplificada do KG SUS com base na EKGO e suas instâncias.
CONSTRUÇÃO DO KG SUS
334
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Modelagem Ontologia de Domínio
5 https://lov.linkeddata.es/dataset/lov/vocabs/drm
335
6 https://www.w3.org/TR/ldp/
337
7 http://teiid.io/legacy/
338
8 https://www.w3.org/OWL/
1. Uma consulta Q é formulada através dos conceitos com base no schema da onto-
logia de domínio;
2. O Mediador Semântico (MS) traduz a consulta SPARQL Q para uma consulta SQL
Qj sobre um schema global que representa todas as fontes de dados como uma
única fonte;
3. O MS identifica as fontes não triplificadas NS (SIM e SINASC) Qj e para cada fonte
NSj , onde 1 j n, produz uma sub-consulta Qjj sobre as visões exportadas do EKG
SUS advindas das fontes locais NSj através do Ontop juntamente com o Teiid que
traduz a sub-consulta em Qjj uma consulta sobre o schema das fontes locais;
4. O MS executa cada uma das consultas Qj1, Qj2, ..., Qjn em seus respectivos wra-
ppers e recupera as tuplas de resposta com base nas visões exportadas do SIM e
SINASC;
339
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
5. O MS realiza o processo de agregação com base nas visões dos linksets owl:sa-
meAs; e
6. O resultado é retornado, conforme apresentado na Figura 6.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em [Vidal et al. 2015] os autores apresentam uma especificação formal para EKG. Ela
permite a materialização automática da EKG. Essa especificação é usada como referencia
para criação da representação da EKG. Dessa forma, a materialização da EKG pode ser
feita de forma automática com o uso dessa especificação.
Em [Arruda et al. 2020] os autores apresentaram um vocabulário para representação
da especificação da EKG virtual e especializado. Esse trabalho, no entanto não trata o pro-
cesso de criação da EKG, ele não apresenta uma representação para publicação da EKG.
Já em [Rolim et al. 2019], foi apresentado uma proposta de integração semântica entre
as bases do Cadastro de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS), do Cadastro Nacional
de Empresas Punidas (CNEP) e do Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais
(SIASG) criando uma visão integrada dessas bases chamada SemanticSEFAZ. Em [da Cruz
et al. 2019], os autores também construíram uma EKG sobre as bases SIM e SINASC. No en-
tanto, esses trabalhos não apresentam um vocabulário para representar a especificação e
o processo de criação da EKG.
Neste trabalho foi apresentado um enfoque incremental para construção de um EKG
com dados enriquecidos semanticamente para o SUS. Para tanto, a proposta foi apresen-
tada e validada, tendo como estudo de caso a problemática de Gestantes de Risco através
das fontes do SIM e SINASC. A validação do enfoque sob o estudo de caso mostraram que
o trabalho apresentou-se viável como um modelo para construção de EKGs no domínio da
340
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
saúde, sendo capaz de adaptar-se também a outras problemáticas, tais como para fornecer
um EKG com dados de interesse no combate ao novo COVID-19.
Como trabalhos futuros, pretende-se criar uma plataforma semântica interativa para
suportar o enfoque de construção de EKGs. Ainda, visa-se realizar outros experimentos com
especialistas no domínio de saúde e Engenheiros do Conhecimento e outros profissionais com
domínio em tecnologias semânticas, ontologias e linked data de modo a aprimorar o estudo.
REFERÊNCIAS
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342
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
26
Utilização da técnica de Machine
Learning para identificação de facies
geológicas através de perfis geofísicos:
um relato de experiência
10.37885/211106822
RESUMO
344
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
INTRODUÇÃO
345
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
A realização de avanços tecnológicos neste âmbito influenciam diretamente no proces-
so para a exploração de petróleo, tornando-a eficiente, não somente em plataformas, mas
também em Universidades, agregando conhecimento aos cursos de Engenharia de Petróleo
e Gás e o aprendizado prático nas disciplinas específicas das Geociências.
RELATO DE CASO
• SVC (Classificação por vetores suporte): Nesta técnica, consegue-se obter resul-
tados comparáveis aos obtidos por algoritmos mais robustos, conseguindo resul-
tados superiores em algumas tarefas como detecção de faces em imagens e reco-
nhecimento de textos (HEARST et al., 1998).
• SVR (Regressão por vetores de suporte): A estratégia de aprendizado baseada em
vetores suporte é fundamentada na teoria de aprendizado estatístico, desenvolvida
por Vapnik em 1995, visando à proposição de técnicas de aprendizado de máquina
que buscam maximizar a capacidade de generalização (ACOSTA et. al, 2016).
346
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Dessa forma, optou-se por processar as imagens do perfil geofísico, mostrando o gás
presente na formação através dos dados de raio gama como imagem de teste, conforme
Figura 5 (profundidade de 2600 a 2625 m) a fim de que o programa automaticamente com-
parasse com as imagens que são conhecidas, conforme as Figura 1 (2250 a 2275 m), Figura
2 (2500 a 2525 m), Figura 3 (2550 a 2575 m) e Figura 4 (2575 a 2600 m), e retornasse a
que mais se assemelha com o perfil apresentado.
Figura 1. Imagem utilizada para treinamento. Figura 2. Imagem utilizada para treinamento.
Figura 3. Imagem utilizada para treinamento. Figura 4. Imagem utilizada para treinamento.
347
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
DISCUSSÃO
349
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
Figura 8. Programa encerrado.
REFERÊNCIAS
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Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
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351
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
SOBRE O ORGANIZADOR
352
Tecnologia da Informação e Comunicação: pesquisas em inovações tecnológicas
ÍNDICE REMISSIVO
Autenticação: 33, 41 Geometria: 116, 117, 118, 119, 121, 292, 296
Cooperativas: 78 H
Cooperativismo: 78 Híbrido Misto: 147
Educação: 52, 76, 93, 94, 95, 115, 130, 134, Interação: 171, 243, 326
135, 136, 145, 155, 189, 198, 200, 201, 203,
214, 224, 228, 291, 296, 303, 304, 314, 315, Internet das Coisas: 26, 33
317, 321, 324, 325, 326
K
Ensino: 43, 50, 52, 95, 135, 174, 185, 189, 200,
206, 227, 229, 230, 234, 243, 290, 291, 295, Kanban: 245, 246, 247, 250, 251, 252, 253, 254,
296, 298, 299, 301, 302, 304, 310, 313, 314, 255, 256, 257
319, 322, 324, 344
L
Escolas Públicas: 187
Learning: 53, 76, 89, 93, 95, 124, 125, 126, 127,
Estratégias: 31, 71, 91, 125, 129, 132, 133, 128, 129, 131, 132, 133, 134, 135, 136, 277, 279,
134, 171 280, 282, 285, 286, 296, 343, 344, 345, 348, 350
Letramento Digital: 227 Softwares: 123, 165, 166, 289, 290, 291
Matemática: 46, 47, 48, 49, 51, 52, 53, 115, 117, Transfer Learning: 288
186, 187, 194, 198, 200, 201, 202, 203, 213,
216, 218, 225, 289, 290, 291, 292, 293, 295, 296 Transparency: 245, 250
Mobile Learning: 52 W
Modelo Pedagógico: 68, 70, 71, 74, 88, 90, 91 Winplot: 289, 290, 291, 292, 293, 295
O
Ontologias: 328
P
Potencializa: 215, 216, 218, 220, 223, 224
Q
Química: 72, 95, 135, 145, 171, 179, 181
R
Requirements: 245, 247, 256
S
Segurança: 30, 31, 40, 41
Sistema de Informação: 78
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